Jornal Centrista

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1ª Edição Setembro 2012 Diretora: Diana Vale Intervenção da Juventude Popu- lar de Lisboa na conferência Políticas Sociais em Tempos de Crise Pág. 42 Nacional As razões da Austeridade Pág. 14 Um olhar sobre o Ensino Superior Pág. 16 Agenda Pág. 45 LISBOA CONVIDA: PEDRO MOTA SOARES Pág. 5 ENTREVISTA: JOÃO GONÇALVES PEREIRA Pág. 7 HOMENAGEM A ADRIANO MOREIRA Pág. 26 EUROPA E O MUNDO Pág. 27 « Consenso entre Portas » Pág. 12 Tomada de Posse dos Órgãos da Concelhia de Lisboa Um grito silenciado Manifestação 15 Set Pág. 19

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1ª Edição do Jornal da Concelhia de Lisboa da Juventude Popular, Saiba mais em: http://www.facebook.com/lisboa.jp

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Page 1: Jornal Centrista

1ª Edição

Setembro 2012

Diretora: Diana Vale

Intervenção da

Juventude Popu-

lar de Lisboa na

conferência

Políticas Sociais

em Tempos de

Crise Pág. 42

Nacional

As razões da Austeridade Pág. 14

Um olhar sobre o Ensino Superior Pág. 16

Agenda Pág. 45

LISBOA

CONVIDA:

PEDRO MOTA SOARES Pág. 5

ENTREVISTA:

JOÃO GONÇALVES PEREIRA Pág. 7

HOMENAGEM A ADRIANO MOREIRA Pág. 26

EUROPA E O MUNDO Pág. 27

« Consenso entre

Portas » Pág. 12

Tomada de Posse dos Órgãos da Concelhia

de Lisboa

Um grito silenciado

Manifestação 15 Set Pág. 19

Page 2: Jornal Centrista

Índice Editorial

2

5—Lisboa Convida

7—Entrevista a João Gonçalves Pereira

12—Nacional

12—Consensos entre portas

14—As razões da Austeridade

16—Um olhar sobre o Ensino Superior

19—Um grito de Silêncio

22—RTP: Ser (Publica) ou não ser…

24—Mal por Mal, antes o Pombal

25—Ação Social: na Politica servir os outros

26—Homenagem a Adriano Moreira

27—Internacional

27—Uma Europa nova?

28—Eleições nos Estados Unidos da América

30—Síria, a confusão instalada

31—O 11 de Setembro

32—Participação no Pensar Lisboa

34—Tomada de Posse JP Lisboa

34—Discurso da Alexandra Benitez

36—Discurso do Francisco Rodrigues dos Santos

41—Escreve o Militante

41—A Cultura e o Partido

42—”Políticas Sociais em Tempo de Crise”

Na última sexta – feira, dia 28 de

Setembro, tomaram posse os

Órgãos da Concelhia de Lisboa da

Juventude Popular: Comissão

Política e Mesa do Plenário.

Este acontecimento teve lugar na

Sede do CDS- PP num jantar que

envolveu cerca de cem pessoas,

desde militantes, simpatizantes,

familiares e amigos.

Nesta primeira edição, salienta-

mos, também, a pequena mensa-

gem do nosso Ministro da Solida-

riedade Social, Luís Pedro Mota

Soares, acerca de um novo para-

digma social a tingir pela socieda-

de portuguesa.

Damos especial ênfase ao Deputa-

do da Nação e Presidente da

Comissão Politica Concelhia do

CDS - PP Lisboa , João Gonçalves

Pereira, numa entrevista muito

simpática, onde o mesmo nos fala

da sua vida partidária e das próxi-

mas eleições Autárquicas que têm

um papel muito importante nos

próximos tempos para todos nós.

O principal objetivo deste jornal é sem dúvida reforçar as opiniões dos nossos jovens,

dar-lhes voz e permitir que esta seja ouvida, não esquecendo que é preciso aprender com

os mais sábios. A nossa ambição será sempre informar, debater, opinar sobre os princi-

pais temas que fazem a agenda da atualidade

Diana Vale

Diretora do Centrista

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Jovem Centrista,

Este é o tempo da Concelhia de Lisboa da

Juventude Popular (JP) contar contigo, chegar

até ti e provar-te que a importância de seres

jovem reside também na tua contribuição espe-

cial na realização dos projetos da Concelhia.

Os órgãos recém-eleitos são alicerçados num

grupo que alia a experiência à jovialidade, que

tem gente com créditos firmados nos meios de

onde é oriunda, com uma vontade inequívoca de

ir muito mais longe do que foi feito até então, que vai fazer diferente e Ser a Mudança que a

JP Lisboa precisa.

Juntos vamos atingir com sucesso o seu verdadeiro fim: assumi-la publicamente como uma

alternativa ideológica, provar a capacidade das soluções para problemas da comunidade e

de, por essa via, criar um elo de ligação entre os seus militantes e o público em geral.

Com esse intuito, constituímos as nossas três bandeiras, aquelas que serão as áreas de refe-

rência das três Vice-Presidências: a Comunicação, a Democracia-Cristã e a Intervenção

Política.

No seio da Vice-Presidência da Comunicação, vamos resolver aquelas que têm sido gra-

ves lacunas do órgão executivo: a comunicação interna – dialogando permanentemente com

todos aqueles que já integram a JP (responsabilidade do Gabinete de Apoio ao Militante);

a comunicação externa - focada nos jovens mais afastados da órbita das juventudes partidá-

rias (responsabilidade do Vogal do Marketing).

Realizaremos atividades festivas, culturais e desportivas, ações de grupo devidamente con-

certadas e com visibilidade na sociedade civil (responsabilidade do Vogal do Recreativo),

MENSAGEM DO PRESIDENTE

3

Francisco Rodrigues dos Santos

Presidente da JP Lisboa [email protected]

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4

que pretendemos transmitir pois, só deste modo, será mais fácil congregar o maior núme-

ro de pessoas em torno das nossas ideias.

No espectro da Vice-Presidência da Democracia-Cristã, a nossa atuação irá de encon-

tro àqueles que enfrentam acentuadas dificuldades sociais e económicas. O ser Humano é

solidário e nós, confessos democratas-cristãos, conhecemos melhor que ninguém os valo-

res universais da Doutrina Social da Igreja. Cabe, então, pô-los em prática, no dia-a-dia,

mudando a vida dos outros – responsabilidade do Vogal da Ação Social. Sabemos que o

País atravessa momentos difíceis, mas não será, nunca, pela falta de iniciativa da nossa

parte na análise da conjuntura económica, na descoberta de novas oportunidades, que os

Jovens deixarão de ter espaço para mostrar valor e trabalho – responsabilidade do Gabi-

nete de Empreendedorismo em estrita colaboração com o Vogal dos Assuntos Econó-

micos.

Sob a tutela da Vice-Presidência da Intervenção Política, queremos integrar a formação

dos nossos quadros enriquecendo o património intelectual dos rapazes e raparigas inte-

ressados neste meio, para que estejam preparados a intervir ativamente na agenda política

da Concelhia, assumindo um posição informada e conhecedora do seu papel enquanto

agente político – responsabilidade do Vogal da Formação Política.

Não esqueceremos o papel da Educação no desenvolvimentos humano e científico dos

jovens, o que nos levará a acompanhar e a intervir também nesse âmbito, junto dos Esta-

belecimentos de Ensino e das Associações Académicas, fazendo valer a nossa voz nas

sedes próprias – responsabilidade do Vogal da Educação.

Permaneceremos ao lado das Freguesias do Concelho e dos seus autarcas, fazendo um

levantamento efetivo das realidades heterogéneas que se vivem em cada uma delas, pro-

curando aproximar os problemas das respetivas soluções, construindo Lisboa a partir da

reunião das vontades dos Lisboetas. Participaremos, igualmente, na coordenação e dire-

ção das Eleições Autárquicas 2013 – responsabilidade do Gabinete Autárquico.

É inevitável elevar a fasquia e exigir muito, muito mais a quem dirige os planos da Con-

celhia de Lisboa. Com trabalho e com todos, chegou o momento de mostrar serviço.

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LISBOA CONVIDA...

5

Sr. Ministro da Solidariedade e Segurança Social

Luís Pedro Mota Soares

POR UM NOVO PARADIGMA SOCIAL

Sei que me dirijo à Juventude Popular. Uma juventude parti-

dária que ao longo de gerações se tem mostrado desempoeira-

da, imbuída de um imprescindível espírito crítico e de um

constante sentido de responsabilidade.

Uma juventude que sempre ousou pensar o futuro. Mesmo

quando o via ser hipotecado.

E pensar o futuro é perceber que Portugal não podia manter-se num rumo em que o gas-

távamos hoje, não teria cabimento, nem sequer, com o que produzíamos amanhã.

Pensar o futuro é percebermos que Portugal não poderia manter-se num rumo em que o

paradigma da insustentabilidade era crescente e que o amanhã era hipotecado a cada dia

que passava.

Pensar o futuro é inverter a rota na qual o pagamento da fatura era sistematicamente

adiado- Pensar o futuro é percebermos que não sairemos da crise enquanto pensarmos

que ela é passageira e que tudo voltará ao normal. Nada poderá ficar como antes se

queremos ultrapassar este momento difícil.

Chegados a esta fase da história importa que se reconheça que o Estado, por si só, não

pode ter a pretensão de chegar a tudo e a todos, sob o risco de muitos deixar de fora.

Deverá, antes, construir pontes de confiança e parceria com aqueles que ao longo dos

tempos têm vindo a assumir uma importância incontestável no combate à exclusão

social.

Importa que neste sentido se trabalhe promovendo a mudança de paradigma da resposta

social em Portugal.

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O Estado não pode abdicar das suas responsabilidades – até porque muitas delas são

indelegáveis – mas deve estabelecer um complemento à sua resposta com as

instituições sociais que se encontram no terreno de Norte a Sul do país.

As instituições sociais, pela sua natureza, conseguem prestar um apoio de qualidade

inquestionável e em permanente readaptação às novas exigências e necessidades

sociais, sendo, nesse sentido, mais flexíveis que o Estado no fornecimento de uma

resposta mais adequada.

Uma resposta que tem um objetivo claro de auxílio aos outros mas que não se esgota

aí.

As instituições sociais são particularmente importantes na dinamização da economia.

São elas que muitas vezes, sobretudo em zonas desprotegidas, são o agente económico

de excelência, dinamizando economias locais, sendo fonte de emprego e contrariando

até a tendência da balança comercial, ao não importarem e antes consumirem muito

dos produtos da região onde estão inseridas.

