IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO:...

175
i ALEX HENRIQUE VERONÊZ IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: AVALIAÇÃO ECONÔMICA E DE PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA CAMPINAS 2015

Transcript of IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO:...

Page 1: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

i

ALEX HENRIQUE VERONÊZ

IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: AVALIAÇÃO ECONÔMICA E DE

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA

CAMPINAS 2015

Page 2: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

ii

Page 3: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

iii

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

ALEX HENRIQUE VERONEZ

IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: AVALIAÇÃO ECONÔMICA E DE

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA

Orientador: Prof. Dr. Bruno Coraucci Filho

Tese de Doutorado apresentada a Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, para obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil, na área de Saneamento e Ambiente.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO ALEX HENRIQUE VERONEZ E ORIENTADO PELO PROF. DR. BRUNO CORAUCCI FILHO. ASSINATURA DO ORIENTADOR ______________________________________

CAMPINAS 2015

Page 4: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

iv

FICHA CATALOGRÁFICA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA ELIZANGELA APARECIDA DOS SANTOS SOUZA - CRB 8/8098

V599i

Veronêz, Alex Henrique, 1977-

Irrigação de eucalipto com efluente sanitário: avaliação econômica e de produtividade agrícola / Alex Henrique Veronêz. – Campinas, SP : [s.n.], 2015.

Orientadores: Bruno Coraucci Filho. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. 1. Agricultura. 2. Irrigação. 3. Efluente. 4. Produtividade. 5. Viabilidade

Econômica. I. Coraucci Filho, Bruno,1948-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. III. Título.

Título em outro idioma: Eucalyptus irrigation with sanitary effluent: economical evaluation and of agricultural productivity Palavras-chave em inglês: Agriculture Irrigation Sanitary Effluente Productivity Economical Viability Área de concentração: Saneamento e Ambiente Titulação: Doutor em Engenharia Civil Banca examinadora: Adriano Luiz Tonetti Edson Aparecido Abdul Nour Eraldo Henriques de Carvalho Cleverson Vitório Andreoli Data de defesa: 26-02-2015 Programa de Pós-Graduação: Engenharia Civil

Page 5: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

v

Page 6: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

vi

Page 7: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

vii

RESUMO

VERONÊZ, A. H. Irrigação de eucalipto com efluente sanitário: Avaliação

econômica e de produtividade agrícola. Campinas: Faculdade de Engenharia Civil -

UNICAMP, 2015. 151p. Tese (Doutorado), 2015.

Grande parte da água consumida no planeta é utilizada na agricultura. Com o crescimento populacional e a redução crescente de áreas cultiváveis, faz-se necessário desenvolver tecnologias visando aumentar a produtividade. A utilização de esgoto tratado na irrigação de culturas agrícolas pode se tornar uma alternativa, pois esse efluente possui água e nutrientes. A aplicação de esgoto tratado na agricultura também pode ser a solução para sistemas de tratamento de esgoto que possuem a eficiência preconizada na legislação, porém, não contam com corpo receptor com capacidade para receber os efluentes. Nesse trabalho foi verificada a produtividade e a viabilidade econômica da aplicação de efluentes sanitários provenientes de lagoas de estabilização na irrigação da cultura de eucalipto (espécie urograndis). O trabalho experimental foi desenvolvido no município de Franca-SP. Foram instaladas parcelas, constituindo 8 tratamentos, com 4 repetições cada. Dos 8 tratamentos, 2 foram irrigados com água, 5 com efluente e 1 não recebeu nenhum tipo de irrigação. Os tratamentos irrigados com efluente apresentaram produtividade superior aos demais, chegando a ser até 48% maior que a de sequeiro. A análise econômica contou com 4 cenários e um horizonte de projeto de 22 anos. No cenário 1 foi considerada a adequação do sistema de esgotamento sanitário, visando atender a legislação quanto a qualidade do corpo receptor. No cenário 2 foi considerada a aplicação de efluente de acordo com as lâminas de irrigação de cada tratamento. O cenário 3 verificou a situação de sequeiro e o cenário 4 a irrigação com água natural. Na avaliação econômica foram avaliados os indicadores VPL (Valor Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno). Utilizou-se 2 procedimentos, sendo um avaliando o interesse do agricultor e o outro o do operador do sistema de saneamento. Na análise considerando o interesse do agricultor, o cenário 3 (sequeiro) foi o mais viável. O cenário 4 (irrigação com água natural) apresentou TIR positiva e VPL negativo. Verificou-se que a irrigação com efluente é inviável quando se adota valores de mercado (cenário 2). Na análise econômica, considerando o interesse do operador do sistema de saneamento, foram comparados os cenários 1 e 2. Foi verificado que a aplicação do efluente na cultura de eucalipto (cenário 2) apresentou-se mais viável que a adequação do sistema de esgotamento sanitário. Quanto à viabilidade econômica considerando o interesse do operador do sistema de saneamento, fica evidente, que essa depende da complexidade das obras necessárias para adequação do sistema de tratamento e afastamento de esgoto.

PALAVRAS CHAVE: Agricultura, Irrigação, Eucalipto, Produtividade, Efluente Sanitário,

Corpo Receptor, Viabilidade Econômica.

Page 8: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

viii

Page 9: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

ix

ABSTRACT

VERONÊZ, A. H. Eucalyptus irrigation with sanitary effluent : Economical

evaluation and of agricultural productivity. Campinas: Faculdade de Engenharia Civil

- UNICAMP, 2015. 151p. Thesis (Doctorate), 2015.

Great part of the water consumed in our planet is used in agriculture. With population growing and the increasing reduction of farmland, it is necessary to develop technologies aiming to increase productivity. The use of treated effluents in agricultural irrigation can become an alternative, as this sewage contains water and nutrients. The application of treated effluent in agriculture may also be the solution to sewage treatment systems that have its efficiency recommended by legislation, but which do not have a receiving water body that is able to receive the effluents. The present paper was responsible for verifying productivity and economical viability of applying sanitary effluents from stabilization ponds in the irrigation of eucalyptus cultivation. The experimental work was developed in Franca-SP. Parcels were installed, composing 8 treatments, with 4 repetitions each. From the 8 treatments, 2 were irrigated with water, 5 with effluent and 1 did not receive any kind of irrigation. Treatments irrigated with effluent presented a higher productivity compared to the others, reaching up to 48% the productivity of dryland. The economical analysis was done in 4 sceneries and a project horizon of 22 years. In scenery 1 it was considered the adequacy of sewage system, aiming to comply with legislation as with the quality of receiving water body. In scenery 2 was considered the usage of effluent according to irrigation levels of each treatment. In scenery 2 market values were considered. Scenery 3 verified the situation of dryland and scenery 4 irrigation with natural water. In economical evaluation, we evaluated the indicators NPV (Net Present Value) and IRR (Internal Rate of Return). Two different procedures were used, one evaluating the famer’s interest and the other the sanitation system operator’s interest. In the analysis, considering the farmer’s interest, sceneries 3 and 4 presented positive values the IRR, being 3 (dryland) the most viable, we verified that irrigation with effluent is impracticable when adopting market values (scenery 2). In economical analysis, considering the sanitation system operator’s interest, sceneries 1 and 2 were compared. The usage of effluent in the eucalyptus culture (scenery 2) present to be more viable that the adequacy of the sanitary sewage system. The research proved that the application of sanitary effluent increased productivity. As for economical viability, it is evident that it depends on the complexity of the work required to make the sewage treatment and removal system adequate.

KEY WORDS: Agriculture, Irrigation, Eucalyptus, Productivity, Sanitary Effluent,

Receiving Water Body, Economical Viability.

Page 10: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

x

Page 11: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xi

SUMÁRIO Página

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

1.1 Objetivos ................................................................................................................. 4

1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 4

1.1.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 5

2.1 Reúso da Água ................................................................................................... 5

2.2 Disposição de Efluentes no Solo ......................................................................... 9

2.2.1 Sistemas de tratamento de efluentes no solo ................................................ 13

2.2.2 Desempenho dos sistemas de tratamento de efluentes no solo .................... 15

2.3 Regulamentações e Diretrizes para o Reúso da Água ..................................... 18

2.4 Lagoas de Estabilização ................................................................................... 32

2.5 Fundamentos Teóricos de Análise Econômica ................................................. 35

2.5.1 Valor Presente Líquido (VPL) ......................................................................... 37

2.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) ....................................................................... 39

2.5.3 Horizonte de Projeto ....................................................................................... 41

2.6 Cultura de Eucalipto .......................................................................................... 41

2.6.1 Custos de produção de eucalipto ................................................................... 49

2.7 Custos do Reúso da Água ................................................................................ 53

2.8 Viabilidade Econômica do Reúso ...................................................................... 57

3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 59

3.1 Localização do Experimento ............................................................................. 59

3.2 Instalação da Pesquisa ..................................................................................... 60

3.2.1 Limpeza da área e controle de formigas ........................................................ 60

3.2.2 Delineamento experimental ............................................................................ 62

3.2.3 Adubação e plantio......................................................................................... 65

3.2.4 Instalação dos poços de monitoramento da água subterrânea ...................... 68

3.2.5 Sistema de irrigação ....................................................................................... 68

3.2.6 Instalação dos coletores de drenagem livre ................................................... 71

3.3 Caracterização e Capacidade de Retenção de Água do Solo .......................... 73

Page 12: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xii

3.4 Irrigação e Precipitações Pluviométricas ........................................................... 79

3.5 Caracterização dos Afluentes, Efluentes e da Água Utilizados na Irrigação ..... 82

3.6 Monitoramento do DAP ..................................................................................... 88

3.7 Monitoramento dos Lixiviados ........................................................................... 89

3.8 Determinação da Produção ............................................................................... 91

3.9 Modelo Econômico ............................................................................................ 92

3.10 Determinação dos Custos do Projeto ................................................................ 95

3.11 Receitas obtidas com a venda da madeira ....................................................... 97

3.12 Investimentos necessários no sistema caso não se implante o reuso .............. 98

3.13 Horizonte de Projeto.......................................................................................... 99

3.14 Atualização de valores .................................................................................... 100

4. ANÁLISE DOS DADOS e RESULTADOS ............................................................ 101

4.1 Produtividade .................................................................................................. 101

4.2 Receita Auferida .............................................................................................. 105

4.3 Investimentos e custos do Cenário 1 .............................................................. 105

4.4 Custos de implantação e manutenção da cultura de eucalipto ....................... 106

4.4.1 Custos de Planejamento .............................................................................. 107

4.4.2 Custos de pré-plantio ................................................................................... 107

4.4.3 Custos de plantio.......................................................................................... 108

4.4.4 Custos de Manutenção do eucalipto ............................................................ 109

4.4.5 Custo da Terra ............................................................................................. 110

4.5 Investimentos para implantação o sistema de irrigação .................................. 110

4.6 Custos para operação e manutenção do sistema de irrigação ....................... 111

4.6.1 Custos de energia elétrica do sistema de irrigação ...................................... 111

4.6.2 Custos de mão de obra para irrigação ......................................................... 113

4.6.3 Custos de manutenção do sistema de irrigação .......................................... 113

4.7 Custos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos ....................................... 114

4.8 Custos do Monitoramento Ambiental .............................................................. 116

4.8.1 Custos de monitoramento das águas subterrâneas ..................................... 116

4.8.2 Custos de monitoramento do solo ................................................................ 119

4.9 Análise Econômica .......................................................................................... 121

Page 13: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xiii

4.9.1 Análise considerando o interesse do agricultor ............................................ 122

4.9.2 Análise econômica considerando o interesse do operador do sistema de

saneamento .......................................................................................................... 131

5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 139

6. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................. 141

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 143

Page 14: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xiv

Page 15: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xv

AGRADECIMENTOS

A Deus, por tudo;

A minha família, pelo apoio e por estar sempre ao meu lado em todos os momentos da

minha vida;

Ao Prof. Dr. Bruno Coraucci Filho, pela orientação, dedicação, apoio e, pelos

ensinamentos;

Ao Prof. Dr. Ronaldo Stefanutti pelo apoio;

À FINEP e ao PROSAB (Programa de Pesquisas em Saneamento Básico) pelos

recursos empregados na pesquisa;

Ao Colégio Prof. Carmelino Correa Junior, por ceder a área para a pesquisa;

Ao amigo Cláudio Ribeiro Sandoval, diretor do colégio Prof. Carmelino Correa Junior,

pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa, disponibilização de recursos de

infraestrutura básica, pessoal, etc;

A Dra. Edna Ivani Bertoncini da APTA Regional de Piracicaba, pela contribuição na

estruturação do projeto;

À SABESP, Unidade Pardo/Grande com sede em Franca-SP, na pessoa do seu

superintendente Gilson Santos de Mendonça, pela disponibilização do efluente da ETE

City Petrópolis, pelo apoio logístico e Laboratorial;

Ao laboratório de solos da FEAGRI/UNICAMP, pelo apoio técnico na realização das

determinações físicas e ensaios de solo;

À VCP - Votorantim Celulose e Papel, Unidade Florestal SP (Capão Bonito/viveiro de

mudas ) por ceder as mudas clonadas para instalação da pesquisa;

Ao Eng. Rui Engrácia Garcia Caluz;

Ao Eng. José Paulo Zamarioli;

Ao Eng. Nathanael Silva Jr, pela orientação, colaboração e apoio em várias etapas do

trabalho;

Ao amigo Eng. Dr. Luciano Reami pela colaboração e auxílio na execução desse

trabalho;

Ao amigo Eng. Dr. Orlando Antunes Cintra Filho, pelo apoio e colaboração direta no

trabalho;

Page 16: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xvi

Ao amigo Quim. MSc Luís Antônio Salomão, pelo apoio e colaboração direta no

trabalho;

Aos amigos e companheiros de ida a Campinas, Quím. Paulo Vitor Albano e Biol.

Josimar Augusto Campos;

A todos os estagiários que passaram pela pesquisa, pelo apoio e colaboração direta no

trabalho, especialmente à amiga Bethania Vieira Cavalheiro, que esteve conosco no

experimento desde o início da pesquisa;

Ao Prof. Dr. Zigomar Menezes de Souza e a sua equipe pela colaboração direta no

trabalho;

À amiga Lucinda Maria de Fátima Rodrigues Coelho, pelo apoio e colaboração no

desenvolvimento do trabalho;

A todos os funcionários do laboratório de Controle Sanitário da Sabesp de Franca;

Ao amigo Eng. MSc Antonio Sergio Spolaor pela colaboração;

Ao amigo Eng. MSc Fernando Colombo pela colaboração;

Ao amigo Wanderlei Pim pela colaboração;

Aos bolsistas do laboratório de Reuso, Luccas Erickson de Oliveira Marinho e Giuliano

Grabrielli, pela colaboração;

Ao amigo Márcio Fernando Silveira Rodrigues pela colaboração.

Page 17: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xvii

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Demandas Consuntivas no País .................................................................... 5

Figura 2.2 - Ciclo do efluente no solo e o processo de reciclagem atmosférica das águas

........................................................................................................................................ 12

Figura 2.3 - Esquema simplificado de uma lagoa facultativa........................................... 33

Figura 2.4 - Fluxograma típico de um sistema de lagoa facultativa................................. 34

Figura 2.5 - Curva de Valor Presente Líquido (VPL) em função da Taxa de Desconto

demonstrando a faixa em que o VPL se torna nulo (TIR = 37%). ................................... 38

Figura 2.6 - Gráfico do histórico da área de plantios de eucalipto no Brasil, 2006-2012. 43

Figura 2.7 - Biomassa de E. globulus aos 6 anos (Mg.ha-1). ........................................... 47

Figura 3.1 - Localização do município de Franca/SP e da UGRHI 08. ............................ 59

Figura 3.2 - Imagem aérea com a localização da área experimental .............................. 60

Figura 3.3 - Limpeza da área experimental (retirada do milho) ....................................... 61

Figura 3.4 - Aplicação de herbicida na área do experimento .......................................... 62

Figura 3.5 - Representação das linhas equipotenciais e sentido de fluxo da água

subterrânea ..................................................................................................................... 63

Figura 3.6 - Delineamento experimental implantado ....................................................... 64

Figura 3.7 - Abertura dos sulcos para adubação na área de plantio de eucalipto ........... 65

Figura 3.8 - Mudas de eucalipto utilizadas na pesquisa .................................................. 66

Figura 3.9 - Representação esquemática de uma parcela .............................................. 67

Figura 3.10 - Plantio de eucalipto na área experimental ................................................. 67

Figura 3.11 - Poço de monitoramento de água subterrânea instalado no experimento .. 68

Figura 3.12 - Croqui do sistema de irrigação implantado na área experimental ............. 70

Figura 3.13 - Reservatórios de água e efluente implantados na pesquisa ...................... 71

Figura 3.14 - Esquema dos coletores de drenagem ........................................................ 72

Figura 3.15 - Instalação de um coletor no experimento. Colégio Agrícola, Franca/SP ... 73

Figura 3.16 - Curva de retenção de água do solo para profundidade de 0,00 a 0,20 m. 78

Figura 3.17 - Curva de retenção de água do solo para profundidade de 0,60 a 0,80 m. 78

Figura 3.18 - Pluviômetro instalado próximo à área experimental ................................... 79

Figura 3.19 - Tensiômetro instalado na área experimental ............................................. 82

Page 18: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xviii

Figura 3.20 - Fluxograma e foto aérea da ETE City Petrópolis, operada pela SABESP . 83

Figura 3.21 - Represa utilizada como fonte de água limpa ............................................. 84

Figura 3.22 - Medição do DAP do caule do eucalipto ..................................................... 89

Figura 3.23 - Coleta do percolado armazenado no coletor de drenagem livre ................ 90

Figura 3.24 - Eucalipto empilhado para aferição do volume ........................................... 91

Figura 3.25 - Representação esquemática da comparação dos cenários da análise

econômica ....................................................................................................................... 94

Figura 4.1 - Comparação dos volumes médios de madeira produzidos nos tratamentos

por hectare .................................................................................................................... 102

Page 19: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xix

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Área irrigada (ha) com efluentes sanitários em alguns países .................... 10

Tabela 2.2 - Produtividade de culturas irrigadas com esgotos sanitários (t.ha-1) ...... 11

Tabela 2.3 - Comparação qualitativa das águas residuais dos sistemas de disposição no

solo .................................................................................................................................. 15

Tabela 2.4 - Preços Unitários Básicos (PUBs) da UGRHI 08.......................................... 30

Tabela 2.5 - Coeficientes ponderadores para captação, extração e derivação: .............. 30

Tabela 2.6 - Coeficientes ponderadores para consumo: ................................................. 31

Tabela 2.7 - Coeficientes ponderadores para diluição, transporte e assimilação de

efluentes (carga lançada): ............................................................................................... 31

Tabela 2.8 - Vantagens e desvantagens do sistema de tratamento de esgoto por lagoa

facultativa ........................................................................................................................ 34

Tabela 2.9 - Eficiência das lagoas facultativas primárias ................................................ 35

Tabela 2.10 - Área e distribuição de plantios florestais com eucalipto no Brasil, 2012 ... 44

Tabela 2.11 - Quantidade de água necessária durante um ano...................................... 45

Tabela 2.12 - Comparação entre o consumo de água e a produção de biomassa do

eucalipto e outras culturas .............................................................................................. 45

Tabela 2.13 - Crescimento médio das árvores de eucaliptos, plantados em 1998, com e

sem resíduos de colheita e/ou adição de resíduo celulósico, em solo de textura média,

em Mogi Guaçu - SP. ...................................................................................................... 48

Tabela 2.14 - Custos de Implantação e Manutenção de Cultura de Eucalipto no Estado

de São Paulo (R$.ha-1). ................................................................................................... 52

Tabela 2.15 - Custos de Implantação e Manutenção de Cultura de Eucalipto ................ 53

(R$.ha-1) .......................................................................................................................... 53

Tabela 2.16 - Variação de preços da água de reúso e potável em alguns países

(dólares/metro cúbico) ..................................................................................................... 55

Tabela 2.17 - Custos da irrigação de cultura de eucalipto (R$.ha-1). .............................. 56

Tabela 3.1 - Resultados das perfurações de sondagem ................................................. 62

Tabela 3.2 - Formas de irrigação e adubação dos tratamentos implantados .................. 64

Page 20: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xx

Tabela 3.3 - Resultados das análises de fertilidade do solo e metais em amostras na

área experimental. ........................................................................................................... 74

Tabela 3.4 - Resultados das análises granulométricas de amostras de solo .................. 74

Tabela 3.5 - Resultados da porosidade e da densidade solo .......................................... 75

Tabela 3.6 - Resultados da densidade do solo ............................................................... 76

Tabela 3.7 - Resultados da determinação da capacidade de retenção de água no solo 77

Tabela 3.8 - Resumo da pluviometria e das lâminas de irrigação ................................... 80

Tabela 3.9 - Caracterização da água da represa ............................................................ 85

Tabela 3.10 - Caracterização do afluente da ETE City Petrópolis ................................... 86

Tabela 4.1 – Síntese da estatística descritiva da produtividade de eucalipto nos

tratamentos ................................................................................................................... 101

Tabela 4.2 – Síntese da análise de Variância pelo método Tukey (5%) ....................... 104

Tabela 4.3 - Receita por hectare obtida em cada tratamento com venda do eucalipto –

Ano Base 2014 .............................................................................................................. 105

Tabela 4.4 - Áreas necessárias de cada tratamento para absorver o esgoto gerado na

ETE City Petrópolis ....................................................................................................... 107

Tabela 4.5 - Custos de planejamento para implantação da cultura de eucalipto para

absorção do efluente gerado na ETE City Petrópolis (Cenário 2) – Ano Base 2014..... 107

Tabela 4.6 - Custos de pré-plantio da cultura de eucalipto para absorção do efluente

gerado na ETE City Petrópolis (Cenário 2) – Ano Base 2014 ....................................... 108

Tabela 4.7 - Custos de plantio da cultura de eucalipto para absorção do efluente gerado

na ETE City Petrópolis (Cenário 2) – Ano Base 2014 ................................................... 108

Tabela 4.8 - Custos de manutenção da cultura de eucalipto por hectare nos cenários 2, 3

e 4 – Ano Base 2014 ..................................................................................................... 109

Tabela 4.9 - Custos de manutenção da cultura de eucalipto para absorção do efluente

gerado na ETE City Petrópolis (Cenários 2) - Ano Base 2014 ...................................... 109

Tabela 4.10 - Custos de arrendamento da terra para absorção do efluente gerado na

ETE City Petrópolis (Cenário 2) – Ano Base 2014 ........................................................ 110

Tabela 4.11 - Investimentos do cenário 2 para implantação do sistema de irrigação para

absorver o efluente gerado na ETE City Petrópolis – Ano Base 2014 .......................... 111

Page 21: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xxi

Tabela 4.12 - Custos com energia elétrica do cenário 2 para irrigação de 1 hectare – Ano

Base 2014 ..................................................................................................................... 112

Tabela 4.13 - Custos com energia elétrica do cenário 2 para aplicar o efluente gerado na

ETE City Petrópolis na irrigação da cultura de eucalipto – Ano Base 2014 .................. 112

Tabela 4.14 - Custos com mão de obra para irrigação, cenário 2, para aplicar o efluente

gerado na ETE City Petrópolis – Ano Base 2014 .......................................................... 113

Tabela 4.15 - Custo anual com manutenção do sistema de irrigação, cenário 2, para

aplicar o efluente gerado na ETE City Petrópolis – Ano Base 2014 .............................. 114

Tabela 4.16 - Despesas anuais com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos no

cenário 2 - Ano Base 2014 ............................................................................................ 116

Tabela 4.17 – Custo de execução dos poços e despesas anuais com o monitoramento

ambiental das águas subterrâneas considerando aplicação do efluente gerado na ETE

City Petrópolis - cenário 2 (Ano Base 2014).................................................................. 119

Tabela 4.18 - Resumo dos investimentos iniciais por hectare dos cenários 2, 3 e 4 – Ano

Base 2014 ..................................................................................................................... 122

Tabela 4.19 - Custos por hectare de cada ciclo da cultura de eucalipto dos cenários 3 e 4

– Ano Base 2014 ........................................................................................................... 123

Tabela 4.20 - Custos por hectare de cada ciclo da cultura de eucalipto do cenário 2 –

Ano Base 2014 .............................................................................................................. 124

Tabela 4.21 - Resumo dos custos por hectare de cada ciclo da cultura de eucalipto dos

cenários 2, 3 e 4 - Valores históricos - Ano Base 2014 ................................................. 125

Tabela 4.22 - Receitas de cada ciclo da cultura de eucalipto obtidas por hectare dos

cenários 2, 3 e 4 – Ano Base 2014 ............................................................................... 126

Tabela 4.23 - Fluxo de caixa por hectare do cenário 2 – Ano Base 2014 ..................... 127

Tabela 4.24 - Fluxo de caixa por hectare do cenário 3 – Ano Base 2014 ..................... 128

Tabela 4.25 - Fluxo de caixa por hectare do cenário 4 – Ano Base 2014 ..................... 128

Tabela 4.26 - Resumo dos valores do VPL e da TIR dos cenários 2, 3 e 4 – Ano Base

2014 .............................................................................................................................. 129

Tabela 4.27 - Investimentos iniciais dos cenários 1 e 2 considerando todo efluente

gerado na ETE City Petrópolis – Ano Base 2014 .......................................................... 131

Page 22: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xxii

Tabela 4.28 - Custos dos cenários 1 e 2 durante um ciclo da cultura de eucalipto,

considerando todo efluente gerado na ETE City Petrópolis - Ano Base 2014 .............. 132

Tabela 4.29 - Resumo dos custos dos cenários 1 e 2, durante um ciclo da cultura de

eucalipto, considerando todo efluente gerado na ETE City Petrópolis - Valores históricos

(Ano Base 2014) ........................................................................................................... 134

Tabela 4.30 - Receitas de cada ciclo da cultura de eucalipto obtidas nos tratamentos do

cenário 2 – Ano Base 2014 ........................................................................................... 135

Tabela 4.31 - Fluxo de caixa do cenário 1, considerando todo efluente gerado na ETE

City Petrópolis – Ano Base 2014 ................................................................................... 135

Tabela 4.32 - Fluxo de caixa do cenário 2, considerando todo efluente gerado na ETE

City Petrópolis – Ano Base 2014 ................................................................................... 136

Tabela 4.33 - Resumo dos valores do VPL e TIR dos cenários 1 e 2 – Ano Base 2014

...................................................................................................................................... 137

Page 23: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xxiii

LISTA DE SÍGLAS

ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANA Agência Nacional das Águas

APP Área de Preservação Permanente

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CBH/SMG Comitê da Bacia Hidrográfica do Sapucaí-Mirim/Grande

CEF Caixa Econômica Federal

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CRH Conselho Estadual de Recursos Hídricos

DAEE Departamento de águas e Energia Elétrica

DAP Diâmetro à Altura do Peito

DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio

DEFOFO Diâmetro Equivalente aos de Ferro Fundido

DQO Demanda Química de Oxigênio

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ETE Estação de Tratamento de Esgoto

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FEAGRI Faculdade de Engenharia Agrícola

FEC Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

FEHIDRO Fundo Estadual de Recursos Hídricos

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

FNDCT Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Page 24: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

xxiv

GPS Global Positioning System

OMS Organização Mundial da Saúde

pH Potencial Hidrogeniônico

PROSAB Programa de Pesquisas em Saneamento Básico

PUB Preço Unitário Básico

PUF Preço Unitário Final

PVC Policloreto de Vinila

RECOOP Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária

SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SS /SSV /SSF Sólidos Suspensos / Voláteis / Fixos

ST Sólidos Totais / Voláteis / Fixos

TDH Tempo de detenção hidráulico

TIR Taxa Interna de Retorno

UGRHI Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

USEPA United States Environmental Protection Agency

UTM Universal Transverse Mercator

VCP Votorantim Celulose e Papel

VPL Valor presente líquido

WHO World Health Organization

Page 25: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

1

1. INTRODUÇÃO

A agricultura demanda cerca de 70% de toda água consumida no planeta,

sendo a irrigação responsável pela maior parcela desse valor. Com o crescimento

populacional e a redução crescente de áreas cultiváveis, faz-se necessário desenvolver

tecnologias no intuito de aperfeiçoar o processo produtivo, ou seja, produzir mais em

menos área. Nesse sentido a irrigação tem um papel fundamental, pois proporciona um

aumento considerável na produtividade da cultura.

A escassez de água é sem dúvida um fator que limita o desenvolvimento

econômico e social de uma região. A redução da disponibilidade hídrica, agravada pela

redução de oferta de água ocasionada principalmente pela deterioração da qualidade

dos mananciais, devido ao lançamento de poluentes, também pode gerar conflitos entre

os diversos usos.

Diante desse panorama a utilização de efluentes sanitários na irrigação de

culturas agrícolas tornou-se uma alternativa a ser analisada, pois por meio desse

processo, pode se liberar as águas de cursos naturais para fins mais nobres, além de

permitir o aproveitamento dos nutrientes presentes no esgoto no desenvolvimento da

planta.

A utilização de efluente na irrigação de culturas deve atender a duas premissas

básicas: a sanitária, que tem por finalidade a depuração do esgoto sem que ocorra a

contaminação do ambiente, e a agronômica, que objetiva o aproveitamento da água e

dos nutrientes presentes no efluente pela planta.

No entanto, para que o sistema de irrigação tenha um bom desempenho, no

que tange à produtividade e a conservação do ambiente, alguns cuidados devem ser

tomados com relação à implantação e à operação do sistema. É especialmente

importante escolher plantas adequadas para a irrigação com efluente, assim como

Page 26: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

2

dimensionar o projeto de irrigação, de modo a manter condições sanitárias mínimas,

reduzindo, assim, o risco de contaminação do ambiente.

Nesse contexto, a cultura de eucalipto apresenta boas condições para irrigação

com esgotos sanitários, pois diante da necessidade de madeira para os mais diversos

fins e das questões ecológicas relacionadas à utilização das florestas nativas, o cultivo

dessa cultura tornou-se uma alternativa para suprir a demanda crescente de madeira.

Além do mais, o cultivo do eucalipto é bastante simples e requer pouca mão-de-obra, o

que minimiza a exposição de trabalhadores, reduzindo os riscos à saúde humana

provenientes do reúso. Outro aspecto positivo é o fato da cultura de eucalipto estar em

plena expansão no Brasil, principalmente no estado de São Paulo.

Um sistema de tratamento de efluentes deve atender a legislação em relação a

dois aspectos. O primeiro refere-se à qualidade dos efluentes e está diretamente

relacionado à eficiência do processo empregado. O segundo está relacionado ao corpo

receptor, com sua capacidade individual de assimilar cargas poluidoras, resultante de

suas características naturais, e da qualidade desejada para as suas águas, função dos

usos desejados para elas.

Há casos em que o sistema de tratamento de efluentes atende o padrão de

lançamento, mas não atende a qualidade requerida pelo corpo receptor. Nessas

situações, são necessárias obras de melhorias na estação de tratamento, visando

aumentar a eficiência do processo ou obras de afastamento dos efluentes no intuito de

alcançar um corpo receptor com mais vazão e, consequentemente, com maior

capacidade de depuração. Na maioria das vezes essas obras requerem elevados

investimentos.

A aplicação de esgotos tratados na irrigação de culturas é uma forma de

resolver esse problema, pois no período estiagem em que o corpo receptor tem baixa

vazão, o efluente pode ser totalmente absorvido na irrigação. Já no período de chuvas,

Page 27: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

3

quando a irrigação pode ser reduzida ou paralisada, o corpo receptor possui maior

vazão, ou seja, maior capacidade de depuração.

A aplicação de esgotos na irrigação de culturas é uma forma proteger o

ambiente e uma alternativa para aumentar a disponibilidade hídrica e a produção

agrícola. Porém, é necessário verificar se a utilização do efluente é viável do ponto de

vista econômico-financeiro, pois só assim será possível convencer os empreendedores

a adotar tal tecnologia.

Para se avaliar economicamente os projetos de reúso, é preciso o levantamento

dos custos adicionais e dos benefícios proporcionados pelo empreendimento. Há várias

ferramentas para se avaliar economicamente um projeto, sendo que uma das formas

mais utilizadas é o ajuste dos custos marginais e dos benefícios ao valor presente, a

uma taxa de desconto real, projetando o sistema de maneira que a relação

benefício/custo seja superior à unidade. Outra possibilidade é a de determinar a taxa

interna de retorno do projeto, e verificar se ela é competitiva.

No estudo, buscaram-se respostas às seguintes hipóteses:

1 - Se a aplicação de efluente aumenta a produtividade da planta;

2 - Se a aplicação de efluente na cultura de eucalipto é viável economicamente.

Esta pesquisa fez parte de uma rede de projetos de editais do

RECOOP/REENGE/PROSAB, projetos temáticos, tema 2, apoiados pela FINEP-

FNDCT, CNPq, FAPESP e CEF, com a participação de diversas universidades

brasileiras, de cujos editais a FEC/UNICAMP participou. O experimento em questão

contou com vários outros pesquisadores, desenvolvendo Dissertações de Mestrado e

Teses de Doutorado, contemplando, além dos objetivos da presente pesquisa,

conduzida pelo autor, o monitoramento da qualidade da água subterrânea e a avaliação

da qualidade da água percolada.

Page 28: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

4

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do estudo foi avaliar o incremento de produtividade e a

viabilidade econômica da cultura de eucalipto ao receber irrigação com efluentes

sanitários, provenientes do sistema de tratamento por lagoas de estabilização,

conciliando os critérios e padrões de projeto da Engenharia Sanitária e da Engenharia

Agronômica.

1.1.2 Objetivos Específicos

A pesquisa teve como objetivos específicos:

1. Avaliar o incremento de produtividade do eucalipto devido à aplicação de

efluente tratado e água natural na irrigação da cultura;

2. Pesquisar custos de implantação e operação de projetos de reúso de água;

3. Avaliar a viabilidade de aplicação de efluente tratado e água natural na irrigação

da cultura de eucalipto, considerando o interesse do agricultor, por meio das

ferramentas de análise econômica (VPL e da TIR);

4. Avaliar a viabilidade de aplicação de efluente tratado na irrigação da cultura de

eucalipto, considerando o interesse do operador do sistema de saneamento, por

meio das ferramentas de análise econômica (VPL e da TIR);

5. Desenvolver indicadores de custos que facilitem a avaliação econômica de

futuros projetos de reuso.

