Jornal da SBD - Nº 2 Março / Abril 2004

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Março / Abril - 2004JSBD l Ano VIII no 2 1

DIRETORIA 2003 - 2004

PresidenteMárcio Santos Rutowitsch (RJ)

Vice-PresidenteSérgio Talarico Filho (SP)

Secretário-GeralJosé Ramon Varela Blanco (RJ)

TesoureiroCelso Tavares Sodré (RJ)

1o SecretárioSamuel Henrique Mandelbaum (SP)

2a SecretáriaLúcia Helena F. Arruda (SP)Diretora de Biblioteca

Ivonise Follador (BA)

Diretor Geral e OperacionalMarco Antônio S. Abreu Rocha

Sociedade Brasileirade Dermatologia

Afiliada à Associação Médica Brasileira

Esta é uma publicação da SociedadeBrasileira de Dermatologia, dirigida

aos seus associados e órgãos deimprensa.

Publicação bimestral - Ano VIII – nº 2 Março / Abril - 2004

Coordenador Médico: Jackson Machado-Pinto (MG)Jornalista responsável: Tatiana Gentil- Reg. no 2 2 . 3 7 5Redação: Tatiana Gentil e Andréa Fantoni Conselho editorial: Márcio Santos Rutowitsch (RJ),Sérgio Talarico Filho (SP), José Ramon Varela Blanco (RJ),Celso Tavares Sodré (RJ), Samuel Henrique Mandelbaum(SP), Lúcia Helena F. Arruda (SP), Ivonise Follador (BA)

Editoração eletrônica: Nazareno Nogueira de Souza e Tatiana GentilContatos Publicitários: Marco Antônio S. Abreu Rochae Tatiana Gentil

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasi-leira de Dermatologia não garantem nem endossam osp rodutos ou serviços anunciados, sendo as pro p a g a n d a sde responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira r e s p o n s a b i l i-dade de seus autore s .

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/18º andar Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 100,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 5000 exemplares

S B D

2 CalendárioEducação Médica Continuada

3 Coluna da Diretoria Palavra do Tesoureiro

4 PainelCartas

5 SBD vai ao Conselho Federal e consegue apoio na defesa da especialidade

6 SBD responde ao CFM sobrelipoaspiração tumescente

8 Prova do Título de Especialista da SBD

9 Congresso americano reúne 15 mil pessoas em Washington

10 Dermatite de Contato estará em pauta no mês de maio

11 À procura de um novo espaçoCongresso da SBD: intensa programação científica

12 Movimento Nacional de Implantação da CBHPMEntidades médicas fazem campanha

13 Suspensão da abertura de novas escolas médicasCFM lança resultado da pesquisa “O Médico e seu Trabalho”

14 Novo Estatuto da SBD é re g i s t r a d oem cartórioS i t e p romove troca de experiênciaentre dermatologistas

15 SBD oferece curso de reciclagem sobre psoríase

16 Coluna Ética em questãoDepartamentos

17 Serviços CredenciadosClube de Revistas

18 Regionais

20 Expressões da Dermatologia: Nelson Proença

S u m á r i o

Cerca de 5.000 pessoas em todo o Brasil têm um ponto em comum: aSociedade Brasileira de Dermatologia. O fortalecimento da SBD signi-fica o fortalecimento de cada um de nós, dermatologistas. Isso é muito

importante, uma vez que, a cada dia, vemos mais e mais profissionais não-qualificados realizando procedimentos que deveriam ser exclusividadedaqueles que têm competência para fazê-lo. A cada dia, recebemos informa-ções de cursos de assuntos dermatológicos, desvinculados da nossaSociedade e promovidos por entidades que representam dissidências da SBDou “especialidades” que não têm o reconhecimento da Associação MédicaBrasileira. E, o pior de tudo, com aulas ministradas por associados da SBD.Ou seja, muitos de nós estamos ajudando a alimentar o monstro que pode-rá vir a nos devorar. É urgente que nos posicionemos: vamos participar ape-nas dos eventos patrocinados ou chancelados pela SBD. É natural e impor-tante que haja divergências de opiniões dentro da nossa Sociedade. Não épossível, no entanto, que deixemos que essas divergências nos dividam eenfraqueçam.

Nessa edição do seu Jornal da SBD você poderá ler uma matéria sobre areunião entre a diretoria e o presidente da SBD, Dr. Márcio Rutowitsch, e opresidente do CFM, Dr. Edson Andrade; conhecer como transcorreu maisuma edição do exame para obtenção do Título de Especialista emDermatologia. E ainda ler notícias sobre o I Simpósio Internacional deDermatite de Contato e sobre o Curso de Atualização em Psoríase, entreoutros assuntos.

Um abraço e boa leitura!

Jackson Machado-Pinto

E d i t o r i a lE X P E D I E N T E

S B DJSBD l Ano VIII no 22

1 5 S á b a d o A p resentação e discussão de Casos Clínicos ao vivo Reg. RN1 5 S á b a d o Cuso de Terapêutica Dermatológica Reg. MG20 à 22 Quinta à sábado XVIII Jornada Capixaba de Dermatologia Reg. ES2 1 S e x t a - f e i r a XXXV Jornada Goiana de Dermatologia Reg. GO21 e 22 Sexta e sábado E n c o n t ro Internacional de Dermatite de Contato - São Paulo Reg. SP21 e 22 Sexta e sábado II Encontro Gaúcho de Dermatologia Pediátrica - HC.Porto Alegre -Reg. RS Reg. RS 21 e 22 Sexta e sábado II Jornada Catarinense de Dermatologia - Florianópolis Reg. SC21 a 24 Sexta a segunda XXIII Jornada Norte-Nord e s t e Reg. PB2 2 S á b a d o Workshop de Preenchimento Reg Flum.2 6 Q u a r t a - f e i r a Reunião Mensal de Dermatologia - Casos Clínicos - Palestra Reg. AL2 6 Q u a r t a - f e i r a Reunião Mensal - Colégio Brasileiro de Cirurg i õ e s Reg. RJ2 6 Q u a r t a - f e i r a Reunião de Casos Clínicos ao Vivo Reg. MA28 e 29 Sexta e sábado Reunião Científica Reg. DF2 8 S e x t a - f e i r a Reunião Clínica Reg. AM2 8 S e x t a - f e i r a Conferência: Dermatologia Geriátrica Reg. CE2 9 S á b a d o Curso Prático de Cosmiatria Reg. PA2 9 S á b a d o Reunião de Casos Clínicos Reg CE2 9 S á b a d o Reunião Mensal (Análise de Antibiótico-Resistência Bacteriana) Reg. PI2 9 S á b a d o Reunião Científica Mensal Reg. MT2 9 S á b a d o Curso de Terapêutica Dermatológica Reg Flum.

0 2 Q u a r t a - f e i r a Reunião Mensal Reg. MG0 5 S á b a d o Triangular - Belo Horizonte Reg. MG0 5 S á b a d o I Reunião Clínico-Patológica Reg. PA1 2 S á b a d o Work-shop Reg. MA e PE1 6 Q u a r t a - f e i r a Reunião Ordinária de Dermatologia - HC.Porto Alegre Reg. RS1 8 S e x t a - f e i r a 3ª Reunião Dermatológica Ordinária Reg. SP1 9 S á b a d o 117ª Jornada - Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Reg. SP1 9 S á b a d o Reunião Mensal - Anfiteatro Arg e m i ro de Oliveira no HUAP Reg. Flum.2 5 S e x t a - f e i r a Reunião Mensal Casos Clínicos Reg. AM2 6 S á b a d o Reunião Científica Mensal - HUCAM - Reg. ES2 6 S á b a d o Reunião Científica Mensal Reg. MT2 6 S á b a d o Reunião de Casos Clínicos Reg. CE2 6 S á b a d o Reunião Mensal (Apresentação de Casos Clínicos) Reg. PI3 0 Q u a r t a - f e i r a Reunião Mensal - Colégio Brasileiro de Cirurg i õ e s Reg. RJ3 0 Q u a r t a - f e i r a Reunião de Casos Clínicos ao Vivo Reg. MA3 0 Q u a r t a - f e i r a Reunião Mensal de Dermatologia - Casos Clínicos - Palestra Reg. AL

Maio - 2004

Junho - 2004

as atividades das Regionais e dasDistritais atendem à pontuação eexigências descritas no Art.11. Aspontuações obtidas nas Reuniõesde Macro Regionais, como RADECOe mesmo Macro Reunião comoD e rmaRio, não estão sendo aindacomputadas como deveriam, poisainda não estás inclusas no Art. 10,o que deverá acontecer na Reuniãodo Conselho de Setembro .

Embora o Regimento em vigorda EMC-D informe, no seuartigo 16, que, para que os

créditos obtidos sejam computados,o associado deve encaminhar oc o m p rovante do evento do qual par-ticipou, estamos procedendo de

f o rma diferente. Reconhecendo oentrave burocrático que tal disposi-tivo propicia, temos incentivado asRegionais e Departamentos, quenos informem (Secretaria da SBDNacional), a lista dos participantese palestrantes dos eventos org a n i-zados pelas Regionais. As Distritaispodem fazê-lo diretamente ou atra-vés das Regionais a que estão liga-das. A participação em eventosI n t e rnacionais implica no envio doc o m p rovante de participação para odevido cômputo. Lembramos que

Silvio Alencar Marques *

* Coordenador da EducaçãoMédica Continuada

Educação Médica Continuada

Folder de departamento

Quando a SBD se propôs a ela-borar os folderes para o públi-co leigo, a exemplo do que

existe na Academia Americana,e n c a r regou a Dr.ª Ivonise Folador deser a coordenadora da iniciativa,junto aos departamentos da SBD. Aprimeira leva de folderes saiu, ado-tando-se como critério que cadadepartamento escolheria seus temas,e estes seriam re p roduzidos e mostra-dos no Congresso de Vitória, para queos dermatologistas pudessem adqui-ri-los e distribuí-los em consultório.

Havia aí não só o cunho de divul-gação para o cliente, mas também anecessidade de se divulgar a gamade assuntos que o derm a t o l o g i s t adomina e sua área de atuação, bemcomo promover a participação dosdepartamentos nos projetos da SBD.

O sucesso foi total e a procurade alguns folderes é intensa.

Atualmente, temos que conside-

Março / Abril - 2004

3

rar um outro aspecto na confecçãode novos folderes: a demarcação docampo da dermatologia em detri-mento de outras especialidades e acristalização no público de que é od e rmatologista quem trata de áre a sque estão em evidência. Não hácomo desprezar a realidade. Te m o sque usar todas nossas armas paralutar pela nossa especialidade. Nap rodução de novos folderes devemosdar prioridades para temas atuais,que estejam na mídia e nos foros dediscussão especializados, como oCFM e AMB. Devemos produzir fol-d e res que deixem claro que nós tra-tamos inclusive de estética. Nãoexiste uma sociedade de medicina

estética reconhecida pela AMB e peloCFM. Temos que plantar na cabeçado cliente que médicos derm a t o l o g i s-tas tratam de cabelo, unhas, fazempeeling e toda a gama de coisas quee n x e rgam e compram em qualquerbanca de revistas. Não é um campode cabeleire i ros ou de “estetas”.

A luta pelo mercado de trabalhodeve começar dentro de casa. Tu d oisto não implica que não faremos fol-deres para divulgação de temasmenos conhecidos ou palatáveis parao público leigo. Tudo a seu tempo.

Casa do dermatologistaA Fundação Oswaldo Cruz entre-

gou a projeto inicial e o cro n o g r a m apara desenvolvimento das ações quepossibilitarão a consecução e insta-lação da Casa do Dermatologista.