Constituem um sector que hoje emprega cerca de 250 mil pessoas, que não se

deslocaliza e com facilidade dá emprego a pessoas mais idosas, sendo muitas vezes

dos poucos agentes integrantes de pessoas com deficiência.

O terceiro sector é responsável hoje por cerca de 5,5 % do PIB mas pode e consegue,

mesmo em contraciclo, ser fator de crescimento e de aumento de oferta.

Esta é pois uma rede cujo potencial não pode continuar a ser descurado e com quem o

Estado deve construir e promover interações com os restantes sectores desenvolvendo

uma sociedade mais humanitária, solidária e sustentável.

Há portanto que mudar o presente para ganhar o futuro e nesse sentido Portugal terá

que contar com a participação e articulação de todos para o fazer.

Devemos isso às gerações futuras e à própria Juventude Popular. Contem comigo, com

o meu esforço e o meu total empenho, para a prossecução destes objetivos.

Eu sei que o país também conta convosco.

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ENTREVISTA

7

Deputado e Presidente da Concelhia de Lisboa do CDS-PP

João Gonçalves Pereira

Na passada quarta-feira, dia 26 de Setembro, a Juventu-

de Popular de Lisboa reuniu-se com o Presidente da

Concelhia de Lisboa do CDS-PP, João Gonçalves Perei-

ra, tendo em vista entender a posição do CDS em rela-

ção a alguns assuntos importantes sobre a cidade de Lis-

boa, incluindo perceber a nova lei autárquica.

Juventude Popular de Lisboa (JPL): Neste processo de

Reforma Administrativa de Lisboa tem tido um papel cen-

tral. O facto de ser Presidente da Concelhia de Lisboa e de

ser Deputado do CDS na Assembleia da República, assim

como o seu Vice-Presidente da Concelhia, o Deputado Mesquita Nunes, podem ser uma

mais-valia nas eleições autárquicas que se avizinham?

João Gonçalves Pereira (JGP): Não me recordo e não sei se serei o primeiro Presidente

de uma Concelhia (a de Lisboa) do CDS e ser ao mesmo tempo Deputado na Assem-

bleia da República. Eu penso que isso trouxe uma mais-valia muito grande para o Parti-

do, não necessariamente por ser eu, assim como do Vice-presidente da Concelhia de lis-

boa, o Adolfo Mesquita Nunes. Mas penso que a posição do CDS no debate parlamen-

tar em torno da questão autárquica saiu reforçada e valorizada. E essa valorização pas-

sou por o CDS ter uma proposta diferente do nosso parceiro de coligação.

JPL: E essa posição não criou problemas na coligação?

JGP: Aquilo que defendi enquanto Presidente da Concelhia de Lisboa do CDS antes de

estar no Parlamento, mantive quando cheguei ao parlamento. Não abandonámos aquilo

que nos parecia ser a melhor solução, em termos da organização da cidade de Lisboa

que, a nosso ver, deveria ser um mapa de 9 e numa segunda fase 11 freguesias. Conse-

guimos assim, impor a nossa posição, ter alguma projeção mediática e permitiu-nos

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dizer que somos solidários no governo, mas que mantemos a nossa autonomia. Isso é

algo que é importante numa coligação e para quem está na política, porque não

podemos abdicar daquilo que são as nossas ideias e valores, em nome de outro

interesse político qualquer.

JPL: Vai ser candidato nas próximas eleições autárquicas? Gostava mais de estar

a defender o interesse dos cidadãos na Assembleia da República ou na Câmara

Municipal?

JGP: Estou, como sempre estive, disponível para o que for melhor para o Partido.

Estou a gostar muito do trabalho no Parlamento e a verdade é que os militantes têm

reconhecido que o CDS Lisboa tem tido uma visibilidade mediática que não teve no

passado. Agora, ainda é prematuro avançar cenários... terei que falar com o Presidente

do Partido, Paulo Portas, e o Presidente da Distrital de Lisboa, Telmo Correia.

JPL: Ao dia de hoje, em que ponto estamos na Reforma Administrativa de

Lisboa, depois do Presidente Cavaco Silva ter devolvido o Diploma ao

Parlamento? E como é que o CDS chegou à conclusão que 9 e depois 11 freguesias

em Lisboa seria a melhor proposta?

JGP: Em relação à questão da reforma da lei autárquica de Lisboa não vos posso falar

muito nesta fase. Posso referir que o PSD e PS, o bloco central, poderia ter ido muito

mais longe. Inicialmente a CML encomendou um estudo sobre o novo modelo de

governação para a cidade. Nesse mesmo modelo foram desenvolvidos três caminhos

possíveis:

1. Manter as 53 freguesias e dar mais algumas competências às freguesias

2- Existência de 21 freguesias em lisboa com reforço ainda maior de competências

3- Um caminho de 9 freguesias com freguesias robustas com capacidade financeira

própria que permitiam abranger um conjunto de áreas e assim uma melhor resposta

ao cidadão.

O CDS entendeu que a terceira solução era a mais viável!

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JPL: Haveria transferência de competências da CML para essas freguesias?

JGP: Sim, haveria. Nós entendemos que este estudo técnico foi muito bem feito. E na

verdade, a opção de uma redução de 53 para 9 freguesias era a única vertente que iria

ao encontro das grandes capitais europeias como Madrid, Paris, Roma, porque

apresentava uma redução do numero de freguesias dando uma dimensão populacional

e de área geográfica, que permitia atribuir meios humanos e financeiros capazes de dar

boas repostas aos cidadãos. O objetivo desta reforma administrativa não é uma

redução de custos mas sim, a eficácia de melhorar aquilo que é a gestão municipal.

JPL: PS e PSD defenderam 24 Freguesias?

JGP: É verdade, infelizmente PS e PSD defenderam 24 freguesias para Lisboa.

Contudo, estas reformas não se fazem de 4 em 4 anos, nem de 10 em 10 anos, e nós,

em vez de esperarmos mais 40 anos até que haja uma evolução para as 9 freguesias,

entendemos que devia ser dado já esse salto qualitativo em beneficio de uma melhor

cidade e de uma melhor gestão municipal. O PS e o PSD, reféns dos seus próprios

interesses partidários, não conseguiram ir mais longe. No entanto, nós, como é

evidente, não votamos contra a proposta das 24 freguesias porque entendemos que 24

são melhor que 53, contudo as 9 seria o número ideal.

JPL: Como tínhamos dito inicialmente, gostávamos que nos falasse um pouco

sobre as eleições autárquicas do próximo ano, se o CDS está a pensar numa

coligação?

JGP: As próximas eleições autárquicas serão um grande desafio para o CDS. Para o

CDS, nós estamos a trabalhar para um cenário de 53 freguesias, mas caso o modelo

seja aprovado para 24, nós começaremos a trabalhar nessa matriz. Contudo,

continuamos a trabalhar num cenário para 53, porque tenho dúvidas que o Presidente

da República promulgue o Diploma como o PS e PSD querem fazer avançar. Não

percebo como é que o Presidente da República pode promulgar um diploma onde não

é indicada a Sede das futuras freguesias. Veremos....

JPL: E em relação à coligação?

JGP: Em relação à questão da coligação, estamos a trabalhar como se fossemos

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10

nesta fase, e embora as eleições sejam só no final do próximo ano, para nós 2013 é já

amanhã e por isso, estamos a trabalhar preparando nos para ir a eleições sozinhos.

Estamos, por isso, a trabalhar num programa para a Câmara, outro para as freguesias,

na preparação de candidatos.

JPL: Que papel caberá à Juventude Popular nas Autárquicas?

JGP: Falando em concreto da Juventude Popular, o Partido e eu próprio, enquanto

primeiro responsável pela Concelhia de Lisboa, darei a margem que eu entenda

suficiente para que a JP possa participar e integrar as listas em lugares também

elegíveis. Podem contar comigo, assim como espero contar com esta nova equipa. Eu

não me esqueço do meu caso pessoal que com apenas 18 anos fui um dos mais jovens

autarcas do País. Esta foi, sem dúvida, a minha melhor experiência política porque vi

que com a minha decisão conseguia resolver problemas concretos dos fregueses. Mas

esta minha passagem pela junta de freguesia (São João de Brito) permitiu-me ver que

os autarcas de freguesias estão muito condicionados, porque muitas vezes os fregueses

dirigiam-se à Junta de Freguesia com os seus problemas e estes eram competência da

Câmara ou do Governo. Assim, a reforma administrativa que nós defendemos serve

também para dignificar o papel do próprio autarca de freguesia, porque lhe dá os

instrumentos de que precisa para resolver muitos problemas que hoje não consegue.

Pelo CDS esta Reforma do Poder Local deveria ter abrangido também a redução de

municípios e não apenas a redução de freguesias.

JPL: Acha que o contributo da Juventude Popular pode ser de alguma forma pro ativo?

JGP: Eu sou o primeiro apologista disso, visto que se não me tivesse sido dada aquela

oportunidade naquela altura, eu não estaria com as responsabilidades que tenho no

Partido nem no País tendo em conta que sou Deputado da Nação. Essa oportunidade

deve ser dada à Juventude, tanto num cenário de 53 como de 24 freguesias, vamos ter

essa abertura para gente nova, gente essa que não tem de necessariamente só da JP.

Isto porque há autarcas que já deram muito ao Partido e ao País e, claro, eu respeito

isso mas chega a altura de dar lugar a gente nova porque na política não há lugares

cativos. Eu próprio estou no Parlamento hoje, amanhã estará outra pessoa e o Partido

continua. Nós só conseguiremos apostar em novas caras se o partido também for

dando oportunidade a outros, como o Dr. Paulo Portas tem feito: apostar em caras

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11

JPL: Enquanto Presidente da Concelhia de Lisboa, acha que há alguma mudança que deve

ser feita na cidade? Como é que vê esta mudança no Marquês que tem sido tão contestada?

JGP: Eu penso que, em diferentes planos, quer na Concelhia, quer na CML, quer na

Assembleia municipal, o CDS tem pautado o seu discurso pela diferença. Agora, eu

não faço política a fazer a crítica pela crítica. O Dr. António Costa é alguém

experiente, é um político muito pragmático e em algumas matérias da sua governação

teve medidas positivas. Mas há matérias onde claramente o Dr. António Costa e o

Executivo ficou aquém daquilo que era o esperado. Eu não digo que a rotunda do

Marquês não possa até ser uma boa solução – o que até agora não se tem revelado -

mas não podemos estar permanentemente a ter uma política municipal que é

conduzida por um experimentalismo socialista. Por exemplo: a política das ciclovias

pode ser muito bonita, mas é uma utopia porque na realidade da cidade tem 7 colinas,

logo é uma medida errada que custou mais de 5 milhões de euros aos contribuintes.

