ISSN - 2618350 - Fapan · 1º ENIESP – Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal...
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1º ENIESP – Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal
ANAIS – ISSN 2618350
Tema: PRÁTICAS INOVADORAS: ENCONTRANDO
OPORTUNIDADES EM NOVOS TEMPOS
ISSN - 2618350
1º ENIESP
Encontro Internacional de
Ensino Superior do Pantanal
1º ENIESP – Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal
ANAIS – ISSN 2618350
1º ENIESP - ENCONTRO INTERNACIONAL DE ENSINO SUPERIOR DO PANTANAL
" PRÁTICAS INOVADORAS: ENCONTRANDO OPORTUNIDADES EM NOVOS TEMPOS
ANAIS
Claudia Alves Perez Eduardo dos Santos Garcia Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior(Org.)
23 a 26 de maio de 2017.
FAPAN – Faculdade do Pantanal
Cáceres – Mato Grosso
Brasil
1º ENIESP – Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal
ANAIS – ISSN 2618350
2017, Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal – 1º
FAPAN - Faculdade do Pantanal - Cáceres - MT – Brasil Claudia Alves Perez Eduardo dos Santos Garcia Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior (Org.)
ISSN 2618350
OS TEXTOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS AUTORES, MANTIDO O FORMATO
ORIGINAL DA SUA REDAÇÃO.
Página da web do 1º ENIESP: http://www.fapan.edu.br
4
1º ECONTRO INTERNACIONAL DE ENSINO SUPERIOR DO
PANTANAL
COORDENADORES RESPONSÁVEIS Profª. Marilza Luiz Ferreira Prof. Elvys Ferreira de Oliveira Profª. Claudia Alves Perez Prof. Eduardo dos Santos Garcia
COMITÊ CIENTÍFICO
Profª. Claudia Alves Perez
(Presidente)
Prof. Eduardo dos Santos Garcia
Prof. Douglas Alexandre de Campos
Castrillon Junior
Profª. Liliane Trivellato Grassi
Prof. Marcel Jesus Dias
Profª. Marilza Luiz Ferreira
Prof. Paulo Lacerda da Silva
Profª. Rosana Nascimento
Profª. Suellen Pereira Rodrigues
Profª Anne Louise
Prfª Joselaine Souto Hall Silva
Prof Alexandre Garcia
Profª Poliana Santos
Profª Eliana Cristina
Prof. Rodrigo Barretto Vila
Profª. Aleciane Botelho Queiroz
Prof. Mayk Jonhon de Carvalho Souza
Prof. Antônio Carlos P. dos Santos Junior
Profª. Graciely Almeida Ricci
ADMINISTRAÇÃO DA FAPAN
Elvys Ferreira de Oliveira
Diretor Geral Marilza Luiz Ferreira
Coord. Pedagógica Claudia Alves Perez
Coord. Curso de Ciências Contábeis
Dirceu Luiz da Silva Siqueira
Coord. Curso de Administração Anderson Luis Rubio
Coord. Curso de Educação Física Vivian Vieira Mattielo
Coord. Curso de Enfermagem Wesley de Souza Lopes
Coord. Curso de Engenharia Civil
Rosana Nascimento
Curso de Farmácia Ednardo Forcianari Antunes
Coord. Curso de Fisioterapia Marilza Luiz Ferreira
Coord Curso de Pedagogia
Aleciane Botelho Queiroz
Coord. Curso de Psicologia
Cicero Lucas Ferreira Santiago
Coord. Curso de Sistemas de
Informação
FACULDADE DO PANTANAL RECREDENCIADA NO MEC PELA PORTARIA Nº 281, DE 23 DE MARÇO DE 2015
Coordenação do I Encontro Internacional
de Ensino Superior do Pantanal
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................... 8
A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DO
POTENCIAL ECONÔMICO DE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS EM BARRA DO
BUGRES – MT ......................................................................................................................................... 10
ACOLHIMENTO: FERRAMENTA PARA A QUALIDADE NO ATENDIMENTO NAS
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - REVISÃO DA LITERATURA .......................................... 14
AGRICULTURA FAMILIAR NO PANTANAL: SUSTENTABILIDADE E
DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO AGROANA GIRAU, EM POCONÉ – MT. ........ 18
ALTERNATIVAS E RESISTÊNCIAS: PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS VIVENCIADAS NA
ARPA ....................................................................................................................................................... 21
AMBIENTE E ENFERMIDADES INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS TRANSMITIDAS POR
SOLO CONTAMINADO ....................................................................................................................... 26
ANÁLISE SOBRE O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS NA
EMPRESA AUTO POSTO TUIUIÚ EM CÁCERES - MT ................................................................. 32
APRENDIZAGEM DE ENGENHARIA DE SOFTWARE UTILIZANDO JOGOS DIGITAIS DE
RPG: UMA VISÃO DOS ESTUDANTES DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA FACULDADE
DO PANTANAL ...................................................................................................................................... 40
ASSISTÊNCIA Á SAÚDE DA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA: REVISÃO DA
LITERATURA ........................................................................................................................................ 44
AVALIAÇÃO DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DA DEAD-UNEMAT NA
PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES/USUÁRIOS DA GRADUAÇÃO ............................................ 47
AVENIDA SÃO PAULO, MARINGÁ/PR: A DEMOCRATIZAÇÃO DO ESPAÇO ATRAVÉS DE
POLÍTICAS PÚBLICAS ........................................................................................................................ 51
IDENTIFICAÇÃO E ABORDAGEM DE ASPECTOS EMOCIONAIS NO
DESENVOLVIMENTO DE WEBSITES .............................................................................................. 55
DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTIRAL: CONCEPÇÕES DE PROFESSORESES E ALUNOS DE
UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CURVELÂNDIA-MT .......................................... 60
DOENÇA RENAL CRÔNICA E AS ALTERAÇÕES NA PRESSÃO ARTERIAL .......................... 63
ECONOMIA SOLIDÁRIA: NOVO MODO DE PRODUÇÃO ........................................................... 67
6
EDUCAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE REALIZADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM
CÁCERES-MT ........................................................................................................................................ 71
ENFERMIDADES INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS EM ÁREAS POBRES DE
DESENVOLVIMENTO: EQUIPE DE CONHECIMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA ............. 75
ENFERMIDADES INFECCIOSAS TRANSMITIDAS POR PARASITÁRIAS ATRAVÉS DE
ÁGUA CONTAMINADA: CONHECIMENTOS DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA
SECRETARIA DE SAÚDE DE CÁCERES - MT ................................................................................ 81
EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE EM ALTO GARÇAS/MT - BRASIL ENTRE 2000 E 2015
.................................................................................................................................................................... 86
EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE EM VALE DE SÃO DOMINGOS/MT - BRASIL ENTRE
2008 E 2015 .............................................................................................................................................. 91
ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE MOBILIDADE URBANA NO PERÍODO DE 2010 À 2017:
TENDÊNCIAS E ESTATÍSTICAS. ...................................................................................................... 96
JOGO EDUCACIONAL TRILHOS CONJUGADOS – DESENVOLVIMENTO ......................... 100
LUTAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................................................... 105
MUDANÇAS GLOBAIS / CLIMÁTICAS E SÁUDE HUMANA- UM DIÁLOGO NECESSÁRIO:
REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................................. 109
O ENSINO DA CONTABILIDADE ATRAVÉS DE CONTOS CONTÁBEIS ................................ 113
O USO DA INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÃO .................................................... 117
OS IMPACTOS DO ESOCIAL MÓDULO EMPREGADOR DOMÉSTICO EM ESCRITÓRIO
CONTÁBIL NO MUNICÍPIO DE CÁCERES-MT .......................................................................... 121
PARTICIPAR NA ARTE DE GOVERNAR ...................................................................................... 128
PLANEJAMENTO FAMILIAR: A ABORDAGEM DO ENFERMEIRO NA PERCEPÇÃO DO
CASAL ................................................................................................................................................... 132
PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO: REDUZINDO O IMPACTO AMBIENTAL .......................... 136
SÍNDROME DE BURNOUT NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ENFERMAGEM NAS
ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM CÁCERES/MT - BRASIL ................................. 140
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: ESTUDO DE CASO NA COMETA MOTOCENTER
.................................................................................................................................................................. 145
T-LEARLING: INTERAÇÃO DA DIGITAL TV COMO UMA FERRAMENTA NO PROCESSO
DE ENSINO-APRENDIZAGEM ......................................................................................................... 150
UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ATUAÇÃO NO ENSINO
MÉDIO INTEGRADO À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ................................................................ 154
A IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA NA ÁREA DA SAÚDE: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA DA LITERATURA ................................................................................................... 158
ASPECTOS TEÓRICOS E REFLEXIVOS SOBRE O ERRO NO PREPARO E
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM .................... 162
7
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PROBLEMAS E DESAFIOS ENFRENTADOS PELA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT ................................................ 165
PERCEPÇÃO PRELIMINAR DOS GRADUANDOS EM LICENCIATURA EM GEOGRAFIA -
UFMT SOBRE OS PONTOS FORTES, FRACOS, DEBILIDADES E FORTALEZAS DO CURSO
.................................................................................................................................................................. 170
A IMPORTÂNCIA DAS ORIENTAÇÕES DO ENFERMEIRO DO TRABALHO SOBRE O USO
CORRETO DE EPI’S ........................................................................................................................... 174
A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE VISÃO LIMITADA EM SALA DE AULA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL ..................................................................................................................... 178
8
APRESENTAÇÃO
A Faculdade do Pantanal – FAPAN – conta atualmente com cursos de graduação e pós-
graduação, em diversas áreas do conhecimento e em 2017 a Instituição deu início a mais
um evento científico.
A primeira edição do Encontro Internacional de Ensino Superior do Pantanal, evento
que possui características multidisciplinares que visa atender a formação acadêmico-
científica dos estudantes de graduação e pós-graduação do município de Cáceres e
região, teve como objetivo principal promover a pesquisa e a extensão e distribuir
conhecimentos por intermédio de palestras de temas variados de cunho internacional.
Realizado com a temática “Práticas inovadoras: encontrando oportunidades em novos
tempos”, entre os dias 23 e 26 de maio, o evento reuniu professores, alunos,
pesquisadores, profissionais e a comunidade externa que contribuíram para alcançar o
objetivo pretendido.
A principal missão da realização do ENIESP é se consolidar como um evento
referência, nacional e internacional, gerando a disseminação de pesquisas e que
distribua conhecimento científico por meio de palestras, minicursos, comunicação oral e
exposição de banners, além de divulgar o conhecimento como forma de aprimoramento
do ser e da sociedade, permitindo o aperfeiçoamento de professores e profissionais das
mais diversas áreas.
Neste documento são apresentados os resultados dos trabalhos acadêmicos aprovados
pela comissão cientifica do evento, em seção única: Resumos Expandidos.
9
ANAIS
RESUMOS EXPANDIDOS
10
A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO PROPOSTA PARA O
DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL ECONÔMICO DE PLANTAS
MEDICINAIS E AROMÁTICAS EM BARRA DO BUGRES – MT
LA EXTENSIÓN UNIVERSITARIA COMO UNA PROPUESTA PARA EL
DESARROLLO DEL POTENCIAL ECONÓMICO DE PLANTAS
MEDICINALES Y AROMÁTICAS EN BARRA DO BUGRES-MT
Thiago Fernandes
Alex Dias Curvo
Marfa Magali Roehrs
Resumo: o objetivo deste trabalho foi descrever umas das atividades que o LMC1
desenvolveu no segundo semestre de 2012, propondo socializar na integra a experiência
na interlocução de conhecimentos de diferentes personagens: pesquisadores, professores
universitários, acadêmicos, trabalhadores rurais, indígenas e assentados. O embase
metodológico utilizado para essa interlocução foi basicamente a troca de experiência
entre participantes x ministrantes de oficinas e principalmente participantes x
participantes, utilizando-se de ambientes físicos e estruturais como laboratórios,
recursos didáticos, bibliográficos e audiovisuais, contribuindo com a nossa linha de
trabalho e educação. A sustentação teórica contemplada como mediadora desse relato
cita abordagens simples e claras de autores como Freire, Corrêa e Silva, que se
posicionam a favor da ligação, extensão e familiarização entre comunidades e
Universidade e de que homens educam entre si, mediatizados pelo mundo.
Palavras-chave: Interlocução de saberes; Potencialidade de Recursos Naturais;
Educação Ambiental não formal.
Palabras-clave: Diálogo de conocimiento; Potencial de recursos naturales; Educación
ambiental no formal.
INTRODUÇÃO
A ciência nasce através da tomada de decisão da construção do conhecimento a
partir do que hoje chamamos de método científico. O mundo assiste hoje a uma
reformulação de valores pessoais, valores naturais e ecológicos que retornam com
grande força, na determinação de novos preceitos, em todas as áreas do conhecimento
científico e da vida prática. Nesse sentido os produtos originários de plantas medicinais
ocupam um espaço cada vez maior no mercado (CORRÊA, 2008, pg. 28).
Uma forma de garantir que esse conhecimento se prolongue ainda mais é
promover a inclusão social entre indivíduos, fazendo com que haja um aumento
representativo na integração de ideias e opiniões de diferentes grupos. Outra maneira de
interagir esses povos é oferecer práticas sociais que provocam o aprendizado, a
educação e o trabalho em grupo e/ou equipe. A fim de estimular essa prática dentro da
Universidade, o LMC tem proposto à comunidade acadêmica e externa metodologias de
1 LMC – Laboratório de Metodologia Científica – UNEMAT / Campus Universitário Dep. Renê Barbour
- Barra do Bugres-MT.
11
ensino e aprendizagem para produção de ciências e tecnologia, utilizando-se da
biodiversidade de plantas medicinais do cerrado mato-grossense, em especial, as mais
comuns e predominantes de Barra do Bugres-MT.
Conforme eixos norteadores, esse trabalho teve como objetividade apresentar um
relato de experiência sobre uma das atividades que o LMC desenvolveu no segundo
semestre de 2012, proferindo-se na realização de três oficinas de criação de bioprodutos
utilizando-se de plantas medicinais e aromáticas popularmente conhecidas pelas
comunidades.
METODOLOGIA
As ações que contemplaram a realização desse trabalho foram desenvolvidas com
o apoio integral dos bolsistas e voluntários do LMC, da Universidade do Estado de
Mato Grosso em parceria conjunta com professores do quadro docente. Foi estudada
pela equipe (acadêmicos e professores) a possibilidade de utilizar como matéria prima
plantas de uso medicinal, conforme a disponibilidade dos recursos naturais em se
tratando da biodiversidade local.
Segundo pós-discussão entre a equipe, foi decidido promover oficinas de criação
de bioprodutos que fomentasse a importância do papel da formação do individuo
sintonizada com os princípios da economia solidária, na geração de renda extra as
famílias participantes. Foram subjetivadas então três oficinas diferentes, mas que de
certa forma estariam ligadas a uma única temática, ou seja, oferecer alternativas de
conhecimento e capacitação conforme a megadiversidade loco regional.
As oficinas selecionadas foram desenvolvidas no Campus Universitário Dep.
Renê Barbour – UNEMAT. Em contrapartida, a Universidade disponibilizou sua
infraestrutura física, sendo que, a oficina de fonte de renda no processamento de
alimentos aconteceu no Laboratório Industrial de Processamento de Alimentos, a de
produção de velas com citronela no Laboratório de Química e a de produção de
fitocosméticos e fitoterápicos no Laboratório de Física e Ciências Matemática.
Foi proposto inicialmente oficinas de oito horas cada, na qual se resumia em
estudar e socializar o conhecimento enquanto este dialógico e empírico. O trabalho e a
interlocução de conhecimento tiveram como auxílio o uso de apostilas curtas como
material facilitador. Essas apostilas foram desenvolvidas pelos professores e utilizavam
em seu maior contexto figuras explicativas, devido a maior parte do publico alvo serem
pessoas denotadas como analfabetas funcionais, estando assim coerentes com o meio
que a equipe estipulou para alinhar e introduzir também a educação ambiental de
maneira não formal. Teve-se também como apoio o uso de equipamentos e ferramentas
audiovisuais.
É preciso mencionar que o uso de plantas medicinais é bem comum na região,
porém, não se tem um incentivo de recriação de mudas em viveiros e/ou
espaços/ambientes apropriados para reprodução. Assim, recorremos então a procurar
uma metodologia simplificada que almejasse estimular essa criação e cultivo e que
despertasse essa motivação/interesse principalmente aos agricultores e assentados da
região, grandes responsáveis pela produção e comercialização de produtos alternativos
da agricultura familiar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
12
No decorrer do desenvolvimento das oficinas de criação, obtivemos vários
resultados satisfatórios. O primeiro grande desafio que foi vencido pela equipe
executora se resumia em “ter iniciativa”, ou seja, a partida inicial de quem almeja em
fazer algo pela sociedade, comunidades tradicionais, meio ambientes e por si mesmo.
Devido à maioria dos acadêmicos envolvidos nessa ação serem bolsistas e voluntários
dos projetos de extensão com interface a pesquisa cientifica e automaticamente fazerem
parte do LMC, estes em especial já possuíam uma retrospectiva experiencial de outras
ações/atividades conjuntamente e igualitária com as mais diversas comunidades, na qual
facilitou executar ações que intermediavam demais e outras.
Detalhando melhor o trabalho realizado, temos que as atividades efetuadas na
oficina de fitocosméticos e fitoterápicos resumiram em ensinar na teoria e prática a
preparação de loções, xampu e sabonetes líquidos utilizando-se de essências de plantas
medicinais. Já na oficina de criação de produção de velas através da citronela, resumiu
sucintamente em utilizar a planta medicinal “citronela”, onde a mesma passou por um
processo de extração, retirando o óleo e por fim, subjetivou em adicionar outros
ingredientes para a conclusão do produto final, a vela ecológica. E por ultimo, a oficina
de fonte de renda no processamento de alimentos se estendeu em criar novos alimentos
através do uso de frutas, legumes e essências, fabricados manualmente. Os produtos
criados foram compotas, geleias e doces, através dos compostos de seguimento
alimentar que a bioalternativa floral e frutífera tropical da região oferecia.
Portanto, é possível relatar com clareza que a ideia, o esforço e o incentivo de se
oferecer uma alternativa social e sustentável que possibilitaria complementar a renda
dessas famílias não se resumem somente em uma obrigação enquanto bolsita e/ou
acadêmico de um curso superior, mais se ressalva nos princípios do ser humano, ou
seja, poder contribuir/ajudar quem devidamente precisa como o pouco de conhecimento,
informação, coragem e atitude que se tem, exercendo assim o papel de extensionista.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme contextualizado no texto acima, temos que os resultados alcançados
oriundos desse nosso trabalho extensionista foram e estão sendo disseminando
conforme o tempo.
Inicialmente, o objetivo era transpassar a esses indivíduos o conhecimento sobre
plantas medicinais e as potencialidades alternativas, sociais e econômicas que essa
diversidade ecológica poderia proporcionar. Além de levar a Universidade até a essas
pessoas como também socializar ideias, opiniões e questionamento em um único
espaço/ambiente entre professores, acadêmicos, produtores, indígenas e assentados.
Hoje, através de algumas visitas in loco em algumas comunidades rurais, tivemos o
enorme privilegio de observar e dialogar com indivíduos que deram continuidade aos
trabalhos como também estão atualmente comercializando esses produtos em dias de
feiras e no comercio local, dando ênfase e mobilização a grande importância da
presença de produtos oriundos da agricultura sustentável.
Outro ponto a ser relatado foi à experiência que tivemos e os relatos informais da
comunidade, que aprovou e ainda pretendem mobilizar-se para oferecerem
continuidade. Essa avaliação de percepção pós-atividade me despertou em oferecer
13
continuidade com esse trabalho, tornando-o recíproco e referenciando dentro da
Universidade, ainda que este seja inicial.
Cumpre-se destacar que tais iniciativas, além de contribuir para a manutenção e
preservação do cerrado, possuem características socias. Na medida em que as ações
foram sendo executadas, observamos que ao mesmo tempo em que conseguimos levar
essa oportunidade a esses indivíduos, almejamos por outro lado à importância do
trabalho em equipe bem como fomentando a educação ambiental não formal, que de
certa forma passou a ser uns dos objetivos específico pré-estabelecidos,
respectivamente.
REFERÊNCIAS
CORRÊA, CYNTHIA C. Plantas medicinais como alternativa de negócios: Caracterização e
importância, 2008. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/9/418.pdf> Acesso em: 18 de mar,
2017.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 32.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
SILVA, Oberdan Dias da. O que é extensão universitária? Disponível em:
<http://www.ecientificocultural.com/ECC2/artigos/oberdan9.html> acesso em: 15 de mar, 2017.
14
ACOLHIMENTO: FERRAMENTA PARA A QUALIDADE NO
ATENDIMENTO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - REVISÃO DA
LITERATURA
RECEPCIÓN: HERRAMIENTA PARA LA CALIDAD DE LLAMADA EN
SALUD UNIDADES BÁSICAS - REVISIÓN DE LA LITERATURA
Nayara Ferreira Enfermeira
Mestranda em Ciências Ambientais-UNEMAT
² Camila Aristela Paula Oliveira Especialista em Saúde Pública- Anhanguera Educacional
³ Liliane Trivellato Grassi Farmacêutica- Bioquimica
Mestre em Ciências Farmacêuticas
Resumo: A atenção básica lida com situações e problemas de saúde de grande
variabilidade. Tal complexidade se caracteriza pelas dimensões orgânicas, subjetivas e
sociais do processo saúde-doença-cuidado, entre os seus desafios atuais, destacam-se
aqueles relativos ao acesso e ao acolhimento. O objetivo do trabalho foi revisar a
literatura acerca da aplicação do conceito de acolhimento e elucidar as contribuições
desse conceito para as práticas na atenção primária à saúde. Os resultados evidenciaram
aspectos relacionados à garantia de atendimento e acesso aos serviços especializados, e
a necessidade da escuta qualificada nas instituições de saúde. O acolhimento é capaz de
promover o vínculo entre profissionais e usuários, possibilitando o estímulo ao
autocuidado, melhor compreensão da doença e corresponsabilização pelo tratamento.
Auxilia na universalização do acesso, fortalece o trabalho multiprofissional e
intersetorial, qualifica a assistência, humaniza as práticas e estimula ações de combate
ao preconceito.
Resumen: Las ofertas de atención primaria con situaciones y grandes problemas de
salud variabilidad. Esta complejidad se caracteriza por dimensiones orgánicos,
subjetivos y sociales del proceso salud-enfermedad-atención de la salud entre sus retos
actuales, destacar los relacionados con el acceso y acogida. El objetivo fue revisar la
literatura sobre la aplicación del concepto de anfitrión y aclarar las contribuciones de
este concepto a la práctica en la atención primaria de salud. Los resultados mostraron
aspectos relacionados con el servicio de garantía y el acceso a servicios especializados y
la necesidad de escucha cualificado en instituciones de salud. El anfitrión es capaz de
promover la relación entre los profesionales y los usuarios, permitiendo que el estímulo
para el cuidado personal, una mejor comprensión de la enfermedad y co-responsabilidad
del tratamiento. Asiste en el acceso universal, fortalece el trabajo multidisciplinario e
intersectorial califica asistencia, humaniza las prácticas y estimula acciones para
combatir los prejuicios.
Palavras-chave: Acesso aos serviços de saúde; Acolhimento; Atenção básica
Palabras-clabe: El acceso a los servicios de salud; Host; atención primaria
15
INTRODUÇÃO
Em 1994 foi criado o programa de saúde da família (PSF), elaborado como uma
estratégia de organização das ações de saúde nos serviços de atenção básica, dando
ênfase em um novo modelo de atenção, com foco na promoção da saúde dos indivíduos,
família e comunidade. Sua implantação possibilitou: desenvolver pratica de saúde
integrada com as famílias, ampliar o acesso da população ao serviço de saúde,
incorporar o atendimento humanizado e fomentar o compromisso com a necessidade do
usuário (SOUZA et al, 2008)
Trata-se de um modelo pautado no trabalho em equipe, acolhimento, vínculo,
ações de prevenção e promoção da saúde, priorização da família em seu território, sem
descuidar do tratamento e reabilitação, que veio na tentativa de superar o modelo
hegemônico que era centrado em práticas curativas e na atenção médico-hospitalar
(GARUZI et al, 2014)
Apesar dos inúmeros benefícios alcançados com a implantação da estratégia de
saúde da família, os maiores desafios relacionam-se à estruturação deste novo modelo
que realize suas ações em sintonia com os princípios da universalidade, igualdade e
integralidade (LITWINSKI, 2011)
Entre os seus desafios atuais, destacam-se aqueles relativos ao acesso e
acolhimento, à efetividade e resolutividade das suas práticas, ao recrutamento,
provimento e fixação de profissionais, à capacidade de gestão/coordenação do cuidado
e, de modo mais amplo, às suas bases de sustentação e legitimidade social (BRASIL,
2013)
Neste contexto, como a atenção básica à saúde representa a “porta de entrada” no
Sistema de Saúde para a maioria dos usuários, o presente trabalho vem mostrar a
importância do acolhimento dentro dos princípios e diretrizes do SUS que muitas vezes
não são compreendidos por toda equipe de saúde. Visando, sobretudo, fortalecer a
construção de um novo modelo assistencial efetivo e em consonância com seus
princípios.
METODOLOGIA
O presente estudo utiliza como método a revisão integrativa da literatura, a qual
tem como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o
tema investigado, foram utilizadas as bases de dados LILACS (Literatura Latino-
Americana em Ciências de Saúde), MEDLINE (Sistema Online de Busca e Analise de
Literatura Médica) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O acolhimento constitui-se uma estratégia de aperfeiçoamento do processo de
trabalho em saúde que foi proposta pelo ministério da saúde dentro da politica Nacional
de Humanização. Esse mecanismo permite-se o delineamento de espaços de encontro,
escuta e recepção, proporcionando a interação entre os sujeitos, seja estes trabalhadores
e/ou usuários dos serviços, na qual se procura garantir a acessibilidade universal, a
resolutividade, a informação, o encaminhamento e a construção de vínculos. (BORGES
E SILVA 2015)
Para Garuzi et al o entendimento do vínculo pode trazer, no âmbito do serviço, a
efetivação do princípio da integralidade, uma vez que permite aos usuários atuarem seu
16
papel de cidadãos, conferindo maior autonomia em relação à sua saúde, tendo
assegurado os seus direitos de fala, argumentação e escolha, permitindo ao profissional
conhecer o usuário para que colabore na manutenção de sua saúde e redução dos
agravos.
O conhecimento dos preceitos que embasam a proposta de acolhimento e
humanização na atenção é peça fundamental para repensar todo o processo de trabalho e
a reorganização dos serviços. Uma das formas de se apropriar de conhecimentos está no
desenvolvimento de ações educativas (BORGES E SILVA 2015)
Soares (2011) relata alguns itens tidos como vantagens a partir do momento em
que se cumpre o acolhimento na Atenção Primária de saúde como a: diminuição da
fragmentação dos serviços prestados pela equipe de saúde; atendimento da demanda da
população; resolutividade ao problema exposto; redução da lista de espera, ou até
mesmo consegue-se evitá-la; intervenções de acordo com a necessidade do usuário;
atendimento baseado nos princípios norteadores do SUS.
Borges e Silva salienta em sua pesquisa o desconhecimento da equipe com relação
à politica nacional de humanização, sendo apontado como um fator que dificulta a
pratica da equipe frente ao acolhimento, enfatizando que para alguns dos entrevistados
essa proposta está distante de ter uma aplicação prática.
Brehmer e Verdi também evidenciaram em sua pesquisa o distanciamento entre o
discurso do acolhimento e os modos de acolher revelados na prática.
Coelho et al 2009 ressalta que no que diz respeito das conquistas relacionadas
com os princípios norteadores do SUS, referente ao atendimento do usuário em todas as
suas necessidades de saúde, ainda persiste a dificuldade na articulação com setores de
maior nível de complexidade, associada à carência de profissionais e equipamentos
específicos de algumas áreas. Dessa forma, o acesso aos serviços de saúde, conforme o
princípio da equidade deve ser garantido para toda a população em condições de
igualdade, sem qualquer discriminação, bem como a possibilidade de atendimento em
todos os níveis de complexidade do sistema de saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através de análises de várias produções literárias, percebe-se um vasto
entendimento dos autores sobre o acolhimento e suas práticas realizadas pelos
profissionais de saúde atuantes nas UBS. Entre os diversos estudos sobre este tema,
observa-se que o acolhimento assume vários significados, entre eles aponta-se o
acolhimento como um método de reorganizar o processo de trabalho, através de uma
escuta qualificada e, a partir de então, ter a possibilidade de orientar os usuários
conforme suas necessidades.
Outras atribuições ao acolhimento dizem respeito à acessibilidade aos serviços de
saúde, à valorização e responsabilização diante das subjetividades dos usuários, bem
como a uma postura ética adotada pelos profissionais perante as particularidades
apresentadas por cada paciente, entre outros.
Entender o que é um serviço que se baseia em práticas acolhedoras, bem como
realizá-las, consiste em uma questão desafiadora, visto que envolve todo um processo
de trabalho, e muitas vezes não depende apenas da equipe multiprofissional responsável
pelos atendimentos em determinada UBS, mas sim dos gestores, que devem
disponibilizar recursos e suporte para que a assistência seja praticada com efetividade.
17
Contudo, para oferecer uma assistência de qualidade, a equipe de saúde precisa
estar disponível para aceitar as mudanças que forem necessárias para que possa se
produzir saúde, visto que a adoção de novos métodos acarreta novas responsabilidades,
em que é preciso eliminar as velhas práticas para possibilitar novos meios de assistência
ao usuário, que por sua vez, tem o direito de receber um atendimento digno e adequado.
Constata-se que a adesão das práticas de acolhimento possibilita um tratamento
digno à população, valorização da mesma, bem como dos próprios profissionais e dos
serviços prestados, e assim podem-se ofertar serviços de qualidade aos usuários,
seguindo os princípios do SUS e conforme a Política Nacional de Humanização.
O acolhimento é auxilia ainda na universalização do acesso, fortalece o trabalho
multiprofissional e intersetorial, qualifica a assistência à saúde, humaniza as práticas e
estimula ações de combate ao preconceito. Entretanto, mereceria maior atenção a
perspectiva do usuário sobre a utilização de tecnologias leves como o acolhimento, um
tópico a ser enfocado por estudos futuros.
No entanto, a implantação de novos modos de gestão e de atenção necessita estar
atrelada à educação no trabalho, como meio de torná-los efetivos. Embora se reconheça
a importância do acolhimento como forma de aperfeiçoar a atenção, este necessita estar
vinculado a mudanças na gestão incluindo-se: redimensionamento e qualificação de
recursos humanos, disponibilidade de materiais, equipamentos e insumos, espaço físico
e, principalmente, adotar efetivos modos de gestão em saúde.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Brasília, 2013.
BREHMER, L; C. VERDI, M. Acolhimento na Atenção Básica: reflexões éticas sobre a Atenção à Saúde
dos usuários. Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 3):3569-3578, 2010
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Trabalho de conclusão de curso para obtenção do titulo de especialista em atenção básica em saúde da
família. Universidade Federal de Minas Gerais, 2011.
18
AGRICULTURA FAMILIAR NO PANTANAL: SUSTENTABILIDADE E
DESENVOLVIMENTO DO ASSENTAMENTO AGROANA GIRAU, EM
POCONÉ – MT.
AGRICULTURA FAMILIAR EM HUMEDAL: SOSTENIBILIDAD Y
DESARROLLO DEL ASENTAMIENTO AGROANA GIRAU, EM POCONÉ –
MT.
Jonas Benevides Correia.
Alexandro Rodrigues Ribeiro
Resumo: Este artigo tem como tema Agricultura Familiar no Pantanal: sustentabilidade
e desenvolvimento do assentamento Agroana Girau, em Poconé – MT, e discute as
relações sociais, econômicas e ambientais referentes à agricultura familiar e ao modo de
produção de alimentos nesta comunidade. Descreve-se o projeto elaborado por
professores da Faculdade de Economia da UFMT, que teve a finalidade de implantar as
técnicas agroecológicas e fazer a transição do modo de produção no assentamento.
Definiu-se como problema de pesquisa: quais as limitações sociais, econômicas e
ambientais do atual modelo de desenvolvimento da agricultura familiar? Para a
elaboração dos trabalhos de pesquisa, definiu-se como objetivo principal estudar a
implantação do modo de produção agroecológica como alternativa para o modelo de
desenvolvimento da agricultura familiar no assentamento Agroana Girau. A
metodologia de trabalho e seu planejamento configuram uma pesquisa exploratória e
um estudo de caso, conforme descrição de Yin (2001). Os resultados da pesquisa
demonstram a evolução da troca de técnica produtiva pelos agricultores, os benefícios
comerciais e para o meio ambiente, e as novas possibilidades econômicas para a
comunidade.
Palavras-chave: agricultura familiar; produção agroecológica; assentamento.
Palabras-clabe: agricultura familiar; producción agroecológica; asentamiento.
INTRODUÇÃO
Os agricultores do assentamento Agroana Girau, localizado nas proximidades do
município de Poconé-MT, área do Pantanal mato-grossense já são fornecedores de
hortifrútis para Cuiabá e região há mais de 10 anos. Eles produzem principalmente:
quiabo, maxixe, pepino, berinjela, jiló, tomate, mandioca e banana. No entanto, sua
produção sempre ocorreu com práticas não sustentáveis, com uso intensivo de produtos
químicos e agrotóxicos. Os agricultores se uniram e formaram em 2003 a
COOPERANGI – Cooperativa dos Pequenos Agricultores do Assentamento Agroana
Girau.
No ano de 2013, alunos e professores da UFMT formaram uma equipe
multidisciplinar para desenvolver um projeto de implantação das técnicas sustentáveis
de produção agrícola. O projeto se estendeu até março de 2016, e foi financiado pelo
19
Prêmio Universidade Solidária, criado pelo Banco Santander e pela Fundação Unisol.
Como resultado, algumas famílias já abandonaram o uso de agrotóxicos e passaram a
utilizar a agroecologia para gerar renda.
Definiu-se como problema de pesquisa o seguinte questionamento: quais as
limitações sociais, econômicas e ambientais do atual modelo de desenvolvimento da
agricultura familiar? Como objetivo principal foi estabelecido estudar a implantação do
modo de produção agroecológica como alternativa para o modelo de desenvolvimento
da agricultura familiar no assentamento Agroana Girau. Os objetivos específicos da pesquisa
são: analisar o diagnóstico inicial da inter-relação entre a atividade produtiva e o meio ambiente
local; descrever a produção convencional e comercialização de olericulturas como inserção da
localidade no mercado regional; e estudar o processo de introdução do modo de produção
agroecológica no assentamento.
A realização das atividades foi planejada pelos professores de Economia da
UFMT, dentro dos conceitos do desenvolvimento endógeno local. Tanto os conceitos
teóricos, como a metodologia e o planejamento, como os resultados são agora
apresentados no próximo item.
METODOLOGIA
A metodologia de trabalho e seu planejamento configuram uma pesquisa
exploratória e um estudo de caso, conforme descrição de Yin (2001). A pesquisa para
realização do projeto consistiu em: realizar um diagnóstico socioeconômico inicial;
planejamento das ações; formação e treinamento da equipe; treinamento dos
agricultores; implantação da horta coletiva; realização de uma pesquisa socioeconômica
no assentamento; criação de um ponto de comercialização; treinamento dos filhos dos
agricultores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A teoria do desenvolvimento local endógeno, em contraposição com as teorias
liberais do crescimento econômico, define como prioridade: o trabalho em redes dos
agentes; a ocorrência de diversos caminhos para o crescimento local; a necessidade de
autonomia dos agentes locais e a necessidade de um envolvimento global da localidade
(BARQUERO, 2001). A implantação das técnicas agroecológicas no assentamento
seguiu as diretrizes e teorias do desenvolvimento endógeno, conforme descrito a seguir.
No período compreendido entre outubro de 2013 a março de 2014, os trabalhos
consistiram na análise dos resultados do diagnóstico inicial. Um mestrando de
Economia e dois professores passaram um dia no assentamento visitando diversos lotes,
conhecendo as principais dificuldades ao longo de 10 anos de atividade agrícola. O
resultado dessa primeira visitação serviu para definição das atividades futuras e
organização da equipe de trabalho.
A partir de março de 2014, sempre aos sábados, a equipe se dirigia ao
assentamento para as atividades. Os acadêmicos se dividiram nas pesquisas da fauna,
flora, solo, irrigação, saneamento, qualidade das plantas. Em março de 2015, a horta
coletiva apresentava suas primeiras produções agroecológicas: berinjela, jiló, maxixe,
20
quiabo, tomate, pimentão, mandioca. Sem a utilização de nenhum tipo de produto
químico.
O modo de produção agroecológico coloca em primeiro lugar a ecologia, e em
segundo plano o mercado. Diversos organismos promovem no Brasil e no mundo, a
introdução de técnicas alternativas para o cultivo de alimentos e a difusão desse
conhecimento (ALTIERE, 2008). A dimensão econômica da sustentabilidade propõe
uma melhor alocação de recursos e mais investimentos públicos e privados. A dimensão
política deve promover a liberdade e a democracia para que a comunidade consiga
realizar seus projetos de emancipação (SACHS, 2004, p.14).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto de implantação de técnicas agroecológicas no assentamento Agroana
Girau constituiu uma oportunidade de conscientização social, ambiental e profissional
para os agricultores, acadêmicos, professores e voluntários da equipe. As práticas e
filosofia agroecológicas, em conjunto com a metodologia do desenvolvimento local
endógeno se apresentam como alternativa para minimizar os problemas sociais,
econômicos e do meio ambiente.
A comunidade do assentamento Agroana Girau em Poconé – MT, hoje
comercializa seus produtos agroecológicos na ECOFEIRA da UFMT, todas as sextas
feiras. Além desse ponto comercial, já estão atendendo condomínios residenciais e
restaurantes na capital. Professores de diversos cursos da UFMT mantiveram um
vínculo de pesquisas com os agricultores e está sendo implantado uma cozinha
industrial para beneficiamento de alimentos.
Apesar do pouco tempo de atuação, o projeto de implantação das técnicas
agroecológicas no Assentamento Agroana Girau mostrou-se viável, podendo ser
utilizado como uma complementação às políticas públicas voltadas para a agricultura
familiar. Os pequenos produtores locais utilizam práticas sustentáveis, evitando doenças
e a contaminação do meio ambiente, readquiriram a dignidade, e estão conseguindo se
manter na área, através da geração de renda de forma sustentável.
REFERÊNCIAS
ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre, 5° edição,
Editora da UFRGS, 2008.
BARQUERO, A. V. Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. 2001, Edit. UFRGS.
SACHS, I Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado – Editora Garamond, Rio de Janeiro,
2004.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2° Edição, Porto Alegre, Editora Bookman, 2001.
21
ALTERNATIVAS E RESISTÊNCIAS: PRÁTICAS AGROECOLÓGICAS
VIVENCIADAS NA ARPA
ALTERNATIVAS Y RESISTENCIA: LAS PRÁCTICAS AGROECOLÓGICAS
EXPERIENCIA EN ARPA
Sandra Maria Soares
Cristiane Gonçalves Ribeiro
Patricia Aparecida Soares
Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar alternativas que valorizem a
agroecologia como prática capaz de proporcionar boa produtividade e saúde para a
população, a sustentabilidade do homem camponês e principalmente fazer uma reflexão
sobre as práticas agroecológicas vivenciadas na ARPA- Associação Regional dos
Produtores/as Agroecológicos no Assentamento Roseli Nunes- Município de Mirassol
D’Oeste- MT, num modelo de produção baseado na agricultura familiar, nas pequenas
propriedades e na produção de orgânicos e que vem contrapondo a essa cultura de
produção agroquímica praticada no Brasil, especialmente aqui no Mato Grosso com
uma produção agrícola químico dependente, que adoece os alimentos, que adoece a
água, que adoece a vida. Inicialmente, apresentamos nosso entendimento da
agroecologia, os desafios, as lutas e as resistências do/as camponeses/as da Associação
Regional de Produtores/as agroecológicos –ARPA, localizada no Assentamento Roseli
Nunes.
Palavras-chave: Agroecologia; agricultura camponesa; ARPA.
Palabras-clabe: Agroecología; agricultura campesina; ARPA.
INTRODUÇÃO
Neste texto, procuramos apresentar que é possível praticas agroecológicas na
agricultura camponesa e formas alternativas de contrapor este sistema capitalista que
vem sendo implantado como o grande responsável para se combater a fome no mundo,
no entanto explora o homem, os recursos naturais e contamina o meio ambiente com
altíssimas cargas de fertilizantes químicos e agrotóxicos, assim esta pesquisa foi
desenvolvida com os/as camponeses/as que são sócios na Associação Regional de
Produtores/as agroecológicos –ARPA do Assentamento Roseli Nunes.
O Assentamento Roseli Nunes está localizado na região sudoeste do estado de
Mato Grosso, ao Norte do município de Mirassol do Oeste (há 22 km). A área total do
assentamento é de 10.611 hectares sendo que 2.170 hectares é área comunitária e 8.441
hectares são distribuídos para os assentados, e teve sua origem no dia 17 de março de
1997, onde 331 famílias que já vinham de um processo de lutas no Movimento dos
Trabalhadores sem Terra –MST, depois de muitas ocupações e despejos, e o sonho de
ter seu pedacinho de terra para sobreviver ocuparam a Fazenda Prata, que não cumpria a
função social da terra (era considerada improdutiva e não obedecia à legislação
trabalhista), houve lutas acirradas até surgir o parcelamento, que se deu em junho de
2002. Muitas pessoas desistiram. Foi muito sofrimento e muita angústia, mas para os
que ficaram debaixo da lona preta mais de seis anos lutando pela terra e pela Reforma
Agrária, não seria a burocracia dos órgãos competentes, que acabaria com a esperança, a
22
perseverança e a luta pela transformação. E foram estes que permaneceram no
assentamento.
Atualmente vivenciamos o ápice do agronegócio brasileiro, que vem se
sobressaindo como a única alternativa viável e com a ideologia de que é o único meio
de alimentar todas as populações do mundo. E Mato Grosso está entre os Estados que
mais produz através do agronegócio e das monoculturas e de grandes extensões
cultivadas, atualmente é um dos maiores produtores de grãos, mas também um dos
maiores consumidores de agrotóxicos como afirma Pignati:
O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos, mas é o maior
consumidor mundial de agrotóxicos e usou 828 milhões de litros
(produto formulado) em suas lavouras em 2010 e Mato Grosso é o
maior produtor de soja, milho, algodão e bovinos, porém é o campeão
nacional de uso de agrotóxicos nas suas lavouras e pastagens. Nesse
estado com 141 municípios, 54 possuem grandes monoculturas,
produzem 70% dos produtos agrícolas e consomem 70% dos
agrotóxicos e fertilizantes químicos usados em suas lavouras e
pastagens (PIGNATI 2013 apud IBGE 2011; INDEA 2011; SINDAG
2011).
Essas condições são responsáveis pela criação de uma realidade de exclusão de
trabalhadores do campo, marcada pelas desigualdades estruturais no acesso à terra e ao
trabalho digno. Esse artigo é uma reflexão sobre a existência/resistência do modelo de
produção dos camponeses através da agroecologia.
A agroecologia disponibiliza o conhecimento e as metodologias
necessárias para desenvolver uma agricultura que seja ambientalmente
adequada por um lado, e altamente produtiva, socialmente equitativa e
economicamente viável por outro”. (ALTIERI, 2012, p. 114)
A agroecologia valoriza as experiências dos trabalhadores do campo. Interligando
os saberes tradicionais com o conhecimento cientifico. A agroecologia tem sido uma
alternativa para tentar mudar a quadro crítico ambiental e social em que vivemos.
METODOLOGIA
O método da agroecologia é a cooperação, ou seja, não separa nada, mas sim uni e
diversifica as plantas juntamente com todo o processo que ela engloba, pois é assim que
a natureza trabalha. Falamos de um macro organismo. E nessa perspectiva não causa
desequilíbrios ambientais. É a relação do homem com a natureza de maneira
harmoniosa. Portanto a agroecologia é uma agricultura alternativa com práticas e
técnicas sustentáveis. Ela é mais que somente práticas e técnicas, ela é a agricultura do
presente e futuro tanto em relação a produção suficiente para alimentar a população
como uma relação sustentável com o meio ambiente.
A metodologia fundamenta-se no estudo bibliográfico da agroecologia e as
trajetórias da ARPA através de estudo documental e entrevistas semiestruturadas com
os associados, e com participação em reuniões da Associação, numa perspectiva de
pesquisa qualitativa utilizando a observação participante, e temos três objetivos básicos:
primeiro, analisar como se deu o processo de iniciação da produção agroecológica na
23
vida dos camponeses, segundo, compreender como se desenvolve o trabalho na ARPA e
os desafios, as lutas e as resistências encontradas no dia-a-dia.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os desafios, as lutas e as resistências dos/as camponeses/as na associação regional
produtores(as) agroecológicos (arpa) no assentamento Roseli Nunes surge desde o
período do acampamento as famílias já eram incentivadas a plantar sua horta e cultivar
para o próprio sustento sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes, e neste caminhar surge
o desafio de cultivar alimentos agroecológicos, como ressalta Zart:
Os movimentos sociais camponeses também resistiram e
demonstraram e ainda lutam, estudam e experimentam formas
originárias de produção e de consumo. Esta ideia não despreza novas
tecnologias, a necessidade da ciência, da educação. Ela afirma a
capacidade e a possibilidade de desenvolvimento do campo embasado
na cultura e na economia camponesa. (ZART, 2011, p.47)
E essa pratica de estimulo e estudo de produção agroecológica, continuou quando
as famílias foram para os seus lotes e continuam até hoje, e neste processo de incentivo
e de organização, foi fundada em 2003 a Associação Regional dos Produtores/as
Agroecológicos-ARPA, inicialmente com sete famílias e atualmente são sessenta e oito
famílias associadas, que vivenciam os princípios e os objetivos, os sócios que não
cumprem as orientações são afastados e quando estes mudarem suas práticas são
readmitidos, e tem como princípio organizar a produção, beneficiamento e
comercialização de alimentos agroecológicos das famílias assentadas, principalmente
para a subsistência das famílias e o excedente vender com preço justo.
Os desafios e as lutas são cotidianas, pois em todo o processo exige um
conhecimento que para muitos camponeses era novidade, a maioria deles antes de
conhecer e fazer parte do MST eram moradores das cidades e não tinham contato com a
agricultura camponesa, e a luta do MST não é somente pela terra, principalmente para
que se tenha dignidade e consiga sobreviver nela, com direitos garantidos como a
moradia, estradas, energia elétrica, educação, saúde e principalmente a organização na
produção e assim iniciam se as formações de base para que possa ser desenvolvido um
processo de partilha de conhecimento entre os próprios camponeses, embasados na
agroecologia com as técnicas de manejo de preparação do solo, escolha das sementes
crioulas, cuidado com a plantação e com a terra e também com a comercialização dos
produtos.
Como em todo processo existe aqueles que aderem ao objetivo proposto como
aqueles que repudiam, e a maioria dos assentados não aderiram a agroecologia e usam
agrotóxicos em suas roças e pastagens, mas a resistência dos que aderiram a
agroecologia como forma de viver vem se consolidando cada dia mais e nesta luta árdua
e diária vem disseminando esta ideologia e quiçá um dia poderemos ter um
assentamento livre de agrotóxicos e fertilizantes químicos.
A ARPA vem desenvolvendo atividades que fortalecem esta luta através de
parcerias com a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), com
as universidades e com profissionais que abraçam esta causa e sempre estão orientando,
incentivando e desenvolvendo projetos que beneficiem a produção e comercialização
24
dos produtos cultivados nas roças, hortas e quintais agroecológicos dos associados,
como por exemplo as hortaliças, frutas, milho, mandioca, batata, abóbora, inhame,
banana-da-terra e feijão. Atualmente estão comercializando por meio do Programa de
Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) sua produção de alimentos, e
pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e também em parceria com a
CONAB, para entregar alimentos para Escola Estadual Madre Cristina e também para
famílias carentes da cidade de Mirassol D’Oeste e de Curvelândia.
Uma das dificuldades encontradas pelos camponeses e relatados por eles é o que
fazer com a produção excedente, muitos deles quando não encontram formas de
comercialização seja nestes programas ou nas feiras locais eles fazem doações,
principalmente para a Escola Estadual Madre Cristina que também está localizada no
assentamento.