Estamos saindo a campo parap rocurar o imóvel onde deverá serinstalada a Casa, e procurando patro-cínio e apoio para nossa iniciativa.

JSBD l Ano VIII no 2

Palavra do Te s o u re i r o

Caros associados,

Acredito que nessa altura amaioria de nós já tenha sal-dado a anuidade de 2004,

pois a SBD e as Regionais, para asquais um percentual desse valor étransferido, precisam destes recur-sos para poder cumprir o seu papel.Estamos tentando obter novas fon-tes de captação de recursos, alémde ofere c e rmos novos pro d u t o spara a Indústria Farmacêutica, quetem sido nossa parceira mais fiel etradicional por todos esses anos.Está pronto o balanço anual daSBD, que será divulgado na árearestrita aos sócios no site da SBD.

E por falar no site da SBD, embreve teremos muitas novidades,inclusive com um balcão de lança-mento/promoção de medicamentose com informações úteis a respeitodos mesmos, como se fosse umgrande bulário dos produtos der-

matológicos. Por falar no “site”, valea pena visitá-lo. Temos uma boarelação de “links” e recursos depesquisa bibliográfica nos princi-pais bancos de dados, e em24/03/04 foi ao ar nosso primeiro“chat”, com o estimado ProfessorSampaio, sobre o uso de isotretinoí-na sistêmica. É sempre bom divul-gar que as salas de conversação do“site” estão disponíveis a todos osassociados 24 horas por dia todosos dias, podendo ser utilizadas por

grupos com qualquer tipo de inte-resse comum, tal como o estudo dealguma doença, ou mesmo só parajogar conversa fora.

Como já chamei a atençãovárias vezes, sempre que possível,devemos prestigiar quem nos pres-tigia ao anunciar nos nossos veícu-los de informação, que ao alcança-rem um universo em torno de 5000médicos dermatologistas, deveriamser altamente cobiçados e disputa-dos por diversos tipos de anuncian-tes. Entendemos que a conjunturaeconômica obrigue à cautela. En-tretanto, quando o produto é bomnão se pode dispensá-lo e a quali-dade do produto é razão direta daqualidade do seu usuário, portantodevemos dar mostras do quanto éimportante nos apoiar através doapoio à SBD.

Um abraço,Até breve,

Celso Tavares SodréTesoureiro da SBD

Márcio Rutowitsch

Celso Sodré

Coluna da Dire t o r i a

S B DJSBD l Ano VIII no 24

Recebi algumasmensagens de a-gradecimento comrelação à nossap reocupação paraencontrar cami-nhos para a incor-poração dos asso-ciados contribuin-tes ao quadro dos

efetivos. Acredito que devemos deixar claroque não se duvida da ética nem da eficiênciade colegas contribuintes. Na verdade, a condi-ção do associado efetivo não implica emnenhum dos dois atributos. Nesse terre n o ,todas as combinações são possíveis e as pes-soas podem não corresponder às expectativas,independentemente da categoria associativaem que estão inseridas. O preço cobrado aoscontribuintes sempre me pareceu um fatorlimitante para a tão cantada Educação MédicaContinuada. Entretanto ser o dobro, consta doregimento para os nossos congressos.

Insisto que os colegas apresentem suassugestões de maneira formal, para mudanças,na época do Conselho Deliberativo. Com re l a-ção à prova para a obtenção do Título deEspecialista em Dermatologia, sobre a suamudança para módulos ou ao aumento don ú m e ro de questões da prova prática de mico-logia, pelo visto a Comissão encarregada daconfecção do exame não mudou o seu pontode vista. Sabemos que essa comissão é sobe-rana. Entretanto, também no Conselhopodem ser colocadas as sugestões. Foi criadaa chamada Força Ta refa, integrando os diver-sos setores interessados na Prova de Título.Pelo visto não houve mudança na forma, enão se aumentou o número de questões demicologia. As razões somente serão conheci-das na próxima reunião do Conselho.

Sei que é muito lento o processo demudança e requer empenho de todas as par-tes interessadas. Represento uma delas, masos nossos contribuintes e candidatos à pro v ade Título são a outra fonte de idéias. Atémesmo, como seriam os cursos de re c i c l a g e m ,em cada estado? Acredito que as re g i o n a i sdeveriam estar habilitadas para pro m o v e ressas atividades, agindo de acordo com asn o rmas da SBD Nacional. Tenho certeza quea força para dar o impulso no sentido demudança depende de apresentação de PRO-P O S TAS FORMAIS, POR ESCRITO, para op residente da SBD e, assim, serem encami-nhadas para discussão. Sou delegada pelo Riode Janeiro e, portanto, posso ser também umveículo, mas considero que o mais razoávelseria diretamente via Presidência. Os cami-nhos não são simples, porém devem ser per-corridos. Eventualmente os caminhos nemexistem e deverão ser criados.

Pa i n e l

✔ Pintas vermelhas podem indicar doença de FabrySegundo a Associação Brasileira da Doença de Fabry (Abraff), fundadapor Wanderley Cento Fante, já existe tratamento com bons resultadospara a doença por meio de reposição de enzimas, a cada 15 dias. Deacordo com a entidade, Fabry é uma doença genética em que se formaum depósito de gordura GL3 nas células, devido à falta ou defeito daenzima galactosidase. Com o passar do tempo, a GL-3 alastra-se nasparedes dos vasos sanguíneos, provocando danos ao corpo. Há umacúmulo anormal nos sistemas cardiovascular, cérebro-vascular erenal, que sendo os mais afetados, podem parar de funcionar. A doençafoi descrita em 1898, por dois dermatologistas, o alemão Johann Fabrye o inglês William Anderson e afeta um em cada 40 mil homens. Aindade acordo com a Abraff, alguns sinais da moléstia são a presença deangioqueratomas nos braços, coxa, umbigo e genitais. Conheça maissobre a doença pelo site www.comunidadefabry.hpg.com.br

Coluna da Ombudswoman

À Sociedade Brasileira de DermatologiaPrimeiramente gostaria de parabenizá-los pelo brilhante trabalho de todos

durante este mandato. Eu fiquei muito contente com a manifestação da SBDjunto ao Conselho Federal de Medicina sobre a resolução de lipoaspiração.Realizo e ensino a lipoaspiração tumescente de pequeno porte há mais de 5 anosno Hospital Heliópolis, onde sou Professora Assistente. Sigo rigorosamente atécnica do Dr. Jeff rey Klein, que aprendi através de um grande amigo, infeliz-mente já falecido, Dr. Yassunobu. Em todos esses anos eu nunca tive complica-ções, confirmando a literatura mundial (medicina baseada em evidências), queé unânime quanto a segurança da lipoaspiração tumescente de pequeno porte.Gostaria de saber quantos dermatologistas realizam este procedimento e quala nossa casuística. Seria interessante que estes profissionais se manifestassem,para tro c a rmos experiências, melhorando a qualidade do nosso trabalho e suac o r reta documentação. Estou me colocando à disposição para ajudá-los nessat a refa. Deixo aqui o meu e-mail para contato: clinica@lucianaloure n c o . c o m . b r.Mais uma vez gostaria de transmitir que a atitude de vocês junto ao ConselhoFederal de Medicina é fundamental para que os sócios efetivos da SBD se sin-tam seguros para exerc e rem plenamente a sua especialidade.

São Paulo, 11 de março de 2004Luciana de Matos Lourenço

Sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia

C a r t a s a o J S B D

L u n a A z u l a y

Revista da SBD tem novo diretorOs Anais Brasileiros de Dermatologia estão temporariamente sob

nova direção. A convite do presidente Marcio Rutowitsch, o Dr.Bernardo Gontijo assumiu o cargo em março, após a renúncia daDra. Leninha Valério do Nascimento. Com ela, saíram os dois dire-tores assistentes, Dr. Omar Lupi e Dr. Paulo Roberto Machado. Deacordo com o estatuto da SBD, na próxima reunião do ConselhoDeliberativo será realizada uma eleição para definir o coordenadormédico da revista nos próximos dois anos. O principal objetivo daSociedade Brasileira de Dermatologia é conseguir a indexação darevista no Index Medicus/Medline. Atualmente, existem 28 publi-cações científicas brasileiras indexadas na base de dados.

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C a p a

SBD vai ao Conselho Federal e consegueapoio na defesa da especialidade

Uma comissão da Socie-dade Brasileira de Der-matologia - formada pelopresidente Marcio Ruto-

witsch, o vice-presidente Sérg i oTalarico, o ex-presidente FernandoAlmeida e o diretor geral e opera-cional Marco Antônio Rocha – este-ve em Brasília, no dia 13 de abril,para uma reunião com o presiden-te do Conselho Federal de Medicina(CFM), Dr. Edson Andrade, e o con-s e l h e i ro Antônio Pinheiro. Aaudiência foi solicitada pelos der-matologistas para discutir o exercí-cio e o futuro da especialidade. Osrepresentantes da SBD levaram àpauta a Resolução 1711/2003sobre lipoaspiração, o andamentoda Câmara Técnica de Pro c e-dimentos Estéticos e os problemasdecorrentes da “medicina estética”.

Para os re p resentantes daSociedade Brasileira de Derm a-tologia, o resultado da reunião foimuito positivo. “Fica provado quere p resentatividade se conquistatambém pela presença física dosre p resentantes da entidade. Éassim que se deve fazer políticainstitucional”, declarou Dr.Talarico. E o Dr. Fernando Almeidacompleta: “demonstramos queestamos unidos e fomos lá parasomarmos, porém deixamos claroque defenderemos a dermatologia”.

O presidente da SBD enfatizouno encontro o seu descontenta-mento com o descaso do ConselhoFederal com os interesses dos der-matologistas. “Mostramos que aSociedade está apoiando o movi-mento do Ato Médico. Citei, comoexemplo, a nossa participação anopassado em Brasília na mobiliza-ção pela aprovação do pro j e t o .Penso que éramos o maior grupode médicos re p resentando umaespecialidade. Por causa disso, fizver ao Dr. Edson que não estava

Os doutores Edson Andrade e Antônio Pinheiro receberam os representantes da SBD em Brasília

E n t re eles, deverá ser mantida asedação em local apropriado, comestrutura hospitalar, proibindo con-sultórios ou clínicas que não aten-dam aos parâmetros de segurançapara realizar o pro c e d i m e n t o .

- O CFM está disposto a ouviros dermatologistas. Porém, deixouclaro que não abrirá mão de aceitarsomente colegas com treinamentode, no mínimo, um ano em lipoas-piração. Além disso, o procedimen-to deverá sempre contar com a pre-sença de um anestesista – disse oe x - p residente da SBD, Dr. Fer-nando Almeida.

O u t ro assunto discutido foi oandamento da Câmara Técnica deP rocedimentos Estéticos, até entãof o rmada por quatro cirurgiões plás-ticos e três dermatologistas. A SBDsolicitou a inclusão do Dr. Sérg i oTalarico na Câmara, para que acomposição obedeça a paridadee n t re as especialidades. O pedido foi

satisfeito com a forma que o CFMvem tratando as nossas questões”,afirmou Dr. Marcio Rutowitsch.

P reocupados com Resoluçãoque determina que a lipoaspiraçãosó deverá ser executada por profis-sionais habilitados em cirurg i aplástica, os dermatologistas foramtranqüilizados pelo Dr. AntônioPinheiro. Segundo ele, isso foi feitopara coibir os excessos dos cirur-giões plásticos, e não houve inten-ção de cercear o trabalho dos der-matologistas especialistas que rea-lizam a técnica de Klein, a lipoaspi-ração tumescente.