Com este dinheiro podia-se arranjar os buracos, passeios, ou jardins.

JPL: Qual é que vai ser o discurso do CDS nas próximas autárquicas?

JGP: Eu penso que o discurso do CDS nas próximas eleições autárquicas deve ser um

discurso racional, ponderado e de contenção. Isto significa que o discurso deve ser no

sentido de resolver o problema próximos e concretos das pessoas, responder aos

problemas locais que não têm grande visibilidade mediática, mas que é algo que é

reconhecido pelas pessoas que vivem em Lisboa. Além disso, o orçamento municipal,

que é dinheiro dos contribuintes, deve ser cada vez mais bem gerido no interesse do

munícipe.

JPL: Mas no caso da Rotunda do Marquês o Tribunal de Justiça da União Europeia

aplicou ou vai aplicar sanções à cidade de Lisboa pelo excesso poluição que existe na

Avenida da Liberdade?

JGP: A multa é aplicada ao Estado e não à Autarquia. Mas que fique claro, o CDS

partilha essa preocupação ambiental, mas quando estamos a falar de reduzir o numero

de faixas na Avenida da Liberdade, estamos a falar que vamos ter cada vez mais

trânsito e mais pára-arranca, o que faz com que a poluição aumente. E para além disso

- e o CDS já alertou para isso no Parlamento - esta decisão deve ter em conta as

questão da segurança, por exemplo: se tivermos um incêndio na baixa em hora de

ponta, as ambulâncias e os bombeiros vão ter muita dificuldade em lá chegar. Nós

temos de ter

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algum cuidado quando tomamos determinado tipo de opções que podem condicionar

outros fatores. Eu também me lembro que aqueles que são os maiores defensores desta

opção da rotunda do Marquês são os mesmos que eram os mais críticos em relação ao

túnel do Marquês. Foi uma obra polémica, mas que hoje, à esquerda e à direita, todos

reconhecem que foi uma obra positiva para a cidade de Lisboa – o túnel do Marquês –

que ajudou a melhorar a circulação naquela artéria da cidade.

Consenso entre

portas

No passado dia 15 de Setembro, a

cidade do Porto deu lugar à reunião da

Comissão Política e do Conselho Nacional

do CDS. Com a rentrée cancelada, e com

uma oposição política e uma opinião públi-

ca “sedentas” de ouvir as palavras do parti-

do, este foi o momento de quebrar o silêncio

classificado como “fúnebre” pela oposição.

O tema em cima da mesa foi, claro está, as

mais recentes medidas de austeridade anun-

ciadas pelo Governo, com particular ênfase

dado à mais polémica de todas, a redução da

taxa social única. Penso, desde já, ser da

maior importância clarificar as evidentes

consequências desta medida. A ser aplicada,

significa que os trabalhadores terão de

pagar mais (verificando-se um aumento da

sua carga fiscal), em prol das

Raquel Frazão Vaz

Vogal da Educação

[email protected]

empresas que pagarão menos (estas

vêm as suas contribuições a serem

reduzidas pela redução da TSU).

Parece-me que a polémica originada

pela medida é justificada pois mes-

mo num cenário de esforços que

visam a recuperação financeira do

país, perguntar-me-ia se tal medida

não será “esticar a corda” ou, se pre-

ferirem, levarem ao extremo a dispo-

nibilidade dos portugueses.

Page 13: Jornal Centrista

13

. E se realmente for, que opções teremos? E

serão essas alternativas igualmente prejudi-

ciais ou poderão significar um esforço ainda

maior por parte do povo? Noutra vertente,

sabemos que não é só através das contribui-

ções fiscais que poderemos recuperar a eco-

nomia portuguesa, outras medidas devem ser

tomadas e que poderão ajudar, como um

aumento nas parcerias público-privadas ou

analisar economicamente o dinheiro que é

gasto com as fundações portuguesas. Estas

últimas referem-se, ao invés de aumentar a

carga fiscal dos portugueses, reduzir aquela

que é a despesa do Estado e que se tem vin-

do a revelar tão pesada. Tendo em conta que

visto a camisola de um partido que se define

como democrata-cristão e que segue aqueles

que são os pilares sociais da Igreja, não

deveremos perder de vista aquela que é a

nossa basilar prioridade: defender aqueles

que mais sofrem.

No período que antecedeu o facto de o resul-

tado da reunião ser tornado público, muita

tinta correu sobre o silêncio a que se remeteu

Paulo Portas e sobre a possibilidade do seu

partido sair do Governo. O último tópico é, a

meu ver, de todo disparatado. Relembro que

o consenso político não é,

nem nunca foi um dado adquirido,

mas sim, uma meta pela qual os parti-

dos devem trabalhar. Sublinho ainda

que o nosso Governo é um só, os par-

tidos que o apoiam é que são dois.

Desta forma, é natural que o consenso

entre os mesmos resulte de muito tra-

balho e diálogo social. Penso que seja

óbvio que antes de trazer a público,

qualquer que seja o parecer, este deve

ser trabalhado “entre portas” de forma

democrática e sustentada, de forma a

que seja apresentado o mais coerente

e amadurecido possível. Relativamen-

te ao tão contestado silêncio do diri-

gente do partido, gostaria de relem-

brar que uma atitude credível deve

resultar de ponderação e de discussão

política. Contrariamente às constantes

fortes críticas tecidas a este respeito, e

ainda que eu mesma defenda uma ate-

nuação das consequências da aplica-

ção da TSU, penso que o partido agiu

de forma coesa e organizada, contri-

buindo para a intangibilidade da iden-

tidade do partido sem nunca ignorar a

conturbada conjuntura social que

enfrentamos.

Page 14: Jornal Centrista

14

A meu ver, a proposta de orçamento para 2013 que irá ser apresentada, sê-lo-á de

forma que penalize as famílias portuguesas o menos possível, num cenário que fará pre-

valecer o bom senso.

Termino, apelando, não só à Juventude Popular, mas também a todos os apoiantes, que

se orgulhem do trabalho que está a ser feito, nunca esquecendo que estamos perante um

Governo que está a tentar recuperar o “fôlego económico” do país para que possamos

cumprir com aquelas que são indubitavelmente as nossas obrigações. Na verdade, “não

há almoços grátis” e mais dinheiro, significará sempre, uma maior responsabilidade!

As razões da

austeridade

Hugo Dantas

Vogal dos Assuntos Económicos

[email protected]

Tendo-me sido pedido para que facultasse

à estampa a minha opinião sobre as novas

medidas de austeridade e a crise económi-

ca que – aparentemente – as justifica, não

há dúvida de que aproveitarei a ocasião

para discorrer, em linhas tão breves quanto

me for possível, sobre os princípios de uma

economia cristã, convenientemente adapta-

dos ao caso presente. De outra maneira,

seria inútil repetir toda a algaraviada técni-

ca dos analistas financeiros das televisões e

jornais que, talvez por eu não ser dotado de

luzes para a entender, me parece que

engendra mais confusão do que esclareci-

mento. A crise económica que o país atra-

vessa é uma crise do capitalismo

que, como toda a crise do capitalis-

mo, é uma crise do crédito. Eu

explico. A necessidade prática de

instalar um rigor draconiano nas

contas públicas tem o seu motivo

no elevado défice da balança

financeira do Estado. Traduzindo a

ideia para uma linguagem tão cor-

rente quanto

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15

expressiva dir-se-á que o Estado portu-

guês gasta mais do que aquilo que tem. As

receitas não chegam para cobrir as despe-

sas – e há que recorrer ao crédito: fonte de

dívida pública inflacionada por juros. Para

reverter a situação da contabilidade nacio-

nal, segue-se um de dois caminhos:

aumentar a receita ou diminuir a despesa.

Preferencialmente seguir-se-ão os dois. É

esta a origem das medidas de austeridade.

Postas as coisas dessa forma, não é difícil

compreender que a crise se abre na equi-

distância entre dois termos: de um lado, a

feição despesista do Estado, que desde há

algum tempo sofre de uma patologia de

gigantismo que reclama um tratamento

urgente, de outro, o funcionamento do

jogo do crédito capitalista, fundado no

empréstimo usurário, um flagelo de que

as nações europeias durante muito tempo

– por razões católicas – se souberam pro-

teger.

No que respeita ao gigantismo estatal, vê-

se bem que é fruto de políticas executadas

ao longo de várias décadas que colocaram

o Estado no centro da vida social e econó-

mica do país. O Estado, pela sua mesma

natureza, não tem condição para

se substituir à dinâmica da iniciativa

privada na economia nem na socie-

dade, como o demonstram exaustiva-

mente experiências históricas conhe-

cidas e bem estudadas. A sabedoria

do princípio da subsidiariedade está

em reconhecer que embora o Estado

desempenhe um papel fundamental

na vida económica, não deve assimi-

lar o espaço vital do individuo e dos

organismos intermédios. Este princí-

pio não tem sido levado em conta em

Portugal e as consequências estão

por estes dias nos noticiários. O cha-

mado Estado social é uma ilusão –

encantamento que durou até que

soou o alarme para satisfazer a pri-

meira prestação dos juros aos agiotas

externos.

O mecanismo de crédito, do emprés-

timo usurário, é o motor de qualquer

sistema capitalista e enraíza-se numa

injustiça natural – a quem não produ-

ziu será dado o resultado do trabalho

alheio. É o que sucede com Portugal.

Os contribuintes portugueses verão

mutilados os frutos do seu trabalho,

Page 16: Jornal Centrista

18

O que significa – e bem - que os jovens e as

suas famílias já entenderam que nem todos

os cursos superiores são bons, que nem

todos são base para uma mobilidade social

responsável e séria e que alguns deles

embora excelentes do ponto de vista cientí-

fico não assistem as exigências novas de

uma sociedade em mudança.

Por último e, já que só podemos refletir

sobre os dados que são lançados para a

sociedade civil, não deixamos de equacio-

nar a atual crise económico-financeira que o

país atravessa como uma das possíveis cau-

sas para a diminuição do número de candi-

daturas às universidades portuguesas. Neste

ponto particular não podia estar mais preo-

cupado. As famílias atravessam um período

de muitas dificuldades e, quer seja numa

universidade pública, seja numa universida-

de privada, o valor mensal com a educação

pesa muito no orçamento familiar, princi-

palmente naquelas que têm mais do que um

filho. Após estas breves considerações,

defendemos que a Educação é fundamental

para o desenvolvimento nacional, pelo que

pensar que tipo de Ensino Superior se pre-

tende, é um ponto de partida que urge, mais

do que nunca. Não podemos aceitar este

Portugal que tem vindo a expulsar do nosso

ensino superior púbico de tanta quali-

dade, ótimos estudantes por não terem

condições financeiras de prosseguir. O

estudo e o trabalho são, hoje em dia,

indissociáveis um do outro e são eles

que permitem funcionar o elevador

social, baseado na meritocracia, pelos

quais temos que caminhar e não desis-

tir de lutar. Neste sentido, deve ser

assegurada a igualdade de oportunida-

des de acesso ao ensino superior. E o

Estado ao apoiar esses jovens não pode

encarar estes apoios como uma presta-

ção social, mas antes, como um incen-

tivo à qualificação dos jovens portu-

gueses, ao desenvolvimento do País.

