Levantamento dos parâmetros fitossociológicos de um fragmento da caatinga em área de...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU FECLI CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS THAMIRES ALVES DO CARMO LEVANTAMENTO DOS PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DE UM FRAGMENTO DA CAATINGA EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NO IFCE MUNICÍPIO DE IGUATU - CE IGUATU CE 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU – FECLI

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

THAMIRES ALVES DO CARMO

LEVANTAMENTO DOS PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DE UM

FRAGMENTO DA CAATINGA EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NO IFCE

MUNICÍPIO DE IGUATU - CE

IGUATU – CE

2012

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THAMIRES ALVES DO CARMO

LEVANTAMENTO DOS PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DE UM

FRAGMENTO DA CAATINGA EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NO

IFCE MUNICÍPIO DE IGUATU - CE

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, para obtenção do título de graduação – Licenciatura em Ciências Biológicas. Orientadora: Profa. Esp. Mayle Alves Bezerra Co – orientador: Profº Ms. Demontiêu Soares

IGUATU-CE 2012

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Dedico aos meus pais Antonia Alves do Carmo

e José Alves de Oliveira, aos meus irmãos

Lenival, Sônia, Livanilda, Lenilda, Junior,

Carlos, Fábio, Renato e Ailhane que da

maneira que poderam me ajudaram muito, e

aos meus queridos sobrinhos Matheus,

Mathias, Leticia, Ana Clara, Antoniel,

Helckssom e Ana Lívia.

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É melhor atirar-se a luta em busca de dias

melhores, mesmo correndo o risco de

perder tudo, do que permanecer estático,

como os pobres de espírito, que não

lutam, mas também não vencem, que não

conhecem a dor da derrota, nem a glória

de ressurgir dos escombros. Esses

pobres de espírito, ao final de sua jornada

na Terra não agradecem a Deus por

terem vivido, mas desculpam-se perante

Ele, por terem apenas passado pela vida.

(Bob Marley)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, e de forma especial, a DEUS, por estar comigo em todos os

momentos da minha vida. Dando-me forças para continuar a caminhada, e me

ajudando quando mais preciso;

Aos meus pais, irmãos, sobrinhos e cunhados por estarem sempre ao meu lado, em

todos os momentos. Amo muito todos eles, como também, agradeço a Deus por tê-

los em minha vida;

Ao meu irmão Renato que não mediu esforços em minhas idas e vindas para a

faculdade com suas caronas, pois se não fosse ele, diria que teria sido muito difícil o

meu deslocamento até a universidade, meu obrigada especial.

A todos os professores da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu –

FECLI, pelos conselhos e incentivos ao longo do curso;

A minha orientadora Profª Esp. Mayle Bezerra, pela orientação concedida, como

também sua ajuda e disposição na pesquisa de campo, que sempre se dispôs de

uma forma ou de outra, para a realização desse trabalho;

Ao Instituto Federal do Ceará - IFCE, pela sua grandiosidade em autorizar e apoiar

o trabalho de pesquisa que culminou com essa monografia;

Ao meu co - orientador Profº Ms. Demontiêu do IFCE, pelo inestimável auxílio no

acompanhamento á trilha, não medindo esforço para viabilizar as visitas juntamente

comigo, ajudando na coleta de dados e identificação de espécies e pelo apoio

incondicional na execução do trabalho de pesquisa;

Ao Agrônomo Flávio Batista por sua paciência e pelas palavras de motivação nos

momentos de desânimo que fizeram tornar reais os objetivos deste trabalho, diria

que foi um anjo que Deus colocou na minha vida, minha eterna gratidão;

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A todos que participaram diretamente com as etapas da Pesquisa: João Victor,

Maiara Alves, Jessika Saene e os meus sobrinhos Matheus Alves e Mathias Alves;

A todos os colegas da turma 2008.2: Maiara, Heryman, Nikaelly, Marlucia, Aila,

Lucilane, Jessika, Denis, Kemili, Jamile, Elvis, bem como aos de outros semestres,

que conheci no decorrer do Curso;

Aos meus amigos do peito esquerdo que conquiste no decorrer do curso João Victor

e Livia que sempre estiveram do meu lado me incentivando e me dando forças pra

continuar essa jornada que em alguns momentos foi muito difícil, obrigado por tudo;

Ao meu namorado e amigo, que da maneira que pode me ajudou muito, sempre me

incentivando a seguir em frente e apoiando nas minhas decisões;

Aos meus amigos de toda natureza, que de uma forma ou de outra contribuíram

para esta jornada;

Enfim a todos que direta ou indiretamente cooperaram para a realização do presente

trabalho.

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RESUMO

A Caatinga, vegetação típica do semi-árido, está localizada em sua maioria no Nordeste brasileiro, com plantas adaptadas fisiologicamente a ambientes secos, apresentando uma vegetação bem acentuada com árvores baixas e arbustos espinhosos, além de muitas cactáceas. Muitas são as áreas devastadas da caatinga que sofre diversos impactos ambientais, causados por ação antrópica. O estudo da fitossociologia abrange as inter-relações de espécies vegetais no espaço e no tempo, sendo esta importante no estudo quantitativo da composição, estrutura, funcionamento, dinâmica e distribuição da comunidade vegeta. Objetivou –se neste estudo realizar o levantamento dos parâmetros fitossociológicos de um fragmento da caatinga, na área de preservação ambiental, para melhor conhecer a dinâmica e estrutura do ecossistema local. O estudo foi desenvolvido em uma área de preservação ambiental do Instituto Federal do Ceará – IFCE, localizadas entre as coordenadas 6°23’38’’ a 6°23’58’’ S e 39°15’21’’ a 39°15’38’’ W, campus Cajazeiras, cidade de Iguatu, situada na bacia do Alto-Jaguaribe, distante 380 km da capital Fortaleza. Foram utilizadas quatro parcelas amostrais de terreno, com 10 X 10 m cada, consideradas apenas plantas vivas, com altura a partir de 1,30m. Após a marcação das parcelas e a identificação vulgar de cada planta foi levantado o número total de plantas, e de espécies em cada parcela, no diâmetro ao nível do solo igual ou superior a 3 cm. Observou – se que a vegetação do IFCE apresenta estrato arbustivo – arbóreo fechada, apresentando nas áreas amostradas 782 indivíduos, pertencentes a 19 espécies, 17 gêneros e 13 famílias, ressaltando que foi considerado para o levantamento, apenas vegetais vivos. Pode-se identificar que as famílias Euphorbiaceae e Mimosaceae, possuem maior número de espécies, apresentando três espécies cada. A densidade total encontrada foi de 19.550 plantas/ha. Mediante os resultados obtidos, verifica-se que as espécies Croton sonderianus (Marmeliro), Capparis flexuosa (Feijão Bravo), Caesalpinia pyramidalis Tul (Catingueira), Mimosa caesalpiniifolia Benth (Sabiá), e Pithecolobium dumosum (Jurema Branca),destacaram em relação às demais devido aos seus mais elevados valores de dominância, densidade, frequência e valor de Importância.

Palavras – chave: caatinga, fitossociologia, vegetação.

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ABSTRACT

The Caatinga, vegetation typical of semi-arid region, is located mostly in the

Northeast, with plants physiologically adapted to dry environments, presenting a well-

marked vegetation with low trees and thorny shrubs, besides many cacti. Many are

the devastated areas of caatinga who suffer various environmental impacts caused

by human action. The phytosociological study covers the interrelations of vegetables

species in space and time, which is important in the quantitative study of the

composition, structure, function, dynamics and distribution of the plant community.