Já o presidente do CFM garantiuque uma nova resolução será elabo-rada para traçar parâmetros de re a-lização da cirurgia. Dr. EdsonAndrade disse ainda que a SociedadeBrasileira de Dermatologia será con-vidada a participar da próxima nor-mativa, mas já adiantou que algunscritérios não poderão ser alterados.

S B DJSBD l Ano VIII no 26

A partir de 1983, foram apresentados traba-lhos relacionados a lipoaspirações realizadas pord e rmatologistas nos Congressos da AcademiaAmericana de Dermatologia (AAD), passando aser tema integrante dos congressos da especiali-dade em nível mundial.

Em 1987 Klein1 a p e rfeiçoou este método,desenvolvendo a técnica tumescente para lipos-sucção, que revolucionou esta cirurgia dotando-a de parâmetros de segurança máxima e perm i-tindo a sua realização com anestesia local, san-gramento mínimo, ausência de necessidade desedação profunda ou anestesia geral, limitandoo volume de gordura aspirada, mantendo ínte-gra a sensibilidade dolorosa dos planos pro f u n-dos, impossibilitando assim que se atinjamó rgãos internos. Ela passou a ser conhecida nomeio dermatológico como “técnica tumescentede Klein” e foi utilizada para procedimentos delipoaspiração com anestesia local, pela qual éconhecida e praticada até os dias atuais, tantono exterior como em nosso país, ate o mês dej a n e i ro de 2004. A diluição da solução de lido-caina e epinefrina para anestesia local, nãoreduz o seu efeito, pelo contrário, aumenta ograu de anestesia e vasoconstricção, perm i t i n d oassim o uso em áreas maiores e por um tempop rolongado, utilizando microcânulas (com um

s u rgiu na Itália nos anos 70 desenvolvida porF i s h e r. Posteriormente ela foi aperfeiçoada porIllouz e Fournier na França. Nesta época alipoaspiração era realizada pelo método “seco”sem nenhuma infiltração líquida, tendo comoseqüela imediata um intenso sangramento, ummaior tempo de recuperação pós-operatório ei r regularidades no relevo da pele. A técnica foia p e rfeiçoada nos anos seguintes, sendo aindarealizada sob anestesia geral, procedendo-se auma infiltração pré-operatória com um pequenovolume de uma solução vasoconstrictora-epine-frina no tecido gord u roso a ser removido, sendodenominado de “wet technique” .1

Em 1982, dermatologistas americanos foramà França aprender com Illouz a realizar a lipoas-piração sob anestesia geral, associada à infiltra-ção subcutânea de pequeno volume de soluçãohipotônica de epinefrina e hialuronidase. No anoseguinte esses dermatologistas realizavam lipos-sucção de lipomas, de gorduras localizadas naá rea submentoniana e em outras regiões localiza-das, valendo-se de anestesia geral, peridural, ousedação tipo IV (diazepam + analgésicos narc ó t i-cos) completada por anestesia local.1

Ct.0525/SEC/SBD/2004Rio de Janeiro 04 de março de 2004Ilmo Sr.Dr. RUBENS DOS SANTOS SILVAM.D. Secretário Geral do Conselho Federalde MedicinaBrasília -DF

Senhor Secretario Geral, Em referência a sua carta CFM n0.

0919/2004-SEC, vimos prestar as seguintesi n f o rmações sobre a prática no Brasil da lipoas-piração tumescente de pequeno porte. Fare m o suma pequena introdução para melhor esclare-c e rmos o tema, citando os trabalhos de Klein,que de forma clara, precisa e segura descreve atécnica por ele desenvolvida em 19871 e que nósD e rmatologistas vínhamos realizando no paísate surgir a resolução do CFM sob o no 1.711,de 10 de dezembro de 2003. Mencionamos tam-bém um trabalho nacional publicado nos AnaisB r a s i l e i ros de Dermatologia onde foi r e a l i z a d oum estudo re t rospectivo de 288 lipoaspiraçõespela técnica tumescente, sem qualquer compli-cação no trans e pós-operatório.2

A lipoaspiração é uma técnica cirúrgica que

Abaixo, a íntegra do documento enviado pela SBD

atendido, e uma nova reunião paradefinir critérios para pro c e d i m e n t o sdeverá ser realizada em breve noConselho Federal de Medicina.“Esse fato pro p o rcionará igualdadede votos nas decisões a serem toma-das”, explicou Dr. Fern a n d o .

Para finalizar, os representan-tes da Sociedade Brasileira deD e rmatologia manifestaram suapreocupação com a proliferação deentidades e especialidades nãoreconhecidas pelo CFM e a Asso-ciação Médica Brasileira (AMB),prejudicando a atuação dos der-matologistas. A principal queixa daSBD é com a postura de médicosque se dizem especialistas emmedicina estética, o que é ilegal.Segundo Dr. Edson, existe umpedido no CFM para reconheci-mento de uma Sociedade Brasileirade Medicina Estética, que não será

Os presidentes da SBD e do CFM discutiram a legitimidade da medicina estética

concedido. E mais: será feita umaavaliação conjunta entre as socie-dades envolvidas para que possamser normatizados e delimitadostodos os procedimentos, subordi-nando-os às devidas sociedadesmédicas oficializadas pelo CFM.

- Muitos dos colegas que atuamnessa “pseudo-especialidade” eavançam nas nossas áreas deatuação, o fazem sem formação

mínima, que seria requisito para obom exercício da especialidade.Desta forma, banalizam e vulgari-zam nossos procedimentos, e arepercussão dos maus resultadosacaba por “contaminar” nossasindicações – afirmou Dr. Talarico.

Para o Dr. Marcio, o que estáatraindo esses profissionais é a ilu-são de uma melhor re m u n e r a ç ã opara os que se dedicam somente a

SBD responde ao CFM sobre lipoaspiração tumescente

Op residente da SBD, Dr. Marcio Rutowitsch, enviou uma carta ao Conselho Federal de Medicina com inform a ç õ e ss o b re a prática de lipoaspiração tumescente realizada pelos dermatologistas. Conforme publicado na últimaedição deste jornal, o Conselho Federal de Medicina editou uma Resolução que exige a habilitação em cirurg i a

geral para realização de lipoaspiração. A Sociedade Brasileira de Dermatologia está lutando pela revisão da norm a ,garantindo aos dermatologistas o direito de re a l i z a rem a técnica desenvolvida pelo dermatologista americano J.A. Klein.

Março / Abril - 2004JSBD l Ano VIII no 2 7

d i â m e t ro menor do que 2.0 mm) e lipossucçãos u p e rficial, e assim melhorando de forma dra-mática o resultado estético final. Apesar do queas microcânulas removem menos gordura portempo, no entanto elas permitem a remoção degrandes volumes de gordura, muito mais do queas cânulas de lipossucção tradicional com diâ-m e t ro de 6 a 10 mm.

Diversos trabalhos sobre este assunto sur-giram na literatura médica mundial.3 - 8

Destaque-se que no trabalho de Housman et alde 20028 mais de 66.590 lipoaspirações foramrealizadas por dermatologistas, segundo o guiade conduta da Academia Americana deDermatologia, e não se constatou nenhumacomplicação ou óbito.

O paciente passa a ser, graças à técnicaanestésica desenvolvida por Klein, um ser refe-rencial para a segurança e precisão da opera-ção. Não estando sob efeito de anestesia geral,é um indicador seguro para o processo doloro-so durante e pós-procedimento cirúrgico. Elese queixa menos de dor quando esta técnica éaplicada, se comparada com a lipossucção sobanestesia geral.

A experiência dos dermatologistas nonosso país é muito ampla, uma vez que aSociedade Brasileira de Dermatologia estabe-leceu parâmetros básicos para o tr e i n a m e n t odos dermatologistas em cirurgia der m a t o l ó g i-ca, e conseqüentemente, na técnica tumes-cente de Klein, para todo o território nacio-nal, fazendo parte do currículo de for m a ç ã oem Dermatologia de todos os ServiçosUniversitários credenciados por ela, há maisde uma década. Mencionamos o trabalho de

Utiyama et al .2 de 2003, publicado nos AnaisB r a s i l e i ro de Dermatologia, que apre s e n t aum estudo r e t rospectivo de 288 lipoaspira-ções, realizadas em São Paulo. Concluemeles que a cirurgia é segura, podendo ser r e a-lizada em ambulatório. A solução de Kleinp e rmite realizar a cirurgia com anestesialocal oferecendo suficiente analgesia intra epós-operatória, com rápida re c u p e r a ç ã o .Quando a lipoaspiração é realizada comanestesia tumescente, obedecendo a umaseleção criteriosa dos pacientes, os riscosc i r ú rgicos são extremamente raros1.

Na Sociedade Brasileira de Derm a t o l o g i aatravés do nosso Departamento de Cirurg i aD e rmatológica estamos elaborando para o pro-jeto Diretriz da Associação Médica Brasileira,um tema sobre a “Lipoaspiração sob TécnicaTumescente”.

Esperamos que com o exposto acima,

1. Klein JA. Tumescent technique cronicles. Dermatol Surg 1995;21:449-4572. Utiyama Y, Chiacchio ND, Yokomizo V et al. Estudo retrospectivo de 288 lipoaspirações no Serviçode Dermatologia do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. An Bras Dermatol2003;78:435-4423. Hanke, CW, Bernstein G, Bullock S. Safety of tumescent liposuction in 15.336 patients. Nationalsurvey results. Dermatol Surg 1995;21:459-4624. Hanke CW et alii, Infusion rates and levels of premedication in tumescent liposuction. DermatolSurg 1997;23:1131-11345. Narins RS, Coleman III WP. Minimizing pain for liposuction anesthesia. Dermatol Surg 1997; 1137:11406. Hernandez-Perez EH, Guarin, CL. Volume liposculptura: variations on a technique. CosmeticDermatol 1999;2:35-397. Hernandez-Perez EH, Ibiett, EV. Deberia morir alguien por liposuccion? Act Terap Dermatol2000;23:326-3348. Housman TS et al. The safety of liposuction: results of a national survey. Dermatol Surg2002;28:971-978

REFERÊNCIAS

tenhamos esclarecido aos senhores colegas con-s e l h e i ros deste egrégio CFM, sobre este atomédico, a lipoaspiração tumescente de pequenoporte. Continuamos a inteira disposição parap re s t a rmos tantos quantos forem os esclare c i-mentos, para que possa ser revista de umaf o rma igualitária e contemplativa esta re s o l u-ção, talvez acrescida de limites de volume aspi-rado, contemplando a lipoaspiração pela técni-ca tumescente de Klein como um pro c e d i m e n t os e g u ro que pode ser executado por médicos der-matologistas com formação para tal.

Sem mais para o momento, seguem abaixoas referências e anexo uma cópia dos artigos.

Atenciosamente,

Marcio Santos RutowitschPresidente da SBD

José Ramon Varela BlancoSecretário Geral

realizar esses procedimentos. “Háum grande contingente de médicosoriundos de diversas áreas, clínicasou cirúrgicas, com escassos conheci-mentos sobre a pele e suas infindá-veis dermatoses, iludindo-se e pro-curando buscar uma lucratividadeque parece, mas não é fácil”, disse.

