Jornal Drop - Edição #108

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Aproveite mais uma edição do Jornal Drop! Informação de qualidade e de graça!

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Ano 13 - Edição#108Agosto/Setembro 2011

Fundador: Luis Felipe Machado Fernandes

Editora: Caroline Lucena - [email protected]

Redação: João Ricardo Lopes – [email protected]

Fotografia: Marcio David - [email protected]

Adriano Rebelo – [email protected]

Colunistas: David Husadel, Julia Veeck Hoff, João Ricardo Lopes, Marcio David, Norton Evaldt e André Barros.

Colaboradores: Jovani Prochnov, Carlos Rios, Aleko Stergiou, Basílio Ruy, Mateus Davi e Rodrigo Pacheco.

Diagramação: Gustavo Egidio

Revisão: Fernanda Moretto de Castro

Jornalista Responsável: Caroline Lucena – CNC 4551028

PARA ANUNCIAR

Adriano Rebelo – 48 99692169 – [email protected]

David Husadel – 48 9122-5473 - [email protected]

Ou mande e-mail para [email protected]

*Os textos assinados nesta publicação são de exclusiva responsabilidade dos autores.

Publicação bimestral - Distribuição gratuita em Santa Catarina

Rua Prefeito Acácio São Thiago Garibaldi, nº 300, Joaquina Florianópolis (SC) - 48 9947.0596 - CEP 88062-600

www.jornaldrop.com.br

CAPAS: Tubos. FOTOS Marcio David

CAPA AÇÃO : SURFISTA - João Paulo de Abreu.

PICO - Prainha, São Chico. FOTO- Marcio David

Editorial

A praia Brava de Itajaí proporcionou ondas clássicas durante o Circuito Catarinense de Surf Profissional.

Na foto: Amani Valentin bem posicionado para pegar o tubo.

O sol começou a brilhar com mais intensidade aqui em Santa Catarina. Por todo o Estado, os raios de luz da primavera trouxeram boas energias e muitas ondas para os surfistas de plantão. A edição#108 do Jornal Drop reú-ne informações sobre esses últimos swells, campeonatos e outros aconteci-mentos que agitaram a região.

Dentre todas as pautas, destaque para o talento de Imbituba João Paulo de Abreu, que relatou como é a vida de um jovem surfista em ascensão. O atle-ta de apenas 17 anos é o nosso entrevistado desta edição e explica como seu surf ágil, e ao mesmo tranqüilo, chamou atenção de Adrian Buchan, top Mundial da Asp em 2007 na praia da Vila. O Passarinho, como é conhecido, está na equipe brasileira que disputa as etapas do mundial Sub 20 da ASP.

Para continuar no clima das ondas, nossa matéria principal colocou o pé na estrada junto com seis atletas que exploram três destinos: Califórnia, Indonésia e Peru. Então faça a mala com: Caetano Vargas, Lucas Silveira, Gabriel Ribas, Gustavo Schlickmann, Antonio Eudes e João Capilé. Apro-veitando o embalo das viagens, o Drop Aventura conta a história de Rodri-go Pacheco, um surfista e fotógrafo que partiu atrás de seu ideal no outro lado do mundo.

Com as colunas e temas diversificados, o Jornal Drop mantém seu obje-tivo de levar muita informação a todos amantes do esporte. A Folha Verde analisa o consumo de água engarrafada. De acordo com a Associação Internacional, a demanda brasileira cresce mais de 7% ao ano e já somos o quarto maior mercado do mundo. Leia a matéria completa e veja como isso está afetando o nosso meio ambiente. Nesta edição, Davi Husadel aborda em sua coluna Tudo do Tempo, o surfista da velha guarda Roberto Lima. Profissão Surfista é o título da matéria de João R. Lopes, que analisa o mer-cado de um ponto de vista bem objetivo na coluna Dropando de Letra.

No Drop Skate destaque para os novos talentos. Aos 16 anos de idade Pedro Barros, catarinense e morador do Rio Tavares, já é o bicampeão mun-dial de bowl. E do Rio Vermelho, Zene Sachs relata sua história de evolução e amor pelo esporte. O Jornal Drop é gratuito, aproveite! Boa Leitura!

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Depois de Fábio Carvalho, que sempre foi referên-cia em Imbituba desde o final dos anos 80 e 90, João Paulo de Abreu parece assumir o posto como novo talento no surf imbitubense nesse início do século 21. O garoto loirinho de poucas palavras, mas de muita atitude dentro da água, já está colhendo frutos de suas performances. O seu surf polido, mesclado com uma aparente tranqüilidade, chamou atenção de Adrian Buchan, top Mundial da Asp em 2007 na praia da Vila. Isso lhe rendeu o patrocínio da Hurley, que abriu muitas portas para o garoto. O Passarinho, mesmo apelido que o pai é chamado, está na equipe brasileira que disputa a primeira etapa, do mundial Sub 20 da Asp, no mês de outubro, em Bali. As outras duas acontecem no Rio de Janeiro e na Austrália. João Paulo está pronto para esta nova fase na carrei-ra, que parece ser promissora.

Como você começou a surfar?Comecei a surfar em 2000, quando vi meu pai, que o pes-soal chama de Passarinho, surfando. Gostei e comecei a ir junto para a praia. Em 2003, o Nova Schin Festival WCT Brasil estreou em Santa Catarina e veio aqui para a praia da Vila. Foi muito empolgante ver os caras fazendo aque-las manobras com velocidade nas ondas. Eu ainda estava aprendendo a surfar e aquilo me motivou bastante.

Depois de assistir tantas etapas do WCT Brasil no quintal de casa, qual a lição que você levou para sua carreira?Nos anos seguintes, o WCT Brasil se estabeleceu de vez em Imbituba e isso renovou meu entusiasmo. Fica-va observando os tops da elite e fui tentando melhorar meu surf. Percebi a importância da velocidade e com o

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João Paulo de abreuPassarinho alça vôo

tempo evolui nas manobras mais modernas. Aproveitava para assistir os melhores surfistas do mundo em ação no quintal da minha casa e isso ajudou na evolução, que foi acelerada e constante. Prestei muita atenção nas ondas, nos movimentos dos atletas, observei a emoção, con-centração e foco nos momentos decisivos.

Conta um pouco sobre sua trajetória como surfista? Eu acho que toda a evolução é constatada dentro d’água. Eu comecei nos campeonatos do Circuito Ca-tarinense Amador, mas foi em 2007 que rolou um mo-mento decisivo na minha carreira. Neste ano, durante os treinos dos melhores do mundo, muitos moleques de Imbituba estavam na água, querendo ver e crowdear o pico. Em um final de tarde, o top WCT Adrian Buchan, que tem o patrocínio da Hurley International, observou meu estilo. Resultado: Adrian me indicou para a Hurley Brasil. Neste momento as coisas começaram a mudar. Com apoio crescente da marca e com a parceria da loja Sul Nativo, as possibilidades começaram a se ampliar.

Quais seus resultados mais expressivos nas compe-tições?Em 2009, estava no time da Fecasurf para competir no Circuito Brasileiro Amador, e fui campeão brasilei-ro Mirim. Em 2010, venci uma das etapas do King of Groms aqui no Brasil e consegui a classificação para competir no Mundial Sub-16 da Quiksilver na França, onde obtive a 5ª colocação. Este ano, estou competindo o Circuito ASP South America Sub-20, quando terminei na 4º posição no ranking. Com este resultado, consegui vaga na equipe que compete no Circuito Mundial Sub-20 da ASP Internacional. As etapas serão em Bali, Rio de Janeiro e Austrália. O campeão em pontos destas

Por David A. Husadel

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João Paulo de abreuPassarinho alça vôo

três etapas, estará dentro do round 96 do evento Prime da ASP em 2012.

Como estão os preparativos para disputar as etapas do mundial sub-20 da ASP?Está tudo certo, graças a Deus. Estou me sentindo bem e só quero me divertir nesse campeonato, atrás de um bom resultado.

Como tem sido sua rotina de viagens?Nestes últimos anos evolui muito e obtive bons resultados por causa das viagens. Já conheci o Chile, Peru, França e recentemente estive na Califórnia, acompanhando o Hur-ley US Open a convite da empresa. Foram vinte dias no palco do surf mundial, freqüentando a área Vip no evento e visitando a sede da empresa. Fui junto com o Icaro Ron-chi e os gringos Micth Crews e Boeu Foster, todos jovens talentos da Hurley. Em algumas ocasiões fomos acom-panhados pelo Rob Machado. Nesta viagem ganhei do Adrian Buchan uma prancha 6 Star, 5’11”.

Quais as metas que um surfista precisa traçar para atingir o sucesso dentro do esporte?Dedicação é muito importante. Contar com bons patroci-nadores e treinar bastante para evoluir nas performances.

Defina seu estilo de surfar em poucas palavras...Tenho um estilo bem tranqüilo.

Como está conciliando as viagens e competições com os estudos?Com tantas viagens e competições, esse é o meu grande desafio. Preciso terminar o 3º ano do Ensino Médio em dezembro. Mas em outubro vou ficar praticamente o mês todo viajando e competindo em Bali e no Rio de Janeiro. No início de janeiro tenho que estar na Austrália, mas se-

ria bom também passar no Hawaii. Apesar desse tempo fora das aulas, vou me dedicar a terminar logo o terceirão.

Como você administra o seu tempo fora d’água? Quando não estou competindo ou viajando, tenho uma rotina de treinos que inclui academia funcional, psico-logia do esporte com Marcelo Rosa Machado. Além do colégio, faço curso de inglês no Skill.

