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Módulo de História
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA
História, que em grego significa investigação, surgiu com esse fim,
na Grécia do século V a.C. com Heródoto, considerado o pai da
História.
Conceito: a História estuda o passado comparando-o com o
presente e observando as transformações que ocorreram com a
humanidade visando analisa-las criticamente.
Função da História: auxiliar o homem na busca da sua identidade.
Objetivos: o homem deve ser capaz de: compreender o processo
histórico; perceber as raízes dos fatos contemporâneos; interpretar e
criticar os fatos; entender as transformações na sociedade.
O objeto da História é o fato histórico.
Fato histórico é toda e qualquer ação humana que ultrapassa ao
campo do indivíduo e do grupo; é um acontecimento que tem
importância para a coletividade.
É possível construir uma análise crítica em relação a um
determinado fato histórico – síntese histórica (teoria construída
para o fato a escrita final). A síntese histórica se dá a partir da
reunião das fontes históricas (primárias e secundárias).
Fontes: todo material confiável e sujeito a cientificidade. Não
escritas e escritas Ex: fósseis, documentos, pinturas, vestígios.
Ciências auxiliares da História: nas suas investigações, o
historiador recorre ao auxílio de outras ciências para interpretar os
acontecimentos históricos. Vejamos algumas delas:
a) Geografia: estuda a superfície da terra no seu aspecto físico e
humano;
b) Economia: estuda a produção, distribuição, consumo e circulação
da riqueza;
c) Arqueologia: estuda os vestígios deixados pelas civilizações
passadas;
d) Paleontologia: estuda os fósseis de animais e vegetais;
e) Epigrafia: estuda os escritos antigos em materiais pesados, como
pedra, argila, madeira e bronze, entre outras.
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA: periodizar significa indicar
períodos, demarcar com elementos que caracterizam o tempo
demarcado. Entre os povos cristãos ocidentais, a periodização
dominante divide o estudo da humanidade em Pré-História e
História.
A Periodização Clássica adotada pela Historiografia divide os
períodos históricos humanos da seguinte forma:
Pré-história
Das origens do homem
até 4000 a.C.
Antiguidade
De 4000 a.C. a 476
Idade Média
De 476 a 1453
Idade Moderna
De 1453 a
1789
Idade Contemporânea
De 1789 aos dias
atuais
1) PRÉ-HISTÓRIA: : antes do surgimento da escrita, ou seja, até
4.000 a.C. Divide-se em: - Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada;
- Neolítico ou Idade da Pedra Polida e - Idade dos Metais.
Fontes: ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e
fósseis, arte rupestre, esculturas, adornos.
2) HISTÓRIA: Para facilitar o estudo da História ela foi dividida em
períodos: - Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C. até 476
(invasão do Império Romano); - Idade Média (História Medieval): de
476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos); -
Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa); - Idade
Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje.
Fontes: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registros orais,
documentos, moedas, jornais, gravações, etc.
DIVERSAS FORMAS DE CONTAR O TEMPO:
(Fonte: http://historiapublica.blogspot.com/2009/06/linha-do-tempo.html)
CULTURA é uma espécie de tecido social que abarca as diversas
formas e expressões de uma determinada sociedade. Como tal, os
costumes, as práticas, as maneiras de ser, os rituais, a
indumentária (forma de se vestir) e as normas de comportamento
são aspectos incluídos na cultura. Outra definição estabelece que a
cultura é o conjunto de informações e habilidades que um individuo
tem. Para a UNESCO, a cultura confere ao ser humano a
capacidade de reflectir sobre si mesmo: através da reflexão, o
homem discerne valores e procura novas significações. (Cf.
http://conceito.de/cultura)
PATRIMÔNIO CULTURAL: É como uma herança que todos
recebemos ao nascer e que faz o conjunto dos bens que
pertencem a um povo ou um país. Pode ser considerado:
a) Patrimônio material: “composto por um conjunto de bens
culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do
Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas
artes; e das artes aplicadas. Estão divididos em bens imóveis como
os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens
individuais; e bens móveis como coleções arqueológicas, acervos
museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos,
videográficos, fotográficos e cinematográficos.” (Cf.
http://portal.iphan.gov.br)
b) Patrimônio Cultural Imaterial: “as práticas, representações,
expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos,
objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que
as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.” (Cf.
http://portal.iphan.gov.br)
A PRÉ-HISTÓRIA
I – Considerações sobre o Termo:
Influência do evolucionismo do séc. XIX ideia de progresso,
superioridade X inferioridade.
O que é Pré–História? – é o estudo da sociedade humana antes
do aparecimento da escrita.
- A Hominização
1)Teoria do criacionismo – religiosa (Bíblia)
2)Teoria do evolucionismo – científica (C. Darwin) Pongídeos ou
Hominídeos
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Evolução Humana
Hominídeos – compreende os gêneros: australopithecus e o
humano. Viveu cerca de mais de 5 milhões de anos.
Australopithecus – surgiu na África, a cerca de 4 milhões de
anos; Homo Habilis – 2,4 milhões; Homo E rectus – 1,8 milhões,
alcançou a Europa, a Ásia e a Oceania; Homo Sapiens – 230 mil.
Homo sapiens sapiens – homem moderno.
DIVISÃO DA PRÉ-HISTÓRIA
Paleolítico – Não produtor
Grupos de caçadores e coletores; / Vida nômade;
Cooperação e divisão de tarefas; / Pintura rupestre; / Controle do
fogo.
Neolítico – Revolução Neolítica – Produtor
O homem interfere no meio ambiente; / Vida sedentária; / Técnicas
agrícolas; / Domesticação de animais; / Surgimento: cerâmica,
divisão do trabalho, divisão social, Estado, crescimento
populacional, propriedade privada.
Idade dos Metais - o homem desenvolveu a metalurgia (Fundição
de metais: cobre bronze e ferro);
Revolução urbana; / Formação do Estado; / Surgimento da escrita
(Início da História).
PRÉ-HISTÓRIA AMERICANA (OCUPAÇÃO DA AMÉRICA)
Hipótese mais provável – Teoria Clóvis – Os primeiros povoadores
teriam chegado à América através do estreito de Bering, numa
época do rebaixamento e congelamento dos oceanos facilitando a
passagem do ser humano da Sibéria pelo Extremo Norte da Ásia
chegando ao Alasca entre 10 a 11 mil anos atrás.
- Pesquisas recentes x Teoria Clóvis.
- Pesquisas arqueológicas atuais: Alguns estudiosos acreditam
que os primeiros povoadores da América tenham chegado através
de ondas migratórias a mais de 20 mil anos atrás.
- Luzia, a primeira brasileira.
- Alguns sítios arqueológicos da América:
Meadowcroft (Pensilvânia – Estados Unidos);
Monte Verde (Chile);
PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA
Sítios Arqueológicos: São Raimundo Nonato – (Piauí) 50 mil
anos; Lagoa Santa (MG) – 12 mil anos;
Pedra Pintada (Pará).
- A Pré-história brasileira divide-se em dois grandes períodos:
* Culturas do Pleistoceno – Trata da origem dos primeiros
povoadores da América;
* Culturas do Holoceno – Culturas pré-cerâmicas do litoral (os
sambaquis); Culturas Meridionais (Tradições Taquara e Itareré);
Culturas do Brasil Central e Nordeste (Tradições Uma e Aratu).
Vestígios arqueológicos encontrados no Brasil:
Objetos líticos e cerâmicos; Sambaquis; Pinturas rupestres, entre
outros.
PRÉ-HISTÓRIA SERGIPANA
A Arqueologia e seu objeto de Estudo
Os estudos arqueológicos em Sergipe datam a presença humana a
mais de 9000 a.C.
Principais municípios sergipanos onde foram encontrados
materiais arqueológicos: Canindé do São Francisco, Divina
Pastora, Cristinápolis, Pacatuba, Lagarto e Frei Paulo.
A cultura Canindé: Localizava-se em territórios da bacia do São
Francisco, no Canyon material cerâmico, artefatos líticos, registros
rupestres, rituais de enterramento (sepultamento primário).
Tradição Aratu: localizava-se na faixa litorânea principalmente em
Pacatuba e Cristinápolis. No entanto o principal sítio arqueológico
dessa tradição é o sítio Fortuna na cidade de Divina Pastora. Os
povos dessa tradição realizavam sepultamentos secundários.
Tradição Tupi-guarani: localizava-se próximo às bacias
hidrográficas, possuíam sepultamentos secundários e alimentam-se
principalmente de mandioca além da caça e pesca.
Características gerais da vida do homem pré-histórico
sergipano: viviam em pequenos grupos; eram nômades; moravam
em casas feitas de troncos de madeira e cobertas com palhas ou
em grutas como as do Canyon do Rio São Francisco; caçavam,
pescavam e plantavam milho e feijão; usavam arco e flecha;
fabricavam objetos cerâmicos; existia uma divisão sexual e etária do
trabalho; acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos
mortos.
Troncos Lingüísticos – Tupi e Macro-Jê
Tribos – xocó, tupinambá, kiriri, boimé, karapotó – aramuru
ANTIGUIDADE
AS CIVILIZAÇÕES ORIENTAIS
A localização das primeiras civilizações - crescente fértil.
Povoamento: hamitas, semitas e indo-europeus.
I - EGITO ANTIGO
1. LOCALIZAÇÃO: nordeste da África, região seca e árida
(desértica) Crescente Fértil.
Segurança: cercada por desertos e mares, a região estava
naturalmente protegida de invasões.
Rio Nilo: irrigação (obras hidráulicas) e fertilização (húmus)
facilidade da atividade agropecuária como meio de sobrevivência.
Heródoto: ― O Egito é uma dádiva do Nilo somente os fatores
naturais não explicam o desenvolvimento da civilização egípcia. Às
condições da natureza, devemos acrescentar o valor do trabalho
humano.
2. O PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO (5000-3200 A.C.): Período de
povoamento e formação do Egito.
Nomos: pequenas comunidades agrícolas (cidades-estados)
independentes, nas quais se iniciou a dissolução da propriedade
coletiva, com o surgimento no interior de cada um, de uma espécie
de aristocracia, proprietária das melhores terras.
A necessidade de construção das obras hidráulicas (barragens,
diques e canais de irrigação) e de controle da população levou a
formação de dois reinos: o Reino do Alto Egito (sul) e o Reino do
Baixo Egito (norte) 3500 a.C.
Em 3200 a.C., Menés, governante do Alto Egito, promove a
unificação política dos dois reinos, tornando-se rei de todo o Egito
centralização política e criação do Estado (zelar pelo bem comum:
justificativa) egípcio. Teocracia.
3. PERÍODO DINÁSTICO:
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3.1. O ANTIGO IMPÉRIO (3200-2300 a.C.):
Capitais: Tinis, depois Mênfis. / Agricultura de regadio.
Construção de obras hidráulicas. /Monarquia Absoluta Teocrática.
Construção das grandes pirâmides (túmulos): Quéops, Quéfren e
Miquerinos demonstram o conhecimento arquitetônico e a força da
fé dos egípcios.
Período ―feudal egípcio: instabilidade política e social lutas
entre os monarcas, revoltas sociais e desorganização da produção.
3.2. O MÉDIO IMPÉRIO (2000-1580 a.C.):
Restabelecimento do poder do faraó e da unidade do império.
Capital: Tebas.
Invasão dos hicsos (1750 a.C.): povos de origem asiática usavam
cavalos, carros de guerra e a metalurgia do ferro.
Ocupação dos hebreus: chegaram ao Egito fugindo das secas, da
fome e das guerras na Palestina. Chegaram a participar da
administração hicsa (José chegou a ser vice-rei).
3.3. O NOVO IMPÉRIO (1580-525 a.C.):
A dominação hicsa desenvolveu sentimentos de união, nacionalismo
e militarismo entre os hebreus.
Os hicsos são expulsos do Egito em 1580 a.C. Amósis I.
Os hebreus são dominados e escravizados pelos egípcios.
Os hebreus conseguem sair do Egito, sob o comando de Moisés, no
chamado Êxodo.
Capitais: Tebas, depois Akhetaton.
Tutmés III expandiu o império: subjugou os sírios e fenícios.
Amenófis IV (Amen-hotep) promoveu uma revolução teológica,
substituindo o politeísmo pelo monoteísmo (crença no deus Aton)
com o objetivo de diminuir o poder dos sacerdotes de Amon-Ra.
Amenófis mudou seu nome para Akhenaton e transferiu a capital
para Akhetaton.
Amenófis foi deposto pelos sacerdotes e substituído por
Tutankhamon, que restituiu o culto politeísta. O túmulo de
Tutankhamon foi descoberto intacto em 1922 d.C.
Ramsés II continuou as conquistas e o expansionismo militar:
hititas.
Declínio da civilização egípcia e domínio assírio (Assurbanipal), em
662 a.C.
3.4. O RENASCIMENTO SAÍTA (655 - 525 A.C.):
Período de restabelecimento do poder do faraó através de
Psamético I, que expulsou os assírios e promoveu um florescimento
econômico e cultural.
Capital: Sais.
O faraó Necao financiou o navegador fenício Hamon numa viagem
que contornou toda a costa africana (mar Vermelho, Oceano Índico,
sul da África, Oceano Atlântico, mar Mediterrâneo e Egito). Em 525
a.C., o Egito é conquistado pelos persas (Cambises) na Batalha de
Pelusa e transformado em província do império persa. Outras
dominações: gregos, macedônios, romanos, árabes, turcos, e
ingleses.
4. POLÍTICA:
Monarquia Absoluta Teocrática.
Constantes conflitos entre o poder central e os poderes locais.
Estreita relação entre poder político e religião.
5. ECONOMIA:
Agricultura de regadio; Modo de Produção Asiático: Servidão
Coletiva; Economia sob controle do Estado.
6. SOCIEDADE:
Desigual, estratificada e hierarquizada: cristalização das camadas
sociais, tendo-se formado uma poderosa burocracia estatal
(administrativa e religiosa) que tornou seus cargos hereditários:
rígida divisão social.
7. Religião:
Politeísta: Amon-Ra, Osíris, Ísis, Set, Hórus, Anúbis, Ápis. Deuses
antropomórficos, zoomórficos e antropozoomórficos. Crença na
imortalidade da alma e no retorno desta ao corpo; (Mumificação).
Túmulos: mastabas, pirâmides e hipogeus.
8. Cultura:
Escritas: Hieroglífica (decifrada por Champollion – Pedra de
Roseta – encontrada pelas tropas napoleônicas), demótica e
hierática facilitar a contabilidade dos templos. Artes: Arquitetura
(templos – Karnac e Luxor, palácios e pirâmides), Escultura (Escriba
Sentado) e Pintura (perfil). Ciências: Astronomia (calendário),
Medicina (doenças do estômago, coração, fraturas, intervenções
cirúrgicas no crânio), Matemática (álgebra e geometria). Literatura:
Livro dos Mortos, Hino ao Sol.
II- A MESOPOTÂMIA
1 AS INFLUÊNCIAS DO MEIO FÍSICO-GEOGRÁFICO: Crescente
Fértil. Rios Tigre e Eufrates: obras hidráulicas e fertilidade enchentes
e invasões.
2. POVOAMENTO DA MESOPOTÂMIA (terra entre rios): Sumérios
– Acádios – Amoritas – Assírios - Caldeus.
3. - SUMÉRIOS:
Cidades-estados: Ur, Uruk, Lagash, Nippur Patesi: sumo - sacerdote
e chefe militar. Mitos: a criação do mundo por Marduk, a confecção
do homem com barro e a versão de um dilúvio universal.
4. OS ACÁDIOS:
Cidades: Agadê, Sippar, Babilônia. Sargão I: dominou o centro e o
sul da Mesopotâmia: império. Assimilaram a cultura sumeriana.
5. OS AMORITAS:
1º Império Babilônico. Hamurábi: Código de Hamurábi 1º código de
leis escritas da História, baseado na Lei de Talião (―olho por
olho, dente por dente)
6. OS ASSÍRIOS:
Violência e crueldade; Terror como instrumento de dominação.
Sargão II: conquista o reino de Israel.
Militarismo organizado e cruel: o primeiro exército organizado que
se tem conhecimento, com recrutamento obrigatório e que se
tornou uma força permanente após o reinado de Tiglatfalasar III
(tomou a cidade de Babilônia).
7. OS CALDEUS:
2º Império Babilônico.
Nabucodonosor: conquistas militares (o reino de Judá ―Cativeiro da
Babilônia) e obras arquitetônicas (os Jardins Suspensos da
Babilônia e a Torre de Babel).
9.RELIGIÃO:
Politeísta: Marduk, Ishtar, Shamash.
Não ofereciam compensações na vida após a morte
10. CULTURA:
Escrita: Cuneiforme (uma representação figurada evocando a
coisa ou o ser)
Literatura: ―Epopéia de Gilgamesh e o Mito da Criação.
Ciências: Astronomia (movimento dos planetas, estrelas e previsão
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de eclipses; calendário com o ano de doze meses, dividido em
semanas de sete dias e estes, em períodos de doze horas);
Matemática: divisão, multiplicação, raiz quadrada, raiz cúbica,
divisão do circulo em 360 graus.
Arquitetura: arcos, zigurates (templos).
Pintura e escultura: estatuária e baixos-relevos.
Metalurgia; roda
III - OS HEBREUS
1. ORIGEM:
Povo semita. / Ur, na Caldéia (Mesopotâmia).
Abraão ― Terra Prometida
Migração - Palestina (Canaã ―Terra Prometida): ocupada por
cananeus e filisteus rio Jordão.
2. POLÍTICA
2.1.Período dos Patriarcas:
Divididos em tribos seminômades: descentralização política.
Patriarcas: condutores das tribos hebraicas.
Período de busca de uma base territorial.
Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, José, Moisés e Josué.
Nova migração para o Egito (motivos: guerras, fome e secas).
No Egito, chegaram a participar da administração hicsa: José
ocupou o cargo de vice-rei.
Após a expulsão dos hicsos, os hebreus são escravizados no
Egito.
Êxodo: saída dos hebreus do Egito sob o comando de Moisés.
Permanência no deserto: Moisés elabora os fundamentos do
Judaísmo: O Decálogo (Dez Mandamentos).
Avanço na unidade e coesão do povo hebreu: chefia religiosa,
política, militar e jurídica.
Josué alcança a Palestina, reativando as lutas pela posse do
território (conquista a cidade de Jericó).
2.2.Período dos Juízes:
Período de transição entre a descentralização do período dos
patriarcas e a centralização do período dos reis. Juízes: chefes
militares (Gideão, Sansão, Gefté e Samuel).
2.3.Período dos Reis:
Saul: instituição da monarquia. Davi: Consolidação do Estado
israelita (exército, burocracia, expansão militar e Jerusalém como a
capital). Salomão: Apogeu da monarquia hebraica, beneficiada pela
debilidade da Mesopotâmia e do Egito. Descontentamento popular:
pesados impostos e o trabalho dos camponeses nas grandes obras
públicas. Cisma (926 a.C.): Divisão da monarquia hebraica após a
morte de Salomão: descontentamento popular; grandes
desigualdades sociais e rivalidades entre as tribos do Norte e do
Sul.
Roboão: duas tribos ao Sul Reino de Judá capital em Jerusalém
conquistado por Nabucodonosor – cativeiro babilônico. destruição
do Templo de Jerusalém escravizou os sobreviventes no Cativeiro
da Babilônia.
Jeroboão: dez tribos do Norte Reino de Israel capital em Samaria
conquistado por Sargão II.
3. DIÁSPORA:
A Palestina é conquistada pelos macedônios e, mais tarde, pelos
romanos.
Domínio romano: pesados impostos e opressão. Revoltas judaicas e
migrações.
Em 70 d.C., durante o governo do Imperador Tito, a cidade de
Jerusalém foi destruída e os hebreus completaram sua dispersão,
abandonando a Palestina: essa dispersão do povo hebreu pelas
terras do Império Romano é denominada de Diáspora.
3.1. Sionismo:
Movimento feito pelos hebreus espalhados pelo mundo inteiro,
para a volta à Terra Prometida.
Em 1948, a ONU criou o Estado de Israel.
4. RELIGIÃO:
Judaísmo: monoteísmo e messianismo. Influenciou o Cristianismo e
o Islamismo.
Bíblia (Antigo Testamento), Tora (Pentateuco) e Talmud. Festas:
Páscoa (relembrando a saída dos hebreus do Egito),
Tabernáculos (rememorando a permanência no deserto) e
Pentecostes (recordando o recebimento do Decálogo por Moisés).
IV- OS FENÍCIOS
1. ORIGEM
Os fenícios, chamados sidônios no Antigo Testamento e fenícios
pelo poeta Homero, eram um povo de língua semítica, ligado aos
cananeus da antiga Palestina. Fundaram as primeiras povoações na
costa mediterrânea por volta de 2500 a.C. No começo de sua
história desenvolveram-se sob a influência das culturas suméria e
acádia da vizinha Babilônia.
2. LOCALIZAÇÃO
Saindo do litoral norte do Mar Vermelho, fixaram-se na porção norte
da Palestina, onde hoje se encontra o Líbano. Por volta de 1800
a.C., o Egito, que começava a formar um império no Oriente Médio,
invadiu e controlou a Fenícia, controlando-a até cerca de 1400 a.C.
3. FORMAÇÃO DO IMPÉRIO
Por volta de 1100 a.C. os fenícios tornaram-se independentes do
Egito e converteram-se nos melhores comerciantes e marinheiros
do mundo clássico.
4. ECONOMIA
Destacaram-se no comércio marítimo devido à proximidade com o
mar e o início das trocas agrícolas com os egípcios tornando-se um
dos mais fortes setores da economia fenícia, além da pesca e o
cultivo de cereais, videiras e oliveiras e o artesanato.
5. ADMINISTRAÇÃO
No litoral surgiram suas principais cidades-estados: Arad, Biblos,
Tiro, Sídon e Ugarit. Cada uma delas tinha um governo autônomo
responsável pelas questões políticas e administrativas.
6. POLÍTICA
Definido como uma Talassocracia, ou seja, um governo comandado
por homens ligados ao mar, pela elite marítimo-comercial
enriquecida pelo comércio marítimo. No ano de 1400 a.C. os
fenícios dominaram as rotas comerciais, anteriormente controladas
pelos cretenses.
7.RELIGIÃO
Foram politeístas e panteístas, tendo como principais deuses: Baal
deus associado ao sol e às chuvas e Astarté deusa da riqueza e da
fertilidade; os rituais eram feitos ao ar livre oferecendo como
sacrifícios animais e homens. Os templos eram o centro da vida
cívica.
8. CULTURA
A contribuição fenícia mais importante para a civilização foi o
alfabeto fonético, que deu origem às línguas clássicas que
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assentaram as bases do alfabeto ocidental contemporâneo. Atribui-
se também a esta cultura a invenção da tinta de púrpura e do vidro.
A Astronomia foi um campo desenvolvido em função das técnicas
de navegação necessárias à prática comercial.
V- OS PERSAS
1. FORMAÇÃO DO IMPÉRIO: PLANALTO DO IRÃ
Chegada dos Medos e dos persas: 1500 a.C.
Unificação dos dois povos:
a) Domínio dos persas pelos Medos : século VII a.C.
b) Os persas venceram a dominação dos Medos e promoveram a
unificação dos dois povos, formando um império (Ciro 550 a.C.)
2. CONQUISTAS MILITARES: Oriente, a Mesopotâmia, a Ásia
Menor, e o Egito
Ciro
a) Cambises
b) Dario I: extensão máxima
Batalha de Maratona (490 a.C.)
c) Xerxes: derrotado pelos gregos
3. ADMINISTRAÇÃO
As mais importantes cidades persas eram Susa, Persepolis,
Babilônia e Ecbatana.
Satrapias: províncias administradas pelo sátapra (20 ao todo)
“Olhos e ouvidos do rei”: fiscais
Medidas para manter a unidade:
a- Aperfeiçoamento dos transportes;
b- Eficiente serviço de correios;
c- Adoção da língua aramaica;
4. ECONOMIA: agricultura, artesanato e comércio
Moedas de ouro (daricos)
5. RELIGIÃO:
No inicio da Civilização, os persas adoravam diversos deuses
Zoroastrismo
a - Fundador: Zoroastro
b-Livro sagrado: Zend-Avesta
c-Deuses: Ormuz (bem) Arimã (mal)
d-Doutrina: juízo final, ressurreição, salvação no céu e condenação
ao inferno.
Princípios morais e religiosos encontrados também no
Cristianismo, no Judaísmo e no Islamismo.
6. CULTURA
Arte e Arquitetura: No Campo da Arte os persas assimilaram a
produção artística dos povos dominados por eles. Boa parte dos
palácios persas foram construídos por artistas Assírios, Babilônicos,
egípcios.
7. DECLÍNIO DO IMPÉRIO PERSA
Na tentativa de conquistar os Povos da Grécia, o Império Persa
encontraria o seu fim. No governo de Dario I, eles se envolveram
nas Guerras Médicas contra os Gregos. Desde a Batalha de
Maratona os Persas amargariam sucessivas derrotas. Assim como
Dario I, os reis persas Xerxes e Ataxerxes fracassaram no objetivo
de subjugar os Gregos
No choque entre as duas Civilizações os gregos levaram a melhor.
O Império Macedônico que havia conquistado toda a Grécia tomou
as dores dos gregos e passaram a lutar contra os Persas.
Em 332 a.C o Império Persa chegaria ao seu fim. Alexandre o
Grande, Rei da Macedônia, depois de uma serie de Batalhas
conquistaria todo Oriente, antes pertencente a Dario III, ultimo Rei
da Pérsia Antiga.
AS CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS
I- A CIVILIZAÇÃO GREGA
1. LOCALIZAÇÃO: A Grécia Antiga estava localizada ao sul da
península balcânica, entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo.
2. PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO
Os primeiros habitantes do território grego eram denominados de
Pelágios de origens desconhecida. Por volta do ano 2000 a.C.
iniciaram as invasões dos povos indo-europeus.
Os Aqueus chegaram por volta do ano 2000 a.C. ocuparam as terras
mais férteis e criaram núcleos populacionais a exemplo de Micenas.
Os Jônios e os Eólios ocuparam de forma pacífica o território grego
por volta de 1700 a.C. e coincide com o período da civilização creto-
micênica. Por volta de 1200 a.C., chegaram os Dórios, povo
guerreiro e conhecedores de armas de ferro. Dominaram as cidades,
a escrita foi colocada em desuso e provocaram a dispersão do povo
grego para as cidades da Ásia Menor, fenômeno conhecido como a
1ª diáspora.
3. PERÍODO HOMÉRICO (séc. XII ao séc. VIII a.C.)
Esse período possui essa nomenclatura em virtude das obras de
Homero: a Ilíada e a Odisséia que fornecem as fontes para o
estudo da sociedade grega neste período. As principais
características do período foram:
3.1.Comunidade Gentílica (genos) com o processo de diminuição
da vida urbana, em decorrência das invasões dos dórios, a
Grécia teve como base social o Genos que reunia num mesmo local
os indivíduos que estavam ligados a um parentesco comum. O
poder político era destinado ao mais velho e era transmitido de pai
para filho. A propriedade da terra estava ligada ao chefe, mas, o
trabalho era coletivo e a produção era repartida igualitariamente.
3.2. Crise dos Genos – por volta do século VIII a.C., iniciou–se um
processo de transformações nas comunidades gentílicas motivado
pelo (a): aumento populacional; aumento do consumo; descompasso
entre produção e consumo; fragmentação da propriedade entre os
chefes e seus parentes mais próximos. Em decorrência desta
desintegração dos genos surgiram as camadas sociais na Grécia; o
processo de formação da polis grega e a 2ª diáspora que contribuiu
para a formação de colônias gregas nas regiões do Mar
Mediterrâneo.
4. PERÍODO ARCAICO (séc. VIII a.C. – ao séc. VI a.C.)
4.1. ESPARTA
A cidade de Esparta estava localizada na península do Peloponeso.
Foi fundada no séc. IX a.C. pelos Dórios.
SOCIEDADE
a) Espartanos ou Esparciatas – descendentes di retosdos
fundadores da cidade de Esparta, detinham o poder político,
econômico, militar e religioso.
b) Periecos – descendentes dos habitantes de Esparta que
aceitaram a dominação dória, eram homens livres e dedicavam-se
ao comércio e artesanato.
c) Hilotas – originou-se dos habitantes que não aceitaram a
dominação dória e foram convertidos em servos do Estado. Os
mesmos eram cedidos aos espartanos juntamente com as terras.
POLÍTICA
O sistema político de Esparta teve a sua origem no código de leis
231
criado por Licurgo, preservando o caráter militarista e oligarca do
poder. Esparta estava organizada por uma Diarquia (dois reis); um
Eforato, composto por cinco membros eleitos anualmente; A
Gerúsia, uma espécie de senado composto por 28 membros acima
de sessenta anos. A base de sustentação política estava a Ápela
ou Assembléia Popular, formada por todos os cidadãos maiores de
30 anos.
EDUCAÇÃO
Era dirigida para a obediência à autoridade e para aptidão física,
atrelada aos exercícios militares. O objetivo desta educação
disciplinar era a formação de bons soldados e cidadãos leais.
4.2. ATENAS
A cidade de Atenas estava localizada na península da Ática, região
banhada pelo mar Egeu e com um litoral bastante recortado,
favorecendo o desenvolvimento de atividades marítimas. Atenas foi
povoada pelos Aqueus e Jônios, sendo poupada das invasões
dórias.
SOCIEDADE
a) Eupátridas – formavam a elite da sociedade ateniense, diziam-se
descendentes dos fundadores da cidade. Possuíam as maiores e
melhores terras e monopolizavam o poder político.
b) Metecos – eram os estrangeiros que, atraídos pelo dinamismo
econômico se fixaram em Atenas. Não possuíam direitos políticos.
c) Escravos – existiam dois tipos: escravos prisioneiros de guerra e
escravos por dívidas. Constitui-se a base da economia ateniense e
não possuíam direitos políticos.
POLÍTICA
Monarquia – o poder era exercido pelo Basileu e assessorado
pelo Areópago (formado pelos Eupátridas).
Oligarquia – o poder do Basileu foi substituído pelo Arcontado
(composto por 09 Arcontes eleitos anualmente) e o Areópago com
funções de controlar as ações dos Arcontes. Somente os Eupátridas
participavam destas instituições políticas
- Legislador Drácon – com o intuito de amenizar os conflitos sociais
em Atenas, Drácon em 621 a.C. organizou e registrou as leis que,
até então, baseavam-se na tradição oral e eram conhecidas apenas
pelos eupátridas. Essas leis foram extremamente severas e manteve
os privilégios da aristocracia.
- Legislador Sólon – em 594 a.C., Sólon realizou uma série de
reformas, a saber: eliminou a escravidão por dívidas; dividiu a
sociedade de acordo com a renda do individuo; criou a Bulé
(conselho dos quatrocentos); a Eclésia, assembléia popular que
aprovava as medidas da Bulé; e o Helieu, tribunal de justiça aberto a
todos os cidadãos.
Tirania – os eupátridas descontentes com as reformas de Sólon
apoiaram governos tiranos. Os governos tiranos procuravam agradar
o povo através de obras públicas. O primeiro tirano foi Psístrato, que
governou Atenas de 561 a.C. a 527 a.C.. Foi sucedido pelos filhos
Hiparco e Hípias que não tiveram o apoio popular necessário.
Democracia – instituída por Clístenes e consistia na divisão de
Atenas em dez tribos; a Bule se transformou no Conselho dos
Quinhentos (cinquenta por tribo); o Arcondato passou a ter dez
membros; a escolha de dez Estrategos para organizar o exército; e a
Assembléia Popular passou a ter poderes decisórios. Foi criado o
Ostracismo que bania da cidade por um período de dez anos
aqueles indivíduos que ameaçasse a democracia. A democracia
ateniense era escravista e não permitia as participações dos
estrangeiros, escravos e mulheres.
EDUCAÇÃO – às mulheres estavam reservadas funções
domésticas. Já a educação masculina era flexível e aberta,
desenvolvendo um conjunto de qualidades da mente e do corpo.