Mas ele não vê a pr o l i f e r a ç ã odos especialistas em medicinaestética como ameaça. Para ele,

os processos movidos por erromédico deverão aumentar, princi-palmente contra aqueles que nãotêm formação profissional qualifi-cada. Já o Dr. Talarico acre d i t aque a SBD deverá seguir na defe-sa da especialidade, atuando def o rma a tornar mais claros e obje-tivos os pré-requisitos para osque desejam ingressar na der m a-t o l o g i a .

- É preciso ter melhor acompa-nhamento das condições dos servi-ços credenciados, definir com maisexatidão o número de vagas quepoderão ser oferecidas, aprimoraros critérios de avaliação do título deespecialista e, por fim, aprimorar osmecanismos de Educação MédicaContinuada. Assim, caminhare m o spara a definição da certificação ere-certificação das áreas de atua-ção. Talvez seja a solução para ofi-c i a l i z a rmos os critérios necessáriospara capacitação da realização dosp rocedimentos cosmiátricos –e n c e r rou o vice-pre s i d e n t e .

Drs. Talarico, Antônio Pinheiro, Márcio Rutowitsch e Fernando Almeida no CFM

Nota da redação: solicitado a daruma entrevista sobre os assuntos trata -dos na reunião, Dr. Edson Andrade nãorespondeu às perguntas até ofechamento desta edição. Mas compro -meteu-se a participar da próxima.

S B DJSBD l Ano VIII no 28

Uma campanha de esclarecimento à popula-ção sobre as reivindicações médicas, com-posta por outdoors, anúncios e 300 mil ade-

sivos com o slogan “Meu trabalho tem valor. Sou médico”,foi lançada no dia 9 de março, em São Paulo. Assinada peloConselho Federal de Medicina, Associação MédicaBrasileira, Federação Nacional dos Médicos e Confederaçãodos Médicos do Brasil, a campanha divulga a necessidadeda implantação da Classificação Brasileira Hierarq u i z a d ade Procedimentos Médicos (CBHPM). Ao mesmo tempo,aconteceu o Dia Nacional de Mobilização. De acordo com asentidades re p resentativas da classe, a implantação daCBHPM nos contratos firmados com as empresas de pla-nos de saúde deve ser o padrão de referência ética de re m u-neração dos procedimentos, conforme determina o CFM.

Campanha pela CBHPM

Foi realizado o Exame paraObtenção do Título de Espe-cialista em Dermatologia, no

dia 17 de abril, no município do Riode Janeiro. A prova, promovida pelaSBD em parceria com a Fesp(Fundação Escola de Serviço Público– RJ), foi dividida em duas partes:teórica e teórico-prática.

Segundo a Fesp, foram inscritos351 candidatos com três faltantes. Amédica Mônica Ribeiro, 36, levou asua filha de dois meses para ama-mentar e com isso modificou o cená-rio. Nas horas da amamentação, elasaía da sala e sentava em uma cadei-ra em frente à porta, sempre supervi-sionada por um membro da Fesp. “Ap rova ainda tem muita minúcia,muito detalhe de rodapé de livro .Acho que vale a pena ampliar mais osassuntos, mas foi válida, deu parafazer”. Ela achou que a amamentaçãot i rou um pouco da sua atenção “foicomplicado, porque a neném descon-

Candidatos a especialista realizam prova no Rio

centra e a prova exige muita concen-tração, mas deu para fazer” – sorri.

Na saída, o Jornal da SBD entre v i s-tou algumas pessoas sobre a prova. Aestudante paulista Estela Novaes, 28,c o n s i d e rou mais difícil do que nos anosa n t e r i o res, com questões duvidosas noteste. Ela estudou durante a re s i d ê n c i ae intensificou a dedicação aos estudosnos últimos dois meses. Já a amigaAndréa Wada, 27, também achou ap rova difícil “com as questões de casosclínicos bem feitas, outras extre m a-mente objetivas, muito mais de decore-ba” – comenta. Outra candidata,Luciane Monteiro Mendes, 33, que estános últimos meses de gestação achouque a prova foi boa e bem elaborada.

Para o presidente da Comissão doTED, Dr. Antônio Guedes, o pro c e s s oseletivo ocorreu a contento. “Segui-mos o mesmo esquema do teste doano passado porque tem dado certo.Acho que a colaboração com a Fesp éfundamental por termos ajuda peda-

gógica o que torna a elaboração dap rova mais profissional. A colaboraçãode todos os membros da Comissão doTítulo foi perfeita” – afirma. Ele re s s a l-ta que o atual modelo de prova deveser esgotado e explica porque: “fazerp rova de histopatologia e micologiaatravés de fotos pode permitir que osalunos fujam do microscópio, quandoo ideal é que eles aprendam com o usodele. O aparelho é na verdade umacomplementação na área da derm a t o-logia de suma importância. Os alunosque aprenderam nos serviços essastécnicas terão um diferencial de ensi-namento em relação aos outros” –considera. “O ideal é fazer a prova prá-tica com aspecto de prova prática, ouseja, usando o microscópio. A SBD deuma forma ou de outra deve facilitarpara que isso aconteça. Com boa von-tade e planejamento caminhare m o spara isso” - conclui.

Os gabaritos das provas Teórica eTeórico-prática estão disponíveis nosite da SBD (www.sbd.org.br). No dia25 de maio, a lista de aprovados,com as respectivas notas, será divul-gada. Também estará disponível nosite da SBD. Todos os aprovadosreceberão uma correspondência cer-tificando-os e, depois disso, poderãorequerer o Título de Especialista daSBD junto à AMB.

Os Drs. Guedes e Paulo Cunha da Comissão e Elisabete da Silva da Fesp

Ce rca de 15 mil pessoasassistiram ao 62º Con-g resso da AcademiaAmericana de Derm a t o-

logia, entre os dias 7 e 11 def e v e re i ro, em Washington. Para od i retor do Jornal da SBD, Dr.Jackson Machado-Pinto, o maiorevento da especialidade não apre-sentou grandes novidades aosd e rmatologistas. “O que maischamou atenção no Meeting foi aquantidade enorme de equipa-mentos oferecidos aos derm a t o l o-gistas. Houve pouca coisa denovas tecnologias, tanto em ter-mos de equipamentos, quanto demedicamentos e cosmecêuticos”,d e c l a rou.

Do Brasil, 184 dermatologistasparticiparam do evento. Entre eles,a Dra. Janine Miranda, que rece-beu a viagem como prêmio pelaprimeira colocação na prova deTítulo de Especialista em 2003. Foia sua estréia no congresso, o qualconsiderou muito completo. “Foium evento muito bem organizado,que ocorreu em um centro de con-venções bem localizado, amplo ecom excelente infra-estrutura paraos participantes. Quanto a partecientífica, destaco a diversidadedos temas abordados nos pôsters esimpósios, além do excelente níveldos palestrantes”. Para ela, asnovidades em relação ao tratamen-to da psoríase foram as que maislhe chamaram a atenção.

E para quem quiser se progra-m a r, o próximo congresso daAcademia Americana deDermatologia acontecerá entre osdias 18 e 22 de fevereiro de 2005,em New Orleans, Louisiana. A pro-gramação oficial e inform a ç õ e ssobre como fazer a inscrição podemser obtidas no site www.aad.org.

Os coordenadores dos departamen-tos de Laser, Cosmiatria e Alerg i aDermatológica – Dr. Alexandre Filippo,Dra. Dóris Hexsel e Dra. Ida Duarte, res-pectivamente – selecionaram algumasnovidades apresentadas em Washington:l Novos adesivos de silicone pre v i n e m

a formação de cicatrizes hipertróficas equelóides pós-trauma. Demonstrou-setambém que melhoram a coloração e tex-tura de cicatrizes pré-existentes. l Um novo derivado lipofílico do

ácido salicílico, o beta lipohidro x i á c i d o(BHA), demonstrou efeito benéfico no tra-tamento da acne, agindo nos queratinóci-tos foliculares e removendo os micr o c o-medões. l Foi lançado um complexo vitamínico

contendo Omega 3 e 6, ácido fólico, com-plexo B12, soja, ácido alfa lipóico, vitaminaA, vitamina E e Ultra Coenzima Q 10.Esses ativos auxiliam a melhorar a estru-tura da pele, a renovação de células e têmefeito antioxidante contra radicais livres. l Outra novidade são os serums e

cremes com vitaminas C e E, que confe-rem proteção adicional contra os raiosUV por inibirem o desenvolvimento dedímeros de timina, que se formam napele após exposição solar UV e podemcausar o câncer de pele.l Foi apresentado também que os

P o l i h i d roxiácidos (PHA) têm efeito similarao Alfahidroxiácidos (AHA), porém causammenos irritação cutânea, desconforto esensibilidade na pele. Estudos pre l i m i n a-res com alguns componentes do açúcar,como a N-acetylglucosamina, demonstra-ram que esses PHA têm significativos bene-fícios no tratamento do envelhecimento

cutâneo e são bem tolerados pela pele. l Terapia transdérmica: Nova tecno-

logia que auxilia na disponibilização desubstâncias ativas no local de ação. Difereda Iontoforese, pois funciona em um sópasso e em corrente contínua de polarida-de reversa, não ocorrendo mudança nopH. Desta forma, pode-se utilizar a micro-d e rmoabrasão antes do tratamento,melhorando ainda mais a penteraçãot r a n s d é rmica de substâncias ativas.l O estudo “Update on allerg e n i c

metals in cosmetics” demonstrou quepacientes alérgicos ao níquel e ao cobaltonão precisam evitar uso de cosméticos. Aquantidade encontrada é nula. Já omineral mica pode conter cromo. Assimaqueles com dermatite de contato aoc romo devem evitar mica.l Um aparelho de fototerapia dinâmi-

ca - LED (Light Emitting Diode) – apre s e n-tou resultados positivos na face e pescoço,com uma melhora da pele fotoenvelhecidae diminuição dos poros. Pode ser usadoem qualquer tipo de pele, sem desconfor-to e dor. Sua atuação é através da re m o-delação do colágeno. l Também foi demonstrado que o ALA

(ácido aminolevulínico), em solução tópicaa 20 %, aumenta a captação da luz. Comoa LIP (luz intensa pulsada) é uma luz dealta energia, ele potencializa esse pro c e d i-mento, aumentando o grau de descamaçãoda pele e sua intensidade no colágeno.Com isso, ele apresenta excelentes re s u l t a-dos em poucas sessões. Segundo o Dr.Filippo, esse trabalho é muito intere s s a n t e ,pois combate as lesões cancerosas da pelee ao mesmo tempo rejuvenesce, atingindoa pele do idoso, fotoenvelhecida.

Congresso americano reúne 15 mil pessoas em Washington

Congresso americano reúne 15 mil pessoas em Washington

Dra. Janine Miranda em Washington

Março / Abril - 2004JSBD l Ano VIII no 2 9

S B DJSBD l Ano VIII no 210

OSimpósio Internacional de Dermatitede Contato, que acontecerá nos dias21 e 22 de maio, no Centro de

Convenções do Hotel Jaraguá, em SãoPaulo “já está totalmente montado”, dea c o rdo com um dos org a n i z a d o res, Dr.Mário Cezar Pires. O evento é organizadopela Sociedade Brasileira de Dermatologia(SBD) em parceria com a SociedadeBrasileira de Alergia e Imunopatologia(SBAI), American Contact Derm a t i t i sSociety (ACDS) e a Korean Society forContact Dermatitis and Skin Allergy KoreanSociety for Contact Dermatitis and SkinA l l e rgy. “Temos cinco convidadosestrangeiros confirmados, dentre eles, oP residente da Sociedade Americana deDermatite de Contato, Dr. Antony Gaspari eo Presidente da Sociedade Coreana deDermatite de Contato, Dr. Hee Chul Eun.Contaremos ainda com as presenças do Dr.David Cohen, de Nova Iorque, da Dra.Margarida Gonçalo, de Portugal e da Dra.Íris Ale, do Uruguai” - afirma.