Page 29: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

5

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Reúso da Água

No mundo, 70% da água é utilizada pelas atividades agrícolas, 20% pelas

indústrias e 10% refere-se ao consumo doméstico e municipal (REBOUÇAS, 2001).

No Brasil, segundo o relatório de conjuntura dos recursos hídricos do ano de

2011 da ANA (Agência Nacional de Águas), a irrigação é responsável por 69% do

consumo consuntivo (usos nos quais parte da água captada é consumida no processo

produtivo, não retornando ao curso de água), conforme pode ser observado na Figura

2.1. Estima-se que no Brasil exista cerca de 4,6 milhões de hectares de área irrigada.

Figura 2.1 - Demandas Consuntivas no País

(Fonte: ANA, 2011)

Page 30: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

6

Conforme a USEPA (2004), já existem, ao redor do mundo, muitas

comunidades que estão se aproximando ou já alcançaram seus limites de suprimento

de água disponível.

Segundo a FIESP (2009), no estado de São Paulo há regiões com graves

problemas de escassez e de poluição, resultando em conflitos entre os diversos tipos

de usuários (agrícolas, urbanos, de navegação, de geração de energia, industriais e de

abastecimento público).

Nesse cenário, o reúso da água pode representar uma alternativa para a

mitigação dos problemas de escassez.

Segundo Mierzva et al. (2005), pode-se definir reúso da água como “uso de

efluentes tratados para fins benéficos, tais como irrigação, uso industrial e fins urbanos

não potáveis”.

Reutilizar águas residuárias não é novidade, já que isso vem ocorrendo no

mundo há muito tempo. Existem registros de que na Grécia Antiga já se utilizavam os

esgotos sanitários na irrigação de culturas (CETESB, 2008).

A reutilização da água proporciona a liberação de fontes de boa qualidade para

usos mais prioritários, como por exemplo, o abastecimento público. A redução de 10%

na fração destinada à irrigação, liberaria água suficiente para, grosseiramente, duplicar

o consumo doméstico em âmbito mundial (MANCUSO et al., 2003).

Além disso, o uso de esgotos contribui para a conservação dos recursos e

acrescenta uma dimensão econômica ao planejamento dos recursos hídricos.

A prática do reúso, atualmente muito discutida, posta em evidência e já utilizada

em alguns países é baseada no conceito de substituição de mananciais. Tal

substituição é possível em função da qualidade requerida para um uso específico.

Dessa forma, grandes volumes de água potável podem ser poupados pelo reúso

Page 31: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

7

quando se utiliza água de qualidade inferior (geralmente efluentes pós-tratados) para

atendimento das finalidades que podem prescindir desse recurso dentro dos padrões de

potabilidade.

Segundo a CETESB (2008), a reutilização de água pode ser direta ou indireta,

decorrente de ações planejadas ou não:

Reúso indireto não planejado da água: ocorre quando a água, utilizada em

alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente

utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não

controlada. Caminhando até o ponto de captação para o novo usuário, a mesma

está sujeita às ações naturais do ciclo hidrológico (diluição e autodepuração).

Reúso indireto planejado da água: ocorre quando os efluentes, depois de

tratados, são descarregados de forma planejada nos corpos de águas

superficiais ou subterrâneas, para serem utilizados a jusante, de maneira

controlada, no atendimento de algum uso benéfico. O reúso indireto planejado da

água pressupõe que exista também um controle sobre as eventuais novas

descargas de efluentes no caminho, garantindo assim que o efluente tratado

estará sujeito apenas a misturas com outros efluentes que também atendam ao

requisito de qualidade do reúso objetivado.

Reúso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes, depois de

tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do

reúso, não sendo descarregados no meio ambiente.

Dentre os possíveis usos da água reciclada podem-se destacar entre outros

(CETESB, 2008):

Irrigação paisagística: parques, cemitérios, campos de golfe, faixas de domínio

de auto-estradas, campus universitários, cinturões verdes e gramados

residenciais;

Page 32: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

8

Irrigação de campos para cultivos: plantio de forrageiras, plantas fibrosas e de

grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamentais e proteção contra

geadas;

Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras e água de

processamento;

Recarga de aquíferos: recarga de aquíferos potáveis, controle de intrusão

marinha e controle de recalques de subsolo;

Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate ao fogo, descarga

de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de veículos, lavagem

de ruas e pontos de ônibus, etc;

Finalidades ambientais: aumento de vazão em cursos de água, aplicação em

pântanos, terras alagadas e indústrias de pesca;

Usos diversos: aquicultura, construções, controle de poeira e dessedentação de

animais.

Diante da escassez de água em quantidade e qualidade em algumas regiões do

mundo, o reúso de águas residuárias tem um papel fundamental no planejamento e na

gestão sustentável dos recursos hídricos, como um substituto para o uso de águas

destinadas a fins agrícolas, industriais, entre outros.

Nesse contexto, a agricultura, setor que utiliza a maior quantidade de água, é

um potencial usuário para o efluente, e a cultura de eucalipto apresenta condições

favoráveis para sua aplicação. Ressalta-se que na estação das chuvas a irrigação pode

ser reduzida ou até mesmo paralisada. Dessa forma, o sistema de tratamento de

efluentes deve ser projetado para atender os padrões de lançamento exigidos pela

legislação, pois no caso do sistema de reúso não absorver todo efluente, este possa ser

lançado no corpo receptor. Cabe lembrar que no período chuvoso a vazão dos corpos

d´água é maior, sendo assim o poder de autodepuração também é ampliado,

minimizando assim o impacto do lançamento de efluentes no corpo receptor.

Page 33: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

9

2.2 Disposição de Efluentes no Solo

A disposição de efluentes no solo é um processo natural de realizar o

tratamento de efluentes. Atualmente essa tecnologia já se disseminou em grande parte

mundo e vem sendo estudada e aprimorada por meio de diversas pesquisas voltadas a

aperfeiçoar o processo. Os sistemas podem funcionar como forma de disposição final

ou tratamento, podendo também ser realizado ambos.

De acordo com Souza (2004), a falta de uma gestão adequada dos recursos

hídricos e a incipiência no desenvolvimento de tecnologias, para a obtenção de novas

fontes de fornecimento de água, prejudicarão a produção de alimentos, atividade que

demanda enorme quantidade de água. Isso se deve ao fato de que o incremento da

produção não pode mais ser absorvido apenas pela expansão da área cultivada, pois

com algumas exceções as terras aráveis tendem a ficar mais limitadas.

Segundo Hespanhol (2001), a agricultura utiliza a maior quantidade de água,

podendo representar até 80% do uso consuntivo em alguns países. O uso agrícola

pode tolerar águas de qualidade mais baixa que a indústria e o uso doméstico. É,

portanto, inevitável que ocorra uma tendência para encontrar na agricultura uma

solução para os problemas relacionados à eliminação de efluentes. Nesse contexto a

utilização de esgoto na irrigação torna-se uma fonte confiável, na maioria das vezes,

pois sua geração é frequente durante todo o ano e também pelo fato de conter

nutrientes necessários para o desenvolvimento da planta (WHO, 2006).

Em regiões áridas como Israel e Líbano o reúso de efluentes tem sido uma

alternativa para reduzir o consumo de água na agricultura. O índice de esgoto aplicado

na irrigação em Israel alcança aproximadamente 75% do volume gerado (WHO, 2006).

No Vale Mezquital (localizado no México), onde residem aproximadamente 21

milhões de habitantes e que são produzidos aproximadamente 40 m3 s-1 de esgoto, os

Page 34: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

10

efluentes tratados estão sendo aplicados na irrigação de 85.000 hectares de culturas

como milho, arroz, tomate, forragem de aveia e alfafa. Essa aplicação tem propiciado

aumento na produtividade agrícola da região (LANDA et al., 1997).

A Tabela 2.1 apresenta a área irrigada com efluentes sanitários em vários

países do mundo.

Tabela 2.1 - Área irrigada (ha) com efluentes sanitários em alguns países

País Área Irrigada (ha)

Argentina 37.000

Austrália 10.000

Alemanha 28.000

África do Sul 1.800

Arábia Saudita 4.400

Bahrain 800

Chile 16.000

China 1.330.000

Estados Unidos 14.000

Índia 73.000

Israel 10.000

Kuwait 12.000

México 250.000

Peru 4.300

Sudão 2.800

Tunísia 7.300

Total 1.801.400

Fonte: BASTOS (2003)

Segundo Mota et al. (2009), os maiores benefícios da utilização de efluentes na

agricultura são associados aos aspectos econômicos, ambientais e de saúde pública.

Pesquisas efetuadas em diversos países confirmam que a produtividade agrícola

aumenta significativamente em sistemas de irrigação com esgotos adequadamente

administrados.

Page 35: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

11

Na Tabela 2.2 são apresentados os valores de produtividade de diferentes

culturas, irrigadas com efluentes e água mais adubação.

Tabela 2.2 - Produtividade de culturas irrigadas com esgotos sanitários (t.ha-1) Irrigação com Trigo

a Batata

a Algodão

a Sorgo

b Milho

b Girassol

b

Efluente primário 3,45 20,78 2,3 8,7 8,9 2,2

Efluente lagoa estabilização 3,45 22,31 2,41 8,6 8,6 2,3

Água + NPKc 2,7 17,16 1,71 9,1 8,1 1,9

Fonte: a Feigin et. al. (1991) e b Marecos do Monte e Mara (1987), Citados por Bellingieri (2005), c Nitrogênio, fósforo e potássio

De acordo com Hespanhol (2001), a aplicação de efluentes na agricultura

quando adequadamente planejada e administrada propicia ganhos ambientais e nas

condições de saúde, entre as quais:

Minimização das descargas de esgotos em corpos de água;

Preservação dos recursos subterrâneos, principalmente em áreas onde a

utilização excessiva de aqüíferos provoca intrusão de cunha salina ou

subsidência de terrenos;

Conservação do solo, pela acumulação de húmus, e aumento da resistência à

erosão;

Aumento da concentração de matéria orgânica do solo, possibilitando maior

retenção de água;

Aumento da produção de alimentos, principalmente em áreas carentes,

elevando, desta forma, os níveis de saúde, qualidade de vida e condições sociais

de populações associadas aos esquemas de reúso.

O sistema de tratamento de efluentes no solo é realizado por meio de

processos físicos: sedimentação, filtração, radiação, volatilização e desidratação;

químicos: por meio de reações de oxidação e redução, precipitação, adsorção e troca

iônica; e biológicos: absorção, biodegradação e predação. Basicamente são os mesmos

Page 36: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

12

processos que ocorrem em um sistema de tratamento convencional, com uma única

diferença, nesse caso o sistema solo-planta é o único reator. Com a disposição do

efluente no solo, o sistema solo-planta tende a estabilizar o esgoto sanitário,

protegendo os corpos d´água a jusante, além de o esgoto fornecer nutrientes para o

desenvolvimento da planta (CORAUCCI FILHO et al., 1999).

Na Figura 2.2 é apresentado o ciclo do efluente no solo e o processo de

reciclagem atmosférica das águas. O efluente é aplicado, parte dele é perdida na

evaporação e na evapotranspiração; parte é infiltrada no solo, podendo recarregar os

lençóis subterrâneos; e parte do efluente pode drenar para os mananciais superficiais.

Figura 2.2 - Ciclo do efluente no solo e o processo de reciclagem

atmosférica das águas (Fonte: Adaptado de USEPA, 1981)

De acordo com Coraucci Filho et al. (1999), as técnicas de pós-tratamento de

efluentes de estações de tratamento de esgotos sanitários, por meio da disposição

controlada no solo, têm se mostrado um método eficaz e apropriado, porque

apresentam uma série de vantagens, incluindo o baixo custo, os benefícios da

revitalização do solo para nutrição vegetal e, principalmente, a proteção dos corpos

d’água naturais e da saúde pública.

Page 37: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

13

Cabe ressaltar que a aplicação de efluentes no solo não pode ser encarada de

forma indiscriminada, sem critérios. Deve haver, conforme Coraucci Filho (1998), um

elo perfeito entre a Engenharia Sanitária e a Engenharia de Irrigação, de forma que o

esgoto seja tratado no solo, evitando: a contaminação do lençol freático, a saturação

em nutrientes e metais potencialmente tóxicos no solo, entre outros. Desse modo faz-se

necessário selecionar plantas adequadas para destinação dos efluentes, assim como

dimensionar o projeto de irrigação corretamente, de modo a manter as condições

sanitárias mínimas para mitigar os impactos ao ambiente (HARUVY,1997 e VIEIRA,

1995).

2.2.1 Sistemas de tratamento de efluentes no solo

Segundo Kruzic (1997), dentre os sistemas de tratamento de efluentes no solo,

podem-se destacar os seguintes métodos:

Infiltração Rápida: o esgoto é infiltrado no terreno com alta velocidade, o que

proporciona uma alta taxa de aplicação do efluente no solo. A vegetação existente na

área não consegue absorver todo o esgoto aplicado, sendo, portanto, até dispensável

em alguns casos. A disposição dos efluentes é feita por inundação, em terrenos que

apresentem baixas declividades e alta permeabilidade. São necessárias camadas de

solos com elevada espessura, com objetivo de proteger a qualidade da água

subterrânea. Para restabelecer as condições aeróbias do solo faz-se necessário

seccionar o terreno em módulos, definindo rodízios de aplicação. Segundo Paganini

(1997), a contaminação da superfície do solo pode ser evitada por meio de um pré-

tratamento do efluente por decantação primária.

Infiltração Lenta (Irrigação): tem finalidade agrícola, sendo aplicado efluente sobre

o solo em taxas compatíveis com o desenvolvimento da planta. Conforme Araújo (1998)

o termo “infiltração lenta” também é utilizado quando o esgoto é aplicado com uma

baixa taxa, apresentando lenta infiltração. Para que seja evitada a contaminação das

águas subterrâneas, o esgoto deve ser aplicado em solos relativamente permeáveis e

Page 38: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

14

que apresentem uma espessa camada acima do lençol freático. Segundo a USEPA

(1981), esse sistema atinge um elevado nível de tratamento dos efluentes. De acordo

com Paganini (1997), o processo de infiltração lenta pode ser realizado por meio de

cinco formas de aplicação:

1) Por aspersão: O efluente é conduzido por meio de tubulações pressurizadas,

utilizando-se bombas ou carga hidráulica disponível, até os aspersores que realizam a

dispersão dos esgotos na área a ser irrigada. É mais eficiente, pois é possível obter

uma boa uniformidade na aplicação, porém, apresenta um custo elevado por necessitar

de bombas (para manter a pressão elevada), aspersores e mão-de-obra qualificada.

Segundo Araújo (1998), a irrigação por aspersão pode gerar alguns inconvenientes,

como a formação de aerossóis que podem causar problemas de saúde e o entupimento

frequente dos aspersores, necessitando de um tratamento preliminar dos efluentes.

2) Por Irrigação em Sulcos e Canais: a aplicação é efetuada por gravidade e a

infiltração se dá a partir de sulcos e canais por onde o esgoto escoa. Esse sistema é

fácil de operar e possui um custo baixo (PAGANINI, 1997).

3) Por Inundação: o esgoto é aplicado alagando o terreno e a área de aplicação

deve ser plana. O efluente é disposto numa profundidade adequada ao volume de rega,

determinado por meio da escolha do solo e da vegetação. A vegetação utilizada deve

ser resistente à toxidade. Apresenta baixo custo de execução e manutenção

(PAGANINI, 1997).

4) Por Gotejamento: os efluentes são aplicados por meio de tubulações com

orifícios de diâmetros reduzidos, permitindo o gotejamento uniforme ao longo de toda a

sua extensão, diretamente sobre o sistema radicular da planta. Esse tipo de aplicação

proporciona o controle do crescimento de ervas indesejáveis e não produz aerossóis. O

sistema por gotejamento apresenta como desvantagem a possibilidade de constantes

entupimentos dos furos (CINTRA FILHO, 2008).

5) Por Infiltração Subsuperficial: O efluente através de meios porosos ou tubulações

de drenagem é aplicado abaixo do nível do terreno. A depuração dos efluentes se dá

através da infiltração do mesmo no solo (ARAÚJO, 1998).

Page 39: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

15

Escoamento Superficial: consiste na aplicação do efluente na parte superior de um

plano inclinado, com baixa permeabilidade e declividade entre 2 a 8%. Nesse sistema,

os esgotos escoam até a parte inferior do plano, sendo recolhidos e conduzidos até um

corpo receptor (PAGANINI, 1997).

2.2.2 Desempenho dos sistemas de tratamento de efluentes no solo

Na Tabela 2.3 é apresentado um resumo comparativo da qualidade esperada

para o efluente final nos respectivos métodos de tratamento por disposição no solo.

Tabela 2.3 - Comparação qualitativa das águas residuais dos sistemas de disposição no solo

Atributo Infiltração Lenta (após 1,5 m de

solo)

Infiltração Rápida (após 4,5 m de

solo)

Escoamento Superficial

(após 45 m de escoamento)

DBO (mg L-1) < 5 < 5 < 15 SST (mg L-1) < 5 < 5 < 20 N-NH4

-2 (mg L-1) < 5 < 2 < 2 N-total (mg L-1) < 5 < 20 < 5 P-total (mg L-1) < 0,30 < 5 < 6

Fonte: METCALF & EDDY (1991)

De acordo com estudos realizados em Limeira-SP, em uma pesquisa

desenvolvida por meio da irrigação de milho com efluente de lagoa anaeróbia, utilizando

sulcos de infiltração, com três lâminas, sendo de 0,20; 0,40 e 0,60 m, respectivamente,

onde foram monitorados os lixiviados nas profundidades de 0,25; 0,50 e 0,75 m, através

de coletores de drenagem livre, verificaram-se os seguintes resultados (SILVA, 2003):

Em relação ao nitrato, 50% dos resultados no perfil do solo (na 2a safra)

ultrapassaram o limite de 10 mg L-1 em N, estabelecido pela Portaria no 2.914,

datada de 12/12/2011, do Ministério da Saúde que define os parâmetros de

potabilidade da água. Porém, cabe ressaltar que as amostras foram monitoradas

até uma profundidade de 0,75 m, dessa forma, não houve como concluir que

ocorreu a contaminação do lençol freático. O estudo também apontou que a

Page 40: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

16

lixiviação do nitrato é mais freqüente a partir do instante em que a demanda

hídrica da planta tende a diminuir;

Os resultados de DQO analisados no perfil do solo resultaram em uma eficiência

média de 95% de remoção em relação ao efluente aplicado;

75% dos resultados de DBO dos coletores encontram-se na faixa prevista (de 2 a

5 mgO2L-1);

Redução média de 65% da concentração de coliformes totais e fecais.

Em outra pesquisa desenvolvida em Franca-SP, também realizada por meio da

irrigação de milho (por sulcos de infiltração), com efluente proveniente de lagoa

anaeróbia, a eficiência média na remoção de DBO nos percolados coletados a 0,50 m

de profundidade, foi próxima a 85%. Já em relação ao nitrato, verificou-se um valor

médio de 16,60 mg L-1 onde foi aplicado o efluente desinfectado e 12,10 mg L-1 nos

locais de aplicação do efluente sem desinfecção (CINTRA FILHO, 2008).

São escassos na literatura registros referentes à irrigação de eucalipto com

água ou efluente, embora a cultura do eucalipto tenha incorporado alta tecnologia em

seu sistema de produção, como o melhoramento genético, clonagem, adubação

química e controle de doenças e pragas.

Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa, utilizando

efluente tratado de fabricação de celulose branqueada, na irrigação de eucalipto,

apresentou uma eficiência de 50% na remoção de DBO, após 0,40 m de percolação. Os

valores da concentração de sódio nos lixiviados chegaram a ser superiores à

concentração do efluente, o que se justifica pela lixiviação de parte de sais

anteriormente retida no solo (REZENDE et al., 2009).

Outro registro de irrigação de eucalipto com efluentes ocorreu em Limeira-SP,

em uma pesquisa na qual se aplicou o processo de tratamento de efluente de indústria

cítrica no solo por meio de sulcos largos de infiltração, irrigando eucalipto da variedade

Page 41: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

17

grandis, em uma área de dois hectares. O monitoramento do tratamento do efluente no

solo se deu por meio da utilização de sondas de ponta porosa, coletores de drenagem

livre (0,50 e 1,50 m de profundidade) e poços de observação. Verificaram-se os

seguintes resultados nos coletores de drenagem livre (CARRARO, 1995):

DQO - Comparando-se os valores do efluente bruto com os valores dos lixiviados

dos coletores de drenagem livre, verificou-se uma eficiência média de remoção

de 70% para os coletores de 0,50 m de profundidade e 77% para os coletores de

1,50 m;

DBO - Os valores da DBO nas amostras coletadas dos coletores de drenagem

livre sofreram uma redução significativa, principalmente aqueles situados a 1,50

m de profundidade, chegando à remoção de 95%, quando comparados com as

análises feitas das amostras do efluente bruto;

pH - Os valores de pH das amostras do efluente bruto analisados mantiveram-se

na faixa de aproximadamente 10. Já os valores de pH dos coletores de

drenagem Livre mantiveram uma média de 6,40 no coletor de 0,50 m e 6,87 no

coletor de 1,50 m de profundidade.

Uma pesquisa desenvolvida no norte da Flórida, teve como objetivo avaliar a

remoção de Nitrogênio e Fósforo do efluente por meio da irrigação de culturas

agrícolas. Foi aplicado efluente terciário a uma taxa de 98 m³.ha-1.dia-1 na irrigação por

aspersão de culturas agrícolas, entre elas o eucalipto da espécie grandis. Devido a dois

invernos rigorosos ocorreu um pequeno desenvolvimento da espécie grandis, isso

prejudicou a avaliação da remoção dos nutrientes (MINOGUE et al., 2012).

Na primeira e na segunda etapa desta pesquisa, que geraram as dissertações

de mestrado do presente autor (VERONÊZ, 2009) e de Salomão (2012) foram

verificadas as seguintes conclusões:

Page 42: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

18

Os resultados de DBO e DQO demonstraram que o sistema solo-planta

apresentou-se extremamente eficiente na remoção da matéria orgânica presente

no efluente aplicado, sendo 95% para DBO e 93% para DQO;

Ocorreu redução na população de bactérias E. coli (indicadora de poluição fecal),

destacando-se que 42% dos resultados dos tratamentos irrigados com efluentes

apresentaram densidades inferiores a 1 NMP/100 mL (LQ);

A baixa concentração de metais pesados nos percolados devido às

características do efluente aplicado e a alta capacidade do solo na retenção

desses metais não interferiram na qualidade do lixiviado e, provavelmente, no

desenvolvimento dos eucaliptos.

2.3 Regulamentações e Diretrizes para o Reúso da Água

As regulamentações e diretrizes sobre o reúso da água, normalmente, foram

estabelecidas devido à necessidade de adequação das práticas que já ocorrem ou que

poderão ocorrer no futuro.

Os critérios estabelecidos para a prática do reúso são baseados principalmente

na proteção à saúde pública e ao meio ambiente. Normalmente esses critérios

apresentam os tratamentos mínimos necessários, os padrões de qualidade exigidos

para determinados usos, a eficiência exigida para o tratamento, a concepção dos

sistemas de distribuição e o controle de uso de áreas (CROOK, 1998).

Organizações internacionais têm se dedicado à recomendação de critérios de

saúde para a utilização de efluentes sanitários. A OMS - Organização Mundial da

Saúde editou, no ano de 2006, novas diretrizes sanitárias voltadas para o reúso de

águas residuárias, “Guidelines for the safe use of wastewater, excreta and greywater”

(WHO, 2006).

Page 43: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

19

De acordo com Crook (1998), nos Estados Unidos cada estado é responsável

por legislar sobre o reúso, não havendo regulamentação federal. Em 1918, a Califórnia

foi pioneira na adoção de padrões para reúso em irrigação agrícola. A partir de então,

são revisados seus padrões, acrescenta outros tipos de reúso possíveis e os

tratamentos necessários. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

(USEPA - United States Environmetal Protection Agency), publicou em 1992 diretrizes a

fim de propiciar um direcionamento adequado aos estados que não possuíam

regulamentação. Em 2000 foi revisado o Water Recycling Criteria com a apresentação

dos usos e possibilidades de aplicação, em função do tratamento previsto para os

efluentes (METCALF & EDDY, 2004).

Outros estados americanos criaram suas próprias regulamentações a partir do

reconhecimento do reúso como parte integrante da gestão de recursos hídricos. No ano

de 2002, 25 estados adotaram normas relativas ao reúso da água, desses, 16 estados

passaram a utilizar orientações ou padrões de projeto e 9 estados não tinham

regulamentos ou orientações. Nestes últimos, os programas podem ser permitidos

desde que baseados em estudos específicos de acordo com as diretrizes da Agência

de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, documento publicado em 1992 e revisado

em 2004 (USEPA, 2004).

Com raras exceções, as diretrizes estabelecidas pela USEPA e recomendadas

pela OMS têm servido de referência para elaboração de normas que regulam o reúso

da água em diversos países, claro que com algumas adaptações devido a realidade do

local.

De acordo com Yoval e Misset (2004), no México as diretrizes para reúso de

água são baseadas nas normas oficiais do país, considerando estudos epidemiológicos,

condições econômicas locais, como estratégia para a conservação de água de outras

fontes e aproveitamento de nutrientes e matéria orgânica.

Page 44: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

20

Em Israel, no ano de 1965, o Ministério da Saúde estabeleceu normas visando

permitir a utilização de efluentes sanitários provenientes do tratamento secundário na

irrigação de vegetais que podem ser ingeridos crus (ASANO, 1998).

Na Itália o monitoramento da qualidade das águas de reúso é rigoroso para que

não ocorra contaminação dos recursos hídricos. A lei no 319/76 complementada pelos

“Critérios, Metodologia e Padrões Técnicos Gerais” (ano de 1977) tratam do reúso

agrícola, visando à proteção do solo utilizado e das culturas irrigadas com efluentes,

estabelecendo padrões mínimos necessários em função das características das

plantações (BONTOUX, 1998).

Conforme Rodrigues (2005), na Tunísia os programas de reúso começaram na

década de sessenta, sendo uma das poucas nações do Mediterrâneo que possui uma

política federal de reúso implementada. A legislação proíbe irrigação de qualquer

cultura que possa ser consumida crua ou cozida. Logo, os efluentes com tratamento

secundário podem ser aplicados a uma série de culturas, com exceção das utilizadas

como alimentos pelo homem. A qualidade das águas de reúso, segundo a lei na

Tunísia, deve ser suficiente para evitar a transmissão de doenças.

A França possui uma localização geográfica privilegiada em relação aos

recursos hídricos, sendo considerada autossuficiente. No entanto, em algumas regiões

do país, há déficit hídrico na relação demanda/disponibilidade. As indústrias,

pressionadas pelos aumentos dos custos decorrentes de sua poluição, têm promovido a

reciclagem da água que utilizam e consequentemente reduzindo seu consumo.

No Brasil existem poucas referências de legislação e normas a respeito da

utilização de efluentes na forma de reúso na agricultura.

Umas dessas referências é a Resolução no 54, do CNRH (Conselho Nacional

de Recursos Hídricos), datada de 28 de novembro de 2005, a qual estabelece

modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reúso direto não potável de

Page 45: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

21

água. Na resolução é definido que o reúso direto não potável de água, abrange as

seguintes modalidades (BRASIL, 2006):

I - reúso para fins urbanos: utilização de água de reúso para fins de irrigação

paisagística, lavagem de logradouros públicos e veículos, desobstrução de tubulações,

construção civil, edificações, combate a incêndio, dentro da área urbana;

II - reúso para fins agrícolas e florestais: aplicação de água de reúso para produção

agrícola e cultivo de florestas plantadas;

III - reúso para fins ambientais: utilização de água de reúso para implantação de

projetos de recuperação do meio ambiente;

IV - reúso para fins industriais: utilização de água de reúso em processos, atividades e

operações industriais; e,

V - reúso na aqüicultura: utilização de água de reúso para a criação de animais ou

cultivo de vegetais aquáticos.

A Resolução CNRH no 54 também estabelece que as diretrizes, critérios e

parâmetros específicos para as modalidades de reúso sejam estabelecidos pelos

órgãos competentes.

Na Resolução no 121, do CNRH (Conselho Nacional de Recursos Hídricos),

datada de 16 de dezembro de 2010, foram estabelecidas diretrizes e critérios para a

prática e reúso direto não potável de água na modalidade agrícola e florestal. A seguir

são apresentadas algumas diretrizes e critérios definidos nessa resolução:

As características físicas, químicas e biológicas para a água em todos os tipos de

reúso para fins agrícolas e florestais deverão atender os limites definidos na

legislação pertinente;

A caracterização e o monitoramento periódico da água de reúso serão realizados

de acordo com critérios definidos pelo órgão ou entidade competente;

A aplicação de água de reúso para fins agrícolas e florestais não pode

apresentar riscos ou causar danos ambientais e à saúde pública;

Page 46: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

22

As concentrações recomendadas de elementos e substâncias químicas no solo,

para todos os tipos de reúso para fins agrícolas e florestais, são os valores de

prevenção que constam da legislação pertinente;

A caracterização e o monitoramento periódico do solo que recebe a água de

reúso serão realizados de acordo com critérios definidos pelo órgão competente;

Qualquer acidente ou impacto ambiental, decorrente da aplicação da água de

reúso que possa comprometer os demais usos da água no entorno da área

afetada, deverá ser informado imediatamente ao órgão ou entidade competente

e ao respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica pelo produtor, distribuidor e usuário

da água de reuso;

Os métodos de análise para determinação dos parâmetros de qualidade da água

e do solo devem atender às especificações normativas pertinentes.

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) por meio da NBR-

13.969/97 referente a “Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e

disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação” define que o

esgoto tratado poderá ser utilizado para todos os usos que o usuário precisar, tais como

lavagens de pisos, calçadas, irrigação de jardins e pomares, manutenção da água nos

canais e lagos dos jardins, nas descargas dos banheiros, etc. Não deve ser permitido o

uso, mesmo desinfetado, para irrigação das hortaliças e frutas de ramas rastejantes

(por exemplo, melão e melancia). Admite-se seu reúso para plantações de milho, arroz,

trigo, café e outras árvores frutíferas, via escoamento no solo, tomando-se o cuidado de

interromper a irrigação pelo menos 10 dias antes da colheita (ABNT, 1997).

No ano de 2006 a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo),

empresa do Governo do Estado de São Paulo responsável pelo controle, fiscalização,

monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, publicou a

Instrução técnica no 31, no intuito de criar procedimentos internos para disciplinar a

prática de reúso de efluente proveniente de estação de tratamento de esgoto sanitário.

Na resolução existem alguns condicionantes em relação à área a ser utilizada para o

reúso:

Page 47: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

23

Não deve estar em áreas de preservação permanente - APP ou de reserva legal;

Não deve estar em zona de proteção de poços, não estar em áreas de proteção

máxima de aqüífero e áreas de proteção aos mananciais;

Deve estar afastada 50 metros de vias de domínio público, em irrigação de

culturas, afastamento de, no mínimo, 500 metros de núcleos populacionais,

afastamento de 200 metros de cursos d’água e coleções hídricas;

A profundidade mínima do nível do aquífero freático na área irrigada é de 3

metros;

A declividade máxima de até 15% para a área destinada à irrigação.

O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) por meio das Resoluções

357/2005 e 430/2011 estabeleceu condições e padrões de lançamento de efluentes.

Essas resoluções estabelecem os valores máximos permitidos para lançamento no

corpo receptor e também determinam que os efluentes não poderão conferir ao corpo

receptor características de qualidade em desacordo com seu enquadramento, ou seja,

o lançamento dos efluentes deverão obedecer a capacidade de suporte do corpo

receptor, que representa valor máximo de determinado poluente que o corpo hídrico

pode receber, sem comprometer a qualidade da água.

Recentemente o Estado São Paulo aprovou a cobrança pelo uso dos recursos

hídricos, apesar de não tratar especificamente do reúso, a reutilização da água reflete

diretamente no valor final a ser pago pelo usuário, dessa forma, sua compreensão e

aplicação é de fundamental importância no desenvolvimento desse trabalho.

A cobrança pelo uso dos recursos hídricos é um dos instrumentos previstos na

Política Estadual de Recursos Hídricos. Esse instrumento foi aprovado no Estado de

Page 48: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

24

São Paulo através da Lei no 12.183 de 29 de dezembro de 2005 e regulamentado pelo

Decreto no 50.667, de 30 de março de 2006.

A cobrança pelo uso dos recursos hídricos é uma ferramenta de gestão

ambiental para controle e manejo dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos nas

Bacias Hidrográficas e tem como objetivos (SÃO PAULO, 2005):

Reconhecer a água como bem público de valor econômico e dar ao usuário uma

indicação de seu real valor;

Incentivar o uso racional e sustentável da água;

Obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções

contemplados nos planos de recursos hídricos e saneamento;

Distribuir o custo sócio-ambiental pelo uso degradador e indiscriminado da água;

Utilizar a cobrança da água como instrumento de planejamento, gestão integrada

e descentralizada do uso da água e seus conflitos.

É importante ressaltar que a cobrança pelo uso dos recursos hídricos não é

receita derivada do patrimônio dos administrados, ou seja, um tributo. Na realidade,

trata-se do pagamento pelo uso de um bem público, no caso a água, constituindo um

preço público. Além disso, um imposto é um tributo exigido ao contribuinte pelo

governo, independentemente da prestação de serviços específicos, o que não é o caso

da cobrança, pois ela se caracteriza como um dos instrumentos de gestão das Políticas

Estadual e Nacional de Recursos Hídricos. Finalmente, o valor que será cobrado é

pactuado pelos membros do comitê de bacia e aprovado em sua reunião plenária, que

pode também decidir se haverá ou não cobrança na bacia hidrográfica. Dessa forma,

não se trata de um imposto no qual o contribuinte é impossibilitado de participar

diretamente da decisão sobre seu valor, critérios e conveniência. Porém, se os

Page 49: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

25

membros do comitê decidirem não efetuar a cobrança, devem estar cientes do impacto

desta decisão sobre a quantidade e a qualidade da água de sua bacia (ANA, 2007).