5. PERÍODO CLÁSSICO (do Séc. V a.C. ao séc. IV a.C.)
a) Guerras Médicas (490-479 a.C.) – foi motivada pelo choque de
interesses econômicos entre o Império Persa e as cidades gregas
em relação às colônias na Ásia Menor. A guerra ocorreu em dois
momentos, no primeiro os persas, comandados por Dario I, foram
derrotados na batalha de Maratona. No segundo, sob a liderança
de Xerxes, os persas foram derrotados nas batalhas de Salamina
e de Platéia.
b) Confederação de Delos – com o propósito de evitar futuras
invasões, as cidades – estados sob o controle de Atenas eram
obrigadas a contribuir com navios e dinheiro. No entanto estes
recursos serviram para o embelezamento e aumento do poderio
ateniense no período denominado de idade de ouro ou século de
Péricles.
c) Confederação do Peloponeso – as cidades aristocratas que se
opunham ao poderio de Atenas, organizaram sua própria liga sob
a liderança de Esparta.
d) Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 421 a.C.) – conflito que
envolveu as duas ligas: de Delos e do Peloponeso, em virtude da
disputa comercial entre Atenas e Corinto. Após dez anos de
conflitos, Esparta venceu a guerra na batalha de Egos Potamos.
Após a guerra as cidades-estados entraram em decadência sendo
invadidas pelos macedônios a partir de 338 a.C.
6. PERODO HELENÍSTICO (séc. III a.C. ao séc. II a.C.)
a) O Helenismo – representou a fusão da cultura grega com a
cultura oriental em decorrência da expansão do Império
Macedônico, liderado por Alexandre Magno.
7. CULTURA
a) Religião – era politeísta e antropomórfica, sendo composta de
vários deuses que se assemelhavam aos homens. Haviam também
os heróis divinizados, ou semideuses. O conjunto de divindades e
mitos deu origem à mitologia, que tentava explicar a origem do
universo, dos deuses e dos homens.
b) Teatro – suas origens estão ligadas às festas dionisíacas, festas
em homenagem a Dionísio, deus do vinho. Dois gêneros se
destacaram: a tragédia e a comédia. Os principais teatrólogos foram:
Ésquilo, considerado o criador do gênero tragédia, cujas peças mais
importantes foram: Os persas, Os sete contra Tebas e prometeu
acorrentado; Sófocles, escreveu: Édipo rei, Antígona e Electra;
Eurípedes, produziu: Medeia, As Troianas, As Bacantes, etc. Por
último Aristófanes, escreveu várias comédias: As vespas, As
nuvens, As rãs.
c) Filosofia – surgiu da necessidade dos homens em buscar
respostas sobre as questões diversas, deixando um grande legado
para o ocidente. Os primeiros filósofos surgiram no séc. VI a.C.,
com a Escola de Mileto e, em seguida a Escola de Pitágoras. No
séc. V a.C. se destaca a Escola Sofista. Durante o séc. V a.C. a
filosofia voltou-se para o estudo do homem em relação à ética,
destacando os três mais importantes filósofos: Sócrates, Platão e
Aristóteles.
d) Arquitetura – as artes gregas se destacaram por ressaltar o
232
humanismo, glorificando o ser humano através das obras de artes.
Os principais estilos arquitetônicos foram o dórico, jônico e o
coríntio.
II - A CIVILIZAÇÃO ROMANA
1. LOCALIZAÇÃO E POVOAMENTO
Localizada na península Itálica, na região do Lácio, às margens do
rio Tibre. A península Itálica era povoada pelos gauleses, etruscos,
latinos e os gregos. Roma foi fundada por volta do ano 1000
a.C. Apesar da existência de uma origem lendária em torno dos
gêmeos Rômulo e Remo, possivelmente o surgimento de Roma
ocorreu por motivo de defesa dos latinos em relação aos etruscos.
2. MONARQUIA (753 a.C. 509 a.C)
a) Situação Política - Durante esse período, o rei acumulava as
funções executiva, judicial e religiosa. Além do poder real existiam
órgãos legislativos, a saber: o Senado, ou Conselho dos Anciãos,
tinha o direito de veto e sanção das leis apresentadas pelo rei. A
ratificação dessas leis era feita pela Assembléia ou Cúria, composta
por todos os cidadãos em idade militar. Na fase final da realeza, a
partir do fim do século VII a.C., Roma conheceu um período de
domínio etrusco, que coincidiu com o início de sua expansão
comercial.
b) Situação Social – durante a monarquia a sociedade romana era
dividida nas seguintes classes:
- Patrícios – cidadãos de Roma, possuidores de terra e gado, que
constituíam a aristocracia.
- Plebeus – parcela da população que passara para o domínio
romano durante as primeiras conquistas; eram livres, mas não
participavam do Senado, nem podiam formar famílias legalmente
reconhecidas.
- Clientes – indivíduos subordinados a alguma família patrícia,
cumpridores de diversas obrigações, morais, econômicas e
religiosas.
- Escravos – população recrutada entre os derrotados de guerra,
considerados instrumentos de trabalho, sem nenhum direito político.
A queda da monarquia em Roma está associada ao movimento de
derrubada do último Rei Etrusco, Tarquínio, o Soberbo, através de
um golpe realizado pelos patrícios com o apoio dos plebeus.
3. REPÚBLICA (509 a.C. A 27 a.C)
a) As Instituições Políticas:
O Senado – instituído no período monárquico, passou a ser o
órgão mais importante da administração republicana, ao qual
tinha acesso somente os patrícios. Os senadores possuíam cargo
vitalício e em momentos de crises tinha a função de escolher um
ditador.
b) Magistraturas:
- Cônsules – eram dois magistrados principais com poderes
equivalentes ao dos antigos reis. Eram eleitos pela Assembléia
Centurial e tinham as funções de comandar o exercito e o culto
religioso.
- Pretores – tinham a função de administrar a justiça;
- Censores – escolhidos a cada cinco anos, tinham como
atribuições: fazer o censo dos cidadãos com base na sua riqueza.
- Questores – administravam o tesouro e davam orientações
financeiras aos cônsules.
- Edis – eram encarregados da conservação pública, através do
controle do abastecimento, policiamento e distribuição dos
mercados.
- Tribuno da Plebe – eram em numero de dez e tinham poderes de
vetar as leis contrárias aos interesses plebeus.
c) Assembléia Centurial – era a mais importante das assembléias,
estava dividida em centúrias, tinha a função de votar os projetos e
eleger os cônsules.
d) As Lutas Sociais no início da República - As lutas entre Patrícios e
Plebeus foram resultantes da marginalização ocorrida em relação
aos plebeus, pois não tinham direitos políticos e, quando não
podiam pagar as suas dívidas se transformavam em escravos por
dívidas. Este descontentamento contribuiu para a rebelião dos
Plebeus, a partir de 494 a.C., num momento de expansão romana.
Mediante as pressões os Patrícios fizeram uma serie de
concessões, a saber: a) criação do Tribuno da Plebe; b) a Lei das
Doze Tábuas; c) As leis Licínias (os Plebeus passaram a ter
direitos sobre as partilhas das guerras); d) a Lei Canuléia, permissão
de casamento entre Patrícios e Plebeus; e) abolição da escravidão
por dívidas.
e) Expansão Romana - Do século V a C ao III a C., Roma
desencadeou um processo de expansão interna e externa,
conquistando a península Itálica devido à necessidade de obter
gêneros para o abastecimento essencial, bem como de pôr fim às
ameaças de invasão dos povos da região. Em 272 a.C., Roma
alcançou o extremo sul, conquistando Tarento, na região da Magna
Grécia.
Após as conquistas internas, o controle do Mediterrâneo pelos
cartagineses impedia a expansão romana no Mediterrâneo. A
origem das guerras entre Roma e Cartago está associada à disputa
pelo controle da Sicília. Foram três guerras (púnicas) e todas
vencidas pelos romanos, destruindo completamente a cidade de
Cartago e expandido os seus domínios em todo Mar Mediterrâneo.
Os efeitos das Guerras Púnicas foram duramente sentidos pelos
romanos, uma vez que houve uma total reestruturação social e
econômica da república. O aumento do número de escravos, o
afluxo de riquezas das regiões conquistadas, o surgimento de
novas camadas sociais a exemplo dos Eqüestres, o
desaparecimento do pequeno lavrador e o crescimento de uma
população pobre, foram apenas algumas das modificações sociais
que Roma teve que enfrentar.
f) Os Conflitos Sociais no fim da República - Frente à crise geral
por que passavam os pequenos agricultores, alguns grupos
mobilizaram-se na busca de reformas. Destacaram-se, nesse
período, dois tribunos da plebe, Tibério e Caio Graco. Tibério,
eleito Tribuno da Plebe propôs a distribuição de terras. Sua proposta
não foi aceita e o mesmo foi morto pelo Senado.
Dez anos após o seu irmão, Caio Graco foi eleito Tribuno da
Plebe e elaborou leis em beneficio dos Plebeus, a exemplo da lei
Frumentária que determinava a distribuição de trigo a baixos preços
aos plebeus. Os aristocratas não concordaram e Caio ordenou que
seu escravo o matasse. Em seguida foi a vez dos grandes generais
assumirem o comando da República romana. Mário, defensor das
camadas populares e Silas dos grupos conservadores. A partir do
ano de 78 a.C. iniciou os triunviratos: o primeiro representado por
Pompeu, Crasso e Júlio César; o segundo organizado por Marco
Antônio, Lépido e Otávio Augusto.
4. IMPÉRIO (27 a.C. – 476 d.C.)
233
a) Alto Império Romano:
Otavio Augusto estabeleceu um novo sistema de governo, o qual
chamou principado, que deveria ter como soberano o "primeiro
cidadão de Roma". Na verdade, seu sistema nada mais era do
que uma monarquia muita bem disfarçada, na qual o soberano
possuía infinitos poderes sobre seus súditos, neste caso, o povo.
Mesmo assim, o principado de Otavio Augusto marcou um novo
período na vida dos romanos, tendo sido este o tempo mais glorioso
e próspero de toda a história de Roma, denominado de Pax
Romana. Os anos de seu governo foram totalmente pacíficos e
construtivos de todos, durante os quais Roma ganhou um sofisticado
sistema de estrada e um eficiente serviço postal. Após a morte de
Otavio Augusto, em 14 d. C., o império foi governado pelas
seguintes dinastias: Julio-Claudiana, Flavianos, Antoninos e dos
Severos.
b) Baixo Império Romano
Corresponde ao período marcado por crises, decadência e anarquia
militar, em virtude da interrupção das conquistas romanas o que
levou a crise da economia que estava baseada no trabalho escravo.
Alguns imperadores se destacaram nas tentativas de solucionar a
crise, a exemplo de:
- Diocleciano (284 – 303) – realizou o Edito do Máximo, fixando os
preços máximos para os produtos e a criação da tetrarquia.
- Constantino (313 – 337) – concedeu liberdade de culto aos
cristãos (Edito de Milão, em 313) e a fundação de Constantinopla.
- Teodósio (378 – 395) – em 395, dividiu o império romano em
dois: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente.
Dentre os fatores que ocasionaram a ruína do império romano,
podemos destacar: a) a lutas internas pelo poder, deixando as
fronteiras desprotegidas, permitindo as invasões dos povos
bárbaros; b) a crise no sistema escravista proporcionada pela falta
de conquistas, contribuindo para que os proprietários arrendassem
as suas terras; c) crescimento do cristianismo que se opunha ao
poder de caráter divino do imperador, a escravidão e a estrutura
militar do império romano.
5. RELIGIÃO A religião era bastante semelhante à religião grega.
6. CULTURA
Os romanos se destacaram na produção de Códigos de leis, dentre
eles temos: o Jus Naturale, Jus Gentium e Jus Civile. Na literatura
se destacou o poeta Virgilio (escreveu Eneida) e na arquitetura se
destacou pelas grandes obras a exemplo dos aquedutos
A IDADE MÉDIA
A ALTA IDADE MÉDIA (séc. V ao séc. X)
I - OS BÁRBAROS
1. Caracterizações - todos os povos que viviam além-f rontei ras
do império romano e não possuíam cultura romana eram
denominados de bárbaros. Vivam em grupos, possuíam uma
economia amonetária, a terra era considerada propriedade coletiva,
eram politeísta e o direito era consuetudinário. Os principais grupos
foram:
Tártaros – mongóis - hunos, turcos, búlgaros, etc.
Eslavos – russos, sérvios, poloneses, etc. Germanos – anglos,
saxões, francos, etc.
2. Os Francos
a) Dinastia Merovíngia – localizados na região onde hoje é a França,
sua unificação ocorreu em 481, através de Clóvis, iniciando a
dinastia Merovíngia, em homenagem a Meroveu, avô de Clóvis.
Clóvis – fundador da dinastia: conversão ao cristianismo. Após a
sua morte instaurou um período dominado pelos reis indolentes,
sendo o poder exercido de fato pelos Major Domus, ou, Prefeitos de
Palácio, entre eles se destacaram: a) Carlos Martel – venceu os
árabes na batalha de Poitiers, em 732. E Pepino, o Breve –
repassou para a igreja os Estados pontifícios.
b) Dinastia Carolíngia – iniciada por Pepino, o Breve e teve como
maior representante o seu filho Carlos Magno. Com o apoio da Igreja
os Francos objetivaram a reconstituição do Império Romano do
Ocidente, dentre as suas principais realizações temos:
- Divisão administrativa – condados, as marcas e supervisionados
pelos "missi dominici".
- Renascimento Carolíngio – valorização das artes e a volta da
cultura letrada com a criação escolas palatinas e monásticas; as leis
escritas denominadas de capitulares.
c) Decadência do Império – o império franco entrou em decadência
após a morte de Carlos Magno, através do Tratado de Verdun (843),
o poder foi dividido entre os seus netos: Luís ficou com a França
oriental; Carlos ficou com a França ocidental e Lotário ficou com as
terras situadas entre os dois reinos (atual Itália).
II – OS ÁRABES
a) A Arábia Pré–Islâmica – Representa o período da história dos
árabes antes da unificação das suas tribos. Eles estavam
localizados na península arábica, viviam do comércio realizado
pelas caravanas e professavam o politeísmo, com a obrigação de
visitar a cidade de Meca, onde existiam os seus ídolos e a Caaba.
b) Maomé e a Unificação da Arábia - Maomé pertencia a tribo dos
coraixitas que cuidavam da Caaba, nasceu em Meca, em 570.
Participou de várias caravanas no deserto onde manteve contatos
com outras religiões na região do oriente médio. A partir de 610,
inicia a sua pregação religiosa, condenado o politeísmo e
considerando Alá como o único Deus. Em virtude da sua posição
contrária a idolatria, Maomé foi expulso de Meca. Este episódio
ficou conhecido como HÉGIRA (622), o marco inicial do calendário
muçulmano.
Em Iatreb (Medina) Maomé conseguiu organizar um exército e
invadiu Meca em 630, unificando as tribos árabes e preservando a
Caaba. Os principais preceitos do Islamismo são: o Djirad ou
guerra santa; jejum no mês de ramadã; visita a Meca, pelo menos
uma vez na vida; orar cinco vezes ao dia em direção a Meca: dar
esmolas e guardar as sextas-feiras. Maomé morreu em 632.
c) As Dinastias e a Expansão
Omíadas (632 – 750) – expansão pelo mediterrâneo até a Europa.
Abássidas – divisão do império – os califados de: Bagdá, Cairo e
Cordova; invasão dos Turcos.
4 – A Cultura Sarracena
Arquitetura – se destacam as construções de mesquitas e marinetes
Matemática – introduziu na Europa o sistema numérica indo-
arábico
Química – através dos estudos de alquimia na busca da pedra
filosofal, os árabes descobriram várias substâncias químicas.
Filosofia – através das obras de Averrois e Avicenas preservaram os
conhecimentos de Aristóteles e Platão
III – IMPÉRIO BIZANTINO
1. LOCALIZAÇÃO
234
A cidade de Constantinopla estava localizada, entre os mares Egeu
e Negro, região importante para o cruzamento das rotas comerciais
entre a Europa e o Oriente.
2. POLÍTICA:
Caracterizado pela existência de um poder despótico, centralizado
na figura do imperador, através do cesaropapismo
Destaque para o Governo de Justiniano (527-565): Ampliou as
fronteiras do Império, empreendendo expedições que chegaram á
península Itálica, á península Ibérica e ao norte da África.
3. ECONOMIA – caracterizou-se por um intenso desenvolvimento
do comércio, por meio do qual foi possível obter recursos para
resistir as invasões bárbaras. A produção agrícola, por sua vez,
desenvolvia-se em grandes extensões de terra, utilizando o trabalho
de colonos livres e de escravos.
4. CULTURA – preservação da cultura grega
Entre 533 e 565, por sua iniciativa de Justiniano, realizou-se a
compilação do Direito romano, organizado em partes: Código
(conjunto de leis romanas desde o século II), Digesto (comentários
dos grandes juristas a essas leis), Institutas (princípios fundamentais
do Direito romano) e Novelas (novas leis do período de Justiniano).
O conjunto desses trabalhos resultou num dos maiores legados do
mundo romano: o Corpo do Direito Civil (Corpus juris Civilis.).
Arquitetura – o maior destaque foi à construção da Igreja de Santa
Sofia e os mosaicos bizantinos.
5. RELIGIÃO – as heresias (monofisismo e iconoclastas) e o cisma
do Oriente 1054, dividindo a Igreja em: Igreja Católica Apostólica
Romana e Igreja Ortodoxa.
IV – O SISTEMA FEUDAL
―Alguns rezam, outros combatem e outros trabalham‖.
1. INTRODUÇÃO: ― A Idade Média, na Europa, foi caracterizada
pelo aparecimento, apogeu e decadência de um sistema
econômico, político e social denominado feudalismo. Este sistema
começou a se estruturar na Europa ao final do Império Romano do
Ocidente (século V), atingiu seu apogeu no século X e praticamente
desapareceu ao final do século XV.
2. ORIGENS: instituições romanas (Colonato, Clientela, Vila,
Precarium, Cristianismo); e Germânicas (Comitatus, Beneficium,
Direito Consuetudinário e Economia Agro-pastoril).
3. CARACTERÍSTICAS: Poder político descentralizado/Economia de
subsistência, auto-suficiente, baixa produtividade e
amonetária/relação servil de produção.
4. ORGANIZAÇÃO DO FEUDO: manso senhorial, manso servil,
manso comunal; Obrigações servis: corvéia, talha, banalidades,
Tostão de Pedro, homenagem, etc.
5. SOCIEDADE: * Senhores feudais/* Servos
V- A IGREJA MEDIEVAL
A grande senhora feudal; / Lutas internas; / Detentora da riqueza, do
poder e da cultura; / Os mosteiros; / O Tribunal da Santa
Inquisição.
BAIXA IDADE MÉDIA- DO SÉC. X AO XV
DECADÊNCIA DO FEUDALISMO: As cruzadas / O Renascimento
urbano e comercial; / Fortalecimento do poder real; / Guerra dos
cem anos; / A peste negra.
A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL EUROPÉIA
1. INTRODUÇÃO:
A expansão ultramarina européia deu início ao processo de
Revolução Comercial que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII.
Por intermédio das Grandes Navegações, pela primeira vez na
história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é
possível falar em uma história em escala mundial. A Revolução
comercial, graças à acumulação primitiva de capital que propiciou,
preparou o advento da Revolução Industrial a partir da segunda
metade do século XVIII.
2. FATORES DA EXPANSÃO:
¤ crise econômica: fome e doenças; ¤ necessidade de conquistar
novas terras e novos mercados; ¤ necessidade de uma nova rota
parta o Oriente; ¤ interesses dos Estados nacionais e da burguesia;
¤ propagação da fé cristã; ¤ ambição material; ¤ evolução
tecnológica (bússola, astrolábio, quadrante, caravela, pólvora); ¤
formação dos Estados nacionais.
3. EXPANSÃO MARÍTIMA COMERCIAL PORTUGUESA:
3.1 - Razões: a) A formação precoce de Portugal (1139) – Guerra da
Reconquista e centralização – Dinastias de Borgonha e Avis (1835);
b) Posição geográfica; c) Interesses da burguesia portuguesa em
ampliar o comércio com o Oriente; d) Os avanços tecnológicos –
escola de sagres.
3.2 – Navegações – ciclo oriental – Périplo Africano
Marco inicial – Ceuta (1415) – Cabo da Boa Esperança (1488) –
Calicute (Vasco da Gama – 1498) e o Brasil (Cabral – 1500).
4. EXPANSÃO MARÍTIMA COMERCIAL ESPANHOLA:
4.1 – Razões do atraso – guerra da reconquista (1492) e a
unificação tardia da Espanha (1469).
4.2 – Navegações Espanhola – Ciclo Ocidental – Sair do Ocidente
para chegar ao Oriente
– Principal conquista – chegada à América (Colombo – 1492).
5. OS TRATADOS:
5.1 – Bula Inter Coetera (1493) – dividia o novo mundo entre
Portugal e Espanha, através de um meridiano situado a 100 léguas
a oeste de Cabo Verde.
5.2 – Tratado de Tordesilhas (1494) – dividia o novo mundo entre
Portugal e Espanha, tendo como linha de demarcação o meridiano
370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão, em Cabo Verde.
6. AS CONSEQUÊNCIAS DA EXPANSÃO MARÍTIMA:
O Atlântico como centro econômico; / Formação de grandes
Impérios coloniais; / Ampliação de mercados; / Riqueza e poder
para a Europa.
RENASCIMENTO CULTURAL
1. CONCEITO: Movimento de caráter artístico, literário e científico,
iniciado na Itália e que expressava a primeira manifestação de
uma cultura burguesa laica, racional e científica.
2. CARACTERÍSTICAS:
Humanismo: valorização do homem, dando origem a uma
concepção antropocêntrica, em contraposição ao teocentrismo; /
Repúdio aos ideais medievais; / Individualismo; / Racionalismo.
3. FATORES: - Invenção a imprensa no séc. XV – responsável
pela maior difusão da cultura e barateamento dos livros. / O avanço
técnico e científico. / A prática do Mecenato.
4. RENASCIMENTO ITALIANO:
A riqueza das cidades italianas. / A presença de sábios bizantinos.
/O incentivo da burguesia italiana para defender seus valores. / Os
resquícios da cultura greco-romana.
235
5. PRINCIPAIS REPRESENTANTES NA ITÁLIA:
- Literatura: Dante Alighieri: Divina Comédia. / Francisco Petrarca:
Odes a Laura. / Boccaccio: Decameron. / Maquiavel: O Príncipe.
- Pintura Giotto: Lamento ante o Cristo Morto, O Juízo Final, S.
Francisco Pregando aos Pássaros; Masaccio: A Expulsão de Adão e
Eva do Paraíso. Botticelli: Alegoria da Primavera, O Nascimento de
Vênus. Leonardo da Vinci: Mona Lisa, Virgem dos Rochedos,
Última Ceia. Rafael Sanzio: Escola de Atenas e Madona Sistina.
Michelangelo: afrescos na capela Sistina, A criação de Adão e
Juízo Final. Escultor: Moisés, Davi e Pietá.
6. RENASCIMENTO EM OUTROS PAÍSES:
- Literatura: François Rabelais (França) – Gargântua e Pantagruel;
Thomas Morus (Inglaterra) – Utopia; William Shakespeare
(Inglaterra) – Romeu e Julieta, Hamlet; Miguel de Servantes
(Espanha) – Dom Quixote de La Mancha. Luís de Camões
(Portugal) – Os Lusíadas; Gil Vicente (Portugal) – Teatro: Auto da
Barca do Inferno. Erasmo de Roterdã (Países Baixos) – Elogio da
Loucura.
7. RENASCIMENTO CIENTÍFICO:
O racionalismo e a experiência substituíram a fé e o misticismo.
Nicolau Copérnico – Teoria heliocêntrica. / John Kepler –
demonstrou a órbita elíptica dos planetas. / Galileu Galilei –
aperfeiçoou o telescópio./André Velásio – pesquisou o corpo
humano através da dissecação de cadáveres. /Miguel Servet –
descobriu a circulação pulmonar pelas artérias.
8- DECADÊNCIA
– Na Itália devido à decadência econômica das cidades italianas, a
atuação da Contra-Reforma condenando as obras renascentistas e
a não-participação das camadas populares, uma vez que o
Renascimento só atingiu as elites.
A REFORMA
1. CONCEITO: Movimento religioso que resultou na quebra da
unidade da Igreja Católica e no nascimento do protestantismo.
2. FATORES PARA A ECLOSÃO DA REFORMA:
* A crescente onda de corrupção com a venda de indulgências,
relíquias sagradas e cargos religiosos. /A condenação das atividades
mercantis por parte da Igreja. / O fortalecimento da burguesia. /
A formação das Monarquias Nacionais. / Renascimento Cultural.
3. REFORMA NA ALEMANHA
3.1 – Causas: Ausência de unidade política e um poder forte capaz
de se opor a Igreja. / A insatisfação das classes sociais. /Venda de
indulgências.
3.2- A Reforma: 1517 – 95 teses
1520 – Bula Exurge domine. /1520 – Dieta de Worms./ Dieta de
Spira; Confissão de Augusburgo /Liga Smalkade/Paz de Augusburgo
(1555).
3.3 – Doutrina: Luterana
¤ Só a fé salva; / Admite dois sacramentos. / Rejeita o celibato, o
culto às imagens e a hierarquia eclesiástica.
4. REFORMA CALVINISTA – SUÍÇA
– Precursor: Zwinglio. /Paz de Rappel: fixava autonomia religiosa
para cada cantão. / Calvino – Predestinação. /Valorização do lucro.
5. ANGLICANISMO – INGLATERRA
– Henrique VIII a recusa do papa em anular seu casamento; Ato de
Supremacia (1534): fortalecimento do poder real.
CONTRA-REFORMA ou REFORMA CATÓLICA
1. CONCEITO: Foi o movimento autoritário e repressivo da Igreja
católica para combater o protestantismo e levar o catolicismo para
os novos continentes e promoveu a reorganização econômica,
política, moral e administrativa da Igreja.
2. CONCÍLIO DE TRENTO – PRINCIPAIS INSTRUMENTOS:
Fundação da Companhia de Jesus. / Tribunal da Santa Inquisição. /
INDEX. / Reafirmação dos dogmas.
O ESTADO MODERNO
1. INTRODUÇÃO:
No plano político, a passagem da Idade Média para a Idade
Moderna, foi marcada por uma crescente centralização do poder
nas mãos dos reis, e pelo surgimento do Estado Moderno, que se
formou em oposição a duas forças características da Idade Média: o
regionalismo político e o universalismo religioso.
A noção de soberania real, caracterizada por um só poder e uma só
administração, vem substituir a suserania feudal, marcada pela
fragmentação política.
2. CARACTERÍSTICAS:
¤ caráter ambíguo, de um lado foi um Estado feudal transformado,
mantendo valores e privilégios dos senhores feudais. De outro, um
dinâmico agente mercantil unificando mercados, pesos, moedas,
leis e eliminando barreiras internas. ¤ Nascido da aliança rei +
burguesia, acabou se tornando parasitário e aristocrático com uma
crescente tributação;
3. MEIOS DE CONTROLE POLÍTICO DA MONARQUIA:
Burocracia administrativa; / força militar; / leis e justiças unificadas; /
sistema tributário.
4. O ABSOLUTISMO MONÁRQUICO:
Com a consolidação do Estado Moderno, os reis foram
concentrando poderes em suas mãos. Passaram a comandar
exércitos, decretar leis e arrecadar tributos.
5. TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
As mudanças culturais do Renascimento reestruturaram a ideologia
política européia livre das amarras da igreja e que passam a
legitimar o absolutismo, como:
¤ NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527) – Para Maquiavel o soberano
deve ficar acima das considerações morais, mantendo a autonomia
política. Os "fins justificam os meios" e a razão do Estado deve
sobrepor-se a tudo. O soberano tudo pode fazer quando busca o
bem-estar do país. "A força é justa quando necessária". Obras:
Mandrágara, Discurso sobre a década de Tito Lívio, O príncipe.
¤ THOMAS HOBBLES (1588-1619) - Foi quem melhor definiu a
ideologia absolutista. Para Hobbles, o Estado seria uma grande
entidade toda poderosa que dominaria todos os cidadãos, a fim de
proteger contra a violência e o caos da sociedade primitiva. Segundo
Hobbles "é lícito ao rei governar despoticamente, já que o próprio
povo lhe deu o poder absoluto".
¤ JACQUES BOSSUET (1627 - 1704) Escreveu Memórias para a
educação de Delfim e política segundo a sagrada escritura, e
estabeleceu o princípio do direito divino dos reis.
¤ JEAN BODIN (1530-1596) – autor de A República. A soberania
real não pode sofrer restrições nem submeter-se a ameaças, pois o
poder emana de Deus. (Legislar sem precisar do consentimento de
quem quer que seja).
¤ HUGO GROTIUS (1583 -1645) – Obra: Direito da paz e da guerra
236
– Trata do direito internacional e também defende o governo
despótico.
O MERCANTILISMO.
1. INTRODUÇÃO: O mercantilismo pode ser entendido como a
política e a prática econômica dos Estados Nacionais, no período da
transição do Feudalismo para o Capitalismo. Suas origens estão
ligadas à centralização do poder, atingindo sua plenitude com o
Estado absolutista. O traço principal que caracterizou essa política
econômica foi à intervenção estatal nos assuntos econômicos, a
efeito e dinamizar a economia nacional em proveito do
fortalecimento do Estado. Dentre as principais características do
mercantilismo podemos citar:
O INTERVENCIONISMO ESTATAL – Tendo em vista o
fortalecimento do poder nacional, o Estado intervinha na economia
através de regulamentações, tais como o incentivo e a proteção de
manufaturas, tarifas alfandegárias, garantia dos monopólios, da
fixação de uma política de aumento da população para
barateamento da mão-de-obra, do controle sobre os salários, preços
e qualidades das mercadorias.
O METALISMO – Expressa a preocupação do mercantilismo com
relação à acumulação de ouro e prata. Alguns historiadores afirmam
que a preocupação fundamental do mercantilismo é a abundância
de ouro e prata, os quais seriam as medidas de toda a riqueza.
A balança de comércio favorável – É o centro da política econômica
mercantilista. A expansão das exportações e a diminuição das
importações foram o objetivo comum do mercantilismo, já que eram
a forma pela qual os países obtinham mais metais preciosos.
O PROTECIONISMO – O Estado Nacional, para manter uma
balança comercial favorável, procura proteger o seu mercado
interno, do aumento das tarifas alfandegárias que elevam o preço
da mercadoria importada, e da proibição de exportação de
matérias-primas que poderia desenvolver a indústria de outros
países.
2. TIPOS DE MERCANTILISMO:
2.1. BULIONISMO OU METALISMO: Característico do século XVI
estava fundamentado na concepção metalista, fruto da descoberta e
exploração das minas americanas. Apresentando um forte
intervencionismo estatal, tanto nos monopólios quanto nos
investimentos, desenvolveu-se, principalmente, na Espanha. Esse
rígido intervencionismo e a dependência da acumulação de metais
trarão péssimas conseqüências para os países ibéricos no momento
da crise do sistema colonial.
2.2. INDUSTRIALISMO OU COLBERTISMO: Desenvolvido por Jean
Baptiste Colbert, então ministro das finanças na França, no
governo de Luis XIV propôs uma nova forma de acumular capital,
que diferenciava enormemente do Bulionismo. A política econômica
francesa se fundamentou nesse momento em um incentivo à
produção manufatureira, incluindo artigos de luxo para atender
melhor a demanda do mercado internacional.
2.3. COMERCIALISMO: O mercantilismo inglês apoiava-se na teoria
de que desde que fosse possível manter a balança comercial
favorável, não havendo restrições com relação às importações. A
meta básica era que o quantitativo das exportações fosse sempre
superior e que transportasse um número crescente de mercadorias.
2.4.-CAMERALISMO: Durante a Idade Moderna, o que hoje
conhecemos como Alemanha não passava de alguns pequenos
estados. Aproveitando-se das experiências mercantilistas dos outros
países, por iniciativa da Prússia, um dos Estados germânicos, foi
criado uma associação entre os Estados para fortalecer a economia
e o tesouro real. O nome cameralismo vem de "Kammer", o nome do
tesouro real.
O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA
Introdução: O sistema colonial implantado a partir do século XVI
pelas potências marítimas européias tem por base a instalação de
feitorias ou enclaves em territórios estrangeiros, a implantação de
colônias de povoamento e exploração e a estruturação de sistemas
de governos coloniais.
I- A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA
―A espada, a cruz e a forme iam dizimando a família selvagem‖
(Pablo Neruda).
Conquista de Cristóvão Colombo. / Colonização baseada no
bulionismo. / Processo de colonização:
¤ Fernão Cortez – conquista dos Astecas (México).