Segundo o Dr. Pires, estarão no eventoos principais nomes brasileiros em der-matite de contato e ocupacional no Brasil.“Será uma oportunidade de atualização eaprendizado a respeito do assunto, comvários experts participando” – conta. “Quemdesejar, também poderá participar de aulaspráticas, nas quais serão ensinadas técni-cas correta de elaboração de testes de con-tato” – finaliza Pires. Veja a programaçãocompleta do simpósio, no site da sbd:www.sbd.org.br

No dia 16 de abril acon-teceram os programasde Dermatologia Pe-

diátrica e Laser da EducaçãoMédica Continuada da SBD,durante o DermaRio, eventopromovido pela regional Riode Janeiro da SociedadeBrasileira de Derm a t o l o g i a .Cerca de 800 dermatologis-tas estiveram presentes.

De acordo com a coorde-nadora do departamento dePediatria da SBD, Dra.Francisca Carneiro, o enfo-que maior foi para aF o t o p roteção. Os médicosmais uma vez discutiram aimportância de alertar aospais que, para evitar o câncerde pele no futuro, um doscuidados fundamentais éproteger as crianças contraos efeitos do sol desde os seismeses de idade. A coordena-ção local ficou a cargo da

Dra. Ana Maria MoscaC e rqueira. Assuntos comoNevo melanocíto: conduta,Genodermatose: imobuloses,D e rmatoses neonatais eInfecções dermatológicas re-c o r rentes ou diagnósticoprincipal? foram apresenta-dos pelos especialistas a umaplatéia de médicos bastanteatenta.

Na EMC-D em Laserforam apresentados os resul-tados de tratamentos e pes-quisas recentes. De acordocom o Dr. Alexandre Filippo,um dos temas mais aguarda-dos foi sobre os efeitos doa p a relho Thermacool. Osprincipais nomes da áre aa b o rdaram os seguintestemas: laser básico, epilação,lesões pigmentadas e vascu-lares, patologias dermatológi-cas, rejuvenescimento e tec-nologias emergentes.

Educação Médica Continuada emPediatria e Laser no Dermario

O auditório lotou de dermatologistas

Dermatite de Contatoestará em pauta no

mês de maio

Março / Abril - 2004JSBD l Ano VIII no 2 11

C o n g resso da SBD: intensa programação científica

Ap rogramação científica do59º Congresso da SociedadeBrasileira de Dermatologia,

que acontece em setembro, emNatal, será intensa. Ao todo serão19 cursos práticos em vídeos, 15teóricos, 24 simpósios e seis ses-sões especiais. Para os interessa-dos em temáticas paralelas, aindaserão oferecidas 20 opções defóruns, 13 sessões`Tire suas dúvi-das`, além de 16 temas especiais.

“Como destaques das ativida-des planejadas para o Congresso,ressalto que pela primeira vezserão realizados os cursos práticosem vídeos. Esse recurso permitiráum maior número de participan-tes, além de facilitar a interativida-de com os palestrantes quanto àsa p resentações e discussões deresultados pós-procedimentos” –explica o presidente da ComissãoCientífica, prof. Pedro Trindade.

“Vale ressaltar a presença denomes expressivos entre os convi-dados estrangeiros. Eles terãocolaboração ativa em conferências,simpósios e temas especiais eacrescentarão, ainda mais, ao con-

teúdo científico do evento” - conti-nua. Os palestrantes estrangeirosque já confirmaram presença são:Diane Baker (EUA), Bern i c eKrafchik (Canadá), Leslie Bauman(EUA), Neil Prose (EUA), RonaldBrancaccio (EUA), James Baker(EUA), Bruce Thiers (EUA) eMartim Mihm Jr. (EUA).

“A indústria farmacêutica mar-cará presença não apenas na expo-sição comercial, como também naárea científica, através de 11 sim-pósios satélites. Nosso principalobjetivo é que todos aproveitem aoportunidade de compartilharnovos conhecimentos, aliados amomentos de confraternização ealegria” – finaliza Trindade. Quemquiser saber mais sobre o 59ºC o n g resso da SociedadeBrasileira de Derm a t o l o g i adeve acessar o link dispostona página da SBD(www.sbd.org.br) ou nave-gar direto na página doevento www.dermato-l o g i a e m n a -tal2004.com.br

Instalada há 11 anos na Av. RioBranco, centro do Rio deJ a n e i ro, a Sociedade Brasileira

de Dermatologia vai mudar de ende-reço. A idéia é transformar a SBDem um novo espaço, onde funciona-rá a estrutura administrativa, comc e n t ro de documentação e bibliote-ca, espaço cultural e auditório deeventos. A “Casa do Derm a t o l o g i s t a ”irá associar o principal objetivo daSBD – promover a especialidade – auma nova missão: buscar maiorintegração com o público leigo.

- Pela sua grandeza e importân-cia, a Casa do Dermatologista é onosso principal projeto este ano.P o d e remos prestar um atendimen-to de melhor qualidade, pois estare-mos mais próximos dos associadose do público leigo. Outro pontocapital é a criação do Museu doD e rmatologista, onde será possívelresgatar e preservar a memória danossa especialidade e mestre s .

O projeto da Casa está sendodesenvolvido em parceria com aFiocruz, através da Sociedade deP romoção da Casa de Oswaldo Cruz.No momento, a SBD está à pro c u r ade um imóvel no Rio de Janeiro queatenda à estrutura sugerida pelaFiocruz. A Casa deverá ter em torn ode 1000m2 , e deverá ser inauguradano próximo ano.

À procura de um novo

espaço

S B DJSBD l Ano VIII no 212

Movimento Nacional de Implantação da CBHPM

Brasília - O movimento denomi-nado "Alerta Médico" suspendeu oatendimento aos planos SulAmérica e até o momento não che-gou a um acordo, apesar de váriasreuniões com a seguradora.

Ceará - Os médicos decidiramsuspender o atendimento ao Bra-desco e à Sul América a partir de 1ºde maio, se não houver acordo.Cassi (Banco do Brasil) e Camed(Banco do Nordeste), ambas doGrupo Unidas, têm prazo de 45dias para negociar.

Espírito Santo - A Unimed sedispôs a implantar a CBHPM semv a l o res da UCO, desde que as nego-ciações sejam realizadas de form aindividual com os cooperados.

Goiás - Já existe um cronogra-ma envolvendo os planos Samed eGeap para implantação da Clas-sificação. O mesmo ocorre com aUnidas, devendo sua implantaçãofinal acontecer em janeiro de 2005.

Maranhão - Além das Unimedsde São Luís e Imperatriz, as entida-des médicas do Maranhão conse-guiram com que Unidas, Fundo deSaúde do Exército, Amil, Multiclí-nicas, Long Life e Medplan tambémassinassem compromisso de ado-ção da CBHPM.

Mato Grosso - No dia 22 de abrilhouve uma grande mobilizaçãoabordando Ato Médico e CBHPM.

Mato Grosso do Sul - Os orto-pedistas suspenderam o atendi-mento a seis operadoras em dezem-b ro e os urologistas, em março. Apartir de maio, caso não haja acor-do, outras especialidades tambémpoderão suspender o atendimento.

Minas Gerais - A Unidas fezuma proposta de adoção daCBHPM com redutor superior a20%, que foi rejeitada. Foi estabele-cido prazo até 30 de abril parafechar acordos com todas as opera-doras. Depois disso, pode haversuspensão no atendimento e des-credenciamento.

P a r á - As operadorasCooperativa Mista dos RodoviáriosFederais do Pará e do Amapá, VidaPlena, Top Saúde, SupermercadosLíder, Pró-Saúde, Amil e Saúde SãoBraz já adotaram a CBHPM.

P a r a í b a – A nova diretoria daUnimed do Estado desenvolve estu-dos para implantação da CBHPM.Em relação ao grupo Unidas, a pro-posta inicial - idêntica à form a l i z a-da ao Ceará - foi rejeitada. Foramenviados ofícios aos planos dandoprazo de 30 dias para aceitação daCBHPM e, caso não haja acord o ,haverá suspensão ao atendimento.

P a r a n á - A CBHPM foi enviadaaos órgãos competentes - MinistérioPúblico, Procon, Sociedades deEspecialidade e também às operado-

Da esq. para a dir.: Rubens dos Santos (secretário-geral do CFM), Edson de O. Andrade (presidente do CFM), Eleuses V. de Paiva (presidente

da AMB) e Edmund Chada Baracat (secretário-geral da AMB).

AAssociação Médica Brasi-leira (AMB) divulgou umrelatório (quadro abaixo)s o b re o andamento do

movimento nacional de implanta-ção da Classificação HierarquizadaBrasileira de Pro c e d i m e n t o sMédicos (CBHPM), durante a reu-nião que aconteceu no dia 24 demarço, em Brasília. Estavam pre-sentes no evento os presidentes erepresentantes de Federadas junta-mente com as diretorias daAssociação Médica Brasileira e doConselho Federal de Medicina.

A c re - Existe uma proposta daUnidas de implantação da CBHPM apartir de março com valor da consul-ta em R$33,60 e, a partir de abril, osp rocedimentos envolvendo a UCO.Quanto aos demais planos, se nãohouver acordo, os médicos pro m e-tem suspender o atendimento.

Alagoas - Os médicos suspende-ram o atendimento ao Bradesco e àSul América desde 30 de março,como parte da estratégia de mobili-zação nacional pela implantação daCBHPM.

Amazonas - Está prevista umaassembléia na Unimed para decisãosobre a CBHPM e na segunda quin-zena de abril a Comissão deHonorários se reuniu com oSindicato dos Hospitais para tam-bém debater o assunto.

B a h i a - Com 99% de adesão dacategoria, foram suspensos, desdeo dia 15 de março, o atendimentoaos planos Sul América eBradesco. No dia 5 de abril, osmédicos decidiram fechar contasno Bradesco e não renovar seguro scom a Sul América. Com apoio dedeputados, foi solicitada a abertu-ra de uma "CPI das Seguradoras" ea criação de um projeto de leigarantindo ao CRM a pre r ro g a t i v ade indicar valores de honoráriosm é d i c o s .

Março / Abril - 2004JSBD l Ano VIII no 2 13

ras de saúde. Foram rejeitadas asp ropostas da Assepas/Unidas, e emrelação à Fenaseg, a decisão daassembléia foi prestar atendimentosomente por reembolso a partir de 1ºde maio.

P e rn a m b u c o - O govern a d o rJarbas Vasconcelos sancionou a lei529/2004 que estabelece a listareferencial de honorários médicos.

Rio de Janeiro - Em assembléiaficou definido que a Central deConvênios deve assumir o compro-misso de trabalhar pela implanta-ção da CBHPM em todo o Estado.Os médicos rejeitaram, por unani-midade, a proposta da Unidas, porj u l g a rem que esta desrespeita aResolução do CFM que classificacomo vil qualquer valor praticadoabaixo da CBHPM.

Rio Grande do Norte - AComissão de Honorários atualmen-te negocia a CBHPM com 24 planos.

Rio Grande do Sul - Foi implan-tada a Central de Convênios do RioGrande do Sul, que, a partir deagora, dará início às negociaçõescom as operadoras de saúde.

R o n d ô n i a - Aguarda um pro n u n-ciamento do Unidas quanto à aceita-ção da CBHPM. Em relação ao siste-ma Unimed, foi criada uma Comissãod e n t ro da própria cooperativa com oobjetivo de implantar a CBHPM.

