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Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014
Laje Alveolar Com Enchimento De Garrafa PET Não Protendida
Carla Fabrícia Rodrigues¹Joana Pinheiros da Silva²Ronilson Flávio de Souza³
RESUMO
A construção esta sempre implantando novas tecnologias, com o objetivo deracionalizar os métodos envolvidos nas obras, obtendo maior produtividade ediminuição de desperdícios. No meio dessas novas tecnologias estão às aplicaçõesde lajes alveolares protendidas pré-fabricada, o qual possui maior rigidez edesempenho estrutural, organização, além de ser mais racional e, em determinadassituações mais econômico. Com base nestas informações, nosso trabalho veiopropor uma nova tecnologia: laje alveolar com enchimento de garrafa pet nãoprotendida.
Palavras-chave: PET, laje alveolar, laje nervurada, Viabilidade Econômica,Consciência Ecológica.
1. INTRODUÇÃO
As lajes alveolares são originais da Alemanha, segundo El Debs (2000), e
representam um dos mais populares elementos pré-fabricados no mundo, em
especial na América do Norte e na Europa Ocidental, onde são peças de grande
versatilidade, que podem ser aplicadas em qualquer tipo de sistema construtivo
(convencional, pré-fabricado, metálico, alvenaria estrutural e outros), para fim
habitacional, comercial, industrial e de estacionamento, empregados tanto para
execução de pisos, sendo o mais comum, e como na forma de fechamentos ou
painéis.
A Laje Alveolar é um conjunto formado por painéis de concreto protendido
que tem seção transversal com altura permanente e alvéolos longitudinais. Estes
alvéolos são responsáveis por reduzir o peso da peça. Estes painéis protendidos
¹Graduação em Engenharia Civil pela Faculdade Kennedy²Graduação em Engenharia Civil pela Faculdade Kennedy³Possui graduação em Engenharia Civil pela Faculdade Kennedy e Especialização em estruturaspela UFMG, e MBA em gestão da construção civil pela FVG
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são fabricados em concreto de alta resistência característica à compressão (fck ≥
45MPa) e com aços especiais para protensão.
A laje alveolar é de fácil instalação possibilitando-se atingir grandes vãos,
estas lajes facilitam a organização e aperfeiçoam a estrutura, seja ela de alvenaria
estrutural, metálica ou de concreto convencional ou pré-fabricado. De acordo com
Melo (2004), estes são os principais motivos para o grande sucesso do sistema de
lajes de piso em lajes alveolares no mercado da construção civil.
2. OBJETIVO
O principal objetivo deste artigo e propor uma nova tecnologia de construção
de laje para residências de baixa renda onde serão analisado o comportamento e o
desempenho da laje alveolar com enchimento de garrafa pet não protendida através
de cálculos.
Os objetivos específicos são:
Redução de custo
Redução de serviços na obra
Facilidade de transporte
Simplicidade e rapidez de montagem
Redução do impacto ambiental
Maior qualidade e confiabilidade
Economia
3. JUSTIFICATIVA
PET – Poli (Tereftalato de Etileno) – polímero desenvolvido em 1941 pelos
ingleses Winfield e Dickson. Seu potencial de aplicação inicial era como fibra, e
posteriormente passou a ter grande aceitação no armazenamento de alimentos. Em
1973, a Dupont introduziu o PET na aplicação como garrafas e revolucionou o
mercado de embalagens, principalmente o de bebidas carbonatadas (FORMIGONI,
A. CAMPOS).
Porém, após o consumo, o PET acaba sendo destinando a aterros sanitários.
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Atualmente, este espaço está ficando cada vez mais raro devido ao alto crescimento
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da taxa de consumo e também pela dificuldade de degradação deste material, o que
causam graves impactos ambientais, principalmente em áreas urbanas e marinhas.
Garrafa de Poli-Tereftalato de Etileno (PET): Possui alta resistência mecânica
e química, é excelente barreira para gases e odores, e por seu peso ser muito menor
que as embalagens tradicionais (vidro), tornou-se o recipiente ideal para as
indústrias de bebidas, reduzindo custos de transporte e produção (GUELBERT, T.