Esta experiência é inovadora, tem se tornado exemplo de resistência econômica,
social e política e vem influenciando muitos camponeses e associações de outras
regiões, no entanto ainda se faz necessário um maior comprometimento por parte do
Estado por meio de políticas públicas e dos órgãos públicos, pois necessita de
assistência técnica e de acesso a créditos para o fortalecimento da produção, do
beneficiamento e da comercialização dos alimentos. Assim os camponeses sócios da
ARPA desenvolvem ações coletivas capaz de unificar uma educação ambiental
sustentável, com vivencias de práticas agroecológicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentro do assentamento observa-se que pessoas muitas vezes desacreditadas em
uma mudança ecológica entregaram-se ao modelo imposto pelo sistema capitalista, em
contrapartida, outras vêm buscando alternativas ecológicas em suas práticas sociais com
valores agroecológicos e sustentáveis.
Mesmo com tantas conquistas, e com iniciativas que valorizam o campesinato e as
práticas agroecológicas, as lutas e os desafios continuam cotidianamente na construção
de referências na produção e comercialização agroecológica, atualmente as famílias se
veem ameaçadas por empresas mineradoras, que alegam a existência de minerais como
o ferro no subsolo do assentamento, como também pelas monoculturas de soja, cana de
açúcar e teca, em seu entorno as fazendas empregam altas doses de agrotóxicos, com
pulverizações aéreas permanentes, poluindo as águas, o ecossistema, contaminando e
destruindo as plantações e a vida dos assentados.
Por sua vez a ARPA vem buscando propostas alternativas a esse modelo vigente
e promovendo experiências agroecológicas com a participação ativa dos camponeses
com práticas produtivas que valorizem a vida e o meio ambiente.
REFERÊNCIAS
ALTIERI, Miguel. Agroecologia: bases científicas par uma agricultura sustentável. Guaíba:
Agropecuària, 2002.
PIGNATI, W et al. Resumo executivo dos impactos dos agrotóxicos na saúde e no ambiente nos
municípios do “interior” de Mato Grosso, Brasil. Disponível em:
https://pt.slideshare.net/VIIICBA/resumo-executivo-pignati-impactos-agrotxicos-interior-mt-ufmt-
ago2013 Acesso em 15 de janeiro de 2017.
25
ZART, Laudemir Luiz(org). CASTRILLON, Solange. Educação do Campo: formação e
desenvolvimento comunitário / PIESES, UNEMAT, PROEC-UNEMAT. –Cáceres (MT): Editora
Unemat, 2011.
26
AMBIENTE E ENFERMIDADES INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
TRANSMITIDAS POR SOLO CONTAMINADO
AMBIENTE Y ENFERMEDADES INFECCIOSAS Y PARASITARIAS
TRANSMITIDAS Y / O LOS OBTENIDOS POR SUELOS CONTAMINADOS
Danyella Rodrigues de Almeida
Aumeri Carlos Bampi
Antônio Francisco Malheiros
Resumo: Introdução: a poluição do solo é a alteração prejudicial de suas características
naturais, modificando sua estrutura física, resultado de fenômenos naturais. Objetivo:
identificar o conhecimento das doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou
obtidas por solo contaminado pela equipe de saúde da ESF de Cáceres. Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa descritiva e qualitativa, realizada com 39 profissionais de
saúde, através de um questionário com perguntas fechadas, coletados entre julho e
setembro de 2015. Resultado: a equipe do Jardim Paraíso apresentou 79,8%, Vila Irene
44,4%, Cohab Nova 42,6%, Vista Alegre 38,7%, CAIC 33,1% e Marajoara com 16,6%
e as equipes Vila Real, Guanabara, Rodeio e Vitória Régia demonstraram ter nenhum
conhecimento. Considerações: os profissionais precisam ser capacitados para realizar
ações intersetoriais, elaborar ações de enfrentamento dos determinantes do processo
saúde/doença e garantir assistência contínua e resolutiva, para promover a saúde e
melhorar a qualidade de vida das famílias assistidas na unidade.
Palavras-chave: doenças infecciosas e parasitarias; meio ambiente; enfermagem.
Palabras-clabe: enfermedades infecciosas y parasitarias, medio ambiente, enfermería.
INTRODUÇÃO
O lançamento inadequado de resíduos no meio ambiente e, a ocorrência de chuva ácida,
associados ao manejo inadequado do solo, o agridem e contaminam. A poluição do solo é a
alteração prejudicial de suas características naturais, modificando sua estrutura física, resultado
de fenômenos naturais, como: vendavais e inundações ou de atividades humanas, disposição
inadequada de resíduos sólidos e líquidos, urbanização, ocupação do solo e atividades
agropecuárias e extrativas (BRASIL, 2004).
A contaminação do solo ocorre por materiais contaminados ou em decomposição
presentes no lixo, substâncias químicas e disposição inadequada de resíduos líquidos e sólidos,
muitas vezes, resultado da urbanização e das condições sanitárias inadequadas. Alguns, mais
cedo ou mais tarde, chegam ao corpo humano, não somente por respiração da poeira, como
principalmente pela água que se contamina pelo solo e pelos alimentos produzidos (BRASIL,
2004).
A pesquisa tem como objetivo identificar o conhecimento das doenças infecciosas e
parasitárias transmitidas e/ou obtidas por solo contaminado pela equipe de saúde da ESF de
Cáceres.
27
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada com a
equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família, na cidade de Cáceres-MT. A cidade
possui 10 Unidades de Saúde da Família na área urbana e três na rural. Foram inclusas,
somente, as equipes de saúde da área urbana. Participaram da pesquisa 39 profissionais
da saúde da família, sendo 17 agentes comunitários de saúde, 8 técnicos de
enfermagem, 9 enfermeiros e 5 médicos.
Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2015. A análise e a
interpretação do material foram realizadas a partir da leitura analítica dos dados
coletados com a finalidade de ordenar e sumariar as informações, de forma que
possibilitassem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa, atingindo os objetivos
propostos.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Na classificação ambiental das doenças relacionadas com o solo contaminado, foram
consideradas apenas as doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com as excretas humanas
(fezes) e com o lixo. A Tabela 1 apresenta os dados sobre o conhecimento das equipes de saúde
da família quanto às doenças infecciosas e parasitárias transmitidas/obtidas em solo
contaminado por ESF.
Em relação ao conhecimento das equipes de saúde da familia sobre as doenças
transmitidas e/ou obtidas por solo contaminado, a equipe do Jardim Paraíso apresentou
79,8% de sua equipe informada sobre as doenças, Vila Irene com 44,4%, Cohab Nova com
42,6%, Vista Alegre com 38,7%, CAIC com 33,1% e Marajoara com 16,6%. As equipes Vila
Real, Guanabara, Rodeio e Vitória Régia demonstraram ter nenhum conhecimento sobre as
doenças relacionadas ao solo contaminado. A promoção da saúde consiste em atividades
dirigidas à transformação dos comportamentos dos indivíduos, focalizando em seus estilos de
vida e os localizando no âmbito das famílias e, no máximo, no âmbito das culturas da
comunidade em que vivem (FILHO et al., 2014). Às equipes de saúde da família compete
desenvolver ações de promoção, educação e vigilância em saúde com as famílias cadastradas
sobre as doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por solo contaminado,
orientando e estimulando a adesão as práticas de prevenção e controle das doenças relacionadas
ao lixo e solo contaminado, como: melhorar o acondicionamento e a coleta do lixo; controlar os
insetos transmissores; e manter limpas as instalações sanitárias (RIBEIRO & ROOKE, 2010).
No entanto, essas orientações ficam fragilizadas pela falta de conhecimento da equipe de saúde
quanto as essas doenças. Todas as subcategorias das doenças relacionadas com as
excretas humanas (fezes) foram citadas na pesquisa. Dentre as doenças feco-orais não
bacterianas: giardíases (1,5%) e a enterobíase (1,1%); doença feco-oral bacteriana: cólera
(2,5%); helmintos do solo: ascaridíase (3,4%), ancilostomídeos (10%), estrongiloidíase (0,6%);
teníase: cisticercose (0,5%); helminto hídrico: esquistossomose (0,5%); doença transmitida por
inseto: leishmaniose (1,6%). Logo, dentre as subcategorias das doenças relacionadas com as
fezes, as infecções causadas por helmintos do solo (14%) foram as mais citadas pela equipe de
saúde.
A ascaridíase é a doença parasitária presente, principalmente, nas áreas socio-ambientais
precárias, transmitida pela ingestão de água ou alimentos infectados (produzidos em solo
contaminado com ovos eliminados de fezes humanas). Contudo, no geral, apenas 34,2% da
equipe de saúde (CAIC e Jardim Paraíso) citaram a ascaridíase. Essas doenças são problemas
28
de saúde pública, relacionadas com as condições de vida e saneamento básico precários, baixa
escolaridade, habitação e higiene alimentar insatisfatórios, sendo fundamental a equipe da ESF
atuar de forma preventiva, através da promoção e educação em saúde e ambiental, com objetivo
de diminuir ou inibir a expansão das geo-helmintíases, sobretudo, na população das áreas das
periferias, onde estão inseridos.
29
Tabela 1: Distribuição (%) das três doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas em solo contaminado, identificadas pelos profissionais, por ESF, 2015.
VA MJ CN VR RO VI CAIC JP VRE GN
CATEGORIA
RELACIONADAS COM AS EXCRETAS
Doenças feco-orais não bacterianas
Enterobíase 0 0 0 0 0 0 4,7 6,6 0 0
Giardíase 11,1 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0
Doenças feco-orais bacterianas
Cólera 0 0 14,2 0 0 11,1 0 0 0 0
Helmintos do solo
Ascaridíase 0 0 0 0 0 0 14,2 20 0 0
Ancilostomídeos 0 8,3 14,2 0 0 22,2 9,5 46,6 0 0
Estrongiloidíase 0 0 0 0 0 0 0 6,6 0 0
Teníases (cisticercose) 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Helmintos hídricos
Esquistossomose 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Doenças transmitidas por insetos
Leishmaniose 16,6 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RELACIONADAS COM O LIXO
Relacionadas com os vetores roedores
30
Legenda: VA: Vista Alegre; MJ: Marajoara; CN: Cohab Nova; VR: Vila Real; RO: Rodeio; VI: Vila Irene; CAIC: CAIC; JP: Jardim Paraíso;
VRE: Vitória Régia; GN: Guanabara.
Leptospirose 0 8,3 14,2 0 0 11,1 0 0 0 0
Doenças relacionadas com inseto vetor
DOENÇAS DESCONSIDERADAS
Tétano 5,5 25 0 11,1 0 22,2 0 0 0 0
Alergia 0 0 14,2 0 0 0 0 0 0 16,6
Feridas 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Toxoplasmose 0 0 0 0 0 0 9,5 0 0 0
Doenças de pele 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
DOENÇAS NÃO ESPECIFICADAS
Verminose 11,1 25 14,2 11,1 0 33,3 0 0 0 16,6
Diarreia 0 0 14,2 0 0 0 0 0 0 16,6
Hepatite 0 0 14,2 11,1 0 0 0 0 0 0
SEM RESPOSTA 33,3 33,3 0 66,6 100 0 57,1 20 100 50
31
O lixo tem grande importância na transmissão de doenças através, por exemplo,
de vetores que nele encontram alimento, abrigo e condições adequadas para
proliferação. Doenças como a leptospirose, dengue, leishmaniose, giardíase, febre
tifóide e outras podem ser transmitidas quando não há coleta e disposição adequada do
lixo e estão relacionadas ao acúmulo de lixo e a sua falta de tratamento (LIMA, 2013).
Dentre as doenças infecciosas e parasitárias transmitidas em solo contaminado,
apenas as relacionadas com o lixo por inseto vetor não foram citadas pelos profissionais
da saúde. No geral, 22,1% responderam as doenças relacionadas com as excretas
humanas, 3,3% para as doenças relacionadas com o lixo, 11,5% para as doenças
desconsideradas, 16,7% para as doenças não especificadas e 46% não responderam.
Logo, foram consideradas apenas as doenças relacionadas com as excretas humanas e
lixo 25,5% e as outras categorias (74,2%) não foram consideradas na pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compete à equipe de saúde da família realizar ações de vigilância, orientação, promoção
e educação em saúde e ambiental para a prevenção e controle das doenças infecciosas e
parasitárias transmitidas/obtidas por solo contaminado. No entanto, com exceção da equipe do
Jardim Paraíso, todas as equipes precisam participar de atividades educativas sobre as doenças
transmitidas/obtidas por solo contaminado, para receberem conhecimento sobre as doenças, suas
causas, prevenção, sintomatologia e tratamento. Portanto, os profissionais precisam ser
capacitados para realizar ações intersetoriais, buscando atender às necessidades da pessoa,
família e comunidade, através da identificação dos riscos de morbidade e elaboração de ações
de enfrentamento dos determinantes do processo saúde/doença e garantir assistência contínua e
resolutiva, para promover a saúde e melhorar a qualidade de vida das famílias assistidas na
unidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. rev. - Brasília: Fundação
Nacional de Saúde, 2004, 408 p..
FILHO, A. P.; BUSS, P. M.; ESPERIDIÃO, M. A. Promoção da Saúde e seus Fundamentos:
Determinantes Sociais de Saúde, Ação Intersetorial e Políticas Públicas Saudáveis. In: PAIM, J. S.;
ALMEIDA-FILHO, N. (org.). Saúde Coletiva: teoria e prática. 1 ed. – Rio de Janeiro: MedBook, 2014,
p. 305 – 326.
LIMA, D. J. J. Ambiente e saúde na cidade de Manaus: percepção de moradores (estudantes do ensino
médio) sobre degradação ambiental e doenças infectoparasitárias. 2013, 229 f. Tese (Doutorado em
Geografia Física), Universidade de São Paulo-USP. São Paulo, 2013.
RIBEIRO, J. W.; ROOKE, J. M. S. Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e a saúde
pública. Curso de especialização em análise ambiental. Juiz de Fora-MG. Universidade Federal de Juiz
de Fora. Faculdade de Engenharia da UFJF, 2010.
32
ANÁLISE SOBRE O PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE
PESSOAS NA EMPRESA AUTO POSTO TUIUIÚ EM CÁCERES - MT
ANÁLISIS DEL PROCESO DE RECLUTAMIENTO Y SELECCIÓN DE
PERSONAS DE LA EMPRESA AUTO EN EL ESCRITORIO TUIUIÚ
CACERES – MT
Simone da Silva Pinheiro Janaina da Silva Ramos
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo, analisar como é realizado o processo
de recrutamento e seleção de pessoas na empresa Auto Posto Tuiuiú, situada na cidade
de Cáceres–MT. Quanto a metodologia ela caracteriza como pesquisa básica, descritiva
e estudo de caso, foi utilizado como instrumento de coleta de dados uma entrevista
semi-estruturada contendo 16 perguntas, o qual entrevistou uma das responsáveis pelo
processo de recrutamento e seleção de pessoas onde se buscou conhecer e entender o
processo utilizado de forma com que alcançasse o objetivo proposto. A partir da
analise dos resultados podemos perceber que em relação ao recrutamento a empresa
não faz nenhum tipo de divulgação da vaga ofertada e isso faz com que a seleção saia
prejudicada, fazendo com que a rotatividade da empresa seja alta. O resultado mostra o
quanto é necessário que se faça um bom processo de recrutar e selecionar pessoas.
Palavras-chaves: Gestão de pessoas; Rotatividade; Recursos humanos.
Palabras-clabe: Gestión de personas; cifra de negocios; recursos humanos.
INTRODUÇÃO
A gestão de pessoas tem um papel relevante dentro das organizações, e o processo
de recrutamento e seleção é fundamental para obter candidatos para a seleção dos
melhores perfis profissionais, o mercado de trabalho está bastante concorrido e as
empresas cada vez mais exigentes nas escolhas de seus parceiros. Por esses e outros
motivos, o processo de recrutamento e a seleção de pessoas exige montar um perfil de
vaga para que possa atender melhor a necessidade da empresa. (GIL 2001, p. 19).
O enfoque desta pesquisa está voltado para a prática de recrutar e selecionar
pessoas, pois através desse processo que os candidatos ingressam nas organizações e se
tornam funcionários. Mas é fundamental que o candidato se empenhe para que seja
alocado na vaga onde tenha competência e aptidão para desempenhar as atribuições que
o cargo necessita. Para Chiavenato (2009, p.154) é relevante que se desenvolva novos
métodos seletivos capazes de avaliar cada candidato, não apenas sobre os
conhecimentos técnicos, mais também suas características pessoais.
Com base no exposto a pesquisa tem como objetivo analisar o processo de
recrutamento e seleção de pessoas na empresa Auto Posto Tuiuiú em Cáceres – MT,
levantando os principais desafios.
METODOLOGIA
Quanto à natureza, a pesquisa será qualitativa na qual Beuren (2006. p. 92) relata
que “na pesquisa qualitativa concebe-se análises mais profundas em relação ao
33
fenômeno que está sendo estudado”. O método a ser utilizado será uma pesquisa básica,
pois seu objetivo gera conhecimentos novos para avanços da ciência, sem aplicação
prática prevista. Quanto a tipologia a presente pesquisa será descritiva, pois o
pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente. Tem por objetivo descrever as
características de certa população ou fenômeno, ou estabelecer relação entre variáveis,
onde envolve técnicas de coleta de dados padronizados, neste caso a entrevista.
A presente pesquisa se caracteriza como um estudo de caso onde envolve um
estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que permite um
amplo e detalhado conhecimento. Os dados foram coletados por meio de entrevista
semi-estruturada com 16 perguntas abertas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capitulo são apresentados os resultados da pesquisa, com base em
entrevista semi-estruturada respondida pela responsável por fazer o processo de Gestão
de Pessoas na empresa Auto Posto Tuiuiú em Cáceres-MT.
PERFIL DO ENTREVISTADO, DA EMPRESA E DOS REALIZADORES DO
PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAS
A gerente administrativa financeira Sônia Maria Donini Cabral Rosa tem 37 anos
e está há um ano na empresa Auto Posto Tuiuiú, ao ser questionada sobre o perfil da
empresa, a mesma descreve:
“É busca a satisfação do cliente, oferecendo produtos de qualidade e bom
atendimento, pois, é conhecida como o posto simpatia da cidade de Cáceres –
MT” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de 2016).
Na empresa Auto Posto Tuiuiú a gerente administrativa financeira relata que a empresa
atua no comercio com venda de combustível e alimentos, está no mercado a mais de 20 anos,
atua com 20 funcionários e possuem os seguintes cargos, diretores, gerente de pista, gerente
administrativo e financeiro, chefe de pista, frentista, operadores de caixa, lubrificantes e copeira.
A entrevistada Sônia declara que:
“ Já fiz cursos na área de gestão de pessoas, pois sou bacharel em ciências
contábeis, treinny da Deyocarnig e cursos de gerente e gestão”. “Me considero
apta em realizar o processo de recrutamento e seleção de pessoas, pois, tenho
conhecimento na área de gestão de pessoas e busco cada dia mais adquirir mais
conhecimento renovado” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de
2016).
Ao ser questionada sobre quem realiza a formação, a idade e tempo de empresa de
cada um que realiza o processo de recrutamento e seleção de pessoas na empresa, a
mesma informou que são:
O diretor com 37 anos de idade, formado em educação física e com mais de 4
anos na empresa;
A gerente de pista com 21 anos de idade, formada em biocombustível e 2 anos e
meios na empresa;
A gerente financeira administrativa com 37 anos de idade, formada em
contabilidade e com 1 ano de empresa.
34
Ao se analisar as respostas verifica-se que todos têm curso superior e estão a
mais de um ano na empresa em questão.
ANÁLISE DO CASO
Após a entrevista realizada com um dos responsáveis pelo processo de
recrutamento e seleção da empresa Auto Postos Tuiuiú, foi feito um estudo de caso
onde será demonstrada abaixo uma análise demonstrativa e ao mesmo tempo
comparativa com o objetivo de evidencias o processo de recrutamento e seleção de
pessoas na empresa.
Ao ser questionada sobre qual meio de recrutamento é mais utilizado pela
organização e suas vantagens a entrevistada relata:
“ O mais utilizado na empresa é o externo, pois traz novas ideias e melhor visão
sobre a organização” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de
2016).
Chiavenato (2009, p. 163) e Avancine e Cruz (2014), relatam na mesma linha de
pensamento que recrutamento externo é a busca de pessoas fora da empresa para
preencher uma determinada vaga ofertada dentro das organizações, onde acredita - se
que dessa maneira se atrai candidatos com novas ideias.
Sobre as técnicas de recrutamento que é utilizado para abordar e divulgar a
existência de uma oportunidade de trabalho Sônia relata que:
“ Na realidade não se divulga, pois, todos os dias chegam diversos currículos
onde pessoas chegam a todo momento na organização. Antes tinha a indicação,
mas hoje como vemos a todo momento as pessoas não conseguem separar o
pessoal do profissional trazendo prejuízo para a empresa, então por esse motivo
hoje apenas por currículos” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março
de 2016).
O método de atração é relevante tanto para a empresa quanto para quem busca
uma vaga no mercado de trabalho, desta forma ambos terão o que precisa. Avancine e
Cruz (2014, pag. 5) e Faissal, et al (2009) abordam sobre os métodos de atração para
busca de candidatos como os sites, os anúncios de jornais, revistas, cartazes, cadastros
de ex-funcionários e dentre outros.
Sobre os problemas enfrentados na empresa com relação ao recrutamento a
entrevistada aborda que não encontra nenhum problema, pois a todo o momento pessoas
deixam seus currículos na empresa mesmo não tendo divulgação com relação a vagas de
emprego.
Ao ser abordada sobre como é executado o processo de seleção e quais técnicas
são adotadas pela organização para achar entre os recrutados aquele mais adequado ao
cargo existente Sônia respondeu:
“A partir do recrutamento é feita a escolha dos currículos, em seguida faz se uma
entrevista com os donos dos currículos para verificar e avaliar cada um, com o
aval dos três componentes avaliados faz se um teste com o candidato escolhido por
dois dias, depois se faz uma prova escrita onde as informações da mesma é
encaminhada para um dos diretores na cidade de Cuiabá onde ele irá fazer um
perfil profissiográfico conhecido como PIAI, para tão somente contratar ou não o
candidato” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de 2016).
35
A figura a seguir nos ajudará a melhor visualizar as etapas do processo de
seleção na Empresa Auto Posto Tuiuiú.
Figura 1: Processo de seleção no Auto Posto Tuiuiú
Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa de campo
Bichuetti (2011, p. 109) descreve que fazer a análise dos currículos não é
analisa-lo por sua aparência e sim pelo conteúdo que há nele, onde currículos mal
escritos são um dos fatores prejudicial, pois, o currículo é a chave fundamental onde
nele deve conter toda a trajetória profissional. Os testes eliminatórios e a entrevista são
um dos pontos para se observar o nível de ansiedade e nervosismo dos candidatos, para
saber se realmente a pessoa é para o cargo ofertado de forma que não haja erros para só
então haver contratação.
Já com relação aos problemas enfrentados pela empresa com relação à seleção
dos candidatos a entrevistada Sônia relata que na análise dos currículos se observa que
os candidatos não têm conhecimento na área de informática e na entrevista os
candidatos passaram a serem mais exigentes com relação aos horários e planos de
saúdes, ou seja, os mesmos não querem trabalhar aos finais de semana e exigem plano
de saúde.
Quando questionada sobre o processo de recrutamento e seleção de pessoas
utilizado pela empresa tem sido satisfatório a entrevistada Sônia responde:
“50% sim, pois toda etapa de recrutar e selecionar pessoas são executadas com
sucesso e 50% não, pois com o passar do tempo as pessoas se desmotivam, como
exemplo a função de caixa, ela possui duas funções não só a de caixa, mas também
a de atendente e necessita que a pessoa seja muito alto astral, com sorriso no
rosto, saber conversar, ser gentil e com o passar do tempo ela passa a não
carregar com ela essas primícias para esse cargo e acaba levando os problemas
pessoais para dentro do serviço” (Comunicação verbal concedida por Sônia, em
março de 2016).
As funções que mais se disponibilizam para a realização do processo de
recrutamento e seleção de pessoas segundo a entrevistada é a de operadora de caixa,
pois nela preza atender clientes e fazer as funções de caixa com um bom humor e isso
faz com que as candidatas não fiquem por muito tempo na empresa. Com relação
ao perfil dos candidatos que a empresa busca para preencher determinadas vagas Sônia
declara:
36
“Na busca de perfis adequados para cada cargo vou dar alguns exemplos aqui na
empresa um gerente tem que ser dinâmico, ter um pulso firme para dar ordens,
pois, lidar com pessoas não é fácil, tem que dar exemplo, atender bem o cliente,
ensinar e pelo exemplo e não só de boca. O caixa se contrata apenas do sexo
feminino, pois, o público prefere, tem que ser dinâmica, disposta educada assim
como a função de frentista essa não possui nenhuma distinção de gênero”
(Comunicação verbal concedida por Sônia, em março de 2016).
A figura abaixo nos ajudará a melhor visualizar os perfis exigidos para os cargos
que mais se realiza o processo de recrutamento e seleção de pessoas na Empresa Auto
Posto Tuiuiú.
Figura 2: Perfis exigidos para cargos que mais executa o processo de recrutamento e
seleção de pessoas na Empresa Auto Posto Tuiuiú
Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa de campo
Ao ser questionada se considera o nível de rotatividade alta Sônia relata:
“Nesse período de crise e adequação das necessidades do mercado com relação a
contenção de gastos, não diria alto está em 60%, pois, houve uma dispenda de
funcionários para continuar a competir no mercado, ou seja, houve uma contenção
de gastos para se manter no mercado de trabalho” (Comunicação verbal
concedida por Sônia, em março de 2016).
A figura abaixo nos ajudará a melhor visualizar os níveis de rotatividade na
Empresa Auto Posto Tuiuiú.
Figura 3: Nível de rotatividade na Empresa Auto Posto Tuiuiú
Fonte: Elaborado pela autora com base na pesquisa de campo
Ferreira e Siqueira (2005, p. 10) descreve que a rotatividade é algo comum dentro
das empresas, pois há uma demanda considerável de pessoas procurando novas
oportunidades, buscando novos conhecimentos e experiências.
Para finalização da entrevista feita com Sônia sobre o que ela tem a dizer num
37
contexto geral sobre o processo de recrutamento e seleção de pessoas a mesma
respondeu:
“Hoje na empresa está bem adiantado, pois se tem um diretor que busca encaixar
um cargo a uma pessoa correta para ele, se faz teoricamente o que os autores de
livros pedem ou em outras palavras buscam conhecimento para um bom processo
de recrutamento e seleção de pessoas” (Comunicação verbal concedida por Sônia,
em março de 2016).
A busca de conhecimento é fundamental para as organizações, pois o processo de
recrutar e selecionar pessoas muda constantemente conforme a demanda de cada
organização, cada empresa executa aquilo que acha necessário para preencher as vagas
ofertantes nela utilizada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa procurou ressaltar a importância do processo de recrutamento
e seleção de pessoas para as organizações, na qual a pesquisa buscou analisar de que
forma é feito esse processo na empresa Auto Posto Tuiuiú na cidade de Cáceres- MT.
Com base no referencial teórico pesquisado pode - se perceber que o processo de
recrutamento e seleção deve ser feito com muito cuidado, pois as consequências
poderão ser grandes de forma que ocasione perda de tempo na substituição do
colaborador. Para que a organização tenha sucesso é preciso ter definido itens, tais
como apresentação dos cargos de forma que os candidatos se interessem a preencher as
determinadas vagas, fazer uma seleção de pessoas bem planejada de forma que os
candidatos recrutados sejam tratados de forma iguais e alocados no cargo certo, para
que não haja perda de tempo, por isso, que se utilizou esse método, para que se torne
mais fácil encontrar um colaborador que venha a contribuir com o crescimento da
organização.
De acordo com os autores estudados, o processo de recrutamento e seleção deve
ser realizado através da Gestão de Pessoas, na qual proporciona um recrutamento e
seleção capaz de reter candidatos com um alto potencial de conhecimento e identificar o
perfil do profissional adequado para cada função, gerando satisfação e obtenção de
resultados positivos para ambas as partes.
A presente pesquisa buscou analisar o processo de recrutamento e seleção de
pessoas na empresa Auto Posto Tuiuiú em Cáceres - MT. Desse modo, tanto o objetivo
geral como os específicos foram alcançados satisfatoriamente.
O perfil dos realizadores do processo de recrutar e selecionar são bem ecléticos,
pois a empresa busca sempre qualificar sem qualquer tipo de restrição, no qual a
empresa hoje possui profissionais que atendem o processo de recrutar e selecionar
pessoas. Com base nas informações obtidas podemos observar que eles não executam o
processo de recrutar pessoas, ou seja, não fazem nenhum tipo de divulgação das vagas
existentes na organização, e isso faz com que a empresa não tenha um perfil adequado
para vaga em oferta. Desta forma o processo de selecionar não se torna eficiente e tem o
nível de rotatividade elevado. Podemos observar também que eles utilizam mais o
recrutamento externo, pois acreditam que traz inovação.
38
Com relação a seleção de pessoas a empresa busca seguir um processo que
acreditam ser eficiente no momento, e com base nos autores observa-se que fazem um
bom processo de selecionar pessoas. Já com relação a satisfação com o processo de
recrutar e selecionar pessoas há um empate de 50%, isso mostra que as pessoas se
tornaram mais exigentes e o mercado de trabalho mais competitivo e isso faz com que
não conseguindo o cargo almejado e passam a trabalhar em outros tipos de funções
fazendo com que ao decorrer do tempo não haja motivação.
O nível de rotatividade da empresa está em 60%, e ao contrário da entrevistada é
considerável alto, pois com análise das informações o processo de recrutar e selecionar
pessoas não está sendo eficiente. A empresa hoje precisa parar e pesar a onde está o
erro, como é que está tratando os funcionários se a causa da rotatividade é por falta de
conhecimento na área de gestão de pessoas, se a empresa está dando suporte para esse
funcionário trabalhar bem para que junto venham alcançar sucesso. A empresa encontra
dificuldade em recrutar candidatos com conhecimento de informática ou com curso de
atendente ao público, na seleção a mesma tem dificuldade em conduzir a entrevista
quando ela fala que as pessoas perguntam se tem ou não plano de saúde, também na
hora do teste prático de 2 dias como eles irá saber se a pessoa executa ou não aquela
função com esse tempo.
Com tudo se a empresa não fizer um recrutamento, não impor aos candidatos o
que ela precisa, não fizer uma divulgação clara, isso consequentemente implicará em
todo processo de selecionar, fazendo assim com que o nível da rotatividade seja alto.
Em suma, o estudo revela que a empresa tem se esforçado na captação de
colaboradores qualificados, porém tem que se ajustar na preparação e na aplicação do
processo de recrutar e selecionar pessoas.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, L. G. Gestão estratégica de pessoas. In: Fleury, m. t. l. (org.). As pessoas na
organização. São Paulo: Editora Gente, 2002.
BEUREN. Ilse Maria. Et al. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: Teoria e
Prática. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BOHALANDER, George, SNELL, Scott, SHERMAN, Arthur. Administração de Recursos Humanos.
São Paulo. Pioneira Thomson Learning, 2003.
BONIFACIO, Claudia Maria. Importância do recrutamento e seleção. Disponível em
<http://www.webartigos.com/artigos/importancia-do-recrutamento-e-
selecao/27558/#ixzz3kWUeWn3Y>. Acessado em 06 de out de 2015.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: O capital Humano das Organizações. 9ª. Ed. São Paulo:
Elsevier. 2009.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001.
MARQUES, José Roberto. A importância da gestão de pessoas nas organizações. Disponível em:
<http://www.ibccoaching.com.br/tudo-sobre-coaching/importancia-da-gestao-de-pessoas-nas-
organizacoes/>. Acessado em 06 de out de 2015.
MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos humanos: do operacional ao estratégico. São
Paulo: Futura, 2000.
MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 14º Ed.
Editora Saraiva, 2011.
39
PINHEIRO, Ana Paula; Souza, Dercia Antunes. Causas e efeitos da rotatividade de pessoal / turnover:
Estudo de caso de uma microempresa do setor de educação. Disponível em:
<http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos13/58618723.pdf>. Acessado em 06 de out de 2015.
RIBEIRO, A. L. Gestão de pessoas. São Paulo: Saraiva, 2005.
40
APRENDIZAGEM DE ENGENHARIA DE SOFTWARE UTILIZANDO JOGOS
DIGITAIS DE RPG: UMA VISÃO DOS ESTUDANTES DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO DA FACULDADE DO PANTANAL
APRENDIZAJE DE INGENIERÍA DE SOFTWARE UTILIZANDO JUEGOS
DIGITAL DE RPG: EN VISTA DE LOS ESTUDIANTES DE SISTEMAS DE
INFORMACIÓN DE LA FACULDADE DO PANTANAL
Antônio Carlos Pereira dos Santos Junior, FAPAN
Paulo Lacerda da Silva, FAPAN
Resumo: O presente trabalho trata-se de uma pesquisa exploratória tendo como
objetivo compreender sob a visão dos alunos de sistemas de informação da FAPAN se o
jogo SE•RPG 2.0 utilizado na disciplina de engenharia de software auxilia no
aprendizado, contribuindo para correlação entre a teoria ensinada em sala de aula e a
prática profissional. Os resultados indicam que o jogo é de fácil utilização, que a
didática e conteúdo atendeu a expectativa, que facilita a aprendizagem de forma
interativa e que os alunos conseguem conciliar a teoria explicada em sala com a prática
do software.
Palavras-chave: Jogo Educativo; software educativo; Jogos na Educação.
Palabras-clave: Juego educativo; software educativo; Juegos en la educación.
INTRODUÇÃO
Na atualidade estar acompanhando a evolução e transformações que a sociedade
tem vivenciado é primordial para qualquer setor da produção. E com a educação não é
diferente, instituições de ensino, educadores, gestores precisam adotar e se aperfeiçoar
em todos os sentidos, técnicas de avaliação, tipos de abordagens de conteúdo,
interdisciplinaridade, e o uso de novas tecnologias da informação e comunicação, para
que todas essas e outras variáveis em conjunto possam contribuir para uma educação
condizente com a realidade da sociedade atual. Nesse sentido, o presente estudo anseia
em discorrer e apresentar sobre a utilização de jogos digitais baseado em RPG para o
ensino de engenharia de software.
METODOLOGIA
Para tanto, foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório, descritivo e
sobretudo bibliográfico enfocando a aplicação dos jogos digitais como ferramenta para
apoiar o processo de ensino-aprendizagem e mais especificamente o software SE•RPG.
Foi aplicado questionário com perguntas fechadas para os alunos da disciplina de
engenharia de software dos 3º e 4º semestres do curso de sistemas de informação da
Faculdade do Pantanal objetivando demonstrar as vantagens do uso desta ferramenta
por meio da visão dos alunos.
DISCUSSÕES
41
O SE•RPG 2.0 é uma ferramenta criada para simular um cenário de uma empresa
fictícia que atua no ramo de desenvolvimento de software, através deste jogo o aluno
atua dentro de um ambiente de desenvolvimento de software na qual precisam interagir
durante todas as etapas com regras estabelecidas para que possam ir concretizando cada
etapa a contento. (Benitti e Molléri, 2008).
Jogo SE•RPG
Fonte: http://www.inf.furb.br/~fabiane/serpg2
Participaram da pesquisa por amostragem 18 alunos(as) de um total de 26
alunos(as) referente as duas turmas em conjunto. Eles já tiveram aulas dos temas
abordados no jogo anteriormente e em seguida foi realizado o uso do software e também
responderam o questionário, que segue abaixo.
No gráfico 1 demonstra que a maioria dos participantes define como de fácil
utilização o software SE•RPG 2.0, onde os usuários conseguem com certa facilidade
justamente por serem graduandos em sistemas de informação no 3ª e 5ª semestres e
alunos da disciplina de engenharia de software, na qual o conhecimento em novas
tecnologias, softwares é comum. Outro facilitador deve-se ao fato do software utilizado
42
ter uma interface gráfica2 em língua portuguesa, simplificada, com imagens
representativas e navegação intuitiva.
No gráfico 2 a maioria dos alunos acreditam que o conteúdo e a didática
abordada no software SE•RPG 2.0 atende a expectativa com base na correlação
teoria/prática com os temas estudados na disciplina de engenharia de software. Ou seja
o jogo possibilita a estimulo da aprendizagem.
No gráfico 3 é evidente que quase todos os alunos participantes da pesquisa
acreditam que o jogo SE•RPG 2.0 facilita o aprendizagem de forma interativa, já que
concilia os temas estudados em sala de aula (teoria) e através de uma prática de forma
lúdica com o mesmos temas estudados com uma abordagem de simulação prática.
Sendo isso comprovado no gráfico 4 onde mais de 70% dos alunos afirmam conseguir
relacionar a teoria e a prática.
Neste último gráfico quase todos os alunos participantes da pesquisa gostariam
que outros softwares similares fossem aplicados não só a disciplina de engenharia de
software, mas também as outras disciplinas especificas na qual estejam cursando.
CONCLUSÃO
Conforme proposta da presente pesquisa, objetivamos contribuir para a
disseminação do uso e apresentar os benefícios da inserção das novas tecnologias da
2 A interface gráfica é considera a parte física, perceptiva ou visual na qual o usuário entra em
contato ao utilizar qualquer sistema computacional (software).
43
informação e comunicação (NTICs) no âmbito educacional. E enfocando mais
especificamente o uso dos jogos digitais na educação para simulação de gerenciamento
de projetos e desenvolvimento de software da disciplina de engenharia de software.
Em meio aos resultados obtidos foi possível notar o interesse e elogios por parte
dos alunos ao ter a oportunidade de realizar uma atividade interativa dinâmica e saindo
do formato tradicional das aulas. Foi possível também assimilar e correlacionar os
conceitos teóricos de engenharia de software aprendidos em sala de aula com o jogo
digital SE•RPG 2.0.
Diante do exposto é notável que é extremamente positivo iniciativas como essa
de inserção de jogos digitais e outros tecnologias da informação e comunicação para
que possa facilitar ou complementar o aprendizado. E ainda oportunizando uma forma
dinâmica, estimulante, divertida e que possa promover o desenvolvimento da
autonomia, do processo de interação e cooperação do indivíduo, possibilitando uma
melhor formação acadêmica e profissional.
REFERENCIAS
BENITTI, F. B. V.; MOLLÉRI, J. S. Utilização de um RPG no Ensino de Gerenciamento e Processo
de Desenvolvimento de Software. In: Workshop sobre Educação em Computação. pp. 258-267. 2008.
GRANDO, Anita; TAROUCO, Liane M. Rockenbach. O Uso de Jogos Educacionais do Tipo RPG na
Educação. Revista Novas Tecnologias na Educação v. 13, n. 2 (2015) CINTED-UFRGS.
SE•RPG 2.0 - Engineering-Role Playing Game. Disponível em:
<http://www.inf.furb.br/~fabiane/serpg2/> Acessado em 10 de Agosto de 2015.
44
ASSISTÊNCIA Á SAÚDE DA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA:
REVISÃO DA LITERATURA
ASISTENCIA DE LA SALUD DE POBLACIÓN INDÍGENAS BRASILEÑA:
REVISIÓN DE LA LITERATURA.
Camila Aristela Paula Oliveira ,
Enfermeira, [email protected]
Liliane Trivellato Grassi, Farmacêutica Bioquímica, Mestra em
Ciências, [email protected]
Nayara Ferreira, Enfermeira, Mestranda em Ciências Ambientais
(UNEMAT), [email protected]
Resumo: A saúde é levada para toda a população brasileira, independente da cultura,
credo ou raça. No Brasil o Sistema Único de Saúde busca dar uma cobertura de forma
igualitária a toda a nação onde também se engloba uma sub-nação, a população
indígena. O objetivo deste estudo foi identificar como é a assistência à saúde indígena
no Brasil. O presente estudo utiliza como método a revisão integrativa da literatura, que
tem como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o
tema investigado. A população indígena apresenta um complexo quadro de saúde
relacionado às mudanças sociais, econômicas e ambientais atreladas à expansão e, à
consolidação de frentes demográficas e econômicas da sociedade nas diversas regiões
do país. Evidenciou-se que assistência à saúde indígena apresenta muitos desafios e
limitações dos profissionais de saúde, sendo um processo natural e inevitável o choque
no encontro de culturas.
Palavras-chave: Assistência à saúde; População indígena brasileira.
Palabras-lave: Cuidado de la salud; la Población indígena brasileña.
INTRODUÇÃO
A constituição de 1988 determina que a saúde é um direito de todos e um dever do
estado. A saúde é levada independente da cultura, credo ou cor para toda a população
brasileira (MARINELLI et al., 2012).
A população indígena brasileira residente em aldeias oficialmente reconhecidas,
pertencentes a cerca de 281 etnias, povos que falam línguas diferentes e que se
expressam de diversas formas seus valores culturais (BRASIL, 2008).
O perfil epidemiológico dos povos indígenas é marcado pelas altas taxas de
incidência e letalidade por doenças diarreicas, tuberculose, malária, imunopreviníeis e
respiratórias. Por meio da assistência a promoção da saúde nessas comunidades,
apresenta-se uma melhoria tanto nas condições de saúde quanto na qualidade de vida
dessa população (BRASIL, 2002).
O subsistema de atenção à saúde indígena está organizado na forma de Distritos
Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) que é um subsistema em perfeita articulação com
o Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL 2008).
45
Neste contexto, o objetivo desse estudo foi identificar como é a assistência à
saúde indígena no Brasil, em especial descrever a assistência e os aspectos relevantes.
METODOLOGIA
O presente estudo utiliza como método a revisão integrativa da literatura, a qual
tem como finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o
tema investigado. Ou seja, permite buscar, avaliar e sintetizar as evidências disponíveis
para contribuir com o desenvolvimento do conhecimento na temática realizando o
levantamento bibliográfico através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando as
bases de dados Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS), Sistema
Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Scientific Electronic
Library Online (SCIELO).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme Santos e Coimbra Jr. (2005), a população indígena apresenta um
complexo quadro de saúde relacionado às mudanças sociais, econômicas e ambientais
atreladas à expansão e, à consolidação de frentes demográficas e econômicas da
sociedade nas diversas regiões do país.
De acordo com Langdon (2015) não existia uma política sobre saúde indígena e
nunca chegaram a ser estabelecidos serviços realmente adequados de atendimento à
saúde do índio. Antes da criação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), houve
atendimento ocasional à saúde destes por parte dos missionários. A partir de 1910, com
a criação de SPI, iniciou-se uma intervenção mais acentuada do estado, objetivando
atender os problemas de saúde indígena.
Segundo Altine et al. (2013), a primeira Conferência Nacional de Proteção à
Saúde do Índio, no contexto da VIII Conferência Nacional de Saúde, estabeleceu-se os
princípios para o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) que foi aprovado na
assembleia constituinte de 1988, contando com a participação de um pequeno grupo de
organizações de apoio e lideranças indígenas, propondo pela primeira vez, em caráter
oficial, um modelo diferenciado para o atendimento específico aos povos indígenas do
Brasil.
Através disso, os povos indígenas passaram a ter direito ao acesso universal e
integral à saúde e, à participação em todas as etapas do processo de planejamento,
execução e avaliação das ações desenvolvidas. Este modelo de assistência específico e
diferenciado lançou as bases para a implantação do Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena (SASI-SUS), sob a gestão direta do Ministério da Saúde.
Compreender a realidade cultural, explica e justifica as dificuldades enfrentadas
tanto pela população indígena quanto pelos profissionais nos procedimentos de saúde
executados dentro e fora das aldeias. Porém, conhecer a história no processo de
colonização pode contribuir para o entendimento da postura desses povos frente ao
profissional de saúde. Das dificuldades de adesão a determinadas terapêuticas, das
dificuldades de saírem de suas aldeias a fim de permanecerem na cidade para receber
tratamento e do comportamento frente às ações realizadas nas aldeias (SILVA, 2013).
46
Prestar um atendimento de saúde aos indígenas em seu habitat possui
peculiaridades, o que invariavelmente traz algumas dificuldades ao profissional, mas
também oferece momentos de aprendizado para a sua atuação profissional
(BENEVIDES et al., 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A assistência à saúde indígena apresenta muitos desafios e limitações dos
profissionais de saúde, sendo um processo natural e inevitável o choque no encontro de
culturas. Os valores conhecidos pelos profissionais conflitam com os diferentes valores
e percepções da visão de mundo dos povos com quem eles estão mantendo contato.
Mesmo a população indígena recebendo proteção baseada na legislação, ainda é visível
uma grande dificuldade referente à falta de uma equipe multiprofissional para atender a
essa população. Contudo, apesar das dificuldades presentes na saúde indígena, é
importante que os profissionais de saúde se disponham em atender às especificidades e
peculiaridades do índio, respeitando todas as suas crenças, valores e costumes, tentando
se adequar aos saberes técnicos com os tradicionais da comunidade.
REFERÊNCIAS
ALTINE, RODRIGUES, G.; PADILHA, L.; MORAES, P. D.; LIEBGOTT, R. A. A. Política de Atenção
à Saúde Indígena no Brasil. Publicação do Conselho Indigenista Missionário.
Disponivelem:http://6ccr.pgr.mpf.mp.br/institucional/grupos-de-trabalho/saúde/cartilha-sobre-
saúdeindigena-cime. Acesso em 20/03/2017.
BENEVIDES, L.; PORTILLO, J.A.C.; NASCIMENTO, W.F. A atenção à saúde dos povos indígenas do
Brasil: das missões ao subsistema. Revista tempus, actas de saúde coletiva, v.8, n°1, p.29-39, 2014.
BRASIL, Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Politica Nacional de Atenção á Saúde dos
Povos Indígenas. Caderno n.º 26 Seção 1. Brasília, 2002.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão. Saúde Indígena: uma introdução ao tema. Caderno n.º 5. Brasília, 2008.
LANGDON, ESTHER JEAN. "Saúde e povos indígenas: Os desafios na virada do século." Trabalho
apresentado no V Congresso Latino americano de Ciências Sociais e
Medicinadisponívelem:<http://www.antropologia.com.br/tribo/nessi/textos/Margsav.> Acesso em
20/03/2017.
MARINELLI, P; NASCIMENTO, D.F; COSTA, A.I.; POSSO, M.S; ARAÚJO, L.P. Assistência à
população indígena: dificuldades encontradas por enfermeiros. Revista Univap, São José dos Campos-
SP, v. 18, n°32, dez.2012.
SANTOS, R.V.; COIMBRA, C.E.J. Cenários e tendências da saúde e da epidemiologia dos povos
indígenas no Brasil. Revista de saúde coletiva, v.7, p.13-48, n°3, 2005.
SILVA, B. C. Profissionais de saúde em contexto indígena: Os desafios para uma atuação intercultural e
dialógica. Revista de Antropologia, v.6, p.6-36. 2013.
47
AVALIAÇÃO DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DA DEAD-
UNEMAT NA PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES/USUÁRIOS DA
GRADUAÇÃO
DE EVALUACIÓN DEL ENTORNO VIRTUAL DE APRENDIZAJE DEAD /
UNEMAT DESDE LA PERSPECTIVA DE LOS ESTUDIANTES / USUARIOS
DE LA GRADUACIÓN
Antônio Carlos Pereira dos Santos Junior, UNEMAT
Maria Aparecida da Silva, UNEMAT
Resumo: O presente trabalho é o resultado parcial de um estudo exploratório, que teve
como objetivo avaliar sob a perspectiva da interatividade bem como da velocidade e
aspectos visuais do ambiente virtual de aprendizagem – AVA, utilizado pela Diretoria
de Gestão de Educação a Distância – DEAD da Universidade do Estado de Mato
Grosso - UNEMAT, para direcionar cada vez mais a qualidade da educação ofertada
nessa modalidade. Usamos como instrumento de pesquisa, questionários com perguntas
fechadas para avaliar o nível de satisfação dos acadêmicos de graduação da modalidade
a distância. Os resultados apontaram um considerável índice de satisfação dos
acadêmicos/usuários da sala de aula virtual com a forma de operacionalização do seu
ambiente de estudo que a DEAD/UNEMAT disponibiliza.
Palavras-chave: Educação a distância; Tecnología da Informação e Comunicação;
Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem.
Palabras-clabe: Educación a distancia; Tecnología de la información y la
comunicación; Entorno virtual de aprendizaje.
INTRODUÇÃO
A difusão do uso da tecnologia de informação e comunicação, agregada à
necessidade de formação dos sujeitos e da sociedade do conhecimento, tem provocado
um relevante aumento da educação a distância (EaD). Esta modalidade de educação
possui, sobretudo especificidades para materializar as ações proposta no ensino
aprendizagem. E na Diretoria de Gestão de Educação a Distância da Universidade do
Estado de Mato Grosso – DEAD/UNEMAT, tem como forma o trabalho em Ambientes
Virtuais de Aprendizagem AVA e por compor este contexto, desenvolvemos a presente
pesquisa sobre a evolução desse ambiente virtual a partir do olhar dos
estudantes/usuários.