Santa Catarina - A pro p o s t anacional da Unidas foi rejeitada pelaComissão de Honorários que tambémjá realizou uma série de reuniões como sistema Unimed, sem, no entanto,obter resultados positivos.

São Paulo - A Comissão Regio-nal de Implantação da CBHPM daBaixada Santista espera fecharacordos com as operadoras a partirde 1o de maio e, para isso, solicitouapoio do Ministério Público.

Sergipe - Os médicos voltaram asuspender o atendimento às segu-radoras Bradesco, Sul América eUnibanco, entre outras. Continuamas negociações com Unidas, Nor-clínicas e Unimed. AMIC Nordeste eCohidro já adotaram a CBHPM apartir de abril.

* Balanço atualizado em 22/04/2004

OConselho Federal deMedicina (CFM) lançou nodia 25 de março, no Rio de

J a n e i ro, o livro “O Médico e seuTrabalho”, baseado na pesquisas o b re Qualificação, Trabalho eQualidade de Vida do Médico, feitacom mais de 14 mil médicos detodo o país pela Internet. Durantetodo o ano de 2002 até março de2003, o CFM, a Associação MédicaBrasileira (AMB), os ConselhosRegionais de Medicina e asSociedades de Especialidadesdisponibilizaram os questionáriosem suas homepages. Os médicosforam indagados sobre caracterís-ticas demográficas, form a ç ã op rofissional, participação científi-ca, mercado de trabalho, orien-tação e participação sóciopolítica,

além de atitudes frente à vida e av a l o res humanos.

De acordo com a pesquisa, 65%estão satisfeitos com a pro f i s s ã o ,apesar de apenas 8% dos médicost e rem remuneração acima deR$12 mil reais por mês. Para teruma melhor condição financeira,os médicos trabalham em média70 horas por semana. No entanto,apenas 2% dos médicos form a d o snão estão colocados no mercado detrabalho - o que justifica a pro c u r ados vestibulandos para a área. Arelação candidato vaga chega a serde 1 para 125 nas principais facul-dades do Brasil. O livro “O Médicoe seu Trabalho” apresenta osresultados de todo o país. Emb reve serão lançados os re s u l t a d o sda pesquisa por re g i ã o .

Om i n i s t ro da Educação, Ta r s oG e n ro, anunciou no dia 10 demarço a pro r rogação por mais 60

dias da moratória para abertura de novoscursos de Medicina. O anúncio aconteceudurante a reunião do Conselho Nacionalde Saúde e atende ao pedido de re p re s e n-tantes de entidades de classe, entre elas,o Conselho Federal de Medicina e aAssociação Médica Brasileira.

O ministro pretende criar um novomodelo de regulação das instituições deensino.

"Não se trata de preconceito contra oensino ou uma atividade que coíba a ins-talação de novos cursos", afirmou om i n i s t ro. A suspensão dos re g i s t ros paranovos cursos da área da saúde haviasido determinada no ano passado. Hoje,no Ministério, 617 pedidos de novos cur-sos aguardam avaliação.

A Associação Médica Brasileira(AMB) e o Conselho Federal de Medicina(CFM) publicaram um estudo intitulado"Abertura de Escolas de Medicina noBrasil: relatório de um cenário sombrio"que avalia a relação entre número de

Suspensão da abertura de novas escolas médicas

escolas médicas existentes pelas regiõesdo país, o número de médicos formadosanualmente e a qualidade do ensino ofere-cido. Foi constatado que o Brasil tem umnúmero excessivo de faculdades, além dee s t a rem mal distribuídas. Outro dadorelevante é que enquanto a OrganizaçãoMundial de Saúde recomenda a existênciade um médico para atender mil habitan-tes, no Brasil há uma média de um médi-co para cada 622 habitantes.

De acordo com o documento, as entida-des médicas entendem que a falta de fisca-lização e de critérios bem definidos de ava-liação dos cursos gera a formação de pro-fissionais despreparados, com graves riscosà atenção da saúde da população. Elesdefendem o Projeto de Lei 65/03, de auto-ria do deputado Arlindo Chinaglia (PT- S P ) ,que prevê suspensão de abertura de novoscursos por um período de dez anos. Paraeles esse é o tempo necessário para o cor-reto acompanhamento dos cursos já exis-tentes. Leia, na íntegra, a carta das entida-des médicas endereçadas aos ministros daEducação, Tarso Genro e Saúde, HumbertoCosta, no s i t e da SBD (www.sbd.org . b r ) .

CFM lança resultado da pesquisa “O Médico e seu Trabalho”

S B DJSBD l Ano VIII no 214

NovoEstatuto da SBD é registrado

em cartório

Foi registrado, no dia 3 demarço de 2004, no Cartóriode Registro Civil de Pessoa

Jurídica (RCPJ) do município doRio de Janeiro, o novo Estatutoda Sociedade Brasileira deDermatologia. O documento foiaprovado pelo Conselho Delibe-rativo da SBD e ratificado pelaúltima Assembléia Geral reunidaem Vitória, em setembro do anopassado.

O Estatuto em vigor foi modi-ficado para adaptar-se às exi-gências do novo Código Civil. Asprincipais mudanças re s u m e m -se, basicamente, em ser de com-petência exclusiva da Assem-bléia Geral a aprovação de con-tas, alterações no Estatuto e adestituição, em casos pre v i s t o s ,do presidente e do vice-pre s i d e n-te. No novo documento, constatambém que a Assembléia Geralé a instância final em julgamen-tos de processos de associados.

Por conseqüência, ficaramdefinidas quais são as infraçõesestatuárias e qual a sanção pre-vista para cada uma delas. A ínte-gra do Estatuto está disponível nosite da instituição, confira(www.sbd.org.br).

Inaugurado no fim de março, ochat da SBD está funcionan-do com grande participação

dos associados. Já foram re a l i z a-das duas sessões, sobre isotre t i-noína e procedimentos de re j u v e-nescimento da pele. Os pro f e s s o-res Sebastião Sampaio e DórisHexsel foram os primeiros convi-dados da sala de bate-papo, quefica na área restrita aos associa-dos no site da SBD.

As diversas experiências como uso da isotretinoína foram atônica do bate-papo com o Pro f .Sampaio, no dia 24 de março. Eleconversou com os associadoss o b re a indicação da substânciapara o tratamento da acne, ro s á-cea, xero d e rma pigmentoso e,até, fotoenvelhecimento.

- É uma forma de EducaçãoMédica Continuada. Foi muitoi n t e ressante participar, colaborar econhecer a opinião e a experiênciade outros dermatologistas com ai s o t retinoína – disse o convidado.

Os associados comentaram apublicação de uma matéria narevista Veja apresentando a isotre-tinoína como alternativa paramelhorar o fotoenvelhecimento dapele. O assunto dividiu as opiniõesno chat. Para os Drs. Celso Sodrée David Azulay, essa não é umaboa opção. “Eu acho um absurd ousar para fotoenvelhecimento”,disseram os derm a t o l o g i s t a scariocas. Já a Dra. Maria EsterCafé, de Minas Gerais, admite oseu uso. “A melhora varia com ograu do fotoenvelhecimento, e sóuso a medicação oral em casosmais intensos e bem selecionados,pois a tendência do mercado éempurrar esta droga como salva-

ção da pele envelhecida”, afirm o u .A relação entre a substância e a

d e p ressão também foi abord a d a .Para o Professor Sampaio, o trata-mento pode ser administrado dea c o rdo com a gravidade da acne.“ Tenho usado isotretinoína empacientes tomando antidepre s s i v o se já tratei dois doentes com esquizo-f renia. Naturalmente, com o conhe-cimento do psiquiatra”, alertou.

Já no encontro sobre pro c e d i-mentos minimamente invasivosno rejuvenescimento, a Dra. DórisHesxel comentou sua prática clí-nica em peelings, pre e n c h i m e n-tos, toxina botulínica entre outro sassuntos. Para atender à grandeparticipação dos associados, elacontou com o apoio das Dras.Rosemari Mazzuco e Taciana Dal’F o rno, do Departamento deCosmiatria da SBD.

Os participantes também tro-caram opiniões sobre novos pro-dutos e tratamentos de manchas.Segundo a Dra. Dóris, uma opçãopara os casos de melasmas maisresistentes é o uso de peelingssuperficiais e da luz intensa pul-sada. Mas todos os participantesreforçaram a necessidade de opaciente proteger-se do sol paraum resultado positivo.

A íntegra das discussões estãodisponíveis na seção “O Asso-ciado”, no site da SBD –w w w . s b d . o rg . b r. Para acessar oconteúdo do chat, o derm a t o l o g i s-ta deve entrar na área restrita como número do CRM. Para os quenavegam pela primeira vez, asenha padrão é 12345. Acessandoo cadastro, é recomendável que ousuário faça a alteração para umasenha pessoal.

Site promove troca de experiência entre

dermatologistas

Março / Abril - 2004JSBD l Ano VIII no 2 15

AA Sociedade Brasileira deDermatologia programou umCurso de Atualização em

Psoríase, sob a coordenação do Dr.Bernardo Gontijo, em parceria como laboratório Roche. O programa édividido em seis módulos de aulas,com previsão de início em maio etérmino em novembro de 2004. Oprojeto inclui a elaboração de fol-ders e cartilhas para os participan-tes, sobre cada bloco de estudo.Recentes pesquisas demonstramque a psoríase é uma doença auto-imune da pele e em 30% dos casoshá relatos de antecedentes familia-res. A SBD formou um grupo comos principais especialistas nadoença para ministrar as aulas edisseminar informações. Partici-pam os doutores Silvio Marques,Maria Denise Takahashi, NilceoMichalani, Tânia Cestari, Gladys A.Martins e Lúcia Arruda.

As aulas serão gravadas em vídeoe estarão disponibilizadas no site daSBD para os associados quites comas anuidades. Estima-se que 2% dapopulação mundial sofrem com adoença. Alguns médicos até confes-sam não encarar com a mesmadesenvoltura os portadores de psoría-se, em relação aos outros pacientes,por motivos compreensíveis: sabe-seque, além da genética e do estre s s e ,vários fatores podem desencadear ouagravar a moléstia, como irritações na

SBD oferece curso de reciclagem sobre psoríaseDoença atinge 2 % da população mundial

pele, infecções de garganta, baixaumidade do ar e uso de certos medi-camentos. Esse conjunto de fatore s ,muitas vezes, dificulta o acerto ime-diato da melhor indicação de trata-mento para o enfermo. Resultado: opaciente fica cansado ou desconfiadoe acaba abandonando o tratamento.O reverso da moeda é o especialistap e rder o estímulo no combate à doen-ça por ser crônica e de difícil controle.

O curso pretende discutir asdiversas situações, apresentar pes-quisas e propor opções de trata-mentos. “É importante que o der-matologista procure todas as infor-mações possíveis sobre os variadosfatores que ocorrem na vida coti-diana de seu paciente, bem como

os nomes de todos os remédios queele costuma tomar”, diz GladysCampbell, do Ambulatório dePsoríase do Hospital Universitáriode Brasília. O projeto inclui nofuturo a implantação de centros dereferência de tratamento da doençaem alguns serviços credenciadosda SBD, distribuídos por todo oPaís. “A Roche está bastante entu-siasmada em poder oferecer aosassociados da SBD o Curso deAtualização em Psoríase. O cursofoi elaborado por dermatologistasde renome da área, com o objetivode levar informação científica dequalidade aos associados” - afirmaAline S. Buerger, gerente médica dalinha dermatológica da Roche.

