Laudo Ambiental_Granja_Cana_Brava_Camaragibe_PE

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Documento contendo fisiografia de área, diagnóstico ambiental e ecológica para possível empreendimento.

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    LAUDO TCNICO DE CONDIES AMBIENTAIS

    (DIAGNSTICO DE REA )

    GRANJA CANA BRAVA

    (CAMARAGIBE -PE-BRASIL )

    RECIFE

    JULHO /2014

  • 3

    IDENTIFICAO DA EMPRESA

    Construtora TENDA S/A

    Avenida Governador Agamenon Magalhes, 4779.

    Edifcio Isaac Newton Sala 603.

    Ilha do Leite Recife PE Brasil.

    CEP: 50.070-160.

    CNPJ: 71.476.527/0028-55.

    Tel.: 81 3198-1114.

    SOLICITANTE

  • 4

    CSA BRASIL Consultoria Socio Ambiental do Brasil

    Rua do Apolo, 161.

    Caixa Postal 61 - Galpo Trreo.

    Recife PE Brasil.

    CEP: 50.030-220.

    CNPJ: 19.179.230/0001-98

    Registro CREA/PE n 017290

    Tel.: 81- 3061-2199.

    PERITO Gilvan Lopes Serafim Filho.

    Bilogo (CRBio: 92.384/05-D) UNICAP/PE

    Especialista em Percia e Auditoria Ambiental FAFIRE/PE

    Mestrado em Ecologia UFRPE

    Participou da realizao do Laudo de Avaliao Ambiental:

    Sr. Jos Alysson de Oliveira Bessa

    Administrador de Empresas

    CRA/PE n 11.136

    MBA em Planejamentos e Gesto Ambiental UNICAP/PE

    Perodo: Junho e Julho/2014.

    Este Laudo compe-se de 36 laudas (exceto capa , contracapa e anexo), devidamente

    rubricadas e carimbadas pelo tcnico responsvel na qualidade de Perito.

    Qualquer outro formato digital e/ou impresso desta verso, no todo ou em partes que

    no contemple o que consta neste (ipsis litteris), caracteriza alterao indevida do

    mesmo.

    RESPONSVEIS PELA ELABORAO

  • 5

    SUMRIO

    1. Apresentao ................................................................................................................ 6

    2. Objetivos ....................................................................................................................... 7

    2.1. Objetivos gerais ...................................................................................................... 7

    2.2. Objetivos especficos .............................................................................................. 7

    3. Metodologia .................................................................................................................. 8

    4. Descrio qualitativa da rea (Fisiografia) ............................................................... 9

    4.1. Localizao ............................................................................................................. 9

    4.2. Clima ....................................................................................................................... 9

    4.3. Solo ....................................................................................................................... 10

    4.4. Geologia e Geomorfologia .................................................................................... 11

    4.5. Uso do Solo ........................................................................................................... 15

    4.6. Cobertura vegetal .................................................................................................. 16

    4.7. Relevo ................................................................................................................... 17

    4.8. Recursos hdricos .................................................................................................. 17

    5. Diagnstico ambiental da rea ................................................................................. 18

    5.1. Informaes legais de cunho ambiental ................................................................ 18

    5.2. Cobertura vegetal e espcies inventariadas ........................................................... 24

    5.2.1. Espcies arbreas e arbustivas ................................................................... 26

    5.2.2. Espcies ornamentais e medicinais ............................................................ 32

    5.2.3. Espcies herbceas e lianas ....................................................................... 36

    5.3. Fauna local estimada ............................................................................................. 36

    5.4. Recursos hdricos .................................................................................................. 37

    6. Concluso ................................................................................................................... 38

    7. Consideraes finais e sugestes ............................................................................... 39

    8. Referncias ................................................................................................................. 40

    9. Anexo Lei de Uso do solo/Municpio de Camaragibe .......................................... 42

  • 6

    1. APRESENTAO

    O presente relatrio, designado Laudo Tcnico de Condies Ambientais

    parte integrante da execuo dos estudos qualiquantitativos de cunho ecolgico e

    ambiental desenvolvido em rea particular, situado na Rodovia BR-408, Km 17, na

    Cidade de Camaragibe PE, sob as coordenadas (08 / 08 01 19.11 / 08

    01 24.05 S e 35 00 24.35 / 35 00 29.60 / 35 00 26.31 / 35 00

    19.14 W); solicitado pela Construtora Tenda S/A e executado pela empresa:

    Consultoria Socio Ambiental do Brasil CSA BRASIL, atravs dos tcnicos: Gilvan

    Serafim Filho (Bilogo, Especialista em Percia e Auditoria Ambiental e Mestrado em

    Ecologia) e Jos Alysson Bessa (Administrador de Empresas, MBA em Planejamentos

    e Gesto Ambiental).

