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Izabella Coelho de Souza

PROJETO CRESCER:

CENTRO CULTURAL E REVITALIZAÇÃO URBANA EM PIACATU

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2017

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Izabella Coelho de Souza

PROJETO CRESCER:

CENTRO CULTURAL E REVITALIZAÇÃO URBANA EM PIACATU

Trabalho Final de Graduação – TFG, apresentado como

requisito parcial para aprovação e obtenção do título de Arquiteta

e Urbanista, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro

Universitário Toledo, sob orientação da Professora MA. Ana Paula

Cabral Sader e coorientação da Professora Esp. Manuella Boreggio.

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2017

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COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________

Profa. MA. Ana Paula Cabral Sader

Centro Universitário Toledo

________________________________________

Profa. MA. Ana Carolina Gleria Lima

Centro Universitário Toledo

________________________________________

Silvia Helena S. Valdiviezo de Camargo

Araçatuba, 09 de Novembro de 2017.

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DEDICATÓRIA

A Deus por me dar a oportunidade de estudar e ter ao meu lado uma família e amigos abençoados.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais por terem me dado à oportunidade de fazer a faculdade que almejei, sempre me

auxiliando e apoiando.

Agradeço a minha orientadora e professora Ana Paula Cabral Sader, que depois desses anos me orientando,

passando seus conhecimentos.

A minha coorientadora e professora Manuella Boreggio, que me ajudou no árduo processo de desenvolvimento

desse projeto.

A boa vontade de pessoas que me ajudaram com informações para o desenvolvimento do meu trabalho, em

especial a Profa. Saula Filipim e aos integrantes da Prefeitura Municipal de Piacatu.

A todos os professores do Centro Universitário Toledo de Araçatuba que contribuíram para a minha formação

acadêmica.

Aos amigos de classe, que se tornaram tão especiais na minha vida, cada um de uma forma carinhosa e

marcante.

E principalmente a Deus, que sem Ele nada disso poderia acontecer.

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RESUMO

O presente trabalho consiste no projeto de um centro cultural e na revitalização de praças públicas e do

córrego Bela Vista, localizados em Piacatu, uma área com espaços públicos que faz parte do cotidiano das pessoas. O

objetivo central é proporcionar uma reformulação na praça trazendo novos usos, de forma a atender todos os

moradores da cidade.

O projeto abrange a arquitetura e o urbanismo, trabalhando de forma a evidenciar o espaço, transformando-o

em um lugar mais utilizado pela população.

Palavras-Chave: Revitalização urbana; Espaço público; Praça; Centro cultural; Piacatu.

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ABSTRACT

The present work consists in the project of a cultural centre and revitalisation of public squares and of the córrego

Bela Vista, located in Piacatu, an area with public spaces and that is part of the daily lives of the people. The central

goal is to provide a redesign in the square by bringing new uses to meet all the residents of the city.

The project includes the architecture and urbanism, working in order to highlight the space, transforming it into a

place more used by the population.

Keywords: Urban revitalization; public space; square; cultural center; Piacatu.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Relação dos estilos de praça ................................................................................................................................. 25

Figura 2: Localização de Piacatu .......................................................................................................................................... 32

Figura 3: Localização da área de intervenção ................................................................................................................... 32

Figura 4: Canalização do córrego Bela Vista ....................................................................................................................... 33

Figura 5: Rede de drenagem da bacia do córrego Bela Vista ......................................................................................... 35

Figura 6: Córrego Bela Vista ................................................................................................................................................... 36

Figura 7: Vista aérea CEU Pimentas ....................................................................................................................................... 38

Figura 8: Setorização do CEU Pimentas ................................................................................................................................ 39

Figura 9: Praça no vazio central do CEU Pimentas ............................................................................................................. 40

Figura 10: Implantação do Parque Linear Cheonggyecheon .......................................................................................... 41

Figura 11: Parque Linear Cheonggyecheon ........................................................................................................................ 42

Figura 12: Vista aérea Parque Recreativo Venecia ............................................................................................................ 43

Figura 13: Croquis de estudo do Parque Recreativo Venecia .......................................................................................... 44

Figura 14: Implantação existente da área de intervenção ............................................................................................... 46

Figura 15: Atuais condições do mobiliário da área de intervenção ................................................................................. 47

Figura 16: Mapa de Uso e Ocupação do Solo .................................................................................................................... 48

Figura 17: Mapa de gabarito de altura ................................................................................................................................ 49

Figura 18: Mapa de cheios e vazios ...................................................................................................................................... 50

Figura 19: Mapa de topografia .............................................................................................................................................. 51

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Figura 20: Topografia longitudinal dos quarto terrenos ...................................................................................................... 51

Figura 21: Mapa de orientação solar e ventos dominantes .............................................................................................. 52

Figura 22: Mapa de vegetação ............................................................................................................................................. 53

Figura 23: Mapa de sistema viário ......................................................................................................................................... 54

Figura 24: Mapa de visadas .................................................................................................................................................... 55

Figura 25: Implantação geral do projeto .............................................................................................................................. 61

Figura 26: Organograma do projeto ..................................................................................................................................... 68

Figura 27: Organograma do Centro Cultural ....................................................................................................................... 69

Figura 28: Fluxograma do centro cultural ............................................................................................................................. 70

Figura 29: Implantação existente da área ........................................................................................................................... 72

Figura 30: Estudo de implantação ......................................................................................................................................... 73

Figura 31: Implantação do projeto ........................................................................................................................................ 74

Figura 32: Acesso principal ao centro cultural ..................................................................................................................... 78

Figura 33: Planta baixa térrea do centro cultural ................................................................................................................ 79

Figura 34: Planta baixa térreo do centro cultural (Bloco Mover) ....................................................................................... 80

Figura 35: Planta baixa superior do centro cultural (Bloco Saber) .................................................................................... 81

Figura 36: Fachada frontal ...................................................................................................................................................... 82

Figura 37: Fachada posterior .................................................................................................................................................. 82

Figura 38: Sistema ventilação cruzada ................................................................................................................................. 83

Figura 39: Demonstração da ventilação cruzada na sala de aula .................................................................................. 83

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Figura 40: Corte BB’ .................................................................................................................................................................. 84

Figura 41: Planta de cobertura do centro cultural .............................................................................................................. 85

Figura 42: Vista biblioteca aberta e circulação do Bloco Saber ....................................................................................... 87

Figura 43: Vista convívio e circulação do Bloco Mover ...................................................................................................... 88

Figura 44: Vista do calçadão ................................................................................................................................................. 90

Figura 45: Vista academia ao ar livre .................................................................................................................................... 91

Figura 46: Vista área esportiva ............................................................................................................................................... 92

Figura 47: Vista área recreativa ............................................................................................................................................. 93

Figura 48: Vista aérea do córrego ......................................................................................................................................... 94

Figura 49: Desenho postes de iluminação pública ............................................................................................................ 101

Figura 50: Desenho modelos de banco .............................................................................................................................. 102

Figura 51: Desenho pergolado metálico ............................................................................................................................ 103

Figura 52: Corte detalhe da via e passeios ........................................................................................................................ 104

Figura 53: Tipos de sombreamento em janelas .................................................................................................................. 105

Figura 54: Laje Holedeck ....................................................................................................................................................... 106

Figura 55: Cobertura shed .................................................................................................................................................... 107

Figura 56: U-glass .................................................................................................................................................................... 107

Figura 57: Telha termoacústica ............................................................................................................................................ 107

Figura 58: Detalhamento do painel metálico do Bloco Saber ........................................................................................ 109

Figura 59: Detalhamento painel metálico Bloco Mover ................................................................................................... 110

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Figura 60: Detalhamento rampa acessível ......................................................................................................................... 111

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Programa de necessidades: Praças ..................................................................................................................... 63

Tabela 2: Programa de necessidades: Espaço comum ..................................................................................................... 64

Tabela 3: Programa de necessidades: Bloco Mover ........................................................................................................... 65

Tabela 4: Programa de necessidades: Bloco Saber ............................................................................................................ 66

Tabela 5: Paisagismo existente ............................................................................................................................................... 95

Tabela 6: Novo paisagismo .................................................................................................................................................... 98

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LISTA DE SIGLAS

CRAS – Centro de Referência em Assistência Social

CEU – Centro de Educação Unificado

FEIRART - Feira de Artesanato Agostinho Gomes Portela

NASF – Núcleo de Atendimento à Saúde da Família

PMDELIS – Programa Municipal de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável

PNE – Portadores de Necessidades Especiais

CIRETRAN – Circunscrição Regional de Trânsito

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................................... 17

CAPÍTULO 1. RELAÇÃO ESPAÇO URBANO E CULTURA ......................................................................................................... 18

1.1. Espaço Público: Conceito, Morfologia e Escala Humana .......................................................................................... 18

1.2. A Praça Urbana ................................................................................................................................................................ 22

1.3. Cultura como Meio de Transformação .......................................................................................................................... 27

1.4. As Cidades e seus Rios ..................................................................................................................................................... 29

CAPÍTULO 2. PIACATU E O CÓRREGO BELA VISTA: Breve Histórico .................................................................................... 32

CAPÍTULO 3. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ................................................................................................. 45

4.1. O local ................................................................................................................................................................................ 45

4.2. Mapa de Uso e Ocupação do Solo ............................................................................................................................... 48

4.3. Mapa de Gabarito de Altura .......................................................................................................................................... 49

4.4. Mapa de Cheios e Vazios ................................................................................................................................................ 50

4.5. Mapa de Topografia ........................................................................................................................................................ 51

4.6. Mapa de Orientação Solar e Ventos Dominantes ....................................................................................................... 52

4.7. Mapa de Vegetação ....................................................................................................................................................... 53

4.8. Mapa de Sistema Viário ................................................................................................................................................... 54

4.9. Mapa de Visadas .............................................................................................................................................................. 55

CAPÍTULO 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS ................................................................................................................................ 37

3.1. Centro de Arte e Educação dos Pimentas - São Paulo ............................................................................................... 37

3.2. Parque Linear Cheonggyecheon – Seul ........................................................................................................................ 41

3.3. Parque Recreativo Venecia – Chile ............................................................................................................................... 43

CAPÍTULO 5. O PROJETO ......................................................................................................................................................... 56

5.1. Diretrizes Projetuais ............................................................................................................................................................ 56

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5.2. Conceito ............................................................................................................................................................................ 57

5.3. Partido Arquitetônico e Princípios Norteadores ............................................................................................................ 59

5.4. Programa de Necessidades ............................................................................................................................................ 62

5.5. Organograma e Fluxograma .......................................................................................................................................... 68

5.6. Concepção da Implantação ......................................................................................................................................... 71

5.7. Memorial Descritivo .......................................................................................................................................................... 77

5.7.1. Centro Cultural .................................................................................................................................................... 77

5.7.2. Praça ..................................................................................................................................................................... 89

5.8. Paisagismo ......................................................................................................................................................................... 95

5.9. Mobiliário urbano ............................................................................................................................................................ 101

5.10. Soluções de conforto ambiental e sustentabilidade ............................................................................................... 105

5.11. Detalhamento Técnico .................................................................................................................................................108

CONSIDRAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................................ 111

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................... 113

ANEXOS ................................................................................................................................................................................. 121

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INTRODUÇÃO

Este projeto propõe e construção de um centro cultural e a revitalização de praças públicas e do Córrego Bela

Vista na cidade de Piacatu/SP. Para isso foi realizado um diagnóstico do local, analisando a infraestrutura existente, os

aspectos físico-espaciais e a demanda dos usuários existentes.