No caso de rios de domínio do estado de São Paulo o produto da cobrança será

creditado em uma subconta do Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO,

correspondente à Bacia em que for arrecadado, e o respectivo Comitê de Bacia decidirá

como o recurso será aplicado (SÃO PAULO, 2005).

De acordo com São Paulo (2006), para cálculo da cobrança pelo uso dos

recursos hídricos superficiais e subterrâneos, os tipos de usuários de água são

classificados em:

I. Usuário urbano, público ou privado: abrange toda captação, derivação ou

extração de água destinada predominantemente ao uso humano, bem como o consumo

de água e o lançamento de efluentes líquidos em corpos d’água, mesmo fora do

perímetro urbano, compreendendo:

a) sistema público: aquele sob responsabilidade do poder público mesmo que

administrado em regime de concessão ou permissão; e

b) solução alternativa privada: toda modalidade, individual ou coletiva, distinta

do sistema sob responsabilidade do poder público.

II. Usuário industrial: abrange toda captação, derivação ou extração de água

bem como o consumo de água e o lançamento de efluentes líquidos em corpos d’água,

pelo setor industrial, definido de acordo com a classificação nacional de atividades

econômicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

O valor total da cobrança pela utilização dos recursos hídricos, de cada usuário

é obtido pela soma das parcelas decorrentes da multiplicação dos volumes de

captação, derivação ou extração, de consumo e das cargas de poluentes lançadas no

Page 50: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

26

corpo hídrico, pelos respectivos Preços Unitários Finais - PUF's que são obtidos através

da multiplicação dos Preços Unitários Básicos - PUB's por Coeficientes Ponderadores

(SÃO PAULO, 2006).

Os Coeficientes Ponderadores, mencionados no artigo 10 do Decreto no

50.667/2006, além de permitirem a diferenciação dos valores a serem cobrados,

servem de mecanismo de compensação e incentivo aos usuários conforme previsto nos

§ 2º e 3º do artigo 9º da Lei no 12.183/2005, e são definidos considerando

características diversas.

A equação do valor de cobrança para captação (VCC) é:

capcapxPUFVVCC (Equação 2.1)

Sendo:

VCAP - Volume captado, derivado ou extraído (m³);

PUFcap - Preço Unitário Final para o captado, derivado ou extraído (R$/m³).

Determinado pela equação:

).......( 134321 xXxXxXxXXxPUBPUF capcap (Equação 2.2)

Sendo:

PUBCAP - Preço Unitário Básico para volume captado, derivado ou extraído

(R$/m³).

Xi (i=1..13) - Coeficientes Ponderadores

Para captação, extração e derivação o Decreto no 50.667/06 previu o uso de 13

(treze) Coeficientes Ponderadores, definidos considerando-se características diversas,

Page 51: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

27

que permitem a diferenciação dos valores a serem cobrados, servindo, inclusive, de

mecanismos de compensação e incentivo aos usuários, conforme previsto na Lei no

12.183/05.

No entanto, o Anexo 2 da Deliberação do CRH (Conselho Estadual de

Recursos Hídricos) no 90, de 10 de dezembro de 2008, que aprova procedimentos,

limites e condicionantes para a cobrança, dos usuários urbanos e industriais no Estado

de São Paulo, determina que apenas os Coeficientes Ponderadores X1, X2, X3, X5, X7

e X13 sejam considerados na fórmula da cobrança porque são aqueles para os quais

dispõe-se de dados (SÃO PAULO, 2008).

Os CBHs (Comitês de Bacia Hidrográfica) devem definir os valores dos

coeficientes levando em consideração as características de cada UGRHI (Unidade de

Gerenciamento de Recursos Hídricos).

A equação do calculo do Valor da Cobrança de Consumo (VCCo) é:

consconsxPUFVVCCo (Equação 2.3)

Sendo:

VCons - Volume consumido (m³);

PUFcons - Preço Unitário Final para o consumido (R$/m³). Determinado pela

equação:

).......( 134321 xXxXxXxXXxPUBPUF conscons (Equação 2.4)

Sendo:

PUBConsP - Preço Unitário Básico para consumido (R$/m³);

Page 52: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

28

Xi (i=1..13) - Coeficientes Ponderadores.

Para consumo, os Coeficientes Ponderadores X1, X2, X3, X5, X6, X7 e X13

(para o caso de não existir transposição de bacias), tiveram seus valores definidos, pelo

CRH, iguais à unidade (1,0) por meio da Deliberação CRH no 090/08, para serem

utilizados nos dois primeiros anos da cobrança, exceto o X6 que leva em conta o

consumo efetivo ou volume consumido e o X13, quando existir transposição de bacias

(SÃO PAULO, 2008).

O valor da cobrança pelo lançamento (VCL) é definido pela equação:

DBOLançDBO xPUFxVQVCL (Equação 2.5)

Sendo:

VCL = pagamento anual pelo lançamento de carga poluidora;

QDBO = concentração média anual de DBO, em kg, presente no efluente final

lançado;

VLANÇ = volume de água lançado em corpos d’água, em m³, constante do ato de

outorga;

PUFDBO = Preço Unitário Final (R$/m³); sendo:

).......( 134321 xYxYxYxYYxPUBPUF DBODBO (Equação 2.6)

Sendo:

PUBDBO = Preço Unitário Básico da carga de DBO5,20 lançada (R$/Kg DBO);

Page 53: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

29

Yi (i = 1...9) = Coeficientes Ponderadores que levam em conta inúmeras

características dos usos, como por exemplo a classe de uso preponderante do corpo

d’água receptor e a carga lançada e seu regime de variação.

Para lançamento, o Anexo 2 da Deliberação CRH no 90/2008 determina que

sejam considerados, somente os Coeficientes Ponderadores Y1, Y3 e Y4.

Dessa forma, o valor total da cobrança pelo uso dos recursos hídricos é a

somatória das três parcelas:

CLCCOCC VVVVCT (Equação 2.7)

Sendo:

Valor de cobrança total (VCT);

Valor de cobrança para captação (VCC);

Valor da Cobrança de Consumo (VCCo);

Valor da cobrança pelo lançamento (VCL).

Vale ressaltar que o Decreto no 50.667 regulamentou a cobrança pelo uso dos

recursos hídricos no Estado de São Paulo para usuários urbanos e industriais, outros

usos como irrigação ainda não foram regulamentados e por isso ainda não são

passíveis de cobrança (SÃO PAULO, 2006).

Na UGRHI 08 (Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos - Sapucaí-

Mirim/Grande), na qual está localizado o campo experimental do presente trabalho, os

valores, coeficientes e diretrizes da cobrança pelo uso dos recursos hídricos foram

definidos pelo Decreto Estadual nº 58.772, datado de 20/12/2012, os valores e

coeficientes são apresentados nas Tabelas 2.4, 2.5, 2.6 e 2.7.

Page 54: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

30

Tabela 2.4 - Preços Unitários Básicos (PUBs) da UGRHI 08.

PUBs - Preços Unitários Básicos Valor (R$)

PUBcap - captação, extração e derivação (R$/m³) 0,01/m³ PUBcons – consumo (R$/m³) 0,02/m³ PUBDBO - lançamento de carga de DBO5,20 (R$/Kg de DBO) 0,10/kg de DBO

Fonte: CBH/SMG (2010)

Tabela 2.5 - Coeficientes ponderadores para captação, extração e derivação:

Característica considerada CP Classificação Valor

a) A natureza do corpo d'água X1 Superficial 1,00

Subterrâneo 1,00

b) A classe de uso preponderante em que estiver enquadrado o corpo d'água no local do uso ou da derivação (Decreto Estadual n.º 10.755/77).

X2

Classe 1 1,10

Classe 2 1,00

Classe 3 0,95

Classe 4 0,90

c) A disponibilidade hídrica local UGRHI 08 X3

Muito alta (<0,25) 0,90

Alta (entre 0,25 e 0,40) 0,95

Média (entre 0,40 e 0,50) 1,00

Crítica (acima de 0,80) 1,05

Muito crítica (acima de 0,80) 1,10

d) A volume captado, extraído ou derivado e seu regime de variação. X5

Sem medição 1,00

Com medição 0,90

e) A finalidade do uso

X7

Sistema Público 1,00

Solução Alternativa 1,00

Indústria 1,00

g) A transposição de bacia X13

Existente 1,00

Não existente 1,00

Fonte: CBH/SMG (2010)

Page 55: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

31

Tabela 2.6 - Coeficientes ponderadores para consumo:

Característica considerada CP Classificação Valor

a) A natureza do corpo d'água X1

Superficial 1,00

Subterrâneo 1,00

b) A classe de uso preponderante em que estiver enquadrado o corpo d'água no local do uso ou da derivação - Decreto Estadual n.º 10.755/77. X2

Classe 1

1,00 Classe 2

Classe 3

Classe 4

c) A disponibilidade hídrica local X3

Crítica 1,00

Média 1,00

d) A volume captado, extraído ou derivado e seu regime de variação X5

Sem medição 1,00

Com medição 1,00

e) O consumo efetivo ou volume consumido X6 1,00

f) A finalidade do uso.

X7

Sistema Público 1,00

Solução Alternativa 1,00

Indústria 1,00

g) A transposição de bacia X13

Existente 1,00

Não Existente 1,00

Fonte: CBH/SMG (2010)

Tabela 2.7 - Coeficientes ponderadores para diluição, transporte e assimilação de

efluentes (carga lançada):

Característica considerada CP Classificação Valor

a) A classe de uso preponderante do corpo d'água receptor.

Y1

Classe 2 1,00

Classe 3 0,95

Classe 4 0,90

b) A carga lançada e seu regime de variação, atendido o padrão de emissão requerido para o local - Sendo PR = percentual de remoção

Y3

>95% de remoção 0,80

>90% e <= 95% de remoção 0,85

>85% e >= 90% de remoção 0,90

>80% e < = 85% de remoção 0,95

= 80% de remoção 1,00

c) A natureza da atividade. Y4

Sistema Público 1,00

Solução alternativa 1,00

Indústria 1,00

Fonte: CBH/SMG (2010)

Verificando os objetivos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos, fica

evidente que reúso da água tem um papel fundamental na gestão dos recursos

hídricos, pois por meio da reutilização da água, o usuário retirará menor quantidade de

Page 56: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

32

água do corpo d´água e também lançará menos carga orgânica (DBO) no corpo

receptor, dessa forma, ocorrerá benefício financeiro e ambiental.

2.4 Lagoas de Estabilização

As lagoas de estabilização são amplamente utilizadas no tratamento de esgotos

sanitários no Brasil, devido principalmente à sua simplicidade de construção e

operação.

O sistema se baseia na entrada de esgoto em uma extremidade da lagoa e

saída na extremidade oposta. Durante esse percurso, que tem duração de vários dias

(tempo de detenção), uma série de fenômenos contribui para a purificação dos esgotos.

Dentre os vários sistemas de lagoas de estabilização, o sistema por lagoas

facultativas é o mais simples. No processo, parte da matéria orgânica em suspensão

tende a sedimentar, vindo a constituir o lodo de fundo. Esse lodo sofre o processo de

decomposição por microrganismos anaeróbios, sendo convertido em gás carbônico,

metano e outros. Só a fração inerte permanece na camada de fundo sem alteração na

sua natureza. A matéria orgânica dissolvida, conjuntamente com a matéria orgânica em

suspensão de pequenas dimensões, não sedimenta, permanecendo dispersa na massa

líquida. A sua decomposição se dá pela ação de bactérias facultativas, que têm a

capacidade de sobreviver tanto na presença quanto na ausência de oxigênio livre (daí a

designação de facultativas, que define o próprio nome da lagoa). Na ausência de

oxigênio livre essas bactérias se utilizam da matéria orgânica como fonte de energia,

alcançada por meio da respiração. Na respiração aeróbia, há a necessidade da

presença de oxigênio, que é suprido ao meio pela fotossíntese realizada pelas algas.

Há, assim, um perfeito equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio e gás

carbônico (VON SPERLING, 2005).

Page 57: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

33

Na Figura 2.3 é apresentado o esquema simplificado do sistema de tratamento

de esgoto por meio de lagoa facultativa.

Figura 2.3 - Esquema simplificado de uma lagoa facultativa (Fonte: VON SPERLING, 2005)

O processo de tratamento de efluentes por lagoas de estabilização é

caracterizado, principalmente, pela remoção de matéria orgânica. Entretanto, verifica-se

que com algumas adaptações no fluxograma e na geometria das lagoas, podem ser

alcançadas elevadíssimas eficiências de remoção de organismos patogênicos ou, de

forma mais específica, dos seus principais indicadores (coliformes e ovos de helmintos).

Com esse sistema também é possível obter uma significativa remoção de nitrogênio e

até mesmo de fósforo (VON SPERLING, 2002).

As lagoas facultativas são classificadas em lagoas primárias e secundárias.

Quando as lagoas facultativas recebem esgoto bruto, são denominadas lagoas

Page 58: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

34

primárias. Uma lagoa secundária é aquela que recebe seu afluente de uma unidade de

tratamento precedente, tal como lagoas anaeróbias.

No Tabela 2.8 são apresentadas as principais vantagens e desvantagens de um

sistema de tratamento de esgotos por meio de lagoa facultativa.

Tabela 2.8 - Vantagens e desvantagens do sistema de tratamento de esgoto por lagoa facultativa

Vantagens Desvantagens

Satisfatória eficiência na remoção de DBO

Eficiência na remoção de patogênicos

Construção, operação e manutenção simples

Reduzidos custos de implantação e operação

Satisfatória resistência a variações de carga

Remoção de lodo necessário apenas após períodos superiores a 20 anos

Elevados requisitos de áreas

Dificuldade em satisfazer padrões de lançamento bem restritivos

A simplicidade operacional pode trazer o descaso na manutenção (crescimento da vegetação)

Possível necessidade de remoção de algas do efluente para o cumprimento de padrões rigorosos

Performance variável com as condições climáticas (temperatura e insolação)

Possibilidade do crescimento de insetos

Fonte: VON SPERLING (2005)

Geralmente as lagoas facultativas possuem um sistema de tratamento

preliminar, composto por grades para reter o material grosseiro, caixa de areia para

retirada do material inerte e medidor de vazão, conforme pode ser observado na Figura

2.4.

Figura 2.4 - Fluxograma típico de um sistema de lagoa facultativa

(Fonte: VON SPERLING, 2005)

Page 59: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

35

De acordo com Von Sperling (2005), as lagoas facultativas apresentam

eficiência, conforme a Tabela 2.9.

Tabela 2.9 - Eficiência das lagoas facultativas primárias Parâmetro Concentração do

Efluente Eficiência média de remoção

(%)

DBO5,20 (mg L-1

) 50 - 80 75 - 85 DQO (mg L

-1) 120 - 200 65 - 80

SS (mg L-1

) 60 - 90 70 - 80 Amônia -N (mg L

-1) > 15 < 50

N total (mg L-1

) > 20 < 60 P total (mg L

-1) > 4 < 35

CF (mg L-1

) 106 - 10

7 1 - 2 (Unid.log)

Ovos Helm. (ovo/L) < 1

Fonte: VON SPERLING (2005)

Apesar das lagoas facultativas apresentarem uma eficiência satisfatória, em

alguns casos, esse tipo de tratamento pode não atender a padrões de lançamento mais

restritivos, sendo necessária a implantação de sistemas de pós-tratamento. Nesse

contexto, o reúso, por meio da irrigação de culturas agrícolas, pode ser uma alternativa

viável, pois o sistema solo-planta absorve dos esgotos os nutrientes nele presentes,

realizando a depuração dos poluentes e fornecendo condições para o desenvolvimento

da planta.

2.5 Fundamentos Teóricos de Análise Econômica

A análise econômica é essencial para o planejamento e execução de um

empreendimento, pois por meio desse processo é possível avaliar a viabilidade da

implantação do projeto, deixando claro para o interessado os riscos e possibilidades de

retorno do investimento.

Segundo Belli et al. (2000) a utilização de ferramentas de análise econômica

ajuda a esclarecer o interessado, seja esse público ou privado, a determinar a

viabilidade do empreendimento, estimando seu impacto fiscal e ambiental, bem como

Page 60: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

36

avaliando se o modelo proposto é eficiente e viável do ponto de vista do retorno do

investimento a ser realizado.

A utilização de ferramentas de análise econômica é importante, porém, torna-se

necessário criar instrumentos de avaliação dos custos ambientais, dando valor

econômico aos recursos naturais, pois dessa forma é possível conscientizar o usuário a

utilizar esses recursos de forma racional.

Na elaboração de uma análise econômica é importante considerar no mínimo

uma alternativa para o uso do dinheiro. Geralmente essa análise é elaborada para dois

ou mais projetos concorrentes. A ferramenta mais indicada para a análise econômica

dependerá do horizonte de projeto (ARAÚJO, 2010).

De acordo com Assaf Neto (2003), o fluxo de caixa representa uma série de

pagamentos ou recebimentos que ocorre em um determinado espaço de tempo.

Praticamente toda operação financeira é representada por fluxos de caixa, ou seja,

fluxos futuros esperados de recebimentos e pagamentos.

Empreendimentos florestais necessitam de grandes investimentos e são

caracterizados pelo longo prazo, sendo, portanto, condicionados a riscos. Com isso é

necessário considerar o valor do capital no tempo, ou seja, que se atribuam diferentes

ponderações às receitas líquidas, em função de sua distribuição ao longo do tempo.

Irrigar culturas agrícolas com efluentes exige grandes investimentos, tais como:

aquisição de equipamentos, tubulações, reservatórios, obras de instalação, além de

gastos com mão-de-obra e energia elétrica. Por isso é importante a análise econômica

para verificar se o incremento de produção paga os custos adicionais gerados pela

irrigação da cultura.

Page 61: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

37

2.5.1 Valor Presente Líquido (VPL)

O VPL (Valor Presente Líquido) é uma técnica que considera o dinheiro no

tempo. Essa técnica desconta os fluxos de caixa a uma taxa especificada previamente.

Essa taxa, também chamada de taxa de desconto, custo de oportunidade ou custo de

capital, refere-se ao retorno mínimo que deve ser obtido por um projeto, de forma a

manter inalterado o valor de mercado (GITMAN, 1997).

Dessa forma, obtém-se o VPL subtraindo-se o investimento inicial do valor

presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital,

conforme Equação 2.8.

Utilizando-se o VPL, tanto as entradas como as saídas de caixa são traduzidas

para valores monetários atuais (data zero ou data base). Já que estamos tratando de

investimentos convencionais, o investimento inicial está automaticamente expresso em

termos monetários atuais.

O VPL é utilizado como ferramenta de análise econômica que auxilia o

investidor a aprovar ou rejeitar o projeto, da seguinte forma:

VPL > 0 → O empreendimento paga o custo de financiamento do investimento e

gera receita que é igual ao valor presente positivo. O que significa também que a

taxa de retorno do investimento é no mínimo igual à taxa de desconto.

VPL = 0 → Quando o empreendimento possui um VPL nulo, igual a zero, não

significa que o projeto é um mau negócio, mas sim que a sua remuneração é

igual à taxa de juros utilizada.

VPL < 0 → O empreendimento não é lucrativo, indica que o investimento gerará

perdas de capital.

Page 62: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

38

A seguir é apresentada a Equação do VPL:

n

tt

n

tt i

Ct

i

RtVPL

00 )1()1( (Equação 2.8)

Onde:

VPL = Valor Presente Líquido (R$);

Rt = Receita ao final do ano t (R$ );

Ct = Custo ao final do ano t (R$ );

i = taxa de juros/taxa mínima de atratividade/taxa de desconto (decimal); e

n = duração do projeto (anos).

Caso seja necessário optar entre dois ou mais projetos concorrentes, o

interessado deverá escolher aquele que apresenta o maior VPL, pois esse apresentará

maior lucratividade.

O VPL é diretamente relacionado a taxa de desconto. Quanto maior a taxa

menor o VPL, conforme pode ser observado na Figura 2.5.

Figura 2.5 - Curva de Valor Presente Líquido (VPL) em função da Taxa de Desconto demonstrando a faixa em que o VPL se torna nulo (TIR = 37%).

(Fonte: Adaptado de MIAN, 2002)

Page 63: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

39

De acordo com Rezende (1982), há uma grande dúvida quanto à escolha da

taxa de juros nos empreendimentos florestais, pois ela varia de acordo com as

características do projeto, da empresa, da conjuntura econômica, entre outros. Os

fatores que podem interferir na determinação da taxa de juros são entre outros: risco e

incerteza, inflação, duração do projeto, preferência por liquidez, produtividade do capital

e a posição particular do investidor. No setor florestal tem sido comum adotar taxas

entre 6 e 12% ao ano.

2.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)

Outra ferramenta de análise econômica é a Taxa Interna de Retorno (TIR). A

TIR possibilita aferir, no projeto analisado, a remuneração do capital investido, ela é

expressa em porcentagem (%). Esta taxa é utilizada na tomada de decisão, auxiliando o

investidor a aceitar ou rejeitar o projeto. No cálculo da TIR faz-se com que o valor

presente das receitas seja igual ao valor presente dos custos do projeto, ou seja, a TIR

é a taxa de desconto obtida quando o VPL é nulo (igual a zero). A TIR pode ser

determinada pela equação a seguir.

n

ot

n

ttt TIR

Ct

TIR

Rt

0 ])(1[])(1[ (Equação 2.9)

Onde:

TIR = Taxa Interna de Retorno (%);

Rt = Receita ao final do ano t (R$);

Ct = custo ao final do ano t (R$); e

n = duração do projeto (anos).

Como os valores do fluxo de caixa ocorrem em diferentes momentos, conclui-se

que a TIR representa a rentabilidade, sendo expressa como uma taxa de juros

periódica.

No momento da análise econômica, a TIR deve ser comparada com outra taxa

de juros praticada pelo mercado, como as pagas por investimentos bancários. Dessa

Page 64: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

40

forma, caso a TIR seja maior que a taxa de juros alternativa, praticada pelo mercado, o

empreendimento será viável, caso seja menor, o investimento é inviável e se igual o

investidor será indiferente a implementação ou não do projeto (KLEMPERER

&KLEMPERER, 1995).

A TIR se tornou um indicador de análise econômica muito popular entre os

executivos. Segundo Barbieri et. al (2007) a TIR funciona bem em fluxos de caixas

convencionais. Nesses casos, existe uma única raiz para Equação 2.9, e essa é maior

que zero. Assim, sempre seria possível obter uma única taxa de juros positiva que

anulasse o valor presente do fluxo de caixa. Para qualquer taxa de juros positiva inferior

a ela o valor presente líquido do projeto seria positivo. Os fluxos de caixa convencionais

são caracterizados pelas seguintes condições:

1) os desembolsos (saídas liquidas de caixa) ocorrem nos primeiros anos e os

recebimentos (entradas liquidas de caixa), nos anos subsequentes, com

apenas uma inversão de sinal no fluxo de caixa; e

2) o somatório dos recebimentos supera o dos desembolsos.

A aplicação da TIR em fluxos de caixas não convencionais apresenta

problemas e por isso não é recomendada. Uma equação polinomial como a do cálculo

da TIR pode admitir até n raízes reais positivas, sendo o seu numero máximo igual ao

numero de vezes em que ocorre troca de sinal dos coeficientes. Assim, o numero

máximo de raízes reais positivas será igual ao numero de vezes, em que a sequência

do fluxo de caixa muda de sinal, durante a vida do projeto. Isso ocorre quando se tem

um fluxo de caixa, em que as saídas e entradas de caixa se alternam durante a vida do

projeto, nesse caso, a TIR pode ter mais de uma raiz ou não ter solução (TIR

indefinida). Diante desses problemas, nesses casos, é recomendado utilizar outros

indicadores, como o VPL (BARBIERI et al.,2007).

Page 65: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

41

No cálculo da TIR os fluxos de caixa intermediários, no caso positivo (entradas)

e no caso negativo (saídas), são remunerados por uma taxa de juros igual a TIR. Assim

o empreendedor estaria recebendo todo o investimento remunerado pela TIR (entradas)

e estaria tomando emprestado (saídas), do próprio projeto, os recursos excedentes, a

uma taxa de juros igual a TIR.

De acordo com Barbieri et al. (2007) a TIR só é um indicador econômico

preciso do retorno do investimento, quando não existir fluxos de caixa intermediários

(positivos ou negativos), ou seja, quando a um único investimento inicial, corresponder

uma única receita final (fluxo de dois pontos).

2.5.3 Horizonte de Projeto

Para se executar a análise e a avaliação econômica de um empreendimento é

necessário definir os limites temporais. Esses limites são definidos como horizonte de

projeto.

Na área florestal os projetos são caracterizados pelo longo prazo e pelo

considerável montante de recursos necessários para sua implantação. Os horizontes de

projeto de empreendimentos florestais geralmente se situam entre 20 e 30 anos.

2.6 Cultura de Eucalipto

Diante da necessidade de madeira para os mais diversos fins e das questões

ecológicas relacionadas à utilização das florestas nativas, o cultivo do eucalipto tornou-

se uma alternativa viável para suprir essa demanda.

Conforme Gruber (2006) as espécies de eucalipto são originárias quase que

totalmente da Austrália. Há indícios de que a introdução no Brasil tenha ocorrido em

1825, no Jardim Zoobotânico do Rio de Janeiro (EMBRAPA, 2000).

Page 66: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

42

A madeira de eucalipto tem-se prestado a uma série de finalidades. Além dos

usos tradicionais, como lenha, estacas, moirões, dormentes, carvão vegetal, celulose e

papel, chapas de fibras e de partículas, há uma forte tendência em utilizá-la, também,

para usos mais nobres, como para a fabricação de casas, móveis e estruturas,

especialmente nas regiões Sudeste e Sul, carentes de florestas naturais.

Existe um grande número de espécies de eucalipto, com características

bastante diferenciadas, porém, poucas espécies têm sido plantadas em escala

comercial. De acordo com a EMBRAPA (2000), duas estratégias podem ser

empregadas quando o objetivo é produzir madeira de alta qualidade:

1) Melhorar geneticamente a qualidade da madeira das espécies mais

plantadas, como Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna;

2) Identificar as espécies produtoras de madeira de características satisfatórias

para o uso a que se pretende, com programas posteriores destinados a

aumentar a produtividade.

Devido ao clima favorável e às características da cultura tais como: rápido

crescimento, abundância em madeira, facilidade em exploração, madeira relativamente

homogênea e baixo custo; o Brasil apresenta excelentes condições para o

desenvolvimento da cultura de eucalipto (SCANAVACA JUNIOR, 2001).

Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas -

ABRAF (2013), em 2012, a área ocupada por plantios florestais de eucalipto e Pinus no

Brasil totalizou 6,66 milhões de hectares, sendo 76,6% correspondente à área de

plantios de Eucalipto e 23,4% a plantios de Pinus. Comparado ao ano de 2011 esse

incremento de plantios florestais foi da ordem de 2,2 %. No período de 2006 a 2012, o

crescimento médio anual foi de 2,8%.

Page 67: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

43

Analisando a Figura 2.6, verifica-se que a área de plantios de eucalipto no

Brasil, em 2012, totalizou 5.102.030 ha, 4,5% a mais do que o ano de 2011, a principal

justificativa desse crescimento foi o estabelecimento de novos plantios frente à

demanda futura dos projetos industriais do segmento de Papel e Celulose (ABRAF,

2013).

Figura 2.6 - Gráfico do histórico da área de plantios de eucalipto no Brasil, 2006-2012.

(Fonte: ABRAF, 2013)

Analisando a Tabela 2.10 nota-se que Minas Gerais é o estado com maior área

cultivada de eucalipto (ano 2012) com 1.438.971 ha, representando 28,2% do total

nacional, seguido de São Paulo com 1.041.695 ha (20,4% do total). Verifica-se que a

região sul e sudeste possui 72,3% da área total plantada no Brasil. A justificativa para

maior concentração de plantios florestais nessa região está relacionada a localização

das principais unidades industriais dos segmentos de celulose, papel, painéis de

madeira industrializada e siderurgia a carvão vegetal (ABRAF, 2013).

Page 68: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

44

Tabela 2.10 - Área e distribuição de plantios florestais com eucalipto no Brasil, 2012

Ordem UF Eucalipto (ha) % em relação total

1 MG 1.438.971 28,20%

2 SP 1.041.695 20,42%

3 BA 605.464 11,87%

4 MS 587.310 11,51%

5 RS 284.701 5,58%

6 ES 203.349 3,99%

7 PR 197.835 3,88%

8 MA 173.324 3,40%

9 PA 159.657 3,13%

10 TO 109.000 2,14%

11 SC 106.588 2,09%

12 MT 59.980 1,18%

13 AP 49.506 0,97%

14 GO 38.081 0,75%

15 PI 27.730 0,54%

16 Outros 18.838 0,37%

Total 5.102.030 100,0%

Fonte: ABRAF (2013)

Em relação à distribuição da área plantada de eucalipto por segmento, destaca-

se a participação das indústrias de celulose e siderurgia. O segmento de celulose e

papel concentra 72,5% da área plantada, seguido pelos segmentos de siderurgia

(19,5%), painéis de madeira industrializada (7,3%) e produtores independentes (0,7%).

Desde quando começou a ser plantado intensivamente, discute-se o impacto do

eucalipto sobre as reservas hídricas do solo. Devido ao seu crescimento vertiginoso, o

consumo de água da planta é acentuado, porém várias pesquisas comprovam que a

demanda hídrica do eucalipto é menor que outras espécies vegetais, inclusive as matas

nativas (CALDER et al., 1992). Na Tabela 2.11 é apresentada a quantidade de água

consumida anualmente por algumas culturas.

Page 69: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

45

Tabela 2.11 - Quantidade de água necessária durante um ano Cultura Consumo de água (mm)

Cana-de-açúcar 200-2000

Café 800-1200

Citrus 600-1200

Milho 400-800

Feijão 300-600

Eucalipto 800-1200

Obs: 1 mm(milímetros) corresponde a 1 litro por metro quadrado

Fonte: CALDER et al. (1992)

O eucalipto utiliza a água de forma mais eficiente que outras culturas (Tabela

2.12), produzindo mais biomassa por quantidade de água consumida (NOVAIS et al.,

1996).

Tabela 2.12 - Comparação entre o consumo de água e a produção de biomassa do eucalipto e outras culturas

Cultura Eficiência no uso da água

Batata 1 kg de batata / 2.000 l

Milho 1 kg de milho / 1.000 l

Cana-de-açúcar 1 kg de açúcar / 500 l

Cerrado 1 kg de madeira / 2.500 l

Eucalipto 1 kg de madeira / 350 l

Fonte: NOVAIS et al. (1996)

Almeida et al. (2007) estudou o balanço hídrico do eucalipto da espécie grandis,

por meio da avaliação de informações obtidas ao longo de seis anos de pesquisa

desenvolvida no município de Aracruz/ES. A pesquisa contou com espaçamento 3 x 3

m (1.111 plantas por hectare). A precipitação e a evapotranspiração média do local do

experimento foi de 1.147 e 1.092 mm respectivamente. O coeficiente de escoamento

superficial foi de 3% do volume da precipitação. A taxa de produtividade média anual do

eucalipto na pesquisa foi de 95 m³.ha-1.ano-1.

Page 70: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

46

Graças ao clima brasileiro e ao avanço alcançado pelas empresas em pesquisa

e tecnologia florestal, o eucalipto pode ser colhido em apenas 7 anos para a produção

de celulose, quando atinge até 35 metros de altura (EMBRAPA, 2003).

Um dos atributos utilizados pela Engenharia Florestal para avaliar a

produtividade do eucalipto é o DAP (diâmetro à altura do peito). O DAP é medido 1,30

m de altura a partir da base do tronco, podendo ser obtido diretamente com compasso

florestal ou paquímetro e indiretamente com fita métrica ou fita diamétrica, assumindo-

se que a secção transversal do tronco é um círculo para fazer a conversão da medida

de circunferência em diâmetro.

De acordo com EMBRAPA (2007), o eucalipto produzido convencionalmente,

sem irrigação, produz em média 40 m³.ha-1.ano-1, totalizando 280 m³.ha-1 durante o

primeiro ciclo de corte (aos 7 anos). Nos dois ciclos posteriores (14 anos e 21 anos) a

produtividade média é de 35 m³.ha-1.ano-1, resultando em uma produção de 245 m³.ha-1.

Conforme Tomazello Filho (2006), estudos realizados pelo projeto Brasil

Eucalipto Produtividade Potencial - BEPP, iniciado no ano 2000, demonstram que

seguindo o manejo tradicional, com a aplicação de fertilizantes, a produtividade média

de clones de eucalipto tem alcançado o patamar de 49 m³.ha-1.ano-1. Quando a

fertilização é aplicada em doses maiores a produtividade pode chegar a 51

m³.ha-1.ano-1. Sem a aplicação de fertilizantes a produção reduz em relação ao manejo

tradicional 30% (34 m³.ha-1.ano-1). Quando se irriga o eucalipto, há um incremento

considerável na produção, passando para 63 m³.ha-1.ano-1 (incremento de 29% em

relação ao manejo tradicional). No caso de se associar a irrigação com a fertilização a

produção atinge 68 m³.ha-1.ano-1, representando um acréscimo de 39% quando

comparado ao manejo tradicional. Dessa forma, fica evidente que a irrigação é benéfica

para o desenvolvimento do eucalipto.

Madeira et al. (2002), desenvolveram pesquisas com eucalipto da espécie

globulus Labill, no experimento as plantas receberam irrigação e uma completa solução

Page 71: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

47

de fertilizante para simular o ponto ótimo nutricional. O delineamento da pesquisa

contou com os seguintes tratamentos:

Somente irrigação com água;

Somente com adição de fertilizantes;

Irrigação com água + fertilizantes;

Testemunha (sem água e sem fertilizantes).