    Este volume possui uma descrio dos procedimentos utilizados nas atividades

    desenvolvidas na sua elaborao, como tambm os elementos visuais necessrios

    composio da percia, coletados em visita de campo (in loco) e uso de ferramentas,

    metodologias e softwares aplicados aos estudos ambientais, ainda, relatos de

    funcionrios e comunidade vizinha rea periciada, com a finalidade de descrever,

    caracterizar e diagnosticar as condies ambientais existentes.

  • 7

    2. OBJETIVOS

    2.1. OBJETOS GERAIS

    O objetivo do presente Laudo a Elucidao e avaliao de condies

    ambientais (meios biticos e abiticos), de forma quantitativa e qualitativa,

    caracterizando assim o ambiente, rea-verde no construda.

    Objetiva, igualmente, subsidiar possveis atividades desenvolvidas a posteriori,

    tomando como base os dados aqui constados e arguidos por profissionais tcnicos

    qualificados no segmento meio ambiente.

    2.2. OBJETIVOS ESPECFICOS

    Fisiografia da rea (Descrio da natureza, da terra e dos fenmenos naturais);

    Reconhecimento e identificao das espcies ocorrentes;

    Registro das atividades de carter antrpico desenvolvidas na rea.

  • 8

    3. METODOLOGIA

    O presente laudo elucida o levantamento qualiquantitativo do extrato

    vegetacional existente em uma propriedade residencial desativada, situada na Granja

    Cana Brava (antiga Granja Estrela), s margens da Rodovia BR-408, Km 17,

    Camaragibe-PE, com rea total de 50.225,00 m. A razo se d na possibilidade de

    implantao de empreendimento a ser desenvolvido pela Construtora Tenda S/A, tendo

    como principal finalidade o estudo ambiental de caracterizao da vegetao (flora e

    fauna), dos recursos hdricos (caso existentes) e ocorrncia de espcies endmicas tidas

    como ameaadas de extino, ainda, descrio do ambienta e interao biticas e

    abiticas, compondo assim um Laudo Tcnico de Condies Ambientais.

    Para o estudo e levantamento dos componentes da vegetao (cobertura vegetal)

    foi realizada visita tcnica a rea e verificado de maneira qualitativa os componentes do

    extrato vegetacional da rea de estudo, onde por caminhadas aleatrias foram

    reconhecidas as espcies vegetais existentes, ainda, coletados apenas os indivduos

    (material botnico) no identificados in loco (ramos de indivduos frteis ou estreis

    amostrados). As identificaes foram procedidas utilizando-se literatura especializada,

    atravs de consultas a especialistas nos respectivos grupos taxonmicos, e por

    comparaes com materiais j identificados nos herbrios IPA, PEUFR e UFP quando

    necessrio. A validao dos nomes das espcies, a excluso das sinonmias, grafia e

    autoria das espcies foram verificadas na base de dados do Missouri Botanical Garden

    (www.tropicos.org) e na Lista de Espcies da Flora do Brasil.

    Para o estudo e levantamento da fauna, toma-se como anlise primria, as reas

    verdes da rea, e so contemplados neste levantamento, os seguintes elementos

    faunsticos: aves, mamferos, anfbios, rpteis, insetos e animais aquticos quando

    diante de um recurso hdrico. Estes dados foram coletados durante a visita, do relato do

    funcionrio de planto, ainda de outros funcionrios presentes no local, como tambm

    de moradores que usufruem dos recursos da rea em questo por estar em condies de

    abandono e apresentar muitas rvores frutferas, com tudo, todo o processo foi

    sistematizado com auxlio da literatura existente para a rea em questo e/ou adjacentes.

    As coordenadas (Georreferenciamento) foram obtidas com uso do Global

    Positioning Systemm (GPS), modelo: GARMIN MAP 78S.