48
METODOLOGIA
A pesquisa foi caracterizada na perspectiva de Gil (1999) como exploratória,
descritiva e bibliográfica versando sobre os ambientes virtuais de aprendizagem, e
também foi realizado a aplicação de questionário com perguntas fechadas baseadas na
escala de Likert, para avaliar o nível de satisfação quanto ao uso do AVA
DEAD/UNEMAT utilizado pelos acadêmicos de graduação da modalidade a distância.
DISCUSSÕES
A educação a distância – EAD, pode ser considerada com uma modalidade de
ensino caracterizada pelo distanciamento temporal e espacial entre professores e alunos,
todavia, que suas relações estejam mediados por alguma meio tecnológico. E diante
disto, nos convoca a compreender que as gerações da EAD são dividas de acordo com o
tipo de tecnologia adotada.
Segundo Santos Junior (2011), a primeira geração foi marcada por textos e
materiais impressos, a segunda geração pela rádio e TV e a terceira geração trouxe os
sistemas da primeira e segunda geração juntos, em uma abordagem multimídia, com
base em textos, áudio e televisão. Portanto, a quarta geração foi desenvolvida em torno
de comunicações mediadas por computador, Internet, bibliotecas virtuais, ambientes
virtuais de aprendizagem, etc. Dessa forma, é possível compreender que,
especificamente a quarta geração, que é a atual e fortemente influenciada pela internet e
seus recursos tecnológicos, fortaleceu ainda mais a EAD e expandiu de forma elevada o
número de estudantes de graduação e pós-graduação a distância.
De acordo com Santos Junior (2011), os Ambientes Virtuais de Aprendizagens –
AVAs, podem ser considerados como softwares que funcionam em servidores web, que
podem ser acessados pela Internet, por usuários distribuídos geograficamente, formando
comunidades virtuais com objetivos definidos, geralmente, o de aprendizagem de um
conteúdo específico, onde se interagem de forma síncrona ou assíncrona através de
diversas ferramentas disponibilizadas no próprio AVA.
Deste Modo, os AVAs beneficiam a EAD ao poder integrar em só local materiais
didáticos (informação), a comunicação em tempo real ou não, gerência dos processos do
curso (administrativos e pedagógicos), articula os diversos personagens da Educação a
distância (aluno, professor, tutor) e oferece atividades e avaliações individuais ou grupo.
Contudo, os AVAs são de fundamental importância para a qualidade da oferta de
cursos, seja de graduação ou de pós-graduação a distância, e por reconhecer a relevância
desse dispositivo enquanto sala de aula virtual, que a DEAD/UNEMAT, aplica em seus
Ambientes Virtuais de Aprendizagens um desenho pedagógico baseado no design
instrucional do tipo Design Aberto.
O design aberto segundo Filatro (2008) flexibiliza os procedimentos de criação do
curso, em que o processo de ensino aprendizagem é bastante valorizado, considerando
que a estrutura do curso depois criada pode ser, alterada e modificada durante todo o
49
processo, no qual a mola mestra para a ação do designer durante a execução do projeto é
o feedback vindo do estudante.
Com o objetivo de aperfeiçoar, para melhor atender os acadêmicos da EAD que
são usuários da mesma versão do AVA, a DEAD/UNEMAT realizou uma pesquisa com
alguns alunos dos cursos de graduação, buscando compreender a partir desses usuários,
sobre aspectos gráficos/visuais, adequação e facilidade de uso do ambiente virtual, cujos
resultados apresentaremos na sequência
A pesquisa foi realizada durante o mês fevereiro de 2017 referente ao semestre
letivo 2016/2. Participaram da pesquisa 19 acadêmicos do curso de Bacharelado em
Administração Pública, 4 de Licenciatura em Ciências Biológicas, 2 de Licenciatura em
Letras Inglês, 5 de Licenciatura em Letras Espanhol e 64 do curso de Licenciatura em
Pedagogia, totalizando 94 acadêmicos da modalidade a distância e que fazem uso do
ambiente virtual de aprendizagem da DEAD/UNEMAT.
Nesta pesquisa tomamos com base a escala de Likert, onde 1 é considerado pior e
o 5 é considerado melhor. O resultado está demonstrado por meio dos gráficos abaixo:
Gráfico 1 Gráfico 2
Conforme demonstra, no gráfico 1 foi realizado o questionamento quanto a
velocidade no acesso e navegação na plataforma, onde 74 dos 94 participantes afirmam
ser classificado no conceito 4. Já no gráfico 2 foi perguntado sobre os aspectos gráficos
e visuais da plataforma e 23 participantes indicaram o conceito 3, 45 participantes o
conceito 4 e no conceito 5 tiveram 22 participantes.
Isto nos reporta à reflexão de que boa parte dos participantes estão satisfeitos no
que diz respeito a velocidade de acesso e navegação e também nos aspectos gráficos e
visuais do Ambiente Virtual de Aprendizagem e no design pedagógico adotado pela
DEAD/UNEMAT.
50
Foi perguntando também aos acadêmicos/usuários do AVA, quanto à adequação
do ambiente virtual para o ensino aprendizagem à distância, e a maioria respondeu
conceito 4, onde 43 acadêmicos responderam neste conceito. Foi questionado aos
acadêmicos/usuários se existe facilidade de interação na plataforma AVA, na qual 37
pontuaram o conceito 4.
CONCLUSÃO
A pesquisa aponta um considerável grau de satisfação dos acadêmicos/usuários
com relação aos aspectos gráficos/visuais, adequação e facilidade de uso do Ambiente
Virtual de Aprendizagem, utilizado na EAD da Diretoria de Gestão de Educação a
Distância da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, que é desenvolvido
a partir do desenho pedagógico baseado no design instrucional do tipo design aberto.
A partir deste resultado, é possível compreender que tanto o design instrucional
do tipo aberto como proposta versátil de operacionalizar a sala de aula virtual, quanto a
dinâmica de feedback foram responsáveis por pensar e propor metodologias e técnicas
adequadas ao desenvolvimento do ensino aprendizagem, proporcionando acesso,
velocidade, navegação, clareza e interação com o ambiente àqueles que dele faz uso e,
de certa forma diminuindo algumas distâncias latentes nesta modalidade de educação.
REFERENCIAS
FILATRO, Andréa. Design Instrucional na Prática. S.P.: Pearson Education, 2008.
SANTOS JUNIOR, Antônio Carlos Pereira dos. Ambientes virtuais de aprendizagem (AVA): Uma
Definição. Disponível em: <http://www.redemebox.com.br > - Acesso em: 11/04/2017.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.
Gráfico 4 Gráfico 3
51
AVENIDA SÃO PAULO, MARINGÁ/PR: A DEMOCRATIZAÇÃO DO ESPAÇO
ATRAVÉS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
AVENIDA SÃO PAULO, MARINGÁ/PR: LA DEMOCRATIZACIÓN DEL
ESPACIO A TRAVÉS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Wellington Francisco Bescorovaine
Adecarlo Fonzar Pegino Junior
Matheus Pedron Jasper
Resumo: O presente estudo tem como objeto a Av. São Paulo na cidade de Maringá –
PR, a qual possui tráfego fechado aos domingos, possibilitando a formação de ciclos
sociais semanais nessa via pública. Essa atividade é uma forma de ressarcimento da via
pelo uso estressante do espaço público. A finalidade deste trabalho é relatar uma
experiência ocorrida na avenida e promovida pelo UNICESUMAR, dando ênfase na
importância das relações que ocorrem entre o homem e o meio urbano, prática que
compensa o estresse gerado pelos automóveis durante a semana, seja por poluição
sonora, do ar ou apenas pela ocupação do espaço. Conclui-se a importância de órgãos
governamentais investirem na saúde psicológica da população através de políticas
públicas, dando a elas a infraestrutura necessária para que possam usufruir dos espaços
verdes públicos com qualidade de vida, de forma sustentável.
Palavras-chave: espaços verdes; educação ambiental; saúde psicológica.
Palabras-clabe: espacios verdes; educación ambiental; salud psicológica.
INTRODUÇÃO
O caos urbano não é apenas decorrente do crescimento acelerado das grandes
cidades, mas sim da condição de subdesenvolvimento do Brasil. Esses problemas
remontam a colonização, pois a estrutura social da população não foi corretamente
consolidada, sendo que esses desajustes sociais têm sua causa na forma como a
sociedade foi estabelecida. Assim, o lazer no espaço público urbano torna-se
indispensável como forma de remediar os problemas sociais, tendo em vista a saúde
física e mental da população. O objeto de estudo em questão se situa na cidade de
Maringá – PR, e denomina-se como Av. São Paulo, nesta avenida encerram-se as
atividades de trânsito todos os domingos de manhã e de tarde, o que possibilita a
formação de ciclos sociais semanais nessa via pública. Essa atividade semanal é uma
forma de ressarcimento da via pelo uso estressante do espaço público, conciliando uma
relação recíproca entre usos e serviços da cidade com relações sociais aplicáveis e
necessárias para uma vida urbana confortável e eficiente.
De acordo com Lynch (1997), a arquitetura na cidade não é apenas uma
construção no espaço, mas uma construção em grande escala, apreendida pelo
observador ao longo do tempo. Nessa reflexão, Gregotti (2001, p. 68) explicita:
52
A cidade representa o esforço mais notável por parte da civilização humana,
de uma transformação completa do ambiente natural, a passagem mais
radical do estado de natureza ao estado de cultura com a criação de um
‘microclima’ particularmente adequado para o desenvolvimento de algumas
relações fundamentais para a vida do homem. (GREGOTTI, 2001)
A Av. São Paulo cumpre um papel social importante, que pode e deve ser
produzido em outros locais e cidades. O fato dessa localizar-se adjacente ao Parque do
Ingá, faz com que os usuários tenham interação direta com o parque. A arborização e as
plantas constituem os elementos mais visíveis e estruturais desse ambiente e tornam-se
o principal material para intervir na paisagem. Não são importantes apenas para
preencher espaços ou pelo seu apelo estético, mas para servir e beneficiar o ambiente e
usuários da avenida. Conforme CEMIG (2011) a arborização é uma estratégia para
amenização de aspectos ambientais adversos e possui, além das importâncias citadas,
também, um valor social, cultural e histórico.
O presente trabalho tem por finalidade relatar uma experiência ocorrida na Av.
São Paulo e promovida pelo UNICESUMAR, dando ênfase na importância das relações
que ocorrem entre o homem e o meio urbano.
A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação, esse método relaciona o
conhecimento com a prática, vivenciando e investigando a realidade. Visa trazer
melhorias para o local em questão pela participação dos integrantes por meio de
observação, reflexão, planejamento e ação de forma sistemática. Nesse sentido, Kemmis
e McTaggart (1988) dizem que:
Pesquisa-ação é uma forma de investigação baseada em uma autorreflexão
coletiva empreendida pelos participantes de um grupo social de maneira a
melhorar a racionalidade e a justiça de suas próprias práticas sociais e
educacionais, como também o seu entendimento dessas práticas e de situações
onde essas práticas acontecem. (KEMMIS e MCTAGGART, 1988)
DESENVOLVIMENTO
No domingo do dia 25/10/2015 foi realizado uma parceria entre o Programa de
Mestrado em Tecnologias Limpas (PPGTL) e o Centro Universitário de Maringá
(UNICESUMAR) onde, os alunos de mestrado e seus professores puderam se instalar
na Av. São Paulo. A infraestrutura oferecida pelo UNICESUMAR dispunha de mão-de-
obra especializada, uma tenda protendida de montagem local, caixa térmica, água
mineral e materiais para a operação.
As atividades desenvolvidas no local contavam com a distribuição de água
mineral para os atletas transeuntes, a entrega de mini vasos de flor e a realização de
questionários para com os adultos. Essas atividades puderam servir de base para a
elaboração de materiais que pudessem enriquecer e aprimorar o estudo científico.
A avenida em questão é sempre fechada aos domingos durante o dia para que
pedestres e ciclistas possam usufruir da via adjacente ao parque. Durante a intervenção
da universidade pôde ser percebido que essa prática compensa o stress gerado pelos
automóveis durante a semana, seja por poluição sonora, poluição do ar ou apenas pela
ocupação do espaço que poderia ser ocupado com funções sociais ou qualquer outro
tipo de modal como ciclovias e BRT’s. Segundo Alex (2011, p. 61), as praças, ruas,
53
jardins e parques constituem a essência dos espaços abertos das cidades e acompanham
a evolução dos mesmos. De acordo com Jan (2010, p.115) essa é uma boa política para
todos os usuários da cidade, pois convida os cidadãos a caminharem e pedalarem,
fazendo com que o exercício físico seja feito naturalmente. Espaços livres são o reflexo
de um ideal da vida urbana em determinado momento histórico e, a intersetorialidade
dos meios de mobilidade torna-se essencial para a estruturação de uma cidade
ecoeficiente, buscando a promoção de produtos sociais em comum e possibilitando uma
abordagem geral dos problemas sociais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os benefícios das relações entre os usuários da avenida e a natureza que abarcava
esse espaço ficavam claros quando se perguntava para aquelas pessoas quais eram os
motivos delas frequentarem aquele tipo de local, a resposta era sempre ligada a restauro
psicológico. Lerner (2013, p.75) afirma que muitas cidades conseguem ganhar unidade
por meio da vegetação intensa. “Cidades que às vezes não tem grandes atrativos em
determinadas regiões mudam radicalmente quando são arborizadas. Árvore é a
acupuntura que cura”. Tendo essa base teórica, pode-se perceber uma necessidade mais
ampla da necessidade de espaços verdes públicos de qualidade, no estudo nota-se a
importância que a avenida ocupa nas relações sociais da região, onde seus usuários se
reúnem para exercitar-se, alimentar-se, conversar e trocar experiências no espaço
urbano.
Democratizar o espaço público de lazer está além de apenas construir ou urbanizar
locais desprovidos de bens e serviços. É preciso incentivar a apropriação e a utilização
dos espaços, seja através da divulgação ou da quebra de quaisquer paradigmas que
possam ter sido criados (MARCELLINO et all, 2006). Colocar a Av. São Paulo à
disposição da população é apenas uma das inúmeras técnicas de incentivo ao uso do
espaço público e alívio de stress da população responsável por ocupar tal lugar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas análises qualitativas feitas sobre as atividades desenvolvidas pelos
alunos e avaliação empírica com as pessoas e a Av. São Paulo é possível concluir que, é
de suma importância que órgãos governamentais invistam na saúde psicológica da
população, dando a elas a infraestrutura necessária para que as mesmas possam usufruir
dos espaços verdes públicos com qualidade de vida, de forma sustentável, afinal, a
cidade economiza gastos com saúde pública se a população for mais saudável, também
com paginação de vias quando as mesmas não são usadas pelos carros. Conforme Jan
Gehl (2010) essa medida reforça a vida na cidade, as pessoas inspiram-se e sentem-se
atraídas para esses espaços, estimulando a atividade física e o encontro das pessoas.
Assim, foi possível constatar que a proximidade do homem com a natureza gera
restauro psicológico, auxiliando para o desenvolvimento social da população. Impedir
os carros de usar as vias possibilita que os habitantes usufruam daquele local de maneira
a melhorar as condições de vida, seja em família, como eram muitos os casos, seja
individualmente, a avenida deixa de ser apenas uma enorme superfície de passagem
entre espaços privados e torna-se a efervescência local de socialização de crianças e
adultos da cidade de Maringá-PR.
54
REFERÊNCIAS
ALEX, Sun. Projeto da praça: convívio e exclusão no espaço público. São Paulo: Editora Senac, 2011.
CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais). Manual de Arborização. Belo Horizonte.
Cemig/Fundação Biodiersitas, 2011.
GEHL, Jan. Cidades para pessoas. 3ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.
GREGOTTI, Vittorio. Território da Arquitetura. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001.
KEMMIS, S.; MCTAGGART, R. The action researcher planner The action researcher planner.
Geelong: Deakin University Press, 1990.
LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. Rio de Janeiro – São Paulo: Record, 2013.
LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
MARCELLINO, N. C.; BARBOSA, F. S.; MARIANO, S. H. As cidades e o acesso aos espaços e
equipamentos de lazer. Impulso, Piracicaba, v.17, n. 44, p. 55-66, 2006.
55
IDENTIFICAÇÃO E ABORDAGEM DE ASPECTOS EMOCIONAIS NO
DESENVOLVIMENTO DE WEBSITES
IDENTIFICACIÓN Y ENFOQUE DE ASPECTOS EMOCIONALES EN EL
DESARROLLO DE WEBSITES
Léo Manoel Lopes da Silva Garcia3,
Franciano Antunes1
Daiany Francisca Lara1
Resumo: A área de estudos de design emocional tem explorado as emoções humanas e
suas influências nas decisões racionais, sabiamente o setor industrial tem se apropriado
deste entendimento na concepção de produtos. Considerando que um sistema
computacional pode ser abordado com um produto, este estudo propõe, a aplicabilidade
dos três níveis de processamento da emoção proposta por Norman, o visceral,
comportamental e reflexivo, na elaboração de projetos de websites. Para tanto, é
realizado o relacionamento entre os níveis de processamentos da emoção com os
elementos que compõe a estrutura de um projeto Web, para que assim tais elementos
possam ser explorados pelo webdesigner de tal forma que o produto ‘Website’ imprima
uma experiência satisfatória no usuário durante a interação, e este seja amplamente
utilizado pela comunidade ao qual ele é destinado.
Palavras-chave: Design Emocional; Projeto informacional de websites.
Palabras-clabe: Diseño Emocional; Diseño informacional de sitios web.
INTRODUÇÃO
A emoção humana tem sido motivo de estudos no século 20, principalmente pela
Psicologia Cognitiva, ramo em que ele procurou estudar os processos mentais internos
que fazem com que o comportamento humano. Até então, emoções eram tratadas como
um problema que devia ser superado pelo pensamento racional lógico. Damásio(1996)
propõe que a razão pode não ser tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou
desejaria que fosse, e que as emoções e os sentimentos podem não ser de todo uns
intrusos no bastião da razão, podendo encontrar se, pelo contrário, enredados nas suas
teias, para o melhor e para o pior.
Posteriormente, essa abordagem foi conduzida às pesquisas em design, com o
objetivo de conceber produtos que provoquem emoções positivas nas pessoas,
entendendo que o uma emoção afeta a memória, a motivação e o apego (Tznova, 2006).
(Norman,2004), fez importante contribuição a esse campo, também reafirmando as
emoções como referências para o comportamento humano, tendo importante influência
na tomada de decisão das pessoas, inclusive na aquisição de produtos.
Nesse contexto, um Website pode ser abordado como um produto, pois mesmo
sendo não sendo possível o manipular fisicamente, um Website possui formas e
funcionalidades que podem despertar emoções em seus usuários. Explorar os conceitos
de design emocional no desenvolvimento de projetos Web, portanto, pode ser um
3 Universidade do Estado de Mato Grosso
56
diferencial para se criar Websites que além de suas funcionalidades básicas despertem
experiências positivas aos seus usuários (LIN 2009).
Desta forma, este trabalho procura identificar os aspectos dos Websites que
podem despertar emoções em seus usuários. Muitos trabalhos com foco na satisfação do
usuário já tem sido realizados na área de Web design, marketing e publicidade. Assim,
procurou-se reunir elementos de trabalhos anteriores sobre interação humano
computador, usabilidade e Web design (Nielsen 1999; Shneiderman e Plaisant 2005), e
posteriormente correlacioná-los com os níveis de processamento propostos por Norman
(2004), ou seja, nível visceral, comportamental e reflexivo.
Abordamos inicialmente os elementos que compõem um Website, e damos ênfase
a estrutura de categorias propostas por Norman, entendendo como relevantes e
compatíveis com as demais estruturas propostas por outros autores. Posteriormente,
discorremos sobre os conceitos de Design Emocional e sua relevância na concepção de
produtos.
DESIGN EMOCIONAL
Durante muito tempo, a relação de um usuário com um determinado produto era
levada em conta apenas dimensões racionais, tais como função e forma. Segundo
Damásio(1996), tratavam o ser humano como sendo puramente racional, ou seja,
tomando decisões com base em critérios lógicos. A partir de seus estudos com pacientes
perfeitamente normais exceto pelo fato de possuírem lesões cerebrais que por algum
motivo haviam lhes causado danos ao sistema emocional, resultando em uma
incapacidade na tomada de decisões, Damásio (1996) propõe que a razão pode não ser
tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou desejaria que fosse, e que as emoções e
os sentimentos podem não ser de todo uns intrusos no bastião da razão, podendo
encontrar se, pelo contrário, enredados nas suas teias, para o melhor e para o pior.
Em Norman (2006), o autor propõe que os atributos humanos resultam de três
diferentes níveis de estruturas do cérebro: a camada automática, pré-programada,
chamada de nível visceral; a parte que contém os processos cerebrais que controlam o
comportamento quotidiano, conhecida como nível comportamental; e a parte
contemplativa do cérebro, ou nível reflexivo. Cada nível desempenha um papel
diferente no funcionamento integral das pessoas e exige um estilo diferente de design.
Os três níveis em parte refletem as origens biológicas do cérebro, a começar pelos
organismos mais primitivos e evoluindo lentamente para os animais mais complexos
(Figura 1).
Figura 1. Três níveis de processamento: Visceral, Comportamental e Reflexivo [(NORMAN, 2006)].
57
DESIGN EMOCIONAL & WEB DESIGN
Websites são formas de exposição de determinados conteúdos e serviços
específicos, e mesmo não sendo passível de manipulação física pelos usuários,
apresentam características estéticas como cores, gráficos e formas geométricas, além de
oferecer interação, através de suas funcionalidades, com os seus usuários. Desse modo,
assim como os produtos, os Websites estão sujeitos a julgamento e avaliação por parte
de seus usuários e uma qualidade a mais (ou a menos) em algum de seus componentes
pode ser fator preponderante para a escolha por usar um ou outro Website para atender
seus objetivos. Vislumbra-se aqui então, uma oportunidade para explorar os conceitos
de Design Emocional na concepção de projetos de Web. Sendo assim, iremos a seguir
relacionar os elementos estruturais de Websites com os três níveis de processamento
propostos por Norman.
O nível visceral é responsável pelas reações instintivas dos humanos em relação
aos aspectos e características físicas e formais. Dentro do contexto dos Websites, que
não tem existência física e não pode ser tocado, o foco se recai sobre os sentidos visuais
e auditivos, esses aspectos são abordados dentro da categoria “design visual”. Em
Norman (1988) é apontado as pesquisas sobre a psicologia da percepção visual
apresentada pela escola de Gestalt, como uma contribuição efetiva para uma construção
de uma estética adequada, atendendo a especificações como harmonia, equilíbrio e
contraste, possibilitando que os usuários tenham uma boa experiência com o Website.
Ainda em relação ao design visual, uma importante característica foi constatada em
(Tzenova(2006), onde se evidenciou que a primeira impressão visual pode ajudar as
pessoas a decidir se poderão encontrar informações úteis ou interessantes naquele
Website. Analisando mais ainda, notou-se a importância da identidade visual que a
interface em relação ao tema do site, por exemplo, identificou-se que embora algumas
interfaces apresentavam aspectos sombrios através de cores e sons, foram relatadas
pelos participantes do experimento emoções positivas, uma vez que o conteúdo dos
Websites estava relacionado a esse tipo de aspecto.
O nível comportamental está relacionado às experiências provocadas a partir da
utilização de determinado produto, sendo a manipulação do Website a principal forma
de interação do usuário, essa característica pode sobrepor os aspectos visuais. Uma
experiência de uso do site se relaciona principalmente com a usabilidade do Website, ou
seja, dentro da estrutura proposta na seção 2 este nível seria abordado na categoria
“Design Lógico”. Norman(1988) propõe em seus estudos a metodologia de design
centrado no usuário, como solução para os problemas de usabilidade. Outra
característica que emerge do nível comportamental é em relação a função do Website,
onde se verifica se suas funcionalidades vão de encontro aos objetivos dos usuários, o
que traz para esse nível um relacionamento com as categorias “Público Alvo” e
“Finalidade ou Foco do Website”.
O nível reflexivo surge da subjetividade do usuário para com um determinado
artefato e esta sujeita a relação com a cultura e a sociedade, pois se relaciona com o
significado do artefato. Diferente dos outros dois níveis, o nível reflexivo não ocorre
somente no momento da utilização do Website, mas tem atuação duradoura onde o
individuo pode levar em conta experiências passadas, interesses pessoais, valores
sociais e características culturais. Podemos contemplar nesse nível a abordagem das
58
categorias “Conteúdo” e “Informações do Website”, pois nessas categorias podem-se
explorar peculiaridades como referências do conteúdo disponibilizado com o objetivo
de despertar a idéia de credibilidade, informações sobre os patrocinadores e
mantenedores dos Websites, possibilidade de acesso aos responsáveis através de uma
opção de “contato”. Dessa forma é no nível reflexivo que é processado a avaliação
geral do usuário sobre o Website, tendo a capacidade de interferir-nos outros níveis. A
categoria “Público Alvo” e “Objetivo do Website” têm influência na no processamento
reflexivo, pois de acordo com o domínio diferentes características podem gerar
expectativa reflexiva, tomemos, por exemplo, um Website de e-commerce a opção de
poder se verificar o histórico de venda de um vendedor, com avaliações positivas ou
negativas, pode gerar expectativa positiva do usuário que pretende realizar a compra.
Cada nível provoca diferentes reações e influência sobre as pessoas, de forma
que um projeto ideal deve contemplar os três níveis e as 6 categorias elencadas nesse
artigo, afim de criar experiências positivas e duradouras em seus usuários. No entanto,
cada projeto possui características próprias e a ênfase pode ser dada ao um elemento ou
nível em especial, para se chegar aos objetivos estipulados durante o planejamento do
projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender os elementos que influenciam e ocorrem sobre o comportamento
humano, configura uma área de pesquisa tão importante que se torna fácil identificar
que ela é transposta para todos os segmentos da sociedade. Identificar e antecipar os
fatores que interferem no comportamento e no cognitivismo para com uma determinada
interação pode ser explorado para proporcionar experiências positivas, prazer na
execução de uma tarefa ou orientar uma tomada de decisão.
Produtos podem provocar emoções aos seus usuários, identificar quais
características provoca certos tipos de emoções tem sido motivo de pesquisa da área de
design, e tornando cada vez mais efetiva a ideia de incluir aspectos emocionais durante
o desenvolvimento de um produto. Fica evidentemente claro, que não se pode deixar de
levar em consideração as peculiaridades intrínsecas dos seres humanos, quando se
pretende desenvolver produtos que sejam preferência na sua escolha, dentre tantos
outros com a mesma função.
Os Websites foram por muito tempo visto como meio de acesso meios de acesso
a produtos e serviços, no entanto a atenção comercial dada ao desenvolvimento de
Websites acabou por torná-lo o próprio produto. O caráter dinâmico desse mundo
virtual faz a concorrência ser tão acirrada ou mais do que no mundo físico. Havendo a
existência (e a possibilidade de rápido surgimento) de Websites que oferecem serviço e
conteúdos semelhantes, a necessidade de se obter a fidelidade de seus usuários se torna
um fator muito importante. O entendimento sobre as emoções que Websites podem
provocar em seus usuários pode ser o primeiro passo para a incorporação dos conceitos
de design emocional durante o desenvolvimento de um projeto Web. Contudo, cada
projeto tem características próprias e a ênfase em algum dos três níveis pode ser
necessária para se chegar aos objetivos estipulados no projeto, o que sugere a
necessidade de métodos que apontem com exatidão a resposta emocional que
determinada característica evoca a um público alvo.
REFERÊNCIAS
59
Norman, D. A. (2006) Emotional Design: Why We Love (or Hate) Everyday things. New York: Basic
Book.
Damásio, A. (1996) O Erro de Descartes:emoção, razão e o cérebro humano. Tradução Dora Vicente e
Georgina Segurado. São Paulo: Companhia das Letras.
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computer interaction” Boston : Pearson/Addison Wesley.
Norman, D. A. (1988) The Psychology of Everyday Things. Basic Books, New York.
60
DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTIRAL: CONCEPÇÕES DE
PROFESSORESES E ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO
DE CURVELÂNDIA-MT
DIVERSIDADE ÉTNICA Y CULTURAL: CONCEPCIONES DE PROFESORES
Y ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE MUNICIPIO DE
CURVELÂNDIA - MT.
Silvana Pirinetti da Silva.
Resumo: A presente pesquisa está aliada à elaboração de um mapeamento em uma (01)
escola pública do município de Curvelândia – MT sobre as temáticas relacionadas à
diversidade étnica e cultural. A metodologia para coleta dos dados priorizará a
utilização de questionários e entrevistas pautada na interação e relações sociais entre
aluno/professor e aluno/aluno e uma pesquisa bibliográfica de todo material pertinente à
temática. A sala de aula é concebida como um espaço de reflexão e construção do
conhecimento, para isso, é necessário compreender a educação como processo baseado
na troca de conhecimento, experiência e aprendizagem entre diferentes. Nessa ótica,
espera-se que por meio da realização dessa pesquisa uma compreensão mais abrangente
das diferentes vozes e perspectivas sobre a diversidade étnica e cultural.
Palavras - Chave: educação; diversidade; diferenças.
Palabras-clabe: educación; diversidade; diferencias.
INTRODUÇÃO
É possível perceber na escola do século XXI a presença marcante da
heterogeneidade, de partes distintas, todas com suas particularidades e especificidades,
uma realidade bem diferente das décadas passadas. Composta então por diferentes
grupos, o contexto escolar se tornou um verdadeiro ambiente sociocultural, em que
povos de diferentes culturas, língua, tradições, religião, costumes, política convivem
diariamente, transformando um espaço cheio de vivências, práticas de saberes e relações
que incluem alianças e conflitos. E, em meio esse contexto de transformações na
educação, surgem novos desafios a ser enfrentado e novos caminhos serem seguidos na
busca de uma educação igualitária pautada na diversidade humana e pluralismo cultural.
Vale destacar que a educação precisa adequar- se as necessidades dos alunos, e
não o aluno as limitações e necessidades da escola, pois quanto instituição de ensino,
sua função é preparar e capacitar o mesmo para ser agente transformador da realidade
social, oferendo subsídios e conhecimentos necessários para o exercício da cidadania.
No entanto, a atual realidade social e educacional revela a grande dificuldade em
atender a diversidade humana, em lidar com as diferenças, com a aceitação das mais
diversas formas de manifestação.
Falar então, de diversidade étnica e cultural na escola em uma sociedade
permeada pela globalização e pelos avanços da tecnologia se torna um desafio devido às
profundas mudanças que esse fenômeno mundial acarreta em todas as dimensões. Ao
61
mesmo tempo em que, esse processo oportuniza a aproximação de diferentes povos,
“estes fatores trazem à tona questões relativas à etnicidade, gênero, religião, dentre
outros. E como parte integrante e constitutiva dessa sociedade, a escola, enquanto
instituição cultural tem sido chamada a buscar o entendimento destas questões e a
apontar formas mais democráticas de convivência” (TENÓRIO e GASPARIN: 2009).
A partir dessa constatação, há necessidade da construção de uma escola aberta às
diferenças e de educadores dispostos a desenvolver práticas e questões reflexivas para
sala de aula tais como: raça, gênero, etnia, cor, cultura, classe entre tantas outras.
Tendo como referência a necessidade de professores e alunos possuírem ou obterem os
conhecimentos relativos às suas realidades étnicas culturais, esta pesquisa tem por
objetivo de aprofundar conhecimentos sobres os processos discriminatórios e
excludentes presentes no contexto escolar e de que forma as relações influencia no
processo de ensino aprendizagem do aluno.
METODOLOGIA
A presente pesquisa busca, por intermédio de um estudo qualitativo, desenvolver
um mapeamento em uma (01) escola pública do município de Curvelândia – MT sobre
as temáticas relacionadas à diversidade étnica e cultural a partir de entrevistas com
professores e alunos, relacionando os dados coletados com a análise de referenciais
bibliográficos sobre o tema.
Minayo (1996) acrescenta que, na pesquisa qualitativa trabalha-se com o universo
de significados, motivos, aspirações, crenças, valores, e aprofunda-se no mundo de
significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e ausente em
equações, médias e estatísticas.
Segundo Gil (2002, p. 44) “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
A metodologia para coleta dos dados priorizará a utilização de questionários e
entrevistas pautada na interação e relações sociais entre aluno/professor e aluno/aluno.
Aliada à pesquisa de campo, utilizaremos a pesquisa bibliográfica efetuando através de
uma análise referencial uma leitura Exploratória e Seletiva de todo material pertinente à
temática. E, conjuntamente com análise qualitativa, a utilização da perspectiva
multicultural para apresentação e discussão metodológica dos dados coletados, permitira
uma compreensão mais abrangente das diferentes vozes e perspectivas sobre a
diversidade étnica e cultural.
As análises dos dados coletados por meio da observação e aplicação de entrevistas
serão articuladas e confrontadas com a pesquisa bibliográfica existente de acordo com
os objetivos específicos relativos à temática do estudo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que a questão da relação entre diversidade étnica cultural e prática
docente se torna ponto de partida para a construção de uma escola democrática, porém,
refletir sobre os paradigmas culturais implica pensar a relação entre eu e o outro, o que
provoca uma série de conflitos e resistência à mudança.
Tem-se hoje, devido à construção ao longo dos anos de estereótipos e
nacionalismo exacerbado, uma sociedade extremamente preconceituosa e
62
discriminadora. Nessa ótica, não tem como negar que a condição de diversidade entre
indivíduos é uma questão social, que precisa ser revista, pensada e construída a partir de
novos conceitos e políticas. Por essa razão, a educação se torna peça fundamental na
elaboração e disseminação de novas atitudes, pensamentos e práticas.
Pode-se afirmar que, os resultados deste tipo de pesquisa poderão oferecer
subsídios para auxiliar nas ações das políticas públicas de educação voltadas para a
questão da inclusão e da diversidade étnica e cultural, ao mesmo tempo em que possui
relevância por incluir em sua proposta de investigação a análise do currículo acerca da
estruturação do conteúdo de ensino e da relação trabalho /educação, apontando seus
limites e possibilidades.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MINAYO, M. C. de S. (Org.) et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 19 ed. Petrópolis:
Vozes, 2001.
TENÓRIO, A. GASPARIN, J. L. Educar para a diversidade: desafio de uma prática escolar. IX
Congresso Nacional de Educação – EDUCERE. III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia 26 a 29 de
outubro de 2009 – PUCPR. Disponível no site:
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/1912_1112.pdf Acesso em: 20/08/2016.
63
DOENÇA RENAL CRÔNICA E AS ALTERAÇÕES NA PRESSÃO ARTERIAL
ENFERMEDAD RENAL CRÓNICA Y CAMBIOS EN LA PRESIÓN
Shaiana V Hartwig
Resumo Objeto de estudo: a hipertensão arterial está presente em cerca de 60-100% dos
pacientes com doença renal crônica, a hipertensão prolongada danifica os vasos sanguíneos,
causando assim falha renal. O controle rigoroso da pressão arterial é da maior importância para
minimizar a progressão da doença renal, além de diminuir o risco da doença cardiovascular
associados. Objetivo: descrever os efeitos da pressão arterial na doença renal crônica.
Metodologia: revisão bibliográfica tipo narrativa, em estudos publicados em bases eletrônicas
(SciELO, MEDLINE, PubMed, Lilacs) com descritores referentes a doença renal crônica e a
pressão arterial. Considerações finais: a hipertensão arterial sistêmica está intimamente
relacionada com a doença renal crônica podendo ser a causa ou consequência da doença. Os
valores recomendado para a pressão arterial dos pacientes com doença renal crônica mudam
conforme os estudos são desenvolvidos sendo atualmente recomendando o valor menor que
140/90mmHg para esse grupo de pacientes.
Palavras-chave: hipertensão arterial; doença crônica renal; pressão arterial.
Palabras-clabe: hipertensión; enfermedad renal crónica; la hipertensión arterial.
INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial está presente em cerca de 60-100% dos pacientes com
doença renal crônica (DRC) (RITZ; ADAMCZAK; ZEIER, 2003, CAMPESE; MITRA;
SANDEE, 2006). A hipertensão é um dos principais fatores de risco para a DRC sendo
responsável por 40% de sua origem para os pacientes no Brasil (ROMÃO JUNIOR,
2004). Segundo Cândido et al. (2015) a prevalência de hipertensão arterial nos pacientes
portadores de DRC foi de 78,8%.
A hipertensão prolongada danifica os vasos sanguíneos, causando assim falha
renal (CONSTANZO, 1999). Os principais mecanismos que levam à hipertensão nos
pacientes com DRC são a sobrecarga de volume e ativação do sistema renina-
angiotensina-aldosterona (RITZ; ADAMCZAK; ZEIER, 2003; NATIONAL KIDNEY
FOUNDATION, 2012; MODESTI et al., 2013).
A hipertensão arterial está ligada a DRC e sendo assim, fica cada vez mais claro
que o controle rigoroso da pressão arterial é da maior importância para minimizar a
progressão da DRC, além de diminuir o risco da doença cardiovascular frequentemente
associada (DASGUPTA et al., 1999). O objetivo desse trabalho é descrever os efeitos
da pressão arterial na doença renal crônica.
METODOLOGIA
Desenho do estudo: Estudo de revisão bibliográfica tipo narrativa, em diferentes
bases de dados eletrônicas científicas, através de descritores referentes a doença renal
crônica e a pressão arterial. A pesquisa bibliográfica foi conduzida nas seguintes bases
de dados eletrônicas: (1) Scientific Electronic Library Online - SciELO; (2) Medical
64
Literature Analysis and Retrieved System - MEDLINE; e (3) Literatura Latino-
americana e do Caribe em Ciências da Saúde - Lilacs; (4) U.S. National Library of
Medicine - PubMed.
Estratégia de busca: As buscas foram conduzidas através de descritores em português e
em inglês contidos no título ou nos resumos dos estudos. Utilizou-se o operador
booleano “AND” e “OR”, além da utilização das aspas a fim de facilitar a busca aos
manuscritos. A combinação de termos utilizados juntos ou separados nas respectivas
bases de dados (SciELO, PubMed, Medline, LILACS) foram: doença renal crônica (
pressão arterial (blood pressure). Utilizou-se artigos do tipo original, publicados em
periódicos internacionais ou nacionais, nos idiomas inglês, português ou espanhol,
independente do ano de publicação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na DRC a hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui-se como um agente de
agravamento da doença renal, determina uma sobrecarga agressiva mecânica e
hemodinâmica que pode levar a disfunção endotelial glomerular, havendo maior
permeabilidade da membrana glomerular determinando a proteinúria, que por sua vez se
comporta como um agente lesivo da função tubular. A hipertensão é produzida pela
ação de substancias vasoativa e que podem também exagerar sua produção no rim, bem
como estimular a formação de substâncias, como citocinas e fatores de crescimento,
levando a inflamação e maior produção de proteínas da matriz extracelular, fatores que
contribuem para manter e reforçar as características patogênicas da DRC através da
instituição de uma nefroesclerose hipertensiva (DOUGLAS, 2001; FERMI, 2010).
A Organização Mundial de Saúde recomenda valores da pressão arterial
130/85mmHg (140/90mmHg em pacientes com idade acima de 60 anos) para os
pacientes com doenças renais (WHO, 2003). O sexto relato do Joint National
Committee of Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure
– JNC-VI (1997) recomendava a manutenção da pressão arterial em nível inferior a
140/90mmHg nos indivíduos com baixo risco de doença cardiovascular e inferior a
130/85mmHg nos pacientes diabéticos, portadores de doença cardiovascular e que
apresentam comprometimento de órgãos alvos, incluindo a DRC.
Em 2014 o oitavo relatório dessa mesma comissão alterou a recomendação para
DRC, recomendando o início do tratamento farmacológico se PAS ≥140mmHg ou PAD
≥90mmHg, com meta da PA <140/90mmHg. Não havendo mais recomendação
específica com alvos mais baixos para estes pacientes (JAMES et al., 2014).
Segundo a National Kidney Foundation a meta a ser atingida para paciente com
DRC é PA abaixo que 140/90mmHg (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2012).
No estudo Modification of Diet in Renal Disease Study constatou-se que a
diminuição do ritmo de filtração glomerular foi de -3,56 e -4,10 ml/min/ano nos
pacientes mantidos com pressão arterial média de 92mmHg (120/75mmHg) e
107mmHg (140/90mmHg), respectivamente. No período de observação de 9,4 anos, o
grupo com controle mais rigoroso da PA permaneceu 1,24 anos (9,43 vs. 8,19 anos) a
mais em tratamento conservador aumentando sua sobrevida (PETERSON et al., 1995).
65
A morbidade e mortalidade de paciente em diálise têm como principal causa as
doenças cardiovasculares superando em muito as infecções, as neoplasias e os
abandonos voluntários ao tratamento hemodialítico. A mortalidade cardiovascular de
pacientes submetidos à hemodiálise é alta, chegando a 50% dos pacientes renais
crônicos, sendo 10 a 20 vezes mais elevada em comparação com a população em geral
(FOLEY et al.,1998; VUKUSICH et al., 2002; ZOCCALI et al., 2004; ALMEIDA et
al., 2010).
A influência da HAS nessas taxas tem gerado maior interesse na pesquisa, nos
diferentes aspectos característicos desses grupos, e aparentemente está intimamente
relacionado com fatores de risco não modificáveis como idade, sexo, raça/cor e história
familiar da doença, além de fatores modificáveis como riscos ambientais (variações
climáticas), estilo de vida, sobrepeso/obesidade e dietas pobres com excesso de sódio
(NERBASS et al., 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A HAS está intimamente relacionada com a DRC podendo ser a causa ou
consequência da doença. Os valores recomendado para a pressão arterial dos pacientes
com DRC mudam conforme os estudos são desenvolvidos sendo atualmente
recomendando o valor menor que 140/90mmHg para esse grupo de pacientes.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, F.A.A.; MACHADO, F.C.; MOURA JUNIOR, J.A.; GUIMARÃES, A.C. Global and
cardiovascular mortality and risk factors in patients under hemodialysis treatment. Arq. Bras. Cardiol,
[s.l.], v. 94, n. 2, 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2010005000003>. Acesso
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CAMPESE, V.M.; KOGOSOV, E.; KOSS, M. Renal afferent denervation prevents the progression of
renal disease in the renal ablation model of chronic renal failure in the rat, Am J Kidney Dis, [s.l.], v. 26,
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CÂNDIDO, J.S.A.; MILAGRES, C.S.; SIMAN, A.G.; CARVALHO, C.A.; AMARO, M.O.F. Arterial
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CONSTANZO, L. Fisiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
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HANDLER, J.; LACKLAND, D.T.; LEFEVRE, M.L.; MACKENZIE, T.D.; OGEDEGBE. O.; SMIT,
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VUKUSICH, A.C.; FIERRO, A.C.; MORALES, B.J.; FANTUZZI, A.S.; VUKUSICH, C.V.;
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ZOCCALI. C.; BENEDETTO, F.A.; TRIPEPI, G.; MALLAMACI, F. Cardiac consequences of
hypertension in hemodialysis patients. Semin Dial, v. 17, n. 4, p. 299-303, 2004.
67
ECONOMIA SOLIDÁRIA: NOVO MODO DE PRODUÇÃO
ECONOMÍA SOLIDARIA: NUEVO MODO DE PRODUCCIÓN
Rafaela Graziele Castrillon,
Mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas UNEMAT [email protected]
Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior,
Mestrando em Ciências Ambientais - UNEMAT [email protected]
Thaline Daiane Castrillon Macedo,
Especialista em Gestão em Saúde - UFMT/Cuiabá -MT.
Resumo As proposta deste trabalho consiste na discussão a partir de uma pesquisa
bibliográfica sobre elementos que conduzem o trabalho na perspectiva da economia
solidária. Esta iniciativa nasceu a partir da realização da disciplina de políticas públicas
na pós graduação lato sensu em Economia Solidária e Políticas Públicas, tendo como
objetivo central esta em descrever o diálogo e a concepção de trabalho nesta concepção
de mundo. A perspectiva de estabelecimento, formas diferentes ao trabalho no sistema
econômico capitalista, acompanham a validação do trabalho na perspectiva de realizar
um olhar ambiental, cultural, social no trabalho econômico financeiro, permitindo outro
olhar sobre o mundo do trabalho.
Palavras-chaves: economia solidária; capitalismo; produção.
Palabras-clabe: economía social; el capitalismo; la producción.
INTRODUÇÃO
Economia solidária é centrada na valorização do ser humano e não do capital.
Pode ser considerado o caminho de afirmação de novos valores nas relações sociais de
produção, consumo e distribuição de riqueza. Ela surgiu como uma linha de pensamento
alternativo, para tentar reduzir as mazelas da sociedade. Medidas econômicas que se
baseiam em princípios igualitários e podem abrandar o desemprego e a pobreza. Para
tanto, este trabalho objetiva conduzir a descrição do olhar do trabalho na concepção da
economia solidária a partir das teorias e conceitos de pesquisadores que trabalham com
esta temática
Em ‘A economia solidária diante do modo de produção capitalista’, Luiz Inácio
Gaiger diz que as iniciativas econômicas, como o trabalho cooperativo e de autogestão,
representam uma opção ponderável para os segmentos sociais de baixa renda. Estudos a
respeito em diferentes contextos nacionais, indicam que tais iniciativas, de nítida reação
à perda do trabalho e a condições extremas de subalternidade, estão convertendo-se em
um eficiente mecanismo gerador de trabalho e renda, alcançando níveis de desempenho
que as habilitam a permanecerem no mercado, com razoáveis perspectivas de
sobrevivência (NYSSENS, 1996; GAIGER et. al., 1999).
Para que a economia solidária realmente seja uma alternativa superior ao
capitalismo, ela terá de gerar sua própria dinâmica e suas próprias leis, em vez de
68
depender das contradições do modo dominante de produção, e assim lhe abrir um novo
caminho (SINGER et. al., 2000, p. 13).
Diante do quadro promissor, além de carrear rapidamente o apoio de ativistas,
agências dotadas de programas sociais e órgãos públicos, suscitou o interesse dos
estudiosos para o problema da viabilidade desses empreendimentos em longo prazo,
bem como para a natureza e o significado contido nos seus traços sociais peculiares, de
socialização dos bens de produção e do trabalho.
METODOLOGIA
Para retratarmos a discussão que objetiva o trabalho, laboraremos com um estudo
de natureza bibliográfica atentando para que as correntes abordadas consigam fornecer
uma boa companhia entre as locuções realizadas.
Vendo-a seja como um campo de trabalho institucional, seja um alvo de políticas
públicas de contenção da pobreza, seja ainda uma nova frente de lutas de caráter
estratégico, visões, conceitos e práticas cruzam-se intensamente, interpelando-se e
promovendo a economia solidária como uma alternativa para os excluídos, os
trabalhadores, um modelo de desenvolvimento comprometido com os interesses
populares, etc.; uma alternativa, ao aprofundamento das iniquidades, às políticas de
corte neoliberal, ao próprio capitalismo.
Singer (2008) aponta a necessidade de estabelecer o vínculo da economia solidária
com as experiências cooperativistas históricas, de caráter socialista, tendo a experiência
cooperativista a sua origem no período de posterior consolidação do capitalismo
industrial.
Tomada como uma sentença afirmativa, a tese em tema possui consequências
amplas e profundas, pois resolve de vez com o caráter alternativo da economia solidária:
a implantação de um novo modo de produção.
Tomando por base a exegese cuidadosa realizada por autores dedicados ao
assunto, tais entendimentos ficariam sem guarida, sendo por outro lado necessário
reconhecer, ao menos, outro uso comum nos escritos de Marx, em que modo de
produção possui um caráter meramente descritivo, referindo-se a certa forma concreta
de produzir (artesanato, manufatura) ou, mais amplamente, a um estágio geral de
desenvolvimento tecnológico (indústria).
Embasando-se em Novaes (2004) onde o trabalho alienado não reflete apenas a
relação entre objeto e trabalhador, mas sim a relação do trabalhador com os outros
homens. Isso demonstra que apesar de um trabalhador estar inserido em uma empresa
coletivizada e, devido a isso, ter se tornado dono de seu produto final, assim como
conhecedor de todo o processo de produção, ele “rompeu com o estranhamento do
processo de trabalho, mas não necessariamente rompeu com a alienação do produto do
trabalho”.
Mesmo o modo de produção estabelecendo uma totalidade orgânica e um
processo renovado de todo sistema, desde a produção até o consumo de bens materiais,
todas as etapas distintas e, ao mesmo tempo, combinadas no fluir de um processo único,
é à produção que pertence à determinação fundamental e o ponto recorrente.”
(GORENDER, 1978).