F.; e outros, 2007).
O uso da garrafa PET na área da construção civil esta cada dia mais
ascendente, pois o custo das construções feitas com este material é menor e
simultaneamente a uma redução importante nos impactos ambientais causados pela
garrafa PET.
Através de cálculos demonstraremos a viabilidade técnica e econômica do
uso da garrafa Pet. Nossa proposta vai além da viabilidade técnica e econômica,
pois queremos incentivar e conscientizar a cooperação na construção civil,
objetivando a utilização de garrafas pet, evitando que elas sejam descartadas
aleatoriamente, agravando problemas ambientais.
4. LAJE ALVEOLAR TRADICIONAL
As lajes tradicionais demandas de um recebimento, transporte, manuseio e
estocagem de diferentes componente da laje (vigotas, escoras, componente de
enchimento, e armaduras), onde é importante ter área ara estocagem e transporte
adequado do material do recebimento ao estoque e, do estoque ao local aplicação.
Na laje alveolar, apenas os painéis e ocasionalmente o aço para a armadura de
distribuição, deverão ser recebidos e descarregados com a ajuda de guindaste, ou
por equipamentos similares, reduzindo estoque e manuseio do produto.
O sistema de instalação da laje alveolar é muito fácil e repetitivo e a produção
de uma equipe de instalação de três operários pode chegar com facilidade a 50m²/h,
o que corresponde a 400m2 em 8 horas de trabalho. Finalizado a instalação dos
painéis alveolares, pode se executar de imediato o preenchimento das juntas ou a
realização da capa de concreto, sendo desnecessário qualquer escoramento dos
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painéis.
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Os serviços de carpintaria, armação e revestimento, além do recebimento,
transporte, manuseio e estocagem de todos os materiais envolvidos nestas etapas,
são extintos quase que totalmente.
A diminuição de materiais e mão de obra para a realização e, especialmente a
diminuição acentuada dos prazos de realização faz da Laje Alveolar uma solução
fundamental para obras com canteiros pequenos e prazos curtos.
4.1 FabricaçãoOs sistemas de fabricação mais comuns usados na fabricação das lajes
alveolares protendidas são por máquinas moldadoras (formas fixas) e extrusoras
(fôrma deslizante) em extensas pistas de concretagem, com a utilização de concreto
protendido.
A norma NBR 6118 (2007) da ABNT define estrutura de concreto protendido,
como aquela que utiliza elementos “[...] nos quais parte das armaduras é
previamente alongada por equipamentos especiais de protensão com a finalidade
de, em condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os deslocamentos da
estrutura e propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta resistência no Estado
Limite Último (ELU)”.
Em geral o concreto utilizado para a produção das lajes é executado com
cimentos de alta resistência inicial. Devido à inexistência de armadura para resistir à
força cortante e para solicitações na direção transversal, estes esforços são
suportados apenas pela resistência à tração do concreto (EL DEBS, 2000).
Segundo Elliott (1996), a protensão está presente em mais de 90% de todos
os elementos estruturais de concreto pré-fabricado utilizados na Europa como
estruturas de piso, por apresentar uma relação maximizada da capacidade estrutural
em comparação com um menor peso próprio.
Os métodos construtivos da laje alveolar podem ser divididos conforme
mostra as etapas abaixo;
Preparação das pistas, ou seja, limpeza e aplicação de desmoldante;
Posicionamento dos cabos e pretensão;
Lançamento do concreto e produção da laje;
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Marcação dos painéis (pré-cortes) e prováveis recortes na pista;
Endurecimento e cura;
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Liberação da protensão e corte das lajes;
Içamento e estocagem;
Recortes e acabamentos
4.2 Quando a laje alveolar é utilizadaDe acordo com a Laje Alveolar R4 a escolha pela laje alveolar envolve os
seguintes parâmetros:
4.2.1 Vão de laje
Vãos menores que 5,0m: A laje alveolar é uma opção para obras que
necessitem de velocidade (dispensa a utilização de escoramentos), lajes com
sobrecarga elevada, ou obras com pé-direito elevados (grande custo de
escoramentos). Lajes que utilizam escoramentos costumam ser mais
econômicas nesta faixa de vão;
Vãos de 5,5m a 7m: A laje alveolar apresenta custos bastante competitivos;
Vãos acima de 7m: Normalmente a laje alveolar é uma excelente opção em
termos econômicos.