  • 9

    4. DESCRIO QUALITATI VA DO MUNICPIO (FISIOGRAFIA )

    4.1. LOCALIZAO

    O municpio de Camaragibe, Estado de Pernambuco, est inserido na

    mesorregio metropolitana do Grande Recife e da microrregio de Recife. Sendo

    limitado pelos municpios de Recife a leste e ao sudeste, So Loureno da Mata a oeste

    e sudoeste, Paulista e Paudalho ao norte (Figura 01). A rea do empreendimento

    (Figura 02) tem como acesso a Avenida. Dr. Luiz Incio Andrade de Lima Neto, dando

    acesso ao porto central da propriedade.

    Figura 01 Localizao do municpio de Camaragibe, regio metropolitana do Recife

    (limites e conurbao). Fonte: Revista do Departamento de Geografia (19) 2006.

    4.2. CLIMA

    Conforme o sistema adotado na classificao de Kppen (1948), o municpio

    est situado em uma regio que apresenta climatologia do tipo pseudotropical, com

    chuvas de outono e inverno, resultante da Massa Polar Atlntica e da Convergncia

    Intertropical, com um ndice de precipitao de 1800 mm de chuvas anuais. A

    temperatura mdia de 24C e unidade relativa do ar em torno de 87% (Oliveira et al.,

    2006). As precipitaes mdias e mximas mensais indicam maiores precipitaes nos

  • 10

    meses de maro agosto, com mdias mensais maiores que 150 mm. O perodo de

    setembro a fevereiro pode ser considerado de baixa precipitao pluviomtrica.

    Figura 02 Localizao da rea (permetro geomtrico transparente), visualizao por

    foto satlite. Fonte: Google Earth (verso 1.3.21). Editado por: Serafim-Filho,

    julho/2014.

    4.3. SOLO

    De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA),

    podem ser encontrados dentro dos limites do municpio de Camaragibe, quatro unidades

    de solo, so eles: Solos Aluviais, Latossolos Amarelos, Podzlicos Amarelos e

    Podzlicos Vermelho-Amarelos (Mapa 01). Atualmente e de acordo com o atual

    Sistema Brasileiro de Classificao de Solos (Jacomine, 2009), seguem as corretas

    definies respectivamente: Neossolos, Latossolos Amarelos, Argissolos e Luvissolos.

    O clima quente e mido no municpio favorece o desenvolvimento rpido de

    solos sobre todos os materiais, independentemente de sua origem: sedimentos e rochas

    cristalinas. Os Latossolos se caracterizam por serem solos profundos (> 2m de

    profundidade), com horizontes pouco diferenciados, apresentando alto percentual de

    areia, dominado pelo quartzo, baixo percentual de silte e uma frao de argila, composta

    por argilo-minerais de baixa capacidade de troca de ctions e, por xido e hidrxido de

    Ferro e Alumnio. Por isso, so solos de baixa fertilidade e alto grau de floculao, o

  • 11

    que lhes confere boa permeabilidade com resistncia relativa eroso e a estabilidade

    (Bandeira et al., 2003).

    4.4. GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

    Cinco reas administrativas so encontradas no municpio de Camaragibe

    (Figura 03), entre estes distritos, quatro esto inseridos em reas de risco geolgico

    iminente, explicado por sua morfologia, que facilmente desagregvel e intensamente

    vulnervel eroso hdrica, de acordo com Oliveira et al., (2006), tal condio de

    carter geolgico e geomorfolgico faz surgir uma estrutura complexa, delicada, com

    inmeras reas de elevada vulnerabilidade, fato que quando somado ao clima da rea.

    De acordo com Bandeira et al., (2003), o municpio de Camaragibe

    geologicamente apresenta sedimentos da Formao Barreiras, rochas do Embasamento

    Cristalino recobertas pelo seu solo residual e os depsitos aluvionais, oriundos dos

    Neossolos (Mapa 02).

    Figura 03 reas administrativas do municpio de Camaragibe. Fonte:

    SEPLAMA/2002. Extrado de: Bandeira et al., 2003.

    O embasamento cristalino formado por rochas do Complexo Grantico-

    Gnissico. So rochas intrusivas de idade arqueana (2,1 a 1,5 bilhes de anos),

    pertencentes ao Macio Pernambuco-Alagoas. Os solos residuais so aqueles que

    permanecem no lugar diretamente sobre a rocha me, da qual so derivados, por

    decomposio qumica e/ou desintegrao fsica, so reconhecidos como de transio

  • 12

    gradual, que vai de um material ou solo finamente granulado para um material

    constitudo de solo e fragmentos angulares de rocha, medida que a profundidade

    aumenta. O municpio de Camaragibe apresenta 80% da rea correspondendo a morros

    e tabuleiros, influenciando assim que as ocupaes se estabeleam nesse tipo de relevo.