Analisando os resultados do experimento verificou-se que houve um incremento

significativo na produção de biomassa onde água e/ou nutrientes foram aplicados em

comparação a testemunha, conforme pode ser observado na Figura 2.7.

Figura 2.7 - Biomassa de E. globulus aos 6 anos (Mg.ha-1).

(Fonte: Adaptado de MADEIRA et al., 2002)

Na literatura há escassos registros referentes ao aumento da produtividade de

eucalipto a partir da irrigação com efluentes.

Page 72: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

48

A EMBRAPA (2008), por meio de uma pesquisa, avaliou o crescimento médio

das árvores de eucaliptos da espécie grandis (Tabela 2.13), plantados em 1998, com e

sem resíduos de colheita e/ou adição de resíduo celulósico, em solo de textura média,

em Mogi Guaçu, estado de São Paulo.

Tabela 2.13 - Crescimento médio das árvores de eucaliptos, plantados em 1998, com e sem resíduos de colheita e/ou adição de resíduo celulósico, em

solo de textura média, em Mogi Guaçu - SP. Tratamento Idade (ano)

1 2 3 4 2 3 4

Altura (m) DAP (mm)

1 4,30 10,70 19,20 22,90 76,00 110,00 121,00 2 5,20 12,60 21,10 24,00 85,00 126,00 131,00 3 4,40 11,70 20,30 24,10 86,00 118,00 130,00 4 4,80 12,00 21,30 25,70 93,00 128,00 140,00 5 4,70 12,50 21,50 24,70 92,00 133,00 140,00 6 4,90 12,80 21,80 26,60 95,00 131,00 144,00

Observações: Tratamento 1 - Retirada total dos resíduos de colheita de corte raso anterior em eucalipto de 12 anos Tratamento 2 - Manutenção de todos os resíduos do corte raso anterior Tratamento 3 - Manutenção de parte dos resíduos do corte raso anterior (galhos abaixo de 3 cm de diâmetro) Tratamento 4 - Mesmo manejo dos resíduos da colheita do tratamento 3 e adição de 7,5 t.ha

-1 de resíduo celulósico e

2 t.ha-1

de cinzas Tratamento 5 - Mesmo manejo dos resíduos da colheita do tratamento 3 e adição de 15 t.ha

-1 de resíduo celulósico e

4 t.ha-1

de cinzas Tratamento 6 - Retirada total dos resíduos da colheita e adição de resíduo celulósico e cinzas na mesma quantidade usada no tratamento 5

Fonte: Adaptado de EMBRAPA (2008).

Em outra pesquisa desenvolvida no município de Limeira-SP, em que se

aplicou efluente bruto da indústria cítrica, por meio de sulcos largos de infiltração, na

irrigação de eucalipto da variedade grandis, plantados em filas duplas, com

espaçamento de 1,00 X 1,00 m intercaladas pelos sulcos. Esses foram de base larga

com aproximadamente 3 metros de largura, por 0,40 m de profundidade e cerca 164 m

de comprimento com 1% de declividade. Nesse estudo não se observou diferença

significativa no desenvolvimento do eucalipto, porém, verificou-se uma situação de

homogeneidade no crescimento da planta (CARRARO, 1995).

Na primeira e na segunda etapa desta pesquisa, que geraram as dissertações

de mestrado do presente autor (VERONÊZ, 2009) e de Salomão (2012) foram

observadas as seguintes conclusões:

Page 73: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

49

O desenvolvimento do DAP do eucalipto foi maior nos tratamentos irrigados com

efluente quando comparado aos demais;

A adubação química, da forma que foi praticada, pode ser substituída pela

irrigação com efluente doméstico;

A irrigação da cultura de eucalipto com água natural mostrou ser desnecessária;

A irrigação com efluente na proporção de um terço da necessidade hídrica da

planta, tratamento T3, apresentou um bom desenvolvimento da planta, suprindo

suas necessidades nutricionais. Além disso, o percolado apresentou baixo

percentual de Nitratos em concentrações superiores a 10 mg NO3-N.L-1,

minimizando o risco de contaminação da água subterrânea;

A pesquisa concluiu que a irrigação com dosagens adequadas de efluentes, com

quantidades abaixo da necessidade hídrica da planta, pode substituir a adubação

do ponto de vista da analise do DAP, com baixo risco de contaminação do lençol

freático.

Conforme Gruber (2006), a produção de matéria seca total do eucalipto cresce

com o aumento da quantidade de água aplicada. Dessa forma, a irrigação pode

proporcionar o aumento na biomassa da planta, além de reduzir o tempo para colheita.

2.6.1 Custos de produção de eucalipto

As atividades relacionadas a cultura de eucalipto apresentam uma série de

custos de produção inerentes à atividade, esses custos podem ser segregados em:

Custo da Terra: relaciona-se ao custo da terra (área para o plantio), no presente

trabalho será considerado o custo de arrendamento anual por hectare.

Page 74: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

50

Implantação: está relacionado aos custos de preparação do solo, combate a pragas,

controle de ervas competidoras, plantio, assistência técnica, adubação, aquisição de

mudas e insumos (adubos, herbicidas, etc).

Manutenção: refere-se às despesas de limpeza da área, manutenção de aceiros,

controle de formigas, etc.

As despesas relacionadas à área (custo da terra) e à manutenção são comuns

e independem da finalidade da exploração da madeira. Quando se vende as plantas em

pé o produtor terá os custos abordados anteriormente, não havendo o custo da colheita.

Caso se venda a madeira no pátio é necessário acrescer as despesas com o corte e

empilhamento da madeira.

O preço da terra é um fator importante na análise econômica de uma atividade

florestal, pois dependendo do nível de produtividade e da localização do ponto de

consumo a lucratividade pode ter grande variação. Há casos em que a aquisição de

terras com valor mais elevado é compensada pela alta produtividade e proximidade do

centro consumidor (ALFARO, 1985).

Os custos de implantação e manutenção da cultura de eucalipto variam com o

local da instalação do projeto. Esses custos dependem das condições que o produtor

encontra em sua propriedade, como a área, disponibilidade de mão-de-obra, etc.

De acordo Souza Junior (2012), que analisou economicamente plantios de

pinus e eucalipto no Planalto Serrano Catarinense, os valores gastos com

planejamento, que envolvem custos de projeto e orientação, levantamento da área e

possíveis licenciamentos ambientais devem ser incluídos na avaliação econômica.

Esses custos são de aproximadamente R$ 170,00 por hectare.

Segundo Silveira (2008), o custo para implantação e manutenção (até o 2º ano

após o plantio) no estado do Paraná é de R$ 3.200,00 por hectare, sendo o desembolso

Page 75: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

51

de R$ 2.350,00 na implantação e R$ 850,00 na manutenção da floresta até o segundo

ano, nesse estudo foi considerado a espécie urograndis, um espaçamento 3 m x 3 m e

não foi considerado o custo da terra.

Em um estudo desenvolvido em Suzanópolis/SP, no qual se plantou a espécie

grandis e urograndis, no espaçamento de 3,3 m na linha e de 2 m entre linhas,

(densidade de 1.515 plantas por hectare), os custos totais de implantação da cultura

sem o custo da terra totalizaram R$ 2.889,54 por hectare (SANTOS et al., 2008).

A FEPAF (2008) estimou os custos de implantação e manutenção da cultura de

eucalipto no estado de São Paulo. Para o levantamento dos custos foi considerado o

espaçamento 3 x 2 m (1667 mudas/ha), a Tabela 2.14 apresenta os referidos valores.

Page 76: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

52

Tabela 2.14 - Custos de Implantação e Manutenção de Cultura de Eucalipto no Estado de São Paulo (R$.ha-1).

Atividades Mão-de-obra

(R$.ha-1

) Insumos (R$.ha

-1) Total (R$.ha

-1)

Pré

-Pla

nti

o

Controle de formigas 15,00 10,00 25,00

Correção do solo 50,00 136,00 186,00 Construção de bacias de retenção 90,00 0,00 90,00 Controle de plantas daninhas 130,00 0,00 130,00 Subsolagem c/ adubação de base 100,00 0,00 100,00

Subtotal 531,00

Pla

nti

o

Controle de formigas sistemático 15,00 10,00 25,00

Plantio 120,00 583,45 703,45

Irrigação 100,00 0,00 100,00

Adubagem de base 90,00 130,00 220,00

Subtotal 1048,45

Man

ute

nçã

o

Controle de formigas 15,00 5,00 20,00 Replantio (acima de 5% de perda do plantio) 20,00 30,00 50,00 Adubação de cobertura c/ 3 meses 90,00 120,00 210,00

Coroamento 95,00 0,00 95,00 Controle de daninhas c/ 6 meses 73,00 40,00 113,00 Adubação de cobertura c/ 6meses 73,00 120,00 193,00 Controle de formigas c/ 6 meses 15,00 5,00 20,00

Correção do solo 73,00 40,00 113,00 Controle de daninhas com 12 meses 90,00 120,00 210,00 Adubação de cobertura c/ 12 meses 55,00 20,00 75,00

Gasto anual - 2° ano 55,00 20,00 75,00

Gasto anual - 3° ano 55,00 20,00 75,00

Gasto anual - 4° ano 55,00 20,00 75,00

Gasto anual - 5° ano 55,00 20,00 75,00

Gasto anual - 6° ano 55,00 20,00 75,00

Gasto anual - 7° ano 55,00 20,00 75,00

Subtotal 1549,00

Total 3128,45

Fonte: FEPAF (2008)

Na Tabela 2.15 são apresentados os custos de produção de eucalipto do

relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA, 2014).

Page 77: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

53

Tabela 2.15 - Custos de Implantação e Manutenção de Cultura de Eucalipto (R$.ha-1)

Atividades Mão-de-obra

(R$.ha-1

) Insumos (R$.ha

-1)

Total (R$.ha

-1)

Custos Pré-Plantio 130,49 359,50 489,99

Plantio 628,91 1.152,67 1.781,58

Controle de Formigas 11,18 12,00 23,18

Coroamento 40,00 - 40,00

Controle de Daninhas - 6 meses 48,53 132,00 180,53

Adubação de Cobertura - 6 meses 15,55 490,00 505,55

Controle de Formigas - 6 meses 22,36 16,00 38,36

Controle de Daninhas - 12 meses 39,84 39,00 78,84

Adubação de Cobertura - 12 meses 9,96 210,00 219,96

Gasto anual - 2° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 3° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 4° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 5° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 6° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 7° ano 70,49 20,52 91,01

Total 1.369,76 2.534,29 3.904,05

Fonte: Adaptado IMEA (2014)

2.7 Custos do Reúso da Água

Os custos de um sistema de reúso estão diretamente relacionados aos fins a

que ele se destina, uma vez que o fator mais importante para se propor um sistema de

reutilização de águas residuárias é que sua qualidade seja adequada aos usos

pretendidos (NOGUEIRA, 2010).

Entre os custos que podem ser associados ao reúso planejado da água estão

(ABES, 1992):

Custos de capital e de operação das instalações para tratamento das águas

residuárias no grau requerido para a obtenção da qualidade necessária para o

reúso;

Custos de capital e de operação para dar destino adequado aos subprodutos dos

processos de tratamento;

Page 78: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

54

Custos de capital e de operação para as instalações de condução das águas

residuárias, desde os pontos de geração até o local de tratamento para reúso e

utilização da água;

Custos de capital e de operação para auto-produção de água com a qualidade

requerida pelo uso a que se destina, potável, industrial ou outros;

Custos relativos à compra de água produzida por terceiros, abrangendo taxas,

tarifas;

Custos de capital e de operação da instalação necessária para assegurar

confiabilidade ao sistema - reservatórios;

Custos ambientais, decorrentes dos riscos ambientais referentes ao tratamento

da água a ser reusada, dos projetos de construção do sistema.

Quanto mais contato humano no manuseio e manejo das águas residuárias

maior é o custo na produção do efluente, pois maior deve ser sua qualidade. Porém,

como já mencionado nesse trabalho, é necessário que os sistemas de produção de

água de reúso (sistemas de tratamento de efluentes) sejam projetados de forma a

atender aos padrões de lançamento no corpo receptor, pois, no caso de o sistema de

reúso não absorver toda produção, o excedente terá que ser lançado no corpo d´água.

Fica evidente que o custo de tratamento varia de acordo com a tecnologia

adotada. Na Região metropolitana de São Paulo, que trata aproximadamente 16 m³/s

de esgotos, o preço da água de reúso praticado pela Companhia de Saneamento

Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) depende da qualidade do produto fornecido e

se situa entre R$ 0,88 a R$ 2,99/m³, para venda para iniciativa privada, e R$ 0,54 a R$

2,99/m³, para o setor público. Os custos do transporte da água de reúso são de

responsabilidade do comprador (SABESP, 2012).

O projeto Aquapolo que está sendo implementado pela Sabesp (Companhia de

Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e pela Foz do Brasil (empresa de

engenharia ambiental da Organização Odebrecht), fica localizado dentro da ETE-ABC

Page 79: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

55

(situada no município de São Paulo) e terá a capacidade de produção de 1,00 m³/s de

água de reúso. A água produzida pelo Aquapolo será aduzida por meio de uma adutora

de aço com 17 km de extensão e será utilizada pelo Polo Petroquímico, localizado nos

municípios de Mauá e Santo André. O preço da água de reúso do sistema Aquapolo

será decrescente, variando de R$ 5,74/m³, para consumo de até 800.000 m³/mês, a R$

2,84/m³, para consumo de 1.700.000 m³/mês (AQUAPOLO, 2012).

Segundo Costanzi (2008), para competir com a água tratada a água de reuso

tem que ter um custo inferior a R$ 3,00 por metro cúbico.

Na Tabela 2.16 são apresentados os preços da água de reúso e potável

praticados por alguns países.

Tabela 2.16 - Variação de preços da água de reúso e potável em alguns países (dólares/metro cúbico)

Países Água de Reúso - Uso Residencial (U$$/m³)

Água de Reúso - Uso Comercial e Outros

(U$$/m³)

Potável (U$$/m³)

Japão 0,83 2,99 1,08 a 3,99 México 0,30 0,30 1,40 Tunísia 0,01 0,01 -

Fonte: USEPA (2004)

Os custos do reúso para irrigação de culturas agrícolas são compostos pelas

seguintes parcelas:

Produção da água residuária: os custos relacionados à produção da

água residuária (Sistema de Tratamento de Efluente), incluindo a área e

preparação do terreno, projetos, serviços de engenharia, construção,

materiais e equipamentos;

Irrigação: referem-se aos custos dos sistemas de transporte, reservação

e de distribuição de efluentes. Dependendo da topografia do terreno o

transporte pode ser feito por gravidade ou por recalque. Sendo por

recalque será necessária a implantação de uma estação elevatória e de

Page 80: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

56

uma adutora, incidindo os custos de operação e manutenção dessas

unidades. Sendo por gravidade existe o custo da implantação da adutora

e o correspondente custo de operação e manutenção. Dependendo do

desnível geométrico entre o local de produção da água resíduária e a

área do reúso, a implantação do projeto pode se inviabilizar.

Operação e Manutenção: constituem os custos para manter e operar o

sistema, incluindo custos adicionais de energia, mão de obra, roupas

especiais para os trabalhadores, complementação de fertilizantes (caso

necessário), custos de administração, testes e monitoramento.

Segundo Hespanhol (2003) apenas custos marginais devem ser incluídos na

avaliação econômica de um projeto de reúso. Dessa forma, os custos associados a

sistemas de tratamento para proteção ambiental (que deveriam ser implementados

independentemente do reúso) não devem ser levados em consideração na avaliação

econômica. Da mesma maneira, os custos de irrigação, de implantação e

desenvolvimento institucional das fazendas a serem considerados, são unicamente os

associados ao uso de esgotos, isto é, aqueles que podem ocorrer em adição aos

eventuais custos inferidos pelo uso de qualquer outra fonte convencional de água.

Na literatura são escassos os registros de custos para reutilização da água na

cultura de eucalipto. Em uma pesquisa desenvolvida por Araújo (2010), na qual se

avaliou economicamente a irrigação de eucalipto em diversos cenários, chegou-se aos

custos apresentados na Tabela 2.17.

Tabela 2.17 - Custos da irrigação de cultura de eucalipto (R$.ha-1). Despesas de Operação e

Manutenção R$.ha

-1.ano

-1 Valor Total (Ciclo

5 anos) R$.ha-1

Valor Total (Ciclo

6 anos) R$.ha-1

Valor Total (Ciclo

7 anos) R$.ha-1

Mão de obra necessária 381,92 1.909,60 2.291,52 2.673,44 Manutenção e reparos 133,05 665,25 798,30 931,35 Energia elétrica 453,69 2.268,45 2.722,14 3.175,83 Outras despesas 205,15 1.025,75 1.230,90 1.436,05 Subtotal 1.173,81 5.869,05 7.042,86 8.216,67

Investimentos R$.ha-1

Sistema de Irrigação 9.177,20 Sistema Elétrico 308,00 Subtotal 9.485,20

Total (Despesas +Investimento) 15.354,25 16.528,06 17.701,87

Fonte: Adaptada (ARAÚJO, 2010).

Page 81: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

57

Observando a Tabela 2.17 verifica-se que os custos para operação e

manutenção do sistema foram de R$ 1.173,83/hectare.ano e que a implantação do

sistema ficou em R$ 9.845,20/hectare. O ciclo convencional do eucalipto é de 7 anos,

sendo que a irrigação pode reduzir esse período. Dessa forma, no prazo habitual o

custo total (investimento + despesas de operação e manutenção) seria de R$

17.701,87, enquanto que no prazo de 6 anos o custo seria reduzido para R$ 16.528,06

e no prazo de 5 anos para R$ 15.354,25.

2.8 Viabilidade Econômica do Reúso

Segundo Hespanhol (2003) existem benefícios indiretos do reúso agrícola que

podem atrair a atenção dos avaliadores econômicos e tomadores de decisão. Esses

benefícios são relacionados a melhorias ambientais, de saúde e sociais, tais como:

Aumento do nível nutricional das populações mais pobres, através do aumento

da produção de alimentos;

Aumento da disponibilidade de empregos e assentamentos populacionais nas

áreas rurais;

Redução de danos ao meio ambiente;

Proteção de recursos subterrâneos contra depleção;

Proteção dos recursos hídricos de boa qualidade contra a poluição;

Controle da erosão, redução da desertificação, etc.

Apesar dos benefícios indiretos não serem considerados na avaliação

econômica de projetos de reúso, as vantagens geradas por eles são muito relevantes,

Page 82: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

58

pois podem tornar secundárias as análises de custo/benefício em relação a tomada de

decisão para implementação do projeto de reutilização de águas residuárias,

principalmente em países em desenvolvimento, como no caso brasileiro. Nesse

contexto, quando os custos associados ao reúso são elevados, pode ser necessário

subsidiar a implantação dos sistemas, por meio de suporte governamental para o

esquema de recuperação de custos. Também é necessário investigar a capacidade e o

interesse dos agricultores em pagar pelos serviços (HESPANHOL, 2003).

Conforme Rocha al. (2010) deve haver incentivo normativo e fiscal para a

prática do reúso, sendo assim, as leis brasileiras devem ser mais restritivas para o

consumo de água de boa qualidade e mais atrativa ao uso das águas residuárias.

Há poucos registros da utilização de efluentes na irrigação de cultura de

eucalipto, as pesquisas desenvolvidas objetivaram avaliar o incremento de

produtividade e a contaminação do ambiente. Existem pesquisas que avaliaram a

viabilidade econômica da fertiirrigação na cultura de eucalipto.

Araújo (2010) avaliou economicamente a irrigação da cultura de eucalipto em

diferentes cenários. Por meio da análise do VPL e da TIR concluiu-se que o projeto foi

viável economicamente, tanto nas situações de sequeiro como na fertiirrigada. Na

comparação entre as situações de sequeiro e a fertiirrigada, a primeira demonstrou-se

mais viável economicamente. Porém, a alternativa fertiirrigada deve ser considerada em

situações estratégicas de produção de madeira, quando for necessário reduzir a área

de plantio para a produção da mesma demanda, pois se verificou que para atendimento

dessa condição é possível reduzir 41,6% da área plantada.

Page 83: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

59

3. MATERIAL E MÉTODOS

A descrição da instalação do experimento, situada entre os itens 3.1 e 3.7 da

presente tese, baseou-se nas informações das dissertações de mestrado desenvolvidas

no mesmo campo experimental (VERONÊZ, 2009 e SALOMÃO, 2012).

3.1 Localização do Experimento

A pesquisa foi desenvolvida na UGRHI 08 (Unidade Hidrográfica de

Gerenciamento de Recursos Hídricos Sapucaí/Grande), no município de Franca-SP, em

uma área cedida pela Escola Técnica Estadual Professor Carmelino Correa Junior

(Colégio Agrícola), unidade escolar ligada ao Centro Paula Souza.

Figura 3.1 - Localização do município de Franca/SP e da UGRHI 08. (Fonte: Adaptado SIGRH e WIKIPEDIA, 2012)

Toda área cedida perfaz um montante de aproximadamente 18.000 m2 (1,8

hectares). As coordenadas UTM (Universal Transverse Mercator - sistema de

Page 84: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

60

coordenadas) de um dos pontos da área do experimento são 249.764 m E, 7.735.225 m

N e altitude de 975 m. O solo é classificado como Neossolo Quartizarênico, conforme a

EMBRAPA (2006). A topografia do local é plana a suavemente ondulada. O

levantamento planimétrico foi feito com aparelho de GPS (Global Positioning System). A

localização da área do experimento é apresentada na Figura 3.2.

O Clima no local do experimento com base na classificação climática proposta

por Köppen é do tipo Cwb (temperado úmido com estação seca). A precipitação média

anual excede 1.500 mm, o volume de chuva no mês mais seco é menor que 30 mm. A

temperatura média no mês mais quente é inferior a 22 ºC e no mês mais frio é menor

que 18ºC (IPT, 1999).

Figura 3.2 - Imagem aérea com a localização da área experimental (Fonte: BASE, 2003)

3.2 Instalação da Pesquisa

3.2.1 Limpeza da área e controle de formigas

No local da pesquisa existia uma plantação de milho que foi retirada por meio

de trator, com colhedeira e carreta (Figura 3.3).

Page 85: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

61

Logo após a retirada do milho, foi aplicado o herbicida glyfosato em toda área

do experimento para eliminação das ervas daninhas e aplicado o herbicida 2,4 D em

pontos isolados com infestação de ervas de folhas larga, que apresentaram resistência

ao primeiro herbicida. A aplicação dos herbicidas foi realizada por meio de bomba

costal (Figura 3.4).

O controle das formigas foi efetuado por meio de formicida granulado (princípio

ativo Sulfluramida Atta-Kill) aplicando o mesmo próximo aos carreiros encontrados e

também do formicida líquido (princípio ativo Fipronil) aplicando-o diretamente no olheiro.

Figura 3.3 - Limpeza da área experimental (retirada do milho)

(Fonte: AUTOR, 2007)

Page 86: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

62

Figura 3.4 - Aplicação de herbicida na área do experimento

(Fonte: AUTOR, 2007)

3.2.2 Delineamento experimental

Para definição do posicionamento das parcelas foi necessário verificar o sentido

de fluxo da água subterrânea, para cujo processo foi realizada a investigação do

subsolo por meio do método de sondagem (SPT). Executaram-se 3 perfurações não

alinhadas e obtiveram-se as informações apresentadas na Tabela 3.1 e detalhadas na

Figura 3.5.

A partir das informações obtidas na sondagem, foi realizado o levantamento

altimétrico do terreno e determinadas as linhas equipotenciais do lençol freático,

obtendo-se assim o direcionamento do fluxo da água subterrânea. Em função desse

sentido definiu-se o posicionamento das parcelas.

Tabela 3.1 - Resultados das perfurações de sondagem Perfuração Nível da Água -

Profundidade em relação a superfície (m)

Coordenadas Altitude (m)

N(m) E(m)

P1 4,00 7.735.125 249.726 974 P2 11,60 7.735.327 249.788 972 P3 9,75 7.735.190 249.796 969

Page 87: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

63

Sentido do Fluxo da Água Subterrânea

Limites daÁrea Experimental

Equipotenciais

CoordenadasN - 7.735.125 mE - 249.726 mProf. NA - 4,00m

CoordenadasN - 7.735.327 mE - 249.788 m Prof. NA - 11,60 m

CoordenadasN - 7.735.190 mE - 249.796 m Prof. NA - 9,75 m

Figura 3.5 - Representação das linhas equipotenciais e sentido de fluxo da água

subterrânea (Fonte: AUTOR, 2007)

Depois de definida a posição das parcelas, as mesmas foram demarcadas: no

total foram 8 tratamentos, com 4 repetições cada, totalizando 32 parcelas. Para o seu

estabelecimento, foram consideradas as linhas de fluxo da água subterrânea, a qual

fazia parte do escopo da avaliação do impacto da irrigação, utilizou-se o delineamento

experimental de blocos casualizados.

Conforme pode ser observado na Figura 3.6, cada parcela contou com uma

área de 108 m2 (9 m x 12 m), entre as parcelas de um mesmo tratamento foi delineada

uma bordadura de 72 m2 (6 m x 12 m) e entre as parcelas de tratamentos diferentes

uma bordadura de 108 m2 (9 m x 12 m).

Page 88: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

64

T1R1

T1R2

T1R3

T1R4

T2R1

T2R2

T2R3

T2R4

T3R1

T3R2

T3R3

T3R4

T4R1

T4R2

T4R3

T4R4

T5R1

T5R2

T5R3

T5R4

T6R1

T6R2

T6R3

T6R4

T7R1

T7R2

T7R3

T7R4

T8R1

T8R2

T8R3

T8R4

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P7

P8

LegendaT - Tratamento

R - Repetição

Limite da área experimental

P - Poços

Figura 3.6 - Delineamento experimental implantado (Fonte: AUTOR, 2007)

Os tratamentos implantados na pesquisa foram irrigados e adubados, conforme

a Tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Formas de irrigação e adubação dos tratamentos implantados Tratamento Quantidade de água/efluente Adubação

T1 Água - necessidade hídrica do eucalipto Sem adubação

T2 Água - necessidade hídrica do eucalipto NPK + B + Zn

T3 Efluente - 1/3 da necessidade hídrica do eucalipto NPK + B + Zn

T4 Efluente - 1/2 da necessidade hídrica do eucalipto NPK + B + Zn

T5 Efluente - necessidade hídrica do eucalipto NPK + B + Zn

T6 Efluente - necessidade hídrica do eucalipto Sem adubação

T7 Efluente - 1,5 necessidade hídrica do eucalipto NPK + B + Zn

T8 Sem irrigação Sem adubação

Page 89: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

65

3.2.3 Adubação e plantio

Foram coletadas amostras de solo para realização de uma amostragem

composta de toda a área. Em seguida foi feita a análise de fertilidade do solo, na

camada 0,00 - 0,20 m. De posse deste resultado, foi verificado, na ocasião, ser

desnecessário efetuar a calagem, conforme recomendação do Boletim 100 do IAC.

Após a demarcação das parcelas, executaram-se os sulcos para adubação,

utilizando um trator do tipo cafeeiro com o arado acoplado (Figura 3.7). Os sulcos foram

direcionados de acordo com a topografia do terreno.

Figura 3.7 - Abertura dos sulcos para adubação na área de plantio de eucalipto

(Fonte: AUTOR, 2007)

As parcelas (dos tratamentos adubados) receberam adubação manual, sendo

aplicadas em cada linha de plantio, dentro de cada parcela, as quantidades

determinadas conforme a análise química da área, sendo 200 kg ha-1 de 6:30:6 (NPK).

Também foram aplicados os micronutrientes Boro e Zinco na quantidade de

3,30 kg ha-1 cada. Para a aplicação dos micronutrientes, os sais foram previamente

pesados e diluídos em água, permitindo assim uma aplicação mais precisa

quantitativamente, em cada linha de cada parcela. Os adubos aplicados no experimento

Page 90: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

66

foram na formulação granulada e apresentaram como fontes: de Nitrogênio - Nitrato, de

Fósforo - Super Fosfato Simples, de Potássio - Cloreto de Potássio, de Boro - Borogran

(10% de B) e de Zinco - Zincogran (15% de Zn).

Foram realizadas adubações de cobertura (nos tratamentos que receberam

adubação) após períodos de seis meses e um ano do plantio. As coberturas também

receberam 200 gramas por planta de 6:30:6 (NPK).

As mudas utilizadas na pesquisa foram doadas pela VCP - Votorantim Celulose

e Papel, do viveiro florestal da unidade de Capão Bonito, sendo clonadas da espécie

Eucalyptus urograndis. Na Figura 3.8 são mostradas as mudas de eucalipto utilizadas

na pesquisa.

Figura 3.8 - Mudas de eucalipto utilizadas na pesquisa

(Fonte: AUTOR, 2007)

O plantio foi realizado no mês de abril de 2007, de forma manual, com o auxílio

de cavadeira, utilizando-se o espaçamento de 3 m x 2 m, sendo 3 m nas entrelinhas e 2

m na linha. Portanto, cada parcela contava com 3 linhas e 6 plantas na mesma,

perfazendo uma média de 18 plantas por parcela (Figura 3.9).

Page 91: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

67

Figura 3.9 - Representação esquemática de uma parcela

(Fonte: AUTOR, 2012)

Na Figura 3.10 é mostrado o plantio de uma muda de eucalipto na área da

pesquisa.

Figura 3.10 - Plantio de eucalipto na área experimental (Fonte: AUTOR, 2007)

Page 92: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

68

3.2.4 Instalação dos poços de monitoramento da água subterrânea

Para o monitoramento da qualidade da água subterrânea foram perfurados 8

poços por meio de caminhão acoplado com perfuratriz. Os poços de monitoramento

foram localizados a partir da determinação do fluxo da água subterrânea. A implantação

dos poços foi realizada conforme a norma CETESB 6410 (1988) “Amostragem e

monitoramento de águas subterrâneas”, tendo sido todos os poços desinfetados, por

meio da correção de pH e da aplicação de hipoclorito de sódio, com dosagem

determinada em laboratório, antes da irrigação. Foram coletadas amostras e verificados

os atributos de qualidade de água, antes do início da aplicação de esgoto. Na Figura

3.11 é mostrado um dos poços de monitoramento instalados na pesquisa.

Figura 3.11 - Poço de monitoramento de água subterrânea instalado no experimento

(Fonte: AUTOR, 2007)

Os resultados do monitoramento da qualidade da água subterrânea estão

contidos na tese de doutorado desenvolvida no campo experimental (CINTRA FILHO,

2013).

3.2.5 Sistema de irrigação

Até a implantação do sistema de irrigação, o eucalipto foi regado com água por

meio de um trator e tanque acoplado.

Page 93: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

69

Por uma questão de inovação tecnológica, optou-se por implantar um sistema

de irrigação por aspersão, pois em várias pesquisas desenvolvidas utilizando efluente

na irrigação (pesquisas em Limeira-SP e Franca-SP), havia sido testado o sistema de

irrigação por sulcos de infiltração.

Devido às características do efluente optou-se pela utilização de materiais à

base de PVC e outros não metálicos no sistema de irrigação. Esta medida também

reduziria problemas futuros de furtos, pois a área experimental é muito próxima da

comunidade. Para instalação do sistema de irrigação foi necessário executar duas

adutoras. A primeira para transportar, por gravidade, água limpa da represa existente

na área do Colégio para três depósitos de 3.000 L cada, interligados e implantados na

pesquisa. A segunda para transporte, por gravidade, do efluente da ETE City Petrópolis,

para três depósitos, de 2.000 L cada, interligados e também instalados na pesquisa

(Figura 3.13).

Dos reservatórios os líquidos são recalcados, por meio de redes independentes

(água e efluente) de PVC com diâmetro de 50 mm, por meio de 2 bombas multi-estágio,

marca Thebe, modelo P11/4, motor trifásico 220 W, 3500 rpm e 2,0 CV de potência. O

sistema foi inicialmente projetado para uma pressão na rede de irrigação de 60 mca. De

acordo com as características do sistema e considerando a curva da bomba o

rendimento se situa em torno de 55%.

Inicialmente optou-se por irrigação com microaspersores, com a finalidade de

reduzir a formação de aerossol. Porém, devido a alguns problemas, como a ocorrência

de entupimentos frequentes, foi necessário substituí-los pelo aspersor tipo sub-copa de

baixa pressão e diâmetro interno acentuado, tipo pingo setorial.

O sistema, como pode ser observado na Figura 3.12, foi implantado utilizando 2

aspersores por parcela, que são alimentados por tubos de polietileno de 20 mm de

diâmetro, os quais derivam da rede secundária, exceto pelo tratamento 8 que não foi

Page 94: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

70

irrigado (recebeu irrigação apenas nos primeiros dias após o transplante das mudas

para o campo).

Figura 3.12 - Croqui do sistema de irrigação implantado na área experimental

(Fonte: AUTOR, 2009)

O sistema de acionamento das bombas é manual. No intuito de proteger o

sistema de recalque (bombas), foram implantados, nas tomadas de água e efluente, um

filtro, confeccionado com tela de nylon de malha 2,0 x 2,0 mm (tipo tela mosqueteiro), e

um filtro tipo Y na tubulação de entrada das bombas.

Page 95: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

71

Figura 3.13 - Reservatórios de água e efluente implantados na pesquisa

(Fonte: AUTOR, 2008)

3.2.6 Instalação dos coletores de drenagem livre

Para o monitoramento da qualidade dos líquidos percolados, foram instalados,

na linha central de plantio de cada parcela, 3 coletores de drenagem livre, com distância

entre eles de aproximadamente 1,00 m e implantados a 0,30 m, 0,60 m e 0,90 m de

profundidade.

Os coletores foram confeccionados utilizando tubos de PVC de diâmetro 150

mm, comprimento de 0,40 m (sendo 2 partes de 0,20 m). Na junção das 2 partes do

tubo foi colocado um ralo e sobre este uma tela de “nylon” (tela mosqueteiro), lã de

vidro e uma camada de areia de 2 cm de espessura. Para tamponamento do fundo do

coletor foi acoplado um “cap” de PVC. Nesse conjunto de peças, foi conectada

mangueira de borracha, para sucção do líquido armazenado nestes coletores. Na

Figura 3.14 pode ser observado o esquema de montagem dos coletores.

