Aproximación Historiográfica Al Concepto de Signo Lingüístico
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ – CERES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DO CERES – DHC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
JOÃO BATISTA FÉLIX DA SILVA
NA FURNA DA ONÇA: HISTÓRIA E MEMÓRIA EM UMA COMUNIDADE
QUILOMBOLA NO SERIDÓ POTIGUAR
CAICÓ/RN
2016
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JOÃO BATISTA FÉLIX DA SILVA
NA FURNA DA ONÇA: HISTÓRIA E MEMÓRIA EM UMA COMUNIDADE
QUILOMBOLA NO SERIDÓ POTIGUAR
Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade
Artigo, apresentado ao Curso de Especialização em
História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro
de Ensino Superior do Seridó, Campus de Caicó,
Departamento de História, como requisito parcial para
obtenção do grau de Especialista, sob orientação da
Prof.ª Dr.ª Joelma Tito da Silva.
CAICÓ
2016
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................05
2. BEM VINDOS À COMUNIDADE FURNA DA ONÇA DE CAICÓ/RN....................09
3. O MAPEAMENTO DA COMUNIDADE FURNA DA ONAÇA.................................13
4. CONSIDERAÇOES FINAIS..........................................................................................17
5. RESUMO EM INGLÊS..................................................................................................18
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................................19
DEDICATÓRIA..............................................................................................................20
AGRADECIMENTOS....................................................................................................21
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NA FURNA DA ONÇA: HISTÓRIA E MEMÓRIA EM UMA COMUNIDADE
QUILOMBOLA NO SERIDÓ POTIGUAR1
JOÃO BATISTA FÉLIX DA SILVA – DISCENTE
PROFª. DRª. JOELMA TITO DA SILVA – ORIENTADORA
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a Furna da Onça uma comunidade
quilombola localizada no município de Caicó/RN. Como pensar os moradores daquela
comunidade como sujeitos históricos que fazem parte das muitas trajetórias das famílias
negras no Seridó, esperamos compreender quais as representações e silêncios acerca da
Furna da Onça construídos ao longo do século XX. Nesse sentido, as histórias contadas
pelos mais velhos constituem elementos importantes para o desenvolvimento deste
estudo realizado a partir da tradição oral. A escolha por realizar uma pesquisa sobre esta
comunidade ocorreu por meio de um trabalho da disciplina Patrimônio e Memória em
Comunidades Quilombolas. Até então desconhecíamos a existência de comunidades
remanescentes de quilombos em Caicó/RN. A maior surpresa, entretanto, foi perceber
que alguns dos meus alunos não só conheciam a comunidade como moram nas terras da
Furna da Onça. Essa descoberta nos aproximou ainda mais da comunidade. O silêncio
sobre a existência da Furna da Onça constitui, portanto, o ponto principal desta pesquisa
baseada metodologicamente no estudo com as fontes orais e ancorada teoricamente nas
discussões sobre memória e silêncios de Michael Pollak, monumento, documento e
história, de Jacques Le Goff, e os “lugares de memória”, de Pierre Nora.
Palavras-chaves: Comunidade quilombola, Famílias e Memórias.
1 Artigo de conclusão do curso produzido como atividade final da Especialização em História e Cultura
Africana e Afro-brasileira ministrada no centro de ensino do Seridó/CERES – CAICÓ – UFRN.
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1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo analisar a Furna da Onça uma comunidade
quilombola localizada no município de Caicó/RN. Com o intuito de mostrar como os
habitantes daquela comunidade vivem, reconhecem-se e produz sua própria história. Ao
mesmo tempo, esperamos compreender esse espaço como sendo construído e moldado
ao longo do tempo. Não nos esquecendo de apontar as histórias contadas pelos mais
velhos. Escrever sobre a Furna da Onça é viajar no passado e se encontrar com as
histórias. Ao mesmo tempo perceber como esse espaço é construido no imaginário das
pessoas daquela comunidade através das histórias contadas pelos mais velhos.
O desejo de fazer uma pesquisa sobre esta comunidade foi despertada mediante
um trabalho da disciplina Patrimônio e Memória em Comunidades Quilombolas. Pois
não sabiamos que em Caicó/RN tinha comunidades de remanescentes de quilombos, a
supreza foi maior ao perceber que alguns dos meus alunos não só conheciam a
comunidade como moram nesta comunidade. A relação tornou melhor. Muitas questões
me despertou sobre o que é uma comunidade quilombola? Quem são seus agentes
históricos? Como vive esse povo? Quais os meios de sobrevivências? Se for possivel
estabelecer contatos com povos e comunidades vizinhas?
