Jornal "DIOCESE HOJE"

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JORNAL CIRCULAÇÃO NACIONAL SETEMBRO/2015 ANO 20 Nº 210 Diocese de São José do Rio Preto/SP - EDIÇÃO REGIONAL - A palavra de Deus é a Verdade A Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil, sente necessidade de dedicar o mês de setembro à “Pastoral Bíblica”. Página 2 Encontro com Coroinhas, Acólitos e Cerimoniários O encontro reuniu 1015 crianças, adoles- centes e jovens para um momento de reflexão, espiritualidade e descontração. Página 3 1ª Missa na Capela de Beata Madre Assunta,em Mirassol Na noite do dia 11 de agosto, foi celebrada a primeira missa na Capela Beata Madre Assunta Marchetti, em Mirassol. Página 12 Caminhada Diocesana pela Paz Os bispos do Brasil aprovaram, durante a 52ª Assembleia Geral da CNBB realizada em abril do ano passado, a celebração do Ano da Paz entre o Natal de 2014 e o Natal de 2015. Página 7 A Viagem do Papa aos EUA Um milhão de crianças rezando o Rosário de Nossa Senhora Página 8 Indubitavelmente, a visita do papa Francisco aos Estados Unidos, em setembro, será um dos acontecimentos mais importantes de 2015. Se con- siderarmos o grande número de católicos americanos, a habilidade diplomática dos prelados purpurados do Vaticano e as incisivas declarações de Francisco a respeito de uma variedade de temas - frequentemente contrariando as posições da direita americana - teremos todos os ingredientes de um evento épico. Página 14 CNBB fala sobre descriminalização do uso de drogas e divulga nota sobre a situação do Brasil Páginas 3 e 5

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Edição: 14 páginas - Setembro/2015 Informativo da Comunidade Católica da região de São José do Rio Preto

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Page 1: Jornal "DIOCESE HOJE"

JORNAL CIRCULAÇÃONACIONAL

SETEMBRO/2015 ANO 20 Nº 210Diocese de São José do Rio Preto/SP - EDIÇÃO REGIONAL -

A palavra de Deus é a Verdade

A Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil, sente necessidade de dedicar o mês de setembro à “Pastoral Bíblica”.

Página 2

Encontro com Coroinhas, Acólitos e Cerimoniários

O encontro reuniu 1015 crianças, adoles-centes e jovens para um momento de reflexão, espiritualidade e descontração.

Página 3

1ª Missa na Capela de Beata Madre Assunta,em Mirassol

Na noite do dia 11 de agosto, foi celebrada a primeira missa na Capela Beata Madre Assunta Marchetti, em Mirassol.

Página 12

CaminhadaDiocesana pela Paz

Os bispos do Brasil aprovaram, durante a 52ª Assembleia Geral da CNBB realizada em abril do ano passado, a celebração do Ano da Paz entre o Natal de 2014 e o Natal de 2015.

Página 7

A Viagem do Papa aos EUA

Um milhão de crianças rezando o Rosário de Nossa Senhora Página 8

crianças rezando

Indubitavelmente, a visita do papa Francisco aos Estados Unidos, em setembro, será um dos acontecimentos mais importantes de 2015. Se con-siderarmos o grande número de católicos americanos, a habilidade diplomática dos prelados purpurados do Vaticano e as incisivas declarações de Francisco a respeito de uma variedade de temas - frequentemente contrariando as posições da direita americana - teremos todos os ingredientes de um evento épico. Página 14

CNBB fala sobre descriminalização do uso de drogas e divulga nota sobre a situação do Brasil

Páginas 3 e 5

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DIOCESE 86 ANOS2 SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Distribuição gratuitaDistribuído nas cidades de Adolfo, Altair, Álvares Florense, Américo de Campos, Bady Bassitt, Bálsamo, Buritama, Cedral, Cosmorama, Floreal, Gastão Vidigal, Guapiaçu, Ida Iolanda, Jaci, José Bonifácio, Lourdes, Macaubal, Magda, Mendonça, Mirassol, Mirassolândia, Monções, Monte Aprazível, Nhandeara, Nipoã, Nova Aliança, Nova Granada, Nova Luzitânia, Onda Verde, Orindiúva, Palestina, Parisi, Paulo de Faria, Planalto, Poloni, Pontes Gestal, Potirendaba, Riolândia, São José do Rio Preto, Sebastianópolis do Sul, Tanabi, Turiúba, Ubarana, Uchoa, União Paulista, Valentim Gentil, Votuporanga e Zacarias.

EXPEDIENTEO Jornal “Diocese Hoje” é editado pela Fundação Mater Ecclesiae.

Fundador: Donizeti Della LattaE-mail: [email protected]ço: Avenida Constituição, 1372 - São José do Rio Preto/SP - Fone: (17) 2136.8699

Diretor Responsável: Dom Tomé Ferreira da SilvaEQUIPE DE REDAÇÃO: Pe. Roberto da Silva Bocalete e seminarista Paulo Henrique de Castro.Colunistas: Coronel Jean Charles Serbeto, Pe. Hallison Henrique de Jesus Parro, Pe. José Eduardo Vitoreti, Pe. Rafael Dalben Ferrarez, Pe. Roberto Bocalete, Priscila Basso Castelar Vieira, Vitor Teixeira e Diácono Moitinho.Colaboradores - edição de setembro/2015: André Botelho, CNBB, Irmã Joana Clelia, Irmã Rosângela Aparecida Fontoura, Marcelo Silva, Pascom Paróquia Santa Rita de Cássia, Paulo Castro, Pe. Leandro Bernardes, Pe. Luiz Rogério Morelli, Pe. Rafael Domingos de Oliveira, Pe. Rafael Henrique dos Santos, Ricardo Rocha, Taynara Dos Santos Machado, Leandro Neves, Pe. Rogério Corrêa, Harley Pacola, profa. Mestra Valdete Belon Basaglia, Donizeti Della Latta e Robert Ishizawa.

* Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

PALA

VRA

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BIS

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A Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil, sente necessida-de de dedicar o mês de setembro à “Pastoral Bíblica”, isto é, um mês de divulgação da Bíblia, Palavra de Deus, pois são muitos os que ainda não têm acesso a ela, ou

não usam os instrumentos adequados para a sua leitura e compreensão, ou não conseguem fazer a passagem do conhecimento e compreensão da vivência da Palavra de Deus.

Antes de tudo, a animação bíblica da pasto-ral deve ajudar cada fiel a ter o seu exemplar da Sagrada Escritura. Ou então, estimular para que tenham o texto de modo virtual, no computador ou outra ferramenta disponível, tais como celular, smarthfone, ipad, iphone.

Quem pode deve fazer doa-ções de exemplares da Bíblia. Os fiéis enriquecidos poderiam ofertar grandes quantidades de Bíblia para que fossem distribuídas gratuitamente aos irmãos empobrecidos. O mesmo poderia ser feito por empresários católicos, profissionais liberais e outras pessoas em melhor situação econômica.

As paróquias, por meio do Conselho Admi-nistrativo Paroquial e Pastoral do Dízimo, devem anualmente fazer uma significativa doação de exemplares da Bíblia, proporcionalmente à capa-cidade de cada uma. As mais estáveis devem doar para as que são iniciantes ou vivem situações de contenção nos gastos.

Sem desconsiderar a possibilidade virtual, é muito recomendável que cada pessoa tenha a versão escrita da Bíblia. São muitas as edições e traduções

disponíveis dos textos bíblicos. Tomar cuidado para ter uma edição e tradução com a aprovação da Igreja Católica Apostólica Romana.

No Brasil, a tradução e edição, publicada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, tem preço acessível e está sendo utilizada como referência para a liturgia em todo o território na-cional. Há edições apropriadas para estudo, com comentários e exegese de textos mais difíceis para a compreensão. Basta você escolher a edição que mais lhe convier.

Há uma recomendação explícita e insistente do Papa e dos Bispos, sobretudo após o Sínodo sobre a Palavra de Deus, bem como do conjunto da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, para a divulgação e uso do método da “leitura orante da Bíblia”, uma vez que ele permite uma abordagem existencial da Palavra de Deus, ajudando o fiel a deixar que a Palavra seja de fato Palavra de Deus em sua vida.

As paróquias, pastorais, mo-vimentos, associações religiosas e novas comunidades devem e podem ajudar os fiéis a terem acesso e a aprenderem a usar o método da “leitura orante da Palavra de Deus”. Quem já domina essa metodologia pode e deve ajudar outras pessoas.

O desconhecimento da fer-ramenta da “leitura orante da Palavra de Deus” não impede

o fiel do acesso à leitura e compreensão da Bíblia, já que ele pode usar outro método que domina, ou nenhum específico, pois o Divino Espírito Santo é o Mestre que conduz na compreensão e vivência da Sagrada Escritura e Ele tem seus próprios caminhos para conduzir o fiel, que é sua morada.

+ Tomé Ferreira da SilvaBispo Diocesano de São José do Rio Preto

A Palavra de Deus é a verdade

podem ajudar os fiéis a terem

No dia 15 de setembro, a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora das Dores. Essa celebração foi introduzida no calendário litúrgico pelo Papa Pio VII. A intenção era proporcionar aos fiéis a contemplação da participação dolorosa de Maria na obra redentora de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em Lc 2, 34-35, essa realidade é retratada pela Sagrada Escritura, na voz do velho Simeão, com a seguinte profecia: “Teu filho será causa de queda e de ressurreição para muitos. Ele será sinal de contradição e teu coração será transpassado como por uma espada.” Mal sabia ela de que dor se tratava e quão amarga e dolorosa seria. Mas na sua pureza e simplicidade, Maria guardava todos esses fatos em seu coração.

Portanto, é de dor e de amor a maternidade de Maria. Quisera ela estar no lugar de Jesus para abran-dar a dor do seu amado Senhor. Quisera ela, com o coração dilacerado por vislumbrar tais atrocidades perpetradas ao seu Filho, enxugar-lhe as lágrimas e consolá-lo, mas nem isso lhe foi concedido! De longe e ao mesmo tempo tão perto, a Virgem das Dores acompanha Jesus em sua via crucis e, no seu

terno olhar de mãe, emana--lhe um gesto caridoso e compadecido que encoraja Jesus e o confirma em sua missão salvífica.

No alto do calvário, já aos pés da Cruz, dor imensa maior não há! Experimen-tava o gládio anunciado pela profecia. Encontra-se solitária na alma. Invadida por tão grande mistério, é atenuada a sua dor, quando por filho recebe o apóstolo que Jesus amava. “Mulher eis aí teu filho! E depois disse ao discípulo: eis aí a tua mãe (Jo 19,25-27)”. Na figura do discípulo amado, toda a humanidade recebe Maria como Mãe e Ela a nós como seus filhos.