The objective of this study was carry out the survey the phytosociological parameters

of a fragment of caatinga, in the area of environmental preservation, to better

understand the dynamics and structure of the local ecosystem. The study was

developed in an environmentally protected area of Instituto Federal do Ceará – IFCE,

located between coordinates 6°23’38’’ a 6°23’58’’ S e 39°15’21’’ a 39°15’38’’ W,

campus Cajazeiras, city Iguatu, located in the basin of the Alto Jaguaribe, 380 km

distant from the capital Fortaleza. Were used four sample plots of land with 10 X 10

m each, considered only living plants, with a height starting from 1.30 m. After

marking of parcelas and identification common of each plant, was raised the total

number of plants, and the species in each plot, in diameter at ground level equal to or

greater than 3 cm. We observed that the vegetation of IFCE has shown arboreal

shrub layer closed, presenting areas sampled 782 individuals, belonging to 19

species, 17 genera and 13 families, noting that was considered for the survey, only

living plant. One can identify that the families Euphorbiaceae and Mimosaceae, have

a greater number of species, each having three species. The total density found was

of 19,550 plants / ha. From the results obtained, it appears that the species Croton

sonderianus (quince), Capparis flexuosa (bean brave), Caesalpinia pyramidalis Tul

(catingueira), Mimosa caesalpiniifolia Benth (Sabiá), e Pithecolobium dumosum

(Jurema Branca), stood out over the others due to their higher values of dominance,

density, frequency and value of importance.

Keywords: Caatinga, phytosociological, vegetation.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11

2. OBJETIVOS...................................................................................................... 13

2.1 Geral........................................................................................................... 13

2.2 Específicos................................................................................................. 13

3. REFERENCIALTEÓRICO................................................................................. 14

3.1 Caatinga..................................................................................................... 14

3.2 Biodiversidade............................................................................................. 15

3.3 Parâmetros Fitossociológicos.....................................................................

3.3.1Densidade.................................................................................................

3.3.2 Dominância..............................................................................................

3.3.3 Frequência...............................................................................................

3.3.4Índice de Valor de Importância................................................................

17

18

19

19

19

3.4 Meio ambiente e educação........................................................................ 20

4. METODOLOGIA............................................................................................... 22

4.1Tipo de estudo............................................................................................ 22

4.2 Cenário da pesquisa................................................................................. 22

4.3 População e Amostra. .............................................................................. 23

4.4 Instrumento de coleta de dados................................................................ 23

4.5 Análise dos dados ................................................................................... 24

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 25

5.1 Identificação e classificação das espécies vegetais na área de

preservação ambiental..........................................................................................

25

5.2 Parâmetros fitossociológicos.................................................................... 31

5.2.1 Abundância............................................................................................ 31

5.2.2 Dominância............................................................................................ 33

10

5.2.3 Frequência............................................................................................. 35

5.2.4 Índice de Valor de Importância.............................................................. 38

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 41

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 42

APÊNDICES...........................................................................................................

APENDICE A..................................................................................................

48

49

11

1. INTRODUÇÃO

A Caatinga, vegetação típica do semi-árido, está localizada em sua

maioria no Nordeste brasileiro, com plantas adaptadas fisiologicamente a ambientes

secos, apresentando uma vegetação bem acentuada com árvores baixas e arbustos

espinhosos, além de muitas cactáceas. É o bioma brasileiro menos protegido e

estudado, possuindo desta maneira informações limitadas de pesquisas que

busquem compreender a dinâmica desse ecossistema.

Muitas são as áreas devastadas da caatinga que sofrem diversos

impactos ambientais, causados por ação antrópica como desmatamento, queimadas

e a substituição de espécies vegetais nativas, fazendo com que grandes extensões

desse bioma não consigam se recuperar, favorecendo assim o processo de

desertificação, colocando a caatinga entre os biomas mais ameaçados do mundo

(CAVALCANTE; NASCIMENTO, 2000).

No Ceará, assim como em toda a região nordeste, a degradação já se

generalizou, tornando-se muito difícil encontrar uma área com um ecossistema

original virgem, que ainda não tenha sofrido intervenção humana (MAIA, 2004 apud

LOPES, 2009). No entanto, mesmo com toda essa problemática, no Instituto Federal

do Ceará, campus Iguatu, está inserida uma área preservada de caatinga, nomeada

Ecotrilha, que ocupa uma área total de 50 hectares (ha) onde não é explorada,

quanto a sua fauna e flora, há pelos menos 20 anos, e como qualquer outra área

existente neste bioma, possui uma imensa riqueza biológica, principalmente no

tocante a vegetação, sendo essa caracterizada como plantas lenhosas fechada, de

acordo com classificação de Carvalho e Zákia (1994).

A diversidade de amostras de vegetação do bioma caatinga, até os dias

atuais identificadas, não permitiu, até o momento, a elaboração de um sistema de

classificação ideal, persistindo inúmeras questões não respondidas e lacunas a

serem preenchidas (GIULIETTI et al , 2004). O estudo da fitossociologia abrange as

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inter-relações de espécies vegetais no espaço e no tempo, sendo essa importante

no estudo quantitativo da composição, estrutura, funcionamento, dinâmica e

distribuição da comunidade vegetal (MARTINS, 1989 apud ARAUJO, 2007).

A deficiência de estudos sobre a biodiversidade da caatinga da Unidade

de Conservação no Instituto Federal do Ceará (IFCE) e a falta de informação desta,

nas escolas localizadas no Iguatu, principalmente nas proximidades da área de

preservação, foi a força matriz da realização da presente pesquisa, já que a unidade

de conservação do IFCE é de fundamental importância para preservação da

biodiversidade existente, como também a conservação das espécies endêmicas da

região. Tendo em vista todos esses aspectos, se faz necessário a realização do

presente estudo, uma vez que os parâmetros fitossociológicos, são eficazes no

sentido de buscar entender de maneira especifica a dinâmica desse ecossistema.

Portanto, o entendimento acerca do funcionamento dos mecanismos e

variáveis envolvidos no crescimento e desenvolvimento de espécies arbóreas no

bioma da caatinga, pode ajudar a explicar muitos dos questionamentos levantados

quando se pretende conciliar produção e conservação. Para, desta forma, subsidiar

planos de manejos adequados para esse bioma, assim como fomentar cada ação e

debates sobre educação ambiental, voltados para preservação e conservação do

nosso bioma.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Realizar levantamento dos parâmetros fitossociológicos de um fragmento da

caatinga, na área de preservação ambiental do Instituto Federal do Ceará campus

Iguatu, para melhor conhecer a dinâmica e estrutura do ecossistema local.

2.2 Objetivos Específicos

Identificar as espécies vegetais existentes no ecossistema no fragmento da

caatinga, na área de preservação ambiental;

Classificar as espécies vegetais no fragmento da caatinga, na área de

preservação ambiental;

Calcular as variáveis fitossociológicas;

Disponibilizar os resultados da pesquisa realizada no fragmento da caatinga,

na área de preservação ambiental,na biblioteca do IFCE campus Iguatu, para que os

gestores, docentes e discentes do IFCE possam estimular novos estudos e

pesquisas sobre a área.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Caatinga

O Nordeste do Brasil tem a maior parte de seu território tomado por uma

vegetação xerófila, de fisionomia e florística variada, denominada “caatinga”.

Fitogeograficamente, a caatinga ocupa cerca de 11% do território nacional,

envolvendo os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio

Grande do Norte, Ceará, Piauí e Minas Gerais (IBAMA, 2005). A vegetação da

caatinga é constituída, especificamente de espécies lenhosas e herbáceas, de

pequeno porte, comumente dotadas de espinhos, sendo, geralmente, caducifólias,

perdendo suas folhas no início da estação seca, e de cactáceas e bromeliáceas.

