Jornal da Arquidiocese | nº 209 | fevereiro de 2015

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Jornal da ARQUIDIOCESE FEVEREIRO DE 2015 FLORIANÓPOLIS, nº 209 Carnaval cristão retiro para os dias de festa | 11 2015 Ano da Vida Consagrada | 2 Comunidade Bethânia o abraço como auxílio | 12 CAMPANHA DA FRATERNIDADE: UMA IGREJA SERVIDORA Cursos na FACASC conheça e se inscreva | 5 Abba Pai central de voluntariado | 11 > > > > >

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Transcript of Jornal da Arquidiocese | nº 209 | fevereiro de 2015

Jornalda

ARQUIDIOCESEFEVEREIRO DE 2015FLORIANÓPOLIS, nº 209

Carnaval cristãoretiro para os dias de festa | 11

2015Ano da Vida Consagrada | 2

Comunidade Bethâniao abraço como auxílio | 12

CAMPANHA DA FRATERNIDADE:UMA IGREJA SERVIDORA

Cursos na FACASCconheça e se inscreva | 5

Abba Paicentral de voluntariado | 11

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É hora de recomeçar!

Nos caminhos de Francisco

Ano da Vida Consagrada

Nas redes

Leitor amigo, em janeiro você acompanhou a edição especial de verão, com matérias produzi-das para quem passa as férias em Santa Catarina. Neste mês já iniciam os trabalhos em muitas fren-tes pastorais da Arquidiocese, como você vai ler nas próximas páginas.

A Escola Diaconal concluiu a formação de 28 candidatos ao diaconato permanente. O ano for-mativo dos seminaristas começa em fevereiro. Na FACASC está aberta a inscrição para os cursos de extensão, como o de Teologia para Lideranças.

Na Quarta-feira de Cinzas tem início a Quares-ma e a Campanha da Fraternidade 2015 que este ano aborda o tema “Fraternidade: Igreja e Socie-dade”. Uma das ações concretas da CF é a Coleta Nacional da Solidariedade que acontece sempre no Domingo de Ramos. Este ano será no dia 29 de março. Trata-se de um gesto real de partilha, amor e conversão feito em todo país, nas comunidades, paróquias e dioceses. O Arcebispo Dom Wilson fala exclusivamente da campanha deste ano e o livreto dos Grupos Bíblicos em Família também en-tram em sintonia com o tema.

Leia a reportagem especial sobre a Comuni-dade Bethânia, em São João Batista, que tem na acolhida a força para ajudar na recuperação dos adictos do álcool e das drogas.

Entre em contato conosco e envie suas suges-tões e opiniões: [email protected]

Excelente leitura!

O Papa Francisco procla-mou 2015 como o “Ano da Vida Consagrada”. A abertura aconteceu no primeiro domin-go do Advento, 30 de novem-bro de 2014. O encerramento será na Festa da Apresentação do Senhor, no dia 02 de feve-reiro de 2016.

No mundo existe aproxi-madamente 1,5 milhão de re-ligiosos e religiosas. São mais ou menos 2 mil institutos, con-gregações, ordens e institu-tos seculares. O Ano da Vida Consagrada foi convocado no contexto da celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II. Os ensinamentos do Concílio sobre a vida religiosa estão no documento Perfectae Carita-tis e no capítulo VI da Lumen Gentium. Estes conteúdos fo-ram estudados no Sínodo dos Bispos sobre a vida religio-sa, em 1994. Disso resultou a exortação apostólica Vita Con-secrata, que apresenta o ensi-namento da Igreja sobre a vida consagrada.

O Papa Francisco convida

os religiosos a olhar o passa-do com gratidão, a abraçar o futuro com esperança para viver o presente com paixão. A vida consagrada é um ele-mento constitutivo do povo de Deus. Constitui a dimensão carismática da Igreja. Através dos carismas dos movimentos e congregações, tantas vezes o Espírito Santo revitalizou a caminhada dos cristãos. Os religiosos vivem o seu carisma em comunhão com a Igreja e no serviço à humanidade. O carisma de cada congregação mostra uma particularidade da pessoa de Cristo. Cada família religiosa vivendo o seu caris-ma torna Cristo mais conheci-do na Igreja e acolhido de for-ma mais integral.

A vida consagrada passa por um momento de crise. As vocações diminuíram significa-tivamente. Há dificuldade na continuação de várias obras por causa da diminuição do número de religiosos. O ideal de vida religiosa que atraía um número expressivo de jovens

e era vivido como um alegre desafio, hoje parece não ter o mesmo poder de atração. Assim, as congregações reli-giosas que tanto bem fizeram para a Igreja e a sociedade, passam por um momento de dificuldade.

Papa Francisco convida toda a Igreja para, juntos com os religiosos, refletir em pro-fundidade sobre o momento da vida consagrada. Que ela continue a ser sinal de comu-nhão na Igreja e no mundo.

2 Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

opinião

Dom Wilson Tadeu Jönck,scj

Quantas pessoas inocentes e quantas crianças sofrem no mundo! Senhor, dai-nos a vossa paz.

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@pontifex_pt

Celebração pela beatificação da doutora Zilda Arns

“Mais do que merecido, pessoa santa”!

Lauro Alves, na página do facebook da Arquidiocese

Lançado site brasileiro para JMJ Cracóvia 2016

Entrevista com Dom Azcona e Dom Alberto durante o 35º Renasem

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC,

Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de

Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller

CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech,

Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, A. Carol Denardi, Fernando Anísio Batista,

Jean Ricardo Severino, Lui Holleben, Olga Oliveira

JORNALISTA RESPONSÁVEL: A. Carol Denardi (SC 01843-JP)

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Lui Holleben

Quando de Roma vi esta catástrofe, senti que tinha que vir aqui. Muitos de vós per-deram tudo. Eu não sei o que vos dizer. Permaneço apenas em silêncio, acompa-nho-vos com o meu coração em silêncio.

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1º de janeiro, no twitter

17 de janeiro, às vítimas do furacão Haiyan, nas Filipinas

A família é o maior tesouro de um país. Trabalhemos todos por defender e revigorar esta pedra angular da sociedade.

216 de janeiro, no twitter

Quantas vezes esquecemos de nos concentrar naquilo que verdadeiramente conta! Esquecemo-nos de que somos filhos de Deus.

418 de janeiro, no twitter

REVISÃO: Roberson PinheiroCOORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa

TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense

EMAIL: [email protected] e [email protected]: www.arquifln.org.br

FACEBOOK: Arquidiocese de FlorianópolisAssessoria de Comunicação

Que o Senhor nos envie o Espírito

de verdade e nos guie rumo a uma maior caridade e

unidade.

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23 de janeiro, em um encontro ecumênico entre

católicos e luteranos

partiucracovia.com.br

O Bispo da prelazia do Marajó, Dom José Luiz Azcona, e o Arcebispo de Belém (Pará) e assistente eclesiástico da RCC Brasil, Dom Alberto Taveira, concederam entrevista para a

assessoria de comunicação da Arquidiocese de Florianópolis.

Durante a manhã desta terça-feira, foi lançado um site brasileiro para a próxima Jornada Mundial da Juventude,

que acontecerá em 2016: o Partiu Cracóvia!

Não se pode fazer a guerra em nome de Deus.521 de janeiro, em uma audiência geral arquifln.org.br

3Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

#compartilha

Prof. Carlos Martendal

EscadaÉ preciso aprender a subir e é necessário saber

descer. A subida não pode fazer-nos orgulhosos nem a descida há de se transformar em tristeza.

Sejamos humildes numa e noutra situação. E não esqueçamos que aqueles que encontramos

descendo quando estávamos subindo poderão ser os mesmos que encontraremos subindo quando

estivermos descendo.

LiberdadeO amor liberta na medida em que a gente

se faz oferenda.

CaminhoPara quem não sabe para onde vai, qualquer cami-nho serve! E quantos, infelizmente, seguem os que

não sabem para onde vão... E acabam indo para um precipício... Ao contrário, como escreveu Antoine

Saint-Exupéry, “o mundo inteiro se abre quando vê passar uma pessoa que sabe aonde vai”!