O principal motivo para a realização de um projeto dessa natureza baseia-se na relação desproporcional da

alta demanda de atividades sociais (cultura, lazer, esporte e educação) e a baixa oferta de espaços que possam

receber esses projetos de maneira adequada, bem como da relevante necessidade de recuperar cursos d'água

canalizados para a promoção da valorização ambiental no espaço urbano.

O projeto do Centro Cultural tem por objetivo agregar em uma mesma área atividades de lazer, esporte,

educação, cultura, assistência social e preservação do meio ambiente, visando maior integração e organização dos

projetos de desenvolvimento social com a população.

Através da revitalização das praças públicas e da abertura do Córrego Bela Vista, o local atuará como espaço

de diálogo e desenvolvimento de ações coletivas valorizando a cultura local, bem como de incentivo à recuperação

do meio ambiente e à conservação dos espaços públicos.

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CAPÍTULO 1. RELAÇÃO DE ESPAÇO URBANO E CULTURA

Quando o assunto é analisar o espaço urbano é nítido observar a diversidade cultural que é decorrente da

diversidade populacional que ocupa um mesmo espaço.

Durante muitos anos no Brasil houve a discriminação de muitas culturas e com isso uma grande parcela de

pessoas era desconsiderada como seres humanos dotados de valores, sendo que esses eram destinados a terem

hábitos de outras culturas em seu dia-a-dia.

Mas, nos dias atuais determinada situação vem revertendo-se e observa-se que uma cultura enriquece a outra e

nenhuma delas deve-se sobressair. Toda pessoa deve ser considerada ser humano dotado de opinião própria e que

podem transformar com as mesmas o meio em que vivem.

1.1- Espaço Público: Conceito, Morfologia e Escala Humana

“A cidade é um lugar de encontro e seus espaços públicos são lugares que possibilitam esses encontros”

(DARODA, 2012, p.17 apud GEHL&GEMZOE, 2000, p.7).

Quando o foco é analisar as pessoas que estão inseridas em um determinado espaço é nítido enxergar que as

mesmas são diversas culturalmente, o que reflete sobre o meio essas vivem, ou seja, sobre o denominado espaço

público.

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São inúmeras as concepções existentes para definir espaço público. Para Alex (2008, p.19 apud GOMES, 2002),

“os atributos de um espaço público são aqueles que têm relação com a vida pública [...] E, para que esse ‘lugar’

opere uma atividade pública, é necessário que se estabeleça, em primeiro lugar, uma copresença de indivíduos”, mas

também “o espaço público na cidade assume inúmeras formas e tamanhos, compreendendo desde uma calçada

até a paisagem vista da janela” (ALEX, 2008, p.19). Assim também abrangendo lugares designados ou projetados para

o uso cotidiano, cujas formas são inúmeras, porém as mais conhecidas são as ruas, as praças e os parques.

Quanto ao significado da palavra “público” tem-se, para a concretização desse espaço, as características de

serem abertos e acessíveis a todas as pessoas, sendo que todos podem usufruir da infraestrutura que esse lugar oferece

a fim de garantir uma qualidade de vida a todos os moradores desse ambiente.

Na atualidade, o espaço público tornou-se plurifuncional – praças, cafés, pontos de encontro – constituindo-se

uma opção em uma vasta rede de possibilidades de lugares, tornando-se difícil prever com exatidão seu uso urbano.

Espaços adaptáveis redesenham-se dentro da própria transformação da cidade, isso porque o ser humano molda a

cidade diante de cada necessidade que surge em sua vida.

Trata-se, portanto, essencialmente de uma área em que se processa a mistura social. Diferentes segmentos, com

diferentes expectativas e interesses, nutrem-se da copresença, ultrapassando suas diversidades concretas e

transcendendo o particularismo, em uma prática recorrente da civilidade e do diálogo. (ALEX 2008, p.20 apud GOMES,

2002)

O conceito de espaço público está diretamente ligado a características de sua morfologia e apropriação da

sociedade a espaços abertos, surgido século XVIII através dos novos modos de organização da cidade. Assim, “O

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espaço público é por natureza mais aberto e a primeira função que o distingue do espaço privado é a facilidade de

acesso” (MATOS, 2010, p.20).

Segundo Nascimento (2015, p.24 apud MACEDO, 2013, p.09):

Os espaços públicos funcionam como elementos estruturantes da malha urbana e têm função primordial na

integração e continuidade territorial, permitindo a circulação de pessoas e automóveis. Nessa mesma direção aponta

Macedo et al quando afirma “a rua em especial, tem papel estruturador na constituição da forma urbana, pois reflete

as formas de mobilidade, acessibilidade e circulação, parcelamento e propriedade da terra urbana”.

Conforme o exposto pode-se concluir que os espaços livres públicos têm a função de estruturar o meio urbano e

desempenham funções diversas, entre elas a de conectividade e continuidade do território.

Mas, como qualquer outro espaço, o denominado de público exige planejamento por parte de administradores

do espaço urbano com vista à qualidade de vida de seus moradores. Não basta criar um local, mas torna-se

necessário fazer dele útil para seus moradores. Por isso, é importante que administradores sejam parceiros da

população, convivendo com a realidade que a cerca no dia-a-dia, a fim de verificar quais são as suas necessidades e

quais são as ações necessárias para sanar as mesmas:

Para construir “bons” ambientes: presença, uso e ação, apropriação, modificação e disposição. A presença é o direito

de acesso a um lugar, e sem ela o uso e a ação não são possíveis. Uso e ação referem-se às habilidades das pessoas

de utilizar um espaço. Com a apropriação, dos usuários tomam posse de um lugar, simbolicamente ou de fato.

Modificação é o direito de alterar um espaço para facilitar o seu uso, e disposição é a possibilidade de desfazer-se de

um espaço público (ALEX, 2008, p.11 apud LYNCH, 2011).

Já Alex (2008, p.11 apud FRANCIS, 1981) defende:

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A provisão de espaços públicos variados para acomodas os habitantes dos diversos nichos e as diferentes necessidades

da população, a ampla participação do usuário na elaboração dos projetos e na manutenção dos lugares e a

garantia do acesso como pré-requisito para o uso e a apropriação de um espaço público.

A criação de um espaço público envolve um incessante planejamento com vistas ao crescimento da cidade,

sendo que o mesmo privilegie não apenas um grupo, mas sim todos que ali circundam. Mas, esse planejamento não é

o suficiente para um espaço público, torna-se necessário monitoramento contínuo desse local para que seja

detectado se o mesmo está cumprindo o papel a ele pré-estipulado, se caso a resposta seja negativa torna-se

necessária intervenções no mesmo a fim de garantir o cumprimento de suas funções. “O espaço público da cidade

democraticamente gerido garante acesso e oportunidades de expressão de todos os grupos da sociedade e

liberdade para atividades alternativas” (GEHL, 2013, p. 28).

Em relação às atividades que podem ser exercidas nos espaços públicos, Jan Gehl (2006, p.22) diz que existem

três tipos, sendo elas: atividades necessárias, atividades opcionais e atividades sociais.

As atividades necessárias são aquelas cotidianas como: ir trabalhar, ir para a escola, que independente do entorno

elas serão feitas todos os dias. Em contraponto as atividades opcionais, são aquelas em que tem se o direito de escolha

e, geralmente, o entorno precisa ter boas condições físicas para que haja interesse em ir até o local. Nesta categoria

inclui passeios ao ar livre, caminhadas, etc. Por fim, as atividades sociais, são aquelas que dependem da interação

direta entre pessoas como: eventos, atividades comunitárias, etc. Atividades sociais exigem a presença de outras

pessoas e incluem todas as formas de comunicação entre as pessoas no espaço público. Se há vida e atividade no

espaço urbano, então também existem muitas trocas sociais. Se o espaço da cidade for desolado e vazio, nada

acontece.

Um espaço público que permite todas essas atividades, será constantemente frequentado.

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Em geral, reforça-se o potencial para uma cidade segura quando mais pessoas se movimentam pela cidade e

permanecem nos espaços urbanos. Uma cidade que convida as pessoas a caminhar, por definição, deve ter uma

estrutura razoavelmente coesa que permita curtas distancias a pé, espaços públicos atrativos e uma variedade de

funções urbanas. Esses elementos aumentam a atividade e o sentimento de segurança dentro e em volta dos espaços

urbanos, há mais olhos nas ruas e um incentivo maior para acompanhar os acontecimentos da cidade, a partir das

habitações e edifícios do entorno. (GEHL, 2013, p.06)

Dessa forma, pode-se concluir que o espaço público deve ser planejado e administrado de forma rigorosa e

constante para que o mesmo não seja apenas um local dentro de uma cidade, mas que traga benefício à

população, sempre acompanhando o crescimento da cidade.

1.2- A Praça Urbana

A praça urbana é uma das modalidades de lugar público. Cronologicamente “o espaço urbano tido com

precursor das praças foi a ágora, na Grécia. A ágora grega era um espaço aberto, normalmente delimitado por um

mercado, no qual se praticava a democracia direta, visto ser este o local para discussão e debate entre os cidadãos”

(VIERO e BARBOSA FILHO, 2009, p.01apud MACEDO e ROBBA, 2002).

Para Alex (2008, p.23 apud LYNCH 1981, p.442):

The square ou plaza. Este é um modelo diferente de espaço aberto urbano, tomando fundamentalmente das cidades

históricas europeias. A plaza pretende ser um foco de atividades no coração de alguma área “intensamente” urbana.

Tipicamente, ela será pavimentada e definida por edificações de alta densidade e circundada por ruas ou em contato

com elas. Ela contém elementos que atraem grupos de pessoas e facilitam encontros: fontes, bancos, abrigos e coisas

parecidas. A vegetação pode ou não ser proeminente.

Segundo Alex (2008, p.10):

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A praça, em sua origem latina, caracteriza-se como espaço de encontro e convívio, urbano por natureza. Espaço este

que se conforma por várias aberturas no tecido urbano que direcionam naturalmente os mais diversos fluxos em busca

dos, também, mais diversos usos, que imprimem a esse espaço o caráter de lugar e ponto central de manifestação da

vida pública. É, em sentido amplo, o espaço para a troca.

Já para Alex (2008, p.24 apud MARX 1980, p.50) no Brasil:

Logradouro público por excelência, a praça deve sua existência sobretudo aos adros de nossas igrejas. Se

tradicionalmente essa dívida é válida, mais recentemente a praça tem sido confundida com jardim. A praça como tal,

para reunião de gente e para exercício de um sem-número de atividades diferentes, surgiu entre nós, de maneira

marcante e típica, diante de capelas ou igrejas, de conventos ou irmandades religiosas. [...] Realçava os edifícios;

acolhia os seus frequentadores.

Com o passar dos anos as funções e morfologias das praças foram alterando, e consequentemente

promovendo novas condições nesses espaços de vida pública.

Espaço esse que se conforma por várias aberturas no tecido urbano que direcionam naturalmente os mais

diversos fluxos de pessoas em busca dos mais diversos usos, que imprimem a esse espaço o caráter de lugar e ponto

central de manifestação da vida pública. É, em sentido amplo, que o espaço para a troca, “a praça é um lugar de

convívio social inserido na cidade e relacionado ás ruas, arquitetura e pessoas” (ALEX, 2008, p.23 apud LYNCH, 2011).