    A formao Barreiras teve sua deposio associada aos eventos cenozoicos de natureza

    climtica e/ou tectnica, que permitiram, durante o final do Tercirio (Plioceno), h

    cerca de 2 milhes de anos, o extenso recobrimento das superfcies expostas do

    embasamento, colmatando um relevo bastante movimentado. Esta unidade constitui-se

    de um sedimento fluvial, areno-argiloso, de colorao creme a avermelhada,

    dependendo da intensidade da oxidao do ferro. Constitui uma extensa cobertura

    sedimentar que ocupa toda a poro norte do municpio, restringindo-se aos topos do

    relevo mais para sul. Essa formao associada aos processos fluviais, mostra pelo

    menos trs fcies distintas: leque aluvial proximal, leque distal/plancie aluvial e canal

    fluvial. J os depsitos aluvionares so depsitos recentes constitudos pelos materiais

    carregados pelas correntes, ou seja, so solos transportados pela gua que foram

    depositados nas plancies de inundao dos rios. Apresentam cores claras e so

    constitudos de areias, siltes e argilas. Seu relevo plano e rebaixado no interfere nos

    processos de escorregamentos e eroso das encostas (Alheiros, 1998; Bandeira et al.,

    2003).

  • 13

    Mapa 01 Mapa exploratrio de Reconhecimento de solos do municpio de Camaragibe, destacando os quatro tipos de solos.

    Fonte: EMBRAPA.

  • 14

    Mapa 02 Mapa de unidades geolgicas do municpio de Camaragibe, destacando os trs tipos de formaes.

    Fonte: EMBRAPA.

  • 15

    4.5. USO DO SOLO

    No que compete a Lei 032 de 1997 (Do uso e ocupao do Solo) da Prefeitura

    Municipal de Camaragibe, em seu artigo 4 - O Espao Urbano do Municpio de

    Camaragibe constitudo pela totalidade do seu territrio e para fins de aplicao desta

    Lei, formado pelas reas e Eixos de Comrcio e Servios, assim denominados (Anexo

    IV): I - AUR - rea de Urbanizao Restrita; II - AUP - rea de Urbanizao

    Preferencial; III - AE - reas Especiais; IV - ECS - Eixo de Comrcio e Servios: a)

    Av. Belmino Correia - PE 05; b) Estrada de Aldeia - PE 27; c) Rua Eliza Cabral de

    Souza; d) Rua Luiza de Medeiros.

    1 Considera-se rea de Urbanizao Restrita (AUR), os espaos urbanos que pela

    sua geomorfologia desfavorvel urbanizao comportam um baixo potencial

    construtivo.

    2 Considera-se rea de Urbanizao Preferencial (AUP), os espaos urbanos que

    pela infra-estrutura de servios urbanos e sua geomorfologia favorvel urbanizao

    comportam um alto potencial construtivo.

    3 Consideram-se reas Especiais (AE), os espaos urbanos que pelo seu processo de

    urbanificao, condies ambientais, infra-estrutura dos servios pblicos e/ou natureza

    das atividades privadas estabelecidas, exigem parmetros reguladores especficos no uso

    e ocupao do solo e classificam-se em seis Zonas, a saber:

    I - Zonas Especiais de Interesse Social/ZEIS - Caracterizam-se como assentamentos

    habitacionais de baixa renda, surgidos espontaneamente, existentes e consolidados, ou

    propostos pelo Poder Pblico onde haja possibilidade de urbanizao e regularizao

    fundiria. A regulamentao das ZEIS ser objeto de lei especfica;

    II - Zonas Especiais de Preservao Ambiental/ZEPA - Caracteriza-se como espao

    urbano de interesse ambiental e paisagstico necessrio preservao das condies de

    amenizao do ambiente urbano, de conformidade com a Lei Estadual de Proteo dos

    Mananciais n 9860 de 12/08/86;

    III - Zona Especial de Preservao Ecolgica/ZEPE - Caracteriza-se pelo espao

    destinado a conservar e manter as condies fsicas fundamentais do meio ambiente

  • 16

    impedindo a sua deteriorao. Trata-se de rea cuja cobertura florestal caracteriza-se

    como Mata Atlntica, sendo portanto, um ecossistema protegido pela Constituio

    Federal, pelo Decreto Federal n 750/93 e preferencialmente pelo Cdigo Florestal (Lei

    n 4771/65 alterada pela lei 7803/89) e ser destinada ao uso de unidade de

    conservao, do tipo Parque Municipal;