Francisco Pizarro – conquista dos Incas (Peru).
A América tinha povos em estados culturais bem diferentes.
O império organizado dos Astecas, Maias, Incas e a dominação
espanhola.
Divisão política: Vice-Reinados e Capitanias Gerais.
Sociedade colonial: elite (Chapetones e os criollos); Massa: mestiços
(brancos e índios), índios (maioria) e negros (escravos).
II – COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA INGLESA
As treze colônias e os dois tipos de colonização:
Colônias do Norte – povoamento. / Colônias do Sul – exploração.
III – COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA HISTÓRIA DO
BRASIL COLÔNIA
1. A COMUNIDADE INDÍGENA DO BRASIL PRÉ-CABRALINO
1.1. O TERMO ÍNDIO:
O termo índio nasceu de um engano histórico: ao desembarcar na
América, o navegador Cristóvão Colombo chamou seus habitantes
de índios, pois pensava ter chegado às Índias.
Outras designações para o habitante da América pré-colombiana:
aborígine, ameríndio, autóctone, brasilíndio, gentio, íncola, negro
da terra, nativo, bugre, silvícola, etc.
O termo índio designa quem habitava e ainda habita as terras que
receberiam o nome de América.
1.2. DIVERSIDADE CULTURAL:
Os diferentes povos indígenas do Brasil (Pindorama ou Piratininga),
a exemplo dos demais índios da América, tinham maneiras
próprias de organizar-se: diferentes modos de vida, línguas e
culturas.
1.3. NAÇÕES INDÍGENAS:
Classificação: baseada em critérios lingüísticos:
Tupi: litoral. Jê ou Tapuia (Macro-Jê): Planalto Central. Nuaruaque:
bacia Amazônica.
Caraíba: norte da bacia Amazônica.
1.4. ORGANIZAÇÃO SOCIAL: Regime de Comunidade Primitiva:
Igualdade social/ Relação coletiva com a terra/ Divisão do trabalho
por sexo e idade/ Socialização das técnicas de produção/
Distribuição igualitária/ Pequeno desenvolvimento tecnológico/
Produção voltada para o autoconsumo/ Era muito pequena a
produção de excedente/ Habitação: malocas (ocas) aldeia (taba)
237
tribo nação/ Nomandismo e semi-nomandismo/ Atividades
econômicas: caça, pesca, coleta e agricultura/ Instrumentos
rudimentares/ Religião: politeísta Pajé (líder espiritual)/ Política:
chefe de maloca – Conselho Chefe da aldeia (principal, cacique
ou morubixaba)/ A guerra tinha muita importância e era fonte de
prestigio e elevação de status. Costumes: coivara: queimada/
couvade: resguardo do pai da criança/ antropofagia: ritual/ dar
presentes: generosidade na distribuição de bens/ casamento:
poligênico (o homem ter mais de uma mulher) e poliândrico
(mulher casada com vários homens).
2 – O “DESCOBRIMENTO DO BRASIL”
Controvérsias sobre o descobrimento:
- casualidade ou intencionalidade?
- descobrimento ou conquista ou encontro de culturas?
22 de abril de 1500: Cabral oficializa a posse de Portugal sobre o
Brasil.
O Descobrimento do Brasil fez parte de um processo mais amplo
de Expansão marítima, comercial e territorial realizada pelos
europeus no início da Idade Moderna, ou seja, o descobrimento do
Brasil e sua colonização devem ser analisados como uma etapa do
desenvolvimento comercial europeu.
Nomes da Nova Terra: Monte Pascoal - Ilha de Vera Cruz -
Terra de Santa Cruz - Brasil.
3. PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530)
3.1. INTRODUÇÃO: Nesse período (1500-1530) Portugal não se
interessou pela efetiva colonização do Brasil em função deste não
preencher os seus interesses mercantilistas (metais e comércio).
3.2. DESINTERESSE DE PORTUGAL PELA COLONIZAÇÃO:
Os portugueses não encontraram, no Brasil, sociedades organizadas
com base na produção para mercados.
O Brasil não oferecia metais preciosos nem produtos para o
comércio.
A crise demográfica portuguesa.
Portugal estava concentrado em torno do comércio Oriental.
3.3. CARACTERISTICAS:
Durante esse período Portugal limitou-se a enviar para o Brasil
expedições de reconhecimento e de defesa e iniciou a extração do
pau-brasil.
3.4. EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS:
Gaspar de Lemos (1501). / Gonçalo Coelho (1503).
- Objetivos: fazer o reconhecimento geográfico e verificar as
possibilidades de exploração econômica da nova terra descoberta.
- Resultados: denominação dos acidentes geográficos e constatação
da existência de pau-brasil.
3.5. EXPEDIÇÕES GUARDA-COSTEIRAS:
- Cristóvão Jacques (1516-1526).
- Objetivos: policiar o litoral e expulsar os contrabandistas.
3.6. EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL:
Primeira atividade econômica portuguesa no Brasil: exploração e
comércio da madeira de tinturaria.
Atividade extrativa, assistemática e predatória.
Estanco: monopólio régio uma limitação ao exercício de uma
atividade econômica, salvo o seu desempenho pela Coroa ou a
quem esta delegasse.
Escambo: tipo de relação de trabalho onde há troca de
serviço/mercadoria por outra mercadoria o corte e o transporte da
madeira eram feitos pelos indígenas, que, em troca, recebiam
bugigangas. Feitorias: eram os depósitos que armazenavam as toras
de pau- brasil. Não geraram povoamento.
4 – PERÍODO COLONIAL (1530)
4.1. MOTIVOS:
A constante e crescente presença francesa no litoral do Brasil:
ameaça a posse portuguesa.
A decadência do comércio das Índias: problemas financeiros.
A descoberta de metais preciosos na América Espanhola (Peru e
México):
4.2. - A EXPEDICÃO COLONIZADORA DE MARTIM AFONSO
DE SOUSA (1530):
Objetivo: lançar os fundamentos da ocupação efetiva da terra,
estabelecendo núcleos de povoamento (povoar a terra, defendê-la,
organizar sua administração e sistematizar a exploração econômica:
colonizar).
Colonizar: ocupar uma região para explorá-la economicamente.
Ação colonizadora: Instalação do primeiro núcleo de povoamento
português no Brasil: a vila de São Vicente (1532).
Implantação da primeira unidade produtora de açúcar no Brasil: O
Engenho do Senhor Governador ou São Jorge dos Erasmos. (1533).
Introdução das primeiras cabeças de gado.
João Ramalho fundou Santo André da Borda do Campo. Brás Cubas
fundou Santos.
5 - ADMINISTRAÇÃO COLONIAL
5.1.SIGNIFICADO:
A organização político-administrativa do Brasil Colônia estava
calcada na divisão territorial em Capitanias, no estabelecimento
dos Governos Gerais e na criação das Câmaras Municipais e
atendia as necessidades inerentes à relação Metrópole-Colônia:
Promover a ocupação territorial do Brasil através do povoamento.
Evitar gastos supérfluos com o envio de funcionários da Metrópole
para a Colônia.
Possibilitar a efetivação dos interesses mercantilistas metropolitanos.
Defender a colônia dos ataques e invasões das potências rivais.
5.2. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534):
Objetivo: acelerar a efetiva colonização do Brasil transferindo para
particulares os encargos da colonização.
Funcionamento: Portugal buscava atrair os interesses de alguns
nobres portugueses pelo Brasil, dando a eles direitos e poderes
sobre a terra e transformando-os em donatários das capitanias.
5.3. DOCUMENTOS:
Carta de Doação: estipulava a concessão da capitania ao donatário.
Foral: determinava os direitos e deveres dos donatários e
funcionava como um código tributário.
Os donatários recebiam poderes políticos, judiciários e
238
administrativos de que lhes advinham vantagens econômicas.
Fundação de vilas, concessão de sesmarias, redízima (1/10) das
rendas da Coroa, vintena (5%) sobre o valor do pau-brasil e da
pesca, cobrança de tributos sobre todas as salinas, moendas de
água e engenhos (só podiam ser construídos com a sua licença).
5.4.CARACTERÍSTICAS:
Processo de colonização descentralizado: sistema político-
administrativo descentralizado.
Os donatários recebiam as capitanias não como proprietários, mas
como administradores (posse).
As capitanias eram hereditárias, indivisíveis, intransferíveis e
inalienáveis.
Os donatários deveriam arcar com as despesas da colonização. O
Brasil foi dividido em capitanias hereditárias (grandes lotes de
terras) entre os donatários.
Para fins administrativos, a capitania no Brasil se dividia em
comarcas, as comarcas em termos, e os termos em freguesias.
Sistema já utilizado por Portugal nas suas ilhas atlânticas: Açores,
Madeira e Cabo Verde.
5.5. CAPITANIAS QUE PROSPERARAM:
São Vicente (Martim Afonso de Sousa): auxílio da Coroa Portuguesa
- devido ao fracasso da lavoura de exportação (distância da
metrópole e concorrência nordestina) foi lentamente regredindo para
uma lavoura de subsistência.
Pernambuco (Duarte Coelho): excelente administração, aliança com
os índios, financiamento do capital flamengo (holandês) e
desenvolvimento da agromanufatura açucareira.
5.6.FRACASSO DO SISTEMA:
- FATORES:
As dificuldades encontradas na empresa de colonização. / A falta
de recursos dos donatários (inviabilidade da colonização baseada
exclusivamente no capital particular). / A descentralização (se
chocava com os interesses do Estado absolutista português). / Os
ataques dos índios. / A distância da metrópole. / A falta de
comunicação entre as capitanias. / A má administração e a falta
de interesse dos donatários.
6. GOVERNO GERAL (1548):
6.1. MOTIVO: o fracasso do sistema de Capitanias falta de
recursos e descentralização.
6.2. OBJETIVOS: centralizar a administração e dar apoio e ajuda às
capitanias.
6.3. CARACTERÍSTICAS:
As capitanias não foram extintas: com o tempo as capitanias foram
passando para o domínio real, porque Portugal ou as confiscava por
abandono, ou as comprava dos herdeiros. Contudo, a última
capitania só desapareceu em 1759, por determinação do marquês
de Pombal.
Os donatários passaram a prestar obediência ao governador-geral.
O governador era o representante do rei na colônia.
- Documento: Regimento de 1548: conjunto de leis que determinava
as funções administrativa, judicial, militar e tributária do governador-
geral.
– Assessores:
Ouvidor-mor: Justiça. / Provedor-mor: Finanças (negócios da
Fazenda). / Capitão-mor: defesa da costa. / Alcaide-mor: chefe da
milícia.
6.4. GOVERNADORES-GERAIS:
Tomé de Sousa (1549-53):
A Bahia foi transformada em Capitania Real do Brasil e passou a
ser sede do Governo Geral.
Fundação da primeira cidade (Salvador). / Fundação do primeiro
bispado do Brasil. / Fundação do primeiro colégio. / Incentivo à
agricultura e à pecuária.
Alguns jesuítas vieram chefiados por Manuel da Nóbrega.
Duarte da Costa (1553-58):
Conflito com o bispo Pero Fernandes Sardinha.
Invasão francesa no Rio de Janeiro: fundaram a França Antártica
(1555).
Fundação do Colégio de São Paulo (25.01.1554): José de Anchieta
e Manuel da Nóbrega. Mém de Sá (1558-72):
Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
(01.03.1565): Estácio de Sá. Expulsão dos franceses em 1567.
Reunião dos índios em missões (reduções).
6.5. CÂMARAS MUNICIPAIS:
Responsáveis pela administração dos municípios (cidades e vilas):
pelourinho.
Conservação das ruas, limpezas da cidade e arborização.
Construção de obras públicas: estradas, pontes, calçadas e edifícios.
Regulamentação dos ofícios, do comércio, das feiras e mercados.
Abastecimento de gêneros e cultura da terra. Representavam o
poder local (o verdadeiro poder político colonial): o poder dos
proprietários de terras, de engenhos e de escravos os homens bons.
Composição: almocatéis (fiscalizavam o cumprimento da lei),
procurador (representante judicial), vereadores (homens bons) e um
juiz (ordinário ou de fora).
Atuaram principalmente no Nordeste açucareiro.
Tiveram seus poderes reduzidos a partir de 1642 com a criação do
Conselho Ultramarino: centralização administrativa.
6.6. DIVISÕES ADMINISTRATIVAS DO BRASIL:
Governo do Norte: sede em Salvador Luís de Brito – 1572
Governo do Sul: sede no Rio de Janeiro Antonio Salema.
- 1578: unificação com Lourenço da Veiga.
- 1580-1640: a estrutura político-administrativa do Brasil colonial
sofreu mudanças com a ascensão dos Felipes ao trono português:
Estado do Maranhão: sede em São Luis, mais tarde transformado
em Estado do Grão-Pará e Maranhão.
- 1621 – Maranhão, com sede em Belém.
Estado do Brasil: sede em Salvador e, a partir de 1763, com
sede no Rio de Janeiro. 1774: nova unificação.
7. ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA:
A administração eclesiástica acompanhou no Brasil Colonial a
própria evolução administrativa da Colônia; a criação de capitanias,
comarcas e freguesias eram acompanhadas pela criação de
prelazias, dioceses e paróquias.
A Igreja Católica teve papel relevante no processo de colonização. A
catequização do índio pelos jesuítas e a utilização dos silvícolas
como mão-de-obra nas propriedades da Companhia de Jesus.
O ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os
colonos referia-se à escravização dos indígenas e, em especial, à
forma de atuar dos bandeirantes, e, no norte da Colônia,
também devido à exploração das ―drogas do sertão.
Os jesuítas, intimamente relacionados com a expansão européia e a
239
realidade colonial, foram expulsos de Portugal e do Brasil no reinado
de D. José I (na época do ministro Marquês de Pombal).
7.1. O PROJETO MISSIONÁRIO E CATEQUIZADOR DOS
JESUÍTAS:
Os jesuítas atuaram em duas frentes: o trabalho missionário
com os índios e a educação com a fundação dos colégios.
A legitimação da espoliação e da fraternidade cristã.
O ardor da diplomacia cristã, mistura de veemência e ambigüidade.
Os caminhos violentos e sedutores da pedagogia missionária.
- Educação: Na Educação, através das Ordens Religiosas, a Igreja
monopolizou as instituições de ensino até o século XVIII.
A Companhia de Jesus foi instrumento fundamental para a
evangelização das colônias americanas: a evangelização e a
catequese.
O ensino desenvolveu-se influenciado pela cultura religiosa do
colonizador. Não conseguiram dissociar a evangelização do
processo colonizador luso-brasileiro. Os jesuítas exerceram um
papel de grande importância em relação à educação dos filhos
dos grandes proprietários de escravos e terras até sua expulsão.
Sua presença foi tão significativa que seus colégios constituíram- se
enquanto marcos da ação colonizadora portuguesa na América.
7.2. OS JESUÍTAS
Os jesuítas procuraram aprender as línguas indígenas.
Os jesuítas pretenderam divulgar a fé, formando novos súditos
tementes a Deus e obedientes ao rei.
Os jesuítas fundaram vários colégios.
Contribuíram para amenizar as tensões entre indígenas e colonos.
Os jesuítas tinham por objetivo promover a Igreja Católica e,
para isso, acabaram por alterar a cultura indígena: a aculturação dos
indígenas, à medida que a colonização portuguesa se consolidava.
Quanto à escravidão, tanto os jesuítas quanto a Igreja Católica, no
período colonial, se limitavam ao repúdio às torturas e aos
maus tratos, não havendo, porém, questionamento da escravidão
enquanto instituição: as desigualdades terrenas são reconhecidas
pelos jesuítas, que elegem como espaço de julgamento o fórum
divino.
O negro foi excluído da catequese e do processo de educação
porque existia a crença de que o negro não tinha alma.
8. A ECONOMIA AÇUCAREIRA (SÉC. XVI E XVII)
8.1. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL:
Sistema de dominação da metrópole sobre a colônia: conjunto de
relações políticas, econômicas, sociais, ideológicas e culturais. Um
conjunto de normas e leis que regulam as relações metrópole-
colônia principalmente no campo econômico.
Pacto Colonial:
Relação de domínio exclusivo do comércio colonial pela metrópole:
monopólio. Também chamado ― regime do exclusivo colonial,
denomina o sistema de monopólio comercial e controle econômico
imposto pelas metrópoles às suas colônias nos Tempos Modernos
(capitalismo comercial/mercantilismo).
O Sentido da Colonização:
O monopólio do comércio das colônias pela metrópole define o
sistema colonial, porque é através dele que as colônias preenchem
sua função histórica de produzir riquezas para o maior
desenvolvimento econômico da metrópole: a colonização toma o
aspecto de uma vasta empresa comercial destinada a explorar os
recursos das colônias em proveito do comércio europeu.
Monopólio:
As colônias são áreas complementares da economia metropolitana.
As colônias só podem comerciar com a metrópole: só podiam
vender seus produtos para o grupo mercantil metropolitano.
As colônias não podem ter fábricas e são obrigadas a consumirem
os produtos manufaturados da metrópole.
As colônias só podem produzir o que a metrópole não tem condições
de fazer, nunca concorrer com ela.
As colônias devem produzir em larga escala, a baixos custos e
com o máximo de lucratividade.
8.2. A COLONIZAÇÃO DE BASE AGRÍCOLA:
- Colonização como desdobramento da expansão marítima e
comercial européia.
- A agricultura foi o recurso encontrado para a exploração do
litoral brasileiro.
- A colonização foi organizada em torno do cultivo da cana-de-
açúcar.
- Valorização econômica das terras.
- Passou-se do âmbito da circulação de mercadorias para o da
produção.
- Com a empresa açucareira Portugal solucionava o seu problema
de utilização econômica das suas terras americanas e o Brasil se
integrava, como fonte produtora, aos mercados consumidores
europeus.
- A colonização como instrumento de acumulação de capital na
Europa.
8.3. MOTIVOS DA ESCOLHA DO AÇÚCAR: Existência de mercados
consumidores na Europa; A participação holandesa no
financiamento, refino e distribuição do produto; A experiência
portuguesa; A qualidade do solo (massapê) e as condições
climáticas.
8.4. EMPRESA AÇUCAREIRA:
Estrutura de empresa comercial exportadora. Empresa de base
agrícola destinada à exploração econômica e a colonização do
litoral brasileiro, principalmente o nordestino (principal centro
produtor).
O engenho: unidade de produção (moenda, casa-grande, senzala,
capela, canaviais) exigia grandes investimentos.
Tipos de engenho: os reais movidos à água, e os trapiches, que
utilizavam tração animal.
Nordeste: principal centro produtor (PE e BA).
Trabalhadores livres: mestre do açúcar, feitor, lavradores
contratados.
Grupo flutuante formado de mestiços, mamelucos, rendeiros e
agregados.
A montagem da empresa açucareira obedeceu ao sistema de
plantation.
·Plantation: sistema de produção:
Monocultura: especialização na produção de um artigo de real
interesse no mercado europeu.
Escravismo: utilização de numerosa força de trabalho compulsória
(escrava): índia, depois negra. Latifúndio: grande propriedade de
terra.
Exportação: havia uma total ausência de autonomia dos produtores
e a economia ficava atrelada ao mercado europeu e inteiramente
240
voltada para o mercado externo.
8.5. SOCIEDADE COLONIAL AÇUCAREIRA:
Uma sociedade caracterizada pelo caráter predominante do
trabalhador escravo, base da economia colonial e do prestígio do
grande proprietário. Uma sociedade conservadora, patriarcal,
escravista, rural (agrária). O engenho era o centro dinâmico de
toda a vida colonial e onde a pouca vida urbana era mero
prolongamento da vida rural.
Uma organização social intimamente articulada à propriedade e à
riqueza.
- Início do processo de miscigenação entre os três grandes grupos
étnicos responsáveis pela formação da sociedade colonial brasileira:
o índio americano, o branco europeu e o negro africano.
Mulato: mestiço de branco com negro.
Mameluco (caboclo): mestiço de índio com branco.
Cafuzo: mestiço de negro com índio.
9. A ESCRAVIDÃO:
– Motivos da utilização da mão-de-obra escrava:
A plantation exigia uma grande quantidade de trabalhadores. Crise
demográfica portuguesa.
A inviabilidade da utilização da mão-de-obra branca, devido à sua
escassez e ao seu custo.
Os trabalhadores europeus não se sentiam atraídos em trabalhar na
colônia: difíceis condições de trabalho. Os lucros proporcionados
pelo tráfico de escravos.
9.1. ESCRAVIDÃO INDÍGENA:
Os índios foram utilizados como escravos no início da economia
canavieira, contudo, demonstrou-se incompatível com a produção
açucareira e foram substituídos pelos negros africanos.
Motivos da substituição do índio pelo negro na grande lavoura
açucareira:
A imposição de um trabalho disciplinado, vigiado, forçado, ordenado,
dinâmico, organizado e metódico chocou-se com a cultura indígena.
A alta lucratividade operada pelo tráfico negreiro, que para ser
mantida, necessitava manter a escravidão negra.
Conseqüências da Escravidão e da Colonização sobre os Índios:
Massacre de milhares de índios. Ocupação de suas terras. O
contato do branco europeu com a comunidade indígena destruía a
cultura do índio.
Desestruturação do sistema produtivo e das instituições indígenas.
Mortalidade em função de doenças contraídas dos brancos
europeus.
Áreas Periféricas:
O escravismo indígena ocorria principalmente em áreas muito
pobres, onde os colonos não tinham recursos para comprar
escravos negros: São Vicente e Maranhão.
9.2. ESCRAVIDÃO NEGRA:
Os negros foram introduzidos no Brasil a fim de atender às
necessidades do colono branco, dos grupos mercantis e da Coroa
Portuguesa.
Formas de Aquisição do Negro na África:
Caça, captura e aprisionamento.
Compra de africanos aos chefes locais (sobas): muitas tribos
africanas passaram a escravizar outras para vendê-las aos
traficantes em troca de bugigangas (vidro, facões, panos, fumo,
rapadura, cachaça).
Tráfico Negreiro:
Navios negreiros (tumbeiros). Os negros (peças do gentio da Guiné)
eram embarcados geralmente em Angola, Moçambique e Guiné e
desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
Grupos:
- Sudaneses: oriundos da Nigéria, Dome, Costa do Ouro (Ioruba,
Geais, Fanti-ashantis)
- Bantos: divididos em dois grupos (angola-congoleses e
moçambiques).
- Malês: sudaneses islamizados.
9.3. RESISTÊNCIA DO NEGRO A ESCRAVIDÃO:
Evitando a reprodução. / Suicidando-se. / Matando feitores e
capitães-do-mato. / Fugindo. / Formando quilombos.
Quilombos:
Comunidades negras formadas por escravos que fugiam dos seus
senhores e passavam a viver em liberdade.
Quilombo dos Palmares: localizava-se no atual estado de Alagoas.
O número de habitantes do quilombo cresceu durante a invasão
holandesa em Pernambuco.
Produziam e faziam um pequeno comércio com as aldeias próximas.
Simbolizava a liberdade e, por isso, era uma atração constante para
novas fugas de escravos. Representava uma ameaça à ordem
escravocrata.
Líder: Zumbi.
Em 1694, foi destruído pelo paulista Domingos Jorge Velho,
contratado pelos senhores nordestinos.
10. ATIVIDADES ECONÔMICAS COMPLEMENTARES:
Paralelamente ao desenvolvimento da lavoura açucareira,
desenvolveu-se na colônia um setor de subsistência responsável
pela produção de gêneros que vinham atender às necessidades
básicas dos colonos e escravos: pecuária e cultivo do tabaco,
algodão, mandioca, milho, feijão.
A mandioca era o principal produto agrícola de subsistência para o
consumo interno: elemento básico da alimentação do brasileiro.
O fumo era o produto de exportação que servia para aquisição de
escravos no mercado africano: cultivado em zonas restritas da Bahia
e Alagoas.
O algodão era usado no fabrico de tecidos de baixa qualidade
destinados à confecção de roupas para os mais pobres e escravos:
cultivados no Maranhão e Pernambuco.
11. AS INVASÕES INVASÃOES FRANCESAS:
11.1. MOTIVOS:
O Tratado de Tordesilhas que dividia o novo mundo descoberto
entre Portugal e Espanha e marginalizava (excluía) as outras
nações européias.
Interesses econômicos: o tráfico do pau-brasil, da pimenta nativa,
do algodão nativo e produção de gêneros tropicais.
11.2. AS INVASÕES:
Rio de Janeiro (1555-1567): França Antártica. Maranhão (1612-
1615): França Equinocial.
11.3. A FRANÇA ANTÁRTICA:
Objetivos: Fundar uma colônia de exploração econômica. / Abrigar
os protestantes (huguenotes) que eram perseguidos pelas guerras
de religião.
Comandante: Nicolau Durant de Villegaignon.
Ocupação: Os franceses se instalaram nas ilhas de Serigipe,
241
Paranapuã, Uruçumirim e Laje.
Aliaram-se aos índios tamoios: formação da Confederação dos
Tamoios.
Expulsão: A Confederação dos Tamoios foi dissolvida (1563) por
Nóbrega e Anchieta que fizeram um acordo com os índios através
do armistício de Iperoig (Ubatuba). Na expulsão dos franceses, o
governador Mém de Sá, contou com o auxilio de Estácio de Sá,
dos índios Temininós (Araribóia) e pelos tamoios do sul.
Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
(01.03.1565): Estácio de Sá.
Os franceses são expulsos em 1567.
11.4. A FRANÇA EQUINOCIAL:
Objetivo: Fundar uma colônia de exploração econômica.
Comandante: Daniel de La Touche.
Ocupação: Fundação da povoação de São Luis (homenagem ao
rei francês Luis XIII).
Expulsão: Os franceses são expulsos em 1615 pelas tropas
portuguesas comandadas por Jerônimo de Albuquerque e Alexandre
de Moura.
12. A OCUPAÇÃO PORTUGUESA DO LITORAL ACIMA DE
PERNAMBUCO:
Quando os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro, procuraram
alojar-se no litoral acima de Pernambuco e foi da luta contra eles
que se iniciou o povoamento:
Paraíba: Filipéia de Nossa Senhora das Neves (1584) João
Pessoa.
Rio Grande do Norte: Forte dos Reis Magos (1599) Natal. Ceará:
Forte de Nossa Senhora do Amparo (1613) Fortaleza. Pará: Forte do
Presépio (1616) Belém.
13. INVASÕES HOLANDESAS
13.1. MOTIVOS:
As invasões tiveram um caráter exclusivamente mercantil: foram
comandadas pela Companhia das Índias Ocidentais (WIC).
A União das Monarquias Ibéricas (1580-1640): Portugal e suas
colônias submetidas ao domínio espanhol Juramento de Tomar.
Os conflitos político-militares entre a Espanha e a Holanda: devido à
separação da Holanda do domínio espanhol.
O Embargo Espanhol: proibição de quaisquer relações comerciais
entre os holandeses e todas as áreas sob dominação espanhola.
13.2. REPERCUSSÕES DA UNIÃO DAS MONARQUIAS IBÉRICAS:
Brasil Filipino:
Reforma da política fiscal: rigidez para evitar a corrupção e os
desvios.
Criação do Tribunal de Relação de Salvador: os colonos podiam
apelar das sentenças dinamizou a prática de justiça.
A colonização se expandiu no litoral ao norte de Pernambuco,
chegando até o Amazonas: expansão oficial. A nova divisão política
do Brasil (1621): criação do Estado do Maranhão (capitanias do
Grão-Pará, Maranhão e Ceará).
Invasões francesas: França Equinocial no Maranhão. Invasões
holandesas.
OBJETIVOS:
Romper o monopólio ibérico. / Recuperar o comércio do açúcar.
Controlar os centros produtores de açúcar. / Estabelecer uma
colônia de exploração econômica.
13.3.OS HOLANDESES NA BAHIA (1624-1625):
Tentativa fracassada de conquista da Bahia (sede do Governo
Geral do Estado do Brasil).
Reação luso-brasileira comandada pelo bispo D. Marcos Teixeira e
por Matias de Albuquerque: guerrilhas.
As guerrilhas impediram o avanço holandês para o interior e, por
isso, os holandeses só conquistaram a cidade de Salvador.
Os holandeses são expulsos pelos colonos luso-brasileiros e
pela esquadra luso-espanhola Jornada dos Vassalos.
13.4. OS HOLANDESES EM PERNAMBUCO (1630-1654):
Os holandeses se refizeram dos prejuízos da invasão da Bahia
saqueando navios que saiam do Brasil carregados de açúcar e
aprisionando galeões espanhóis que saiam da América carregados
de prata.
Invasão e conquista de Pernambuco (maior centro açucareiro do
Brasil, mas pouco guarnecido militarmente).
A resistência dos colonos, através de guerrilhas, no interior foi
comandada por Matias de Albuquerque: impediram a imediata
conquista holandesa de todo o Nordeste açucareiro.
Principal centro de resistência: Arraial de Bom Jesus.
A traição de Calabar: este integrante das tropas de resistência
passou para o lado holandês e indicou os focos (centros) de
resistência dos colonos: os holandeses passam a ocupar áreas do
litoral nordestino.
Com a queda do Arraial do Bom Jesus (1635), os holandeses
começam a efetivar a conquista do Nordeste.
13.5. CARACTERÍSTICAS DO DOMÍNIO HOLANDÊS:
Aliança com os senhores de engenho. / Respeito às propriedades e
a classe dominante colonial. / Tolerância política e religiosa. /
Concessão de empréstimos aos senhores de engenho.
A ADMINISTRAÇÃO NASSOVIANA (1637-1644): Conde João
Mauricio de Nassau: funcionário da WIC.
Consolidou a dominação holandesa e o sistema produtor de açúcar.
Criou facilidades de produção e comercialização do açúcar. Domínio
do Nordeste brasileiro: do Maranhão até Sergipe. Criação da
Câmara dos Escabinos: assembléia de representantes das várias
câmaras municipais da região.
Monopólio do mercado escravista: domínio de áreas portuguesas na
África para garantir o fornecimento de escravos. Embelezamento e
urbanização de Recife: pontes, palácios, jardins, pavimentação. A
vinda de intelectuais europeus: Franz Post, Piso, Marcgrave.
13.6. A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-1654):
A luta para expulsar os holandeses do Nordeste do Brasil. Motivos:
- Mudança da política colonial holandesa (WIC): Arrocho financeiro:
aumento dos impostos, altos preços dos fretes e cobrança de
pagamento dos empréstimos.
Confisco de terras.
Nassau não concorda com esta política imposta pela WIC aos
produtores brasileiros e pede demissão.
Líderes: André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira (senhores
brancos), Henrique Dias (negro) e pelo índio Poti (Filipe Camarão).
Batalhas: Monte das Tabocas (1645), Guararapes (1648 e 1649) e
Campina do Taborda (1654).
13.7. CONSEQUÊNCIAS DA EXPULSÃO:
Tratado de Haia (1661): a Holanda recebia uma indenização
(dinheiro, açúcar, tabaco e sal), a restituição de sua artilharia e
favores no comércio do açúcar.
242
O auxilio inglês a Portugal nas lutas contra os espanhóis
(Restauração = D. João IV) e contra os holandeses e a conseqüente
aliança entre as Coroas inglesa e portuguesa resultaram na
dependência da nação lusitana e do Brasil ao capital inglês.
Crise na empresa açucareira brasileira devido à concorrência do
açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas: crise econômica no
Brasil e crise política e econômica (financeira) em Portugal (saiu
economicamente arruinado do domínio espanhol).
CONSELHO ULTRAMARINO (1642): reorganização da
administração do Brasil para obter maiores recursos e para garantir
o real controle sobre a colônia.
Limitar os poderes da aristocracia latifundiária. Centralização
político-administrativa.
Limitava o poder das Câmaras Municipais e dos ―homens bons:
submissão às autoridades metropolitanas.
Os juízes passaram a ser nomeados diretamente pelo rei: juízes de
fora.
Em 1720, o governo português elevou a colônia a vice-reinado e os
governadores passaram a ser titulados vice-reis: visava aumentar a
centralização e o controle do Brasil.
Criação de companhias privilegiadas de comércio para manter um
controle mais rígido sobre a economia: Companhia Geral de
Comércio do Brasil e Companhia de Comércio do Estado do
Maranhão.
14. A EXPANSÃO TERRITORIAL
14.1. DEFINIÇÃO:
Processo de expansão da colonização para o interior do Brasil,
ultrapassando os limites de Tordesilhas e ampliando o território
brasileiro realizado nos séculos XVII e XVIII.
