Levantamento Funcional - Solum - Coimbra
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UNIVERSIDADE DE COIMBRA
FACULDADE DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
LEVANTAMENTO FUNCIONAL DAS RUAS ANTÓNIO FELICIANO DE CASTILHO E JORGE
ANJINHO NO BAIRRO DO SOLUM, FREGUESIA DE SANTO ANTÓNIO DOS OLIVAIS –
COIMBRA, PORTUGAL
Docente Profa Dra Claudete Carla Oliveira Moreira
Cadeira Geografia Urbana
Discente Raphael Costa Cristovam da Rocha
Maio 2012
Sumário
1 – Introdução ....................................................................................................................................1
1.1 – Cidade ....................................................................................................................................1
1.2 – Coimbra..................................................................................................................................2
1.3 – Solum .....................................................................................................................................3
1.4 – Levantamento funcional .........................................................................................................4
2 – Metodologia e materiais ...............................................................................................................5
3 – Objetivos .......................................................................................................................................5
4 – Resultados ....................................................................................................................................5
5 – Considerações Finais ................................................................................................................... 17
Bibliografia ....................................................................................................................................... 19
Tabela 1 – Porcentagem das variáveis. ................................................................................................7
Tabela 2 – Porcentagem das variáveis. ................................................................................................8
Tabela 3 – Porcentagem das variáveis .................................................................................................9
Tabela 4 – Porcentagem das variáveis .................................................................................................9
Tabela 5 – Porcentagem das variáveis ............................................................................................... 11
Tabela 6 – Porcentagem das variáveis ............................................................................................... 11
Tabela 7 – Porcentagem das variáveis ............................................................................................... 12
Figura 1...............................................................................................................................................4
Figura 2...............................................................................................................................................7
Figura 3...............................................................................................................................................8
Figura 4...............................................................................................................................................9
Figura 5............................................................................................................................................. 10
Figura 6............................................................................................................................................. 11
Figura 7............................................................................................................................................. 12
Figura 8............................................................................................................................................. 14
Figura 9............................................................................................................................................. 15
Figura 10 ........................................................................................................................................... 16
Figura 11 ........................................................................................................................................... 17
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1 – Introdução
1.1 – Cidade
Uma cidade, tal qual conhecemos, pode designar-se como uma concentração aglomerada de
pessoas que utilizam este local como seu lar e local de trabalho, normalmente. Não obstante, este
termo, embora não seja clara sua definição, é alvo de constantes discussões. Porém, é comum
designá-la como uma dada entidade político-administrativa urbanizada. Ainda que, porém, a palavra
"cidade" é também usada para delinear uma área de urbanização adjacente (que pode compreender
distintas entidades administrativas). Exemplo disso, a cidade de São Paulo, no Brasil, capital do
Estado homônimo, abrange uma população de 11,2 milhões de habitantes. Já a Grande São Paulo
(nome conhecido pelo aglomerado urbano de 39 municípios) engloba um total de 19,8 milhões de
habitantes. Logo quando uma pessoa refere-se à cidade de São Paulo, normalmente referem-se à
Grande São Paulo e não à cidade propriamente dita.
A cidade diferencia-se de termos como vila ou outras entidades urbanas por suas
características quantitativas e qualitativas ditas quais, por exemplo, população, densidade
populacional ou estatuto legal. Assim sendo, sua designação é multiforme por sua situação,
tamanho, arquitetura, organização interna, papel na vida regional ou nacional.
Aos profissionais da geografia, como evidenciado por Beaujeu-Garnier (1983), a cidade seria:
[...] por corresponder a um modo particular de ocupação do solo; por se reunir
num espaço mais ou menos vasto, mas no entanto muito denso, grupos de
indivíduos que vivem e produzem; a cidade pode ser dinâmica e próspera ou
degradada quase moribunda; é o nó de fluxos sucessivamente centrípetos ou
centrífugos, de toda a natureza; em diversos graus e sob várias formas, a cidade é o
elemento fundamental da organização do espaço.