Estendendo- se por cerca de 735.000 km², a Caatinga delimita-se a leste

e a oeste pelas florestas Atlântica e Amazônica, respectivamente, e ao sul pelo

Cerrado. A Caatinga é um dos biomas mais ricos em biodiversidade, tanto por parte

da fauna como da flora, embora não conheçam essa variedade de riquezas

biológicas e endêmicas, portanto estudos recentes têm confirmado esse ponto de

vista e demonstrado o quão importante é a preservação da Caatinga para a

biodiversidade brasileira (LEAL et al, 2005).

Ao longo dos anos, a origem da vegetação caatinga vem sendo discutida,

mas resultados de estudos atuais indicam que é parte de uma floresta tropical seca

sazonal, que ocupou extensas áreas da América do Sul em períodos mais secos e

frios durante o Pleistoceno (PENNINGTON et al,1981 apud GIULIETTI, 2004).

Atualmente, a região da Caatinga tem 47 unidades de conservação com

diversos regimes de gerenciamento sendo 16 federais, 7 estaduais e 24 privadas,

que somam 4.956 km², aproximadamente 6,4% do bioma. Contudo, apenas 11

unidades de conservação, cobrindo menos de 1% da região, são áreas de proteção

integral, como parques nacionais, estações ecológicas e reservas biológicas (The

Nature Conservance do Brasil & Associação Caatinga, apud SILVA et al., 2004).

15

Dessa forma, a Caatinga tem o menor número de unidades de

conservação e o bioma menos protegido entre todos os ecossistemas brasileiros.

Mesmo com tudo isso, a situação ainda é mais critica, sendo que as unidades de

conservação às vezes deixam lacunas em relação à proteção de toda a

biodiversidade da Caatinga, por exemplo, dos 13 principais tipos de vegetação

reconhecidos para a Caatinga, quatro não têm nenhum tipo de unidade de

conservação (SILVA et al, 2004).

De acordo com os autores supracitados, apesar de a caatinga ser o único

bioma brasileiro, cujos limites estão inteiramente concentrados ao território nacional,

pouca atenção tem sido dada à conservação e análise da variada e marcante

paisagem da Caatinga, e a contribuição da sua biota à biodiversidade extremamente

alta do Brasil tem sido subestimada. A extensão desse descuido é presente quando

são analisados os investimentos e pesquisas sobre biodiversidade e conservação

deste bioma.

Na última década passou-se a estudar mais detalhadamente este bioma,

mas ainda hoje pouco se conhece das suas potencialidades (OLIVEIRA et al, 2009).

3.2 Biodiversidade

A biodiversidade se refere tanto ao número (riqueza) de diferentes

categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade) dessas

categorias. E inclui variabilidade ao nível local, complementaridade biológica entre

hábitats e variabilidade entre paisagens (RODRIGUES, s/d)

O Brasil é dos países que possui a maior diversidade biológica do mundo

e de biomas com as mais diversas características, concorrendo com outro país,

dentre esses biomas, destaca-se a Caatinga, que atualmente sofre um alto nível de

desertificação, principalmente por parte das ações antrópicas (FREIRE; PACHECO,

2003).

16

O Brasil tem se tornado um líder mundial em conservação da

biodiversidade, devido ao sempre crescente quadro de profissionais de

conservação, embora as ameaças a vida silvestres e as paisagens naturais do país

sejam dramáticas, o país é privilegiado como é, todavia, dificilmente atrai atenção

pelo que possui; particularmente, é criticado pelo que está perdendo através do

desmatamento; da conversão das paisagens naturais em reflorestamentos,

plantações de soja e pastagens; e da expansão industrial e urbana (MITTERMEIER,

et al., 2005).

O estudo "Avaliação de Conservação das ecorregiões terrestres da

América Latina e no Caribe", realizado pelo Banco Mundial e a WWF, prioriza a

conservação da biodiversidade, onde são distribuídas em seis níveis por ordem de

importância, desta forma: I, II, III, IV, V e VI. O bioma caatinga está classificado no

primeiro nível, esta classificação, é obtida quando se analisa que além da situação

de vulnerabilidade do ecossistema, deva ser acrescentada a sua representatividade

para a biorregião (NÓBREGA, 2008).

As consequências de anos de extrativismo predatório são visíveis: perdas

irrecuperáveis da diversidade da flora e da fauna. Este processo de desertificação já

afeta cerca de 15% da Caatinga, o mau uso dos recursos deste bioma tem causado

danos quase irreversíveis (CIÊNCIA E CULTURA, 2002).

Alguns mitos foram mencionados em torno da biodiversidade da caatinga

e alguns deles são comumente citados; é um bioma homogêneo, onde sua biota é

pobre em espécies e em endemismos, como também é pouco alterada. Esses mitos

podem agora ser considerados superados, pois a caatinga não é homogênea, e sim

extremamente heterogênea e inclui pelo menos uma extensa área de diferentes

tipos de paisagens únicas (SILVA et al, 2005).

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Uma descrição da diversidade de macropaisagens do nordeste brasileiro,

especialmente na região da caatinga, demonstra que, ao invés de ser uma paisagem

pobre e pouco diversificada, o semiárido nordestino é extremamente diverso, tanto

por parte de seus recursos naturais, como da sua dinâmica social (SÁ; RICHÉ;

FOTIUS, 2003).

3.3 Parâmetros Fitossociológicos

A fitossociologia é o ramo da ecologia vegetal mais ampla que utiliza para

diagnóstico a abordagem quali-quantitativa das formações vegetacionais. Vários

pesquisadores defendem a aplicação de seus resultados no planejamento das ações

de gestão ambiental, como no manejo florestal e na recuperação de áreas

degradadas (ISERNHAGEN, et al., 2001).

No Brasil, as primeiras pesquisas fitossociológicas começaram na década

de 40, mas somente na década de 80 firmou-se como uma área de pesquisa das

mais acentuadas em ecologia, com massa crítica de trabalhos que permitiram bons

diagnósticos de parte da estrutura de diversos biomas brasileiros (MANTOVANI,

2002).

A utilização da ciência fitossociológica se presta, segundo RODRIGUES

e GANDOLFI (1998 apud ISERNHAGEN et al, 2001) a identificar quantitativamente

os parâmetros de uma comunidade vegetal, determinando índice de abundância,

relações de dominância e importância relativas; permite ainda deduções sobre a

distribuição espacial de cada espécie.

A aplicação de um método fitossociológico num dado local e num dado

tempo, permite fazer uma avaliação momentânea da composição da vegetação,

obtendo dados de frequência, abundância, densidade e índice de importância

relativa das espécies ocorrentes em uma dada formação (ERASMO; PINHEIRO;

COSTA, 2004).

18

Nos trabalhos fitossociológicos brasileiros, das variáveis determinadas

para vegetação lenhosa, a densidade, a altura e a área basal estão unidas à

ocupação do espaço e ao porte das plantas. No entanto, precisam ser analisadas

em conjunto para transmitir a ideia de plantas pequenas com copas deixando

espaços abertos ocupados apenas pela vegetação herbácea (AMORIM; SAMPAIO;

ARAÚJO, 2005).

Para o levantamento da vegetação arbustiva arbórea são alocados

aleatoriamente parte da vegetação, geralmente por parcelas. Opta-se por esse

método, por ser além de eficiente na caracterização de formações vegetais naturais,

possibilita catalogar diferentes estratos vegetais (ALENCAR; SILVA; BARROS,

2007).

O ponto de partida dos levantamentos quantitativos na vegetação

caatinga sensu stricto, deu-se a partir de inventários florestais realizados pelo

Departamento de Recursos Naturais da Superintendência do Desenvolvimento do

Nordeste (SUDENE), cujos fins eram descrever e caracterizar a vegetação xerofítica

nordestina, colaborar para a determinação do potencial madeireiro da caatinga e

mapear a vegetação de algumas áreas de caatinga no sertão de Pernambuco

(CARVALHO, 1971; GIRÃO e PEREIRA, 1971, 1972; MARTINS, 1989; SOBRINHO,

1974; SUDENE, 1979; TAVARES et al 1975 apud RODAL; MARTINS; SAMPAIO,

2008).