14.2. CONTEXTO HISTÓRICO:
O período do domínio espanhol (1580-1640) foi marcado pela
expansão da colonização para o interior, pela conquista do litoral
setentrional norte, pela expansão bandeirante e pela ocupação
das terras além da linha fixada pelo Tratado de Tordesilhas.
Processou-se fundamentalmente de acordo com as necessidades
econômicas da Colônia e de Portugal.
14.3. FATORES DA EXPANSÃO:
A expansão oficial: conquista militar do litoral setentrional e
colonização do Amazonas. / A pecuária. / O bandeirismo. / A
mineração. / Os jesuítas: missões. / A Colônia do Sacramento.
14.4. A EXPANSÃO OFICIAL:
Conquista do litoral setentrional (acima de Pernambuco):
Através de tropas militares para expulsar os franceses e seus
aliados indígenas que faziam entre si o escambo (pau-brasil,
pimenta-nativa, algodão nativo).
Colonização do Amazonas:
Através de tropas militares para expulsar os ingleses e holandeses
que exploravam as drogas do sertão (cacau, baunilha, guaraná,
cravo, pimenta, castanhas e madeiras aromáticas e medicinais) e de
expedições exploradoras.
14.5. A PECUÁRIA:
Responsável pela ocupação do sertão do Nordeste e do Sul.
Pecuária bovina no Nordeste: avanço do gado rumo ao sertão.
Atividade econômica complementar das lavouras canavieira e
mineradora.
Funções para o engenho: alimento, força de tração animal e
meio de transporte.
Inicialmente criado nos engenhos do litoral baiano e pernambucano,
o gado penetrou para os sertões a partir do século XVII.
* Motivos do deslocamento do gado do litoral para o interior:
Crescente expansão da grande lavoura açucareira: o gado
estragava as plantações de cana-de-açúcar. Necessidade de maior
espaço para o plantio da cana: as terras deveriam ser usadas para o
plantio de cana e não para pastagens. Importância econômica
inferior da pecuária.
* Ocupação do sertão nordestino: processo pecuarista de
colonização e expansão do interior do Brasil. Rio São Francisco: Rio
dos Currais nas suas margens surgiram várias fazendas de gado. A
fazenda de gado exigia pouco capital e pouca mão-de-obra. O
trabalhador era geralmente livre: vaqueiro recebia um pequeno
salário e um quarto das crias (após cinco anos de trabalho). O
fazendeiro e vaqueiro mantinham um relacionamento amistoso e o
vaqueiro, com o tempo, podia se tornar um fazendeiro (cabeças
de gado que recebia e a abundancia de terras). Muitas feiras e
fazendas de gado deram origem a vários núcleos de povoamento:
centros urbanos.
O gado realizou a integração de diferentes regiões econômicas.
Atividade econômica voltada para o mercado interno. Abastecimento
da região mineradora: séc. XVIII.
Diversificação econômica: couro, leite, carne. Pecuária no Sul:
Atividade complementar a da mineração: séc. XVIII
Gado muar e bovino: vivendo em estado selvagem desde a
destruição de missões jesuíticas pelas bandeiras no século XVII.
Tropas de mula: abastecimento das regiões mineiras. Estâncias
(fazendas): fundadas por paulistas. Produção de charque (carne-
seca).
Os peões boiadeiros viviam submetidos à rigidez da fiscalização dos
capatazes e jamais teriam condições de montar sua própria fazenda
14.6. BANDEIRISMO:
CONCEITO: Expedições que penetravam no interior com o objetivo
de procurar riquezas (índios para serem escravizados, metais e
pedras preciosas).
Centro irradiador das Bandeiras: A Capitania de São Vicente.
MOTIVO: A pobreza econômica da capitania devido ao fracasso da
lavoura de exportação canavieira e o seu isolamento político. Ciclos:
Ouro de Lavagem; Caça ao Índio; Ouro de Mina; Sertanismo de
Contrato.
* Ciclo do Ouro de Lavagem: Zona litorânea.
Curitiba: Heliodoro Eobanos ouro de aluvião. São Roque: Afonso
Sardinha ouro de aluvião.
* Ciclo da Caça ao Índio ou de apresamento:
Motivos:
Necessidade de mão-de-obra. / Aumento da produtividade agrícola.
/ As invasões holandesas no Nordeste provocaram a dispersão
dos escravos. / Os holandeses dominaram áreas de fornecimento de
escravos na África.
Características:
Os paulistas passaram a apresar o índio para vendê-lo como
escravo.
Missões jesuíticas: Tape, Itatim e Guairá os índios já estavam
aculturados, catequizados.
Bandeirantes: Antônio Raposo Tavares, Manuel Preto. Decadência:
243
a partir da segunda metade do século XVII devido à extinção da
maioria das missões e a reconquista do monopólio do tráfico
negreiro pelos portugueses após a expulsão dos holandeses do
Brasil e da África.
* Ciclo do ouro e do diamante:
Motivos:
A decadência da economia açucareira; / O estímulo dado pela
metrópole: financiamento, títulos e privilégios; / A decadência do
apresamento do índio;
Características:
Áreas de exploração (prospecção): Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso.
Bandeirantes: Fernão Dias Pais, Antonio Rodrigues Arzão
(descobriu ouro em Cataguases em 1693: primeira notícia oficial
de descoberta de jazida de ouro), Antonio Dias de Oliveira (Ouro
Preto), Borba Gato (Sabará), Bernardo da Fonseca Lobo (diamantes
no Arraial do Tijuco: Diamantina), Pascoal Moreira (Cuiabá) e
Bartolomeu Bueno da Silva Filho (Goiás).
Os bandeirantes utilizavam-se dos rios como caminhos naturais:
pousadas e roça nas margens povoamento Tietê.
Monções:
Expedições fluviais de abastecimento das longínquas e de difícil
acesso regiões do Mato Grosso e Goiás
* Ciclo do Sertanismo de Contrato:
Bandeiras contratadas por autoridades e senhores de fazendas,
principalmente do Nordeste (BA e PE) para combaterem índios
rebelados e negros dos quilombos.
Bandeirante: Domingos Jorge Velho destruição do Quilombo dos
Palmares.
COLÔNIA DO SACRAMENTO (1680):
Fundação de uma colônia portuguesa no estuário do rio da
Prata, quase em frente a Buenos Aires. Motivos:
A pecuária. / O comércio do couro. / O contrabando. / O interesse
nas regiões mineradoras do Peru e Bolívia. / Os interesses ingleses.
Reação Espanhola: Reação dos colonos de Buenos Aires e da
Coroa Espanhola: invasões da Colônia do Sacramento e assinatura
de tratados de limites.
TRATADOS DE LIMITES E FORMAÇÃO DE FRONTEIRAS:
* Tratado de Lisboa (1681): A Espanha reconhecia a posse
portuguesa da Colônia do Sacramento.
* Tratado de Utrecht (1715): A Espanha é obrigada, mais uma vez, a
ceder a Colônia do Sacramento para Portugal.
* Tratado de Madri (1750):
Definia a posse, de direito e de fato, das terras efetivamente
ocupadas por Portugal além dos limites de Tordesilhas. Não houve
participação da Igreja. Foi utilizado o princípio: uti possidetis, ita
possideatis (quem possui de fato deve possuir de direito) a terra
pertence por direito a quem a ocupa Alexandre de Gusmão.
Assim, a Espanha reconhecia a posse portuguesa de todas as
terras efetivamente ocupadas por portugueses além da linha de
Tordesilhas e cedia a Portugal a região de Sete Povos das
Missões (RS). Portugal devolveria à Espanha a Colônia do
Sacramento.
Por este tratado, o Brasil assumiu, praticamente, sua atual
configuração geográfica.
GUERRAS GUARANÍTICAS:
Revolta dos índios de Sete Povos das Missões liderados pelos
jesuítas.
Motivos: os jesuítas não concordavam com a entrega de Sete
Povos das Missões para os portugueses e os índios suspeitavam
de uma possível ocupação de suas terras e da escravização.
Repressão portuguesa: a população de Sete Povos das Missões foi
chacinada pelas tropas portuguesas.
* Tratado de El Pardo (1761): Anulava o Tratado de Madri e a
Colônia do Sacramento voltava para Portugal.
* Tratado de Santo Ildefonso (1777): A Colônia do Sacramento e
Sete Povos das Missões foram devolvidas para a Espanha.
* Tratado de Badajós (1801): Confirmava os limites estabelecidos
pelo Tratado de Madri.
15. A ECONOMIA MINERADORA (SÉC. XVIII)
15.1. CONTROLE ADMINISTRATIVO: Regimento de 1702:
A mineração era rigidamente controlada pela metrópole: política
fiscal e controle absoluto sobre a mineração.
A exploração era livre, mas os mineradores deveriam submeter-se
as autoridades da Coroa e pagar os impostos. Intendência das
Minas:
Órgão responsável pelo policiamento, fiscalização e direção da
exploração das jazidas, além de funcionar como um tribunal e de ser
responsável pela cobrança dos impostos.
Todas as minas pertenciam ao rei e o descobridor de uma jazida
deveria comunicar a Intendência, caso contrário seria preso e
julgado. A mina, depois de descoberta, era dividida pela Intendência
em lotes (datas): as duas primeiras datas eram escolhidas pelo
descobridor da mina, a terceira data era reservada para a Coroa e
depois leiloada e as demais datas eram distribuídas com os
interessados que tivesse maior número de escravos.
15.2. TIPOS DE EXTRAÇÃO:
Faiscação (Faisqueira): Pequena extração: no leito dos rios e
riachos.
* Garimpeiro: geralmente um trabalhador livre que trabalhava
isoladamente.
Lavra (Jazidas): Mina: grande unidade de extração.
- Volume razoável de capital.
- Numerosa mão-de-obra escrava.
15.3. A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES:
Descobridor: o bandeirante Bernardo da Fonseca Lobo (1729).
Local: Vale do rio Jequitinhonha - Arraial do Tijuco - Diamantina
(MG).
Regimento dos Diamantes (1730).
* Distrito Diamantino: rígida fiscalização
+ Tipos de Extração:
A Coroa concedia a particulares o direito de extração e estes
pagariam taxas e impostos. Posteriormente a Coroa passou a
conceder o direito de extração a um único individuo: o contratador. O
monopólio régio sobre a extração: a região foi fechada e a
circulação das pessoas era controlada.
15.4. OS IMPOSTOS: (carga tributária onerosa e opressiva).
Quinto: 20% do ouro extraído. Casas de Fundição (1719):
Criadas com o objetivo de evitar o contrabando e a sonegação fiscal:
facilitar a cobrança do quinto. O ouro em pepita e em pó era fundido
em barras timbradas com o selo real e quintadas.
Capitação: 17g de ouro por escravo. Fintas: quotas anuais (100
244
arrobas).
Derrama: cobrança complementar e violenta do imposto (quinto)
atrasado.
15.5. DESTINO DO OURO BRASILEIRO:
Tratado de Methuen (1703): também denominado de Tratado de
Panos e Vinhos, assinado entre Portugal e Inglaterra.
Estipulava que Portugal teria vantagens alfandegárias na venda de
vinhos para a Inglaterra e esta teria vantagens alfandegárias na
venda de manufaturados para a Inglaterra: desvantagens comerciais
(benefícios para a Inglaterra). Grande parte do ouro brasileiro serviu
para a Coroa pagar suas dívidas e cobrir os prejuízos da balança
comercial deficitária.
Consequências:
Portugal tornou-se um país exclusivamente agrário. O
desenvolvimento manufatureiro foi prejudicado. Submissão de
Portugal ao capital inglês.
15.6. A DECADÊNCIA DA MINERAÇÃO:
Fatores: O esgotamento das jazidas: ouro de aluvião. / O baixo nível
técnico. / A economia colonial entrou novamente em crise.
15.7. CONSEQUÊNCIAS:
Crescimento demográfico. Desenvolvimento da vida urbana.
Crescimento do comércio e do artesanato: mercado interno.
Integração entre diferentes regiões do Brasil com a zona
mineradora.
Aparecimento de uma camada social média. Certa mobilidade social.
Piores condições de vida e de trabalho para os negros escravos.
Crescimento das atividades intelectuais e culturais: arquitetura,
escultura, música religiosa, poesia, contato com as ideias iluministas
barroco Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva
Alvarenga, Alvarenga Peixoto.
Crescimento da mão-de-obra livre.
Conflitos: Guerra dos Emboabas, Revolta de Filipe dos Santos,
Inconfidência Mineira, Quilombos (Rio das Mortes em Minas Gerais
e o de Carlota no Mato Grosso).
16. A ÉPOCA POMBALINA (1750-1777):
16.1. DESPOTISMO ESCLARECIDO
Marquês de Pombal: ministro do rei D. José I Buscou salvar Portugal
da dependência inglesa. Desejava anular os efeitos desastrosos do
Tratado de Methuen para a economia portuguesa.
Estimulou as manufaturas portuguesas. / Proibiu a exportação de
ouro. / Combateu vigorosamente o contrabando.
Criação da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e
da Companhia de Comércio de Pernambuco: visava racionalizar a
exploração da colônia para recompor a economia da metrópole
monopólio do comércio e da navegação.
Centralismo e fortalecimento do Estado metropolitano: choque
com parcela da nobreza e com a Companhia de Jesus.
Expulsou os jesuítas (1759): acusava-os de constituírem um
império teocrático em terras brasileiras.
Escolas régias: professores leigos.
Reforma na Universidade de Coimbra: ciências exatas, naturais e
jurídicas.
Transferência da capital do Estado do Brasil de Salvador para o Rio
de Janeiro.
Política colonial marcada pelos excessos e abusos: política fiscal
rígida e opressiva. Instituiu a derrama.
HISTÓRIA DE SERGIPE COLONIAL
Período Pré-colonial
TRIBOS
Troncos-Linguísticos: Tupi e Macro-Jê Tribos: xocó, aramaru,
carapotó, kaxangó, natu (nas margens do rio São Francisco),
tupinambá, caeté, e boiomé (região litorânea), aramari, abacatiara e
ramari (no interior próximo da região da serra de Itabaiana), kiriri ou
cariri (região centro-sul entre os rios, Real e Itamirim).
Resistência: lutaram para defender suas terras diante dos invasores
portugueses.
Líderes: Baepeba (apelidado de Serigy), Aperipê, Surubi, Siriri,
Japaratuba, Pacatuba. Atuais Remanescentes: Xocó (localizados na
ilha de São Pedro no município de Porto da Folha, ás margens do
rio São Francisco). Parte de suas terras foi tomada pelos
latifundiários da região. Continuaram lutando para sobreviver e
conservar a terra que sobrou para eles. Sua identificação com
indígenas é uma questão de cultura. A partir do século XIX que os
achados arqueológicos ganharam importância. Contudo a partir do
programa arqueológico de Xingó passou-se a recolher materiais que
vão desde cerâmicas, decalques de pinturas rupestres, esqueletos
humanos dos primitivos habitantes da terra. Destacam-se os
municípios de Canindé, Cristinápolis, Santos Amaro, Divina Pastora,
Pacatuba. Os vestígios mais antigos datam de 9.000 a C.
PRIMEIROS CONTATOS COM OS BRANCOS EUROPEUS:
- O litoral do atual território de Sergipe, localizado entre os rios
São Francisco e Real, foi visitado inicialmente pelos portugueses
que integravam a expedição guarda-costas de Gaspar de Lemos em
1501. Américo Vespúcio também integrava a expedição. Em 1531
Martim Afonso de Souza, também desembarcou em terras
sergipanas. Os portugueses estabeleceram contato com os índios
em terra firme.
- Em 1534, o território sergipano passou a fazer parte da Capitania
da Bahia, doada pelo rei D. João III a Francisco Pereira Coutinho. A
partir de 1549, com a instalação do Governo Geral em Salvador, a
Capitania da Bahia foi comprada do herdeiro de Coutinho (Manuel
Pereira Coutinho) e passou a ser Capitania Real.
ORIGEM DO NOME ―SERGIPE:
No início, o Estado era denominado pelos portugueses de ― Os
Sertões do Rio Real. Depois passou a ser conhecido pelo nome de
um dos seus principais rios, que os índios chamavam de Siriípe, que
na nossa língua significa ― Rio dos Siris. Com o passar do tempo
recebeu outras denominações como: Sirigí, Sirigipe, Seregipe e
finalmente Sergipe.
RELAÇÕES COMERCIAIS:
Os franceses também entraram em contato com os índios da
região. Desde o início da colonização que os franceses
interessaram-se pelas riquezas sergipanas. Eles entravam
escondidos em nosso território com seus navios à vela pelos rios
São Francisco, Sergipe, Vasa-Barris e Piauí. Levavam o pau- brasil,
a pimenta e algodão. Existia um bom relacionamento dos índios com
os franceses pelos seguintes motivos:
¤ Os franceses respeitavam a maneira de viver dos indígenas e
não tinham interesse de tomar suas terras;
¤ Os índios acreditavam que um deus branco com cabelos e olhos
claros viria (Mair).
CATEQUESE DOS ÍNDIOS:
245
A catequese iniciou-se em 1575 com os padres jesuítas Gaspar
Lourenço e João Salônio. Fundaram as aldeias (igrejas) de São
Tomé (rio Piauí), Santo Inácio (Vasa-Barris) e São Paulo (rio Real).
Os jesuítas no início conseguiram atrair os índios para catequese.
Entretanto, os soldados que vieram proteger os padres começaram
a praticar violência nas aldeias indígenas roubando produtos das
roças e molestando mulheres. Os índios revoltados expulsaram os
padres e soldados de suas aldeias.
CONQUISTA DE SERGIPE: MOTIVOS:
*O interesse em tomar posse das terras dos índios e escravizá-
los; / *Ligar por terra a capitania da Bahia à de Pernambuco
(importantes centros coloniais produtores de açúcar); / *Criar gado e
plantar cana-de-açúcar; / *Expulsar os franceses que praticavam o
escambo com os índios; / *Explorar minérios no Sertão: prata, ferro,
salitre, nitrato de potássio.
A conquista de Sergipe atendia aos interesses do Governo
Português e dos fazendeiros de gado e senhores de engenho da
Bahia.
Primeira Tentativa de Conquista (1575): Comandada pelo
governador do norte: Luís de Brito
Pretexto: punir os índios por terem abandonado a catequese e
expulsado os padres jesuítas;
Características: invasão militar violenta, morte do cacique Surubi,
aprisionamento dos índios que foram levados à Bahia (a maioria
morreu devido aos maus tratos e doenças)
Fracasso: não conseguiu implantar a colonização, o número de
índios escravizados foi pequeno.
A Conquista de Sergipe (1590):
Comandada por Cristóvão de Barros a mando de Felipe II da
Espanha e de Portugal. Ele levou consigo inúmeros moradores da
Bahia.
Foi estabelecida a guerra de extermínio contra os índios (guerra
justa);
As aldeias foram massacradas e, finalmente, o território
conquistado;
Fundação da Cidade de São Cristóvão (01.01.1590) na Barra do
rio Sergipe, no atual território de Aracaju: marco da integração de
Sergipe à colonização portuguesa;
Foram edificados: uma igreja, um presídio e um arsenal de armas;
Iniciava-se a colonização de Sergipe: Tomé da Rocha foi escolhido
para ser o capitão-mor.
A partir de 1651 integrava a Comarca de Sergipe, sete vilas: Santa
Luzia de Piagui; Nossa Senhora do Socorro de Thomar, Nossa
Senhora da Piedade do Lagarto, Santo Antônio e Almas de
Itabaiana, Santo Amaro das Brotas, Vila Nova do Rio São Francisco,
Vila de Santo Antônio do Urubu (Própria).
AS TRANSFERÊNCIAS DE LUGAR DA CIDADE DE SÃO
CRISTÓVÃO:
MOTIVOS: Ficar longe dos ataques franceses; / Proximidade das
primeiras fazendas e engenhos. / Em 1596: para uma colina próxima
ao rio Poxim; / Em 1607 para o local atual (às margens do rio
Paramopama, distante 24 Km do litoral).
A COLONIZAÇÃO DE SERGIPE
Dificuldades:
Ataque dos franceses, que só foram definitivamente expulsos em
1601;
Ataques de índios, que resistiram à ocupação de suas terras.
Doação de Sesmarias: terras doadas ás pessoas que ajudaram na
guerra contra os índios e outros que possuíam condições para
colonizar a região.
A ocupação do litoral do território ocorreu do Sul para o Norte;
Outras vilas foram fundadas na região do rio Real e do rio Piauí,
no sul da capitania, e nas terras banhadas pelos rios Vaza-Barris,
Cotinguiba e Seregipe, no norte da capitania.
Atividades Econômicas:
Criação de gado: principal atividade econômica da capitania
tinha como finalidade abastecer a Bahia e Pernambuco, foi uma
atividade que ocupou o interior. É marcante a presença dos Garcia
D’ Ávila (Conde da Torre)
Cana-de-açúcar: introduzida em 1602, no sistema de plantation,
surgimento de alguns engenhos.
Metais Preciosos: nunca foi realmente constatada a presença de
minas, apesar de algumas lendas (Serra de Itabaiana).
Principais Exploradores:
Belchior Dias Moreya, (encontrou salitre e pedras preciosas no
Canyon do São Francisco). Em 1619 ele afirmou ter encontrado
prata no sertão. Contudo, exigia do rei uma Carta que lhe doasse
terras e poder. O rei não aceitou. O bandeirante foi preso e morreu
sem revelar a suposta riqueza.
Outros bandeirantes em Sergipe: Rubélio Dias, Gabriel Soares e
Marcos Ferreira (Rio das Pedras – Itabaiana).
A INVASÃO HOLANDESA EM SERGIPE
A disputa pela posse de colônias gerou inúmeros conflitos que,
da Europa, muitas vezes transferiram-se para as áreas coloniais. A
Holanda, que participava junto com Portugal da empresa açucareira
instalada no Brasil, foi proibida pela Espanha de continuar com
este negócio – União Ibérica (1580-1640). Em represália os
holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais – WIC e
resolveram conquistar o Brasil. Em 1624 tentaram tomar a Bahia,
sem sucesso. Retornaram em 1630 e invadiram Pernambuco,
passando a dominar o Nordeste Açucareiro – do Maranhão (ao
norte) até o Rio Real (ao sul).
Foi no ano de 1636 que os holandeses chegaram à Capitania de
Sergipe, cuja ocupação se justificava pela proximidade com a Bahia
sede do Governo Geral do Brasil. A invasão dos holandeses foi
preparada no Forte Maurício (Penedo – Al), em 1637. Em
novembro desse ano as tropas da Companhia das Índias Ocidentais
cruzaram o rio São Francisco e iniciaram a invasão sob o comando
de Van Schoppke, que tinha como objetivos: recolher os rebanhos
sergipanos; construir fortes no território; controlar a cidade de São
Cristóvão. Ao chegar à Capitania os invasores forçaram a retirada
das tropas portuguesas e espanholas, chefiadas pelo conde
Bagnuolo em direção à Bahia e provocaram grande destruição às
propriedades e aos bens dos habitantes da cidade de São Cristóvão,
que teve suas casas incendiadas e sua economia destruída.
Em 1642 o governo holandês fez um contrato com o empresário
Numo Olferdi para explorar economicamente a capitania de Sergipe
e recuperá-la dos estragos da guerra, mas isso nunca foi colocado
em prática. A retomada portuguesa iniciou-se em 1645 quando os
portugueses conquistaram o forte holandês do rio Real e São
Cristóvão foi sitiada, os holandeses se renderam. A batalha final em
terras sergipanas ocorreu em 1646 na batalha do Urubu (atual
246
Propriá). Sergipe ficou abandonada pelas autoridades até o ano de
1654 sem sofrer controle administrativo dos portugueses ou
holandeses. Nesse ano se deu a expulsão dos invasores e a
retomada da colonização pelos portugueses.
POVOAMENTO DE SERGIPE:
Em 1891, o historiador natural de Itaporanga (Pedra Bonita),
Felisbelo Freire, concluiu que ―o sergipano antes de ser agricultor
foi pastor. Assim pode-se concluir que diferentemente de outros
estados nordestinos, nossa economia esteve sempre muito mais
ligada à pecuária.
O gado sergipano era procurado para abastecer engenhos na Bahia
e Pernambuco, ocasionando a expansão do povoamento em
direção ao agreste e ao sertão sergipano. Surgiram então Santo
Antônio e Almas de Itabaiana, Nossa Senhora da Piedade do
Lagarto, Santa Luzia do Itanhy e Santo Amaro das Brotas, Campos
do Rio Real (Tobias Barreto), Malhador, Curral das Pedras (Gararu),
São Pedro (Porto da Folha), São Félix de Pacatuba.
A maioria da população de 55.600 habitantes que vivia em Sergipe
no final do século XVIII encontrava-se dispersa pelas fazendas,
sítios e engenhos e formava uma sociedade de caráter
essencialmente rural. Nessa sociedade os proprietários rurais
gozavam de todo privilégio e poder. Além do poder decorrente da
riqueza, contavam ainda com patentes de Coronel, Capitão e
Sargento-mor.
Junto com os proprietários rurais compunham a sociedade
sergipana escravos, homens livres e índios. Esses a partir do
século XVII passaram a viver em Missões como as de Geru, São
Pedro de Porto da Folha, Japaratuba de onde aos poucos foram
sendo incorporados ao conjunto da população. Os homens livres,
fosse trabalhando em engenhos ou por conta própria como
lavradores de cana-de-açúcar ou criando gado, viviam submetidos
aos senhores rurais.
Educação:
Na sociedade sergipana ao final do século XVIII, a educação estava
limitada aos ensinamentos que eram oferecidos a poucas pessoas
pelos padres de diversas ordens religiosas: beneditinos,
capuchinhos, franciscanos. Isto se dava através das aulas de
primeiras letras e gramática latina que funcionavam na capital e
em algumas sedes de algumas vilas. Na zona rural os proprietários
iniciavam a prática de contratar professores (preceptores) para
darem aulas particulares aos filhos, procedimento reproduzido em
maior escala nos engenhos do século XIX.
QUESTÕES DA UFS
01 – (UFS – 2004) A história que se escreve está intensamente
ligada à história que se vive. Partindo dessa concepção e dos
conceitos históricos, analise as proposições coerentes para a
compreensão do estudo da História.
0 0 – A historiografia não deve ter a pretensão de fixar verdades
absolutas, pois a História, como forma de conhecimento, é uma
atividade contínua de pesquisa.
1 1 – O trabalho do historiador é o de reconstruir os fatos históricos
das sociedade antigas, mas para isso, é preciso que essas
sociedades tenham deixado sua história escrita, pois a história
baseia-se exclusivamente nos relatos escritos.
2 2 – Uma pintura de Jean-Baptiste Debret, um francês que retratou
cenas da sociedade brasileira no século XIX, pode construir uma
fonte histórica na reconstituição da história do Brasil.
3 3 – Os conceitos e objetos de compreensão da História-ciência
devem restringir-se ao campo histórico, pois as ciências não devem
interferir no estudo de temáticas de outras áreas do conhecimento.
4 4 – As igrejas e os castelos não podem ser considerados
patrimônios culturais, uma vez que foram construídos pela classe
dominante, por meio da exploração do trabalho das camadas
populares.
02 – (UFS – 2001) Sobre a Pré-história é correto afirmar que:
0 0 – A Pré-história corresponde a primeira etapa da evolução
humana e antecede à Idade Antiga.
1 1 – A Pré-história teve início com o surgimento dos primeiros
hominídeos, perto de quatro milhões de anos atrás, e estende-se
até o aparecimento dos primeiros registros escritos, por volta de 4
000 a.C.
2 2 – A Pré-história, no Brasil, envolve todos os registros culturais
da antiga cultura indígena.
3 3 – Os sítios arqueológicos situados no litoral brasileiro são em
pequeno número e chamados de sambaquis ou concheiros.
4 4 – A arte rupestre abrange pinturas em cores, em branco e preto,
sinais gravados, representações estranhas, comumente
encontradas no Brasil, em paredes rochosas de grutas, em lajes de
pedras ao ar livre, em fragmentos de rochas, em nichos pétreos,
enfim nas superfícies mais diversas e nos locais mais variados.
03 – (UFS – 2009) As primeiras civilizações da antigüidade
oriental das quais têm-se notícia organizaram-se sob aspectos
muitos semelhantes. Sobre o tema é correto afirmar que:
0 0 – Essas civilizações apresentavam um tipo de sociedade
convencionalmente inserido no modo de produção escravista, em
que o Estado garantia aos cidadãos o direito de se dedicarem a
outras atividades por meio do trabalho escravo.
1 1 – Uma parte expressiva dos bens econômicos dessas
civilizações era produzida pelos escravos obtidos, principalmente,
através de conquistas ou por meio de condenação pelo não
pagamento de uma dívida.
2 2 – Os elementos mais marcantes dessas civilizações foram a
agricultura baseada nos grandes sistemas de irrigação e o poder
político sustentado pela religião, por isso ficaram conhecidas como
teocracias de regadio.
3 3 – Embora existisse a exploração do homem pelo homem, uma
característica importante do modo de produção dessas civilizações
era a ausência da propriedade privada da terra e o trabalho escravo
não dominante.
4 4 – A maioria dessas civilizações possuía regime de governo
semelhante que partiram de uma monarquia, evoluíram para o
regime oligárquico e, após várias reformas, passaram para a
democracia.
04 – (UFS – 2001) Analise as proposições sobre os egípcios e
povos mesopotâmicos.
0 0 – A religião monoteísta foi o elemento cultural mais atuante em
todos os períodos da história política do Egito Antigo.
1 1 – A medicina, a arquitetura e a engenharia no Egito foram pouco
utilizadas e insignificantemente estimuladas pelo poder central.
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2 2 – Estimulados pelos faraós e pelos sacerdotes, técnicos e
artistas, atuando como verdadeiros funcionários do Estado,
buscaram, em vão, através dos estudos da astronomia, elaborar um
calendário.
3 3 – Mesopotâmia – nome dado pelos gregos e que significa
―terra entre dois rios‖ – compreendia os vales e planícies irrigadas
pelos rios Tigre e Eufrates, onde hoje é o território do Iraque e terras
próximas.
4 4 – Durante o reinado de Nabucodonosor (604 a.C. – 561 a.C.), o
Segundo Império Babilônico viveu o seu apogeu. Foi a época das
grandes construções públicas como os templos para vários deuses,
especialmente o de Marduk, as grandes muralhas da cidade e os
palácios, a exemplo dos Jardins Suspensos da babilônia‖ ,
considerados pelos gregos como uma das maiores maravilhas do
mundo.
05 – (UFS – 2003) Analise as proposições sobre as civilizações
da Antiguidade Oriental.
0 0 – No período em que se formaram as civilizações do Crescente
Fértil, a humanidade passou a depender menos da natureza e com
o aperfeiçoamento técnico dos instrumentos passou a dominá-la.
Foi quando os grupos sociais tornaram-se sedentários.
1 1 – Os sacerdotes possuíam papel religioso pouco importante no
Egito e na Mesopotâmia, pois a eles competiam apenas preservar a
pureza da religião, frente à influência dos deuses estrangeiros.
2 2 – As civilizações egípcias e mesopotâmica eram marcadas por
profunda religiosidade, eram politeístas, adoravam os astros e suas
religiões promoveram o desenvolvimento cultural-científico, como a
medicina no Egito e a astronomia na Mesopotâmia.
3 3 – No Egito e na Mesopotâmia houve escravos, mas, por um
lado, nunca constituíram a base das relações de produção e, por
outro, diferenciavam-se bastante daqueles do período greco-romano
clássico: podiam casar-se com pessoas livres, ter bens, pagar
impostos etc.
4 4 – A civilização mesopotâmica caracterizou-se, do ponto de vista
histórico-universal, pela contribuição do Direito, que teve seu
principal codificador na figura de Hamurábi.
06 – (UFS – 2001) Analise as proposições abaixo.
0 0 – A principal fonte da história hebraica é a Bíblia.
1 1 – Para se compreender a evolução política da Grécia Antiga, é
preciso retroceder aos Tempos Homéricos, quando os povos indo-
europeus foram expulsos.
2 2 – A herança cultural deixada pelos gregos foi muito rica e
influenciou toda a civilização ocidental.