Este texto é um resultado desta pesquisa que se lança a investigar a historia da
comunidade da Furna Onça. Porque nao afirmar que o ponto alto deste trabalho seria o
despetar para a ideia que permeia o nosso país com a questao tao pertinete como é a
discursao sobre a étinico-racial do Brasil, que disfarçadamente vivendo cordialmente
escondendo em suas mais obscuras vias o ar do preconceito e do racismo filtrado nas
palvras de uma democracia racial. Mas o contraponto deste trabalho é perceber as
memórias, o patrimônio como heranranças sem cor, sendo um legado dos homens,
muitas vezes ordinarios ou renegados por sua etinia.
Para uma desconstrução desta sociedade brasileira que parece está tão
cristalizada com sujeitos muito bem definidos e centrados nos seus papeis, lugares esses
de conforto, pois são brancos, ricos e machistas é preciso se disfazer destes sentidos e se
travar em uma discursao de pertencimento, apropriação e lutas. Com o objetivo de
construir uma sociedade onde o padrao não seja uma demarcação a partir da cor da pele,
dos cabelos, pois as identidades estao sujeitas a história, a cultura e ao poder.
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Partindo desta visão nos lançamos para responder e saber como esta
comunidade sobrevive na memória das pessoas mais velhas e como suas histórias
percorreram as gerações. Um desafio foi conseguir contato com alguns moradores que
havia deixado a comunidade e foram morar em caicó/RN na busca de melhores
condiçoes de vida, isso incluem empregos, saúde e escolas. Muitas famílias deixaram a
comunidade porque se tornou melhor a vida na cidade, as condições ambientais e muitas
secas fizeram com que alguns moradores buscassem outras atividades, pois a agricultura
já não dava conta de manter a sobrevivencia da familia na comunidade.
Nesse artigo a metodologia a ser utilizada para confeccionar o texto cujo título
é: NA FURNA DA ONÇA: HISTÓRIA E MEMÓRIA EM UMA COMUNIDADE
QUILOMBOLA NO SERIDÓ POTIGUAR envolverão principalmente uma pesquisa
bibliográfica em fontes relativas ao tema, muitos deles sugeridos pela orientadora,
levantamento de dados sobre os aspectos sociais da comunidade Furna da Onça
município de Caicó/RN. Levantamentos em fontes documentais de instituições
estaduais e municipais relacionadas ao tema. Coletas de informações relativas ao tema e
entrevistam com moradores do lugar. Além disso, as leituras, os dados coletados, as
observações e registros servirão de subsídios para construção deste artigo.
Além do mais, percebemos que a invisibilidade daqueles que vivem na
comunidade também nos interessa uma vez que essa atitude pode ser um meio de
registência para manter-se viva em meios de desigauis. Pois a sua história remete a mito
e realidade de um passado. Cada povo constroe sua história, esta sendo entendida como
o relato das experiências e vivências do homem ao longo do tempo. Ainda se faz
necessário dizer que esta busca por a história da comunidade furna da onça é de manter
uma memória viva e não permitir que esta comunidadede venha a se perder no tempo.
Quanto nós decidimos fazer história, nos propomos a buscar vestígios de
memórias. Essa memória por sua vez torna-se materializada. A história é a memória
escrita, materializada, historicizada. Nesse seguimento escrever sobre a comunidade da
Furna da Onça, uma comunidade de remanescente de quilombos nos remete a lugares de
memórias, por sua vez convocamos a operação historiográfica de Michel de Certeau,
quando ele nos afirma que a operação historiográfica é justamente a própria forma de
construir a história, uma vez que a discursão sobre a operação historiográfica é perceber
o que o historiador faz quando decide fazer história.
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Uma vez que, já que se entende que a história é uma junção de práticas
relacionada num tempo e no espaço. Onde ao longo do tempo pode passar por muitas
transformações, interpretações e significações. Pois o homem a cada dia vai se
inventando, se construindo, enfim, se descobrindo. E porque nao dizer que ele esta
construindo e fazendo história embora o seu propósito nao seja esse.
Todo sistema de pensamento está referido em lugares sociais, econômicos,
culturais, e por que não dizer de memórias? Ainda pode se dizer que tanto em história
quanto em qualquer outra ciência uma prática sem teoria corre o risco de cair em
valores eternos. O que é evidente que a operação historiográfica se refere à combinação
de um lugar social, de práticas científicas e uma escrita. Segundo Certeau toda a
pesquisa historiográfica se articula com um lugar de produção social, econômico,
político e cultural. É em função deste lugar que se instaura os métodos, que se delineia
uma topografia de interesses que os documentos e as questões que lhes serão propostas
se organizam.
Os fatos históricos já são constituídos pela introdução de um sentido na
objetividade. O plural destas subjetividades filosóficas tinha desde então como efeito
discreto, conservar uma posição singular de intelectuais. Este lugar deixado em branco
ou escondido pela analise que exorbitou a relação de um sujeito individual como objeto,
é uma instituição do saber.