Os levantamentos florísticos na Caatinga apesar de ainda necessitar em

uma maior intensificação, já indicam que estas áreas apresentam uma extraordinária

diversidade florística e um grande número de espécies endêmicas. Além disso, pode

ser considerado um importante instrumento para a avaliação dos fragmentos

arbóreos-arbustivos existentes em uma determinada área (RAMALHO et al, 2009).

3.3.1 Densidade

A densidade mede a participação das diferentes espécies na floresta, de

acordo com MARTINS (1991), a densidade está relacionada ao número de

19

indivíduos pertencentes a uma determinada espécie que ocorre em uma associação

de plantas, sendo o número expresso em relação a uma determinada superfície de

área. A densidade pode ser absoluta, indicando o número total de indivíduos

pertencentes a uma determinada espécie, e relativa quando indica a participação de

cada espécie em percentagem do numero total de espécies encontradas na amostra

(LAMPRECHT, 1990).

3.3.2 Dominância

Atualmente, o termo dominância tem sido empregado em referência à

medida da seção horizontal do fuste, tomada a 1,30 m de altura, projetada no solo,

para expressar o espaço ocupado por cada árvore (MARTINS, 1991). A dominância

é estabelecida através da soma de todas as projeções horizontais dos indivíduos

pertencentes à mesma espécie. Então, a dominância mede o grau de influência que

uma espécie exerce sobre a comunidade.

Segundo MULLER-DOMBOIS & ELLENBERG (1974), a dominância

absoluta de uma espécie é dada pela soma da área basal de todos os indivíduos de

uma espécie presentes na amostra e a dominância relativa pela porcentagem entre

a área basal total da espécie e a área basal por unidade de área.

3.3.3 Frequência

Segundo HOSOKAWA et al., (1998), a freqüência mede a regularidade da

distribuição horizontal de cada espécie sobre o terreno, ou seja, a sua dispersão

média. Para determiná-la, divide-se a área da amostra em um número conveniente

de parcelas de igual tamanho entre si, onde se controla a presença ou ausência das

espécies em cada parcela.

A frequência absoluta mostra a ocorrência de cada espécie no total de

unidades de área amostradas, enquanto a frequência relativa mostra a distribuição

de uma determinada espécie em relação às demais, em porcentagem (BARROS,

1980).

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3.3.4 Índice de Valor de Importância

Segundo HOSOKAWA et al. (1998), “os dados estruturais (abundância,

dominância e freqüência) demonstram aspectos essenciais na composição florística

da floresta, mas são dados parciais, que isolados não informam sobre a estrutura

florística da vegetação”. Por isso, deve-se obter um valor que permita uma visão

mais ampla da estrutura das espécies ou caracterize a importância de cada espécie

no conglomerado total do povoamento.

O valor de Importância é obtido através da soma dos parâmetros de

densidade, dominância e frequência relativas, que permite inferir sobre o papel

exercido pela espécie na evolução da biocenose (MULLER-DOMBOIS &

ELLENBERG,1974).

A soma de diferentes parâmetros, se por um lado pode distorcer as

relações entre as variáveis estudadas, por outro permite visualizar de forma ampla o

desempenho das espécies na comunidade (MARTINS, 1991).

Segundo os autores Felfili & Rezende (2003) para se proceder a análise

desse parâmetro, deve-se não só considerar os valores obtidos pelo somatório da

densidade, freqüência e dominância relativa da espécie, mas analisar esse valor

junto a cada parâmetro que compõe sua fórmula isoladamente, caso contrário, pode-

se estar cometendo um erro e/ou mascarando informações verídicas a respeito do

grau de importância de cada espécie, comprometendo a sociologia, estrutura e

ecologia da comunidade vegetal em estudo.

4.3 Meio Ambiente e Educação

A educação ambiental exige o desenvolvimento de habilidades de

investigação crítica das realidades do meio em que vivemos, e de diagnóstico de

problemas que se apresentam. Aborda-se, inicialmente, a tomada de consciência de

21

que os problemas ambientais estão essencialmente associados a questões

socioambientais ligadas a jogos de interesse e de poder, e a escolhas de valores. A

educação ambiental instiga o exercício da resolução de problemas reais e a

concretização de projetos que visam a preveni-los. O desenvolvimento de

competências nessa área, fortalecerá o sentimento de que se pode fazer alguma

coisa, e este sentimento, por sua vez, estimulará o surgimento de uma vontade de

agir (SAUVÉ, s/d).

A educação ambiental expõe uma inovada discussão a ser incorporada

ao processo educacional, apresentando toda uma atual discussão sobre as

questões ambientais e sobre as consequentes transformações de conhecimento,

valores, e atitudes diante de uma nova realidade a ser construída (GUIMARÃES,

2007).

Em uma forma mais abarcante a educação ambiental, se propõe atingir

todos os cidadãos, por meio de um processo participativo estável que procura incutir

uma consciência crítica sobre a problemática ambiental. A relação ser humano e

natureza, que teve início com um pouca interferência nos ecossistemas, tem hoje

provocado, uma forte influência praticada sobre os recursos naturais.

22

4. METODOLOGIA

4.1 Tipo de Estudo

Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo e exploratório, com

abordagem quantitativa.

A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou

de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e

definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,

embora sirva de base para tal explicação (MORESI, 2003).

A pesquisa exploratória é bem flexível, de modo que quaisquer aspectos

relativos ao fato estudado têm importância, tem como foco a familiaridade com o

problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a facilitar a construção de

hipóteses. Esse tipo de pesquisa tem como principal objetivo o aprimoramento de

ideias ou a descoberta de intuições (GIL, 1991).

De acordo com o autor supracitado “a pesquisa quantitativa busca

quantificar os dados e aplicar alguma forma de análise estatística”.

4.2 Cenário da Pesquisa

O estudo foi desenvolvido em uma área de preservação ambiental do

Instituto Federal do Ceará – IFCE, localizadas entre as coordenadas 6°23’38’’ a

6°23’58’’ S e 39°15’21’’ a 39°15’38’’ W, campus Cajazeiras, cidade de Iguatu,

situada na bacia do Alto - Jaguaribe, distante 380 km da capital Fortaleza.

A área em estudo, ocupa 200 hectares, dentro da qual está inserida uma

porção preservada de caatinga, a Ecotrilha de 50 hectare. A vegetação é

caracterizada como arbustivo-arbórea fechada, de acordo com classificação de

23

Carvalho e Zákia (1994). A região apresenta, de acordo com a classificação de

Köppen, clima do tipo BSw’h’, representando um clima quente, semiárido, com

estação chuvosa atrasando-se para o outono. Apresenta curtos períodos de chuvas

sazonais com precipitações escassas e mal distribuídas, e a estação seca pode

prolongar-se por até dez meses (LEAL, 2005).

Os solos predominantes são aluviais, litólicos, podzólicos, vermelho-

amarelo e vertissolos (IPECE, 2004). Especificamente, na área estudada, o relevo é

suave ondulado e o solo se apresenta pouco profundo e pedregoso. A pluviosidade

média anual é de 805,3 mm concentrada entre os meses de fevereiro a abril. A

temperatura média anual da região situa-se em torno de 27°C.

4.3 População e Amostra

Foram utilizadas quatro parcelas amostrais de terreno, com 10x10 m

cada. A identificação botânica foi realizada inicialmente no campo com a ajuda de

um mateiro da região com boa experiência em levantamentos de vegetação, e

depois foi utilizado o sistema de classificação de Cronquist (1981), para identificação

científica. Neste levantamento foram consideradas apenas plantas vivas, com altura

a partir de 1,30m.