3 3 – Os plebeus eram cidadãos de Roma, possuidores de terra e
gado, que constituíam a aristocracia e os patrícios – parcela da
população que passara para o domínio romano durante as primeiras
conquistas; eram livres.
4 4 – Bizâncio, capital do Império Romano do Oriente, apesar de
possuir uma localização privilegiada não conseguiu desenvolver um
comércio ativo com as regiões vizinhas.
07 – (UFS – 2008) Considere o texto que segue: (...) A
Antigüidade greco-romana sempre constituiu um universo
centralizado em cidades. O esplendor e a solidez da antiga polis
helênica e da posterior República romana, que ofuscaram
tantos períodos subseqüentes, traduziam um nível de
organização e cultura urbanas que jamais seria igualado em
outro milênio (…) (Pierry Anderson. Passagens da antiguidade
ao feudalismo. Trad.Beatriz Sidou. São Paulo:Brasiliense,1989,
p.19) Analise as afirmações sobre a Antigüidade Clássica.
0 0 – A riqueza material, que sustentava a atividade intelectual e
cívica provinha da agricultura; os proprietários de terra dominavam
os agrupamentos urbanos.
1 1 – O cenário geográfico onde se desenvolveram as civilizações
grega e romana foi fundamental para a expansão do comércio, que
se baseou na abertura de vias terrestres de comunicação.
2 2 – O pleno exercício da cidadania repousava no trabalho escravo.
A liberdade do cidadão estava intrinsecamente ligada à
permanência da escravidão, tanto na Grécia como em Roma.
3 3 – As cidades-estado gregas evoluíram em sua forma de governo
mas permaneceram estados autônomos e não realizaram a
unificação do território. Diferentemente das 265 cidades-estados
gregas Roma estendeu seus domínios sobre o mundo da época e
concedeu cidadania à parte das elites das regiões conquistadas e
fundou um Império.
4 4 – A cultura helenística, que resultou do domínio dos Antoninos
sobre o território grego, foi imposta pelos romanos aos povos
conquistados quando transformaram o Mar Mediterrâneo em um
lago romano, impulsionados pelo avanço dos macedônios.
08 – (UFS-2010) Há mais de dois mil anos, na bacia do
Mediterrâneo, floresceram duas sociedades fundamentais para
a compreensão do mundo contemporâneo ocidental: Grécia e
Roma. Sobre elas é correto afirmar que:
0 0 – A brilhante civilização grega resultou de uma lenta evolução
histórica, na qual os gregos assimilaram as conquistas culturais de
diversos povos e, finalmente, deram um grande salto cultural, que
foi a passagem do mito à filosofia.
1 1 – O surgimento e o desenvolvimento do poder estatal
dependeram, tanto na Grécia como em Roma da escrita que, ao
servir para registrar as leis, os tratados e os mitos, não só significou
uma grande conquista cultural, mas também um instrumento
eficiente de controle e poder.
2 2 – Do ponto de vista político os gregos ―inventaram‖ um regime
político representativo que, naquele momento, atendia aos
interesses dos cidadãos, minoria da população, e puderam dedicar-
se aos assuntos políticos porque a generalização da escravidão
fornecia braços para o trabalho.
3 3 – As civilizações grega e romana, pelas suas características
foram chamadas como impérios Teocráticos de Regadio e, pela
impossibilidade de viverem apensas da agricultura, dedicaram-se ao
comércio, à pecuária e à guerra.
4 4 – Ao incorporarem política e culturalmente as civilizações que
floresceram nas regiões próximas ao mar Mediterrâneo, os romanos
representaram uma síntese que está nas raízes da civilização
européia ocidental.
09 – (UFS – 2002) No século IV, o Império Romano foi dividido
em duas partes: a do Oriente e a do Ocidente. Analise as
proposições abaixo.
0 0 – Enquanto no Oriente a ideia de Nação estava vinculada à
necessidade de apoiar a soberania do príncipe, vital para a
construção de um Estado, no Ocidente essa construção dependia
do enfraquecimento do poder da Igreja Católica.
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1 1 – Enquanto no Ocidente as invasões germânicas criaram novos
reinos, no Oriente do Mediterrâneo consolidou-se a civilização
bizantina com eficiente desenvolvimento comercial e urbano.
2 2 – Ocupando militar e violentamente a Europa ocidental os povos
invasores do império causaram destruições na região, acarretando a
ruína de todas as instituições criadas pelos romanos, na
antiguidade.
3 3 – A partir do século VII a expansão dos muçulmanos atingiu
tanto regiões do Oriente como do Ocidente.
4 4 – O auge do Império Romano do Oriente esteve relacionado ao
governo de Justiniano (527-565). Esse imperador, empreendeu uma
monumental obra jurídica a partir da revisão do Direito Romano: o
Corpus Júris Civilis (Corpo do Direito Civil).
10 – (UFS – 2003) A Igreja teve um papel importante na
sociedade medieval, não somente no plano da espiritualidade,
mas também no domínio material. Analise as proposições
abaixo sobre o tema.
0 0 – O pensamento religioso da Igreja medieval baseava-se na
doutrina da predestinação, segundo a qual é Deus quem escolhe as
pessoas que serão salvas. Por isso, o culto era extremamente
simples e a moral católica bastante austera.
1 1 – Com a ruralização da economia européia, durante a Alta Idade
Média, a Igreja, antes concentrada nas cidades, foi obrigada a se
deslocar para o campo, e os bispos e abades se tornaram
verdadeiros senhores feudais.
2 2 – Devido à forte influência da Igreja Católica no modo de pensar
e agir do homem, a arte e o saber de toda Idade Média voltaram-se
para o mundo concreto, para a humanidade e sua capacidade de
transformar o mundo.
3 3 – O domínio da leitura e da escrita era privilégio quase exclusivo
de bispos, padres, abades e monges, durante praticamente toda a
Alta Idade Média, o que fazia com que os membros do clero fossem
as pessoas mais aptas a ocupar cargos junto à realeza.
4 4 – Dentro dos mosteiros medievais, o rígido e minucioso trabalho
dos monges copistas acabou por preservar o saber greco-romano.
Além disso, esse trabalho deu forma e conteúdo ao pensamento
religioso que dominou todo o período medieval.
11 – (UFS – 2007) O Feudalismo, sistema que se difundiu pela
Europa medieval, foi marcado por características sociais,
econômicas e políticas. É correto afirmar que o Feudalismo era
caracterizado.
0 0 – pela compra e venda de seres humanos, aprisionados e
escravizados nas constantes guerras que dividiam os senhores
feudais, e que consistiam na principal força de trabalho das cidades
mercantis, dependentes do mundo rural.
1 1 – pela espoliação dos trabalhadores do campo por meio da
servidão executada por donos de fábricas que começavam a surgir
na Europa e a suplantar o sistema mercantil-escravista.
2 2 – pela exploração por meio da servidão, que prendia os
camponeses à terra, cujos senhores compunham a nobreza feudal
e, em muitos casos, dividiam o poder com o Rei. 267
3 3 – pela apropriação da mais-valia do proletariado rural, pago na
forma de produtos como o sal, a farinha, parte das colheitas;
expropriado dos seus meios de produção e submetido a uma super-
exploração pelos sacerdotes.
4 4 – por tributações aos camponeses, através da fixação de direitos
senhoriais, ou das obrigações servis, entre as quais se incluíam a
corvéia, as banalidades e o dízimo, este último pago à Igreja.
12 – (UFS – 2008) A partir do século XI na Europa Ocidental,
processou-se o renascimento das cidades, vinculado ao
renascimento do comércio. A sociedade européia, até então
concentrada na zona rural, assistiu à revitalização de seus
centros urbanos e ao surgimento de outros. Analise as
transformações resultantes deste processo.
0 0 – Houve aumento do índice de mortalidade devido ao
crescimento da produção agrícola e à Trégua de Deus, que reduziu
as atividades bélicas.
1 1 – A cidade de Veneza tornou-se um grande centro rural do
Mediterrâneo desde sua fundação, à época das invasões
germânicas, porque estabeleceu contatos comerciais regulares com
Bizâncio.
2 2 – A Carta de Franquia ou Foral garantia liberdade à cidade
emancipando-a dos tributos que devia ao senhor feudal, o que lhe
permitia uma administração própria.
3 3 – Com o desenvolvimento das atividades artesanais e
comerciais os habitantes das cidades se organizaram em
associações denominadas corporações de ofício e guildas, que
regulamentavam essas atividades e os defendiam frente aos
senhores feudais.
4 4 – A liberdade é considerada pelos burgueses um direito útil para
garantir o casamento com pessoa da mesma condição e para retirar
os direitos dos senhores feudais sobre as terras em que se
assentavam os feudos.
13 – (UFS – 2009) Para esses, nenhuma mudança contava que não
fossem as mudanças no interior da alma: a escolha feita por cada
um entre o caminho do bem, indicado pelo clero, e o do mal,
aconselhado pelas forças satânicas. (…) Os humanistas, por sua
vez, voltaram-se para o aqui e agora, para o mundo concreto dos
seres humanos em luta entre si e com a natureza, a fim de terem
um controle maior sobre o próprio destino. (Nicolau Sevcenko. O
Renascimento. São Paulo: Atual, 1994. p. 16-17)
Com base no texto e no conhecimento histórico, analise as
afirmações abaixo.
0 0 – O crescimento do sentimento nacional fez diminuir os conflitos
existentes entre alguns intelectuais humanistas europeus e a
autoridade da Igreja Católica.
1 1 – O Humanismo foi um movimento intelectual que contrapôs a
ideia de valorização do indivíduo à mentalidade medieval, que
concebia as pessoas coletivamente, incluídas no mundo cristão.
2 2 – Enquanto os membros do clero insistiam em considerar a
Igreja como uma instituição universal, os humanistas, representando
a unidade intelectual européia, passaram a encarar a Igreja como
uma entidade estrangeira.
3 3 – A condenação radical e irônica do clero católico, tratado como
responsável pela perdição da alma, foi uma das características
principais do movimento humanista.
4 4 – Os valores humanistas expressaram-se no Renascimento
estimulando a curiosidade intelectual, o espírito de iniciativa, o
desejo de aventuras e a exploração do mundo.
14 – (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) Considere o texto do
século XVI. Deus chama cada um para uma vocação particular cujo
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objetivo é a glorificação de Deus. O comerciante que busca o lucro,
pelas qualidades que o sucesso econômico exige: o trabalho, a
sobriedade, a frugalidade, a ordem, responde também ao chamado
de Deus, santifica de seu lado o mundo pelo esforço e sua ação é
santa. O pobre é suspeito de preguiça, que é uma injúria a Deus.
(João Calvino. In: Flávio Berutti. Tempo e Espaço: História. São
Paulo: Saraiva, 2004. p. 207) As ideias de Calvino estavam
relacionadas ao contexto histórico das reformas religiosas do século
XVI, na Europa.
Analise as afirmações procurando identificar as que têm
coerência entre as ideias de Calvino e o contexto referido.
0 0 – Calvino criou uma doutrina que resultou numa contribuição ao
desenvolvimento do capitalismo, estimulando o lucro e o trabalho, o
que favorecia a burguesia.
1 1 – O calvinismo expandiu-se por vários países, especialmente
por aqueles em franco progresso comercial.
2 2 – As ideias de Calvino estavam em consonância com as da
igreja católica, que o elegeu como um de seus apóstolos.
3 3 – A igreja calvinista considerava que os pobres, por seu
sofrimento e penúria, eram naturalmente eleitos pelo Deus.
4 4 – A doutrina calvinista admitia o mundo dependente da vontade
absoluta de Deus, estando os homens sujeitos à predestinação.
15 – (UFS – 2009) A ascensão da classe média é um dos fatos
importantes desse período que vai do século X ao século XV.
Modificações nas formas de vida provocaram o crescimento dessa
nova classe e seu advento trouxe novas modificações no modo de
vida da sociedade. As antigas instituições, que haviam servido a
uma finalidade na velha ordem, entraram em decadência; novas
instituições surgiram, tomando seu lugar (…). (Leo Huberman.
História da riqueza do homem. Trad. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.
p. 79-80)
No processo das transformações associadas à ascensão da
camada social a que o texto faz referência, é correto afirmar
que, no período indicado, o
0 0 - rei, apoiado pelo poder econômico da burguesia e pelo
exército, enfraqueceu o poder particular dos senhores e o poder
universal da Igreja.
1 1 – processo de formação do Estado, na Inglaterra, começou com
o poder político centralizado que se enfraqueceu descentralizando-
se e voltando a se fortalecer com a dinastia Tudor.
2 2 – processo de formação da monarquia francesa evoluiu de um
poder descentralizado para uma centralização absoluta.
3 3 – crescimento do comércio e das cidades, e as revoltas
camponesas foram determinantes para enfraquecer o poder da
nobreza feudal e abrir caminho para a centralização das monarquias
francesa e inglesa.
4 4 – processo de formação do Estado na França e na Inglaterra,
teve origem no enfraquecimento da burguesia e no equilíbrio entre o
poder do Estado e o da Igreja.
16 – (UFS – 2007) Analise as proposições a respeito das
características do mercantilismo, que marcou uma fase da
história econômica do Ocidente entre os séculos XVI e XVIII.
0 0 – Havia, naquele período, protecionismo ao comércio por parte
dos regimes absolutistas, inúmeros monopólios e a crença de que a
riqueza de um reino se media pela quantidade de ouro e prata
acumulados graças à balança comercial favorável.
1 1 – Predominou o livre-comércio entre os reinos europeus e a
concorrência entre os mercados coloniais, que também podiam
praticar a liberdade de comércio desde que pagassem os impostos
às respectivas metrópoles.
2 2 – Foi influenciado pela doutrina fisiocrática, que considerava a
riqueza originária tanto do trabalho como do capital (dinheiro), e que
o mercado não deveria ser alvo de monopólios e restrições.
3 3 – Inaugurou a ênfase dada pela política econômica dos Reinos
europeus à indústria e à defesa do trabalhador, considerados
motores de enriquecimento de uma sociedade e impulsionadores da
expansão mercantil.
4 4 – Vigorou, nessa fase, intensa competição entre os Reinos
europeus por mais Colônias a fim de garantir novos mercados, a
possível aquisição de minérios e outras fontes de lucro, como o
comércio de especiarias.
17 – (UFS – 2005) Intimamente ligadas à expansão comercial, à
reforma religiosa e ao absolutismo político, as transformações
culturais dos séculos XV e XVI – movimento denominado de
Renascimento cultural – estiveram articuladas com o
capitalismo comercial. Analise as afirmações sobre essas
transformações.
0 0 – Constituíram-se elementos característicos do Renascimento
do século XV a substituição da importância da autoridade e da
tradição pelo valor da observação como elemento essencial do
desenvolvimento científico.
1 1 – O Renascimento, embora questionasse alguns valores da
igreja católica, apresentou-se como um entrelaçamento dos novos e
antigos valores, refletindo o caráter de transição do período.
2 2 – Reaberto o mar Mediterrâneo, com as Cruzadas, algumas
cidades italianas transformaram-se em grandes centros de formação
do capitalismo, motivo pelo qual apresentavam as condições
necessárias para a germinação e proliferação do Renascimento.
3 3 – O Renascimento questionou o monopólio da igreja sobre a
explicação do mundo. Aos poucos, o método experimental passou a
ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade.
4 4 – A defesa de ideias como a de que é direito natural do homem
a liberdade de pensamento e de religião, bem como a igualdade
perante a lei, revolucionou o pensamento científico e político do
século XV e contribuiu para o surgimento do Renascimento.
18 – (UFS – 2002) Um conjunto de fenômenos marcaram a
transição do feudalismo para uma sociedade nos moldes
burgueses na Europa ocidental. Fazem parte desse conjunto.
0 0 – A centralização monárquica com o conseqüente fortalecimento
do poder real, entre os séculos XV e XVI, contribuiu para o
enfraquecimento do particularismo feudal e do universalismo da
Igreja.
1 1 – A crise do século IV, agravada pelas invasões bárbaras,
promoveu a integração entre as estruturas do mundo romano e do
mundo germânico, preparando os fundamentos dos tempos
modernos.
2 2 – A expansão ultramarina européia deu início ao processo da
Revolução Comercial que, ao propiciar a acumulação primitiva de
capital, preparou o advento da revolução Industrial a partir da
segunda metade do século XVIII.
3 3 – A Reforma Protestante contribuiu para modificar as instituições
políticas, sociais e econômicas européias.
250
4 4 – O mercantilismo, política de controle e incentivo, por meio do
qual o estado buscava garantir o seu desenvolvimento comercial e
financeiro, fortalecendo ao mesmo tempo o próprio poder.
19 – (UFS-2010) A passagem do feudalismo para o capitalismo
representou um longo processo de transição. Esse processo,
durante as primeiras fases da Idade Moderna, foi acompanhado
e influenciado por mudanças políticas e culturais de
importância decisiva. Sobre essas mudanças, analise as
seguintes afirmações:
0 0 – A formação de novos reinos europeus, o surgimento das
universidades e a desagregação progressiva das relações servis de
produção promoveram a desintegração final do feudalismo.
1 1 – Muitos artistas e pensadores passaram a exprimir, em suas
obras, valores e uma visão de mundo livre dos dogmas da igreja, e
o ser humano tornou-se o centro das indagações dos novos
intelectuais.
2 2 – Houve a centralização do poder político na pessoa do rei que
atingiu o apogeu com o absolutismo monárquico: regime em que o
soberano detinha, em última instância, todo o poder do Estado.
3 3 – Diversas regiões do mundo começaram a ser integradas pela
ação dos reis, comerciantes e navegadores europeus e, algumas
nações européias se constituíram em metrópoles de um amplo
sistema colonial que dominava a América, parte da Ásia e da África.
4 4 – Movimentos religiosos, como o iniciado por Martinho Lutero no
Sacro Império Romano-Germânico, determinaram a ruptura da
unidade da igreja católica e deram origem ao protestantismo.
20 – (UFS – 2003) Analise as proposições abaixo sobre a era
dos descobrimentos marítimos europeus e a colonização da
América.
0 0 – A diferença fundamental entre as navegações espanhola e
portuguesa está no fato de que, enquanto a primeira procurou
contornar o continente africano e chegou à América, a segunda, foi
a pioneira em navegar pela orla mediterrânea e chegou às Índias.
1 1 – Tanto a colonização portuguesa como a colonização
espanhola na América tiveram como objetivo a ocupação territorial.
Em ambas, os colonos buscavam terras, liberdade religiosa e
política, além do fortalecimento do Estado nacional.
2 2 – No campo do conhecimento, as Grandes Navegações foram
possíveis devido ao desenvolvimento da cartografia, principalmente
com os portulanos que registravam as rotas, ao uso da bússola e do
astrolábio e pelo aperfeiçoamento das técnicas de construção de
embarcações.
3 3 – Portugal e Espanha, pioneiros na expansão marítima, ao
ajustarem-se para fornecer manufaturas de luxo para os países
europeus desenvolveram, respectivamente, o mercantilismo
comercial e o mercantilismo industrial.
4 4 – Uma das peças-chave do mercantilismo foi o sistema colonial.
A colonização era estabelecida em função das necessidades
metropolitanas e cumpria seu papel na medida em que contribuía
para a manutenção da balança comercial favorável, transferindo
lucros para a burguesia e para o Estado.
21 – (UFS – 2005) As grandes navegações foram importantes no
processo de conquista do mundo pela Europa. A partir dessa
época, a África, a América e a Ásia integraram-se a um mercado
mundial, dominado pelos europeus. Analise as afirmações
sobre fenômenos que levaram a essa integração.
0 0 – Dada a escassez de metais preciosos a Europa no século XV,
era fundamental para mercadores e armadores europeus
estabelecer uma relação comercial sem intermediários com a África
ocidental, na época a principal fonte produtora de ouro, além do sal,
pimenta e, mais tarde, de escravos negros.
1 1 – O colonialismo luso do fim do século XVI encontrou na Índia e
na China dois amplos mercados para a exploração. A Índia passou
a importar grande quantidade de tecidos de algodão e a China,
produtos manufaturados europeus.
2 2 – No século XVI, a conquista e ocupação da América pelos
espanhóis contribuiu para o crescimento demográfico da população
indígena, concentrada nas áreas de mineração e impôs o domínio
político e econômico dos criollos na região.
3 3 – A edificação do Império oriental português no século XVI
converteu o Oceano Atlântico em eixo econômico mundial, ligando
Lisboa aos principais centros do Oriente, atingindo, inclusive, a
China e o Japão.
4 4 – Embora não houvesse interesse específico nessa região do
Oceano Atlântico, a procura de novas terras no Ocidente, durante o
século XV, foi uma reação de Portugal ao tratado de Tordesilhas,
que o afastava da América.
22 – (UFS – 2006 – Campus de Itabaiana) No contexto da
América Portuguesa, existiram especificidades em relação à
conquista e à colonização de Sergipe. Identifique as afirmações
cujo conteúdo está relacionado a fatos do processo de
exploração portuguesa em Sergipe.
0 0 – O tipo de colonização do território de Sergipe, ao contrário do
que ocorreu em Pernambuco e na Bahia, baseou-se na pequena
propriedade de cultivo de alimentos e criação de animais para
garantir a subsistência dos habitantes do Nordeste.
1 1 – Uma das formas de os colonizadores garantirem a posse da
terra foi desenvolver a pecuária. Essa atividade produtiva era, no
início, a base da economia da capitania, com a finalidade de
abastecer o Recôncavo Baiano.
2 2 – Os proprietários da lavoura canavieira preferiram explorar o
trabalho dos africanos, como fizeram os latifundiários da Bahia,
devido aos acordos que realizaram com os jesuítas poupando os
índios do trabalho compulsório.
3 3 – Nos séculos XVII e XVIII, a atividade canavieira destacou-se
na economia de Sergipe, contribuindo para isso vários fatores,
dentre os quais o comércio com a Europa, que comprava o açúcar
produzido, e o solo e o clima propícios.
4 4 – Diferentemente de outras regiões da colônia, a conquista e a
colonização de Sergipe ocorreu sem conflitos sociais, pois a
estrutura colonial adotada permitia ganhos econômicos para as
diferentes classes sociais.
23 – (UFS – 2001) Analise as proposições sobre o Período
Colonial.
0 0 – A formação do povo brasileiro resultou da fusão de
portugueses, índios e africanos, realizada de forma desigual,
envolvendo dominação e escravidão.
1 1 – O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da coroa
portuguesa no século XV. Embora não houvesse interesse
especifico de expansão para o Ocidente a posse de terras no
Atlântico Oriental consolidava a hegemonia portuguesa no Oceano
Pacifico.
251
2 2 – Com relação às populações indígenas brasileiras é correto
afirmar que quando os europeus chegaram aqui, encontraram uma
população ameríndia homogênea em termos culturais e lingüísticos,
distribuída ao longo da costa e da bacia dos rios Paraná-Paraguai.
3 3 – O escambo de pau-brasil intensamente praticado no litoral, foi
a primeira atividade importante que articulou estrangeiros e nativos
no século XVI.
4 4 – Quanto à utilização da mão-de-obra durante o primeiro século
da colonização, na região Nordeste do Brasil pode-se afirmar que os
negros africanos não tiveram nenhuma participação.
24 – (UFS – 2003) A implantação, pelos portugueses, de um
modelo administrativo no Brasil teve, entre outros, o objetivo
de impulsionar à colonização efetiva na nova terra. Analise as
afirmações abaixo sobre esse modelo.
0 0 – Embora o grande número de capitanias não tivesse sucesso, o
sistema de capitanias foi responsável pela efetiva colonização de
todo o litoral brasileiro, contribuindo para afastar a ameaça de
invasão e ocupação estrangeira na colônia portuguesa.
1 1 – Apesar de hereditárias, as capitanias não era, propriedades
privadas dos donatários, já que a legitima propriedade das terras era
atributo do Estado. Hereditário era tão-somente o poder do
donatário de administrar a capitania como província da Coroa.
2 2 – O Governo-Geral, criado para promover a centralização
administrativa da colônia, extinguiu o sistema de Capitanias
Hereditárias com o objetivo de enfraquecer o poder político local dos
donatários.
3 3 – Apesar de o Governo-Geral ter sido criado para impor a
centralização política em toda a colônia, na prática, o poder político
continuou descentralizado em todo o período colonial, pois
permaneceu concentrado nas mãos da elite latifundiária, classe
dominante da qual faziam parte os próprios donatários.
4 4 – Durante todo o período colonial as câmaras municipais
contribuíram com a criação de um pólo de poder local que
possibilitou, via Governo-Geral, a concentrar o poder político da
colônia nas mãos do Estado metropolitano.
25 – (UFS – 2009) Inserida nos quadros da política mercantilista, a
empresa agrícola instalada no Brasil só seria economicamente
viável se fosse suficientemente grande para produzir em larga
escala para os crescentes mercados internacionais. A produção em
larga escala, por sua vez, exigia o emprego de uma grande
quantidade de mão-de-obra. Em síntese, para que houvesse o
rápido retorno de capital aplicado na instalação, a empresa tinha de
ser de grande porte. (Francisco de Assis Silva. História do Brasil.
São Paulo: Moderna,1992. p.50) O texto contém informações que
explicam o fato de, no Brasil,
0 0 – a grande propriedade monocultora escravista ter sido a célula
fundamental da exploração agrária colonial.
1 1 – o interesse da burguesia mercantil em criar empresas
agrícolas nas regiões tradicionalmente mais pobres da colônia.
2 2 – a exploração agrária ter criado condições para a formação de
um mercado interno que promoveu a riqueza da colônia.
3 3 – a perspectiva de enriquecimento rápido, gerado pela
agroindústria, ter contribuído para a interiorização da colonização.
4 4 – o abastecimento das áreas da agroindústria ter impedido
outras atividades econômicas em várias regiões da colônia.
26 – (UFS – 2006) Considere o texto. A religião dos negros não era
o catolicismo. Por isso os padres queriam uma só religião: ser
católico de verdade, não faltar à devoção, ouvir missa nem que
fosse levado no empurrão. Assim ensinavam os negros a sofrer com
humildade. Pra não serem castigados, os negros obedeciam
embora contra a vontade a religião seguiam, mas dos seus cultos da
África eles nunca se esqueciam. Uns queriam ser católicos por
causa do cativeiro. Pois, o bem obediente podia ser jardineiro ou
ficar na casa grande servindo de cozinheiro. Só que aqui eles
adoram sem pensar nada de cá. Senhora da Conceição para eles é
Iemanjá, Santa Bárbara é Iansã, deuses que adoram lá. O que a
eles atrapalhava eram as muitas diferenças, porque mesmo lá na
África havia diversas crenças. (Jorge Pereira Lima. Raízes da
escravidão. São Paulo: Paulinas, 1982, p. 33-8)
Na sociedade atual ampliou-se o debate sobre a história dos
afro-brasileiros. O texto expressa aspectos importantes acerca
dessa história durante a vigência da relação de produção
escravista na América portuguesa. A partir do conhecimento
histórico e da análise do texto é possível afirmar que:
0 0 – Os padres contribuíram na manutenção da dominação
metropolitana na América portuguesa inclusive quando usavam os
princípios religiosos para confortar espiritualmente os escravos.
1 1 – O texto revela a construção do que se tornou conhecido por
sincretismo religioso principalmente em razão da resistência dos
escravos em assimilar os valores da religião cristã.
2 2 – Os jesuítas, por representarem a Igreja católica, tinham
poderes para intervir na organização social da colônia, podendo
educar os africanos de forma autônoma e priorizando seus valores
culturais.
3 3 – Os senhores preferiam comprar escravos da mesma cultura e
idioma, para que os mesmos pudessem se comunicar, melhorando
dessa forma a organização do plantio de cana e a produção de
açúcar nas fazendas.
4 4 – Os escravos africanos resistiram como puderam à destruição
de sua cultura, mantendo inclusive valores e costumes mesmo que
essas manifestações fossem representadas de acordo com as
exigências dos colonizadores.
27 – (UFS – 2006) Considere as palavras de Maurício de Nassau,
no trecho da peça de teatro. Nós, flamengos, dobramos a espinha
do poderio marítimo luso-castelhano e rompemos o monopólio de
especiarias das índias que lhes tinha sido entregue por encíclica
papal. Isso só nos foi possível através dos nossos Estados Gerais,
da Companhia das Índias e da nova mentalidade que nos trouxe a
Reforma Protestante. Mas mesmo assim não vim trazer uma política
de repressão. Reduzirei os impostos. Abrirei crédito para os
lavradores. Garantirei a portugueses e brasileiros igualdade de
direitos com os súditos das Províncias Unidas. E os moradores que,
por desgraça de guerra, tiveram perdido suas casas e plantações
têm a minha autorização para reocupá-las. (Chico Buarque e Rui
Guerra. Calabar, o elogio da traição. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1975. p. 52-3)
Os holandeses estabeleceram sua dominação sobre uma região
que abrangeria desde o litoral do Maranhão até Sergipe. Analise
o texto e relacione-o aos aspectos históricos do chamado
Brasil holandês.
252
0 0 – A administração holandesa procurou normalizar a produção
açucareira por meio da política de concessão de empréstimos aos
senhores de engenho com o objetivo de promover o aumento da
produtividade.
1 1 – Em razão da posição geográfica, Sergipe tornou-se um campo
de batalha entre portugueses e holandeses provocando destruição
na cidade de São Cristóvão, que não foi reconstruída pelos
holandeses.
2 2 – Os engenhos de açúcar de Sergipe foram beneficiados pela
política de reconstrução econômica estabelecida pelos holandeses
gerando riquezas que foram investidas na urbanização da capital
dessa província.
3 3 – A companhia do comércio foi o modo pelo qual a Holanda
penetrou no comércio colonial e provocou o rompimento do
monopólio ibérico na distribuição de produtos com grande aceitação
comercial na Europa.
4 4 – Por serem calvinistas, os holandeses perseguiram e
condenaram os que professaram os dogmas estabelecidos pela
doutrina católica e obrigaram os portugueses e índios a seguirem
suas concepções religiosas.
28 – (UFS-2004) O processo de conquista e colonização de
Sergipe estava inserido dentro do contexto geral da
colonização do Brasil colonial, guardadas as devidas
especificidades. Analise as afirmações sobre aspectos sociais,
políticos e econômicos desse processo.
0 0 – Os portugueses realizaram a efetiva colonização do território
de Sergipe no final do século XVI, em razão, dentre outros fatores,
da exploração que os franceses faziam do pau-brasil e do trabalho
indígena no litoral sergipano.
1 1 – Diferentemente de outras regiões do Brasil, Sergipe sempre
teve administradores indicados diretamente pela Coroa portuguesa,
que adotava essa medida como forma de garantir a autonomia
política desta capitania.
2 2 – O primeiro século da colonização sergipana teve na pecuária
sua principal riqueza, sendo esta objeto de disputas entre os
senhores de terra locais e o governo da Bahia, que procurava tirar
proveito econômico dos rebanhos.
3 3 – As missões dos jesuítas realizaram o trabalho de catequese
junto aos índios da região, que, em razão disso, foram poupados do
trabalho escravo, tendo boas relações com os colonizadores.
4 4 – No final do século XVI e no século XVII, para atender aos
interesses da política econômica da metrópole, Sergipe desenvolveu
predominantemente a cultura de exportação do algodão, do açúcar
e do fumo.
29- (UFS-2010) Considere o texto abaixo.
No início do século XVII os holandeses controlavam praticamente
todo o comércio dos países europeus realizado por mar. Distribuir o
açúcar pela Europa sem a cooperação dos comerciantes
holandeses evidentemente era impraticável. Por outro lado, estes de
nenhuma maneira pretendiam renunciar à parte substancial que
tinham nesse importante negócio, cujo êxito fora em boa parte obra
sua. A luta pelo controle do açúcar torna-se destarte, uma das
razões de ser da guerra sem quartel que promovem os holandeses
contra a Espanha. E um dos episódios dessa guerra foi a ocupação
pelos batavos, durante um quarto de século, de grande parte da
região produtora de açúcar no Brasil. (Celso Furtado. Formação
econômica do Brasil. São Paulo: Nacional, 1969, p. 19-20)
Analise as afirmações que trazem informações sobre Sergipe,
relacionadas ao acontecimento da história colonial brasileira a
que o texto faz referência. Em
0 0 – 1624, a esquadra holandesa chegou até a cidade de São
Cristóvão, motivo pelo qual o governador Diogo de Mendonça,
distribuiu a população pelos pontos estratégicos da cidade, a fim de
resistir ao ataque.