Recordo, para concluir, o ensinamento

de Amaro da Costa, “A Juventude não

é instalada!”. E não o é de facto. Não o

somos. Não podemos perder a esperan-

ça que os jovens portugueses se saibam

“desinstalar” e agarrem com rigor e

exigência os desafios destes tempos

conturbados que se avizinham. Porque

quando Portugal desta crise sair é a

nossa geração que reforçará o País,

onde o mérito e o valor irão vingar.

Page 17: Jornal Centrista

19

15 de Setembro terá sido, sem mar-

gem para dúvidas, um dia histórico para os

portugueses. O número exato de manifes-

tantes é sempre difícil de obter e varia habi-

tualmente consoante a “filiação” partidária

de quem nos traz a informação.

Os tendencialmente mais à esquerda dispa-

ram números acima do milhão, chegando a

afirmar que foi a maior manifestação de

sempre, ou a segunda maior desde o primei-

ro de Maio de 74; já os mais ponderados

falam em centenas de milhar por todo o

país. Deixando esta triste arbitrariedade

para outro artigo, o que é certo é que a

manifestação conseguiu trazer à rua um

número anormal de manifestantes. Não há

PCP, nem CGTP (considerando que não são

nomes diferentes para um mesmo organis-

mo) ou mesmo greve geral que traga tanta

gente para a rua numa manifestação que,

grosso modo, decorreu de forma pacífica

como, aliás, não poderia deixar de ser.

Um grito de

Silêncio:

Manifestação

15 de Setembro

Bernardo Serrão Brochado

Vice-presidente da Democracia cristã

[email protected]

ser. Claro que no próprio dia e nos dias

seguintes terá havido quem quisesse

dar cor política ou sindical à manifes-

tação, vontade, porém, em vão. Basta

reparar na presença – aparentemente

indiferente para os manifestantes – do

(ainda) coordenador do BE Francisco

Louçã e seu camarada João Semedo

nas manifestações do Porto.

A comunicação social expôs a presen-

ça destes ícones da revolução, o grande

número de pessoas presentes, os con-

frontos com a polícia, cartazes satíri-

cos, esta e aquela fotografia icónica,

Page 18: Jornal Centrista

20

homens “imolados pelo fogo” (expressão de

alguns média para algo que, afinal, terá sido

uma tentativa falhada da arte circense de

cuspir fogo e consequente pedido desespe-

rado de auxílio nos edifícios do antigo

Governo Civil de Aveiro) . No entanto, o

essencial parece-me ter sido abordado com

estranha leviandade: O que foi de facto esta

manifestação? Qual o seu significado?

O que é que leva milhares de pessoas de

todas as raças e credos, de todas as cores

políticas, de todas as filiações sindicais a

unir-se num pedido de socorro? O que leva

jovens, adultos e idosos a caminharem lado

a lado? Será que alguém com o mínimo de

discernimento acredita que é para “rasgar o

acordo com a troika” ou para “exigir a

demissão imediata do governo”? Será que é

concebível pensar esta demonstração ímpar

de descontentamento como um mero capri-

cho de esquerda daqueles que, independen-

temente de quem seja governo, existem

sempre? É certo que há aproveitamento

político de algumas forças partidárias neste

evento, e é certo também que muita gente

estava presente por motivos, chamemos-

lhes banais, destes. Como também havia até

quem lá estivesse por diversão.

Acontece que a demissão do governo

em nada iria contribuir para que a afli-

ção destas pessoas acalmasse, antes

pelo contrário. O mesmo acontece rela-

tivamente a “rasgar” o memorando de

entendimento ou com qualquer outra

manobra política semelhante.

A verdade é inconveniente mas clara:

neste momento as pessoas não estão

minimamente preocupadas com os

dizeres dos partidos x ou y; não estão

minimamente preocupadas com as

sucessivas acusações inflamadas entre

partidos; provavelmente nem sequer

querem saber se as instituições finan-

ceiras que nos auxiliam neste momento

impõem seja o que for. E este fenóme-

no não tem mal nenhum. É normal

nem toda a gente se interessar por polí-

tica, economia e relações internacio-

nais da mesma forma, e é normal e

saudável também sermos todos dife-

rentes e termos interesses divergentes,

é daí que nasce a grandeza do ser

humano: complementarmo-nos uns aos

outros. As pessoas estão a passar por

tempos difíceis, estão a ver poupanças

de uma vida a desaparecer, têm o seu

Page 19: Jornal Centrista

21

emprego em risco ou já o perderam. As

IPSS e congéneres estão sufocadas em pedi-

dos de auxílio. O poder de compra é cada

vez menor e a população – com toda a legi-

timidade – diz que já chega, que não aguen-

ta mais.

Este sofrimento, caros amigos, não é só para

o “mexilhão” como nos querem fazer acre-

ditar, são tempos difíceis que todos os Por-

tugueses atravessam e maior prova que esta

manifestação penso que não pode haver.

Está na hora de compreender que os empre-

sários sofrem com a falência das suas

empresas, com a diminuição da procura,

também temem pelo futuro de seus filhos.

Esta manifestação, após alguma reflexão, só

pode ser encarada como uma demonstração

explosiva do mal estar generalizado da

população e este mal-estar deve ser encara-

do com seriedade, responsabilidade e senti-

do de estado pelos agentes políticos. Não

estamos em tempo de discursos eleitoralis-

tas. Não vamos sair desta crise nefasta que

nos afeta a todos da forma como, até aqui,

temos observado: PS aproveita para sacudir

a água do capote e rejubila de alegria face à

possibilidade do governo poder cair; os par-

tidos à esquerda insistem na ideia de rasgar

o “pacto de agressão” (?), insistindo

em enganar as pessoas com discursos

demagógicos, como se não estivessem

perfeitamente cientes de que é o pacto

de agressão o responsável pelos salá-

rios que muitos deles recebem e pelo,

embora escasso, financiamento das

PMEs que empregam outros tantos. As

pessoas saíram à rua para dizer que

não é este o caminho e a critica não é

só para os políticos. É para cada um de

nós.

“É hora de remar na mesma direção e

deixar de lado interesses pessoais, par-

tidários ou financeiros. É hora de nos

unirmos independentemente das cores

partidárias, escalões socioeconómicos

e, juntos, construirmos um futuro

melhor” – este sim foi o grito mais alto

da manifestação.

Page 20: Jornal Centrista

16

que passará para as mãos dos não-produtores que sustentam o despesismo do Esta-

do. Tal é a ocupação dos donos das grandes massas monetárias internacionais: para-

sitar as produções nacionais.

O que fazer? Certamente, teremos que cumprir as nossas obrigações. Também não

menos certo é que só fará sentido sair desta crise com uma reforma estrutural do

Estado, que permita defenestrar a sua expansão supérflua que, como já se disse, é

alimentada pela ilusão do crédito. E que isto se faça de tal modo que não haja que

alinhar nas mesmas proporções de outrora no perverso jogo do empréstimo a juros –

a injustiça central do sistema capitalista internacional. O corte na despesa é, assim, o

fundamental. O aumento da receita, que melhor fora que acontecesse por virtude do

aumento da produção do que pelo aumento dos impostos, terá que ser exercido de

uma tal maneira que o consumidor não seja diretamente afetado pelas medidas fis-

cais – como o será através da implementação do escabroso novo valor da TSU. A

solução reside na consagração de impostos indiretos: o aumento do IVA, estrategica-

mente distribuído, é a opção que, neste momento, se afigura mais exequível

Um olhar sobre o

ensino superior

Milhares de jovens iniciam, agora, a sua

formação superior. Este ano, segundo os

dados oficiais, 45 mil alunos candidata-

ram-se à primeira fase de acesso ao ensino

superior público sendo que 40 415 conse-

guiram ficar colocados. Este foi o segundo

ano consecutivo em que as colocações des-

ceram na primeira fase, após um longo

Hélder Santos Correia

Vice –presidente da Intervenção

Política

[email protected]

Page 21: Jornal Centrista

17

de acesso ao ensino superior público

sendo que 40 415 conseguiram ficar coloca-

dos. Este foi o segundo ano consecutivo em

que as colocações desceram na primeira

fase, após um longo período de crescimento.

Desde 2010, os ingressos caíram em cinco

milhares. Como esta matéria é recente, ainda

não temos estudos que nos digam de forma

científica as razões da diminuição. Não obs-

tante, pese embora seja mais difícil, deve-

mos procurar fazer uma reflexão séria acerca

destes números.

O Ministério da Educação e Ciência e a

Comissão Nacional de Acesso ao Ensino

Superior atribuem estes dados aos maus

resultados obtidos nos exames nacionais do

12.º ano. Os responsáveis reconhecem que

as notas foram substancialmente inferiores

aos últimos dois anos. Este ponto é de

importância capital, porque os exames

nacionais no ensino secundário servem, efe-

tivamente, para verificar o que os alunos

estudaram e o que as escolas ensinaram. Se

assim não foi – como acusam alguns respon-

sáveis - , e se os exames foram realizados ao

arrepio dos conteúdos programáticos, esta é

uma deslealdade total do GAVE para com as

Escolas e os Jovens que só merece a nossa

censura e reprovação.

Outro dado que não podemos

perder de vista - em maior ou menor

medida - é que este ano, pela primeira

vez, os alunos do ensino secundário

foram obrigados a fazer todos os exa-

mes nacionais na 1.ª fase. À 2.ª fase

só foram admitidos os estudantes que

chumbaram nas provas ou que preten-

diam melhorar as notas. Não olvida-

mos, também, que este ano, a Agência

da Avaliação e Acreditação do Ensino

Superior cortou mais de mil cursos

superiores e houve 466 que ficaram

com menos de 20 alunos. Todos estes

motivos podem ter ajudado a compor

esta moldura humana de candidatos,

mas julgo que podemos ver mais lon-

ge.

De alguma maneira, nota-se uma ten-

dência cada vez mais generalizada

para procurar cursos com maior

empregabilidade. Este facto é notório

pelo exemplo dos cursos de Engenha-

ria Civil ou Ciências da Educação em

que permanecem muitas vagas

sobrantes. Cada vez mais, ao procu-

rarmos formação superior, a questão

da empregabilidade, é um critério que

pesa deveras.