Em relação ao espaço, a praça é identificada por sua vegetação e alguns elementos construídos. Porém

existem classificações de praças que assumem papéis diferentes perante o local inserido. Segundo Viero e Barbosa

Filho (2009, p.02 apud MACEDO E ROBBA, 2002):

Praça Jardim: espaços nos quais a contemplação das espécies vegetais, o contato com a natureza e a circulação são

priorizados. Estes podem ser fechados por grades ou cercas, como o passeio público do Rio de Janeiro e de Curitiba,

ou ainda podem ser abertos e rodeados de imóveis (comerciais e residenciais). No Brasil, o conceito de praça está,

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normalmente, associado a ideia de verde e de ajardinamento urbano, por este motivo, os espaços públicos formados a

partir do pátio das igrejas e dos mercados públicos é comumente chamado de adros ou largos.

Praça Seca: largos históricos ou espaços que suportam intensa circulação de pedestres. Em algumas destas praças

inexiste qualquer tipo de árvores ou jardins e nelas o importante é o espaço gerado pela arquitetura e são relações

entre volumes do construído e do vazio que dão ao conjunto a escala humana. Nestes locais destacam-se símbolos

arquitetônicos como a Praça de São Marcos em Veneza (Itália), a Praça de São Pedro em Roma (Itália) ressaltando a

Basílica, a praça dos três Poderes em Brasília e o Memorial da América Latina em São Paulo.

Praça Azul: praças na qual a água possui papel de destaque. Alguns belvederes e jardins de várzea possuem esta

característica.

Praça Amarela: as praias em geral são consideradas praças amarelas.

Nesse sentido, a praça em nossa cultura vincula-se ao conceito de espaço público, acessível a todos os

indivíduos, moradores ou visitantes capazes de interagir livremente na mesma base, independentemente de sua

condição social. A localização da praça na cidade, sua permeabilidade como acesso, a impressão que irradia e a

atmosfera de seu interior, que convidam a adentrá-la, amplificam sua condição de espaço público. Outras

características do espaço público referem-se à multiplicidade de usos urbanos que ele admite: o comércio, os serviços,

o encontro, o lazer, o descanso ou, simplesmente, o ato de estar inserido nesse local. Sobre essas características (Figura

1), Jorge Minda (2009, p.47) defende:

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As linhas ou tendências estéticas, a eclética e a moderna,

podem ser interpretadas e identificadas claramente pelas

correntes do pensamento da história da arquitetura. A

linha contemporânea, marcada pelas transformações

sociais, culturais, tecnológicas, a globalização e as amplas

mudanças nos conceitos que têm levado a um momento

que poderíamos chamar de “pluralidade

contemporânea”, onde todo é possível, não tem permitido

uma claridade teórica que possa defini-la; ainda é uma

linguagem em construção.

Fonte: Adaptado de Nascimento (2015, p.43)

Figura 61: Relação dos estilos de praça

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Desse modo pode-se concluir que as praças da atualidade se moldam a partir do local onde serão implantados

ou em caso de requalificação qual seguimento ela seguirá, porém em ambos levamos em consideração os desejos da

população.

A praça é a maior representação de espaço de vitalidade urbana, pois ao mesmo tempo em que desenvolve o

urbanismo local, se atenta as especificidades da demanda local. Contribuindo para essa questão Viero e Barbosa Filho

(2009, p.02 apud MACEDO E ROBBA, 2002) classificam alguns valores das praças, são eles:

Os valores ambientais dizem respeito ao espaço livre ocupado pelas praças que permite: melhoria na ventilação e

aeração urbana; melhoria da insolação de áreas mais adensadas; as árvores promovem o sombreamento das ruas e

seus canteiros não irradiam tanto calor como o asfalto ou piso de concreto, propiciando o controle da temperatura; a

cobertura vegetal permite a melhoria na drenagem das águas pluviais e a proteção do solo;

Os valores funcionais correspondem à importância que muitas praças têm como as principais, senão únicas, opções de

lazer urbano. Estas áreas servem como ponto de encontro, local aberto para apreciação da paisagem, além de

disporem, muitas vezes, de outros atrativos destinados ao lazer da população, como: coretos para apresentações

culturais, fontes que jorram água, bancos para descanso, quiosques com vendas de lanches, barras de ginástica, pistas

de caminhada e ciclovias, parquinhos para crianças, entre outros;

Os valores estéticos e simbólicos representam a função das praças enquanto objetos referenciais e cênicos da

paisagem urbana, além de exercerem importante papel na identidade de um município, bairro ou rua. Geralmente

relacionado à carga histórico-cultural, as praças são vistas e atuam como espaço de diálogo, local acolhedor para o

passeio e lazer de toda sociedade. Do ponto de vista estético, as praças contribuem através das qualidades plásticas –

cor, forma, textura – de cada uma das partes visíveis que as integram.

Assim, a praça urbana deve ser um ambiente favorável ao bem-estar da população, por isso, torna-se

necessário, como todo espaço público, o seu planejamento e sua administração, sendo que nesse ambiente deve

prevalecer uma diversidade de vegetação e também deve favorecer o convívio social entre as pessoas.

1.3- Cultura como Meio de Transformação

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Quando é analisado o contexto histórico do Brasil durante muitos anos é comum encontrar pessoas que foram

excluídas do convívio social, sendo que era desprezada até mesmo a cultura do indivíduo. Mas, com passar do tempo

determinada situação vem sendo revertida e essas pessoas passam a ter voz e vez de expressão dentro no meio em

que vivem.

Diante da população de determinado local é nítido observar a diversidade cultural existente, mas essa não é

mais um empecilho, mas sim um enriquecimento da cultura brasileira, cultura essa que se modifica de acordo com a

localidade a qual o indivíduo pertence.

Segundo Eliot (1988, p.41) “Podemos até descrever a cultura simplesmente como aquilo que torna a vida digna

de ser vivida. E é o que justifica outros povos e outras gerações quando dizem, ao contemplarem os resquícios e a

influência de uma civilização extinta, que valeu a pena ter existido esta civilização.”

Camargo (Brasil Escola, 2017) diz que:

Aos olhos da Sociologia, cultura é tudo aquilo que resulta da criação humana. São ideias, artefatos, costumes, leis,

crenças morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social. [...] As funções da cultura são: satisfazer as

necessidades humanas; limitar normativamente essas necessidades; implica em alguma forma de violação da

condição natural do homem.

A cultura é instrumento de transformação do ser humano e faz com que, muitas pessoas possam ser

reconhecidas como seres repletos de ideologias, opiniões e ideias e que vem enriquecer o espaço que o circunda. E

para que isso ocorra de maneira eficaz é fundamental que administradores políticos criem formas de unir as culturas

em busca de um reconhecimento contínuo e eficaz.

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Podemos afirmar sem rodeios que a arte pode ser necessária. Ela dispõe de certa força, comprovada constantemente

por meio de sua mutabilidade e capacidade de reagir diante de novas circunstâncias. Ultrapassando o seu caráter

espetacular, a função da arte, que se resumia tradicionalmente em monumentos e símbolos representativos, acaba

sendo redefinida diante da opinião pública” (FONTES, 2012, p.36 apud BÜTTNER, 2002, p. 77).

De acordo com Coli (1995, p.110):

A arte tem assim uma função que poderíamos chamar de conhecimento de “aprendizagem”. Seu domínio é o do não

racional, do indizível, da sensibilidade: domínio sem fronteiras nítidas, muito diferente do mundo da ciência, da lógica,

da teoria. Domínio fecundo, pois nosso contato com a arte nos transforma. Porque o objeto artístico traz em si,

habilmente organizados, os meios de despertar em nós, em nossas emoções e razão, reações culturalmente ricas, que

aguçam os instrumentos dos quais nos servimos para apreender o mundo que nos rodeia.

“A frequentação da arte depende, no entanto, de circunstancias materiais, de meios concretos: ela não é dada

a todos. [...] Basta isso para assinalar as dificuldades do acesso à cultura num pais subdesenvolvido como o nosso.”

(COLI, 1995, p. 129)

No período de julho de 2005, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 48, que determinou a realização do Plano

Nacional de Cultura (PNC). Assim, o artigo que trata dos direitos culturais passou a ter a seguinte redação:

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e

apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. [...]

§ 3° A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual,

visando ao desenvolvimento cultural do país e à integração das

ações do poder público que conduzem à:

I − defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;

II − produção, promoção e difusão de bens culturais;

III − formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas

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múltiplas dimensões;

IV − democratização do acesso aos bens de cultura;

V − valorização da diversidade étnica e regional.

Desprezar a cultura do indivíduo é o mesmo que desconsiderar que esse existe, pois são através dessa que o

homem pode atribuir sentidos diversos ao mundo que o cerca.

Mas é de fundamental importância ressaltar que não existe uma cultura estática, mas essa no momento que

interage com outras vai enriquecendo-se a fim de promover a realização do ser humano como pessoa.

1.4- As Cidades e seus Rios

São inúmeros os elementos essenciais para a vida e dentre esses merece o destaque a água que tem inúmeras

funções na vida dos seres humanos, como: higiene pessoal, elaboração da alimentação, irrigação de terras dentre

outras.

Quando o objetivo é analisar o ambiente que cerca as cidades é comum encontrar rios em determinados

espaços, uns grandes, já outros menores, sendo que os mesmos exercem funções diversas dentro do espaço que

ocupam: econômicas, lazer, transporte dentre outras.

Entre os séculos XIX e XX com o progresso do movimento moderno houve “o crescimento da expansão urbana

não sustentável, que o rio e seus afluentes começaram a sofrer o processo de poluição e degradação de suas

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margens e de seu traçado natural, o que resultou em um ambiente hostil sem vida natural, sujeito a inundações e

doenças, hoje cenário da cidade” (LANGRENEY E RIOLI, 2012, p. 121).

Os rios passaram a ser vistos como barreiras para esse crescimento - pelos problemas causados pelo homem ao

rio - e a atuação sanitarista da época a fim de sanar esses problemas com maior rapidez desenvolveram projetos de

canalização e impermeabilização dos cursos d’água com o objetivo de sanear a cidade e acabar com as epidemias.

Esses acontecimentos fizeram com que a sociedade em um todo tivesse uma má visão em relação aos cursos

d’água, tendo sempre a canalização como melhor opção.

Gorski (2010, p.36) busca “a identificação dos significados e valores estéticos e ecológicos das paisagens fluviais

é um fator de compreensão da percepção e da utilização do ria pela população, e do potencial de recuperação

desses sistemas”, através de estudos que sintetizam os principais fatores levados em conta na percepção, avaliação e

preferências das paisagens fluviais a fim de contrapor essa cultura sanitarista que foi desenvolvida.

Gorski (2010, p.37 apud SARAIVA, 1999) classifica esses fatores como:

Características formais ou aspectos estéticos da água e sua relação com a paisagem – unidade como consistência e

harmonia; vivacidade como forte impressão visual, contraste, textura, composição; variedade da apresentação da

água e dos elementos a ela interligados, como o solo e a vegetação, e presença de elementos focais distintos;

Características ecológicas – diversidade, integridade, composição e variedade de espécies;

Componentes de apreciação cognitiva – simbolismo, complexidade, legibilidade e mistério.

Para Gorski (2010, p.38), “o rio atua, ainda, como coadjuvante de outros elementos para a formação da

paisagem natural e cultural, como topografia, solo, modelagem do relevo e vegetação”. Em busca da compreensão

da dinâmica da paisagem existem algumas definições que acompanham a evolução das visões do mundo sobre a

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paisagem urbana em diversas áreas de conhecimento, uma delas diz que “a paisagem pressupõe a integração de

três ordens de componentes relacionados de processos físicos e ecológicos; ordem sociocultural e econômica; e

ordem perceptiva, estética e emocional” (GORSKI, 2010, p.40 apud SARAIVA, 2005), já em uma abordagem o autor

defende que “as paisagens fazem-se e desfazem-se, evoluem, ganham e perdem complexidade por ação conjugada

do homem e da natureza. Nelas se ligam interativamente comportamentos físicos, químicos e biológicos” (GORSKI,

2010, p.40 apud FADIGAS, 2005).