69
RESULTADOS E DISCUÇÕES
O modo de produção capitalista nasce da reunião de quatro características da vida
econômica, até então separadas: a) um regime de produção de mercadorias, de produtos
que não visam senão ao mercado; b) a separação entre os proprietários dos meios de
produção e os trabalhadores, desprovidos e objetivamente apartados daqueles meios; c)
a conversão da força-de-trabalho igualmente em mercadoria, sob forma de trabalho
assalariado; d) a extração da mais-valia, sobre o trabalho assim cedido ao detentor dos
meios de produção, como meio para a ampliação incessante do valor investido na
produção; a mais-valia é a finalidade direta e o móvel determinante da produção,
cabendo à circulação garantir a realização do lucro e a reposição ampliada do capital.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A economia solidária tem vínculo com o respeito a terra, com uma ideia de
valorização humana que não é uma abstração: significa trabalho decente e bem
remunerado. Busca uma nova visão alternativa do trabalho diferente de como as
relações capitalistas apresentam: alienada e assalariada. O trabalho deve ser algo
democrático economicamente e deve ter a finalidade de ampliar e libertar a vida
humana. As atividades de economia solidária tem promovido a inclusão de pessoas
humildes pelo mercado de trabalho e um desenvolvimento econômico e social mais
sustentável.
Como processo em construção e amadurecimento, o movimento da economia
solidária se depara com diversas dificuldades ou desafios que ainda necessitam ser
superadas, mas que evidenciam seu caráter revolucionário e aberto à novas
possibilidades.
Os principais desafios do movimento circundam a superação de uma cultura
individualista, destruidora de qualquer coalizão solidária; investimentos em meios de
produção e tecnologia, para que o movimento seja sustentável; o acesso a credito que
viabilize tais investimentos e promova o crescimento e disseminação de sua rede; além,
de políticas públicas adequadas ao movimento, que não só apoie e ajude o movimento a
se desenvolver, mas que proporcione condições legais para a execução de sua dinâmica
econômica.
REFERÊNCIAS
GAIGER, L. et al. . “A economia solidária no RS: viabilidade e perspectivas”. Cadernos CEDOPE - Série
Movimentos Sociais e Cultura, São Leopoldo, 1999.
GORENDER, J. O Escravismo Colonial. São Paulo, Ática, 1978.
NOVAES, H. T. Os Simões Bacamarte da economia solidária. Disponível em <
http://www.itcp.unicamp.br/itcp/arq166.pdf. Versão preliminar agosto de 2004. Acesso Em 14/04/2017.
NYSSENS, M. (1996). “Economie populaire au sud, économie sociale au nord: des germes d’économie
solidaire?”. In: SAUVAGE, P. et al. Réconcilier l’économique et le social. Paris: OCDE, pp. 95-120.
70
SINGER, P. I. Globalização e desemprego: diagnósticos e alternativas. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
139 p.
SINGER, P. Economia Solidária: um modo de produção e distribuição. In: SINGER, Paul; SOUZA,
André Ricardo de (Org.). A Economia Solidária no Brasil: A autogestão como resposta ao desemprego.
São Paulo: Contexto, 2000. p. 13.
71
EDUCAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE REALIZADOS NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA EM CÁCERES-MT
EDUCACION SALUD Y AMBIENTE EN ATENCIÓN PRIMARIA DE
CACERES-MT
Danyella Rodrigues de Almeida
Aumeri Carlos Bampi
Antônio Francisco Malheiros
Resumo Introdução: A educação em saúde apresenta uma inter-relação e um
significado mais amplo no processo de capacitação das pessoas, como proporcionar uma
abordagem socio educativa. Objetivo: Descrever as práticas educativas em saúde sobre
o cuidar do meio ambiente desenvolvida pelas equipes de saúde nas ESF’s de Cáceres-
MT. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva e qualitativa, realizada com 39
profissionais de saúde, através de um questionário com perguntas fechadas, coletados
entre julho e setembro de 2015. Resultados: As abordagens utilizadas acontecem por
meio de palestra na unidade de saúde (20,5%), campanha porta a porta (18,8%), durante
a consulta (14%), campanha em escolas (13,5%), TV (8,3%), jornal (4,8%), rádio (4,5),
nenhum (5,8%) e não respondeu (9,7%). Conclusão: A educação ambiental e a
educação em saúde são ações realizadas pela equipe de saúde da atenção primária, para
sensibilizar e estimular a realização de novas práticas e habilidades de saúde.
Palavras-chave: educação para saúde; saúde da família; meio ambiente.
Palabras-clabe: educación para la salud; Salud de la Familia; Medio Ambiente.
INTRODUÇÃO
No Brasil, no início da década de 1960, com o desenvolvimento da
industrialização e infraestrutura, ocorreu a modernização do Estado e ampliaram-se os
serviços de saúde, comunicação, ciência e tecnologia, redes rodoviárias, energia e
habitação e intensificou-se a migração da população da área rural para a urbana
(BARRETO et al., 2011).
A urbanização em Mato Grosso foi fortemente influenciada pelo avanço da
atividade agrícola, que atraiu mão-de-obra de outros estados do país (MORENO; HIGA,
2005). Na década de 1970, o município de Cáceres viveu o auge de sua economia,
promovendo um incentivo à vinda de migrantes para a região (SANTOS;
ZAMPARONI, 2012).
A partir desse período, a migração foi impulsionada pela falta de políticas de
fixação do homem no campo, pela mecanização na área rural, resultado da
industrialização. As terras passaram a ficar concentradas nas mãos de poucos e a
monocultura foi expandida no país. As cidades, no entanto, não estavam preparadas
estruturalmente para receber o intenso fluxo de pessoas em um curto período e como
resultado da ação antrópica, a paisagem natural foi alterada, gerando efeitos negativos,
72
como a degradação do ambiente urbano e alteração do perfil epidemiológico das
doenças infecciosas e parasitárias nas áreas rural e urbana.
Em 1990, com as melhorias sanitárias, desenvolvimento e implantação do
Programa Nacional de Imunização (PNI), expansão dos serviços de saúde e as medidas
de controle, houve uma redução e modificação do quadro epidemiológico das doenças
infecciosas e parasitárias, porém não foram suficientes para erradicá-las. Essas doenças
podem ser prevenidas e controladas, mas ainda permanecem com quadro considerávelde
morbimortalidade acarretando impacto na utilização da rede assistencial, como aumento
dos custos hospitalares e de programas de controle das doenças, pois estão relacionados
diretamente às condições socioeconômicas e sanitárias inadequadas em que muitos
brasileiros, ainda, estão inseridos (LIMA, 2013).
Sanear pode ser compreendido como tornar sadio, saudável, são e equivale a
saúde. O saneamento proporciona melhores condições de saúde para a população, por
meio de ações preventivas as quais impedem a contaminação das doenças. Logo,
podemos dizer que, com a presença de saneamento a população apresenta maiores
possibilidades de uma vida saudável e com qualidade, diminuindo os índices de
mortalidade e morbidades causadas pelas condições sanitárias precárias (GUIMARÃES
et al., 2007).
A disposição e utilização dos serviços de saneamento pela população urbana,
principalmente das áreas das periferias, são primordiais para a promoção e manutenção
da saúde, prevenção e redução das doenças infecciosas e parasitárias. Logo, é
fundamental orientar e estimular a comunidade quanto às práticas de higiene domésticas
saudáveis, abastecimento e tratamento doméstico da água, utilização de esgoto,
acondicionamento e coleta do lixo, preservação e manutenção da qualidade do meio
ambiente urbano.
Essas ações são realizadas pela equipe de saúde da ESF. Tais ações têm como
objetivo promover a saúde e melhorar a qualidade de vida da população, através da
organização e execução de suas ações adequadas ao enfrentamento dos problemas
existentes em sua área de abrangência. A equipe desenvolve atividades de vigilância e
promoção da saúde, prevenção e controle de doenças e agravos, sendo fundamental ter
conhecimentos e técnicas da epidemiologia, do planejamento e das ciências sociais, para
garantir e promover essa qualidade de vida para a comunidade (CAMPOS;
GUERRERO, 2010).
A ESF foi implantada para atender à população carente, das áreas das periferias,
muitas vezes desprovidas de condições de saneamento básico, com objetivo de
desenvolver ações de promoção e proteção à saúde, ações educativas para interferir no
processo saúde-doença da população e desenvolver o controle social na defesa da
qualidade de vida, promover ações focalizadas sobre os grupos e fatores de risco.
A esta pesquisa tem como objetivo descrever as práticas educativas em saúde sobre o
cuidar do meio ambiente desenvolvida pelas equipes de saúde nas ESF’s de Cáceres-
MT.
73
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, com o objetivo de
identificar o conhecimento das doenças infecciosas e parasitárias relacionadas à
degradação ambiental, e os métodos e ações utilizados pelos profissionais de saúde da
Estratégia Saúde da Família (ESF) na prevenção e controle das doenças infecciosas e
parasitárias.
Na pesquisa, participaram as 10 equipes de saúde das Estratégias Saúde da
Família da área urbana, somaram 39 profissionais, sendo 17 agentes comunitários de
saúde, 8 técnicos de enfermagem, 9 enfermeiros e 5 médicos. Para a coleta de dados foi
realizado um questionário estruturado com questões fechadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No geral, as abordagens utilizadas pelas equipes de saúde da família para orientar
sobre o cuidar do meio ambiente, acontecem por meio de palestra na unidade de saúde
(20,5%), campanha porta a porta (18,8%), durante a consulta (14%), campanha em
escolas (13,5%), TV (8,3%), jornal (4,8%), rádio (4,5), nenhum (5,8%) e não respondeu
(9,7%).
Os profissionais de saúde desenvolvem ações educativas que possam intervir no
processo de saúde-doença da população e ampliar o controle social na defesa da
qualidade de vida; assumem a responsabilidade sanitária da população adstrita;
promovem educação em saúde e ambiental para estimular e fortalecer a consciência
crítica sobre a problemática ambiental e social; e estimulam práticas e controle sobre
sua saúde e sua qualidade de vida.
A educação ambiental, a promoção e educação em saúde são ações realizadas
pela equipe de saúde da atenção primária, para sensibilizar e estimular a realização de
novas práticas e habilidades de saúde, além de, promover uma melhor qualidade de
vida, por meio da motivação e incentivo em manter um ambiente urbano saudável que
favoreça a prevenção de doenças infecciosas e parasitárias, e estimular a promoção e a
vigilância em saúde, por meio de uma assistência integral, humanizada e de qualidade
para a comunidade.
REFERÊNCIA
BARRETO, M. L.; TEIXEIRA, M. G.; BASTOS, F. I. Successes andd failures in the controlo f infectous
diseases in Brazil: social and environment context, policies, interventions, and research needs. The
Lancet, v. 377, nº 9780, p. 1877-1989, maio, 2011.
CAMPOS, G. W. S.; GUERRERO, A. V. P (org.). Manual de práticas de atenção básica: saúde
ampliada e compartilhada. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2010.
GUIMARÃES, A. J. A.; CARVALHO, D. F.; SILVA, L. D. B. Saneamento e meio ambiente. Ago.
2007. Disponível em:
74
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%20179/Cap
%203.pdf. Acesso: 23 dez. 2015.
LIMA, Dayson José Jardim. Ambiente e Saúde na Cidade de Manaus: percepção de moradores
(estudantes do Ensino Médio) sobre degradação ambiental e doenças infectoparasitárias. 227 f. Tese
(Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2013.
MORENO, G.; HIGA, T. C. S (org.). Geografia de Mato Grosso: território, sociedade, ambiente.
Colaboração de Gilda Tomasini Maitelli. –Cuiabá: Entrelinhas, 2005.
SANTOS, L.; ZAMPARONI, C. A. G. P. Evolução demográfica e influência no uso e ocupação do solo
urbano em Cáceres (MT) entre 1940 e 2010. ACTA Geográfica, Boa Vista, v. 6, n. 13, set./dez., p. 117-
136, 2012.
75
ENFERMIDADES INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS EM ÁREAS
POBRES DE DESENVOLVIMENTO: EQUIPE DE CONHECIMENTO DE
ATENÇÃO PRIMÁRIA
ENFERMEDADES INFECCIOSAS Y PARASITARIAS EN MALAS
ÁREAS DE DESARROLLO: EQUIPO DE CONOCIMIENTO DE ATENCIÓN
PRIMARIA
Danyella Rodrigues de Almeida
Aumeri Carlos Bampi
Antônio Francisco Malheiros
Resumo: A drenagem urbana é um componente importante do saneamento básico,
porém é discutida de maneira isolada na maioria dos municípios brasileiros. Objetivo:
identificar o conhecimento das doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou
obtidas em áreas precárias de urbanização pela equipe de saúde da ESF de Cáceres.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada
com a equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família, na cidade de Cáceres-MT.
Resultado: A equipe da Vista Alegre apresentou 38,7% de conhecimento seguido da
equipe do CAIC (37,8%), Marajoara (24,9%), Vila Irene (22,2%), Jardim Paraíso
(19,8%) e Vila Real (11,1%). Considerações: As equipes apresentam pouco
conhecimento sobre as doenças transmitidas/obtidas em áreas precárias de urbanização,
pois 15,7% das equipes citaram as doenças, 4,3% não especificaram os agentes
etiológicos, 30,0% das doenças foram desconsideradas e 50,0% da equipe de saúde não
responderam.
Palavras-chave: doenças infecciosas e parasitarias; urbanização; saúde.
Palabras clave: enfermedades infecciosas y parasitarias; la urbanización; la salud.
INTRODUÇÃO
A disposição e utilização dos serviços de saneamento pela população urbana,
principalmente das áreas das periferias, são primordiais para a promoção e manutenção
da saúde, prevenção e redução das doenças infecciosas e parasitárias. Logo, é
fundamental orientar e estimular a comunidade quanto às práticas de higiene domésticas
saudáveis, abastecimento e tratamento doméstico da água, utilização de esgoto,
acondicionamento e coleta do lixo, preservação e manutenção da qualidade do meio
ambiente urbano.
Essas ações são realizadas pela equipe de saúde da ESF. Tais ações têm como
objetivo promover a saúde e melhorar a qualidade de vida da população, através da
organização e execução de suas ações adequadas ao enfrentamento dos problemas
existentes em sua área de abrangência. A equipe desenvolve atividades de vigilância e
promoção da saúde, prevenção e controle de doenças e agravos, sendo fundamental ter
conhecimentos e técnicas da epidemiologia, do planejamento e das ciências sociais, para
garantir e promover essa qualidade de vida para a comunidade (CAMPOS;
GUERRERO, 2010).
76
A pesquisa tem como objetivo identificar o conhecimento das doenças infecciosas
e parasitárias transmitidas e/ou obtidas em áreas precárias de urbanização pela equipe de
saúde da ESF de Cáceres.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada com a
equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família, na cidade de Cáceres-MT. A cidade
possui 10 Unidades de Saúde da Família na área urbana e três na rural. Foram inclusas,
somente, as equipes de saúde da área urbana. Participaram da pesquisa 39 profissionais
da saúde da família, sendo 17 agentes comunitários de saúde, 8 técnicos de
enfermagem, 9 enfermeiros e 5 médicos.
Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2015. A análise e a
interpretação do material foram realizadas a partir da leitura analítica dos dados
coletados com a finalidade de ordenar e sumariar as informações, de forma que
possibilitassem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa, atingindo os objetivos
propostos.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Na classificação ambiental das doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou
obtidas em áreas precárias de urbanização, foram consideradas as doenças relacionadas
com a drenagem urbana, com fezes humanas e com a água. A Tabela 1 apresentam os
dados do conhecimento das dez equipes quanto às doenças transmitidas/obtidas em
áreas precárias de urbanização por ESF, às categorias e suas subcategorias: doenças
relacionadas com a drenagem urbana; relacionadas com as excretas humanas;
relacionadas com a água; doenças não especificadas; doenças desconsideradas; e sem
resposta. No entanto, as doenças que fazem parte de mais de uma categoria como, por
exemplo, a dengue (relacionadas com a drenagem e com a água) não foram
consideradas em mais de uma categoria, seguiram a ordem de classificação da categoria
na tabela.
Em relação ao conhecimento das equipes de saúde da famìlia sobre as doenças
transmitidas e/ou obtidas em áreas precárias de urbanização, a equipe da Vista Alegre
apresentou 38,7% de conhecimento seguido da equipe do CAIC (37,8%), Marajoara
(24,9%), Vila Irene (22,2%), Jardim Paraíso (19,8%) e Vila Real (11,1%). As equipes
Cohab Nova, Guanabara, Rodeio e Vitória Régia não apresentaram nenhum
conhecimento a respeito das doenças que ocorrem em áreas precárias de urbanização
As equipes da Cohab Nova e Guanabara citaram doenças não especificadas
(ambas com 16,6% cada) e desconsideradas (16,6% e 33,2% respectivamente). A
equipe do Rodeio e Vitória Régia não responderam. Em resumo, a soma das doenças
não especificadas, desconsideradas e sem respostas foi de 84,3%.
Dentre as doenças mencionadas pela equipe relacionadas à drenagem urbana e
transmitidas por vetores que proliferaram em empoçamentos e alagadiços, estão a zika,
a chikungunya, a dengue e a febre amarela. A zika e a chikungunya não estão presentes
na Tabela 8, porém, foram incluídas nesta pesquisa, devido a sua transmissão ocorrer
pela picada do mosquito infectado, principalmente o Aedes aegypti, mesmo vetor da
77
dengue e febre amarela, e, atualmente, serem consideradas emergência global de saúde
pública.
78
Tabela 1: Distribuição (%) das três doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas em áreas precárias de urbanização, identificados pelos profissionais da família,
por ESF, 2015.
VA MJ CN VR RO VI CAIC JP VRE GN
CATEGORIA
DOENÇAS RELACIONADAS À DRENAGEM URBANA
Dengue 0 16,6 0 11,1 0 11,1 9,5 0 0 0
Zika 0 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0
Chikungunya 0 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0
Febre amarela 11,1 0 0 0 0 0 9,5 0 0 0
Leptospirose 5,5 8,3 0 0 0 11,1 0 0 0 0
DOENÇAS RELACIONADAS COM AS EXCRETAS
Enterobíase 0 0 0 0 0 0 0 6,6 0 0
Giardíase 0 0 0 0 0 0 0 6,6 0 0
Ascaridíase 0 0 0 0 0 0 4,7 6,6 0 0
DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA
Doenças de pele 5,5 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0
Leishmaniose 16,6 0 0 0 0 0 0 0 0 0
DOENÇAS NÃO ESPECIFICADAS
Diarreia 0 0 16,6 0 0 0 4,7 0 0 16,6
Verminose 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
79
DOENÇAS DESCONSIDERADAS
Tuberculose 11,1 25 0 22,2 0 11,1 4,7 20 0 0
Hanseníase 5,5 16,6 0 11,1 0 0 4,7 20 0 0
Infecção respiratória 0 0 16,6 0 0 0 0 0 0 16,6
Bronquite 0 0 0 0 0 11,1 0 0 0 0
Asma 0 0 0 0 0 11,1 0 0 0
Doenças alérgicas (poeira, poluição) 0 0 0 0 0 22,2 0 0 0 0
Gripe 0 0 0 0 0 11,1 00 0 0 0
Anemia 0 0 0 0 0 11,1 0 0 0 0
Desnutrição 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16,6
Impetigo 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Toxoplasmose 5,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Escabiose 0 0 0 0 0 0 0 20 0 0
SEM RESPOSTA 27,7 33,3 66,6 55,5 100 0 47,6 20 100 50
Legenda: VA: Vista Alegre; MJ: Marajoara; CN: Cohab Nova; VR: Vila Real; RO: Rodeio; VI: Vila Irene; CAIC: CAIC; JP: Jardim Paraíso; VRE: Vitória
Régia; GN: Guanabara.
80
No geral, as doenças relacionadas à drenagem urbana transmitida por vetor foram
as de maior conhecimento pela equipe de saúde da família, com 7,8%. Dentre elas, a
dengue com 4,8% foi citada por quatro equipes (Marajoara, Vila Real, Vila Irene e
CAIC), a febre amarela com 2,0% pelas equipes do CAIC e Vista Alegre e, a zika e a
chikungunya com 0,4% cada uma, apenas pela equipe do CAIC. Logo, o conhecimento
da equipe de saúde da família sobre as doenças transmitidas por mosquitos (Aedes
aegypti) que proliferam em resíduos que acumulam água é primordial para a promoção
da saúde e prevenção dos casos de dengue, chikungunya e zika vírus. De modo geral, as
doenças relacionadas à drenagem urbana apresentaram maior conhecimento pela equipe
das ESF, com 10,5% das citações, seguida das doenças relacionadas com as excretas
humanas com 2,5% e, por último, as doenças relacionadas com a água, citadas por 2,6%
dos membros da equipes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As equipes apresentam pouco conhecimento sobre as doenças transmitidas/obtidas
em áreas precárias de urbanização, pois 15,7% das equipes citaram as doenças, 4,3%
não especificaram os agentes etiológicos, 30,0% das doenças foram desconsideradas e
50,0% da equipe de saúde não responderam. As ações de prevenção de doenças e
promoção da saúde são atribuições comuns da equipe de saúde da família, no entanto,
alguns profissionais de saúde não desenvolvem as ações que são de sua responsabilidade
e de sua competência profissional. Portanto, faz-se necessário orientar sobre atitudes e
práticas que promovam a saúde e um ambiente com qualidade, com objetivo de prevenir
e controlar as doenças infecciosas e parasitárias transmitidas/obtidas em áreas precárias
de urbanização.
REFERENCIA
CAMPOS, G. W. S.; GUERRERO, A. V. P (org.). Manual de práticas de atenção básica: saúde
ampliada e compartilhada. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2010.
81
ENFERMIDADES INFECCIOSAS TRANSMITIDAS POR PARASITÁRIAS
ATRAVÉS DE ÁGUA CONTAMINADA: CONHECIMENTOS DA EQUIPE DE
SAÚDE DA FAMÍLIA DA SECRETARIA DE SAÚDE DE CÁCERES - MT
ENFERMEDADES INFECCIOSAS TRANSMITIDAS Y PARASITARIAS Y / O
OBTENIDOS POR AGUA CONTAMINADA: CONOCIMIENTO DE EQUIPO
DE SALUD DE LA FAMILIA DE LA SALUD ESTRATEGIA, CACERES - MT.
Danyella Rodrigues de Almeida
Aumeri Carlos Bampi
Antônio Francisco Malheiros
Resumo Introdução: a área das periferias urbanas, na maioria das vezes, apresenta
deficiência em sua infraestrutura e nos serviços de saneamento, tornando a população
vulnerável às doenças infecciosas e parasitárias. Objetivo: identificar o conhecimento
das doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por água contaminada
pela equipe de saúde da ESF de Cáceres. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa
descritiva e qualitativa, realizada com 39 profissionais de saúde, através de um
questionário com perguntas fechadas, coletados entre julho e setembro de 2015.
Resultado: As equipes do Jardim Paraíso, Cohab Nova, Vila Irene, Marajoara, Vista
Alegre e CAIC apresentaram ótimo conhecimento e as equipes da Vila Real, Guanabara
e Rodeio apresentaram bom conhecimento sobre as doenças transmitidas e/ou obtidas
por água contaminada. Considerações: O conhecimento da equipe de saúde, que presta
assistência contínua e integral sobre essas doenças, reflete na qualidade de vida e saúde
da população.
Palabras clave: enfermedades infecciosas y parasitarias, agua contaminada, equipo de
salud familiar.
INTRODUÇÃO
As áreas das periferias urbanas, muitas vezes, apresentam condições sanitárias
precárias, áreas degradadas e sem infraestrutura, situações que favorecem a proliferação
e transmissão de doenças infecciosas e parasitárias, transmitidas por excretas, lixo,
drenagem urbana, água e solo contaminados, e favorecem o aumento da taxa de
morbidade e mortalidade na população.
Nestas áreas estão localizadas as Estratégias Saúde da Família com a equipe de
saúde, com o objetivo de promover a saúde e prevenir as doenças na população do
território de abrangência (MURTA, 2010). As diarreias podem ser prevenidas com
ações simples de saúde pública, como a promoção, vigilância e educação em saúde,
através do cuidado integral e contínuo realizado pelos profissionais da saúde, tanto na
unidade de saúde, como no domicílio, escola ou na mobilização com a comunidade.
A pesquisa tem como objetivo identificar o conhecimento das doenças
82
infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por água contaminada pela equipe de
saúde da ESF de Cáceres.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada com a
equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família, na cidade de Cáceres-MT. A cidade
possui 10 Unidades de Saúde da Família na área urbana e três na rural. Foram inclusas,
somente, as equipes de saúde da área urbana. Participaram da pesquisa 39 profissionais
da saúde da família, sendo 17 agentes comunitários de saúde, 8 técnicos de
enfermagem, 9 enfermeiros e 5 médicos.
Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2015. A análise e a
interpretação do material foram realizadas a partir da leitura analítica dos dados
coletados com a finalidade de ordenar e sumariar as informações, de forma que
possibilitassem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa, atingindo os objetivos
propostos.
RESULTADO E DISCUSSÃO
O conhecimento das doenças infecciosas e parasitárias relacionadas à degradação
ambiental da equipe de saúde da família está intrinsecamente relacionado à saúde das
pessoas pertencentes ao território de abrangência da unidade, refletindo diretamente na
qualidade de vida da comunidade, através das ações de promoção, educação e vigilância
da saúde e na prevenção de doenças, realizada pelos profissionais de saúde com base em
seu conhecimento técnico-científico.
Na discussão dos dados foi realizada uma classificação quanto ao conhecimento
dos profissionais da saúde: nenhum conhecimento, com resultado 0%; pouco
conhecimento, com resultado abaixo de 33,3%; bom conhecimento, com resultado entre
33,3% e 66,6%; e ótimo conhecimento, com resultado acima de 66,6%. Para alcançar
o objetivo da pesquisa, foi solicitado que cada participante citasse três doenças
infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por água contaminada. A
classificação ambiental das doenças relacionadas com a água está categorizada em feco-
oral, higiene, baseada na água (por ingestão ou penetração na pele) e transmissão por
inseto vetor. A Tabela 1 apresenta os dados referentes ao conhecimento das equipes de
saúde da família quanto às doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas
por água contaminada por ESF e a categoria das doenças transmitidas por inseto vetor
não foi citada pelos participantes da pesquisa.
83
Tabela 1: Distribuição (%) das três doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas por água contaminada
identificadas pelos profissionais da família, por ESF, 2015.
VA MJ CN VR RO VI CAIC JP VRE GN
CATEGORIA
6.1 Feco-oral (ingestão/contato)
Diarreias e Disenterias 43 25 33,6 20 0 20 28,5 6,6 8 33,5
Disenteria amebiana:
Disenteria (Entamoeba coli) 0 0 16,6 0 0 10 4,7 33,3 0 0
Disenteria (Entamoeba
histolytica)
0 0 0 0 0 0 0 6,6 0 0
Cólera 5 8,3 16,6 10 11,1 10 0 0 0 0
Giardíase 0 0 16,6 0 0 10 9,5 26,6 0 0
Leptospirose 11 33,3 0 0 11,1 10 0 0 8,5 0
Hepatite A 15 25 0 20 11,1 30 19 0 0 0
6.2 Relacionados com a Higiene
Micose 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16,5
Fungos 0 0 0 0 0 0 4,7 0 0 0
84
Doença de pele 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Feridas 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0
6.3 Baseada na água
Esquistossomose 0 0 0 10 0 10 0 26,6 0 0
Ascaridíase 0 0 16,6 0 0 0 4,7 0 0 0
Não sabe 0 0 0 0 0 0 0 0 8,5 0
Sem resposta 16 8,3 0 40 66,6 0 28,5 0 75 50
Legenda: VA: Vista Alegre; MJ: Marajoara; CN: Cohab Nova; VR: Vila Real; RO: Rodeio; VI: Vila Irene; CAIC: CAIC; JP:
Jardim Paraíso; VRE: Vitória Régia; GN: Guanabara.
85
As equipes do Jardim Paraíso, Cohab Nova, Vila Irene, Marajoara, Vista Alegre
e CAIC apresentaram ótimo conhecimento e as equipes da Vila Real, Guanabara e
Rodeio apresentaram bom conhecimento sobre as doenças transmitidas e/ou obtidas por
água contaminada. A água é um determinante social da saúde, intermediário
fundamental para a qualidade de vida e sobrevivência da humanidade. Apenas 16% da
equipe da Vitória Régia apresentaram pouco conhecimento sobre as doenças
transmitidas e/ou obtidas por água contaminada. É sabido que ao Ministério da Saúde,
Secretaria Estadual e Municipal de Saúde compete: estimular e viabilizar a capacitação
e a educação permanente da equipe de saúde para garantir a qualidade da assistência à
saúde (MURTA, 2010).
O ambiente doméstico precário é responsável por quase 30% dos casos de
doenças nos países desenvolvidos e as doenças intestinais são causadas pela presença de
patogênicos no ambiente doméstico e na água potável (GEOBRASIL, 2002). A doença
transmitida por água contaminada via feco-oral (ingestão/contato) foi a categoria mais
citada pela equipe de saúde, dentre elas, as diarreias e disenterias (22%) sem o agente
etiológico especificado, seguida da hepatite A (12,1%), leptospirose (7,3%), Entamoeba
coli (6,4%), giardíase (6,2%), cólera (6,1%) e a Entamoeba histolytica (0,6%).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento da equipe de saúde, que presta assistência contínua e integral
sobre essas doenças, reflete na qualidade de vida e saúde da população, principalmente,
para as pessoas de baixa renda e desprovidas, muitas vezes, de água em qualidade e
quantidade suficiente para higiene pessoal e doméstica, condição favorável para a
disseminação dessas doenças e que através de ações de promoção e educação em saúde
podem ser prevenidas.
De modo geral, 71% dos profissionais responderam, 28,5% não responderam e
0,8% não sabem sobre as doenças infecciosas e parasitárias transmitidas e/ou obtidas
por água contaminada. Assim, a qualidade da assistência à saúde está intimamente
relacionada com o conhecimento, cuidados e habilidades da equipe multiprofissional,
sendo primordial o conhecimento da equipe sobre os problemas de saúde de maior
relevância em seu território.
REFERÊNCIAS
GEOBRASIL. Perspectivas do meio ambiente no Brasil/ Organização de Thereza Christina Carvalho
Santos e João Batista Drummond Câmara – Brasília: Edições IBAMA, 2002.
MURTA, G. F. (org). Saberes e Práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem --6. ed ver.
e amp.—São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2010.
86
EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE EM ALTO GARÇAS/MT - BRASIL
ENTRE 2000 E 2015
EPIDEMIOLOGÍA DE LA LEPRA EN ALTO GARÇAS/MT – BRASIL ENTRE
2000 Y 2015
Ednardo Fornanciari Antunes
Deusirene Alves dos Santos
Resumo: Estudo descritivo da incidência da hanseníase no município de Alto
Garças/MT - Brasil entre 2000 e 2015, com descrição de casos novos segundo sexo,
faixa etária e classificação operacional. Diagnosticados no período 131 casos novos de
hanseníase, média de 8,18 casos anuais. Máximo anual de 14 casos em 2010 e mínimo
de 04 casos em 2007 e 2013. Em 2007 e 2013 o coeficiente de detecção de casos novos
fica classificado como muito alto, 38,64/100.000 hab., e hiperendêmico no restante do
período analisado, com o máximo do coeficiente de detecção de 135,26/100.000 hab.
Predominância de casos paucibacilares (n=80; 61%). Pelo menos dois casos
multibacilares por ano. Maioria homens em número absoluto (n=88; 67,17%) e
classificação operacional: paucibacilar (n=56; 70,0%), multibacilar (n=32; 62,74%).
Máximo de casos multibacilares em 2009 (n=6; 75%) e 2015 (n=6; 54,54%), e
paucibacilares em 2007 (n=22), 2010 (n=27) e 2013 (n=22). Faixa etária mais
acometida 29-57 anos (n=81; 61,8%). O doente de hanseníase em Alto Garças é
homem, multibacilar e em idade produtiva. A expressão de casos multibacilares traduz
diagnóstico tardio da hanseníase. A busca ativa deve ser estimulada, pois consiste
recurso muito importante no combate à doença.
Palavras-chave: Hanseníase; incidência; epidemiologia.
Palabras-clabe: Lepra; incidência; epidemiología.
INTRODUÇÃO
Este trabalho teve como objetivo analisar a incidência da hanseníase no município
de Alto Garças, Mato Grosso, Brasil, entre 2000 e 2015, descrevendo os casos segundo
sexo, faixa etária e classificação operacional.
A hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível, caracterizada pela alta
infectividade e baixa patogenicidade. O agente etiológico é o Mycobacterium leprae, ou
bacilo de Hansen, descrito em 1873 pelo cientista norueguês Gerhard Amauer Hansen.
Tem evolução lenta e insidiosa, com incubação variando de 2 a 30 anos (ANTUNES,
2012).
A doença constitui um problema de saúde pública por provocar lesões
incapacitantes e deformidades, que diminuem a capacidade de trabalho do indivíduo,
limitam-no socialmente e leva a problemas psicológicos, e pelos aspectos culturais que
ainda permanecem vinculados à doença (ANTUNES, 2012).
O Brasil é o segundo país do mundo com mais casos novos de hanseníase
detectados anualmente, sendo a Índia o primeiro. Entre 2010 e 2014 cerca de 33 mil
casos novos foram diagnosticados por ano no Brasil, sendo Mato Grosso um estado
87
presente no topo da lista, com 2645 casos novos diagnosticados apenas em 2014
(BRASIL, 2015)
Na tabela 1 podemos conhecer o coeficiente de detecção de casos novos de
Hanseníase em Mato Grosso de 2008 a 2015. Esse coeficiente é indicador de
transmissibilidade, e diz respeito à manutenção da transmissão da doença. O coeficiente
de detecção de casos novos fica classificado como hiperendêmico para todo o período.
Tabela 1: Coeficiente de detecção de casos novos de hanseníase em Mato Grosso entre
2008 e 2015.
Ano Coeficiente de detecção (por 100.000 hab.)
2008 91,69
2009 90,61
2010 85,47
2011 86,90
2012 82,85
2013 92,74
2014 94,25
2015 94,01
Fonte: SES/MT.
METODOLOGIA
Estudo descritivo da situação epidemiológica da hanseníase no município de Alto
Garças, estado de Mato Grosso, Brasil, localizado a latitude 16º56'38" S e longitude
53º31'41" W, com uma altitude de 754 metros, situada a 353 km da capital Cuiabá.
População estimada em 11.229 habitantes para o ano de 2015 (IBGE, 2016).
Coletados dados dos casos de hanseníase notificados no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN) referentes ao período de 2000 a 2015. A coleta de
dados foi realizada a partir das fichas de notificação na Secretaria Municipal de Saúde
durante o mês de abril de 2016.
Analisados os casos notificados verificando o perfil epidemiológico da hanseníase
relacionado a sexo, faixa etária e classificação operacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde de Alto Garças – MT,
no período de 2000-2015 foram diagnosticados 131 casos novos de hanseníase, com
média de 8,18 casos anuais. A distribuição dos casos por ano e coeficiente de detecção
estão representados na figura 1.
88
Figura 1: Distribuição dos casos de hanseníase por ano e coeficiente de detecção de casos
novos em Alto Garças – MT entre 2000 e 2015.
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Alto Garças– MT.
OBS: Para cálculo do coeficiente de detecção foi utilizada a população de 2010 segundo IBGE.
Nos anos de 2007 e 2013 o coeficiente de detecção de casos novos fica
classificado como muito alto: 38,64/100.000 hab. No restante do período analisado o
coeficiente de detecção é classificado como hiperendêmico, mais de 40 casos por
100.000 habitantes. Coeficiente de detecção máximo em 2010, 135,26/100.000 hab.
Na figura 2 é apresentada a distribuição dos casos por classificação operacional
e sexo. Foram predominantes os casos paucibacilares (n=80; 61%). Em todos os anos do
período analisado foram diagnosticados pelo menos dois casos multibacilares, com
máximo de sete casos em 2010. Observou-se maioria de casos multibacilares em 2009
(n=6; 75%) e 2015 (n=6; 54,54%), e equivalência de 50% nas formas operacionais em
2007 (n=2), 2010 (n=7) e 2013 (n=2).
Figura 2: Distribuição dos casos de hanseníase quanto a classificação operacional por ano e
sexo em Alto Garças/MT – Brasil entre 2000 e 2015.
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Alto Garças– MT.
Os homens foram maioria em número absoluto de casos (n=88; 67,1%) e também
na distribuição pela forma operacional, principalmente multibacilar (n=32; 62,74%),
7;
67,63
7;
67,63
8;
77,29 7;
67,63 6;
57,97
9;
86,95
10;
96,61
4;
38,64
11;
106,28
8;
77,29
14;
135,26
11;
106,28
6;
57,974;
38,64
8;
77,29
11;
106,28
0
2
4
6
8
10
12
14
16
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
12
1 1 1 1 11 4
1 13 1 1
31 24
80
Paucib.
43
4 4 34
71
4
16
4 3 1
3
456
1 1
0
1 11
1
1
2
31
11
1
1
219
51
Multib.1 1
31 1
31
11
3 63 1 1
14 32
Paucibacilar F Paucibacilar M Multibacilar F Multibacilar M
Masculino
Feminino
89
que é a forma transmissível da hanseníase. Predomínio do sexo masculino também foi
referido por Lima; Aguilar (2015) em Minas Gerais e por Silva; Toledo; Gelatti (2015)
em Goiás.
O número de casos em pessoas entre 29 e 57 anos é expressivo (n=81; 61,8%).
Pessoas nessa faixa etária são economicamente ativas. A presença de incapacidades em
indivíduos que trabalham pode trazer consequências nas atividades laborais, privação do
convívio social e prejuízos psicológicos, mas os indivíduos em condição de
aposentadoria também podem desenvolver esses quadros (CORRÊA ET AL, 2014).
A detecção de casos novos está relacionada à capacidade técnica de diagnosticar a
hanseníase, às ações da rede básica e acesso ao serviço. Um serviço capacitado para
diagnosticar previne que indivíduos multibacilares disseminadores do M. leprae
continuem transmitindo a doença e mostra comprometimento do serviço com a melhor
qualidade de vida da população.
O diagnóstico precoce da hanseníase e tratamento adequado das pessoas atingidas
pela doença ainda são os meios mais eficazes de interromper sua transmissão da doença
e seu avanço, evitando assim as incapacidades e suas consequências físicas, sociais e
psíquicas (BARRETO, 2011).
O município de Alto Garças/MT mantém-se ao longo do período do estudo com
coeficientes expressivos de detecção, sendo hiperendêmico, com muitos casos
multibacilares, havendo a possibilidade de casos ocultos, não identificados, visto o
número de casos mutibacilares.
O número expressivo de casos multibacilares traduz o diagnóstico tardio da
doença. A busca ativa deve ser estimulada, pois consiste recurso muito importante na
detecçãoprecoce da hanseníase, o que pode evitar o aparecimento de casos com
incapacidades e deformidades já instaladas. Ainda, identificar os doentes que
abandonaram o tratamento, bem como detectar a doença na fase inicial, contribui para a
redução ou ausência de incapacidades e deformidades, exclusão social e estigma.
A hanseníase tem cura. Às vezes, porém, os doentes ficam sem diagnóstico,
notadamente nas áreas em que o acesso ao serviço de saúde é difícil, ou porque não
procuram os médicos. Por isso, é importante localizá-los, uma vez que o Brasil ainda é
o campeão mundial de prevalência de hanseníase no mundo.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, E. F. Avaliação das ações de controle da hanseníase em município hiperendêmico do
estado de Mato Grosso. Manaus: UFAM, 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde),
Universidade Federal do Amazonas, 2012.
BARRETO, J. A. Avaliação de pacientes com hanseníase na faixa virchowiana diagnosticados entre
1990 e 2000 e tratados com poliquimioterapia 24 doses e seus contatos na fase de pós-eliminação em
municípios de Santa Catarina. São Paulo: FMUSP, 2011. Tese (Doutorado em Ciências), Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, 2011.
90
____________. Ministério da Saúde. Hanseníase: quanto antes você descobrir, mais cedo vai se
curar. Disponível em http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/janeiro/21/apre
sentacao-Hanseniase.pdf. 2015.
CORRÊA, B. J. et al. Associação entre sintomas depressivos, trabalho e grau de incapacidade na
hanseníase. Acta Fisiatr. v. 1, n. 21, p. 1-5, 2014.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?
codmun=510040>. Acessado 21/04/2016.
LIMA, M. M.; AGUILAR, A. M. M. Perfil epidemiológico da hanseníase em um município de Minas
Gerais: uma análise retrospectiva. Rev. Pre. Infec. E Saúde, v. 1, n. 3, p. 1-9, 2015.
Secretaria Municipal de Saúde de Alto Garças – MT.
SES – MT. Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso. Informações em saúde. Disponível em:
http://appweb3.saude.mt.gov.br/informacao-saude/pesquisa-indicador. Acesso em 14/05/2016.
SILVA, M. N.; TOLEDO, B. J.; GELATTI, L. C. Perfil epidemiológico de pacientes portadores de
hanseníase em Uruaçu – GO. Revista Eletrônica de Ciências Humanas, Saúde e Tecnologia, v. 7, n. 1, p. 18-28, 2015.
91
EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE EM VALE DE SÃO DOMINGOS/MT -
BRASIL ENTRE 2008 E 2015
EPIDEMIOLOGÍA DE LA LEPRA EN VALE DE SÃO DOMINGOS/MT –
BRASIL ENTRE 2008 Y 2015
Ednardo Fornanciari Antunes
Josiene Barbosa Corrêa
Resumo: Estudo descritivo da epidemiologia da hanseníase em Vale de São
Domingos/Mato Grosso – Brasil entre 2008 e 2015. Descrição de casos segundo forma
clínica, classificação operacional, sexo e faixa etária. Diagnosticados no período 14
casos. Coeficiente de detecção classificado muito alto entre 2008 e 2012 e
hiperendêmico a partir de 2013. Predominância de casos multibacilar (n=9; 64,2%).
Forma dimorfa em 50% dos casos (n=7), forma virchowiana 14% (n=2), um caso
tuberculóide e um indeterminado (7,14%) e em 21,4% dos casos (n=3) não classificadas
forma clínica ou operacional. Sexo masculino mais acometido (n=9; 64,2%), e faixa
etária entre 20-59 anos (n=9; 64,2%), não havendo registro de casos em crianças. O
elevado número de casos multibacilares e o acometimento da população acima dos vinte
anos e população idosa faz crer que a vigilância da hanseníase não está sendo realizada
da melhor maneira, pois esses casos estão passando despercebidos pelo serviço de saúde
na fase inicial. Visto o potencial incapacitante da hanseníase, a presença das formas
dimorfa e tuberculóide em mais da metade dos casos, formas que podem evoluir para
incapacidades, predominância de casos multibacilares e casos sem classificação,
acreditamos que ações imediatas devam ser tomadas.
Palavras–chave: Hanseníase, incidência, epidemiologia.
Palabras clave: Lepra, incidencia, epidemiología.
INTRODUÇÃO
Estudo descritivo da epidemiologia da hanseníase em Vale de São
Domingos/Mato Grosso – Brasil entre 2008 e 2015 com descrição de casos segundo
forma clínica, classificação operacional, sexo e faixa etária.
A hanseníase possui manifestação dermatoneurológica, acometendo
principalmente a pele e nervos periféricos, por isso levando à incapacidade, sendo o
homem sua única fonte de infecção, e sua transmissão se dando por meio de um
indivíduo doente sem tratamento com uma forma infectante da doença (multibacilar),
eliminando bacilos viáveis pelas vias aéreas, com o contágio dentro da família sendo de
cinco a oito vezes maior por causa do contato íntimo e prolongado (ANTUNES, 2012).
O estado de Mato Grosso figura entre os estados do Brasil com maior coeficiente
de detecção de casos novos de hanseníase no Brasil, ficando inclusive em primeiro lugar
92
em vários anos. Em 2015 o coeficiente de detecção de casos novos foi 94,01 por
100.000 hab. (SES/MT, 2016).
METODOLOGIA
Pesquisa descritiva da situação epidemiológica da hanseníase realizada durante o
mês de abril de 2016 no município de Vale de São Domingos, sudoeste do estado de
Mato Grosso. A população em 2010 era de 3.052 habitantes e a população estimada
para 2015 é de 3.040 habitantes (IBGE, 2016).
Analisados os casos notificados no período entre 2008 e 2015, verificando o
perfil epidemiológico da hanseníase relacionado a sexo, faixa etária e forma clínica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados colhidos junto à Secretaria Municipal de Saúde de Vale
de São Domingos, foram diagnosticados catorze casos de hanseníase no período de
2008 a 2015. As distribuições de casos por ano segundo sexo e forma clínica e o
coeficiente de detecção estão mostradas na figura 1.
Figura 1: Número de casos novos, distribuição por sexo, forma clínica e coeficiente de
detecção de casos novos de hanseníase por 100.000 habitantes no município do Vale de São
Domingos - MT entre 2008 e 2015.
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Vale de São Domingos – MT.
OBS: Para cálculo do coeficiente de detecção foi utilizada a população de 2010 segundo IBGE.
Um caso novo diagnosticado por ano entre 2008 e 2011, com o coeficiente de
detecção de casos novos ficando classificado como muito alto (BRASIL, 2009). Já em
1 11 1
3
1
1
1
1
1 1
1
1 1 1
3
2
1
1 1
1
1
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fem
Masc
Sem Class.
V
D
T
I
98,29
65,53
131,06
32,76 32,76 32,76 32,76 32,76
93
2013 um salto para quatro casos, baixando para três em 2014 e dois em 2015. Temos
então uma condição de hiperendemicidade a partir de 2013.
Com relação ao sexo, houve predomínio de indivíduos homens acometidos, com
nove casos (64,2%) diagnosticados e cinco mulheres (35,7). Predomínio do sexo
masculino também foi referido por Lima; Aguilar (2015) em Minas Gerais.
O coeficiente de detecção de casos novos é índice indicador de transmissibilidade.
Esses dados dizem respeito à manutenção da transmissão da doença. Em seu estudo e
analisando outros autores, Antunes (2012) traz que é necessário conhecer a situação
epidemiológica para se buscar maneiras de identificar casos novos nas formas iniciais
da doença, evitando seu agravamento, sendo a busca ativa uma das ações essenciais,
com os gestores e profissionais de saúde elaborando ações para suprir as necessidades
apresentadas.
A distribuição por faixa etária e classificação operacional é apresentada na figura
2. Dos catorze casos diagnosticados no período, nove (64,2%) são multibacilares, sendo
dois virchowianos (14%) e sete (50%) dimorfos. Apenas um caso tuberculóide e um
indeterminado. Ainda três casos (21,4%) não têm classificação, o que pode significar
incapacidade técnica para classificar. Temos aí uma condição que leva a possibilidade
de outras pessoas estarem carregando o bacilo e infectando outros indivíduos. O
diagnóstico precoce da hanseníase e tratamento adequado das pessoas atingidas pela
doença ainda são os meios mais eficazes de interromper sua transmissão da doença e
seu avanço, evitando assim as incapacidades e suas consequências físicas, sociais e
psíquicas (BARRETO, 2011).
Figura 2: Distribuição dos casos de hanseníase de Vale de São Domingos – MT por faixa etária
e classificação operacional entre 2008 e 2015.
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Vale de São Domingos - MT.
0-15 16-30 31-40 41-50 51-60mais de
60Multi Pauci
Sem
Class.
2008 0 1 1
2009 0 1 1
2010 0 1 1
2011 0 1 1
2012 0 1 1
2013 0 1 1 2 3 1
2014 0 1 1 1 2 1
2015 0 1 1 1 1
1 11 11 11 11 11 1
2
3
11 1 1
2
11 1 1 1
0
1
2
3
4
5
94
Observa-se que os indivíduos diagnosticados com as formas bacilíferas têm idade
avançada. A correspondência entre casos multibacilares com idade pode exprimir o
longo período de incubação e a não realização do diagnóstico precoce e ainda, a forma
dimorfa é incapacitante e a forma virchowiana tem alto poder de transmissão da doença
(MIRANZI; PEREIRA; NUNES, 2010).
A distribuição dos casos nos mostra que nove indivíduos (64,2%) estavam na
faixa considerada produtiva da idade, entre 20 e 59 anos (ANTUNES, 2012). As
incapacidades podem estar presentes antes, durante ou depois do tratamento. A presença
de incapacidades em indivíduos que trabalham podem trazer consequências nas
atividades laborais, privação do convívio social e prejuízos psicológicos, mas os
indivíduos em condição de aposentadoria também podem desenvolver esses quadros
(CORRÊA ET AL, 2014).
Não há registro de casos em menores de quinze anos. Criança com hanseníase
indica contágio recente e transmissão ativa da doença. Apesar de ser doença de adultos,
visto o período de incubação que pode ser de 2 a 12 anos, criança também adoece de
hanseníase e em áreas endêmicas esse risco é aumentado (LIMA ET AL, 2010).
