Internship Report - Relatório de Estágio
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UNILINS - Centro Universitário de LinsFundação Paulista de Tecnologia e Educação
C.N.P.J. nº 51.665.727/0001-29 - Inscrição Estadual: IsentaAv. Nicolau Zarvos, 1925 - CEP 16.401-371 - Lins-SP - Fone/Fax (014) 3533-3200Homepage: www.unilins.edu.br / e-mail: [email protected]
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURRICULAR
JBS S/A - UTE BIOLINS
Reinaldo Donizeti da Costa JuniorID: 203911
Lins, 12 de dezembro de 2016.
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISONADO CURRICULAR
Relatório final de estágio
supervisionado curricular, apresentado
pelo graduando REINALDO DONIZETI
DA COSTA JUNIOR, como requisito
para conclusão do curso de
Engenharia Elétrica do Centro
Universitário de Lins – Unilins, sob a
orientação do professor Engenheiro
Mestre José Vital Ferraz Leão e
supervisão do Engenheiro Lari
Barbosa Junior.
Lins
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
2016
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Aluno: Reinaldo Donizeti da Costa Junior ID: 203911Curso: Engenharia Elétrica
INSTITUIÇÃO:
UNILINS – Centro Universitário de Lins
Coordenador Acadêmico: Eng°. Msc. José Vital Ferraz Leão
Av. Nicolau Zarvos, 1925 - Jardim Aeroporto – Lins - SP.
CGC/MF: 51.665.727/0001-29
Site: www.unilins.com.br Telefone: +55 (14) 3533-3200
EMPRESA:
JBS S/A - UTE BIOLINS
Supervisor: Engenheiro Lari Barbosa Junior.
Parque Industrial, S/N – Gleba 01 – Distrito Industrial - 16.404-110 - Lins, SP
(14) 3511-2045
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CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter concedido tantas oportunidades em minha vida.
A toda a minha família, especialmente ao meu pai Reinaldo Costa que proveu tudo que foi necessário para a minha formação.
Ao meu amigo Murilo Terenciani e sua família por todo o apoio e ajuda durante o curso.
Agradeço ao engenheiro Lari Barbosa Junior pela oportunidade de estagiar sob seu comando e a confiança aplicada a minha pessoa durante esse tempo.
Agradeço também a todo o corpo técnico e colaboradores da UTE Biolins pelos dias de trabalho e aprendizado juntos.
E por fim, agradeço ao professor e coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Unilins, José Vital Ferraz Leão, pelo apoio, orientação e todo seu esforço para que eu pudesse alcançar meus objetivos.
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CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
RESUMO
Este relatório apresenta e relata a experiência e os conhecimentos
obtidos através do estágio supervisionado curricular oferecido pela empresa
UTE Biolins, realizado de julho a setembro de 2016, totalizando 3 meses de
atividades, com a supervisão do engenheiro Engenheiro Lari Barbosa Junior.
As atividades realizadas nesse período tiveram foco em todo o processo de
manutenção que uma usina de geração de energia necessita.