Para uma discurssao sobre A COMUNIDADE QUILOMBOLA DA FURNA
DA ONÇA: um encontro do passado com as memórias de um povo (1880 – 1910)
envolverá um conjunto de fontes relativas ao tema, levantamento de dados sobre os
aspectos sociais da comunidade Furna da Onça município de Caicó/RN, no período de
1880 – 1910. Levantamentos em fontes documentais de instituições estaduais e
municipais relacionadas ao tema. Coletas de informações relativas ao tema e
entrevistam com moradores do lugar. Além disso, as leituras, os dados coletados, as
observações e registros servirão de subsídios para construção deste artigo.
Uma vez que o trabalho do historiador é analisar o homem e suas experiências
ao longo do tempo. Suas experiências, costumes, hábitos e crenças. Então apresentamos
por meio desta pesquisa que este povo mesmo mudando para outro lugar que vai além
do espaço físico, chegue até nós pelos lugaraes das lembranças, memórias ou porque
não dizer as reminicências deixadas no tempo.
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No Brasil observamos que de maneira muito sútil, sobretudo devido à sua
posição periférica no cenário internacional, o discurso da existência de dois mundos,
duas nações e duas brasilidades: um lado civilizado e desenvolvido, o mundo do
consumo e das elites, e outro mundo inculto, o popular, completamente afastado do
consumo das grandes cidades brasileiras e das benesses do capitalismo. Incorporando de
países distantes em nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e
timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos
ainda hoje uns desterrados em nossa própria terra. E porque não dizer que este é o
dilema das comunidades quilombolas que estão na luta por terras que por direito
pertence aos seus descendentes.
O tema da identidade nacional é bastante abordado pelos acadêmicos, quando
eles propõem explicar as origens dos sentimentos nacionais e da nação. Este artigo
abordar o tema procurando saber o peso dos intelectuais na construção dos sentimentos
nacionalistas. Esta construção de uma fraternidade que acontece entre as pessoas a partir
de elementos objetivos e subjetivos que parece ficar apenas nas cabeças desses
intelectuais, pois este País é um espaço de lutas disputas de poder.
Os intelectuais tiveram um papel de destaque na criação no passado de uma
identidade. Ou seja, a invenção da nação. Esta idealizada e maculada por uma sociedade
preconceituosa, racistas que hierarquiza os seus por meios da cor, etnia e posição social.
Muitas vezes escondendo a grandiosidade deste país, nos muitos quilombos que para
sobreviver se disfarçavam e se invisibilisavam como forma de resistência. A
especificidade de caráter nacional, do modo de ser do brasileiro, esses que são tão
múltiplos, e essa característica os diferenciam dos demais povos do mundo.
Somos essa multiplicidade de povos, culturas e formamos muitas identidades.
Os quilombolas, os camponeses, índios, mestiços, negros, mulatos, brancos e outros
constituem uma espécie de nação invisível, o ser humano. Mas, o termo negro, ou preto
entre outros menos correntes foi utilizado no período escravista brasileiro com o sentido
diferenciado, de inferiorizar os sujeitos assim denominados. Por isso, muitas vezes as
variadas nuanças de cores, mestiças, morenos, representariam a fuga da realidade étnica
e da identidade, pois as pessoas procuram aproximasse do padrão branco, que seria
superior e renegar a sua própria etnia, é nisso que reconhecemos a crueldade do sistema
escravista que ocorreu no Brasil.
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2. BEM VINDOS À COMUNIDADE FURNA DA ONÇA DE CAICÓ/RN
A comunidade de remanescente de quilombola conhecido como Furna da Onça
fica localidaza no municipio de Caicó/RN, atualmente esta comunidade é composta de
11 famílias e 44 pessoas vivendo sobre tudo da agricultura de subsistência, trabalho
alugado2 e benefícios sociais como programas do governo
3 e aposentadorias. O que se
perceber nesta comunidade é que ela se diferenciadas conhecidas neste estado por ter a
sua particularidade, muitas vezes partimos para uma pesquisa e não nos desarmamos de
nossos preconceitos e nos deparamos com situações que nos faz repensar a nossa função
de historiador. É preciso dar voz ao nosso objeto de pesquisa, que de alguma forma
dialoga com o pesquisador.
Esta comunidade caminha de forma híbrida com as demais comunidades do
Rio grande do Norte, uma vez tão igual e tão diferente ao mesmo tempo e por isso que
se torna digna de ser estudada. Percebo que a denominação e afirmação é algo diferente
dos demais povos, a exemplo de boa vista dos negros e da Macambira, eles estão muito
mais inseridos em um contexto de combinação de vida rural do que com uma luta
política de pertencimento de um povo e luta por ascensão social. O outro de fora da
comunidade parece mais preocupado com a causa.