    IV - Zona Especial de Preservao Cultural/ZEPC - Caracteriza-se pelo espao urbano

    que devido a sua relevncia histrica, arquitetnica e cultural, exige uma urbanizao

    que preserve os bens nela contidos;

    V - Zona Especial de Comrcio e Servios/ZECS - Caracteriza-se pelo espao urbano

    do entorno da estao do metr, destinando-se preferencialmente aos usos de comrcio

    e servios;

    VI - Zona Especial de Atividades Empresariais/ZEAE - Caracteriza-se pelos espaos

    urbanos indicados para instalao e localizao de atividades empresariais de mdio e

    grande portes, devido a sua localizao favorvel;

    4 - Os Eixos de Comrcio e Servios (ECS) so os espaos urbanos ao longo das vias

    de trfego intenso onde se concentram atividades de comrcio e servios e so

    delimitados pelas divisas de fundo dos terrenos lindeiros s respectivas vias.

    4.6. COBERTURA VEGETAL

    Para o municpio de Camaragibe, o percentual de cobertura vegetal est

    estimado em cerca de 7%, possibilitando interpretar aes de desmatamento,

    principalmente diante da expanso do processo de urbanizao da cidade. Apesar do

    baixo ndice de cobertura vegetal, a cidade de Camaragibe possui uma das maiores

    reservas florestais de fragmentos de Mata Atlntica situadas na Regio Metropolitana

    aproximadamente 170 ha, protegida pela Lei de Parcelamento, Uso e ocupao do Solo

    de Camaragibe (Lei N 032/97 em anexo nico). Junto s reas de fragmentos de Mata

    Atlntica preservadas, ocorrem em meio aos extratos vegetacionais: capoeira, capoeiro,

    vegetao hidrfila, pequenos canaviais, coqueiral e cultura de subsistncia em reas

    mais afastadas do centro municipal (Costa, 2002; Bandeira et al., 2003; Serafim-Filho,

    2012). Em 2010, por decorrncia do Decreto de criao e data n 34.692, de 17 de

  • 17

    maro de 2010 foi efetivado a rea de Proteo Ambiental Aldeia-Beberibe e tem como

    Unidade Gestora Responsvel a Agncia Estadual de Meio Ambiente (CPRH) PE.

    Trata-se de uma unidade de conservao do Bioma: Mata Atlntica com predominncia

    de Floresta Ombrfila Aberta.

    4.7. RELEVO

    Destacam-se dois conjuntos morfolgicos distintos no municpio de Camaragibe,

    so eles: morros e plancies (Mapa 03). Nas reas que atingem maiores altitudes

    dominam o relevo do municpio (80%), constitudos de tabuleiros com vales

    verticalizados, instalados nos sedimentos da Formao Barreiras. Os relevos mais

    maduros esto na poro sul do municpio, com formas mais arredondadas e vales

    abertos e quase sempre associados aos solos residuais. Os tabuleiros planos esto

    concentrados nas pores norte e nordeste do municpio, conhecido como regio de

    Aldeia, sendo considerada as reas mais seguras e nobres para a ocupao, atualmente

    preservada por interveno da Legislao Ambiental (Bandeira et al., 2003).

    4.8. RECURSOS HDRICOS

    O municpio de Camaragibe est includo nos domnios dos Grupos de Bacias

    Hidrogrficas de Pequenos Rios Litorneos. Sendo os seus principais rios:

    Capibaribe e Beberibe. De acordo com Quaresma (2012), o Rio Capibaribe um dos

    principais patrimnios hdricos do Estado de Pernambuco. Esse rio abastece 43

    municpios e 3.474.198 habitantes, que residem especialmente na zona urbana da

    Regio Metropolitana de Recife. O Rio Capibaribe nasce entre as cidades de Jataba e