INDICE DE ILUSTRAÇÕES6
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Figura 1 - Caldeira...................................................................................................................14Figura 2 - Complexo Industrial...............................................................................................17Figura 3 - Controle de Rotas e Relatórios Diários de Turno.............................................22Figura 4 - Controle de Rota....................................................................................................22Figura 5 – Detalhamento de Manutenção............................................................................23Figura 6 - Esteira TT-06..........................................................................................................24Figura 7 - Esteira TT-06..........................................................................................................24Figura 8 - Esteira TC-04.........................................................................................................25Figura 9 - Esteira TC-04.........................................................................................................25Figura 10 - Materias em Local Inapropriado........................................................................25Figura 11 - Após a Execução da Limpeza...........................................................................25Figura 12 – Dosadores com Vazamento..............................................................................26Figura 13 – Dosadores com Problema Solucionado..........................................................26Figura 14 - Instalação de Painel Elétrico..............................................................................27Figura 15 - Painel Elétrico......................................................................................................27Figura 16 – CCM – Centro de Comando de Motores.........................................................28Figura 17 - Técnico Trabalhando no CCM...........................................................................28Figura 18 - Fechamento de Motor.........................................................................................28Figura 19 - Motor da TC-04....................................................................................................28Figura 20 - Transmissores de Pressão e Temperatura......................................................29Figura 21 - Posicionador Instalado em um Atuador..........................................................29
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CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Sumário1. Introdução............................................................................................................................8
1.1. A Empresa.........................................................................................................................9
1.2. Objetivos.........................................................................................................................10
1.3. Metas..............................................................................................................................10
1.4. Volume de Trabalho Realizado........................................................................................11
1.5. Condições de Trabalho....................................................................................................11
1.6. Dificuldades Encontradas................................................................................................11
1.7. Relacionamento no Trabalho e Ambiente......................................................................12
2. Conteúdo................................................................................................................................12
2.1. Áreas do Estágio..............................................................................................................13
2.2. Programa de Trabalho.....................................................................................................17
2.3. Atividades Realizadas......................................................................................................19
2.3.1. Acompanhamento e Melhoria em Rotas................................................................19
2.3.2. Manutenção Elétrica...............................................................................................20
2.3.3. Manutenção...........................................................................................................20
2.3.4. Alterações em Planilha de Acompanhamento........................................................20
2.3.5. Relatório de Serviços Pendentes............................................................................21
2.3.6. Controle de Rotas e Relatórios Diários de Turno....................................................22
2.3.7. Compras..................................................................................................................23
2.3.8. Implantação do 5S..................................................................................................23
2.3.9. Manutenção Elétrica e Mecânica............................................................................27
2.4. Resultados.......................................................................................................................29
3. Interação: Estágio - Escola......................................................................................................31
3.1. Formação X Estágio.........................................................................................................31
3.2. Conteúdo do Curso X Realidade na Empresa...................................................................31
4. Conclusões.............................................................................................................................31
4.1. O Estágio.........................................................................................................................32
4.2. Aproveitamento Pessoal e Empresarial..........................................................................32
FOLHA DE APROVAÇÃO..............................................................................................................34
Bibliografia.................................................................................................................................35
ANEXOS......................................................................................................................................35
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CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
1. Introdução
O estágio foi realizado na empresa UTE Biolins, em Lins, interior do
estado de São Paulo entre os meses de julho e setembro de 2016 na área de
geração de vapor e energia elétrica utilizando bagaço de cana e outros
resíduos como combustível.
A escolha da empresa se deu em função da importância e do
crescimento do consumo de energia elétrica gerada através desse processo.
Uma tendência nos dias de hoje.
Assim, o estágio que é de extrema importância para o desenvolvimento
profissional do estudante, proporcionou uma abordagem abrangente em todos
os aspectos relacionados a geração de energia elétrica.
O estágio propiciou ao estudante a possibilidade de desenvolver projetos
dentro da empresa, possibilitando a interação com os colaboradores de
diversas áreas.
Desta forma, este relatório de estagio supervisionado curricular,
apresenta todas as atividades e os trabalhos desenvolvidos na empresa UTE
Biolins no setor de geração de energia elétrica.
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CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
1.1. A Empresa
Situada em Lins, no interior do estado de São Paulo a UTE Biolins,
unidade pertencente a JBS, produz energia elétrica a partir da geração de
vapor, onde utiliza o bagaço de cana e outros resíduos como combustível. Sua
capacidade instalada atualmente é de 35 MVA, o suficiente para abastecer o
complexo industrial da JBS nos seus entornos, e comercializar no mercado
livre de energia a produção excedente.
No presente momento, a usina está ampliando suas instalações. No
início de 2017 a previsão é que a empresa consiga produzir 45 MW, potência
capaz de suprir as necessidades energéticas de uma cidade de pelo menos
300 mil habitantes.