Com isso não quero repassar uma ideia de preconceito ou juízo sobre a
comunidade, meu papel não é julgar, muito pelo contrário, esta comunidade nos faz
refletir sobre os muitos tipos e formas de organização social dos Quilombos. E por ser
diferente esta comunidade já foi objeto de tantos escritores, colecionadores de histórias
perdidas, foi estudada por professoras que preocupadas e curiosas com o passado deste
povo buscaram resgatar as histórias por meio de escritos que pudesse alar sobre os
quilombolas da Furna da Onça.
Não posso dizer que foi uma tarefa fácil, pois escrever já remete ao próprio
exercício de deslocar olhares, buscar reconstruir o que muitas vezes se perdem nas
palavras dos povos. Porque não dizer que escrever histórias é navegar sem saber como
chegaremos ao um destino almejado, pois as caminhadas podem por si só conduzirem
aos mares nunca navegados das cabeças dos criadores de histórias.
2 Atividade desenvolvida em outras comunidades onde o sujeito vende sua força de trabalho, geralmente
chamadas de diárias ou empeleitas que pode ser boiado (com oferecimento de refeições; café, lanche e
almoço) ou a seca (sem comidas) 3 Programas sociais do governo federal que visa corrigir os malefícios que foram depositados na
sociedade durante séculos; ex. da bolsa família, bolsa escola, PETI e plano safra.
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No Brasil, observa-se, ainda que de maneira muito sútil, sobretudo devido à
sua posição periférica no cenário internacional, o discurso da existência de dois mundos,
duas nações e duas brasilidades: um lado civilizado e desenvolvido, o mundo do
consumo e das elites, e outro mundo inculto, o popular, completamente afastado do
consumo das grandes cidades brasileiras e das benesses do capitalismo. Incorporando de
países distantes em nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e
timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos
ainda hoje uns desterrados em nossa própria terra.
Uma possibilidade de entender o que é a identidade do Brasil através das
comunidades quilombolas é perceber a junção de culturas que mesmo estando no
mesmo lugar pode ter sido gerada em mundos distantes no berço África. Assim,
compreendamos que a história é o resultado de todos os fazeres e saberes do povo ao
longo do tempo. Esses saberes que nos vem por meio da memória. Já que se entende
que a história é uma junção de práticas relacionada num tempo e no espaço. Onde ao
longo do tempo pode passar por muitas transformações, pois o homem a cada dia vai se
inventando, se construindo, em fim, se descobrindo.
Segundo Certeau na operação historiográfica, toda a pesquisa historiográfica se
articula com um lugar de produção social, econômico, político e cultural. É em função
deste lugar que se instaura os métodos, que se delineia uma topografia de interesses que
os documentos e as questões que lhes serão propostas se organizam.
Por outro lado, Capistrano de Abreu seguia a mesma linha de pensamento
determinista e cientificista de seus contemporâneos para demonstrar os problemas e
dificuldades de se consolidar a nação. Descreveu a terra, o clima e os tipos
característicos das regiões do país, para concluir que: Vida social não existia, porque
não havia sociedade; questões públicas tão pouco interessavam e mesmo não se
conheciam. Sentiam não uma consciência nacional, mas ao menos capitanial.
O mais interessante no pensamento de Capistrano de Abreu é que, quando se
referia às elites coloniais no período imediatamente anterior a independência, ele
identificava os sentimentos de consciência e espirito nacionais, mas ao descrever os
povos, o clima e a terra, parecia se decepcionar com os resultados obtidos com a
emancipação. É, em verdade, uma forma de culpar o clima, a terra e as etnias pela
inatingibilidade da unidade da nação.
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Com a primeira guerra mundial surgiu uma crise no pensamento brasileiro e na
questão nacional. O desencanto com a civilização ocidental levou intelectuais e políticos
a buscarem nas raízes características essenciais da nacionalidade. Tomando como
exemplos Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire e Caio Prado Jr. Que tomando
como base valores étnicos, regionais, linguísticos, elementos naturais, símbolos e
autenticidade brasileira tentava responder quem somos e quem fomos.
Mas e inegável dizer que muitas vezes a autoafirmação na comunidade da
Furna da Onça se dar de fora da comunidade para dentro, parece muito mais forte o
desejo dos pesquisadores daquela comunidade enxergar que ela é importante, é histórica
do que muitos dos moradores. Tive a impressão que o lugar está associado a disputas, a
entraves e que determinadas coisas ficam no não dito. É isso me fez pensar por que o
silencio se faz tão presente nesta comunidade? Por que, não se fala tudo sobre este
povo? Cadê a autoafirmação que se destaca muito em outras comunidades do Rio
Grande do Norte do que na Furna?