Page 22: Jornal Centrista

22

RTP: Ser (Pública)

ou não ser… Eis a

questão

A transversalidade da prossecução do inte-

resse público, cristalizada enquanto princí-

pio geral que acompanha a atuação da admi-

nistração do Estado, passa, cremos bem, por

um serviço público de televisão que ofereça

aos cidadãos um acesso à informação des-

pojado dos interesses atinentes às leis deste

mercado.

Prefere-se que o Estado saiba que o seu

papel de interlocutor da política nacional

transfere-se mediante uma comunicação útil

e necessária com o seu povo, agendada por

um aparelho sujeito à sua tutela. Historica-

mente, provou-se que a definição dos con-

teúdos televisivos se afigurou como baluarte

da cultura, da história, da própria nacionali-

dade e, note-se, da reunião da família em

torno de um entretenimento substantivo e

até educativo. Destarte, coibir a universali-

dade de um serviço público de televisão que

molde os horizontes aos cidadãos e os dirija

para valores e necessidades mais prementes,

afigura-se como um dano irreparável na

prospeção de uma sociedade mais próxima

Francisco Rodrigues dos Santos

Presidente da JP Lisboa [email protected]

do dia-a-dia e na igual medida guarne-

cia por uma informação insípida e

independente, acompanhada por uma

vertente lúdica nos formatos de diverti-

mento familiar.

No panorama atual, o Estado é deten-

tor de dois canais de televisão: RTP1 e

a RTP2. Em nossa opinião, julgamos

que a fatia do orçamento consignada à

manutenção de ambos não é comportá-

vel com os tempos de austeridade e de

contenção da despesa que atravessa-

mos. Numa primeira análise, atentos à

inviabilidade financeira destes canais,

julgamos pertinente que se alcance

uma fusão dos dois, atingindo-se uma

solução mitigada entre a programação

característica de um e de outro,

Page 23: Jornal Centrista

23

intervir onde conseguir ser mais efi-

ciente do que os privados. Não obstan-

te, duvidamos seriamente da capacida-

de destes últimos em substituírem-se

ao primeiro, cumprindo o desiderato da

prossecução do interesse público, em

detrimento do supremo interesse eco-

nómico do elenco de programas.

redirecionando-o para uma matriz de inte-

resse geral criteriosamente definida e que

sirva com dignidade esse fim.

Afastamos, assim, a priori, o cenário da pri-

vatização, já que essa modalidade obrigaria

a uma venda de todo o espólio ancestral da

RTP, deixaria o Estado órfão de um veículo

comunicacional de elevado alcance socioló-

gico e largaria ao desbarato mais um canal

privado, cuja oferta repetiria mais do mesmo

– o que, lamentamos, nos deixaria numa

situação bem pior, embora um pouquinho

menos pobres.

Estudar a hipótese da concessão da RTP,

havendo vontade em suavizar o peso da

administração no setor, parece-nos uma

solução mais sensata, uma vez que se

seguíssemos este regime legal o Estado

reservaria algum controlo material acerca da

realização dos fins da nova estação, nomea-

damente através da imposição de obrigações

de serviço público pré-estabelecidas, ao

mesmo tempo concederia autonomia quanto

à gestão patrimonial dos conteúdos do canal

e, em caso de fracasso dos resultados fixa-

dos, poderia como último reduto resgatar a

sua propriedade.

Reconhecemos que o Estado é, muitas

vezes, um mau gestor e que só deve

Page 24: Jornal Centrista

24

Mal por mal, antes

o Pombal

Esta coisa das alterações feitas na Rotunda

do Marquês de Pombal, em Lisboa, já está a

dar uma grande dor de cabeça.

Ora, se por um lado, o Dr. António Costa

acha que isto é uma solução viável para a

saúde pública, melhorando o ar mais

poluente para todos, dentro dos limites per-

mitidos pelo Tribunal de Justiça da União

Europeia, as ciclovias permitem umas belas

e valentes pedaladas; por outro lado, os

automobilistas ficaram enfurecidos com o

pára-arranca, as “variadas buzinadelas”, a

gasolina que não está propriamente barata, e

as pessoas não vivem atualmente de forma

muito pouco stressada, caiu que nem uma

bomba no seio de todos os Lisboetas .Lá se

fizeram alguns ajustes, mais via, menos via,

mas não parece, a título pessoal, ser a

melhor opção.

Não devemos deixar de ter a nossa sensibili-

dade para promover a cultura do meio

ambiente, que é das coisas mais complica-

das, como a auto – responsabilidade na pre-

servação e proteção da mesma, contudo;

Alexandra Benitez

Presidente da Mesa do Plenário

Concelhio da JP Lisboa

[email protected]

esta mega confusão no centro de Lis-

boa, pode trazer menos partículas ina-

láveis e prejudiciais á saúde, mas trará

com certeza, vários problemas a quem

não deixa o carro em casa para traba-

lhar, ou levar as crianças à escola ou

até mesmo quem quer simplesmente, ir

fazer, uma compra ou outra na Avenida

da Liberdade. Tudo isto, requer, obvia-

mente, uma atenção especial. Marquês

de Pombal viveu na era do Iluminismo,

depois do Terramoto de 1755 teve o

desafio de renovar arquitetónica a

Cidade de Lisboa. Se hoje lá passasse,

a pé, de carro, de bicicleta ou até num

Bus turístico de Lisboa, talvez diria:

Page 25: Jornal Centrista

25

de carro, de bicicleta ou até num Bus turístico de Lisboa, talvez diria: Mal por mal,

antes o Pombal.

Ação social: na

política, servir os

outros

A Ação Social deve ser parte integrante da

Política, e, consequentemente, das nossas

vidas. Quando, deliberadamente, pomos de

parte esta noção de Serviço, o sistema fica

desequilibrado e disfuncional.

Neste mandato que se inicia, a Juventude

Popular de Lisboa pretende abrir os olhos a

quem se pensa indiferente na Política. Para

mudar aquilo com que discordamos, e fazer

melhor, não preciso de fazer nenhum dis-

curso inspirador e provocador, enquanto

centenas de pessoas pousam em mim os

seus olhos atentos, sem desviar um segun-

do. Sou também capaz de melhorar Lisboa

através de pequenas grandes ações que, por

serem discretas, são as mais ousadas; por

serem as mais humildes, são as mais reco-

nhecidas. Os projetos - uns contínuos,

outros pontuais (para os quais todos os mili-

tantes e simpatizantes estão, desde já, requi-

sitados) - serão prova de como cada um de

Isabel Oom Mónica (Inha)

Vogal da Ação Social

[email protected]

como cada um de nós é preciso para

que esta desejada mudança aconteça.

Mostrar-nos-ão as capacidades que

temos dentro de nós, muitas vezes des-

conhecidas até aí, para melhorar o sítio

onde vivemos e a vida daqueles que

nos rodeiam, através da interação com,

entre outros, crianças, idosos, jovens,

desfavorecidos ou não. Uma vez que a

mudança só acontece se começarmos

com quem está ao nosso alcance, desa-

fio-te a participares nos projetos que te

formos anunciando, para que, assim,

Page 26: Jornal Centrista

26

para que, assim, também consigas criar os teus próprios, naquilo que aches que, um

dia, Lisboa possa precisar. Porque Lisboa precisa de cada um de nós.

HOMENAGEM A ADRIANO

MOREIRA

Foi no passado dia 6 deste mês de Setembro

que o Prof. Doutor Adriano Moreira cele-

brou o seu 90º aniversário. O Jornal Cen-

trista não podia deixar de prestar a devida

homenagem a este histórico Estadista e anti-

go presidente do CDS.

Adriano José Alves Moreira nasceu perto de

Macedo de Cavaleiros, Licenciou-se em

Direito na UL e doutorou-se na mesma área

em Madrid.

Ao longo da vida exerceu funções como

ministro, deputado, destacando-se como

como professor universitário de varias

disciplinas da Ciência Política.

Ainda hoje é uma das vozes mais ouvi-

das e influentes do nosso panorama

político e o Jornal Centrista faz votos

sinceros de que assim continue por

muitos e longos anos.

Bernardo Serrão Brochado

Vice-presidente da Democracia Cristã

[email protected]

Page 27: Jornal Centrista

27

INTERNACIONAL

Uma nova

Europa?

A 12 de Setembro de 2012 é lançado um

novo desafio à Europa. O Presidente da

Comissão Europeia, José Manuel Durão

Barroso, exclamou: “A Europa tem que

avançar para uma federação de Estados-

Nação”, retomando a expressão criada por

uma das personalidades mais importantes da

Europa da história europeia, Jacques Delors.

Assim é, defende Barroso, para que se possa

evitar aquilo a que, em certa medida, temos

vindo a assistir atualmente: a ascensão de

partidos nacionalistas e populistas. A fede-

ração deve visar também a criação de meca-

nismos de concertação que permitam a esta-

bilidade e a Paz, bem como a prosperidade e

bem estar dos Povos europeus. No seu dis-

curso perante o Parlamento Europeu sobre o

estado da união, Barroso afirma que os

Estados estão errados ao achar que podem

ultrapassar estas crises, tanto a social como

a económica, sem que haja uma verdadeira

união política, e por consequência, uma ver-

dadeira união económica,

uma verdadeira união económica. Afir-

mo-me como um federalista, uma pes-

soa que acha que a União Europeia, em

todas as suas vertentes políticas, eco-

nómicas, sociais e jurídicas, tem uma

importância extrema para que possa-

mos, cada vez mais, fazer face a um

mundo em constante mutação. Desta

forma julgo ser uma hipótese a estudar,

sem que seja imediatamente posta à

parte, apesar de ser certo determinados

Estados não estão dispostos a pôr a sua

soberania em causa.

Francisco Laplaine Guimarães

Vice-presidente da Comunicação

[email protected]

Page 28: Jornal Centrista

28

Eleições Estados

Unidos da América

A cada 4 anos, os EUA passam por um

complexo e demorado processo eleitoral

cujo objetivo é eleger o Presidente do país.

A campanha inicia-se cerca de um ano antes

de o ato eleitoral ter lugar, quando diversos

candidatos competem entre si pela nomea-

ção, ou seja, pela oportunidade de represen-

tar o seu partido nas eleições presidenciais.