Queremos associar à piedosíssima intercessão da Senhora das Dores todas as mães que também têm seu coração permeado pela dor. Dor de verem seus filhos crucificados ainda hoje pela violência, pelo desemprego, assassinatos, drogas, todos eles vítimas da marginalidade e da in-diferença da sociedade de maneira geral. Como Igreja, unamo-nos em oração, pedindo a intercessão da Senhora das Dores, para que assim, como Ela, possamos experimentar a vitória da vida que se sobrepõe à morte: a ressurreição!Pe. Luiz Rogério Morelli

Nossa Senhora das Dores

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DIOCESE 86 ANOS 3SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Encontro com Coroinhas, Acólitos e CerimoniáriosO encontro de Coroinhas, Acólitos

e Cerimoniários reuniu mais de 1000 crianças, adolescentes e jovens no último sábado, 22, na Sé Catedral de São José, para um momento de reflexão, espiritualidade e descontra-ção que contou com música, dança, oração e pregação.

Durante o evento, foram feitas duas reflexões. O pregador Marquinhos, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, pregou acerca do tema “A paz no coração, na família, na escola e na sociedade”. A segunda reflexão, “Felizes os puros de coração”, foi feita pelo seminarista propedeuta Patrick Miranda.

O encontro terminou com a Santa Missa, presidida por Dom Tomé Ferreira da Silva e concelebrada por alguns padres presentes e contou com a participação de seminaristas, religiosos(as) e vocacionados(as).

MotivaçãoUm gesto característico de Dom

Tomé no encontro de Coroinhas, Cerimoniários e Acólitos, é incentivar a participação deles na Santa Missa e desafiá-los com uma pergunta sobre a fé e, assim, motivá-los a conhecer mais e melhor os ensinamentos da Igreja.

Comemorando a Festa de Nossa Senhora Rainha, que celebra a realeza

da Virgem, com a sua assunção, ao mistério da realeza de Cristo, Dom Tomé falou, em sua homilia, sobre a figura de Maria, como aquela que participa do reinado de Cristo. E ao citar a diferença entre os conceitos de “ascensão”, referente a Jesus Cristo, e “assunção”, referente à Maria, o bispo desafiou os coroinhas e acólitos presentes a subirem ao altar e explicar a diferença entre os dois termos e prometeu, como prêmio, uma pequena gratificação

em dinheiro. O garoto Hugo, 11, coroinha na Paróquia Senhor Bom Jesus, de Monte Aprazível, topou o desafio e respondeu corretamente: “Então, a ascensão é quando Jesus sobe sozinho ao céu. Assunção é quando Nossa Senhora foi levada para o céu”.

Colaboração: Pe. Rafael Domingos de Oliveira e Paulo Castro

Diante do julgamento pelo Su-premo Tribunal Federal (STF) sobre descriminalização do uso e porte de drogas, o Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reu-nido em Brasília/DF, nos dias 25 e 26 de agosto, aprovou e divulgou nota a respeito do assunto.

No texto, a Conferência dos Bispos “declara-se contrária à des-criminalização do uso de drogas” e diz ser “importante a sociedade inteirar-se desta temática, pois a dependência química representa um dos grandes problemas de saúde pública e de segurança no Brasil”.

A CNBB considera ainda que “a não punibilidade do porte de drogas, tendo como argumento a preservação da liberdade da pessoa, poderá agravar o problema da de-pendência química, escravidão que hoje alcança números alarmantes”.

Leia a nota na íntegra:

Nota da CNBB sobre a descri-minalização do uso de drogas

“Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes” (Dt 30,19).

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, através do Conselho Episcopal de Pastoral, reunido nos dias 25 e 26 de agosto, declara-se contrária à descriminaliza-ção do uso de drogas. É importante a sociedade inteirar-se desta temática, pois a dependência química representa um dos grandes problemas de saúde pública e de segurança no Brasil.

O uso indevido de drogas interfere gravemente na estrutura familiar e social. Está entre as causas de inú-meras doenças, de invalidez física e mental, de afastamento da vida social. A dependência que atinge, especialmente, os adolescentes e os

jovens, é fator gerador da violência social, provoca no usuário alteração de consciência e de comportamento. O consumo e o tráfico de drogas são apontados como causa da maioria dos atentados contra a vida.

A não punibilidade do porte de drogas, tendo como argumento a preservação da liberdade da pessoa, poderá agravar o problema da de-pendência química, escravidão que hoje alcança números alarmantes.

A liberação do consumo de drogas facilitará a circulação dos entorpecentes. Haverá mais produtos à disposição, legalizando uma ca-deia de tráfico e de comércio, sem estrutura jurídica para controlá-la. O artigo 28 da Lei 11.343, ao tratar do tema, não prevê reclusão, mas a penalização com adoção de medidas de reinserção social. Constata-se que o encarceramento em massa não tem sido eficaz. É preciso desenvolver

a prática da justiça restaurativa. Isso não significa menor rigor para aqueles que lucram com as drogas.

O caminho mais exigente e eficaz, a longo prazo, é a intensificação de campanhas de prevenção e combate ao uso das drogas, acompanhado de políticas públicas nos campos da educação, do emprego, da cultura, do esporte e do lazer para a juventude e a família. O Estado seja mais eficaz nas ações de combate ao tráfico de drogas.

Com a descriminalização das drogas, a crescente demanda de tratamento da parte de incontáveis dependentes aumentaria muito. A Igreja Católica, outras instituições religiosas e particulares, por meio de casas terapêuticas, demonstram o compromisso com a superação da dependência química e recuperação dos vínculos familiares e sociais ao acolher, cuidar e dar oportunidade

de vida nova a milhares de adoles-centes, jovens e adultos através da espiritualidade, do trabalho e da vida de comunidade.

Confiantes na graça misericordiosa de Deus e na materna proteção da Virgem de Aparecida, conclamamos o Estado e o povo brasileiro à ne-cessária lucidez no trato desse tema tão grave para a sociedade.

Brasília, 26 de agosto de 2015.

Dom Sergio da RochaArcebispo de Brasília/DF

Presidente da CNBBDom Murilo S. R. Krieger

Arcebispo de São Salvador da Bahia/BA

Vice-presidente da CNBBDom Leonardo Ulrich SteinerBispo Auxiliar de Brasília/DF

Secretário Geral da CNBB

Presidência da CNBB divulga nota sobre a descriminalização do uso de drogas

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DIOCESE 86 ANOS4 SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

EVANGELHO DE MARCOS

Pe. Hallison Henrique de Jesus Parro

Catedral de São José

Celebração dos Votos temporários da Ir. Lua Puebla

No dia 22 de Agosto, em Nhandeara, na paróquia São João Batista, a irmã Lua Puebla Costa emitiu os seus votos temporários de pobreza, castidade e obediência na Comunidade filhos do Coração

de Jesus e de MariaA santa Missa foi presidida pelo

bispo Diocesano, Dom Tomé, e contou com a participação de vá-rios sacerdotes, religiosas e grande número de fiéis.

No tempo de Jesus, o sábado não era apenas expressão de uma observância religiosa, mas um sinal característico da identidade judaica, que, juntamente, com a sinagoga e o Templo de Jerusalém, constituía-se como o pilar do judaísmo tardio. No Antigo Testamento, os autores bíblicos buscaram fundamentar, teologicamente, a prática de guar-dar o sábado como celebração da libertação do poder do Faraó ou como sinal do descanso divino na obra criadora (Dt 5,12-15; Ex 20,10-11; Gn 2,3).

Para o judeu, o shabbat (sába-do) é uma instituição divina (Ex 31,12-17) e sua observância é uma resposta de fé a Deus. Para que isso fosse possível, houve a proibição da prática comercial no sábado (Am 8,5), de tal forma que Neemias determinou, no período pós-exílico, o fechamento dos portões de Je-rusalém para evitar qualquer tipo de profanação (Ne 13,15-22). No sétimo dia da semana, dever-se-ia abster de qualquer tipo de trabalho, para que todos pudessem participar da assembleia litúrgica, ou seja, do culto na sinagoga (Lv 23,1-3). O descumprimento da Lei sabática poderia ter como consequência a pena de morte ou exclusões da vida comunitária (Ex 31,14). Por outro lado, os profetas já haviam criticado a redução do sábado a uma realidade meramente ritual (Is 1,13), pois a santificação de um dia a Deus pressupunha o respeito e a solidariedade em relação aos pobres, aos órfãos e às viúvas.

Com base na Lei mosaica (To-rah), os rabinos discutiam sobre a natureza do descanso sabático e suas exceções. Havia algumas proibições como acender o fogo, bater palmas, saltar, dar palmadas na coxa e visitar doentes. Como um verdadeiro judeu, Jesus guardava o sábado e participava do culto na sinagoga (Mc 6,2; Lc 4,16.31), mas criticava esse excessivo rigorismo, bem como a concepção de Deus desses teólogos. Para Jesus, o núcleo da Lei é o amor a Deus associado ao amor ao próximo. Assim, nem mesmo no dia dedicado ao Senhor, deve-se omitir o serviço da caridade para tirar o outro de uma situação de opressão ou de pecado. No confronto com os fariseus, está em jogo uma visão de Deus e da sociedade. Se a lei de Deus deve estar a serviço de um pobre inválido, é preciso mudar por completo a relação das autoridades com o povo. Não é

possível ser indiferente ao outro ou dominá-lo, pois isso é incompatível com o culto que se presta a Deus, ainda que se sigam fielmente as prescrições rituais.

No trecho de Mc 2,23-27, os fariseus criticaram os discípulos porque teriam infligido a proibição da lei sobre o trabalho no sábado (2,23-34). Marcos apresenta essa situação para demonstrar, à luz de Cristo, a real compreensão da co-munidade primitiva sobre a função do sábado: toda a lei, mesmo a mais sagrada, é em função do homem e não vice-versa (Mc 2,27). Na reali-dade, profana-se o sábado fazendo dele uma desculpa para fugir ao próprio dever de providenciar as próprias necessidades essenciais ou de fazer o bem ao próximo. Os cristãos guardaram esses ditos de Jesus, porque, provavelmente, a comunidade primitiva começou a sofrer críticas do judaísmo rabíni-co ou de próprios cristãos judeus sobre a relativização do sábado, ao incorporar os pagãos convertidos.

Além do ‘trabalho’ dos discípu-los, as curas realizadas por Jesus em dia de sábado tornaram-se também objeto de controvérsia (Mc 3, 1-6). Como na cura do paralítico (Mc 2, 1-12), Marcos une um milagre a um debate, a fim de demonstrar que Jesus é poderoso em obras e palavras. O próprio milagre (o ato de curar) torna-se a causa principal do conflito. É interessante observar, na narrativa, os seguintes elementos: a) o homem enfermo não pede para ser curado (Mc 3,3); b) apenas Jesus dirige suas perguntas aos adversários (Mc 3,4); c) diferentemente das outras curas, ninguém se admira nem bendiz a Deus; d) os dirigentes mantém o silêncio e a sua indiferença (Mc 3,4b.6).

Em primeiro lugar, Marcos nos demonstra que a sinagoga é incapaz de incluir o homem com a mão atrofiada. Os fariseus não têm olhos para ele, nem muito menos se detêm em como remediar seu desamparo (3,1-2). Jesus coloca esse homem no centro, para enfatizar que a honra a Deus não está em contraposição à honra do homem, pois “a glória de Deus é o homem vivo” (Santo Irineu de Lião). A atitude de Jesus é diametralmente oposta a dos fariseus: enquanto ele age publicamente em plena luz do dia, seus adversários agem à espreita.