MÓDULO 1: início 20/05/04DR. SILVIO MARQUES (BOTUCATU/SP):Conceito psoríase, Epidemiologiae Patogênese

MÓDULO 2: início 25/06/04DRA. MARIA DENISE TAKAHASHI(SÃO PAULO/SP):Clínica e Diagnóstico diferencialDR. CELSO SODRE (RIO DEJANEIRO/RJ)Tratamento tópico

MÓDULO 3: início 29/07/04DR. NILCEO MICHALANI

(SÃO PAULO/SP) Histopatologia

MÓDULO 4: início 01/09/04DRA. IDA DUARTE (SÃO PAULO/SP)Fototerapia DRA. GLADYS A. MARTINS(BRASÍLIA/DF)Tratamento sistêmicoMÓDULO 5: início 07/10/04DRA. LÚCIA ARRUDA (CAMPINAS/SP)Qualidade de vida em psoríase Importância da relação médico-paciente

Curso de Atualização em Psoríase

S B DJSBD l Ano VIII no 216

Departamentos

C o n f o rme já foi alertado no Jornal da SBD, o Departamento de Laser temrecebido queixas dos usuários de laser de todo o Brasil. De acordo com o chefedo departamento, Dr. Alexandre Filippo, as principais reclamações são emrelação às firmas de manutenção dos aparelhos. “Devido aos altos custoscobrados para a manutenção e a grande demora em consertá-los, os médicosacabam tendo grandes prejuízos” – afirm a .

O departamento realizou o cadastro dos usuários de laser pelo site daSBD. Agora, o chefe solicita aos médicos que conheçam firmas ou técnicos –com alta qualidade, preços competitivos e rapidez - que enviem os nomesdeles para a realização de um cadastro. “O objetivo é divulgar para os der-matologistas, o que facilitará a realização de outros orçamentos, e não deixá-los nas mãos dos poucos que monopolizam o mercado. Caso tenham essesnomes, enviem para mim pelo e-mail [email protected]. A SBD está sensívelàs reclamações e vai ajudar aos colegas a resolver este problema” – fala Fillipo.

Laser

Nos tempos atuais, em que adisputa do mercado profis-sional é bastante acentua-

da, é comum observar ênfasedada pelo médicos à publicidadede seu consultórios e clínicas,divulgando sua atividade e osserviços por ele executados.

E n t retanto, em muitas oca-siões, estes anúncios ferem nãosomente a ética, mas também acompostura e até o bom gosto, atudo substituindo por uma ânsiadesenfreada de angariar pacientea todo custo e a todo preço.

Já é muito falado que diversoscolegas dermatologistas estãoesquecendo as próprias raízes denossa especialidade – o diagnósti-co e tratamento das moléstiascutâneas pela estética; agora deveser enfatizado o perigo do aban-dono dos princípios DO CÓDIGODE ÉTICA MÉDICA pela propa-ganda enganosa e descontrolada.

Contra isso devemos nosp recaver e orientar aqueles que,por inexperiência ou afoiteza,c o m e t e rem algum deslize nestes e n t i d o .

Ética em questão

PublicidadeMédica

Antônio Carlos Bastos Gomes *

O Dr. Roberto Azambuja, coord e-nador do departamento de Derm-atologia Integrativa, ressalta que arelação mente x pele ganha cada vezmais espaço nos congressos derm a t o-lógicos e na prática diária. “Um núme-ro crescente de especialistas buscaf o rmação em áreas que possam com-plementar a medicina acadêmica. Norecente meeting da AcademiaAmericana de Dermatologia, várioseventos trataram desse assunto”. ADra. Núbia Maia Rossetti, que estevep resente, relata as atividades a seguir:

Fórum de Medicina Psicocu-tânea, coordenado por RichardFried: o fórum chamou a atençãopara a necessidade de identificarpacientes que necessitam de inter-venção psicocutânea, para os bene-fícios desta intervenção, assimcomo para a necessidade de consi-derar os fatores psicocutâneos pre-cipitantes e exacerbadores de doen-ças no diagnóstico diferencial dasdoenças da pele e, também, paraincorporar técnicas e planos de tra-tamento para conduzir esses casos;

Grupo de discussão: Coor-denado por Thelda Kestenbaum,teve como objetivo apreciar a altap revalência dos Tr a n s t o rn o sObsessivo-Compulsivos e se fami-liarizar com seu tratamento;

Sessão de discussão no desjejums o b re compaixão e cuidados: mostro u

que a prática da medicina, hoje, levaa esquecer que é uma profissão comcaracterísticas de cuidar. Modos sim-ples de incorporar mais compaixãona prática dermatológica e como od e rmatologista pode encontrar maissatisfação e felicidade na sua práticadiária. Em outra sessão, PhilipShenefelt expôs a hipnose como tera-pêutica auxiliar e estimulou os der-matologistas a procurar obter tre i n a-mento na área, pois, embora sujeita alimitações, pode ser excelente auxiliarem certas situações;

Fórum sobre estresse, sistemanervoso e imunidade cutânea: coor-denado por Richard Granstein, colo-cou em evidência fatos científicosrecentemente descobertos como aregulação da função das células deL a n g e rhans pelos neuropeptídios, opapel do sistema nervoso na re g u l a-ção dos mastócitos, estudos clínicoss o b re os efeitos do estresse na pele,possibilidades de novos tratamentosdas dermatoses inflamatórias me-diadas por neuro i n f l a m a ç ã o .

O Dr. Azambuja ressalta aindaque no 59º Congresso Brasileiro daSociedade Brasileira de Derm a t o l o g i a ,que acontece em setembro na cidadede Natal, o departamento de Derm a-tologia Integrativa realizará um cursos o b re psicodermatoses e um simpósios o b re doenças psicocutâneas e aplica-ções clínicas.

Dermatologia Integrativa

* Presidente da Comissão de Ética e Defesa

Profissional da SBD

Março / Abril - 2004JSBD l Ano VIII no 2 17

Gilhar A, Ullmann Y, Karry R,Shalaginov R, Assy B, SerafimovichS, Kallsh RS. Ageing of HumanEpidermis: The role of Apoptosis,Fas and Telomerase. Br J Dermatol150(1):56-63, 2004

A apoptose é um pro c e s s oativo de morte celular causadopor ativação de um programa desuicídio que depende de energia.A homeostase da epiderme éregulada por apoptose e diferen-ciação terminal. A epiderme enve-lhecida é caracterizada por altera-ções morfológicas que incluemretificação da junção dermo-epi-dérmica e diminuição da espessu-ra. Partindo dessas premissas, osautores tinham como objetivo adeterminação dos papéis da proli-feração, apoptose, Fas (CD95),Fas ligand (FasL) e telomerase nafisiopatologia do envelhecimentoda epiderme. Para tal, estudarama epiderme humana de 14 indiví-duos idosos (idade média de 70,7anos) e 14 jovens (idade média23,4 anos) através de histopatolo-gia, imunohistoquímica, ensaiopara apoptose por deoxiuridinatrifosfato mediada por deoxinu-cleotidil transferase terminal ePCR por transcriptase re v e r s apara determinar a espessura dae p i d e rme, proliferação (Ki67),apoptose, expressão de Fas eFasL, e a atividade da telomerase.A pele envelhecida estava associa-da a afinamento da epiderm e ,proliferação diminuída e apoptoseaumentada sob a camada granu-losa. Essas alterações estavamassociadas com expressão epidér-mica aumentada de Fas e FasL. Aatividade da telomerase apresen-tava-se semelhante nos dois gru-pos. Os autores concluem que aapoptose mediada por Fas e FasL,e uma proliferação diminuídapodem ter um papel nas altera-ções da epiderme humana duran-te o processo de envelhecimento.

Coluna elaboradapelo diretor doJornal da SBD, Dr. JacksonMachado-Pinto.

Clube de RevistasServiços Credenciados

Santa Casa deMisericórdia do EspíritoSanto

"Diferente de outros locais, oServiço de Dermatologia da SantaCasa de Misericórdia de Vitória(ES) realiza mensalmente aCampanha de Prevenção eTratamento do Câncer da Pele”,fala a Dr. Lucia Martins Diniz.Sob a coordenação do ProfessorJoão Basílio de Souza Filho e aparticipação de pro f e s s o res dedermatologia, alunos dos 5º e 6ºanos da Escola de Medicina -EMESCAM, realizam consultasd e rmatológicas, cirurgias det u m o res, biópsias, crioterapia.“Absorvemos uma demanda depacientes descendentes de euro-peus, com grande tendência aocâncer da pele” - afirma. Outrainovação é que, a partir de março,foram iniciadas as atividades noambulatório de pré-câncer. Lá ospacientes que se submeteramanteriormente aos tratamentos decâncer da pele, ou com caracte-rísticas de pele fotolesada, sãoacompanhados.

Hospital do FundãoO Serviço de Dermatologia da

Universidade Federal do Rio deJ a n e i ro (Hospital do Fundão),chefiado pela Dra. Márcia Ramos-e-Silva, divulga as teses deMestrado e Doutorado que foramdefendidas em março:

1. Distribuição tecidual dos den -drócitos dérmicos no líquen planoo r a l Tese de Mestrado emD e rmatologia Dra. Ana LíbiaCardozo Pereira.Orientadoras: Profas. Marc i aRamos-e-Silva e Tullia CuzziBanca examinadora: ProfessorasSueli Carn e i ro, Regina Sche-chtman, Mayra RochaelDefesa: 10/03/2004

2. Reticulo-histiocitoses: estudo

clínico, histopatológico e imuno -histoquímico de vinte e um casos.Tese de Doutorado em Derma-tologia, Dr. Flavio Barbosa LuzO r i e n t a d o r a s : P rofas. Marc i aRamos-e-Silva e Mayra RochaelBanca examinadora: ProfessoresAbsalom Filgueira, Neide Kalil-G a s p a r, Carlos Basílio deOliveira, Tullia Cuzzi, SueliCarneiroDefesa: 15/03/2004

3. Estudo da expressão das que -ratinas 10, 14 e 16 na ceratoder -mia marginal das palmas (Ra-mos-e-Silva, 1957)Tese de Doutorado em Derma-tologia, D r. Marcius AchiaméPeryassúO r i e n t a d o re s : P rofs. AbsalomFilgueira, Gerson Cotta-PereiraBanca examinadora: ProfessoresM a rcia Ramos-e-Silva, MayraRochael, Rene Garrido Neves,Leninha Valério do Nascimento,Sueli CarneiroDefesa: 22/03/2004

4. Expressão das citoqueratinas10, 13, 14 e 19 no líquen planooral. Tese de Mestrado emD e rmatologia Dr. M a rc i u sAchiamé PeryassúO r i e n t a n d o : D r. Claudio deMoura Castro JaquesO r i e n t a d o r a s : P rofas. Marc i aRamos-e-Silva e Tullia CuzziDefesa: 29/03/2004Banca examinadora: ProfessoresAbsalom Filgueira, Célio Abdalla,Pedro Briggs

Santa Casa de BeloHorizonte

De acordo com o chefe da der-matologia da Santa Casa deMisericórdia de Belo Horizonte,Dr. Jackson Machado-Pinto, nodia 1º de maio haverá o encontroanual, a realizar-se em um hotelfazenda, próximo à cidade deOliveira.