4.2.2 Sobrecarga:
A laje alveolar é especialmente interessante para:
Vãos menores que 5,0m – sobrecargas >= 500Kgf/m²;
Vãos maiores que 6,0m – qualquer sobrecarga.
4.2.3 Velocidade de Montagem:
O índice usual de montagem é de 300m²/dia por equipe de montagem.
Por dispensar escoramentos, a opção por lajes alveolares acelera o ritmo da obra,
liberando os pavimentos rapidamente para os serviços de acabamento.
4.2.4 Acabamento inferior:
A laje alveolar apresenta excelente acabamento inferior, dispensando
serviços adicionais para a maioria das aplicações.
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Estuque é comum em obras de alto acabamento, com superfície de concreto
aparente.
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5. LAJE ALVEOLAR COM ENCHIMENTO DE GARRAFA PET NÃOPROTENDIDA
Laje alveolar é um sistema construtivo formado por com enchimento de
garrafa pet contido entre uma pré-laje de concreto e uma tela soldada armada
superior. As garrafas pet introduzidas na intersecção das armaduras "ocupam" o
lugar do concreto que não desempenharia função estrutural. Assim, pode-se reduzir
em até 22% o peso próprio da laje, vindo a proporcionar economia no
dimensionamento estrutural em função das cargas menores sobre as fundações.
Este sistema é constituído por painéis de concreto, que possuem seção
transversal de altura constante e alvéolos longitudinais com preenchimentos de
garrafas pet, os quais têm a finalidade principal de reduzir o peso próprio e diminuir a
quantidade de concreto, em comparação com lajes maciças.
A figura a seguir ilustra uma seção transversal de um Painel Alveolar com a
descrição das partes que o constituem.
Figura 1: Laje alveolar com preenchimento de PET
Figura 2: Seção Longitudinal da Laje alveolar com preenchimento de PET.
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Figura 3: Seção Transversal da Laje alveolar com preenchimento de PET
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6. CRITÉRIOS DE CÁLCULO E D DIMENSIONAMENTO
Um tipo de laje nervurada muito comum é a chamada laje pré-fabricada ou
treliçada. É Estas estruturas são lajes unidirecionais (armadas em uma direção)
realizadas com vigotas pré-moldadas. O enchimento será de garrafa PET
(Politereftalato de etileno). A mesa, ou capa é de concreto maciço e possui somente
uma armadura de distribuição (tela) para combater a fissuração hidráulica do
concreto. Estes tipos de lajes não se comportam bem em estruturas contínuas, isso
devido à pequena espessura das mesas dificultando a colocação de armadura
negativa. Porém, não quer dizer que em casos especiais, quando há uma
necessidade de evitar possíveis fissurações sobre os apoios, estas armaduras não
possam ser colocadas, contudo não devem ser levadas em consideração nos
cálculos para o dimensionamento dos vãos. As lajes pré-fabricadas são largamente
utilizadas no mercado, principalmente de moradias de baixa renda, devido a sua
facilidade construtiva e de preço atrativo.
6.1 Dimensionamento de uma lajeDa mesma forma que as lajes maciças uma laje pré-fabricada pode ser pré-
dimensionada pela equação da flecha elástica, já que são elementos biapoiados
sujeitos a carregamento distribuído. O dimensionamento das vigotas deve ser feito
no ELU calculando as nervuras como vigas T.
Figura 4: A) Vigota pré-moldada e B) Nervura em forma de viga T
Como exemplo vamos pré-dimensionar uma laje alveolar com preenchimento
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de garrafa PET unidirecional.
Os valores das cargas a serem considerados no cálculo de estruturas de
edificações são indicados na NBR 6120: 1980.