A identidade do nomeado só é, oficialmen-

te, conhecida na Convenção de cada parti-

do, quando delegados eleitos por militantes

de todo o país escolhem o candidato que

preferem. Inicia-se então a campanha para

as Eleições Presidenciais, cujo resultado

não depende diretamente do voto popular,

mas sim, da escolha do Colégio Eleitoral,

um órgão cujos 536 elementos estão distri-

buídos consoante o peso demográfico de

cada Estado. Assim, um candidato precisa

de vencer em Estados suficientes para obter

pelo menos 270 votos dentro do Colégio

Eleitoral e, por conseguinte, ser escolhido

como Presidente.

Em 2008, Barack Obama conseguiu

galvanizar os eleitores apelando à uni-

dade e ao compromisso. Carismático e

mobilizador, associou o seu oponente

aos fracassos de Bush e afirmou-se

como uma alternativa pragmática e

unificadora. Foi assim que Estados tra-

dicionalmente republicanos, como a

Virgínia, a Carolina do Norte ou o

Indiana foram postos em jogo e ganhos

por Obama, que somou 365 votos elei-

torais, contra 173 de McCain.

Desta vez, contudo, os partidos estão

mais divididos do que nunca e as suas

posições radicalizaram-se. No caso dos

Republicanos, este processo deve-se à

ascensão do Tea Party, enquanto que,

no caso dos Democratas, o fenómeno é

fruto da crescente influência dos sindi-

catos e de figuras radicais como a Con-

gressista Tammy Baldwin e o Mayor

Terry Booker. Para além disso, as ele-

vadas expectativas que o público ame-

ricano criou em relação à presidência

de Obama estão, em grande parte, a

sair goradas, visto que o desemprego

permanece acima dos 8% e que a dívi-

da cresce a um ritmo de 4 biliões de

Page 29: Jornal Centrista

29

.8% e que a dívida cresce a um ritmo de 4

biliões de dólares por dia. O atual Presiden-

te pretende, por isso, centrar as atenções nas

gaffes e incoerências do seu oponente,

enquanto que Mitt Romney, o candidato

Republicano, espera conseguir fazer com

que a campanha verse sobre o fracasso das

políticas de Obama.

Segundo parece, Obama garantiu já 237

votos eleitorais, enquanto que Romney

assegurou 191. Restam, assim, 110 mem-

bros do colégio eleitoral, eleitos pelos 9

Estados indecisos, em que ambos os candi-

datos estão a apostar a maior parte do seu

tempo e dinheiro. A Obama, basta-lhe

garantir os votos eleitorais do Wisconsin e

da Flórida ou do Nevada, Colorado e Ohio

para ultrapassar o patamar mínimo necessá-

rio para garantir a sua reeleição, uma tarefa

que é facilitada pela grande presença de

imigrantes hispânicos (20,7% da população

do Colorado e 22,5% dos habitantes da Fló-

rida). Já a campanha de Mitt Romney prefe-

re apostar na estratégia “3-2-1”, segundo a

qual o candidato republicano precisa de

recuperar os três Estados tradicionalmente

conservadores nos quais Obama venceu em

2008 (Virgínia, Carolina do Norte e India-

na) e somar-lhes o Ohio, a Flórida e qual-

Carolina do Norte e Indiana) e somar-

lhes o Ohio, a Flórida e qualquer um

dos restantes Estados indecisos, uma

estratégia que, ainda que arriscada,

parece plausível.

Não sendo o candidato ideal, parece-

me que Mitt Romney seria um Presi-

dente mais competente do que Obama,

não só por assegurar uma estratégia de

contenção orçamental e austeridade

que permitirá equilibrar as finanças

públicas, mas também porque, ao con-

trário do seu oponente, será uma

garantia de que a América assumirá

uma política externa inteligente, cen-

trada no apoio aos seus aliados e na

promoção da democracia a nível glo-

bal.

António Pedro Barreiro

Militante da Juventude Popular

Page 30: Jornal Centrista

Síria, a confusão

instalada

A situação na Síria não cessa de se agravar.

A tragédia é o dia a dia da população. Mor-

tos e feridos e sem que se vislumbre a

menor solução. Saindo dos lugares comuns

e das análises constituídas por uma série de

chavões e de lugares comuns, podemos a

meu ver, resumir as coisas da seguinte

maneira: as grandes potências USA, Ingla-

terra, França, Itália, Alemanha; a China,

Rússia, Irão e certos BRIC (Brasil, por

exemplo), Índia e, Arábia Saudita, Turquia

e países da primavera árabe.

As primeiras não se atrevem a intervir, mas

fazem como a França de Hollande, declara-

ções bombásticas que ninguém ouve (onde

é que já se viu os socialistas terem qualquer

protagonismo em matéria de política estran-

geira?), para mais a zona do conflito é com-

plicada e as intervenções no Iraque e no

Afeganistão não são exemplos a seguir. O

Presidente Obama está a um mês e pouco

das eleições e não está minimamente dis-

posto a perdê-las. Se vencer será mais do

mesmo, discursos bonitos de professor uni-

versitário, grandes elogios ao Islão e pouco

Diana Vale

Vogal de Formação Política

Editora do Jornal Centrista

[email protected]

e pouco mais. Os que verdadeiramente

contam, China e Rússia, com poder de

veto na ONU, “nunca” consentirão que

nenhum país invada a Síria, e muito

menos o Irão, visto que, para os mes-

mos, é um país estratégico e de uma

grande importância geopolítica. Os paí-

ses muçulmanos tentam, como a Ará-

bia Saudita e outros do Golfo, estender

a sua influência num país dirigido por

uma dinastia de ditadores que tinham

sido sempre avessos a um poder reli-

gioso demasiado influente. Os BRIC,

como o Brasil, não percebem muito do

assunto, mas adotam sempre uma posi-

ção antagónica à dos Estados-Unidos,

30

Page 31: Jornal Centrista

antagónica à dos Estados-Unidos, ajudados também pela Venezuela, Equador e Bolí-

via, países com regimes esquerdistas.

Posto isto, a situação na Síria continuará a degradar-se, tudo quanto a mim, dependerá

das a judas que fo re m dadas ( a r mas , h o mens , l og í s t i ca )

Mas o que já se pode dizer é que se Assad for deposto, começarão então as verdadeiras

lutas. Sendo quase certo que mais uma vez o extremismo árabe estará então perto da

vitória. Os países ocidentais celebrarão a vitória das forças democráticas (?), a Rússia

e a China terão ganho a batalha sem grande esforço, a Arábia Saudita e outros países

muçulmanos poderão instalar, à vontade, outra teocracia sem serem alvos de grandes

protestos. O Irão continuará de exercer a sua maléfica influência na zona. Quanto a

Israel pouco pode fazer neste conflito, atarefado que está também a preparar a sua

defesa contra um Irão cada vez mais agressivo. Fica uma pergunta no ar, será que a

democracia é o regime que convém e que as populações reclamam? Ou será que fal-

tam ainda muitos anos, talvez até séculos, para que nasça um Islão moderado, respeita-

dor de todas as liberdades e dos direitos humanos, nomeadamente das mulheres e

então sim poderá contribuir, quem sabe, para um mundo melhor. Infelizmente, ainda

falta muito..

O 11 de Setembro No dia 11 de Setembro de 2001, o mundo

inteiro assiste a uma série de atentados terro-

ristas, sem precedentes, contra a maior potên-

cia mundial, os Estados Unidos da América.

Há muito que o terrorismo é um fenómeno

bem conhecido mas a realidade é que este

ataque tem contornos totalmente inéditos que

alteram a sua perceção da violência e da

segurança. Estes atentados, coordenados pela

organização terrorista, conhecida pelo seu

fundamentalismo islâmico, coordenados pela organização terrorista, conhecida pelo seu

Mariana Brandão Rodrigues

Secretária Geral [email protected]

31

Page 32: Jornal Centrista

fundamentalismo islâmico, a Al-Qaeda, foram direcionados ao território norte-

americano, que era visto como um perigo para todo o Oriente e, por conseguinte, uma

ameaça ao Islamismo. O “ 11 de Setembro”, como é sempre relembrado, ficará para

sempre guardado nas nossas memórias como um dia trágico. Com efeito, desde esse dia,

não andamos de avião sem sermos revistados, sem nos apreenderem líquidos ou objetos

cortantes de forma a que a nossa máxima segurança seja garantida. É um facto que este

dia alterou a mentalidade das pessoas, modificando a noção de segurança que todos

tínhamos visto que o mundo ficou a conhecer um “novo” fenómeno: o poder “obscuro”

do fundamentalismo islâmico. Passados 11 anos, a Juventude Popular de Lisboa não

poderia deixar de fazer uma pequena referência a um dia que não só marcou o mundo,

como também alterou as perceções de segurança e que alertou para a vertente mais radi-

cal do terrorismo, o fundamentalismo islâmico.

Francisco Rodrigues

dos Santos no...

Pensar Lisboa http://www.pensarlisboa.com/

Creio bem que no momento em que se aceita escrever um breve texto sobre Lisboa e os

Jovens, importa, desde logo, entender o que, efetivamente, distingue um Jovem Lisboeta

dos demais, à luz da realidade contemporânea.

Objectivamente, nada. Um Jovem – sem querer aderir a balizas etárias que o qualifi-

quem ab initio – entrega-se gratuitamente à natureza livre do ser humano, leia-se: desliga-

da e independente do aparelho dos interesses paralelos; sujeita-se ao crivo da própria

consciência e move-se pelo instinto fraterno do dever ser como condição única e necessá-

ria para a edificação de um mundo novo ou, no mínimo, subliminarmente diferente. Não

se instala, reage. Não cala, manifesta-se.

Subjetivamente, muita coisa. A sociologia revela-nos que o Homem é um produto do

meio de onde é oriundo, sendo ele próprio um reflexo do habitat sociocultural ond tem

existência física. Lisboa, enquanto capital do País, revela-se aos Lisboetas como metrópo-

le embaixadora do óptimo e do péssimo; se preferirmos, como um centro de

32

Page 33: Jornal Centrista

imputação da saúde revigorante da modernidade e da doença que é o excesso dela,

como garbosa tradicionalista e saudosa anfitriã da História, ao arrepio da recorrente

corrosão estética e moral da identidade portuguesa e dos bons costumes.

À boleia do Tejo, Lisboa contempla serenamente o Atlântico, brinda aos novos mundos

que deu ao mundo, à imortalidade dos poetas, em plenos pulmões canta um fado à des-

garrada em cada esquina, contempla a luz messiânica do Castelo durante a noite, sosse-

ga com a bênção do Patriarca, aplaude com gáudio a festa no campo ou na praça e beija

a democracia que, também lá, se fez instituição.

Com efeito, cada dia vivido nesta cidade carece de ser agarrado pela Juventude que,

sem querer, ou melhor, sem ter autonomia de vontade neste particular, se enraíza no seu

espírito e desbota ao toque da gíria quotidiana da sua terra. A pergunta que se impõe é

taxativa: de que forma?