Nesse artigo a sustentação teórica se dar sobre os conceitos de invisibilidades,
silêncios e não ditos percorreu os nossos caminhos, olhares, perguntas e desconfianças e
não deixou em nenhum momento. Aproximar-nos dos teóricos para poder dialogar com
os mesmos sobre o silêncio que está presente na existência da Furna da Onça constitui,
portanto, o ponto principal desta pesquisa baseada metodologicamente no estudo com as
fontes orais e ancorada teoricamente nas discussões sobre memória e silêncios de
Michael Pollak, monumento, documento e história, de Jacques Le Goff, e os “lugares de
memória”, de Pierre Nora. Sugerido com muito cuidado pela orientadora sobre os
nossos olhares sobre a comunidade da Furna da Onça.
É neste momento que imaginamos que ao longo do tempo foi se construindo
uma imagem de que o Negro está associado ao um conjunto de adjetivos negativos,
vistos como selvagens, violentos, indolentes, preguiçosos e demoníacos. Essas
qualidades destrutivas fazem os sujeitos negarem a sua etnia e recorram ao silêncio,
porque negar sua etnia e negar também todos os adjetivos impostos por esta sociedade
cruel, que se nega a dividir espaços, e por isso a luta e disputas de lugares se faz
necessária. Uma vez que, os olhos dos descendentes dos colonizadores não são capazes
de perceber a grandeza deste povo e renega a presença daqueles que com trabalho
fizeram e fazem parte da história deste país?
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O estudo das memorias negras pretende resgatar entre os negros uma
certa autoestima e uma imagem que nos sirva de orgulho de nossos
heróis, que pretendemos que sejam desenvolvidos em carne e osso, em
sangue e espírito. Não mais como lendas perdidas numa nebulosa
história. Precisamos ter orgulho dos feitos de nossos homens e
mulheres que, a despeito do estigma herdado da escravidão, marcaram
seu lugar na história, como cientistas, engenheiros, poetas, escritores,
doutores, escultores, pintores, historiadores. Queremos que os nossos
sejam reconhecidos. (ARAÚJO, 2004, p.247).
É importante dizer que os pesquisadores sobre a questão Afro–brasileira
recorre ao passado buscando feitos dos seus pares afim de apagar a mácula que a
sociedade os condenou, mancha essa que os negros não cometeram, muito pelo
contrario foram vitimas de um sistema perverso, cruel e que muitas vezes a tentativa de
fuga, se abria a esperança de poder viver a suas praticas e sua cultura. Era a
possibilidade de se encontrar consigo mesmo longe de casa e tentar reconstruir o que tão
brutamente os seus opressores tinham tirado a força. E no percurso da discursão fico na
ideia que a história se faz das experiências dos homens.
Ainda não posso deixar de apontar que a invisibilidade, instrumento tão bem
utilizado como forma de sobreviver diante de uma sociedade que divide os sujeitos em
uma hierarquia e os perseguem, esse era um meio pelo quais muitos escravos viviam e
tiveram a oportunidade de formarem os quilombos. Termos que ao longo do tempo foi
ganhando outros significados. E hoje se qualifica como sendo grupos a partir de cinco
indivíduos que se reconhecem como descendente afra brasileiro.
Avaliando a comunidade Furna da Onça, percebemos que diferentes das
comunidades conhecidas deste estado onde seus moradores buscam a presença de um
fundador, aquele sujeito que depois dele se forma a comunidade. Que ele se torna um
ser orientador das historias, que mesmo passando por grandes dificuldades, um
problema de cunho natural, ele consegue resistir e formar a comunidade a partir de
compra de terras ou ganham por meios de negociações e heranças.
Também e salutar mencionar que esses espaços são delimitados a partir da
compra da terra e isso se torna um instrumento que caracteriza poder, a posse do lugar,
muitas vezes sem nem dar para se calcular o seu real tamanho. Isso também faz sentir
pertencente de determinado lugar, que lhe faz sentir seguro, fixo. Esses espaços
geralmente são dotados de condições favoráveis para o estabelecimento de moradias, e
o desenvolvimento de uma agricultura de subsistência para a sobrevivência dos
moradores da comunidade.
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3. O MAPEAMENTE DA COMUNIDADADE FURNA DA ONÇA
Quilombo é todo negro fugido que passe de cinco, em partes desprovidas,
ainda que nao se tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles. Os quilombos
sao todos os grupos fugidos e organizados. Fugir do senhor e se juntarem a outros
rebeldes foi uma estrategia de lutas era uma forma de resistencia, um sonho de se
encontra com a sua cultura, seus costumes. Nos quilombos não havia somente negros
fugidos, morando em cabanas de barros. Havia também, negros forros, brancos pobres e
indios.
Nos ultimos anos vem surgindo um movimento no meio rural por todo o Brasil,
mobilização das comunidades negras rurais que gradativamente retomam suas
identidades quilombolas, ou seja, a auta-afirmação como grupo de negro e reivindica o
pertencimento do território e o direito enquanto grupo étinico. Isso se dar
principalmente depois dos anos 1980 com o movimento negro do Brasil.
