Lição 5 - Subsídio - O Cuidado ao Falar e a Religião Verdadeira.pdf

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  • O Cuidado ao Falar

    e a Religio Pura

    INTRODUO

    O Ser Humano o nico ser vivo no planeta Terra que utiliza a palavra como meio de comunicao intrapessoal (consigo mesmo) e interpessoal (com o outro). O relacionamento e a convivncia entre os seres humanos esto intimamente interligados, pela fala. Atravs da fala acontece interao de sentimentos, razes, conhecimentos e pensamentos, e esta fala tem que ser efetivada de forma coerente, prudente e de bons frutos, caso contrrio manifestao ser um desastre.

    Observa-se que, dentro do contexto da religio a fala tem um poder extraordinrio, visto que, o instrumento mais usado para o ensino e a fala, por tanto devemos viver e praticar o que falamos caso contrrio vida religiosa fica invlida. I - PRONTO PARA OUVIR E TARDIO PARA FALAR (Tg 1.19,20) 1. Pronto para ouvir.

    Tiago no v.19 cita um provrbio: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar, esse provrbio era considerado sabedoria plenamente aceitvel nos tempos bblicos: O que guarda a sua boca preserva a sua alma, mas o que muito abre os seus lbios tem perturbao (Provrbios 13.3). Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperana h para o tolo do que para ele (Provrbios 29.20).

    Saber ouvir uma preciosa virtude, uma pessoa que se predispe a ouvir mais com certeza errar menos, a verdadeira sabedoria no estar em muito falar, mas em muito ouvir. Tiago estava precavendo a igreja dos conflitos entre os mestres que tentavam conduzir o povo ao esprito partidrio e ao cime. Tais mestres eram bem conhecidos na igreja primitiva, estavam mais preocupados consigo mesmo, sua posio eclesistica, e com seu muito falar, em vez do bem-estar da igreja. Tiago aconselha que haja prudncia e que se oua bastante, em vez do falatrio intempestivo e da denncia aguda.

    A maneira como nos propomos a ouvir que determina a qualidade de nossas atitudes.

    2. Tardio para falar.

    Falar ajuda muita coisa, ter essa desenvoltura importante em diversas situaes

    na vida. Em outras imprescindvel falar pouco e pensar bem antes de falar.

    Ou seja, o certo ser moderado e saber agir certo em todas as situaes.

    No contexto da carta de Tiago, era prudente falar menos, evitar falatrios, o falar

    pode matar, destruir. Observe que o falar estava envolvido com a ira, dio, portanto,

    deviria ser evitado falar demais, para no provar tais sentimentos.

  • 3- Controle a sua ira.

    Quando um cristo permite a manifestao do sentimento de ira, ele fica incapaz de agir com justia.

    lcito irar-se?

    No devemos, no entanto, confundir a raiva, como outras disposies do corao,

    como o ressentimento, o dio, a amargura, o senso de vingana. No se ponha o sol

    sobre a vossa ira so as palavras com as quais o apstolo completa o seu conselho, e

    no podemos esquec-las.

    Um alimento pode ser muito saboroso, mas se o deixarmos fora da geladeira por

    muito tempo, ele se estragar e envenenar quem o comer. Da mesma maneira, a raiva

    estagnada, a mgoa rancorosa, a ira sobre a qual o sol se pe nos envenena. Precisamos

    encarar nossa ira e resolv-la, antes que, abafada pela censura ou insuflada pelo orgulho,

    se transforme em rancor.

    A ira humana pode ser prejudicial. Da mesma forma que outras emoes, a ira

    pode ser destrutiva caso no seja manifestada de acordo com as diretrizes bblicas, Ef 4:

    26-29. Este texto torna muito claro que entristecemos o Esprito Santo atravs do

    amargor, indignao, clera, gritos, injrias e malcias, que so a hostilidade da alma.

    Paulo, aos Glatas 5.20, coloca a ira, a dissenso e a indignao na mesma

    categoria dos crimes da embriaguez e das orgias dizendo: eu vos previno, como j fiz,

    aqueles que praticam isso no herdaro o reino de Deus.

    A ira humana facilmente se torna pecaminosa. Quando comeamos a defender nosso Ego, quando atacamos algum ao invs de atacar o erro dele, quando a chama da ira alimentada, ela se torna um fogo que destri. Portanto, devemos controlar e evitar a manifestao da ira. I PRATICANTES E NO APENAS OUVINTE DA PALAVRA (Tg 1.21-25) 1. Enxertai-vos da Palavra (21).