4.4 Instrumentos de Coletas de Dados

Após a marcação das parcelas, com a utilização de uma trena milimétrica,

e a identificação vulgar de cada planta, foi levantado o número total de plantas, e de

espécies em cada parcela, a altura estimada de cada planta, de acordo com a

metodologia de (RODAL, 1992), no diâmetro ao nível do solo igual ou superior a 3

cm.

Na medição do diâmetro, foi utilizado um paquímetro com marcação

milimétrica e para a medição da altura dos vegetais foi utilizado uma vara de 4

24

metros, no entanto essas medidas não tiveram contribuição no levantamento dos

parâmetros.

A cada medição os dados relevantes foram registrados em uma

caderneta de anotações para posterior análise.

4.5 Análise dos Dados

Os dados foram coletados mediante a autorização solicitada ao IFCE

(Apêndice A) e após a coleta dos dados no campo, foi calculada a densidade relativa

e absoluta, a dominância, a frequência relativa e absoluta e o índice de valor de

importância (IVI).

Os dados foram analisados estatisticamente através do programa Excel e

apresentado em tabelas. Após a conclusão do trabalho, os dados foram fornecidos

para o IFCE a fim de estimular outras pesquisas e estudos da área por professores e

estudantes da Instituição supracitada.

25

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Identificação e classificação das espécies vegetais existentes no

ecossistema no fragmento da caatinga, na área de preservação ambiental do

IFCE.

Embora existam alguns trabalhos relacionados com a vegetação da

caatinga, ainda faltava muito para o conhecimento das caatingas como um todo,

tendo necessidade de se realizar, em áreas localizadas, levantamentos das

espécies, determinando seus padrões de distribuição geográfica, abundância e

relação com os fatores ambientais, para que se possa estabelecer, com base em

dados quantitativos, os diferentes tipos de caatinga e suas conexões florísticas

(RODAL ,1992).

A heterogeneidade dos tipos de caatinga pode ser determinada pelo jogo

mais sensível dos fatores físicos, acrescidos dos fatores biológicos. Considerando a

ocorrência do tipo geral de vegetação, a caatinga, tem o clima semi-árido como fator

determinante, enquanto a altitude e as formas do relevo, aliadas às formações

superficiais, são os fatores determinantes da variação nos tipos de caatinga

(GOMES, 1980).

O estudo da composição florística visa identificar as espécies que

ocorrem em uma determinada área geográfica e representam uma importante etapa

no conhecimento de um ecossistema por fornecer informações básicas aos estudos

biológicos subsequentes. A florística, então, é reconhecidamente, uma das

necessidades prioritárias para a conservação e uso racional dos ecossistemas

terrestres (GUEDES-BRUNI et al., 1997)

Na composição botânica, é possível conhecer a estrutura taxonômica de

uma determinada área, com base na listagem das espécies identificadas, permitindo

sua comparação com outras áreas da caatinga. A distribuição das espécies na área

preservada da caatinga no IFCE é semelhante a outras áreas da vegetação em

diferentes lugares no Nordeste. A vegetação do IFCE apresenta estrato arbustivo –

arbóreo fechada, apresentando nas áreas amostradas 782 indivíduos, pertencentes

26

a 19 espécies, 17 gêneros e 13 famílias, ressaltando que foram considerados para o

levantamento, apenas vegetais vivos.

A quantidade de espécies identificadas na área de preservação ambiental

no IFCE, foi elevada, comparada com o trabalho de Amorim et al., (2005) em um

trecho da Estação Ecológica do Seridó, que identificou um numero de espécies

inferior ao encontrado no referido trabalho, sendo a área estudada, pelo autor, maior

do que a área de preservação ambiental do IFCE.

Segundo Araújo, (2007) alguns autores concluíram que as áreas de

caatinga que apresentam melhor estado de conservação, apresentam maior

diversidade, expressa tanto pelo número de espécies, quanto de famílias

identificadas. Em uma área de reserva particular do patrimônio natural (RPPN) no

sertão paraibano, a qual não sofre ação antrópica há cerca de vinte e cinco anos,

Araújo (2000) identificou dezesseis famílias botânicas e vinte e cinco espécies.

Alguns autores afirmam que as vegetações da caatinga situadas em

locais de maior precipitação pluviométrica apresentam variedade maior no número

de espécies.

Porém, Rodal (1992) comenta que o maior ou menor número de espécies

nos levantamentos realizados deve ser resposta a um conjunto de fatores, tais como

profundidade, situação topográfica e permeabilidade do solo e não apenas ao total

de chuvas, apesar deste, ser um dos fatores mais importantes.

27

Fotos: Lopes, 2008

Figura 1– Aspecto da vegetação no período chuvoso (à esquerda) e período seco

(à direita).

Na figura 1 como é de notável percepção a vegetação é arbustivo arbóreo

fechada.

Quadro 1- Variáveis climatológicas para a região de Iguatu, Ceará, Brasil. Variável Valor Unidade Fonte

Precipitação pluviométrica

805,3 mm/ ano SIRH/CE, 2008

Temperatura máxima média

32,6 ° °C Agritempo/INMET, 2008

Temperatura mínima média

21,9 °C Agritempo/INMET, 2008

Temperatura média 26-28 °C IPECE,2004

Radiação solar média anual

5,63 kWh/ m-dia SOLARTERRA, 2008

Insolação 2945 h/ ano COTEC, 1989 apud PALÁCIO, 2004

Umidade relativa do ar

66,1 % % COTEC, 1989 apud PALÁCIO, 2004

Evaporação 2943 mm/ ano

COTEC, 1989 apud PALÁCIO, 2004

28

Velocidade média anual do vento

1,8 m/ s

COTEC, 1989 apud PALÁCIO, 2004

Sendo que a precipitação média anual da caatinga varia entre 240 e

1.500 mm, mas 50% da região recebe menos de 750 mm e algumas áreas centrais

menos de 500 mm (Prado, 2003). Especificamente na área estudada, o relevo é

suave ondulado e o solo se apresenta pouco profundo e pedregoso.

A região apresenta, de acordo com a classificação de Köppen, clima do

tipo BSw’h’, ou seja, semiárido quente com chuva anual concentrada no período

verão-outono, e temperaturas médias mensais sempre superiores a 18°C (LOPES,

2008).

Tabela 01: Listagem das Espécies identificadas e classificadas na área de preservação

ambiental da caatinga no IFCE.

NOME VULGAR NOME CIENTIFICO FAMILIA

Ameixa Ximenia americana Olacaceae

Aroeira Astronium urundeuva Anacardiaceae

Catingueira Caesalpinia pyramidalis Tul

Caesalpinaceae

Feijão Bravo Capparis flexuosa Capparaceae

Jurema Branca Pithecolobium foliolosum Mimosaceae

Jurema Preta Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir

Mimosaceae

Malva Sida galheirensis Malvaceae

Mandacaru Cereus jamacaru Cactáceas

Marmeleiro Croton sonderianus Müll. Arg.

Euphorbiaceae

Melosa Ruellia aspérula Acanthaceae

Mufumbo Combretum leprosum Mart.

Combretaceae

Pacotê Cochlospermum vitifolium

Bixaceae

Pereiro Branco ------------------------------- Apocynacea

Pereiro Preto Aspidosperma pyrifolium Mart.

Apocynacea

Pião Bravo Jatropha curcas Euforbiaceae

Sabiá Mimosa caesalpiniifolia Benth

Mimosaceae

Umburana de Cheiro Amburana cearensis A.C.Smith

Burseraceae

29

Umburana de Espinhos Commiphora leptophloeos

Burseraceae

Velame Croton heliotropiifolius Euphorbiaceae

Com base na tabela 01, pode-se identificar que as famílias

Euphorbiaceae e Mimosaceae, possuem maior número de espécies, apresentando

três espécies; as Burseraceae e Apocynaceae apresentam duas espécies cada. E

as demais famílias apresentam apenas um representante. A Apocynaceae e

Burseraceae são também encontrados com uma só espécie em Pereira et al. (2002),

Santana (2005), Lacerda (2005), Andrade et al. (2005).