A pergunta-chave de Jesus é revelatória: “É permitido, no sábado, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a

vida ou matar?” (Mc 3,4). Portanto, para Jesus, não se trata de salvar uma vida somente quando se está em perigo mortal (o que era permitido), mas de agir como ele mesmo age, porque essa é a vontade de Deus. Existe implicitamente, nesse texto, a afirmação de que Jesus, o Filho do Homem, tem autoridade sobre o sábado (Mc 2, 27-28). O silêncio dos fariseus tem a finalidade de não se comprometerem com o anúncio de Jesus, pois estão surdos à pregação do Reino.

Nas outras controvérsias, Jesus foi questionado sobre o perdão dos pecados (2,1-12), sua amizade com os pecadores públicos (2, 15-17), o jejum dos discípulos (2, 18-22) e o trabalho no sábado (2, 23-27). Na última controvérsia (3,1-6), está em causa a sua visão sobre a proximidade do Reino de Deus em sua pessoa, em suas palavras e ações. Os fariseus, ao não poderem calar a Jesus com palavras, aliam-se aos seus próprios inimigos para tramar a morte do Senhor (Mc 3,6).

O olhar de indignação de Jesus emerge da constatação de que esses homens religiosos se negam, em nome do próprio Deus, de promover o fim da humilhação e da degradação das pessoas. Essa ira do coração de Jesus o levará a expulsar os vendilhões do Tempo, que se utilizavam de Deus como fonte de enriquecimento e de status social (Mc 11,15-19). O ardor profético de Jesus o faz comparar os fariseus ao povo rebelde do Antigo Testamento (Jr 7,24; 9,13; 13,10; 16,12), que fica insensível perante a demonstração da bondade de Deus para com seus filhos mais desprotegidos.

Interroguemos-nos: será que nós, como Igreja, temos buscado unir a nossa prática religiosa a um compromisso efetivo com o próximo? Por que, muitas vezes, pregadores apresentam um Jesus light, ado-cicado, que não gera mudança de vida? Temos medo do profetismo de Jesus? Uma Igreja ensimesmada, sem missionariedade, não seria a expressão mais contundente de uma cegueira e de uma surdez espirituais presentes entre os próprios cristãos? Deixemos a Palavra de Jesus nos questionar em setembro, neste mês dedicado à Sagrada Escritura.

O poder do Messias sobre o Sábado(Mc 2,23-3,-6)

Jornada Missionária

No último final de semana, o Conselho Missionário Diocesano de São José de Rio Preto realizou, no Centro de Estudos Superiores Sa-grado Coração de Jesus, a 1ª Jornada Missionária. O encontro contou com a presença de vários fiéis leigos de 25 paróquias, além de seminaristas, religiosas e Dom Tomé.

O domingo 06 de Setembro foi marcado pela formação que contou com a assessoria do Pe. Éverton Aparecido da Silva, Assessor do COMIRE (Conselho Missionário Regional) Sul 1 CNBB, pertencente à Diocese de Presidente Prudente/SP.

Padre Éverton detalhou para os participantes o Decreto “Ad Gentes” do Vaticano II, que trata da atividade Missionária da Igreja, reconhecendo e reafirmando que a Igreja de Jesus Cristo tem uma natureza missionária, afinal o próprio Jesus assim convocou “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!” (Mc 16,15).

O decreto Ad Gentes também afirma que o principal meio de im-

plantação da Igreja é a pregação do Evangelho e que a obra missionária em si é urgente nos dias atuais, pois há muitos que ainda não conhecem o Evangelho de Jesus Cristo ou mal ouviram falar dele.

A Jornada Missionária lançou, nos corações, o desejo do trabalho missionário que deve desenvolver-se cada vez mais como acontecimento da comunhão entre as paróquias, com a diocese e com a Igreja. Precisamos, portanto, promover ações evangeli-zadoras, entre os batizados, ministros ordenados, religiosos e religiosas que venham priorizar a missão e o seguimento de Jesus Cristo.

Que o Espírito Santo nos dê ousadia, perseverança, coragem, renúncia e amor para marcamos nosso coração com o impulso missionário. É preciso sair de nossas realidades e confrontar novos caminhos, uma Igreja missionária a serviço do Reino de Deus começa em nós.

Padre Rafael Henrique dos Santos Assessor da Dimensão Missionária

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DIOCESE 86 ANOS 5SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

ALiMENtAçãO SAuDáVEL

Priscila Basso Castelar VieiraNutricionista

A população brasileira acompa-nha, apreensiva, a grave crise que atinge o país, procurando conhecer suas origens, resistir às suas conse-quências e, sobretudo, vislumbrar as soluções. A realidade é dura e traz de volta situações que, por algum tempo, haviam diminuído signifi-cativamente como o desemprego, a inflação e a pobreza.

Pagamos um alto preço pela falta de vontade política de fazer as reformas urgentes e necessárias, capazes de colocar o Brasil na rota do desenvolvimento com justiça social quais sejam as reformas política, tributária, agrária, urbana, previden-ciária e do judiciário. O gasto com a dívida pública, o ajuste fiscal e outras medidas para a retomada do crescimento colocam a saúde pública na UTI, comprometem a qualidade da educação, inviabilizam a segu-rança pública e inibem importantes conquistas sociais.

A corrupção, metástase que atinge de morte não só os poderes constituídos, mas também o mundo empresarial e o tecido social, desafia a política a seguir o caminho da ética e do bem comum. Combatê-la de forma intransigente supõe assegurar uma justa investigação de todas as denúncias que vêm à tona com a consequente punição de corruptos e corruptores. A corrupção, gerada pela falta de ética e incentivada pela

impunidade, não pode ser tolerada.É urgente resgatar a credibili-

dade da atividade política em que seja fortalecida a cultura inclusiva e democrática, pois um “método que não dá liberdade às pessoas para assumir responsavelmente sua tarefa de construção da sociedade é uma chantagem”, e “nenhum político pode cumprir o seu papel, seu trabalho, se se encontra chantageado por atitudes de corrupção” (Papa Francisco aos representantes da sociedade civil, no Paraguai, 11 de julho de 2015). A chantagem “é sempre corrupção”. Lamentavelmente, o cenário políti-co brasileiro não está isento dessa condenável prática.

É inaceitável que os interesses públicos e coletivos se submetam aos interesses individuais, corporativos e partidários. As disputas políticas exacerbadas podem comprometer a ordem democrática e a estabilidade das instituições. Garantir o estado de direito democrático é imperati-vo ético e político dos brasileiros, mormente dos que não viveram nem testemunharam as arbitrariedades dos tempos de exceção. O bem do Brasil exige uma radical mudança da prática política.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, através do Conselho Episcopal Pastoral-Consep, reunido em Brasília, nos dias 25 e 26 de agosto, reafirma o diálogo

e a luta contra a corrupção como meios para preservar e promover a democracia. Nesse diálogo, devem tomar parte os poderes constituídos e a sociedade civil organizada. Com o Papa Francisco, lembramos que “o futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humil-dade e convicção, este processo de mudança” (Discurso aos partici-pantes do II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, Bolívia, 9 de julho de 2015).

O Espírito Santo nos ajude a dar a razão de nossa esperança e nos anime no compromisso de agir juntos pelo bem comum do povo brasileiro.

Brasília, 26 de agosto de 2015.

Dom Sérgio da RochaArcebispo de Brasília/DFPresidente da CNBBDom Murilo S. R. KriegerArcebispo de São Salvador da Bahia/BAVice-presidente da CNBBDom Leonardo Ulrich SteinerBispo Auxiliar de Brasília/DFSecretário Geral da CNBB

“Os que querem enriquecer caem em muitas tentações e laços, em desejos insensatos e nocivos, que mergulham as pessoas na ruína e perdição. Na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro”

(1Tm 6,9-10).

Nota da CNBB a favor do Brasil

Suco de abacaxi, gengibre e limão

IngredIentes:2 fatias de abacaxi1 fatia de gengibreSuco de ½ limão100 ml de água

Modo de PreParo:Bater todos os ingredientes no liquidificador.Beber em seguida.Não é necessário adoçar, se o abacaxi estiver doce.

Esse suco, além de refrescante e rico em nutrientes, é digestivo, evita o envelhecimento precoce, tem função termogênica - que acelera o metabolismo e auxilia na perca de peso - e possui ação anti-inflamatória. Ou seja, muitos motivos para provar.

No dia 14 de setembro, unimo--nos com toda a Igreja para celebrar solenemente a festa da exaltação da Santa Cruz de Cristo.

Em celebração litúrgica teve iní-cio no século IV e está intimamente ligada à descoberta da verdadeira cruz durante a peregrinação a Jerusalém por Santa Helena, mãe do primeiro imperador cristão, Constantino. A tradição narra que foram encontradas nas escavações três cruzes. Para dis-tinguir a cruz de Jesus Cristo das dos ladrões, foi colocado o cadáver de um homem e, ao simples contato com o madeiro que sustentou o salvador do mundo, ele foi milagrosamente ressuscitado. Também uma mulher muito enferma foi levada ao local das cruzes, tendo sido curada ao tocar na verdadeira cruz.

O imperador Constantino e Santa Helena mandaram construir, em Jerusalém, duas basílicas: uma no

Gólgota e outra no Santo Sepulcro. As igrejas foram dedicadas nove anos após a descoberta da verdadeira cruz, em 13 de setembro de 335 e, no dia seguinte, a cruz foi exposta para que os fiéis pudessem orar e venerá-la. Em 614, os persas invadiram a cida-de de Jerusalém e tomaram a cruz, que foi recuperada pelo Imperador Bizantino Heráclio em 628 e levada solenemente de volta a Jerusalém. Desde então, a Igreja celebra, nesse dia, a exaltação da cruz.

O uso litúrgico, que requer a cruz sobre ou ao lado do altar (Instrução geral do Missal Romano 270) quando se celebra a Missa, representa uma evocação da figura bíblica da serpente de bronze, que Moisés elevou no deserto; quando as pessoas a olhavam, eram curados.

A cruz de Cristo, para nós cristãos, é motivo de glória: “Quanto a mim, não pretendo, jamais gloriar-me, a

Exaltação da Santa Cruznão ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6,4); e como diziam os Santos Padres da Igreja, a cruz é “a bendita árvore”, “o bendito lenho” que é instrumento de salvação, fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio.

Pe. Leandro Bernardes

Page 6: Jornal "DIOCESE HOJE"

DIOCESE 86 ANOS6 SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

VOCAçÕES

Pe. Rafael Dalben Ferrarez

Vice-reitor do Seminário Propedeutico N. Sra. da Paz

[email protected]

A Comunidade do Santuário São Judas Tadeu se reuniu na noite de sexta-feira, 21 de agosto, para celebrar os 50 anos de Ordenação Presbiteral do padre Bonomi Lo-dovico. Considerando que em 26 de junho - dia exato do Jubileu - o Missionário Comboniano estava na Itália, o “cinquentenário” só pode ser comemorado, no Brasil, no contexto do “Mês Vocacional”. Agora, na terra que chama de "sua casa", o religioso pode festejar com os amigos que fez ao longo dos quatro anos em que foi pároco da igreja dedicada ao "Santo dos Ca-sos Desesperados" e presidente do Serviço Social. Além dos confrades que residem com o homenageado, na Casa Comboni, estiveram presentes à celebração os padres Luiz Caputo, Marcos Chiquetto e Pedro Miguel Garcia Teran, da Paróquia Santa Rita de Cássia.