    Pode ser traduzida por aquilo que inato, congnito a palavra "enxertada", ou

    seja, assim como um galho s tem vida quando implantado ou enxertado na rvore, o

    crente s tem vida espiritual quando a palavra de Deus faz parte do seu ser, quando ela

    parte integrante da sua essncia. A palavra tambm usada como semente em 1 Pedro

    1.23, onde diz que ns fomos gerados de semente incorruptvel e no da corruptvel.

    A analogia da rvore para ilustrar a relao do crente com a palavra de Deus tem

    o intuito de ensinar que no devemos receb-la superficialmente, no devemos contentar

    apenas em ler alguns versculos por dia ou s no momento da leitura oficial na igreja,

    devemos medit-la dia e noite para que os seus ensinos faam parte da nossa prpria

    personalidade, os nossos pensamentos e carter devem refletir a essncia da bblia

    sagrada, por isso o apstolo Paulo afirmou "Vs sois a nossa carta, escrita em nossos

    coraes, conhecida e lida por todos os homens."(2Co 3.2). Quantas vezes quando

    estamos nos comportando de certo modo e repentinamente surge um versculo em nossa

    mente dizendo que aquele comportamento no apropriado, isso acontece porque a

  • palavra de Deus est enraizada em nossa mente e intelecto, antes mesmo de fazermos

    algo ela como se fosse um semforo sinalizando para parar, nos alertando sobre o perigo

    que corremos.

    2. Praticai a Palavra (22- 24).

    "...Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha; Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela no caiu, porque tinha seus alicerces na rocha;

    Mas quem ouve estas minhas palavras e no as pratica como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia; Caiu chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda..." (Mt.7:24-27).

    A verdadeira sabedoria no est em conhecer toda a Bblia, mas em praticar aquilo que se sabe dela!

    3. Persevere Ouvindo e agindo (v.25).

    Nesse versculo, Tiago apresenta duas situaes contrastantes. Primeira, o crente bem-aventurado age em funo daquilo que conhece, em vez de fazer como se fora um ouvinte esquecido. Tal esquecimento no se deve perda de memria, mas falha em no pr em prtica o ensino numa situao cotidiana. Tiago repete a questo, dizendo que, quando o crente pratica o que sabe, abenoado no que realizar. a ao que recebe nfase. Segunda, a pessoa abenoada nela persevera, isto , continua a agir dessa maneira, pois somente atravs da continuao que ocorre uma mudana e um desenvolvimento permanentes.

    III - A RELIGIO PURA E VERDADEIRA (Tg 1.26,27) 1. A falsa religiosidade.

    Religio o conjunto de crenas, prticas e princpios que regem as relaes entre o homem e a divindade.

    O Novo Dicionrio da Bblia (Editora Vida Nova) afirma que a palavra religio chegou lngua portuguesa, atravs da Vulgata, onde religio usada para traduzir o vocbulo grego thrskeia. Um dos seus primeiros usos registrados uma parfrase do sculo 13 d.C, a respeito de Tiago 1.26 e seguinte. parte de seu uso nessa passagem, o vocbulo ocorre somente em At 26.5, onde tem em vista o judasmo (Gl 1.13 e seguintes). Tanto aqui como nos apcrifos, thrskeia se refere a uma expresso externa de crena, e no significa (conforme nosso emprego da palavra religio, em frases tais como a religio crist contrastada com o budismo) o contedo da crena. A hesitao de nossos dias no uso da palavra religio quer a respeito do contedo da f crist quer a respeito de sua expresso em adorao e servio, se deve convico que o cristianismo difere de todas as demais religies e que seu contedo foi revelado por Deus, sendo uma expresso externa, por parte dos crentes, no na tentativa de obterem a salvao, mas antes, para atravs dela expressarem seu profundo agradecimento.

    Se algum cuida ser religioso... Noutras palavras, ser que determinado crente se julga um bom cristo, muito piedoso? A nfase est no desempenho religioso, e provavelmente inclui atos de culto como a orao, o jejum e o dzimo. Tiago no condena tais atividades, mas acrescenta o seguinte: e no refreia a sua lngua, antes engana o seu corao, a sua religio v. Noutras palavras, as prticas religiosas so timas, mas, se no vierem acompanhadas de um modo de viver tico, nada valem, so menos do que

  • inteis, porque se transformam em autoengano. Se um filho de Deus fechar o seu corao para o grito dos pobres que vivem em torno dele, ento sua religio falsa e isso o torna hipcrita.