Cabe aos Jovens assumir uma participação ativa e empreendedora na vida de Lisboa,

interiorizando e precavendo, a priori, o respetivo património histórico e humano, esti-

mulando o envolvimento da comunidade nas grandes causas destes tempos, estabele-

cendo, por essa via, um elo de ligação e de afinidade com os Lisboetas, participando na

alternativa para a solução dos problemas que hoje se vivem intensamente.

Sem se oferecerem ao anonimato cobarde quando surgir a oportunidade de intervir em

nome do seu semelhante, exige-se que acompanhem a própria sociedade e que sejam

autênticos nessa profissão de vontade. O ideário da juventude deve reconduzir-se a um

trabalho construtivo, sério e gratuito por uma geração de mérito no cumprimento do seu

dever e na igual medida capaz de exercer livremente e de forma responsável, os direitos

de que, com justiça, é titular.

Destarte, é a apostar na ação educativa da juventude, nos campos da formação humana,

académica, cultural e física, que o Município tem o seu maior ónus enquanto pedagogo

do futuro: que educa ética e moralmente Homens e Mulheres para, no imediato, servi-

rem os seus pares e, mais tarde, o seu próprio País.

Os Jovens são a maior ponte de Lisboa: aquela que liga o passado ao futuro, por onde

viaja a esperança numa sociedade melhor, mais justa, mais portuguesa.

Francisco Rodrigues dos Santos

Presidente da JP Lisboa [email protected]

32

Page 34: Jornal Centrista

34

Tomada de Posse da Juventude

Popular de Lisboa

Discurso da Presidente de

Mesa do Plenário

Concelhio de Lisboa da

Juventude Popular

Alexandra Benitez

Alexandra Benitez Presidente da Mesa do Plenário

Concelhio da JP Lisboa

[email protected]

Sr. Dirigentes do CDS-PP e da Juventude Popular,

Amigos e amigas,

Quero começar o meu mandato por vos saudar com enorme emoção.

Serei Presidente da Mesa do Plenário Concelhio da Juventude Popular de Lisboa e

assumo o meu compromisso perante todos vós, honrando todos os que em mim

votaram, bem como de todos os que não o fizeram, mas de igual forma são militan-

tes desta nossa Concelhia.

Acredito no trabalho, no mérito, no esforço e acima de tudo acredito nos jovens do

nosso País, que tanto e tantos sonhos têm no meio da crise social e que tantas difi-

culdades enfrentam para o seu futuro.

A vocês que aqui estão, me dirijo, apelando ao bom senso, ao auxílio dos que mais

precisam, porque ninguém deve ser deixado para trás.

Page 35: Jornal Centrista

35

Foi em Portugal que nascemos! Lisboa precisa de nós! Portugal precisa de nós!

Precisa de jovens com iniciativa, empreendedores, cidadãos exemplares, empenha-

dos na sua qualificação, construindo uma sociedade civil forte, nunca nos esque-

cendo dos nossos princípios e valores democrata - cristãos. Esta tarefa, sei bem, é

difícil.

Não é o Estado que muda mentalidades, somos nós, um por um, cada um de nós!

Não devemos desperdiçar este capital humano que é a nossa Juventude. Nós,

Jovens, também damos lições. Esta nossa capacidade de ajudar o próximo é sim-

plesmente magnifica. Sem nada pedirmos em troca, surpreendemos com uma cultu-

ra mais política e cívica, mais limpa e menos resignada que luta e batalha pelos

seus objetivos .

A uma Juventude que seja constituída por pessoas verdadeiras, conscientes, feito de

gente humilde com verdadeiro sentido de ética humana e missão patriótica, sim-

plesmente diria:

Parabéns, isto são vocês!

Confio, é verdadeira e acredito nela, e está aqui á minha frente.

Por isso mesmo, foi com enorme gosto que disse o “SIM “ á Presidência da Mesa

do Plenário Concelhio da Juventude Popular de Lisboa. Continuarei com o meu

espirito de militante ativo, e todos sabem que podem contar comigo para o que der

e vier.

Mas como na vida tudo é breve, deixarei de ser jovem no final deste mandato, mas

nunca vos deixarei…

Lutem pelos vossos ideais, lutem pela vossa responsabilidade social, lutem por

todas as causas nobres, façam com que esta Concelhia cresça, com ou sem fracas-

Page 36: Jornal Centrista

36

Discurso do Presidente

da Concelhia de Lisboa

da Juventude Popular

Francisco Rodrigues

dos Santos

Francisco Rodrigues dos Santos

Presidente da JP Lisboa

[email protected]

Caros Militantes e Simpatizantes do CDS e da Juventude Popular,

Os atos eleitorais, sobriamente interpretados, revelam a consciência coletiva no que

respeita à prossecução do interesse geral. Neste último, a resposta foi clara e, se me

permitem, histórica até: decidiu-se, claramente, que o tempo é de Mudança e que esta

passa por fazer mais e melhor à frente dos destinos da Concelhia de Lisboa da Juven-

tude Popular, trabalhando com Todos, para Todos.

No respeito pelas diferenças e pela discussão de ideias, os nossos militantes esperam

e exigem dos seus representantes, que democraticamente escolheram, que deixem de

lado divisões estéreis, minudências e querelas que nada têm a ver com a resolução

dos problemas do seu quotidiano. Que não percam tempo e energias em recrimina-

ções sobre o passado e construam sustentadamente um futuro próspero e de esperan-

ça, porque é isso que os jovens, lá fora e cá dentro, estão à espera; porque é justamen-

te isso que o País augura que tenhamos a audácia de fazer.

Page 37: Jornal Centrista

37

Os jovens que ocupam os lugares de chefia têm de ser exemplo de cultura de honestidade,

de transparência, de responsabilidade, de exigência para consigo próprios e para com os

outros e de cumprimento de promessas feitas. Só assim será possível implementar um clima

de confiança nas Instituições, fundamental para a acreditação das suas intervenções. De

modo particular, têm de contribuir para o esforço de congregar pessoas em torno das suas

bandeiras, pois nelas convergem as maiores potencialidades para o desbloqueamento psico-

lógico das atuais e emergentes tensões.

A esta geração de novos quadros pede-se que rompa com o carreirismo na vida pública, que

permaneça na política, mas que não incorra na feroz tentação de viver dela para sobreviver

no circo de feras que é a existência cívica ativa e construtiva. Aos agentes que se movem

neste meio exorta-se que, para lá chegarem, saibam que servir na esfera do domínio geral,

esse último estádio do poder de direção, é estritamente necessário que, paralelamente, pau-

tem a sua formação pessoal e profissional pela excelência e pelo exemplo. Só a elevada dis-

tinção na vida civil pode conduzir as pessoas boas ao controlo formal e material da vida de

todos, pois só essas demonstraram, a priori, que têm fé pública para aceitar esse honroso

desígnio.

Um Jovem – sem querer aderir a balizas etárias que o qualifiquem ab initio – entrega-se

gratuitamente à natureza livre do ser humano, leia-se: desligada e independente do aparelho

dos interesses paralelos; sujeita-se ao crivo da própria consciência e move-se pelo instinto

fraterno do dever ser como condição única e necessária para a edificação de um mundo

novo ou, no mínimo, subliminarmente diferente.

A sua filosofia não é, nem pode ser, compatível com a teoria de bode expiatório ou com a

agitação permanente de fantasmas. Quando as dificuldades se tornam próximas e os dramas

se vivem intensamente, não tem importância alguma que se diabolizem os sujeitos e/ou os

problemas.

Page 38: Jornal Centrista

38

O monstro que é a insegurança relativamente ao futuro não se exorciza com fantasmas. Eli-

mina-se com uma correta prática política. É nessa prática que todos os dirigentes políticos

responsáveis se têm de empenhar. Deseja-se, pois, que cada um dentro das suas responsabi-

lidades cumpra a sua missão com dignidade, urbanidade e trabalho, muito trabalho.

A Juventude Popular não pode acompanhar a degeneração meritocrática da política em si

mesma, devendo, por outra via, ter um papel determinante na valorização do seu património

humano, formando os seus militantes nas áreas de maior relevo prático, facultando-lhes a

bagagem moral e intelectual para agirem no seu dia-a-dia e tomarem posição informada e

esclarecida sobre as grandes causas dos nossos tempos.

E é, creio bem, a apostar na ação educativa dos jovens, nos campos da formação humana,

política e cultural, que a Juventude Popular tem, tal como preveem os seus atuais Estatutos,

o seu maior ónus enquanto Instituição de bem: que educa ética e moralmente Homens e

Mulheres para, no imediato, servirem os seus pares e, no futuro, o seu próprio País.

Com efeito, urge refutar a demarcação entre Instrução e Educação, jamais podendo ignorar

a dimensão primordial atribuída à educação nos valores e para os valores. As juventude par-

tidárias não podem e não devem refugiar-se na neutralidade que circunstancialmente lhe

advém da assunção de organismo meramente reprodutor asséptico de saberes técnico-

políticos.

Claro está, então, que o papel do dirigente juvenil não se esgota, por tudo o que atrás foi

dito, no tratamento de excelência das questões dogmáticas e na cristalização de soluções

mais sensíveis para o interesse da comunidade que representa. Exige-se, antes, que esteja

permanentemente disposto a liderar pelo Exemplo, que seja verdadeiro e leal, assumindo

sempre as responsabilidades dos seus atos, que dedique à sua missão todo o seu esforço e

inteligência, que percorra um caminho de dignidade e de confiança ante as dificuldades e

que seja modesto no êxito alcançado.

Page 39: Jornal Centrista

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Por fim, que se sacrifique em nome de todos, por ser o Homem da frente, a quem cabe con-

servar o património histórico e intelectual da Estrutura, estimular o envolvimento da comu-

nidade nos trabalhos de hoje e de amanhã, estabelecendo, por conseguinte, um elo de liga-

ção e de afinidade com o projeto comum de sociedade portuguesa.

Com estes agentes, a Juventude Popular deverá ser o espelho da boa e oportuna decisão, que

responde pela voz daqueles que representa: e se o conseguir, terá contribuído, da forma

mais útil, para que a sua gente não caia na desilusão ou na convicção de que está a ser enga-

nada ou de que não há alternativa possível.

A nossa matriz democrata-cristã guiar-nos-á com a lucidez e a clarividência suficientes nes-

tes tempos de convulsão social, aproximando-nos daqueles que precisam, auxiliando quem

atravessa dificuldades, apoiando quem, com o seu esforço e combatividade, quer fugir do

declínio económico e financeiro que atravessamos.