Essas comunidades que estão às vezes distantes e parece isoladas, elas também
dialogam com outras comunidades, sejam em momentos de festas, reconhecem sua
importância nos fazeres e saberes. Tais comunidades como os negros do Riacho de
Currais Novos, conhecidos por sua “loiça”, os Negros de Boa Vista de Parelhas,
conhecidos por sua participação nas festas populares, religiosa e danças. E porque não
dizer que a Macambira também tem um laço uma vez que essas comunidades se
formaram a partir de lutas de reconhecer esses lugares como espaço de resistência de
negros. Alem do trabalho na agricultura e de subsistencia familiar.
Diante de pesquisas sobre comunidades remanescentes quilombolas no Rio
Grande do Norte, segundo o movimento negro, há em torno de mais de 64 comunidades
remanescentes de quilombos no RN, no entanto é muito provável que a grande maioria
não tenha surgido como reduto de escravos. Mas, comunidades formadas por negros
forros ou fugidos que deram origem a essas comunidades. Porém diante dos benefícios
que se tem mediante a autoafirmação de ser negro no Brasil hoje, há uma maior
afirmação sobre um passado escravo.
E importante dizer que na comunidade da furna da onça percebemos que o não
reconhecimento e o sentimento de não pertencer nos faz refletir sobre a ideia de que
para uns dos moradores isso seria um meio de sobrevivência entre uma sociedade que
de uma certa forma ainda rotula pessoas em meio ao lugar, a classe social e o mais
agravante a cor da pele.
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Diante de pesquisas sobre comunidades remanescentes quilombolas no Rio
Grande do Norte, segundo o movimento negro, há em torno de 64 comunidades
remanescentes de quilombos, no entanto é muito provável que a grande maioria não
tenha surgido como reduto de escravos. Uma vez que os relatos mostram que nessas
comunidades foram negros forros ou fugidos que deram origem a essas comunidades.
Porem hoje há uma maior afirmação sobre um passado escravo.
O antropólogo Thiago Leite de Barros, responsável na superintendência
regional do Incra pelo Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas, reconhece
que a identidade quilombola nessas comunidades é resultado de um processo de
reconstrução. E o reconhecimento dessa identidade, na maioria dos casos, não parte de
um desejo espontâneo da comunidade. Mas, não pode ser encarada apenas do ponto de
vista histórico e antropológico. De acordo com o antropólogo, o conceito de
comunidade remanescente de quilombo que dá respaldo ao movimento negro é mais
amplo, pois se sustenta no decreto 4.877, de 20 de novembro de 2003.
O conceito não está atrelado aos escravos que fugiram. É um conceito
metafórico, que se refere a grupos étnico-raciais com presunção de ancestralidade negra
relacionados com a resistência à opressão histórica sofrida. Houve uma manipulação do
conceito para atender aos anseios de uma militância. Os próprios militantes reconhecem
isso, que entende o processo de identificação das comunidades de quilombo como uma
possibilidade dessas pessoas reaverem direitos que lhes foram negados.
O Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas, trabalho que ele
coordena na superintendência regional do Incra, tem como foco a regularização das
terras de comunidades remanescentes de quilombo. O processo de definição e titulação
começou em sete comunidades. O Incra esperava ainda este ano dar o título de posse de
terra a três comunidades, o que acabou não se concretizando; que esse é um processo
novo e ainda estamos aprendendo com o seu fazer.
É importante dizer que: para as terras serem regularizadas há uma série de
procedimentos. Um deles é o estudo antropológico, feito por um antropólogo. E ainda é
necessário, antes, que a comunidade envie um requerimento se autoafirmando como
remanescente de quilombo e solicitando a regularização. Geralmente, isso não é feito
pela comunidade, e sim por alguém de fora, do movimento negro.
Não parte de um desejo espontâneo, que acredita que no Rio Grande do Norte
as comunidades negras rurais não tenham se originado de quilombos propriamente.
Historicamente, é provável que não tenham existido quilombos no RN, nos termos de
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ex-escravos fugidos com este intuito de formar uma comunidade. As famílias que vivem
nas comunidades negras, sobretudo a da Furna da Onça não têm identificação com os
antigos quilombos, ou melhor, uma relaçao direta com escravo, nem se remete
diretamente com um sujeito que teria dado origem a comunidade.
O interessante é perceber que no início desta pesquisa não sabíamos sobre a
quantidade de comunidades no estado do RN, nem mesmo se havia outras comunidades
além das dos negros do Riacho, da Boa vista dos negros e da Mancabira.
Surpreenderam-nos bastante a informação sobre comunidades em Caicó/RN. Foi entao
que nos permitimos a conhecer a comunidade da Furna da Onça.