Page 96: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

72

Figura 3.14 - Esquema dos coletores de drenagem (Fonte: AUTOR, 2009)

A escavação do terreno para instalação dos coletores foi executada por meio de

cavadeira manual, instalando-se, posteriormente, nas devidas profundidades, aferidas a

partir da superfície do solo até a extremidade superior do coletor. Os furos contendo os

coletores foram aterrados com o mesmo solo retirado na escavação, sendo o mesmo

compactado manualmente. Na Figura 3.15 é mostrada a instalação de um dos

coletores.

Page 97: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

73

Figura 3.15 - Instalação de um coletor no experimento. Colégio Agrícola,

Franca/SP (Fonte: AUTOR, 2007)

3.3 Caracterização e Capacidade de Retenção de Água do Solo

De acordo com as análises físicas e químicas da área do experimento, o solo

foi classificado como Neossolo Quartizarênico, conforme a classificação da EMBRAPA

(2006). Nas tabelas 3.3, 3.4 e 3.5 a seguir são apresentados os resultados das

características químicas e físicas do solo no local do experimento.

Page 98: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

74

Tabela 3.3 - Resultados das análises de fertilidade do solo e metais em amostras na área experimental.

Parâmetro Unidade

Profundidade (m)

0-0,2 0,2-0,4 0,4-0,6 0,6-0,8 0,8-1,00

M.O . g dm3-

25 22 16 14 13

pH 5,7 5,5 5,5 5,6 5,8

P mg dm3-

20 8 3 1 1

K mmolc dm3-

0,9 1,3 0,9 0,4 0,4

Ca mmolc dm3-

21 17 9 6 6

Mg mmolc dm3-

7 6 3 2 2

H + Al mmolc dm3-

16 18 16 15 13

S.B. mmolc dm3-

28,9 24,3 12,9 8,4 8,4

C.T.C. mmolc dm3-

45,3 42,5 29,3 23,2 21,7

V% % 64 57 44 36 39

B mg dm3-

0,2 0,2 0,2 0,2 0,1

Cu mg dm3-

2,1 3 1 0,5 0,4

Fe mg dm3-

17 16 12 7 5

Mn mg dm3-

1,8 1,2 0,3 0,2 0,2

Zn mg dm3-

13,1 10,2 4,4 1,7 1,2

Cd mg dm3-

0,04 0,03 < 0,01 < 0,01 < 0,01

Cr mg dm3-

< 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01

Ni mg dm3-

0,06 0,04 0,02 0,01 < 0,01

Pb mg dm3-

2,77 2,22 0,76 0,36 0,3

A análise granulométrica da terra fina foi realizada pelo método da pipeta,

utilizando-se solução de NAOH 0,1 N como dispersante químico e agitação com

aparato de baixa rotação (EMBRAPA, 1997).

Tabela 3.4 - Resultados das análises granulométricas de amostras de solo Material Tratamentos - % do material

T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8

Areia 70 71 71 72 71 72 71 71

Silte 22 21 21 20 21 21 21 21

Argila 8 8 8 8 8 7 8 8

*Médias entre parcelas na profundidade 0,00-0,20 m.

A densidade de partícula foi obtida pelo método do balão volumétrico

(FORSYTHE, 1971).

Page 99: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

75

Para determinação da densidade e porosidade do solo foram coletadas

amostras indeformadas com anéis volumétricos de 0,04 m de altura e 0,05 m de

diâmetro, a microporosidade foi determinada em mesa de tensão e corresponde à

umidade volumétrica da amostra submetida a uma tensão de 0,006 MPa, após a

saturação (EMBRAPA, 1997). A porosidade total e a densidade solo foram obtidas

segundo a EMBRAPA (1997) e a macroporosidade por diferença entre a porosidade

total e a microporosidade.

Tabela 3.5 - Resultados da porosidade e da densidade solo

Tratamento

Profundidade

(m)

Valores médios

Porosidade (m3/m

3) Densidade

do

solo

(kg/m3)

Total micro macro

T1 0 - 0,05

0,05 - 0,10 0,15 - 0,20

0,40 0,39 0,39

0,21 0,21 0,22

0,19 0,17 0,17

1450 1535 1470

T2 0 - 0,05

0,05 - 0,10 0,15 - 0,20

0,39 0,36 0,37

0,24 0,17 0,23

0,15 0,19 0,14

1498 1575 1549

T3 0 - 0,05

0,05 - 0,10 0,15 - 0,20

0,39 0,35 0,36

0,23 0,24 0,21

0,15 0,11 0,15

1525 1598 1574

T4 0 - 0,05

0,05 - 0,10 0,15 - 0,20

0,37 0,37 0,38

0,18 0,21 0,20

0,19 0,16 0,18

1509 1542 1494

T5 0 - 0,05

0,05 - 0,10 0,15 - 0,20

0,36 0,38 0,35

0,22 0,22 0,21

0,14 0,16 0,14

1529 1556 1550

T6 0 - 0,05

0,05 - 0,10 0,15 - 0,20

0,37 0,36 0,37

0,22 0,23 0,22

0,15 0,13 0,15

1536 1565 1556

T7 0 - 0,05

0,05 - 0,10 0,15 - 0,20

0,37 0,38 0,37

0,22 0,22 0,28

0,14 0,15 0,10

1530 1525 1519

T8 0 - 0,05

0,05 - 0,10 0,15 - 0,20

0,38 0,36 0,35

0,21 0,21 0,24

0,17 0,15 0,11

1516 1560 1581

A determinação da necessidade hídrica da planta foi estabelecida em função

dos ensaios físicos e da determinação da curva de retenção de água.

Foram coletadas amostras indeformadas e os resultados estão descritos na

Tabela 3.6. Para a coleta foi utilizado extrator Uhland para amostra não deformada.

Page 100: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

76

Foram retiradas amostras nas profundidades 0,00 - 0,20; 0,20 - 0,40; 0,40 -

0,60 e 0,60 - 0,80 m, encaminhadas ao laboratório de solos da FEAGRI/UNICAMP e

foram obtidas as densidades de partícula (relação entre massa e volume), e a

densidade do solo, que é a relação entre a massa de uma amostra de solo seco a 110

°C e o volume dessa amostra não deformada, incluindo os espaços ocupados pelo ar e

pela água.

As amostras de solo foram criteriosamente coletadas e devidamente

identificadas, colocadas em latas de alumínio, vedadas com fita adesiva,

acondicionadas em caixas e protegidas, para evitar sua deformação durante o

transporte.

Em função dos resultados, foi calculada a lâmina de irrigação, sendo

considerada uma aplicação de 7 mm como suficiente para as necessidades hídricas

das plantas e para o primeiro estágio de desenvolvimento.

A lâmina de água a ser aplicada deveria corresponder à umidade determinada

em amostras de solo, na profundidade de instalação dos tensiômetros, 0,30; 0,60 e 0,90

m. Esta medida confirmou que a lâmina aplicada foi suficiente para atender às

necessidades hídricas das plantas, sem percolação de água na profundidade de 0,90

m, indicando que a lamina calculada correspondeu às determinações em campo, para

atender a uma necessidade hídrica, conforme a proposta do tratamento 6. Estas

determinações e o monitoramento foram importantes para o correto estabelecimento da

cultura, da aplicação da lâmina hídrica e para evitar a poluição do lençol freático.

Tabela 3.6 - Resultados da densidade do solo Ponto 1 Ponto 2

Profundidade(m) Densidade do solo

(Kg dm-3

)

Profundidade(m) Densidade do solo

(Kg dm-3

)

0,00 a 0,20 153 0,00 a 0,20 152

0,20 a 0,40 149 0,20 a 0,40 167

0,40 a 0,60 143 0,40 a 0,60 157

0,60 a 0,80 148 0,60 a 0,80 157

Page 101: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

77

Na Tabela 3.7 são apresentados os resultados da determinação da capacidade

de retenção de água no solo no local do experimento.

Tabela 3.7 - Resultados da determinação da capacidade de retenção de água no solo

Camada 0,00 - 0,20 m CC

(g g-1

) Ds

(Kg dm-3)

CC

(cm3 cm

-3)

PM (cm

3 cm

-3)

CC (mm) PM (mm) CAD (mm)

0,15 153 0,23 0,16 45,90 32,74 13

Camada 0,20 - 0,40 m CC

(g g-1

) Ds

(Kg dm-3)

CC

(cm3 cm

-3)

PM (cm

3 cm

-3)

CC (mm) PM (mm) CAD (mm)

0,14 149 0,21 0,13 41,72 26,82 15

Camada 0,40 - 0,60 m CC

(g g-1

) Ds

(Kg dm-3)

CC

(cm3 cm

-3)

PM (cm

3 cm

-3)

CC (mm) PM (mm) CAD (mm)

0,13 143 0,19 0,13 37,75 25,74 12

Camada 0,60 - 0,80 m CC

(g g-1

) Ds

(Kg dm-3)

CC

(cm3 cm

-3)

PM (cm

3 cm

-3)

CC (mm) PM (mm) CAD (mm)

0,14 148 0,21 0,15 42,03 30,19 12

Sendo:

Ds = densidade do solo;

CC = umidade do solo na capacidade de campo;

PM = ponto de murcha permanente;

CAD = Capacidade de água disponível no solo (diferença entre CC e PM).

O cálculo do CAD nos diferentes estágios de crescimento foi executado

utilizando o fator de disponibilidade f=0,60 da água total.

Para o levantamento das curvas de retenção de água (Figuras 3.16 e 3.17)

foram coletadas amostras em um ponto por parcela em anéis do tipo Köpeck nas

profundidades de 0,00-0,05 m; 0,05-0,10 m e 0,10-0,15 m, para um total de 108

amostras e levadas na câmara de pressão de Richards. A partir dos dados e umidade

para cada ψm mensurado (0, 1, 2, 6, 10, 20, 30, 50, 75, 100, 300 e 1500 KPa),

promovendo o ajuste dos pontos por meio do modelo matemático desenvolvido por

VAN GENUCHTEN (1980), mediante o programa Soil Water Retention Curve.

Page 102: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

78

Figura 3.16 - Curva de retenção de água do solo para profundidade de 0,00 a 0,20

m.

Figura 3.17 - Curva de retenção de água do solo para profundidade de 0,60 a 0,80

m.

Page 103: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

79

3.4 Irrigação e Precipitações Pluviométricas

Os dados referentes às precipitações pluviométricas foram rigorosamente

registrados por meio da leitura dos índices (pluviométricos) em um pluviômetro

instalado nas proximidades do campo experimental.

Os tratamentos irrigados receberam água ou efluente de 2 a 4 dias na semana,

conforme as quantidades definidas previamente. Na Tabela 3.8 é apresentada a síntese

das lâminas aplicadas e das precipitações naturais no período. As lâminas

apresentaram discrepâncias nos valores aplicados em função de problemas

apresentados pelas bombas de irrigação, mas a proporcionalidade na quantidade de

efluente aplicado foi mantida para cada tratamento.

Figura 3.18 - Pluviômetro instalado próximo à área experimental

(Fonte: AUTOR, 2008)

Page 104: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

80

Tabela 3.8 - Resumo da pluviometria e das lâminas de irrigação

Meses

Pluviometria Irrigação c/ água (mm) Irrigação c/ efluente (mm) Natural (mm) T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7

Ano de 2008 Subtotal

(Jan a Dez) 1.707,4 1.844,5 1.736,0 605,2 980,0 1.748,3 2.040,5 2.583,0

Ano de 2009 Subtotal

(Jan a Dez) 1.842,6 938,0 938,0 466,3 686,0 1.292,2 1.277,5 1.918,0

Ano de 2010

jan/10 402,2 14,0 28,0 28,0 84,0 122,5 66,5 126,0

fev/10 191,9 - - 9,3 14,0 21,0 84,0 42,0

mar/10 219,4 42,0 42,0 18,7 28,0 80,5 91,0 140,0

abr/10 18,5 168,0 154,0 55,9 98,0 119,0 133,0 196,0

mai/10 21,1 98,0 112,0 37,2 70,0 105,0 77,0 182,0

jun/10 10,2 112,0 140,0 37,2 84,0 122,5 157,5 196,0

jul/10 - 56,0 70,0 18,6 56,0 21,0 91,0 42,0

ago/10 - 126,0 126,0 - - - - -

set/10 112,0 84,0 84,0 9,3 14,0 17,5 - -

out/10 192,6 28,0 56,0 18,6 14,0 35,0 28,0 28,0

nov/10 217,4 84,0 98,0 37,2 42,0 98,0 98,0 140,0

dez/10 195,4 42,0 70,0 27,9 56,0 56,0 70,0 70,0

Subtotal 1.580,7 854,0 980,0 298,1 560,0 798,0 896,0 1.162,0

Ano de 2011

jan/11 299,0 - - - - - - -

fev/11 174,9 - - - - - - -

mar/11 396,7 - - 18,6 42,0 - 77,0 126,0

abr/11 127,3 - - 9,3 28,0 52,5 84,0 112,0

mai/11 3,3 - - 27,9 70,0 164,5 87,5 154,0

jun/11 - - - 27,9 70,0 164,5 87,5 154,0

jul/11 - 126,0 126,0 46,6 73,5 122,5 119,0 182,0

ago/11 - 154,0 126,0 46,6 84,0 150,5 161,0 210,0

set/11 44,3 168,0 133,0 74,5 98,0 210,0 182,0 266,0

out/11 90,7 98,0 91,0 27,9 56,0 94,5 112,0 252,0

nov/11 133,6 98,0 98,0 37,2 84,0 105,0 119,0 168,0

dez/11 313,0 168,0 168,0 55,9 70,0 154,0 185,5 266,0

Subtotal 1.582,8 812,0 742,0 372,4 675,5 1.218,0 1.214,5 1.890,0

Ano de 2012

jan/12 517,1 252,0 252,0 74,5 126,0 213,5 245,0 378,0

fev/12 111,7 154,0 140,0 55,9 70,0 164,5 175,0 210,0

mar/12 226,5 182,0 168,0 65,2 98,0 224,0 245,0 350,0

abr/12 63,0 28,0 28,0 46,6 70,0 150,5 140,0 224,0

Subtotal 918,3 616,0 588,0 242,1 364,0 752,5 805,0 1.162,0

Total 7.631,8 5.064,5 4.984,0 1.984,0 3.265,5 5.809,0 6.233,5 8.715,0

Page 105: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

81

Para monitorar a quantidade de água aplicada na irrigação e

consequentemente a umidade do solo, foram instalados tensiômetros a 0,30; 0,60 e

0,90 m de profundidade, em uma parcela de cada tratamento. Na Figura 3.19 é

apresentado um tensiômetro instalado na pesquisa.

O tensiômetro é utilizado para determinar a umidade atual e o armazenamento

de água no solo. Esse aparelho mede a tensão de água ou potencial matricial do solo,

que pode ser convertido para umidade do solo. O tensiômetro foi constituído por um

tubo plástico com um vacuômetro e um tampão conectados na parte superior e uma

cápsula de cerâmica porosa instalada na sua extremidade inferior.

Segundo Neto et al. (2007), quando o tensiômetro se encontra instalado

adequadamente no campo, a água do seu interior entra em contato com a do solo, por

meio dos poros da cápsula porosa, e o equilíbrio tende a se estabelecer. À medida que

ocorre a evapotranspiração, a umidade do solo diminui e reduz a pressão dentro do

tensiômetro, a qual é medida no vacuômetro. No entanto, quando chove ou ocorre

irrigação, a umidade do solo aumenta e o equilíbrio entre as águas do solo e do

tensiômetro tende a ser novamente estabelecido, elevando a pressão hidrostática no

interior do equipamento. A tensões medidas no tensiômetro variam de 0 (condição de

solo saturado) a 0,75 atm (75 kPa).

A leitura das medições dos tensiômetros foi monitorada, antes e depois de cada

período de irrigação, no intuito de verificar se as lâminas hídricas aplicadas estavam

adequadas à necessidade da planta.

Page 106: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

82

Figura 3.19 - Tensiômetro instalado na área experimental (Fonte: AUTOR, 2008)

3.5 Caracterização dos Afluentes, Efluentes e da Água Utilizados

na Irrigação

No experimento, a irrigação foi feita utilizando-se duas fontes: o efluente

sanitário da Estação de Tratamento de Esgotos do bairro City Petrópolis e a água da

represa situada na Escola Técnica Estadual Professor Carmelino Correa Junior

(Colégio Agrícola).

O sistema de tratamento de esgotos do bairro City Petrópolis é operado pela

concessionária Sabesp e composto por pré-tratamento (gradeamento e caixa de areia)

e lagoa facultativa (que é mostrada na Figura 3.20). A lagoa tem as seguintes

características:

Comprimento: 165,50 m

Largura: 42,00 m

Altura: 1,20 m

Área Superficial: 4.494,00 m2

Page 107: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

83

Volume: 6741,00 m³

Atendimento: Aproximadamente 650 imóveis e 2.000 habitantes

Capacidade da ETE: 3,5 l.s-1

A ETE City Petrópolis recebe apenas efluente sanitário para tratamento.

Atualmente a vazão média afluente está em torno de 3,5 l.s-1 (302,4 m3 dia-1) e o tempo

de detenção teórico do sistema é de aproximadamente 22 dias. Porém, o tempo de

detenção real está em torno de 17 dias, devido ao volume de lodo interno (25% do

volume da lagoa).

O corpo receptor dos efluentes é o Córrego Pouso Alto, corpo d´água classe 2,

afluente do Rio Canoas (manancial responsável por 80% do abastecimento público da

cidade de Franca). No ponto do lançamento a Q7,10 (vazão mínima de sete dias

consecutivos e período de retorno de 10 anos) é de 6,55 l.s-1. A adução do efluente

para a área da pesquisa foi feita por gravidade por meio de uma tubulação mista de

ferro fundido com diâmetro de 100 mm e PVC com diâmetro de 50 mm.

Figura 3.20 - Fluxograma e foto aérea da ETE City Petrópolis, operada pela SABESP

(Fonte: AUTOR, 2008 e SALOMÃO, 2012)

Page 108: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

84

A água limpa utilizada na irrigação é de uma represa (Figura 3.21), proveniente

de um barramento no córrego Pouso Alto, a montante do lançamento da ETE City

Petrópolis, de onde é aduzida por gravidade até os reservatórios do experimento, por

meio de duas tubulações (em paralelo) de PVC 50 mm.

Figura 3.21 - Represa utilizada como fonte de água limpa

(Fonte: AUTOR, 2009)

A caracterização do esgoto afluente e efluente da ETE City Petrópolis e da

água da represa, foi realizada por meio de uma série de campanhas, através de

amostras compostas. As análises dos atributos foram feitas no laboratório de Controle

Sanitário da Sabesp, cujos métodos são certificados pela ISO 9001-2000 (International

Standard Organization, versão 9001, do ano de 2000) e credenciados no INMETRO

(Instituto Nacional de Metrologia, Normalização, e Qualidade Industrial) e de acordo

com o “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” - 20a ed.-

AWWA (American Water and Wastewater Association).

Nas Tabelas 3.9, 3.10 e 3.11, são descritos os resultados dos atributos físicos,

químicos e microbiológicos monitorados na água da represa, no afluente e efluente da

ETE City Petrópolis.

Page 109: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

85

Tabela 3.9 - Caracterização da água da represa

Parâmetro Unidade Média Desvio Padrão

Alumínio Total mg L-1 0,093 0,038

Antimônio mg L-1 < 0,0040 -

Arsênio mg L-1 < 0,0050 -

Bário mg L-1 < 0,070 -

Boro mg L-1 < 0,50 -

Cádmio mg L-1 < 0,0010 -

Cálcio mg L-1 0,783 -

Chumbo mg L-1 < 0,0030 -

Cianeto mg L-1 <0,002 -

Cloreto mg L-1 3 2

Cobre mg L-1 < 0,005 -

Coli Total NMP 100mL-1 1,42E+04 1,23E+04

Condutividade µS.cm-1 20,82 2,45

Cor Verdadeira UC 12 5

Cromo Total mg L-1 < 0,010 -

DBO mg L-1 < 4 -

DQO mg L-1 13,6 3,5

E. coli NMP 100mL-1 1,48E+3 1,46E+3

Estanho mg L-1 < 1,5 -

Ferro Dissolvido mg L-1 0,359 0,418

Fluoreto mg L-1 < 0,1 -

Fósforo mg L-1 0,08 0,03

Magnésio mg L-1 0 -

Manganês Total mg L-1 0,034 0,018

Mercúrio mg L-1 < 0,00050 -

Nitrato mgNO3-N L-1 < 1 -

Nitrito mg L-1 < 0,2 -

Nitrogênio Amoniacal mg L-1 0,20 0,09

Óleos e graxas mg L-1 0 -

Oxigênio Dissolvido mg L-1 7,0 0,8

pH - 7,1 0,3

Prata mg L-1 < 0,010 -

Selênio mg L-1 < 0,0030 -

Sódio Total mg L-1 < 0,50 -

Sólidos Sedimentáveis mg L-1 < 0,10 -

Sólidos Dissolvidos Totais mg L-1 < 60 -

Sulfato mg L-1 < 10 -

Sulfetos mg L-1 < 0,005 -

Surfactantes aniônicos mg L-1 < 0,15 -

Temperatura da amostra ºC 20 -

Turbidez NTU 20,3 2,1

Zinco mg L-1 < 0,010 -

Page 110: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

86

Tabela 3.10 - Caracterização do afluente da ETE City Petrópolis

Parâmetro Unidade Média Desvio Padrão

Antimônio mg L-1 < 0,0040 -

Arsênio mg L-1 < 0,0050 -

Bário mg L-1 < 0,070 -

Boro mg L-1 < 0,50 -

Cádmio mg L-1 < 0,0010 -

Cálcio mg L-1 38,95 -

Chumbo mg L-1 < 0,0030 -

Cianeto mg L-1 <0,002 -

Cloreto mg L-1 184 125

Cobre mg L-1 < 0,005 -

Coli Total NMP 100mL-1 1,15E+8 4,83E+7

Condutividade µS.cm-1 1180,2 282,0

Cromo Total mg L-1 < 0,010 -

DBO mg L-1 637 111

DQO mg L-1 1327 254

E. coli NMP 100mL-1 2,45E+7 1,21E+7

Estanho mg L-1 < 1,5 -

Ferro Dissolvido mg L-1 0,540 0,236

Fluoreto mg L-1 0,7 0,1

Fósforo mg L-1 11,25 0,07

Magnésio mg L-1 7,59 -

Manganês Dissolvido mg L-1 0,048 0,020

Mercúrio mg L-1 < 0,00050 -

Nitrato mgNO3-N L-1 1,01 0,01

Nitrogênio Amoniacal mg L-1 68,0 25,9

Óleos e graxas mg L-1 131 71

pH - 7,1 0,4

Prata mg L-1 < 0,010 -

Selênio mg L-1 < 0,0030 -

Sódio Total mg L-1 88,99 13,07

Sólidos Sedimentáveis mg L-1 6,8 1,1

Sólidos Dissolvidos Totais mg L-1 257 105

Sulfetos mg L-1 1,980 1,970

Temperatura da amostra ºC 25 1

Zinco mg L-1 < 0,010 -

Page 111: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

87

Tabela 3.11 - Caracterização do efluente da ETE City Petrópolis

Parâmetro Unidade Média Desvio Padrão

Antimônio mg L-1 < 0,0040 -

Arsênio mg L-1 < 0,0050 -

Bário mg L-1 < 0,070 -

Boro mg L-1 < 0,50 -

Cádmio mg L-1 < 0,0010 -

Cálcio mg L-1 36,27 -

Chumbo mg L-1 < 0,0030 -

Cianeto mg L-1 <0,002 -

Cloreto mg L-1 140 46

Cobre mg L-1 < 0,005 -

Coli Total NMP 100mL-1 5,63E+6 2,96E+6

Condutividade µS.cm-1 795,20 48,84

Cromo Total mg L-1 < 0,010 -

DBO mg L-1 143 25

DQO mg L-1 491 14

E. coli NMP 100mL-1 1,43E+6 8,85E+5

Estanho mg L-1 < 1,5 -

Ferro Dissolvido mg L-1 0,325 0,088

Fluoreto mg L-1 0,7 0,1

Fósforo mg L-1 6,80 1,00

Magnésio mg L-1 5,472 -

Manganês Dissolvido mg L-1 0,051 0,021

Mercúrio mg L-1 < 0,00050 -

Nitrato mgNO3-N L-1 <1 -

Nitrogênio Amoniacal mg L-1 31,7 3,1

Óleos e graxas mg L-1 15 7

pH - 7,3 0,1

Prata mg L-1 < 0,010 -

Selênio mg L-1 < 0,0030 -

Sódio Total mg L-1 70,70 9,67

Sólidos Sedimentáveis mg L-1 < 0,10 -

Sólidos Dissolvidos Totais mg L-1 352 176

Sulfetos mg L-1 0,5313 0,5628

Temperatura da amostra ºC 21 1

Zinco mg L-1 < 0,010 -

Verifica-se, de acordo com as Tabelas 3.10 e 3.11, que a ETE City Petrópolis

possui uma eficiência satisfatória, pois apresenta as seguintes eficiências médias de

remoção: de 78% para DBO, 63% para DQO, 95% para Coli Total, 94 % para E. Coli e

praticamente 100% para sólidos sedimentáveis.

Page 112: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

88

Quanto à RAS (Razão de Adsorção de Sódio) do efluente, utilizaram-se as

seguintes concentrações para o cálculo:

Sódio = 70,70 mg L-1 = 3,07 mEq L-¹

Cálcio = 36,27 mg L-1 = 1,81 mEq L-¹ = 1,81 mmol L-¹

Magnésio = 5,472 mg L-1 = 0,45 mEq L-¹ = 0,45 mmol L-¹

Condutividade elétrica = 795,2 µs cm-1 = 795,2 micromhos cm-1 = 0,795 ds m-1

O valor da RAS calculada equivale a 2,89. De acordo com o diagrama para

classificação de água de irrigação, são águas com salinidade alta e baixa sodificação,

não podendo ser usadas em solos de drenagem deficiente, prestando-se para culturas

com boa tolerância salina.

3.6 Monitoramento do DAP

Um dos atributos utilizados pela Engenharia Florestal para medir a

produtividade da cultura é o DAP (diâmetro à altura do peito), medido a 1,30 m da base

do tronco. A análise do DAP foi realizada bimestralmente até o mês de junho de 2008 e

mensalmente após esse período. Esse atributo foi monitorado por meio de medição,

utilizando como instrumento o paquímetro (Figura 3.22). Os resultados do

monitoramento do DAP estão contidos nas dissertações de mestrado desenvolvidas no

campo experimental (VERONÊZ, 2009 e SALOMÃO, 2012).

Page 113: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

89

Figura 3.22 - Medição do DAP do caule do eucalipto

(Fonte: SALOMÃO, 2012)

3.7 Monitoramento dos Lixiviados

Para monitoramento dos líquidos lixiviados foram realizadas 10 campanhas de

amostragem. Estas campanhas ocorreram nos meses de: maio/2008, setembro/2008,

novembro/2008, junho/2009, março/2010, Julho/2010, dezembro/2010, março/2010,

Julho/2011 e Dezembro/2011. Nessas campanhas os lixiviados armazenados nos

coletores de 0,30, 0,60 e 0,90 m de profundidade foram coletados e encaminhados para

análise no laboratório da SABESP/Franca.

As coletas foram realizadas com o auxilio de uma bomba de vácuo e acessórios

de vidraria (um frasco com capacidade de um litro e um frasco pulmão com capacidade

para 10 litros), conforme pode ser observado na Figura 3.23.

Page 114: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

90

Figura 3.23 - Coleta do percolado armazenado no coletor de drenagem livre (Fonte: AUTOR, 2008)

Devido à grande quantidade de amostras, padronizou-se em cada campanha,

que as coletas nas diferentes profundidades seriam alternadas. Dessa forma, em uma

semana coletavam-se amostras nos coletores de 0,30 m de profundidade; na outra, os

de 0,60 m e na outra os de 0,90 m, nem sempre nessa seqüência. Foi necessário

executar essa alternância por uma questão de logística, para entrada das amostras no

laboratório da SABESP/Franca.

Durante as campanhas de amostragem, alguns coletores não possuíam líquido

armazenado para captação. Em todos os coletores com líquidos armazenados, foram

analisados os seguintes atributos: Cádmio total, Chumbo total, Cobre total,

Condutividade, Cromo total, Nitrato, pH, Sódio Total, Zinco Total, Cálcio Total e

Magnésio Total.

Foram analisados os seguintes parâmetros em um coletor de cada tratamento

de cada profundidade que continha líquido percolado: Alcalinidade Total, Coliformes

totais e Escherichia coli (99% dos coliformes termotolerantes presente no efluente

doméstico é E. coli), Cloretos, DBO, DQO, Nitrogênio Amoniacal e Sólidos Totais.

Page 115: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

91

Os resultados do monitoramento dos lixiviados são apresentados nas

dissertações de mestrado desenvolvidas no campo experimental (VERONÊZ, 2009 e

SALOMÃO, 2012).

3.8 Determinação da Produção

Nos meses de agosto e setembro do ano de 2012 foi realizada a colheita do

eucalipto. A empresa que adquiriu a madeira foi responsável pelo corte. Esse corte foi

realizado por meio de motoserra. Primeiramente foram cortadas as bordaduras,

deixando as plantas referentes aos tratamentos ainda de pé, e posteriormente foram

cortadas as plantas dos tratamentos. Para aferição da quantidade de madeira produzida

por cada tratamento, foram cortadas peças de um metro de comprimento e empilhadas

(conforme pode ser observado na Figura 3.24). Em cada pilha foram executadas seis

medições de alturas e obtido o valor médio. A partir do produto da altura média pelo

comprimento e largura foi obtido o volume em metro estéreo. Esse procedimento foi

feito para cada tratamento individualmente, ou seja, os eucaliptos de cada tratamento

eram cortados, empilhados e medidos.

Figura 3.24 - Eucalipto empilhado para aferição do volume (Fonte: AUTOR, 2012)

Page 116: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

92

3.9 Modelo Econômico

O modelo econômico foi desenvolvido utilizando a planilha eletrônica do

software Microsoft Office Excel. O modelo contou com variáveis de entrada que

permitiram inserir dados de acordo com os diferentes cenários.

Nesse modelo também foi possível por meio do fluxo de caixa gerado,

constituído por receitas e despesas, calcular os índices econômicos (VPL e TIR) que

auxiliaram na análise econômica dos cenários propostos.

Para a determinação das despesas e receitas de entrada no modelo serão

considerados os seguintes cenários:

Cenário 1: Atender a legislação adequando o sistema de tratamento e afastamento de

esgoto existente.

Cenário 2: Aplicação do efluente tratado na irrigação de cultura de eucalipto.

Cenário 3: Cultura de sequeiro, sem aplicar qualquer tipo de irrigação. Foi considerada

a produtividade obtida no experimento (tratamento 8).

Cenário 4: Aplicação de água natural na irrigação de cultura de eucalipto. Foi

considerada a produtividade obtida no experimento (tratamento 2).

A análise econômica foi desenvolvida de duas formas no presente trabalho,

uma considerando o interesse do agricultor e a outra a do operador do sistema de

saneamento. As duas formas são descritas a seguir:

1) Interesse do Agricultor: Compararam-se os cenários de sequeiro

(cenário 3) e os irrigados com efluente (cenários 2) e água natural

(cenário 4), para isso considerou-se a área de 1 hectare (10.000 m²);

Page 117: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

93

2) Interesse do operador do sistema de saneamento: Consideraram-se

as áreas necessárias de cada tratamento para absorver todo esgoto

gerado na ETE (3,5 l.s-1), comparando a adequação do sistema de

esgotamento sanitário (cenário 1) com o cenário que recebeu irrigação

com efluente sanitário (cenário 2).

O primeiro tipo de análise permitiu avaliar qual dos cenários (2, 3 e 4) é mais

viável economicamente por hectare. Essa forma de análise é importante para verificar

se a irrigação, tanto com água natural quanto com efluente, pode competir com a

cultura de sequeiro.

No segundo tipo de análise comparou-se o cenário 1 com o cenário irrigado

com efluente. Nesse caso, as áreas são variáveis devido à lâmina aplicada em cada

tratamento. Assim, foi possível verificar se o cenário irrigado com efluente é mais viável

do que a adequação do sistema de afastamento e tratamento de esgotos.

Page 118: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

94

Figura 3.25 - Representação esquemática da comparação dos cenários da análise econômica

(Fonte: AUTOR, 2015)

No setor florestal tem sido comum adotar taxas de desconto (custo de

oportunidade ou custo de capital) entre 6 e 12% ao ano. No presente trabalho adotou-

se o valor de 8,06 %, sendo a mesma taxa utilizada pela SABESP (Companhia de

Saneamento Básico do Estado de São Paulo) na avaliação de empreendimentos

relacionados a saneamento básico.

Page 119: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

95

3.10 Determinação dos Custos do Projeto

Para o desenvolvimento do presente trabalho contou-se com mão-de-obra

subsidiada por meio de estagiários da Unicamp e do Centro Paula Souza. Mudas

doadas pela VCP e auxílio da Sabesp no monitoramento ambiental.

Na avaliação econômica todos os custos utilizados foram baseados em valores

de mercado, levantados na pesquisa bibliográfica e atualizados para o ano de 2014.

Os custos foram subdivididos para melhor ordenação, conforme descrição a

seguir:

Custos de planejamento: nesses custos estão incluídas as despesas de

projetos e orientação, levantamentos topográficos e demarcação de áreas de

preservação permanentes como reserva legal, licenciamentos ambientais e inventário

florestal.

Custos de pré-plantio: envolvem atividades para correção do solo, construção

de bacias de retenção, controle de plantas daninhas, subsolagem e controle de

formigas.

Custos de plantio: nesses custos estão as despesas relacionadas ao plantio,

tais como as mudas, a adubação de base, o controle sistemático das formigas e a

irrigação inicial.