PerseguiçãoComo é bom ser perseguido pela graça de Deus...

AssobioO assobio do meu pai era sempre um convite à

alegria, ao encontro! O Senhor também assobia para nós, e de muitas formas: o remorso, as inquietações,

as dificuldades... tudo isso é convite para voltar ao seu encontro, à sua alegria, à vida plena!

RenúnciaA autoridade que renuncia perde a autoridade, mas o cristão que renuncia a si mesmo, ganha-a. Porque

fala pela vida que leva!

Renasem supera expectativa de público na capital

Retalhos do CotidianoCandidatos ao diaconato chegam ao final de mais uma Escola Diaconal

Os candidatos ao diaconato da 15ª turma da Escola Diaconal São Francis-co de Assis concluíram a formação com missa celebrada pelo Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, no dia 24 de ja-neiro. A celebração aconteceu na Igreja do Pronvincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis. Concele-braram sacerdotes da Arquidiocese e de outras dioceses do Estado.

Em seguida, os 28 candidatos ao diaconato participaram da formatura no auditório. Foram quatro anos de estudo. “É uma vocação estar a serviço, uma tarefa que o Senhor nos confiou para ajudar na evangelização”, comentou o Diác. Lino Dalpiaz, da Diocese de Join-ville, coordenador do Regional de Diá-conos do Estado.

Para Ori de Souza, da Paróquia Se-nhor Bom Jesus de Nazaré, de Palhoça, “o amor pela liturgia me atraiu ao diaco-nato, como a caridade e a parte social da Igreja”.

No discurso que encerrou a formatu-ra, o diretor, Pe. Valter Goedert, lembrou que dos 328 candidatos que passaram pela Escola Diaconal, 210 foram orde-nados diáconos. “Quero agradecer a Deus em primeiro lugar que na sua pro-vidência jamais nos faltou. Sou grato às lições de amor fraterno”, destacou.

A ordenação dos futuros diáconos da Arquidiocese será no dia 20 de ju-nho, às 15h, no Centro de Evangeliza-ção Angelino Rosa (CEAR), em Gover-nador Celso Ramos.

De 12 a 16 de janeiro aconteceu no Colégio Catarinense, em Florianópolis, a 35ª edição do Renasem – Retiro Na-cional de Seminaristas, promovido pelo Ministério para Seminaristas da Re-novação Carismática Católica (RCC). Participaram 312 pessoas entre semi-naristas, diáconos, padres e bispos. O pregador foi o bispo da Prelazia do Marajó, Dom José Luiz Azcona.

Esta edição ficou conhecida como “Renasem da Ressurreição”, em me-mória ao seminarista catarinense Luiz

Gustavo Eccel, morto em um grave aci-dente em Palmas (TO), quando prepa-rava o Renasem do ano passado.

Paralelamente ao Renasem ocorreu o retiro nacional de sacerdotes e diáco-nos da RCC, tendo como pregador, o Arcebispo de Belém (Pará) e assistente eclesiástico da RCC Brasil, Dom Alber-to Taveira.

O próximo Renasem acontecerá em Natal, Rio Grande do Norte, em janeiro de 2016.

Mudança no episcopado catarinense

No dia 22 de fevereiro, às 15h, no Sisos Hall, em Criciúma, acontece a ordenação episco-pal de Monsenhor Onécimo Al-berton, nomeado Bispo de Rio do Sul pelo Papa Francisco. E no dia 15 de março ele celebra missa que marca o início do ministério pastoral na Catedral São João Batista, em Rio do Sul, às 15h.

No oeste catarinense, Dom Odelir José Magri tomou posse como bispo da Diocese de Cha-pecó no dia 1º de fevereiro. Ele

era bispo da Diocese de Sobral, no Ceará.

Já o atual Bispo da Diocese de Tubarão, Dom João Francis-co Salm, será também o Admi-nistrador Apostólico da Diocese de Blumenau, vacante com a nomeação de Dom José Negri como Bispo de Santo Amaro (SP). Ele já foi apresentado ofi-cialmente na Catedral de Blu-menau no dia 25 de janeiro, quando celebrado o dia do pa-droeiro, São Paulo Apóstolo.

A Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC) abre o ano com novidades. Estão abertas as inscrições para os Cursos de Teologia para Lideranças. A FACASC promove os seguintes cursos de extensão: Canto e Mú-sica Litúrgica I, Bíblico-Catequético I e Teologia I. Além disso haverá dois cursos de especialização. No primeiro semestre, sobre Família e Evangelização; no segundo, sobre Apocalíptica e Apocalipse. As aulas serão na FA-CASC, às segundas-feiras, das 19h30 às 22h, nos me-ses de março a novembro.

Para 2015 também estarão disponíveis as inscrições para os cursos de pós-graduação em Comunicação e Evangelização; Doutrina Social da Igreja na realidade brasileira; Estudos Bíblicos; Juventude, Religião e Cida-dania.

Aberta a inscrição para os cursos na FACASC

4 Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

#compartilha

No dia 20 de fevereiro acontece a instalação da Forania Florianópolis Centro-Sul. A Celebra-ção Eucarística acontece na Catedral de Floria-nópolis, às 20h.

Também nesse dia, na Catedral, tem início a novena em honra a Nossa Senhora do Desterro que segue até 28 de fevereiro. A missa de aber-tura será presidida pelo Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, scj.

Nossa Senhora do Desterro é a padroeira de Florianópolis e a data oficial em homenagem a ela é 17 de fevereiro.

Novena em honra à padroeira de Florianópolis

Padres se preparam para o primeiro retiro do ano

Ano formativo dos seminaristas inicia em fevereiro

O seminário é o espaço necessário para o dis-cernimento da vocação sacerdotal. Os primeiros passos acontecem através do Grupo de Orientação Vocacional (GOV), do Seminário Menor e do Prope-dêutico.

A Igreja procura oferecer aos candidatos uma formação que envolva as seguintes dimensões: hu-mano-afetiva, comunitária, espiritual, intelectual e pastoral-missionária. O seminário é um processo de cultivo, discernimento e amadurecimento.

Seminário MenorO Seminário Menor Metropolitano Nossa Senho-

ra de Lourdes é o lugar dos primeiros anos da for-mação. É o local especial para cultivar a vocação. Está localizado em Azambuja, Brusque. Os destina-tários são os jovens vocacionados do ensino médio.

Tem como meta o aprofundamento da vocação cristã, o desenvolvimento da vocação presbiteral e os estudos preparatórios ao seminário maior.

Neste ano os nove seminaristas iniciam as ativi-dades no dia 05 de fevereiro. Estudarão no Colégio João Becker.

Para as crianças e adolescentes que pensam em ingressar no seminário acontecerão dois encon-tros do Grupo de Orientação Vocacional, com local ainda a definir, nos dias 02 de maio e 27 de junho. Além disso, acontecerá o Encontrão Vocacional em Azambuja, no dia 15 de novembro.

Fone para contato: (47) 3396-6276 / 3351-4992.

Seminário PropedêuticoEsse período é um tempo de preparação huma-

na, cristã, intelectual e espiritual para os candida-tos ao seminário maior. O ingresso no propedêutico deve ser precedido por um processo de discerni-mento vocacional e o tempo de duração é um ano.

O Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch está localizado na Ponta de Baixo, em São José (Casa Santa Maria). Os seminaristas prope-dêutas iniciam as atividades no dia 11 de fevereiro.

Para ingressar no propedêutico, os encontros vocacionais para os jovens que estão no terceiro ano do ensino médio ou já completaram serão rea-lizados na Casa Santa Maria. Estes serão conduzi-dos em forma de retiros vocacionais e acontecerão nas seguintes datas: 03 de maio, 07 de junho, 06 de setembro, 04 de dezembro, 31 de outubro e 1º de novembro.

Fone para contato: (48) 3259-5591.