O lugar que remete a nossa pesquisa é uma comunidade de 11 familias e não
mais do que 44 pessoas segundo informação da assistente comunitária. A comunidade
conta com duas escolas funcionando do 01 ao 05 ano do ensino fundamental, casas de
alvenaria feitas por meios de projetos assistencialistas. Cisternas e um grupo de pessoas
que sobrevive da agricultura familiar, trabalho alugado, trabalhos artesanais e
programas do governo federal e aposentadorias.
O entrevistado seu José Francelino Filho, morador da comunidade. Ou porque
não dizer seu Zé Palitó, nome artístico do sanfoneiro que durante muito tempo alegrou
as festas da região. Contou-nos como era a comunidade antigamente. “nao tinha essas
casa aqui nao, isso foi feito de um tempo desses pra cá.” Mostrando como era a
comunidade hoje com casa feitas de alvenaria. Falou tambem como era simples a vida
na comunidade, a esposa de seu Zé palitó muito Apocada4.
No tempo passado seu José complementava arenda desenvolvendo seu oficio
de tocador de sanfora. Seus filhos seguem o oficio e trabalham em atividades
complementares, uma vez que a vida na comunidade não é suficiente porque faltam
trabalhos, o momento ajuda também devido a falta de chuvas. É até importante avaliar
que nestes ultimos dias a comunidade sofreu por falta de água. Estava sendo abastecida
por pipas. Como qualquer outra comunidade rural.
Se a crise hídrica tem se agravado nas cidades do Rio Grande do Norte, na
Zona Rural de Caicó/RN ela tem atingido os piores níveis de calamidade nos últimos
anos. Em várias comunidades rurais a falta de água já se arrasta há anos. A Furna da
Onça é um exemplo claro disso. Apesar de uma placa na entrada da comunidade
anunciar investimentos de mais de 1 milhão de reais em poços tubulares, as cisternas
4 Pessoa tímida, que não fala com estranho. Simples, de poucas palavras e muito retraída, envergonhada.
Comentário de seu Zé Palitó.
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construídas pela Funasa só receberam água uma vez, e quase 44 pessoas estão sem ter
acesso a água. “Pra gente ter acesso à água uma menina traz em cima de um jumento
pra gente tomar banho. Coisa pouca. Antigamente vinha um carro-pipa aqui, mas faz
tempo que ninguém aparece. Já fui na prefeitura, no Batalhão, e não adiantou nada”,
reclama seu Zé Palitó.
Dona Rita no começo ficou meio tímida, mas ao longo da conversa falou sobre
as antigas formas de diversao da comunidade, as novenas, as bricadeiras e porque nao
dizer às memórias que de alguma forma chegam até nós por meio das reminissêcias,
vestígios que nao se perdem no tempo e estao guardados prontos para serem
questionados. E nesse desenrolar percebemos que de alguma forma esse povo constroe
histórias, que a sua invisibilidade é um meio de sobrevivência em meio a uma sociedade
desigual.
Dona Lúcia usando o oficio que aprendeu, ao pé de sua maquina, ela nemtem
dimensao que o produto que sai de suas maos viajam lugares, caminham por espaços
talvez nunca imaginado por aquela trabalhadora que apesar de simples nas palavras,
produz, ensina e educa os filhos. São suas filhas as alunas que mencionei ao longo do
meu despertar para esta pesquisa. Amanda e Karal ambos do 9º ano do Ensino
Fundamental.
As mesmas avalia a vida na comunidade e faz uma revelaçao importante, as
mulheres, aprende a ler e os homens vao procurar trabalho, e começo a perceber como
dentro desta comunidade há lugares de cada sujeito, alguem aprende, alguem estuda e
de maneira historica constroe cada viés dessa grande cobreta de retalho chamada vida.
Elas tambem participam da vida na cidade, são atletas e sonham com um mundo
melhor, “onde as pessoas possam viver em harmonia e que haja menos preconceitos
contras as pessoas”. Isso me faz pensar no discurso de Marte Lutherking quando ele diz:
“eu tenho um sonho, que os meus filhos sejam julgados pelo seu carater e não pela cor
de sua pele”.
A comunidade analisada tem perfil de espaço construido e mantido sobre o
silêncio, são de pouco aparecimento e de poucas palavras tambem, as vezes dao
respostas prontas e sintia que determinadas perguntas ficava sem respostas. Isso me fez
perceber que as informaçoes eram filtradas e era interessante apontar somente aquilo
que de certa forma fosse interessante para o psquisador saber. Outras informaçoes
pareciam mais restritas, ou até mesmo esquecidas, é nesse contexto que vejo a memoria
seletiva, ou selecionada.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao termino deste artigo o nosso desejo é que ele possa servir de apoio para
aqueles que queiram pesquisar as transformações ocorridas nas sociedades, sobretudo
com ênfase nas comunidades quilombolas do Rio Grande do Norte. Entendemos que os
caminhos são diversos, os desafios imensos, mas almejamos que cada vez mais
comunidades sejam descobertas e que a afirmação não seja apenas por meio de interesse
de benefícios materiais, mas sejam capazes de representar pessoas, culturas e disputas
de poder sobre lugares antes cristalizados.