A partir das definições acima, descarta-se a ideia de que a paisagem possa ser como um cenário, estático e

autônomo, ela por seu caráter dinâmico pressupõe a interação de componentes do ecossistema, socioeconômicos e

socioculturais, sempre acompanhado da presença humana. Gorski (2010, p.41 apud COSTA, 2006) reafirma a ideia de

que “compreender o rio urbano como paisagem é também ar a ele um valor ambiental e cultural que avança na

ideia de uma peça de saneamento e drenagem. É reconhecer que o rio urbano e cidade são paisagens mutantes

com destinos entrelaçados”.

CAPÍTULO 2. PIACATU E O CÓRREGO BELA VISTA: BREVE HISTÓRICO

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Piacatu é uma cidade do Estado de São Paulo (Figura 2), região administrativa de

Araçatuba, com cerca de 5.283 habitantes e área total de 233,12 km², tem sua

economia baseada na pecuária.

Está exatamente localizada à Latitude: 21º35’32” Sul; Longitude: 50º35’57” Oeste,

distante da Capital Paulista cerca de 560 quilômetros por

rodovia.

O clima é quente com inverno seco, a topografia é

plana e ligeiramente ondulada, com temperatura quente e

bastante úmida, a qual varia entre 17 e 33 graus, sendo a

média anual de 30° C. Quanto à hidrografia, o município

pertence à Bacia do Aguapeí e Peixe.

O local do projeto fica a leste da cidade (Figura 3) em uma área de vale onde

passa, canalizado, o Córrego Bela Vista. Nessa área hoje encontram-se três praças

públicas e um lote vazio, ao fundo dela encontra-se a Trilha Ecológica Bela Vista que fica

em uma área de preservação permanente, onde o córrego corre a céu aberto.

Figura 62: Localização de

Piacatu

Fonte: Winkipédia, editado pela

autora (2017).

Fonte: Google Maps (2017),

editado pela autora.

Figura 63: Localização da área

de intervenção

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A canalização do córrego começou em 1990 (Figura 4). O motivo

para tal intervenção é de que, com o aumento da população tem se

também o aumento de residências assim como a área construída e

diminui a área permeável para água da chuva, ocasionando enchentes,

erosão e solapamento do solo, além de causar uma instabilidade para

construções de passagem (ponte/rua) que houve ao decorrer dos anos,

sendo necessária a canalização do mesmo e subsequente das

ramificações de galerias que há no município.

Pela impossibilidade de loteamento a área foi comprada pela

prefeitura com fins de transformarem em equipamentos públicos de lazer.

O primeiro terreno da área foi comprado em 1990 onde foi construída a Praça Padre João (primeira da área)

inaugurada no ano 2000, as outras duas foram sendo executadas ao longo dos anos, tendo sua última obra finalizada

em 2015.

Nas praças foram instaladas pistas de caminhada - com intuito de tirar as pessoas da estrada que fazem

caminhadas - quiosques e bancos, um gramado vasto para piquenique, nada disso funcionou para fazer com que

essa área fizesse parte do dia a dia da população. Apenas eventos sazonais como: feiras de artesanato, shows,

concursos dentre outros, conseguiam levar um maior número de pessoas as praças. Mas através da instalação de

programas da Academia da saúde juntamente com o Agita Piacatu, finalmente fizeram o espaço ser frequentado

diariamente por muitas pessoas.

Figura 64: Canalização do córrego Bela Vista em

1990

Fonte: Acervo da Prefeitura Municipal de Piacatu

(1990).

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“As cidades pequenas e médias se esforçam assim em se conectar da melhor forma possível as maiores

aglomerações, para se beneficiar ao máximo da sua urbanidade (do seu potencial)” (ASCHER, 2000, p.64).

Hoje também a praça é utilizada para atividades de recreação do centro educacional, para a feira do

Programa Municipal de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (PMDELIS), é um evento que já tem mais de

dez anos e hoje acontece quinzenalmente, e para instalação de alguns comércios itinerantes.

O córrego Bela Vista, local de intervenção, é um dos afluentes do Rio Aguapeí (Figura 5). Por sua nascente estar

dentro da cidade o córrego sempre esteve ligado à história do município, e com o passar dos anos adquiriu cada vez

mais importância para as áreas por onde passava.

O córrego, ao longo do seu percurso, da sua nascente até a sua foz perfaz aproximadamente 13 km, sendo que 1 km

está canalizado dentro do perímetro urbano. É caracterizado por apresentar uma geometria hidráulica que varia de 30

cm a 250 cm de largura e de 20 cm a 100 cm de coluna d'água, vem apresentando grandes modificações ao longo

do tempo (FILIPIM, 2014, p.42).

Segundo o Decreto Estadual nº 10.755, de 22 de novembro de 1977, está classificado como classe 2. E de acordo

com a Resolução CONAMA no 357, de 17 de março de 2005 as águas dos corpos hídricos classe 2 podem ser

destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no

274, de 29 de novembro de 2000;

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público

possa vir a ter contato direto e;

e) à aquicultura e à atividade de pesca (FILIPIM, 2014, p.42)

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Figura 65: Rede de drenagem da bacia do córrego Bela Vista

Fonte: Casa da Agricultura do município de Piacatu (2017).

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No ano 2000, a Prof.ª Ms. Saula Filipim, juntamente com a Prefeitura Municipal e a

Casa da Agricultura de Piacatu, acolheram o Projeto Adote Uma Nascente, que é da

Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, fizeram um levantamento das nascentes

existentes no município e deram início ao reflorestamento de algumas áreas.

Dando continuidade ao projeto, uma nova atitude foi adotado para ser aplicado no

Córrego Bela Vista (Figura 6), o Projeto Rios Vivos. Ele é um projeto de educação ambiental

aprovado pela Câmara Técnica de Educação Ambiental do Comitê da Bacia Hidrográfica

do Pontal do Paranapanema que tem por objetivo a construção de conhecimentos sobre a

realidade e o estabelecimento de novas atitudes e valores para com o ambiente, assim

como para a mobilização social em defesa da água, envolvendo o cidadão na

recuperação e conservação das bacias hidrográficas a partir do monitoramento da

qualidade ecológica dos rios.

O projeto foi aplicado no córrego Bela Vista através de oficinas de capacitação, visitas

de campo e estudos do meio, com o auxílio de parceiros e voluntários, que verificou a

qualidade da água através de um monitoramento físico, químico e biológico do manancial em diferentes pontos de

sua extensão para criação e alimentação de um Banco de Dados com os resultados obtidos. Apesar da saúde

ecológica do córrego ser crítica, possibilidades existem na sua recuperação e por isso a razão de se desenvolver

educação ambiental voltada em aproximar a comunidade de seu manancial e contribuir para o desenvolvimento

sustentável em toda a extensão dessa bacia hidrográfica (FILIPIM, 2014).

Atualmente, não há mais nenhum projeto sendo aplicado no córrego e a Trilha Ecológica juntamente com as

escolas são o maior meio de promoção a preservação e conscientização em relação ao curso d’água.

CAPÍTULO 3. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Fonte: Acervo pessoal (2017).

Figura 66: Córrego Bela

Vista

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Este capítulo apresenta alguns fatores que contribuíram para as decisões projetuais do projeto. Dessa forma para

elaboração do projeto foi necessário realizar uma análise preliminar do local, identificando características do terreno,

assim como as informações referentes ao seu entorno, identificando suas deficiências e potencialidades.

4.1. O local

O local onde será implantado o projeto (Figura 14) é composto pelas praças: Padre João Humberto José

Sluysmans, Florindo Gasparini e Praça de Esportes Toshihiko Nishikawa, e também conta com um lote vazio que dá

continuidade à área até encontrar a Trilho Ecológica Bela Vista, essa já localizada na área rural do município.

A Praça Padre João Humberto José Sluysmans oferece quiosques e recebe eventos como: a Feira de

Artesanatos Agostinho Gomes Portela (FEIRART) anualmente, Feira Programa Municipal de Desenvolvimento Local

Integrado e Sustentável (PMDLIS) quinzenalmente e grandes shows. Já a Praça Florindo Gasparini oferece quiosques e

possui construções como: o Teatro Municipal, a academia da saúde e Núcleo de Atendimento à Saúde da Família

(NASF), academia ao ar livre, sanitários públicos. A Praça de Esportes Toshihiko Nishikawa possui a praça de exercícios

do idoso, academia ao ar livre, dois campos de futebol, quadras vôlei e futebol de areia.

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Essa área foi escolhida por seu potencial, sua localização, dimensões e por apresentar uma infraestrutura preexistente.

Os usos dados ao espaço são bastante diversos, o que indica uma diferença de usuários, fato que agrega valor ao

local. Por fim, a área sempre foi estimulada a receber vários eventos da cidade, fazendo o que ela seja conhecida

regionalmente.

Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017) editado pela autora e acervo pessoal (2017).

Figura 67: Implantação existente da área de intervenção

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Desde a inauguração da primeira praça, em 2000, nunca houve uma reforma ou adequação do uso que

chamasse atenção da população para usá-la (Figura 15). O evento mais antigo que ela recebe são feiras ao ar livre

que acontecem quinzenalmente e não dispõem de um espaço adequado para receber os feirantes e seus clientes,

sendo que em dias de chuva eles precisam ir para o salão paroquial da igreja matriz.

Os passeios no entorno da praça não possuem um padrão e os passeios internos são mal distribuídos. A

vegetação, por não ter um projeto paisagístico, peca em alguns apectos, como grama morta pelo excesso de sombra

e espécies não indicadas para o uso público. Os equipamentos de esporte e academias da saúde estão em bom

estado, porém mal localizados, não favorecendo o seu uso.

Existem algumas rampas de acesso, no entanto, não foram implantadas corretamente, o que ocasiona uma

falha na acessibilidade.

Fonte: Acervo pessoal (2017).

Figura 68: Atuais condições do mobiliário da área de intervenção

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4.2. Mapa de Uso e Ocupação do Solo

A região da área em estudo é

predominantemente residencial, tendo algumas

áreas comerciais e institucionais próximas à Av.

José Benetti, que é uma das vias arteriais da

cidade (Figura 16).

A área de implantação do projeto

concentra os equipamentos públicos de cultura,

lazer, esporte, educação e assistência social.

4.3. Mapa de Gabarito de Altura Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017), editado pela autora.

Figura 69: Mapa de Uso e Ocupação do Solo

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O gabarito de altura do entorno da área é baixo,

pois o uso predominante é de residências térreas, com

algumas edificações de até dois pavimentos próximos

à Av. José Benetti (Figura 17).

4.4. Mapa de Cheios e Vazios

Figura 70: Mapa de gabarito de altura

Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017), editado pela autora.

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Através do mapa de cheios e vazios vemos o

predomínio dos cheios, ou seja, construções

existentes, além de lotes vazios em diversas quadras.

O local de estudo é uma grande área permeável

(Figura 18).

4.5. Mapa de Topografia Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017) editado pela autora.

Figura 71: Mapa de cheios e vazios

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No Mapa de Topografia nota-se que, por se tratar

de áreas sobre um córrego canalizado ele é o ponto

mais baixo da cidade, um fundo de vale (Figura 19). Já

foi um ponto crítico da cidade em relação a

alagamentos, mas hoje, depois de executado um

projeto de galerias de drenagem, esse problema foi

sanado.

