Jango e o Golpe Militar - I
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Jango e o golpe de 1964 na caricatura
Língua Portuguesa
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IntroduçãoAs caricaturas nem sempre foram motivo de risos e alegrias.
Há alguns séculos atrás os artistas faziam caricaturas dos governantes do período com o intuito de criticar o governo a partir de sua arte.
Geralmente, os governantes não viam tais manifestações com bons olhos. Criticavam tal atitude, pois para eles caricatura era motivo de gozação e estupidez. Uma das retaliações mais sérias foi a prisão de um desenhista que havia feito uma caricatura comparando o rei Luís Felipe, da França, com uma pêra.
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Getúlio Vargas gostava de ser informado das caricaturas que faziam dele, pois assim podia medir sua "popularidade''. Esse bom humor não impediu que a caricatura sofresse com a ditadura.
O surgimento do Estado novo fechou todas as formas de manifestação política inclusive o empobrecimento caricaturista. Foi o auge da ditadura Varguista.
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Alguns governantes da época, por um lado, fechavam as portas para essa arte. Mas por outro, apoiavam as caricaturas feitas de seus adversários.
Esse incômodo é devido ao poder de propagação dessa arte e também porque toda arte visual tem um efeito muito grande de comunicação, até maior do que o do discurso verbal.
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O surgimento desse tipo de desenho permitiu que as classes inferiores tivessem uma aproximação com a política, pois a caricatura traduz os eventos, conflitos, e os grandes personagens políticos para a linguagem popular. Torna os assuntos políticos menos misteriosos e os traz mais perto do povo, porém, deixa os chefes e líderes de Estado um tanto ridículo.
Nas caricaturas também se encontra uma justa posição da imagem e do texto. O texto ajuda o telespectador a entender a imagem (o que ela quer dizer), mas não tirando o foco da imagem.
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Personagens O propósito do livro é abordar os acontecimentos no período
pré-1964 com "formato de caricatura". Os atores políticos em cena foram retratados em charges em forma de caricatura.
Jango (João Goulart) e mais alguns personagens políticos da época, devem ser destacados pelo número de caricaturas feitas deles. Carlos Lacerda é um deles e inspirou um movimento de relação de "zombaria" política onde encontrou rápido e fácil acolhimento a uma nova linguagem de caricatura: o corvo.
O corvo foi atribuído a Lacerda, pois ele acabou com a carreira de alguns políticos da época, e o corvo é um animal sinistro e que representa a desgraça alheia.
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Lacerda construiu sua carreira política, primeiramente sendo jornalista, e criou um jornal cujas páginas, atacava com agressividade seus inimigos, destacando Getúlio Vargas. Entrou para a política como deputado federal, em 1959. Em 1960 tornou-se governador do Rio de Janeiro, tornou-se a principal voz pública de oposição a João Goulart e aos grupos comunistas que apoiavam o presidente gaúcho.
Lacerda teve uma importante participação no final da Era Vargas.
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Leonel Brizola foi um dos grandes personagens políticos e teve uma grande posição na política brasileira, graças ao seu governo gaúcho. Durante seu governo, colocou em destaque a adoção de medidas nacionalistas contra as empresas estrangeiras.
Quando se tornou líder nacional das esquerdas, em 1962, se candidatou para deputado federal pelo estado de Guanabara, e ganhou a eleição. Foi o porta-voz dos defensores de reformas, o que atraiu bastante atenção e colheu admiradores à direita e oponentes à esquerda.
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As caricaturas feitas dele, tinham expressão agressiva, pois seu perfil era radical. Em uma delas Brizola aparece brigando com Amaral Netto (entrou na política como seguidor de Lacerda, passou a lutar contra os militantes de esquerda, e em Brizola encontrou um adversário de peso), por isso a briga deles na caricatura, cujo fundo é o Congresso Nacional.