Reflexão"É impossível entender uma

vocação se não for no contexto do amor", indicou o padre Luiz Caputo durante a homilia. Na ocasião, apoia-do na mensagem do Evangelho, o pároco reitor do Santuário disse não ter dúvida de que o padre Lodovico responde à vocação com atitudes corajosas. "Celebrar 50 anos de ordenação de um padre é pensar no tamanho do amor de Deus por todos nós", completou o presbítero.

SinaisDestacando o sentido do serviço,

padre Lodovico recebeu dos paro-quianos uma estola com indicativos do Jubileu. Uma cesta com produtos típicos também foi ofertada. Ao final, para os parabéns, foram distribuídas fatias de bolo e "lembrancinhas" do evento, oferta de casais da Equipe

Padre Lodovico celebra “Jubileu de Ouro” de Ordenação Presbiteral

de Nossa Senhora acompanhada pelo presbítero.

A voz, que não tem a potência dos primeiros tempos, mas ainda conversa a energia de quem, há 50 anos, foi ungido para a missão ("ir por todo o mundo e pregar o Evangelho a toda a criatura") ficou ainda mais embargada quando, ao final do encontro, teve que agradecer todos os cumprimentos. "Eu estava na Itália. Minha família queria que eu continuasse com eles. Disse: volto ao Brasil. Lá é a minha casa", partilhou o homenageado. "50 anos de ministério, doação e serviço. Que Deus continue abençoando o padre Lodovico", concluiu o padre Luiz Caputo.

BREVE HISTÓRICO (Por Terezinha Feres)Pe. Lodovico nasceu em 10 de

outubro de 1937, na cidade de Lu-mezazzane, Bréscia, Itália. Filho de Bonomi Giacinto e Neurber Lucia, irmão de Ir. Lucia, Marina, Carlo, Narciso, Zenira e Serafina.

Escolhido por Deus para evan-gelizar, o desafio chegou através do trabalho paroquial e no Seminário Diocesano de Bréscia.

Somente quem se esvazia de si mesmo, numa entrega total a Deus, é capaz de realizar as causas de Cristo: o amor na superação da desigual-dade, a fé no Cristo ressuscitado, a esperança na justiça e a caridade como bem supremo da graça divina.

A experiência nessas verdades fez com que construísse 10 paróquias, desde a pedra fundamental, até a mais bela obra de Deus. Nunca desistiu de servir, mesmo que o desejo ou o desânimo o “tentasse” em várias etapas de sua caminhada. O Cristo no pobre foi a base de toda a superação.

De 1997 até 2001, foi pároco na Comunidade (São Judas Tadeu); após esse período, foi transferido para uma missão em Rorãima. A fidelidade a Jesus o fará servo até o fim de sua vida, pois ser seguidor do Mestre o transformou em um sacerdote, pastor de corações.

Essas são as razões para que o padre Lodovico repita com o entusiasmo dos primeiros tempos: "Se mil vidas eu tiver - mil vidas eu darei!"

Texto/fotos: André BotelhoAssessoria de Comunicação - Santuário São Judas

Tadeu

No Plano da Criação, quando Deus criou o universo com tudo o que nele existe e colocou--o sob a responsabilidade do homem e da mulher, o desejo do Criador era a felicidade da humanidade (Gn 1-2). No entanto, a desobediência e a infidelidade à vontade de Deus, o que chamamos de pecado original, fizeram com que a humanidade vivesse na infelicidade estruturando, assim, um mundo de maus--tratos com a natureza e as pessoas (Gn 3-4). Mesmo assim, Deus não abandonou o ser humano, sempre encontrou uma forma para nos ajudar a sair da situação de escravidão e do pecado, para uma vida de libertação, paz e felicidade (Gn 6-9).

Ao longo da história da salvação, Deus contou com os patriarcas, os profetas, enfim, homens e mulheres que falavam e realizavam obras em seu nome para o povo. Uma vez que as pes-soas, a comunidade, a nação, escutavam a voz do Senhor, convertiam-se e buscavam uma prática alicerçada no amor e na justiça, então, a paz e a felicidade voltavam a reinar.

Deus chamou Abraão para deixar as terras de Ur e formar uma nação santa (Gn 12-25). Destaca-se a importância de Isaac, filho de Abraão e Sara; e Jacó, filho de Isaac. De Jacó se formou as Doze tribos de Israel, estruturando a vida da nação até a época em que, diante da grande escassez dos alimentos em suas terras, se viram obrigados a ir para o Egito, para sobreviverem e por lá ficaram muitos anos (Gn 27-50). Quando a escravidão bate à porta dos hebreus, Deus chama Moisés para libertar o povo e guiá-lo para a Terra Prometida (Ex, Lv, Nm, Dt). Chegando à Terra Prometida,

Deus continua chamando pessoas para cuidarem do seu povo, sacerdotes, juízes, profetas. Como último profeta, tivemos João Batista que foi chamado para preparar os caminhos do Senhor.

No tempo certo, Deus enviou a nós seu próprio Filho, Jesus Cristo, Palavra de Deus encarnada no seio da Virgem Maria. Como serva obediente, deu seu sim ao chamado de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,26-38).

Ao longo dos quatro Evan-gelhos, Jesus escolhe pessoas do meio do povo para serem seus discípulos e missionários. Após a Ressurreição do Senhor, anunciaram e testemunharam Jesus Cristo e o Evangelho para todos. Além disso, eles foram formando outras pessoas, que também se tornaram discípulos do Senhor e continuadores das obras do Reino de Deus (At).

Durante os dois mil anos em nossa Igreja Católica, iluminada pelo Espírito Santo, continuada pelos apóstolos e pelos batizados, sempre houve o chamado de pessoas para assumir o trabalho da Evangelização. Assim, quando olhamos para a História da Igreja, vemos a presença de Deus agindo por meio desses filhos e filhas que disseram sim a seu chamado.

É preciso estarmos atentos ao chamado do Senhor para que possamos, como cristãos que somos, anunciar com amor, entusiasmo e alegria o Evangelho de Nosso Senhor (A alegria do Evangelho, papa Francisco).

Deus chama ao longo da história

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DIOCESE 86 ANOS 7SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Tema: O Amor é a nossa Missão: A Família plenamente viva

DE 08 A 15 DE AGOStO

Diocese participa da Semana da Família 2015 A Bíblia ea Palavra de Deus

“A Bíblia, o segundo livro de Deus, foi escrita para nos ajudar a decifrar o mundo, para nos devolver o olhar da fé e da contemplação, e para transformar toda realidade numa grande revelação de Deus”.

(Sto. Agostinho)

Para entendermos bem o que é a Bíblia, uma compara-ção pode nos ajudar: Segundo Mesters2, a Bíblia parece um álbum de fotografias, onde estão contidas fotografias do dia do casamento, da formatura, do batismo dos filhos, da nova casa, e algumas, aparentemente sem importância, como de uma pescaria, de um churrasco, de um almoço familiar, etc. Num álbum, todo tipo de foto é importante, pois formal ou informalmente, registrar-se-á momentos da vida familiar, que ajudará os membros posterio-res da família a descobrirem quem são e de onde vieram, a conhecer a raiz de sua his-tória. Assim, pode-se dizer da Bíblia, que é um grande álbum da família de Abraão, Moisés, Davi, Acab, Jezabel, Isaias, Neemias, Judas Maca-beu, Jesus, Pedro, Madalena, Maria, Paulo, Barnabé etc.

Se folhearmos bem esse álbum, encontraremos muitas coisas que dizem respeito à nossa vida. Mas para en-tendermos bem o que quer dizer cada fotografia, faz-se necessário alguém que conheça a história de cada fotografia, isto é, seu contexto, a intenção do fotógrafo, a máquina usada pelo mesmo. Para fazermos uma boa leitura da Bíblia, é preciso fazer o mesmo proces-

so, ler nas entrelinhas como nos orienta a Dei Verbum3 número 12: Como Deus na Sagrada Escritura falou por meio de homens e à maneira humana, o intérprete da Sa-grada Escritura, para saber o que ele quis comunicar-nos, deve investigar com atenção o que os hagiógrafos realmente quiseram significar e aprouve a Deus manifestar por meio das palavras deles.

A Palavra de Deus não está presente só na Bíblia, e nem de longe é o livro mais importante que Deus “escre-veu”, pois o primeiro e mais importante é a natureza, criada pela Palavra de Deus, isto é, os fatos, os acontecimentos, a história, tudo o que existe e acontece na vida, a realidade que nos envolve. Toda exis-tência que Deus escreveu e continua escrevendo, muitas vezes, encontra-se obscura e de difícil leitura por conta de nossa irresponsabilidade. Organizamos o mundo de tal maneira e criamos uma sociedade tão torta, que é quase impossível perceber claramente a voz de Deus nesta vida. É na tentativa de nos ajudar a perceber onde está Deus e qual seu projeto para nós que nasce a Bíblia: “Toda Escritura é inspirada e útil para ensinar, repreen-der, encaminhar e instruir na justiça. Com isso, o homem estará capacitado para todo tipo de boas obras” (1Tm 3, 16- 17)4.

Marcelo [email protected]

1 Apud, MESTERS. Carlos. Flor sem Defesa: Uma Explicação da Bíblia a partir do Povo. Rio de Janeiro: Vozes, 1984.2 MESTERS, Carlos. Flor Sem Defesa: Uma Explicação do Povo. Rio de Ja-neiro: Vozes, 1984. 3 DOCUMENTOS DA IGREJA. Constituição Dogmática Dei Verbum. In: ____. Documentos Sobre a Bíblia e sua Interpretação. São Paulo: Paulus, 2005.4 Todas a s citações bíblicas são extraídas da Bíblia do Peregrino, da editora Paulus.

Durante a Semana Nacional da Família, no mês de agosto, foram realizados, nas dioceses do Brasil, diversas iniciativas, como mesas redondas, entrevistas em rádios e TVs locais, vigília de oração, pronuncia-mentos nas Câmaras Municipais e outris, para que cada Comunidade reazasse a sua programação de maneira livre e espontânea.

Com o Tema” O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”,

a programação de âmbito diocesano ocorreu dia 8 de agosto em São José do Rio Preto, da seguinte forma:

- Das 9 às 12h, houve concen-tração das Comunidades de nossa diocese, que destribuiam panfletos com a mensagem do papa Francisco nas Avenidadas mais movimentadas da cidade. Cada paróquia usou a sua própria criatividade em defesa dos valores cristãos.

Às 19 h, houve a celebração

Eucarística na Catedral. Dom Tomé, acolheu todas as Comunidades que puderam comparecer. Aquelas que não vieram celebraram em suas paróquias a Semana Nacional da Familia, participando de palestras, vigílias e momentos de oração e adoração.

“Somos gerados no amor de Deus e enviados a manifestá-los aos outros”

Caminhada Diocesana pela PazOs bispos do Brasil aprovaram,

durante a 52ª Assembleia Geral da CNBB realizada em abril do ano passado, a celebração do Ano da Paz entre o Natal de 2014 e o Natal de 2015.