O local possui aproximadamente 42mil metros

quadrados com uma declividade de 5 metros

distribuídos levemente pelos quatro terrenos (Figura 20).

Isso é um aspecto relevante no projeto.

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Figura 72: Mapa de topografia

Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017), editado pela autora. Fonte: Google Earth (2017), editado pela autora.

Figura 73: Topografia longitudinal dos quarto terrenos

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ão solar e ventos dominantes

Piacatu, assim como a maior parte da região

tem a orientação de ventos predominantemente ESE

Leste – Sudeste (Figura 21).

O estudo de orientação solar é um fator

importante para o desenvolvimento do projeto, pois

com ele e a arquitetura bioclimática podemos usar o

sol e os ventos a favor do projeto.

4.7. Mapa de Vegetação

Figura 74: Mapa de orientação solar e ventos dominantes

Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017) editado pela autora.

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45

A cidade em geral é bem arborizada, com

predomínio da espécie Oiti (Figura 22).

A área em estudo é um fundo de vale por

onde já passou a céu aberto um curso d’água,

hoje canalizado. Existem muitas árvores de

espécies nativas e não nativas, porém sem um

projeto paisagístico.

4.8. Mapa de Sistema Viário

Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017) editado pela autora.

Figura 75: Mapa de vegetação

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Analisando o mapa do sistema viário nota-se que o

local escolhido é um ponto estratégico do ponto de vista

logístico, pois está próximo a uma via arterial que é a Av.

José Benetti, local de fácil acesso (Figura 23).

As outras vias de menor fluxo possibilitam o

fechamento das vias que separam as praças, exceto a

última que possui tráfego de caminhões de grande porte.

4.9. Mapa de Visadas

Figura 76: Mapa de sistema viário

Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017) editado pela autora.

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47

Foram levantados todos os equipamentos de lazer,

esporte, cultura, educação e assistência social da cidade,

por se tratar de um projeto que abrangerá todos esses

setores (Figura 24).

LEGENDA:

C

APÍTULO

4.

REFERÊNFonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017), editado pela autora.

Figura 77: Mapa de visadas

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CIAS PROJETUAIS

Neste capítulo, serão apresentados as referências projetuais escolhidas, que se assemelham ao projeto proposto.

Foram analisados suas características formais, funcionais, as técnicas construtivas e a materialidade utilizada, como

também suas relações sociais com o espaço inserido, como forma de auxiliar a proposta do centro cultural e da

revitalização urbana.

3.1. Centro de Arte e Educação dos Pimentas - São Paulo

Arquitetos: Mario Biselli e Artur Katchborian

Localização: Pimentas, São Paulo, Brasil

Ano do projeto: 2010

Área: 16000 m²

O Centro de Educação Pimentas está localizado em uma área carente de São Paulo, onde equipamentos

comunitários voltados ao ensino, lazer e esporte estavam em déficit. O entorno da área apresenta uma ocupação de

uso misto, composto por comércio, indústria e residências, dentre elas alguns conjuntos habitacionais.

A implantação do projeto e partido da construção vem do formato do terreno, estreito e comprido,

característica que determina seu desenho linear (Figura 7). O projeto constitui-se em uma linha, concebido em uma

grande cobertura metálica que interliga todo o programa e abriga nas laterais os diversos usos, integrados por um

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vazio central, resultando em uma área dedicada a circulação e ao convívio das pessoas, “como se fosse uma rua

coberta e contínua ao passeio público” (BISELLI, Galeria da Arquitetura, 2017).

Os diversos usos se distribuem em blocos, nas laterais do lado oeste, a cobertura abriga os auditórios e salas

multiuso; na área oposta, a parte administrativa e de uso comum (biblioteca, restaurante, vestiários e estacionamento)

e ao fundo o uso esportivo (ginásio, quadras e piscinas) (Figura 8).

Figura 78: Vista aérea CEU Pimentas

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-mais-

katchborian-arquitetos (2017).

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Com relação aos acessos, as rampas são as principais direcionadoras dos fluxos internos, enquanto as escadas

são para as grandes circulações. Por ser um projeto voltado para seu centro, os acessos são visíveis de qualquer local

que esteja facilitando o transitar por ele.

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-mais-katchborian-arquitetos (2017).

Figura 79: Setorização do CEU Pimentas

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A materialidade do projeto se dá pela simplicidade, por ser um espaço de uso público, o concreto e ferro são os

principais materiais utilizados em sua estrutura, os acabamentos são simples e de fácil manutenção. A cobertura é

composta por telhas metálicas com isolamento térmico e acústico, o uso de brises e U-Glass valorizam o conjunto.

As principais características utilizadas como referência desse projeto são sua materialidade e a utilização da

linearidade como ponto de circulação e convivência dos usuários (Figura 9), promovendo constantemente o encontro

entre todos.

Figura 80: Praça no vazio central do CEU Pimentas

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-mais-

katchborian-arquitetos (2017).

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3.2. Parque Linear Cheonggyecheon – Seul

Arquiteto: Kee Yeon Hwang

Localização: Seul, Coréia do Sul

Ano do projeto: 2007

Área: 5,8km

O projeto trata-se de uma restauração do canal Cheonggyecheon, que tinha a função de escoamento das

águas pluviais da cidade (Figura 10). Com o crescimento populacional e do número de veículos ele acabou e

tornando um esgoto a céu aberto e esse problema foi “resolvido” canalizando-o e construindo uma via expressa sob

ele.

Fonte: http://www.plataformaurbana.cl/archive/2007/05/27/regeneracion-urbana-demoliendo-

autopistas-y-construyendo-parques/ (2017).

Figura 81: Implantação do Parque Linear Cheonggyecheon

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Em 2003 o governo iniciou-se um projeto de novas políticas de transporte

público, e com ele a abertura do rio veio paralelamente como meio transformador

daquele local.

O rio Cheonggyecheon tem 5,8km, como todo curso d’água há sempre um

grande foco de desenvolvimento em torno deles como centro comercial, vias

transporte, deixando de lado a principal função dos rios. Com o projeto que foi

implantado ele foi totalmente revitalizado trazendo melhorias ambientais e

econômicas para a área.

Hoje ele conta com cascatas, fontes, peixes e é ponto de encontro para todas

as faixas etárias. Ao todo, foram construídas 22 pontes, incluindo a reconstrução

da antiga ponte cerimonial, além de outros numerosos investimentos

paisagísticos. Isso incluiu instalações de artes públicas, caminhos ao lado do rio

para pedestres e corredores, variando as formas de cruzar o córrego e os tipos

de espécies plantadas ao longo das margens (ROWE, Revista AU17, 2013).

O referencial em relação a esse projeto está na descanalização do rio (Figura

11) trazendo ele de volta ao convívio da cidade, remetendo a memória dos que um

dia já conviveram com ele e a novidade dos que não sabiam que ali passava um rio,

além dos equipamentos culturais instalados, enriquecendo ainda mais o local.

Fonte:

http://au17.pini.com.br/arquitetur

a-urbanismo/234/restauracao-do-

cheonggyecheon-seul-coreia-do-

sul-296126-1.aspx (2017).

Figura 82: Parque Linear

Cheonggyecheon

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3.3. Parque Recreativo Venecia – Chile

Arquiteto: Jaime Alarcón Fuentes

Localização: Temuco, Região de Araucanía, Chile

Ano do projeto: 2014

Área: 8400.0 m²

O Parque Recreativo de Venecia (Figura 12) foi desenvolvido por um programa governamental que visava

revitalizar bairros em áreas carentes da cidade, através de um plano integrado de intervenções urbanas e sociais. O

projeto vem suprir a falta de espaços públicos urbanos que não havia na área, integrando esse espaço a um rio

próximo.

O mais interessante do parque foi a junção de atividades para

todas as faixas etárias, sendo um projeto altamente participativo

para a comunidade e também a integração de atividades típicas

chilenas. O conceito principal foi a integração e desenvolvimento

familiar que o espaço proporcionaria aos usuários.

O terreno implantado é grande e plano, teve seu espaço bem

aproveitado abrangendo assim as atividades diversas. Em seus

extremos encontram-se quadra e campo de futebol, e mais

centralizado a parte recreativa, separada de acordo com as

atividades e funções (Figura 13). A função desse espaço é que ele

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/767205/parque-

recreativo-venecia-jaime-alarcon-fuentes (2017).

Figura 83: Vista aérea Parque Recreativo Venecia

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seja uma continuação das casas ao entorno que não possuem espaço para esporte e lazer.

A referência mais interessante desse projeto é a diversidade de uso em um mesmo espaço, isso faz com que o

espaço seja atrativo e tenha uso constante. Outro ponto é a dinâmica do desenho da praça, por possuir pisos

diferentes, brinquedos incomuns, cores, colaborando com o atrativo do parque.

CAPÍTULO 5. O PROJETO

Figura 84: Croquis de estudo do Parque Recreativo Venecia

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/767205/parque-recreativo-venecia-jaime-alarcon-

fuentes (2017).

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5.1. Diretrizes Projetuais

A concepção dessa proposta de revitalização urbana tem como base a multifuncionalidade de espaços livres e

públicos que possam abranger inúmeras atividades a fim de trazer as pessoas a ocuparem o mesmo, que, nesse caso,

são praças, entendendo o contexto no qual está inserida.

Assim, definiu-se alguns elementos essenciais para a proposta:

Estimular a utilização dos espaços pela população em diferentes horários em meio a uma proposta

que promova múltiplos usos, a partir da revitalização das áreas existentes, tornando-as capazes de atender

pessoas de todas as idades;

Privilegiar o pedestre através do tratamento dos passeios no entorno;

Manter o máximo da vegetação existente;

Proporcionar uma significativa extensão de área verde, a fim de estimular o contato dos usuários

com a natureza e minimizar os efeitos da insolação direta na área;

Potencializar as funções de lazer, esporte e estar (contemplação e descanso) identificadas na área.

Além dos elementos identificados a partir das necessidades do local, foi necessário estudar vertentes

relacionadas aos espaços às margens de cursos d’água, Holanda (2002) identifica oito aspectos importantes para

desempenho desses espaços e os classifica da seguinte maneira:

Funcionais: relativos às exigências práticas da vida cotidiana, às condições para a realização de atividades humanas;

Econômicos: relativos aos custos de implementação, manutenção e uso dos lugares;

Sociológicos: relativos às condições de permanência e movimento de pessoas, de encontros e esquivanças

interpessoais;

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Topoceptivos: relativos à legibilidade e visibilidade do lugar, conferindo-lhe propriedades de identificação e

orientabilidade para as pessoas;

Bioclimáticos: relativos ao conforto ambiental, às condições de iluminação, acústica, temperatura, umidade,

velocidade do vento, qualidade do ar;

Simbólicos: relativos ao conteúdo semântico do lugar, a capacidade de remeter a outros elementos significados,

valores, memória;

Estéticos: relativos à beleza cênica, as características de um modo estruturado, à “estimulação autônoma dos sentidos

para além das questões práticas”;

Afetivos: relativos ao modo como o lugar afeta o estado emocional das pessoas (BUENO E FRANCO,

2010, apud HOLANDA, 2002).

5.2. Conceito

O projeto segue conceitos de amabilidade, urbanidade, linearidade e legibilidade, que buscam melhores

intervenções em locais à beira de cursos d’água, sendo de extrema importância para o desenvolvimento do mesmo.

Em relação a afetividade criada pelas pessoas com o espaço habitado e vivenciado, trazendo a memória

aspectos como: identidade, sentimento e afeto, que se manifestam de diferentes formas de acordo com o espaço em

que se está inserido.