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Dados:
Peso específico do concreto armado (c) = 25 kN/m³
Peso do PET (desprezível)
Sobrecarga de projeto 200kg/m² (2kN/m²)
Edificação residencial
Coeficiente de ponderação da sobrecarga 2 = 0,3
Peso de piso 100kg/m2 (1kN/m2)
Peso de revestimento 50kg/m2 (0,5kN/m2)
Concreto 35MPa
Aço CA50
O modelo de laje com PET será uma laje com 525x206cm conforme
figura 01 (Figura 1: Laje alveolar com preenchimento de PET).
Há varias maneiras de calcular o peso/m² de uma laje nervurada, utilizaremos
aqui um processo simples que consiste em calcular o peso em uma área de
influência do bloco de concreto e converte-lo no final por m².
6.1.1 Calculo da Área de Influencia do Bloco (Ai)
= 0,18 0,35 = 0,063m²
Figura 5: Figura bloco dimensões em centímetros
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Figura 6: PET dimensões em milímetros
6.1.2 Calculo do Volume do Bloco (Vb)= 0,18m x 0,35m x 0,155m Vb = 9.765cm³6.1.3 Volume do PET (VPET)
Utilizaremos o PET da figura 6 (PET dimensões em milímetros), como
referência para os cálculos.= 2180ml V PET = 2180cm³6.1.4 Volume g na nervura (Vg)! = Vb − V PET ! = 9.765cm³ − 2180cm³ ! = 0,008m³6.1.5 Calculo do peso do bloco (Pb)= Vg x c = 0,008m$x 25kN/m$ = 0,190KN6.1.6 Calculo do g da nervura (gnervura)!)*+,-+. = !)*+,-+. = 0,190KN0,063m² !)*+,-+. = 3,010KN/m²
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6.1.7 Calculo do PELS/0 = 1! + 2 x q4 /0 = 14,51 + 0,3 x 2,004 /0 = 5,110KN/m²
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6.1.8 Calculo de PELU/6 = 1,4 1! + 74 /6 = 1,4 14,51 + 2,004 /6 = 9,114 KN/m²Onde:g – é a parcela permanente das cargas que atuam sobre a laje (peso próprio,
revestimento, reboco, etc.);
g = Peso de piso + Peso de revestimento + gverura
g = 1,00kN/m² + 0,50kN/m² + 3,00 KN/m² g = 4,51 KN/m²q – é a parcela variável das cargas que atuam sobre a laje (peso das pessoas,
móveis, equipamentos, etc.).
q = Sobrecarga de projeto 200 kg/m² ( 2,00kN/m²)
2 = Coeficiente de ponderação da sobrecarga onde Edificação residencial = 0,3
6.1.9 Verificação da flecha
A flecha em uma laje nervurada é proporcional à flecha da laje se ela fosse
maciça e a relação entre elas é dada pela razão entre o momento e inércia da laje e
maciça e o momento de inércia da nervurada, assim flecha elástica inicial é dada
pela expressão:
8* = 8maciça x I1maciça4I1nervura46.1.9.1 Flecha da laje maciça
8B.C ç. = 5 x PELS x LF384 x Ecs x I1maciça4 x 0,78B.C ç. = 5 x 0,051 KN/cm² x 1525cm4F384 x 2.816,054KN/cmH x 31.032,292cmF x 0,7 8B.C ç. = 0,826cma) Calculo do modulo de Elasticidade (Ecs)CI0,85 x 5600 √fck CI = 0,85 x 5600 √35 CI = 2.816,054 KN/cmH
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b) Calculo do Momento de Inércia (I)100 x h³L = 12 L = 100 x 15,50³12 L = 31.032,292cmF
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c) Calculo do Momento de Inércia (Imaciça)
LB.C ç. = 18 x 15,50³12 LB.C ç. = 5.586,813cmF6.1.9.2 Calculo do momento de Inércia da nervura
Para facilitar o calculo, e a favor da segurança a nervura pode ser aproximada