O ano temático visa um período de reflexões, orações e ações sociais, onde a Igreja se dispõe a auxiliar na superação das diversas formas de violência, despertando nas pes-soas o respeito e a fraternidade no convívio com a sociedade.

Tendo em vista a proposta da Igreja no Brasil que aponta a Caminhada pela Paz como uma das atividades a serem realizadas durante este ano, cada paróquia de nossa diocese é convidada a realizar uma caminhada como manifesta-ção pública pela paz no dia 04 de outubro, festa de São Francisco de Assis, arauto da paz.

Participe desta ação! Juntos, podemos construir a civilização da paz!

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DIOCESE 86 ANOS8 SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Semana Cultural 2015 - CES“Celebrar e revisitar o Concílio Vaticano II”

De 13 a 15 de outubro de 2015

Realização:Centro de Estudos Superiores Sagrado Coração de Jesus - (17) 3231-1224Diocese de São José do Rio Preto

Tema: Concílio Vaticano II - Constituição Dogmática Dei Verbum, sobre a Revelação Divina. (Comemoração dos cinquenta anos do Concílio Vaticano 11).

Assessor: Pe. Mauro Negro, osj, São Paulo (professor do Centro de Estudos)

Programação (período da manhã):

Dias: 13, 14 e 15 de outubro das 8h às 11h30:

Centro de Estudos Superiores Sagrado Coração de Jesus - (17) 3231-1224 (exclusivo para seminaristas e professores)

Programação (período noturno):

Dia: 13 de outubro das 20h às 21h30 Paróquia São Benedito - Nova Granada - (17) 3262-1 039

Dia: 14 de outubro das 20h às 21h30 Paróquia Nossa Senhora Aparecida Votuporanga - (17) 3421-6245

Dia: 15 de outubro das 20h às 21h30 Capela Divino Espírito Santo - Ida Yolanda - (17) 3837-1141

No dia 18 de outubro às 9h

Ajuda à Igreja que sofre convoca a todos a participarem desta ideia que surgiu em Caracas em 2005 e que consiste em convidar 1.000.000 de crianças de todo o mundo, para unirem-se em oração do Santo Ro-sário, junto à Virgem Santíssima.

O objetivo é penetrar no coração das crianças, a ideia de rezar pela paz interior de cada ser humano, assim como também pela paz e união das famílias, do país e de todo o mundo.

O Rosário tem sido proposto como uma oração pela paz. João Paulo II disse: “Hoje desejo confiar a eficácia desta oração, a causa pela

paz no mundo e nas famílias”.Para essa atividade, não há neces-

sidade de mobilizações, nem gastos, uma vez que consiste simplesmente em rezar o rosário no dia 18 de outubro às 9h da manhã, nas aulas, pátios de recreio, praças, capelas, hospitais pediátricos, paróquias, orfanatos, creches ou onde estiverem.

Para ser voluntário, somente se pede que ajudes a divulgar e motivar a tua comunidade nessa Jornada de Oração, ou também que disponhas da manhã do dia 18 de outubro, às 9h, para acompanhar as crianças. Consideramos valioso e muito importante teu apoio. Sem ele, não poderemos tornar realidade as graças a serem derramadas para o mundo,

através dos Corações de Jesus e de Maria, ao receber as orações de tantas crianças.

Os inumeráveis testemunhos, recebidos da Campanha dos anos passados, mostraram a grande alegria de milhares de crianças.

Os assistentes ficaram impres-sionados pelas turmas e grupos que, no ano passado, rezaram juntos no mundo inteiro.

Para que esse projeto se torne realidade necessitamos de TI!

“E pensar que se dez milhõesde crianças rezassem o

Rosário o mundo mudaria”S. Padre Pío

PELA uNiãO E A PAZ

Um milhão de crianças rezandoRosário de Nossa Senhora

Este é o sonho que queremos transformar em realidade

17 A 20 DE AGOStO DE 2015

Semana Diocesana do DízimoNa terceira semana do mês de

setembro aconteceu na Diocese de São José do Rio Preto a Semana Diocesana do Dízimo, com o obje-tivo de cumprir a programação do plano Diocesano de Pastoral que propõe para o ano de 2015 uma maior reflexão sobre a dimensão econômica da fé.

Em toda a Diocese aconte-ceram entre os dias 17 e 20 de agosto encontros com lideranças de conselhos pastorais e assuntos econômicos, membros da pasto-ral do Dízimo das mais diversas paróquias, religiosos, diáconos permanentes, seminaristas e também com os padres.

O assessor convidado para esta semana de intensa formação foi o Padre Cistovam Iubel, da diocese de Guarapuava-PR, fundador e editor chefe da editora Pão e Vinho. Padre Cristovam há trinta anos dedica--se ao estudo e à formação, com palestras e publicações de livros e periódicos, sobre o Dízimo.

Com muita clareza padre Cris-tovam motivou os participantes da Semana Diocesana do Dízimo a dar mais atenção às orientações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil sobre o Dízimo, contidas no estudo número 08. É importante que o sistema do Dízimo promovido nas comunidades paroquiais seja mensal. Devemos promover a consciência de

que o Dízimo deve ser compromisso moral e não obrigação jurídica. O dízimo deve ser espontâneo, isto é, os 10 por cento dos rendimentos mensais, são uma referência bíblica ou um objetivo.

O Dízimo é um meio e não um fim. A prioridade da Igreja é a evangeli-zação. Portanto o Dízimo tem como principal objetivo criar condições para a ação evangelizadora da Igreja. As três destinações do Dízimo são a dimensão religiosa, para manter

a liturgia e a comunidade de fé; a dimensão social, para promover a vida com trabalhos sociais que atendam as necessidades mais urgentes dos pobres e a dimensão missionária investindo na pastoral da acolhida e visitação e também para promover ações entres as Igrejas (Dioceses) irmãs com a evangelização além fronteiras.

O Dízimo possibilita a conversão eclesial e pessoal. Enquanto opção pastoral promove a comunidade paroquial favorecendo a abolição gradativa das diversas taxas, a opção pessoal de cada fiel pela devolução do dízimo promove a partilha significativa. Se a priori-dade da Igreja é a evangelização, o cristão, fiel católico deve saber que devolvendo o dízimo torna-se participante ativo da ação evan-gelizadora.

A Semana diocesana do Dízimo foi de avivamento para todos os

participantes. Agora é tempo de cul-tivar a semente plantada, investindo nas equipes de pastoral paroquial do dízimo e levar a reflexão aos mais diversos grupos, movimentos e pas-torais para maior conscientização, conversão e participação de todos. O Dízimo muito mais que um dever, é um direito.

Pe. Rogério Corrêa

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DIOCESE 86 ANOS 9SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Pe. Roberto BocaleteAdministrador Paroquial da Paróquia São João Batista - Américo de Campos

Com o tema “O nosso coração está em Deus”, a Comunidade Católica União Fraterna realizou, nos dias 21, 22 e 23 de agosto, mais uma edição do Mergulho. O evento, celebrado na Casa de Encontros da Renovação Carismática Católica, na vicinal para Talhado, reuniu mais de 1400 pessoas, vindas de diversas cidades de dentro e de fora da diocese, além da equipe de serviço da comunidade e membros das novas comunidades.

O encontro teve início na sexta--feira, com a santa missa presidida pelo Pe. Anderson Campos, da Paróquia Nossa Senhora das Lá-grimas, de São José do Rio Preto. No sábado, os pregadores David Fernandes, da Missão Metanoia, Juninho, da Missão IDE, e o Dr. Aparecido Santana, coordenador da RCC na diocese de São José do Rio Preto, marcaram presença com suas pregações. Em seguida, o Pe. José Gonzaga, da Paróquia Santa Teresinha, de São José do Rio Preto, presidiu a celebração eucarística. Após o jantar, foi realizada a noite de adoração ao Santíssimo Sacramento, na qual os participantes suplicaram pela abundância da misericórdia

O Mergulho 2015

de Jesus.No domingo, último dia do en-

contro, teve lugar o testemunho de Fernando Grupillo, com adoração ao Santíssimo Sacramento, diante de quem os fiéis renunciaram a todo mal. Em seguida, o pregador Juninho, da Missão IDE, ministrou mais uma vez a Palavra e conduziu

o momento da efusão do Espírito Santo. À tarde, Dom Tomé Ferreira da Silva presidiu a celebração eu-carística que encerrou oficialmente o encontro.

Colaboração: Paulo Castro e Ricardo Rocha

Amigos e amigas leitores(as) de nosso Jornal: agradeço o carinho e a atenção dedi-cados à coluna “Pergunte e Responderemos” - conto com a interação de vocês para que, cada vez mais, possamos esclarecer nossas dúvidas de fé. Vamos a nossa pergunta do mês, feita por um de nossos leitores:

Ouvimos, com frequência, Jesus falar sobre o Reino de Deus. Como entender esse Reino?

O Reino de Deus está ligado ao Deus do Reino e chega até nós como proposta e projeto de salvação, por meio de Je-sus. Para Jesus, a chegada do Reino de Deus é marcada por palavras (anúncio por meio de parábolas) e atos (ações salvíficas e integradoras), em coerência com o projeto do Pai: “O reino de Deus é paz e justiça, e gozo no Espírito Santo. Cristo vem abrir em nós as portas do teu Reino”.

O Reino de Deus começa pequeno, propõe uma mudança de realidade; não é espeta-culoso, mas marcado pela simplicidade; é dom doado por Deus e precisa acontecer dentro das pessoas, mesmo que estejam petrificadas por esquemas viciados.

Não é um espaço geo-gráfico e não se esgota na história, por isso não está submetido às nossas categorias de tempo e espaço: é estado de vida plena, realização das pessoas. O Reino de Deus não se encontra em mapas: é realização de Deus sobre o mundo que, de um modo novo, torna-se acontecimento na história.

Jesus convida a entrar no

Reino por meio das parábolas, traço típico de seu ensina-mento, que entendemos como sendo o anúncio do Reino. Por elas, convida à festa do Reino, mas exige também uma opção radical: para adquirir o Reino, é preciso dar tudo; as palavras não bastam, são necessários atos. Jesus e a presença do Reino, neste mundo, estão secretamente no coração das parábolas.

Os milagres são realizados por Jesus para caracterizar o Reino, demonstrá-lo, por meio de sinais, que dignifi-cam o homem e resgata-lhe o direito de ser pessoa perante a sociedade excludente de sua época (marginalizava as pessoas doentes, paralíticas, dentre outros). Os milagres apresentam a lógica de Deus, que não se limita a uma visão estreita do ser humano, mas apresenta-lhe o caminho da liberdade e da justiça.

O Reino de Deus causa torção no esquema de injustiça e exclusão, pois tem uma lógica diferenciada: assim, anunciar Jesus, desligado do anúncio do Reino e de toda sua lógica libertadora, é adocicar o projeto de sal-vação desejado pelo próprio Deus, não abrindo os olhos ao compromisso exigido para que o Reino seja um “já e ainda não”.

Envie também sua dúvida que poderá ser respondida na próxima edição do jornal, escreva e-mail para [email protected].

Obrigado e até o mês que vem.