Amabilidade para Fontes (2012, p. 71):

Significa a ação ou a qualidade de amável, o ato ou estado de comportamento que pressupõe a generosidade ou a

cortesia com o outro. É um termo que evoca a ‘proximidade’ e a ‘abertura’, seja neste uso corrente, seja aplicado aos

espaços urbanos, tal e qual aqui desejo cunhá-lo: a amabilidade urbana. Nesse sentido, poderia considerá-la como um

atributo do espaço amável, daquele que promove ou facilita a proximidade, opondo-se ao individualismo por muitas

vezes característico das formas de convívio coletivo contemporâneas.

Quando um espaço atende a todas as necessidades do indivíduo, faz com que ele permaneça por mais tempo

no local, trazendo gradativamente “a essência da noção da casa, no sentido básico de abrigo, estando no espaço

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feliz, portanto, relacionado a atributos como intimidade, proteção, refúgio, centralidade e conforto, tudo o que

remete à ideia essencial de abrigo” (FONTES, 2012, p.71 apud BACHELARD, 1957).

O conceito de urbanidade é definido por Bueno e Franco (2010, apud MELLO, 2008) “como aquilo que qualifica

a vida urbana, no sentido da interação entre os cidadãos no espaço coletivo, da promoção do encontro e do

convívio social”, ele “transcende os padrões espaciais característicos da dimensão urbana, incluindo atributos

espaciais e psicossociais que qualificam a vida urbana e seus padrões sociais”.

Segundo Jacobs (2001, p.50), “o grau de urbanidade de uma cidade, metrópole, ou de um bairro está

relacionado ao grau de vitalidade urbana ali presente”. A partir da apropriação de espaços à beira dos rios pela

população para o desempenho de atividades diversas, ele tende a tornar-se um diferencial atrativo para as cidades,

tornando um espaço coletivo que proporcione o encontro e o convívio social.

Um ambiente legível promove a fácil identificação do espaço e dos equipamentos presentes nele, fazendo com

que o usuário se sinta mais seguro e tenha melhores experiências no local.

Segundo Kevin Lynch (1997, p.51)

É importante visualizar a clareza ou o que ele chama de “legibilidade” aparente da paisagem das cidades, para que

se possa indicar a facilidade com que suas partes podem ser reconhecidas e organizadas num modelo coerente. Mais

do que reconhecer essas partes é importante saber interpretá-las. A imagem, estampada no ambiente, recebe diversos

significados que variam de acordo com a percepção dos diferentes observadores que a interpretam[...]. A legibilidade

é crucial para o cenário urbano.

De acordo com Ching (2013, p.00) “Uma forma linear pode ser segmentada ou curvilínea, respondendo à

topografia, à vegetação, a vistas ou a outras características do terreno”, a linearidade é uma das características da

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área, por ser a junção de quatro terrenos e pelo córrego passa por ele agora aberto. Consequentemente a

organização das elementos a serem implantados na área será linear, e de acordo com Ching (2013, p.199):

A forma de uma organização linear é flexível por natureza e pode responder imediatamente a várias condições de seu

terreno. Ela pode se adaptar a mudanças na topografia, desviar de um corpo d’água ou grupo de árvores ou mudar

de direção a fim de orientar os espaços internos para obter uma melhor insolação e vistas mais interessantes [...]

A forma de uma organização linear pode se relacionar com outras formas de seu contexto, ao:

• conectá-las e organizá-las ao longo de sua extensão; [...]

As escolhas de todos esses conceitos vieram a fim de proporcionar um local que atendesse a todos de maneira

mais humana, onde através da arquitetura pode ser visualizado a transformação que se é possível fazer. Onde as

mudanças novos carregam sentimentos e sensações da população para com o lugar.

5.3. Partido Arquitetônico e Princípios Norteadores

Esta proposta de intervenção tem como objetivo principal integrar o existente ao novo através da revitalização

urbana (Figura 25), de modo a estimular o uso do local pela população.

A concepção do partido deu-se respeitando o que há de existente na praça, construções e vegetação, e a

partir disso incluir novos usos, transformando-o assim em um espaço multifuncional, característica das praças

contemporâneas.

Espaços públicos têm grande importância social, quanto mais atividades ele puder receber maior a frequência e

envolvimento dos usuários com o local. Seguindo essa premissa foram desenvolvidos os seguintes princípios norteadores

do projeto:

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A revitalização das praças e do córrego, que agora passa a ser uma condicionante física;

A memória afetiva das pessoas, com a volta do córrego para a cidade e o respeito em manter as

construções existentes do local e alinhava-las ao novo projeto;

A distribuição espacial seguindo a linearidade do córrego e dos terrenos;

A implantação de um centro cultural, trazendo maior fluxo de pessoas e serviços para o local;

O desenvolvimento de estruturas para o comércio itinerante, que também serve de abrigo e são vistos

como ferramentas de potencialização, revelando novas possibilidades dos espaços;

Grandes áreas de pavimentação que não sejam limitados apenas por caminhos, tornando mais

convidativo a todas as pessoas.

5.4. Programa de Necessidades

A partir das diretrizes projetuais o programa de necessidades foi definido, levando-se em conta os usos existentes

(teatro municipal, academia da saúde e sanitários públicos) que deveriam ser mantidos. E se tratando de uma

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revitalização urbana, o programa de necessidades vem com intuito de trazer o que falta, possibilitando novas funções

ao local.

O programa de necessidades do projeto é composto por um centro cultural, dividido em dois blocos: Bloco

Saber, que concentra atividades educacionais, divisões municipais, biblioteca, serviços de atendimento ao público e o

Bloco Mover, onde funcionarão as aulas de atividades esportivas e atendimento à saúde; uma área comercial será

composta por infraestrutura para o acontecimento das feiras e comércio itinerante existente; uma área recreativa que

será composta por parquinho e jogos; uma esportiva composta por campo de futebol, quadras de areia, pista de

skate e academias ao ar livre e também uma área de convívio que terá pontos de descanso e contemplação,

composta por abrigos, bancos e caminhos.

As praças, através da requalificação urbana, receberão novas funções (Tabela 1) como: contemplação,

serviços, comércio itinerante, circulação, recreação e lazer esportivo.

Tabela 7: Programa de necessidades: Praças

PRAÇAS

Local M²

Área comercial 300

Área recreativa 200

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Área de convívio 500

Ciclofaixa -

Pista de skate -

Mobiliário urbano -

TOTAL 1000,00

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

O Centro Cultural, dividido em dois blocos, segue uma hierarquia de acesso a alguns espaços, sendo eles:

Espaços públicos: são os espaços de exposições, convivência, existentes nos dois blocos e na área

comum entre eles.

Espaços semipúblicos: são os espaços onde ministram as aulas e requerem inscrição prévia.

Espaços privados: são as salas administrativas, de professores e áreas de serviço.

Interligando os blocos do Centro Cultural existe um espaço comum por onde se dão os acessos a eles (Tabela 2).

Tabela 8: Programa de necessidades: Espaço comum

ESPAÇO COMUM

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Local M²

Marquise 740

Hall de Entrada/ Recepção 250

Refeitório 40

Cozinha 27

Despensa 12

Área de serviço 26

Vestiário de funcionário 20

Depósito 5

TOTAL 1.120,00

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

O Bloco Mover concentra aulas de atividades esportivas e atendimento à saúde (Tabela 3).

Tabela 9: Programa de necessidades: Bloco Mover

BLOCO MOVER

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Local M²

Sala dos professores / Reunião 35

Copa 10

Sanitários acessíveis 55

Depósito 7

Sala de Ballet / Dança 35

Sala de Pilates / Alongamento 35

Sala Step / Jump 35

Sala ginástica localizada 35

Sala Nutricionista / Psicóloga 25

Sala com tatâme 35

Quadra coberta 515

Área de convívio 145

TOTAL 967,00

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

O Bloco Saber concentra atividades de teor educacional e de serviços de atendimento ao público (Tabela 4).

Tabela 10: Programa de necessidades: Bloco Saber

BLOCO SABER

Local M²

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Sala dos professores / reunião 40

Sanitários acessíveis 30

Depósito 14

Sala de bordado / Escola de moda 40

Escola da beleza 40

Aula de percussão 40

Aula de violão 40

Aula de canto / teatro 40

Sala diretora guri 22

Divisão educacional 22

Divisão de promoção social 22

Divisão de cultura e turismo 22

Sala artesanato 40

Sala de cursos diversos 40

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas (SEBRAE)

22

Circunscrição Regional de Trânsito

(CIRETRAN)

22

Centro de Referência em Assistência 22

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Social (CRAS)

Conselho tutelar 22

Espaço de convívio 240

TOTAL 780,00

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

5.5. Fluxograma e Organograma

O organograma da área é caracterizado pela

relação de fácil acesso por todos os setores (Figura 25).

PRAÇAS

CENTRO

CULTURAL

ÁREA ESPORTIVA

ÁREA RECREATIVA

EDIFICAÇÕES

EXISTENTES

ÁREA DE CONVÍVIO

ÁREA

COMERCIAL

Acesso livre Acesso restrito Relação entre

setores

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 85: Organograma do projeto

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O acesso ao centro cultural dá-se por uma área comum onde se é direcionado aos Blocos Saber ou Mover.

Ambos são dotados de áreas de convívio para uma espera mais confortável para as aulas ou atendimentos (Figura 26

e 27).

BLOCO SABER

Convívio

Salas de

aula

Biblioteca Administração Organizacional

Acesso público

Acesso funcionários

BLOCO MOVER

Convívio

Salas de

aula Administração Organizacional

Acesso funcionários

Quadra

Recepção

Organizacional

CENTRO CULTURAL

Figura 86: Organograma do Centro Cultural

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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Figura 87: Fluxograma do centro cultural

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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5.6. Concepção da Implantação

O projeto de requalificação urbana da área tem como objetivo trazer diversos usos e com isso a humanização

em todos os horários, para que ele passe a fazer parte do dia a dia das pessoas (Figura 28).

A área de implantação do projeto abrange quatro terrenos, sendo eles: três praças e um terreno vazio. Essa

característica segmentada da área faz com que não haja integração entre as atividades desenvolvidas nela e

também seu fluxo. As academias ao ar livre e do idoso estão instaladas de modo disperso por dois terrenos, e as

quadras não encontram-se

em posições indicadas, em

relação ao norte solar,

prejudicando seu uso (Figura

29).

Fonte: Elaborado pela

autora (2017).

Figura 88: Perspectiva da implantação do projeto

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Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017), editado pela autora.

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Rua Domingos Vidal

Rua Antônio Vendrame

Figura 89: Implantação existente da área

LEGENDA:

01 – Praça Padre João

02 – Praça

03 – Praça

04 – Terreno vazio

05 – Teatro Municipal de Piacatu

06 – Sanitários públicos

07 – Academia da Saúde e NASF

08 – Academia ao ar livre

09 – Academia ao ar livre

10 – Campos de futebol

11 – Academia ao ar livre

12 – Quadras de areia

13 – Antigo matadouro

14 – Trilha Ecológica Bela Vista

Localização do córrego

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Buscando sanar os problemas de segmentação da área, o primeiro estudo foi direcionado para o fechamento

de duas vias, possibilitando a abertura do córrego e maior integração entre os elementos do local (Figura 30).

O córrego foi descanalizado seguindo a lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, permite a intervenção (retificação)

de cursos d’água, pois é necessário intervir em área de preservação permanente, assim no seu Art. 8º "[...] A

LEGENDA:

01 – Sanitários públicos

02 – Teatro Municipal de Piacatu

03 – Academia da Saúde e NASF

Localização do córrego

02

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ett

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Rua Domingos Vidal

Rua Antônio Vendrame

Figura 90: Estudo de implantação

Fonte: Prefeitura Municipal de Piacatu (2017), editado pela autora.