Alguns dados:
Número de funcionários: 48
Ramo: Geração de energia elétrica e produção de vapor
Valores: Atitude de dono, Determinação, Disciplina, Disponibilidade,
Simplicidade, Franqueza e Humildade.
Crenças: Foco no detalhe, mão na massa, as coisas só são
conquistadas com muito trabalho, pessoas certas nos lugares certos, atitude é
mais importante que conhecimento, líder é quem tem que conquistar seus
liderados, liderar pelo exemplo, foco no resultado, trabalhar com gente melhor
que a gente, acreditar faz a diferença e produto de qualidade.
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CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
1.2. Objetivos
O principal objetivo do estágio supervisionado é integrar o processo de
ensino adquirido ao longo de 6 anos a pesquisa e aprendizagem. Proporcionar
ao aluno a oportunidade de aplicar todo o conhecimento e habilidades
desenvolvidas durante o curso. Outro ponto importante é a possiblidade de
inserir o aluno no mercado de trabalho por um curto período, possibilitando o
confronto entre o conhecimento teórico e a pratica adotada na realização de
diversas tarefas diárias do engenheiro eletricista e suas atividades, aliada a
supervisão e auxílio de profissionais experientes.
Alguns dos objetivos apresentados pelo estágio são:
Proporcionar ao aluno a oportunidade de solucionar problemas
técnicos reais, sob a orientação de um supervisor;
Agregar valores junto ao processo de avaliação institucional, a
partir do resultado do desempenho do aluno no mercado de
trabalho;
Possibilitar que o aluno tenha vivencia com engenheiros e
funcionários treinados para execução de tarefas na área da
engenharia elétrica.
1.3. Metas
As metas incumbidas ao estágio supervisionado objetiva proporcionar ao
estagiário a participação em atividades diversas relacionadas com sua área de
atuação, explorando as todas competências de relevante importância para o
desempenho de atividades diversas.
O objetivo principal é preparar o estagiário para o mercado de trabalho,
preparando-o para desempenhar funções de grande responsabilidade. Ter
conhecimento prático é de suma importância para o futuro do engenheiro
eletricista.
11
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
1.4. Volume de Trabalho Realizado
Ao longo do estágio, a carga de trabalho imposta aos projetos propostos
pela gerencia e supervisão contribuiu para o crescimento profissional e
principalmente para que o estagiário tivesse uma visão geral do funcionamento
de uma usina de geração de energia através da queima do bagaço de cana-de-
açúcar e outros resíduos. O trabalho em si foi realizado internamente e em
campo provendo maior dinamismo ao estagiário. A empresa forneceu além de
ótimas condições de trabalho, horários flexíveis. Além disso, o estagiário pôde
acompanhar e participar de duas paradas programadas para manutenção geral
da planta.
1.5. Condições de Trabalho
A empresa forneceu ótimas condições de trabalho e as ferramentas
necessárias para o desenvolvimento de todas as atividades propostas.
As atividades desenvolvidas no período de três meses foram totalmente
supervisionadas por profissionais altamente treinados e qualificados.
Proporcionando o ambiente adequado para o desenvolvimento de um
profissional na área da engenharia elétrica.
1.6. Dificuldades Encontradas
Durante o período de três meses de estágio foi possível adquirir
experiência e conhecimento em diversas áreas relacionadas a cogeração de
energia elétrica. As dificuldades encontradas foram em relação a aplicação da
teoria à prática e também de tecnologias avançadas que a empresa dispõe,
fazendo com que as abordagens dos problemas diários fossem mais
abrangentes.
12
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
1.7. Relacionamento no Trabalho e Ambiente
O estágio supervisionado na UTE Biolins proporcionou um grande ganho
pessoal e profissional. Durante o período de estágio foi possível se relacionar
com profissionais de diversas áreas de atuação. Todos os colaboradores
tiveram participação importante na busca por resultados e na solução de
tarefas diárias. Sempre que solicitados foram atenciosos e dedicados em tirar
dúvidas e até mesmo ajudar em diversas atividades.