Por mais de três séculos o Brasil foi parte integrante do Império Português. Na condição de colônia, sua função era colaborar direta-mente com o enriquecimento de Portugal por meio do fornecimento de gêneros tropicais, matérias--primas e minérios. Ao longo do período colonial, os movimentos que buscaram colocar fim à domi-nação lusitana não atingiram êxito e foram duramente reprimidos com prisões, degredo para a África ou condenações a morte.

A emancipação política do Brasil foi fruto não do engaja-mento social, da luta de um povo que sofria as agruras da exploração e, cansado, levantou-se contra a injustiça. A ação popular, ao contrário, sempre foi temida pela elite latifundiária brasileira, grupo que, de fato, concebeu e conduziu o jovem D. Pedro ao “grito do Ipiranga”. Justiça e igualdade eram conceitos que não poderiam ser plenamente aplicados em um país cuja maioria da população era escrava e, entre os livres,

analfabetos. Assim permaneceram, escravos e analfabetos, após o Sete de Setembro de 1822. O processo de independência não significou a alteração das estruturas sociais, tampouco a melhor distribuição de renda entre a população. A dis-paridade econômica que já existia entre a massa e a elite partícipe das tramas políticas – elite responsável pela fundação do Estado brasileiro - se arrastou, de modo abissal, ao longo do tempo.

Apesar de passados 193 anos desde o rompimento dos la-ços de dominação entre Portugal e Brasil, poucas mudanças foram sentidas no que tange à condução política do país. É preciso que a sociedade brasileira abandone a postura do homem que conduz o carro de boi, magistralmente apresentado por Pedro Américo na tela Independência ou Morte. Atônito e confuso, ele observa em um plano secundário as ações de D. Pedro no momento da declaração de independência.

Escândalos de corrup-

ção estampam as manchetes de diversos veículos de comunica-ção; o descaso com a segurança pública torna os cidadãos de bem reféns da crescente violência; os hospitais abandonados expõem os tormentos de uma população carente de cuidados; e a ineficiência do sistema educacional é incapaz de promover a plena democracia. Frente a estes desmandos, é preciso que se assuma de modo eficaz as rédeas que conduzem o Brasil e o protagonismo da história nacional. O voto consciente é pressuposto básico para o cidadão que deseja exercer sua liberdade, mas não encerra a importante tarefa. A independência do país requer não apenas a participação popular a cada quatro anos, mas a constante vigilância dos atos públicos e a disponibilidade de agir, dentro dos meios democráticos, quando mudanças se fazem necessárias.

Leandro [email protected]

Brasil, um país independente?

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DIOCESE 86 ANOS10 SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Celebração do Dia Nacional do Catequista

Domingo, 23 de agosto, na capela São Marcos em Guapiaçu, Região Beato Padre Mariano De La Mata, estiveram presentes mais de 700 catequistas para a Celebração do Dia Nacional do Catequista.

O evento iniciou-se na quadra de Esportes da Escola Joaquim Elias Boscanea e, após o café da manhã, os participantes seguiram em uma caminhada de oração até a capela São Marcos.

Pe. José Eudardo Vitoretti, as-sessor diocesano da Pastoral Bíblico Catequética, fez a acolhida dos presentes, e Pe. Roberto da Silva Bocalete e Ir. Rosângela Aparecida Fontoura conduziram a formação do dia que teve como tema: “Mística e Liturgia: A serviço da iniciação a vida cristã”.

Por estarmos na Região Pastoral Beato Padre Mariano Della Mata, Pe. Rafael Domingos de Oliveira, pároco da paróquia Santa Apolônia em Engenheiro Schmitt, contou um pouco da vida do Beato, convidando a todos para participar do Caminho do Padre Mariano, que acontece, todos os anos, no segundo domingo de novembro.

Ao meio-dia, Dom Tomé Fer-reira da Silva presidiu a Missa de encerramento, concelebrada por alguns padres da diocese e contou com a participação de seminaristas e religiosas.

Colaboração: Irmã Rosângela Aparecida Fontoura

Enquanto o Papa Francisco hoje convoca os religiosos para se colocarem em todas as periferias que envolvem a vida e os sonhos de tantos irmãos afastando-os de Deus, da Igreja, da fé e da salvação eterna, a Igreja pós-conciliar já sina-lizava apontando para os religiosos uma nova realidade: é preciso estar “atentos às necessidades dos tempos e lugares” (PC 20).

E foi por estarmos atentas “às necessidades dos tempos e lugares” que surgiu nossa Congregação das Missionárias da Infinita Misericórdia de Deus, buscando “ocupar nosso humilde lugar na Igreja” (Bento XVI).

A Igreja no Brasil convocava então todos para evangelizar com “um novo ardor”, com “um jeito novo”. E ficamos pensando: como será esse “novo ardor”, este “jeito novo” que a Igreja quer e não especifica?

Foi então que, na luz do Espí-rito, entendemos que o jeito novo de evangelizar seria precisamente acolher e amparar os irmãos segundo as suas necessidades, do jeito que eles chegavam até nós, mostrando--lhes a Misericórdia e o amor do Pai.

Precisávamos responder sa-tisfatoriamente às suas alegrias e esperanças, angústias e medos, pecado e ignorância da fé, para levá-los aos braços de Jesus Bom Pastor, resgatando-os e inserindo-os na Igreja viva.

Demos ao projeto o nome “Vin-de a Mim” e, assim, pusemos-nos a evangelizar com a pregação da Palavra e a catequese em encon-tros, grupos de oração (que já tem

18 anos), acampamentos de vários dias, jornadas, retiros, dias de for-mação, formação permanente toda sexta-feira, encontro para casais, para mulheres, para homens, para jovens e crianças, caminhadas, barzinho, teatro, animando tudo com a música e a dança que o povo tanto gosta, com a nossa presença e disponibilidade fraterna.

O forte de todo esse trabalho é a presença de Jesus eucarístico, que todos louvam e adoram. Toda a nossa Evangelização, dentro e fora da Diocese e do Estado, é centrada sobre Jesus vivo na Eucaristia e sobre a presença e a intercessão de Nossa Senhora, com a oração e a adoração.

Foi assim que surgiu o centro evangelizador Redil do Bom Pastor abrigando uma nova comunidade missionária.

Auxiliando o nosso trabalho evangelizador, temos também o jornal mensal “Redil do Bom Pastor” e o programa diário na rádio FM Interativa da Diocese “Apaixonados por Deus”, que é um jeito novo de apresentar a vida dos santos, na rádio AM Vale do Tietê (José Bonifácio) e um programa semanal, nessa referida rádio, com a duração de duas horas e meia (Falando com Deus).

Vimos a necessidade de “ouvir as pessoas respeitando o seu tempo e a sua dor” e, desta forma, nasceram as orações por cura interior e libertação espiritual, que resultou numa grande bênção e graças para todos. Nascia, assim, a pastoral da escuta de um jeito novo e eficaz.

Para que a evangelização, a

catequese e a formação cristã do próximo fosse atraente e agradável, as próprias irmãs formaram um mi-nistério de música, onde elas cantam, tocam os instrumentos (inclusive bateria), animam o povo de Deus e os jovens fazem as coreografias, que tanto agradam a todos, pois cria um ambiente de alegria e descontração.

E assim os corações se abrem para acolher o que iremos semear, encontram-se com a Misericórdia Infinita de Deus, retornam à ver-dadeira fé, pois que também irmãos de outras seitas participam dessa evangelização.

É tudo muito simples e pobre, mas é do agrado dos nossos irmãos, e os frutos têm sido abundantes, graças a Deus, só a Ele toda honra, glória e louvor, porque nós “somos servos inúteis, fizemos o que deví-amos fazer”.

Como gostamos de nos definir, digo a todos que somos o “SUS” da nossa querida e amada Igreja, ou a “emergência”, ou “os primeiros socorros”. É bem assim que nos sentimos e trabalhamos. Isso para nós, é “ir ao povo” e permanecer fraternalmente nas periferias, com alegria, dedicação, muito paciência, amor e abnegação.

E não era isso que Jesus fazia? Que se cumpra em nós a Sua

Vontade. “Não deixemos que nos roubem o Evangelho” (EG).

Irmã Joana Clelia – Só DeusMissionária da Infinita - Misericórdia de Deus

Ano da Vida ReligiosaNão deixemos que nos roubem o Evangelho ou atentas porque é o Senhor que passa

PAStORAL BÍBLiCO-CAtEQuÉtiCA

1. BONS CATEQUISTAS - A catequese é um dos pilares para a educação da fé, e é preciso bons catequistas!

2. EDUCAR NA FÉ - O pro-cesso de educação na fé é lindo! Esse talvez seja o melhor legado que podemos deixar: a fé! Educar na fé, é importante porque faz você crescer, ajudar as crianças, jovens e adultos a conhecer e a amar o Senhor mais e mais.

3. SER CATEQUISTA - É VOCAÇÃO É preciso "SER" catequista! É vocação. Não é um trabalho de que se espera algo em troca: porque não é necessário! Eu trabalho como catequista, porque eu amo ensinar... Mas se você não é catequista, não é! Você não será frutífero, não pode ser frutífero, porque ser catequista é uma vocação: "ser catequista e

não funcionar como catequista.4. SER TESTEMUNHO - Você

dirige para o encontro com Cristo em suas palavras e vida, com o seu testemunho. Lembre-se que Bento XVI nos disse: "A Igreja não cresce por proselitismo. Ela cresce por atração". E o que atrai é o testemunho. Ser catequista é dar testemunho da fé, ser coerente na sua vida. E isso não é fácil. Não é fácil! Nós ajudamos, nós dirigimos ao encontro com Cristo com suas palavras e vida, com o nosso testemunho.

Papa Francisco

SER CATEQUISTA

Pe. José Eduardo VitoretiAdministrador Paroquial -

Paróquia Nossa Senhora de Fátima de São José do Rio Preto

Page 11: Jornal "DIOCESE HOJE"

DIOCESE 86 ANOS 11SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Coronel Jean Charles SerbetoBacharel, Mestre e Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Bacharel em Direito. Vereador em São José do Rio Preto/SP e membro da Renovação Carismática Católica

2015: ANO DA PAZSagração e Dedicação da Igreja e altar de Paróquia, em Riolândia

No dia 25 de agosto de 2015, na Paróquia de Santo Antônio em Riolândia – SP, com a presença do bispo Dom Tomé Ferreira, padres, seminaristas, o prefeito municipal, vereadores (as) e o querido povo de Deus foi celebrada solenemente a missa de Consagração e Dedicação da Igreja. A igreja matriz entrou em reforma no ano passado, passando por uma renovação geral: troca do telhado, forro, instalação de ares condicionados, pinturas externa e internas, inclusive sacra. O ambiente celebrativo ficou destacado: a Capela do Santíssimo, Capela Batismal e

também a Capela da Reconciliação, essas deixaram nossa igreja mais nobre e magnificente.