    Poo, e escoa por vrios centros urbanos, onde serve para drenar os efluentes

    industriais e domsticos. Ainda de acordo com Quaresma (2012), o trecho do Rio

    Capibaribe inserido no municpio de Camaragibe, sofre diversos impactos provenientes

    das atividades comerciais, industrial e da construo civil, ainda, pelo fato do

    esgotamento sanitrio ser crtico e ausente na maior parte da cidade. J o Rio Beberibe

    tem sua nascente na APA Beberibe (rea de Proteo Ambiental Beberibe), criada em

    2009 em decorrncia do zoneamento ecolgico econmico costeiro. Est inserido em

    um planalto com cerca de 130 metros, cuja nascente localiza-se no aude do Clube Sete

    Casuari

    Ara, em zona habitacional rarefeita, as guas da nascente se juntam as guas do Rio

  • 18

    Pacas ainda em Camaragibe, essa confluncia do foras as guas e a partir delas que

    surge oficialmente o Rio Beberibe (CPRH, 2001; Campos, 2008; Serafim-Filho, 2012).

    A rede principal de drenagem do Municpio de Camaragibe composta pelo Rio

    Capibaribe e os riachos Timbi, Besouro, Camaragibe e das Pedrinhas. Vrios crregos

    tambm so encontrados na cidade, com destaque para o Crrego da Andorinha,

    Crrego do Desastre e o Crrego do Jacar (Mapa 05).

    5. DIAGNSTIC O AMBIENTAL DA REA

    5.1. INFORMAES LEGAIS DE CUNHO AMBIENTAL

    A rea est situada em permetro urbano, fora dos limites concomitantes s reas

    de preservao permanente conforme estabelecido em mapa de zoneamento,

    especificamente localizada em Zona Especial de Atividade Empresarial-ZEAE,

    estabelecida na Lei 032/1997, conforme segue: ZEAE - Zona Especial de Atividade

    Empresarial (SETOR 2) Inicia-se no ponto definido pelo cruzamento da linha frrea

    com a divisa do municpio de Camaragibe com So Loureo da Mata, a altura da Av.

    Doutor Lus de Andrade Lima Neto (P0); segue pela linha frrea at o cruzamento desta

    linha com o limite do municpio de Camaragibe com Recife (P1); segue pela divisa

    Camaragibe / Recife at o cruzamento desta linha de divisa com o eixo do rio

    Capibaribe (divisa Camaragibe / So Loureo da Mata) (P2); segue por este limite at a

    altura da foz do riacho Santo Antnio (P3); deflete direita seguindo a divisa

    Camaragibe / So Loureo da Mata at encontrar o ponto inicial (P0). Fazem parte desta

    rea:

    ;

    ;

    ;

    ;

    Santa Mnica;

    ;

    maragibe;

    ;

    ;

  • 19

    Jardim Santa Cruz;

    ;

    Santa Maria;

    Santa Terezinha;

    ;

    Jardim Santa Cruz;

    Granja Estrela (Atual Granja Cana Brava);

    ;

    ;

    ;

    O mapa 04 especifica a localizao da rea e a situa na Zona Especial de

    Atividade Empresarial (Setor 2), conforme Lei que define a organizao do espao

    territorial do Municpio de Camaragibe, supra citada.

    Durante a visita tcnica para o estudo da rea e coleta de dados, constatou-se a

    inexistncia de plantaes cultivadas, no entanto foram observadas espcies cultivveis,

    ainda assim, no configurou algum tipo de agricultura na rea. A cobertura vegetal

    existente compe-se de indivduos arbreos, distribudos de maneira densa em partes

    isoladas bem espaados, ainda, componentes arbustivos ao longo da rea seguido de

    presena macia de vegetao herbcea, tambm espcies ornamentais cultivadas em

    um tipo de jardim ao longo da propriedade, estas percepes esto ilustradas em

    imagens sequenciais abaixo (Figura 04 A, B e C e Figura 05).

  • 20

    Figura 04 Percepo dos elementos arbreos, arbustivos e herbceos A

    (Composio arbrea), B (Composio arbustiva) e C (Viso panormica). Fotos:

    Alysson Bessa.

    Figura 05 Vista geral dos arredores da propriedade, percepo dos elementos da

    vegetao. Fotos: Alysson Bessa.

  • 21

    Mapa 03 Mapa de unidades de relevo do municpio de Camaragibe, destacando os trs tipos de formaes.

    Fonte: EMBRAPA.

  • 22

    Mapa 04 Mapa de risco de eroso do municpio de Camaragibe. Fonte: FIDEM (1997).

  • 23

    Mapa 05 Mapa de rede de drenagem do Municpio de Camaragibe. Fonte: Bandeira, 2003.