O nosso sentido de missão far-nos-á difundir incessantemente a nossa mensagem, comuni-

cando internamente e externamente, projetando a marca JP com a credibilidade e a qualida-

de que tão bem merece. Vamos, juntos, assumi-la publicamente como uma alternativa ideo-

lógica, provar a capacidade das suas soluções e torná-la daquele tamanho que pela nossa

mão terá: Enorme!

Sem nos ofereceremos ao anonimato cobarde quando surgir a oportunidade de intervir em

nome do nosso semelhante, acompanharemos a própria sociedade e seremos autênticos nes-

sa profissão de vontade. O ideário da juventude deve reconduzir-se a um trabalho construti-

vo, sério e gratuito por uma geração de mérito no cumprimento do seu dever e na igual

medida capaz de exercer livremente e de forma responsável, os direitos de que, com justiça,

é titular.

Saiba o Partido que estaremos ao seu lado, promovendo uma simbiose estrutural com frutos

no nosso crescimento e implementação locais, unidos e coesos com um pensamento altruís-

ta e de olhos postos na intangibilidade da nossa identidade.

Page 40: Jornal Centrista

40

Lisboa, enquanto capital do País, revela-se aos Lisboetas como metrópole embaixadora do

ótimo e do péssimo; se preferirmos, como um centro de imputação da saúde revigorante da

modernidade e da doença que é o excesso dela, como garbosa tradicionalista e saudosa anfi-

triã da História, ao arrepio da recorrente corrosão estética e moral da identidade portuguesa

e dos bons costumes.

À boleia do Tejo, Lisboa contempla serenamente o Atlântico, brinda aos novos mundos que

deu ao mundo, à imortalidade dos poetas, em plenos pulmões canta um fado à desgarrada

em cada esquina, contempla a luz messiânica do Castelo durante a noite, sossega com a

bênção do Patriarca, abraça o Cristo Rei, aplaude com gáudio a festa no campo ou na praça

e beija a democracia que, também cá, se fez instituição.

Deste modo, cada dia vivido nesta cidade carece de ser agarrado pela Juventude que, sem

querer, ou melhor, sem ter autonomia de vontade neste particular, se enraíza no seu espírito

e desbota ao toque da gíria quotidiana da sua terra.

Termino, apelando aos jovens de Portugal que provem que são capazes de vencer a tirania

da resignação e o espartilho do pessimismo. Pela minha parte, estou profundamente convic-

to de que a nossa determinação é maior do que qualquer melancolia, de que a nossa exigên-

cia será mais forte do que qualquer resignação, de que o nosso trabalho será a maior respos-

ta aos problemas e de que a nossa ambição supera qualquer contratempo.

Os Jovens são a maior ponte de Lisboa: aquela que liga o passado ao futuro, por onde viaja

a esperança numa sociedade melhor, mais justa, mais portuguesa.

Contem com os Jovens Centristas!

Chegou a hora de SER A MUDANÇA!

Juntos faremos acontecer.

Tenho dito.

Page 41: Jornal Centrista

41

A Cultura e o Nosso Partido

Hoje em dia um sector da cultura portu-

guesa tem andado “nas bocas” da comuni-

cação social – a Tauromaquia. Por esse

motivo escrevo-vos esta opinião para

poder clarificar alguns pontos comuns

entre a tauromaquia e a posição do CDS-

PP.

A cultura é um património defendido pelo

CDS-PP e conforme o Decreto-

Regulamentar n.º 61/91 de 29 de Novem-

bro, em cumprimento do disposto no arti-

go 6.º do Decreto-Lei n.º 306/91, de 17 de

Agosto “ a tauromaquia é, indiscutivel-

mente, parte integrante do património da

cultura popular portuguesa”, sendo assim

considerada, por lei, cultura portuguesa.

Por este motivo é que o CDS-PP tem vin-

do, ao longo dos anos, defender esta práti-

ca que tanto diz ao povo português.

Temos que ter em consciência os impactos

que as Corridas de Toiros têm no nosso

território: desde geográficos, ecológicos e

até mesmo socioeconómicos.

Assim a nível geográfico, as Corridas de

Toiros realizam-se do Norte ao Sul (Vinhais

a Albufeira, por exemplo); do Litoral ao

Interior (Nazaré a Elvas, por exemplo) e no

Arquipélago dos Açores, nas ilhas Terceira e

Graciosa. De salientar também que, até ago-

ra, a Tauromaquia já foi declarada como

Património Cultural e Imaterial de 40 muni-

cípios portugueses.

No campo ecológico (ligado à agricultura),

cerca de 70.000 hectares servem a prática da

criação do Toiro de Lide e, desta forma, se

as Corridas de Toiros fossem abolidas, estes

terrenos seriam convertidos em terras de

agricultura intensiva ou industrial. À volta

do Toiro de Lide existem várias espécies ani-

mais e outras espécies de flora, que acaba-

riam por ser destruídas com a abolição da

Tauromaquia.

Já a nível socioeconómico, a Tauromaquia

tem um papel de destaque. Para os cofres da

Inspeção-geral das atividades Culturais

(IGAC), a Tauromaquia “dá” (através de

taxas) cerca de 300.000€ por ano e

Page 42: Jornal Centrista

42

aproximadamente 900.000 espectadores frequentam as praças portuguesas.

O CDS-PP já participa em Corridas de Toiros desde 1984, quando em Lisboa se deu a 1ª

Grande Corrida de Toiros CDS, tendo sido a última, até ao momento, em 2010 na praça de

toiros das Caldas da Rainha. Quando perguntado sobre as Corridas de Toiros nas Caldas da

Rainha, o líder do CDS-PP, Dr. Paulo Portas afirmou “sempre que quiserem atacar as toura-

das, o CDS defende”. Estas palavras demonstram a forte ligação do CDS-PP com a cultura.

Este é um dos motivos que sou da Juventude Popular e sou aficionado! Defendo a minha

Cultura, Identidade e Liberdade!

Sebastião Viegas Ribeiro

Militante n.º 46011107

"Políticas Sociais em Tempos de Crise"

Francisco Camacho

Gabinete do Apoio ao Militante

[email protected]

No passado dia 4 de Julho, realizou-se, no

Hotel SANA, em Lisboa, pelas 21 horas, um

debate sobre “Políticas Sociais em Tempos de

Crise”.

Esta mesma iniciativa foi levada a cabo pela

Comissão Política Distrital de Lisboa do CDS-

PP e do PPD/PSD, sendo, por isso, presidida

e moderada pelo Dr. Telmo Correia, bem com

pelo Dr. Miguel Pinto Luz (presidentes das

Comissões Distritais presentes, respetivamen-

te). De salutar, igualmente, a presença do Sr.

Ministro da Solidariedade e da Segurança

Social, Dr. Pedro Mota Soares, e o

Page 43: Jornal Centrista

43

Secretário de Estado da Segurança Social,

Dr. Marco António Costa..

Numa fase em que este Ministério se revela

decisivo na resposta diária às necessidades

de muitos portugueses, o debate em causa

destinava-se a todos os militantes dos parti-

dos da coligação, tal como aos demais inte-

ressados. Face a isto, a JP Lisboa, recém-

eleita, marcou forte presença, naquela que

foi a sua 1ª aparição pública, revelando

atenção perante o partido, o Governo coli-

gado e, mais do que isso, preocupação com

Portugal e o seus jovens.

Constando uma sala cheia, denotou-se uma

amplíssima abertura dos intervenientes no

debate, que, assim, esclarecera as dúvidas

do seu público-alvo. Não desperdiçando a

oportunidade, a nossa Juventude (a única

presente, diga-se de passagem) clarificou os

seguintes pontos: Programa de Incentivo ao

Cooperativismo Jovem, Bolsas Sociais aos

alunos do Ensino Superior e Recibos Ver-

des.

Primeiramente, o Programa de Incentivo ao

Cooperativismo Jovem trata-se, resumida-

mente, de financiamento a projeto jovens,

com baixas taxas de juro, ao estilo micro-

crédito, facilitando o acesso ao crédito e

dinamizando a economia nos

agentes desta faixa etária. Algo altamente

relevante, numa época em que tanto ouvimos

de falar de barreiras sucessivas ao empreen-

dedorismo. Quanto ao caso das Bolsas

Sociais, defendeu-se que não se podem conti-

nuar a apoiar jovens que não tenha o devido

sucesso escolar (mais de 50% das cadeiras

conseguidas), em detrimento de quem verda-

deiramente se pretendem dedicar. Posto isto,

evidenciou-se que este Governo tem feito

mais, com menos (as bolsas inclusive aumen-

taram este ano letivo, com menos recursos,

fruto de uma canalização de verbas cuidada).

Finalmente, aos recibos verdes (esse tema que

assombra qualquer jovem) foi respondido que

está a ser feita uma reposição da justiça,

pagando menos à Segurança Social e flexibi-

lizando prazos para o pagamento das suas

dívidas.

Não obstante destas perguntas, outros militan-

tes de ambos os partidos, tocaram em pontos

chave, tais como o lobby das farmácias (onde

se tem diminuído o preçário geral dos medi-

camentos, sem qualquer custo para a máquina

estatal), o Mercado de Arrendamento Social

(prevendo-se colocar 2000 imóveis até ao

final do presente ano, com rendas 30 por

cento abaixo das praticadas no mercado,

Page 44: Jornal Centrista

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nas mesmas condições, sendo 108 os municípios portugueses participantes) e a necessidade

imperativa de haver “ética social na austeridade”. Concluindo, foram cerca de 3 horas de

alta cidadania e esclarecimento, perspetivando-se novas ações nestes moldes. De registar,

também, a disponibilidade e simpatia revelada por todos os membros do quadro do debate,

dispondo para colaborarem futuramente connosco..

O Busto e o Betinho

Page 45: Jornal Centrista

45

Agenda Outubro

Reunião com dirigentes associativos do Ensino Superior da

Cidade de Lisboa, no dia 3 de Outubro, de forma a discutir-

mos juntos os problemas dos estudantes do ensino superior e

procurar encetar esforços para podermos chegar mais facil-

mente aos órgãos de decisão com justas propostas de solução

Conferencia subordinada ao tema: “Os princípios económi-

cos da Democracia Cristã”, no dia 20 de Outubro

Visita ao Lar da Casa de Nossa Senhora da Vitória, dia 26 de

Outubro

Sem prejuízo das atividades anunciadas supra, poderão ainda tantas

outras ser agendadas no corrente mês .

Para acompanhares os trabalhos da tua concelhia fica

atento à nossa página e ao nosso grupo no Facebook.

https://www.facebook.com/lisboa.jp

https://www.facebook.com/groups/484754751538115/