A reestruturação e renovação da igreja não foram simplesmente por beleza ou por luxo, mas sim devido a alguns aspectos que demonstravam a necessidade de reforma, entre eles destacamos vidros quebrados, telhado danificado há muitos anos, entre outros. Com a administração de nosso pároco Adão dos Reis Silva, vivenciamos vários dias e meses de trabalho, com a ajuda, dedicação e colaboração de todos os fiéis de nossa paróquia, que não mediram esforços para que essa obra fosse concluída. Foram muitas festas e promoções, entre elas, a tradicio-nal quermesse de Santo Antônio, leilão do gado, pizzas, pamonhas, yakissoba, rifas, doações diversas, enfim, a comunidade se uniu para que a obra fosse concluída. Tam-bém, durante esse período, nossas celebrações passaram a acontecer, primeiramente, no salão paroquial; e em seguida, devido ao espaço, foram transferidas para a Casa de Nazaré. Fizemos desses locais nossa igreja por um longo período que sem dúvida nenhuma não foram fáceis! Enfrentamos chuva, transportamos móveis e objetos, tivemos muitos momentos de preocupação, angústia, ansiedade, mas nada que nos fizesse desanimar.

O resultado de todo trabalho e dedicação de nossa comunidade pôde ser vivenciado em uma cele-bração bem participativa. Com a demonstração de carinho do nosso bispo, o povo pode acompanhar com intensidade a cada momento: a bênção da cátedra, das paredes, do ambão (mesa da Palavra), a deposição das relíquias na frente do altar dos santos: Antônio de Santa Galvão, Beato Padre Mariano De La Mata e a Bem Aventurada Madre Assunta Machetti, a unção e a incensação do altar e da igreja. Com a motivação ímpar do coro da igreja, que com certeza fez a diferença em nossa celebração, esses momentos mar-caram a cada celebrante fortemente.

Nossos agradecimentos ao nosso administrador paroquial, Padre Adão dos Reis Silva, por não medir esforços para levar a palavra e o amor de Deus e todo serviço ofertado a nossa paróquia e nos ter permitido compartilhar desse sonho que, primeiramente, foi dele e depois tornou-se nosso. Enfim, por nos fazer acreditar que juntos somos mais fortes e podemos realizar grandes obras. Acreditamos que essa reforma e a linda celebração se tornaram um legado para nossa comunidade.

Taynara Dos Santos Machado Paróquia Santo Antônio de Pádua

Neste mês de setembro, enten-demos como uma boa oportunidade relacionar a Paz com a leitura da palavra de Deus, no momento em que a Igreja Católica brasileira comemora o “Mês da Bíblia”, em homenagem a seu tradutor, São Jerônimo, que também é homena-geado no próximo dia 30 (trinta).

As pessoas que não conhecem Jesus Cristo procuram paz sem encontrá-la, porém desfrutam da paz de Cristo aqueles que leem, acompanham e seguem a palavra do Senhor, sob a direção do Es-pírito Santo.

O Senhor Jesus, pela palavra, aponta o caminho da paz e nos mostra caminhos equivocados, demonstrando que os atos que nos afastam nada têm a ver com caridade, perdão, solidariedade, inclusão dos excluídos, etc.

Muito bem disse Max L. Wada, no Domingo da Vida, que “o novo e o velho são diferentes e não se comungam. Isso pra lhe revelar que a moral de Jesus é diferente da moral do mundo; entre elas não há unidade. Ou você assume Jesus Cristo, que existe antes de todas as coisas, ou você assume a moral do mundo”, dando sustentação ao entendimento de que teremos um comportamento sadio – que produz paz -, pela leitura e obediência à Palavra de Deus, que é vida nova.

Nunca é demais reforçar que a palavra hebraica shalom é saudação, que comunica paz completa. Esse termo se acha escrito na Bíblia, mais de duas centenas de vezes, abrangendo vários significados: equilíbrio social, harmonia, fe-licidade, saúde, segurança, etc.

Mas na prática, o que encontramos sobre paz na Palavra? Meio que no caminho de Tomé, precisamos ver para crer, razão pela qual seguem alguns exemplos, tirados do Antigo e Novo Testamento, a saber:

Jó 22,21 - “Reconcilia-te, pois, com (Deus) e faz as pazes com ele, é assim que te será de novo dada a felicidade;.”;

Romanos 5,1 - “Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus

Cristo.”;João 14,27 - “Deixo-vos a paz,

dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!.”;

Salmos 119,165 - “Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça tropeçar.”;

Romanos 14,19 - “Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua.”;

Salmos 122, 6-7 “Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam. Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios.”.

Promover a paz é atender aos preceitos de Mateus 5,9 “Bem--aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”, ou ainda de Lc 2,14, por ocasião do nascimento de Jesus, onde os anjos anunciam “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”, dando o tom de significação plena da vitória sobre a maldade e da salvação a toda humanidade.

Certamente que a busca da paz não é tarefa fácil, contudo a paz está presente na maior parte dos textos bíblicos. Deus dá a nós cristãos, como presente, seus ensinamentos, porém produzirão frutos se caminharmos obedientes. De nada adianta ter a paz de Deus, sem experimentá-la em nossas vidas.

A paz será vivida e transmitida, quando acontecer de dentro para fora, pois já disse Jesus: “o que sai de dentro do coração contamina o homem”. Teremos paz interior para sermos agentes de transformação no mundo ao nosso redor, quando buscarmos a Deus de todo coração.

Enquanto o homem, fortalecido pela fé na palavra, não colocar Deus como prioridade, o Shalom que nos é ensinado será apenas e tão somente uma saudação.

Shalom amados irmãos!

A Paz e a Palavra

Page 12: Jornal "DIOCESE HOJE"

DIOCESE 86 ANOS12 SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Dom Tomé Ferreira da Silva presidiu a primeira missa na Capela Beata Madre Assunta Marchetti, em Mirassol, pertencente à Paróquia Santa Rita de Cássia, na noite do dia 11 de agosto. A celebração eucarística foi concelebrada pelo Pe. Aparecido Roberto de Souza, pároco da Paróquia Santa Luzia, de Mirassol, e pelo Pe. Vanderlei Moncegatti, pároco da Paróquia Santa Rita, e contou com a presença de dezenas de pessoas da comunidade.

O templo, o primeiro no mundo dedicado à Beata, começou a ser construído no fim do ano passado sob responsabilidade da Paróquia Santa Rita, em honra à vida e à vocação de Maria Assunta Caterina Marchetti, religiosa scalabriniana que viveu na antiga Santa Casa de Mirassol entre 1935 e 1947. O lançamento da pedra fundamental se deu, à tarde

do dia 09 de novembro de 2014, em cerimônia religiosa, presidida por Dom Tomé e concelebrada pelos padres da cidade e outros presbíteros presentes, diante de centenas de fiéis, imprensa, autoridades municipais e irmãs religiosas da congregação a que pertenceu Madre Assunta.

A obra está sendo construída em um terreno adquirido pela própria paróquia no bairro Parque das Flo-res. O dinheiro para a construção foi obtido por meio de campanha apresentada no lançamento da pedra fundamental e da qual participaram boa parte dos fiéis, de uma parte dos lucros da quermesse de Santa Rita e de doação de R$ 10 mil feita pelo bispo recentemente. O templo já possui a estrutura completa para receber os fiéis, contando com pa-redes, cobertura, portas e janelas, banheiros e sacristia. Na segunda

etapa da construção será feito o acabamento.

Ao término da celebração eu-carística, Dom Tomé anunciou a compra, por parte da diocese, do terreno à venda ao lado da capela e sua anexação ao templo. Nesse terreno, serão construídas as futuras instalações para a catequese da nova comunidade.

A Paróquia Santa Rita de Cássia expressa sua profunda gratidão a todos os envolvidos na construção e a Dom Tomé Ferreira da Silva pela dedicação e presença constante em mais esse sonho empreendido pela comunidade.

Colaboração: Pascom Paróquia Santa Rita de Cássia

Primeira missa na Capela Madre Assunta, em Mirassol

COLuNA DO SEMiNáRiO

Na última terça-feira, 01/09, foi celebrada uma missa votiva em honra à Nossa Senhora das Dores na capela do Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz. A celebração, presidida por Dom Tomé Ferreira da Silva e concelebrada pelos padres José Irineu Vendrami, Rafael Dalben, Leonel Brabo, José Luis Garcia de Albuquerque, Denival Mar-ques de Andrade e Júlio César Sanches Lázaro, contou com a presença de todos os seminaristas do Seminário Maior Diocesano.

Em sua homilia, Dom Tomé falou da participação singular da pessoa da Virgem Maria, no mistério da redenção, operada por Jesus Cristo como que uma “corredentora”. “Maria participou de uma maneira especial, não simplesmente como uma mãe que perdeu seu filho e demonstra isso externamente, mas algo que vai além disso, uma participação de coração, de corpo e alma, como profetizado por Simeão no

templo quando da apresentação do menino Jesus: ‘Quanto a ti, uma espada há de transpassar a sua alma’. Isso realmente se dá, se realiza, aos pés da Cruz, onde Maria sofre junto a seu filho Jesus”, disse.

Dom Tomé quis celebrar a missa votiva em honra à Virgem das Dores, cuja solenidade é dia 15 de setembro, para que os seminaristas pudessem observar e enfatizar Maria como a mãe que sofre junto de seus filhos nas angústias do dia a dia, e colocá-la em evidência como mãe em suas caminhadas, confiando em sua materna presença e intercessão.

Após a missa, foi realizado um jantar de confraternização, no qual todos os seminaristas, junto aos padres e o bispo, partilharam uma noite tranquila de festa e alegria em honra a Maria, Mãe do Seminário.

Vitor TeixeiraSeminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz

Missa no Seminário Propedêutico

Por: Harley Pacola A Paróquia Santa Edwiges de

São José do Rio Preto sedia, no dia 20 de setembro, o XVI Encontro Diocesano da Pastoral da Saúde.

Com o tema “Eu vim para servir”, o evento contará com a participação do bispo diocesano Dom Tomé, com palestras de profissionais da

saúde, pregações e momentos de oração. A taxa de participação é de R$15. Mais informações pelo fone (17) 3238-1352.

Informações: (17) 3238-1352 - Paróquia Santa Edwiges - Rua Maria Ceron Volpe, 1580 - Vila Toninho.

XVI Encontro Diocesano da Pastoral da Saúde

Page 13: Jornal "DIOCESE HOJE"

DIOCESE 86 ANOS 13SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Li E RECOMENDO

Ultimamente, tenho corrido os olhos sobre livros para conhecimento e instrução, porém há questão de dias, retomei a leitura de um livro que conheci em 1981 e já o reli duas vezes, sendo esta a 3ª vez. Trata--se de “O POBRE DE DEUS” do autor grego Nikos Kazantzakis. (1883 – 1957)

Escrito em 1953, o autor, ortodoxo, foi excomungado, por suas ideias filosóficas baseadas em Henri Bergson, Nietzsche, Buda e outros. Se dizendo ateu em constante con-flito existencialista, afirmava que a vida é um processo em constante evolução criativa espiritual, pelo homem na formação Deus.

Alguns livros escritos pelo autor os quais já li, entre outros:

O Cristo Recrucificado – Fala sobre o existencialismo humano da fé.

A Última Tentação – Jesus cristo visto de forma humana de fora para dentro

Zorba, o Grego – Existencia-lismo do homem por ele mesmo

Os irmãos inimigos – A Grécia e a visão política da revolução bolchevique

O Pobre de Deus – A exis-tência do homem saindo de sí e construindo a visão de Deus

A forma romanceada de ‘O POBRE DE DEUS’ é imprescin-dível para entender o pensamento de desapego do homem das coisas materiais existentes em toda a sua extensão, durante a vida.