Nessas falas são possíveis perceber que nessas comunidades a visão muda com
relação à idade dos agentes envolvidos, pois os mais jovens diante de oportunidades
maiores do que a de seus genitores, tem a chance de sonhar com um mundo mais justo,
onde possam serem reconhecidos como comunidades remanescentes de quilombolas e
não sejam preciso negar seu lugar histórico, suas raízes.
Nesses caminhos percorridos pude perceber que o desenvolvimento de uma
determinada sociedade se dar de forma variada, e que não é louvável esperar um
resultado mecânico, estático e rigidamente parado. Porque as pessoas são dinâmicas,
elas mudam e isso é o que as faz grandes, mesmo quando estas usam do mecanismo do
silêncio, da invisibilidade e em muitos casos de maneira surpreendentes e se
imponderam de laços de pertencimento e são protagonistas de suas próprias
experiências, ou melhor, de sua própria História.
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5. ABSTRACT: This paper aims to analyze the Furna da Onça one quilombo in the
municipality of Caicó/RN. How to think the residents of that community as historical
subjects that are part of the many paths of black families in Seridó, we hope to
understand what representations and silence about the Furna da Onca built throughout
the twentieth century. In this sense, the stories told by the elders are important elements
for the development of this study from the oral tradition. The choice to perform a search
on this community occurred through a work of Heritage and Memory discipline
Quilombo Communities. Until then unaware of the existence of remaining quilombo
communities in Caicó / RN. The biggest surprise, however, was to realize that some of
my students not only know the community and live in the land of the Furna da Onca.
This discovery brought us even more of the community. The silence about the existence
of Furna of the Ounce is therefore the main point of this methodologically based
research in the study with oral and theoretically anchored sources in discussions about
memory and silences of Michael Pollak, monument, document and history, Jacques Le
Goff, and "places of memory", Pierre Nora.
Key - words: Community quilombo, Families and Memories.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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artes. Recife: FJN/ Massangana; São Paulo: Cortez, 1999.
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classificações raciais no Brasil dos séculos XVIII-XIX. Afro-Ásia, Salvador, n. 32, p.
115-37, 2005.
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DEDICATÓRIA
A minha família, pelo apoio e incentivo, pois nos momentos mais difíceis me
ajudaram a prosseguir. Mesmo diante das dificuldades que foram muitas. Aos meus
sobrinhos queridos: Vandeilson, Maria Clara, Hermógenes, Marcos Henrique e Maria
Luiza. Assim também, como a todos os meus alunos e minha amiga a professora de
história do EEAA Maria de Lourdes e ao meu amigo André Vicente. Enfim a todos os
meus mestres fontes da minha inspiração.
Prof. Félix
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AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu Deus por ter me concedido a vida, força e persistência. Sem
Ele nada seria possível, nem mesmo está aqui para expor este embrião que no seio do
mundo acadêmico se alimenta e cresce a cada dia.
A minha querida orientadora, a Profª Joelma Tito da Silva, pela paciência,
bondade, compreensão, cooperação, atenção e acima de tudo por não ter desistido de
mim. Sou grato pelas suas indicações de fontes, pelo conhecimento vasto que me
conduziu a esta realização oferecendo além da orientação, disponibilidade e apoio
incondicional. Obrigado professora.
A minha mãe dona Maria de Fátima da Silva, carinhosamente conhecida como
“Rosa” pelo incentivo, pela força e as palavras de conforto, torcendo por mim e
acreditando que tudo iria dar certo. Além de muitas vezes me oferecer conhecimentos
populares sobre a comunidade Macambira e alguns moradores que o tempo não
permitiu que eu os conhecesse. Obrigado mãe, meu porto seguro. Aos meus dezesseis
irmãos pelo amor e compreensão.
Agradeço também aos mestres que contribuíram com o meu crescimento
intelectual: o prof. Paulo Roberto Gonçalves de Matos, o prof. Renê Lucena de
Figueiredo, prof. Marx Ribeiro, a prof.ª Maria Aparecida Souza, a prof.ª Marta Gerusa,
a Prof.ª Betânia Campos, a prof.ª tia Fátima Santos. Em fim, a todos que fazem a
Escola Estadual Professor Antônio Aladim de Araújo, Centro Educacional de Jovens e
Adultos Senador Guerra e a Escola Municipal Ivanor Pereira.
Para todos muito obrigado por tudo!
Prof. Félix