1 1 – 1637, para desalojar as tropas do governo luso-espanhol,
chefiados pelo conde de Bagnuoli e arrebanhar gado, os holandeses
invadiram São Cristóvão, incendiando o que tinha restado da
cidade.
2 2 – 1641, apesar de suspensas as hostilidades no Brasil, devido à
Restauração Portuguesa, o conde João Maurício de Nassau-Siegen
fez com que os holandeses ocupassem a região de Sergipe até o
Rio Real.
3 3 – 1645, o governador holandês, conde de Nassau-Siegen,
decidido a realizar uma administração com êxito militar, determinou
o apresamento de navios carregados de açúcar ancorados no porto
de São Cristóvão.
4 4 – 1654, os holandeses solicitaram a suspensão das hostilidades,
tendo assinado a rendição final com o comprometimento dos
vencedores herdarem as propriedades dos vencidos.
30 – (UFS-2000) Analisa as proposições abaixo.
0 0 – Aracaju, fundada em 1855, primeira cidade planejada do país,
tem papel importante na resistência contra os franceses no Período
Colonial.
1 1 – A existência de algumas áreas inadequadas à plantação de
cana-de-açúcar no litoral sergipano favoreceu o surgimento das
primeiras criações de gado.
2 2 – Sergipe, no Período Colonial, tornou-se então um fornecedor
de animais de tração para a Bahia e Pernambuco.
3 3 . Sergipe ficou quase indiferente a movimentos libertários como,
por exemplo, a Revolução de 1817.
4 4 – Economicamente, Sergipe só ganharia alguma expressão com
o advento da República, e assim mesmo depois da virada do século,
com o aumento de sua participação no conjunto das exportações,
através da criação de fábricas de tecidos, para atender à demanda
de um mundo convulsionado pela Segunda Guerra Mundial.
31. (UFS-2009) O "sergipano antes de ser agricultor foi pastor‖; pois
antes mesmo de Sergipe ser colonizado, fazendeiros baianos já
aproveitavam as águas do Rio Real para matar a sede do gado e
criar rebanhos nas imediações do mesmo. (Felisbelo Freire,
historiador de Sergipe (pt.wikipedia.org/wikil História_de_Sergipe -
22k)
Analise as afirmações sobre a colonização a que o texto faz
referência.
0 0 – A invasão de piratas franceses para contrabandear pau-brasil,
tornou urgente a colonização portuguesa da região de Sergipe, pois,
além de bloquear a ação dos invasores, a conquista das terras
facilitaria a comunicação com a importante região de Pernambuco.
1 1 – O trabalho de catequese das missões jesuíticas foi
responsável pelo sucesso das primeiras tentativas de colonização
das terras sergipanas pois, além de enfraquecer a resistência dos
253
nativos à ocupação, evitou a destruição de muitos dos aldeamentos
indígenas existentes na região.
2 2 – As expedições de piratas franceses estabeleceram contato
com as tribos do litoral sergipano por meio do escambo, ou seja,
troca de objetos por pau-brasil. Esta relação entre franceses e
índios, ao contrário da relação hostil empreendida pelos
colonizadores portugueses, ocorria de forma amistosa.
3 3 – Com a crescente colonização de Sergipe tem inicio a criação
de gado que, com os holandeses, torna-se a base da economia da
capitania, pois, diferentemente dos portugueses, reiniciaram o
processo de povoamento e incentivaram a recuperação econômica
da região ocupada.
4 4 – Com a ocupação do território sergipano, a capitania passou a
se dedicar à criação de gado, facilitada pelos rios na região e
fornecendo carne bovina e animais de carga para as capitanias
vizinhas. Isso permitiu que as capitanias da Bahia e Pernambuco se
dedicassem prioritariamente à produção canavieira.
QUESTÕES DE MULTIPLA ESCOLHA
01- (Uece-Adaptada) Por muito tempo, os historiadores
acreditavam que deveriam e poderiam reproduzir os fatos “tal
como haviam ocorrido”. Dentre as características do
conhecimento histórico que assim produziam, podemos
apontar corretamente:
a) ao privilegiarem a realidade dos fatos, os historiadores
esperavam produzir um conhecimento científico, que analisasse os
processos e seus significados.
b) era uma história linear, cronológica, de nomes, fatos e datas, que
pretendia uma verdade absoluta, expressão da neutralidade o
historiador.
c) como se percebeu ser impossível chegar a verdadeira face do
que “realmente aconteceu”, todo o conhecimento histórico ficou
marcado pelo relativismo total.
d) os fatos privilegiados seriam aqueles poucos que eram
amplamente documentados, como as festas populares e a cultura
das pessoas comuns.
e) os historiadores produziam conhecimento sem preocupação com
a cronologia ou neutralidade.
02 – (UFPE -2001) Alguns historiadores afirmam que a História
iniciou quando a humanidade inventou a escrita. Nessa
perspectiva, o período anterior à criação da escrita é
denominado Pré-História. Sobre esse assunto assinale a
alternativa correta.
a) A História e a Pré-História só podem se diferenciar pelo critério da
escrita. Logo, aqueles historiadores que não concordam com esse
critério estão presos a uma visão teológica da História.
b) Esta afirmação não encontra qualquer contestação dos
verdadeiros historiadores, pois ela é uma prova irrefutável de que
todas as culturas evoluem para a escrita.
c) Os historiadores que defendem a escrita como único critério que
diferencia a História da Pré-História reafirmam a tradição positivista
da História.
d) A escrita não pode ser vista como critério para distinguir a
História da Pré-História, pois o aspecto econômico é considerado
um critério muito mais importante.
e) Os únicos historiadores que defendem a escrita como critério são
os franceses, em razão da influência da filosofia iluminista.
03– (UFRS-2006) A denominação "Revolução Neolítica",
cunhada nos anos 60 pelo arqueólogo Gordon Childe, refere -se
a uma série de intensas transformações. Entre essas
mudanças, é correto citar:
a) a criação do poder político centralizado associado ao domínio do
poder religioso.
b) o desenvolvimento de conglomerados urbanos baseados no
trabalho escravo.
c) a instituição privada das terras, com o cultivo de cereais e a
criação de animais.
d) o surgimento da divisão natural do trabalho, com a atribuição de
papel produtivo relevante à mulher.
e) a transição da economia de subsistência para uma economia
industrial.
04- (FATEC - 2004) - Sobre os povos dos sambaquis, é incorreto
afirmar que:
a) sendo nômades, ocuparam a faixa amazônica, deslocando-se,
durante milhares de anos, do Marajóa Piratininga;
b) sedentários, viviam da coleta de recursos marítimos e de
pequenas caças;
c) as pesquisas arqueológicas demonstram que tais povos
desenvolveram instrumentos de pedra polida e de ossos;
d) na chegada dos primeiros invasores europeus, esses povos já se
encontravam subjugados por outros grupos sedentários;
e) esses povos viveram na faixa litorânea, entre o Espírito Santo e o
Rio Grande do Sul, basicamente dos recursos que o mar oferecia.
05- (Unesp – 2004) - A chamada "Civilização" ou "Império
Asteca" floresceu na região do atual planalto mexicano, até ser
vitimada pelo processo de colonização espanhol. Sobre os
astecas, é correto afirmar que
a) comercializavam mercadorias nas cidades, mas desconheciam o
uso generalizado do dinheiro.
b) praticavam a ciência astronômica, mas desconheciam a escrita
hieroglífica.
c) conheciam a agricultura produtiva, mas desconheciam a
tecelagem e a ourivesaria.
d) conheciam a escrita, mas desconheciam a arquitetura de forma
piramidal.
e) Cuzco foi a capital de seu Império.
06 – (UFPE) Do Oriente Antigo, duas civilizações se
destacaram, aparecendo sempre como as mais importantes no
estudo das sociedades antigas. Egito e Mesopotâmia
assemelham-se em muitos aspectos históricos, mas não
podemos negar as suas peculiaridades. Considerando a
informação sobre essas duas civilizações, assinale a alternativa
correta.
a) Havia constantemente cultos aos deuses da fertilidade, com o
objetivo de aumentarem a sua produção agrícola e o comércio local.
b) O faraó e o rei eram considerados deuses, devendo suas
populações prestar-lhes obediência e culto divino.
c) As duas civilizações destacaram-se ao mesmo tempo na
Matemática, Física, Medicina, Astrologia e Astronomia.
d) Por haver um grande desenvolvimento literário e cultural nas
duas civilizações, a maioria da população sabia ler e escrever.
254
e) Viviam em regiões predominantemente desérticas e
montanhosas, por isso estavam muito ligadas aos seus rios,
considerados como uma riqueza nacional.
07 – (UFS-SE) As sociedades orientais da Antigüidade,
especialmente a egípcia e a mesopotâmica, desenvolveram-se
em regiões semi-áridas, que necessitam de grandes obras
hidráulicas para cultivo agrícola. Nessas sociedades:
a) desenvolveu-se o modo de produção escravista intimamente
relacionado ao caráter bélico e expansionista desses povos. b) o
estado constituía o principal instrumento de poder das camadas
populares, assegurando e ampliando seu domínio sobre os outros
grupos.
c) a superação das comunidades levou ao surgimento da
propriedade privada e, conseqüentemente, à utilização da mão-de-
obra escrava.
d) predominava a servidão coletiva, em que o indivíduo explorava a
terra como membro da comunidade e servia ao estado, proprietário
absoluto dessa terra.
e) a produção de excedentes, necessária à intensificação das trocas
comerciais e para o progresso econômico, era garantida pela ampla
utilização do trabalho livre.
8 – (PUC-SP) Na História, os sumérios são necessariamente
associados quando se estuda(m):
a) a evolução econômica da civilização fenícia.
b) a base cultural das civilizações mesopotâmicas.
c) o caráter medicinal das religiões africanas.
d) a tendência beligerante dos povos árabes.
e) as raízes culturais das civilizações do Extremo Oriente.
09 – (FCC-BA) Assinale, de acordo com o código:
I – O Cisma foi a divisão da monarquia israelita em dois reinos:
Israel e Judá.
II – O apogeu da monarquia israelita ocorreu durante o reinado
de Salomão.
III – O período dos Juízes representa uma transição da
descentralização para a centralização política.
a) Somente a proposição I está correta.
b) As proposições I e II estão corretas.
c) Todas as proposições estão corretas.
d) As proposições I e III estão corretas.
e) n.d.a.
10 – (UCB-DF) "Sabemos que os poderosos têm medo do
pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo
mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como nos dizem
e nos fazem acreditar que elas são. Para os poderosos de Atenas,
Sócrates tornara -se um perigo, pois fazia a juventude pensar."
(CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994. p. 38.)
Segundo essa afirmação, podemos concluir que:
a) a sociedade ateniense da época de Sócrates era marcada pela
educação militarista e exigia a total subordinação dos jovens aos
mais velhos.
b) o caráter autoritário que predominou na Grécia Antiga impunha
que os indivíduos com ideias contrárias ao governo fossem
severamente punidos.
c) os representantes da elite grega eram geralmente pessoas com
poucos conhecimentos e nutriam intenso medo dos que sabiam
mais que eles.
d) os filósofos como Sócrates questionam a realidade e instigam o
livre pensamento a ponto de colocar em dúvida verdades
preestabelecidas.
e) o exercício do governo democrático, como no caso de Atenas, é
dificultado pela existência de pessoas que discordam do que é
assumido pelos governantes como sendo verdadeiro.
11. (PUCPR – 2010/2) Duas civilizações precederam a Grécia
helênica: a minoica e a micênica. Os cretenses, ou minoicos,
não eram gregos, nem falavam o idioma grego, mas tiveram
uma influência significativa e duradoura sobre esse continente.
Sobre a civilização minoica marque a alternativa CORRETA:
a) A civilização minoica renasceu a partir da chamada Idade das
Trevas, uma era entre a extinta civilização micênica e o apogeu dos
cretenses.
b) O centro das civilizações minoicas eram palácios maravilhosos,
ricamente construídos, o que era um forte indício da riqueza e poder
de seus reis.
c) A civilização minoica investiu no desenvolvimento do pensamento
ético-religioso a partir de uma religião monoteísta.
d) Felipe II da Macedônia contribuiu para a conquista da civilização
minoica pelos gregos.
e) A conquista da civilização micênica pelos minoicos ou cretenses
é contemporânea à implantação da democracia por Clístenes.
12- (UNESP) A ocupação da Grécia pelos indoeuropeus ocorreu
no contexto das grandes migrações. E a expansão colonizadora
subsequente decorreu da conjugação de vários fatores:
1- Mudança no regime de propriedade, crescimento demográfico e
lutas políticas.
2- Solo árido e pouco irrigado.
3- Espírito de empreendimentos desenvolvido pelo influxo da cultura
romana.
4- Crescimento do comércio e procura de alimentos fora do
continente.
Assinale:
a) se todas as afirmativas estão incorretas.
b) se todas as afirmativas estão corretas.
c) se as afirmativas 1, 2 e 4 estão corretas.
d) se apenas a afirmativa 3 está correta.
e) se apenas a afirmativa 2 está correta.
13 – (Amazonas-AM) A civilização grega nos legou a noção de
cidadania e a romana a de Direito, razão pela qual estão nos
fundamentos da cultura ocidental. No entanto, ambas
sucumbiram às suas próprias contradições. A civilização grega,
nos séculos V e IV a.C., envolveu-se em intermináveis guerras,
enquanto o Império Romano mergulhou em uma grave crise no
século III d.C. Sobre as guerras gregas e a crise romana, é
correto afirmar que:
a) as Guerras Médicas enfraqueceram a aliança entre as ligas de
Delos e do Peloponeso, permitindo o domínio persa; a crise romana
enfraqueceu as fronteiras do Império, permitindo as invasões
bárbaras.
b) as guerras gregas enfraqueceram as cidades-Estado, permitindo
o domínio macedônico; a crise romana enfraqueceu o campesinato,
levando ao êxodo rural.
255
c) as guerras gregas enfraqueceram as cidades-Estado, permitindo
o domínio macedônico; a crise romana enfraqueceu as fronteiras do
Império, permitindo as invasões bárbaras.
d) as guerras gregas foram motivadas pela rivalidade entre as
cidades-Estado; a crise romana foi motivada pelo excesso de
escravos nos latifúndios.
e) as guerras gregas foram motivadas pela desagregação das
comunidades gentílicas; a crise romana foi motivada pela falta de
escravos nos latifúndios.
14 – (UAB/SE – 2008) A civilização romana teve grande espaço
político nos tempos da Antigüidade. Venceu, dominou,
governou povos de diferentes culturas. Entre suas
contribuições para o mundo ocidental, destacam-se:
a) os seus feitos militares, marcados pelo respeito à cultura dos
povos conquistados.
b) as formulações dos seus códigos de leis, até hoje expressivos
para a sociedade.
c) as importantes reflexões filosóficas, nas quais prevaleceram os
princípios platônicos.
d) as grandes obras literárias, embora sem influências de mitos do
mundo grego.
e) as obras arquitetônicas, que, sem influência de outras
civilizações, homenageavam os governantes.
15- Cesarismo/cesarista são termos utilizados para caracterizar
governantes atuais que, à maneira de Júlio César (de onde o nome),
na antiga Roma, exercem um poder
a) teocrático.
b) democrático.
c) aristocrático.
d) burocrático.
e) autocrático.
16 – (UFMG) É comum usarmos a expressão “discussão
bizantina” quando nos referimos a um debate que focaliza
questões sobre as quais não podemos obter conclusões
baseadas em certezas. A origem histórica dessa expressão
encontra-se:
a) na prática das heresias, comum no Império Bizantino, que gerava
divergências que acabavam em guerras sangrentas. Aqueles que
perdiam a guerra tinham de aceitar sem questionar a opinião
defendida pelo lado vencedor.
b) no fato de os sábios bizantinos, que se transferiram para as
cidades italianas, terem sido os responsáveis pelo florescimento do
Renascimento, movimento caracterizado pelo grande debate em
torno de questões filosóficas e artísticas. c) nas freqüentes
discussões travadas pelos sábios bizantinos a respeito de
problemas controversos, como a verdadeira natureza de Jesus ou a
presença do Espírito Santo nas imagens sacras.
d) nas dificuldades de entendimento entre os pensadores bizantinos,
uma vez que aquele Império adotava dois idiomas – o latim e o
grego -, situação que gerava enormes confusões e mal-entendidos.
e) na censura praticada pelo basileu, que proibia em todo o território
bizantino qualquer tipo de discussão, temendo que os
questionamentos pudessem pôr em risco o seu poder.
17- (PUC/SP 2004) - O Islã, criado a partir da pregação religiosa
de Maomé no início do século VII, adquiriu claro significado
político com a hégira, migração de Maomé e seguidores de
Meca para Medina. As relações do Islã com outras religiões e
com o Ocidente foram marcadas:
a) pela capacidade de diálogo e integração, da qual a missa
ecumênica é um exemplo, uma vez que os princípios islâmicos
apresentam-se como síntese do judaísmo e do catolicismo.
b) apenas por conflitos, dos quais a jihad, ou guerra santa, é um
exemplo, uma vez que os próprios princípios islâmicos determinam
a guerra contra judeus e cristãos.
c) pela expansão territorial e militar do islamismo da qual a
conquista da península ibérica é um exemplo, uma vez que os
princípios islâmicos pregam a necessária difusão de suas crenças.
d) apenas por negociações entre chefes religiosos e políticos, das
quais os encontros no Vaticano são o melhor exemplo, uma vez que
os princípios islâmicos defendem prioritariamente o entendimento e
a submissão.
e) pela influência de técnicas e de conhecimentos do Ocidente
sobre o Oriente, da qual as interferências lingüísticas são um
exemplo, uma vez que os princípios islâmicos pregam a
ocidentalização do mundo.
18 – (UFJF-MG) O islamismo, religião fundada por Maomé e de
grande importância na unidade árabe, tem como fundamento:
a) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o
principal é Alá.
b) o culto aos santos e profetas através de imagens e ídolos.
c) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a
negação de uma vida pós-morte.
d) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo,
observado por Maomé entre os povos que seguiam essas religiões.
e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes,
não podendo ser professado pelos povos inferiores.
19 – (FASP-SP) “Quando vós encontrardes infiéis, matai-os a
ponto de fazer uma grande carnificina e apertai as correntes
dos cativos. Quando cessar a guerra, vós os colocareis em
liberdade ou os entregareis mediante um resgate. Agi assim. Se
Alá o desejar, ele mesmo triunfará sobre eles. Mas ele vos
manda combater para vos pôr à prova”. O texto acima, extraído
do Corão, ilustra o pensamento que norteava:
a) as cruzadas.
b) a Guerra Santa.
c) a peregrinação a Meca.
d) a perseguição aos muçulmanos.
20 – (FGV-SP) O sistema feudal caracterizava -se:
a) pela inexistência do regime de propriedade da terra, predomínio
da economia de comércio e organização da propriedade pública.
b) pelo cultivo da terra por escravos, com produção intensiva e
grandes benefícios para os vassalos.
c) pela aplicação do sistema assalariado e trabalho forçado dos
vilões nas pequenas propriedades senhoriais.
d) pela divisão da terra em pequenas propriedades e utilização de
técnicas avançadas de cultivo.
e) pela propriedade senhorial da terra, regime de trabalho servil e
bases essencialmente agrárias.
21- “A instituição das corveias variava de acordo com os domínios
senhoriais, e, no interior de cada um, de acordo com o estatuto
jurídico dos camponeses, ou de seus mansos [parcelas de terra].”
(Marc Bloch. Os caracteres originais da França rural, 1952).
256
Esta frase sobre o feudalismo trata
a) da vassalagem.
b) do colonato.
c) do comitatus.
d) da servidão.
e) da guilda.
22- (PUCPR – 2010) A peste negra matou mais da metade da
população europeia em meados do século XIV. Causada pela
bactéria Yersinia pestis, a doença representou uma ameaça às
áreas mais pobres e infestadas de ratos.
A partir do contexto das adversidades vividas na Europa desse
período, marque a alternativa CORRETA:
a) Esse período também é marcado pelo fortalecimento do poder e
do prestígio do papado. O ideal medieval de uma comunidade cristã
unificada e guiada pelo papa foi reforçado.
b) Marca esse período a assinatura do Tratado de Verdun, que
acabou com o reino construído por Carlos Magno.
c) A peste negra influenciou, positivamente, o fortalecimento do
poder dos senhores feudais e marcou o declínio das atividades
comerciais.
d) O pensamento escolástico de Santo Agostinho (1225-1274)
predomina nesse contexto em
detrimento da perspectiva cristã de São Tomás de Aquino (354-
430).
e) Pertence a esse período a série de conflitos conhecida como
Guerra dos Cem Anos (1337- 1453). Entre franceses e ingleses,
essa guerra se iniciou no século XIV, perdurando até o século XV, e
contribuiu para a formação dos Estados Nacionais inglês e francês.
23 – (UAB/SE – 2008) A Igreja Católica foi a grande instituição
do mundo ocidental medieval. Sua atuação nesses tempos:
a) foi marcadamente religiosa, deixando de lado as questões
políticas do período.
b) conseguiu articular-se com muitos projetos políticos da nobreza.
c) teve pleno êxito no fim às heresias da época, sobretudo, por não
sofrer contestações.
d) trouxe renovação religiosa importante, o que se evidenciou no
combate às injustiças e ao paganismo.
e) contou a indiferença da nobreza, mas obteve a colaboração dos
camponeses mais pobres.
24- (Unesp – 2004) - A partir do século XVI, a Europa assistiu ao
surgimento de novas religiões cristãs, que rompiam com dogmas e
procedimentos da Igreja Católica, como o protestantismo luterano, o
calvinista e o anglicano. Em que pesem as diferenças entre elas,
essas novas formas do cristianismo têm também elementos que as
aproximam uma das outras.
Um desses elementos é
a) o apoio às revoltas camponesas.
b) a ausência de hierarquia eclesiástica.
c) a tolerância em relação às demais religiões cristãs.
d) a afirmação da primazia da Igreja sobre o Estado.
e) a celebração dos cultos nas línguas faladas pelos fiéis.
25 – (UNIRIO-1997) No século XVI, diversos movimentos
reformistas de caráter religioso eclodiram na Europa. Sobre
esses movimentos é correto afirmar que o:
a) Humanismo foi o primeiro movimento reformista que criticou os
abusos contidos nas práticas da Igreja Católica, propondo a
submissão do Papa ao poder secular dos imperadores e reis.
b) Luteranismo difundiu-se rapidamente entre os segmentos servis
da Alemanha e das regiões nórdicas, pois pregava a insubordinação
e a luta armada dos camponeses contra a nobreza senhorial e o
clero, aliados políticos nessas regiões.
c) Calvinismo significou um recrudescimento das concepções e
práticas reformistas, pois criticou os valores burgueses através da
condenação do empréstimo de dinheiro a juros e do trabalho
manual.
d) Anglicanismo reforçou a autoridade do Vaticano na Inglaterra com
a promulgação do Ato de Supremacia, por Henrique VIII, que
devolveu os bens e as propriedades do clero católico confiscados
pela nobreza inglesa.
e) Concílio de Trento marcou a reação da Igreja à difusão do
Protestantismo, reafirmando os dogmas católicos e fortalecendo os
instrumentos de poder do papado, tais como o Tribunal do Santo
Ofício e a criação do índice de Livros Proibidos.
26 – (ESPM-SP) A 27ª tese de Martinho Lutero afirmava: "Pregam
doutrina puramente humana os que dizem que 'logo que o dinheiro
cai na caixa a alma se liberta'." (In: FREITAS, Gustavo de. 900
textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1976. v. 2, p.
165.)
Com essa tese, Lutero:
a) reafirmava a salvação da alma pela fé e pelas boas obras,
contrariando o dogma católico que determina a salvação
unicamente pela fé.
b) criticava a centralização das decisões religiosas nas mãos do
papa e propunha a formação de um grande tribunal de discussão
teológica.
c) defendia o fim da Igreja Católica, que se encontrava mergulhada
em inúmeros escândalos de corrupção financeira.
d) criticava a venda de indulgências praticada por muitos padres,
que afirmavam que as doações de riquezas à Igreja salvariam a
alma dos doadores e de seus parentes.
e) propunha o fim das promoções eclesiásticas baseadas no critério
da riqueza pessoal ou familiar dos padres promovidos.
27 – (UFF-RJ) A "Carta de Pero Vaz de Caminha", escrita em
1500, é considerada um dos documentos fundadores da Terra
Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura
renascentista, dentre os quais se destaca:
a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso,
tendo em conta sua antropofagia.
b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo
Renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos
trópicos uma civilização católica e moderna.
c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso
devido à elevada temperatura que nada deixaria produzir. d) a
observação da natureza e do homem do Novo Mundo como
resultado da experiência da nova visão de homem, característica do
século XV.
e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao que
foi projetado por Deus na Gênese.
28 – (UFMG) O mercantilismo foi um conjunto de doutrinas e
práticas econômicas que vigoraram na Europa desde a metade do
257
século XV até meados do século XVIII, sendo vital para a
acumulação capitalista.
A respeito desse contexto, podemos afirmar que:
a) Inglaterra e França foram as nações pioneiras nas grandes
navegações impulsionadas pelas novas descobertas científicas e
pela centralização administrativa, proporcionada pelo Estado
absolutista, responsável pelo combate aos contrabandistas e aos
piratas espanhóis e portugueses.
b) por meio da produção de artigos manufaturados, Portugal se
firmou como a maior potência do final do século XVII, enquanto a
Inglaterra, restrita à acumulação de ouro e prata extraídos de suas
colônias, ficou dependente da importação de manufaturados.
c) a colonização, sustentada pela grande utilização de trabalho
escravo de índios e negros nas chamadas colônias de povoamento,
foi vital para o acúmulo de capitais naquele momento, quando
Portugal e Espanha incentivaram a produção manufatureira e o
comércio interno.
d) com o intervencionismo estatal e o protecionismo, o Estado
moderno estimulava o progresso burguês e evitava a concorrência
comercial de países vizinhos, fixando tarifas alfandegárias,
controlando preços e dificultando a importação de produtos
concorrentes.
29 – (PUC -SP) Quem quer passar além do Bojador, / Tem que
passar além da dor. / Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas
nele é que espalhou o céu. PESSOA, Fernando. Mar português. In:
Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960. p. 19.
O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão marítima
portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:
a) ”Bojador” é o ponto ao extremo sul da África e que atravessá-lo
significa encontrar o caminho para o Oriente.
b) a “dor” representa as doenças desconhecidas dos europeus, mas
existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.
c) o “abismo” refere-se à crença, então generalizada, de que a Terra
era plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo caírem
os navios.
d) a menção a “Deus” indica a suposição, à época, de que o Criador
era contrário ao desbravamento dos mares e que puniria os
navegadores.
e) o “mar” citado é o Oceano índico, onde estão localizadas as
Índias, objetivo principal dos navegadores.
30 – (PUC -MG) O expansionismo marítimo europeu, nos
séculos XV-XVI, gerou uma autêntica "Revolução Comercial",
caracterizada por, exceto:
a) incorporação de áreas dos continentes americano e africano às
rotas tradicionais do comércio.
b) ascensão das potências mercantis atlânticas, como Portugal e
Espanha.
c) afluxo de metais preciosos da América para o Oriente, resultante
do escambo de mercadorias. d) deslocamento parcial do eixo
econômico do Mediterrâneo para o Atlântico.
e) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos
italianos.
31- (PUC/SP 2004) - "Numa época em que ouvir valia mais do que
ver, os olhos enxergavam primeiro o que se ouvira dizer; tudo
quanto se via era filtrado pelos relatos de viagens fantásticas, de
terras longínqüas, de homens monstruosos que habitavam os
confins do mundo conhecido." (MELLO E SOUZA, Laura de. O
diabo na Terra de Santa Cruz.São Paulo, Companhia das Letras,
1986, p. 21-2)
O fragmento acima refere-se à chegada dos europeus à
América. É possível identificar a tendência a que a autora se
refere:
a) na divisão político-administrativa em capitanias hereditárias e na
proposta posterior de governos gerais.
b) em documentos e cartas que detalhavam as ações e interesses
na produção açucareira do nordeste brasileiro.
c) na negociação que definiu o limite entre as áreas de colonizações
portuguesa e espanhola na América do Sul.
d) em desenhos, pinturas e relatos de viajantes que mostravam
animais e plantas inexistentes no Brasil.
e) em inúmeras tentativas de invasão do Brasil colonial por outros
países europeus, especialmente a França.
32 – (FUVEST-2003) Os portugueses chegaram ao território,
depois denominado Brasil, em 1500, mas a administração da
terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, até então,
a) os índios ferozes trucidavam os portugueses que se
aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo assim a criação
de núcleos de povoamento.
b) a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, impedia a
presença portuguesa nas Américas, policiando a costa com
expedições bélicas.
c) as forças e atenções dos portugueses convergiam para o Oriente,
onde vitórias militares garantiam relações comerciais lucrativas.
d) os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam as tribos
indígenas ao longo do litoral bem como as feitorias da costa sul
atlântica.
e) a população de Portugal era pouco numerosa, impossibilitando o
recrutamento de funcionários administrativos.
33- (PUC-Campinas-SP) Os Governos Gerais foram instituídos
como a única solução político-administrativa viável para a
colonização efetiva do Brasil, na segunda metade do século
XVI, porque:
a) a instituição do sistema, em 1548, suprimiu definitivamente a
divisão da colônia em capitanias hereditárias.
b) o Governo Geral representava a centralização político-
administrativa da colônia, que se tornava imperativa, pelo sucesso
da maioria das capitanias hereditárias.
c) o risco crescente, criado com a autonomia excessiva das
capitanias hereditárias, levou o Estado metropolitano a organizar o
Governo Geral para substituí-las.
d) o governo centralizado na colônia correspondia melhor à
definição absolutista do próprio governo metropolitano.
e) o Governo Geral constituía-se, em nível político, como um
regime descentralizado e, em nível econômico, como uma grande
empresa particular, estando à sua frente o governador, o único
responsável pelo investimento inicial e pelo incentivo à produção.
34- (Uece) "A armada de Martim Afonso de Sousa, que deveria
deixar Lisboa a 3 de dezembro de 1531, vinha com poderes
extensíssimos, se comparados aos das expedições anteriores, mas
tinha como finalidade principal desenvolver a exploração e limpeza
da costa, infestada, ainda e cada vez mais, pela atividade dos
258
comerciantes intrusos." (HOLANDA, Sérgio Buarque de. As
Primeiras Expedições.São Paulo, DIFEL, 1960. p. 93.)
Com base nesta citação, assinale a alternativa que indica
corretamente os principais objetivos das primeiras expedições
portuguesas às novas terras descobertas na América:
a) expulsar os contrabandistas de pau-brasil e combater os
holandeses instalados em Pernambuco.
b) garantir as terras brasileiras para Portugal, nos termos do Tratado
de Tordesilhas, e expulsar os invasores estrangeiros.
c) instalar núcleos de colonização estável, baseados na pequena
propriedade familiar, e escravizar os indígenas.
d) estabelecer contatos com as civilizações indígenas locais e
combater os invasores franceses na Bahia.
35 – (UAB/SE – 2008) A colonização portuguesa não aconteceu
sem a resistência de muitos grupos de colonos que lutaram
pela emancipação do Brasil. A Rebelião de 1817 é um exemplo
do desejo de mudanças dos colonos. Na Rebelião de 1817, em
Pernambuco, houve:
a) combates militares contra as tropas portuguesas, que garantiram,
por uma década, a existência de um governo local.
b) a propagação das ideias liberais do século XVIII e uma grande
luta contra os males da escravidão.
c) a participação expressiva do clero pernambucano, que defendia
as ideias vindas do Iluminismo.
d) a ajuda de tropas de São Paulo e do Rio de Janeiro aos rebeldes,
o que colaborou para a derrota de Portugal.
e) a influência dos comerciantes na liderança do movimento, os
quais aderiram por inteiro ao fim da escravidão.