No leito de morte, na cabana que os abrigavam, a qual Francisco chamava de “Porciúncula”, o Irmão Leão e o narrador e fiel assistente de “Pai Francisco” é o locutor e interlocutor de toda as lembranças e passagem de suas vidas.

O questionamento da liberdade de pobreza e esvaziamento de si próprio para entender de como enganar o inimigo que prende a alma, vai além do entendimento da vida, até a visão compreensiva

e surrealista da morte.

O texto construído em belíssimos diálo-gos, ora simples e diretos a outros de profundo questionamento filosófico da exis-tência espiritual, material e divina, levando a espaços de confronto entre a imposição criadora de Deus e a fraqueza humana, mas com determi-nantes humanas

a superar imposições do criador. Nesse sentido, o autor não esquece de colocar, em toda a narrativa, a força e a beleza da natureza na suave narrativa.

É um livro que leio devagar, após as completas, como complemento, como oração, para não perder o efeito que me provoca ao coração, cujas palavras me causam choros meditativos e serenos momentos de introspecção.

É muito bom ler essa vida de São Francisco de Assis.

Reservando, à parte, a narrativa de forma não biográfica do santo, é um exercício de leitura dirigida aos que buscam entender a pobreza do amor expressadas nas linhas dos evangelhos.

Para o narrador, (o próprio Nikos) a luta de Francisco em entender Deus fora deste mundo, e que o leva pela mão, não está dentro de si, porém sendo Deus, o faz necessário conhecê-los nos outros, como se já o conhecesse.

Segue o texto final da última página do livro.

“ No bendito instante em que, na minha cela, escrevia estas últimas palavras, soluçando à lembrança do meu querido mestre, um pardal veio bater na vidraça. Tinha as asas molhadas, sentia frio. Levantei-me para abrir a janela. E és tu, Pai Francisco, que, para me ver, tomaste a aparência de um pardal. . .. “

Diácono Moitinho

O Pobre de Deus

Da RedaçãoA Pastoral do Menor, ao celebrar

38 anos de realizações, fez memória à atuação de Dom Luciano Mendes de Almeida. O bispo, apoiado no exercício profissional da assistente social da antiga FEBEM, Ruth Pistori, ajudou a encaminhar as primeiras metas da iniciativa, em 1977. “Que a atenção à criança empobrecida e ao adolescente autor de ato infra-cional se renove com a presença profética da Pastoral do Menor, que eles tiveram a alegria e a graça de Deus de lançar para o Brasil e para o mundo”, desejou a Irmã Maria do Rosário Leite Cintra. A religiosa, uma das primeiras promotoras da ação

Missa em Ação de Graças pelos 38 anos da Pastoral do Menor

e única fundadora ainda viva, fez a partilha durante a Missa celebrada no Santuário da Vida, em São José do Rio Preto/SP, dia 27 de agosto.

Naquela oportunidade, em que se recordou os nove anos da “Páscoa Definitiva” (morte) de Dom Luciano, a Pastoral do Menor celebrou o seu dia. A iniciativa, que tem como missão promover e defender a vida das crianças e dos adolescentes empobrecidos e em situação de risco, desrespeitados em seus direitos fundamentais, atua em todo o Brasil. Na Região Noro-este do estado de São Paulo, sob a orientação espiritual do padre Luiz Caputo, o grupo desenvolve diversas ações, em especial, nas Unidades da Fundação Casa em São José do Rio Preto, Mirassol e Tanabi. O bispo local, Dom Tomé Ferreira da Silva - grande incentivador da iniciativa - já teve a oportunidade de visitar as três “Casas”, celebrando com os adolescentes e suas famílias.

Ação de graças

Contando com as presenças do bispo referencial nacional da Pastoral do Menor, Dom Luiz Gonzaga Fe-chio, do bispo referencial regional, Dom Otacílio Luziano da Silva (Catanduva), do coordenador do movimento para o Estado de São Paulo, padre Ovídio José Alves de Andrade e do representante da Diocese de São José do Rio Preto, padre Luiz Caputo, o encontro reuniu, também, lideranças vindas da Capital e de Franca. “A minha palavra é de incentivo, de estímulo e de gratidão por esse ‘sim’. Todos nós precisamos nos sentir chamados para exercer a nossa missão cristã na Igreja e na sociedade”, refletiu Dom Luiz.

As comemorações pelos 38 anos de fundação da Pastoral do Menor foram encerradas com jantar prepa-rado por voluntários da Comunidade do Santuário e Serviço Social São Judas Tadeu. “É motivo de orgulho fazer parte dessa história”, concluiu o padre Luiz Caputo.

Page 14: Jornal "DIOCESE HOJE"

DIOCESE 86 ANOS14 SÃO JOSÉ DO RIO PRETOSETEMBRO/2015

Indubitavelmente, a visita do papa Francisco aos Estados Unidos, em setembro, será um dos aconteci-mentos mais importantes de 2015. Se considerarmos o grande número de católicos americanos, a habilidade diplomática dos prelados purpurados do Vaticano e as incisivas declara-ções de Francisco a respeito de uma variedade de temas - frequentemente contrariando as posições da direita americana - teremos todos os ingre-dientes de um evento épico.

A começar pelos diplomatas. Os representantes do Vaticano são frequentemente alvos de criticas, como o próprio Francisco. Contu-do, entre eles há funcionários dos mais altos escalões - encabeçados pelo principal assessor do papa, o cardeal Pietro Parolin - com uma enorme experiência em um traba-lho silencioso no campo da paz e da justiça social nos países mais perigosos do planeta.

Quando essa diplomacia inteli-gente se coloca a serviço de um papa cativante e influente, sem falar em 1,2 bilhão de católicos no mundo todo, o resultado é um verdadeiro motor para a promoção do bem, mais formidável do que qualquer outra coisa já vista nos últimos tempos.

Os episódios de que Francisco foi o protagonista - como o hábito de telefonar pessoalmente para as pessoas que passam por grandes aflições, a decisão de lavar os pés de criminosos, muçulmanos e mulheres (para horror de alguns eclesiásticos) - são comprovados. Foram esses atos de grande nobreza que contribuíram para a sua fama de líder carinhoso, acessível, carismático e decisivo que vem encantando o mundo.

Minha experiência pessoal com Francisco indica que essa fama é totalmente merecida. Embora, aos 71 anos, eu seja muito velho para incensar heróis, não me lembro de outra figura pública que despertasse em mim maior entusiasmo. Ele é a personificação da mensagem con-tida no Evangelho de São Mateus,

A viagem do papa aos Estados Unidos Francisco pretende usar o peso moral do seu papada para destravar temas complicados da agenda internacional

no Sermão da Montanha: "Bem--aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados".

A autoridade moral que emana de Francisco torna suas intervenções em controvertidas questões contem-porâneas - como a condenação do genocídio armênio, a violência dos jihadistas islâmicos, a criminalidade da máfia e a corrupção na Itália, a morte de imigrantes africanos e do Oriente Médio no Mediterrâneo - extremamente poderosas. Antes e durante sua visita aos EUA, suas posições a respeito dessas questões - que serão contestadas nos EUA - produzirão, com certeza, um impacto particularmente forte.

Em primeiro lugar, Francisco está ajudando a pôr fim ao impasse de décadas entre os EUA e Cuba. Não só o cardeal Pietro Parolin, que foi o representante do Vaticano na

Venezuela, desempenhou um papel fundamental na restauração das relações diplomáticas entre EUA e Cuba, como Francisco pretende visitar a ilha a caminho dos EUA.

Diplomacia. Entretanto, o degelo das relações EUA-Cuba não foi bem recebido por todos os políticos americanos. Ao contrário, apesar do aparente desejo do presidente Ba-rack Obama de acabar com o inútil congelamento diplomático, alguns políticos de direita preferem talvez um país condenado pela comunidade internacional a um parceiro em po-tencial ao largo da costa da Florida.

A segunda questão fundamental de que Francisco tratará é o conflito israelense-palestino - um tema difícil para os EUA, o mais importante aliado de Israel. O Vaticano anunciou sua intenção de assinar um tratado que inclui o reconhecimento de um Estado

palestino. Considerando a amizade que Francisco nutre de longa data pelos judeus e seu conhecimento profundo da sua religião e cultura, nenhum político israelense poderá condená-lo como antissemita.

No entanto, em alguns setores da política americana, Israel- e es-pecificamente o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e o seu partido, o Likud - não pode fazer nada errado. Um senador americano certa vez me disse: "Aqui, somos todos membros do Likud". A terceira questão - a mais complexa na opinião de alguns políticos americanos, principalmente os mais conservadores - é a recente encíclica de Francisco sobre a preser-vação do meio ambiente, as mudanças climáticas e um desenvolvimento econômico justo e sustentado.

Francisco pretende claramente usar todo o peso moral do seu papado

nos esforços para a conclusão de um acordo sobre o clima na conferência das Nações Unidas, em Paris, em dezembro. A recente declaração de Obama sobre as emissões de dióxido de carbono coaduna-se claramente com a encíclica.

Francisco discutirá indubitavel-mente o assunto em seu discurso no Congresso dos EUA (levando-se em conta que 30% de cujos membros - como o presidente da Câmara, John Boehner, republicano - são católicos). Dado que vários dos principais pré--candidatos à indicação republicana para as eleições presidenciais - como Jeb Bush, Marco Rubio e Bobby Jindal - também são católicos, a enérgica postura de Francisco sobre a mudança climática poderá criar um profundo dilema político para eles.

Alguns dos elementos mais conservadores da política americana - apoiados por aqueles que, como os irmãos bilionários David e Charles Koch, se beneficiam com a falta de ação a respeito do clima - já tentam denunciar as posições de Francisco. Embora a Igreja tenha procurado suprimir a ciência e a razão, noto-riamente na condenação de Galileu Galilei, hoje ela os defende, enquanto políticos conservadores americanos negam os fatos. O papa está do lado da razão, e também dos anjos.

Em 1891, o papa Leão XIII es-creveu a encíclica Rerum Novarum, sobre os direitos dos trabalhadores e o enfoque das decisões políticas, temas fundamentalmente contestados no discurso político de sua época.

Francisco prevê um efeito se-melhante hoje, enquanto ajuda a catalisar as ações sobre as mudanças climáticas. Somente assim, ele es-pera, o mundo poderá conseguir um crescimento sustentado que melhore a situação dos pobres, salvaguardando ao mesmo tempo o planeta do qual dependemos.

Francisco, aos 78 anos, refere-se frequentemente ao tempo limitado que lhe resta. A maioria dos católicos está convencido de que isso não influirá em sua atuação. Com o impacto positivo que esse papa carismático e avançado exerce sobre o mundo, devemos todos esperar o mesmo.

*FOI O ÚLTIMO GOVERNADOR BRITÂNICO DE HONG KONG E EX-COMISSÁRIO DA UNIÃO EUROPÉIA PARA ASSUNTOS EXTERIOES

VISÃOGLOBAL

CHRISPATTENPROJECT SYNDICATE

* ANDREW MEDICHINI/AP

REPRODuçãO DO JORNAL “O EStADO DE SãO PAuLO” - EDiçãO DE 31/08/2015