Não há um padrão para a definição de cidade em termos mundiais, havendo assim que cada
país adote sua definição. Porem há uma definição no sentido mais lato da palavra que foi, assim,
adotada pelo Conselho Europeu de Urbanistas (CEU) em maio de 1998 através da Nova Carta de
Atenas que diz: “estabelecimento humano com certo grau de coerência e coesão”. Esta definição
engloba tanto os conceitos de línguas que não distinguem as vilas de cidades (por ex., francês ville),
como os conceitos das línguas que distinguem cidades de contíguos ainda maiores (por ex.,
alemão Großstadt).
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Como evidenciado anteriormente, o termo cidade na concepção portuguesa refere-se a um
contíguo populacional que a certa altura foi abrangida a esta classe por uma entidade político-
administrativa (Rei ou Parlamento). No geral, o título é outorgado a sítios já existentes, mas, outrora,
pôde retribuir à fundação de uma nova povoação. Em 1991 encontravam-se 96 cidades oficiais. Há
cidades para as quais não se sabe em que data nem por que meio adquiriram esse estatuto, como
são os casos de Lisboa, Porto, Braga, Lamego, Viseu, Coimbra, Évora, Silves, entre outras.
A heráldica dos agregados urbanos de Portugal cogita a diferença entre cidades, vilas e aldeias, com
o brasão de armas de uma cidade encimado por uma coroa com 5 torres, o de uma vila com 4 e o de
uma aldeia com 3. Essa diferença entre cidades e vilas ainda está em uso em outros países lusófonos,
mas no Brasil já não é mais usada.
1.2 – Coimbra
Coimbra (imagem 1) é uma cidade milenar, repleta de importâncias históricas e econômicas,
berço de 6 reis portugueses, da Primeira Dinastia e da primeira universidade portuguesa. Desde o
século XII que Coimbra já apresentava uma estrutura urbana que a dividia em alta, então chamada
de Almedina onde viviam os aristocratas, os clérigos e mais tarde os estudantes e a baixa onde se
concentrava o comércio, o artesanato e os bairros ribeirinhos.
Imagem 1
A cidade, que se edificava pelo morro sobre o Rio Mondego, era chamada pelos romanos de
Aeminium. Passa a ser sede de Diocese devido à sua crescente importância, substituindo, assim, a
cidade romana de Conímbriga. Com a chegada dos Mouros, em 711, Coimbra não fica esquecida
tornando-se, logo, em um importante empório comercial entre o norte cristão e o sul árabe, com
3
uma forte comunidade moçárabe. Torna-se, em 871, Condado de Coimbra, mas somente em 1064
que a cidade é reconquistada por Fernando Magno de Leão definitivamente.
Com o renascimento de Coimbra, esta se torna a mais importante cidade abaixo do
rio Douro, capital de um extenso condado governado pelo moçárabe Sesnando. Com o Condado
Portucalense, o conde D. Henrique e a rainha D. Teresa fazem de Coimbra, sua residência e que
alguns autores pensam que o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que fez dela a capital do
condado substituindo Guimarães, vinha a nascer. Coimbra conservará até 1255 a qualidade de
capital, passando este título à Lisboa que já nesse período da história pátria melhor servia aos
desígnios nacionais.
Desde meados do século XVI, a história de Coimbra esta intimamente ligada à história
da Universidade de Coimbra, uma vez que esta universidade foi concebida no ano de 1290 ao pedido
do então rei D. Dinis I, no qual assinara em Leiria no dia 1º de março, o documento Scientiae
thesaurus mirabilis que criaria a universidade e com o pedido de confirmação do papa Nicolau
IV que após idas e vindas de Lisboa para Coimbra, esta retorna por definitivo em 1537 a Coimbra por
ordem de D. João III.