O trabalho corrobora com os estudos de Amorim et al., (2005) e Andrade

et al., (2005), Luna e Coutinho, 2007 que também tiveram as duas famílias citadas

com maior representantes em diferentes levantamentos realizados na caatinga

situada na depressão sertaneja, encontrados nos levantamentos, no trecho da

vegetação de caatinga no parque nacional da Serra da Capivara no Piauí, e tiveram

a mesma representatividade em outros trabalhos realizados com a flora arbustiva –

arbórea da caatinga.

Foi condizente esse comportamento com os dados de Lacerda (2005),

confirmando a ampla distribuição destas famílias em áreas de semiárido.

Alguns autores têm verificado que a família Euphorbiaceae normalmente

se destaca com o maior número de espécies em locais de caatinga (Rodal, 1992;

Araújo et al., 1995; Camacho, 2001), essa supremacia foi confirmada na área de

estudo.

É relevante ressaltar ainda que, o marmeleiro (Croton sonderianus)

pertencente a família Euphorbiaceae, foi a espécie que apresentou o maior número

de indivíduos, na totalidade das amostras, sendo esta em concentração maior em

uma área de mata nova no inicio da trilha ecológica,o que está de acordo com os

trabalhos realizados por Rodal, 1992; Araújo et al., 1995; Camacho, 2001) em outros

trechos da caatinga, confirmando a alta densidade da espécie em questão.

30

Em comparação com os resultados obtidos com um trabalho realizado por

Lopes (2008), no levantamento de serrapilheira nas microbacias, em uma área

situada também no IFCE próxima a trilha ecológica observa-se que foi encontrado o

mesmo resultado.

De acordo com Francelino et al. (2003) em estudo desenvolvido para a

determinação da contribuição da caatinga na sustentabilidade de Projetos de

Assentamentos no sertão Norte- Rio Grandense, notaram que as espécies mais bem

distribuídas pelas unidades amostrais foram justamente as de caráter pioneiro, como

o marmeleiro (Croton sonderianus Müll. Arg.) e catingueira (Caesalpina pyramidalis).

Estes autores reforçaram ser esse fato um indicador de que essas matas já foram

exploradas anteriormente à ocupação dos assentados (LOPES, 2008).

O PNUD/IBAMA/FAO (1993), relatam que as espécies vegetais da

caatinga mais abundantes são o marmeleiro, o mufumbo, a catanduba, a

catingueira, a jurema preta e o mororó. Juntas estas espécies representam 49% do

volume total. São geralmente consideradas boas para lenha e apenas duas (mororó

e jurema preta) como boas para estacas. Sendo as espécies de maior volume, a

catingueira (17,9%), catanduva (11,8%), marmeleiro (8,9%), imburana (7,1%) e o

mufumbo e a jurema preta (5,3%). Ressaltando que a catanduba e mororó não

foram encontradas nas parcelas amostrais da referente pesquisa.

31

Fotos: Thamires Alves

Figura 2: Alguns exemplares da vegetação encontradas na área caatinga no IFCE, Iguatu, CE: Pereiro (Aspidosperma pyrifolium) (A), Mandacaru (Cereus jamacaru) (B), Marmeleiro (Croton sonderianus) (C).

A B

C

32

5.2 Parâmetros Fitossociológicos

5.2.1 Abundância/ Densidade

No levantamento feito acerca da abundância das espécies encontradas

na trilha ecológica em questão, foram utilizadas as fórmulas da densidade absoluta

(Dabs = n / ha) e a da densidade relativa (Drel = (n / N) x 100), onde n / ha = n° de

arvores de cada espécie por hectare e N / ha = n° total de arvores por hectare. A

partir desta utilização encontrou-se os resultados listados na tabela 02.

Tabela 02: Densidade Absoluta e Relativa das diferentes espécies amostradas no

levantamento fitossociológico na área de preservação no IFCE.

NOME VULGAR

DENSIDADE

ABSOLUTA (plantas ha) RELATIVA (%)

Ameixa 0,3 1,66

Aroeira 0,75 0,38

Catingueira 1,0 5,11

Feijão Bravo 1,8 9,59

Jurema Branca 0,9 4,98

Jurema Preta 0,6 3,45

Malva 0,3 1,66

Mandacaru 0,75 0,38

Marmeleiro 8,2 42,1

Melosa 0,5 0,25

Mufumbo 0,6 3,45

Pacotê 0,2 0,12

Pereiro Branco 1,4 7,16

Pereiro Preto 0,8 4,21

Pião Bravo 0,75 0,38

Sabiá 2,4 12,65

Umburana de Cheiro 0,15 0,76

Umburana de Espinhos 0,5 0,25

Velame 0,25 1,27

33

Na Tabela 02, são apresentadas a densidade específica e relativa das

espécies encontradas na área preservada do IFCE. Entre as espécies arbustivo-

arbóreas, o marmeleiro (Croton sonderianus Muell.Arg.) apresenta a maior

densidade, com 8,2 plantas/ ha, correspondendo a 42,1%. O Sabiá (Mimosa

caesalpiniifolia Benth.) aparece em segundo lugar, com uma densidade de 2,4

plantas ha (12,65%). Possivelmente estas plantas foram e estão sendo favorecidas

pela retirada de espécies mais nobres como a Aroeira (Myracrodruon urundeuva) e

Imburana (Commiphora leptophloeos).

Sampaio (1996) comenta que a Croton sonderianus tende a dominar a

densidade nos locais onde está presente, mas como tem porte arbustivo e caule

fino, em poucos locais apresenta destaque em termos de área e volume.

A espécie Croton sonderianus é considerada uma colonizadora de áreas

antropizadas (Pereira, 2000). Uma característica extremamente importante em

termos de recuperação de áreas degradadas, já que é uma planta pioneira e pode

ocupar nichos mais inóspitos para as demais, adequando assim melhorias nas

condições do solo que permitirão a continuidade da sucessão do bioma.

É importante observar que a área do IFCE vem sendo bem preservada há

pelo menos 20 anos; a alta influência da espécie Croton sonderianus, não é

resultado de perturbações recentes, porém indica que a área sofreu perturbação da

ação humana há alguns anos atrás, contribuindo para a recuperação mais recente.

Dentre as espécies encontradas com menor densidade estão presentes a

Commiphora leptophloeos (Imburana de Espinhos) com 0,25% e a Ruellia aspérula

(melosa) apresentando também o mesmo resultado 0,25%, corroborando com o

trabalho de AMORIM, (2005) em uma área do Seridó no Rio Grande do Norte.

5.2.2 Dominância

O termo dominância, atualmente, tem sido empregado em referência à

medida da seção horizontal do fuste, tomada a 1,30 m de altura, projetada no solo,

para expressar o espaço ocupado por cada árvore (MARTINS, 1991), nesse aspecto

34

foram utilizado as formulas da dominância absoluta (Doabs = ab/ha) e dominância

relativa (DoRe = (ABi/ΣAB) x 100, onde Doabs = Dominância Absoluta, Dorel =

Dominância Relativa, ABi = área basal de uma família ou espécie, Ab = Área basal

de cada espécie por hectare, ΣAB = somatório das áreas basais de todas as famílias

ou espécies.

Tabela 03: Dominância Absoluta e Relativa das diferentes espécies amostradas no

levantamento fitossociológico na área de preservação no IFCE.