2. Conteúdo
Neste capitulo serão apresentados todo conteúdo e atividades
relacionadas ao estágio supervisionado curricular de engenharia elétrica,
realizado na empresa UTE Biolins localizada na cidade de Lins-SP, durante o
segundo semestre do ano de 2016, com a supervisão do engenheiro Lari
Barbosa Junior no setor de geração de energia.
Os trabalhos realizados dentro da empresa tiveram como principal
objetivo a melhoria e agilidade na solução de problemas diários com a
implantação de rotas no intuito de prevenir e identificar problemas além de
garantir a segurança nos processos que envolvem a cogeração de energia
elétrica através da queima do bagaço de cana-de-açúcar.
2.1. Áreas do Estágio
Cogeração de Energia Elétrica
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CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
De acordo com a ANEEL - AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA existem diversas rotas tecnológicas para obtenção da energia
elétrica a partir da biomassa. Todas buscam a conversão da matéria-prima em
um produto intermediário que será utilizado em uma máquina motriz. Essa
máquina produzirá a energia mecânica que acionará o gerador de energia
elétrica. De uma maneira geral, todas as rotas tecnológicas, também, são
aplicadas em processos de cogeração – produção de dois ou mais energéticos
a partir de um único processo para geração de energia - tradicionalmente
utilizada por setores industriais.
A UTE Biolins gera vapor e energia elétrica através da queima do
bagaço de cana-de-açúcar (principal combustível), cavaco de madeira, casca
de amendoim, pó de serra e biomassas diversas como casca de arroz entre
outros.
A rota tecnológica desenvolvida pela UTE Biolins atualmente é:
Ciclo a vapor com turbinas de contrapressão: É empregado de forma
integrada a processos produtivos por meio da cogeração. Nele, a biomassa é
queimada diretamente em caldeiras e a energia térmica resultante é utilizada
na produção do vapor. Este vapor pode acionar as turbinas usadas no trabalho
mecânico requerido nas unidades de produção e as turbinas para geração de
energia elétrica. Além disso, o vapor que seria liberado na atmosfera após a
realização desses processos pode ser encaminhado para o atendimento das
necessidades térmicas do processo de produção. Este processo está maduro
do ponto de vista comercial e é o mais disseminado atualmente. O Brasil conta,
inclusive, com diversos produtores nacionais da maior parte dos equipamentos
necessários.
Atualmente a UTE Biolins está ampliando as suas instalações buscando
atender o complexo industrial da JBS (frigorífico e Curtume) sem interrupções e
comercializar energia elétrica em maior escala. Para isso uma nova rota
tecnológica está sendo implantada:
Ciclo a vapor com turbinas de condensação e extração: Consiste na
condensação total ou parcial do vapor ao final da realização do trabalho na
14
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
turbina para atendimento às atividades mecânicas ou térmicas do processo
produtivo. Esta energia a ser condensada, quando inserida em um processo de
cogeração, é retirada em um ponto intermediário da expansão do vapor que irá
movimentar as turbinas. A diferença fundamental desta rota em relação à
contrapressão é a existência de um condensador na exaustão da turbina e de
níveis determinados para aquecimento da água que alimentará a caldeira. A
primeira característica proporciona maior flexibilidade da geração termelétrica
(que deixa de ser condicionada ao consumo de vapor de processo). A segunda
proporciona aumento na eficiência global da geração de energia. Este sistema,
portanto, permite a obtenção de maior volume de energia elétrica. No entanto,
sua instalação exige investimentos muito superiores aos necessários para
implantação do sistema simples de condensação.
A UTE Biolins conta atualmente com uma caldeira, mostrada na figura 1,
monodrum de 67 KGf/cm2, 150 ton/h de vazão com vapor superaquecido de
520 graus Celsius que gera em média cerca de 86.802,50 ton mensais.