Poucos casos de hanseníase foram diagnosticados em Vale de São Domingos, mas
os casos identificados têm grande relevância por serem em sua maior parte
multibacilares, contagiantes e a população é pequena. Questiona-se se os casos
realmente não existem ou não estão sendo identificados, se o trabalho de busca ativa
está sendo realizado a contento, as responsabilidades para o controle da hanseníase
estão sendo desenvolvidas, os profissionais são/estão recebendo capacitação, a
população está sendo esclarecida sobre a doença? O baixo número de casos
diagnosticados leva a uma diminuição da atenção à doença.
O elevado número de casos multibacilares e o acometimento da população acima
dos vinte anos e população idosa faz crer que a vigilância da hanseníase não está sendo
realizada da melhor maneira, pois esses casos estão passando despercebidos pelo
serviço de saúde. Visto o potencial incapacitante da hanseníase, que leva o indivíduo ao
isolamento e sofrimento, a presença das formas dimorfa e tuberculóide em mais da
metade dos casos que podem evoluir para incapacidades, predominância de casos
multibacilares casos sem classificação, acreditamos que ações imediatas devam ser
tomadas.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, E. F. Avaliação das ações de controle da hanseníase em município hiperendêmico do
estado de Mato Grosso. Manaus: UFAM, 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde),
Universidade Federal do Amazonas, 2012.
BARRETO, J. A. Avaliação de pacientes com hanseníase na faixa virchowiana diagnosticados entre
1990 e 2000 e tratados com poliquimioterapia 24 doses e seus contatos na fase de pós-eliminação em
municípios de Santa Catarina. São Paulo: FMUSP, 2011. Tese (Doutorado em Ciências), Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, 2011.
95
____________. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Situação epidemiológica – Dados. Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/705-secretaria-
svs/vigilancia-de-a-a-z/hanseniase/11298-situacao-epidemiologica-dados. Acesso em 14/05/2016.
____________. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7ª ed. Brasília, 2009.
CORRÊA, B. J. et al. Associação entre sintomas depressivos, trabalho e grau de incapacidade na
hanseníase. Acta Fisiatr. v. 1, n. 21, p. 1-5, 2014.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@. Mato Grosso. Vale de São Domingos.
Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=510835. Acesso em 14/05/2016.
LIMA, H. M. N. et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase atendidos em Centro de Saúde
em São Luís, MA. Rev. Bras. Clin. Med., v. 8, n. 4, p. 323-327, 2010.
MIRANZI, S. S. C.; PEREIRA, L. H. M.; NUNES, A. A. Perfil epidemiológico da hanseníase em um
município brasileiro, no período de 2000 a 2006. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. v. 43, n. 1, p. 62 - 67,
2010.
SES – MT. Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso. Informações em saúde. Disponível em:
http://appweb3.saude.mt.gov.br/informacao-saude/pesquisa-indicador. Acesso em 14/05/2016.
Secretaria Municipal de Saúde de Vale de São Domingos – Mato Grosso. Brasil.
96
ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE MOBILIDADE URBANA NO PERÍODO
DE 2010 À 2017: tendências e estatísticas.
ESTUDIO BIBLIOMÉTRICO EN MOVILIDAD URBANA EN EL PERÍODO
2010 A 2017: tendencias y estadísticas.
Adecarlo Fonzar Pegino Junior
Resumo O presente trabalho busca analisar a produção acadêmica acerca do tema
mobilidade urbana no período de 2010 à 2017, afim de quantificar artigos de acordo
com alguns critérios preestabelecidos. Seguindo uma estrutura retrospectiva, descritiva
exploratória e quantitativa, o trabalho faz uso da base SciELO onde delimita a pesquisa
em artigos que contenham no título, subtítulo ou palavras chaves os termos “mobilidade
urbana” e os avalia segundo critérios como país de origem, áreas temáticas, idiomas e
datas de publicações. Como resultado foram encontrados 90 artigos dentre os quais
71,11% são no idioma português e 83,33% foram escritos e/ou publicados no Brasil.
Palavras-chaves: mobilidade urbana, planejamento urbano, estatísticas.
Palabras clave: movilidad urbana, planificación urbana, estadísticas.
INTRODUÇÃO
Um assunto muito presente no meio acadêmico e também profissional do
arquiteto e urbanista é a mobilidade urbana, tema o qual vem passando por inúmeros
congressos, encontros e seminários a fim de ser apresentado e de encontrar soluções
para tal. No Brasil, a mobilidade urbana se institui com real seriedade a partir do ano de
2012 com a lei de número 12.587 intitulada de Política Nacional de Mobilidade Urbana,
a qual define inúmeros fatores a serem seguidos pelos municípios, estados e nação,
atrelando-se ao Estatuto da Cidade de 2001 e de onde surgiu, além do Ministério da
Cidade, o PlanMob em 2007.
Sendo assim, o tema se torna importante para o meio científico acadêmico,
fazendo assim, com que pessoas busquem informações acerca do mesmo, de onde surge
a ideia deste trabalho, de sintetizar essas publicações, mais atuais, sobre o assunto para
facilitar a busca por artigos neste meio.
METODOLOGIA
Seguindo a linha de pensamento de Marconi e Lakatos (2008, p. 20) que afirma o
trabalho científico como algo factual onde, a partir da experimentação, é possível
comprovar ou reprovar as ideias, este trabalho busca uma experimentação estatística
acerca do tema de mobilidade urbana, mas não no intuito de avaliar as ideias expostas
nos artigos avaliados, mas sim com foco em fazer um panorama geral das publicações
dentro do período estipulado.
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Compreendendo que a metodologia deve acompanhar e responder o problema de
pesquisa, como afirma Boaventura (2011, p. 56), a metodologia aqui utilizada vai de
encontro ao “problema” de saber quais são os principais países que publicam, em quais
idiomas e quais áreas temáticas sobre o assunto da mobilidade urbana, sendo assim,
aqui se estrutura de modo a fazer um levantamento estatístico dos artigos.
Deste modo é criada uma base de dados a partir da plataforma SciELO onde a
pesquisa delimita os termos “mobilidade urbana” no título, subtítulo ou palavras chaves
de artigos publicados entre 2010 e 2017, período este escolhido a partir da necessidade
existente na academia por publicações recentes.
Partindo desta busca, o trabalho se estrutura em três etapas, sendo que esta recém
citada fora a primeira e as outras duas se desenvolvem a partir da lida analítica dos
títulos, subtítulos, resumos e palavras chaves para uma conferencia do que fora
apresentado pela plataforma e posterior a criação dos gráficos para demonstrar as
estatísticas geradas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentre os anos de 2010 e 2017 foram publicados e estão na plataforma do SciELO
90 (noventa) artigos sobre mobilidade urbana, distribuídos entre vários fatores de
classificação, sendo que para este trabalho serão listados os considerados pelo autor
como principais à pesquisa científica acadêmica.
O primeiro fator analisado foi o dos países que publicaram o tema, onde se
encontram cinco países, sendo eles Brasil (83,33%), Chile (5,6%), Colômbia (5,6%),
Portugal (4,5%) e México (1,12%). Seguindo, foram analisados os idiomas de
publicação, sendo estes: português (71,11%), inglês (20%), espanhol (7,78%) e francês
(1,11%). Abaixo se pode verificar os dados dos idiomas em números de publicações.
Gráfico 1 – Publicações por países e por idiomas (em número de publicações).
Fonte: autoria própria
O terceiro fator analisado foi o de áreas temáticas da plataforma onde se
encontram cinco áreas, sendo estas Ciências Sociais Aplicadas (47,78%), Ciências
Humanas (30%), Ciências da Saúde (14,45%), Engenharias (12,23%), Ciências Exatas e
da Terra (3,34%) e Multidisciplinar (1,11%), ressaltando que alguns artigos se
1
7
18
64
0 10 20 30 40 50 60 70
Francês
Espanhol
Inglês
Português
98
encontram em mais de uma categoria e por este motivo as porcentagens ultrapassam
100% e também o número total de artigos conforme gráfico a seguir.
Gráfico 2 – Publicações por áreas temáticas da plataforma (em número de publicações).
Fonte: autoria própria
Quanto às datas de publicações, conforme já dito anteriormente, foi analisado de
2010 à 2017, sendo que as publicações não possuem uma uniformidade de publicação
de acordo com o passar dos anos, além de possuir um crescente número de 2010 à 2015,
existe um declínio de 2015 à 2017, como se pode verificar no gráfico abaixo.
Gráfico 2 – Publicações por datas (em número de publicações).
Fonte: autoria própria
Com todos estes resultados estatísticos apresentados, menos complexo se torna a
busca pelos artigos que abordam a mobilidade urbana, visto que se tem uma base
estatística unificada para consultar anterior a realização da pesquisa neste tema. Sendo
assim, o trabalho possui o objetivo alcançado quanto à busca e análise de dados
numéricos acerca do tema e pretende auxiliar na busca pelos mesmos.
REFERÊNCIAS
APPOLINÁRIO, F. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. 2ª edição. São Paulo:
Cengage Learning, 2012.
BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação, tese. 1ª edição, 5ª reimpr.
São Paulo: Atlas, 2011.
BRASIL. Política Nacional de Mobilidade Urbana: Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as
diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2012.
1
3
11
13
27
43
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Multidisciplinar
Ciências Exatas e da Terra
Engenharias
Ciências da Saúde
Ciências Humanas
Ciências Sociais Aplicadas
2
56
1314
23
20
7
0
5
10
15
20
25
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
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________. Estatuto da cidade: Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Estabelece diretrizes gerais da
política urbana e dá outras providências. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2001.
DUARTE, F. Planejamento urbano. Editora Ibpex, 2009.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 5ª edição, 2ª reimpr. São Paulo: Atlas,
2008
Ministério das Cidades. PlanMob - Caderno de referência para elaboração de Plano de Mobilidade
Urbana. Ministério das Cidades, Brasília, 2007. Disponível em:
http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSEMOB/Biblioteca/LivroPlanoMobilidade.pdf
Acesso em 2017-04-05.
________. PlanMob - Caderno de referência para elaboração de plano de mobilidade urbana. Ministério
das Cidades, Brasília, 2015. Disponível em:
http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSE/planmob.pdf Acesso em 2017-04-12.
100
JOGO EDUCACIONAL TRILHOS CONJUGADOS – DESENVOLVIMENTO
JUEGO EDUCATIVO CARRILES CONJUGADOS – DESARROLLO
Marcel Jesus Dias – [email protected]
Fernanda Miranda da Silva – [email protected]
Ewerton Luiz Utrago Gonçalves – [email protected]
Resumo: A utilização do computador na educação destaca-se cada vez mais com
inovações de ensino-aprendizagem, e com isso abrindo a possibilidade para que o
professor possa ser mediador na construção do conhecimento. Usando da capacidade
dos recursos tecnológicos, o professor pode fazer uso das inovações da melhor maneira
que julgar necessário e de acordo com suas propostas pedagógicas montar um plano de
ensino mais dinâmico, tentando sempre deixar os alunos mais interessados e com maior
participação nas aulas. Diante de todos os softwares existentes e disponíveis no mercado
os jogos, categorizando um deles, que está proporcionando e contribuindo para a
assimilação e compreensão de conteúdos didáticos em sala de aula, pois mesmo antes
desse advento, os jogos já tinham a sua importância para motivar, entreter e estimular o
desenvolvimento intelectual do indivíduo. Este estudo buscou desenvolver uma
aplicação do jogo “Trilhos Conjugados”. O processo de desenvolvimento do jogo
digital utilizou os conceitos de Interface, Usabilidade e Interação, sendo destacado e
demonstrado neste estudo todas as etapas de compreensão, criação e construção do
referido jogo. A utilização desses recursos computacionais para o ensino pode
possibilitar a compreensão e conhecimento das dificuldades e limitações de seus alunos
diante do método usado para aprendizagem.
Palavras Chaves: Desenvolvimento; Jogos Educacionais; Engenharia de Software.
Palabras clave: Desarrollo; Juego educativo; Ingeniería de software.
INTRODUÇÃO
Os computadores possuem recursos cada vez mais indispensáveis para as
atividades cotidianas, assim como, na educação está sendo muito valorizada, visto que é
uma maneira de inovar a didática de ensino. A utilização do computador depende da
criatividade do professor, dentre muitas usabilidades compreendemos que a utilização
do jogo educacional está sendo muito importante para entreter os alunos e concretizar os
conceitos de várias disciplinas na atualidade.
Os jogos possuem uma característica própria de transmitir conhecimento, pois o
jogo por sua vez permite aos alunos aprenderem individualmente com as regras e os
conceitos que o jogo se propõe a transmitir. A importância deste estudo compreende o
desenvolvimento do jogo manual para um recurso computacional, utilizando de várias
etapas para a implementação da ideia.
Com isso, neste trabalho será avaliado e descrito a importância e a influência que
o computador proporciona para a inovação do ensino e aprendizagem, e a dimensão que
101
o jogo permite na compreensão do desenvolvimento intelectual do indivíduo como
facilitador na didática de ensino.
METODOLOGIA
A pesquisa de desenvolvimento do jogo “Trilhos Conjugados” foi baseada na
experiência no Livro Tomada de Consciência de Jean Piaget (1977) em um dos
capítulos chamado “A Construção de Trajetos com Trilhos Conjugados”, onde
procurava analisar a percepção de crianças de diferentes faixas etária, conscientizando-
as os conceitos de simetrias, movimentação, posicionamento, reflexão e as decisões
possíveis para encontrar cada possibilidade existente no jogo.
O jogo tem o objetivo de interligar dois pontos fixo utilizando de 3 peças
dispostas em uma mesa, assim cada jogador deve analisar e interpretar a jogabilidade de
cada nível, observando as diferenças para obter resultados satisfatórios. Entender qual o
objetivo do jogo foi uma das principais etapas para que se tornasse possível o seu
desenvolvimento e implementação em uma plataforma computacional, seguindo as
seguintes etapas:
Entendendo o Princípio do Jogo: no jogo compreendia 8 peças curvas e
5 retas, onde em cada extremidade era formada de colchetes machos e fêmeas, os
pontos eram formados de 2 peças retas, assim os níveis era disposto com as
seguintes peças: quatro curvos e um reto (4+1), seis curvos e um reto (6+1) e oito
curvos e um reto (8+1), em cada nível há uma quantidade exata de possibilidades
ou caminhos entre o ponto A e B.
Estudando as Possibilidades: encontrar e ter em imagens os caminhos
feitos em cada nível foi um desafio, pois no livro de referência eram citadas
apenas as quantidades de cada possibilidade de cada nível respectivamente sendo
6, 6 e 24.
Storyboard: uma etapa que permite desenharmos a ideia dos cenários
que irá conter o jogo, esboçando todas as telas, as personagens, etc. Com isso é
uma importante etapa, pois a partir daí que temos uma parte concreta das funções
do jogo.
Programa para o desenvolvimento: o jogo “Trilhos Conjugados” foi
desenvolvido na ferramenta Unity que permite o desenvolvimento de jogos 2D e
3D, a mesma possui uma biblioteca muito vasta com vários recursos disponíveis.
Escolhendo Imagens e Sons Relacionados: o jogo possui imagens que
dão a ideia de construir trilhos de trem, os cenários contêm trilhos, trem,
montanhas, botões de madeira, estação e um engenheiro.
Implementação dos Cenários: o jogo é formado de menu principal,
menu níveis, tela caminhos, tela possibilidades e tela recompensa.
Logica de Implementação e Interação: esta etapa condiz em analisar os
principais códigos que tornou possível a navegação entre as telas, a verificação
dos caminhos, entre outros métodos que foram utilizados para permitir a interação
entre o jogador e o jogo. A conferência dos caminhos possui o objetivo de
construir os caminhos, assim é permitido que o jogador rotacione/vire as peças e a
encaixe-as para descobrir todas as possibilidades possíveis dos níveis até concluir
todo o jogo.
102
Teste: a fase de teste foi a todo o momento executada, pois para
constatar que o código da verificação dos caminhos está funcionando
corretamente, e por isso a sua execução continua.
O jogo foi construído com o objetivo de demonstrar que os recursos
computacionais podem ser inovadores usando de técnicas didáticas consagradas, como a
de Jean Piaget, provando que a tecnologia está se tornando um método atrativo para o
ensino e aprendizagem, e nesse sentido, TAJRA (2012) destaca que a tecnologia
começou a ser implantada para auxiliar e se tornar um método didático para o ensino-
aprendizagem.
RESULTADO
O jogo como um todo representa a construção de trilhos de trem, utilizando
das placas como botão com efeito de madeira correspondendo toda a ideia do jogo.
Figura 1 e 2: Menu Principal e Menu de Níveis
Figura 3 e 4: Tela Jogar e Tela Jogo
Figura 5 e 6: Animação do Trem e Tela Bom Trabalho
103
Figura 7: Tela Gratificação
O jogo foi desenvolvido seguido a pesquisa de Piaget com o objetivo de tomada de
consciência, permitindo que o jogador possa compreendendo o que o jogo quer
transmitir. Com a engenharia de software foi considerado os conceitos de interação e
usabilidade entre o usuário e a interface, sendo fácil a navegação entre as telas, de forma
geral o jogo está muito colorido, animado e usual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os computadores podem ser utilizados de diversas maneiras, pois o software
disponibilizado com facilidade permite o acesso rápido e necessário para a aplicação em
aulas. Dentre todos os softwares o jogo tem certo preconceito em ser utilizado para o
ensino, porém, nas pesquisas de Piaget sempre há jogos para avaliar e validar as suas
teorias para o desenvolvimento cognitivo, por isso, os jogos podem ser um recurso
muito importante para a análise do desenvolvimento da aprendizagem e do ensino da
criança. Visto que o jogo é reconhecido somente como entretenimento, o professor pode
usar dessa ludicidade para conhecer as personalidades e características dos alunos, para
assim aplicar de diferentes maneiras e ter uma produtividade satisfatória na
aprendizagem de algum conteúdo didático.
Este trabalho buscou demonstrar a importância do jogo como método educativo
baseada em Jean Piaget, e como resultado foi desenvolvido o jogo para dispositivos
mobile de acordo com a metodologia do livro fonte para suprir essas necessidades, e de
resultado o jogo “Trilhos Conjugados” que tem o objetivo de analisar e avaliar a
Tomada de Consciência do indivíduo, podendo ser usado para aplicar o conceito de
espaço, movimentação e do pensamento logico, para a construção do objetivo do jogo.
Os jogos educacionais bem planejados e implementados podem auxiliar na
aprendizagem de conteúdos didáticos ou até mesmos entender o desenvolvimento
intelectual de cada indivíduo em fases.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MORAIS, Felipe Castanheira. Desenvolvimento de jogos eletrônicos. 2009. Disponível em <
http://revistas.unibh.br/index.php/dcet/article/view/242/134 >. Acessado em: 20 mar. 2016.
PIAGET, Jean. A Tomada de consciência; com a colaboração de A. Blamchet [e outros] tradução de
Edson Braga de Souza. São Paulo, Melhoramento, Ed. Da Universidade de São Paulo. 1977.
SAVI, Rafael. Jogos digitais educacionais: benefícios e desafios. Disponível em
<http://docplayer.com.br/16052710-Jogos-digitais-educacionais-beneficios-e-desafios.html>.
2016.Acessado em: 20 mar. 2016.
104
SILVEIRA, R. S; BARONE, D. A. C Jogos educativos computadorizados utilizando a abordagem de
algoritmos genéticos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de informática. Curso de Pós
Graduação em Ciências da Computação, 1998.
STRAUB, Sandra Luzia Wrobel. Estratégias, desafios e perspectivas do uso da informática na educação –
Realidade na escola pública. / Sandra Luzia Wrobel Straub – Cáceres(MT): Editora UNEMAT, 2009.
ISBN 978-85-7911-011-5.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na
atualidade. – 9. Ed. rev. – São Paulo: Erica. 2012.
VILLARDI, Raquel; OLIVEIRA, Eloiza Gomes de. Tecnologia na educação: uma perspectiva sócio
interacionista. – Rio de Janeiro: Dunya, 2005.
105
LUTAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
LUCHAS EN LOS AÑOS INICIALES DE ENSENÃNZA
FUNDAMENTAL
Luana Reis de Brito
Idelmar da Silva Freitas
Resumo: Este trabalho tem como proposta central tratar as lutas nos anos iniciais do
ensino fundamental. O objetivo do trabalho foi identificar a importância das lutas nas
aulas de educação física. O estudo teve uma abordagem qualitativa descritiva. O lócus
de desenvolvimento foi uma Escola Municipal de Cáceres-MT. Os sujeitos do estudo
foram alunos do 5º ano do ensino fundamental. A coleta de dados foi baseada em
observações, aplicação de questionário estruturado com respostas coletivas e
intervenção, com plano de aula prática que durou de 90 minutos. Com a realização deste
trabalho, ficou evidente que as Lutas como conteúdo escolar, tem fundamental
importância em quanto prática corporal pedagógica no desenvolvimento dos alunos,
contribuindo de forma geral na formação dos educandos. No entanto, foi possível
constatar que não há presença de lutas nas aulas de Educação Física da escola
pesquisada, e o contato dos alunos com a modalidade é de difícil acesso
Palavras-chave: Lutas; Ensino Fundamental; Educação Física
Palabras- chave: Luchas; Enseñanza fundamental; Educación Física
INTRODUÇÃO
O presente trabalho faz parte da proposta da disciplina de Prática Curricular III,
cujo tema “O ensino da Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental”
desenvolvido no Curso de Licenciatura em Educação Física de acordo com as normas
estabelecidas na Resolução N° 053/2013 – CONEPE, que envolve professores e alunos
do 1° ao 4° semestre os quais tem disciplinas previstas na matriz do curso. Com isso a
proposta da Pratica Curricular busca a articulação das distintas “praticas numa
perspectiva interdisciplinar” (UNEMAT, 2013, p.14).
As lutas fazem parte da cultura corporal, ou seja, são práticas historicamente
importantes e que acompanharam os seres humanos ao longo do tempo, sendo uma das
mais elementares manifestações dessa cultura. (DARIDO e RUFINO, 2015).
Segundo Carreiro (2005, apud DARIDO, S. C.; RANGEL, I.C.A) dentre os
conteúdos que podem ser apresentados na educação física escolar, as lutas encontram
maior resistência por parte dos professores, com argumentos como: falta de espaço, falta
de material, falta de vestimentas adequadas e associação às questões da violência.
A questão de preconceito para com as lutas está fixado, tornando mais difícil
ressignificá-los, onde torna-se necessário “quebrar” determinados paradigmas para que
não possam prejudicar o ensino das lutas na escola.
106
A violência é uma característica presente na sociedade, neste caso, a escola não
fica imune à ela. Ademais, comportamentos mais ou menos agressivos também se
fazem notar nas aulas de Educação Física.
Sobretudo, para Darido e Rufino (2015) incluir todos os alunos na realização das
atividades deve ser um dos maiores objetivos dos professores. Muitas vezes, a própria
falta de confiança dos alunos, vergonha ou falta de habilidade induz os alunos a se
excluírem.
A educação física compreende uma série de conteúdos, dentre eles temos as lutas,
porém é um conteúdo pouco trabalhado nas aulas de educação física. As lutas como
afirma Brasil (1998, p. 70)
(...) são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante
técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de
um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa.
Caracterizam-se por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes
de violência e de deslealdade. Podem ser citados como exemplo de lutas
desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as práticas mais
complexas da capoeira, do judô e do caratê.
Como pode-se analisar, as lutas tem um benefício social onde atitudes de
violência não são permitidas, pois este não é o seu intuito, além de promover a saúde e o
bem estar de seus praticantes, ela pode ser trabalhada de diferentes formas na escola,
utilizando-se de brincadeiras.
Contudo, o estudo tem como proposta central tratar de lutas nos anos iniciais do
ensino fundamental. Na escola a qual aplicamos a intervenção, as lutas não fazem parte
do cronograma curricular. O objetivo do trabalho portanto, foi identificar a importância
das lutas nas aulas de educação física sobre o entendimento dos alunos. As crianças
envolvidas na pesquisa foram alunos do e 5º ano do ensino fundamental da Escola
Municipal Karate Kid do município de Cáceres MT.
METODOLOGIA
A pesquisa realizada teve abordagem qualitativa descritiva. O lócus de
desenvolvimento foi uma Escola Municipal de Cáceres-MT. Os sujeitos do estudo
foram alunos do 5º ano do ensino fundamental, com idades entre 9 e 11 anos. A coleta
de dados foi baseada em observações, aplicação de questionário estruturado com
respostas coletivas e intervenção sendo um plano de aula prática com duração de 90
minutos.
Os procedimentos se deram da seguinte forma: de início fizemos uma observação
para conhecer o comportamento dos alunos. Em outro momento, aplicamos o
questionário de avaliação 1 para identificar a conhecimento dos alunos sobre as lutas.
Depois realizamos uma intervenção prática com vários elementos da capoeira,
utilizando brincadeiras lúdicas para o ensino da mesma, finalizando com uma roda de
capoeira. Ao final retornarmos com os alunos para sala de aula, aplicamos o
questionário de avaliação 2 para com o intuito de observar o entendimento dos alunos
com o conteúdo das lutas, após a aula que ministramos.
107
ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO INICIAL - AV1
AV1-Vocês tem algum tipo de lutas na escola?
Os alunos não tinham aula de lutas na escola em que estudavam, alguns participavam da aula
de lutas desenvolvida como projeto na escola vizinha.
AV1- Vocês já tiveram contato com lutas, em quais locais?
Tivemos respostas variadas como: feira, escola particular, projeto de bairro, praça.
ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO FINAL- AV2
AV2- Depois da aula de hoje como vocês passaram a ver as lutas?
Todos os alunos disseram ter gostado da experiência de lutas que vivenciaram. Viram que
lutas é respeito com colega, é ter disciplina, e puderam perceber e dizer que lutas não são
brigas.
AV2- Mudaram suas opiniões sobre as lutas?
Grande parte dos alunos disseram que sim, pois gostaram muito da aula, e constataram que
há uma grande diferença entre lutas e violência
AV2 Vocês gostariam de ter a modalidade de lutas nas aulas de educação física de sua
escola?
Quase todos os alunos disseram que sim, apenas dois se referiram não participar por questões
religiosas e pelo fato de associar lutas à violência.
Fonte: elaborada pelos autores
Fundamentados nas respostas dos alunos, observamos que a presença das lutas na
escola em que aplicamos a intervenção é praticamente extinta, pois alguns alunos nunca
haviam tido contato com a mesma. Buscamos desenvolver a aula de acordo com os
espaços que foram dispostos na escola, sendo o espaço disponibilizado a quadra.
O plano de aula que criamos para aplicar aos alunos foi pensado para que
trouxesse de forma lúdica a presença das lutas, e que todos pudessem participar sem
distinção. Analisando as respostas das avaliações aplicadas vimos à contemplação de
alguns em dizer que luta não é violência e dá para brincar com o colega sem machucar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização deste trabalho, ficou evidente que as Lutas como conteúdo
escolar, tem fundamental importância em quanto prática corporal pedagógica no
desenvolvimento dos alunos, contribuindo de forma geral na formação dos educandos.
De acordo com a literatura, o esporte mencionado é capaz de contribuir de maneira
efetiva no desenvolvimento global dos alunos, e ainda ensina valores como respeito, e a
diferenciação de lutas e violência. No entanto, foi possível constatar que não há
presença de lutas nas aulas de Educação Física da escola pesquisada, e o contato dos
alunos com as lutas é de difícil acesso.
108
Contudo, mesmo sendo as atividades executadas por acadêmicos e por pouco
tempo, buscaram considerar o conhecimento, a história e a bagagem cultural dos alunos
e ainda, criaram condições e oportunidades para desenvolver competências,
capacidades, atitudes, comportamentos e valores. Por último, a aula de lutas
desenvolvida na escola, mostrou ainda, que por meio de jogos e brincadeiras
direcionados, as lutas é capaz de despertar na criança o prazer e o gosto pelo esporte.
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental B. Parâmetros curriculares nacionais: 3 Educação Física.
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC /SEF, 1998. p.70
CARREIRO, E.A. Lutas. In: DARIDO, S.C.; RANGEL, I.C.A. Educação física na escola: implicações
para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto. DARIDO, Suraya Cristina. O ensino das lutas na escola: possibilidades
para a educação física. Porto Alegre. 2015
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO. Conselho de ensino, pesquisa e extensão-
CONEPE, resolução n° 053/2013, p.14
109
MUDANÇAS GLOBAIS / CLIMÁTICAS E SÁUDE HUMANA- UM DIÁLOGO
NECESSÁRIO: REVISÃO DA LITERATURA
CAMBIOS GLOBALES / CLIMÁTICAS Y SÁUDO HUMANO- UN DIÁLOGO
NECESARIO: REVISIÓN DE LA LITERATURA
Nayara Ferreira
Camila Aristela Paula Oliveira
Alydaiane Antônia Sales Jorge Dias
Resumo: Os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde é considerado pela
Organização mundial de Saúde como uma prioridade para o século, que demandará do
setor inúmeras ações e adaptação, a extensão dos impactos dependerá da fração da
população humana atingida, da severidade e reversibilidade do dano e também das
opções de adaptação e mitigação disponíveis. O objetivo do trabalho foi revisar a
literatura acerca das mudanças climáticas e seus impactos na saúde humana e salientar
sobre a importância do dialogo interdisciplinar. Os resultados evidenciaram a
necessidade do dialogo inter e transdisciplinar entre o setor de saúde e sociedade. É
fundamental abordar essa temática ambiental entre os profissionais da saúde e
sociedade, a fim de que eles se apoderem desse conhecimento e consigam identificar
problemas relacionados às mudanças globais especialmente às climáticas e seus
impactos para a saúde humana, propondo ações resolutivas e preventivas, juntamente
com a comunidade, procurando amenizar os riscos ambientais a que todos estão
expostos.
RESUMEN: Los impactos del cambio climático sobre la salud son considerados por la
Organización Mundial de la Salud como una prioridad para el siglo, que demandará del
sector innumerables acciones y adaptación, la extensión de los impactos dependerá de la
fracción de la población humana afectada, de la severidad y reversibilidad del daño y
También de las opciones de adaptación y mitigación disponibles. El objetivo del trabajo
fue revisar la literatura sobre los cambios climáticos y sus impactos en la salud humana
y subrayar la importancia del diálogo interdisciplinario. Los resultados evidenciaron la
necesidad del diálogo inter y transdisciplinario entre el sector de salud y sociedad. Es
fundamental abordar esta temática ambiental entre los profesionales de la salud y la
sociedad, a fin de que ellos se apoderen de ese conocimiento y puedan identificar
problemas relacionados con los cambios globales especialmente a los climáticos y sus
impactos para la salud humana, proponiendo acciones resolutivas y preventivas, junto
con A la comunidad, buscando amenizar los riesgos ambientales a los que todos están
expuestos
Palavras-chave: : Mudanças Climáticas, Impacto Ambiental.
Palabras clave: Cambio Climático, de Impacto Ambiental.
110
INTRODUÇÃO
A pressão do ser humano sobre os sistemas naturais do planeta é algo sem
precedentes, há séculos a influencia humana vem modificando e alterando os
ecossistemas, devido a fatores como industrialização, crescimento populacional,
urbanização acelerada e consumo de recursos naturais que exerceram grande pressão
sobre o sistema ambiental causando diversos impactos e alterações socioambientais. De
forma isolada ou conjuntamente, esses fatores têm contribuído, por meio das atividades
econômicas da sociedade, para a depressão de recursos naturais (FIGUEIRAS, 2009).
Devido à complexidade dos processos envolvidos, as mudanças ambientais
globais constituem importante questão socioambiental, levando em conta à magnitude
dos impactos delas decorrentes, podendo alterar os envoltórios do Sistema Terrestre e,
dessa forma, são experimentadas globalmente (CONFALONIERI, et al 2002)
Alguns exemplos de mudanças ambientais globais que podem influenciar a saúde
humana são: as mudanças climáticas, redução da camada de ozônio, alterações no
regime hídrico e não oferta de água doce, perda de biodiversidade, degradação do solo,
estresses nos sistemas de produção de alimentos em terra e nos oceanos e dispersão
global de poluentes e orgânicos persistentes (OMS, 2008).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) saúde é o “estado de completo bem
estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
Portanto, a saúde de um indivíduo depende de diversos fatores. A Lei 8080/90, que
instituiu o Sistema Único de Saúde no Brasil, inclui o meio ambiente entre os fatores
determinantes e condicionantes da saúde humana (OMS, 2009)
Os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde é considerado pela
Organização mundial de Saúde como uma prioridade para o século, que demandará do
setor inúmeras ações e adaptação, a extensão dos impactos dependerá da fração da
população humana atingida, da severidade e reversibilidade do dano e também das
opções de adaptação e mitigação disponíveis (OMS, 2009 e SILVA, et al 2009).
Uma das implicações mais graves da mudança climática é o seu impacto
devastador sobre a saúde humana. Segundo a OMS um clima mais quente ameaça
provocar o aumento da transmissão de doenças por água impura e por alimentos
contaminados, a elevação da concentração de alguns poluentes no ar, o
comprometimento da produção agrícola em alguns dos países menos desenvolvidos e
também a propagação de doenças infecciosas, além disso, um aumento nos eventos
climáticos extremos, como inundações e secas, terá efeito devastador sobre a saúde,
especialmente em pessoas que moram em comunidades mais sensíveis (OMS, 2009)
METODOLOGIA
O presente estudo utiliza como método a revisão da literatura, a qual tem como
finalidade reunir e resumir o conhecimento científico já produzido sobre o tema
investigado foi utilizadas as bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana em
Ciências de Saúde), MEDLINE (Sistema Online de Busca e Analise de Literatura
Médica) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online). Os critérios utilizados para a
seleção dos artigos: estarem publicados em língua portuguesa, na íntegra, de circulação
111
livre publicados no período de 2000 á 2016 e estarem disponíveis em texto completo,
excluindo todos os artigos pagos, que não discorram sobre o tema em estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O meio ambiente é motivo de preocupação mundial, uma vez que a vida é
mantida quando se há um equilíbrio natural existente entre ambiente biológico, físicos e
fenômenos naturais preservados, e sabe-se que o processo saúde doença tem caráter
multicausal envolvendo vários fatores dentre eles o agente etiológico, o hospedeiro e
meio ambiente, incluindo-se neste ultimo os determinantes sociais (MARIOT, 2007)
Pesquisas têm apontado que as mudanças ambientais globais principalmente as
mudanças climáticas promoverão impactos na economia, na sociedade, na política e
também na saúde humana de forma direta ou indireta podendo causar impacto das ondas
de calor, inundações, secas, expansão das áreas de transmissão de doenças transmitidas
por vetores, crise da agua e o aumento da incidência de doenças de veiculação hídrica e
potencialização do efeito da poluição atmosférica sobre as doenças respiratórias
(SEIXAS et al, 2011)
É importante à participação dos pesquisadores, dos gestores e da sociedade civil,
por meio da troca de informações que deve, de forma recíproca, contribuir para difundir
o conhecimento acerca dos fenômenos climáticos e seus efeitos na saúde, contribuindo
para responder aos desafios representados pelas causas e efeitos das mudanças
climáticas globais (JACOBI, 2014)
Faz-se necessário a ênfase em práticas que estimulem a interdisciplinaridade entre
o setor de saúde com temáticas ambientais que incitam mudanças no comportamento, na
responsabilidade socioambiental e na ética ambiental. Trata-se da importância de
compreender a complexidade envolvida nos processos ambiente-saúde e o desafio de ter
uma atitude mais reflexiva e atuante e, por conseguinte, que os cidadãos se tornem mais
responsáveis, cuidadosos e engajados em processos colaborativos com o meio ambiente
(WALS, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse contexto, ao passo em que se ressalta a complexidade dos eventos
ambientais e saúde humana se torna necessário o diálogo entre ciência, gestores e
sociedade, para isso, avanços interdisciplinares na forma de diálogo entre saberes
acadêmicos e sociedade podem fazer com que os mais distintos atores sociais, inclusive
na qualidade de sujeitos dos riscos, possam se apropriar de elementos das inter- relações
entre variabilidade climática regional e outros problemas socioambientais, incluindo a
saúde humana.
É fundamental abordar essa temática ambiental entre os profissionais da saúde e
sociedade, a fim de que eles se apoderem desse conhecimento e consigam identificar
problemas relacionados às mudanças globais especialmente às climáticas e seus
impactos para a saúde humana, propondo ações resolutivas e preventivas, juntamente
com a comunidade, procurando amenizar os riscos ambientais a que todos estão
expostos.
112
REFERÊNCIAS
CONFALONIERI; U; et al. Mudanças globais e desenvolvimento: importância para a saúde. Informe
Epidemiológico do SUS. 2002; 11(3): 139-154.
FIGUEIRAS, V; L. Percepção de profissionais da ENF/FIOCRUZ sobre mudanças ambientais
globais. Dissertação (Mestrado em saúde publica e meio ambiente) Escola Nacional de Saúde Publica
Sergio Arouca. Rio de Janeiro 2009.
JACOBI, P; R. Mudanças climáticas e ensino superior: a combinação entre pesquisa e educação. Educar
em Revista, Curitiba, Brasil, Edição Especial n. 3, p. 57-72. Editora UFPR. 2014.
MARIOT, C; A. Programa de saúde da família: o discurso educativo das equipes na promoção de
saúde ambiental. Dissertação (Mestrado em educação) Universidade Federal do Paraná. Paraná 2007.
SEIXAS, S; R; da C;, et al. Mudanças ambientais globais, vunerabilidade e risco: impactos na
subjetividade em Caraguatatuba, litoral norte paulista. Revista VITAS – Visões Transdisciplinares
sobre Ambiente e Sociedade. Nº 1, setembro de 2011
SILVA, D; X;, et al. Vulnerabilidade e efeitos das mudanças climáticas na saúde púbica em Manaus.
Fiocruz, Manaus 2010.
OMS. Mudança climática e saúde humana: riscos e respostas: Sumário Revisado 2008
OMS. Mudança Climática e Saúde: Um Perfil do Brasil. Brasília 2009.
WALS, A. Social learning: towards a sustainable world. Wageningen: Wageningen Academic
Publishers, 2007
113
O ENSINO DA CONTABILIDADE ATRAVÉS DE CONTOS CONTÁBEIS
LA ENSEÑANZA DE LA CONTABILIDAD ATRAVÉS DE CUENTOS DE
CONTABILIDAD
Robson da Rocha Andrade
Nivaldo Teodoro de Mello
Elisandra Beatriz Loffler
Maik Jonhon de Carvalho
Resumo: O estudo foi realizado juntamente com os alunos do oitavo semestre do curso
de Bacharelado em Ciências Contábeis da Universidade do Estado de Mato Grosso,
Campus de Cáceres, no semestre 2014/1. Os Contos Contábeis surgem como uma
tentativa de inserir essa metodologia de ensino para atuar em parceria com as muitas
outras já existentes, a fim de que os docentes encontrem, à sua disposição, um leque de
opções de ensino, diversificando suas aulas e as tornando mais dinâmicas. A
metodologia utilizada como estratégia de realização dessa pesquisa foi a exposição de
dois contos contábeis, elaborados com base em teorias a respeito da Contabilidade, aos
participantes da pesquisa seguidos por questionários contendo apenas questões
fechadas. Após a análise dos dados obtidos foi possível verificar que o método de
ensino em foco encontrou algumas dificuldades, porém isso não foi o suficiente para
impedir que o mesmo apresentasse resultados motivadores, satisfatórios e
surpreendentes.
Palavras-Chave: Ensino da Contabilidade, Metodologias de Ensino, Contos Contábeis.
Palabras-Clave: Contabilidad Enseñanza, Metodologías de Enseñanza, Cuentos de
Contabilidad.
.
INTRODUÇÃO
A Contabilidade nunca foi uma ciência exata e sim uma ciência social aplicada,
uma vez que o fenômeno patrimonial sofre modificações da ação humana, além de ser
gerado por ela (IUDÍCIBUS et. al. 2009). O mesmo autor ainda nos remete a origem da
arte de contabilizar, no período primitivo, onde antes mesmo de conhecer os números e
a escrita o homem já utilizava esse método de medição do patrimônio, o que ajuda na
desmistificação de que a Ciência Contábil é uma das ciências dos números. Dessa forma
fica evidente a importância do estudo não só teórico da Contabilidade, como também os
fatos que originaram essa ciência, conforme defende Sá (2002) ao afirmar que os fatos
presentes só são melhor entendidos quando comparados ao momento em que surgiram,
114
isto é, para se ter um profundo entendimento do que é a Contabilidade se faz necessário
o estudo de suas origens.
No Brasil ainda há uma profunda necessidade da criação de uma metodologia
onde os alunos possam compreender de forma bem clara os fundamentos teóricos e sua
relação com a prática exigida pelo mercado de trabalho (FAVERO et. al. 2006). De
acordo com Iudícibus et. al. (2009) de forma geral, observa-se que o profissional da
Contabilidade dispõe de um conhecimento considerado prático-mecânico ao invés de
demonstrar raciocínio contábil adquirido por meio do entendimento adequado do que se
está realizando, pois é a teoria que fornece um perfeito suporte para que a Contabilidade
exerça a sua função de sistema de informação e avaliação com a finalidade de dar
diretrizes para tomadas de decisões à seus usuários por meio do fornecimento de
demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade.
As mudanças realizadas nos projetos pedagógicos em atendimento às novas
exigências das diretrizes curriculares não atendem aos objetivos esperados, pois são
criadas com base nos clamores acadêmicos e não nas exigências empresariais e mesmo
que houvesse essa consonância, a falta de avaliações periódicas e a distância existente
entre a proposta e a execução poderiam comprometer os resultados. Assim, se o
acadêmico for preparado apenas para o mercado de trabalho estará sendo privado do
leque de oportunidades que se originam a partir da geração de conhecimentos novos
(FAVERO et. al., 2009).
Dessa forma é possível identificar a dificuldade existente na construção de um
plano pedagógico e metodologias de ensino da Contabilidade que atendam os fatores
essenciais para que o ensino se torne exemplar. Favero et. al. (2009) expõe seus
pensamentos em defesa de que não se chega a lugar algum sem um planejamento
adequado, planejamento esse que deve englobar os coordenadores de curso, professores
e até mesmo os alunos, objetivando produzir um curso de qualidade em sintonia com as
necessidades da sociedade. O autor supracitado ainda acredita que, com a elaboração de
um planejamento e controle juntamente com os docentes e a sociedade, as chances de se
disponibilizar um ensino muito satisfatório são grandes e se, os estudantes
compreenderem a educação como o principal agente transformador e edificador de suas
vidas, as condições ideais para que se tenha um ensino de Contabilidade, com qualidade
no Brasil, serão alcançadas. Diante das considerações realizadas é possível afirmar que
o presente estudo objetiva averiguar a possibilidade de aprender contabilidade por meio
dos chamados contos contábeis.
METODOLOGIA
A presente pesquisa foi realizada na Universidade do Estado de Mato Grosso –
UNEMAT, Campus “Jane Vanini” – Cáceres-MT. Participaram da pesquisa somente os
alunos que, durante o semestre 2014/2, estavam cursando o oitavo semestre do Curso de
Bacharelado em Ciências Contábeis.
As estratégias para a realização da pesquisa foram a utilização de dois contos
contábeis de autoria própria, um apresentado aos estudantes de forma escrita (etapa 1) e
o outro sob a forma de um vídeo (etapa 2), ambos seguidos de questionários contendo
115
dez perguntas objetivas cada um, onde cada questão apresentava quatro alternativas,
utilizadas para medição dos conhecimentos absorvidos com as leituras.
Inicialmente, em um dia letivo previamente combinado com os graduandos
participantes da pesquisa e contando com a cedência de aulas de um dos professores da
turma para a realização da pesquisa, foi realizada a etapa de número 1. Os estudantes
foram informados de que assistiriam a um vídeo que narraria um conto e que conteria
conceitos a respeito da disciplina de “Teoria da Contabilidade” e que, em seguida, os
mesmos responderiam a um questionário para medição dos conhecimentos obtidos.
Após a realização da primeira etapa da pesquisa deu-se sequência, ainda no
mesmo dia, à segunda parte do estudo que consistia em disponibilizar um conto contábil
aos respondentes, de forma escrita e impressa, onde, em seguida, os mesmos
responderiam a um outro questionário. Após a leitura individual de cada um, foi
realizada uma aula expositiva dialogada a respeito dos conceitos que os acadêmicos
identificaram no conto como sendo pertencentes à disciplina de “Contabilidade de
Custos”. Após a realização dessa “aula”, os pesquisados responderam o questionário
conforme o combinado.
Os questionários foram tabulados na ferramenta Microsoft Excel, instrumento que
viabilizou a construção de gráficos que facilitaram a interpretação e análise dos dados
obtidos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A aula baseada em um conto escrito, seguido de uma breve avaliação dos
conhecimentos assimilados, demonstrou que os alunos ainda não estão totalmente
preparados para realizar um estudo dessa magnitude sem a intervenção de um educador,
que realize uma discussão a respeito dos temas abordados. É um método que ainda
necessidade ser mais estudado a fim de ser aprimorado.
A realização de uma aula expositiva dialogada surge como uma forma muito bem
sucedida do ensino da Contabilidade. A partir do intermédio de um debatedor que
discuta o enredo apresentado no conto em consonância com o que se propõe ensinar é
de fundamental importância para que seja desenvolvido esse meio de ensinar. Os
acadêmicos terão a chance de se aventurar por histórias divertidas e envolventes ao
mesmo tempo que estudam para se tornarem bacharéis em Ciências Contábeis.
O desempenho dos pesquisados foi medido a fim de se poder ter uma ideia concreta
de como esse método atuou no aprendizado de cada um, evidenciando seus pontos
fortes e fracos. O conto de forma escrita proporcionou um bom índice de aprendizado,
porém não atingiu a média, de modo que a maioria das respostas foram erradas.
Ensinando por meio de uma aula dialogada a situação foi totalmente diferente. A
assimilação do conteúdo se deu de forma célere, atendendo todas as expectativas da
pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino da Contabilidade no Brasil precisa ser repensado de tal forma que os
profissionais docentes também precisam se reinventar, criando meios para criar novos
métodos de ensino no intuito de promover um avanço e uma otimização no que diz
116
respeito a formação de profissionais capacitados e com pensamento crítico. O método
de ensino das Ciências Contábeis através de contos surge como uma busca por uma
metodologia nova, que instigue o acadêmico a ir a busca de inovações, além de surgir
na tentativa de levá-lo a apreciar textos menos maçantes e não tão complexos.
O ensino da Contabilidade através de Contos Contábeis surge como uma forma
ímpar de se criar um método diferenciado de ensino, alocando-o no conjunto já
existente, com a finalidade de se realizar uma diversificação nas maneiras de ministrar
aulas. Essa metodologia tem um longo caminho a percorrer até que se torne um modelo
exemplar de ensino, porém desde já, mesmo estando em seu início de implantação,
apresentou um resultado motivador e surpreendente.
REFERÊNCIAS
FAVERO, Hamilton Luiz et. al. Contabilidade: Teoria e Prática. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas S. A.,
2006. v. 1.
GOUVEIA, Nelson. Contabilidade Básica. 2ª ed. São Paulo: Editora Harbra Ltda, 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 9ª ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2009.
MARION, J. Carlos, MARION, Márcia M. Costa. A importância da Pesquisa no Ensino da
Contabilidade. Rio de Janeiro: Revista Pensar Contábil, No. 3, 1998.
NEGRA, Carlos Alberto Serra. Metodologia para o Ensino Contábil: O uso de artigos técnicos. Rio
Grande do Sul: Revista do CRCRS, mai/1999.
SÁ, Antonio Lopes de. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. Portugal: Vislis, 2002.
SCHIMDT, Paulo. Uma Contribuição ao Estudo da História do Pensamento Contábil. São Paulo:
1996.
117
O USO DA INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÃO
EL USO DE INFORMACIÓN PARA LA TOMA DE DECISIONES
Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior,
Mestrando em Ciências Ambientais - UNEMAT
Rafaela Graziele Castrillon,
Mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas - UNEMAT
Thaline Daiane Castrillon Macedo
Especialista em Gestão em Saúde - UFMT
Resumo: Este trabalho foi produzido como uma das atividades de pesquisa em um
estudo de caso de uma drogaria de pequeno porte na cidade de Cáceres-MT. O objetivo
consistiu em descrever o uso das informações sob os critérios de uma informação no
trabalho do gestor para tomada de decisão, explicando após a análise do conteúdo, a
devolutiva de como se apresenta os critérios na empresa. Havendo como resultados os
procedimentos finais que após apresentado a empresa, foram apresentados a Faculdade
do Pantanal-FAPAN, como parte do trabalho pesquisa no curso de administração.
Palavras-chave: Informação; empresa; mercado.
Palabras-clave: Información; negocios; mercado.
INTRODUÇÃO
A crescente necessidade das empresas de aperfeiçoar as múltiplas atividades
realizadas dentro da organização, são contextos que o gestor participa na administração
de uma empresa e ou da sua empresa. A criatividade, a inovação, a marca também
fazem parte dos elementos que constituem a refinação de atividades que elevam a
personificação da empresa dentro do meio mercadológico entre seus clientes,
fornecedores, concorrentes e seus colaboradores.