A comunidade derm a t o l ó-gica aguardou ansiosa pelasegunda edição do congre s s obi-anual realizado pela Regional Rio de Janeiro da SBD”, afirma o pre s i d e n-te Dr. Abdiel Figueira. “No evento foi possível a atualização nas difere n t e sá reas de atuação desta especialidade: dermatologia clínica, cirúrgica, doen-ças tropicais e cosmiatria” - continua. O Dermario aconteceu nos dias 16 e17 de abril, no Hotel Sheraton. Cerca de 800 especialistas participaram daEducação Médica-Continuada em Dermatologia Pediátrica e Laser. O des-taque especial do evento foi a mesa-redonda sobre Dermatoses da PeleNegra. “Depois de tanta ciência, o Congresso foi encerrado com "Uma noitena gafieira", ao som da Orq u e s t r aTabajara, em um espírito bem cario-ca” – finaliza Dr. Abdiel.

S B DJSBD l Ano VIII no 218

Brasília Rio de Janeiro

R e g i o n a i s

Nos dias 26 e 27 de março, foirealizada a 1ª reunião científicapresidida pelo Dr.Gilvan FerreiraAlves, no Hotel Merc u re, emBrasília. Cerca de 70 dermatolo-gistas marcaram presença noevento. “Todos os participantesmostraram-se satisfeitos com ostemas apresentados e a oportu-nidade de atualização de conhe-cimentos oferecida pela re g i o-nal”, afirmou.

E n t re os palestrantes convida-dos destacaram-se o Presidente daSBD Nacional, Dr. Marcio Ruto-witsch e a coordenadora do Depar-tamento de Cosmiatria da SBD,Dra. Doris Hexsel. “Buscare m o ss e m p re oferecer aos associadosnovas oportunidades de re c i c l a-gem de conhecimentos e trocas deexperiências. Esperamos contarcom a presença de todos os cole-gas nos nossos próximos eventos”– ressalta Dr. Gilvan.

Espírito SantoSerá realizada en-

tre os dias 20 e 22 demaio, a XVII JornadaCapixaba de Der-matologia, em Vitó-ria. A presidência doevento coube a Dra.Maria Helena Les-queves Sandoval. Asua equipe elabo-rou uma pro g r a-mação mesclada de assun-tos importantes e atuais como“Ética, Relacionamento e Mídia”,a p resentada pelo Dr. RobertoD´Ávila, membro do CFM.Também será discutido o tema“ Tendências Atuais doMelanoma” e a “Estética naGravidez”. Os interessados emoutras informações devem tele-fonar para (27) 3337.1577.

Dr. GilvanAlves e Dra.Dóris Hexsel

D i retoria realiza 1ª jornada da gestão

No dia 2 de abril foi reali-zada a XXXIV Jornada Goianade Dermatologia que teve a“participação expressiva dosd e rmatologistas de Goiás,com 80 participantes”, deacordo com a presidente daregional, Dra. Lia de Castro.

Goiás

Março / Abril - 2004JSBD l Ano VIII no 2 19

Santa Catarina

Para a coordenadora científi-ca da XIII Jornada Sul Brasileirade Dermatologia, Ana MariaTc h o rnobay, realizada nos dias18, 19 e 20 de março, em Foz doIguaçu “foi cumprida a funçãode atualizar e estimular a tro c ade experiências e o congraça-mento entre os profissionais dostrês estados do sul e convidadosde outras regiões do país”.

Para a coordenadora, os pon-tos de destaque deste eventoforam: a conferência do profes-sor Lúcio Bakos sobre Melanoma– situação atual no Brasil; ainclusão do módulo de EMC-Dsobre Papilomavírus no formatode mesa redonda multidiscipli-n a r, contando com a partici-pação do infectologista Dr. ClóvisArns da Cunha e Dr. NewtonSérgio de Carvalho, ambos deCuritiba, além dos professoresAntônio Carlos Guedes e OmarLupi Santos e a mesa redondasobre “Cosmiatria do homem edermatoses masculinas de difíciltratamento”, temas ainda poucoexplorados nas reuniões. “Aequipe local encabeçada pelo Dr.Nei Afonso Chassot está deparabéns” – resume.

A primeira mulher de Santa Catarina a ingressar na dermatologia, Dra.Maria Carmem de Souza Santos Berber, foi homenageada pelo pre s i d e n t eda regional, Dr. Vicente Pacheco Oliveira, no dia 5 de fevere i ro, dia do der-matologista. Nos dias 5 e 6 de março foi realizada a I Jornada Catarinensede Dermatologia, na cidade de Brusque, com as participações dos pro f e s-s o res Mauro Yoshiaki Enokihara e Marina Emiko Yagima Odo.

O presidente da RegionalSergipe, Emerson Ferreira daCosta, informou que além doprograma de Educação MédicaContinuada, que se re a l i z aatravés das reuniões c l í n i c a smensais, a SBD-SE pro m o v e unos dias 22, 23 e 24 de abril a VIJ o rnada Sergipana de Der-matologia. “O tema foiD e rmatologia e a sua interf a c ecom a Pediatria e a Ginecologia”- finaliza.

XIII Jorn a d aSul Brasileira de

D e rmatologia

São Paulo

Curso reuniu profissionais na capital paulista c a rga horária foi dobrada em relação a2003. Quarenta temas foram discuti-dos em quatro módulos: Recursosdiagnósticos em dermatologia - com aparticipação da equipe médica do labo-ratório Fleury -, Atualização em tera-pêutica na Clínica Der m a t o l ó g i c a ,Atualização em Cirurgia Derm a t o-lógica e Dermatologia Cosmética ba-seada em evidências. Todos os pales-trantes são pro f e s s o res altamenteenvolvidos com seus temas.

Em 23 e 24 de abril aconteceu nohotel Maksoud Plaza, em São Paulo, ocurso de Terapêutica e Atualização emD e rmatologia, já em sua segunda edi-ção. “No ano passado, a procura foibastante grande e este ano re s o l v e m o saumentar o espaço” - acrescenta aDra Bogdana Victoria Kadunc, pr e s i-dente da SBD-Resp. O curso enfocoua atualização com uma vasta r e c i c l a-gem dos temas mais importantes dad e rmatologia atual. E para isso a

Paraná

Sergipe

No dia 15 de maio acontecerá o II Curso de Terapêutica Der-matológica organizado pela Regional Minas Gerais. Entre os temas queserão abordados estão: Conduta terapêutica em queimaduras,Dificuldade terapêutica na pitiriase versicolor recidivante, Uso deantifúngico na gestação, no aleitamento e na infância, Imiquimod eMitos e verdades sobre pre e n c h e d o res. Maiores informações podem seradquiridas na secretaria pelo telefone (31) 3247. 1627, com a srta. Alba.

Minas Gerais

S B DJSBD l Ano VIII no 120

O Dr. Nelson Proença, 72, foi co-editor dos Anais Brasileiros deD e rmatologia da SBD na década de70. Também presidente da Asso-ciação Paulista de Medicina e daAssociação Médica Brasileira. A

e n t revista dele ao Jornal da SBD éuma pequena mostra da sua impor-tante atuação profissional. Ele ro g apor mudanças no cenário da derm a-tologia brasileira e diz que essa é umat a refa para os jovens. Leia a seguir:

JSBD l Ano VIII no 220

JSBD - O senhor sempre foiatuante, inclusive presidiu a As-sociação Paulista de Medicina etambém a Associação Médica Bra-sileira. De quais avanços a classepode se org u l h a r ?

Dr. Proença - Durante dez anosme dediquei às associações médicas.Lutamos para implantar a Tabela deHonorários Médicos da AMB, visandoassegurar ao médico uma remunera-ção condigna. Conseguimos implan-tá-la nacionalmente, fazendo desapa-recer as centenas de tabelas queeram antes utilizadas. Passadosalguns anos, sob pressão dos contra-tantes de serviços médicos, dos maisdiversos planos de saúde, foi baixadauma resolução de órgãos federaisque proibiu a utilização da Tabela daAMB. Lutamos também para impedira multiplicação ilimitada de novasescolas médicas, o que conseguimospor mais ou menos dez anos.Infelizmente, sob pressão dos empre-sários de universidades privadas,houve uma liberação geral e passa-mos de 75 para 115 faculdades demedicina.

JSBD – Como avalia o sr. avalia oSistema Único de Saúde (SUS)?

D r. Pro e n ç a – A criação doSistema Único de Saúde foi umdesastre, praticamente acabou comos serviços públicos existentes. Hoje,está completamente municipalizadoe vive à míngua, dependendo princi-palmente de recursos municipais.Fomos derrotados em todas essasquestões, vitais para que pudésse-mos oferecer uma medicina de bompadrão de atendimento à população,bem como para que pudéssemosassegurar ao médico condições ade-quadas para seu exercício profissio-

nal. Temos muito a lamentar e quasenada para nos orgulharmos.

JSBD - E em relação aos espe-cialistas em dermatologia, como osenhor avalia o campo de atuação?

Dr. Proença - O número de der-matologistas cresceu assustadora-mente nos últimos anos, penso que atéacima da capacidade de absorção pelom e rcado de trabalho. Para exemplifi-c a r, re c o rdo que há apenas 30 anos,em cada turma de 100 alunos, tínha-mos no máximo um ou dois candida-tos à residência em Derm a t o l o g i a .Atualmente são dez a quinze port u rma! Acredito que esse fato só nãore p e rcutiu negativamente exatamentep o rque um grande número de novosespecialistas se dirigiu para a área deestética. Mas está na hora de dar umbasta para o excesso de vagas nasresidências, estágios e cursos de espe-cialização, que estão formando maisde 300 novos colegas, na especialida-de, todos os anos. Preciso destacar quenão estou falando em causa própria,pois tenho boa clínica e já estou com72 anos. Falo pensando nos jovens,que poderão sofrer amarga decepçãocom seu exercício pro f i s s i o n a l .

JSBD - Responda, por favor,qual a importância da SBD no cená-rio médico brasileiro?

Dr. Proença - A SBD é uma enti-dade que cresce em importância e em

re p resentação, merecendo todo oapoio dos dermatologistas brasilei-ros. Sua presença no campo da atua-lização científica é hoje insubstituívele isto só tende a se afir m a r, aindamais. Esta atualização, indispensávelpara nossa vida profissional diária,tem sido assegurada não só pelosexcelentes congressos nacionais,mas também pela atuação dinâmicadas Regionais. Nossos Anais nãoestão ainda indexados, o que é umalástima, pois seu conteúdo já justifi-ca sua aceitação pela comunidaded e rmatológica internacional. Os últi-mos Presidentes, tanto da nacionalcomo das regionais, têm-se pr e o c u-pado cada vez mais com a re p re s e n-tação da especialidade, no cenáriomais amplo do mundo médico e dasociedade, em geral. Esta re p re s e n t a-ção se dá sob forma de uma partici-pação ativa na discussão dos gran-des problemas que afetam aMedicina Brasileira, inclusive daque-les que anunciamos acima, semprecom proposta de soluções. Consideroimperioso apoiar o trabalho da SBDem todos os seus campos de atuação.

Para term i n a r, eu não gostariaque tomassem minhas palavras comomanifestação de pessimismo em re l a-ção ao futuro da medicina e de nossaespecialidade, no Brasil. Nada disso.Eu acho que é necessário encarar def rente os problemas que foram apon-tados, pois é urgente tomar m o smedidas que efetivamente modifi-quem o cenário atual, abrindo pers-pectivas melhores para o futuro .P a rece-me evidente que isto é umat a refa que necessita muito mais daparticipação dos jovens do que denós outros, que já estamos a quasemeio século militando na Der-matologia. q

E x p r e ss õ e s d a D e r m at o l o g i a

Nelson Proença