Seminário de Filosofia O seminário maior de filosofia está localizado

também em Azambuja, Brusque. Nesta etapa in-gressam aqueles já concluíram o seminário menor ou o propedêutico. Os estudos filosóficos têm dura-ção de três anos e representam um dos elementos constitutivos da formação.

As atividades da filosofia começam no dia 15 de fevereiro. Neste ano serão 27 seminaristas, 21 da Arquidiocese de Florianópolis e seis da Diocese de Tubarão. Estudarão na Faculdade São Luiz, no cen-tro de Brusque.

Fone para contato: (47) 3396-6276 / 3351-4992. Seminário de TeologiaO seminário maior de teologia, chamado Conví-

vio Emaús, está localizado em Florianópolis. Nesta etapa ingressam aqueles que já concluíram o estu-do da filosofia. Os estudos teológicos têm duração de quatro anos e são realizados na Faculdade Ca-tólica de Santa Catarina (FACASC).

O estudo da teologia busca desenvolver uma consciência aprofundada dos mistérios da fé cristã, para orientar a vida e o ministério do futuro presbí-tero.

As atividades da teologia iniciam na Quarta-feira de Cinzas, 18 de fevereiro. Neste ano serão 13 se-minaristas, 10 da Arquidiocese de Florianópolis e três da Diocese de Tubarão.

Fone para contato: (48) 3234-4443.

OrdenaçãoDepois dos estudos teológicos seguem o está-

gio pastoral, a ordenação diaconal e a ordenação presbiteral. “Neste ano nos seminários da Arqui-diocese de Florianópolis teremos 49 seminaristas. Que nossas paróquias e comunidades continuem atentas ao convite do Mestre de pedir ao Senhor da messe que envie mais operários. É preciso rezar pelas vocações e apoiar nossos seminaristas”, dis-se Pe. Alcides Albony Amaral, orientador espiritual do curso de filosofia do Seminário de Azambuja.

Em meio aos ruídos do mundo, alguns padres da Arquidiocese se retiram para fazer uma experiência especial de encontro com Deus. De 09 a 12 de feve-reiro acontece o primeiro retiro dos presbíteros, tendo como local o Recanto Champagnat, Morro da Lagoa, em Florianópolis.

Terá como pregador o Arcebispo de Maceió, Dom Frei Antonio Muniz Fernandes. O retiro também é aberto aos padres religiosos.

Dom Frei Antonio Muniz Fernandes

Os quatro seminários da Arquidiocese já estão preparados para receber os 49 vocacionados

Murillo – Fuga para o Egito Museum of Fine Arts, Budapeste

Cursos de Teologia para Lideranças 2015

Inscrição: até 02 de março, das 08h às 16hValor da inscrição: R$ 80,00 (com direito à

assinatura da revista Encontros Teológicos para 2015)

Taxa de investimento: R$ 80,00 mensais (durante nove meses de aula)

Informação: (48) 3234-0400 ou pelo email: [email protected]

A 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de 2014, aprovou, por unanimi-dade, a realização do Ano da Paz. Teve início no primeiro domingo do Advento, 30 de novembro de 2014, e encerra-rá no Natal de 2015.

Entre diversos elementos que justificam tal decisão está o aumento da violência em to-dos os níveis nas pequenas e grandes cidades brasileiras. As atitudes do Papa Francisco na promoção da paz também servem de inspiração para essa decisão. Basta lembrar a realização da vigília pela paz na Praça São Pedro, no dia 07 de setembro de 2013, e a ora-ção na Mesquita em Istambul na viagem feita a Turquia, de 28 a 30 de novembro.

Na abertura do Ano da Paz, o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, expli-cou que esse tema no país pode auxiliar na reflexão sobre os motivos que produzem vio-lência: “Um ano da paz pode nos ajudar a refletir sobre o porquê da violência e a neces-sidade da paz. Mas também busca, junto às nossas comu-nidades, momentos onde as pessoas possam expressar que desejam viver em harmo-nia e fraternidade”, afirmou.

O Brasil é um dos países mais violentos do mundo, com alta taxa de homicídios, aci-dentes automobilísticos, sem contar outras expressões da violência como a moral, sexual e social. Segundo a Organiza-ção Mundial da Saúde, o Brasil ocupa a 11ª maior taxa de ho-micídios do mundo.

Não existe apenas uma causa que gera violência; são várias situações. No entanto, a falta de uma cultura da paz é o elemento central, gerador de toda violência.

Na Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, Papa Francisco ressalta que en-quanto não se eliminarem a ex-clusão social e a desigualdade dentro da sociedade, e entre os vários povos, será impos-sível erradicar a violência que, venenosamente, consome vidas, mata sonhos e atrasa avanços.

O Ano da Paz pode ser vivido e celebrado de dife-rentes formas nas paróquias, comunidades e grupos. Não se trata de grandes eventos, mas debates e encontros que promovam a disseminação de uma cultura da paz, contra as diversas formas de violência, em seus diferentes graus e es-tágios.

Comunidade, lugar da fraternidade 2015: um ano dedicado à paz

5Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

nossa fé

Em seu último docu-mento, Gaudium et Spes, o Concílio Vaticano II (1962-1965) expressou de modo claro a relação que existe entre a missão própria da Igreja e a responsabilida-de que ela tem de cola-borar com a sociedade. A Campanha da Fraternida-de deste ano celebra os 50 anos da conclusão do Concílio e retoma a cami-nhada dessa nova relação entre Igreja e mundo.

Serviço, diálogo e cooperação

Novas palavras e atitu-des marcam a relação da Igreja com o mundo e a sociedade. Servindo-se da metodologia ver-julgar-a-gir, os membros da Igreja procuram conhecer o mun-do em suas luzes e som-bras, analisar a sociedade à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja e apontar sugestões práticas para transformar a realidade, de modo que

nosso mundo e sociedade se tornem sinal da comu-nhão definitiva no Reino de Deus.

Sinais dos tempos e conversão pastoral

O Documento 100 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), – “Comunidade de comu-nidades: uma nova paró-quia. A conversão pasto-ral da paróquia” – situa o lugar das comunidades no serviço à sociedade. A Igreja não existe para dentro, mas para fora; não existe para si, mas para os outros. Toda comunida-de, grande ou pequena, encontra seu sentido no serviço, no diálogo e na cooperação com a socie-dade. Diz o documento: “O Concílio Vaticano II propõe o diálogo na relação da Igreja com a sociedade. Assim, a Igreja é chamada

a reconhecer os sinais dos tempos, pois a história é rica em sinais da presença de Deus. O Concílio des-tacou a pastoral e a ação evangelizadora da Igreja para que esta seja sinal de Cristo no mundo” (n. 9).

Dignidade humana, bem comum e injustiça social

Assim, a comunidade cristã deve estar sempre atenta aos desafios postos pela sociedade, acolhê-los como questionamentos que o Senhor nos coloca, dispor-se a resolvê-los na linha da promoção da vida e da dignidade humana, do bem comum e da jus-tiça social. A comunidade cristã é semente do mun-do novo, é germe da nova sociedade, é instrumento da fraternidade universal, é sacramento do Reino de Deus.

Fernando Anísio BatistaPe. Vitor Galdino Feller

CF 2015 intensifica diálogo entre Igreja e sociedadeCampanha abre discussão sobre as necessidades do próximo e convida o povo a ajudar quem precisa

6 Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

capa

Servir significa estar a serviço de alguém, ser servo, basicamente, ser útil. Estar de pron-tidão para ajudar na sociedade, na economia, política, cultura, Igreja, na família, junto aos mais necessitados. A Campanha da Fraterni-dade (CF) deste ano aborda o precioso ensi-namento de Jesus sobre o servir, o estar em constante estado de missão em favor do próxi-mo. A fé sem obras é morta, ensina a carta de São Tiago (Tg 2,17). Fé necessita tocar no ser humano, gerar vida. O cristão batizado assu-mir a esta missão de ser luz do mundo e estar a serviço do outro.