Figura 1 - Caldeira
O seu gerador fabricado pela GE com potência de 35MVA, tensão de
trabalho de 13,8 KV e acionado por uma turbina NG-HC1000 de 30MW produz
em média 13.435,77 MWh mensais. Esses valores podem ser analisados no
15
Gráfico 1- Acompanhamento Técnico de Produção
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
gráfico 1. Vale ressaltar que as médias acima citadas fazem referência ao valor
produzido mensalmente com paradas de funcionamento para manutenção da
planta.
O gráfico 2 mostra o consumo mensal do complexo industrial que a UTE
Biolins atende.
16
Junho Julho Agosto0.00
20,000.00
40,000.00
60,000.00
80,000.00
100,000.00
120,000.00
77,440.00 81,075.00
101,892.50
10,849.86 12,313.4917,143.95
Acompanhamento Técnico de Produção
Geração de Vapor (ton) Geração de Energia Elétrica (MWh)
Gráfico 2 - Fornecimento de Vapor (ton)
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
O gráfico 3 mostra o consumo de energia elétrica no mesmo período.
Com uma breve análise dos números gerados pela usina entre os meses
de junho e agosto, foi possível um melhor entendimento do ramo de atuação e
17
Junho Julho Agosto0.00
2,000.00
4,000.00
6,000.00
8,000.00
10,000.00
12,000.00
14,000.00
16,000.00
18,000.00
20,000.00
15,360.17 15,258.9314,245.50
18,547.6316,892.49
18,482.38
Fornecimento de Vapor (ton)
Frigorífico Complexo BR
Junho Julho Agosto0.00
1,000.00
2,000.00
3,000.00
4,000.00
5,000.00
6,000.00
7,000.00
6,258.59 6,400.88 6,512.06
4,037.93 3,946.54 4,130.48
Fornecimento de Energia Elétrica (MWh)
Frigorífico Complexo BR
Gráfico 3 - Fornecimento de Energia Elétrica (MWh)
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
do trabalho a ser desenvolvido durante o estágio. Abaixo a Figura 00 mostra
parte do complexo industrial de Lins-SP.
Figura 2 - Complexo Industrial
Portanto, estagiar na UTE Biolins proporcionará ao graduando a
oportunidade de vivenciar o dia-dia de uma usina de porte considerável de
geração de energia.
2.2. Programa de Trabalho
Durante as 390 horas trabalhadas dentro da usina, foram realizadas
diversas atividades propostas pelos supervisores e pela equipe de trabalho.
Inicialmente foi apresentado todo o processo de geração. Após isso foi possível
acompanhar os supervisores, técnicos eletricistas, mecânicos e operadores de
caldeira em suas atividades diárias.
Abaixo é possível visualizar na Tabela 1 e no Gráfico 4 a programação
do estágio.
18Tabela 1 – Tabela de Programação do Estágio
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Gráfico 4 - Gráfico de Programação de Estágio
2.3. Atividades Realizadas
Nesse capítulo serão apresentadas as atividades executadas durante o
período do estágio e a contribuição do estagiário para a realização do projeto
de melhoria na usina.
Ao ingressar na empresa houve um processo de integração onde foram
apresentadas todas as particularidades da usina, dos riscos associados ao
manuseio e manutenção de certos equipamentos de alta tensão, dos
ambientes muitas vezes inóspitos encontrados em uma usina de cogeração e
formas de prevenir acidentes causados por descuido ou até mesmo excesso de
confiança. Após isso foi possível fazer reconhecimento de todos os setores da
planta e dos colaboradores. Foi realizado também, curso NR 35 - Norma
Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura.
19
Julho Agosto Setembro0
5
10
15
20
25
Gráfico de Programação de Estágio
Integração Reconhecimento Levantamento Melhorias Relatório
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Após essa primeira experiência dentro da usina foi possível conhecer de
fato os processos e métodos utilizados por técnicos para a identificação e
solução de problemas diários.
Assim, após todos os esclarecimentos referentes as atividades a serem
executadas, o estagiário foi incumbido de realizar acompanhamento das
atividades relacionadas a elétrica e mecânica.