A pesquisa relativa a forma de condução das atividades de uma empresa de
pequeno porte, do ramo/atividade farmacêutico, sendo uma drogaria, objetivou o estudo
de caso, que, no contexto deste texto apresenta os resultados a partir dos critérios de
uma informação, o uso operacional da informação dentro deste estabelecimento, como
forma de empregar grande necessidade ao trabalho do gestor a partir do trabalho
gerencial desta empresa.
METODOLOGIA
Sendo assim, a realização e metodologia deste texto, vem da natureza de estudo de
caso, sendo esta, realizada em uma drogaria na cidade de Cáceres-MT. O método,
118
decorreu-se das possibilidades em descrever a relação entre as tomadas de decisão do
gestor da empresa e as informações que os cercavam. Para isso, foi aplicado o que (GIL,
2002) explica sobre a pesquisa de um fenômeno em um caso ou o estudo de vários
casos ou o multi-caso.
Para tanto, o estudo de caso na referida drogaria da cidade de Cáceres, sendo esta
há 15 anos no mercado, neste trabalho aplicou-se um estudo visando a significância da
informação e o seu uso criterioso de aplicação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As informações foram originadas durante os processos desenvolvidos pela
empresa, cada informação desenvolve perspectivas de atuação nos departamentos, com
isso a sua atuação está diretamente ligada com o resultado final (LAUDON &
LAUDON, 2007; CRUZ, 2008) Mas, para que esta informação consiga desenvolver
este papel ela necessita dispor das 7 características de uma informação. Baseado em
Eficácia; Eficiência; Disponibilidade; Integridade; Conformidade; Acessibilidade;
Confiabilidade (OLIVEIRA, 2005).
A eficácia no seu uso das atribuições tem o objetivo de conseguir chegar ao
resultado final, tendo qualidade nos procedimentos e exercer a positividade nos
processos. O setor de vendas da empresa tem o papel de promover o faturamento da
mesma se o setor atingir a meta planejada, a empresa conseguiu atingir a eficácia
operacional, ressaltando a qualidade nos processos de atendimento, facilidades para o
pagamento e almejando o possível retorno do cliente.
A eficiência tem como objetivo chegar ao resultado final, como planejado, mas, o
procedimento para se chegar ao objetivo é o diferencial, onde, se busca potencializar a
melhor forma de se realizar algo, indagando o melhor tempo, custo e necessidade, um
exemplo diário da empresa, esta no setor de logística, precisamente no departamento de
entrega, a empresa que utiliza bicicletas e motos para fazer a sua distribuição de
produtos, tem como optar em ser eficiente ou eficaz, no seu processo. Um cliente que
deseja que sua compra chegue a menor tempo possível em sua residência faz com que a
empresa determine a melhor forma da entrega, se a empresa opta pela moto, sabendo-se
que a moto consegue levar a compra em menor tempo e com menor custo para entregar,
ela está sendo eficiente.
A disponibilidade da informação é uma das características mais importantes de
um sistema, entende-se por disponibilidade, a informação que em tempo real demonstra
a situação da empresa no momento que se é almejada. O setor de compras tem o seu
papel de ser o repositor de estoque, assim, não deixando a empresa sem insumos para o
trabalho diário. Quando o cliente adentra o ponto de venda, o processo da venda
desencadeia o processo de compras da empresa, pois quando o vendedor emitiu a venda
ao caixa, fazendo a baixa do produto no sistema, o mesmo tem a sua saída do estoque,
promovendo ao setor de compras a necessidade de repor o produto no estoque, todo este
processo tem que ser interligado e em tempo real, para ser fidedigna a realidade.
Integridade, esta característica da informação tem sua compreensão sob seu
aspecto a fidelidade da informação. O processo de entrada de mercadorias das empresas
tem o seu processo iniciado quando é feito a verificação do produto que foi entregue
119
pelo fornecedor ao que foi emitido em nota fiscal. Se o processo realizado de
conferência constatar que as informações contidas na nota fiscal são fidedignas com o
produto entregue, ao dar início ao lançamento da nota e consecutivamente a entrada de
estoque, esta informação estará disponível e ao se iniciar uma pesquisa de orçamento
para um determinado cliente e o vendedor transmite a informação de que há o produto e
a quantidade necessitada, a informação contida no sistema estando coerente com o
estoque, promove uma informação segura e fidedigna, construindo a integridade na
informação.
A conformidade é a característica da informação que promove e assegura o
enquadramento com as leis estaduais, leis federais, decretos e a Constituição Federal. A
conformidade da informação tem o papel de dirimir possíveis infrações e ilegalidades
nos processos realizados na empresa. O setor de marketing da empresa tem em seus
processos de trabalhos normas para que não infrinja nenhuma lei, por mexer
diretamente com pessoas, marcas, sentidos, portanto, virtudes como ética e respeito são
considerados importantíssimos para prevenir falhas e erros.
Acessibilidade, esta característica da informação tem como sua proposta principal
a segurança da informação. As empresas criam cargos em seus diversos departamentos
com diversos acessos. Esse acesso é a chave que cada colaborador tem, para acessar o
sistema. Esta característica da informação potencializa o desenvolvimento das
atividades contribuindo para a agilidade dos processos e não tendo desvio de função,
pois cada funcionário tem seu limite de acesso ao sistema.
Confiabilidade é a característica da informação que está diretamente ligada com a
acessibilidade, esta característica tem o sentido de indagar o quanto os processos,
procedimentos e atividades são seguras. Uma empresa que tem um sistema de
informação que pode ser manipulado, não garante a confiabilidade das informações.
Fatores externos como vírus e hackers não podem atingir de forma alguma a
operabilidade do sistema. Fatores internos como acesso de funcionários que não
exercem cargos de gerência e conseguem manipular o sistema, são fatores que
demostram a não legitimidade das informações. Os sistemas tem que conter
informações fidedignas e em nenhum momento pode ser manipulado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada empresa determina o método de trabalho que viabilize da melhor forma os
processos, e na empresa estudada foi percebida a aplicação das fases desse processo de
trabalho, com isso cada característica da informação é avaliada para ter a sua melhor
funcionalidade na empresa. Com o objetivo de trazer melhores resultados nas tomadas
de decisões, as características da informação fazem mudanças no contexto
organizacional, estes contextos podem trazer em alguns departamentos um aumento
burocrático no desenvolvimento de processos, um despendimento de um maior tempo,
com isso as empresas não almejam ter todas essas características da informação ao
mesmo tempo.
As características da informação são natas, e são impressas pela a dinâmica de
trabalho da organização que inclui normas, recursos, pessoas e procedimentos. Para
tanto, a inclusão e prática no trabalho estudado na drogaria fomenta a possibilidade do
120
uso de informações para a tomada de decisão, por ser tratar de informações seguras, não
modificadas e ou corrompidas. O gestor detém no caso estudado, múltiplas
possibilidades de analisar o mercado nos setores de compras, pagamentos, entregas,
cobrança, possibilitando promover evolutivos desenvolvimento nos aspectos de
aceitabilidade sua gestão no comando desta empresa, deve-se predominantemente pelo
domínio do fluxo de informação gerada no cotidiano de trabalho da empresa.
REFERENCIAS
CRUZ, Tadeu. Sistemas de Informações Gerenciais: tecnologias e a empresa do século XXI /Tadeu
Cruz. - 3. ed. 4 reimp.- São Paulo: Atlas, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa/Antônio Carlos Gil. - 4. ed. - São Paulo:
Atlas, 2002.
LAUDON, Kenneth C; LAUNDON, Jane P. Sistemas de Informações gerenciais. 7 ed. – São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de Informações gerenciais: estratégias, táticas,
operacionais. 10 ed – São Paulo: Atlas, 2005.
121
OS IMPACTOS DO ESOCIAL MÓDULO EMPREGADOR DOMÉSTICO EM
ESCRITÓRIO CONTÁBIL NO MUNICÍPIO DE CÁCERES-MT
EFECTOS DE MÓDULO ESOCIAL LOS EMPLEADORES AL CONTABILIZAR
HOME OFFICE EN EL CONDADO DE CACERES-MT
Vanessa Medeiros Duarte
Janaina da Silva Ramos
Resumo: O presente estudo teve como objetivo mostrar os impactos trazidos aos profissionais
de um escritório de contabilidade localizado em Cáceres, Estado de Mato Grosso, na
implementação e na utilização do eSocial Módulo Empregador Doméstico. Este trabalho trata
de uma pesquisa exploratória, qualitativa, estudo de caso, sendo utilizado um questionário
contendo questões abertas e fechadas para a coleta de dados. Após a análise dos resultados
observou-se que o escritório em questão, enfrentou diversas dificuldades em sua utilização,
causadas por diferentes motivos, entre eles, a obrigatoriedade de se utilizar um sistema que foi
lançado com funções incompletas, dificultando o cumprimento das leis trabalhistas. Sobre isso,
também foram relatados problemas técnicos de desempenho do sistema, tornando a rotina do
departamento pessoal ineficiente, sendo necessário o auxílio de sistemas locais para o tráfego
de dados trabalhistas. Contudo, também foram identificadas as soluções, demonstrando a
melhoria de algumas questões relacionadas ao uso do sistema.
Palavras-Chave: SPED, Empregada Doméstica, Direitos.
Palabras clave: SPED, Servicio de Limpieza, derechos.
INTRODUÇÃO
As exigências do mundo globalizado contribuem com o processo de evolução da
Tecnologia da informação. Com isso os processos da área mercantil ganharam mais
agilidade.
O governo Brasileiro procurou acompanhar este avanço, e encontrou uma forma
que viabilizasse a forma de fiscalização, desenvolvendo e implantando um sistema de
informação integrado denominado SPED (Sistema Público de Escrituração Digital).
Segundo Oliveira (2000, p.178) o sistema de informação permitir que os
funcionário da organização tenha a informação necessária para melhorar a qualidade de
seu trabalho. Além disso, o objetivo do sistema de informação é maximizar o uso das
informações dentro da organização, estimulando o trabalho cooperativo dos
departamentos em busca de melhorias para a organização como um todo.
O SPED veio com o objetivo de unificar, definir um padrão da organização das
informações contábeis, fiscais e dentre outras, das empresas, como a finalidade de
melhorar a eficiência na fiscalização, aumentando por consequência a arrecadação de
imposto e inibindo ações que não esteja em concordância com a legislação.
O Decreto nº 8373/2014 instituiu o Sistema de Escrituração Digital das
Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), estando disponível desde
01/10/2015 o Módulo eSocial Empregador Doméstico. A ferramenta surge para
122
viabilizar a determinação dada pelo texto da Lei Complementar 150/2015, o qual
possibilita o recolhimento unificado dos tributos e do FGTS para os empregadores
domésticos.
Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo analisar os impactos trazidos pelo
Módulo eSocial Empregador Doméstico no escritório de contabilidade pesquisado.
METODOLOGIA
Em relação a abordagem do problema, trata-se de uma pesquisa qualitativa. Que
de acordo com Beuren et al.( 2010, p.92)
Na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao
fenômeno que está sendo estruturado. A abordagem qualitativa visa destacar
características não observadas por meio de um estudo quantitativo, haja vista
a superficialidade deste último.
A preocupação é com a qualidade das informações, dos dados reunidos, não sendo
necessário mensurar valores neste trabalho.
Quanto aos objetivos, esta pesquisa trata-se de uma pesquisa exploratória.
Conforme Gil (2010, p.41) a pesquisa exploratória têm por objetivo, o aprimoramento
de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível,
possibilitando a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.
Dessa forma, a pesquisa exploratória se faz necessária, visto que o assunto
abordado foi pouco explorado, por ser uma recente obrigatoriedade do governo federal.
A presente pesquisa classifica-se, quanto aos procedimentos técnicos, como
Estudo de Caso, pois ela observa apenas um escritório de contabilidade na utilização do
módulo eSocial Empregador Doméstico de uma forma mais analítica, identificando as
dificuldades e o impactos diante esta nova obrigação.
Para realização desta pesquisa foi elaborado um questionário contendo 28
questões, sendo 16 abertas e 12 fechadas. O questionário foi dividido em três partes. A
primeira parte possui 7 questões e tem como objetivo identificar a qualificação do
questionado e verificar sua experiência profissional no ramo da contabilidade. A
segunda parte visa verificar o conhecimento e qualificação do respondente acerca do
eSocial e o eSocial Módulo Empregador Doméstico, contendo 9 questões. A terceira
parte contem 12 questões, onde através dos relatos do respondente se busca identificar
as dificuldades e os possíveis impactos a respeito do processo de implementação e
utilização do eSocial Módulo Empregador Doméstico. O questionário foi enviado via e-
mail para chefe de departamento pessoal do escritório pesquisado. A definição do
respondente deu-se pelo perfil do seu cargo na empresa, o qual possui conhecimento
teórico e cotidiano suficiente para responder aos questionamentos de forma coerente e
integral.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O eSocial Módulo Empregador Doméstico, objeto de pesquisa deste trabalho, tem
a finalidade de unificar, armazenar e validar as informações do empregador doméstico.
123
A implementação e a utilização deste sistema acabou gerando alguns impactos nos
escritórios de contabilidade. Visando conhecer esses impactos foi realizado um estudo
de caso em um escritório contábil para observar a ocorrência destes impactos. O
questionário foi direcionado ao Gerente de Departamento Pessoal do escritório de
contabilidade pesquisado, onde buscou-se obter informações baseadas na sua
experiência com a área da contabilidade e departamento pessoal, sobre a implementação
e utilização do eSocial Módulo Empregador Doméstico.
Abordado sobre a sua opinião a respeito do que é o eSocial Módulo Empregador
Doméstico, ele responde, e demonstra um exemplo do valor agregado pelo sistema, às
rotinas trabalhistas dos escritórios contábeis:
“É um mecanismo que mantém toda a vida funcional do empregado doméstico,
gerando contratos, guias, recibos de férias e rescisão, enfim, tudo que o
empregador doméstico precisa para o bom desempenho das obrigações trabalhistas
de seus empregados.”
Ele enfatiza que com a capacitação adequada (conhecimento sobre o
departamento pessoal), a ferramenta poderá ser utilizada de forma fácil e intuitiva. Por
outro lado, sobre isso, ele conclui que os empregadores domésticos que não possuírem
meios necessários para a utilização do sistema terão dificuldades:
“As desvantagens são para os empregadores domésticos que não dispõe de
Computador, impressora e internet ou conhecimento mínimo para usar o e-social.
Quando iniciou a obrigação, os clientes entraram em contato solicitando o valor da
prestação de serviço. Nós cobramos um valor maior, vários clientes optou por fazer
em casa. Devido ás dificuldade encontradas na utilização do sistema, todos que
tentaram fazer em casa voltaram.”
Diante desse déficit de conhecimento sobre a área trabalhista e contábil, surgiu a
demanda por prestação de serviços de alimentação do sistema com os dados
trabalhistas, movida pela falta de capacitação dos empregadores domésticos.
Porém a alimentação do sistema não acontece em tempo hábil de modo que não
é possível atender as solicitações dos clientes de forma adequada, devido as limitações
de performance do sistema.
Baseado nessa informação, fica claro que de forma prática o trabalho no
departamento pessoal duplicou-se, pois segundo ele, tornou-se necessário alimentar
duas bases de dados: a base do sistema eSocial Módulo Empregador Doméstico do
governo federal e a base do sistema gerencial pertencente ao escritório.
A respeito da capacitação recebida sobre o sistema eSocial Módulo Empregador
Doméstico, o questionado afirma que participou de uma palestra informativa, onde foi
abordado sobre o conceito do sistema e sua finalidade demostrando que seu contato
inicial com o sistema foi superficial, principalmente pelo fato do sistema está em fase de
amadurecimento e pela sua capacitação pouco aprofundada. Mesmo com a capacitação
incompleta o questionado pôde se adaptar a ferramenta aos pouco devido a sua
experiência no departamento pessoal. Dessa forma ele tem um olhar crítico e descreve a
forma como avançou a maturação da ferramenta e a devida capacitação sobre ela:
124
“O eSocial Módulo empregado Doméstico iniciou em outubro de 2015 porém o
Manual de orientação deste módulo saiu em Dezembro. A palestra que recebemos
só foi para introduzir sobre o módulo. Hoje pode se fazer uma capacitação bem
mais detalhada, haja vista que hoje o sistema já está funcionando quase a 100%
faltando poucos ajustes e os palestrantes terão pleno domínio sobre o assunto.”
Sobre a forma como evoluiu o sistema e sobre as dificuldades apresentadas
desde a sua implementação ele cita que o fato do sistema ter se tornado obrigatório de
forma incompleta, ou seja, sem atender a proposta do governo em sua totalidade, foi
uma das principais dificuldades encontradas inicialmente.
Sobre isso ele cita os pontos que estavam incompletos no lançamento desta
ferramenta:
“Não tinha campo para lançamento de desligamentos, só tinha férias e
afastamentos, não tinha campos para lançamento da rescisão, não tinha verbas
para fechar o recibo de pagamento com a discriminação dos proventos e descontos
[...] Depois de alguns meses foi sendo liberado estas opções.”
Entre os problemas específicos que persistem, ele cita alguns relacionados ao
cadastro do empregador e do empregado, podendo ser:
Problemas de concordância entre as informações, em casos de informações divergentes
entre os dados apresentados pelos empregadores e dados do sistema.
Problemas técnicos, sendo estes causadores de grande lentidão no sistema em seu uso
geral, e travamentos em operações de realização dos cadastros.
Entre os problemas relatados pelo questionado também constavam problemas
nas operações de rescisão (a qual não estava disponível no momento de sua
implementação), onde ele mencionou problemas ocasionais de erros apresentados no
fornecimento de informações para essa operação.
Acerca dos eventos da Folha de Pagamento e Recebimento ele relata que assim
como outros problemas já citados, havia limitações de operações disponíveis no início
da utilização do sistema.
“Nos primeiros meses de utilização do sistema, no preenchimento da folha de
pagamento existiam poucas verbas cadastradas. Existem empregado domésticos
cadastrados que ganham hora extra e adicional noturno, essas verbas não eram
informadas, pois não estavam disponíveis para inserir no recibo.”
Isso descreve um erro crítico que vai contra a proposta do governo relacionados
a finalidade do sistema, considerando-se que ele busca através da centralização das
informações, fiscalizar o cumprimento das leis relacionadas ao vínculo empregatício. A
partir dessa situação, os escritórios tiveram que criar caminhos opcionais para o
cumprimento de alguns serviços:
“Para gera a guia (DAES), foi lançado o valor total a ser pago ao empregado em
apenas uma verba para a base de cálculo dos tributos ficar correta. Após alguns
meses depois da sua obrigatoriedade o sistema liberou mais verbas. O recibo dos
funcionários são feitos no sistema do escritório, com as verbas salarias lançadas de
forma correta.”
125
De modo geral, o eSocial Módulo Empregador Doméstico é um sistema que
cumpre parcialmente a sua proposta: centraliza os dados e operações referentes aos
vínculos empregatícios, ou seja, pelo lado do governo, mesmo que com algumas
deficiências desde a sua implementação ele é eficaz. Porém isso não acontece pelo lado
do usuário do sistema, onde se incluem empregadores e escritórios de contabilidade,
afinal, suas rotinas se tornaram mais trabalhosas, por um lado por limitações no sistema
(que foi imposto mesmo estando incompleto) e por outro lado, pela falta de capacitação
causada pelo mau planejamento na implementação do sistema. Sendo assim o sistema
evoluiu desde a sua implementação, disponibilizando aos poucos funções essenciais e
com melhoras gradativas no seu desempenho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entre as ferramentas de fiscalização do governo federal, o eSocial é um meio de
fiscalização criado recentemente, com o intuito de simplificar o tratamento das
informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais, sendo um meio mais eficaz no
acompanhamento do cumprimento das legislações pertinentes as relações empregatícias.
Diante disso, este trabalho buscou contextualizar o módulo eSocial, descrevendo o
conceito e as finalidades do projeto. Com ênfase no eSocial Módulo Empregador
Doméstico, este trabalho retratou as finalidades deste sistema, apresentando seus
objetivos e descrevendo suas funções. Em foco tratou dos impactos causados no
processo de implementação e as dificuldades encontradas na sua utilização.
Este levantamento de informações e sua contextualização buscou responder ao
seguinte questionamento: Quais foram os impactos e as dificuldades que o escritório de
contabilidade “X” localizado na cidade de Cáceres-MT enfrentou na implementação e
na utilização do módulo eSocial empregador doméstico?
Desse modo buscou-se obter dados de experiências práticas com a ferramenta
eSocial Módulo Empregador Doméstico, buscando qualificar localmente a experiência
de implantação e utilização do sistema, de modo que os resultados obtidos pudessem
mensurar parcialmente a distância entre a proposta do sistema, de melhorias na
fiscalização trabalhista e o contexto identificado da utilização do sistema.
Na implementação do sistema, foi observado que o governo se precipitou ao
implantar um sistema incompleto, o que acabou por ofuscar os benefícios que deveriam
ser agregados, como foi percebido dos dados obtidos.
Os dados mostram que eventos essenciais ao funcionamento ideal do sistema não
estavam disponíveis no início da sua utilização, descaracterizando a sua finalidade, de
modo que seu uso de forma correta diante da legislação foi sendo aprimorada aos pouco
através de melhorias no sistema, sendo uma delas a liberação de eventos antes
inexistentes. Neste caso é importante se observa que sistemas de informações, ou
softwares em geral de fato passam por fases de aprimoramento, de modo que se busca
lapidar a experiência proposta pelo software.
126
Sendo assim, um dos problemas identificados foi o fato do governo federal tornar
obrigatória uma ferramenta incompleta. Isso reflete inclusive em problemas técnicos
relacionados à performance do sistema, relatados entre os dados obtidos, no sentido que
o sistema não acompanha a velocidade da rotina do escritório de contabilidade em
questão, fazendo com que o departamento utilizasse meios paralelos para atender a
demanda de serviços e de informações por parte dos empregadores.
Apesar das falhas citadas, uma das principais vantagens buscadas pelo eSocial
Módulo Empregador Doméstico, que é a centralização e a unificação das informações
previdências, trabalhistas e ficais está sendo cumprida, de modo que o acesso a esses
dados, por parte do governo tornou-se mais eficiente.
Foi relatada a situação da capacitação para a utilização do sistema, apontando para
as limitações iniciais que essas capacitações sem grande profundidade possuíam, sendo
nelas abordado sobre o conceito do sistema e suas finalidades, não apresentando sobre a
sua utilização. Dessa forma os usuários do sistema no escritório pesquisado adquiriram
conhecimento sobre a utilização do sistema no momento de sua implementação,
utilizando à lógica e os conhecimentos técnicos da área do departamento pessoal, como
ferramenta para a resolução das dúvidas que surgiram. Mesmo com o sistema
funcionando em sua plenitude, também não foi dada a devida atenção aos treinamentos
para a utilização do mesmo, de modo que se potencializa o produto dessa utilização.
Por fim, puderam-se alcançar os objetivos propostos inicialmente, onde se
buscava contextualizar o eSocial, assim como a sua aplicação e uso, através de
informações obtidas de um profissional apto a fornecê-las e através disso analisar a
realidade sobre a implementação e uso da ferramenta eSocial Módulo Empregador
Doméstico. Através desta pesquisa obtiveram-se os dados necessários para alcançar os
objetivos citados, pois através da análise dos dados foram produzidos dados que
projetassem um exemplo de uma situação vivida pelo usuário do sistema.
REFERÊNCIAS
BEUREN, Maria I. (Org.) et al. Como elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade. 3 ed.
Editora Atlas, 2010.
BORGES, V. A. A. de S.; MIRANDA, C. C. F. A contabilidade na era digital. XIII Inic EPG (Encontro
Latino Americano de Iniciação Científica) e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação –
UNIVAP, São José dos Campos. Disponível em:
<http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2009/anais/arquivos/0243_0799_01.pdf>. Data de acesso:
20/07/2016.
BRASIL. Decreto n°: 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Institui o Sistema Público de Escrituração Digital
– SPED. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/Decreto/D6022.htm>. Data de acesso: 04/03/2015 ás 21:36.
BRASIL. Lei Complementar nº 150, de 1º de julho de 2015. Dispõe sobre o contrato de trabalho
doméstico. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm >. Data de
acesso: 01/08/2016 ás 20:13.
127
BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui
Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm > Data de acesso: 08/05/2015 ás 13:48.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. SPED, Sistema Público de Escrituração Digital.
Disponível em:< http://portalcfc.org.br/coordenadorias/camara_tecnica/projetos/sped/ > Data de acesso:
20/08/2016 ás 00:14.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisas. 5º ed. Editora Atlas, 2010.
OLIVEIRA, Jayr Figueiredo de. Sistemas de Informação: um enfoque Gerencial Inserido no
Contexto Empresarial e Tecnológico – São Paulo: Ed. Érica, 2000.
RECEITA DEFERAL DO BRASIL. Escrituração Fiscal da Folha de Pagamento e das Obrigações
Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais (EFD-Social). Disponível em:
<http://www1.receita.fazenda.gov.br/noticias/2012/julho/noticia-25072012.htm>. Data de acesso:
04/03/2015 ás 22:13.
128
PARTICIPAR NA ARTE DE GOVERNAR
PARTICIPAR EN REGLA ART
Douglas Alexandre de Campos Castrillon Junior,
Universidade do Estado de Mato Grosso – PPGCA
Rafaela Graziele Castrillon
Universidade do estado de Mato Grosso – PGMP,
Laudemir Luiz Zart
Núcleo Unemat - UNITRABALHO,
laudemirzar13yahoo.com.br
Resumo: A construção deste trabalho se origina a partir de debates em sala de aula na
disciplina de políticas públicas da pós-graduação Lato Sensu em Economia Solidária e
Políticas Públicas da Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT, com isso,
trabalhou-se a proposta de participação popular em ações pública inerentes ao ambiente
a qual a sociedade pode vir a interagir, formando cenários de planejamento,
organização, controle e direcionamento de atividades sociais, culturais, artísticas,
artesanais em perímetro urbano e rural da cidade de Cáceres-MT. No desenrolar da
proposta, é trabalhado a relação entre a sociedade civil, grupos informais e formais, e
também empresas em práticas sociais na cidade Cáceres-MT.
Palavras-chave: Participação social; política; sociedade.
Palabras-clabe: Participación social; política; sociedade.
INTRODUÇÃO
Ao acessarmos os meios de comunicação como telejornais, sites, páginas sociais a
nível nacional, percebe-se que os espaços públicos são alvos de problemas como na
educação, lazer, economia, na política e ainda podendo ser mais profundo quando
aparecem na sociedade periférica a exposição de esgoto a céu aberto, doenças
originadas de endoparasitas, venda ilícita de substancias legais e ilegais.
Assim, podemos compor que os problemas existentes nos espaços públicos, são
vivenciados pela população composta pelas classes sociais de maior e menor escala
econômica. Para tanto a discussão que vem se tratar este trabalho está na vinculação de
ideias de participação social dentro do campo socioeconômico enfatizando as
características da Economia Solidária e Administração participante, sendo este o que
promoveu a leitura social de alguns problemas locais que permeiam as rodas de
conversas e a partir de uma visão holística comunitária decorrendo de aplicações sociais
em relação a participação da sociedade de processos existentes na cidade de Cáceres e
129
tentando demonstrar como podemos enxergar atividades em relação ao nosso convívio
social.
Os debates em questão tentaram proporcionar a interlocução de processos
baseados na conduta de ações e procedimentos que dialogam de forma organizada com
entidades, órgãos e a sociedade.
METODOLOGIA
A elaboração de programas institucionais para integralização e formalização de
leis no âmbito municipal, estadual e nacional enfatizando a necessidade de promover a
coerência entre problemas e soluções, vem na temática para a discussão do trabalho,
com isso, foram realizados um estudo bibliográfico de pesquisadores da cidade de
Cáceres-MT que problematizam dentro do campo da Economia Solidária e
Administração participante, políticas públicas, programas que produzem ações que ao
extrapolar o campo da desigualdade social, ZART (2014, p. 15) ajuda a almejar uma
maior discussão de concepções como a de uma educação política. Sendo em seu
discurso que,
Para gerar ambiências positivas em relação a participação política,
avaliamos que são necessários programas e ações de educação
política. Compreendemos que a educação política é a possibilidade da
construção e formação teórica e metodológica de concepções e
atitudes políticas inseridas e compromissadas, que elaboram
proposições e possuem como horizonte a práxis política
transformadora.
Sendo uma porta de discussão a educação para a participação política serão os
elementos constitutivos da abordagem em que a ideia (teoria) e a políticas públicas
(práticas) caminhem com a interação necessária para chegar a uma prática social.
Economia Solidária abordando práticas sociais
Ao analisarmos os fatores decorrentes de distúrbios sociais, caímos em dados
amplos de educação, violência, cultura, economia, e muitas vezes perdemos a percepção
da base, do bairro ou até mesmo da rua e seus vizinhos. Entender que a sociedade
necessita conhecer entre si e interagir de forma harmônica promoverá a organização
social de partes que estão envolvidas com outros elementos que formam o ambiente de
convívio, para assim estimar o combate de problemas existentes.
Ao trabalhar com a Economia Solidária, é proposto a formação para organização
social em âmbitos histórico, cultural, territorial, político e econômico propondo uma
sociedade autogestionária, com equidade, cooperada e justa integrada ao bem viver
social (PUHL, 2014). Dialogar o processo atribuído na formação, pode se iniciar
trabalhos de inovação do pensar, dando condições para novos agir, como um exemplo
local da cidade de Cáceres, as atividades decorridas do Programa Nacional de
Incubadoras e iniciativas populares – PRONINC, uma política pública acessada via o
Núcleo Unemat – UNITRABALHO realizou processos de formação no assentamento
130
Sapiquá, onde chegaram a construção do trabalho cooperado na produção de hortaliças
na perspectivas agroecológicas.
Abordando práticas administrativas
A participação da sociedade em movimentos sociais, grupos sociais,
empreendimentos econômicos solidários formais e informais, constroem estruturas
administrativas galgadas por fluxogramas difundidos na distribuição de tarefas para
chegaram em seus resultados. Equilibrar as funções administrativas em seu processo de
planejamento na busca de alcançar resultados viáveis e sustentáveis, são procedimentos
técnicos que Castrillon Junior (2016) ajuda-nos a entender pois, um planejamento
participativo administrativo envolve o processo de como será a execução de atividades
para se chegar a um resultado comum a todos, portanto, planejar coletivamente consiste
na distribuição de responsabilidades para o entendimento de situações decorrentes do
dia a dia de todos os atores envolvidos, sendo na solicitação de manutenção da rua onde
mora ou mesmo na iluminação pública de seu bairro.
Entender que a participação pode ser um processo educativo, quando tem-se o
entendimento de que “a participação carrega em sua essência a dimensão política”, que
procura-se distanciar do idiota, daquele que não participa e não está nem aí com os
problemas de sua comunidade” (ASSIS, 2014, p.12), problematizando a ideia de que
fazemos parte do problema que ocorre em nossa rua, escola, prefeitura, sendo
necessário o papel de agentes fiscalizadores compromissados com o bem comum.
Realizar a interação de problemas locais com soluções locais, dá condições de
formar um conhecimento que possibilita criar, manusear e alocar outros conhecimentos,
vivencias, inerentes a cultura social existente advinda de expansões territoriais
diferentes, mas, com a mesma ferramenta institucional, onde podemos caracteriza-lá de
uma política vinda do povo.
As políticas públicas são programas institucionais elaborados pelos fazedores de
leis que promovem o desenvolvimento multidimensional a sociedade, diferente de
políticas de governo, que, realizam políticas para determinado grupo de interesses e com
prazo de validade, as políticas públicas distribuídas pelos vários senários que a
sociedade participa, difunde a perspectiva de melhoramento condicional da sociedade
em suas dimensões socioeconômicas, socioambientais. (Assis, 2014; Puhl, 2014; Zart,
2014).
Logo as políticas públicas são de cunho sociopolíticos abordando os campos
centrais e periféricos de uma sociedade sendo assim, podemos buscar na administração
social a ligações de ações para tomadas de decisões a partir de vivência no ambiente,
onde se percebe a necessidade de acessibilidade para garantir a transmissão da
informação como ferramenta de gerenciamento da informação não sistematizada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conflitar as ações inerentes a governança e a expectativa popular, são debates de
instâncias muito profundas, por mexermos com a percepção de qual ou quais os
parâmetros norteadores para avaliar o que seria bom para o todo, compreendendo que
131
existem diversos fatores fundamentais, tendo como exemplos, aplicação de recursos
públicos, enquadramentos legislativos e a interação ambiental, para enxergar melhorias
como saneamento básico, pavimentação de ruas, iluminação pública entre outros.
Logo, retratar problemas de insatisfação midiáticos pode levar a uma
desacreditação da sociedade ao poder público, decorrente disso, uns tantos ‘por quês’ da
não participação popular em atividades, saber utilizar a informação para fins de
transformações sociais, são responsabilidade de autores, condutores e distribuidores de
informação, para tanto, uma problemática que perpassa por vários caminhos e sujeitos,
como também são os problemas práticos sociais, ambientais, culturais, políticos e
econômicos. Entender o processo do qual fazemos parte e que este compõe o Todo
Social, remete-nos a entender que somos agentes de transformação para a condução de
novas possibilidades de conivência social.
Participar na arte de governar então, não está vinculado somente no cargo de
presidente da associação, prefeito da cidade, governador do estado, mas sim, na função
de ser agente transformador da realidade onde se está inserido.
REFERENCIAS
ASSIS, Aparecido de. Teoria da Participação e Ética In: ZART, Laudemir Luiz; MENDES, Edson
Penha (org). Política e Participação. Caderno Pedagógico III. Cáceres-MT - Editora Unemat, Série
Sociedade Solidária. Nº.1 - 2014. P 12-14.
CASTRILLON JUNIOR, Douglas Alexandre de Campos [et al]. Planejamento participativo: ação
estratégica. In: ZART, Laudemir Luiz. (org). Caderno Pedagógico: práticas de incubação. Cáceres-MT -
Editora Unemat, Série Sociedade Solidária. Vol. 4. Nº.1 - 2016. P. 21-22.
PUHL, João Ivo. Participação Política e didática autogestionária. In: ZART, Laudemir Luiz;
MENDES, Edson Penha (org). Política e Participação. Caderno Pedagógico III. Cáceres-MT - Editora
Unemat, Série Sociedade Solidária. Nº.1 - 2014.
SENAES, Secretaria Nacional de Economia Solidária/MTE. Economia Solidária na Política Pública
Nacional. Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária – Rede de Gestores.
ZART, Laudemir Luiz. Educação Política em Processos Participativos. In: ZART, Laudemir Luiz;
MENDES, Edson Penha (org). Política e Participação. Caderno Pedagógico III. Cáceres-MT - Editora
Unemat, Série Sociedade Solidária. Nº.1 - 2014
132
PLANEJAMENTO FAMILIAR: A ABORDAGEM DO ENFERMEIRO NA
PERCEPÇÃO DO CASAL
PLANIFICACIÓN FAMILIAR: UN ABORDAGEM DO ENFERMEIRO NA
PERCEPCIÓN DO CASAL
Alydaiane Antônia Sales Jorge Dias
Nayara Ferreira
Carla Maria Lunardi
Resumo: A consulta realizada pelo enfermeiro de planejamento familiar é uma forma
positiva para manter uma relação cliente-profissional interativa, constituindo-se um
momento para compreender as dúvidas e queixas, diminuindo qualquer anseio quanto
ao processo de planejamento familiar. O objetivo do trabalho foi descrever a assistência
de enfermagem prestada em planejamento familiar sob a ótica e percepção dos casais.
Os resultados evidenciaram aspectos como a necessidade dos enfermeiros
aperfeiçoarem a sua capacidade de comunicação com os usuários, uma vez que seus
serviços de fornecimento de orientações referente a questões de planejamento familiar
são primordiais na garantia de escolhas informadas a fim de auxiliar os casais na tomada
de suas decisões em prol da saúde de sua família. Portanto percebeu-se que os
profissionais têm o conhecimento sobre quais ações e medidas tomarem para melhorar a
assistência no planejamento familiar, porém existem várias barreiras que dificultam a
efetivação das ações.
RESUMEN: La consulta llevada a cabo por la enfermera de planificación familiar es
una forma positiva de mantener una relación interactiva entre cliente y proveedor,
siendo un momento para comprender las dudas y reclamaciones, la reducción de la
ansiedad sobre el proceso de planificación de la familia. El objetivo fue describir los
cuidados de enfermería en la planificación familiar en la visión y la percepción de las
parejas. Los resultados proporcionados ideas sobre la necesidad de enfermeras mejoran
su capacidad para comunicarse con los usuarios, ya que sus pautas de servicio de
suministro relacionadas con cuestiones de planificación familiar son de suma
importancia en la elección de garantía informado para ayudar a las parejas en la toma de
sus decisiones para la salud de su familia. Por lo tanto, se dio cuenta de que los
profesionales tienen el conocimiento acerca de qué acciones y medidas a tomar para
mejorar la atención en la planificación familiar, pero hay varias barreras para acciones
efectivas.
Palavras chaves: Enfermagem, Assistência, Planejamento Familiar.
Palabras clave: Enfermería, Asistencia, Planeamiento Familiar.
INTRODUÇÃO
O planejamento familiar é de extrema importância para a saúde reprodutiva, sendo
considerado um conjunto de ações de atenção direcionadas à mulher, ao homem e casal
133
por meio do fornecimento de recursos e técnicas, tanto para auxiliar a ter filhos, quanto
para evitar gestações não planejadas (BRASIL, 2009).
Grande parte dos atendimentos de planejamento familiar normalmente são
realizados pelos enfermeiros durante a consulta de enfermagem. A consulta é uma
forma positiva para manter uma relação cliente-profissional interativa, constituindo-se
um momento para compreender as dúvidas e queixas, diminuindo qualquer anseio
quanto ao processo de planejamento familiar (DIOGENES, 2009).
O profissional também deve estar atento a concepção deste casal, orienta-los sob
os métodos contraceptivos. Assim, uma das expectativas do planejamento familiar é de
que o indivíduo ou casal seja capaz de escolher um método contraceptivo de forma
livre, para isto, é importante ter conhecimento e acesso a todos os métodos
contraceptivos disponíveis e aprovados cientificamente (NICOLAR, 2012).
Diante do exposto, e reconhecendo a importância da assistência em planejamento
familiar para uma prática consciente, saudável e segura dos casais, bem como a
importância do enfermeiro neste processo. Objetivou-se compreender a abordagem dos
enfermeiros pela visão dos casais atendidos sobre assistência de enfermagem prestada
em planejamento familiar e a importância desta assistência para nortear futuras
melhorias nas atitutes do enfermeiro neste processo.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo e exploratório de abordagem qualitativa,
desenvolvido na Estratégia Saúde da Família do município de Sinop-MT. Trata-se de
um estudo descritivo e exploratório de abordagem qualitativa, desenvolvido na
Estratégia Saúde da Família do município de Sinop-MT.
Os locais elencados foram todas as Unidades de saúde da Família (USF) e o
Serviço de Atendimento Especializado para DST, AIDS e Hepatites Virais (SAE),
sendo este, o local em que os casais, após passarem pela Unidade de Saúde da Família,
são encaminhados para participarem do grupo de planejamento reprodutivo (SINOP,
2012).
Os sujeitos da pesquisa constituíram-se em casais escolhidos por meio da análise
dos nomes de inscritos para o grupo de planejamento reprodutivo, sendo assim
possuíam os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, conforme a Lei 1.923 de
1996 que preconiza o planejamento familiar. A coleta de dados foi realizada através de
uma entrevista semiestruturada, norteadas por um roteiro que abordou a percepção do
casal a respeito da assistência de enfermagem.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os profissionais de saúde podem atuar na assistência à anticoncepção em três
ações: atividades clínicas, aconselhamento e atividades educativas. Sendo estas
atividades desenvolvidas de forma integrada, levando sempre em consideração que toda
a visita ao serviço de saúde constitui em uma oportunidade para realizar a prática de
ações educativas (PAZ, 2009).
134
Foi evidenciado através das falas dos casais aspectos relacionado à falta de
orientações por parte dos enfermeiros para os casais. Sendo assim, enfermeiros
necessitam aperfeiçoar sua capacidade de comunicação com os usuários, uma vez que
seus serviços de fornecimento de orientações referente a questões de planejamento
familiar são primordiais na garantia de escolhas informadas a fim de auxiliar os casais
na tomada de suas decisões em prol da saúde de sua família (NICOLAU, 2012).
No entanto, os outros casais não foram atendidos somente pelos enfermeiros e sim
em conjunto com o profissional médico da Atenção Básica à Saúde, onde já foi
realizado o encaminhamento para as cirurgias irreversíveis (vasectomia ou laqueadura).
Verificou-se que os enfermeiros e a equipe médica não forneceram orientações de
outros métodos contraceptivos para os casais, muito menos enfatizaram os riscos que a
esterilização feminina e masculina pode causar. Fatos que contradizem o que foi
mencionado nas entrevistas realizadas com os enfermeiros por referiam fornecer
informações sobre todos os métodos.
A esse respeito é evidente que o aconselhamento adequado auxilia o paciente a
escolher e fazer uso do método contraceptivo apropriado, mas deve ser levado em
consideração que os pacientes são diferentes entre si, bem como as situações que vivem
(PENAFORTE, 2012).
Foi notável que se o planejamento familiar fosse abordado corretamente pelo
enfermeiro na Unidade de Saúde de Família as dúvidas seriam sanadas e os casais
teriam a oportunidade de anteriormente realizar escolhas que poderiam não ser
definitivas, como a vasectomia e a laqueadura e essa escolha poderia evitar angustias e
preocupações futuras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Outro ponto que merece destaque é a pouca assistência fornecida para os casais,
pois os médicos e enfermeiros não consideraram todos os métodos contraceptivos
existentes, as características que se enquadram no perfil singular de cada indivíduo e a
importância de se planejar uma gestação.
Além disso, grande parte dos casais foi encaminhada diretamente para possível
realização da laqueadura ou vasectomia sem as orientações devidas sobre esses
procedimentos irreversíveis. Aspecto delicado visto que os enfermeiros referiram
abordar todos os métodos.
Entretanto, evidenciou-se a importância da abordagem aos métodos
contraceptivos de maneira adequada para não trazer risco à vida e à saúde dos pacientes,
dando ênfase nas técnicas de uso, e seus efeitos positivos, adversos e contraindicações.
Isso em virtude que os enfermeiros mostraram conhecimento sobre a importância dessa
assistência adequada, que caso colocado em prática poderia ter fornecido outra realidade
a vida dos casais.
Então se percebe a necessidade de investigar mais profundamente quais as
estratégias apropriadas para motivar os enfermeiros a melhorar a assistência, no
concerne ao conhecimento e a sua transmissão para colocarem suas sugestões na
prática.
Assim, se a temática fosse abordada de forma adequada pelos profissionais,
poderia ser comprovado um aumento da procura por parte dos casais que poderia
135
ocasionar uma diminuição de risco infecções hospitalar, isso devido a escolha prematura
dos métodos contraceptivos definitivos. Deste modo, proporcionaria mais qualidade de
vida não somente ao casal, mas a família como um todo.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais.
Brasília, 2009.
DIOGENES, M.A.R; LINARD, A.G; TEIXEIRA, C.A.B; Comunicação, Acolhimento e Educação em
Saúde na Consulta De Enfermagem em Ginecologia. Revista Rene (Fortaleza). 2010; 11(4):38-46.
NICOLAU, A.I.O; DANTAS, R.C; GADELHA, A.P.P; PINHEIRO, A.K.B; Conhecimento, atitude e
pratica de mulheres residentes no meio rural acerca dos métodos contraceptivos. Revista eletrônica
de enfermagem. 2012;14(1):164-70.
SINOP. Secretaria Municipal de Saúde. Dados da Estratégia de Saúde da Família. Sinop, 2012.
PAZ, E. C.M; DITTERICH, R.G; O conhecimento das mulheres sobre os métodos contraceptivos no
planejamento familiar. Revista Gestão & Saúde (Curitiba), 2009; 1(1):1-10.
PENAFORTE, M. C. L. F; SILVA, L.R; ESTEVES, A. P. V. S; SILVA, R.F; SANTOS, I. M. M;
SILVA, M. D. B; Conhecimento, uso e escolha dos métodos contraceptivos por um grupo de
mulheres de uma unidade básica de saúde em Teresópolis, RJ. Cogitare Enfermagem. 2010;
15(1):124-130.
136
PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO: REDUZINDO O IMPACTO AMBIENTAL
LA PRODUCCIÓN DE BIOPLÁSTICOS: LA REDUCCIÓN EL IMPACTO
AMBIENTAL
Juliana Gutierrez da Silva
Elisandra Beatriz Loffler
Robson da Rocha Andrade
Resumo: O presente trabalho pretende identificar a importância do desenvolvimento de
bioplásticos para redução do impacto ambiental causado pelo descarte inadequado do
plástico advindo de fontes de petróleo. Tem como metodologia, a pesquisa de natureza
bibliográfica. A produção de bioplásticos através de resíduos é uma das alternativas
para ajudar na diminuição de lixos plásticos acumulados durante anos em lixões. Diante
da pesquisa pode-se concluir que a produção do bioplástico trará inúmeros benefícios,
tais como: decomposição mais rápida no ambiente natural, além de reutilizar materiais
que seriam considerados como lixo em sua fabricação. Como por exemplo temos
produção de bioplásticos com a casca da batata, que inicialmente é tratada como lixo,
mas ao utilizar esse resíduo para a produção do bioplástico, é evitado seu descarte e
utilizado para produção de um novo bem. Temos ainda a mandioca que pode ser
produzida somente para a produção de bioplástico, que poderá gerar novos empregos.
Palabras clave: Plásticos; Biopolímeros; Sostenibilidad.
Palavras chave: Plásticos; Biopolímeros; Sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
De acordo com Piatti; Rodrigues (2005, p. 20), “a palavra plástico vem do grego
plástikos. Ela é empregada em várias áreas do conhecimento humano, apresentando um
espectro de significados, mas em geral se refere a algo moldável”.
Conforme Oliveira et al. (2012, p.97) os sacos plásticos foram “introduzidos nos
anos 70, e eles rapidamente se tornaram muito populares, em especial através da sua
distribuição gratuita nos supermercados e lojas, que são utilizados para embalar tudo o
que passa pelo caixa, não importando o tamanho do produto que se tenha à mão”. Esse
hábito já foi introduzido na rotina da nossa sociedade.
Segundo Oliveira et al. (2012, p.97) “no Brasil são produzidos cerca de 3 milhões
de toneladas de plástico. Atualmente, 10% do lixo brasileiro são compostos por sacolas
plásticas e cada brasileiro utiliza 19 quilos de sacolas por ano”. São dados alarmantes,
pois, todo esse lixo vai parar nos bueiros das nossas cidades, que trazem grandes
transtornos, como alagamento de bairros, custos das prefeituras com a limpeza desses
bueiros.
Tendo em vista a necessidade de mudança no que tange a poluição do meio
ambiente, este trabalho pretende identificar a importância do desenvolvimento de
137
bioplásticos para redução do impacto ambiental causado pelo descarte inadequado do
plástico advindo de fontes de petrolíferas.
Tendo em vista os impactos ambientais e financeiros causados pelas sacolas
plásticas, uma das alternativas para diminuição desta agressão ao meio ambiente é a
produção de sacolas biodegradáveis que ao entrar em contato com o solo, dentro de um
curto período, se degrada naturalmente, tendo em vista que boa parte deste produto vai
para os lixões das cidades.
Oliveira et al. (2012, p.98) afirma que
o lixo urbano, sendo inesgotável, é também um grave problema para a
sociedade e os órgãos responsáveis pela limpeza pública, pois grandes
quantidades de volumes de resíduos de toda natureza são descartados no
meio urbano, o que necessita de um destino final adequado.
Sobre os polímeros biodegradáveis Franchet; Maconato (2006, p. 813) diz que
“estes polímeros são materiais degradáveis, em que a degradação resulta primariamente
da ação de microrganismos, tais como fungos, bactérias e algas de ocorrência natural,
gerando CO2, CH4, componentes celulares e outros produtos”.
Segundo Mendes (2009, p.26),
o crescimento do consumo de polímeros tem tornado necessária a produção
de substitutos ambientalmente sustentáveis, os chamados polímeros ou
plásticos biodegradáveis, importantes no gerenciamento de resíduos sólidos.
Nos dias atuais temos vários estudos que buscam alternativas de substituição do
plástico, estes estudos apresentam opções que buscam encontrar novos materiais
poliméricos que possam substituir parcialmente os materiais sintéticos.