36 – (UFUb -MG) A colonização portuguesa no Brasil é
caracterizada por uma ampla empresa mercantil. É o próprio
Estado metropolitano que, em conjugação com as novas forças
sociais produtoras, ou seja, a burguesia comercial assume a
tarefa da colonização das terras brasileiras. A partir daí dois
elementos – Estado e burguesia – passam a ser os
agenciadores coloniais e, assim, a política definida com relação
à colonização é efetivada, através de alguns elementos básicos
que se seguem; dentre eles apenas um não corresponde ao
exposto no texto. Assinale-o.
a) A preocupação básica será a de regular a área do império
colonial face às demais potências européias.
b) O caráter político da administração se fará a partir da metrópole,
e a preocupação fiscal dominará todo o mecanismo administrativo.
c) O vértice do sistema colonial, seu elemento definidor, reside no
monopólio comercial.
d) A função histórica das colônias será proeminente no sentido de
acelerar a acumulação do capital comercial pela burguesia mercantil
européia.
e) A produção, gerada dentro das colônias, estimula o seu
desenvolvimento e atende às necessidades de seu mercado interno.
37. (UFSCar-SP) Sobre a economia e a sociedade do Brasil no
período colonial, é correto relacionar:
a) economia diversificada de subsistência, grande propriedade
agrícola e mão-de-obra livre.
b) produção para o mercado interno, policultura e exploração da
mão-de-obra indígena no litoral.
c) capitalismo industrial, exportação de matérias-primas e
exploração do trabalho escravo temporário.
d) produção de manufaturados, pequenas unidades agrícolas e
exploração do trabalho servil.
e) capitalismo comercial, latifúndio monocultor exportador e
exploração da mão-de-obra escrava.
38 – (Fuvest-SP) A produção de açúcar, no Brasil colonial,
a) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o território
nacional, enriquecendo grande parte da população.
b) praticada por grandes, médios e pequenos lavradores, permitiu a
formação de uma sólida classe média rural.
c) consolidou no Nordeste uma economia baseada no latifúndio
monocultor e escravocrata que atendia aos interesses do sistema
colonial português.
d) desde o início garantiu o enriquecimento da região Sul do país e
foi a base econômica de sua hegemonia política na República.
e) não exigindo muitos braços, desencorajou a importação de
escravos, liberando capitais para atividades mais lucrativas.
39 – (UFMG) Leia o texto. "Nassau chegou em 1637 e partiu em
1644, deixando a marca do administrador. Seu período é o mais
brilhante da presença estrangeira. Nassau renovou a administração
(…). Foi relativamente tolerante com os católicos, permitindo-lhes o
livre exercício do culto. Como também com os judeus (depois dele
não houve a mesma tolerância, nem com os católicos nem com os
judeus fato estranhável, pois a Companhia das Índias contava muito
com eles, como acionistas ou em postos eminentes). Pensou no
povo, dando-lhe diversões, melhorando as condições do porto e do
núcleo urbano (…), fazendo museus de arte, parques botânicos e
zoológicos, observatórios astronômicos.‖
Esse texto refere-se:
a) à chegada e instalação dos puritanos ingleses na Nova Inglaterra,
em busca da liberdade religiosa.
b) à invasão holandesa no Brasil, no período da União Ibérica, e à
fundação da Nova Holanda no Nordeste açucareiro.
c) às invasões francesas no litoral fluminense e à instalação de uma
sociedade cosmopolita no Rio de Janeiro.
d) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação de uma sociedade
moderna, influenciada pelo Renascimento.
e) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na guerra da
Reconquista ibérica, nos Países Baixos e à fundação da Companhia
das Índias Ocidentais.
40- (UFES) Na administração de Maurício de Nassau,
durante a ocupação holandesa no Brasil, foram tomadas
algumas medidas que de certa forma contribuíram para que
a paz voltasse a imperar na zona conquistada. Entre elas
podemos citar, exceto:
a) os engenhos abandonados por seus donos foram vendidos a
crédito.
b) o domínio holandês se ampliou fora do Brasil, com a tomada
na África da ilha de São Tomé e de Angola, visando facilitar o
tráfico de escravos, que passaram a ser canalizados para a
zona açucareira holandesa.
c) os capitalistas holandeses concederam empréstimos para
que os engenhos voltassem a funcionar e a economia
açucareira em Pernambuco fosse restaurada.
d) assegurou-se a liberdade de culto aos católicos, protestantes
259
e judeus.
e) foram expulsos sábios, cientistas e artistas, incentivando
apenas a vinda para o Brasil de comerciantes para que se
revigorasse a economia e fossem aumentados os lucros
41. (UFSM-RS) A cultura da cana-de-açúcar influenciou na
estrutura fundiária do Brasil, determinando:
a) a divisão da terra em duas categorias: públicas e particulares.
b) o direito de propriedade pela posse e uso da terra.
c) o estabelecimento de capitanias hereditárias.
d) a fixação de valores monetários para a compra da terra.
e) a formação de grandes propriedades rurais.
42- Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-
geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se
espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até
sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759. Sobre as
ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que
a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo
desenvolvimento do barroco mineiro.
b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo
reconhecimento dos direitos civis dos nativos.
c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por
meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e
escrever”.
d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem,
esses religiosos, a preservação das culturas indígenas.
e) formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a
incorporação da região amazônica ao domínio português.
43- “E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas
passa em pó e em moeda para os reinos estranhos e a menor
quantidade é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil...”
ANTONIL, João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e
minas, 1711.
Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia
a) produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal.
b) foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do
Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra.
c) prestaram-se, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da
França, da Inglaterra e da Alemanha.
d) foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do
contrabando na região do rio da Prata.
e) possibilitaram os acordos com a Holanda que asseguraram a
importação de escravos africanos.
44- (PUCPR – 2010) Segundo Stefan Ujvari, “O Novo Mundo saiu
perdendo no intercâmbio de doenças. Os europeus podem ter
levado a sífilis, que só raramente era mortal; em compensação,
trouxeram para as Américas numerosas doenças, inclusive e,
principalmente, a varíola, que dizimou populações indígenas e
facilitou a tarefa de conquistadores como Cortez e Pizarro. Os índios
não tinham defesas contra tais enfermidades e até a gripe podia
matá-los”.(UJVARI, Stefan Cunha. A história e suas epidemias: a
convivência do com os microorganismos. Rio de Janeiro: SENAC,
2003,p.11)
São elementos que caracterizam a conquista espanhola,
EXCETO:
a) Não foram apenas o ouro e a prata que atraíram os espanhóis
para o Novo Mundo. O desejo de conquistar e converter pagãos
também contribuiu para isso.
b) Em 1519, Fernão Cortez desembarcou no litoral mexicano com
um pequeno exército e, durante dois anos de campanha, conseguiu
derrotar os astecas e conquistar o México para a coroa espanhola.
c) No final da década de 1520, Francisco Pizarro saiu vitorioso
sobre o império inca e conquistou o Peru para a Espanha.
d) O interesse pelo Novo Mundo se dava principalmente pela
política empreendida pela Espanha de distribuir poderes e terras de
forma igualitária entre os colonos. Nesse sentido, a Igreja e os
funcionários reais acabaram sendo os que menos receberam
privilégios e riquezas.
e) O ouro e a prata, resultados da conquista sobre o Novo Mundo,
representaram a principal fonte econômica para o financiamento das
guerras empreendidas por Filipe II contra os turcos muçulmanos e
os protestantes holandeses e ingleses em meados do século XVI.
QUESTÕES DO ENEM
1- (ENEM – 2008) Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador
grego Heródoto (484-420/30 a.C.) interessou-se por fenômenos que
lhe pareceram incomuns, como as cheias regulares do rio Nilo. A
propósito do assunto, escreveu o seguinte:
“Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo
continua durante cem dias; por que ele se retrai e a sua corrente
baixa, assim que termina esse número de dias, sendo que
permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns
gregos apresentam explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles
afirmam que os ventos do noroeste provocam a subida do rio, ao
impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com
certa freqüência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare
de subir da forma habitual. Além disso, se os ventos do noroeste
produzissem esse efeito, os outros rios que correm na direção
contrária aos ventos deveriam apresentar os mesmos efeitos que o
Nilo, mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente.”
Heródoto. História (trad.). livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia
Britannica Inc. 2ª - ed. 1990, p. 52-3 (com adaptações).
Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns
gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto,
julgue as afirmativas abaixo.
I. Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de
que suas águas são impedidas de correr para o mar pela força
dos ventos do noroeste.
II. O argumento embasado na influência dos ventos do noroeste
nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que, quando os
ventos param, o rio Nilo não sobe.
III. A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo
baseava-se no fato de que fenômeno igual ocorria com rios de
menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I B) II C) I e II. D) I e III. E) II e III.
2- (ENEM- 2008) Existe uma regra religiosa, aceita pelos
praticantes do judaísmo e do islamismo, que proíbe o consumo
de carne de porco. Estabelecida na Antiguidade, quando os
judeus viviam em regiões áridas, foi adotada, séculos depois,
260
por árabes islamizados, que também eram povos do deserto.
Essa regra pode ser entendida como
a) uma demonstração de que o islamismo é um ramo do judaísmo
tradicional.
b) um indício de que a carne de porco era rejeitada em toda a Ásia.
c) uma certeza de que do judaísmo surgiu o islamismo.
d) uma prova de que a carne do porco era largamente consumida
fora das regiões áridas.
e) uma crença antiga de que o porco é um animal impuro.
3- (ENEM- 2008) A Peste Negra dizimou boa parte da população
européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O
conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a
epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: ―As
pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram
jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas
ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos
com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos
achavam que era o fim do mundo.‖ (Agnolo di Tura. The Plague in
Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death:
a turning point in history? New York: HRW, 1971) (com adaptações).
O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste
Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV,
sugere que
a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.
b) a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber
médico.
c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte,
porque as vítimas eram poucas e identificáveis.
d) houve substancial queda demográfica na Europa no período
anterior à Peste.
e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os
cadáveres não serem enterrados.
4- (ENEM- 2008) Na América inglesa, não houve nenhum
processo sistemático de catequese e de conversão dos índios
ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido.
Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-
se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios
começou com o próprio processo de colonização, e a
mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América
inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram
muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as
doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas
de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados. No
processo de colonização das Américas, as populações
indígenas da América portuguesa
a) foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que
não ocorreu com os indígenas da América inglesa.
b) mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da
América inglesa.
c) passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu
amplamente com os indígenas da América inglesa.
d) diferenciaram-se dos indígenas da América inglesa por terem
suas terras devolvidas.
e) resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças
trazidas pelos brancos.
5- (ENEM 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de
turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver
com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em
pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale
dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do
Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no
passado, interpretado de forma muito diferente, pois
a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham
para escravizar grandes contingentes populacionais que
trabalhavam nesses monumentos.
b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de
migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez
que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo
templos.
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade,
obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que
engrandeceram o próprio Egito.
e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o
luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.
6- (ENEM 2009) Hoje em dia, nas grandes cidades, enterrar os
mortos é uma prática quase íntima, que diz respeito apenas à
família. A menos, é claro, que se trate de uma personalidade
conhecida. Entretanto, isso nem sempre foi assim. Para um
historiador, os sepultamentos são uma fonte de informações
importantes para que se compreenda, por exemplo, a vida
política das sociedades. No que se refere às práticas sociais
ligadas aos sepultamentos,
a) na Grécia Antiga, as cerimônias fúnebres eram desvalorizadas,
porque o mais importante era a democracia experimentada pelos
vivos.
b) na Idade Média, a Igreja tinha pouca influência sobre os rituais
fúnebres, preocupando-se mais com a salvação da alma.
c) no Brasil colônia, o sepultamento dos mortos nas igrejas era
regido pela observância da hierarquia social.
d) na época da Reforma, o catolicismo condenou os excessos de
gastos que a burguesia fazia para sepultar seus mortos.
e) no período posterior à Revolução Francesa, devido as grandes
perturbações sociais, abandona-se a prática do luto.
7- (ENEM 2009) A Idade Média é um extenso período da História
do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo
as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o
Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas
interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em
que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo. Um
exemplo acerca do que está exposto no texto acima é
a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro
Império Romano Germânico.
b) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos
documentos do Concílio Vaticano II.
c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por
valores dos primeiros cristãos.
d) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se
justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno.
e) a tradição heróica da cavalaria medieval, que foi afetada
negativamente pelas produções cinematográficas de Hollywood
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8- (ENEM 2009) Segundo Aristóteles, ―na cidade com o melhor
conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente
justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou
de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis
com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os
aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao
desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades
políticas‖.(VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-
Estado. São Paulo: Atual, 1994.)
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite
compreender que a cidadania
a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é
condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à
ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais
superiores, fruto de uma concepção política profundamente
hierarquizada da sociedade.
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política
democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem
da vida cívica.
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo
livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas
aos tribunais.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se
dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os
problemas da cidade.
9- (ENEM 2009) Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se
completaria no momento em que fosse superada a nossa herança
de inorganicidade social ― o oposto da interligação com objetivos
internos ― trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve,
no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda,
encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado
quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária,
quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto
de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do
presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se
completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do
econômico, não passarem para dentro do país. Como para os
outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que
agora parece remoto.(SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro.
Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das Letras, 1999
(adaptado))
Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a
sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no
texto é:
a) Brasil, um país que vai pra frente.
b) Brasil, a eterna esperança.
c) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.
d) Brasil, terra bela, pátria grande.
e) Brasil, gigante pela própria natureza.
10- (ENEM 2009) No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de
Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à Inquisição. Segundo o
depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós
de osso de finado, os quais pós ela confessante deu a beber em
vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e serem bem-casados,
e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado
que eram coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”.
(ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na
sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio, 1997.)
Do ponto de vista da Inquisição,
a) o problema dos métodos citados no trecho residia na
dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado.
b) o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e
somente a justiça do fogo poderia eliminá-lo.
c) os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram
condenados porque afetavam a saúde da população.
d) as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois
eram perceptíveis suas tendências feministas.
e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento
recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.
11. (ENEM – 2010) No Brasil colonial, os portugueses procuravam
ocupar e explorar os territórios descobertos, nos quais viviam índios,
que eles queriam cristianizar e usar como força de trabalho. Os
missionários aprendiam os idiomas dos nativos para catequizá-los
nas suas próprias línguas. Ao longo do tempo as línguas se
influenciaram. O resultado desse processo foi a formação de uma
língua geral, desdobrada em duas variedades: o abanheenga, ao
sul, e o nheengatu, ao norte. Quase todos se comunicavam na
língua geral, sendo poucos aqueles que falavam apenas o
português.
De acordo com o texto, a língua geral formou-se e consolidou-
se no contexto histórico do Brasil-Colônia. Portanto, a
formação desse idioma e suas variedades foi condicionada:
a) pelo interesse dos indígenas em aprender a religião dos
portugueses.
b) pelo interesse dos portugueses em aprimorar o saber linguístico
dos índios.
c) pela percepção dos indígenas de que as suas línguas precisavam
aperfeiçoar-se.
d) pelo interesse unilateral dos indígenas em aprender uma nova
língua com os portugueses.
e) pela distribuição espacial das línguas indígenas, que era anterior
à chegada dos portugueses.
12- (ENEM 2010)
Chegança
Sou Pataxó, / Sou Xavante e Cariri, / Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá. / Sou Pancaruru, / Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté, / Ful-ni-ô, Tupinambá
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro... / Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau / Um branco de barba escura,
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressenti a fome, a sede, / Eu pensei: ―vão me acabar‖.
Levantei-me de Borduna já na mão. / Aí, senti no coração,
O Brasil vai começar.
(NÓBREGA, A. e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o
mundo, 1998.)
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A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da
colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses
e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no
chamado mito
a) da democracia racial, originado das relações cordiais
estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao
início da colonização brasileira.
b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos
nativos se associaram economicamente aos portugueses,
participando dos negócios coloniais açucareiros.
c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos
brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que
garantiu o sucesso da colonização.
d) da natural miscigenação, resultante da forma como a Metrópole
incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para
acelerar o povoamento da colônia.
e) do encontro, que identifica a colonização como pacífica em
função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos
entre portugueses e nativos.
13- (ENEM 2010) Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões
como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor
inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra
dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais
temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas
peças, os grandes personagens falavam em verso e os demais em
prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a
representar peças de caráter religioso.
Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e
situações, o teatro é uma forma
a) de manipulação do povo pelo poder, que controla o teatro.
b) de diversão e de expressão dos valores e problemas da
sociedade.
c) de entretenimento popular, que se esgota na sua função de
distrair.
d) de manipulação do povo pelos intelectuais que compõem as
peças.
e) de entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela
televisão.
14- (ENEM 2010) Dali avistamos homens que andavam pela praia,
obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam
arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de
mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em
mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e
metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus
são corredios. (CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. ET AL. Viagem
pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997 (adaptado).
O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha,
documento fundamental para a formação da identidade
brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro
contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse
trecho da carta revela a
a) preocupação em garantir a integridade do colonizador Diante da
resistência dos índios à ocupação da terra.
b) postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas
e práticas culturais do indígena.
c) orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização
dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.
d) oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava
o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da
posse da nova terra.
e) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua
incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da
exploração econômica dos índios.
15- (ENEM 2010) Alexandria começou a ser construída em 332
a.C., por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um
Pólo de estudos sobre matemática, filosofia e ciências gregas. Meio
século mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um
museu — que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca
reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou
a cidade no maior núcleo intelectual da época, especialmente entre
os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques
de romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou
perda de quase todo o seu acervo.(RIBEIRO, F. Filosofa e mártir
Aventuras na história.São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).
A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um
papel fundamental para a produção do conhecimento e
memória das civilizações antigas, porque
a) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas
narrativas dos seus grandes feitos.
b) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e Deu origem
às universidades modernas.
c) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do
conhecimento e permitiu sua transmissão a outros povos.
d) transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais
importante da Antiguidade.
e) reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes e
fez avançar a museologia antiga.
16- (ENEM 2010) Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta,
os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho
mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-la, ordenaram a
um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte
de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava
longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia quando
se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a
tragédia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia,
encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou
que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes
do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai.
Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma
Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e
Casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.
No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino
e do determinismo. Ambos são características do mito grego e
abordam a relação entre liberdade humana e providência divina.
A expressão filosófica que toma como pressuposta a tese do
determinismo é:
a) “Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim
mesmo.” Jean Paul Sartre
b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela
escreva o que quiser.” Santo Agostinho
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c) “Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte.”
Arthur Schopenhauer
d) “Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer
o mesmo.” Michel de Foucault
e) “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e
semelhança.” Friedrich Nietzsche
17- (ENEM 2010) O Império Inca, que corresponde principalmente
aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme
contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro
administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e
composta por imperadores, nobres sacerdotes, funcionários do
governo, artesão, camponeses, escravos e soldados. A religião
contava com vários deuses, e a base da economia era a agricultura,
principalmente o cultivo da batata e do milho.
A principal característica da sociedade inca era:
a) ditadura teocrática, que igualava a todos.
b) existência da igualdade social e da coletivização da terra.
c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos
os bens
d) existência de mobilidade social, o que levou a composição da
elite pelo mérito.
e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de
uma aristocracia hereditária.
18- (ENEM 2010) Os vestígios dos povos tupi-guarani encontram-se
desde as Missões e o rio da Prata, ao sul até o Nordeste, com
algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A
leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul
até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio do Prata) no Paraguai e
nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do
Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do
Brasil central. De fato, ocuparam, de preferência, as regiões de
floresta tropical e subtropical. (PROUS. A. o Brasil antes dos
brasileiros. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor. 2005)
Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais
específicas que os distinguiam de outras sociedades indígenas
e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani,
destacava-se
a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas
por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos da tribo.
b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter semi-
sedentário de sua organização social.
c) a conquista de terras mediante operações militares, o que
permitiu seu domínio sobre vasto território.
d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura
para investir na criação de animais.
e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras
sociedades indígenas.
19- (ENEM 2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão
norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural
dessa região, úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o
modo de vida dos antigos revoltosos.
Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural
material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) porque reúnem um conjunto de
a) objetos arqueológicos e paisagísticos.
b) acervos museológicos e bibliográficos.
c) núcleos urbanos e etnográficos.
d) práticas e representações de uma sociedade.
e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.
20- (ENEM 2010)
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas
vezes?
Em que casa de Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China
ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre que triunfaram os césares?
BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em
http//recantodasletras.uol.com.br. Acesso em 28 abr. 2010
Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de
História, o autor censura a memória construída sobre
determinados monumentos e acontecimentos históricos. A
crítica refere-se ao fato de que
a) os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam
ser aqueles que realizaram feitos heróicos ou grandiosos e, por isso,
ficaram na memória.
b) a História deveria se preocupa das em memorizar os nomes de
reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao
longo do tempo.
c) os grandes monumentos históricos foram construídos por
trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes
das sociedades que os construíram.
d) os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de
difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no
tempo.
e) as civilizações citadas no texto, embora muito importantes,
permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.
QUESTÕES DISCURSIVAS
1- (FUVEST-SP) No antigo Egito e na Mesopotâmia, assim como
nos demais lugares onde foi inventada, a escrita esteve vinculada
ao poder estatal. Este, por sua vez, dependeu de um certo tipo de
economia para surgir e se desenvolver.
Considerando as afirmações acima, explique as relações entre:
A) escrita e Estado B) Estado e economia
2- (Vunesp-SP) ―A civilização grega alcançou extraordinário
desenvolvimento. Além das indagações e respostas sobre os
sentimentos humanos, os gregos legaram a humanidade, até sob a
forma de humor, inúmeras realizações artísticas.‖
Destaque algumas características que permitem compreender o
papel do teatro como manifestação artístico-cultural reveladora
do humanismo grego.
3- (UFPR) Na Antigüidade, Atenas era uma cidade-estado com
organização social e política específica.
Cite alguns aspectos dessa organização e indique aqueles que
diferenciavam Atenas de outras cidades-estados.
4- (FUVEST) Roma e Cartago se defrontaram por três vezes.
Esclareça a razão fundamental desses conflitos denominados
guerras púnicas.
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5- (FUVEST) Durante a Idade Média, os cristãos do Ocidente
organizaram expedições contra os "infiéis" que ocupavam os
Lugares Santos.
Quem eram os "infiéis" e como foram essas expedições?
6- (UNICAMP) Segundo definição de um historiador, "o cavaleiro na
Idade Média é o membro da aristocracia feudal que se distingue
pelo armamento, pelo gênero de vida (castelo, caça, guerra) e pela
sua moral especial (fidelidade, liberalidade). Os cavaleiros formam
uma das três ordens da sociedade"
Caracterize a hierarquia das três ordens da sociedade feudal.
7- (UFPA) O crescimento urbano e comercial intensificado na
Europa Ocidental, a partir do século XII, guarda, em suas origens e
desdobramentos, aspectos relevantes à compreensão das
transformações que ocorreram no sistema feudal, característico da
Idade Média Central entre os séculos XI e XV.
Comente três repercussões da expansão urbana e comercial na
sociedade feudal européia, em sua parte ocidental, entre os
séculos supracitados, sendo duas na esfera política e uma na
ideológica.
8- (MAUÁ) Relacione entre si a Igreja, as Cruzadas e a cavalaria
medieval.
9- (UFBA – 2010) A formação das Monarquias Nacionais na
Europa, entre os séculos XV e XVIII, resultou da superação de
antigas práticas feudais e do estabelecimento de novos princípios.
A partir dessa afirmação, identifique uma dentre as práticas
superadas e um novo princípio estabelecido para a formação
das referidas monarquias.
10-(UNESP-SP)
E se a lição foi aprendida / a vitória não será vã.
Neste Brasil holandês, / Tem lugar para p português
e para o Banco de Amsterdam‖ (Chico Buarque e Rui Guerra,
Calabar, 1973)
Baseando-se nos versos da peça de teatro Calabar, responda
a- O que era o “Brasil holandês”?
b- Por que os autores afirmam que no Brasil havia lugar “para o
português e para o banco de Amsterdam”?
QUESTÕES DO ENEM E MÚLTIPLA ESCOLHA
1 – (Enem-MEC) A figura de Getúlio Vargas, como personagem
histórica, é bastante polêmica, devido à complexidade e à magnitude
de suas ações como presidente do Brasil durante um longo
período de quinze anos (1930-1945). Foram anos de grandes e
importantes mudanças para o país e para o mundo. Pode-se
perceber o destaque dado a Getúlio Vargas pelo simples fato de
esse período ser conhecido no Brasil como a Era Vargas.
Entretanto, Vargas não é visto de forma favorável por todos. Se
muitos o consideram um fervoroso nacionalista, um progressista
ativo e "Pai dos Pobres", existem outros tantos que o definem como
ditador oportunista, um intervencionista e amigo das elites.
Provavelmente você percebeu que as duas opiniões sobre Vargas
são opostas, defendendo valores praticamente antagônicos.
As diferentes interpretações do papel de uma personalidade
histórica podem ser explicadas conforme uma das opções a
seguir. Identifique-a.
a) Um dos grupos está totalmente errado, uma vez que a
permanência no poder depende de ideias coerentes e de uma
política contínua.
b) O grupo que acusa Vargas de ser ditador está errado. Ele
nunca teve uma orientação ideológica favorável aos regimes
politicamente fechados e só tomou medidas duras forçado pelas
circunstâncias.
c) Os dois grupos estão certos. Cada um mostra Vargas da forma
que serve melhor a seus interesses, pois ele foi um governante
apático e fraco – verdadeira marionete nas mãos da elite da época.
d) O grupo que defende Vargas como um autêntico nacionalista
está totalmente enganado. Poucas medidas nacionalizantes foram
tomadas para iludir os brasileiros, devido à política populista do
varguismo, e ele fazia tudo para agradar aos grupos estrangeiros.
e) Os dois grupos estão errados, por assumirem características
parciais e, às vezes, conjunturais, como sendo posturas definitivas e
absolutas.
2 – (UFPE-2001) Alguns historiadores afirmam que a História iniciou
quando a humanidade inventou a escrita. Nessa perspectiva, o
período anterior à criação da escrita é denominado Pré-História.
Sobre esse assunto assinale a alternativa correta.
a) A História e a Pré-História só podem se diferenciar pelo critério da
escrita. Logo, aqueles historiadores que não concordam com esse
critério estão presos a uma visão teológica da História.
b) Esta afirmação não encontra qualquer contestação dos
verdadeiros historiadores, pois ela é uma prova irrefutável de que
todas as culturas evoluem para a escrita.
c) Os historiadores que defendem a escrita como único critério
que diferencia a História da Pré-História reafirmam a tradição
positivista da História.
d) A escrita não pode ser vista como critério para distinguir a
História da Pré-História, pois o aspecto econômico é considerado um
critério muito mais importante.
e) Os únicos historiadores que defendem a escrita como critério
são os franceses, em razão da influência da filosofia iluminista.
3 – (UFRS-2006) A denominação "Revolução Neolítica", cunhada
nos anos 60 pelo arqueólogo Gordon Childe, refere - se a uma série
de intensas transformações.
Entre essas mudanças, é correto citar:
a) a criação do poder político centralizado associado ao domínio
do poder religioso.
b) o desenvolvimento de conglomerados urbanos baseados no
trabalho escravo.
c) a instituição privada das terras, com o cultivo de cereais e a
criação de animais.
d) o surgimento da divisão natural do trabalho, com a atribuição de
papel produtivo relevante à mulher.
e) a transição da economia de subsistência para uma economia
industrial.
4 – (UFPE) Do Oriente Antigo, duas civilizações se destacaram,
aparecendo sempre como as mais importantes no estudo das
sociedades antigas. Egito e Mesopotâmia assemelham-se em
muitos aspectos históricos, mas não podemos negar as suas
peculiaridades.
Considerando a informação sobre essas duas civilizações,
assinale a alternativa correta.
a) Havia constantemente cultos aos deuses da fertilidade, com o
objetivo de aumentarem a sua produção agrícola e o comércio local.
265
b) O faraó e o rei eram considerados deuses, devendo suas
populações prestar-lhes obediência e culto divino.
c) As duas civilizações destacaram-se ao mesmo tempo na
Matemática, Física, Medicina, Astrologia e Astronomia.
d) Por haver um grande desenvolvimento literário e cultural nas duas
civilizações, a maioria da população sabia ler e escrever.
e) Viviam em regiões predominantemente desérticas e
montanhosas, por isso estavam muito ligadas aos seus rios,
considerados como uma riqueza nacional.
5 – (UFS-SE) As sociedades orientais da Antigüidade,
especialmente a egípcia e a mesopotâmica, desenvolveram- se
em regiões semi-áridas, que necessitam de grandes obras
hidráulicas para cultivo agrícola.
Nessas sociedades:
a) desenvolveu-se o modo de produção escravista intimamente
relacionado ao caráter bélico e expansionista desses povos.
b) o estado constituía o principal instrumento de poder das camadas
populares, assegurando e ampliando seu domínio sobre os outros
grupos.
c) a superação das comunidades levou ao surgimento da
propriedade privada e, conseqüentemente, à utilização da mão-
de-obra escrava.
d) predominava a servidão coletiva, em que o indivíduo explorava a
terra como membro da comunidade e servia ao estado, proprietário
absoluto dessa terra.
e) a produção de excedentes, necessária à intensificação das
trocas comerciais e para o progresso econômico, era garantida
pela ampla utilização do trabalho livre.
6 – (UCB-DF) "Sabemos que os poderosos têm medo do
pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se
todo mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como nos
dizem e nos fazem acreditar que elas são. Para os poderosos de
Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude
pensar." (CHAUI, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
p.38.)
Segundo essa afirmação, podemos concluir que:
a) a sociedade ateniense da época de Sócrates era marcada pela
educação militarista e exigia a total subordinação dos jovens aos
mais velhos.
b) o caráter autoritário que predominou na Grécia Antiga impunha
que os indivíduos com ideias contrárias ao governo fossem
severamente punidos.
c) os representantes da elite grega eram geralmente pessoas com
poucos conhecimentos e nutriam intenso medo dos que sabiam
mais que eles.
d) os filósofos como Sócrates questionam a realidade e instigam o
livre pensamento a ponto de colocar em dúvida verdades
preestabelecidas.
e) o exercício do governo democrático, como no caso de Atenas, é
dificultado pela existência de pessoas que discordam do que é
assumido pelos governantes como sendo verdadeiro.
7 – (Amazonas-AM) A civilização grega nos legou a noção de
cidadania e a romana a de Direito, razão pela qual estão nos
fundamentos da cultura ocidental. No entanto, ambas sucumbiram
às suas próprias contradições. A civilização grega, nos séculos V e
IV a.C., envolveu-se em intermináveis guerras, enquanto o Império
Romano mergulhou em uma grave crise no século III d.C.
Sobre as guerras gregas e a crise romana, é correto afirmar
que:
a) as Guerras Médicas enfraqueceram a aliança entre as ligas de
Delos e do Peloponeso, permitindo o domínio persa; a crise romana
enfraqueceu as fronteiras do Império, permitindo as invasões
bárbaras.
b) as guerras gregas enfraqueceram as cidades-Estado, permitindo
o domínio macedônico; a crise romana enfraqueceu o campesinato,
levando ao êxodo rural.
c) as guerras gregas enfraqueceram as cidades-Estado, permitindo o
domínio macedônico; a crise romana enfraqueceu as fronteiras do
Império, permitindo as invasões bárbaras.
d) as guerras gregas foram motivadas pela rivalidade entre as
cidades-Estado; a crise romana foi motivada pelo excesso de
escravos nos latifúndios.
e) as guerras gregas foram motivadas pela desagregação das
comunidades gentílicas; a crise romana foi motivada pela falta de
escravos nos latifúndios.
8 – (ENEM - 2000) "Somos servos da lei para podermos ser livres."
(Cícero); "O que apraz ao príncipe tem força de lei." (Ulpiano)
As frases são de dois cidadãos da Roma Clássica, que viveram
praticamente no mesmo século, quando ocorreu a transição
da República (Cícero) para o Império (Ulpiano). Tendo como
base as sentenças acima, considere as afirmações:
I. A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez
que os romanos não levavam em consideração as normas jurídicas.
II. Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de
discussões entre os representantes escolhidos pelo povo romano.
III. A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam
quando começavam os direitos de outro cidadão.
IV. Existia, na época imperial, um poder acima da legislação
romana.
Estão corretas apenas:
a) I e II b) I e III c) II e III d) II e IV e) III e IV
9 – (UAB/SE – 2008) A civilização romana teve grande espaço
político nos tempos da Antigüidade. Venceu, dominou, governou
povos de diferentes culturas.
Entre suas contribuições para o mundo ocidental, destacam-se:
a) os seus feitos militares, marcados pelo respeito à cultura dos
povos conquistados.
b) as formulações dos seus códigos de leis, até hoje expressivos
para a sociedade.
c) as importantes reflexões filosóficas, nas quais prevaleceram os
princípios platônicos.
d) as grandes obras literárias, embora sem influências de mitos do
mundo grego.
e) as obras arquitetônicas, que, sem influência de outras
civilizações, homenageavam os governantes.