2.3.1. Acompanhamento e Melhoria em Rotas
As rotas de manutenção foram criadas para que os técnicos da elétrica e
da manutenção pudessem manter todos os equipamentos em perfeitas
condições de funcionamento.
2.3.2. Manutenção Elétrica
Para controle de atividades diárias executadas pelos técnicos da
manutenção elétrica existe um relatório diário de turno onde os técnicos
anotam todas as alterações, serviços que devem ser executados
posteriormente ou apenas para conhecimento do supervisor. Além disso a
equipe de manutenção elétrica conta com mais três rotas que são elas: Rota do
Gerador, Rota de Motores e Rota de Válvulas.
2.3.3. Manutenção
O setor de manutenção por sua vez conta com um relatório diário de
turno onde os técnicos seguem a mesma linha da elétrica e uma Rota de
Inspeção de Equipamentos que abrange toda a planta, vistoriando
transportadores, caldeira, osmose, filtro de fuligem, torres e compressores.
20
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Com esses dados em mãos foi possível fazer o acompanhamento e
gerenciamento dessas informações inserindo todas as informações em
planilhas.
2.3.4. Alterações em Planilha de Acompanhamento
No período de três meses, todos os dados recebidos foram organizados
na planilha Detalhamento de Manutenção onde foi possível visualizar os
serviços já realizados e os pendentes. Após 7 dias de estágio algumas
alterações foram necessárias.
Primeiramente, para que se tivesse maior controle de cada serviço a ser
realizado foi criado o campo “Serviço” onde cada manutenção executada ou
pendente fosse identificada através de um número. Outro campo de extrema
importância também foi incluído sendo ele “Posicionamento”. Esse campo é
destinado a informar em que situação o equipamento se encontra atualmente,
por exemplo: se nenhuma medida ainda foi tomada para que essa eventual
falha fosse corrigida, se o equipamento foi enviado para conserto ou está com
o fornecedor, se o equipamento está aguardando peça, aguardando requisição,
pedido de compra, etc.
Todas essas informações contribuíram para melhorar o desempenho
das atividades realizadas.
2.3.5. Relatório de Serviços Pendentes
Devido ao grande número de ocorrências e em algumas ocasiões falta
de comunicação entre técnico e supervisor, muitos serviços já identificados
eram incluídos novamente nas pendencias. Para isso foi criado o Relatório de
Serviços Já Pendentes onde o técnico recebe a lista de pendencias que é
atualizada diariamente e lá faz as alterações que se fizerem necessárias para
21
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
cada situação. Com isso foi possível eliminar as duplicidades em até 95% dos
casos.
2.3.6. Controle de Rotas e Relatórios Diários de Turno
Devido ao número de funcionários e a falta de um software gerenciador
de chamados foi necessária a criação de uma planilha de controle de entrega
de relatórios, pois, nem todos os técnicos executavam a tarefa diariamente.
No mês de junho, primeiro mês que a empresa aderiu a esse controle
conforme mostra a Figura 3, 26 relatórios ou rotas deixaram de ser executadas.
As células com a cor vermelha expressam essas faltas.
22
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
No mês de julho, foram implantadas rotas de motores e válvulas
conforme a Figura 4.
Figura 4 - Controle de Rota
Mesmo com o aumento de rotas houve redução no número de relatórios
não entregues, totalizando 23 no fim do referido mês.
2.3.7. Compras
Durante as atividades diárias também se fez necessária a criação dos
campos “Requisição” e “Pedido” para que os supervisores tivessem mais
controle sobre o status do equipamento. O funcionário do setor Compras
também foi instruído sobre o funcionamento e a importância da planilha de
controle.
23
Figura 3 - Controle de Rotas e Relatórios Diários de Turno
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
A figura 5 mostra como a planilha é alimentada diariamente.