No século XIX, a cidade começa a expandir para além do seu casco muralhado com as
reformas levadas adiante pelo Marquês de Pombal.
Coimbra, em meados século XX, expandia-se de forma a ajustar ao novo meio de transporte
introduzido em 1911, os carros de tração elétrica. Essa introdução dos carros de tração elétrica levou
à expansão da cidade pelos subúrbios, dando consistência à formação de novos bairros que forma
envolvendo as aldeias periféricas como Celas, Olivais e Calhabé.
Posteriormente, com a construção da Cidade Universitária, gera-se o desalojamento de
grande parte da zona residencial da Alta de Coimbra que foi demolida para dar lugar ao complexo
monumental da moderna Universidade, até então alojada no antigo paço real com alguns elementos
dispersos pela cidade.
A partir do desalojamento da Alta de Coimbra para a construção da Cidade Universitária,
foram criados novos bairros. Neste trabalho, o bairro estudado foi o Solum, situado na freguesia de
Santo António dos Olivais.
1.3 – Solum
Área residencial, cuja expansão teve início nos anos 60, e que herdou o nome da empresa
promotora - a Solum. Há aproximadamente 10 anos, Solum era bem diferente do que se vê hoje.
Outrora havia alguns prédios, o antigo Estádio Municipal de Coimbra, as escolas de Avelar Brotero e
4
da Infanta Dona Maria, das quais já existentes há mais tempo, as antigas piscinas do Município de
Coimbra, o centro comercial Girasolum, a Igreja de São José, etc. Hoje, muito alterada desde a
construção de dois novos edifícios comerciais: O Atrium Solum e o Dolce Vita. O Dolce Vita é
privilegiado devido à ligação com o novo Estádio Municipal de Coimbra, este construído para o Euro
2004. Foram também construídas as Novas Piscinas Municipais de Coimbra, remodelou-se a Avenida
Elísio de Moura e construíram-se novos prédios. A zona do Solum atualmente é uma das mais ricas
da cidade.
O Centro Comercial Gira Solum também foi remodelado, tanto por dentro quanto por fora,
devido ao seu aspecto e por estar desatualizado, então, para a atualidade.
1.4 – Levantamento funcional
O levantamento funcional de uma região consiste basicamente na coleta de dados
pertinentes quanto à quantidade de comércio, serviço, habitação, etc., representados em uma dada
parte da cidade ou zona. Este estudo permite verificar a importância de cada setor neste dado
espaço proporcionando aberturas para uma análise profunda quanto à melhoria do mesmo, por
exemplo.
Neste trabalho, evidenciam-se, no bairro da Solum, somente as ruas António Feliciano de
Castilho e Jorge Anjinho (figura 1).
Figura 1
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2 – Metodologia e materiais
As coletas de dados para este trabalho foi realizado por visitas in situ às ruas António
Feliciano de Castilho e Jorge Anjinho, levando em consideração as variáveis para análise comércio,
serviço, habitação, banco e devolutos. Áreas de estacionamento, parques e terrenos em construção
não foram levantadas por não haver importância nem quantitativa quanto qualitativa.
Os dados, assim sendo, foram levantados em meados de abril e não atualizadas desde então.
Foram utilizados os softwares Arcview 9.3 e Corel Draw X5 para a fabricação da cartografia e
dos gráficos apresentados neste trabalho e o software Microsoft Word 2010 para a digitação deste
mesmo texto.
A planta da cidade de Coimbra utilizada foi fornecida pela Universidade de Coimbra em
formato de shapefile utilizado no software Arcview 9.3.
A literatura obtida foi pesquisada na biblioteca do Instituto de Geografia da Universidade de
Coimbra e por pesquisas na internet.