Quais suas últimas considerações?Agradeço muito a Deus, minha família e amigos. A Hur-ley, Eletric, Sul Nativo, M. Dio, Bully’s, Rip Fibras e aca-demia Corpo e Arte. Agradeço também ao Jornal Drop pela oportunidade. É o Jornal que tem todas as notícias sobre surf, nossos atletas, faz um trabalho com serieda-de, divulgando nossa região.

“As coisas estão

acontecendo

rapidamente, tudo

parece um sonho.

O Walter Vale, da

Hurley, está sempre

apoiando seus atletas

e as coisas só tendem

a melhorar.”

Ficha TécnicaNascimento: 05/05/1994

Idade: 17 anos

Peso: 62 quilos

Altura: 1,70

Natural de: Imbituba (SC)

Local da: praia do Porto

Patrocínio: Hurley

Apoio: Electric, Sul Nativo, M Dio, Bulley’s

Quiver: Pranchas M Dio de 5’8” a 6’9”, 8 pranchas em casa

Som: Racionais

Filme: Ficha Técnica

Uma onda: Vila e Porto

Manobra: Aéreo

Uma lembrança: Primeiro campeonato que competi na praia do Porto, realizado pela AAPP (Associação dos Amigos da Praia do Porto)

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MoMents Por Marcio David

Álvaro Bacana decola em algum lugar de Floripa.

Pedro Lani Husadel voa alto na Guarda do Embaú.

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O inverno foi embora e a

primavera, com sua luz e energia, começou quente

e com altas ondas por todo litoral catarinense. Na

sede de dias de calor e sol, a galera não aliviou e arrepiou,

proporcionando momentos radicais

nas sessões de norte a sul do Estado.

Vicente Romero desfruta um secret point da Ilha.

Yuri Castro testa a gravidade no Estaleirinho.

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Em minha opinião, o melhor momento é aquele que surge inesperado. Diferentes de outras fotos que estamparam o Tubo do Mês, onde combino as sessões, essa tem um valor especial, pois não foi programada. Encontrei o surfista Sebastian Ribeiro curtindo as ondas e entubando sem preocupa-ção. O garoto estava em puro êxtase com os tubos surfados e por sorte acabei capturando essa foto.

Por Marcio David

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Surfar as melhores ondas do mundo no circuito mun-dial, tendo grande exposição na mídia. Tornar-se ídolo do esporte em seu país, ganhar dinheiro nos campe-onatos, fechar bons patrocínios e viver bem dentro daquilo que almejou desde criança. Essa é a meta de muitos surfistas que começam desde pequeno nas on-das, mas o caminho é árduo, e muitas vezes pode ter um final que não condiz com que foi planejado.

Não são todos que conseguem atingir o objetivo final. Passar pela difícil peneira que o surf tem desde as cate-gorias de base dos circuitos amadores em todo país não é uma tarefa fácil. É bem semelhante ao futebol. Exige foco, dedicação, talento, mesclado com pouco de sorte. Essa receita pode levar o atleta longe em suas ambições.

Com mais de 8 mil quilômetros de litoral, é fato que mui-tos talentos brutos estejam agora, nesse momento, que-brando alguma vala de seu pico de origem aqui no Brasil, prontos para serem descobertos. Ídolos como Mineiro, Medina, Jadson, Alejo, entre outros, inspiram ainda mais uma nova geração de brasileiros. Mas uma pergunta fica no ar: e os que se dedicaram, conquistaram resultados ex-pressivos quando amadores e não conseguiram seguir em frente e atingir o objetivo?

Para quem trabalha com surf e tem contato com com-petições há anos, é de costume ver atletas que têm uma carreira brilhante nos campeonatos amadores por todo país. Vencem circuitos em diversas categorias, despon-

tam como promessas e, quando chegam como profissio-nais, não conseguem o sucesso de antes. Os resultados somem junto com os patrocínios e com isso vem o ostra-cismo e o fim de carreira. Infelizmente existem diversos casos deste tipo. Arrisco dizer que até depressão pode acontecer nesses casos.

O que será que passa na cabeça destes atletas que che-gam tão perto do objetivo e literalmente “morrem” na praia? Muitos largam os estudos em busca desse foco e acaba não dando certo, o que leva o ex-atleta a buscar um novo caminho pra ganhar o sustento da vida. Esse ponto levanta mais uma questão: o que estes surfistas, ex-atletas irão fazer? Muitos ficam perdidos com esta nova condição que a vida lhes impôs.

Uma receita pra se dar bem é seguir a cartilha do bom atleta, que não é segredo pra grande maioria, mas nunca é demais reiterar: dedicação, treino, não se deslumbrar com as diversas possibilidades que aparecem, manter-se longe das drogas e da vida noturna, aliado ao talento nato que cada um tem. Seguindo alguns desses tópicos, existe uma grande chance de ter sucesso no objetivo.

É uma pena ver muitos talentos perdidos pelo caminho, mas faz parte. Assim como em todos os âmbitos profissio-nais, os melhores se destacam. Por isso é importante para qualquer atleta, sempre aliar os estudos com qualquer outra atividade esportiva que esteja fazendo ou dedicando-se. Sempre é bom ter o plano B na manga quando a vida exigir.

dropandode letra

Por João Ricardo Lopes

profissão surfista

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id Willian Cardoso é um exemplo de surfista

profissional com uma carreira promissora.

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TRIAGENS FECASURFPor Norton Evaldt

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Circuito Catarinense Amador/ 6ª etapaData: 10 de setembroLocal: praia da Vila (SC)

VENTo SUl INTERRompE A CompETIçãoUm forte vento sul prejudicou totalmente a formação

das ondas e paralisou a competição. Devido à falta de condições, as semifinais das categorias Junior, Inician-tes e Feminino e as baterias finais das categorias Open, Mirim, Infantil e Master foram adiadas.

Os destaques da competição foram os atletas Cainã Bar-letta, que fez a maior nota da competição (8,50 pontos) na terceira bateria do primeiro round Junior, e o imbitubense João Paulo Abreu que conseguiu a maior somatória (14,75 pontos) nas suas duas melhores ondas na categoria Junior. Ambos fizeram as pontuações no sábado, quando a Vila ain-da apresentava ótimas condições para o surf, com ondas de um metro e meio abrindo para os dois lados.

A continuação desta sexta etapa do Circuito Catarinense Oceano de Surf Amador será durante a etapa final do Oakley Santa Catarina Surf Pro 2011 nos dias 28, 29 e 30 de outubro também na praia da Vila, em Imbituba (SC).

Onda solidáriaA Fecasurf realizou a Campanha Onda Solidária durante a

sexta etapa do Circuito Catarinense Oceano de Surf Amador. Todos ajudaram doando mantimentos ao povo catarinense que sofreu com as fortes chuvas do ínicio de outubro. Foram arrecadados aproximadamente 430 kg de alimentos não perecíveis, além de roupas, cobertores e calçados, que serão enviados para o alto vale de Itajaí.

A penúltima etapa do circuito será realizada na praia do Ma-tadeiro, no sul de Floripa, durante os dias 22 e 23 de outubro.Líderes do ranking - após a 5ª etapaOpenJoão Paulo Abreu ...... 7.848 pontosJunior Matheus Navarro ...... 9.040 pontosMirim Luan Wood ............... 7.312 pontosInicianteAndré Heiden .......... 8.478 pontosInfantil Lucas Vicente .......... 9.040 pontosFeminino Marina Resende ....... 8.532 pontosMasterStewson Crippa ........ 8.482 pontos

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Oakley Santa Catarina Surf ProCircuito Catarinense Profissional / 4ª etapa Data: 5 e 6 de setembroLocal: praia Brava (SC)

Jovem surfista local conquista sua primeira vitória como profissional surfando em casa. Disputa acirrada pelo título tem seis surfistas na disputa direta pra ver quem é o melhor da temporada 2011. Tiago Bianchini mantém a liderança do ranking.

A quarta etapa do Oakley Santa Catarina Surf Pro 2011 foi realizada na bela e preservada praia Brava de Itajaí (SC) com a vitória do catarinense Matheus Navarro de Balneário Cam-boriú. Os atletas foram agraciados com altas ondas durante toda competição, com ondas bem tubulares no primeiro dia do evento.

A grande final foi bem disputada, com a liderança se alter-nando entre os competidores a todo o momento. Faltando 4 minutos pro término, Matheus começou a desenhar sua vitó-ria achando uma boa onda e marcando 6,50 pontos. Quase no final da bateria ele carimbou seu título surfando mais uma boa onda que lhe rendeu 7,50.

Matheus venceu somando 13,60 pontos contra 11,06 do cearense Antonio Eudes que vinha muito bem na competição. Completaram o pódio o uruguaio Marco Giorgi em terceiro lugar e o paulista Robson Santos na quarta colocação.

“Esse é o primeiro evento profissional que eu venci, e não tem nada melhor que isso, to numa felicidade enorme. Graças a Deus venci todas as baterias aqui nessa praia que eu aprendi a surfar. Na final tava bem difícil, mas nos últimos minutos achei as ondas boas e consegui esta grande vitória”, declarou Navarro.

O Circuito Catarinense de Surf Profissional está na reta final. A grande final do Oakley SC Surf Pro 2011 será na praia da Vila, em Imbituba, de 28 a 30 de outubro, onde será conhecido o Campeão Catarinense de Surf Profissional 2011 da Fecasurf. Ranking – após 4ª etapa 1º) Tiago Bianchini (SC) ..........5.813 pontos 2º) Marco Polo (SC) ...................... 5.025 pts. 3º) Alex Lima(SC) ......................... 4.963 pts.4º) Marthen Pagliarini (SC) .......... 4.838 pts. 5º) Vicente Romero (SC) .............. 4.638 pts.6º) Gustavo Santos (SC) ................ 4.275 pts.7º) Jean da Silva (SC) .................... 4.213 pts.8º) Tânio Barreto (AL) ................... 4.188 pts.9º) Greg Cordeiro (SC) ................ 4.163 pts.10º) Fábio Carvalho (SC) ............. 4.063 pts.

