introdução à história econômica para economistas
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INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ECONÔMICA
(Parte 1) TEMA
:
História
“Uma das primeiras funções da história econômica é a de ser um fórum
onde vários profissionais podem se encontrar para trocar impressões”.
HICKS, John. Uma história da história econômica.
Sociologia
História
“É que não existe, em toda a sua pureza, o fato econômico, o fato
político, o fato artístico ou religioso. O que existe é o fato social, que se decompõe em diferentes aspectos
que vão constituir campo de atenção de um outro estudioso [...]
com o desenvolvimento das pesquisas históricas tornou-se
evidente a necessidade de especialização. Era impossível a
alguém dominar toda a matéria que se compreende sob os títulos
ambiciosos de História Universal, História Geral ou História da
Civilização”.
Francisco Iglésias.
Introdução à historiografia Econômica.
O que é HISTÓRIA?
A História Geral realmente é geral?
“O que se chama História Universal é uma escolha e
combinação de elementos, feita de modo arbitrário e
com critérios subjetivos”
Pré-História
Idade Antiga
Idade Medieval
Idade Moderno
Idade
Contemporânea
Comunism
o Primitivo
M.P.
Escravagista M.P.
Feudal
M.P.
Capitalista M.P.
Comunista
SOCIEDADE
AGRÍCOLA SOCIEDADE
INDUSTRIAL
SOCIEDADE DA
INFORMAÇÃO
A tarefa é mostrar como foi construída a coerência e
a unidade de sentido onde só existia o caos e a dispersão.
“O rosto de uma época é uma
construção homogeneizada”
Foucault.
CAÇA COLETA PASTOREIO Agricultura Comércio
ADAM SMITH
Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações
“Todas as formas de
evolução cultural tratam o
tempo do passado como
algo homogêneo, de modo
que permita a comparação
de diferentes sociedades,
pregando etiquetas nas
sociedades de acordo com
uma sequência tipológica
previamente definida. Isso
não é um processo neutro:
é a politização do tempo”
“Pretendo escrever a presente história a fim de que as ações dos homens não se
deixem apagar pelo tempo e que os grandes e admiráveis empreendimentos tanto dos gregos quanto dos bárbaros
(Persas) não fiquem sem a admiração e os elogios merecidos”.
“Contar o que realmente aconteceu”
- Objetivo da história: tornar imortal os grandes feitos. Narrar o extraordinário.
- “Historie” – ver, procurar, pesquisar sobre.
- “Histor” – aquele que vê, aquele que é testemunha.
Heródoto
(484-420 a.C)
a) Ciência Social é da mesma grandeza das Ciências Naturais.
-Idéia de conhecimento científico como verdade;
-A Razão capacidade do homem em julgar e descobrir a verdade.
-A verdade é algo que está fora do sujeito e o sujeito é capaz de apanhá-la. Pesquisar as LEIS que regem os fenômenos.
História como reprodução fiel e confiável do que aconteceu.
b) Crença na capacidade de neutralidade do sujeito
“É possível o conhecimento sem juízo de valor”
“A história deve ser escrita tal qual”
“Os fatos falam por si mesmo”
IMPARCIALIDADE/ NEUTRALIDADE
c) Objeto de pesquisa
O POSITIVO = é sujeito ao método da observação e experimentação; verificável. “Onde não há documentos, não há história”
A sociedade é regida por
Invariáveis passíveis de observação (causa e efeito)
“Nas Ciências Sociais, o fenômeno
ideológico é intrínseco, pois está
no sujeito e no objeto. A própria
realidade social é ideológica”.
“A neutralidade é um truque, é um
golpe do cientista social que
pretende viver tranquilamente à
sobra do poder”.
“Qualquer modelo que se pretende
criar a partir da observação de
uma dada realidade é sempre
simplificador. Tenta cristalizar,
apreender a essência de algo que
é complexo, dinâmico e instável”
“No conhecimento histórico não se
quer neutralidade, passividade,
serenidade e universalidade. A
verdade universal se pulverizou em
análises pessoais. Não se busca
mais o absoluto e não se quer mais
produzir uma obra de valor universal.
O conhecimento histórico é múltiplo
e não definitivo: são interpretações
de interpretações. A realidade é
produzida por jogos de linguagem.
O ser é um diferença constante, isto
é, temporal e inessencial”.
“Narrar uma
história, mesmo
que ela tenha
acontecido, é
reinventá-la” De Certeau.
(1925 - 1985)
“Não há saber neutro, todo saber
é político [...] os discursos que
não são em si nem verdadeiros
nem falsos [...] a ciência é um
depósito de discursos com status
privilegiados, pois são atingidos
por efeitos de verdade, rituais
que o fazem aceitos sem
questionamento”.
Microfísica do Poder.
“Entre a Ciência e a Ideologia não há espaços demarcatórios”.
“Ao lermos não resgatamos sentidos,
mas o produzimos”.
“Não há saber neutro, todo saber é político”
“As verdades não são descobertas pelo homem, mas construídas por ele”
“A verdade não existe
fora do poder ou sem
poder”.
“O fato histórico é uma criação
do historiador”
O QUE É ECONOMIA?
“A Economia é o estudo de
como o homem ganha o
pão de cada dia [...] A
economia é o estudo de
como o homem garante sua
suficiência material, ou de
como as sociedades fazem
para obter recursos materiais”.
“Economia é a ciência que
estuda as relações sociais
de produção, circulação e
distribuição de bens
materiais, definindo as leis que regem tais relações”.
“Economia é uma
ciência social que estuda
a administração dos
recursos escassos entre
usos alternativos e fins
competitivos”. (Livro “Economia”)
Perguntas: Administrar em favor de quem? Com quais objetivos?