A Campanha da Fraternidade 2015 busca refletir, meditar e rezar a relação entre Igreja e sociedade. O tema desta edição é “Fraternida-de: Igreja e Sociedade” e o lema “Eu vim para servir!” (cf. Mc 10,45).Tem por objetivo geral aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, pro-postos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edifi-cação do Reino de Deus.

O Papa Francisco disse na Exortação apos-tólica Evangelli Gaudium: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fe-chamento e comodidade de se agarrar às pró-prias seguranças. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comu-nidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida”.

“A CF desse ano é uma ocasião para re-tomar os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericor-diosa, samaritana”, afirmou o secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner.

Essa campanha pretende encontrar novos métodos e atitudes na missão da Igreja de Cristo de levar a Boa Nova a cada pessoa e à sociedade. “Atuar profeticamente, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para o desenvolvimento integral da pessoa e na construção de uma sociedade justa e soli-dária”, segundo cita um dos objetivos específi-cos do texto-base organizado pela CNBB.

Sentido do cartaz da CF 2015O cartaz traz o Papa Francisco lavando os

pés de uma pessoa na Quinta-feira Santa de 2014. Segundo o texto-base da Campanha da Fraternidade, “a Igreja atualiza o gesto de Jesus Cristo ao lavar os pés dos discípulos. O lava-pés é expressão de amor capaz de le-var a pessoa a entregar sua vida pelo outro. É com esse amor que todo ser humano é ama-do por Deus em Jesus Cristo. Ao se entregar à morte na cruz e ressuscitar, como celebra-se na Páscoa, Jesus leva em plenitude o ‘Eu vim para servir’” (cf. Mc 10,45).

A Igreja Católica, através das comunida-des, participa das alegrias e tristezas do povo brasileiro. O Concílio Vaticano II veio iluminar a missão evangelizadora da Igreja. Evangeli-zar pelo testemunho, no diálogo com as pes-soas e a sociedade. No diálogo, a Igreja está a serviço de todas as pessoas. Neste servir, ela participa da construção de uma socie-dade justa, fraterna e pacífica. No serviço, a Igreja edifica o Reino de Deus.

Coleta Nacional da SolidariedadeUma das ações concretas promovidas

pela Campanha da Fraternidade é a oferta de doações em dinheiro na coleta da solidarie-dade. Trata-se de um gesto real de partilha, amor, conversão e fraternidade, feito em todo país, nas comunidades cristãs, paróquias e dioceses. Neste ano, a coleta nacional da so-lidariedade será no dia 29 de março, Domin-go de Ramos.

Os valores recebidos na coleta da so-lidariedade, com ou sem envelope, são en-caminhados à Diocese. Do total arrecadado, a Diocese deve encaminhar 40% ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), administra-do pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os outros 60% permanecem na Arquidiocese para atender projetos locais pelos Fundos Arquidiocesanos de Solidarie-dade (FAS).

Os recursos são destinados preferencial-mente a projetos que atendem aos objetivos propostos pela Campanha da Fraternidade 2015.

Doações para o Fundo Nacional de Soli-dariedade da CNBB, destinados aos projetos sociais, podem ser efetuados na seguinte conta, durante todo ano de 2015:

2004Água, fonte de vida

2005Felizes os que promovem a paz

2006Levanta-te, vem para o meio!

2007Felizes os que promovem a paz

2008Escolhe, pois, a vida

2009A paz é fruto da justiça

Cartazes e lemas da CF nas últimas 11 edições:

Coleta da Solidariedadep/ quem desejar depositar

Caixa Econômica Federal, Agência 3248 – Conta Corrente – 08056-0

Enviar comprovante do depósito para e-mail: [email protected] Contato: (48) 3224-8776

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Jornal da Arquidiocese: A Campanha da Fra-ternidade traz algo atual no contexto social para ser debatido. O que o lema quis abordar?

Dom Wilson: O objetivo principal é chamar atenção para algo muito importante. A Igreja está presente na sociedade e recebe influência dela, mas também influencia a sociedade. Há uma rela-ção muito importante entre a sociedade como um todo e a fé dos cristãos. A presença da Igreja no mundo deve tornar o mundo melhor. O importante nessa CF é mostrar que a Igreja sempre esteve presente, atuou na sociedade. Não no sentido de buscar poder político, mas no sentido de servir a sociedade.

A Igreja sempre esteve presente muito forte na assistência aos doentes, por exemplo. O hospital é uma criação da Igreja. O Estado passou a se preocupar há cerca de 50 anos, e há 2000 anos a Igreja cuida dos doentes.

Um outro campo onde a Igreja sempre este-ve presente foi na educação. Pense um pouco o que seria da educação no Brasil sem a presença da Igreja? Se hoje a Igreja fechasse as escolas, a educação no país entraria num “curto circuito”.

O principal da Igreja é que a pessoa de fé quer o bem comum, e isso exige atitudes políticas que tornem a sociedade melhor. Essas atitudes serão sempre apoiadas pela Igreja. Se olharmos hoje, a Igreja sempre esteve envolvida com os menos fa-vorecidos. Quando houve a questão da AIDS, por exemplo, a primeira instituição que organizou um trabalho para exames foi a Igreja.

Algumas coisas evoluíram na questão da saú-de, pois não trabalhamos apenas recebendo os doentes, mas também na prevenção da saúde. A Pastoral da Saúde é uma inovação por tratar das pessoas, lidar com recursos da natureza em vista da saúde, a fitoterapia.

A entrada na política também é importante, pois é através disso que temos uma grande influência de como a sociedade deve viver. Não só atender necessidades, mas traçar planos. Por isso a Igreja insiste na participação em conselhos políticos: co-munitários, da saúde, do idoso, do adolescente. A

Igreja deve estar ali dentro para ser presença cris-tã. Vida cristã não é só eu e Deus. Esse eu e Deus me obriga a olhar para o lado e lutar pelo bem es-tar do próximo. Nisso consiste o amor ao próximo.

JA: A CF traz a questão missionária. Papa Fran-cisco fala sobre sair de uma Igreja de conservação para uma pastoral missionária. Onde o senhor vê que a Arquidiocese pode chegar com essa Cam-panha?

DW: A Conferência Nacional dos Bispos do Bra-sil (CNBB) nos traz as cinco urgências. E uma de-las é exatamente a “vida para todos”. Outra urgên-cia é ter uma missão permanente. O Documento de Aparecida fala sobre sair da mera conservação para uma Igreja missionária. A mera conservação seria uma Igreja cuidando de suas celebrações internamente. O Papa tem insistido que isso aco-moda, apodrece, conforta, deixa doente. A pessoa tem que sair para fora, tem uma missão a construir perante a sociedade. Se nós vivermos o amor para o outro, construiremos uma sociedade melhor.

Ser missionário é sair. Sair da sacristia, sair de onde estamos para o meio da sociedade e torná-la melhor. A presença do cristão deve fazer diminuir a violência, a droga, os necessitados.

JA: O plano pastoral da Arquidiocese fala so-bre a caridade. Como a CF pode ser aproveitada para trabalhar esta frente?

DW: Já existem muitas alternativas na Dioce-se. Temos a ASA (Ação Social Arquidiocesana) presente em todas as 70 paróquias, por exemplo. Muitas tem atendimento a pessoas que precisam de comida, roupa, assistência, crianças que ne-cessitam de maior atenção. São essas coisas que sustentam a sociedade. A Igreja não é única, mas eu diria que é a principal força. A CF insiste: onde tiver uma iniciativa boa, a Igreja vai apoiar.

JA: Como vai ser trabalhada a Campanha da Fraternidade nas paróquias?

DW: A Campanha propõe a reflexão do conte-údo. Tomar consciência que temos papel na so-ciedade. Temos que ler, refletir, até para entender historicamente a percepção que a Igreja sempre teve. Uma vez tomada essa consciência, cada comunidade vai entender quais serão suas ações, ver as necessidades, onde se devem incrementar as atividades.