3 – Objetivos
Este trabalho tem como escopo analisar a região do Solum em termos de unidades funcionais
utilizando as variáveis para pesquisa o comércio, o serviço, bancos, a habitação, a garagem, posto de
transformação elétrica e espaços vagos, ditos devolutos. O estudo baseia-se na coleta de dados in
situ de caráter quantitativo e qualitativo de cada edifício nas dadas ruas para posteriormente serem
analisados, compreendidos e assim, tirar conclusões.
4 – Resultados
Coimbra desde seu começo sofreu inúmeras alterações no decorrer de sua história. Muitas
civilizações passaram por estas cidades, os árabes, os romanos, os mouros, invasão francesa,
deixando para trás, um rastro de suas ocupações. Não tão distante na história, Coimbra é palco de
novas renovações em seu esqueleto urbano com a desapropriação das casas da Alta de Coimbra para
a construção da Cidade Universitária, nomeadamente a alta universitária, Pólo I, onde se situam a
reitoria e os serviços administrativos, partilhando o edifício histórico da Universidade com a
Faculdade de Direito. Ainda na Alta Universitária, situam-se as Faculdades de Letras e de Psicologia,
bem como os Departamentos de Arquitetura , Bioquímica, Ciências da Vida, Química, Física, Geologia
6
e Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC). Completam o conjunto o edifício da
Biblioteca Geral e Arquivo.
Com esta mudança no cenário de Coimbra, a população, que uma vez habitava a Alta de
Coimbra, foi remanejada para a periferia da cidade, onde, por exemplo, existem os bairros de Norton
de Matos, Vale das Flores, Solum, etc., para não nomear vários de igual importância.
O bairro Solum foi iniciado na segunda metade dos anos sessenta aos anos oitenta. Este
seguiu alguns dos princípios do modelo urbano da Carta de Atenas. Hoje é considerado um dos
bairros mais ricos da cidade, sendo assim um bairro de classe média alta. Faz parte da cidade
contínua (cidade antiga e atuais expansões, muito bem delimitada por acidentes topográficos: o Rio
Mondego, a poente e a sul, a Ribeira de Coselhas, a norte; o vale do Chão do Bispo, a nascente).
A grande centralidade de Coimbra continua a ser a Baixa, que integra a rua comercial Ferreira
Borges/Visconde da Luz, a Baixinha (Medieval), a Rua da Sofia e a Avenida Fernão de Magalhães,
porém têm surgido novos focos de centralidade mais periféricos, nomeadamente a Avenida Calouste
Gulbenkian (vários centros comerciais), a Solum com o centro comercial Girasolum e o Vale das
Flores com o Continente e o Makro.
No Solum, além do Girasolum, outro destaque de importância comercial e atrativo
populacional é o novo Estádio Municipal de Coimbra que esta integrado com o Shopping Center
Dolce Vita. Este oferece variadas oportunidades de comércio e serviço à população. Já o Girasolum,
apesar de constituir um projeto arquitetônico pouco erudito e numa fase inicial não ter
correspondido há um grande êxito comercial, constitui hoje uma importante referência da cidade,
um importante ponto de encontro.
Em relação ao levantamento funcional analisado nas ruas pertencentes ao bairro do Solum,
nomeadamente, Rua António Feliciano de Castilho e Rua Jorge Anjinho, foram obtidos os seguintes
resultados.
A Rua António Feliciano de Castilho envolve dois prédios em seu trajeto. Esta está dividida ao
meio pela Rua João de Deus Ramos. Sendo assim, a parte 1, como chamado neste trabalho, se
orienta para o oeste da cidade de Coimbra e a parte 2, do outro lado da Rua João de Deus Ramos, se
orienta em sentido leste. Na parte oeste, a rua envolve um prédio residencial fazendo-se necessário
o levantamento de dados e separados em forma de figura para facilitar a leitura e interpretação dos
dados.
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A Rua Jorge Anjinho se orienta de forma semelhante à Rua António Feliciano de Castilho,
com exceção na envolvência de prédios, pois esta somente segue um trajeto retilíneo.