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Sonhar é preciso e move objetivos. Pensando nisso, o surfista e fotógrafo Rodrigo Pacheco partiu atrás de seu ideal no outro lado do globo, mas precisamente no Orien-te. Indonésia hoje é um dos principais destinos de surfis-tas do mundo inteiro e brasileiros sempre estão em gran-de contigente, ainda mais com as facilidades dos dias atuais. Confira no texto abaixo a experiência de Pacheco rodando os principais points da região, relatando tudo so-bre esse paraíso terrestre das ondas perfeitas e azuis.

Há alguns anos atrás, mais de muitos sonhos começava a ser colocado em prática. Ser fotógrafo de surf, rodar o mundo captando o estilo de vida que muitos surfistas procuram viver, e realizar o maior de todos eles: percorrer a Indonésia atrás da onda perfeita. Meu nome é Rodrigo Pacheco Lima, sou fotógrafo profissional e tive o prazer de passar os últimos seis meses rodando a Indonésia atrás da tão sonhada onda.

Tudo começou em outubro de 2010, quando deixei meu tra-balho na aviação e comecei a pesquisar e fazer contatos para entrar no mercado do surf como fotógrafo. Muitas ligações, e-mails, e consegui fazer alguns bons contatos que me levaram primeiramente à Fernando de Noronha, onde fiquei fotogra-fando por três meses. Lá consegui um contato para fotografar em uma ilha chamada Asu no Norte da Sumatra.

Imediatamente comecei os preparativos comprando passa-gens, adquirindo novos equipamentos, comprando pranchas e esperando ansioso pelo dia do embarque. No dia 12 de Abril de 2011, embarquei com destino à Singapura. Acostu-mado a voar, as treze primeiras horas de São Paulo até Doha, no Qatar, foram tranqüilas. Conexão rápida de uma hora e meia e mais nove horas até Singapura.

Para entrar no fuso horário e também para conhecer a cida-de, fiquei em Singapura três dias. Valeu muito ter parado, pois tive a oportunidade de conhecer todos os cantos da cidade e de surfar na wave house, uma onda artificial que pode chegar a 6 pés com tubo e parede para manobrar.

De Singapura, parti para Medan, na Sumatra, onde dormi uma noite. No outro dia um vôo para Nias, uma viagem de duas horas de carro e mais trinta minutos de barco. Pronto cheguei ao tão esperado destino.

A ilha do cachorroA ilha de Asu, que no idioma local significa cachorro, é um

pedacinho de terra perdido no mar como conta o hino de Flo-rianópolis. Com areia branca e água azul, essa ilha esta locali-zada na região do arquipélago de Hinako, no Norte da Sumatra. Em duas horas é possível dar a volta na ilha que possui uma pequena comunidade e tem como opção de estadia quatro surf camps. A comunidade local vive da colheita e extração do óleo de coco que é enviado para a China para a produção de medi-camentos e perfumaria. Duas ondas quebram constantes nessa região: Asu e Bawa e com poucos surfistas na água.

Asu é uma esquerda que funciona com ondulação de sul e vento sul, surfável com swell de 3 a 12 pés em uma bancada

SoNhoS TRANSlúCIdoSPor Rodrigo Pacheco

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Fotos. Rodrigo Pacheco.

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que exige respeito. A primeira vez que chequei a onda fiquei assustado com a força e parti para as fotos. Estava quebrando 8 pés clássico com quatro surfistas na água. Um deles era o Mr. ‘Steve Levine, proprietário do Purê Asu Vip e mais três Brasileiros de São Paulo que foram meus primeiros clientes na Indonésia. Nos outros dias o mar começou a baixar para 6 pés e a galera começou a botar pra baixo. Fiz minha primeira queda no pico.

Muitos surfistas dizem que a onda não é mais a mesma depois do forte terremoto de 8.7 na escala Richter que abalou a região em 2004, mas depois de passar quatro meses nessa ilha, posso dizer que a onda é uma das me-lhores da Indonésia. Primeiro porque não tem crowd, se-gundo que a onda é um muci (como diz meu amigo Fá-bio Capistrano que já surfou essa onda algumas vezes). Quem vai para Asu surfa no máximo com sete pessoas na água. Se não ficar na Bintang até tarde é provável que você surfe essa esquerda da vida sozinho pela manhã.

Bawa já é uma direita que funciona com ondulação de sul com vento norte e noroeste. Tubular, rápida e pesada, quebra com ondulação de 4 a 15 pés. Tem uma banca-da bem funda não necessitando o uso de botinha. Uma prancha com remada indispensável nessa direita.

Entre as várias ilhas que estão nessa região, muitos se-crets podem ser encontrados e vistos da ilha de Asu. Mas funcionam apenas com ondulações grandes. Nesse tem-po no paraíso, tive a oportunidade de surfar três ondas que quebram apenas em condições perfeitas. Uma delas é uma direita chamada Bomy’s que esta entre o caminho de Asu e Bawa. Quebra no meio do nada. Sem uma on-dulação forte não é possível saber que ali quebra uma onda com grande potencial de manobras e tubos.

Uma outra direita é Tulas Right. Esse foi o nome dado a essa onda que encontramos indo para Bawa em home-nagem ao nosso barqueiro Mr. Tula. Estávamos em cinco pessoas no barco. Um bodysurf, uma bodyboard e três regulares. Vimos uma onda quebrar lá longe. A galera não perdeu tempo e foi conferir. Chegando no pico, a onda quebrava com o mesmo estilo de Bawa só que me-nor. Glass de 4 a 6 pés perfeito. Passei o dia entre fotos e sessões de surf com quatro pessoas na água.

Nessa mesma ilha onde quebra a direita de Tulas Right, quebra uma esquerda que foi chamada de Tulas Left. Essa onda foi surfada e fotografada umas quatro vezes nesses quatro meses na região. Com excelentes tubos e uma bancadas muito rasas, é necessário esperar a maré cheia pois o risco de se machucar é grande.

Quatro meses se passaram. Novas amizades foram fei-tas, muitas fotos foram tiradas e muita onda boa foi surfa-da. Asu ficou pra trás, próximo destino, a direita de Nias.

Nias é a direitaEssa onda não tem muito o que falar, quem é que já

não viu um filme com essa onda quebrando clássica? Se ainda não viu procura o filme WHO IS J.O.B.

A famosa direita dos sonhos é realmente dos sonhos. Fiquei hospedado no Losmen KeyHole. As duas semanas que estive em Sorake Beach, como é chamada a praia onde quebra a onda, tive boas oportunidades de foto-grafar a onda quebrando de 4 a 6 pés, até que um local chamado Busca Pé resolveu encrencar comigo por estar fotografando dentro d’água depois de uns cinco dias.

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Acabou a sessão de fotos, acabou a harmonia com o pico. Fora d’água não teve conversa, não fotografa aqui e pronto. Vai encrencar com local? Claro que não. Melhor tocar a barca pois sem fotos, no money, no money, no Indonésia.

De Nias parti para o sul da Sumatra em um pico cha-mado Krui. Fiquei hospedado no Surf Camp Damai Bun-galows que tem a melhor infra-estrutura da região e uma esquerda chamada Ujung Bocur bem na frente do Camp. Uma onda extensa e tubular que quebra em uma bancada rasa que proporciona muita diversão entre 3 a 6 pés.

Nessa região existem muitas ondas. Uma das que mais gostei de fotografar foi Way Jambu. Chamada de Pipeline da Sumatra, essa esquerda quebra exatamente como Pipe-

line, forte, tubular em cima de uma bancada rasa e afiada segundo os locais. Não diferente do que proporciona a famosa direita de Backdoor, essa onda também tem sua direita chamada Richards Right.

Uma semana no sul da Sumatra me rendeu excelentes fotos, bons contatos para o próximo ano, novas amizades, sem falar nos clientes que compraram muitas fotos. No sul da Sumatra um lugar me chamou muito a atenção para fo-tos de paisagens com um cenário de tirar o fôlego. Banana Island é o nome de uma ilha que tem como cartão postal um navio de carga que ficou encalhado no reef depois de uma tempestade. Em frente a esse navio rola uma esquer-da que quebra apenas em condições épicas. Fiquei só nas fotos de paisagens mesmo. Despedi-me do Sul da Sumatra com destino a Tailândia.

Tailândia e sua cultura milenarUm país de tradições fascinantes, com templos enormes

espalhados por todos os cantos da Capital Bangkok. A cor amarelo é predominante nos templos que lembra o ouro, aliás aqui é tudo amarelo, é Buda amarelo deitado, Buda amarelo sentado, Buda amarelo de lado e Buda pra todo lado. Mais um cenário para boas fotos. Em alguns templos não é permitido entrar com bermuda, saia e demais ape-trechos. Em outros você paga $1, em outros você paga $3, mas a grande maioria são grátis e sem regras. Depois de percorrer o circuito turístico em três dias, visitar os templos mais famosos, fui fazer um passeio para ficar frente a frente com os famosos tigres de bengala. Esse passeio não tem como não fazer. São quase 15 tigres enormes e filhotes em uma espécie de gruta onde você caminha entre eles com um guia segurando seu braço com uma certa força para que ninguém ande no lugar errado. Dos tigres para os não tão grandes elefantes Asiáticos. Melhor não comentar esse episódio. Mais excelentes fotos foram feitas para o portfólio.