JA: Quais são as maiores necessidades da Ar-quidiocese, onde a Igreja pode estar mais presen-te?

DW: Como falei, a política é uma presença não suficiente. Além disso, Florianópolis e arredores tem uma população de rua que está sendo aten-dida. Se faz um bom trabalho, especialmente com

o Instituto Pe. Vilson Groh. Mas, às vezes, na co-munidade se vai perguntar onde pode achar uma casa de acolhimento, muitas vezes não se sabe, pois não se tem uma consciência disso.

Além disso, os idosos estão aumentando con-sideravelmente. As famílias tem menos gente e muito idoso ficando em casa o dia todo, as vezes até na cama. Temos que nos organizar no sentido de dar atenção a esses idosos, sobretudo os mais necessitados, pois se trata de um contato humano. Estamos pensando qual é a melhor forma, pois os asilos estão todos cheios. O Governo se preocu-pa com excelência, mas acaba sendo um entrave. Qual o idoso ou a família que consegue pagar R$ 4.000 (quatro mil reais)? As pessoas começam a

ser desencorajadas diante disso.

Outra proposta que está surgindo será a de fa-zer um asilo tipo creche. Durante o dia se acolhe, de noite fecham. Seria um custo menor. Atenderia uma boa parte da população.

JA: A CNBB promove a coleta da fraternida-de como um dos gestos concretos da Quaresma. Qual a importância da coleta desse ano?

DW: A finalidade é sempre a mesma. A coleta tem um significado dentro da campanha, ou seja, deve ser fruto do espírito com o qual se vive a Qua-resma. A coleta é feita toda para fins sociais, ou seja, 40% vão para as obras da CNBB nacional e 60% fica para a Arquidiocese. Então, constituem-se os fundos nacional e diocesano de solidarieda-dede. A partir disso, desenvolvem-se projetos so-ciais. Na Arquidiocese são 20 ou 30 projetos que se fazem a partir desses fundos. Uma pessoa é encarregada disso e as paróquias e comunidades apresentam os projetos. Há todo um regulamento de como aplicar esse dinheiro.

Viver o amor e sair de si são algumas das dicas do Arcebispo para a Campanha da Fraternidade 2015

2009A paz é fruto da justiça

2010Economia e Vida

2011Fraternidade e a Vida no Planeta

2012Fraternidade e saúde pública

2013Eis-me aqui, envia-me!

2014É para a liberdade que

Cristo nos libertou

O Arcebispo da Arquidiocese de Florianó-polis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, concedeu entrevista para jornalistas sobre a Campanha da Fraternidade 2015 que tem como tema “Fra-ternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir!” (cf. Mc 10,45).

A mesma entrevista também foi concedia para a Revista A Palavra, de Brusque, e o Jornal Voz do Divino, de Santo Amaro da Imperatriz.

Neste início de Quaresma lemos na Bíblia alguns textos inspiradores para aprofundarmos nossa vivência cristã. Em tempos que se buscam mais e mais realizações exteriores, a ponto de muitos não reservarem mais momentos para si, seus familia-res e sua comunidade, a Palavra de Deus convida a uma revisão. E o faz com sua característica intensidade.

As leituras da Quarta-feira de Cin-zas mostram o sentido: buscar com ousadia a interioridade, mesmo em meio aos compromissos cotidianos e profissionais. As realizações visí-veis e valorizadas abram caminho para as escondidas e, muitas vezes, desvalorizadas. Tal é a disposição de abrirmo-nos à presença divina, voltando-nos para Ele de todo o co-ração.

O próprio Jesus nos convida e conduz ao Seu encontro, na oração viva e pessoal, em nosso quarto, no mais íntimo de nosso ser: os elogios não nos alcançam. Uma conversa sincera abre nosso interior à mi-sericórdia e à consolação divinas. Levam-nos a abandonarmos a rou-

pagem velha tecida somente pelo público, de ideias, posturas, senti-mentos e ações.

“Como mudaria o mundo se cada um de nós começasse já a cuidar se-riamente de si próprio e a cuidar ge-nerosamente da sua própria relação com Deus e com o próximo; se olhás-semos para o outro, especialmente o mais necessitado, com olhos de bon-dade e de ternura como Deus olha para nós, nos espera e nos perdoa; se encontrássemos na humildade a nossa força, o nosso tesouro”, diz o Papa Francisco.

Correspondamos ao olhar divino para conosco e encorajemo-nos! Acumulemos o tesouro da humildade e da ternura para restaurar a relação com Deus e com o próximo. A Pa-lavra de Deus insiste que agora é o momento favorável, agora é o dia da conversão. Ele nos ouve neste tempo e nos ajuda a recomeçarmos. Senhor Jesus, converte meu coração!

Pe. Isaltino Dias, Vigário na Paróquia São Judas Tadeu

e São João Batista, Ponte do Imaurium, Palhoça

Família unida na Palavra

Esse salmo é um dos salmos “históricos” do saltério, como o são o Sl 78 e o Sl 106. Diferentemente desses, porém, não faz ne-nhum aceno aos pecados e à infidelidade do povo. Seus primeiros 15 versículos, de um total de 45, são integralmente citados pelo Cronista (1Cr 16,8-22) como sendo o cântico com o qual Asaf e seus irmãos, por ordem de Davi e a seu exemplo, “deram graças” ao Senhor no dia da entronização da Arca em Sião. Notar igualmente que seu primeiro versículo é citado literalmente no meio do “cântico de libertação” que conclui a primeira parte do livro de Isaías (Is 12,1-6: cf v. 4).

Quanto ao conteúdo, é interessante compará-lo com o salmo que precede, o Sl 104, que celebra a ação de Deus na cria-ção, enquanto este Sl 105 o celebra na his-tória. É, aliás, o que faz BenSirá, o Sirácida,

na última parte do seu livro, constituída de um longo hino a Deus: primeiro, exaltando-o pela obra criadora (Eclo 42,15—43,33) e, a seguir, pela história do seu povo (Eclo 44,1—49,16). Já o Sl 136 celebra o Senhor “porque ele é bom, porque seu amor é para sempre” - e isso na criação, na história, e no momento presente.

Chama a atenção o longo invitatório (vv.1-7), convidando e incentivando a “des-cendência de Abraão” a louvar, celebrar, cantar. Os vv. 8-11 propõem o tema da Aliança e a Promessa da Terra. Seguem as andanças dos Patriarcas (vv. 12-15), a his-tória de José (vv. 16-22), a entrada no Egito, a opressão, Moisés, as pragas (vv. 23-36), e então o Êxodo e o deserto (vv.37-41). En-fim, com a entrada na Terra prometida, o cumprimento da Promessa (vv. 42-45).

Leia o salmo e medite:

1) Por que este Sl 105 pode ser chamado “o salmo do puro louvor”?

2) Como e para quem se expressa a Alian-

ça divina?

3) Como é apresentada a figura de José do Egito?

4) Como o salmista resume a travessia do deserto?

5) Qual é a finalidade da entrada na Ter-ra? Como a expressa o cântico de Zacarias?

Lectio Divina

Lectio (leitura)

“Rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a per-doar o castigo” (Jl 2,13).

Meditatio (meditação)

A invasão de gafanhotos que afli-ge a terra de Judá oferece ao pro-feta Joel ocasião de exortar o povo à conversão. Em tom de penitência e súplica, Joel motiva o povo a se voltar para o Senhor e a confiar na divina misericórdia. O sinal concre-to da pessoa arrependida é a con-versão profunda do interior, o ato de “rasgar o coração”. Benigno e compassivo, o Senhor Deus acolhe o coração contrito que errou e quer voltar. Eis que diante da pequenez e fragilidade humana, Deus se inclina para resgatar, em seu amor, o peca-dor arrependido!

Oratio (oração)

“Tende piedade, ó meu Deus, mi-sericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido” (Sl 50,3.12).

Contemplatio (contemplação)

No sinal das cinzas, reconhece-mos que somos pó e que ao pó vol-taremos. Contemplemos, neste tem-po favorável (cf. 2Cor 6,2), o Autor de nossa salvação e libertação, que nos chama à penitência e à conversão.