Custos de manutenção da cultura de eucalipto: esses custos referem-se a

manutenção da área do plantio, tais como controle das formigas, adubação de

cobertura, controle de daninhas, coroamento e gastos comuns de manutenção anual.

Page 120: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

96

Custo da terra: foi adotado o valor médio de arrendamento da terra na região

de Franca, de acordo com os dados do ano de 2014 do Instituto de Economia Agrícola

de São Paulo (IEA, 2014);

Custos de colheita e transporte: não houve esses custos na pesquisa, pois a

comercialização da produção foi feita através da madeira em pé.

Custos de implantação do sistema de irrigação: esses custos referem-se a

implantação do sistema de irrigação e são relacionados:

Adução do efluente;

Adução da água natural;

Reservação;

Casa de bombas;

Conjuntos motobombas para pressurização da irrigação;

Tubulação e acessórios para condução dos líquidos;

Aspersores.

Custos de energia elétrica do sistema de irrigação: esses custos referem-se

às despesas com energia elétrica do sistema de irrigação. Nos cenários 2, 3 e 4 os

custos foram calculados considerando a potência consumida pelos conjunto moto-

bombas (KWh) multiplicada pelo valor da tarifa da concessionária, nesse caso, utilizou-

se o valor pago pela unidade escolar (Tarifa - Baixa Tensão, classificação CPFL: B3 -

Poder Público Estadual).

Custos de mão de obra para irrigação: esses custos referem-se as despesas

com mão de obra para operacionalizar o sistema de irrigação.

Custos de manutenção do sistema de irrigação: referem-se as despesas

com a manutenção dos dispositivos do sistema de irrigação (bombas, aspersores, etc).

Page 121: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

97

Custos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos: referem-se aos valores

destinados ao pagamento pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos. No cenário 3

não há uso da água, pois trata-se da cultura de sequeiro. O cenário 4 também não

incide cobrança, pois o uso na irrigação ainda não está regulamentado. No cenário 2

existe esse custo, apesar da cobrança para irrigação não estar regulamentada, quando

se pratica a irrigação com efluentes oriundos de sistemas de tratamento, os mesmos

deixam de ser lançados no corpo receptor, ou seja, nesse caso o responsável por

operar o sistema de saneamento do município não paga pela parcela referente ao

lançamento de efluentes. Em contrapartida, quando se utiliza o efluente na irrigação,

aumenta a parcela do consumo de água, pois esse volume é calculado por meio da

diferença entre a quantidade captada e a lançada no corpo receptor. Para calcular o

valor utilizaram-se os dados de vazão da ETE fornecidos pela SABESP e os valores

estabelecidos pelo CBH/SMG (Comitê da Bacia Hidrográfica do Sapucaí-Mirim/Grande).

Custos com monitoramento ambiental: referem-se as despesas com

monitoramento ambiental da água e do solo. Os cenários 3 e 4 não tiveram esse custo,

pois não receberam irrigação com efluente. No cenário 2 essa despesa foi calculada

considerando os parâmetros recomendados por normas técnicas e os valores de

mercado para execução das análises.

3.11 Receitas obtidas com a venda da madeira

Segundo valores levantados pelo Instituto de Economia Agrícola a cotação

média de madeira de eucalipto para venda no Estado de São Paulo, no ano de 2014, é

de R$ 69,14 por m³. Esse valor se refere à média das cotações de madeira de eucalipto

para as seguintes finalidades: energia, processo, tratamento e serraria (IEA, 2014).

No presente trabalho a madeira de eucalipto foi vendida em pé, ou seja, o custo

de corte e transporte da madeira ficou por conta do comprador. Na região de Franca o

Page 122: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

98

valor médio atual de eucalipto em pé para lenha é de R$ 40,00 por metro estéreo (ano

2014), que equivale a R$ 57,14 por metro cúbico. Foi adotado esse valor no cálculo das

receitas dos cenários 2, 3 e 4.

3.12 Investimentos necessários no sistema caso não se implante o

reuso

Conforme já abordado anteriormente, para alguns parâmetros o sistema de

tratamento de efluentes atende ao padrão de lançamento, porém não consegue atender

a todos os parâmetros de qualidade requeridos para o corpo receptor, em virtude da

baixa capacidade de diluição. Nessa situação, caso não se realize o reuso do efluente

será necessária a implantação de uma das soluções descritas abaixo de forma a

garantir o atendimento da legislação quanto ao padrão do corpo receptor:

Reversão dos esgotos por meio de uma estação elevatória de esgotos

para que eles possam ser processados numa outra ETE da cidade de

Franca e lançados em um outro corpo receptor;

Adequação do sistema de tratamento de esgotos implantando um

processo terciário de tratamento, como o físico-quimico, por exemplo, e

mantendo o ponto de lançamento atual;

Lançamento do efluente tratado na ETE City Petrópolis, sem nenhuma

adequação na unidade existente, em outro corpo receptor ou num ponto a

jusante do corpo receptor atual, onde exista mais vazão e

consequentemente maior poder de depuração.

Qualquer dessas soluções pode significar a necessidade de grandes

investimentos financeiros.

Page 123: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

99

Apesar de a ETE City Petrópolis operar com eficiência adequada, o corpo

receptor não atinge os parâmetros de qualidade requeridos, em virtude da baixa vazão

do córrego no ponto de lançamento.

Esse mesmo tipo de problema ocorre em outras estações de tratamento de

esgoto existentes em Franca. Por esse motivo, a Sabesp contratou com a empresa

Partner Engenharia & Gerenciamento Ltda um estudo denominado “Alternativas do

Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Franca”, que examinou as várias

alternativas para o sistema de esgotos de Franca para atendimento da cidade no futuro.

Na alternativa selecionada a solução escolhida para a bacia do City Petrópolis foi a

desativação da ETE existente e implantação de uma EEE para transporte do esgoto

para a denominada Bacia Luiza, cujos esgotos são tratados na ETE Luiza.

Sendo assim, para a situação em que o efluente da ETE não é aplicado na

irrigação da cultura de eucalipto, foi considerado o custo da solução adotada pela

SABESP descrita acima.

3.13 Horizonte de Projeto

Para se executar a análise e a avaliação econômica de um empreendimento é

necessário definir os limites temporais. Esses limites são definidos como horizonte de

projeto. No presente trabalho será adotado um horizonte de projeto de 22 anos. O

trabalho no campo experimental, primeiro ciclo, durou 5,5 anos (66 meses) do plantio a

colheita. Sendo assim, serão considerados 4 ciclos de plantio (4 x 5,5 = 22 anos).

Adotou-se esse horizonte, por dois motivos: os períodos de projeto de

empreendimentos florestais costumam variar de 20 a 30 anos; o fato de o Contrato de

Programa que a SABESP mantém com o município de Franca para operar o sistema de

saneamento básico da cidade se encerrar no ano de 2036.

Page 124: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

100

Dessa forma, esse horizonte de projeto seria suficiente para finalização do

empreendimento dentro do período de concessão da SABESP.

Para os ciclos 2, 3 e 4 foram adotados os mesmos custos de implantação da

cultura de eucalipto do primeiro ciclo. Em todos os cenários irrigados foi previsto uma

substituição do sistema de irrigação na metade do horizonte de projeto, devido a vida

útil dos materiais e equipamentos.

As despesas com a manutenção da cultura de eucalipto, do sistema de

irrigação serão as mesmas do primeiro ciclo. Os custos com a operação do sistema de

irrigação também serão mantidos.

3.14 Atualização de valores

Os valores de investimentos, custos e receitas da bibliografia utilizados no

presente trabalho foram atualizados considerando o ano base de 2014.

Para os valores com datas de referência anteriores ao ano de 2014 utilizou-se o

IPG-M (Índice Geral de Preços do Mercado) acumulado de cada ano, calculado pela

Fundação Getúlio Vargas.

Page 125: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

101

4. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

4.1 Produtividade

No cálculo da produtividade considerou-se apenas a área dos tratamentos,

excluindo-se a superfície das bordaduras e demais áreas.

Para delimitar a área produtiva dos tratamentos, obteve-se o produto do número

de plantas de cada tratamento por 6,0 m² (devido a área de influência, espaçamento 3,0

x 2,0).

A produtividade de cada tratamento foi aferida por meio da medição do volume

em metro estéreo. Para conversão em metro cúbico foi utilizado o fator de conversão

0,70, ou seja, 1 metro estéreo equivale a 0,70 m³ (SBS, 2008).

Na tabela 4.1 são apresentados os resultados da avaliação estatística descritiva

da produtividade de eucalipto nas quatro repetições de cada tratamento.

Tabela 4.1 – Síntese da estatística descritiva da produtividade de eucalipto nos tratamentos

Parâmetros T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8

Mínimo (m³.ha-1

) 227,56 345,15 505,76 493,40 417,70 329,23 467,49 311,06

Máximo (m³.ha-1

) 494,26 510,42 609,82 592,15 721,67 539,19 626,89 534,43

Mediana (m³.ha-1

) 279,81 440,13 580,35 514,42 514,66 433,63 581,48 347,29

Média Aritmética (m³.ha-1

) 320,36 433,96 569,07 528,60 542,17 433,92 564,33 385,02

Desvio Padrão (m³.ha-1

) 121,83 67,95 46,61 43,88 136,24 95,76 74,06 102,71

Coeficiente de Variação (%) 38,03% 15,66% 8,19% 8,30% 25,13% 22,07% 13,12% 26,68%

Page 126: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

102

Figura 4.1 - Comparação dos volumes médios de madeira produzidos nos

tratamentos por hectare (Fonte: AUTOR, 2015)

Para facilitar a análise da Tabela 4.1 e da Figura 4.1 a seguir são

reapresentadas as informações de cada tratamento.

T1 - Irrigação com água (necessidade hídrica) sem adubação;

T2 - Irrigação com água (necessidade hídrica) mais adubação;

T3 - Irrigação com efluente (1/3 da necessidade hídrica) mais adubação;

T4 - Irrigação com efluente (1/2 da necessidade hídrica) mais adubação;

T5 - Irrigação com efluente (necessidade hídrica) mais adubação;

T6 - Irrigação com efluente (necessidade hídrica) sem adubação;

T7 - Irrigação com efluente (1,5 da necessidade hídrica) mais adubação;

T8 - Sequeiro sem adubação.

Analisando a Tabela 4.1 e a Figura 4.1, verifica-se que todos os tratamentos

irrigados, exceto o tratamento 1, apresentaram produtividade superior ao tratamento 8

que não foi irrigado. Comparando os valores médios dos tratamentos irrigados com

esgoto com o tratamento 8, verifica-se que o T3 teve uma produtividade 48% maior,

seguido do T7 com 47%, do T5 com 41%, do T4 com 37% e do T6 com 13%. Na

Page 127: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

103

comparação do T8 com os tratamentos irrigados com água natural, o T2 apresentou

uma produtividade 13% maior, enquanto o T1 produziu 17% menos que T8.

Comparando o tratamento 2, que recebeu a necessidade hídrica de irrigação

com água natural e adubação química, com os tratamentos irrigados com efluente,

verifica-se que o T3 apresentou produtividade média 31% superior, seguido do T7 com

30%, do T5 com 25% e do T4 com 22%. O tratamento 6 que recebeu a necessidade

hídrica de irrigação com efluente e não foi adubado quimicamente, teve produtividade

praticamente semelhante ao T2, infere-se, dessa forma, que os nutrientes presentes no

esgoto podem substituir a adubação química.

Como já informado nesse trabalho, não foram encontradas referências relativas

à produtividade de eucalipto irrigado com efluentes.

Tomazello Filho (2006) aponta que a cultura de eucalipto com manejo

tradicional, com a aplicação de fertilizantes, tem uma produtividade média de 49

m³.ha-1.ano-1. No caso de se associar a irrigação com a fertilização a produção atinge

68 m³.ha-1.ano-1, representando um acréscimo de 39% quando comparado ao manejo

tradicional.

Verifica-se que os valores médios de produtividade dos tratamentos irrigados

com efluente tiveram uma produção entre 78,89 (T6) e 103,47 m³.ha-1.ano-1 (T3).

Comparando com a produtividade do eucalipto fertiirrigado de 68 m³.ha-1.ano-1

(TOMAZELLO FILHO, 2006), têm-se um acréscimo oscilando de 16% a 52%.

Outros trabalhos, que analisaram o incremento de produtividade de culturas

agrícolas diante da aplicação de efluente sanitário na irrigação, apresentaram os

seguintes resultados em relação ao manejo tradicional, irrigação com água natural mais

adubação (BELLINGIERI, 2005):

Trigo – incremento de produtividade de 28%;

Page 128: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

104

Batata – incremento de produtividade de 30%;

Algodão – incremento de produtividade de 41%;

Milho – incremento de produtividade de 6%;

Girassol – incremento de produtividade de 21%;

Sorgo – redução de produtividade de 5%.

Para análise de variância foi aplicado o teste de normalidade de Kolmogorov-

Smirnov. Verificou-se que a produtividade dos tratamentos apresentou uma distribuição

gaussiana (distribuição normal). Portanto, optou-se pela utilização do teste de Tukey

(teste paramétrico), em nível de significância de 5% (p<0,05). A Tabela 4.2 apresenta a

síntese da análise de variância.

Tabela 4.2 – Síntese da análise de Variância pelo método Tukey (5%) Tratamentos Comparados Análise de Variância

T1 e T2 NS

T1 e T3 < 0.05

T1 e T4 NS

T1 e T5 < 0.05

T1 e T6 NS

T1 e T7 < 0.05

T1 e T8 NS

T2 e T3 NS

T2 e T4 NS

T2 e T5 NS

T2 e T6 NS

T2 e T7 NS

T2 e T8 NS

T3 e T4 NS

T3 e T5 NS

T3 e T6 NS

T3 e T7 NS

T3 e T8 NS

T4 e T5 NS

T4 e T6 NS

T4 e T7 NS

T4 e T8 NS

T5 e T6 NS

T5 e T7 NS

T5 e T8 NS

T6 e T7 NS

T6 e T8 NS

T7 e T8 NS Obs: p < 0.05 (diferença significativa); NS – (diferença não significativa)

Page 129: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

105

4.2 Receita Auferida

A receita foi calculada a partir do volume médio de produtividade e do valor

auferido pela venda do eucalipto referente à área dos tratamentos implantados. O preço

atualizado para o ano de ano de 2014 obtido na venda da madeira em pé foi de R$

40,00 por metro estéreo (equivalente a R$ 57,14 por metro cúbico). Na Tabela 4.3 são

apresentados os valores obtidos em cada tratamento e o que poderia ser arrecadado

caso fosse plantado 1 hectare.

Tabela 4.3 - Receita por hectare obtida em cada tratamento com venda do eucalipto – Ano Base 2014

Tratamentos Produtividade Média (m³.ha-1

) Valor (R$)

T1 320,36 18.305,23

T2 433,96 24.796,33

T3 569,07 32.516,66

T4 528,60 30.203,92

T5 542,17 30.979,74

T6 433,92 24.794,19

T7 564,33 32.245,96

T8 385,02 21.999,90

4.3 Investimentos e custos do Cenário 1

A SABESP contratou a empresa Partner Engenharia & Gerenciamento Ltda

para elaborar o estudo denominado “Elaboração de Estudo de Alternativas do Sistema

de Esgotamento Sanitário do Município de Franca”. Nesse trabalho, foi verificada a

inviabilidade de adequação da ETE City Petrópolis e foi proposta a sua desativação,

tendo em vista a baixa vazão afluente e se tratar de um sistema de tratamento de

pequeno porte com baixa escala.

Page 130: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

106

A solução recomendada foi a reversão dos esgotos afluentes a ETE-City

Petropólis para a ETE-Luiza, um sistema existente de tratamento de esgotos por lodos

ativados com aeração prolongada.

Para essa reversão está prevista a implantação de uma estação elevatória de

esgotos orçada em R$ 940.000,00 e uma linha de recalque com 1568,40 m de

comprimento, 150 mm de diâmetro, material PVC-DEFOFO com custo R$ 377.765,38,

totalizando R$ 1.317.765,38 (PARTNER, 2014).

De acordo com Partner (2014) o custo operacional anual do cenário 1, incluindo

energia elétrica da EEE-City Petrópolis será de aproximadamente R$ 8.000,00.

4.4 Custos de implantação e manutenção da cultura de eucalipto

Para os cenários 2, 3 e 4 utilizou-se o valor de mercado, considerando o ano

base de 2014.

Os custos foram levantados por hectare para execução da análise e

comparação da viabilidade econômica entre a cultura de sequeiro e irrigada com água e

efluente.

Para possibilitar a comparação entre o cenário 2 (irrigado com efluente) e o

cenário 1 (implantação da solução adotada pela Sabesp), foi necessário determinar a

área equivalente para cada tratamento que possibilita a absorção de todo efluente

gerado na ETE (3,5 l.s-1), devido às respectivas lâminas de irrigação. Assim, os custos

considerados foram proporcionais às respectivas áreas.

Na Tabela 4.4 são apresentadas as áreas necessárias para absorver todo o

efluente gerado na ETE.

Page 131: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

107

Tabela 4.4 - Áreas necessárias de cada tratamento para absorver o esgoto gerado na ETE City Petrópolis

Tratamentos Área (ha)

T3 12,96

T4 8,64

T5 4,32

T6 4,32

T7 2,88

4.4.1 Custos de Planejamento

Foi considerado o valor de Souza Junior (2012) atualizado para o ano de 2014.

Então para os cenários 2, 3 e 4 foi adotado o valor de R$ 193,41 por hectare para

ações de planejamento de implantação da cultura de eucalipto.

A Tabela 4.5 apresenta os valores de planejamento para implantação de cultura

de eucalipto para absorção de todo efluente gerado na ETE-City Petrópolis.

Tabela 4.5 - Custos de planejamento para implantação da cultura de eucalipto para absorção do efluente gerado na ETE City Petrópolis (Cenário 2) – Ano Base

2014

Tratamentos Área para absorção de todo

efluente (ha) Valor Planejamento - Cenário 2

(R$)

T3 12,96 2.506,59

T4 8,64 1.671,06

T5 4,32 835,53

T6 4,32 835,53

T7 2,88 557,02

4.4.2 Custos de pré-plantio

Para estimativa de custos dos cenários 2, 3 e 4 foram utilizados valores de

mercado (IMEA, 2014), esses custos foram de R$ 489,99 por hectare.

A Tabela 4.6 apresenta os custos de pré-plantio para absorção de todo efluente

gerado na ETE.

Page 132: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

108

Tabela 4.6 - Custos de pré-plantio da cultura de eucalipto para absorção do efluente gerado na ETE City Petrópolis (Cenário 2) – Ano Base 2014

Tratamento Valor pré-plantio

Cenário 2 (R$)

T3 6.350,27

T4 4.233,51

T5 2.116,76

T6 2.116,76

T7 1.411,17

4.4.3 Custos de plantio

Nos cenários 2, 3 e 4 esses custos foram de R$ 1.781,58 por hectare (IMEA,

2014).

Na Tabela 4.7 são apresentados os custos para absorção de todo efluente

gerado na ETE.

Tabela 4.7 - Custos de plantio da cultura de eucalipto para absorção do efluente gerado na ETE City Petrópolis (Cenário 2) – Ano Base 2014

Tratamento Valor plantio

Cenário 2 (R$)

T3 23.089,28

T4 15.392,85

T5 7.696,43

T6 7.696,43

T7 5.130,95

É possível aproveitar a brotação das cepas do eucalipto após o corte. A cepa

pode ser aproveitada por mais duas vezes sem a necessidade de replantio. Porém, há

uma queda de produtividade após a primeira colheita, justificando, em alguns casos,

eliminar as cepas e executar o replantio na área (EMBRAPA, 2000). No presente

estudo, optou-se por realizar as simulações econômicas considerando a eliminação das

cepas e a execução de replantio. Sendo assim, adotou-se que os demais cortes terão a

mesma produtividade do primeiro.

Page 133: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

109

4.4.4 Custos de Manutenção do eucalipto

Os custos de manutenção da cultura de eucalipto para os cenários da pesquisa

são apresentados nas Tabelas 4.8 e 4.9 (IMEA, 2014).

Tabela 4.8 - Custos de manutenção da cultura de eucalipto por hectare nos cenários 2, 3 e 4 – Ano Base 2014

Atividades

Cenários 2, 3 e 4

Mão-de-obra (R$.ha

-1)

Insumos (R$.ha-1

) Total (R$.ha-1

)

Controle de formigas 11,18 12,00 23,18

Coroamento 40,00 - 40,00

Controle de daninhas c/ 6 meses 48,53 132,00 180,53

Adubação de cobertura c/ 6 meses

15,55 490,00 505,55

Controle de formigas c/ 6 meses 22,36 16,00 38,36

Controle de daninhas com 12 meses

39,84 39,00 78,84

Adubação de cobertura c/ 12 meses

9,96 210,00 219,96

Gasto anual - 2° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 3° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 4° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 5° ano 70,49 20,52 91,01

Gasto anual - 6° ano 35,25 10,26 45,51

Total 504,62 991,34 1.495,97

Tabela 4.9 - Custos de manutenção da cultura de eucalipto para absorção do

efluente gerado na ETE City Petrópolis (Cenários 2) - Ano Base 2014

Atividades Cenário 2 (R$)

T3 T4 T5 T6 T7

Controle de formigas 300,41 200,28 100,14 100,14 66,76 Coroamento 518,40 345,60 172,80 172,80 115,20 Controle de daninhas c/ 6 meses

2.339,67 1.559,78 779,89 779,89 519,93

Adubação de cobertura c/ 6 meses

6.551,93 4.367,95 2.183,98 - 1.455,98

Controle de formigas c/ 6 meses

497,15 331,43 165,72 165,72 110,48

Controle de daninhas com 12 meses

1.021,77 681,18 340,59 340,59 227,06

Adubação de cobertura c/ 12 meses

2.850,68 1.900,45 950,23 - 633,48

Gasto anual - 2° ano 1.179,49 786,33 393,16 393,16 262,11 Gasto anual - 3° ano 1.179,49 786,33 393,16 393,16 262,11 Gasto anual - 4° ano 1.179,49 786,33 393,16 393,16 262,11 Gasto anual - 5° ano 1.179,49 786,33 393,16 393,16 262,11 Gasto anual - 6° ano 589,74 393,16 196,58 196,58 131,05

Total 19387,71 12925,15 6462,57 3328,36 4308,38

Page 134: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

110

4.4.5 Custo da Terra

Nos cenários 2, 3 e 4 será adotado o valor médio de arrendamento da terra na

região de Franca, que de acordo com os dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola

de São Paulo) custa R$ 658,29 por hectare ao ano (IEA, 2014).

Os custos da terra do cenário 2 para absorção de todo efluente gerado na ETE

City Petrópolis são apresentados na Tabela 4.10.

Tabela 4.10 - Custos de arrendamento da terra para absorção do efluente gerado na ETE City Petrópolis (Cenário 2) – Ano Base 2014

Tratamento Área (ha) Valor arrendamento anual (R$)

T3 12,96 8.531,44

T4 8,64 5.687,63

T5 4,32 2.843,81

T6 4,32 2.843,81

T7 2,88 1.895,88

4.5 Investimentos para implantação o sistema de irrigação

De acordo com as referências bibliográficas verificou-se que o custo de

implantação de sistemas convencionais de irrigação por aspersão variam de R$

3.200,00 a R$ 7.500,00 por hectare. Fica evidente que esse custo depende de uma

série de fatores e é diretamente proporcional a escala do projeto. No cenário 4

(irrigação com água natural) adotou-se o custo médio de R$ 5.350,00 por hectare.

Já no cenário 2 não foram encontradas referências bibliográficas quanto ao

custo de implantação de sistema de irrigação com efluentes.

Analisando a escassa bibliografia sobre irrigação de eucalipto, a situação mais

similar a do presente trabalho foi a pesquisa desenvolvida por Araújo (2010), na qual se

avaliou economicamente a irrigação de eucalipto em diversos cenários. Araújo (2010)

teve um custo de implantação do sistema de irrigação de R$ 9.485,20. No presente

Page 135: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

111

trabalho atualizou-se esse valor por meio do IGP-M, adotando um custo de R$

11.341,53 para implantação do sistema de irrigação de cada hectare no cenário 2.

Na Tabela 4.11 são apresentados os custos de implantação do sistema de

irrigação no cenário 2 considerando as áreas necessárias para absorção de todo o

efluente gerado na ETE City Petrópolis.

Tabela 4.11 - Investimentos do cenário 2 para implantação do sistema de irrigação para absorver o efluente gerado na ETE City Petrópolis –

Ano Base 2014

Tratamentos Área (ha) Valor (R$)

T3 12,96 146.986,23

T4 8,64 97.990,82

T5 4,32 48.995,41

T6 4,32 48.995,41

T7 2,88 32.663,61

Em todos os cenários irrigados foi previsto uma substituição do sistema na

metade do horizonte de projeto, devido a vida útil dos materiais e equipamentos.

4.6 Custos para operação e manutenção do sistema de irrigação

4.6.1 Custos de energia elétrica do sistema de irrigação

Foi considerado o preço da tarifa de R$ 0,31/KW.h, valor referente ao mês de

julho/2014 pago pela Unidade Escolar. A Tabela 4.12 apresenta os consumos e custos

anuais de energia elétrica por hectare de cada tratamento no cenário 2.

Page 136: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

112

Tabela 4.12 - Custos com energia elétrica do cenário 2 para irrigação de 1 hectare – Ano Base 2014

Tratamentos Consumo Anual (KW.h) Valor Anual (R$)

T3 1.989,41 616,72

T4 2.986,44 925,80

T5 5.995,91 1.858,73

T6 5.995,91 1.858,73

T7 9.047,32 2.804,67

Nos cálculos do consumo e valores gastos com energia elétrica para absorção

de todo efluente gerado na ETE City Petrópolis, considerou-se a mesma vazão (3,5

l.s-1) para todos os tratamentos. Porém, as perdas de carga e os consumos energéticos

são diferentes, pois para cada tratamento é necessário uma área para absorção do

efluente e consequentemente extensões de tubulações distintas. A Tabela 4.13

apresenta os consumos e custos anuais de energia elétrica para absorção de todo

efluente no cenário 2.

Tabela 4.13 - Custos com energia elétrica do cenário 2 para aplicar o efluente gerado na ETE City Petrópolis na irrigação da cultura de

eucalipto – Ano Base 2014

Tratamentos Consumo Anual (KW.h) Valor Anual (R$)

T3 40.199,89 12.461,97

T4 35.732,84 11.077,18

T5 31.265,79 9.692,40

T6 31.265,79 9.692,40

T7 29.776,78 9.230,80

Para o cenário 4, consideraram-se os mesmos conjuntos motobomba,

porém, adotando uma única lâmina de irrigação, 7 mm por dia, para todos os

tratamentos, chegando-se a um custo anual de energia de R$ 1.858,73 por hectare.

Page 137: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

113

4.6.2 Custos de mão de obra para irrigação

Para definição dos custos da situação de mercado (cenário 2) não se encontrou

referências relativas a valores de mão de obra para irrigação de eucalipto com

efluentes. Há referências de valores, apenas para irrigação e fertiirrigação. Gruber

(2006) apontou ser necessário anualmente U$$ 15,41 por hectare para mão de obra de

irrigação de eucalipto. Já Araújo (2010) considerou ser necessário anualmente R$

381,92 por hectare para mão de obra de fertiirrigação de eucalipto.

Sabe-se que esses valores são variáveis e dependem muito da escala do

projeto, no presente trabalho considerou-se o custo anual de mão de obra para

irrigação com efluentes, cenário 2, de R$ 500,00 por hectare e R$ 300,00 por hectare

para irrigação com água natural (cenário 4).

Na Tabela 4.14 são apresentados os custos de mão de obra para operação da

irrigação no cenário 2, considerando as áreas necessárias para absorção de todo o

efluente gerado na ETE City Petrópolis.

Tabela 4.14 - Custos com mão de obra para irrigação, cenário 2, para aplicar o efluente gerado na ETE City Petrópolis – Ano

Base 2014

Tratamentos Área Valor Anual (R$)

T3 12,96 6.480,00

T4 8,64 4.320,00

T5 4,32 2.160,00

T6 4,32 2.160,00

T7 2,88 1.440,00

4.6.3 Custos de manutenção do sistema de irrigação

A pesquisa desenvolvida por Araújo (2010) apontou um valor anual de R$

133,05 por hectare para manutenção do sistema de fertiirrigação de eucalipto.

Page 138: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

114

Atualizando esse valor, utilizando o IPG-M de cada ano, chega-se a R$ 158,84 por

hectare. Esse valor foi utilizado no cenário 4.

Já no cenário 2, considerou-se o custo anual de manutenção de R$ 200,00 por

hectare, devido ao maior desgaste do sistema de irrigação, tendo em vista a aplicação

de efluente.

Na Tabela 4.15 são apresentados os custos de manutenção do sistema de

irrigação no cenário 2, considerando as áreas necessárias para absorção de todo o

efluente gerado na ETE City Petrópolis.

Tabela 4.15 - Custo anual com manutenção do sistema de irrigação, cenário 2, para aplicar o efluente gerado na ETE City Petrópolis –

Ano Base 2014

Tratamentos Área (ha) Custo Anual (R$)

T3 12,96 2.592,00

T4 8,64 1.728,00

T5 4,32 864,00

T6 4,32 864,00

T7 2,88 576,00

4.7 Custos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos

Conforme já mencionado nesse trabalho, no Estado de São Paulo, está

regulamentada a cobrança pelo uso dos recursos hídricos apenas para usuários

urbanos e industriais. Outros usos, como irrigação ainda não foram regulamentados e

por isso ainda não são passíveis de cobrança. Dessa forma, os cenários 3 (sequeiro) e

4 (irrigação com água natural) não são passíveis de cobrança pelo uso dos recursos

hídricos.

No entanto, quando se pratica a irrigação com efluentes oriundos de sistemas

de tratamento, os mesmos deixam de ser lançados no corpo receptor. Ou seja, nesse

caso o responsável por operar o sistema de saneamento do município não paga pela

Page 139: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

115

parcela referente ao lançamento de efluentes. Em contrapartida, quando se utiliza o

efluente na irrigação, aumenta a parcela do consumo de água, pois esse volume é

calculado por meio da diferença entre a quantidade captada e a lançada no corpo

receptor.

Dessa forma, quando se realiza a irrigação com efluentes deixa-se de pagar a

parcela referente ao lançamento. Porém, há um acréscimo em relação à parcela

referente ao consumo.

No presente trabalho, o valor da cobrança pelo lançamento foi calculado

considerando uma vazão média de 3,5 l.s-1 e um coeficiente de remoção de matéria

orgânica de 80%.

O PUB (preço unitário básico) de lançamento definido pelo CBH/SMG é de R$

0,10 por quilo de DBO. Como os coeficientes (Y1, Y2 e Y3) são iguais a 1, o PUF

(preço unitário final) também é igual a R$ 0,10 por quilo de DBO.

Sendo assim, o valor anual da cobrança pelo lançamento é de R$ 1.406,19. No

cenário 1 será adotada essa despesa anual, pois nessa alternativa o efluente

continuará sendo lançado no corpo receptor.

Para calcular o valor da parcela referente ao consumo também foi considerada

uma vazão média de 3,5 l.s-1.

O PUB (preço unitário básico) para consumo definido pelo CBH/SMG é de R$

0,02 por metro cúbico. Como os coeficientes de consumo são todos iguais a 1, o PUF

(preço unitário final) também é igual a R$ 0,02 por metro cúbico.

Sendo assim, o valor anual da cobrança pelo consumo é de R$ 2.207,52,

considerando a aplicação de toda vazão tratada, porém como foram aplicadas lâminas

diferentes de irrigação, cada tratamento necessita de uma quantidade de área para

absorver o efluente e consequentemente os valores por unidade de área são diferentes.

Page 140: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

116

Essa despesa será considerada apenas para o cenário 2 que se refere à

irrigação com efluente aos valores de mercado. Na situação real da pesquisa, essa

despesa ainda não existiria, pois o município de Franca capta água num rio de domínio

da União (Rio Canoas) e a cobrança ainda não foi aprovada no Comitê da Bacia

Hidrográfica do Rio Grande (Comitê Federal).

A Tabela 4.16 apresenta as áreas necessárias para absorver todo o efluente

tratado na ETE, bem como, os valores da cobrança pelo uso dos recursos hídricos por

hectare de cada tratamento que recebeu irrigação com esgoto tratado.

Tabela 4.16 - Despesas anuais com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos no cenário 2 - Ano Base 2014

Tratamentos Área irrigada com a lâmina aplicada (ha) Valor (R$.ha

-1.ano

-1)

Valor Total - (R$)

3 12,96 170,33 2.207,52

4 8,64 255,50 2.207,52

5 4,32 511,00 2.207,52

6 4,32 511,00 2.207,52

7 2,88 766,50 2.207,52

Ressalta-se que o município de Franca tem uma situação peculiar, pois tem a

água captada para abastecimento público em rio de domínio da União e os

lançamentos de efluentes em corpos de água de domínio estadual. Sendo assim, até

que a cobrança pelo uso de recursos hídricos esteja estabelecida pelo comitê federal, o

município está sujeito à cobrança pelo lançamento de efluentes, porém está isento as

parcelas referentes à captação e ao consumo.

4.8 Custos do Monitoramento Ambiental

4.8.1 Custos de monitoramento das águas subterrâneas

Nos Estados Unidos cada estado tem exigências diferentes quanto ao

monitoramento ambiental. Lá as exigências do monitoramento da água subterrânea

Page 141: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

117

dependem da qualidade do efluente e da hidrogeologia do local. Os parâmetros de

amostragem e a frequência são analisados caso a caso. Em alguns estados

americanos a qualidade requerida do efluente para irrigação de culturas agrícolas (não

comestíveis como eucalipto) não é compatível com a realidade do Brasil (USEPA,

2004).

No Brasil não há norma específica que determina os parâmetros a serem

monitorados nas águas subterrâneas para aplicação de efluente sanitário na irrigação

de culturas agrícolas.