a uma seção T com as dimensões abaixo:
a) Calculo da distância do CG da figura até o eixo x escolhido arbitrariamente(ycg)
O 18 x 3 x 3 + 8 x 12,5 x O 12,5 + 3PNC! = 2P 2 NC! = 6,532cm118 x 34 + 112,5 x 84b) Calculo do Momento de Inércia em A (IA)
L = 18 x 3³12 3+ 118 x 34x Q 2 – 6,532S ² L = 1.408,835cmFc) Calculo do Momento de Inércia em A (IB)
LT = 8 x 12,5³12 + 18 x 12,54x Q 12,52 + 3 – 6,532S ² LT = 2.040,836cmF
Figura 7: Seção: Nervura em forma de viga T
d) Calculo do Momento de Inércia Total (IT)
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L = IA + IB L = 1.408,835cm4 + 2.040,836cm4 L = 3.448,671cm4
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6.1.9.3 Calculo da Flecha real da laje nervurada
8* = 0,826CB 5.586,813cmF3.448,671cm4 8* = 1,338 cm6.1.9.4 Calculo da Flecha diferida no tempo 1W∞48∞ = 2,46 8* 8∞ = 2,46 1,338 cm 8∞ = 3,292 cm6.1.9.5 Flecha Admissível (fadm)
8.YB = L250 8.YB = 525250 8.YB = 2,100 cmDesta forma, como a Flecha diferida no tempo (f∞) é maior do que a flecha
admissível (fadm) torna-se necessária uma contra flecha de 1,50 cm.
6.1.10 Calculo da amadura de flexão da vigota
Para calcular a armadura de flexão e a flecha máxima faremos uma analogia
à laje nervurada, aproximando a parte de concreto a uma seção T e calculando.
Figura 8: Vigota em T
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6.1.10.1 Momento Fletor Maximo (Ma)
Z. = PELU x LH8 Z. = 19,114 KN/mH4 x 15,25m4H8 Z. = 31,400 KN. m6.1.10.2 Momento Fletor na nervura (Mnv)Z), = Ma x bfZ), = 31,400KN. m x 0,18mZ), = 5,652 KN. m
O calculo será feito considerando a vigota uma viga T com a seção conforme
figura 9:
Dimensionamento à flexão simples:
Mnv =5,652 KN.m
fck = 35 MPa
b = 100 cm - h = 15,5 cm - d’ = 3cm
6.1.10.3 Calculo de KY = h – d’ Y = 15,5 cm − 3cm d = 12,5cm8CY = 0,85 x fck1,4 8C = 0,85 x 3,51,4 8CY = 2,125 KN/cm²
Mnv x d_ = 8CY Y² _ = 5,652 KN. m x 100cm2,125 KN/cm² x 8cm x 112,5cm4² _ = 0,213Logo a LN esta passando na mesa calcular como a
retangular bw = bf.
Verificação:
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bfK − Qbw hf− 1S x Q d S x Q1 − hfS < 02d
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180,213 − Q − 1S x Q 3 S x Q1 − 3 S < 08 12,5 2x12,5−0,051 < 0 OKMnv x d_ = 8C YH _ = 5,652 KN. m x 100cm2,125KN/cmHx 18 x 112,5cm4H _ = 0,0956.1.10.4 Calculo de As_ = 0,095 < _/ B ∴ Kd = K As = As1I = 8CY x b x d8NY x e1 − f1 − 2xK′ h
8Ni 508NY = 8NY = 8NY = 43,478MPaI 1,15
I = 2,125 x 18 x 12,543,478 x e1 − f1 − 2x0,095 h I = 1,100 cm²Nº Barras ∅10,0BB 0,785 CB²/ .++.I) = 0*çãm ) = 1,100 cm²0,785 CB²/ .++. ) ≅ 2 .++.I6.2 Material de enchimento
De acordo com a norma NBR-14859/2002, item 3.1.2
3.1.2 elementos de enchimento (E): Componentes pré-fabricados com
materiais inertes diversos, sendo maciços ou vazados, intercalados entre as vigotas
em geral, com a função de reduzir o volume de concreto, o peso próprio da laje e
servir como fôrma para o concreto complementar. São desconsiderados como
colaborantes nos cálculos de resistência e rigidez da laje.