Analisando a figura 2 da Rua António Feliciano de Castilho, sentido oeste, podemos tirar as
seguintes conclusões.
Figura 2
É notável a grande maioria de habitação em relação ao restante das variáveis quando
analisado desde o rés do chão até o último piso. Porém, verifica-se uma porcentagem significativa de
espaços vagos (tabela 1), estes que antes eram garagens de moradores deste mesmo prédio que os
transformaram em espaços comerciais e não existe nenhum comércio. Razão disto pode-se basear
no fato da proximidade do Girasolum, visto que estes se distanciam em aproximadamente em 50
metros.
Rua António Feliciano de Castilho – Sentido Oeste
Lado direito – Rés do chão %
Serviço 10,35%
Devolutos 17,25%
Posto de Transformação de energia 3,45%
Garagens 68,95% Tabela 1 – Porcentagem das variáveis.
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A segunda parte dos dados deste mesmo local e rua exibe um contraste mais interessante. O
Girasolum domina o lado esquerdo da rua na perspectiva atribuída na figura 3.
Figura 3
Com isso, nota-se que a presença do Girasolum nesta rua influência com enormidade o
comércio local (tabela 2), abrindo espaço, mesmo que com pouca presença, para os serviços.
Rua António Feliciano de Castilho - Sentido Oeste
Lado direito – Rés do Chão %
Serviço 3,85%
Garagens 96,15% Tabela 2 – Porcentagem das variáveis.
Ao analisar o sentido leste da Rua António Feliciano de Castilho, nota-se a variável comércio
com uma pequena presença em relação às outras variáveis, fundando-se na opinião de que a
distância em relação ao Girasolum ser maior deste lado da Rua António Feliciano de Castilho.
9
Figura 4
Nesta parte da análise, o rés do chão do lado esquerdo não possui garagem devido a mesma
ser posicionado nos pisos 1 e 2 do subsolo deste prédio. Logo, o espaço para salas comerciais ou de
serviço é beneficiado (tabela 3) por não terem que passarem por algum tipo de remodelagem em
comparação ao prédio do lado direito. Os espaços que eram garagens, hoje são comércio e serviço.
Sendo assim, a variável comércio se destaca no prédio do lado esquerdo (tabela 4).
Rua Antônio Feliciano de Castilho
Lado direito - Rés do Chão %
Serviço 57,10%
Devolutos 21,45%
Comércio 21,45%
Tabela 3 - Porcentagem das variáveis
Rua Antônio Feliciano de Castilho
Lado esquerdo - Rés do Chão %
Comércio 14,65%
Serviço 7,35%
Posto de Transformação de Energia 2,40%
Garagens 75,60% Tabela 4 – Porcentagem das variáveis
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Contrariamente ao que já tem sido analisado, esta parte da Rua António Feliciano de Castilho
simplesmente não segue o padrão das variáveis (figura 5). Nela, está contido um parque infantil e um
estacionamento. Já no rés do chão desta parte da rua, estão as garagens do prédio. O 1º piso é a
repetição do rés do chão da análise anterior.
Figura 5
Ao analisarmos as figuras 2, 3, 4, 5, baseando-se na porcentagem de ocupação de cada
variável levada em conta na coleta de dados, percebe-se claramente uma predominância de
habitações e suas respectivas garagens. O comércio e o serviço se baseiam em uma pequena
porcentagem, assumindo-se uma razão para tal, a proximidade de grandes centros comerciais
comparadamente e nomeadamente Girasolum e Dolce Vita. Estes comércios simplesmente
abastecem os residentes dos prédios ao redor deste local em particular e não visa uma oferta de
produtos a toda cidade de Coimbra. Com exceção do McDonalds por estar posicionado nesta rua,
mas que não sofre concorrência com mais nenhum estabelecimento de mesma categoria.
Analisando a Rua Jorge Anjinho, podemos notar grandes contrastes em relação à Rua
António Feliciano de Castilho (figura 6).