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intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas

hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta lei[...]". A abertura

seguiu a canalização existente, gabiões e vegetação deram lugar a galeria que o conduzia até estar a céu aberto.

A primeira área receberá o centro cultural, por estar ligada à avenida principal da cidade. Com maior

visibilidade, será o ponto focal do projeto, chamando a população para conhecer o restante da área. A edificação e

os espelhos d’água foram posicionados de acordo com a orientação solar e ventos dominantes e a inclinação do

prédio foi projetada de modo que da avenida principal desse para ver ao máximo sua arquitetura.

As academias ao ar livre agora estão juntas em uma área próxima ao prédio da academia da saúde, por

fazerem parte de um mesmo segmento. Mais à frente, seguindo o alinhamento, temos a área esportiva, com as

quadras posicionadas corretamente e integradas por um piso que forma várias áreas de convívio pela praça. No lado

norte do espaço encontra-se a área recreativa, desenvolvida com brinquedos diversos, pisos em diferentes

acabamentos/texturas trabalhando o aspecto sensorial e uma praça molhada em seu centro.

O lado sudeste ao córrego ficou destinado a um bosque, fazendo alusão à trilha ecológica próxima à área. Ela

possui para descanso, convívio e contemplação, através da arquibancada-mirante e do mobiliário urbano.

Complementando a praça, pista de caminhada e ciclo faixa circundando toda a área, agora sem interrupções,

e uma rampa acessível que leva as pessoas até o córrego (Figura 31).

07

Figura 91: Implantação do projeto

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11

14

15

10

LEGENDA:

01 – Espelho d’água

02 – Calçadão

03 – Centro Cultural

04 – Sanitário Público

05 – Teatro Municipal de Piacatu

06 – Córrego Bela Vista

07 – Bosque

08 – Academia ao ar livre

09 – Academia da Saúde e NASF

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5.7. Memorial de Projeto

10 – Área de convívio

11 - Arquibancada

12 – Rampa acessível

13 – Área esportiva

14 - Bosque

15 - Passarela

16 – Área recreativa

17 – Trilha ecológica Bela Vista

0 1 3m

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5.7.1. Centro Cultural

O projeto do centro cultural vem para suprir a falta de espaço disponível para desenvolvimento de atividades

diversas existentes na cidade, buscando a criação de espaços que atendam às necessidades dos setores de

desenvolvimento cultural e social da cidade.

Um centro cultural deveria conter uma ideia de dinamismo que o diferenciaria das demais instituições. Trata-se de um

centro irradiador de informações e ideias, que abrangeria e possibilitaria manifestações culturais de diferentes

naturezas; trabalharia com todo o tipo de suporte físico da informação, atendendo a vários públicos. Como irradiador,

não se encontraria fechado para a comunidade, mas sim abriria um leque de opções para atender diferentes

demandas, sem que sejam estabelecidas barreiras. Sua característica principal seria, mais uma vez, o dinamismo: fator

de diferenciação do centro cultural das demais instituições de cultura.

Esse dinamismo permitiria uma ampla e infinita atuação do centro cultural, sem barreiras a serem estabelecidas, e

sempre aberto às manifestações culturais da comunidade. Ao se enfatizar o dinamismo como elemento diferenciador,

deve-se ressaltar que ele carrega também um valor de instabilidade, levando a duas vertentes: ao mesmo tempo em

que o centro cultural continuaria, como as outras instituições, preservando a memória e a história da sociedade, ele

não seria estático, pois forneceria condições para novas criações e meios de registrá-las. (EDUARDO; CASTELNOU, 2007,

p. 115).

A edificação é dividida em três setores, sendo que o usuário poderá entrar através de dois acessos (Figura 32)

que o levam a um grande hall, onde obtém informações para seguir aos outros dois setores, que são denominados

Bloco Mover e Bloco Saber. Ainda nesse setor encontra-se o refeitório, a cozinha e toda a área de serviço para a

manutenção da edificação (Figura 33). Continuando no térreo temos o Bloco Mover (Figura 34), onde são

desenvolvidas atividades relacionadas à saúde, com seis salas de aulas esportivas, uma quadra coberta, sala de

atendimento nutricional e psicológico, e sanitários acessíveis. No pavimento superior temos o Bloco Saber (Figura 35),

com acesso pela escada ou plataforma acessível, onde existem salas de atividades educacionais (música, dança,

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artesanato etc), serviços de atendimento ao público (SEBRAE, CIRETRAM, CRAS etc), secretarias municipais (turismo,

cultura, social etc) e sanitários acessíveis.

Figura 92: Acesso principal ao centro cultural

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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Figura 93: Planta baixa térrea do centro cultural

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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Figura 94: Planta baixa térreo do centro cultural (Bloco Mover)

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 95: Planta baixa superior do centro cultural (Bloco Saber)

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A arquitetura bioclimática e a observação da incidência solar sobre a edificação nortearam a implantação do

centro cultural no terreno.

Uma solução utilizada no entorno de todo prédio foi de um recuo, projetando assim um beiral que sombreia

todas as salas, impedindo a incidência direta do sol nas áreas de longa permanência e servindo de laje técnica. Áreas

de circulação e de curta permanência foram colocadas estrategicamente em fachadas que recebem maior

insolação. Para minimizar os efeitos do sol, foi desenvolvido um painel com chapa de metal perfurada (Figura 36 e 37)

instalada em torno de toda a edificação, bloqueando parcialmente os raios solares mas possibilitando a ventilação.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 96: Fachada frontal

Figura 97: Fachada posterior

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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Para as salas de aulas esportivas foram posicionadas, estrategicamente, aberturas em paredes paralelas para

promoção de ventilação cruzada (Figura 28 e 39).

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 98: Demonstração da ventilação cruzada na sala de aula

Fonte:

https://rosenbaumdesign.wordpress.com/2008/12/1

0/rosenbaum-responde-9/

Figura 99: Sistema ventilação cruzada

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Em busca de uma materialidade simples, o concreto, o metal e o vidro foram escolhidos por seu fácil acesso à

mão-de-obra na região. As técnicas construtivas e materiais escolhidos para o projeto são, a estrutura pré-fabricada,

blocos de concreto, laje nervurada Holedeck, cobertura metálica convencional e shed (Figura 40).

Por ser um espaço de uso público intenso, os acabamentos são simples e de fácil manutenção, como piso em

concreto aparente, paredes pintadas e estrutura aparente. A cobertura do Bloco Mover é composta por telhas

metálicas de aço com isolamento térmico e acústico (Figura 41). As janelas da edificação seguem um padrão de

caixilharia metálica e vidro, as portas de acesso ao prédio em U-Glass.

Figura 100: Corte BB’

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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Figura 101: Planta de cobertura do centro cultural

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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Em ambos os blocos as salas ficam em torno de uma área de convívio, característica forte pertencente as

praças, trazida para a edificação a fim de criar espaços harmoniosos onde os usuários possam trocar e unir

experiências, além de esperar sua aula ou atendimento. A fim de agregar conhecimento a esses locais, no Bloco Saber

foi desenvolvido o conceito de biblioteca aberta, onde Barganha (2004, p. 93), defende:

O atual modelo de concepção de bibliotecas, inspirado nas bibliotecas dos países nórdicos, procura ser aquilo a que

se chama um “open space”, um local aprazível onde os documentos são agrupados pelo seu valor, pelo seu

conteúdo, pelo critério da informação e não pelo seu suporte físico.

A biblioteca pública moderna surge também como um espaço destinado a várias atividades culturais: exposições,

teatro, cinema, ações de formação, conferências, por exemplo. O objetivo final é sempre facilitar o acesso a

informação, promover o gosto pela leitura e pela cultura e fazê-lo da forma mais agradável, cativando, seduzindo,

atraindo o utilizador.

As bibliotecas comuns requerem um espaço e funcionários para o seu funcionamento, esse modelo acaba

restringindo o acesso de pessoas ao local por inúmeros motivos. Seguindo o conceito de biblioteca aberta, o espaço

de circulação e convívio do Bloco Saber foi desenvolvido para receber móveis onde será possível a organização dos

materiais de leitura que ficarão disponíveis para todos que passarem pelo local.

Os livros quando disponíveis a todos, sem o envolvimento de questões burocráticas, causam maior curiosidade

em descobrir o novo, se tornando uma importante ação cultural que promove a inclusão social de todas as faixas

etárias e o desenvolvimento de novas ideias.

Foram desenvolvidos dois modelos de móveis que seguem as linhas transversais existentes em todo o projeto.

Ambos são executados em MDF e fórmica colorida, a paleta de cores acompanham a escolhida para o bloco e os

móveis são compostos por bancos e prateleiras em diferentes alturas para o alcance de todos (Figura 42).

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Figura 102: Vista biblioteca aberta e circulação do Bloco Saber

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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Para o Bloco Saber foi desenvolvido um banco-jardim com a ideia de trazer vegetação para dentro do bloco, a

fim de promover um ambiente mais agradável aos usuários do local. O banco é todo em cimento seguindo uma

mesma unidade na linguagem dos materiais e formas do projeto e a cor fica por parte da vegetação (Figura 43).

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 103: Vista convívio e circulação do Bloco Mover

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5.7.2. Praça

O projeto de revitalização da praça foi muito além de uma modernização do local. A descanalização do

córrego trazendo-o de volta à cidade é o ponto focal do projeto.

A primeira área é a do centro cultural e essa praça tem uma característica maior de passagem e

desenvolvimento de atividades culturais e comerciais através do calçadão (Figura 44) onde existem estruturas para

acolher o comércio itinerante e as feiras ao ar livre que lá acontecem. A elevação de uma parte do centro cultural

sob pilares possibilitou um grande vão livre onde podem serem desenvolvidas diversas atividades culturais, e abrigar o

comércio em dias de chuva. Os espelhos d’água da área foram projetados a fim de trazer a figura do córrego apenas

em caráter poético, já que nessa área não foi possível a descanalização.

O Teatro Municipal de Piacatu é uma construção existente na área, teve o asfalto em frente a ele trocado pelo

paver utilizado em toda praça. Assim o piso funcionaria como um elemento visual entre a área do centro cultural e a

outra, já que o fechamento da via não era viável.

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Figura 104: Vista do calçadão

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

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e do idoso reunidas em uma mesma área, ampla e com vegetação para sombrear os equipamentos, próxima ao

prédio da Academia da Saúde e NASF, promove maior integração entre professores e usuários.

Logo à

frente foram projetadas quadras de areia, campo de futebol e pista de skate, de acordo com as normas que regem

Fonte: Elaborado pela autora

(2017).

Figura 105: Vista academia ao ar livre

Figura 106: Vista área

esportiva

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seus tamanhos e posições (Figura 46). Além disso, o paisagismo foi inserido a fim de proteger essas áreas da forte

insolação.

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No lado nordeste da praça temos a área recreativa (Figura 47), que objetivo foi trazer diversão para todas as

idades através de parquinho, praça molhada e mobiliário com jogos. Diferentes pavimentações pretendem estimular

aspectos sensoriais e lúdicos na praça.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 107: Vista área recreativa

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O lado sudeste ao córrego foi destinado a um bosque (Figura 48), pois para o projeto ter a descanalização do

córrego ter seguido a lei de área consolidada do código florestal, é necessário dar exemplo mostrando a importância

da vegetação próximas a cursos d’água para sua preservação, assim essa área foi trabalhada com paisagismo e

áreas para descanso, convívio e contemplação, através da arquibancada e do mobiliário urbano.