10 – (UFMG) É comum usarmos a expressão “discussão bizantina”
quando nos referimos a um debate que focaliza questões sobre as
quais não podemos obter conclusões baseadas em certezas.
A origem histórica dessa expressão encontra -se:
a) na prática das heresias, comum no Império Bizantino, que gerava
divergências que acabavam em guerras sangrentas. Aqueles que
perdiam a guerra tinham de aceitar sem questionar a opinião
266
defendida pelo lado vencedor.
b) no fato de os sábios bizantinos, que se transferiram para as
cidades italianas, terem sido os responsáveis pelo florescimento
do Renascimento, movimento caracterizado pelo grande debate
em torno de questões filosóficas e artísticas.
c) nas freqüentes discussões travadas pelos sábios bizantinos a
respeito de problemas controversos, como a verdadeira natureza
de Jesus ou a presença do Espírito Santo nas imagens sacras.
d) nas dificuldades de entendimento entre os pensadores bizantinos,
uma vez que aquele Império adotava dois idiomas o latim e o
grego, situação que gerava enormes confusões e mal-entendidos.
e) na censura praticada pelo basileu, que proibia em todo o território
bizantino qualquer tipo de discussão, temendo que os
questionamentos pudessem pôr em risco o seu poder.
11 – (UFJF-MG) O islamismo, religião fundada por Maomé e de
grande importância na unidade árabe, tem como fundamento:
a) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o
principal é Alá.
b) o culto aos santos e profetas através de imagens e ídolos.
c) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a
negação de uma vida pós-morte.
d) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo,
observado por Maomé entre os povos que seguiam essas religiões.
e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes,
não podendo ser professado pelos povos inferiores.
12 – (FASP-SP) ―Quando vós encontrardes infiéis, matai-os a
ponto de fazer uma grande carnificina e apertai as correntes dos
cativos. Quando cessar a guerra, vós os colocareis em liberdade ou
os entregareis mediante um resgate. Agi assim. Se Alá o desejar,
ele mesmo triunfará sobre eles. Mas ele vos manda combater para
vos pôr à prova‖.
O texto acima, extraído do Corão, ilustra o pensamento que
norteava:
a) as cruzadas. b) a Guerra Santa.
c) a peregrinação a Meca. d) a perseguição aos muçulmanos.
13 – (FGV-SP) O sistema feudal caracterizava -se:
a) pela inexistência do regime de propriedade da terra, predomínio
da economia de comércio e organização da propriedade pública.
b) pelo cultivo da terra por escravos, com produção intensiva e
grandes benefícios para os vassalos.
c) pela aplicação do sistema assalariado e trabalho forçado dos
vilões nas pequenas propriedades senhoriais.
d) pela divisão da terra em pequenas propriedades e utilização de
técnicas avançadas de cultivo.
e) pela propriedade senhorial da terra, regime de trabalho servil e
bases essencialmente agrárias.
14 – (UAB/SE – 2008) A Igreja Católica foi a grande instituição
do mundo ocidental medieval. Sua atuação nesses tempos:
a) foi marcadamente religiosa, deixando de lado as questões
políticas do período.
b) conseguiu articular-se com muitos projetos políticos da nobreza.
c) teve pleno êxito no fim às heresias da época, sobretudo, por
não sofrer contestações.
d) trouxe renovação religiosa importante, o que se evidenciou no
combate às injustiças e ao paganismo.
e) contou a indiferença da nobreza, mas obteve a colaboração dos
camponeses mais pobres.
15 – (ENEM – 2000) O texto abaixo, de John Locke (1632-
1704), revela algumas características de uma determinada
corrente de pensamento.
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos,
se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior
e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que
abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de
qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no
estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito
incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros
porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a
ele e, na maior parte, pouco observadores da eqüidade e da justiça,
o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro
e muito arriscado. Essas circunstâncias obrigam-no a abandonar
uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos
constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-
se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem
unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos
bens a que chamo de propriedade. (Os Pensadores. São Paulo,
Nova Cultural, 1991.)
Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como
uma tentativa de justificar:
a) a existência do governo como um poder oriundo da natureza. b) a
origem do governo como uma propriedade do rei.
c) o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza
humana.
d) a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e
aos direitos.
e) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima
da propriedade.
16 – (Enem-MEC) Considere os textos a seguir.
I - "[...] De modo particular quero encorajar os crentes
empenhados no campo da Filosofia para que iluminem os diversos
âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que
se torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé."
(Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da
Igreja Católica sobre as relações entre fé e razão. 1998.)
II - "As verdades da razão natural não contradizem as verdades da
fé cristã." (São Tomás de Aquino, pensador medieval).
Refletindo sobre os textos pode-se concluir que:
a) a encíclica papal está em contradição com o pensamento de
São Tomás de Aquino, refletindo a diferença de épocas.
b) a encíclica papal procura complementar São Tomás de Aquino,
pois este colocava a razão natural acima da fé.
c) a Igreja medieval valorizava a razão mais que a encíclica papal. d)
o pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, mas,
em nossos dias, não tem relação com o pensamento filosófico.
e) tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás de Aquino
procuram conciliar os pensamentos sobre a fé e a razão.
17 – (ENEM – 2001) O texto foi extraído da peça Tróilo e
Créssida, de William Shakespeare, escrita, provavelmente, em
1601.
Os próprios céus, os planetas, e este centro reconhecem graus,
prioridade, classe, constância, marcha, distância, estação, forma,
função e regularidade, sempre iguais; eis por que o glorioso astro
267
Sol está em nobre eminência entronizado e centralizado no meio
dos outros, e o seu olhar benfazejo corrige os maus aspectos dos
planetas malfazejos, e, qual rei que comanda, ordena sem entra-
ves aos bons e aos maus. (Personagem Ulysses, Ato I, cena IlI,
SHAKESPEARE, W. Tróilo e Créssida. Porto, Lello & Irmão, 1948.)
A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se
aproxima da teoria:
a) geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu.
b) da reflexão da luz do árabe Alhazen,
c) heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico.
d) da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei.
e) da gravitação universal do inglês Isaac Newton.
18 – (UNIRIO-1997) No século XVI, diversos movimentos
reformistas de caráter religioso eclodiram na Europa. Sobre
esses movimentos é correto afirmar que o:
a) Humanismo foi o primeiro movimento reformista que criticou os
abusos contidos nas práticas da Igreja Católica, propondo a
submissão do Papa ao poder secular dos imperadores e reis.
b) Luteranismo difundiu-se rapidamente entre os segmentos servis
da Alemanha e das regiões nórdicas, pois pregava a insubordinação
e a luta armada dos camponeses contra a nobreza senhorial e o
clero, aliados políticos nessas regiões.
c) Calvinismo significou um recrudescimento das concepções e
práticas reformistas, pois criticou os valores burgueses através da
condenação do empréstimo de dinheiro a juros e do trabalho
manual.
d) Anglicanismo reforçou a autoridade do Vaticano na Inglaterra com
a promulgação do Ato de Supremacia, por Henrique VIII, que
devolveu os bens e as propriedades do clero católico confiscados
pela nobreza inglesa.
e) Concílio de Trento marcou a reação da Igreja à difusão do
Protestantismo, reafirmando os dogmas católicos e fortalecendo
os instrumentos de poder do papado, tais como o Tribunal do
Santo Ofício e a criação do índice de Livros Proibidos.
19 – (ESPM-SP) A 27ª tese de Martinho Lutero afirmava:
"Pregam doutrina puramente humana os que dizem que 'logo que o
dinheiro cai na caixa a alma se liberta'." (FREITAS, Gustavo de. 900
Textos e Documentos de História. Lisboa: Plátano, 1976. v.2, p.
165.)
Com essa tese, Lutero:
a) reafirmava a salvação da alma pela fé e pelas boas obras,
contrariando o dogma católico que determina a salvação unicamente
pela fé.
b) criticava a centralização das decisões religiosas nas mãos do
papa e propunha a formação de um grande tribunal de discussão
teológica.
c) defendia o fim da Igreja Católica, que se encontrava mergulhada
em inúmeros escândalos de corrupção financeira.
d) criticava a venda de indulgências praticada por muitos padres,
que afirmavam que as doações de riquezas à Igreja salvariam a
alma dos doadores e de seus parentes.
e) propunha o fim das promoções eclesiásticas baseadas no critério
da riqueza pessoal ou familiar dos padres promovidos.
20 – (UFF-RJ) A "Carta de Pero Vaz de Caminha", escrita em
1500, é considerada um dos documentos fundadores da Terra
Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura
renascentista, dentre os quais se destaca:
a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso,
tendo em conta sua antropofagia.
b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo
Renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos
trópicos uma civilização católica e moderna.
c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso
devido à elevada temperatura que nada deixaria produzir.
d) a observação da natureza e do homem do Novo Mundo como
resultado da experiência da nova visão de homem, característica do
século XV.
e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao
que foi projetado por Deus na Gênese.
21 – (UFMG) O mercantilismo foi um conjunto de doutrinas e
práticas econômicas que vigoraram na Europa desde a metade do
século XV até meados do século XVIII, sendo vital para a
acumulação capitalista.
A respeito desse contexto, podemos afirmar que:
a) Inglaterra e França foram as nações pioneiras nas grandes
navegações impulsionadas pelas novas descobertas científicas e
pela centralização administrativa, proporcionada pelo Estado
absolutista, responsável pelo combate aos contrabandistas e aos
piratas espanhóis e portugueses.
b) por meio da produção de artigos manufaturados, Portugal se
firmou como a maior potência do final do século XVII, enquanto a
Inglaterra, restrita à acumulação de ouro e prata extraídos de suas
colônias, ficou dependente da importação de manufaturados.
c) a colonização, sustentada pela grande utilização de trabalho
escravo de índios e negros nas chamadas colônias de povoamento,
foi vital para o acúmulo de capitais naquele momento, quando
Portugal e Espanha incentivaram a produção manufatureira e o
comércio interno.
d) com o intervencionismo estatal e o protecionismo, o Estado
moderno estimulava o progresso burguês e evitava a concorrência
comercial de países vizinhos, fixando tarifas alfandegárias,
controlando preços e dificultando a importação de produtos
concorrentes.
22 – (PUC -SP) Quem quer passar além do Bojador, / Tem que
passar além da dor. / Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas
nele é que espalhou o céu. (PESSOA, Fernando. Mar português. In:
Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960. p. 19)
O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão marítima
portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:
a) Bojador é o ponto ao extremo sul da África e que atravessá-lo
significa encontrar o caminho para o Oriente.
b) a dor representa as doenças desconhecidas dos europeus,mas
existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.
c) o abismo refere-se à crença, então generalizada, de que a
Terra era plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo
caírem os navios.
d) a menção a Deus indica a suposição, à época, de que o
Criador era contrário ao desbravamento dos mares e que puniria
os navegadores.
e) o mar citado é o Oceano índico, onde estão localizadas as
Índias, objetivo principal dos navegadores.
23 – (PUC - MG) O expansionismo marítimo europeu, nos
268
séculos XV-XVI, gerou uma autêntica "Revolução Comercial",
caracterizada por, exceto:
a) incorporação de áreas dos continentes americano e africano às
rotas tradicionais do comércio.
b) ascensão das potências mercantis atlânticas, como Portugal e
Espanha.
c) afluxo de metais preciosos da América para o Oriente, resultante
do escambo de mercadorias.
d) deslocamento parcial do eixo econômico do Mediterrâneo para o
Atlântico.
e) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos
italianos.
24 – (ENEM-2001) O texto abaixo reproduz parte de um diálogo
entre dois personagens de um romance.
Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou
Sofia: Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa.
Podemos imaginar que Jesus nasceu à meia-noite, que Paulo saiu
em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e
morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a
fé cristã foi mais ou menos proibida (...) Até as dez horas as
escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre
dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.
(Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance
da História da Filosofia. São Paulo, Companhia das Letras, 1997.)
O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do
Ocidente, tem sido usado como marco para o início da Idade
Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no
texto, que considera como ponto de partida o início da Era
Cristã, pode-se afirmar que:
a) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.
b) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.
c) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da
Idade Média.
d) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros
150 anos da Era Cristã.
e) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da
Idade Média.
25 – (ENEM- 2001) Os textos referem-se à integração do índio à
chamada civilização brasileira.
I - "Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas de um
pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultural, social e
até fisicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil
pessoas e o Brasil não pode suportar esse ônus. (...) É preciso
congelar essas ideias colonizadoras, porque elas são irreais e
hipócritas e também genocidas. (...) Nós, índios, queremos falar,
mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos
costumes." (Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal
Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações
Indígenas, Folha de S. Paulo, 31 de agosto de 1994.)
II - "O Brasil não terá índios no final do século XXI (...) E por que
isso? Pela razão muito simples que consiste no fato de o índio
brasileiro não ser distinto das demais comunidades primitivas que
existiram no mundo. A história não é outra coisa senão um processo
civilizatório, que conduz o homem, por conta própria ou por difusão
da cultura, a passar do paleolítico ao neolítico e do neolítico a um
estágio civilizatório." (Hélio Jaguaribe, cientista político, Folha de S.
Paulo, 2 de setembro de 1994.)
Pode-se afirmar, segundo os textos, que:
a) tanto Terena quanto Jaguaribe propõem ideias inadequadas, pois
o primeiro deseja a aculturação feita pela "civilização branca", e o
segundo, o confinamento de tribos.
b) Terena quer transformar o Brasil numa terra só de índios, pois
pretende mudar até mesmo a língua do país, enquanto a ideia de
Jaguaribe é anticonstitucional, pois fere o direito à identidade
cultural dos índios.
c) Terena compreende que a melhor solução é que os brancos
aprendam a língua tupi para entender melhor o que dizem os índios.
Jaguaribe é de opinião que, até o final do século XXI, seja feita uma
limpeza étnica no Brasil.
d) Terena defende que a sociedade brasileira deve respeitar a
cultura dos índios e Jaguaribe acredita na inevitabilidade do
processo de aculturação dos índios e de sua incorporação à
sociedade brasileira.
e) Terena propõe que a integração indígena deve ser lenta,
gradativa e progressiva, e Jaguaribe propõe que essa integração
resulte de decisão autônoma das comunidades indígenas.
26 – (ENEM-2002) Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592)
compara, nos fragmentos de textos a seguir, as guerras das
sociedades Tupinambá com as chamadas "guerras de
religião" dos franceses que, na segunda metade do século
XVI, opunham católicos e protestantes.
"(…) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles
povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se
pratica em sua terra. (…) Não me parece excessivo julgar
bárbaros tais atos de crueldade (o canibalismo); mas que o fato de
condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos.
Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer
depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e
tormentos e o queimar aos poucos, ou entrega-Ia a cães e porcos, a
pretexto de devoção e fé, como não somente lemos mas vimos
ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos e isso em verdade é
bem mais grave do que assar e comer um homem previamente
executado.(…) Podemos portanto qualificar esses povos como
bárbaros e dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se os
compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de
barbaridades." (Montaigne, Michel Eyquem de. Ensaios. São Paulo,
Nova Cultural, 1984.)
De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,
a) ideia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem
única do gênero humano e da sua religião.
b) a diferença de costumes não constitui um critério válido para
julgar as diferentes sociedades.
c) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não
conhecem a virtude cristã da piedade.
d) a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência
de uma cultura civilizada e racional.
e) a ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos
europeus, o que explica que os seus costumes são similares.
27. (ENEM – 2003) Jean de Léry viveu na França na segunda
metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de
religião opuseram católicos e protestantes. No texto abaixo,
269
ele relata o cerco da cidade de Sancerre por tropas católicas:
(…) desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com
maior freqüência, tornou-se necessário que todos dormissem nas
casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um
lençol atado pelas suas duas pontas e assim fiquei suspenso no
ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu estive
durante dez meses), o que foi imediatamente imitado por todos os
nossos soldados, de tal maneira que a caserna logo ficou cheia
deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto
esta maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto
para manter as roupas limpas (…).
Nesse texto, Jean de Léry:
a) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas
americanos.
b) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de
selvagem.
c) reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas
com relação aos europeus.
d) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos,
adaptando-o às suas necessidades.
e) valoriza os costumes dos indígenas americanos, porque eles
também eram perseguidos pelos católicos.
28 – (FUVEST-2003) Os portugueses chegaram ao território,
depois denominado Brasil, em 1500, mas a administração da
terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, até
então,
a) os índios ferozes trucidavam os portugueses que se
aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo assim a criação
de núcleos de povoamento.
b) a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, impedia a
presença portuguesa nas Américas, policiando a costa com
expedições bélicas.
c) as forças e atenções dos portugueses convergiam para o Oriente,
onde vitórias militares garantiam relações comerciais lucrativas.
d) os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam as tribos
indígenas ao longo do litoral bem como as feitorias da costa sul-
atlântica.
e) a população de Portugal era pouco numerosa, impossibilitando o
recrutamento de funcionários administrativos.
29 – (UAB/SE-2008) A colonização portuguesa não aconteceu
sem a resistência de muitos grupos de colonos que lutaram
pela emancipação do Brasil. A Rebelião de 1817 é um exemplo
do desejo de mudanças dos colonos. Na Rebelião de 1817, em
Pernambuco, houve:
a) combates militares contra as tropas portuguesas, que garantiram,
por uma década, a existência de um governo local.
b) a propagação das ideias liberais do século XVIII e uma grande
luta contra os males da escravidão.
c) a participação expressiva do clero pernambucano, que defendia
as ideias vindas do Iluminismo.
d) a ajuda de tropas de São Paulo e do Rio de Janeiro aos
rebeldes, o que colaborou para a derrota de Portugal.
e) a influência dos comerciantes na liderança do movimento, os
quais aderiram por inteiro ao fim da escravidão.
30 – (UFUb-MG) A colonização portuguesa no Brasil é
caracterizada por uma ampla empresa mercantil. É o próprio
Estado metropolitano que, em conjugação com as novas forças
sociais produtoras, ou seja, a burguesia comercial assume a
tarefa da colonização das terras brasileiras. A partir daí dois
elementos – Estado e burguesia – passam a ser os
agenciadores coloniais e, assim, a política definida com relação
à colonização é efetivada, através de alguns elementos básicos
que se seguem; dentre eles apenas um não corresponde ao
exposto no texto. Assinale-o.
a) A preocupação básica será a de regular a área do império
colonial face às demais potências européias.
b) O caráter político da administração se fará a partir da metrópole, e
a preocupação fiscal dominará todo o mecanismo administrativo.
c) O vértice do sistema colonial, seu elemento definidor, reside no
monopólio comercial.
d) A função histórica das colônias será proeminente no sentido de
acelerar a acumulação do capital comercial pela burguesia mercantil
européia.
e) A produção, gerada dentro das colônias, estimula o seu
desenvolvimento e atende às necessidades de seu mercado interno.
31 – (UAB/SE-2007) Considere as pinturas de Jean Baptiste
Debret.
(www.google.com.br)
As pinturas podem ser utilizadas para a reconstituição histórica
do papel dos bandeirantes no contexto da colonização do
Brasil. Sob a ótica do colonizado, os bandeirantes
a) tentaram impedir, inclusive com métodos violentíssimos, a
escravização das sociedades indígenas.
b) lutaram contra os jesuítas porque estes desestruturavam o poder
matriarcal das famílias dos índios.
c) denunciaram à Coroa portuguesa as arbitrariedades cometidas
pelos colonos em relação aos indígenas.
d) revoltaram-se contra a política colonial escravista praticada pelos
portugueses e pelos holandeses.
e) tiveram conflitos com os jesuítas, pois invadiram áreas das
missões para capturar e escravizar os índios.
32 – (Fuvest-SP) A produção de açúcar, no Brasil colonial,
a) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o território
nacional, enriquecendo grande parte da população.
b) praticada por grandes, médios e pequenos lavradores, permitiu a
formação de uma sólida classe média rural.
c) consolidou no Nordeste uma economia baseada no latifúndio
monocultor e escravocrata que atendia aos interesses do sistema
colonial português.
d) desde o início garantiu o enriquecimento da região Sul do país e
foi a base econômica de sua hegemonia política na República.
e) não exigindo muitos braços, desencorajou a importação de
escravos, liberando capitais para atividades mais lucrativas.
33 – (UFMG) Leia o texto.
"Nassau chegou em 1637 e partiu em 1644, deixando a marca do
administrador. Seu período é o mais brilhante da presença
270
estrangeira. Nassau renovou a administração (…) Foi relativamente
tolerante com os católicos, permitindo-lhes o livre exercício do culto.
Como também com os judeus (depois dele não houve a mesma
tolerância, nem com os católicos nem com os judeus fato
estranhável, pois a Companhia das Índias contava muito com
eles, como acionistas ou em postos eminentes). Pensou no povo,
dando-lhe diversões, melhorando as condições do porto e do
núcleo urbano (…), fazendo museus de arte, parques botânicos e
zoológicos, observatórios astronômicos.‖
Esse texto refere-se:
a) à chegada e instalação dos puritanos ingleses na Nova
Inglaterra, em busca da liberdade religiosa.
b) à invasão holandesa no Brasil, no período da União Ibérica, e à
fundação da Nova Holanda no Nordeste açucareiro.
c) às invasões francesas no litoral fluminense e à instalação de uma
sociedade cosmopolita no Rio de Janeiro.
d) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação de uma sociedade
moderna, influenciada pelo Renascimento.
e) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na guerra da
Reconquista ibérica, nos Países Baixos e à fundação da Companhia
das Índias Ocidentais.
34– (FUVEST-1995) Foram, respectivamente, fatores
importantes na ocupação holandesa no Nordeste do Brasil e na
sua posterior expulsão:
a) o envolvimento da Holanda no tráfico de escravos e os
desentendimentos entre Maurício de Nassau e a Companhia das
Índias Ocidentais.
b) a participação da Holanda na economia do açúcar e o
endividamento dos senhores de engenho com a Companhia das
Índias Ocidentais.
c) o interesse da Holanda na economia do ouro e a resistência e não
aceitação do domínio estrangeiro pela população.
d) a tentativa da Holanda em monopolizar o comércio colonial e o
fim da dominação espanhola em Portugal.
e) a exclusão da Holanda da economia açucareira e a mudança
de interesses da Companhia das Índias Ocidentais.
35. (ENEM-2001) Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda
escreveram uma peça para teatro chamada Calabar, pondo em
dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar,
pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão
do Nordeste brasileiro, em 1632. - Calabar traiu o Brasil que
ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia
onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade
escravista e discriminatória, traiu a elite branca?
Os textos referem-se também a esse personagem.
Texto I: Dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível
História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os séculos.
(Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo
aos Guararapes. Rio de Janeiro, Bibliex, 1949.)
Texto II: Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas
de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre ajudara Matias de
Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara
em consequência de vários crimes praticados (os crimes referidos
são o de contrabando e roubo). (CALMON, P. História do Brasil. Rio
de Janeiro, José Olympio, 1959.)
Pode-se afirmar que:
a) A peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e
chegam às mesmas conclusões.
b) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à
suposta traição de Calabar, e o texto II mostra uma posição contrária
à atitude de Calabar.
c) Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de
Calabar, e a peça demonstra uma posição indiferente em relação ao
seu suposto ato de traição.
d) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição
de Calabar, ao contrário do texto I, que condena a atitude de
Calabar.
e) A peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I
atribui a Calabar, enquanto o texto II descreve ações positivas e
negativas dessa personagem.
36- (ENEM-2010) As secas e o apelo econômico da borracha –
produto que no final do século XIX alcançava preços altos nos
mercados internacionais – motivaram a movimentação de massas
humanas oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto,
até o início do século XX, essa região pertencia à Bolívia, embora a
maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à
autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o
governo de La Paz negociou o arrendamento da região a uma
entidade internacional, o Bolivian Syndicate, iniciado violentas
disputas dos dois lados da fronteira. O conflito só terminou em 1903,
com a assinatura do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil
comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.
(Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov.
2008(adaptado)).
Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos
apresentados, o Acre tornou-se parte do território nacional
brasileiro
a) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o
Brasil pela sua anexação.
b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes
brasileiros na região.
c) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os
seringais.
d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na
região.
e) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à
Bolívia.
37- (ENEM-2010) Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-
se desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com
algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A
leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul
até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e
nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do
Pantanal e marcam sua presença discretamente nos cerrados do
Brasil central. De foto, ocuparam, de preferência, as regiões de
floresta tropical e subtropical. (PROUS, A. O Brasil antes dos
brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005).
Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais
específicos que os distinguiam de outras sociedades indígenas
e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani,
destacam-se
271
a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas
por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos da tribo.
b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter
semissedentário de sua organização social.
c) a conquista de terras mediante operações militares, o que
permitiu seu domínio sobre vasto território.
d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura
para investir na criação de animais.
e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras
sociedades indígenas.
38- (ENEM-2010)
I – Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar
as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar
distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser
visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico-
religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo
inteiro. CARVALHO, J.M.C. A formação das almas: O imaginário da
República no Brasil. São Paulo: Campanhia das Letras 1990).
II – Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da Multidão! É Tiradentes
que passa / Deixem passar o Titão. (ALVES, C. Gonzaga ou a
revolução de Minas. In: CARVALHO, J.M.C. A formação das almas:
o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Campanhia das
Letras 1990.)
A 1ª República brasileira, nos seus primórdios, precisava
constituir uma figura heróica capaz de congregar diferenças e
sustentar simbolicamente o novo regime. Optando pela figura
de Tiradentes, deixou de lado figuras com Frei Caneca ou Bento
Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional
evidenciou que o esforço de construção de um simbolismo por
parte da República estava relacionado
a) ao caráter nacionalista republicano da inconfidência,
evidenciando nas ideias e na atuação de Tiradentes.
b) à identificação da Conjuração Mineira como o movimento
precursor do positivismo brasileiro.
c) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de
poucas raízes populares, que precisava de legitimação.
d) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria,
a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação.
e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado
movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país.
39- (ENEM-2010) Negro, filho de escrava e fidalgo português, o
baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela
liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para
cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade
conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, advogado
sem diploma, fez do seu direito o seu oficio e transformou-se, em
pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista.
(AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de História. (Ano
1, nº 3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004(adaptado).
A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda
metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais
condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama
exemplifica a
a) impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma
sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.
b) extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse
contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade.
c) rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que
inviabilizava os mecanismos de ascensão social.
d) possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites
dominantes, a um mestiço filho de pai português.
e) troca de favores entre um representante negro e a elite agrária
escravista que outorgara o direito advocatício ao mesmo.
40- (ENEM-2010)
I - Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica
de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nossos soldados
encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar
brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa república
que já se viu na América Latina, a do Paraguai.(CHIAVENATTO,
J.J. Genocidio americano: a Guerra do Paraguai. São Paulo:
Brasiliense, 1979 (adaptado))
II - O imperialismo inglês, ―destruindo o Paraguai, mantém o status
quo na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único
Estado economicamente livre‖. Essa teoria conspiratória cai contra a
realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa
teoria tem alguma repercusão. (DORATIOTO, F. Maldita guerra:
nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras,
2002 (adaptado))
Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que
ambas estão refletindo sobre
a) a carência de fontes para a pesquisa sobre os reais motivos
dessa Guerra.
b) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra.
c) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha.
d) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os
motivos dessa Guerra.
e) nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argentino
durante o conflito.
41- (ENEM-2010) Coube aos Xavante e aos Timbira, povos
indígenas do Cerrado, um recente e marcante gesto simbólico: a
realização de sua tradicional corrida de toras (de buriti) em plena
Avenida Paulista (SP), para denunciar o cerco de suas terras e a
degradação de seus entornos pelo avanço do
agronegócio.(RICARDO, B; RICARDO, F. Povos indígenas do
Brasil:2001-2005. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2006
(adaptado))
A questão indígena contemporânea no Brasil evidencia a
relação dos usos socioculturais da terra com os atuais
problemas socioambientais, caracterizados pelas tensões entre
a) a expansão territorial do agronegócio, em especial nas regiões
Centro-Oeste e Norte, e as leis de proteção indígena e ambiental.
b) os grileiros articuladores do agronegócio e os povos indígenas
pouco organizados no Cerrado.
c) as leis mais brandas sobre o uso tradicional do meio ambiente e
as severas leis sobre o uso capitalista do meio ambiente.
d) os povos indígenas do Cerrado e os polos econômicos
representados pelas elites industriais paulistas.
e) o campo e a cidade no Cerrado, que faz com que as terras
indígenas dali sejam alvo de invasões urbanas.
42- (ENEM-2010) O Império Inca, que corresponde principalmente
aos territórios da Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme
272
contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o centro
administrativo, com uma sociedade fortemente estratificada e
composta por imperadores nobres, sacerdotes, funcionários do
governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados. A religião
contava com vários deuses, e a base da economia era a agricultura,
principalmente o cultivo da batata e do milho.
A principal característica da sociedade inca era a
a) ditadura teocrática, que igualava a todos.
b) existência da igualdade social e da coletivização da terra.
c) estrutura social desigual compensada pela coletivização de todos
os bens.
d) existência de mobilidade social, o que levou à composição da
elite pelo mérito.
e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a existência de
uma aristocracia hereditária
43- (ENEM-2010) Em 2008 foram comemorados os 200 anos da
mudança da família real portuguesa para o Brasil, onde foi instalada
a sede do reino. Uma sequência de eventos importantes ocorreu no
período 1808-1821, durante os 13 anos em que D. João VI e a
família real portuguesa permaneceram no Brasil.
Entre esses eventos, destacam-se os seguintes:
Bahia – 1808: Parada do navio que trazia a família real
portuguesa para o Brasil, sob a proteção da marinha britânica,
fugindo de um possível ataque de Napoleão.
Rio de Janeiro – 1808: desembarque da família real portuguesa
na cidade onde residiriam durante sua permanência no Brasil.
Salvador – 1810: D. João VI assina a carta régia de abertura dos
portos ao comércio de todas as nações amigas, ato
antecipadamente negociado com a Inglaterra em troca da escolta
dada à esquadra portuguesa.
Rio de Janeiro – 1816: D. João VI torna-se rei do Brasil e de
Portugal, devido à morte de sua mãe D. Maria I.
Pernambuco – 1817: As tropas de D. João VI sufocam a
revolução republicana
GOMES, L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e
uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de
Portugal e a do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2007 (adaptado).
Uma das conseqüências desses eventos foi
a) a decadência do império britânico, em razão do contrabando de
produtos ingleses através dos portos brasileiros.
b) o fim do comércio de escravos no Brasil, porque a Inglaterra
decretara, em 1806, a proibição do tráfico de escravos em seus
domínios.
c) a conquista da região do rio da Prata em represália à aliança
entre a Espanha e a França de Napoleão.
d) a abertura de estradas, que permitiu o rompimento do isolamento
que vigorava entre as províncias do país, o que dificultava a
comunicação antes de 1808.
e) o grande desenvolvimento econômico de Portugal após a vinda
de D. João VI para o Brasil, uma vez que cessaram as despesas de
manutenção do rei e de sua família.
44- (ENEM-2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão
norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural
dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de
Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.
Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural
imaterial pelo Iphan (Instituto do Patrimônio e Artístico
Nacional) porque reúnem um conjunto de
a) objetos arqueológicos e paisagísticos
b) acervos museológicos e bibliográficos
c) núcleos urbanos e etnográficos
d) práticas e representações de uma sociedade
e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.
45- (ENEM-2010) O artigo do Código Penal brasileiro de 1890 dizia:
Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza
corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em
correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão
corporal, provocando tumulto ou desordens.
Pena: prisão de dois a seis meses.(SOARES, C.E.L. A Negregada
instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de
Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994. (adaptado))
O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza
medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal
regulamento expressava
a) a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao
controle da criminalidade urbana.
b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros
governos do período republicano.
c) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada,
desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização.
d) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores
que vinculavam certos grupos ao passado da escravidão.
e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como
categoria social inferior, discriminada e segredada.
46- (ENEM-2010) O príncipe, portanto, não deve se incomodar com
a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal.
De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente
do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que
levem ao assassínio e ao roubo. (MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São
Paulo: Martin Claret, 2009.)
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a
Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem
social, segundo esse autor, baseava-se na
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.