NOME Área Basal por

espécie Dominância Absoluta Dominância Relativa (%)

Ameixa 0,458 2,86 1,74

Aroeira 0,630 3,93 2,39

Caatingueira 2,883 18,02 10,97

Feijão Bravo 1,166 7,28 4,43

Jurema Branca 2,847 17,7 10,83

Jurema Preta 2,057 12,85 7,82

Malva 0,058 0,36 0,22

Mandacaru 0,038 0,23 0,144

Marmeleiro 5,997 37,47 22,82

Melosa 0,006 0,03 0,021

Mofumbo 1,150 7,18 4,37

Pacotê 0,071 0,44 0,26

Pereiro Preto 2,644 16,52 10,96

Pereiro Branco 0,671 4,19 2,55

Pião Brabo 0,163 1,01 0,62

Sabiá 4,435 27,72 16,88

Umburana de cheiro 0,157 0,98 0,59

Umburana de espinho 0,164 1,02 0,62

Velame 0,061 0,37 0,23

De acordo com a tabela 03, as espécies que apresentaram dominância

relativa maior foram Croton sonderianus (Marmeleiro) com 22,8%; Mimosa

caesalpiniifolia Benth (Sabiá) com 16,88%; Caesalpinia pyramidalis Tul (Catingueira)

com 10,97%; e Aspidosperma pyrifolium (Pereiro Preto) com 10,96%.

35

As espécies Croton sonderianus, Caesalpinia pyramidalis Tul e

Aspidosperma pyrifolium, também foram detectadas no trabalho de Santana, 2005

na Estação Ecológica do Seridó.

No trabalho realizado por Alcoforado et al, (2002) em um remanescente

de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco, a espécie

Caesalpinia pyramidalis Tul (Catingueira) também obteve um valor de dominância

alto comparado aos outros vegetais em estudo,corroborando com o levantamento

realizado por Oliveira et al, (2009). Essa espécie é a que aparece mais

frequentemente, no topo das listas de estudos de caatinga (Sampaio 1996), esse

resultado mostra uma boa distribuição do vegetal no local estudado.

As espécies Caesalpinia pyramidalis e Croton sonderianus são

consideradas como as que se destacam em relação ao número de indivíduos em

diversos trabalhos realizados em áreas de caatinga (SAMPAIO, 1996; MEUNIER &

CARVALHO, 2000; PEREIRA, 2000; ARAÚJO FILHO et al., 2002).

A espécie Caesalpinia pyramidalis Tul (Catingueira) é considerada por

Maia (2004), como sendo uma espécie de extensa dispersão no semi-árido e

endemismo na caatinga, podendo ser encontrada em diversas associações vegetais,

crescendo tanto em várzeas úmidas como no seridó semi-árido.

Embora a família Cactaceae apareça no topo de muitos estudados em

diversos levantamentos realizados (Rodal, 1992; Araújo et al., 1995; Pereira, 2000)

este fato não se verificou neste estudo, computando-se apenas poucos indivíduos

de Cereus jamacaru (Mandacaru) nas parcelas.

A espécie Cereus jamacaru (Mandacaru) é uma planta que perde pouca

água para a atmosfera devido à forma do seu caule, desprovido de folhas, tendo

também suas raízes, uma relevante importância no aproveitamento da água do

ambiente, já que absorvem com facilidade todo o recurso hídrico a sua volta, por

isso, o mandacaru mantém-se verde mesmo durante a seca. É um vegetal comum

no Nordeste brasileiro, porém, em relação a sua dominância relativa na área em

36

estudo, mostra-se inferior aos demais vegetais, com 0,144%, tendo esse mesmo

resultado encontrado no trabalho de Santana, (2005).

5.2.3 Frequência

Para determinar a frequência, divide-se a área da amostra em um número

conveniente de parcelas de igual tamanho entre si, onde se controla a presença ou

ausência das espécies em cada parcela, cuja fórmula utilizada foi FrAb = ni/n onde:

ni = número de parcelas onde ocorre a espécie e n = número total de parcelas

(amostras).

A frequência relativa foi calculada com base na fórmula FrRe =

(FrAb/ΣFrAb) x 100, soma total das frequências absolutas da amostra, que se

considera igual a 100%. A Frequência Absoluta de uma espécie expressa-se em

percentagem das sub-parcelas em que ocorre, sendo o número total de sub-

parcelas igual a 100%, e mede a regularidade da distribuição horizontal de cada

espécie sobre o terreno.

Para tanto, neste estudo, considerou-se a amostra total com uma área de

400m², a qual foi sub-dividida em 4 parcelas de 100,00 m² cada uma.

Tabela 04: Frequência Absoluta e Relativa das diferentes espécies amostradas no

levantamento fitossociológico na área de preservação no IFCE.

Nome Frequência Absoluta Frequência Relativa(%)

Ameixa 0,25 2,5

Aroeira 0,25 2,5

Caatingueira 0,5 5

Feijão Bravo 1 10

Jurema Branca 1 10

37

Jurema Preta 0,75 7,5

Malva 0,25 2,5

Mandacaru 0,25 2,5

Marmeleiro 1 10

Melosa 0,25 2,5

Mofumbo 1 10

Pacotê 0,25 2,5

Pereiro Preto 1 10

Pereiro Branco 0,5 5

Pião Brabo 0,25 2,5

Sabiá 0,75 7,5

Umburana de cheiro 0,25 2,5

Umburana de espinho 0,25 2,5

Velame 0,25 2,5

Total 10 100

Dentre os vegetais identificados, os que apresentaram frequência elevada

foram Croton sonderianus (Marmeleiro), Capparis flexuosa (Feijão Bravo),

Pithecolobium foliolosum (Jurema Branca), Combretum leprosum Mart. (Mofumbo) e

Aspidosperma pyrifolium Mart.(Pereiro Preto).

O Croton sonderianus (Marmeleiro) é umas das mais frequentes, devido

basicamente ao elevado número de indivíduos da espécie distribuídos nas parcelas

amostradas.

Segundo Andrade et al. (2005) a espécie Capparis flexuosa ( Feijão

Bravo) é frequentemente encontrada em áreas mais protegidas ou em matas bem

38

conservadas, e raramente em áreas fortemente antropizadas, porém são comuns

em áreas em recuperação.

Essa espécie foi encontrada no presente estudo apresentando um dos

valores de frequência mais alto dos vegetais identificados, o que pode indicar que a

área esteja em recuperação, já que muitos autores citam a grande frequência dessa

espécie como um tópico de recuperação em uma área que tenha sofrido ação

humana.

De acordo com Andrade-Lima (1992), esse vegetal cresce em matas

secas do semi-árido nordestino brasileiro, comum em áreas de solo franco-argiloso

do “agreste” que corresponde a uma zona fitogeográfica do interior do Nordeste,

sendo cultivada com êxito em regiões com precipitações abaixo de 600 mm.

Ponderando as suas peculiaridades, Soares (1989) coloca se que o

Feijão Bravo mantém-se verde durante todo o ano, o que aliado a sua grande

palatabilidade a faz de extrema importância para os animais, pois geralmente não há

disponibilidade de outra forragem verde para a alimentação, nas secas. Além disso,

agropecuaristas apontam seu valor medicinal sendo utilizado em bovinos, caprinos e

ovinos para abrir o apetite do animal e baixar a febre (NETO, 2008).

Do mesmo modo a espécie Aspidosperma pyrifolium Mart.(Pereiro Preto)

obteve um dos maiores valores de importância por consequência do grande número

de indivíduos, tendo desta forma uma ampla distribuição na área. A espécie em

questão predomina em local de baixa precipitação e solos pesados (com teores altos

de argila), com pH de neutro para alcalino e teores altos de nutrientes (AMORIM, et

al 2005), essas informações confirmam os aspectos do solo da área estudada.