Complementando a praça, pista de caminhada e ciclofaixa circundam toda a área, e uma rampa acessível

leva as pessoas até o córrego.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 108: Vista aérea do córrego

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5.8. Paisagismo

A paginação foi pensada em uma forma de desenhar os espaços que podem ser acessados ou percorridos. As

linhas transversais presentes em todo projeto partiram dela, pois todas as grandes áreas de piso tem formatos que

induzem as pessoas a entrarem, levando-as até o córrego.

A principal pavimentação utilizada é o piso paver por sua característica permeável ideal para áreas próximas a

cursos d’água. As pistas de caminhada e ciclo faixa são em concreto desempenado para melhor desempenho de

suas funções e por ser de fácil manutenção.

O local possui uma vegetação existente a qual não tem um projeto paisagístico e com a revitalização da área,

foi preservado o máximo dessa vegetação (Tabela 5).

Tabela 11: Paisagismo existente

PAISAGISMO EXISTENTE

FORRAÇÃO

Grama esmeralda (Zoysia japonica)

Fonte:http://www.centraldagrama.com/dicas/tipos-de-grama

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ÁRVORES PEQUENO, MÉDIO E GRANDE PORTE

Flamboyant (Delonix

regia)

Ipê branco (Tabebuia

roseoalba)

Mussaendra

(Mussaenda alicia)

Ipê de jardim (Tecoma

stans)

Oiti (Licania tomentosa)

Palmeira real

(Roystonea regia)

Fonte: Arquivo pessoal (2017).

Fonte: Arquivo pessoal (2017).

Fonte: Arquivo pessoal (2017). Fonte: Arquivo pessoal (2017).

Fonte: Arquivo pessoal (2017). Fonte: Arquivo pessoal (2017).

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Ipê roxo (Tabebuia

avellanedae)

Espirradeira (Nerium

oleander)

Guariroba (Syagrus

oleracea)

Pata de vaca

(Bauhinia forficata)

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

As novas plantas (Tabela 06) inseridas no espaço comunicam-se diretamente com a vegetação existente no

local, trazendo novas espécies para conhecimento da população, já que a cidade tem predomínio da espécie Oiti.

Fonte: Arquivo pessoal (2017). Fonte: Arquivo pessoal (2017).

Fonte: Arquivo pessoal (2017). Fonte: Arquivo pessoal (2017).

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Tabela 12: Novo paisagismo

NOVO PAISAGISMO

PALMEIRAS

Palmeira fênix

(Phoenix

roebelenii)

Palmeira areca-

bambu (Dypsis

lutescens)

ÁRVORES DE PEQUENO, MÉDIO E GRANDE PORTE

Resedá

(Lagerstroemia

indica)

Pata de vaca

(Bauhinia

variegata)

Fonte:

https://www.safarigarden.com.br/mu

da-da-palmeira-fenix-phoenix-

roebelenii (2017).

Fonte:

http://www.fazfacil.com.br/jardim/palm

eira-areca/ (2017).

Fonte:

https://sementescaicara.bbshop.com.br

/pata-de-vaca-1 (2017).

Fonte:

https://www.dailyexaminer.com.au/n

ews/crepe-myrtle-pretty-flowers-but-

theres-a-twist/3124113/ (2017).

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Pau fava (Senna

macranthera)

Jasmim manga

(Plumeria rubra)

Quaresmeira

(Tibouchina

granulosa)

Chuva de ouro

(Cassia fistula)

ÁRVORES FRUTÍFERAS

Pitangueira

(Eugenia uniflora)

Limoeiro (Citrus

limon)

Fonte:

https://www.sementeorganica.com/g

b6fn8v7s-(2017).

Fonte:

http://www.lideragronomia.com.br/20

15/01/quaresmeira.html (2017).

Fonte:

http://floriculturasaoluiz.com.br/new/ind

ex.php?trajeto=produto/produto&produt

o_id=202 (2017).

Fonte:

http://jardinagemepaisagismo.com/arvo

res-para-calcada-a-chuva-de-ouro.html

(2017).

Fonte:

http://flores.culturamix.com/informaco

es/como-cultivar-pitangueira (2017).

Fonte:

http://www.plantarnoquintal.com.br/limo

eiro-como-plantar/ (2017).

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99

Aceroleira

(Malpighia

emarginata)

Romãzeira (Punica

granatum)

Amoreira (Morus

nigra)

Jaboticabeira

(Plinia cauliflora)

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

A vegetação é adequada para o espaço, em pleno sol e de fácil manutenção. Ela foi muito utilizada como

barreira solar em torno das áreas onde terá permanência de pessoas ao utilizar os equipamentos da praça,

paralelamente aos caminhos, pistas de caminhada e ciclofaixa possuem árvores para que o caminhar seja mais

agradável e sombreado. As árvores frutíferas são um atrativo para o projeto pois podem conectar a população com

pequenas ações a praticarem, como colher frutas no pé, elas podem também atrair pequenos animais e foram

localizadas sempre dentro de grandes canteiros para evitar sujarem os pisos.

Fonte:

http://revistagloborural.globo.com/Revis

ta/Common/0,,EMI320826-18289,00

(2017).

Fonte:

http://jardinagemepaisagismo.com/a-

amoreira-para-ornamentar-alimentar-

e-vestir.html (2017).

Fonte:

http://www.fazfacil.com.br/jardim/fruta-

roma/ (2017).

Fonte:

http://www.band.uol.com.br/tv/noticias/

100000632948/daniel-bork-tem-

novidades.html (2017).

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5.9. Mobiliário Urbano

A Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT, 1986, p.1) considera mobiliário urbano “todos os

objetos, elementos e pequenas construções integrantes

da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não,

implantados mediante autorização do poder público

em espaços públicos e privados”. São exemplos de

mobiliário urbano, de acordo com essa norma, abrigos

de ônibus, esculturas, painéis, playgrounds, cabines

telefônicas, postes e fiação de luz, lixeiras, quiosques e

bancos, entre outros.

O mobiliário urbano pode influenciar diretamente

na qualidade visual do local inserido, trazendo melhores

condições de uso da área além de se tornar um

atrativo em relação a beleza e sensação de bem estar.

Os móveis foram desenvolvidos seguindo as

principais formas e materiais presentes no projeto, a fim

de proporcionar uma unidade de linguagem na área.

Figura 110: Desenho modelos de banco

Figura 109: Desenho postes de iluminação pública

Fonte: Elaborado pela autora

(2017).

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Figura 111: Desenho pergolado metálico

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Figura 113: Corte detalhamento da via e passeio

Figura 112: Corte detalhe da via e passeios

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5.10. Soluções de conforto ambiental e sustentabilidade

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Considerando o clima da região foram adotadas algumas soluções de conforto ambiental que

consequentemente estão ligadas a sustentabilidade da construção. Elas são de extrema importância para o bem

estar dos usuários locais.

A primeira solução adotada foi o planejamento em colocar as áreas de circulação e ambientes pouca

permanência em fachadas a norte e oeste, feito isso, foi executado um recuo em torno de toda a edificação

buscando proteger as salas que acabaram ficando em fachadas não ideais. Com esse recuo foi possível a criação de

sombreamento sob as aberturas e para garantir a proteção da incidência solar em todas as angulações do sol, um

painel metálico perfurado foi desenvolvido que possibilitando a ventilação desses locais (Figura 54).

Uma técnica construtiva utilizada no

projeto foi a laje nervurada Holedeck (Figura 55), ela é um sistema de moldes para executar lajes de concreto

armado que tem de diferencial em relação as outras lajes nervuradas a possibilidade em passar todas as instalações e

Fonte: http://projeteee.mma.gov.br/implementacao/tipos-de-protecao-solar/

Figura 114: Tipos de sombreamento em janelas

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condutas dentro dela, reduzindo a altura necessária para acomodar esses componentes de construção e

consequentemente economizando assim os custos de material e futuras manutenções. Outro aspecto interessante

desse sistema é a possibilidade de abertura superior promovendo iluminação natural ao ambiente, reduzindo a

utilização de iluminação artificial.

A cobertura shed (Figura 56) é outro sistema que proporciona iluminação natural eficiente, quando posicionada

de maneira correta, por isso a escolha por ela.

Fonte: http://holedeck.com

Figura 115: Laje Holedeck

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A telha escolhida para ser utilizada no projeto foi a termoacústica (Figura 58), também conhecida como telha

sanduíche, por suas propriedades de isolamento térmico e acústico nos ambientes onde instaladas e isso se dá pelo

seu preenchimento em EPS (isopor).

O U-glass (Figura 57) é um vidro autoportante que dispensa o uso de caixilharia, por sua estética diferente pode

proporcionar ambientes únicos. Por ser o resultado do encaixe de dois U’s de vidro, dentro dele forma-se um colchão

de ar barrando a temperatura externa.

5.11. Detalhamento técnico

Figura 118: Cobertura

shed

Fonte: http://archiproducts.com

Figura 118: Telha

termoacústica

Fonte:

http://unimetalestruturas.blogspot.com

Figura 118: U-glass

Fonte: http://vidracariadojucas.com

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O detalhamento técnico construtivo foi desenvolvido para ser o desenho de nível executivo de uma parte do

projeto, a fim de desenvolver um elemento criado pelo autor.

Para o Centro Cultural foi projetado um painel com chapa de metal perfurada (Figura 36 e 37) instalado em

torno de toda a edificação, protegendo as aberturas bloqueando parcialmente os raios solares e possibilitando a

ventilação. As barras na transversal que o painel possui, vem do mesmo princípio usado nos pisos da praça refletindo

em todo o projeto. As cores escolhidas para os painéis são de acordo com a função de cada bloco: o azul marinho

para o Bloco Saber (Figura 59), uma cor mais sóbria, para atividades que exigem maior concentração e o laranja

queimado para o Bloco Mover (Figura 60) onde são desenvolvidas atividades enérgicas.

Outro detalhamento desenvolvido foi de uma rampa acessível (Figura 61) que levam as pessoas até próximas ao

córrego, protegidas por corrimão em toda sua extensão e com patamares que servem como pontos de

contemplação. A rampa foi projetada de acordo com o sentido da topografia facilitando a implantação das normas

da ABNT 9050 para acessibilidade.

Figura 119: Detalhamento do painel metálico do Bloco Saber

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Figura 120: Detalhamento painel metálico Bloco Mover

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Figura 121: Detalhamento rampa

acessível

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O presente trabalho teve como elemento norteador o interesse pelos espaços públicos, no sentido de provocar

uma reflexão através das mudanças em seus usos e apropriações. O local que hoje é um conjunto de praças, tem um

papel importante para a cidade que ainda resiste às mudanças socioculturais.

É comum definir o espaço público como o local do convívio, do encontro das diferenças, onde todos são bem-

vindos. No entanto, é perceptível que esses locais têm enfrentado uma grande desvalorização frente aos novos

espaços privados, como os shoppings centers, por exemplo.

A proposta deste projeto foi resgatar e valorizar os atributos da área para que o local fizesse parte do dia-a-dia

das pessoas, através da memória afetiva com a volta do córrego e da implantação de novas atividades, de modo

que a área fique ocupada em vários períodos, promovendo a valorização que o local precisa.

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ANEXOS

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Pranchas

01/06 – Apresentação

02/06 – Implantação

03/06 – Detalhamentos praça

04/06 – Projeto centro cultura

05/06 – Detalhamento técnico: painel

06/06 – Detalhamento técnico: móveis

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