Missio (missão)

A Quarta-feira de Cinzas abre, para nós, um tempo de graça e re-conciliação. Motivemo-nos a ingres-sar com fé neste êxodo quaresmal rumo à nossa libertação. Para bem realizarmos esta caminhada de con-versão, a Igreja nos ensina três prá-ticas fundamentais que nos servem de remédio: a esmola, a oração e o jejum. Esses sinais quaresmais nos lançam o compromisso de intensi-ficar nossas orações, impulsionar nossas ações de solidariedade e fraternidadee renunciar às realida-des que nos prendem e escravi-zam, como denúncia profética de toda autossuficiência, egoísmo e ganância. Rasguemos, pois, nes-ta Quaresma, nossos corações!

Pe.Wellington Cristiano da SilvaA conversão é agora

Conhecendo o livro dos Salmos 105 (104): O Salmo do puro louvorPe. Ney Brasil Pereira

8 Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

bíblia

A análise completa deste salmo se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br

O cristão é chamado a crer para ver a glória de Deus

Como já é tradição, todo ano, a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral produz o cronogra-ma com as datas dos principais eventos da Ar-quidiocese de Florianópolis. Nesta edição foram acrescentados os projetos pastorais para 2015.

O Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, faz a apresentação deste cronograma de 112 páginas com uma reflexão sobre o tempo e o es-paço.

“Os números 222 a 225 da Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, falam do tempo e do espaço, as duas coordenadas que enquadram todas as ações que desenvolvemos neste mundo. E afir-mam que o tempo é superior ao espaço. O Papa diz que este princípio tem uma importância muito grande no modo como impostar o trabalho pas-toral. Permite superar a obsessão por resultados imediatos e estabelecer metas a longo prazo.

Quando se privilegia o espaço, tende-se a proceder como loucos para resolver tudo no mo-mento presente, para tomar posse de todos os espaços de poder e autoafirmação. Procuram-se resultados imediatos que gerem ganhos políti-cos rápidos. Por sua vez, quando se prioriza o tempo, busca-se muito mais iniciar processos do que conquistar espaços. Os processos ordenam os espaços e os transformam em elos de uma cadeia. Privilegiam as ações que geram novos dinamismos. Envolvem as pessoas e os grupos. Estas ações frutificam em acontecimentos histó-

ricos, tudo isto sem ansiedade, mas com convic-ções claras.

É comum a frase ‘não tenho tempo’. Nas co-munidades se escuta muitas vezes: não tenho tempo para assumir uma responsabilidade, uma coordenação, para reuniões enfim, para a comu-nidade. Estes são sintomas de uma comunidade doente, e é doença grave.

A ação evangelizadora consiste em se deixar envolver pela novidade, é ver a realidade com outros olhos, é se encantar com a possibilidade de servir aos outros. A vida cristã não é um ponto de chegada ou uma conquista realizada. É sem-pre um processo em andamento, um projeto em construção.

Muito mais do que obter resultado, é ter dis-posição para caminhar e continuar o caminho. Os Evangelhos esclarecem o que é o processo quando dizem que existiam coisas que os dis-cípulos ainda não podiam entender. Também quando afirmam que é preciso deixar o joio e o trigo crescerem juntos, para depois fazer a se-paração.

Que a agenda da programação pastoral do ano 2015 possa nos ensinar a fazer processo”, completa o Arcebispo.

O cronograma 2015 está à disposição na co-ordenação de pastoral localizada junto à Cúria Metropolitana, em Florianópolis, no valor de R$ 3,00. Mais informações: (48) 3224-4799.

9Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

evangelização

O tempo é superior ao espaço

O ginásio Irineu Bornhausen, no município de Camboriú, foi sede do 24º Louvor de Verão promovido pela Renovação Carismática Católi-ca (RCC), da Arquidiocese de Florianópolis. O evento, no dia 18 de janeiro, abre o calendário anual da RCC.

Nesta edição participaram cerca de 3.500 pessoas que vieram de todas as foranias da Diocese e também das vizinhas. A pregação fi-cou com Vera Casagrande, do Paraná, que ser-ve no Ministério de Oração de Cura e Liberta-ção. Vera exortou que é preciso dar permissão para Jesus entrar em suas vidas e nas famílias. “Só assim alcançaremos o que tanto pedimos a ele”, afirmou.

O assistente eclesiástico da RCC na Arqui-diocese, Pe. Leandro Rech, presidiu a missa de encerramento.

“O que vivi hoje aqui é o reavivamento da mi-nha fé, do convite que Deus me fez”, disse Eloi-sa Souza, 40 anos, do município de São José, região metropolitana de Florianópolis.

Natan Dias, 19 anos, do grupo de jovens da forania de Barreiros, em São José, comentou que neste louvor realmente viu aquele Jesus do

Evangelho que cura as pessoas. “Este é o ano dos milagres. Começou e vai terminar com mila-gres. Deus é e basta”.

Já Paulo Xavier, 73 anos, que participa do grupo de oração do Santuário Nossa Senhora de Fátima, no Estreito, em Florianópolis, comen-tou que “quando a gente tem este encontro com Deus tem que falar deste amor, desta maravilha que é a experiência com Jesus vivo e ressusci-tado. Nem o calor incomodou, porque o amor por Deus é bem maior”.

“É o Louvor de Verão que dá o impulso para começarmos o ano, para dar vigor e para que o povo possa louvar e bendizer o nome do Senhor”, explicou a coordenadora da RCC na Arquidiocese de Florianópolis, Lidiane Silva Cunha.

No dia 15 de março acontece mais um even-to arquidiocesano na forania de Brusque. O pre-gador será Luis Cesar, do Ministério Nacional de Intercessão. “Convidamos a todos e já esta-mos intercedendo”, conclui Lidiane.

Colaboração: Giovanna Dutra e Juliano Nystrom (RCC SC)

O já tradicional Louvor de Verão reúne mais de três mil pessoas em Camboriú

Dom Wilson apresenta o cronograma de atividades em 2015

Celebrações dão início às atividades nas foranias

Novo ano, tempo de graças na Igreja de Floria-nópolis. As foranias da Arquidiocese serão insta-ladas oficialmente com Celebrações Eucarísticas nos próximos dias. Os respectivos vigários forâ-neos receberam a provisão no dia 1º de janeiro de 2015.

As missas de instalação das atividades das fo-ranias de Florianópolis Continente, de Barreiros e Itajaí, ocorreram no dia 05 de fevereiro.

Confira as datas das celebrações que marcam o início dos trabalhos pastorais nas demais fora-nias:

- 20 de fevereiro, 20h, Catedral - Florianópolis Centro-Sul;

- 14 de fevereiro, 08h, Igreja Matriz de Santo Amaro – Santo Amaro

- 13 de fevereiro, 19h30, Igreja Matriz da Paró-quia Santo Antônio - São José

- 27 de fevereiro, 19h, Igreja Matriz da Paró-quia São João Evangelista - Biguaçu

- 19 de fevereiro, 19h, Santuário de Azambuja – Brusque.

- 22 de fevereiro, às 19h, Igreja Matriz da Paró-quia Senhor Bom Jesus de Nazaré - Palhoça

- 19 de março, às 20h, Igreja de Nossa Senho-ra das Necessidades, Santo Antônio de Lisboa – Florianópolis Norte.

Nas foranias de Tijucas, Camboriú e Itapema, as missas serão em fevereiro com data a ser con-firmada.

Em novembro do último ano foi entregue o Prê-mio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues para instituições que contribuíram com a cultura da solidariedade. Doze instituições participaram da primeira edição do Prêmio. O primeiro lugar ficou com a fundação Fé e Alegria do Brasil, de Palhoça, e o segundo com a Associação Benefi-cente São Dimas. Esta última presta apoio à Pas-toral Carcerária.

Na coluna Caridade Social deste mês, você conhece um pouco mais sobre a vencedora.