2.3.8. Implantação do 5S
No mês de julho, devido a necessidade de maior organização na usina,
foi iniciada a implantação do programa 5S ou como é chamado em alguns
lugares House Keeping.
É um conjunto de técnicas desenvolvidas no Japão para envolver todos
os membros de uma organização na administração e organização do local de
trabalho.
5S vem das iniciais das cinco técnicas que o compõe:
Seiri - organização, utilização, liberação da área;
Seiton - ordem, arrumação;
Seiso - limpeza;
Seiketsu - padronização, asseio, saúde;
Shitsuke - disciplina, autodisciplina.
Os principais objetivos desse programa são:
Melhoria do ambiente de trabalho;
Prevenção de acidentes;
Incentivo à criatividade;
Redução de custos;
Eliminação de desperdício;
Desenvolvimento do trabalho em equipe;
Melhoria das relações humanas;
24
Figura 5 – Detalhamento de Manutenção
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Melhoria da qualidade de produtos e serviços.
Esse programa assim como todas as mudanças iniciadas no mês de
julho surte efeito com o tempo. É de grande importância a conscientização e o
conhecimento de todos os membros da organização para que os objetivos
sejam alcançados.
Alguns exemplos de aplicação serão demonstrados a seguir:
A Figura 6 mostra um vazamento de bagaço através de um orifício
utilizado para desenroscar a corrente da esteira TT-06. Após a identificação do
problema a caldeiraria tomou as devidas providências e eliminou o vazamento
conforme mostra a Figura 7.
A Figura 8 mostra que a proteção do motor da esteira está desencaixada
em local inapropriado podendo causar graves lesões. Após a identificação a
proteção foi reinstalada conforme mostra a Figura 9.
25
Figura 6 - Esteira TT-06 Figura 7 - Esteira TT-06
Figura 8 - Esteira TC-04
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Durante uma rota de 5S foram encontrados materiais e peças utilizadas
em uma parada programada jogados no último patamar do Spray Ball conforme
Figura 00. O mecânico do dia foi informado sobre o problema e recolheu os
materiais.
A Figura 12 mostra um vazamento de bagaço em um dos dosadores.
Vários dosadores apresentavam o mesmo problema. A Caldeiraria foi
informada sobre o problema e tomou as devidas providencias na mesma
semana conforme mostra a Figura 13. A empresa terceirizada responsável pela
limpeza levará menos tempo para executar a limpeza do patamar dos
dosadores.
26
Figura 11 - Após a Execução da Limpeza
Figura 13 – Dosadores com Problema Solucionado
Figura 12 – Dosadores com Vazamento
Figura 10 - Materias em Local Inapropriado
Figura 9 - Esteira TC-04
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
De acordo com as imagens acima, é possível concluir que o programa
5S é de grande valia para que a empresa esteja sempre organizada,
eliminando possíveis acidentes e reduzindo emprego de mão de obra
terceirizada.
2.3.9. Manutenção Elétrica e Mecânica
Em diversas oportunidades foi possível acompanhar tanto o técnico
eletricista quanto o mecânico em atividades diárias. Essas atividades foram
importantes para o desenvolvimento e comparação do que se aprende em sala
de aula.
As Figuras 14 e 15 mostram a instalação de um painel com tensão de
380V alimentado por um transformador de 13.800V.
27
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
Foi possível também acompanhar
manutenções executadas nos painéis do CCM. A figura 16 mostra a instalação
de uma chave soft-starter ao lado de um inversor de frequência. A Figura 17
mostra a manutenção executada em outro painel elétrico.
28
Figura 17 - Técnico Trabalhando no CCMFigura 16 – CCM – Centro de Comando de Motores
Figura 15 - Instalação de Painel Elétrico
Figura 14 - Painel Elétrico
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
As figuras 18 e 19 mostram manutenções realizadas nos motores da
bomba do Permeado e da esteira TC-04.
As figuras 20 e 21 mostram a instalação de transmissores de pressão e
temperatura e posicionador de válvula pneumática.