A Norma da CETESB P4-002, que dispõe sobre os critérios e procedimentos

para aplicação de efluentes e lodos fluidos de indústrias cítricas no solo agrícola,

estabelece que o monitoramento da qualidade das águas subterrâneas deverá ser

realizado com frequência semestral (junho/julho e janeiro/fevereiro), nas áreas de

aplicação dos efluentes, onde a profundidade do nível de água for inferior a 20 (vinte)

metros, demonstrada por sondagens.

Os parâmetros a serem monitorados sendo mensurados ou determinados em

amostras de água subterrânea são:

Bário;

Boro;

Cádmio;

Cálcio;

Carbono orgânico total;

Chumbo;

Cloreto;

Cobre;

Condutividade elétrica;

Crômio;

Dureza total;

Fluoreto;

Mercúrio;

pH;

Potássio;

Resíduo filtrável;

Page 142: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

118

Série nitrogenada completa;

Sódio;

Sólidos totais dissolvidos;

Sulfato;

Turbidez;

A Norma define que o número de poços de monitoramento dependerá da

geologia local, do estudo hidrogeológico e do modelo conceitual desenvolvido para a

área, devendo possibilitar a obtenção de informações representativas da qualidade da

água antes e após o início das aplicações.

Já a Norma CETESB P4-231 de dezembro de 2006, que estabelece critérios e

procedimentos para aplicação de vinhaça no solo agrícola, determina que deverão ser

instalados 2 poços de monitoramento para cada porção de área de 10.000 m² para

investigação da água subterrânea.

Na pesquisa foram instalados 8 poços de monitoramento, porém a execução

dos poços, bem como as análises das amostras, foram realizadas por meio do auxílio

da SABESP.

No cenário 2 (situação de mercado) serão considerados 2 poços de

monitoramento por hectare, seguindo a Norma CETESB P4-231 de dezembro de 2006.

Para o levantamento do custo do monitoramento ambiental das águas

subterrâneas, optou-se por quantificar o valor dos parâmetros relacionados na Norma

da CETESB P4-002 mais os atributos Escherichia coli e Coliformes Totais, devido às

características do efluente aplicado na irrigação.

De acordo com os orçamentos realizados no ano de 2014 na empresa Bioagri

Ambiental, uma série completa desses parâmetros custa R$ 609,46. Como são 2 poços

de monitoramento por hectare, cada batelada de amostras perfaz um montante de R$

1.218,92.

Page 143: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

119

A Norma da CETESB P4-002 exige uma frequência semestral para esse

monitoramento, ou seja, anualmente serão gastos R$ 2.437,84 por hectare com o

monitoramento ambiental das águas subterrâneas (cenário 2).

A perfuração e execução dos poços de monitoramento, conforme as diretrizes

estabelecidas pela CETESB custa R$ 1.943,00 por unidade, totalizando R$ 3.886,00

por hectare (cenário 2).

Na Tabela 4.17 são apresentados os custos de execução dos poços e

monitoramento ambiental das águas subterrâneas no cenário 2 considerando as áreas

necessárias para absorção de todo o efluente gerado na ETE City Petrópolis.

Tabela 4.17 – Custo de execução dos poços e despesas anuais com o monitoramento ambiental das águas subterrâneas considerando

aplicação do efluente gerado na ETE City Petrópolis - cenário 2 (Ano Base 2014)

Tratamentos Número de

Poços Valor Execução dos Poços (R$)

Valor Anual do Monitoramento Ambiental (R$)

T3 26 50.518,00 31.691,92

T4 18 34.974,00 21.940,56

T5 9 17.487,00 10.970,28

T6 9 17.487,00 10.970,28

T7 6 11.658,00 7.313,52

No cenário 3 (situação de sequeiro) e no cenário 4 (irrigação com água natural)

não foi necessário o monitoramento das águas subterrâneas, pois não houve aplicação

de efluentes nessas alternativas.

4.8.2 Custos de monitoramento do solo

Para monitoramento do solo também foram consideradas as diretrizes

estabelecidas na Norma da CETESB P4-002, que estabelece:

Page 144: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

120

a) Que é necessário subdividir as áreas em glebas homogêneas quanto à

classificação do solo, posição no relevo e cobertura vegetal existente,

limitando em, no máximo, 50 (cinquenta) hectares cada gleba.

b) Em cada gleba, coletar, no mínimo, 4 amostras georreferenciadas

compostas, cada uma delas, de 4 (quatro) subamostras, uma no centro de

um círculo com raio de 10 (dez) metros e as outras 3 (três) ao longo do

perímetro, distanciadas cerca de 120 graus uma da outra. As coordenadas

devem ser planas da projeção cartográfica UTM e respectivo fuso, para o

datum horizontal SAD-69.

c) Coletar amostras separadamente em, no mínimo, 3 (três) profundidades

equidistantes, sendo que a primeira deverá ser de 0-20cm, e a sondagem

para coleta das demais amostras deverá aprofundar-se no mínimo 1,0m.

d) Monitoramento semestral de fertilidade de solo [pH, matéria orgânica,

fósforo, potássio, cálcio, magnésio, sulfato, acidez potencial (H+AI), soma de

bases (S), capacidade de troca catiônica (CTC) e porcentagem de saturação

em bases (V%)], Sódio trocável e condutividade elétrica.

e) Anualmente as seguintes substâncias deverão ser monitoradas: arsênio,

bário, cádmio, chumbo, cobre, cromo, mercúrio, níquel e zinco.

Como as áreas analisadas são inferiores a 50 hectares, até mesmo nos casos

de absorção total do efluente, é necessário coletar 4 amostras para monitoramento.

De acordo com os orçamentos realizados no ano de 2014, uma série completa

dos parâmetros relacionados no item “d” custa R$ 61,93. Logo, o valor para 4 amostras

será de R$ 247,72. Considerando que a norma exige uma frequência semestral para

esse monitoramento, prevê-se um custo anual de R$ 495,44 com o monitoramento do

item “d”.

Page 145: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

121

Em relação ao item “e” uma série completa dos parâmetros custa R$ 322,80,

resultando num valor de R$ 1.291,20 as 4 amostras.

Considerando as análises dos itens “d” e “e”, prevê-se um custo anual de R$

1.786,64 com monitoramento ambiental do solo no cenário 2.

No cenário 3 (situação de sequeiro) e no cenário 4 (irrigação com água natural)

não foi necessário o monitoramento do solo, pois não houve aplicação de efluentes

nessas alternativas.

4.9 Análise Econômica

Foi desenvolvida, no presente trabalho, a análise econômica de duas maneiras:

1) Análise econômica considerando o interesse do agricultor:

Comparou-se os cenários de sequeiro (cenário 3) e os irrigados com

efluente (cenário 2) e água natural (cenário 4), para isso considerou-se

a área de 1 hectare (10.000 m²);

2) Análise econômica considerando o interesse do operador do

sistema de saneamento: Consideraram-se as áreas necessárias de

cada tratamento para absorver todo esgoto gerado na ETE (3,5 l.s-1),

comparando a adequação do sistema de esgotamento sanitário (cenário

1) com o cenário que recebeu irrigação com efluente sanitário (cenário

2).

Page 146: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

122

4.9.1 Análise considerando o interesse do agricultor

Na Tabela 4.18 é apresentado o resumo dos valores iniciais de investimento

dos cenários 2, 3 e 4.

Tabela 4.18 - Resumo dos investimentos iniciais por hectare dos cenários 2, 3 e 4 – Ano Base 2014

Ação Cenário 2 (R$.ha

-1)

Cenário3 (R$.ha

-1)

Cenário 4 (R$.ha

-1)

Implantação da Cultura de Eucalipto 2.464,98 2.464,98 2.464,98

Implantação Sistema de Irrigação 11.341,53 - 5.350,00

Implantação do Sistema de Monitoramento ambiental (execução dos poços) 3.886,00 - -

Total 17.692,51 2.464,98 7.814,98

Salienta-se que durante o horizonte de projeto considerou-se os valores

referentes a mais três plantios da cultura de eucalipto e uma substituição do sistema de

irrigação. Os poços de monitoramento são executados apenas na implantação do

projeto.

Analisando a Tabela 4.18 verifica-se que no cenário 2 a implantação do sistema

de irrigação representou 64% do investimento, seguido do sistema de monitoramento

ambiental com 22% e da implantação da cultura de eucalipto com 14%. No cenário 3,

situação de sequeiro, não foi necessário implantar irrigação nem monitoramento

ambiental, então 100% do investimento destinou-se a instalação da cultura de eucalipto.

Já no cenário 4 a implantação da cultura de eucalipto representou 32% dos

investimentos e o sistema de irrigação 68%, não foi necessário implantar o

monitoramento ambiental, pois só ocorreu irrigação com água natural.

No cenário 2 os custos referentes à energia elétrica e à cobrança pelo uso dos

recursos hídricos são diferentes para cada tratamento, devido às respectivas lâminas

aplicadas. Na Tabela 4.19 são apresentados os custos dos cenários 3 e 4 a cada ciclo

da cultura de eucalipto.

Page 147: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

123

Tabela 4.19 - Custos por hectare de cada ciclo da cultura de eucalipto dos cenários 3 e 4 – Ano Base 2014

Custos

Custos dos Cenários (R$.ha

-1)

Ano

3 4

Controle de formigas 23,18 23,18 1 Coroamento 40,00 40,00 1 Controle de daninhas c/ 6 meses 180,53 180,53 1 Adubação de cobertura c/ 6 meses 505,55 505,55 1 Controle de formigas c/ 6 meses 38,36 38,36 1 Controle de daninhas com 12 meses 78,84 78,84 1 Adubação de cobertura c/ 12 meses 219,96 219,96 1 Gasto anual manutenção da cultura - 2° ano 91,01 91,01 2 Gasto anual manutenção da cultura - 3° ano 91,01 91,01 3 Gasto anual manutenção da cultura - 4° ano 91,01 91,01 4 Gasto anual manutenção da cultura - 5° ano 91,01 91,01 5 Gasto anual manutenção da cultura - 6° ano 45,51 45,51 6 Arrendamento da Terra - 1° ano 658,29 658,29 1 Arrendamento da Terra - 2° ano 658,29 658,29 2 Arrendamento da Terra - 3° ano 658,29 658,29 3 Arrendamento da Terra - 4° ano 658,29 658,29 4 Arrendamento da Terra - 5° ano 658,29 658,29 5 Arrendamento da Terra - 6° ano 329,15 329,15 6 Despesas com energia elétrica - 1° ano - 1.858,73 1 Despesas com energia elétrica - 2° ano - 1.858,73 2 Despesas com energia elétrica - 3° ano - 1.858,73 3 Despesas com energia elétrica - 4° ano - 1.858,73 4 Despesas com energia elétrica - 5° ano - 1.858,73 5 Despesas com energia elétrica - 6° ano - 929,37 6 Mão de obra para irrigação - 1° ano - 300,00 1 Mão de obra para irrigação - 2° ano - 300,00 2 Mão de obra para irrigação - 3° ano - 300,00 3 Mão de obra para irrigação - 4° ano - 300,00 4 Mão de obra para irrigação - 5° ano - 300,00 5 Mão de obra para irrigação - 6° ano - 150,00 6 Manutenção do sistema de irrigação - 1° ano - 158,84 1 Manutenção do sistema de irrigação - 2° ano - 158,84 2 Manutenção do sistema de irrigação - 3° ano - 158,84 3 Manutenção do sistema de irrigação - 4° ano - 158,84 4 Manutenção do sistema de irrigação - 5° ano - 158,84 5 Manutenção do sistema de irrigação - 6° ano - 79,42 6 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 1° ano - - 1 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 2° ano - - 2 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 3° ano - - 3 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 4° ano - - 4 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 5° ano - - 5 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 6° ano - - 6 Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 1° ano

- - 1

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 2° ano

- - 2

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 3° ano

- - 3

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 4° ano

- - 4

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 5° ano

- - 5

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 6° ano

- - 6

Monitoramento Ambiental - Solo - 1° ano - - 1 Monitoramento Ambiental - Solo - 2° ano - - 2 Monitoramento Ambiental - Solo -3° ano - - 3 Monitoramento Ambiental - Solo - 4° ano - - 4 Monitoramento Ambiental - Solo - 5° ano - - 5 Monitoramento Ambiental - Solo - 6° ano - - 6

Page 148: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

124

Na Tabela 4.20 são apresentados os custos por hectare dos tratamentos do

cenário 2.

Tabela 4.20 - Custos por hectare de cada ciclo da cultura de eucalipto do cenário 2 – Ano Base 2014

Custos

Custos do Cenário 2 (R$.ha-1)

Ano T3 T4 T5 T6 T7

Controle de formigas 23,18 23,18 23,18 23,18 23,18 1 Coroamento 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 1 Controle de daninhas c/ 6 meses 180,53 180,53 180,53 180,53 180,53 1 Adubação de cobertura c/ 6 meses 505,55 505,55 505,55 505,55 1 Controle de formigas c/ 6 meses 38,36 38,36 38,36 38,36 38,36 1 Controle de daninhas com 12 meses 78,84 78,84 78,84 78,84 78,84 1 Adubação de cobertura c/ 12 meses 219,96 219,96 219,96 219,96 1 Gasto anual manutenção da cultura - 2° ano 91,01 91,01 91,01 91,01 91,01 2 Gasto anual manutenção da cultura - 3° ano 91,01 91,01 91,01 91,01 91,01 3 Gasto anual manutenção da cultura - 4° ano 91,01 91,01 91,01 91,01 91,01 4 Gasto anual manutenção da cultura - 5° ano 91,01 91,01 91,01 91,01 91,01 5 Gasto anual manutenção da cultura - 6° ano 45,51 45,51 45,51 45,51 45,51 6 Arrendamento da Terra - 1° ano 658,29 658,29 658,29 658,29 658,29 1 Arrendamento da Terra - 2° ano 658,29 658,29 658,29 658,29 658,29 2 Arrendamento da Terra - 3° ano 658,29 658,29 658,29 658,29 658,29 3 Arrendamento da Terra - 4° ano 658,29 658,29 658,29 658,29 658,29 4 Arrendamento da Terra - 5° ano 658,29 658,29 658,29 658,29 658,29 5 Arrendamento da Terra - 6° ano 329,15 329,15 329,15 329,15 329,15 6 Despesas com energia elétrica - 1° ano 616,72 925,80 1.858,73 1.858,73 2.804,67 1 Despesas com energia elétrica - 2° ano 616,72 925,80 1.858,73 1.858,73 2.804,67 2 Despesas com energia elétrica - 3° ano 616,72 925,80 1.858,73 1.858,73 2.804,67 3 Despesas com energia elétrica - 4° ano 616,72 925,80 1.858,73 1.858,73 2.804,67 4 Despesas com energia elétrica - 5° ano 616,72 925,80 1.858,73 1.858,73 2.804,67 5 Despesas com energia elétrica - 6° ano 308,36 462,90 929,37 929,37 1.402,34 6 Mão de obra para irrigação - 1° ano 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 1 Mão de obra para irrigação - 2° ano 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 2 Mão de obra para irrigação - 3° ano 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 3 Mão de obra para irrigação - 4° ano 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 4 Mão de obra para irrigação - 5° ano 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00 5 Mão de obra para irrigação - 6° ano 250,00 250,00 250,00 250,00 250,00 6 Manutenção do sistema de irrigação - 1° ano 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 1 Manutenção do sistema de irrigação - 2° ano 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 2 Manutenção do sistema de irrigação - 3° ano 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 3 Manutenção do sistema de irrigação - 4° ano 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 4 Manutenção do sistema de irrigação - 5° ano 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 5 Manutenção do sistema de irrigação - 6° ano 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 6 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 1° ano 170,33 255,50 511,00 511,00 766,50 1 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 2° ano 170,33 255,50 511,00 511,00 766,50 2 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 3° ano 170,33 255,50 511,00 511,00 766,50 3 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 4° ano 170,33 255,50 511,00 511,00 766,50 4 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 5° ano 170,33 255,50 511,00 511,00 766,50 5 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 6° ano 85,17 127,75 255,50 255,50 383,25 6 Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 1° ano

2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 1

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 2° ano

2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 2

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 3° ano

2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 3

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 4° ano

2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 4

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 5° ano

2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 2.437,84 5

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 6° ano

1.218,92 1.218,92 1.218,92 1.218,92 1.218,92 6

Monitoramento Ambiental - Solo - 1° ano 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1 Monitoramento Ambiental - Solo - 2° ano 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 2 Monitoramento Ambiental - Solo -3° ano 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 3

Page 149: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

125

Custos

Custos do Cenário 2 (R$.ha-1)

Ano T3 T4 T5 T6 T7

Monitoramento Ambiental - Solo - 4° ano 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 4 Monitoramento Ambiental - Solo - 5° ano 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64 5 Monitoramento Ambiental - Solo - 6° ano 893,32 893,32 893,32 893,32 893,32 6

Na Tabela 4.21 é apresentado o resumo dos custos dos cenários 2, 3 e 4

referente a um ciclo da cultura de eucalipto. Ressalta-se que são valores históricos, ou

seja, sem aplicação da taxa de desconto.

Tabela 4.21 - Resumo dos custos por hectare de cada ciclo da cultura de eucalipto dos cenários 2, 3 e 4 - Valores históricos - Ano Base 2014

Custos Cenário 2-T3 (R$.ha

-1)

Cenário 2 -T4 (R$.ha

-1)

Cenário 2 -T5 (R$.ha

-1)

Cenário 2 -T6 (R$.ha

-1)

Cenário 2 -T7 (R$.ha

-1)

Cenário 3 (R$.ha

-1)

Cenário 4(R$.ha

-1)

Adubação/Manutenção Cultura de Eucalipto 1.495,97 1.495,97 1.495,97 770,46 1.495,97 1.495,97 1.495,97

Terra 3.620,60 3.620,60 3.620,60 3.620,60 3.620,60 3.620,60 3.620,60

Energia Elétrica 3.391,94 5.091,88 10.223,02 10.223,02 15.425,69 - 10.223,02

Mão de Obra Irrigação 2.750,00 2.750,00 2.750,00 2.750,00 2.750,00 - 1.650,00 Manutenção Sistema de Irrigação 1.100,00 1.100,00 1.100,00 1.100,00 1.100,00 - 873,62

Cobrança da Água 936,83 1.405,25 2.810,50 2.810,50 4.215,75 - - Monitoramento Ambiental 23.234,64 23.234,64 23.234,64 23.234,64 23.234,64 - -

Total 36.529,97 38.698,33 45.234,72 44.509,21 51.842,64 5.116,56 17.863,20

Analisando as Tabelas 4.19, 4.20 e 4.21 verifica-se que no cenário 2 o

monitoramento ambiental representou o maior custo, variando nos tratamentos de 45%

(T7) a 64% (T3) do valor total. O segundo maior custo foi o de energia elétrica, que teve

uma variação de acordo com cada tratamento de 9% (T3) a 30% (T7) do valor total. O

custo da terra variou de 7% (T7) a 10% (T3), as despesas com mão de obra da

irrigação oscilaram de 5% (T7) a 8% (T3), o valor da cobrança pelo uso dos recursos

hídricos situaram entre 3% (T3) e 8% (T7), a manutenção do sistema de irrigação e a

adubação e manutenção da cultura de eucalipto representaram, cada, cerca de 3% do

custo total.

Já no cenário 3, situação de sequeiro, 29% dos custos destinaram-se a

adubação e manutenção da cultura de eucalipto, enquanto 71% representaram os

custos com arrendamento da terra.

Page 150: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

126

O cenário 4, irrigação com água natural, teve a energia elétrica como maior

custo representando 57% do total, seguido dos valores com a terra (20%), da mão de

obra com irrigação com 9% e das despesas com manutenção da cultura de eucalipto

(8%) e do sistema de irrigação (5%).

Na Tabela 4.22 são apresentadas as receitas a cada ciclo da cultura de

eucalipto dos cenários 2, 3 e 4 por hectare.

Tabela 4.22 - Receitas de cada ciclo da cultura de eucalipto obtidas por hectare dos cenários 2, 3 e 4 – Ano Base 2014

Cenário

Valor (R$.ha-1

)

T3 T4 T5 T6 T7

2 32.516,66 30.203,92 30.979,74 24.794,19 32.245,96

3 21.999,90

4 24.796,33

Nas Tabelas 4.23, 4.24, 4.25 são apresentados os fluxos de caixa dos cenários

2, 3 e 4.

Page 151: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

127

Tabela 4.23 - Fluxo de caixa por hectare do cenário 2 – Ano Base 2014

Ano Investimento (R$)

Despesas (R$)

T3 T4 T5 T6 T7

0 17.692,51 1

7.456,24 7.850,49 9.038,92 8.313,41 10.240,36

2

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95 3

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

4

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95 5

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

6 2.464,98 4.316,83 4.513,96 5.108,18 4.382,67 5.708,90 7

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

8

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95 9

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

10

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95 11 13.806,51 4.316,83 4.513,96 5.108,18 4.382,67 5.708,90 12

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

13

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95 14

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

15

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95 16

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

17 2.464,98 4.316,83 4.513,96 5.108,18 4.382,67 5.708,90 18

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

19

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95 20

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95

21

6.460,83 6.855,08 8.043,51 8.043,51 9.244,95 22

3.230,41 3.427,54 4.021,76 4.021,76 4.622,48

Ano

Receitas (R$)

T3 T4 T5 T6 T7

0 1 2 3 4 5 6 32.516,66 30.203,92 30.979,74 24.794,19 32.245,96 7 8 9 10 11 32.516,66 30.203,92 30.979,74 24.794,19 32.245,96 12 13 14 15 16 17 32.516,66 30.203,92 30.979,74 24.794,19 32.245,96 18 19 20 21 22 32.516,66 30.203,92 30.979,74 24.794,19 32.245,96

Ano

Fluxo de Caixa (R$)

T3 T4 T5 T6 T7

0 -17.692,51 -17.692,51 -17.692,51 -17.692,51 -17.692,51 1 -7.456,24 -7.850,49 -9.038,92 -8.313,41 -10.240,36 2 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 3 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 4 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 5 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 6 25.734,85 23.224,98 23.406,58 17.946,54 24.072,08 7 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 8 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 9 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 10 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 11 14.393,32 11.883,45 12.065,05 6.605,01 12.730,55 12 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 13 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 14 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 15 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 16 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 17 25.734,85 23.224,98 23.406,58 17.946,54 24.072,08 18 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 19 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 20 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 21 -6.460,83 -6.855,08 -8.043,51 -8.043,51 -9.244,95 22 29.286,25 26.776,38 26.957,98 20.772,43 27.623,48

VPL (R$) -39.981,44 -47.165,46 -57.170,85 -64.841,98 -66.561,02 TIR (%) -6,93% -10,36% Indefinida Indefinida Indefinida

Page 152: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

128

Tabela 4.24 - Fluxo de caixa por hectare do cenário 3 – Ano Base 2014 Ano Investimento (R$) Despesas (R$) Receitas (R$) Fluxo de Caixa (R$)

0 2.464,98 -2.464,98 1 1.744,71 -1.744,71 2 749,30 -749,30 3 749,30 -749,30 4 749,30 -749,30 5 749,30 -749,30 6 2.464,98 1.461,07 21.999,90 18.073,85 7 749,30 -749,30 8 749,30 -749,30 9 749,30 -749,30

10 749,30 -749,30 11 2.464,98 1.461,07 21.999,90 18.073,85 12 749,30 -749,30 13 749,30 -749,30 14 749,30 -749,30 15 749,30 -749,30 16 749,30 -749,30 17 2.464,98 1.461,07 21.999,90 18.073,85 18 749,30 -749,30 19 749,30 -749,30 20 749,30 -749,30 21 749,30 -749,30 22 374,65 21.999,90 21.625,25

VPL 17.957,75

TIR 28,00%

Tabela 4.25 - Fluxo de caixa por hectare do cenário 4 – Ano Base 2014

Ano Investimento (R$) Despesas (R$) Receitas (R$) Fluxo de Caixa (R$)

0 7.814,98 -7.814,98

1 4.062,28 -4.062,28

2 3.066,87 -3.066,87

3 3.066,87 -3.066,87

4 3.066,87 -3.066,87

5 3.066,87 -3.066,87

6 2.464,98 2.619,86 24.796,33 19.711,50

7 3.066,87 -3.066,87

8 3.066,87 -3.066,87

9 3.066,87 -3.066,87

10 3.066,87 -3.066,87

11 7.814,98 2.619,86 24.796,33 14.361,50

12 3.066,87 -3.066,87

13 3.066,87 -3.066,87

14 3.066,87 -3.066,87

15 3.066,87 -3.066,87

16 3.066,87 -3.066,87

17 2.464,98 2.619,86 24.796,33 19.711,50

18 3.066,87 -3.066,87

19 3.066,87 -3.066,87

20 3.066,87 -3.066,87

21 3.066,87 -3.066,87

22 1.533,44 24.796,33 23.262,90

VPL -7.254,22

TIR 3,59%

Page 153: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

129

Na Tabela 4.26 é apresentado o resumo dos valores do VPL e da TIR de cada

cenário.

Tabela 4.26 - Resumo dos valores do VPL e da TIR dos cenários 2, 3 e 4 – Ano Base 2014

Cenários VPL (R$) TIR (%)

2 - T3 -39.981,44 -6,93%

2 - T4 -47.165,46 -10,36%

2 - T5 -57.170,85 Indefinida

2 - T6 -64.841,98 Indefinida

2 - T7 -66.561,02 Indefinida

3 17.957,75 28,00%

4 -7.254,22 3,59%

Analisando a Tabela 4.26, verifica-se que os cenários 3 (sequeiro) e 4 (irrigado

com água natural) apresentaram TIR positivas.

O cenário 3, situação de sequeiro, mostrou-se o mais viável economicamente

com um VPL de R$ 17.957,75 e uma TIR de 28,00%, bem acima da taxa de desconto

(taxa média de atratividade) adotada na pesquisa (8,06 %).

O cenário 4, irrigação com água natural, apresentou valores inferiores ao do

cenário 3 (situação de sequeiro). Verificando um VPL negativo de R$ 7.254,22 e uma

TIR de 3,59%, inferior à taxa média de atratividade adotada na pesquisa (8,06 %).

Já o cenário 2 apresentou-se inviável economicamente. Fica evidente que a

inviabilidade econômica apresentada nesse cenário se justifica em grande parte, devido

aos custos despendidos com o sistema de monitoramento ambiental. Pois, os custos

com a implantação do sistema de monitoramento representaram 22% do investimento

inicial do projeto. E o custo com o monitoramento situou-se entre 45 a 64% dos valores

gastos. Nesse caso, verifica-se um paradoxo, pois a utilização do efluente tratado na

irrigação de culturas agrícolas é uma forma de preservar os recursos hídricos, porém,

inviabilizada economicamente pelos custos ambientais.

Page 154: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

130

Ficou constatado que a inexistência de regulamentações específicas para

aplicação de efluentes sanitários na irrigação de culturas agrícolas no Brasil torna-se

um problema. Pois, no presente trabalho adotaram-se as exigências estabelecidas na

Norma CETESB P 4-002, que dispõe sobre os critérios e procedimentos para aplicação

de efluentes e lodos fluidos de indústrias cítricas no solo agrícola, e na Norma CETESB

P 4-231, que estabelece critérios e procedimentos para aplicação de vinhaça no solo

agrícola. Essas regulamentações tendem a ser rigorosas demais para aplicação de

efluentes sanitários na irrigação de culturas agrícolas. Isso, consequentemente,

acarreta elevação dos custos com monitoramento ambiental. Assim, faz-se necessário

estabelecer regulamentações específicas para aplicação de efluente sanitário na

irrigação de culturas agrícolas, essas devem considerar os seguintes aspectos:

A qualidade do efluente tratado;

A taxa de aplicação;

O método de irrigação;

O tipo de solo do local;

A profundidade do lençol freático;

A cultura agrícola;

Entre outros fatores.

Diante dos resultados obtidos na pesquisa, quando não contextualizado com o

setor de saneamento, fica difícil convencer o produtor rural a utilizar efluente sanitário

na irrigação da cultura de eucalipto. Para que isso ocorra será necessário prever

incentivos fiscais, redução no rigor em relação ao monitoramento ambiental ou auxílio

para as análises laboratoriais, entre outros benefícios.

Numa análise desconsiderando os custos com monitoramento ambiental

(execução dos poços e monitoramento), o cenário 2 (tratamento 3) teria um VPL de R$

3.617,35 e uma TIR de 9,65%, acima da taxa de desconto (taxa média de atratividade)

adotada na pesquisa (8,06 %). Comprovando, assim, o quanto é relevante o custo do

monitoramento ambiental na análise de viabilidade econômica da irrigação de culturas

agrícolas com efluente sanitário.

Page 155: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

131

Apesar da situação de sequeiro (cenário 3) ter apresentado melhor viabilidade

econômica quando comparada ao cenário 2 que recebeu aplicação de efluente, a

irrigação com esgoto sanitário pode se tornar estratégica quando o fator área for

importante na tomada de decisão, pois, de acordo com os resultados da pesquisa,

pode-se reduzir em até 48% da superfície para alcançar a mesma produtividade da

cultura sem irrigação.

Não se encontraram referências bibliográficas sobre análise da viabilidade

econômica da irrigação de cultura de eucalipto com efluentes. Araújo (2010) executou

análise econômica da aplicação de fertiirrigação na cultura de eucalipto, nessa pesquisa

a situação de sequeiro apresentou maior viabilidade econômica quando comparada a

cultura fertiirrigada.

4.9.2 Análise econômica considerando o interesse do operador do sistema de saneamento

Na Tabela 4.27 é apresentado o resumo dos valores iniciais de investimento

dos cenários 1 e 2, para adequação do sistema de esgotamento sanitário e absorção de

todo efluente gerado na ETE City Petrópolis.

Tabela 4.27 - Investimentos iniciais dos cenários 1 e 2 considerando todo efluente gerado na ETE City Petrópolis – Ano Base 2014

Investimento Cenário 1

(R$)

Cenário 2 - T3 (R$)

Cenário 2 - T4 (R$)

Cenário 2 - T5 (R$)

Cenário 2 - T6 (R$)

Cenário 2 - T7 (R$)

Implantação da Cultura de Eucalipto - 31.946,14 21.297,43 10.648,71 10.648,71 7.099,14

Implantação Sistema de Irrigação - 146.986,23 97.990,82 48.995,41 48.995,41 32.663,61

Implantação do Sistema de Monitoramento ambiental (execução dos poços) - 50.518,00 34.974,00 17.487,00 17.487,00 11.658,00

Adequação a ETE/Reversão dos esgotos 1.317.765,38 - - - - -

Total 1.317.765,38 229.450,37 154.262,25 77.131,12 77.131,12 51.420,75

Page 156: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

132

Salienta-se que durante o horizonte de projeto considerou-se os valores

referentes a mais três plantios da cultura de eucalipto e uma substituição do sistema de

irrigação no cenário 2. Os poços de monitoramento são executados apenas na

implantação do projeto.

Analisando a Tabela 4.27, verifica-se que no cenário 1 a adequação do sistema

de afastamento e tratamento de esgoto representou 100% do investimento.

O cenário 2 teve o maior investimento com a implantação do sistema de

irrigação que girou em torno de 64%. Seguido da instalação do sistema de

monitoramento ambiental com 22% e da implantação da cultura de eucalipto com 14%.

Na Tabela 4.28 são apresentados os custos dos cenários 1 e 2 considerando

todo efluente gerado na ETE City Petrópolis.

A Tabela 4.29 apresenta o resumo dos custos dos cenários 1 e 2 referente a

um ciclo da cultura de eucalipto. Ressalta-se que são valores históricos, ou seja, sem

aplicação da taxa de desconto.