De Bangkok para Koh Samui. Uma ilha exótica no sul da Tailândia onde as paisagens são fora do normal. Casas noturnas estão espalhadas por toda a ilha, um destino mui-to procurado pelo turismo sexual. Koh Tao é uma pequena ilha ao Norte de Koh Samui que realmente deve ser visita-da. O lugar impressiona pela beleza. Duas pequenas ilhas estão ligadas por uma faixa de área branca onde os turis-tas se sentem no paraíso. Em Koh Phangan, uma ilha ao Leste, é onde esta a festa mais famosa da Tailândia, a Full Moon Party, festa da lua cheia. Quando cheguei na festa a lua já estava alta, muitas pessoas com o corpo pintado e muitas outras não se agüentavam em pé de tanta cachaça. O surf e as fotos já estavam fazendo falta.

Falou em esquerda, falou em BaliDespedi da Tailândia com destino a Bali. A terra das es-

querdas mágicas. Creio que seja o lugar no planeta que tenha mais esquerdas em menos área. Uluwatu, Padang-Padang, Impossibles, Bingin, Dreamland e Balangan estão em uma área que não deve passar de 1km. Quem é goofy aqui tá feito. Muita onda boa, muito tubo, muita festa, muita mulher bonita, e muita azaração. Bali é um dos destinos mais procurados na Indonésia por proporcionar muita coi-sa boa em um mesmo lugar. Kuta é o lugar mais freqüenta-do, com muitas casas noturnas, restaurantes, bares e lojas para compras. Daqui alguns dias o sonho acaba. Muitas saudades esse lugar vai deixar.

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Em SÉRIEPor Marcio David • Atleta Greg Cordeiro

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Por Caroline Lucena

O sonho de qualquer surfista é sentir a adrenalina que faz a cabeça ao dropar uma onda perfeita. Nada melhor do que concretizar esse pensamento durante uma viagem, onde tudo fica registrado na memória e o surf flui sem pressão. Quando se deseja, está na hora de planejar e separar o quiver. As possibilidades de roteiro são diversas, por isso, selecionamos três destinos e seis atletas, que colocaram o pé na estrada. No texto a seguir você conhece histórias, dicas e fotos alucinantes de viagens dos sonhos. Façam as malas!

Caetano Vargas. Califórnia.

GRANDE CONQUISTA

Vencer o Circuito Super Surf 2010, rendeu muito mais que um carro para Caetano Vargas. Pela conquista, Vargas recebeu um belo agrado de seu patrocinador. Como bônus, foi para Califórnia realizar mais um sonho. Surfou boas ondas, se interou da cultura surf que o local proporciona, e de quebra, deu um pulo no Hawaii.

Destino: Califórnia Motivo: Por ser um lugar que tem uma das melhores

ondas do mundo. Tretles é sede para alguns dos melhores eventos tanto do WT como do QS que é realizado em Hun-tington Beach. Foi uma viagem de bonificação que ganhei do meu patrocinador, a Oceano, pela conquista do título de campeão do Supersurf de 2010.

Planejamento: Na verdade o planejamento foi passar pela Califórnia, ir para até o Hawaii e voltar a Califórnia.

Roteiro: Passei seis dias por lá pra conhecer um pou-co das praias e ver um pouco sobre as tendências da moda, já que estava com meu patrocinador. Conhece-mos algumas das praias mais importantes como Hun-

tington Beach, Trestles, o Píer de San Clemente, entre outras. Depois fui ao Hawaii e voltei passar mais uns 16 dias na Califórnia. Fiquei na casa de meus amigos Mi-chel e Ryan Flores.

As ondas: perfeitasQuiver: 5’10 Onde ficar: Se tiver conhecidos é melhor. Como chegar: Carro, skate, bicicleta e andando. Dicas: Tente buscar horários alternativos para o surf,

pois lá é sempre muito crowdeado.Momento marcante: O momento mais marcante foi

quando cheguei no trilho do trem em Trestles. Eu não acreditava que estava diante de uma das melhores on-das do mundo, aquilo era a realização de um sonho.

Perrengue: Quando estava voltando do Hawaii para ficar mais alguns dias na Califórnia, tinha marcado com meu amigo Michel flores e sua mulher Ryan às 6 da manhã no aeroporto em Los Angeles. Quando cheguei não havia ninguém me esperando. Pensei que eles já deviam estar chegando e passou 2 horas, aí comecei a ficar preocupado, pois não sabia me comunicar com

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ninguém. Nesse momento tentei ligar a cobrar dos Es-tados Unidos pra casa, mas não consegui, e fiquei mais nervoso ainda. Quando estava saindo do orelhão, olhei para fora e vi o Michel. Fiquei tão feliz!

Localismo: Não sofri nem um pouco com o localismo. Sou muito tranqüilo na água, sento ali mais em baixo e pego o que sobra, ainda mais que estava em um país em que eu não compreendia a língua direito.

Cultura local: A cultura deles respira surf, todo mundo que vive lá, parece que surfa. Você vê muita gente indo surfar antes do trabalho e em todos os horários. Pra onde você olha, parece que tem um carro com prancha. O povo é muito bem educado, todo mundo se respeita tanto na água como fora. Lá tudo é muito regrado, tudo tem seu lugar certo todo muito bem organizado. Gostei muito e espero voltar.

Lição da viagem: Todo lugar que passamos deixa uma lição. A lição que trouxe dela foi a educação, que sempre devemos tratar bem as pessoas.

Agradecimentos: Agradeço aos patrocinadores Oce-ano Surf Wear e Index Krown Surfboards, minha família e amigos.

Próxima parada: Tenho o sonho de conhecer a Aus-trália, mas gosto de tudo que é novo. Se me chamarem pra ir surfar, seja onde for e eu tiver a oportunidade de conhecer outra cultura, vou com certeza.

ROTINA INTENSA

Evolução é a palavra de ordem para Lucas Silveira, que tem apenas 15 anos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas reside em Floripa, sendo muito bem assessora-do pelo seu técnico, Otoney Xavier. Apesar de muito jovem, o garoto já tem bagagem, tudo em busca de seu ideal. Com uma carreira promissora, as viagens fazem parte da rotina de treinos e competições, situ-ação comum na vida de um jovem atleta focado.

Destino: Califórnia.

Caetano Vargas. Califórnia.

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Motivo: Competição.Planejamento: Consegui a vaga para competir no

VQS. Então comprei a passagem e reservei tudo para ir para Newport Beach junto com outros brasileiros que também foram competir.

Roteiro: Fiquei uma semana em Newport e estende-mos a viagem em mais dois dias de surf em Trestles.

As ondas: Costumam ser pequenas, mas para todos os níveis. Rola um crowd, mas nada insuportável. Se tiver sorte vai pegar ondas perfeitas.

Quiver: Maroleira e um tamanho acima tipo 5’11 e 6’1.Onde ficar: Califórnia tem uma costa enorme, não

seria uma má idéia alugar um carro e ir conhecendo a costa toda de San Diego até Santa Cruz. A cada 100 mi-lhas tem um hotel.

Como chegar: Tem algumas companhias aéreas, vale a pena pesquisar os preços.

Dica: A viagem é longa e cansativa.Momento marcante: Fazer a final no campeonato

e faturar mil dólares de premiação. Na final não achei as ondas, sei que podia ter ido melhor, mas foi um óti-

mo resultado.Perrengue: Califórnia é primeiro mundo, é difícil de

acontecer perrengues do tipo: atolar no meio do nada, esses tipos de coisa.

Localismo: Lá as pessoas respiram surf, tem sur-fistas do mundo todo, então não costuma ter muito localismo. Mas claro que se o cara chegar em Tres-tles, por exemplo, achando que é dono do pico vai ser chamado atenção. Tem que respeitar para ser respeitado.

Cultura local: Cultura fast food. O mundo americaniza-do, lá é diferente, tudo é gigante: freeways, cidades, etc.

Lição dessa viagem: Uma lição legal da viagem foi trocar informação com um lugar de primeiro mundo que respira surf. Quando estava na praia, chegavam al-guns molequinhos, surfam sozinhos e depois saiam da água para ficar esperando seus pais.

Agradecimentos: Agradecer a toda a equipe que me ajuda muito, principalmente neste campeonato.

Próxima parada: Não conheço a Austrália e Europa, espero ir em breve.

Lucas Silveira surfou boas ondas

em Trestles. Califórnia.

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CARIMBANDO O PASSAPORTE Gabriel Ribas, também co-

nhecido como Fuca, está com 23 anos e acaba de realizar um sonho: sua primeira viagem internacional. Fuca começou em grande estilo. Ele saiu da Joaquina e partiu para a Indo-nésia, onde prontamente res-pondeu o nosso chamado para contar sobre os primeiros dias dessa viagem, que até o fecha-mento desta edição, não tinha terminado.

Destino: IndonésiaMotivo: Eu nunca tinha feito uma barca internacional.

Escolhi a Indonésia como o destino pela qualidade das ondas que são indescritíveis, pela data escolhida, que é período de onda mais constante aqui e pela curiosidade de conhecer a cultura e o modo de vida desse povo tão humilde. Esse país é o sonho de todo surfista.

Planejamento: Primeiro eu fui atrás da passagem, com-prei e o primeiro passo já estava dado. Não houve muito planejamento, decidi vir sozinho e explorar ao máximo as ondas do lugar. A princípio eu havia comprado a passa-gem para dois meses, mas já prorroguei esse prazo para mais vinte dias.