Uma das opções para alternativas de substituição é preparar compósitos de PHB
reforçado com fibra lignocelulósica, conforme Caraschi et al (2002, p. 812) “a farinha
de madeira, um resíduo agroindustrial biodegradável, abundante, não tóxico e
proveniente de fontes renováveis, como as madeiras de reflorestamento (pinus e
eucaliptos) ”.
Temos ainda como alternativa a batata que conforme Neves et al (2013, p23) “é
um tubérculo promissor na indústria de polímeros de amido. No entanto, apesar de
possuir destaque no setor alimentício, do total de batata produzida, aproximadamente
35% (casca e resto de polpa) é descartada no processo de industrialização”. Então
podemos perceber que para a produção do bioplástico poderemos utilizar a casca da
batata que é tratada como lixo, dando uma destinação nova a esse resíduo como também
deixando o bioplástico um produto mais acessível a baixo custo.
138
METODOLOGIA
Aragão, Barros e Oliveira (2005, p.21) definem que a metodologia não se estende
apenas ao estudo dos métodos manuseados para se obter os resultados, mas abrange
toda a parte literária usada pelo pesquisador no referencial teórico do trabalho.
O presente trabalho foi uma pesquisa de natureza bibliográfica, onde o
pesquisador procurou compreender e aprofundar os diversos conceitos e teorias
apresentado referente ao tema apresentado. Ruiz (2013, 41) aponta que a bibliografia
são produções escrita em livros por diversos autores com inúmeros pensamentos
referentes ao um estipulado assunto.
A pesquisa bibliográfica nada mais é o estudo sistematizado desenvolvido com
base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material
acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo
de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O material publicado pode ser
fonte primária ou secundária (Ruiz, 2013, p.41).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca por alternativas mais ecológicas e menos agressivas aos ecossistemas
vem sendo cada vez mais estudada e discutida por estudiosos e cientistas, uma vez, que
anseias em reduzir a degradação causada pelo homem.
Neste sentido, conclui-se que os plásticos advindos de fontes petrolíferas levam
séculos para se decompor enquanto que o Bioplástico leva apenas poucos dias. Assim
podemos avaliar que o lixo urbano segue uma linha crescente, causa grandes problemas,
como a obstrução da vasão da água em bueiros, além da poluição de rios.
A produção do bioplástico trará inúmeros benefícios, tais como: decomposição
mais rápida no ambiente natural, além de reutilizar materiais que seriam considerados
como lixo em sua fabricação. Como por exemplo temos produção de bioplásticos com a
casca da batata, que inicialmente é tratada como lixo, mas ao utilizar esse resíduo para a
produção do bioplástico, é evitado seu descarte e utilizado para produção de um novo
bem. Temos ainda como alternativa para produção de bioplástico a mandioca, devido ter
em sua composição o amido que é o principal componente para a produção do
bioplástico.
Fazendo então uma análise desses produtos utilizados como alternativa para
produção do bioplástico, verificamos que eles ainda além de serem resíduos, tem um
custo alto para produção tendo em vista que esses produtos, batata e mandioca, estão
competindo com a alimentação, tornando o produto bioplástico mais caro para aquisição
por parte das pessoas e empresas de todos os níveis.
139
REFERÊNCIAS
ARAGÃO, Elisabeth M. ; BARROS, Maria E. ; OLIVEIRA, Sonia P. : FALANDO DE
METODOLOGIA DE PESQUISA. v. 5, n. 2 (2005). Disponível em: <http://www.e-
publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/revispsi/article/view/11175/8882 >. Acesso em Janeiro de 2017.
CARASCHI, J. C. 2002. Compósitos biodegradáveis de polihidroxibutirato (PHB) reforçado com
farinha de madeira: propriedades e degradação. Acta Scientiarum. v. 24, n.6, p. 1609-1614.
FRANCHETTI, S. M. M.; MARCONATO, J. C. 2006. Polímeros biodegradáveis – uma solução
parcial para diminuir a quantidade dos resíduos plásticos. Química Nova. v. 29, n. 4, p. 811-816.
MENDES, F. M.; CURVELO, A. A. S. Produção e caracterização de bioplásticos a partir de amido
de batata, poli-hidroxibutirato e poli-hidroxibutirato-co-valerato. Congresso brasileiro de polímeros.
2009, Paraná. Anais eletrônicos... Paraná: 2009. Disponível
em:<https://www.ipen.br/biblioteca/cd/cbpol/2009/PDF/926.pdf>. Acesso em: 25/11/2015.
NEVES, J. M. et al. Produção de bioplásticos a partir da casca da batata (solanum tuberosum): o
desenvolvimento de um protótipo interdisciplinar. Congresso brasileiro de educação em engenharia,
2013, Rio Grande do Sul. Anais eletrônicos... Rio Grande do Sul: 2013. Disponível em: <
http://www.fadep.br/engenharia-eletrica/congresso/pdf/116912_1.pdf>. Acesso em 28/11/2015.
OLIVEIRA, L. L. et al. 2012. Impactos ambientais causados pelas sacolas plásticas: o caso Campina
Grande – PB. Revista de biologia e farmácia. v.7, n.1, p. 88-102.
PIATTI, T. M.; RODRIGUES, R. A. F. 2005. Plásticos: características, usos, produção e impactos
ambientais. EDUFAL. 51 p. Disponível em:< http://www.usinaciencia.ufal.br/multimidia/livros-digitais-
cadernos-tematicos/Plasticos_caracteristicas_usos_producao_e_impactos_ambientais.pdf>. Acesso em:
11/10/2015.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 6ª ed. São Paulo: Atlas,
2013.
140
SÍNDROME DE BURNOUT NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA
ENFERMAGEM NAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM
CÁCERES/MT - BRASIL
SÍNDROME DE BURNOUT EN LA PRÁCTICA PROFESIONAL DE
ENFERMERÍA EN LAS ESTRATEGIAS DE SALUD FAMILIAR EN
CÁCERES/MT - BRASIL
Ednardo Fornanciari Antunes
Angela de Queiroz Almeida
Resumo: A Síndrome de burnout é definida como uma das implicâncias mais
marcantes do estresse profissional, caracterizada como uma reação à tensão emocional
crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho. Essa
doença faz com que a pessoa diminua o interesse pelo trabalho, de forma que as
relações e os acontecimentos deixem de ter importância e qualquer esforço pessoal
pareça inútil. Considera-se com burnout uma pessoa que apresente altas pontuações em
Exaustão Emocional e Despersonalização, associadas a baixos valores em
Envolvimento Pessoal no Trabalho. Estudo qualitativo para verificar a presença e
avaliar os níveis da síndrome de burnout nos enfermeiros das 10 ESF de Cáceres e
verificar o nível de burnout nas três dimensões: Exaustão Emocional, Envolvimento
Pessoal no Trabalho e Despersonalização. Realizado por meio da aplicação do
instrumento Maslach Burnout Inventory, para a avaliação da síndrome de burnout, e
questionário social, para delinear o perfil dos profissionais. Houve predominância de
profissionais do sexo feminino (n=9; 90%). Os resultados demonstraram que 30% dos
participantes apresentavam alto nível de Exaustão Emocional (EE), 20% apresentam
alto nível de Envolvimento no Trabalho (EPT) e 50% apresentam alto nível de
Despersonalização (DP).
Palavras-chave: Síndrome de burnout, esgotamento profissional, enfermagem.
Palabras clave: Síndrome de burnout, agotamiento profissional, enfermería.
INTRODUÇÃO
Estudo qualitativo para verificar a presença e avaliar os níveis da síndrome de
burnout nos enfermeiros das 10 ESF de Cáceres e verificar o nível de burnout nas três
dimensões: Exaustão Emocional, Envolvimento Pessoal no Trabalho e
Despersonalização.
O termo burnout tem origem na língua inglesa, e faz referência àquilo que deixou
de trabalhar por total falta de energia, uma metáfora para significar algo que chegou ao
seu extremo e, por falta de energia, não tem mais qualidades de comportamento físico
ou mental (BENEVIDES-PEREIRA, 2003; LIMA ET AL 2007).
141
A síndrome de Burnout é definida por Codo; Menezes (2002) como uma condição
na qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as
coisas já não importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil.
Há um consenso de que a Síndrome de Burnout é um atributo do ambiente
laboral e que este é um procedimento que se dá em resposta à cronificação do estresse
ocupacional, acarretando implicações negativas tanto em nível individual como
profissional, familiar e social (BENEVIDES-PEREIRA, 2003).
Para Lima et al (2007) e Carlotto (2002) atualmente a definição mais aceita da
Síndrome de Burnout é a baseada no ponto de vista sociopsicológico de Maslach, sendo
esta organizada em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixa
realização pessoal no trabalho.
A exaustão emocional expõe sobre a diminuição dos recursos emocionais
internos ocasionadas por demandas interpessoais. A despersonalização reflete a
ampliação de atitudes frias, negativas e indiferentes direcionadas aos receptores de um
serviço prestado, demonstrando a desumanização, a resistência, inflexibilidade e o
tratamento impessoal das pessoas com Burnout para com seus clientes, colegas e
superiores. Por fim, a sensação de baixa realização profissional demonstra que pessoas
afetadas pela síndrome acreditam que seus objetivos profissionais não foram alcançados
e vivenciam um efeito de incapacidade e baixa autoestima profissional (LIMA ET AL,
2007).
METODOLOGIA
Estudo qualitativo, realizado com 10 enfermeiros das Estratégias da Saúde da
Família (ESF) da cidade de Cáceres-MT.
O presente projeto de pesquisa foi entregue para a Secretaria Municipal de Saúde
para autorização do seu desenvolvimento. Foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa
da Universidade do Estado de Mato Grosso conforme resolução n° 196/96, parecer n°
205/2011 para pesquisa envolvendo seres humanos para análise e aprovação, protocolo
nº 130/2011, sendo aprovado em 10 de novembro de 2011.
Para a coleta de dados foi entregue aos enfermeiros o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
A pesquisa se deu por meio de dois instrumentos: o Maslach Burnout Inventory
(MBI) utilizado para a avaliação da síndrome de burnout, neste trabalho adaptado de
Manita (2003), e questionário social construído pelos pesquisadores e utilizado para
delinear o perfil dos profissionais.
O MBI é o instrumento que avalia as três dimensões da síndrome de burnout:
Exaustão Emocional (EE), Envolvimento Pessoal no Trabalho (EPT) e
Despersonalização (DP). No fator Exaustão Emocional, pontuação igual ou acima de 27
indica alto nível de exaustão, entre 19-26 pressupõe nível médio e pontuação igual ou
menor que 19 caracteriza baixo nível de exaustão.
Para a dimensão Despersonalização, valor igual ou superior a 10 indica alto nível
de despersonalização, entre 6-9 é indicativa de médio nível e valor igual ou menor que 6
indica baixo nível.
No fator Envolvimento Pessoal no Trabalho, pontuação igual ou maior que 40
142
indica baixo nível de envolvimento, entre 34-39 indica nível médio e pontuação igual
ou menor que 33 caracteriza alto nível de envolvimento.
A combinação dos níveis encontrados nas três dimensões define a Síndrome de
Burnout. Assim, quando ocorre associação de altas pontuações em Exaustão Emocional
e Despersonalização e a obtenção de baixa pontuação em Envolvimento Pessoal no
Trabalho, infere-se que o indivíduo apresenta a síndrome.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tabela 1 apresenta a classificação das variáveis sociais.
Observa-se que 90% (n=9) dos participantes são do sexo feminino. De acordo
com Pelá; Galante; Gabrielli (2002), estima-se que 70% dos profissionais de
enfermagem aqui no Brasil são mulheres, e historicamente a profissão tem sido
considerada feminina. Esta predominância se da pelo fato de que o cuidado social é
culturalmente atribuído às mulheres, como os cuidados com idosos, crianças, doentes e
parturientes.
Tabela 1: Variáveis sociais dos enfermeiros das ESFs em Cáceres/MT – Brasil. Variável nº %
Sexo
Feminino
Masculino
9
1
90
10
Carga Horária
40 < 40
10
0
100
0
Vinculo Empregatício
Concursado
Contratado
7
3
70
30
Tempo na Unidade (anos)
< 1 1 a 5
5 a 7
> 7
2
4
3
1
20
40
30
10
Outro Emprego
Sim
Não
0
10
0
100
Fonte: Questionário social aplicado aos profissionais das ESFs em Cáceres - MT.
A carga horária exercida pelos participantes é a mesma de 40h semanais (n=10).
Quanto ao tipo de vínculo profissional, 70% (n=7) concursados e 30% (n=3)
contratados. Quanto ao tempo em que atuam na unidade 20% (n=2) está a menos de um
ano, 40% (n=4) tem até 5 anos de atuação, 30% (n=3) tem entre 5 e 7 anos de trabalho e
10% (n=1) tem acima de 7 anos de atuação. Todos declararam possuir apenas este
emprego.
Na tabela 2 são apresentados os resultados das pontuações obtidas no teste MBI
referentes às dimensões da Síndrome de Burnout: Exaustão Emocional (EE),
Envolvimento Pessoal do trabalho (EPT) e Despersonalização (DP).
Tabela 2: Distribuição dos participantes (%) de acordo as dimensões do teste MBI.
Exaustão Emocional Envolvimento Pessoal no
Trabalho Despersonalização
Alto 30% 50% 30%
143
Médio 40% 40% 50%
Baixo 30% 10% 20%
Fonte: Questionário MBI aplicado aos profissionais das ESFs em Cáceres – MT.
Na dimensão Exaustão Emocional (EE) os resultados mostram que 30% dos
participantes possuem o nível baixo, 40% apresentam nível médio e 30% apresentam
nível alto. É caracterizada como sobrecarga emocional. É o traço inicial do Burnout,
assinalado por manifestações psíquicas e físicas com reduzida capacidade de produção
laboral (FRANCO ET AL 2011).
Na dimensão envolvimento pessoal do trabalho, conhecida também como
sentimento de incompetência profissional, podemos observar que 50% dos participantes
apresentam um alto nível de envolvimento no trabalho, o que é bom, porque esse
envolvimento que o profissional tem com o seu local de trabalho mostra que ele gosta
do que faz e se sente bem com as tarefas que desenvolve. 40% apresentam um nível
médio de envolvimento no trabalho e apenas 10% tem um índice baixo de envolvimento
no trabalho.
A dimensão envolvimento pessoal no trabalho, que é fator de realização
profissional, obteve bons índices ficando entre os níveis médio e alto, e segundo Ferrari;
França; Magalhães (2012) o envolvimento com o trabalho reflete no bem-estar do
profissional e na saúde do trabalhador que consequentemente refletem no bom
funcionamento e produtividade da instituição.
Observa-se que 20% dos participantes da pesquisa apresentam um baixo nível de
despersonalização, 50% apresentam nível médio e 30% apresentam um nível alto.
Despersonalização é a característica específica da SB, percebida por
insensibilidade e desumanização no atendimento. Tratam os clientes e os colegas de
trabalho com frieza e indiferença (FRANCO ET AL, 2011).
De acordo com Ruviaro; Bardagi (2010) a despersonalização geralmente vem
acompanhada de ansiedade, aumento da irritabilidade e perda de motivação. O
indivíduo se vê cercado de sentimentos negativos para si mesmo e para com os outros.
Ocorre uma redução das metas de trabalho, da responsabilidade com os resultados,
alienação e conduta egoísta.
Os dados sobre MBI demonstraram tendência de médio a alto quanto aos índices
de envolvimento pessoal no trabalho, exaustão emocional e despersonalização. Este
achado parece corroborar com o fato de que o trabalho em PSF vem exigindo um
desdobramento desses profissionais em função das condições precárias de trabalho
encontradas na realidade cacerense.
REFERÊNCIAS
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InterAção Psy, ano 1, n. 1, p. 4-11, 2003.
CARLOTTO, M. S. A síndrome de burnout o trabalho docente. Psicologia em Estudo, v. 7, n. 1, p. 21-
29, 2002.
144
CODO, W; MENEZES, I. V. O que é burnout? In: WANDERLEY CODO. (Org.). Educação: Carinho e
Trabalho. 3ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.
FERRARI, R., FRANÇA, F. M., MAGALHÃES, J. Avaliação da síndrome de burnout em profissionais
de saúde: uma revisão integrativa da literatura. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, v. 3, n. 3, p. 1150-
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FRANCO, G. P. et al. Burnout em residentes de enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 45, n. 1, p. 12-
18, 2011.
LIMA et al. Síndrome de Burnout em residentes da Universidade Federal de Uberlândia – 2004. Rev.
Bras. Edu. Méd., v.31, n. 2, 2007.
PELÁ, N. T. R.; GALANTE, A. C.; GABRIELLI, J. M. W. Aluno (homem) de enfermagem: seu
significado para universitários. An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm, 2002
RUVIARO, M. F. S.; BARDAGI, M. P. Síndrome de burnout e satisfação no trabalho em profissionais da
área de enfermagem do interior do RS. Barbarói, n. 33, 2010.
145
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: ESTUDO DE CASO NA COMETA
MOTOCENTER.
SOSTENIBILIDAD EMPRESARIAL: ESTUDIO DE CASO EN LA COMETA
MOTOCENTER
Elisandra Beatriz Loffler
Juliana Gutierrez da Silva
Mayk Jonhon de Carvalho Souza
Resumo: A sustentabilidade é assunto de discussão mundial, neste sentido o presente
trabalho tem como objetivo fazer uma comparação entre as soluções sustentáveis
adotados por autores e compara-los com as práticas sustentáveis adotadas pela empresa
Cometa Motocenter localizada em Cáceres - MT. Inicialmente buscou-se o conceito de
sustentabilidade e quais ações deveriam ser feitas pelas instituições para que as mesmas
se tornassem sustentáveis. Em seguida foi feito levantamento de dados e de informações
relevantes à investigação e à compreensão das questões propostas, com a técnica de
documentação indireta. Quanto ao método de procedimento utilizou-se a técnica de
comparação com base em estudo de casos. A análise dos resultados demonstrou que a
empresa Cometa Motocenter, apresenta resultados satisfatórios no quesito
sustentabilidade, pois confirma através dos seus projetos sociais e ambientais que se
preocupa com o bem-estar socioambiental, e permanece na busca constante do
aperfeiçoamento nas relações sustentáveis.
Palabras clave: Contraseñas: Sostenibilidad empresarial, responsabilidad
sócioambiental, Cometa Motocenter.
INTRODUÇÃO
A crescente conscientização mundial acerca das questões relacionadas ao meio
ambiente, aliado a legislação ambiental, faz com que cada vez mais as empresas se
preocupem em reduzir seus impactos na natureza, preservar recursos não renováveis e
adotar práticas sustentáveis, em seu processo produtivo.
As empresas por sua vez tem compreendido seu papel perante as questões
ambientais e vem adequando seus processos com novas práticas e medidas sustentáveis,
buscando interação e equilíbrio entre a lucratividade e a sustentabilidade.
Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar as soluções de
sustentabilidade apresentadas por autores e compara-la com o que vem sendo feito pela
empresa Cometa Motocenter no ano de 2016.
Para que o objetivo seja atingido será identificado quais as práticas sustentáveis
adotadas pela empresa Cometa Motocenter no ano de 2016, haja vista que as adoções
das práticas sustentáveis trazem benefícios ao meio ambiente, a sociedade e à própria
146
instituição, além de ser uma importante ferramenta que demonstra boa imagem
institucional, transparências em suas ações e dá maior credibilidade no negócio.
Os avanços advindos na área ambiental sem sombra de dúvidas deram um salto
quantitativo nos últimos tempos, seja por meio da criação de novas tecnologias, ou seja,
pela criação de políticas ambientais, o que ocasionou “a consolidação de práticas e a
formulação de diretrizes que tratam da questão ambiental de forma sistêmica e
integrada” (Tinoco e Kraemer, 2011 p. 78).
A busca pelo equilíbrio econômico e ecológico, ganhou mais ênfase a partir dos
resultados da Rio-92, que trouxe a noção de desenvolvimento sustentável, deixando
novos desafios a serem desenvolvidos e conquistados pela gestão ambiental.
Costa (2012 p. 123), afirma que a sustentabilidade “surge para dar resposta à
necessidade de harmonizar os processos ambientais com os socioeconômicos,
maximizando a produção dos ecossistemas para favorecer as necessidades humanas
presentes e futuras. ”
Veiga (2007 p.56) define sustentabilidade como a interação entre crescimento
econômico, respeito aos limites e uso dos recursos naturais, sem destruição do
ecossistema, para que as gerações futuras tenham a mesma oportunidade de utiliza-lo e
prosperar.
Neste contexto, podemos observar que a sustentabilidade não deve ser vista
somente como preservação ambiental, ela é a integração de Meio Ambiente, produzir
com o menor impacto possível, precisa ser economicamente viável e socialmente justa e
correta, e isto já esta sendo adotados pelas empresas, visto que elas compreenderam e
aceitaram que a questão social é de suma importância para seu progresso, e acabaram
por inserir os seus trabalhadores como parte integrante deste processo.
O maior desafio para se construir um desenvolvimento sustentável é, o
crescimento global, pois este deve valorizar os recursos naturais e humanos, buscando a
melhoria da qualidade e a edificação de uma sociedade sustentável capaz de superar os
problemas atuais e utilizar as potencialidades existentes no país e no mundo. É preciso
reflexão e busca por solução de uma série de problemas, além de estabelecer mudanças,
como por exemplifica Mininni-Medina (2001 p. 189):
Agricultura sustentável: mudanças nas políticas de ocupação dos solos, novos
modelos de produção e comercialização dando prioridade a conservação ambiental, e o
não uso de agrotóxicos, por conseguinte investimentos para que tudo isso possa
efetivamente acontecer.
Sustentabilidade nas cidades: permitir a todos que possuam espaços urbanos
adequados a todos os fins e atividades, espaços arborizados, moradias descentes,
transporte apropriados, lazer, cultura; entre tantas outras coisas.
Infra-estrutura sustentável: Busca pelas empresas que almejam a sustentabilidade,
produção de matriz energética eficiente, investimento em alternativas de novas
tecnologias para produção de energia limpa.
Redução de desigualdades: redução da pobreza, inclusão social, educação adequada,
consumo consciente das camadas privilegiadas, amor ao próximo.
Ciência e tecnologia: infraestrutura e investimento na ciência e na tecnologia,
consequentemente mais investimento em educação e pesquisa.
147
É importante salientar que para as instituições serem consideradas sustentáveis,
não se podem distinguir as questões sociais das questões ambientais. Por isso, quando a
empresa é considerada ecologicamente sustentável, é porque ela estará atuando de
forma socialmente justa e ambientalmente correta, assim atendendo aos interesses de
todos os stakeholders que afetam ou são afetados por suas atividades.
MATERIAIS e MÉTODOS:
O trabalho a ser desenvolvido será de caráter descritivo, e se desenvolverá com o
intuito de comparar as práticas trazidas por autores com as práticas sustentáveis
adotadas pela empresa Cometa Motocenter, no Município de Cáceres.
Segundo Gil (2002 p. 67) a pesquisa descritiva descreve as características de
determinada população ao fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as
variáveis.
A empresa a ser analisada neste caso será a Cometa Motocenter, localizada na
cidade de Cáceres – MT. Para a coleta, levantamento de dados e de informações
relevantes à investigação e à compreensão das questões propostas, serão utilizadas
técnicas de documentação indireta. A documentação indireta divide-se em pesquisa
documental e pesquisa bibliográfica. Quanto ao método de procedimento utiliza-se a
técnica de comparação com base em estudo de casos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O quadro 1 apresenta as medidas de soluções sustentáveis propostas por
Mininni-Medina (2001) e as soluções sustentáveis apresentadas pela empresa Cometa
Motocenter:
Mininni-Medina (2001) Cometa Motocenter
Sustentabilidade nas cidades:
permitir a todos que possuam
espaços urbanos adequados a todos
os fins e atividades, espaços
arborizados, moradias descentes,
transporte apropriados, lazer,
cultura; entre tantas outras coisas.
Projeto Cometa Frutificar: Ano 2016
distribuíram 8.873 mudas de árvores frutíferas.
Reciclagem e destinação correta de resíduos
poluentes (óleos, filtros de óleos, etc): 1.365kg
no ano de 2016
A partir de 2017: implantação de coleta seletiva,
entrega de resíduos recicláveis a cooperativas de
catadores.
Infra-estrutura sustentável: Busca
pelas empresas que almejam a
sustentabilidade, produção de matriz
energética eficiente, investimento
em alternativas de novas tecnologias
para produção de energia limpa.
Estudo de viabilidade na geração de energia
limpa, com a instalação de placas solares.
Estudo de viabilidade de reaproveitamento de
água já utilizada, bem como captação e
aproveitamento de água da chuva.
Conscientização constante no consumo
consciente.
148
Redução de desigualdades: redução
da pobreza, inclusão social,
educação adequada, consumo
consciente das camadas
privilegiadas, amor ao próximo.
Natal solidariedade: arrecadação e distribuição
de 21.300 kg de alimentos, que chegaram a mais
de 1.000 famílias e 14 instituições filantrópicas.
Cine Cometa: 137 pessoas atendidas, com filmes
e documentários relacionados as disciplinas dos
alunos
Cometa redação: participação de 2.500 alunos, é
um concurso de redação, que estimula à leitura,
escrita e pesquisa além de premiar os melhores
textos.
Cometa inclusão digital: 258 alunos
participantes
Ciência e tecnologia: infraestrutura
e investimento na ciência e na
tecnologia, consequentemente mais
investimento em educação e
pesquisa.
Responsabilidade pelo produto: criação moto
flex
Cometa Educação: 25 alunos alfabetizados
Fonte: elaborada pelo autor
Neste quadro podemos perceber que a empresa Cometa Motocenter segue as
medidas de soluções sustentáveis sugeridas por Mininni-Medina (2001), demonstrando
assim que a empresa realiza estudos em relação a sustentabilidade empresarial, para
melhorar suas ações, e não leva essa ideia apenas como uma obrigação imposta pela
legislação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sustentabilidade está presente em nosso dia-a-dia, por isso as empresas não
poderiam deixar sua contribuição passar despercebida, mostrando seu
comprometimento e respeito ao meio ambiente e a sociedade em geral.
Pode-se concluir que neste quesito a empresa Cometa Motocenter de Cáceres –
MT tem se mostrado bastante engajada e disposta a mudar e melhorar cada vez mais no
que diz respeito a sustentabilidade, tanto em seus processos operacionais, produtivos,
quanto em seus processos administrativos, além de demonstrar comprometimento e
transparência em suas ações.
A empresa para ser sustentável deve estar alinhada com a área social e ambiental,
não podendo separá-las ou somente visar o lucro. Os três itens devem andar em
conformidade. Na Cometa Motocenter isso pode ser confirmado através dos dados de
vários projetos apresentados, como o “Natal Solidariedade” que é realizado sempre ao
final de cada ano e atende a um número expressivo de pessoas, onde mais de 1.000 (mil)
famílias carentes foram beneficiadas, e mais de 14 instituições filantrópicas do
município de Cáceres. Além deste, o projeto Cometa Frutificar se destaca pela boa
149
atuação nos vários anos de existência, e neste último ano com a distribuição de cerca de
8.873 mudas de árvores frutíferas.
A empresa Cometa Motocenter integrou os assuntos sociais e ambientais aos seus
valores, e atualmente trabalha para que as metas empresariais sejam compatíveis com o
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando os recursos ambientais,
culturais, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
REFERÊNCIAS
COSTA, Carlos Alexandre Gehm da. Contabilidade Ambiental: mensuração, evidenciação e
transparência. São Paulo: Atlas, 2012.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas. 2002
MININNI-MEDINA, Naná. Documentos Nacionais de Educação Ambiental. In.: LEITE, Ana Lúcia
Tostes de Aquino; MININNI-MEDINA, Naná. Educação Ambiental (Curso básico à distância)
Documentos e Legislação da Educação Ambiental. 2. ed, v. 5. Brasília: Ministério do Meio Ambiente,
2001.
TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e Gestão
Ambiental. São Paulo: Atlas, 2011.
VEIGA, J. E.A emergência socioambiental. São Paulo: Senac, 2007.
150
T-LEARLING: INTERAÇÃO DA DIGITAL TV COMO UMA FERRAMENTA
NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
T-LEARLING: INTERACTIVE DIGITAL TV COMO UNA HERRAMIENTA
EN EL PROCESO DE ENSEÑANZA APRENDIZAJE
Paulo Lacerda da Silva
Antônio Carlos Pereira dos Santos Júnior
Resumo: A televisão é uma das mídias mais importantes do mundo, e está presente em
cerca de 97% das residências das famílias brasileiras, chegando a um grande número de
pessoas, e com a chegada da TV Digital que possibilita através de um canal de retorno
que o telespectador possa interagir com a programação, enviando mensagens
participando ativamente dos programas de TV, a programação educativa passa a ganhar
mais um recurso importante para o processo de ensino baseado em televisão, o trabalho
tem por objetivo apresentar e discutir o termo T-learling, TV Digital como ferramenta
no processo de ensino/aprendizagem, o trabalho foi realizado através da metodologia de
pesquisa bibliográfica, onde pode constatar que esse novo recurso da televisão digital
poderá beneficiar muitas pessoas, com cursos a distância onde o estudante interage em
tempo real com a programação/conteúdo facilitando assim, ainda mais o seu
aprendizado.
Palavras-chave: Educação; Tecnologia; Interação.
PALABRAS CLAVE: Educación, Tecnología, Interacción
INTRODUÇÃO
A Televisão Digital é uma nova mídia de comunicação que desencadeará
mudanças na forma dos telespectadores assistirem a TV. Os telespectadores passarão de
um usuário “passivo”, ou seja, aquele que somente obtinha informações da TV e a única
interatividade que havia com a TV era ligar e mudar de canal passando para um usuário
“ativo”, utilizando a TV para diferentes serviços e funcionalidades, podendo utilizar a
TV para participação em shows, envio de mensagens de texto, cursos a distância, jogos,
tele comércio, uso do telefone, música, telemedicina, propaganda interativa, dentre
outros atividades.
Nesse sentido, o presente estudo, anseia em apresentar e discutir o termo T-
learning, TV digital como meio do processo de ensino e aprendizagem.
151
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para realização da pesquisa é de caráter bibliográfico,
que segundo Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material
já elaborado, constituído principalmente de livros, e artigos científicos.
RESULTADOS DISCUSSÕES
As tecnologias digitais ganharam grande espaço na educação, atualmente a
maioria das escolas possuem um laboratório de informática, com projetor multimídia,
equipamentos de áudio e até mesmo as famosas lousas digitais estão presentes em
alguns estabelecimento de ensino. Esses recursos servem para auxiliar os professores
em suas aulas, tornando-as mais atraentes e interativas para que seus alunos possam
estar aprendendo de forma mais participativa.
A educação vem utilizando os recursos tecnológicos em todas as modalidades,
seja ela presencial ou a distância. A educação à distância no Brasil começou com o
rádio e com os correios que entregavam as apostilas nas residências dos estudantes
(GOMES, 2017).
Atualmente com os recursos tecnológicos e o acesso a informação pela grande
rede mundial, a Internet, o processo no ensino à distância tornou mais rápido a
interação entre os professores e os estudantes e ao acesso aos conteúdos, os alunos
podem sanar suas dúvidas em tempo real com professores, facilitando a sua
aprendizagem.
Esse modelo de ensino apoiadas por meios de tecnologias digitais aproveita os
recursos como a Internet para distribuir os conteúdos on-line, é denominado de E-
learning, (que do inglês electronic learning, “Aprendizagem eletrônica”) ou ensino
eletrônico.
A modalidade de ensino não presencial também teve outros recursos, como a
televisão, que teve uma importância significativa para a aprendizagem dos alunos, com
o som e a imagem e sem dúvidas foi uma inovação na educação na época, na década de
80 e 90, como o Telecursos Segundo Grau e Telecursos 2000 (GOMES, 2017).
Na atualidade, com os recursos tecnológicos, e com a chegada da Televisão
Digital, o processo de ensino/aprendizagem pela TV vai se tornar mais atrativo e
interativo, pois a TV Digital possui canal de retorno, possibilitando assim, o estudante a
enviar mensagens e a interagir com a programação.
Esse novo meio de ensino/aprendizagem é denominado de T-learning (Television
Learning) que segundo Bates (2003), é o tipo de educação à distância baseado em
televisão interativa, ou seja, representa a especificação da TV Digital como a tecnologia
que apoia o processo de aprendizado eletrônico denominado E-Learning. Aarreniemi
(2005) visualiza o T-Learning como uma convergência entre alguns elementos a mais
que os colocados por Bates: televisão digital, computador, E-Learning e rede.
152
Figura 1.Convergência de tecnologias no T-Learning - Fonte – Aarreniemi (2005, p. 1)
Ainda em Bates (2003), o T-Learning possibilitará aos telespectadores o acesso a
diversos materiais didáticos, tais como: filmes, imagens, hipertexto, etc., através de uma
TV ou de um dispositivo mais parecido com a TV do que um computador.
São nestas referências em que a TV Digital e o T-Learning mostram-se como
fatores principais como meios de disponibilizar serviços de aprendizagem aos
estudantes permitindo-os adquirir conhecimentos em muitos ramos, melhorando sua
formação pessoal.
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, com uma população
bastante familiarizada com a TV, o T-Learning tem tudo para tornar-se um grande
aliado nas estratégias de superação dos graves problemas educacionais, contribuindo de
maneira significativa para a expansão do acesso ao sistema de ensino (Lytras et al,
2002).
Aarreniemi (2005) complementa que a TV Digital é de grande importância
quando comparada à transmissão analógica, devido às suas características de feedback e
comunicação bi-direcional. Além disso, a TV Digital suporta o E-Learning e permite a
aprendizagem quando a Internet não está disponível.
Diante da verificação de uma necessidade cada vez maior da interação no
processo educacional e na própria televisão, vê-se um encorajamento à convergência
dessas áreas em projetos financiados por instituições governamentais e até comerciais,
que visam eliminar ou atenuar de alguma forma essas barreiras culturais com maior
rapidez e significância. Um dos projetos é o programa “TV Escola Digital Interativa”,
lançado em fevereiro de 2004 no canal do Ministério da Educação e pela Secretaria de
Educação à Distância, o TV Escola, que já tinha como principal objetivo ser um apoio
pedagógico principalmente para os educadores.
No caso da TV Escola Digital Interativa, esse objetivo se torna mais efetivo, já
que eles podem ter acesso, além do conteúdo audiovisual, outros materiais como
tabelas, textos, gráficos e ilustrações. Já o conteúdo interativo fica por conta da
possibilidade da realização de cursos e provas, recebimento de material didático, envio
de sugestões e prática de consultas junto ao Ministério da Educação. Tudo isso é
recebido e armazenado em um receptor digital que permite a gravação em um CD-
ROM. (PIMENTEL, 2003).
No entanto, Júnior (2007), aponta algumas dificuldades iniciais em curto prazo
em relação à introdução da televisão digital no sistema educacional. Para ele, será difícil
153
eliminar concepções culturais arraigadas que apoiam as aulas presenciais ou que não
acreditam numa singularidade educacional nesse tipo de plataforma. Mas em longo
prazo, o pensador acredita em profundas mudanças tecnopedagógicos caracterizadas
pelo uso dessa mídia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a Televisão digital será possível o telespectador poder participar de um
programa de TV, mandado mensagens pela TV, ou interagindo com os produtos que ele
gostaria de possuir, esse novo telespectador poderá também realizar atividades
educativas, participando, interagindo com atividades que lhe trará conhecimentos
participando de cursos oferecidos pelos canais de TV.
No Brasil em que as pessoas buscam se aperfeiçoar, se qualificar em alguma
atividade, a TV digital traz um novo ambiente de aprendizagem, e com a educação à
distância poderá chegar a milhares de pessoas de uma só vez, realizando por meio da
TV Digital Interativa, cursos, treinamentos, dentre outros tipos para a qualificação
profissional.
Com a TV Digital as pessoas não terão somente uma televisão em suas casas, mas
uma nova ferramenta que beneficiará muitos brasileiros que buscam ter informação e
conhecimento.
REFERÊNCIAS
AARRENIEMI, P. T-learning Model for Learning via Digital TV. In: Annual Conference on Innovation
in Education for Electrical and Information Engineering EAEEIE. 2005.
BATES, Peter J. (2003). A study into TV-based interactive learning to the home. Pjb Associates, UK.
Disponível em: <http://www.pjb.co.uk/t-learning/contents.htm >. Acesso em: 05 de Janeiro de 2015.
GIL, Antonio Carlos, 1946 – Como elaborar projetos de pesquisa/Antonio Carlos Gil. - 4. ed. - São
Paulo: Atlas, 2002.
GOMES, Silvane Guimarães Silva. Histórico Da EaD No Brasil
<http://ftp.comprasnet.se.gov.br/sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/Eventos_modulo_I/topico_e
ad/Aula_03.pdf>
JÚNIOR, Fernando Moraes Fonseca. A Educação na TV Digital: possibilidades e desafios. Disponível
em:
<http://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publicationsSeries/155823Mid
iasdigitais.pdf>. Acesso em: 17 Janeiro 2017.
LYTRAS, M.; Lougos, C.; Chizos, P.; Pouloudi, A.; Interactive Television and e-Learning
Convergence: Examining the Potential of t-Learning. European Conference on e-Learning, 2002.
PIMENTEL, Carolina. Ministério da Educação lança o TV Escola Digital Interativa. Agência
Nacional. Brasília. Disponível em: <http://www.idbrasil.gov.br/noticias/News_Item.2003-12-
16.5818/view >. Acesso em: 15 Janeiro 2015.
154
UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA
ATUAÇÃO NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO À EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL
UNA REFLEXIÓN SOBRE LA FORMACIÓN DOCENTE PARA ATUACIÓN
EN LA ENSEÑANZA MEDIA INTEGRADO A LA EDUCACIÓN
PROFESIONAL
Maria Aparecida da Silva - e-mail: [email protected]
Antônio Carlos Pereira dos Santos Júnior - e-mail: [email protected]
Resumo: A partir da compreensão de que Plano de Desenvolvimento da Educação –
PDE afirma que o apoio ao modelo de educação profissional técnica de nível médio
integrado ao ensino médio apresenta os melhores resultados pedagógicos, buscamos
desenvolver uma pesquisa de caráter exploratório, descritivo e bibliográfico, com o
objetivo de destacarmos algumas políticas de formação de professores para atuação no
ensino médio técnico, o que corresponde ao Ensino Médio Integrado a Educação
Profissional – EMIEP, e apresentamos o perfil do professor para atuar neste modelo
educacional. Notadamente percebemos algumas dificuldades como alta rotatividade de
professores, devido um grande quadro de professores contratados, sem os
conhecimentos didáticos para o exercício da profissão e a falta de conhecimento sobre
as especificidades do EMIEP. Além da importância da formação básica e continuada de
forma influente, faz-se necessário que o professor atue numa perspectiva crítico-
reflexiva.
Palavras-chave: Formação de professores, Educação Profissional, Ensino Médio
Integrado.
Palabras-clabe: Formación de professores, Educación Profesional, Enseñanza Media
Integrado.
INTRODUÇÃO
A partir da década de 1990 iniciaram-se intensos debates sobre a educação
profissional de nível médio e o seu currículo integrado e posteriormente em 2007, por
meio do Programa Brasil Profissionalizado, instituído pelo Decreto no. 6.302, onde a
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica enfatiza a formação cientifica e
humanística através da integração, levando-se em consideração todos os contextos
locais e regionais que envolvam os aspectos de reestruturação produtiva, sociais,
culturais e econômicos.
Com os constantes avanços tecnológicos, nota-se uma alteração na estrutura
produtiva e nos diversos setores da sociedade moderna, muitas vezes essa modificação é
tão acelerada que quando se percebe as transformações já ocorreram tanto no convívio
social, afetando os comportamentos e valores, quanto nos costumes dos indivíduos,
contemplando todos os espaços e todas as relações.
155
Percebe-se que da mesma forma, temos esse contexto na área educacional, pois
desde os primórdios da civilização, no período pré-histórico que o homem vem
aprendendo, evoluindo e repassando o seu conhecimento adquirido de tempo em tempo.
A educação exige essa responsabilidade de acompanhar a evolução tecnológica que
compreende os demais espaços e relações, adequando métodos e técnica para auxiliar a
produção do conhecimento e beneficiar o processo de ensino aprendizagem, o que seria
um dos grandes benefícios do uso desse universo tecnológico na educação e que
também possibilitaria melhorias dos métodos e técnicas, se empregados na Educação
profissional em específico na educação de ensino médio técnico integrado.
A educação profissional é separada por três níveis de acordo com Freitas e Souza
(2011):
- Básico: qualifica, requalifica e reprofissionaliza o trabalhador, sem
fazer menção à sua escolaridade. Logo, está livre de regulamentação
curricular; - Técnico: habilita profissionalmente os alunos
matriculados e/ou egressos do ensino médio, pautado nas diretrizes
curriculares nacionais do MEC. - Tecnológico: são cursos de nível
superior na área tecnológica, destinados aos egressos do ensino médio
e/ou técnico.
Desse modo, considerando a relevância da temática e a importância das reflexões
sobre as políticas de formação de professores produzidas na disciplina de Formação de
Professores: Concepções e Práticas do Programa de Pós-graduação em Educação da
Universidade do Estado de Mato Grosso, na sequência, serão observadas outras
dificuldades com relação às políticas de formação de professores para a atuação na
educação profissional do ensino médio, a compreensão do que a legislação propõe sobre
o Ensino Médio Integrado a Educação Profissionalizante – EMIEP e a preocupação com
a formação inicial e continuada dos professores para atuarem especificamente na
perspectiva do currículo integrado na qual compõe os cursos de EMIEP.
METODOLOGIA
A presente pesquisa realizada foi do tipo exploratório, descritivo e bibliográfico,
considerando algumas políticas de formação de professores para atuação no ensino
médio técnico, compreendido como o Ensino Médio Integrado a Educação Profissional
– EMIEP, também foram trazidas referências que possibilitam compreender essa
modalidade de ensino a partir do contexto das reformas na educação as quais são
filiadas ao modelo neoliberal. Conforme tratado por Camargo e Hage (2004), a
configuração de uma educação articulada apenas com as necessidades do processo
produtivo tem sido responsável por dois conjuntos de problemas, que são relativos à
formação (inicial e continuada - profissionais que atuam na educação: aligeiramento e
fracionamento da formação com ênfase na formação a distância, e os de natureza trabalhista e
previdenciária, que são a deterioração tanto salarial como de condições de trabalho individual e
coletivo; perda de direitos trabalhistas e previdenciários; tentativas “concretas” de flexibilização
da CLT.
156
Neste sentido, Da Silva (2006), reforma que no contexto educacional é de
fundamental importância rever os perfis profissionais e os processos de formação das
escolas, haja vista que é imprescindível que as instituições de ensino e os profissionais
da educação estejam atualizados. Comparado à realidade vivenciada na sociedade e
possibilitando assim a imersão da comunidade escolar e acadêmica à cultura digital, a
nova organização do mundo do trabalho aos novos paradigmas organizacionais e
principalmente cumprir com sua função social que é de preparar cidadãos para o
trabalho e para a vida, ou então a escola estará fadada a se tornar desinteressada,
obsoleta e descomprometida com suas funções:
As instituições escolares também sofreram influência das
transformações ocorridas no mundo do trabalho e, assim, elas acabam
apresentando um comportamento semelhante ao do mundo da
produção, até porque a sociedade organiza-se nos moldes do sistema
vigente, ou seja, na produção da vida material dos indivíduos e nas
relações que ocorrem entre eles. Como o mundo do trabalho teve que
se adaptar com a introdução das novas tecnologias, com estrutura de
trabalho flexível, horizontal e integrada, marcada pela exigência de
profissional polivalente, competitivo e coletivo, a escola,
conseqüentemente, tem a sua estrutura reorganizada apresentando
estas mesmas características. (DA SILVA, 2006, p.140).
Para que os professores estejam preparados é importante que seja revisto a sua
atuação docente, a qualidade dos processos educacionais, se atualizarem sobre outras
teorias de ensino, introduzir novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, ou
seja, ir além do (quadro-negro, giz, livro didático) e emergir paralelamente ao
computador, softwares e outros recursos tecnológicos de forma crítico-reflexiva
RESULTADOS DISCUSSÕES
A educação técnica é uma das modalidades que sofreram essas influências, a
partir de 1990 houve um atraso na continuidade dos cursos técnico da Rede Federal, e
os estaduais praticamente foram encerrados. Posteriormente surge a retomada da
discussão a respeito da educação técnica com o Decreto nº 2.208 de 1997 e sua
revogação pelo Decreto nº 5.154, de 2004. E posteriormente ganha mais força através
do Decreto nº 6.302 de 2007 que instituiu o Programa Brasil Profissionalizado, onde no
seu 1º Art. estabelece que o programa tenha o objetivo de estimular o ensino médio
integrado à educação profissional, enfatizando a educação científica e humanística, por
meio da articulação entre formação geral e educação profissional no contexto dos
arranjos produtivos e das vocações locais e regionais.
Notadamente percebemos algumas dificuldades como alta rotatividade de
professores, devido um grande quadro de professores contratados, docentes de
disciplinas técnicas em sua maioria possuem títulos de bacharelado e não tendo os
conhecimentos didáticos para o exercício da profissão e até mesmo os professores
licenciados com a falta de conhecimento sobre as especificidades de como é o EMIEP.
157
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, é perceptível a urgência das necessidades a serem adotadas para colocá-
las em prática no cerne da educação profissional e mais especificamente no Ensino
Médio Integrado à Educação Profissional – EMIEP e a formação de professores para
que assim possa proporcionar ao máximo a possibilidade de ampliar os saberes dos
alunos do ensino médio técnico valorizando os conhecimentos básicos, apoiados pela
formação geral e concomitantemente articulando com os conhecimentos específicos da
área técnica, de forma a aperfeiçoar as características intelectuais dos alunos abrindo
novas possibilidades, podendo contribuir assim para uma melhor formação e ainda para
que eles compreendam a complexidade do mundo do trabalho e estar preparados para a
vida em sociedade.
REFERENCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:
<portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf> Acesso em: 15/12/2013
CAMARGO, Arlete Maria Monte de & HAGE, Salomão Mufarref – A Política de Formação de
Professores e a Reforma da Educação Superior. Universidade: políticas, avaliação e trabalho docente/
Deise Mancebo, Maria de Lourdes de Albuquerque Fávero (orgs.) – São Paulo: Cortez, 2004.
DA SILVA, Fabiana. Sena – O Mundo do Trabalho e as Novas Competências Profissionais para o
Pedagogo. Inter-Ação: Rev. Fac. Educ. UFG, 31 (1): 139-156, jan./jun. 2006.
FAVARIM, Flavia Negri - A Formação Continuada do Professor Universitário. Anais da 4º Mostra
Acadêmica - UNIMEP, 2006. - Disponível em:
<http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/23.pdf> Acesso em: 18/05/2010.
FREITAS, Jamille Rabelo de & SOUZA, Núbia Enedina Santos - LDB: Educação de Jovens e Adultos e
Educação Profissional. 2011. Disponível em: < http://secretalitterarum.blogspot.com.br/2011/03/ldb-
educacao-de-jovens-e-adultos-e.html > - Acesso em: 16/12/2013.
158
A IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA NA ÁREA DA SAÚDE: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
LA IMPORTANCIA DE LA BIOSEGURIDAD EN EL ÁREA DE LA SALUD: UNA
REVISIÓN SISTEMÁTICA DE LA LITERATURA
Noely Machado Vieira
Bianca Teshima de Alencar
Heloísa Aparecida Marin
RESUMO: A necessidade do conhecimento e utilização de medidas de Biossegurança,
é essencial para prevenção de infecções em pacientes, bem como proteção do
trabalhador em higienização. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) permitem
aos profissionais da equipe de enfermagem exercer os cuidados aos pacientes de forma
segura, não colocando em risco a saúde do paciente e zelando pela integridade física dos
mesmos. Objetivou-se com o presente estudo descrever a importância das medidas de
biossegurança e utilização de (EPI’s) no ambiente hospitalar. Trata-se de um estudo
descritivo de caráter de pesquisa de revisão bibliográfica, que foi desenvolvida com
base em material já elaborado, constituído de artigos científicos, revistas online,
biblioteca virtual e base de dados. Este estudo proporciona aos profissionais de
enfermagem, conscientização sobre a necessidade de adesão aos hábitos e
procedimentos necessários para a proteção de sua saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Biossegurança; Equipamentos de Proteção Individual;
Acidentes ocupacionais.
INTRODUÇÃO
A enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos
científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais,
éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na
prestação de serviços a pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circunstâncias
de vida (COFEN, 2007).
O ambiente de trabalho na área de saúde oferece e variados riscos aos
profissionais, tais como os causados por agentes químicos, físicos, biológicos,
psicossociais e ergonômicos. O conceito legal de acidente do trabalho diz que, será
aquele que ocorrer através do exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando
lesão corporal, perturbação funcional, ou doença que cause a morte, perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BULHÕES, 1976).