Os materiais de enchimento habitualmente utilizados são o bloco cerâmico
ou celular, blocos de EPS (Poliestireno Expandido) ou simplesmente Isopor ou até
mesmo fôrmas reutilizáveis.
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6.3 Características do PETO PET é o elemento mais leve para a aplicação de enchimento de laje
alveolar, além de facilita o processo de execução, pois a garrafa não sofre nenhum
processo de transformação, reduzindo o peso total da laje. Esses são fatores
importantíssimos na avaliação da eficiência deste processo com o objetivo de obter
uma resolução técnica e economicamente executável
Essas vantagens, entre outras, fazem do PET o material mais adequado para
todos os tipos de lajes, principalmente para lajes especiais com entre-eixos e alturas
maiores.
A densidade do PET é de 1,3 g/cm³ a 20 °C e seu peso não interferem no
peso próprio da laje.
A aplicação da garrafa PET como material de enchimento possibiliza uma
economia transcendente a 40% sobre o custo de lajes fabricadas com materiais
convencionais como blocos cerâmicos favorecendo a redução do peso próprio da
estrutura e uma utilização mais eficiente do aço e do concreto. A essência da ideia
de laje alveolar com enchimento de garrafa PET consiste na utilização de elementos
pré-fabricados capazes de suportar o seu peso próprio e as cargas de construção,
vencendo vãos delimitados pelas linhas de cimbramento, e no emprego de materiais
leves de enchimento no que seria a maior parte da zona tracionada das lajes
maciças (COELHO C. A. FRANCISCO, 2005).
6.4 Viabilidade Técnica:A utilização de “elementos de enchimento” com materiais inertes, maciços ou
vazados, está de acordo com a norma NBR 14859-1, item 4.3.41:
Para os elementos de enchimento com 7,0 cm e 8,0 cm de altura, admite-se
resistência característica para suportar a carga mínima de ruptura de 0,7 kN.
6.5 Viabilidade Econômica:
Muitas vezes produtos ecologicamente corretos não são viáveis
economicamente, pois maior saem mais caro que os produtos convencionais que
agridem a natureza podemos citar como exemplo: tubos hidráulicos de plástico
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reciclado, papel reciclado, veículos elétricos, entre outros. No caso da Laje Alveolar
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com preenchimento de garrafas PET, o custo do produto fica mais barato que as
lajes convencionais com cerâmica ou EPS.
7. CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA
Nosso estudo vai além da viabilidade técnica e econômica. Queremos
encorajar uma rede de relacionamento e cooperação, objetivando na coleta de PET,
impedindo que elas sejam descartadas aleatoriamente, agravando problemas de
enchentes e poluindo nosso meio ambiente. Reaproveitar ou reciclar PET é uma
forma de reduzir a quantidade de lixo. Reduzindo a quantidade de lixo, estamos
preservando o ambiente e reduzindo custos para o poder publico e para nós
cidadãos. Uma boa noticia é o fato de que a reutilização de embalagens de
refrigerante para o mesmo fim já é proposto como economicamente viável na
atualidade.
7.1 Censo da Reciclagem de PETA Reciclagem de PET no Brasil é uma das mais desenvolvidas no mundo.
Conta com alto índice de reciclagem e uma enorme gama de aplicações para o
material reciclado, criando uma demanda constante e garantida.
Desde 1994 a ABIPET procura mensurar este mercado e informar ao público
sua atividade e desempenho. Também é tarefa da ABIPET estimular a reciclagem e
o descarte adequado das embalagens pós-consumo, bem como oferecer as
informações necessárias para que a indústria de embalagens possa produzir com a
questão ambiental em foco, direcionada pela reciclabilidade das garrafas, frascos e
outras embalagens de PET.