Roteiro: Resolvi ficar em Bali durante um mês e me esta-bilizar, para conhecer a cultura e todas as ondas da cidade. Acabei ficando um pouco além do planejado e agora nes-ses últimos vinte dias estou me programando para viajar mais um pouco e conhecer outros destinos como: Men-tawai, Desert Point e Lakey Peak. Vou acabar ficando por aqui em torno de 80 dias.

As ondas: As ondas nessas ilhas são inacreditáveis, não existe mar flat, sem-pre tem uma ondinha pra você surfar. É um surf completamente diferente do Brasil. É uma onda para frente e para fora, que abre muito, então você sempre está com velocidade.

Quiver: 5’5, 5’7, 5’9, 5’11, 6’0, 6’2 Onde ficar: Em Bali vá direto para

Uluwatu e procura a pousada Ayu Guna Inn, que é muito barata, com ar condicio-nado e wi-fi no quarto.

Como chegar: Assim que chegar no aeroporto, pega um táxi até Uluwatu. Você gasta uns 200 mil rupia, em torno de 20 dólares. É bom também fazer a reserva do hotel antes para não ocorrer nenhum imprevisto.

Dicas: É sempre bom ficar esperto com o dinheiro. Aqui 100 dólares são 850

mil rupia. É muito zero. Na hora de comprar qualquer coisa não é legal mostrar o dinheiro, sempre procure trocar em uma casa de câmbio autorizada. É bom também ficar aten-to nos lugares que você vai, porque nem todos são segu-ros. Trancar o quarto quando sair, prestar atenção com os passaportes e coisas de valor também sempre é válido.

Momento marcante: O momento mais marcante foi quando o avião chegou no aeroporto de Bali, pensei: real-mente estou realizando meu sonho. Pousei na cidade a noi-te, mas estava tão adrenalizado que quase nem consegui dormir. Acordei às 5 horas da manhã e fiquei alongando até clarear o dia. Assim que o sol começou a raiar eu já estava na praia pronto para entrar no mar e surfar aquelas ondas, o momento mais sonhado.

Perrengue: O pior está sendo a grana, porque estou economizando para fazer essas últimas etapas do roteiro. Estou pulando de pousada em pousada, sempre procuran-do a mais barata. Já dei algumas aulas de surf pra levantar mais um trocado. E também teve um dia em que ultrapas-sei o sinal vermelho de moto, aí veio a polícia mandando encostar e pedindo um dinheiro pra liberar a gente.

Localismo: Sofri logo no primeiro dia. Depois que eu comecei a surfar com freqüência, os locais já tinham me visto e sabiam que eu estava ali na humildade e só pra sur-far. Sempre tem um que vem e te rabeia só porque você está na boa. Como em qualquer outro lugar no mundo.

Cultura local: Estou tendo toda hora, porque eles estão sempre presentes e são muito receptivos, estão sempre sorrindo. Quando você pega uma onda boa eles ficam gri-tando e vibrando por você. Além disso, é um povo muito humilde e trabalhador.

Lição da viagem: Sem dúvidas, a humildade desse povo contagia e te faz pensar em toda a sua vida. Eles fazem tudo

Gabriel Ribas. Indonésia.

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com calma, com paciência, sem reclamar de nada. Percebi também que o inglês faz muita falta em uma barca interna-cional. Eu já estava fazendo algumas aulas e vou procurar abranger esse meu conhecimento para que eu possa co-nhecer outras partes do mundo sem depender de ninguém.

Agradecimento: Obrigado ao Jornal Drop por ceder esse espaço para mim. Valeu galera!

Próxima parada: São muitas opções. Mas nessa viagem ainda vou conhecer Desert Point, Mentawai e Lakey Peak. Depois conto como foi o resto.

PÉ NA ESTRADAMochila nas costas, uma

idéia na cabeça e prancha embaixo do braço. Esse foi o lema de Gustavo Schli-ckmann, 22 anos, que já possui muitas viagens na bagagem. Apesar de ser natural de Florianópolis, parece que a ilha já ficou pequena para tanta dispo-sição e vontade de devorar novas ondas. Aerialista nato, Schlickmann está aprimorando ainda mais suas técnicas em ondas que proporcionam uma bela base de decolagem, além dos tubos, é claro.

Destino: Indonésia Planejamento: Planejamento próprio. Sai de casa e

viajei sozinho com a câmera na mochila. Roteiro: Fui para Bali, onde fiquei algumas se-

manas pegando ondas. Depois segui pra Mentawaii de Slave Shipp. Fiquei em No Kandui, aí surfava as praias ao redor como: Dali Rifless, Backsvaults, E-bay, Pit’stops. Depois fui para Lakeypeak, um dos lugares que mais gostei na Indonésia. A viajem toda teve a duração de dois meses.

As ondas: Tive a oportunidade de conhecer várias praias com diferentes tipo de onda. Gostei muito de Lakeypeak.

Momento marcante: Todos os momentos foram mar-cantes, mas o que mais significou pra mim foi a Mentawaii. Lá é um paraíso em extinção!

Perrengue: Passei por alguns perrengues, mas isso faz parte da trip, ainda mais quando se viaja sozinho.

Localismo: Não sofri nenhum tipo, achei bem tranqüilo.Cultura Local: A cultura deles é muito diferente, então

tudo chama atenção. São muito humildes e receptivos e são muito felizes como quem tem .

Lição da viagem: InventarAgradecimentos: Ao meu pai e minha mãe que

sempre incentivaram minhas escolhas. A Volcom, ao Diego Motta e Daniel Cortez, que sempre acredita-ram no meu potencial e aos amigos, os verdadeiros monstros.

Próxima parada: Tenho muita vontade de ir pra Micro-nésia.

Gustavo Schilickmann. Indonésia.

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TREINO INTENSODo nordeste para o sul. Essa foi à mudança que An-

tonio Eudes Ferreira Oliveira, nascido em Fortaleza há 28 anos, escolheu para sua vida. O surf começou na praia do Titanzinho, berço de talentos do surf ca-narinho. Hoje, Eudes está morando no Rio Vermelho, em frente a uma trilha que dá acesso para a praia do Moçambique. Antonio comentou como foi sua últi-ma trip para o Peru.

Destino: PeruMotivo: Ótimas esquerdas. Paredes longas, que per-

mitem treinar e curtir um surf com fácil acesso. Para um atleta, o Peru oferece ondas para treino e, para um free surf, existe muitos points de fácil arrebentação, além de ser bem acessível ao bolso.

Planejamento: Foi uma época sem campeonatos expressivos, aproveitei e planejei com outros atletas. Peguei informações com amigos que já surfaram por lá, como pousadas e melhores ondas. Chegando em Punta Hermosa, fiquei na pousada Luisfer, que fica perto de picos como Pico Alto, lugar de big riders. Logo depois, fomos buscar as ondas longas, um surf power. Fiquei 21

dias, e em cada lugar criei amizades e com muita sim-plicidade e hospitalidade fiquei em picos alucinantes. Em Pacasmayo na pousada Los Faroles, com o Carlito, e em Lobitos na casa do Cesar.

Roteiro: Minha primeira parada foi em Punta Hermo-sa, onde aconteceu a Conferência da Missão Surfista de Cristo das Américas. Logo em seguida fui para Pacas-

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mayo, com o objetivo de treinar manobras de frontside. Na semana seguinte, tive o privilégio de surfar um óti-mo swell em Chicama, onde realizei o sonho de pegar um tubo nesta onda, que são bem longas. Logo em se-guida, Lobitos, que é um surf mais hot dog, com tubos irados e proporciona manobras fortes.

As ondas: Esquerdas boas e longas. Ótimo pico da América do Sul para surfistas de todos os níveis.

Quiver: Pranchas Rodrigo Alvarenga -5’11, 6’0 e 6’3Como chegar: Lima a Punta Hermosa vai de táxi.

Lima até Pacasmayo de ônibus – 10 a 12 horas de via-gem. Pacasmayo até Lobitos dá 8 horas de viagem. Preferi as viagens noturnas, que são ótimas, os preços acessíveis, além de ser uma hora de descanso para mais um dia de surf.

Onde ficar: Em Pascamayo, pousada Losfaroles, e pousada do Luisfer em Punta Hermosa.

Dicas: Para quem tem estômago sensível procurar comer massas e peixe frito ou cozido. Tem um restau-rante que todos almoçavam – nome Puerto Escondido em Pacasmayo.

Momento marcante: Quando estava com os ami-gos Cearenses, Artur Silva, Edvan Silva, Michel Roque e Adilton Mariano e a previsão era de entrar um swell grande na mesma data do campeonato em Pico Alto. A ondulação entrou com bastante força e fui para Chica-ma. Um lugar irado, onde realizei o sonho de pegar uma onda longa, como só tinha visto em revista. Para fechar o dia, peguei dois tubos na mesma onda. Foi incrível, Deus realizou meu desejo e foi muito bom.

Perrengue: Não passei nenhum tipo de aperto. Fui com alguns amigos aqui de Floripa e outros de Forta-leza, por isso consegui ter uma melhor receptividade e nos viramos bem. Mas a comida realmente é diferente, quem tem estômago sensível precisa levar remédios. Vale a pena cuidar com a água, tomando somente de garrafas fechadas.

Localismo: Em todos os picos que trenei não teve ninguém que procurou confusão. Meu objetivo era de aproveitar o máximo essa viagem e fazer amigos em todos os lugares que conheci. Sempre entrei no pico respeitando, nada de dar a volta em quem já estava bem posicionado, falando baixo, conversando com todos, as-sim fica mais fácil de ser aceito.