É reconhecido que os serviços de saúde, em especial os hospitais, por serem
locais onde se concentra um grande número de doentes, também tornam-se locais
privilegiados de concentração de agentes microbianos potencialmente patogênicos,
159
demandando, maiores esforços para evitar sua disseminação e promover o seu controle.
Igualmente é onde mais facilmente se desenvolvem cepas de bactérias resistentes aos
antibióticos e são identificados os mais variados tipos de microorganismos
desconhecidos, como os vírus, as bactérias e suas mutações, muitas vezes
avassaladoramente danosas para os seres humanos e com uma ampla capacidade de se
propagar por contágio. Por isso mesmo, na maioria dos países, existem normas e
recomendações de biossegurança para os Serviços de Saúde, atualizadas com muita
freqüência, em razão da rapidez com que as mudanças ocorrem na situação
epidemiológica nessas instituições (MARTINS, 1997).
O uso de EPI’s é um tema que a cada dia vem ganhando maior relevância, em
virtude da crescente importância que tem recebido das Comissões de Controle de
Infecção Hospitalar e da contínua preocupação com a melhoria das condições de
trabalho. Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente
contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que as
intervenções para profilaxia da doença causada pelo HIV e Hepatite B necessitam ser
iniciadas logo após a ocorrência do acidente, para sua maior eficácia (ANDEF, 2007).
As medidas de biossegurança são um conjunto de ações voltadas para a
prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa,
ensino e prestação de serviços visando a saúde do homem, a preservação do ecossistema
e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (HINRICHSEN, 2005).
Alguns fatores e situações de trabalho, no contexto hospitalar, predispõem ou
acentuam possibilidades de acidentes e doenças ao trabalhador pela exposição ao risco
biológico, como, por exemplo, o número insuficiente de trabalhadores, sobrecarga e
jornadas fatigantes de trabalho, continuidade da assistência expressa por turnos e
plantões noturnos, desgaste físico e emocional e falta de capacitação (ELIAS;
NAVARRO, 2006).
Objetivou-se com o presente estudo descrever a importância das medidas de
biossegurança e utilização de EPIs no ambiente hospitalar.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo de caráter de pesquisa de revisão
bibliográfica, que foi desenvolvida com base em material já elaborado, constituído de
artigos científicos, revistas online, biblioteca virtual e base de dados.
Procurou-se analisar material, cujo enfoque é a temática Biossegurança e seus
fatores inter-relacionados, EPIs, riscos ocupacionais, as precauções padrões e as normas
regulamentadoras. Foram utilizados artigos disponíveis integralmente em português, nas
bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), bases de dados Literatura Latino
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Centro Latino Americano e do
Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME) e do Scientific Eletronic
160
Library Online (SCIELO) utilizando os descritores: Biossegurança, Riscos
Ocupacionais, EPI’s, Precauções Padrões.
A coleta de dados por meio de levantamento das bibliografias foi iniciada no
período de agosto de 2012 até março de 2013.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após análise dos 38 artigos selecionados para pesquisa observa-se que as
medidas de biossegurança compreendem um conjunto de noções e cuidados, como o
uso de EPI’s para que os profissionais de saúde não contraiam doenças ocupacionais,
não sofram acidentes, não contaminem os clientes, a área de trabalho ou os colegas de
profissão. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem
aproximadamente 250 milhões de acidentes de trabalho todos os anos, com 330 mil
fatalidades e 160 milhões de casos de doenças ocupacionais, fato que acarreta em perdas
econômicas equivalentes a 4% do Produto Nacional Bruto (PNB) do mundo, e em
termos fragmentados das famílias e comunidades os prejuízos são incalculáveis
(TAKALA, 2005).
Em hospitais os trabalhadores especialmente aqueles que se ocupam da
assistência direta, estão constantemente expostos a risco de acidentes no trabalho seja
pelo contato com portadores de doenças infecciosas, da necessidade da movimentação
de pacientes e equipamentos pesados, do desgaste físico decorrente do ritmo, da
organização e divisão do trabalho, do convívio com a dor e a morte que lhes causam
desgastes de variadas naturezas (SÊCCO; ROBAZZI, 2007).
O trabalho de enfermagem na instituição de saúde caracteriza-se pelo cuidado
nas 24 horas do dia, permitindo a continuidade da assistência aos pacientes. Nesse
cuidado aos pacientes, os trabalhadores de enfermagem utilizam instrumentos de
trabalho como: agulhas, lâminas de bisturi, tesouras, pinças, materiais de vidro e muitos
outros instrumentos que são perfurantes e cortantes. Cuidam muitas vezes de pacientes
agressivos, agitados, ansiosos ou em estado crítico, onde encontram dificuldade de
realizar os procedimentos com segurança (SARQUIS; FELLI, 2002).
Os trabalhadores de enfermagem suprem a maior porção do cuidado direto ao
paciente, 24 horas por dia nos hospitais e, consequentemente, possuem constante risco
para ferimentos ocupacionais. Segundo Marziale (2003), a estimativa anual de acidentes
pós-exposição ocupacional com material perfuro cortante entre profissionais de saúde é
de 0,25% a 0,4% para o vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), 6% a 30%
para o HBV (Vírus da Hepatite B) e 0,4% a 1,8% para o HCV (Vírus da Hepatite C).
Ao realizar atendimento hospitalar, os enfermeiros estão constantemente
expostos a vários riscos durante a execução de suas atividades, principalmente por
manusear diretamente sangue e fluidos corporais de pacientes, potenciais portadores de
doenças, possíveis fontes de transmissão de patógenos. A atitude que cada indivíduo
adota ao realizar um procedimento deriva de um processo educativo. Muitas vezes a
161
própria equipe de enfermagem tem dificuldade em aderir às medidas de segurança que
busquem a proteção ao risco de exposição, subestimando o próprio risco, seja por
esquecimento, pelo incômodo causado pelo EPI, autoconfiança nas práticas adotadas
achando o seu uso desnecessário, esquecendo assim que um descuido pode acarretar o
comprometimento da saúde do mesmo e dos pacientes que podem sofrer contaminação
cruzada. A utilização de EPI’s faz-se de extrema importância, uma vez que torna as
práticas e condições de trabalho mais dignas, resultando em uma melhor prestação de
cuidados e manutenção da saúde tanto aos clientes como principalmente aos
profissionais de saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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162
ASPECTOS TEÓRICOS E REFLEXIVOS SOBRE O ERRO NO PREPARO E
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELA EQUIPE DE
ENFERMAGEM
ASPECTOS TEÓRICOS Y REFLEXIVOS SOBRE El ERROR EN El PREPARO
Y ADMINISTRACIÓN DE MEDICAMENTOS POR El EQUIPO DE
ENFERMERÍA
Jessica do Espírito Santo Bernardo –
Bacharela em Enfermagem pela
Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)
Aline Cristina Araújo Alcântara Rocha-
Professora - Mestre em Ciências ambientais –
Departamento de Enfermagem/UNEMAT - Cáceres-MT
Resumo: Considerando os erros no preparo e administração de medicamentos
que acarretam danos e prejuízos a um paciente, desde longas internações até
consequências como a morte, objetivou-se revisar a literatura científica a respeito dos
incidentes cometidos por profissionais da equipe de enfermagem relacionados ao
preparo e administração de medicamentos. A busca sistemática na literatura foi
realizada em bases de dados eletrônicas de ciências da saúde, com descritores referentes
as falhas cometidas por profissionais da equipe de enfermagem relacionados ao preparo
e administração de medicamentos. Evidenciou-se que as falhas se encontram na técnica
do preparo e administração de medicamentos, hora errada, dose errada, omissão de
dose, via errada, não monitorização do paciente e medicamento errado. Diante dos
resultados, é importante que as unidades adotem métodos cuidadosos que visem à
segurança do paciente, conscientizando todos os envolvidos quanto à importância da
notificação e prevenção destas falhas, de modo que medidas educativas sejam
realizadas.
Palavras-chave: Enfermagem, erros de medicação, educação continuada.
INTRODUÇÃO
Atualmente o Brasil é um dos países que mais consomem medicamentos em
todo o mundo, ocupando a quinta posição na listagem mundial e o primeiro lugar da
América Latina. Infelizmente o uso indiscriminado de certos medicamentos pela
população, dificulta a percepção dos riscos decorrentes dessa prática (VIANA, 2008).
Neste contexto, Viana (2008) destaca que a administração de medicamentos é
uma das atividades mais comuns desenvolvidas pela equipe de enfermagem. Para
realizar tal procedimento é necessário que o profissional conheça os princípios
farmacológicos de cada droga manipulada. Esses princípios envolvem, basicamente,
ação, dose, vias, efeitos adversos e precauções na administração.
Miasso et al. em sua pesquisa realizada em 2006, mostra que nos EUA em 1993,
as mortes em consequência de erros de medicação (7.391) foram maiores que as mortes
em acidentes de trabalho (6.000), dentre essas mortes, 2 a 14% ocorreram em pacientes
163
hospitalizados. Em uma comparação de um período de 10 anos, de 1983 a 1993, as
mortes relacionadas às falhas na terapia medicamentosa cresceram 257%.
Na literatura encontrada dificilmente a falha tem uma única causa, como os
profissionais, por exemplo, no entanto ele deve ser considerado mais como omissão do
sistema do que um fracasso do indivíduo. A implantação do sistema computadorizado
de prescrições contribui para a redução de eventos adversos relacionados à
administração de medicamentos, pois as informações são mais completas e legíveis. A
prática da educação continuada e permanente dos profissionais no sistema de medicação
também minimizam os danos relacionados à terapia medicamentosa, melhorando a
qualidade do cuidado prestado (FREITAS; ODA, 2008; GIMENES et al., 2009).
Partindo deste contexto, o objeto de estudo deste trabalho são as falhas
relacionadas ao sistema de medicação, cometidos pela equipe de saúde possibilitando
assim o crescimento intelectual e prático dos profissionais de enfermagem, visando à
assistência fundamentada e de qualidade.
METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática da literatura científica. Foi
realizado levantamento bibliográfico através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
utilizando as bases de dados BDENF (Base de Dados Bibliográficos Especializada na
Área de Enfermagem do Brasil), LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências de
Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online). A compilação dos artigos
ocorreu no segundo semestre de 2012 e primeiro trimestre de 2013. Para orientar este
estudo foi elaborado o seguinte problema: Quais os fatores que levam o profissional de
enfermagem ao erro no preparo e administração de medicamentos?
Para a seleção das fontes, foram considerados como critério de inclusão: Artigos
indexados nas bases de dados a partir dos descritores: Enfermagem, erros e medicação.
Após a realização da estratégia de busca nas referidas bases de dados, foram
encontrados 13 artigos (BDENF), 18 artigos (LILACS) e 61 artigos (SCIELO), sendo
um total de 92 artigos científicos que atendiam aos descritores. A partir da leitura
seletiva dos 92 artigos científicos encontrados, foram selecionados 13 estudos contendo
na íntegra as informações mais adequadas de acordo com os propósitos do trabalho.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados, alcançados nesta pesquisa, demonstram que os erros de
medicação apresentam como fatores preditivos a prescrição médica, o principal
problema no sistema de medicação, ocasionando erros durante a terapia medicamentosa.
A dispensação pela equipe da farmácia e o preparo e administração dos medicamentos
realizados pela equipe de enfermagem completam o sistema. Através destes dados
observa-se que além da instituição, os profissionais também não possuem uma visão
sistêmica sobre os eventos adversos à medicação, mas sim individualizada, sendo de
responsabilidade de cada profissional promover a segurança do paciente.
No que concerne aos erros de medicação mais recorrentes relacionados à técnica
no preparo e administração de medicamentos, foi constatada a hora errada com maior
164
frequência, seguido de falha na execução da técnica, dose errada, omissão de dose, via
errada, não monitorização do paciente e medicamento errado. Estes achados revelam o
despreparo da equipe de enfermagem em relação ao preparo e administração de
medicamentos, podendo causar erros potenciais ao óbito do paciente.
As falhas individuais e na comunicação foram os fatores de risco mais citados
pelos autores. Problemas no ambiente, falhas com potencial para alterar a segurança
microbiológica do medicamento e as subcategorias: não conferir medicamento, não
avaliar flebite e não avaliar permeabilidade do cateter também foram apontados como
fatores que podem ocasionar um erro de medicação.
A pesquisa revelou que a orientação e a advertência, seja verbal ou escrita, são
as condutas administrativas mais utilizadas pelas instituições de saúde em relação ao
profissional que cometeu o erro, na ocorrência do mesmo. Treinamento e reciclagem do
profissional, ausência de atitude da instituição e suspensão ou demissão foram atitudes
também citadas pelos profissionais.
CONCLUSÃO
Dado os resultados é visível à cultura punitiva e individualista por parte das
instituições, deixando de lado os erros de medicação como parte de um sistema.
Várias foram as sugestões dos profissionais para a prevenção do erro de
medicação, porém se destaca a educação continuada e o treinamento da equipe de
enfermagem, apresentando a atualização dos conhecimentos técnico-científicos como
uma importante barreira para os erros de medicação. Dada a relevância do tema
proposto, é importante que as instituições de saúde visem a reciclagem dos recursos
humanos afim de contribuir para o conhecimento dos profissionais e proporcionar
segurança e qualidade na assistência prestada aos pacientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREITAS, Danielle Fernandes de; ODA, Juliano Yasuo. Avaliação dos fatores de risco
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VIANA, Dirce Laplaca. Manual de cálculo e administração de medicamentos. 3º ed. São
Caetano do Sul, SP. Yendis, 2008.
165
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PROBLEMAS E DESAFIOS ENFRENTADOS
PELA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT
LA EDUCACIÓN A DISTANCIA: PROBLEMAS Y DESAFÍOS
ENFRENTADOS POR LA UNIVERSIDAD DEL ESTADO DE MATO GROSSO
– UNEMAT
Clair Teresinha Birck Maria do Horto Salles Tiellet
Resumo: Para melhoria da qualidade da educação a distância é imprescindível discutir
sobre ela e executar atividades no intuito de compreender os seus problemas e buscar
soluções. Neste sentido o presente trabalho teve por objetivo levantar os problemas que
tem dificultado o desenvolvimento, a execução e a expansão do ensino a distância pela
UNEMAT. Os problemas foram sistematizados em três categorias: didático-
pedagógico, administrativo (burocráticos e estruturais) e tecnológicos. O levantamento
ocorreu em onze polos durante o período de 01 de novembro de 2013 a 16 de fevereiro
de 2014. Destaca-se que os problemas são comuns entre os polos, sendo que os
encontrados com maior frequência estão ligados à categoria didático-pedagógica para a
qual constatou-se a necessidade de direcionamento para sua solução, possivelmente,
com trabalhos da equipe multidisciplinar.
Palavras-chave: formação, problemas, educação a distância.
Palabras clave: formación, problemas, la educación a distancia
Introdução
A educação a distância de uma maneira geral possui uma história própria, a qual
apresenta os mesmos passos de desenvolvimento aqui no país, a começar pelos cursos
por correspondência, em desuso, conhecidos até hoje como por exemplo o Instituto
Universal Brasileiro que oferece cursos de eletrônica, corte e costura, de desenho entre
outros, cujo material, isto é, o guia de estudos e exercícios impressos, são encaminhados
pelo correio.
Os países da Europa e dos Estados Unidos se utilizavam do modelo de ensino a
distância criando Universidades Abertas. No Brasil na década de 1980, a Universidade
de Brasília (UNB), através do Decanato de Extensão, passou a utilizar o ensino a
distância através do Serviço de Ensino à Distância oferecendo curso através de material
166
impresso, a exemplo do Curso de Introdução ao Pensamento Político Brasileiro
constituído e organizado em 12 unidades, enviado pelo correio aos cursistas.
É importante destacar que através da Lei Nacional de Diretrizes e Bases da
Educação – lei 5.692/71 –, já se configurava a possibilidade de programas de educação
a distância, classificados de experimentais, em destaque o ensino supletivo. A partir da
década de 1970, a segunda geração do ensino a distância, tendo ainda como suporte
principal o material impresso, passou lentamente a introduzir a televisão e as fitas de
áudio e vídeos, a exemplo do Sistema Nacional de Aprendizagem: Senai, Sesi, Senac,
Senat, Sebrae, que tem se utilizado largamente desta modalidade.
A terceira geração, a atual, “baseia-se em redes de conferência por computador e
estações de trabalho multimídia, destacando-se as possibilidades oferecidas pelo acesso
à internet.” (LEMGRUBER, 2017, p. 1). Segundo o censo 2015-2016 da Associação
Brasileira de Educação a Distância (ABED) existem no país 368 instituições que são
desta modalidade ou possuem programas na modalidade. Os cursos são oferecidos em
todos os níveis e áreas do conhecimento.
[...] com destaque para 1.079 ofertas de cursos de extensão e para as
áreas de Ciências Sociais Aplicadas, com 608 ofertas de cursos
regulamentados totalmente a distância. Entre os semipresenciais, a
preferência é pelas Ciências Humanas, com 1.389 ofertas registradas.
■ As instituições formadoras contam, em média, com 1.000-4.999
alunos, podendo ter menos de 100 e mais de 500.000. (ABED, 2015,
p.7).
Em 1994, no estado de Mato Grosso, a Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), a Universidade Estadual do Mato Grosso (UNEMAT), a Secretaria de Estado
de Educação de Mato Grosso (SEDUC-MT) e Secretarias Municipais de Educação de
mais de setenta cidades do estado, em parceria, implantaram e desenvolveram o
primeiro curso de graduação a distância no País. Este teve como objetivo atender a
“formação dos professores da rede pública que atuam nas primeiras quatro séries do
Ensino Fundamental. Foi também o primeiro curso de graduação a distância a ser
reconhecido pelo MEC”.(EaD, 2017,p1).
Após quarenta anos de existência no país, da modalidade de ensino a distância, e
passados neste contexto mais de vinte anos da existência da modalidade de ensino no
estado de Mato Grosso, buscamos através de uma pesquisa exploratória em onze Polos
levantar os problemas que têm dificultado o desenvolvimento, a execução e a expansão
do ensino a distância pela UNEMAT.
167
Metodologia e Resultados
A pesquisa exploratória ocorreu no período de 01 de novembro de 2013 a 16 de
fevereiro de 2014, nos polos da Diretoria de Educação a Distância da UNEMAT
(DEAD): Sorriso; Jauru; Pontes e Lacerda; Comodoro; Sapezal; Arenápolis/Barra do
Bugres; Campo Verde/Nova Xavantina; Alto Araguaia; Juara; Guarantã do
Norte/Colíder e Juína, neles permanecendo por dois dias. Esse tempo possibilitou o
contato com o tutor presencial, a coordenação do Polo, e ocasionalmente com alguns
alunos, de modo a identificar a estrutura física e o levantamento dos problemas a partir
dos usuários do Polo.
Nas reuniões previamente agendadas estiveram presentes nove coordenadores de
polo, cento e quatorze tutores e uma secretária de polo.
Após a coleta das informações dividimos as dificuldades em categorias: nível
didático-pedagógico, administrativo (burocráticos e estruturais) e tecnológicos.
Estabelecemos como critério de prioridade aqueles problemas com maior índice de
incidência, com indicação de mais de cinco sinalizações. Assim destacamos que os
problemas didático-pedagógicos foram seguidos pelos tecnológicos e posteriormente os
administrativos.
Os problemas em relacionados às questões didático-pedagógicas assem se
destacam:
Falta de feedback dos tutores à distância no que se refere às dúvidas dos
alunos;
Demora na postagem das notas;
Falta de adequação de alguns alunos a um cronograma de estudos;
Falta de interação entre os alunos/tutores presenciais/tutores à
distância/professores;
Necessidade de mais aulas de revisão presencial;
Deficiência para estudo individualizado;
Desencontro de informações entre tutores á distância e professores;
Ausência da participação efetiva dos professores;
Alteração de calendário/cronograma – datas de avaliações;
Cobrança nas provas/atividades, diferenciada dos conteúdos abordados
nas webaulas e sem orientação.
Os problemas referentes à categoria tecnológica:
Acesso à internet às vezes com problemas;
Equipamentos de informática inadequados;
Dificuldades com o ambiente virtual – questões específicas do
moodle/pelos tutores presenciais e alunos;
AVA muito poluído.
168
E os problemas relacionados à categoria administrativa (burocráticos e
estruturais):
Falta de clareza sobre a função de cada um;
Atraso dos livros;
Necessidade de adequação do valor da bolsa;
Sobrecarga dos tutores presenciais coma atividades que não são da
tutoria, como preenchimento de fichas e formulários que deveriam ser
feitos pela secretaria acadêmica.
Considerações finais
No levantamento efetuado foram verificados os problemas, organizados e
categorizados segundo os seguintes quesitos: didático-pedagógico, tecnológico e
administrativo (burocráticos estruturais), e apresentou-se soluções.
Durante o processo observou-se que a educação a distância atinge de fato as
pessoas que se encontram afastadas de grandes centros, e da possibilidade de acesso à
educação nos moldes regulares. Constatou-se que as pessoas envolvidas nessa
modalidade de ensino, apesar de identificarem diversas dificuldades inerentes ao
processo, estão bem cientes da importância desta modalidade e relatam diversos casos
de sucesso, demonstrando assim que o rumo traçado está atingindo seus objetivos, mas
é preciso que sempre sejam feitas adequações. Para cada problemática levantada, ao
mesmo tempo que expunham os problemas, as equipes dos polos pesquisados
propuseram soluções. A respeito dos problemas relacionados à categoria didático-
pedagógica, destaca-se a sugestão para que a equipe multidisciplinar da DEAD busque
uma forma de direcionar os professores a trabalharem com maior consonância com os
conteúdos abordados/cobrados. No tocante aos problemas tecnológicos houve sugestão
de verificar o processo de capacitação oferecido pela Universidade Federal de Mato
Grosso, inclusive com relação ao moodle, propondo diminuir informações
desnecessárias. E quanto aos problemas administrativos propôs-se que a diretoria da
DEAD buscasse contato com os municípios responsáveis pela estrutura dos polos para
melhorias estruturais além de sugerir a organização de uma secretaria acadêmica para
gerenciar cadastros e fichas, de modo a retirar esta função dos tutores presenciais e
assim garantir o bom desenvolvimento das atividades. A pesquisa exploratória
possibilitou identificar os principais problemas que envolvem as atividades do ensino a
distância e destacar as soluções propostas por aqueles que são os principais envolvidos
169
no processo. As informações coletadas, sistematizadas e analisadas servirão de
elementos para posteriores avaliações e direcionamentos.
Referências
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2015. Disponível em: http://abed.org.br/arquivos/Censo_EAD_2015_POR.pdf. Acesso
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eletrônicos. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/conferencia/documentos/marcio_lemgruber.pdf.
Acesso em: 07 abr.,2017
170
PERCEPÇÃO PRELIMINAR DOS GRADUANDOS EM LICENCIATURA EM
GEOGRAFIA - UFMT SOBRE OS PONTOS FORTES, FRACOS, DEBILIDADES E
FORTALEZAS DO CURSO
PERCEPCIÓN PRIMARIA DE GRADUARSE EN LA LICENCIATURA EN
GEOGRAFÍA-UFMT ACERCA DE LAS FORTALEZAS, DEBILIDADES, LAS
DEBILIDADES Y FORTALEZAS DEL CURSO
Alex Dias Curvo
Thiago Fernandes
Aucilene Auxiliadora de Morais
Resumo: o objetivo deste trabalho foi analisar as percepções preliminares que os
graduandos do curso de Licenciatura em Geografia – UFMT, campus Cuiabá-MT
tem sobre alguns aspectos do curso. A metodologia de pesquisa utilizada foi o estudo
de caso somado a uma pesquisa quantitativa com aplicação de 30 questionários
semiestruturados, diretamente com discentes do curso, com perguntas livres, abertas
e fechadas. A coleta de dados foi realizada no dia 20 de março de 2017. Utilizou-se
como mecanismo de tabulação de dados e geração das imagens gráficas a ferramenta
Microsoft Word e Excel, versão 2013. A partir da análise dos resultados, conclui-se
que o curso pesquisado teve um avanço significativo nos últimos anos, fato que se
deve a separação em licenciatura e bacharelado, gerando um foco maior nas
disciplinas, ainda pode-se mencionar a reestruturação da matriz curricular ocorrida
em 2012 e uma dedicação do corpo docente junto ao corpo discente para essa
melhoria.
Palavras-chaves: Relações intrapessoais, Geografia, Satisfação,
Palabras-clave: Relaciones de personas, Geografía, Satisfacción,
1. INTRODUÇÃO
O cenário educacional brasileiro, em particular, o cenário das instituições de ensino
superior (IES) tem passado por profundas mudanças nas últimas décadas. Cabe ressaltar que a
qualidade dos serviços oferecidos pelas instituições de ensino e a satisfação dos discentes fazem
parte destas alterações (GOMES et al. 2013).
Apesar de inúmeros estudos realizados sobre satisfação acadêmica, ainda não existe
nada de concreto em se tratando de um construto de satisfação que defina com clareza o tema,
permitindo que os pesquisadores tenham um senso comum e consigam construir definições
teóricas relevantes (BENJAMIN E HOLLINGS, 1997). Existem vários entendimentos acerca da
satisfação acadêmica, segundo Elliot & Shin (2002) a satisfação é definida por meio a
experiência cognitiva do estudante, ou seja, sofre grandes influências da instituição e de como
aprende e enxerga diante do ambiente ao qual está inserido. Um modelo foi desenvolvido por
Gondin (2002, pg. 38) em que é composto por cinco construtos, o Envolvimento do Professor, o
Interesse do Estudante, a Interação Estudante-Professor, as Demandas do Curso e a Organização
171
do Curso. Posteriormente, foi incluído um novo construto “Satisfação Geral, que servia para a
satisfação geral do acadêmico em relação ao curso.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar as percepções preliminares que os
graduandos em Licenciatura em Geografia – UFMT, campus Cuiabá-MT tem sobre alguns
aspectos do curso.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para atender ao objetivo de analisar as concepções/discursos que os graduandos do
curso de Licenciatura em Geografia – UFMT, campus Cuiabá-MT tem sobre vários aspectos do
curso, optou-se pelo uso do estudo de caso (GIL, 1997). Em conjunto com esse método,
utilizou-se também a análise quantitativa dos dados coletados, ao qual foi possível transforma-
los em informações, conseguinte, discutindo as relações dentro os itens apurados.
O estudo foi realizado no Instituto de Geografia, História e Documento (IGHD),
Departamento de Geografia - Universidade Federal de Mato Grosso, campus Universitário de
Cuiabá-MT. Escolheu-se este local devido à grande presença/circulação de discentes do curso
de Licenciatura em Geografia. Foi realizada uma coleta de dados no dia de 20 de março de
2017. O tempo total de coleta de dados foi de 2 horas/dia, entre 20:00h às 22:00h (período do
funcionamento do curso).
O instrumento científico utilizado para coleta dos dados foi o uso de questionário
semiestruturado, aplicado individualmente para 30 discentes do curso (amostra), de uma
população de 260 discentes regularmente matriculados. Por fim, os dados foram organizados e
tabulados com o auxílio do software Microsoft Excel, versão 2013. As figuras em modelo de
gráficos foram geradas com o uso e auxilio do mesmo software disponível gratuitamente.
3. ANÁLISE DOS DADOS E SEUS RESULTADOS
Inicialmente foi analisado as informações pertinentes ao percentual de gêneros dos entrevistados do curso (Fig. 01).
Figura 01: Quantitativo de respondentes em relação a gênero e média da Faixa Etária.
Fonte: Dados da pesquisa 2017.
Identificou-se que no Curso de Licenciatura em Geografia-UFMT existe um equilíbrio
entre homens e mulheres e que a faixa etária predominante está entre 32 e 35 anos. Essa análise
representa que do número de amostra selecionada resultou-se que o curso não é influenciado
pela questão de gênero, visto também na clareza das respostas enfatizadas pelos menos.
M; 16 F; 14
M; 36,13F; 31,57
0
10
20
30
40
M F
Gêneno/Média de Faixa Etária
172
Conseguinte, uma relação importante analisada foi a interação Professor-Discente-
Demandas e Organização do Curso. Essa relação é importante para o caminhar do curso.
Conforme observações respondidas pelos discentes (Fig. 02).
Figura 02: Quantitativo sobre o envolvimento do Professor-Discente-Demandas e Organização
do curso.
Fonte: Dados da pesquisa 2017.
Verificou-se que em torno de 2 respondentes discordam totalmente e 54 concordam
totalmente, indicando que a questão envolvimento professor-discente, efetividade das demandas
e a organização do curso estão com consonância com a expectativa do corpo discente, aspectos
esses fundamentais para o desenvolvimento do curso. Ficou perceptivo também que existe uma
aproximação dentre esses, e essa aproximação é enfatizada a partir de alguns aspectos, tais
como, grupo de pesquisa, projetos de extensão-pesquisa, PIBID e outras ações.
Esse grau de satisfação vem corroborar com a fala de alguns docentes, em que
enfatizam que a novo a reestruturação do curso, pelo qual houve um avanço muito grande,
sobretudo posterior a divisão do curso. Até 2008 o curso era um único licenciatura e
bacharelado, e em 2009, ele se divide, deixando a licenciatura para o período noturno e
bacharelado matutino. Uma situação importante, por exemplo, é que a partir desse momento, os
formando em bacharel estarão vinculados ao CREA - Conselho profissional do bacharel e o
licenciado ao MEC – Ministério da Educação.
24
20
25
54
50
54
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
1 2 3 4 5 6 7
173
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa verificou a opinião tanto do corpo discente, quanto do corpo docente,
evidenciando que o curso de licenciatura em geografia (noturno) após um longo processo de
reestruturação, ajustes e mudanças. Sobre a fala do coordenador do curso, este dialoga-se que
atualmente o curso possuí uma matriz curricular sólida e ao mesmo tempo focada no
desenvolvimento do professor pesquisador, de forma a trabalhar com os acadêmicos essa
mentalidade desde o início da graduação, tirando-os da zona de conforto, a partir do
envolvimento de programa e projetos, como por exemplo, Programa Instituição de Bolsas de
Iniciação à Docência - Geografia. Programa que permite o discente uma experiência no
ambiente escolar, no contato com os discentes, antes de se formar, atribuindo-lhes uma vivência
fora da universidade e diretamente com o público alvo.
Portanto, nas falas informais dos discentes, fica explicito que o trabalho que o curso como
um todo vem realizando está surtindo efeitos nos discentes, mudando-se matriz e trazendo
novas perspectivas de atuação diretamente no ensino. Confirmação dessa fala foi o indicador de
desenvolvimento que foi nota (5,0) na prova do INEP e, por fim, fato que corrobora para
demonstrar os grandes avanços no curso especialmente na licenciatura.
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174
A IMPORTÂNCIA DAS ORIENTAÇÕES DO ENFERMEIRO DO TRABALHO
SOBRE O USO CORRETO DE EPI’S
LA IMPORTANCIA DE TRABAJO DE ORIENTACIÓN DE ENFERMERÍA
SOBRE CORRECTO USO DEL EPI
Thaline Daiane Castrillon Macedo,
Especialista em Gestão em Saúde - UFMT/Cuiabá -MT.
E-mail: [email protected]
Rafaela Graziele Castrillon,
Mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas - UNEMAT/Cáceres-MT.
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RESUMO
O papel do enfermeiro do trabalho tem sido considerado indispensável dentro das organizações, uma vez
que, sua atuação abrange todo o processo de prevenção de acidentes ocupacionais, com a correta
orientação quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual - EPI’s, proporcionando um ambiente
com maior desempenho e com mais segurança e conforto ao trabalhador. Este trabalho tem o objetivo de
analisar a importância das orientações do enfermeiro do trabalho sobre o uso correto de EPI’s através de
estudos publicados no período compreendido entre 2002 e 2015. No referencial teórico que o norte de
toda esta pesquisa serão apresentados os tópicos: Conceito de acidente de trabalho; Equipamentos de
Proteção Individual – EPI’s e Enfermagem do trabalho na orientação e prevenção de acidentes na saúde
ocupacional, mostrando as principais características do assunto. Observou-se que o enfermeiro do
trabalho tem um papel significativo na saúde ocupacional, no que se refere ao trabalho educativo na
utilização correta dos equipamentos de segurança individual, contribuindo para o desenvolvimento de
estratégias que visem reduzir os riscos de acidentes ocupacionais que são apresentados no ambiente
laboral.
PALAVRAS-CHAVES: Enfermagem, Saúde Ocupacional, EPI’s.
PALABRAS-CLAVE: Enfermería, Salud Ocupacional, EPI’s.
INTRODUÇÃO
No século XVIII, com o início da Revolução Industrial na Inglaterra, a
preocupação com os acidentes de trabalho era inexistente. A busca pelo lucro e pelo
aumento da produção eram os principais objetivos dos empresários, não se
estabelecendo nenhuma norma que protegessem os trabalhadores em seu ambiente
laboral (SCHIMIDT, 2008).
Com o rápido crescimento da industrialização, motivada pelo crescente aumento
da produtividade e consequentemente cada vez mais salientada a proteção da saúde do
trabalhador, intensificou-se a criação de normas que favorecessem a segurança dos
empregados, propiciando a melhoria da qualidade de suas atividades, bem como a
contribuição para o aumento da produtividade das organizações (SCHIMIDT, 2008).
No Brasil, essa preocupação mais eminente surgiu apenas em fins do século
XIX. Contudo, a enfermagem do trabalho só teve sua importância junto às empresas
reconhecida na década de 70, tendo em vista os elevados números de acidentes de
trabalho que ocorriam (AZEVEDO, 2010).
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Existem diversas leis que visam a proteção do trabalhador no seu ambiente de
trabalho, sendo uma de grande ênfase, a Norma Regulamentadora NR-6, que trata sobre
o Equipamento de Proteção Individual (EPI), que atua como um instrumento de
proteção contra possíveis riscos e ameaças a segurança e saúde do trabalhador. Sendo
obrigação do empregador, fornecer o equipamento e exigir o seu uso adequado pelo
empregado (BRASIL, 2012).
Neste contexto, o presente estudo tem o intuito de identificar estudos
relacionados à importância das orientações do enfermeiro do trabalho sobre o uso
correto de EPI’s, favorecendo reflexões sobre a prática do cotidiano na saúde
ocupacional e a otimização do serviço da enfermagem do trabalho frente às ações
educativas de conscientização dos empregados, contribuindo para o incentivo do uso de
EPI’s pelos trabalhadores. Objetivando analisar à importância das orientações do
enfermeiro do trabalho sobre o uso correto de EPI’s através de estudos publicados no
período compreendido entre 2002 e 2015.
METODOLOGIA
Esta investigação configura uma revisão bibliográfica de estudos científicos
realizada em diferentes bases de dados sobre à importância das orientações do
enfermeiro do trabalho sobre o uso correto de EPI’s através de estudos publicados no
período compreendido entre 2002 e 2015.
No referencial teórico que o norte de toda esta pesquisa será apresentado os
tópicos: conceito de acidente de trabalho; equipamentos de proteção individual – EPI’s
e enfermagem do trabalho na orientação e prevenção de acidentes na saúde ocupacional,
mostrando as principais características do assunto. O norteamento de toda a pesquisa
enfatiza a prática do enfermeiro do trabalho frente às ações educativas de
conscientização dos empregados, referente à importância de seguir as normas de
prevenção de acidentes no espaço laboral.
A coleta de dados foi realizada entre junho e novembro de 2016 nas bases de
dados da Literatura Latino- Americano e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),
Scientific Electronic Library Online (SCIELO), livros e outros referenciais teóricos,
utilizando-se os seguintes descritores: Enfermagem, Saúde ocupacional, EPI’s.
Os critérios de inclusão no referencial teórico: estudos científicos (artigos) nas
bases de dados acima descritas; idioma de publicação português, inglês ou espanhol;
período de pesquisa compreendido entre 2002 e 2015.
A princípio foram identificados 20 estudos, dos quais 16 eram artigos, 03
monografias e 01 tese de doutorado para posterior análise na revisão bibliográfica.
Deste total foram excluídos: aqueles que se repetiam em outras bases de dados, artigos
publicados fora do período delimitado e artigos incompletos ou cujo objeto do estudo
não se relacionava com a temática deste trabalho. Tomando como critério a leitura
exploratória dos títulos e dos resumos de cada um deles, foram selecionados 10 artigos
para compor essa revisão, 02 monografias e 01 tese de doutorado.
As normas utilizadas foram as da ABNT (Associação Brasileira de Normas e
Técnicas), devido à obrigatoriedade do edital e a sua facilidade de ser exposta.
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Quanto aos aspectos éticos, salienta-se que os preceitos de autoria das obras
consultadas foram respeitados. Como o estudo trata-se de uma revisão bibliográfica da
literatura não foi necessária sua submissão a um Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As empresas atuais vêm investindo consideravelmente nos Equipamentos de
Proteção Individual – EPIs, pois além de ser uma norma internacional, constata-se
através de estudos, que, a utilização desses equipamentos contribui para a redução dos
acidentes nos postos de trabalho, o que remete em fatores positivos tanto para as
empresas, as quais não apresentam perda de produtividade, quanto para os próprios
empregados, que não são obrigados a afastar-se de suas atividades, ocasionando
transtornos em relação a sua vida profissional (GRAVENA, 2002).
As atribuições do profissional vão desde o estudo inicial das condições de
trabalho com a identificação de possíveis riscos, até o desenvolvimento de ações que
visem à promoção da saúde do trabalhador, envolvendo cuidados de segurança, higiene
e melhorias do próprio trabalho (ANENT, 2011).
Nesse sentido, pode-se afirmar que o profissional da enfermagem do trabalho
desenvolve as suas atividades não somente acompanhando a saúde do trabalhador, mas
atento ao cuidado e prevenção de acidentes no próprio ambiente de trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inicialmente, é relevante ressaltar que a quantidade de artigos publicados com o
tema desta revisão ainda é insignificante diante da importância que o assunto em
questão tem para os profissionais da saúde, o que consequentemente impede o
delineamento mais homogêneo do estudo a nível nacional.
O trabalho cotidiano que é realizado pela enfermagem do trabalho nas empresas,
visa principalmente o trabalho de conscientização dos empregados em virtude do uso
dos EPIs, levando em consideração que, a maioria dos empregados não acredita que
possa ocorrer algum acidente no trabalho ou aparecimento de doenças proveniente da
falta de proteção individual.
Pelos artigos analisados notou-que que muitos profissionais se encontram
resistentes à utilização dos EPIs, justificando o seu não uso, mesmo o empregador
oferecendo o equipamento e as orientações necessárias para o seu uso.
Nesse sentido, percebe-se que a atuação do enfermeiro no que se refere ao
trabalho educativo junto aos demais profissionais responsáveis pelo monitoramento da
utilização dos equipamentos de segurança se apresenta de maneira favorável para o
desenvolvimento de estratégias que visem reduzir os riscos de acidentes ocupacionais
que são apresentados no ambiente laboral.
Dada à importância do presente estudo, espera-se que este levantamento teórico
e as considerações apresentadas subsidiem um referencial bibliográfico que contribua
para propiciar o aparecimento de novas pesquisas nessa área e a maior visibilidade das
mesmas.
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REFERÊNCIAS
ANENT. Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho, 2011. Disponível em: <http://
www.anent.org.br>. Acesso em: 03 nov. 2016.
AZEVEDO, M. V. Atenção à saúde do trabalhador. Curitiba: Editora Facinter, 2010.
BALBO, W. O uso de EPI-Equipamento de proteção individual e a influência na produtividade da
empresa, 2011. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-academica/o-
uso-do epiequipamento-de-protecao-individual-e-a-influencia-na-produtividade daempresa/4265>.
Acesso em: 04 nov. 2016.
BRASIL. Ministério do trabalho e do emprego. NR 06 - Equipamento de Proteção Individua l–
EPI.Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2012. Disponível em:
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm>. Acesso em: 05 nov. 2016.
GRAVENA, A. Curso de formação de operadores de refinaria: segurança industrial. Curitiba:
PETROBRAS: UnicenP, 2002. Disponível em:
<http://www.tecnicodeJpetroleo.ufpr.br/apostilas/saude/segurancaindustrial.pdf>
Acesso em 03 nov. 2016.
SCHIMIDT, M. A Revolução Industrial e a organização dos trabalhadores em sindicatos. São Paulo,
Editora Moderna, 2008.
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A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE VISÃO LIMITADA EM SALA
DE AULA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
PERCEPCIÓN DE LOS MAESTROS EN VISIÓN LIMITADO EN EL AULA EN
EDUCACIÓN INFANTIL
Aglaunice Fatima da Silva
Email - [email protected]
Jean Carlos Crema
Email - [email protected]
Resumo: A preocupação com a deficiência visual na escola, o professor ao
desenvolver atividades, deve estar atento no desempenho do aluno, com um olhar
holístico. A criança com visão limitada apresentará redução na sua capacidade visual,
interferindo no seu avanço educativo. Geralmente por não compreender as atividades
proposta, não apresentam interesse e se distrai facilmente, apresentando inquietação,
mas devemos levar em conta, a criança que não enxerga bem, pode não apresentar
queixas, para ela não existe exatamente uma percepção de como deveria enxergar, como
as outras pessoas, não conseguindo ter essa dimensão. Os professores desempenham um
importante papel, pois a dificuldade visual se manifesta por meio de sinais observáveis
como, movimentos repetitivos, girar ou mover a cabeça, franzir a testa, dores constantes
de cabeça, dificuldades para enxergar de longe, esfregar os olhos e balançar as mãos,
situações que o educador poderá informar aos pais ou responsáveis pela criança.
Palavra-chave: Percepção, professores, dificuldades visuais
Palabra clave: Percepción, Profesores, dificultades visuales.
1 Introdução
Segundo TROTTER (1985) “as visitas ao consultório de um médico
oftalmologista devem começar quando o bebê completar seis meses de vida e devem ser
repetidas de ano em ano”, pois visão limitada é uma das principais causas de evasão
escolar e repetência entre as crianças.
O professor conhecedor dos problemas visuais pode detectá-los em seus alunos,
orientando adequadamente os pais, além de se sentir capaz para atender as necessidades
desses alunos que apresentam dificuldades visuais. O objetivo desse estudo é conhecer
algumas deficiências visuais que podem ser identificadas através de simples sinais que
a criança transmite através da realização de simples atividades educativas, além de
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Compreender a necessidade e importância das adequações pedagógicas que
devem ser realizadas no processo ensino e aprendizagem para atender o aluno com
baixa visão.
O artigo é pautado na Pesquisa Bibliográfica, com o objetivo de apresentar os
“sinais/sintomas” de deficiência visual mais comum no início escolar de uma criança. O
método de estudo utilizado é baseado na pesquisa explicativa.
2. As características dos problemas visuais
É importante salientar que é comum a existência de doença nos olhos durante a
infância, como em qualquer outra faixa etária, mas nos primeiros anos escolares pode
ser detectada pelos professores através das atividades pedagógicas e acompanhada por
médicos oftalmológicos indicando o uso de óculos de grau.
Para Carvalho (2006 p.08), o médico responsável por diagnosticar e solucionar
os problemas da visão é o oftalmologista, cuja especialidade é tratar das doenças
oculares e alterações visuais. Segundo o autor, o recomendável é que o oftalmologista
examine a criança nos primeiros anos de vida, principalmente ao completar seis meses,
repetindo-se a consulta a cada ano.
3. Erros mais comuns de refração
Os erros de refração mais comuns são a miopia, hipermetropia e astigmatismo,
não tratados adequadamente podem levar a criança a ter dificuldades no desempenho
escolar.
Hoje a miopia é um dos casos mais comuns, ela reflete no globo ocular deixando
a imagem dos objetos distorcidas, perdendo a nitidez, fazendo a visão tremula. A
miopia pode ser corrigida através de algumas lentes especificas indicada pelo
profissional da área.
Carvalho (2006 p.16) corrobora quando informa que uma criança míope não
enxerga com nitidez de longe, mas muito bem de perto, tendo assim características
muito comuns e referência por atividades próximas como leituras e trabalhos manuais.
Outra dificuldade visual muito comum é a hipermetropia caracterizada por dificuldade
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em enxergar de perto, necessitam de um esforço maior para acomodar a imagem na
retina. É comum aos portadores de hipermetropia, que não usam óculos, ter dores de
cabeça, tonturas, cansaço visual, principalmente se estão lendo, escrevendo, pintando ou
brincando com objetos próximos dos olhos.
O Astigmatismo também contribui para que o aluno apresente dificuldades no
desempenho escolar, podendo estar associado à miopia ou hipermetropia.
De acordo com Trotter (1985 p.131), astigmatismo não significa mais nada do
que “ausência de ponto. ”, ou seja, não existe a percepção nítida dos contrastes entre as
linhas horizontais, verticais e obliquas. Segundo o autor, normalmente as crianças com
essa deficiência de refração podem apresentar confusões como: trocar algumas letras
como H, M e o N; trocar os numerais 8 e o 0; apresentar dores constantes de cabeça;
dificuldades para seguir uma linha de um texto; dupla visão e olhos vermelhos.
Apesar das dificuldades que a baixa visão ocasiona nada impede a criança de
participar das atividades destinadas às demais da mesma faixa etária sem problemas
visuais.
4. Adequações visuais
Os alunos com baixa visão devem receber atenção especial do professor, pois é
necessário que haja boa visualização analisando a posições que o aluno enxerga melhor
os objetos, ambiente tranquilo e adaptado às necessidades dos educandos como
exemplo, Cadernos com linhas bem fortes possuindo espaço entre as linhas de
aproximadamente 1,5 cm. Os livros didáticos reproduzidos em copiadoras ampliando as
letras e figuras para facilitar a visualização do aluno, As lousas devem ser mantidas
limpas para maximizar o contraste e de preferência utilizar giz de cor amarelo, pois
oferece um melhor contraste. O professor deve se utilizar de letras maiúsculas, tendo
entre seis a oito centímetros de altura e ao colocar informações na lousa, estas devem
ser lidas em voz alta ou interpretadas, além do cuidado com a iluminação.
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6. Avaliação do rendimento escolar.
O professor ao fazer uma avaliação do rendimento escolar do aluno, deve voltar
o seu olhar crítico para informações que a criança transmite através de atividades
realizadas como a construção de frases, desenhos, troca das letras, participação, às vezes
dificuldades de compreensão etc, levando em consideração as particularidades e
características da criança com baixa visão.
Cada criança possui o seu tempo de adaptação e aprendizado, é nesse momento
que o educador deve voltar o seu olhar crítico a fim de oferecer soluções que possam
contribuir diretamente aos pais e alunos. Uma criança que possui dificuldades para
enxergar não apresentara nenhum interesse nas atividades, portanto é importante a
análise minuciosa do professor pois esse “sinal” pode ser confundido como “preguiça” a
assim ambos não obterão nenhum rendimento satisfatório.
6. Metodologia Utilizada.
Este artigo é pautado na Pesquisa Bibliográfica, com o objetivo de apresentar os
“sinais/sintomas” de deficiência visual mais comum no início escolar de uma criança.
O método de estudo utilizado é baseado na pesquisa explicativa, definida por Gil
(2002 p.42) que: Essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores
que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de
pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o
porquê das coisas.
7. Considerações Finais.
Geralmente é na escola que as dificuldades visuais ficam mais evidentes, tento
ressaltar a análise minuciosa que o educador deve ter com seus alunos observando os
sinais que apresentam no decorrer e ao final de cada atividade educativa, sinais
observáveis como movimentos repetitivos, girar ou mover a cabeça, franzir a testa,
dores constantes de cabeça, dificuldades para enxergar de longe, esfregar os olhos e
balançar as mãos. O professor deve se preocupar com a qualidade dos métodos e não
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com a quantidade a serem utilizados para promover um aprendizado eficiente e prático
para todos. Esses sinais apresentados na pesquisa são em muitos casos confundidos com
distúrbio de aprendizado gerando insatisfação tanto por professores como para o aluno.
A criança não sabe ainda definir a diferença da visão normal e anormal ficando quieta,
sem motivação e se sentindo inferior a outras crianças do seu próprio convívio social, e
esse fato delicado que em muitas vezes acaba desencadeando a evasão escolar. Diante
de qualquer percepção de sintomas, é necessário pais e professores devem estar juntos
na avaliação da saúde visual da criança.
8. Referências Bibliográficas.
CARVALHO, Regina de Souza. JOSÉ, Newton Kara; ARIETA, Carlos Eduardo Leite;
Manual da Boa Visão do escolar: solucionando dúvidas sobre o olho e a visão. São
Paulo: Estúdio Artecétera , 2006.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo : Atlas,
2002.
TROTTER, Jorge. Estudos Superiores da Ótica Oftálmica: o olho. São Paulo: Cert, v.
02, 1985.