Teve início no ano de 1954, quando o sacer-dote da Companhia de Jesus, Pe. José María Vé-laz, fundador da Fundação Fé e Alegria, visitou junto com um grupo de universitários o bairro de Cátia, em Caracas, na Venezuela. Escreve o Pe. Vélaz que ao terminar a jornada, ele e os estu-dantes concluíram que era necessário desen-volver um trabalho com essas pessoas para que elas conseguissem melhorar a condição de vida. Então nasceu a ideia de “Fé e Alegria”. Pe. Vélaz faleceu em 1985, na Venezuela. A obra que ele deu origem está presente em 20 países e atende mais de dois milhões de pessoas no mundo.

Em Santa Catarina, a fundação chegou em 1993 e se instalou no município de Palhoça, em 2005. Iniciou com uma pesquisa nas comunidades e em 2008 começou o atendimento direto nas

Grupos Bíblicos em Família em unidade com o novo período litúrgico da Igreja

Foco na qualificação profissional e educação é uma das metas da fundação “Fé e Alegria”

Caridade social

O livreto dos GBF aborda a Campanha da Fraternidade em preparação para a Quaresma

Instituição em Palhoça promove a dignidade dos mais vulneráveis

10 Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

evangelização

Depois de um período de descanso retornamos fortalecidos na fé para continuar com alegria a missão que Jesus nos confiou.

Todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja nos convida a uma revisão sincera de nossas atitudes chamando-nos à conversão. Os encontros do livreto da Quaresma e Páscoa “Eu vim para servir!”, preparam para a grande festa da Páscoa do Senhor, a ressurreição de Cristo.

Inicialmente a Quaresma nos lembra sacrifício, jejum, penitência. Mas não podemos ficar só olhando a dor, o sofrimento, a Via-Sacra de Jesus. Como diz o Papa Francisco, “o cristão não pode ter cara de Quaresma sem Páscoa”, não podemos nos revestir de cinzas e permanecer na tristeza, pois a Quaresma nos conduz à grande notícia que as mulheres anunciaram com alegria aos discípulos: Jesus ressuscitou! “A ressurreição de Jesus Cristo mexe com a nossa

vida, porque tudo deve ter sentido novo, provocando uma alegria que invade o coração das pessoas de fé” (Papa Francisco).

Durante a Quaresma, a Igreja no Brasil vive a Campanha da Fraternidade, que há 52 anos acontece em todas as dioceses brasileiras. Traz sempre um tema importante para a vida da Igreja e da sociedade. “A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho” (Evangelli Gaudium).

O livreto do Tempo Pascal é um instrumento preparatório para viver com convicção a fé no tempo quaresmal. Preenche o nosso coração com a esperança de vivermos um empenho eclesial e social para a transformação de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

O livreto aborda a temática da Campanha da Fraternidade que

nos ajuda no esforço de conversão própria da Quaresma, numa dimensão comunitária e de forma bem concreta que expressa nossa comunhão e solidariedade com os irmãos que vivem em situações difíceis. Assim, pela conversão de nosso coração, estaremos dando um passo importante para a transformação da sociedade, vivenciando a alegria da Páscoa, a vida nova em Cristo ressuscitado.

Queremos ser protagonistas e mensageiros para anunciar o amor de Deus e o verdadeiro sentido da Páscoa, confirmando com alegria a nossa fé no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo Jesus.

Com entusiasmo e alegria continuaremos nossa missão no valioso serviço de evangelização nas casas.

Que a graça do Senhor Jesus Cristo esteja sempre conosco ao longo deste ano!

Maria Glória Silva Coordenadora dos GBFs/CEBs

Fundação “Fé e Alegria”Rua Américo Vespúcio, 350

Barra do Aririú - Palhoça(48) 3344-1033

www.fealegria.org.br

comunidades dos bairros do Rio Grande e Barra do Aririú.

É um movimento de educação popular inte-gral e de promoção social. Impulsionada pela fé cristã, dirige-se de forma co-participativa aos setores empobrecidos, principalmente, crianças e jovens, privilegiando grupos que sofrem discri-minação.

Tem como objetivo desenvolver ações sociais e educativas para que as crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social das comunidades da Palhoça, superem os riscos pessoais e sociais a que estão expostos e se tor-nem cidadãos críticos, autônomos e incluídos no mundo do trabalho. Sejam capazes de intervir e contribuir positivamente na família e em suas comunidades.

A iniciativa solidária da fundação em Palho-ça é intitulada “Formando Comunidades”. Tem o foco em cursos de qualificação profissional e formação humana para promover o acesso da população empobrecida à inclusão no mundo do trabalho.

Conta com apoio da Associação dos Agricul-tores Ecológicos das Encostas da Serra Geral (Agreco), da prefeitura de Palhoça, do Mesa Bra-sil SESC e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).

No agitado ritmo da atualidade, tarefeiro e frenético, em que até os momentos de descanso e ócio são preenchidos por redes sociais e outras mídias, observa-se a es-cassez de disposição para a soli-dariedade, especialmente quando se trata da partilha de tempo, afe-to, escuta e abraço. E, nesse con-texto, visitas a acamados, presos e reclusos de toda a ordem acabam sendo realizadas ocasionalmente sem continuidade e comprometi-mento, enquanto mais de 90% dos abrigados em instituições de apoio sofrem de solidão pela falta ou es-cassez de visitas de familiares e amigos. Todavia, a assistência vo-luntária cristã não pode ser enten-dida como um hobby, uma ativida-de extracurricular, mas como uma resposta ao chamado: “... adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me” (Mateus 25,36).

Buscando atender a esse ape-lo e preencher essa lacuna so-cial, a Central de Voluntariado da Comunidade Católica Abbá Pai, inaugurada há 13 anos (dois anos após a fundação da fraternidade), completou 15 mil horas de volun-tariado em entidades assistenciais, com grupos de visita e trabalho se-manal direcionados para a inclu-são afetiva, a formação humana e espiritual dos assistidos, além de auxílio material e profissional. Consagrados, noviços e aspiran-

tes do Carisma Abbá Pai são per-manentes voluntários, contando com a participação de amigos e simpatizantes. São jovens, adultos e idosos que reservam um tempo mínimo de uma hora em sua rotina semanal, estudantil e profissional, para estar com deficientes físicos e mentais, idosos, hospitalizados e presidiários, em instituições gover-namentais e filantrópicas, lugares em muitos dos quais a carência estrutural é agravada pela solidão.

Perseverar em um serviço de voluntariado continuado requer desapego, humildade, comprome-timento, disciplina e sincera gene-rosidade, porque é uma “missão sem neon”, sem visibilidade, sem aplausos, mas que se reverte em sorrisos e abraços, pulverizando afetividade e esperança.

Simone PereiraFundadora da Comunidade

Católica Abbá Pai

Voluntariado: estava sozinho e fui visitado

9 a 13/2 | 12h | Retiro dos Presbíteros | Recanto Champagnat

12/2 | Reunião da CADIP | Biguaçu

14/2 | RCC Reunião Geral do Conselho Arquid. | Brusque

3/2 | 08h30 | Reunião do Secr. Arquid. de Pastoral | Cúria

7/2 | 14h | Reunião Arquid. de coord. GBF/CEBs Foranias | Biguaçu

Cronograma de fevereiro

11Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

evangelização

10/2 | 19h30 | Reunião Setor Juventude | Provincialado

Retiros de carnaval na Arquidiocese

O carnaval antecede o Tempo da Quaresma. Durantes esses dias, muitos católicos preferem se retirar para refletir sobre a caminhada na Igreja e ter maior intimidade com Deus. Através dos retiros das no-vas comunidades, por exemplo, os fiéis também já se preparam para a Quarta-feira de Cinzas.