Gráfico 1. Evolução da Reciclagem de PET
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Fonte: ABIPET, 2012
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Atualmente, a indústria recicladora está estabelecida por todo território
nacional, o que demandou uma nova atividade de pesquisa: O Censo da
Reciclagem de PET no Brasil. Um estudo completo sobre este importante segmento
industrial, gerador de empregos e que destina adequadamente uma grande
quantidade de embalagens de PET pós-consumo. Através do censo, será possível
ter um panorama bastante completo sobre o universo de empresas dedicadas à
reciclagem do PET, número de empregos gerados, demandas para o produto
reciclado e concentrações geográficas (ABIPET, 2010).
7.2 Tempo de degradação garrafa petA garrafa PET é um dos materiais que mais leva tempo para sua degradação
no meio ambiente. Politereftalato de etileno, ou PET, é formado pela reação entre o
ácido tereftálico e o etileno glicol, originando um polímero, termoplástico. Utiliza-se
principalmente na forma de fibras para tecelagem e de embalagens para bebidas.
A garrafa PET pode ficar na natureza por mais de 500 anos, por isso é
importante à conscientização e educação de não jogar essas embalagens na rua. A
reciclagem desse produto é importante para que se possa preservar o ambiente. De
acordo com o IBRACON (1995, p. 5), “O Passivo Ambiental pode ser conceituado
como toda a agressão que se praticou/pratica contra o meio ambiente e consiste no
valor de investimento necessário para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações
em potencial”.
7.3 Tempo de degradação de alguns materiais jogados na naturezaMuitas matérias demoram anos para se degradar na natureza, por outro lado
esses materiais podem ser reciclados. Para (LEITE, 2003), a reciclagem são
materiais derivados de produtos descartados que são industrializados extraídos e se
transformam em matérias-primas secundárias e incorporam para a fabricação de
novos produtos.
A reciclagem permite, entre outros; recuperação da matéria-prima, economia
de energia, redução do impacto ambiental, a gerar novos postos de trabalho e
renda. É corriqueiro observarmos pessoas jogando lixo nas ruas, isso não deveria
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ser considerado normal, pois o que muita gente não imagina é que um objeto
aparentemente insignificante como Chiclete e Pontas de cigarro (Quadro 01) levam
anos para sua degradação no meio ambiente.
Quadro 01: Tempo de Degradação dos Materiais
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Resíduo Tempo Resíduo Tempo
JornaisEmbalagens de papelGuardanapos de papelPontas de cigarroPalito de fósforoChiclete Cascasde frutas Nylon
Copinhos de plástico
de 2 a 6 semanasde 1 a 4 meses3 meses2 anos2 anos5 anos3 meses
de 30 a 40 anosde 200 a 450 anos
Latas de alumínioTampinhas de garrafaPilhas e bateriasGarrafas de plástico
PanoVidro Madeirapintada Fraldadescartável Pneus
de 100 a 500 anosde 100 a 500 anosde 100 a 500 anosmais de 500 anosde 6 a 12 mesesindeterminado13 anos600 anos
indeterminado
Fonte: Grippi 2001, Lixo 2003.
8. CONCLUSÃO
Nosso projeto veio incentivar a utilização das embalagens de garrafa PET
como enchimento como enchimento de laje alveolar, pois a sua utilização diminui o
preço da laje, e em curto prazo o custo da estrutura e em longo prazo reduzir o custo
final da obra. De acordo com o orçamento e as características apresentadas, os
cálculos mostraram que a laje alveolar com preenchimento de garrafa PET gera 22%
de economia em relação às lajes alveolares convencionais, principalmente em
função do menor consumo de concreto e aço, possibilitando as pessoas de baixa
renda construir habitações utilizando esse sistema.
A construção civil há décadas vem causando impactos ambientais
gigantescos, e quando surgem empreendimentos preocupados em desenvolver
projetos que diminuam tais impactos, causa satisfação à sociedade. Tal filosofia
ambiental de sustentabilidade agrega titulo positivos ao empreendimento e aceitação
da opinião publica e entidades ambientalistas. E quando a engenharia utiliza
embalagens de garrafa PET nas lajes alveolares, ela esta dando destino a este
material, que de alguma maneira estaria poluindo o meio ambiente.
REFERÊNCIAS
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ABNT NBR 6118 – 2014 - Projeto de estruturas de concreto – Procedimento.
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