Tabela 4.28 - Custos dos cenários 1 e 2 durante um ciclo da cultura de eucalipto, considerando todo efluente gerado na ETE City Petrópolis - Ano Base 2014

Custos

Cenários (R$)

Ano 1 2 - T3 2 - T4 2 - T5 2 - T6 2 - T7

Controle de formigas - 300,41 200,28 100,14 100,14 66,76 1

Coroamento - 518,40 345,60 172,80 172,80 115,20 1

Controle de daninhas c/ 6 meses - 2.339,67 1.559,78 779,89 779,89 519,93 1

Adubação de cobertura c/ 6 meses - 6.551,93 4.367,95 2.183,98 -

1.455,98 1

Controle de formigas c/ 6 meses - 497,15 331,43 165,72 165,72 110,48 1 Controle de daninhas com 12 meses

- 1.021,77 681,18 340,59 340,59 227,06 1

Adubação de cobertura c/ 12 meses

- 2.850,68 1.900,45 950,23 - 633,48 1

Gasto anual manutenção da cultura - 2° ano

- 1.179,49 786,33 393,16 393,16 262,11 2

Gasto anual manutenção da cultura - 3° ano

- 1.179,49 786,33 393,16 393,16 262,11 3

Gasto anual manutenção da cultura - 4° ano

- 1.179,49 786,33 393,16 393,16 262,11 4

Gasto anual manutenção da cultura - 5° ano

- 1.179,49 786,33 393,16 393,16 262,11 5

Page 157: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

133

Custos

Cenários (R$)

Ano 1 2 - T3 2 - T4 2 - T5 2 - T6 2 - T7

Gasto anual manutenção da cultura - 6° ano

- 589,74 393,16 196,58 196,58 131,05

6

Arrendamento da Terra - 1° ano - 8.531,44 5.687,63 2.843,81 2.843,81

1.895,88

1

Arrendamento da Terra - 2° ano - 8.531,44 5.687,63 2.843,81 2.843,81

1.895,88 2

Arrendamento da Terra - 3° ano - 8.531,44 5.687,63 2.843,81 2.843,81

1.895,88 3

Arrendamento da Terra - 4° ano - 8.531,44 5.687,63 2.843,81 2.843,81

1.895,88 4

Arrendamento da Terra - 5° ano - 8.531,44 5.687,63 2.843,81 2.843,81

1.895,88 5

Arrendamento da Terra - 6° ano - 4.265,72 2.843,81 1.421,91 1.421,91 947,94 6 Despesas com energia elétrica - 1° ano

8.000,00 12.461,97 11.077,18 9.692,40 9.692,40

9.230,80 1 Despesas com energia elétrica - 2° ano

8.000,00 12.461,97 11.077,18 9.692,40 9.692,40

9.230,80 2 Despesas com energia elétrica - 3° ano

8.000,00 12.461,97 11.077,18 9.692,40 9.692,40

9.230,80 3 Despesas com energia elétrica - 4° ano

8.000,00 12.461,97 11.077,18 9.692,40 9.692,40

9.230,80 4 Despesas com energia elétrica - 5° ano

8.000,00 12.461,97 11.077,18 9.692,40 9.692,40

9.230,80 5 Despesas com energia elétrica - 6° ano

4.000,00 6.230,98 5.538,59 4.846,20 4.846,20

4.615,40 6

Mão de obra para irrigação - 1° ano - 6.480,00 4.320,00 2.160,00 2.160,00

1.440,00 1

Mão de obra para irrigação - 2° ano - 6.480,00 4.320,00 2.160,00 2.160,00

1.440,00 2

Mão de obra para irrigação - 3° ano - 6.480,00 4.320,00 2.160,00 2.160,00

1.440,00 3

Mão de obra para irrigação - 4° ano - 6.480,00 4.320,00 2.160,00 2.160,00

1.440,00 4

Mão de obra para irrigação - 5° ano - 6.480,00 4.320,00 2.160,00 2.160,00

1.440,00 5

Mão de obra para irrigação - 6° ano - 3.240,00 2.160,00 1.080,00 1.080,00 720,00 6 Manutenção do sistema de irrigação - 1° ano

- 2.592,00 1.728,00 864,00 864,00 576,00 1

Manutenção do sistema de irrigação - 2° ano

- 2.592,00 1.728,00 864,00 864,00 576,00 2

Manutenção do sistema de irrigação - 3° ano

- 2.592,00 1.728,00 864,00 864,00 576,00 3

Manutenção do sistema de irrigação - 4° ano

- 2.592,00 1.728,00 864,00 864,00 576,00 4

Manutenção do sistema de irrigação - 5° ano

- 2.592,00 1.728,00 864,00 864,00 576,00 5

Manutenção do sistema de irrigação - 6° ano

- 1.296,00 864,00 432,00 432,00 288,00 6

Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 1° ano

1.406,19 2.207,52 2.207,52 2.207,52 2.207,52

2.207,52 1 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 2° ano

1.406,19 2.207,52 2.207,52 2.207,52 2.207,52

2.207,52 2 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 3° ano

1.406,19 2.207,52 2.207,52 2.207,52 2.207,52

2.207,52 3 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 4° ano

1.406,19 2.207,52 2.207,52 2.207,52 2.207,52

2.207,52 4 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 5° ano

1.406,19 2.207,52 2.207,52 2.207,52 2.207,52

2.207,52 5 Cobrança pelo uso dos recursos hídricos - 6° ano

703,10 1.103,76 1.103,76 1.103,76 1.103,76

1.103,76 6 Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 1° ano

- 31.691,92 21.940,56 10.970,28 10.970,28

7.313,52 1

Page 158: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

134

Custos

Cenários (R$)

Ano 1 2 - T3 2 - T4 2 - T5 2 - T6 2 - T7

Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 2° ano

- 31.691,92 21.940,56 10.970,28 10.970,28

7.313,52 2 Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 3° ano

- 31.691,92 21.940,56 10.970,28 10.970,28

7.313,52 3 Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 4° ano

- 31.691,92 21.940,56 10.970,28 10.970,28

7.313,52 4 Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 5° ano

- 31.691,92 21.940,56 10.970,28 10.970,28

7.313,52 5 Monitoramento Ambiental - Águas Subterrâneas - 6° ano

- 15.845,96 10.970,28 5.485,14 5.485,14

3.656,76 6 Monitoramento Ambiental - Solo - 1° ano

- 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64

1.786,64 1 Monitoramento Ambiental - Solo - 2° ano

- 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64

1.786,64 2 Monitoramento Ambiental - Solo -3° ano

- 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64

1.786,64 3 Monitoramento Ambiental - Solo - 4° ano

- 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64

1.786,64 4 Monitoramento Ambiental - Solo - 5° ano

- 1.786,64 1.786,64 1.786,64 1.786,64

1.786,64 5 Monitoramento Ambiental - Solo - 6° ano

- 893,32 893,32 893,32 893,32 893,32 6

Tabela 4.29 - Resumo dos custos dos cenários 1 e 2, durante um ciclo da cultura de eucalipto, considerando todo efluente gerado na ETE City Petrópolis - Valores

históricos (Ano Base 2014)

Custos

Cenários (R$)

1 2 - T3 2 - T4 2 - T5 2 - T6 2 - T7

Adubação/Manutenção Cultura de Eucalipto - 19.387,71 12.925,14 6.462,57 3.328,37 4.308,38

Terra - 46.922,91 31.281,94 15.640,97 15.640,97 10.427,31

Energia Elétrica 44.000,00 68.540,81 60.924,50 53.308,18 53.308,18 50.769,41

Mão de Obra Irrigação - 35.640,00 23.760,00 11.880,00 11.880,00 7.920,00

Manutenção Sistema de Irrigação - 14.256,00 9.504,00 4.752,00 4.752,00 3.168,00

Cobrança da Água 7.734,05 12.141,36 12.141,36 12.141,36 12.141,36 12.141,36

Monitoramento Ambiental - 184.132,08 130.499,60 70.163,06 70.163,06 50.050,88

Total 51.734,05 381.020,87 281.036,53 174.348,14 171.213,93 138.785,34

Analisando as Tabelas 4.28 e 4.29 verifica-se que no cenário 1 os custos com

energia elétrica representaram 85% do total, enquanto a cobrança pelo uso dos

recursos hídricos ficou em 15% do montante.

Já no cenário 2 o maior custo foi com o monitoramento ambiental, que variou de

36% (T7) a 48% (T3), conforme cada tratamento. O segundo maior custo foi o de

energia elétrica que ficou entre 18% (T3) e 37% (T7). O custo da terra (arrendamento)

situou-se entre 8% (T7) e 12% (T3), a cobrança pelo uso da água de 3% (T3) a 9%

(T7). A mão de obra para operar o sistema de irrigação de 6% (T7) a 9% (T3), a

manutenção do sistema de irrigação e da cultura de eucalipto de 2% (T7) a 4% (T3)

cada.

Page 159: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

135

Na Tabela 4.30 são apresentadas as receitas dos tratamentos do cenário 2 a

cada ciclo da cultura de eucalipto.

Tabela 4.30 - Receitas de cada ciclo da cultura de eucalipto obtidas nos tratamentos do cenário 2 – Ano Base 2014

Tratamentos Valor (R$)

T3 421.415,91

T4 260.961,85

T5 133.832,46

T6 107.110,90

T7 92.868,36

Nas Tabelas 4.31 e 4.32 são apresentados os fluxos de caixa dos cenários 1 e

2.

Tabela 4.31 - Fluxo de caixa do cenário 1, considerando todo efluente gerado na ETE City Petrópolis – Ano Base 2014

Ano Investimento (R$) Despesas (R$) Receitas (R$) Fluxo de Caixa (R$)

0 1.317.765,38 0,00 -1.317.765,38

1 9.406,19 0,00 -9.406,19

2 9.406,19 0,00 -9.406,19

3 9.406,19 0,00 -9.406,19

4 9.406,19 0,00 -9.406,19

5 9.406,19 0,00 -9.406,19

6 9.406,19 0,00 -9.406,19

7 9.406,19 0,00 -9.406,19

8 9.406,19 0,00 -9.406,19

9 9.406,19 0,00 -9.406,19

10 9.406,19 0,00 -9.406,19

11 9.406,19 0,00 -9.406,19

12 9.406,19 0,00 -9.406,19

13 9.406,19 0,00 -9.406,19

14 9.406,19 0,00 -9.406,19

15 9.406,19 0,00 -9.406,19

16 9.406,19 0,00 -9.406,19

17 9.406,19 0,00 -9.406,19

18 9.406,19 0,00 -9.406,19

19 9.406,19 0,00 -9.406,19

20 9.406,19 0,00 -9.406,19

21 9.406,19 0,00 -9.406,19

22 4.703,10 0,00 -4.703,10

VPL -1.412.407,36

TIR Indefinida

Page 160: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

136

Tabela 4.32 - Fluxo de caixa do cenário 2, considerando todo efluente gerado na ETE City Petrópolis – Ano Base 2014

Ano

Investimentos (R$) Despesas (R$)

T3 T4 T5 T6 T7 T3 T4 T5 T6 T7

0 229.450,37 154.262,25 77.131,12 77.131,12 51.420,75

1 79.831,49 58.134,20 35.217,98 32.083,78 27.579,25 2 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 3 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 4 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 5 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 6 31.946,14 21.297,43 10.648,71 10.648,71 7.099,14 47.545,49 34.153,60 20.152,24 17.018,04 15.485,12 7 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 8 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 9 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46

10 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 11 178.932,37 119.288,25 59.644,12 59.644,12 39.762,75 47.545,49 34.153,60 20.152,24 17.018,04 15.485,12 12 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 13 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 14 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 15 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 16 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 17 31.946,14 21.297,43 10.648,71 10.648,71 7.099,14 47.545,49 34.153,60 20.152,24 17.018,04 15.485,12 18 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 19 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 20 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 21 66.930,97 49.533,85 30.917,81 30.917,81 24.712,46 22 33.465,49 24.766,93 15.458,91 15.458,91 12.356,23

Ano

Receitais (R$) Fluxo de Caixa (R$)

T3 T4 T5 T6 T7 T3 T4 T5 T6 T7

0 -229.450,37 -154.262,25 -77.131,12 -77.131,12 -51.420,75 1 -79.831,49 -58.134,20 -35.217,98 -32.083,78 -27.579,25 2 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 3 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 4 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 5 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 6 421.415,91 260.961,85 133.832,46 107.110,90 92.868,36 341.924,28 205.510,83 103.031,51 79.444,14 70.284,10 7 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 8 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 9 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46

10 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 11 421.415,91 260.961,85 133.832,46 107.110,90 92.868,36 194.938,05 107.520,01 54.036,10 30.448,74 37.620,49 12 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 13 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 14 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 15 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 16 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 17 421.415,91 260.961,85 133.832,46 107.110,90 92.868,36 341.924,28 205.510,83 103.031,51 79.444,14 70.284,10 18 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 19 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 20 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 21 -66.930,97 -49.533,85 -30.917,81 -30.917,81 -24.712,46 22 421.415,91 260.961,85 133.832,46 107.110,90 92.868,36 387.950,42 236.194,93 118.373,56 91.651,99 80.512,13

VPL -360.371,40 -317.778,81 -211.671,65 -244.810,93 -174.178,72

TIR -2,44% -6,33% -10,71% -17,12% -14,35%

Page 161: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

137

Na Tabela 4.33 é apresentado o resumo dos valores do VPL e da TIR dos

cenários 1 e 2 considerando todo efluente gerado na ETE City Petrópolis.

Tabela 4.33 - Resumo dos valores do VPL e TIR dos cenários 1 e 2 – Ano Base 2014

Cenários VPL (R$) TIR (%)

1 -1.412.407,36 indefinida

2 - T3 -360.371,40 -2,44%

2 - T4 -317.778,81 -6,33%

2 - T5 -211.671,65 -10,71%

2 - T6 -244.810,93 -17,12%

2 - T7 -174.178,72 -14,35%

Os cenários 1 e 2 apresentaram fluxos de caixa não convencionais, assim

geraram-se valores da TIR negativos ou indefinidos, nesses casos, conforme

recomendado na bibliografia, será utilizado o VPL como indicador econômico para

comparação.

O cenário 2 apresentou valores de VPL negativos, porém, superiores aos do

cenário 1, mostrando que a irrigação com efluentes é mais viável economicamente do

que a adequação do sistema de afastamento e tratamento de esgotos, visando atender

o padrão de qualidade o corpo receptor. Porém, fica evidente que essa viabilidade

econômica é extremamente dependente do tipo de adequação necessária no sistema

de afastamento e tratamento de esgotos.

Pode haver sistemas de tratamento que apresentam a eficiência exigida pela

legislação e também contam com corpos receptores com capacidade de autodepuração

ou mesmo sistemas que necessitam de pequenas adequações. Nesses casos os

investimentos necessários são menores inviabilizando economicamente a aplicação de

efluentes na irrigação de culturas agrícolas.

Page 162: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

138

Page 163: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

139

5. CONCLUSÕES

Considerando as características da área do experimento, os volumes de

madeira produzidos por cada tratamento e os resultados obtidos no estudo econômico,

são apresentadas as seguintes conclusões deste trabalho:

A produtividade de eucalipto, aferida por meio do volume médio produzido de

madeira, foi maior nos tratamentos irrigados com efluente quando comparado aos

demais;

A adubação química, da forma que foi praticada, pode ser substituída pela irrigação

com efluente doméstico, pois a produtividade média do tratamento T6 (irrigado com a

necessidade hídrica da planta com efluente e sem adubação química) foi similar a do

tratamento T2 (irrigado com água natural na necessidade hídrica da planta mais

adubação química);

A aplicação de água natural na irrigação da cultura de eucalipto mostrou ser

desnecessária, pois não representou acréscimo de produção média do T1 (irrigado

com água natural e sem adubação) em relação ao tratamento que não recebeu

irrigação e nem adubação (T8);

A melhor produtividade média foi no tratamento T3, que aplicou efluente a proporção

de um terço da necessidade hídrica da planta. Além disso, conforme as conclusões

de Veronêz (2009) e Salomão (2012), esse tratamento apresentou pequenos riscos

de contaminação da água subterrânea;

O tratamento T3 quando comparado à condição de sequeiro (tratamento T8),

apresentou uma produtividade média 48% maior;

A irrigação da cultura de eucalipto mostrou-se viável tanto no aspecto agronômico

como no sanitário, demonstrando ser uma alternativa adequada no pós-tratamento

de efluente e devendo ser considerada como uma possibilidade para o atendimento

a padrões de lançamento mais restritivos;

Page 164: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

140

Na análise econômica considerando o interesse do agricultor, apesar da

produtividade do eucalipto irrigado com efluente chegar a ser até 48% superior a de

sequeiro, o cenário 3 (sequeiro) apresentou-se mais viável. Isso pode ser justificado

pelos altos valores de implantação do sistema de irrigação e das despesas com

monitoramento ambiental;

Com a utilização do efluente na irrigação de culturas agrícolas pode se liberar as

águas de cursos naturais para fins mais nobres, além de permitir o aproveitamento

dos nutrientes presentes no esgoto no desenvolvimento da planta. Porém, verificou-

se nesse trabalho que considerando o interesse do agricultor, a irrigação com

efluente torna-se inviável economicamente. Demonstrando um paradoxo, pois a

utilização do efluente é benéfica para o meio ambiente, mas os elevados custos com

monitoramento ambiental tendem a inviabilizar economicamente essa utilização;

O sistema irrigado com efluente pode se tornar interessante quando comparado ao

de sequeiro em situações estratégicas, quando o fator área for relevante na tomada

de decisão, pois se pode reduzir até 48% da superfície para atingir a mesma

produção;

Na análise econômica considerando o interesse do operador do sistema de

saneamento, verificou-se que a aplicação do efluente na irrigação da cultura de

eucalipto (cenário 2), mostrou-se mais viável que a adequação do sistema de

esgotamento sanitário, visando atender a legislação quanto à qualidade do corpo

receptor;

Fica evidente, que quando contextualizado com setor de saneamento, a viabilidade

econômica da irrigação da cultura de eucalipto com efluente depende da

complexidade das obras necessárias para adequação do sistema de tratamento e

afastamento de esgoto para atendimento da legislação quanto a qualidade do corpo

receptor (cenário 1).

Page 165: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

141

6. RECOMENDAÇÕES

Com base nos resultados obtidos nessa pesquisa, são apresentadas algumas

recomendações para continuidade e fomento de ações voltadas para utilização de

efluentes na irrigação de culturas agrícolas:

Analisar previamente as condições da área (solo, profundidade do lençol, etc)

para implantação de empreendimentos destinados a utilizar efluente na irrigação

de culturas agrícolas;

Estabelecer legislação com regulamentação específica para utilização de

efluentes sanitários na irrigação de culturas agrícolas;

No presente trabalho estudou-se a viabilidade econômica com base nos

interesses específicos do agricultor e do operador do sistema de saneamento.

Faz-se necessário criar programas de incentivo a parcerias entre esses dois

entes, visando integrar o projeto e viabilizar a aplicação de efluentes na irrigação

de culturas agrícolas;

Estudar e criar programas de incentivos a aplicação de efluentes na irrigação de

culturas agrícolas, no intuito de viabilizar economicamente empreendimentos

com essa finalidade;

Modificar legislação e regulamentação sobre cobrança pelo uso dos recursos

hídricos de forma a beneficiar projetos de reuso de água.

Page 166: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

142

Page 167: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

143

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. A implementação da cobrança pelo uso de recursos hídricos e agência de água das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Brasília, 2007. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil - 2011. Brasília, 2011. ALFARO, L. G. Localização econômica dos reflorestamentos com eucaliptos, para a produção de carvão vegetal no Estado de Minas Gerais. 1985. 147 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal), Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1985. Almeida, A. C.; Sales, J. V.; Landsberg, J. J.; Rezende, G. D. Growth and water balance of Eucalyptus grandis hybrid plantations in Brazil during a rotation for pulp production. Forest Ecology and Management, v. 251, p.10-21, 2007. AQUAPOLO. Aquapolo Ambiental. São Paulo, 2012. Disponível em < http://www.aquapolo.com.br/institucional/obra/>. Acessada em julho de 2012. ARAÚJO, G. C. Avaliação do pós-tratamento de efluentes de reatores UASB através de um sistema de aplicação superficial de esgotos no solo. 1998. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte, 1998. ARAÚJO, H.B. Avaliação econômica de eucalipto irrigado em diferentes cenários. 2010. Tese (Doutorado em Agronomia), Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2010. ASANO, T. Wastewater reclamation and reuse. Pennsylvania: Technomic Publishing CO. Inc., 1998. ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR-13.969/97: Estabelece os usos previstos para o esgoto tratado. Rio de Janeiro, 1997. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS - ABRAF - Anuário Estatístico da ABRAF 2013 - ano base 2012. Brasília, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL - ABES. Reúso da água. São Paulo: ABES, 1992.

Page 168: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

144

BARBIERI, J.C.; ÁLVARES, A.C.T; MACHLINE, C. Taxa interna de retorno: controvérsias e interpretações. São Paulo: FGV, 2007. BASTOS, R.K.X. Utilização de esgotos tratados em fertirrigação, hidroponia e piscicultura. Programa de Pesquisa em Saneamento Básico - PROSAB. Rio de Janeiro: ABES, 2003. BELLI, P. et al. Economic analysis of investment operations: analytical tools and practical applications. Washington: World Bank Institute, 2000. 264 p. BELLINGIERI, P. H. Avaliação de contaminação em água subterrânea, pela prática de irrigação com efluente desinfetado de lagoa anaeróbia no cultivo de milho. 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia civil), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005. BONTOUX, LAURENT. The Regulatory Status of Wastewater Reuse in the European Union. In: ASANO, Takashi. Water quality management library - Volume 10 / Wastewater reclamation and reuse. Pennsylvania, USA: Technomic Publication, 1998. BRASIL. Portaria no 2.914, do Ministério da Saúde, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Brasília, 2011. BRASIL. Resolução no 54, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, de 28 de novembro de 2005. Estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reúso direto não potável de água, e dá outras providências, Diário Oficial da União, Brasilia, 09/03/06. BRASIL. Resolução no 121, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, de 16 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes e critérios para a prática e reúso direto não potável de água na modalidade agrícola e florestal, Diário Oficial da União, Brasilia, 16/03/11. BRASIL. Resolução no 357, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências, Diário Oficial da União, Brasilia, 18/03/05. BRASIL. Resolução no 430, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, Diário Oficial da União, Brasilia, 16/05/11. CALDER, I.R.; HALL, R.L; ADLARD, P.G. Growth and water use of forest plantations. Chichester: J. Wiley, 1992. 391 p.

Page 169: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

145

CARRAR0, J.V. Tratamento de efluente bruto cítrico líquido no solo por meio de sulcos largos de infiltração. 1995. Dissertação (Mestrado em Engenharia civil), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1995. CINTRA FILHO, O. A. Influência na qualidade da água subterrânea pela irrigação com efluente de lagoa anaeróbia em cultura de milho. 2008. Dissertação (Mestrado em Engenharia civil), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. CINTRA FILHO, O. A. Impacto na qualidade da água do lençol freático pela irrigação com efluente de lagoa facultativa em área cultivada com eucalípto. 2013. Tese (Doutorado em Engenharia civil), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013. COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO SAPUCAÍ-MIRIM/GRANDE - CBH/SMG, Deliberação 183/10, de 02 de Dezembro de 2010. Altera a deliberação CBH/SMG 176/2010 (Aprova a proposta dos mecanismos e valores para cobrança pelos usos urbano e industrial dos recursos hídricos de domínio do Estado de São Paulo, no âmbito da Bacia Hidrográfica dos Rios Sapucaí Mirim/Grande e dá outras providências). Franca, 2010. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - CETESB. Norma Técnica nº 6410 - Amostragem e monitoramento das águas subterrâneas. São Paulo, 1988. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - CETESB. Instrução técnica nº 31. Aplicação de água de reúso proveniente de estação de tratamento de esgoto doméstico na agricultura. São Paulo, 2006. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - CETESB. Norma Técnica P4-231 - Vinhaça – critérios e procedimentos para aplicação no solo agrícola. São Paulo, 2006. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - CETESB. Reúso de água. Disponível em <www.cetesb.sp.gov.br>. Acessada em agosto de 2008. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - CETESB. Norma Técnica P4-002 - Efluentes e lodos fluidos de indústrias cítricas - critérios e procedimentos para aplicação no solo agrícola. São Paulo, 2010. COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP. Plano de saneamento do município de Pedregulho. Franca, 2007. COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP. Água de reuso. Disponível em < http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=131>. Acessada em julho de 2012.

Page 170: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

146

COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP. Estudo de alternativas para o sistema de esgotamento sanitário do município de Pedregulho - Sede. Franca, 2013. COSTANZI, R.N. Técnicas combinadas. Disponível em < http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?i d=8317. Acessada em abril de 2008. CORAUCCI FILHO, B. Aplicação no solo de água residuária cítrica contendo óleo essencial utilizando a técnica de irrigação por sulcos de infiltração. In: I Simpósio Latinoamericano de Tratamiento y Reúso del Agua y Residuos Industriales. UNAM. México, 1998. CORAUCCI FILHO, B.; CHERNICHARO, C. A .L.; ANDRADE NETO, C. O .; NOUR, E.A.A.; ANDREOLI, F. DE N.; SOUZA, H.N.; MONTEGGIA, L. O .; VON SPERLING, M.; LUCAS FILHO, L.; AISSE, M.M.; FIGUEIREDO, R.F.; STEFANUTTI, R. Bases conceituais da disposição controlada de águas residuárias no solo. In: Campos, J.R. (coordenador). Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo, Rio de Janeiro: ABES, 1999a. 321-356p. CROOK, JAMES. Water reclamation and reuse criteria. In: ASANO, Takashi. Water quality management library - Volume 10 / Wastewater reclamation and reuse. Pennsylvania, USA: Technomic Publication, 1998. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Características da madeira de algumas espécies de eucalipto plantadas. Colombo, 2000. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Cultivo do eucalipto (Versão eletrônica - agosto/2003). Disponível em<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Eucalipto/CultivodoEucalipto/index.htm>. Acessada em agosto de 2012. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro, 2006. 306p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Características Físico-Hídricas e Disponibilidade de Água no Solo. Disponível em < http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/publica/circul21.pdf>. Acessada em agosto de 2008. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Características Físico-Hídricas e Disponibilidade de Água no Solo. Disponível em <http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/publica/circul21.pdf>. Acessada em dezembro de 2010.

Page 171: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

147

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Plantio de Eucalipto na Pequena Propriedade Rural. Curitiba, 2000. Disponível em <http://www.cnpf.embrapa.br/publica/seriedoc/edicoes/doc54.pdf >. Acessada em julho de 2013. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - FIESP. Conservação e reúso de água. Manual de orientações para o setor industrial. Disponível em <http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/ambiente/reúso.pdf >. Acessada em julho de 2009. FUNDAÇÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS AGRÍCOLAS E FLORESTAIS - FEPAF. Guia Prático de Manejo de Plantações de Eucalipto. Botucatu/SP, 2008. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7.ed. São Paulo: Harbra, 1997. GRUBER, Y.B.G. Otimização da lâmina de irrigação na produção de mudas clonais de eucalipto. 2006. Dissertação (Mestrado em Agronomia), Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006. HARUVY, N. Wastewater irrigation decision-making: farm sector interests versus the nation’s . International Water & Irrigation Review. Tel Aviv. 1997.v.17, n.4, p24-26, 28-31, 33-34. HESPANHOL, I. “Potencial de reúso de água no Brasil: agricultura, indústria, municípios, recarga de aqüíferos”. Bahia Análise & Dados, v. 13, n. Especial, pp. 411- 437. Salvador/BA, 2001. HESPANHOL, I. Potencial de reúso de água no Brasil: agricultura, indústria e recarga de aqüíferos. In: MANCUSO, P. C. S.; SANTOS, H. F. das. Reúso de água. Barueri: Manole, 2003. INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA – IEA. Cotações de madeira de eucalipto para o produtor - Estado de São Paulo – 2014. Disponível em <http://www.iea.sp.gov.br/out/florestas.php. Acessada em novembro de 2014. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS - IPT. Relatório no 40.672 - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos e estabelecimento de diretrizes técnicas para a elaboração do plano da bacia hidrográfica do sapucaí-mirim/grande. Franca, 1999. INSTITUTO MATO-GROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA – IMEA. Diagnóstico de florestas plantadas do Estado de Mato Grosso. Cuiabá, 2014. KLEMPERER, D. W.; KLEMPERER, D. Forest Resource Economics and Finance. 1995. 551p.

Page 172: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

148

KRUZIC, A. P. Natural Treatment and on-site processes. Water Environment Research. 1997. LANDA, H.; CAPELLA, A.; JIMÉNEZ, B. Particle size distribution in an efluent from an advanced primary treatment and its removal during filtration. J.Water Pollution Control Federation, 114(3):621-638, 1988. Water Sci. Tech., 36(4): 159-165, 1997. MADEIRA, M. V. et al. Changes in carbon stocks in Eucalyptus globulus Labill plantations induced by different water and nutrient availability. Forest Ecology and Management, v. 171, n. 1-2, p. 75-85, 1 Nov. 2002. MANCUSO, P. C. S., SANTOS, H. F. (2003), Reúso de Água. São Paulo, 2003. METCALF & EDDY. Wastewater engineering: treatment, disposal and reuse. 3ed. New York: McGraw-Hill, 1334 p. 1991. METCALF & EDDY, Inc. Wastewater engineering: treatment and reuse. 4.ed. Nova York, USA: McGraw-Hill Higher Education, 2004. MIAN, M. A. Project economics and decision analysis: deterministic models. Tulsa: PenWell Corporation, v. 1, 2002. 377p. MIERZVA, J. C., HESPANHOL, I. Água na Indústria: uso racional e reúso. São Paulo, 2005. MINOGUE, P.J.; MIWA, M.; ROCKWOOD, D. L.; MACKOWIAK, C. L. Removal of nitrogen and phosphorus by Eucalyptus and Populus at a tertiary treated municipal wastewater sprayfield. International Journal of Phytoremediation, vol. 14, pp. 1–14, 2012. MOTA, F. S. B., VON SPERLING, M., et al. Nutrientes de esgoto sanitário: utilização e remoção. PROSAB 5 - Programa de Pesquisas em Saneamento Básico. Rio de Janeiro, 2009. NOGUEIRA, M.R.S. Otimização Econômica do Uso do Esgoto Tratado. Uma Análise do Transporte da Água de Reúso em Busca da Sustentabilidade. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2010. NOVAIS, R.F.; BARROS, N.F.; COSTA, L.M. Aspectos nutricionais e ambientais do eucalipto. Silvicutura, São Paulo, v.17, n. 68, p.10-17, 1996. PAGANINI W.S. Disposição de Esgotos no Solo (escoamento à superfície). Fundo Editorial da AESABESP, São Paulo, 1997, 232p. PARTNER ENGENHARIA & GERENCIAMENTO LTDA. Alternativas do sistema de esgotamento sanitário do município de Franca. São Paulo, 2014.

Page 173: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

149

ROCHA, F.A., SILVA, J.O., BARROS, M.B. Reúso de águas residuárias na agricultura: a experiência israelense e brasileira. Enciclopédia biosfera, centro científico conhecer, Goiânia, 2010. Disponível em <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010c/reúso%20de%20aguas.pdft>. Acessada em julho de 2012. REAMI, L. Avaliação de produtividade agrícola e de concentrações de metais nos grãos, de cultura de milho irrigada com efluente anaeróbio. 2008. Dissertação (Mestrado em Engenharia civil), Faculdade de Engenharia civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. REBOUÇAS, A.C. Água e desenvolvimento rural. São Paulo, 2001. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-0142001000300024&script=sci_arttext>. Acessada em junho de 2012. REBOUÇAS, A. Reúso da água diminui o risco hídrico. Disponível em <http://www.revistacustobrasil.com.br/pdf/01/mat011.pdf>. Acessada em julho de 2009. REZENDE, A.A.P.; MATOS, A.T.; SILVA, C.M. Aplicação da água residuária do processo de fabricação da celulose kraft branqueada na fertirrigação de eucalipto. Disponível em < http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes23/II-344.pdf>. Acessada em julho de 2009. REZENDE, J. L. P. Application of benefit-cost analysis to forestry investment problems. Toronto: University of Toronto, 1982. 190 p. (Tese Ph.D.). RODRIGUES, R. S. As dimensões legais e institucionais do reúso de água no Brasil: proposta de regulamentação do reúso no Brasil. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2005. 177p. SALOMÃO, Luís Antônio. Irrigação de eucalipto com efluente sanitário de lagoa facultativa: avaliação da produtividade agrícola. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012. SANTOS, A.D. Estudo das possibilidades de reciclagem dos resíduos de tratamento de esgoto da região metropolitana de São Paulo. 2003. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. SANTOS, F.W.; Fernandes, W.B. Custo de produção de Eucalipto no município de Suzanápolis - SP. São Paulo, 2008. Disponível em <http://www.iflorestal.sp.gov.br/publicacoes/serie_registros/IFSR36/123-126.pdf>. Acessada em junho de 2012.

Page 174: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

150

SÃO PAULO (Estado). Lei nº 12.183, de 29 de Dezembro de 2005. Dispõe sobre a cobrança pela utilização dos recursos hídricos do domínio do Estado de São Paulo, os procedimentos para fixação dos seus limites, condicionantes e valores e dá outras providências, São Paulo, 2005. SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 50.667, de 30 de Março de 2006. Regulamenta dispositivos da Lei nº 12.183 de 29 de dezembro de 2005, que trata da cobrança pela utilização dos recursos hídricos do domínio do Estado de São Paulo, e dá providências correlatas, São Paulo, 2006. SÃO PAULO (Estado). Deliberação no 90, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH, de 10 de dezembro de 2008. Aprova procedimentos, limites e condicionantes para a cobrança, dos usuários urbanos e industriais, pela utilização dos recursos hídricos de domínio do Estado de São Paulo, São Paulo, 2008. SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 58.772, de 20 de Dezembro de 2012. Aprova e fixa os valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos de domínio do Estado de São Paulo na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Sapucaí-Mirim/Grande, São Paulo, 2012. SCANAVACA JUNIOR, L. Caracterização silvicultural, botânica e tecnológica do Eucalyptus urophilla S. T. Blake e do seu potencial para utilização em serraria. 2001. Dissertação (Mestrado). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2001. SILVA, R.S.P. Reúso agrícola do efluente de um filtro anaeróbio utilizando um sistema de irrigação por sulcos. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia civil), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003. SILVEIRA, Ricardo Bitencourt. Análise da rentabilidade potencial de investimentos em reflorestamento de eucalipto no leste de Mato Grosso do Sul e norte do Paraná. 2008. Dissertação (Mestrado Profissional da Produção e Gestão Agroindustrial), Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal - UNIDERP, Campo Grande, 2008. SOUZA, S.B.S. Irrigação por Infiltração com Efluente de Lagoa Anaeróbia em Solo Cultivado com Milho (Zea mays L.). 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia civil), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004. SOUZA JUNIOR, J.O. Análise econômica em plantios de pinus e eucalipto no planalto serrano catarinense. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012.

Page 175: IRRIGAÇÃO DE EUCALIPTO COM EFLUENTE SANITÁRIO: …repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258712/1/Veronez_A… · Veronêz, Alex Henrique, 1977- Irrigação de eucalipto

151

TOMAZELLO FILHO, M. Efeito da irrigação e fertilização nas propriedades do lenho de árvores de eucalyptus grandis x urophylla. 2006. Tese (Concurso de Livre Docência), Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006. U.S. Environmental Protection Agency. 1981. Process design manual for land treatment of municipal wastewater. Cincinati, 1981. U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (EPA). 2004. Guidelines for Water Reuse. Disponível na Internet em: http://www.epa.gov. Acessada em março de 2009. VERONÊZ, A. H. Irrigação de eucalipto com efluente sanitário de lagoa facultativa: eficiência do sistema solo-planta no pós-tratamento. 2009. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. VIEIRA, D.B. As Técnicas de Irrigação. 2.ed. São Paulo. Globo, 1995. VON SPERLING, M. Lagoas de Estabilização. Belo Horizonte, MG. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental,UFMG, 2002. VON SPERLING, M. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. 3 ed. v.1 Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2005. WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for the safe use of wastewater, excreta and greywater. Wastewaer Use in Agriculture. V.2. Geneva, Switzerland. 218p. 2006. YOVAL, J. L.; MISSET, J.C. Tratamiento integral de agua residual municipal, su desinfección y reúso em la agricultura. In: CONGRESSO INTERMERICANO DE INGENIERIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. Anais... San Juan 22-27 de agosto de 2004.