O assistente eclesiástico do Se-tor Juventude da Arquidiocese de Florianópolis, Pe. Ewerton Gerent, explica que o carnaval é a festa da “despedida da carne. Era o último dia que se comia carne antes do je-jum proposto pela Quaresma. É um tempo favorável para uma prepara-ção à Quaresma, para já adentrar no mistério que nós cristãos vivemos. Por isso são importantes os retiros e as evangelizações nesses dias. Diante da ‘festa’ que o mundo vive, as pessoas também têm a oportu-nidade de fazer a experiência com aquele que nos proporciona a ver-dadeira festa”.

Confira os principais retiros de carnaval na Arquidiocese de Floria-nópolis:

Comunidade Católica Divino Oleiro

Retiro e acampamento de jovens

Data: 14 a 17/02/2015Local: Recanto Divino Oleiro, em

Camboriú

Obs.: Inscrição com alimenta-ção, alojamento e peregrinação a Nova Trento - R$ 70,00

Inf.: (47) 3365-1884 ou 3365-1047

Retiro para adultosData: 14 a 17/02/2015Local: CEAR - Vila do Divino Olei-

ro, em Governador Celso RamosObs.: Inscrição com alimenta-

ção, hospedagem em suíte (triplo) mais peregrinação a Santa Paulina - R$ 200,00

Inf.: (48) 3296-1511 / 3224-6476 / 3025-3750

Comunidade Católica ShalomReviver – Retiro para todas

as idadesData: 15 a 17/02/2015Local: Paróquia Senhor Bom Je-

sus de Nazaré, centro de PalhoçaObs.: Para todas as idades - En-

trada francaInf.: (48) 3223-7801 / 9919-1277

Irmãs Carmelitas DCJRetiro de Carnaval: Jovem, é

tempo de agirData: 14 a 16/02/2015Local: Casa de retiros das Irmãs

Carmelitas DCJ, Rua Padre João Batista Réus, 980, Caminho Novo, Palhoça

Obs.: Idade permitida dos 14 aos 30 anos - R$70,00

Encontros organizados por movimentos católicos são oportunidade para viver um carnaval cristão

18/2 | Lançamento CF 2015 | Cúria

19/2 | 19h30 | Reunião CADEIR | Casas Membros

21/2 | 08h30 | Encontro c/ Padres, Religiosos novos na Arq. | Cúria

26/2 | Reunião do Conselho Presbiterial | Cúria

14 a 17/2 | Retiros de Carnaval (conferir ao lado)

Central de Voluntariado Abbá Pai

(48) 3034 2417 (das 13h30 às 17h30)

[email protected]

Jeferson, 37 anos, adicto do crack e do álco-ol. Tatiane, 38 anos, adicta do álcool e cigarro. O que o casal que está junto há um ano e nove meses tem em comum, além da adicção? Eles fa-zem tratamento há nove meses na Comunidade Bethânia, em São João Batista, distante cerca de 77 quilômetros de Florianópolis.

Tudo começou quando eles foram pedir ajuda na Igreja São Judas Tadeu, em Joinville. Jeferson e Tatiane viviam como mendigos, perderam tudo devido às drogas. “Muitos projetos, sonhos, tudo perdido até então. Mas agora a vida está sendo reconstruída, pela graça e misericórdia de Deus”, observa Jeferson.

Tatiane conta que passou dificuldade nos três meses iniciais do tratamento. “A gente tem que ser forte. Peço a Deus que me dê força. Aqui é um aprendizado. Tenho que saber dobrar meus joelhos pelas alegrias e tristezas. Hoje em dia sou uma nova mulher”, afirma.

O casal tem planos de arrumar emprego, cons-tituir um lar, ter paz e perseverar na caminhada na Igreja. “Não quero me dispersar de Deus. Quero viver Bethânia lá fora. Sou um novo homem. Antes eu era evangélico, hoje me batizei, fiz a Primeira Comunhão e Crisma aqui”, disse Jeferson.

Assim como o casal, outros 27 homens e dez mulheres atualmente fazem tratamento na Comu-nidade Bethânia, fundada pelo Pe. Léo, da Con-gregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus.

O dia a dia em Bethânia

De segunda a sexta-feira, os internos acordam às 07h e às 07h20 vão para o terço de Bethânia, oração e missa diária, quando é cele-brada pela manhã. Em seguida o café e, às 09h, os trabalhos na fazenda. “O trabalho é visto como valor para o ‘filho’ (os adictos são chamados ‘fi-lhos e filhas’ de Bethânia), redescobrir a graça de lavrar a terra, cuidar dos animais. Ajuda na desin-

toxicação”, explica a missionária Fabíola Gomes Borba, 33 anos, há quatro em Bethânia.

O terço da providência é rezado às 12h, antes do almoço. À tarde, trabalhos novamente, práti-ca de esporte e a missa, quando não ocorre pela manhã. Todas as noites são feitas diferentes ativi-dades. Nas quintas-feiras, os internos participam da adoração ao Santíssimo Sacramento.

Fabíola explica que os filhos de Bethânia tem ajuda de assistente social e psicóloga, além dos missionários que se tornam como família para eles. Aos sábados a mesma rotina e aos domin-gos, serviços fixos como cozinha e tratar os ani-mais. “Pe. Léo viveu em Bethânia para depois expressar o valor. Aqui é o toque, o abraço, o carinho.”, argumenta Fabíola que foi adicta das drogas desde os 14 anos de idade e há dois está recuperada.

Os adictos permanecem 11 meses no recan-to de São João Batista que é conhecido como a “Casa Mãe”, pois foi a primeira a ser construída. Não se paga mensalidade, tudo é doação.

Comunidade Bethânia

Nasceu a partir da inspiração que o Espírito Santo despertou no coração do Pe. Léo, como resposta concreta à necessidade de combater o problema das drogas, o aumento de soropositivos e o grande número de adolescentes grávidas sol-teiras abandonadas.

Sacerdote da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, teve a oportunida-de de atuar como diretor no Colégio São Luiz,

de Brusque, onde também prestava atendimento espiritual às famílias e jovens da região. Dentre os acompanhados que Pe. Léo ouvia e orientava, notou-se que a questão das drogas precisava ser combatida.

Assim, inspirada na Bethânia bíblica, olhando para os irmãos Marta, Maria e Lázaro, esta Co-munidade nasceu há 19 anos como casa de aco-lhida dos diversos marginalizados da sociedade.

A Comunidade Bethânia não é um centro de recuperação e nem uma clínica onde se internam pessoas para tratamento. Bethânia é um recanto onde se acolhe quem chega até lá, como o pró-prio Cristo, e com Ele ser família. Não há pacien-tes, mas sim, filhos e filhas.

Pe. Léo sempre deixou claro que os missioná-rios de lá não curam ninguém. Na Comunidade todos têm o compromisso de oferecer amizade, orações e uma oportunidade para cada um trilhar seu caminho, segundo o próprio esforço e persis-tência. Não existem curas mágicas para a depen-dência química ou qualquer outra. Em Bethânia, cada um deve ser o primeiro responsável em se ajudar.

Em resposta ao apelo do Espírito Santo ao coração do Pe. Léo, muitas pessoas abraçaram esse mesmo ideal. Em São João Batista, o funda-dor foi presenteado com um terreno, onde a Co-munidade Bethânia concretamente iniciou seus trabalhos de acolhimento.

Hoje existem oito missionários solteiros em for-mação e seis famílias que moram em São João Batista. Todas as quintas-feiras a comunidade faz entrevistas com aqueles que desejam iniciar o trabalho de desintoxicação.

“ Vivo no meio de jovens drogados, prostituídos, aidéticos. Tento ser um deles

e eles me ensinam muito ”Pe. Léo

Comunidade Bethânia: lugar da acolhida

12 Jornal da Arquidiocese, FEVEREIRO de 2015

geral

Há 19 anos a Comunidade auxilia na recuperação de adictos do álcool e das drogas

Dia do pré-acolhimento

Noite de Adoração na Comunidade

Data: todas às quintas-feirasLocal: Comunidade Bethânia, em São João BatistaContato: (48) 3265-4416 | www.bethania.com.br

Sede de Bethânia em São João Batista vista do alto O fundador, Pe. Léo, falecido em 2007