Cultura local: Tive contato e foi muito especial. Inclu-sive o motorista do Tuk tuk, a moto que me levava para os picos, foi hospitaleiro, convidou para o almoço e re-feições com sua família. Essa receptividade foi incrível.

Lição da viagem: Saber que em todos os lugares fui bem recebido e conhecer pessoas humildes, que nos fazem refletir como realmente devemos viver.

Agradecimentos: Agradeço a Deus por colocar pessoas muito especiais na minha vida, que apoiam meus objetivos. Empresas parceiras que tem dado todo suporte que eu necessito - Zangs Surf Waer, T&A Pre – fabricado, a Crocobeach, Quilhas Damn Flyes, Grupo

Infotec, Andai Pilates e pranchas Rodrigo Alvarenga.Próxima parada: Cada onda surfada aumenta a von-

tade de conhecer outra melhor, mesmo tendo dropado a onda da vida, parece que ela sempre está na próxima barca. Quero conhecer lugares como Indonésia, Hawaii, América Central, sem falar da Austrália, África do Sul e picos da Europa.

SURF PESADOFalou em onda grande, falou em João Capilé Bas-

tos, carioca, 43 anos. Quem conhece, sabe de sua atitude. Em 99, Capilé concedeu uma entrevista bem divertida e irreverente ao Jornal Drop, sendo uma das melhores nesses quase 14 anos de estrada. Segundo sua própria definição: local de qualquer mar que quebre ondas com tamanho e pressão. Ca-pilé está sempre atrás de um desafio, seja dropando bombas ou desbravando picos secretos. Depois que contabilizou 50 viagens para Peru perdeu a conta, e por isso é um profundo conhecer do pico.

Destino: PeruMotivação: Eu tenho uma história longa com o Peru.

É muito perto de casa, um excelente campo de treino. Uma passagem pra Lima faz com que você vá para o norte do Peru fácil. De lá, você pode ir pro México ou pode ir para o Hawaii. Na época que ia para o Hawaii constantemente, os vôos que iam para Los Angeles passavam por Lima. Então ali é um campo de treino. Eu pegava Pico Alto com 15, 18 pés para esquentar e che-gava em Waimea, Jaws e pegava os mares maiores. No Peru você surfa com a água fria , então eu chegava no Hawaii bem confortável. Um caldo em Pico Alto com 15 e 18 pés e água gelada, te deixa pronto para encara um caldo de 25 pés em Jaws ou Waimea.

Planejamento: O Peru é minha segunda casa. Eu tenho um jet sky em sociedade com o Jorge Pacelli e o Alexandre. Meus dois Stand Up, roupa de borracha, prancha de tow-in também ficam lá. Ir para o Peru para mim significa mochila nas costas.

Roteiro: Eu estava de férias, foi meio sem planeja-mento. Comprei a passagem um mês antes, e quando cheguei lá tinha 25 pés, batendo na casa dos 30. Eu esta-va com os meus dois joelhos estourados e ainda peguei altas ondas.

As ondas: Para quem gosta de onda grande, indico Pico Alto. Mas perto da pousada do Luisfer tem muita opção. Punta Rocas, La Isla, Senõritas, entre outras.

Quiver: 6’0, 6’6, 7’0, 7´4 e uma 9’0Onde ficar: Pousada do Luisfer é a melhor opção.Como chegar: Não vá de Taca, a melhor companhia é

LanChile, que não cobra prancha. A Taca cobra 50 dóla-res por prancha.

Dicas: Telefone do táxi (51*130*8820 – Eduardo) – (51 *411*1620 – Baltazar Juan).

Momento marcante: Quando eu olhava a parede ar-mada, muitas vezes meus joelhos não tinham força, mas

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eu empurrava com a mão para levantar e dar mais uma cavada, isso acontecia umas seis vezes na mesma onda.

Perrengue: Na verdade o perrengue foi aqui. Já sai do Brasil com os meus dois joelhos machucados, na base do antiinflamatório. Quando eu cheguei lá e vi a bóia, sabia que precisava surfar com um certo cuidado, só que no mar grande é difícil de pesar isso com perfeição. Então quando eu ia cavar nas ondas eu sentava no calcanhar, porque não tinha força nos joelhos. Mas teve uma esquer-da que não deu tempo de fazer isso e fui parar no fundo, explodi o joelho todo, mas o Jorge me levou pro canal, dei um tempinho, peguei mais uma três ondas e sai.

Localismo: Por eu praticar o tow-in sempre tem um tipo de conflito entre o pessoal da remada, então entra-mos em um acordo. A gente surfa até as 10 da manhã, depois a galera da remada entra. Como no Peru venta muito, com o jet sky temos essa opção. Colocamos um tanque de gasolina e ficamos o período da manhã toda e, se o mar tiver bom, voltamos no final de tarde.

Cultura local: O Peru é uma civilização com mais de 10 mil anos de história. O pessoal fala muito da cultu-ra dos Incas, mas existiu uma cultura pré-Inca. O que

se sabe do Peru é que os espanhóis invadiram, houve aquela tomada de Cuzco. Depois eles enterraram os templos, que agora estão sendo escavados. Há nível de arqueologia, no mundo, é um lugar bem explorado e rico em vestígios do passado. É um país vivo, todo o pa-cífico da costa do sul do Chile até a Califórnia está em constante movimento.

Lição da viagem: Eu acho que a superação. Eu nunca desisti, porque isso está dentro do meu coração, a minha característica é essa. Se o mar tiver grande, posso estar de muleta que eu vou descer.

Agradecimentos: Ao Luisfer, ele é meu irmão. Mi-nha segunda família, quando chego no Peru me sinto em casa.

Próxima parada: Procuro focar bastante nas ondas da América do Sul. Ainda quero surfar a esquerda de Ja-guaruna acima dos 30 pés. Eu sei que dá esse tamanho, quebrou há um mês e eu não estava lá. Outra onda que eu também quero conhecer é Punta Docas, essa que o Alemão e o Coxinha pegaram na faixa dos 60 pés. Eu gosto de surfar as ondas perto da minha casa, dentro do meu continente.

João Capilé. Pico Alto.

Foto. Aleko Stergiou

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Na coluna Tubo do Tempo vamos resgatar alguns atleta e eventos que fazem parte da história do surf catarinense. Todos nós já escutamos que o Brasil é fraco em preservar suas raízes e transmitir o conhe-cimento adquirido por gerações anteriores. Os mais novos acreditam que os velhos não sabem nada, que tudo está errado e que a nova geração vai arrumar as coisas. Quando falamos do futuro, tudo por ser dito, é tipo político em campanha eleitoral. Mas quando falamos do passado, estamos relembrando aconteci-mentos que proporcionaram tudo que vivemos hoje. Não falamos de promessas e sim de fatos.

Roberto Tagliari Lima nasceu em 8 de setembro de 1962 e começou a surfar em Florianópolis em 1973. Co-meçou a ir à praia com Saul Oliveira e Serginho Entres. Incomodou seu pai até ele comprar sua primeira prancha do Valcir Borges.

Em 1978 e 1979 já ia para os campeonatos Waimea 5000 no Rio de Janeiro e no Brasileiro de Ubatuba. Mas em 1980, com a realização do 1º. Circuito Catarinense Pro, ele se tornou o 1º. Campeão Catarinense em um circuito oficial, realizado pela recém fundada Associação Catari-nense de Surf – ACS.

Com 17 anos foi para o Hawaii e ficou surfando seis me-ses na Meca do Surf Mundial, e Sunset Beach era sua onda predileta. Experiência futurística para a época. Depois via-jou para surfar no Chile, Peru, Equador, Costa Rica, Austrá-lia, Bali, México e Califórnia. Recentemente esteve em El Salvador, Portugal e Espanha. Tudo isto é normal hoje em dia para os jovens talentos, mas na época isto era coisa de pioneiro, de surfistas que estavam além de seu tempo.

Após o Título Catarinense em 1980, Lima continuou competindo em Santa Catarina e participando dos even-tos nacionais em Ubatuba, Rio de Janeiro e Saquarema, sempre no meio do ano. Sempre surfando muito, também foi Campeão Sul Brasileiro em Torres (RS). Em 1984, com experiência e com uma visão mais ampla do surf, foi eleito Presidente da Associação Catarinense de Surf. Or-ganizou a entidade e promoveu mudanças. Ele já havia organizado um campeonato em 1979, o 1º RBS de Surf na Joaquina, e tinha mostrado sua capacidade na liderança do surf catarinense. Durante sua gestão na presidência da ASC, participou da organização do Olimpykus 1984, Op Pro 1985 e 1986, Hang loose 1986 e dos Circuitos Ca-tarinenses de 1984 a 1987.

Entre 1986 e 1987 teve atuação importantíssima na transição de Associação Catarinense de Surf para Fede-ração Catarinense de Surf (Fecasurf). Nesta transição foi conquistado para o surf catarinense o estacionamento da Joaquina e o Terminal Turístico Jucundino Pereira Neto, o Tolo. A Fecasurf conquistou a gestão do estacionamento e do terminal da Joaquina na época.

Com o envolvimento na estrutura do esporte, o lado de competição foi pouco a pouco ficando de lado e de 1987 a 1992, o surf foi ficando bem esporádico. Foram momen-tos de família, estudos e trabalho.

Mas depois deste período, com o reencontro de amigos do grupo Surfedasantigas, as barcas para o Farol e a volta ao dia a dia da Joaquina, Lima voltou a surfar com todo seu estilo agressivo, de manobras fortes, sempre jogando muita água. Também voltou a procurar ondas grandes, tanto que em grandes ondulações de inverno, ele costu-ma ir para praia da Vila e Farol de Santa Marta.