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Figura 6
Mesmo com a proximidade do Girasolum e Dolce Vita, a predominância do comércio nesta
rua é superior em relação às outras variáveis (tabelas 5 e 6). A presença de bancos nesta região
também tem expressão.
Tabela 5
Rua Jorge Anjinho
Lado direito - Rés do Chão %
Serviços 37,50%
Comércio 12,5%
Bancos 50%
Tabela 5 - Porcentagem das variáveis
Rua Jorge Anjinho
Lado esquerdo – Rés do Chão %
Comércio 100%
Tabela 6 - Porcentagem da variável Tabela 6
Analisando a outra parte da Rua Jorge Anjinho (figura 7), observa-se um vazio quando
endereçamos as construções e edifícios neste segmento da rua, pois por mais que haja ligação com a
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Rua Jorge Anjinho, os prédios e construções estão endereçados às ruas adjacentes e perpendiculares,
logo, somente um prédio tem seu endereço voltado à rua em si.
Figura 7
Analisando o rés do chão do único prédio endereçado à Rua Jorge Anjinho, verificamos uma
distribuição simétrica das variáveis (tabela 7). Já o primeiro piso deste prédio é o único que possui
uma ocupação diferente dos outros analisados. Este possui características de rés do chão. Porém, sua
distribuição também é simétrica por todo o piso.
Tabela 7
Rua Jorge Anjinho
Lado direito - Rés do Chão %
Serviços 33,33%
Comércio 33,34%
Banco 33,33%
1º Andar
Devoluto 33,33%
Banco 33,34%
Armazém 33,33%
Tabela 7 - Porcentagem das variáveis
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Finda análise dos dados coletados para a Rua Jorge Anjinho, as funções dos prédios também
são de caráter habitacional e os espaços no rés do chão são ocupados maioritariamente pelos bancos
e comércio. Esta característica é muito diferente das observadas anteriormente. Os bancos
indubitavelmente estão presentes para favorecer a população local no quesito proximidade, pois a
grande maioria das agências bancárias concentra-se no centro da cidade. O Solum, sendo uma zona
residencial e de grande volume de tráfego de carros e pedestres, comporta o volume de bancos aí
presentes.
Para sintetizar as figuras de modo plano e horizontal, as seguintes figuras (figuras 8, 9, 10 e
11) as resumem de forma sucinta.
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Figura 8
15
Figura 9
16
Figura 10
17
Figura 11
5 – Considerações Finais
Após analisar os dados acima, podemos concluir bem que, nesta parte da cidade,
nomeadamente o bairro do Solum, a habitação prevalece em relação às outras variáveis inseridas
para o estudo. Conclui-se que o comércio, de certa forma, é prejudicado por dois grandes centros
comerciais à sua proximidade, restando a este a diversificação dos produtos para serem ofertados. O
serviço nesta área abrange somente à localidade. Os bancos estão posicionados estrategicamente,
pois estão localizados na área de maior fluxo de carros e pedestres.
Embora a região seja maioritariamente residencial e possuem dois grandes centros
comerciais, o potencial comercial ainda é elevado. A concentração de pessoas pode engendrar novos
mercados de diferentes especializações para suprir as necessidades dessa população. Como
informado anteriormente neste trabalho, o Girasolum, na sua gênese, tinha sua centralidade
comercial muito diferente do que exerce hoje. Não conseguiu chegar ao seu êxito comercial, se
tornando, não menos importante, um reconhecido e importante ponto de encontro da cidade.
Com a construção do novo estádio municipal e o Dolce Vita, o comércio de certa forma
limitou-se ao que não se encontra lá. Todavia, é comum o preço de certas mercadorias oferecidas
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neste estabelecimento serem mais caros que os periféricos ocasionando a procura de mercadorias
com preço competitivo.
Assim sendo, o comércio nessa parte da cidade pode tornar grandioso.
19
Bibliografia
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