    Tende cuidado para que ningum vos faa presa sua, por meio de filosofias e vs sutilezas, segundo a tradio dos homens, segundo os rudimentos do mundo e no segundo Cristo - Colossenses 2.8. Muitos ensinamentos religiosos tem sua origem na sabedoria, tradies e supersties dos homens, no em Cristo. A fascinao sedutora do entendimento e da pesquisa humana um dos principais apelos de muitas religies. At mesmo as nfases dentro das religies "crists" sobre poderes especiais associados com vrios objetos santos, peregrinaes a santurios e oraes poderosas so apelos s tradies e filosofias dos homens. Se no o que Cristo revelou, ento sem valor.

    2. A verdadeira religio (v.27).

    "A religio pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai esta: visitar os rfos e as vivas nas suas tribulaes e se guardar da corrupo do mundo. Uma vez que os rfos e vivas no tinham assistncia na sociedade antiga, eram exemplos tpicos daqueles que precisavam de ajuda. Como a preocupao de Deus para com essas pessoas grande, certamente esperado que Ele cuide de seu bem-estar. Ento, preciso visit-los de acordo com a Epstola. A palavra "visita" significa mais do que aparecer em sua casa para uma visita social, refere-se a aliviar as necessidades das vivas e rfos. Alm da caridade amplificada, a manuteno da pureza pessoal outro meio pelo qual a verdadeira religio se expressa.

    ...pura e sem mcula... Sem vcios, sem reprimendas, agradvel aos olhos de Deus, como eram as ofertas sem defeito. bvia a aluso ao sistema de sacrifcios da lei mosaica; porm, ao invs de dar qualquer valor a essa superioridade religiosa, o autor sagrado mostra que a verdadeira pureza no se acha nos sacrifcios de animais, e, sim, no corao do adorador, que ento se caracterizar por uma religiosidade sem mcula e sem dvidas. 3. Guardando-se da corrupo (v.27).

    Corrupo (do latim: Corruptus despedaado, ou em uma segunda acepo, ptrido) o ato de se corromper, ou seja, obter vantagem indevida, seja por ao ou omisso, observando-se a satisfao de benefcio prprio, a despeito do bem comum. Ao contrrio do saber popular, a corrupo no s poltica, e nem sempre envolve dinheiro. Existem trs formas de se corromper: pelo abuso, pela omisso ou pelo desvio.

    CONCLUSO

    Muitas vezes somos trados pela tendncia de falar sem pensar e de forma

    irrefletida. Deus, em sua infinita sabedoria, nos fez possuidores de uma s boca e dois

    ouvidos, querendo com isso que utilizssemos em dobro nossa capacidade de ouvir e

    nos habitussemos conteno de palavras inteis e julgamentos inconvenientes.

    que sejamos verdadeiros cristos e no meros praticantes religiosos.

  • FONTE DE PESQUISA 1. Bblia Pentecostal, Traduzida por Joo Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida, Edio 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ. 2. Bblia Shedd, Traduzida por Joo Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil 2 Edio, Sociedade Bblica do Brasil, Barueri, SP. 3. Bblia de Estudo Plenitude, Traduzida por Joo Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida, 1995, Sociedade Bblica do Brasil, Barueri, SP. 4. CLAUDIONOR CORRA DE ANDRADE, Dicionrio Teolgico, p. 286, 8 Edio, Ed. CPAD, Rio de janeiro, RJ. 5. Champlin, Russell Norman, 1933 - O Novo Testamento Interpretado: versculo por versculo: Volume 6: Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 Joo, 2 Joo, 3 Joo, Judas, Apocalipse / Russell Norman Champlin. So Paulo: Hagnos, 2002. 6. Novo Comentrio Bblico contemporneo - Peter A. Davids - Baseado na Edicao Contempornea de Almeida, Editora Vida. 7. A Epstola de Tiago - traduo e comentrio - W. C. Taylor 1942- Casa Publicadora Batista. 8. Lou Seckler - Aprenda a viver - So Paulo/SP - Ed. Ixtlan, 2013. Lies do livro de Tiago - Traduo: Eliomar Tadeu - Reviso Textual: Raquel Ferreira de Souza