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Dantas foi um dos principais assessores, quando Goulart se torna presidente, abriu as portas para o comércio com empresas estrangeiras o que gerou raiva dos políticos de direita. Lançou uma ideia que consistia em reunir forças para apoiar as reformas sociais. O mesmo, era sempre representado nas caricaturas com uma foice e um machado, que significa a presença do comunismo, cujo apoio a Dantas era denunciado por críticos de direita. Era um político que pretendia usar o comunismo, mas era representado como se ele não soubesse manejá-lo
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A representação do "gorila" encaixa-se perfeitamente na teorização clássica do riso, pois se trata de uma gozação através do rebaixamento e o político (inimigo) é representado por um animal. Esse nome não foi escolhido aleatóriamente, pelo contrário foi escolhido por ser um animal dotado de força maciça e brutal, mas traz a idéia de rudeza, ignorância, ou seja, tão forte quanto burro.
Um personagem curioso que surgiu nesse período foi o ''gorila''. Surgiu para representar o autoritarismo da ditadura militar, usado nas representações das esquerdas.
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Em Março de 1962 a Argentina viu o golpe militar derrubar Arturo Frondizi. Os militares responsáveis pelo golpe começaram a ser chamados de gorilas e o termo parece ter vindo para o Brasil rapidamente.
Augusto Bandeira pode ter trago o tema ''gorila'' através de uma caricatura do golpe na Argentina, mostrando chimpanzés com roupas de militares, atacando a democracia argentina representada por uma mulher.
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Contudo não há duvidas que o principal personagem nas caricaturas, representados naqueles anos foi João Goulart.
A arte chamada caricatura consiste em identificar e realçar características consideradas salientes ou defeituosas de forma exagerada, Jango possuía uma deformação na perna que não era realçada pelos artistas, pois ele dizia saber separar o grotesco, o cômico do repulsivo.
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O interregno parlamentista
Na época que Jango se candidatou a presidência, vigorava uma lei onde o cargo para presidente e vice eram concorridos separadamente. Jango ganhou a eleição, em 1960 e seu vice foi Jânio Quadros, que era contra suas ideias. Em 1961 Jânio Quadros renunciou o cargo, o que levou uma "rebelião", pois os conservadores e militares declaram-se contrario à posse de Goulart, criando um ambiente de pré-guerra civil.
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Os caricaturistas também retratavam a situação do povo, que não era nada boa. Os partidos políticos mandavam e desmandavam no modo de governo, sem ao menos perguntar ao povo o que eles queriam.
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Os seguidores de Goulart, apoiaram a constituição que instaurava o parlamentarismo, porque deixava aberta um porta para a volta do presidencialismo com Goulart ainda no poder. Foi feito um plebiscito para ver se a população queria o novo sistema ou o antigo. A ideia do presidencialismo começou a se destacar.
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Conseguiram uma confirmação de adiantamento do plebiscito em 1962 e então, depois de muitas crises e revoltas o plebiscito foi precipitado em janeiro de 1963. Essa antecipação da data, favoreceu também os políticos que almejavam à presidência da República.
A volta a presidência ganhou de uma forma esmagadora, 90% das pessoas disseram não ao parlamentarismo.
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João Goulart ficou com uma imagem, por um lado, de político esperto e malicioso, e por outro como político desastrado, que promovia eventos que não tinha como controlar.
Com a vitória do presidencialismo, Jango poderia implantar um programa novo de governo. O novo quadro despertou a esperança de que a situação iria melhorar, mas também, suscitou temores de que a crise social iria se agravar, e quem desconfiava do presidente achava que Goulart iria fazer manifestações políticas consideradas "perigosas".
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O grande manipuladorCom esse sucesso de Jango, o
número de caricaturas feitas dele aumentou em um número muito grande. Em algumas críticas foi atribuído uma malícia e trapaça a ele, pois a imagem que ele passava era de um homem sem princípios, que queria ficar no poder a todo momento e na frente do Estado a qualquer custo.
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Ainda na época do parlamentarismo foi feita muitas caricaturas de Jango manipulando bonecos fantoches, que seriam o povo, o 1°ministro e os políticos atuantes na época. As caricaturas não só queriam retratar Jango como manipulador e mentiroso; mas também revelar ao público as estratégias ocultas de Jango.
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Seminário 9°ano Participantes:Mylena LimaBeatriz MartinelliJulia SellaniKauê Stefan
Professores orientadores: Lucilene Moura e Hugo Calhau