Hoje, morando na Lagoa da Conceição, Roberto Lima esta regularmente na Joaquina e em alguns finais de semana sai para Navegantes e região com a turma do Surfedasantigas. Todos surfistas de muita experiência e realizações.

Assim, se você que é jovem e está na fissura de pegar todas, querendo sentar na janela logo após ter entrado no ônibus, saiba que tem grisalho que esta esperando a da série, e vai pegar, pois tem direito. Uma coisa é certa: Roberto Lima e sua turma já fizeram muito pelo surf e vão estar surfando por muito tempo ainda.

Grisalho na melhor da série

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Por David A. Husadel

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o surf x alimentação saudávelPor David A. Husadel

O surf e a alimentação saudável, ou alimentos natu-rais, praticamente cresceram juntos. Foi após a Segunda Guerra mundial (1939-1945), que estes elementos sur-giram em nossa sociedade da maneira que conhecemos hoje. O Surf veio dos Polinésios ou das culturas pré-colombianas, mas fibra de vidro, poliuretano, rubatex (roupas de borracha) e fibras sintéticas são elementos do pós-guerra. Assim como a nossa alimentação, que sempre foi natural, no pós-guerra que se industrializou e se enlatou de maneira popular. Com os alimentos in-dustrializados, surgiram novos males para o organismo humano, o que resultou em um inevitável retorno para a consciência saudável.

Durante o movimento hyppie dos anos 60, os alimentos saudáveis e o surf cresceram como formas alternativas da contra-cultura. Hoje, contra todos os conceitos, teorias e imposições de autoridades e dos mais velhos dos anos 60 e 70, o surf e a alimentação natural contam com mi-lhões de adeptos ao redor do mundo. Geram mercado e quem consome estes dois ingredientes parecem ser pes-soas mais felizes e saudáveis.

A procura por uma melhor qualidade de vida faz parte do dia a dia. Quando falamos de alimentação para o es-porte, muito se comenta sobre as “bombas”, subterfúgios sintéticos para ficar mais sarado e ter resultados esporti-vos rápidos e expressivos. Mas a cada dia aparecem mais malefícios para os que preferem pegar atalhos até o ver-dadeiro corpo saudável.

Para os surfistas, a alimentação natural é muito impor-tante no preparo para o desempenho desejado, além de prevenção de doenças e na rápida recuperação de lesões provocadas pela prática de um esporte radical. Olhando várias matérias e entrevistas sobre o assunto, encontrei especialistas de nutrição esportiva falando

sobre a importância desses cuidados para alto desem-penho, mas quando falamos de surfistas, estamos falando de todos os surfistas, não somente os competidores do World Tour. Também falamos dos surfistas de final de se-mana, surfistas de verão e mesmo os freqüentadores de praia. Então não podemos falar de alimentação para sur-fistas, mas de alimentação, como forma de combustível para pessoas saudáveis que curtem a natureza e querem ter uma qualidade de vida cada vez melhor.

Alguns exemplos que podemos usar em nossa alimen-tação, que de maneira rotineira, fazem diferença com o passar dos anos: trocar o refrigerante por sucos naturais, as saladas, a granola, cereais em geral, nozes, o açaí, a soja, saladas de frutas, as frutas, legumes e todos os ali-mentos ofertados de maneira natural, fugindo dos pro-cessos de industrialização.

Para os surfistas, esportistas em épocas de competições, devem se preocupar com o rendimento, também é o atle-ta que deve se preocupar com a saúde. Não é só porque um atleta tem um alto gasto calórico diariamente que ele pode consumir frituras, gorduras saturadas e doces em excesso. Não existem proibições, mas bom senso e disci-plina principalmente em certas fases de treinamento, por exemplo, em fases de competições, alimentos pesados como carne vermelha devem ser evitados no dia da prova.

A vida corrida no dia a dia, no centro das grandes cida-des, nos leva a consumir o mais fácil e rápido. Mas cada vez mais surge a oferta de opções saudáveis para a nossa alimentação, nós é que vamos direcionar os hábitos. A alimentação é diária e não somente nos dias que vamos surfar e competir.Quando temos a consciência do que estamos usando como combustível para a nossa energia diária é que criamos o prazer da alimentação saudável. Surf é Saúde.

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de olho na áGua de GarrafaPor Julia Hoff

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Um dos produtos que mais cresce entre os consu-midores é água mineral em garrafa. De acordo com a Associação Internacional de Água Engarrafada, a demanda brasileira cresce mais de 7% ao ano e o Brasil é o quarto maior mercado do mundo, perden-do para os Estados Unidos, México e China.

Mas um lado obscuro se esconde atrás de belas embalagens que prometem água pura e rica em mi-nerais. Muita gente nem desconfia que muitas vezes pagam por mera água de torneira, conhecidas como “água pirata.” E pior, segundo o Instituto Americano de Reciclagem de Recipientes, menos de 20% des-sas garrafas são usadas mais de uma vez. Além de gastar dinheiro em algo que não vale o custo, o mun-do vai se entupindo com plástico.

Mais prático e conveniente, água mineral em gar-rafinha não é calórica, tem um sabor agradável e é aparentemente mais saudável que refrigerantes. Mas é bom saber que não é seguro confiar em rótulos e marketing. A Coca-Cola andou tendo que se explicar sobre uma de suas marcas de água - Dasani - a qual levantou suspeitas sobre a “pureza” oferecida no ró-tulo. A Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam) sugere ler a embalagem e procu-rar tanto o número de registro no Ministério da Saúde quanto o endereço completo da fonte.

Aqui vão algumas dicas pra quem quer levar uma vida mais saudável e ajudar o meio ambiente:

• Usefiltroparatornaraáguapotável.Existemalgunstipos como jarras purificadoras, filtros de mesa com carvão ativado e unidades montadas na própria pia. Procure modelos aprovados pelo Inmetro.

• Carreguesuaáguafiltradaemrecipientesreutilizá-veis como alumínio ou vidro, lembrando de lavá-los antes que usar.

• Verifiqueseobebedourooufiltrodeseuescritóriofuncionam corretamente e se recebem manutenção.

• Setomaráguadegarrafaescolhamarcasreconhe-cidas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e pela ANVISA. Leia o rótulo pro-curando o registro.

• Evitetomaráguaexpostaaocaloreprefirareci-pientes de vidro aos de plástico.

• Seinformemaissobreoassuntovisitandositesdogoverno como DNPM, ANVISA ou ABINAM.

Fontes:www.allaboutwater.orgwww.selecoes.com.br

sotália inauGura ponto de p.e.v

Durante as comemorações do Festival Sotália 13 anos, dia 24 de setembro, o Conselho Socioambiental da Academia Sotália organizou diversas atividades, in-cluindo a inauguração do PEV- Posto de Coleta de Óleo de Cozinha Usado, com a apresentação teatral “Olha o Oleo Aew”, do grupo Cachola no Caxote , juntamente com a ONG CEPAGRO.

Também no decorrer das festividades do Aniversário da Academia, profissionais da AGEA – Agência de Edu-cação Ambiental, distribuíram mudas de plantas nati-vas da Mata Atlântica com brincadeiras ecopedagógi-cas. O Projeto “Vassoura da Cidadania” demonstrou seu trabalho sobre a reutilização de garrafas pet, ensinando a comunidade a trabalhar este material como arte, fa-zendo vassouras, instrumentos musicais, brinquedos e utilidades em geral. A ONG Saúde Criança recebeu pessoalmente os alimentos não perecíveis que foram entregues pela comunidade na entrada do aniversário e a Compuciclado recolheu resíduos eletroeletrônicos para dar uma destinação correta.

E para finalizar o Evento, a Banda da Lapa, patrimônio do Ribeirão da Ilha , comemorando 115 anos de exis-tência e alegrou a comunidade trazendo 32 músicos vo-luntários que deram um show de consciência e alegria.

f o l h a v e r d e

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m e r C a d o n e G r oA Nicoboco, empresa genuinamente

brasileira voltada para o segmento de surf, street e sportwear, fechará 2011 com 22 lojas – entre própria, franqueada e licenciada. E, de acordo como gerente de franquias Vitor Federicci, esse cresci-mento em outras regiões é essencial para o fortalecimento da marca em todo o país. Federicci revela ainda que em 2012, a empresa pretende estender sua rede de lojas também para a região Sul. “Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são estados considerados estratégicos para a Nicoboco”, finaliza. No site www.nicobo-co.com.br há mais informações a respeito de franquia, produtos e serviços ofereci-dos pela empresa, bem como o endereço de todas as unidades da marca.

A Konig Representações fundiu-se com a Life Style Representações e

juntas formaram a nova empresa da GSM (Billabong, Element, Nixon, Von-zipper, Xcel, Rvca, Planb). Com a fusão, agora chama-se Dogtown Represen-tações, e tem por objetivo atender o estado de Santa Catarina. A Vibe Shoes, representada pela Konig, também terá seu show room no novo escritório, num dos endereços mais cobiçados de Flo-rianópolis, em um condomínio na beira da praia Mole. Aguardem novidades! Contatos: Márcio (48) 99714262 ou (48)78117320 e Patrick (48)99198429 – E-mail: escritó[email protected]

A Greenish lança sua coleção “Ilhas” Alto Verão 2012. Com peças aluci-

nantes e despojadas inspiradas em todo astral que cerca Ilhas espalhadas pelo mundo, como Ilha de Páscoa, Hawaii, Taiti, Fernando de Noronha, e claro, Florianópolis. A coleção traz tudo que a estação mais aguardada do ano pode querer. Com depoimentos dos atletas ,Thiago de Souza, Charlie Brown, Alde-mir Calunga, Patrick Tamberg e Gabriel Fuca , com suas experiências nestas cinco ilhas, o catálogo virtual relata toda essa magia que a coleção passa.