O pereiro é uma espécie comum em muitas áreas de caatinga mas, em

poucas delas, chega a ser a espécie que apresenta frequência elevada, comparada

aos outros vegetais em estudo. Por outro lado, são estruturalmente importantes em

caatingas mais secas (RODAL et al.,1992).

39

5.2.4 Índice de Valor de Importância (IVI) de cada espécie

Deve-se obter um valor que permita uma visão mais ampla da estrutura das

espécies ou caracterize a importância de cada espécie no conglomerado total do

povoamento. Este valor pode ser obtido da combinação dos três aspectos parciais

mencionados em uma única expressão que abranja o aspecto estrutural em sua

totalidade, calculando o chamado Índice do Valor de Importância. Obtém-se esse

índice somando, para cada espécie, os valores relativos de abundâncias,

dominâncias e frequências.

O Índice de Valor de Importância foi calculado da seguinte forma: IVI = (Arel +

Drel + Frel) / 3, onde: IVI = índice de valor de importância, Arel = abundância relativa

em %, Drel = dominância relativa em %, e, Frel = frequência relativa em %.

Tabela 05: Índice de Valor de Importância das diferentes espécies amostradas no

levantamento fitossociológico na área de preservação no IFCE.

Nome Vulgar Abundância

relativa (%)

Dominância

relativa (%)

Frequência

relativa (%) IVI (%)

Ameixa 1,66 1,74 2,5 1,96

Aroeira 0,38 2,39 2,5 1,75

Catingueira 5,11 10,97 5 7,02

Feijão Bravo 9,59 4,43 10 8

Jurema Branca 4,98 10,83 10 8,6

Jurema Preta 3,45 7,82 7,5 6,25

Malva 1,66 0,22 2,5 1,46

Mandacaru 0,38 0,144 2,5 1,0

Marmeleiro 42,1 22,82 10 24,97

40

Melosa 0,25 0,021 2,5 0,92

Mufumbo 3,45 4,37 10 5,94

Pacotê 0,12 0,26 2,5 0,96

Pereiro Branco 7,16 10,96 10 9,07

Pereiro Preto 4,21 2,55 5 3,92

Pião Bravo 0,38 0,62 2,5 1,16

Sabiá 12,65 16,88 7,5 12,34

Umburana de Cheiro

0,76 0,59

2,5

1,28

Umburana de Espinhos

0,25 0,62 2,5

1,12

Velame

1,27 0,23 2,5

1,33

A espécie Marmeleiro obteve o maior valor de importância devido

apresentar densidade e dominância elevada comparada as outras espécies

identificadas na área, consequência de um grande número de indivíduos em todas

as amostras.

Dentre as espécies que apresentaram o valor de importância maior

destaca-se também a Jurema Branca (Pithecolobium foliolosum), tendo esse mesmo

resultado encontrado no trabalho de Amorim, Sampaio & Araújo, 2005 na Estação

Ecológica do Seridó (ESEC) no Rio Grande do Norte, onde os solos são rasos e

pedregosos.

41

A espécie Pithecolobium foliolosum (Jurema Branca) foi bastante

representativa, presentes em todas as parcelas amostradas devido também ter o

numero de individuos bastante significativos em todas as amostras. A jurema

branca, embora seja encontrada em muitos levantamentos, quase nunca tem

destaque entre as espécies mais importantes (AMORIM, et al 2005).

A espécie Ziziphus joazeiro (Juazeiro ) é uma das espécies mais comuns

da vegetação da caatinga, porém não foi encontrada nenhuma espécie nas parcelas

amostrais do presente trabalho, sendo importante ressaltar que na trilha ecológica

elas podem está distribuídas de forma isolada ao longo da área de preservação

ambiental.

O juazeiro na sua ocorrência não forma vegetação densa, aparecendo de

forma aleatória na composição heterogênea das espécies da cobertura vegetal, ao

contrário de outros vegetais encontrados na caatinga como o sabiá, jurema e de

muitas outras árvores das caatingas. Esta vegetação tem afinidade por solos

argilosos, férteis e ricos em águas subterrâneas, porém se adapta aos mais variados

tipo, inclusive os cristalinos (pedregosos) e sedimentares (arenosos), porém a sua

ocorrência é inferior, comparada ao tipo de solo mencionado anteriormente, o que

pode explicar a sua ausência nas parcelas amostradas.

42

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados mostraram que, apesar de estar há mais de 20 anos como

área de preservação ambiental, a grande presença da espécie marmeleiro e a de

feijão bravo reflete o efeito do antropismo em anos anteriores na área estudada,

mesmo não ocorrendo modificações acentuadas na composição botânica.

A elevada distribuição de indivíduos de Croton sonderianus, Caesalpinia

pyramidalis e Aspidosperma pyrifolium na área, pode significar que as mesmas são

mais bem adaptadas ao ambiente de solos rasos e com acentuado déficit hídrico

durante vários meses do ano.

Mediante os resultados obtidos, verifica-se que as espécies Croton

sonderianus (Marmeleiro), Capparis flexuosa (Feijão Bravo), Caesalpinia pyramidalis

Tul (Catingueira), Mimosa caesalpiniifolia Benth (Sabiá), e Pithecolobium dumosum

(Jurema Branca) destacaram-se em relação às demais devido aos seus elevados

valores de dominância, densidade, frequência e valor de Importância.

A dificuldade em se comparar os resultados obtidos neste trabalho com

outros, reforça a necessidade de serem realizados mais estudos na área de

preservação ambiental do IFCE e, além disso, foi percebido, também, que a maioria

dos estudos referentes a este tema, forma realizados nos estados da Paraíba e Rio

Grande do Norte, sendo imprescindível mais estudo no estado do Ceará; esse

trabalho irá ficar a disposição para serem feito outros estudos com os referidos

dados utilizando a mesma ou outras metodologias e as mesmas condições de

inclusão.

43

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APÊNDICES

50

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ORIENTADORA: MAYLE ALVES BEZERRA

APÊNDICE A - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Eu Thamires Alves do Carmo, estudo com o intuito de realizar um

levantamento dos parâmetros fitossociológicos de um fragmento da caatinga em

área de preservação ambiental no IFCE município Iguatu/CE.

Trata-se de um estudo quantitativo que tem como finalidade realizar

levantamento dos parâmetros fitossociológicos na área de preservação ambiental do

Instituto Federal do Ceará campus Iguatu, para melhor conhecer a dinâmica e

estrutura do ecossistema local. Desse modo solicito, por meio deste, a autorização

para a realização da pesquisa, intitulada “Levantamento dos parâmetros

fitossociológicos de um fragmento da caatinga em área de preservação ambiental no

IFCE município Iguatu/CE” Coordenação do curso de Ciências Biológicas da

Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu.

Eu, __________________________________________________ que

tem como Nº RG __________________________________ ciente das informações

recebidas, concordo com a coleta de dados da pesquisa intitulada Levantamento

dos parâmetros fitossociológicos de um fragmento da caatinga em área de

preservação ambiental no IFCE município Iguatu/CE. Que será realizada sob

responsabilidade de Thamires Alves do Carmo, graduando do curso de Ciências

Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - FECLI, pois

estou informando a Coordenadora Alana Cecília de Menezes Sobreira de que em

nenhum momento, a instituição estará exposta a riscos causados pela liberação do

estudo.

Estou ciente também de que os resultados encontrados no estudo serão

usados apenas para fins científicos. Fui informado de que a instituição não terá

51

nenhum tipo de despesa ou gratificação pela referida participação nesta pesquisa, e

de que terei acesso aos resultados publicados em períodos científicos.

Tendo exposto, concordo voluntariamente em autorizar a execução da

pesquisa no Instituto Federal do Ceará, campus Iguatu/CE.

_________________________________________

Diretor Profº. Ivan Holanda

__________________________________

Thamires Alves do Carmo