Essas “verdades” servem a quem?
“Economia é o estudo de como a sociedade
administra seus recursos escassos”
“Os economistas atribuem-se a missão, quer de pesquisar,
quer de ensinar a natureza da riqueza e as leis de sua
produção e de distribuição”
Inglês (1806-1873)
1848
“Propiciar ao povo um rendimento abundante e fornecer ao Estado um rendimento suficiente é,
seguramente, um duplo objeto muito sério e, se a Economia Política nos faz atingi-lo, presta-nos relevante serviço. Entretanto, não vejo que isso seja o objeto de uma ciência propriamente dita
[...] se a Economia Política fosse o que diz A. Smith e se não passasse disso, seria seguramente
um estudo muito interessante, mas não seria uma ciência propriamente dita. Dessa maneira, é
preciso afirmá-lo: a Economia Política é coisa diferente do que A. Smith diz. Antes de pensar
em propiciar ao povo um rendimento abundante e antes de ocupar-se em fornecer ao Estado um rendimento suficiente, o economista busca e
descobre verdades puramente científicas [...] A utilidade e a equidade, o interesse e a justiça, são duas ordens de considerações muito diferentes”
Ciência Econômica Economia Aplicada
(objetividade, exatidão) Razão = Verdade
Economia
Político-Social
(Subjetividade, relatividade)
Não existe verdades, ao menos, temporariamente.
Matemática,
Engenharia,
Estatística
Econometria
História,
Sociologia,
Política.
História
Econômica
- “TEORIA DAS ELITES”
León Walras
“A distribuição de riqueza não é um tema econômico e sim sociológico”
“A história revela que as LEIS ECONOMICAS sofrem variações, portanto, não relativas”
Ceteris Paribus
As Leis Econômicas são
indiferentes aos Pobres e às
“lutas entre classes sociais”.
“A Economia adquiriu progressivamente status de ciência depois da publicação, em 1776, de A
Riqueza das Nações, de Adam Smith. No século XIX, uma vasta produção de estudos da então chamada Economia Política consolidou-a como disciplina socialmente reconhecida [...] A partir
de 1870, houve uma mudança substancial no pensamento
econômico dominante: a chamada revolução marginalista alterou o foco
da análise econômica, sendo sintomática a troca do nome da
disciplina de Economia Política para Economia” p. 3
1874 1871 1871
1879 - A Teoria Pura do Comércio
Exterior. - A Teoria Pura dos Valores
Domésticos.
1890: Princípios de Economia.
PERIGO COMUNISTA: melhor eliminar a história e a sociologia do debate econômico.
Poder do monopólio: ainda não era tão sentida, por isso, acreditavam na concorrência perfeita e na harmonia econômica. Não há espaço para crise.
1842 e 1924
Inimigo declarado do Comunismo.
Foi apoiador do fascismo italiano.
O instrumental analítico do equilíbrio geral é uma lei na qual fundamenta
muito mais a não intervenção do Estado em questões distributivas, do que nas
produtivas.
Ótimo de Pareto: mensura a satisfação máxima do agente econômico. O ponto
em que não há como ganhar mais. (é um louvor à concentração de renda).
Princípio de Pareto: Estudos mostram que 20% dos clientes respondem por mais de 80% dos lucros de qualquer
negócio.
PRAZER: consumo de
utilidades econômicas.
“O homem nasce
bom, a sociedade é
que o corrompe”
Rousseau
“O homem é lobo (predador) do homem” Thomas Hobbes
“A Economia estuda o comportamento de agentes racionais na alocação de recursos escassos entre fins alternativos”.
“A Economia estuda a alocação de recursos escassos (dinheiro, capacidade de trabalho, energia, etc.) entre fins alternativos (lazer,
segurança, sucesso, etc.) por parte dos proprietários de recursos que buscam obter o máximo benefício por unidade de dispêndio”.
“O prazer e o sofrimento são indiscutivelmente o objeto último
do cálculo da Economia. Satisfazer ao máximo as nossas necessidades com o mínimo de
esforço – obter o máximo do desejável à custa do mínimo
indesejável – em outras palavras, maximizar o prazer é o problema da Economia” p. 47.
“É óbvio que a Economia se baseia de fato nas leis do prazer humano”
p. 48
HOMO ECONOMICUS: Egoísta,
Individualista,
Interesseiro, etc.
A base da Conduta Econômica do Homem é: maximizar o prazer e minimizar a dor. Seus Desejos e Vontades estão em prol de seu bem-estar.
O prazer individual é a finalidade da vida. O trabalho tem a ver com as necessidades deles, portanto, com interesses.
Parte dos marxistas não está em acordo sobre a existência de uma natureza humana, já que o trabalho faz o homem.
“O homem não age racionalmente sempre [...] o inconsciente se
manifesta sem o controle da razão”
“A nossa civilização racional é em grande
parte responsável pelas nossas desgraças.
Seríamos muito mais felizes se a
abandonássemos e retornássemos às
condições primitivas”.
FREUD (1856/ 1939)
“A espécie humana teve sabedoria para criar a ciência e a arte, por que não criou a
justiça e a paz? [...] No capitalismo, uma boa safra é um desastre; o sistema não
funciona bem na paz, produzir armamento traz equilíbrio econômico”
“Nos países de primeiro mundo, 90% são alfabetizados, como compreender que eles
foram os atores das guerras [...] a educação não livra ninguém da barbárie [...] a
Sociedade Moderna é carente de sanidade mental , não podemos dizê-la
que é raciona.l”
Erich Fromm (Alemanha, 1900-1980).
“Este livro trata da patologia da normalidade,
particularmente, da patologia da sociedade
ocidental contemporânea”
O fracasso das sociedades baseadas no interesse próprio e na ganância.