A Electric Visual segue apoiando seus atletas. No Brasil, o surfista junior

João Paulo de Abreu se classificou para o Mundial Pro Junior em Bali. No free-surf, Yago Dora, Icaro Ronchi e Jerônimo Vargas percorrem o mundo buscando as ondas perfeitas para produzir boas ma-térias. Além do time internacional: Dusty Payne, Ry Craike, Craig Anderson, Mark Healey, Ozzie Wright, Jamie Anderson, David Rastovich, entre outros. A Electric apresenta a coleção Summer 2012. Bem diversificada, com processo de fabri-cação diferenciado e de alto padrão, mantendo sempre sua identidade. Você encontra Electric nas melhores surfshops da sua cidade. www.electricvisual.com

É com pesar que o Jornal Drop infor-ma que o surf catarinense perdeu

uma de suas grandes figuras. No início de outubro faleceu num acidente de moto Pedro Paulo, o Pepa, pai do surfista profissional Raphael Becker. Pepa, que também pegou onda, era muito querido na comunidade surfística e era presença certa nos campeonatos acompanhando as performances de Raphael. Esse cos-tume vinha desde a época de amador, sempre acompanhando e torcendo pelo filho. O Jornal Drop deixa aqui votos de força para família, nessa hora tão difícil.

Está programado para acontecer a partir de outubro o tradicional circui-

to Ascas de surf, na praia do Rincão, lito-ral sul de Santa Catarina. Serão três eta-pas, incluindo a categoria Pro/Am. Este vai ser o primeiro circuito realizado pela nova diretoria, com a presidência do po-livalente João Junior. Vale destacar o total apoio do Secretário de Desenvolvimento Regional Luiz Fernando Cardoso, o Vam-piro, que também é surfista, e liberou a verba para realização dos eventos.

A Rusty tem o or-gulho de intro-

duzir estilo e sofis-ticação no mercado com sua coleção Rusty Blanks Sum-mer 2011/ 2012. Essa coleção é discreta, chique,

com alta qualidade e com uma aborda-gem moderna e modelagens específicas. Oferecendo uma injeção súbita de estilo no seu guarda-roupa, a coleção contém peças de uso diário, oferecendo um apelo simples, qualquer que seja o seu estilo. Criada para fazer parte do movimento discreto e cool, a Rusty Blanks certamente deixará uma ótima impressão.

Tradicional marca de pranchas do sul do Estado, a Nascente Astralina, do

shaper Jusa, além de possuir shapers de precisão, utilizando máquina de última geração desenvolvida pelo shaper, está com novo logotipo em suas pranchas. Outro diferencial das pranchas é o com-posto químico, também desenvolvido pelo shaper, que não deixa a prancha amarelar, deixando sempre com apa-rência de nova, com o bloco branqui-nho. Para encomendar sua prancha, ligue (48) 3526-0035 ou acesse www.nascenteastralina.com.br.

Mormaii faz lançamento nacional dos novos óculos coleção Primavera/

Verão 2012. Speranto, Galápagos e Flora chegam para o consumidor com a mais alta qualidade do mercado ótico e em designs exclusivos. A nova campanha da Mormaii Óculos, criada pela Agên-cia MXM, evidencia DNA esportivo da marca, mas inova na versatilidade de situações em que os produtos podem ser usados. A nova coleção apresenta três li-nhas de óculos que foram representadas em arquétipos: Flora é uma mulher mo-derna e decidida; Galápagos se inspirou no homem com o espírito aventureiro; e Speranto retrata uma atitude ousada e cool da marca com modelos unissex.

Rise Up é a nova marca no mercado surf wear, com sede em Criciúma,

sul de Santa Catarina. Atitude é um dos diferenciais da nova empresa, que tem seu foco no surf, além do skate. O sur-fista profissional Rodrigo Farias, que disputa o circuito profissional catarinen-se, é o patrocinado da marca. Rodrigo estreou o novo patrocínio, disputando campeonatos no Rio de Janeiro e Ubatu-ba no mês de outubro.

Pra quem não conhece, fica a dica gastronômica do restaurante Kamala,

situado a estrada geral do Rio Tavares. Comida com toque caseiro e com qua-lidade pode ser encontrada no restau-rante, que é freqüentada pela galera da região. Surfistas tops como Adriano de Souza, quando está em Floripa, além de outros profissionais, não dispensam o rango de primeira do Kamala.

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Zene SachS, na

eSSência... Por Adriano Rebelo

O meio em que vivemos influencia nossa vida, nossas decisões e nosso futuro, mas nossa essência vem de berço.

Em 2005, no Rio Vermelho, Floripa, nascia uma das mais importantes pistas de skate da ilha, principal-mente para Zene Sachs. Um menino bem educado, humilde, tímido às vezes, que até então não tinha contato com o skate. Poderia seguir qualquer rumo, ser mais um a ingressar no mundo das drogas, se perder, mas naturalmente preferiu ser skatista. E acertou em cheio!

Junto com seu irmão Lucas, os amigos Caique Silva e Marcos Gabriel, foi iniciado no carrinho pelos expe-rientes skatistas Allan Mesquita e João Machado, o JM, dono da casa.

Por residirem na mesma rua, Zene, seu irmão e seus amigos ajudaram a construir a pista e ganharam passe livre para as sessions. Com tanta experiência e talento a sua volta, não demorou a se destacar. Variações de aéreos e manobras de borda ficaram fáceis de serem executadas no brinquedo gigante que ele mesmo aju-dou a construir.

Na época, somente convidados podiam andar na extinta pista e se divertir ao som do verdadeiro rock n’ roll, regados a conversas e histórias contadas por JM e seus amigos.

A cobrança também era grande. Todos colocavam pressão para que continuasse a tentar as manobras, até acertá-las. E quando acertava, todos gritavam e batiam seus skates! Yeah!

Faz uns dois anos que ele começou a freqüentar a mini ramp da Konig House, mostrando muita evolução e destreza na prática do seu skate. Essa dedicação o levou a ganhar o apoio da Konig Skates e da Vibe Shoes. Ele freqüenta também a Hi Adventure, o Bowl do Pedrinho Barros, as Pistas da Costeira e da Trindade. Todos esses lugares são seus favoritos.

Zene possui um estilo único, tranqüilo e seguro. Seu repertório e suas manobras aéreas impressionam pela altura e leveza. Lembram muitas vezes o surf, bem exe-cutadas e polidas, com a dose certa de agressividade e radicalidade. Merece reconhecimento e um patrocínio que banque seus custos para que possa evoluir ainda mais. Quem o conhece sabe que ele nasceu pra isso.

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Nome: Luís Sachs

Apelido: Zene Sachs

Idade: 17 anos

Anos de skate: 6 anos

Apoio: Konig Decks, Vibe Shoes e Devotion

Sonho: Viver

profissionalmente do skate

d r o p S k at e

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d r o p S k at er t m f

Por André Barros

catarinenSe é bicampeão mundial

Pedro Barros em Venice Beach.

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Aos 16 anos de idade, o catarinense e morador do Rio Tavares, Pedro de Silva Barros já é con-sagrado bicampeão mundial de bowl antes de acabar o circuito. Com sua pontuação atual, já é impossível dele ser alcançado pelos demais ska-tistas do mundo, mesmo faltando mais uma etapa nos Estados Unidos.

Pedro conseguiu o feito de ganhar nas mais difíceis etapas do circuito mundial. Venceu o Bowl A Rama da Nova Zelândia e da Australia, venceu disputadíssimo Pro Tec Pool Party na Califórnia e ficou em segundo nos demais even-tos do circuito.

Paralelo ao circuito mundial existe também o elitizado circuito Dew Tour. Esse circuito é parecido com o WT de surf, onde somente 12 skatistas do mundo todo são pré-classificados. O Dew Tour tem o circuito das três modalida-des do skate: street, bowl e half pipe. Pedro se

consagrou campeão na modalidade Bowl e se encontra na quarta posição na modalidade Half Pipe que ainda tem sua última etapa em outubro na cidade de Las Vegas.

Ano passado, Pedro realizou um feito inédi-to para o Brasil ao ser o primeiro brasileiro a ganhar o circuito mundial de bowl na história. Para quem achou que aquilo foi sorte de prin-cipiante, esse ano ele passou o trator em todos eventos que participou. Mesmo com alguns eventos que o brasileiro foi nitidamente garfado pelos juízes, como no X Game, US Open e uma das etapas da Florida, a superioridade do nosso catarinense foi maior.

Em outubro, Pedro terá sua última etapa de Ver-tical em Las Vegas pelo circuito Dew Tour. Após isso, entra em férias até fevereiro quando recome-ça o circuito mundial. O que o Pedro faz quando entra de férias? Surfa e anda de skate.

Pedro Barros na Nicarágua.

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Talentoso, Marcos Gabriel con-tinua mostrando que é mesmo um dos destaques do cenário do esporte que defende. Marcos vem colecionando uma série de bons resultados e vitórias. Já no pri-meiro semestre, ele ganhou um campeonato em Milão, na Itália. No dia 10 de setembro, Marcos Ga-briel voltou a vencer em Milão, no evento Follow Me In Parco Lambro. No primeiro final de semana de setembro, Marcos Gabriel também foi consagrado com a melhor ma-nobra, em Parco Delle Fornaci, em Vicenza, norte da Itália.

E não para por aí. Marcos conti-nua pela Europa, onde vai com tudo para mais três etapas do Circuito Italiano de Skate, representando com personalidade e atitude.

marcoS Gabriel cauSando na itália

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