2.4. Resultados
Após três meses de estágio utilizando as ferramentas disponíveis para o
gerenciamento de serviços realizados na elétrica e mecânica, foi possível
traçar o gráfico 5 onde se expressa a relação entre quantidade de manutenção
realizada por quatro meses de serviço.
29
Figura 18 - Fechamento de MotorFigura 19 - Motor da TC-04
Figura 20 - Transmissores de Pressão e Temperatura
Figura 21 - Posicionador Instalado em um Atuador
Gráfico 5 - Controle de Manutenção
CENTRO TECNOLÓGICO DE LINS
O gráfico nos mostra que no mês de maio quando ainda não havia um
controle de manutenção refinado e algumas rotas ainda não haviam sido
implantadas, tivemos 355 ações de reparo. No mês seguinte após introduzir
planilhas de controle e procedimentos para acompanhamento de manutenção
preventiva/corretiva e encaminhar os relatórios de serviços pendentes para os
técnicos, houve uma redução de 24% na lista de pendências. O mês de agosto
se manteve como o mês de julho.
Todos as alterações, melhoras em planilhas e criação de procedimentos
mencionadas nos capítulos anteriores, impactaram positivamente no resultado
final, possibilitando os supervisores a encaminhar as ordens de serviço com
foco nos problemas e chamados mais importantes, tendo sempre em mente os
serviços que serão deixados para serem realizados na próxima parada. Os
técnicos estão sempre atualizados, recebendo informações atualizadas todos
os dias.
Se tomarmos como exemplo a Elétrica, é possível observar que houve
uma redução gradativa no número de manutenções, mesmo com a inserção de
novas rotas e as mesmas sendo executadas nos prazos pré-determinados.
Isso demonstra que o controle empregado surte resultados positivos com foco
no problema. Através dessas informações o supervisor consegue direcionar e
gerenciar a atividade de seus técnicos com maior facilidade. O gráfico 6 mostra
todos os serviços realizados entre os meses de junho e setembro pela Elétrica.
30
Junho Julho Agosto Setembro0
50
100
150
200
250
300
350
400
Controle de Manutenção
Geral Elétrica Mecânica Caldeiraria
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Gráfico 6 - Serviços
De acordo com o gráfico acima é possível observar uma redução nos
serviços executados. A tendência é que em um certo ponto o número de
manutenções mensais se estabilize.
3. Interação: Estágio - Escola
As respostas das perguntas que foram propostas estão no roteiro de
relatório de estágio.
3.1. Formação X Estágio
Todas as atividades desenvolvidas dentro da empresa tiveram um
impacto positivo na formação do estagiário, fazendo com que as dúvidas e
detalhes não discutidos em sala de aula fossem sanados com a prática. A
supervisão de profissionais experientes foi de grande importância para a
execução de atividades diversas.
3.2. Conteúdo do Curso X Realidade na Empresa
Com todo o conhecimento adquirido em sala de aula ao longo do curso
de Engenharia Elétrica foi possível a realização de diversas atividades
oferecidas durante o estágio.
31
Junho Julho Agosto Setembro0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Serviços
Elétrica
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O estágio em si, proporcionou uma grande oportunidade de entender e
participar do processo de geração de energia elétrica através do bagaço de
cana. Um assunto comumente não abordado em sala de aula.
4. Conclusões
Avaliação:
4.1. O Estágio
O estágio realizado na empresa UTE Biolins contribui e impactou de
forma positiva a formação do estagiário complementando o conteúdo adquirido
em sala de aula ao longo do curso de Engenharia Elétrica.
A empresa proporcionou todas as condições necessárias para que o
estagiário pudesse desenvolver atividades relacionadas a sua formação e
atividades relacionadas ao processo de geração de energia. O convívio junto
as equipes de todos os setores trouxeram uma visão ampla de gestão de
pessoas e organização de trabalho. A participação em projetos de organização
com foco na execução de tarefas diárias e a liberdade de expressar opiniões
fez com que o estagiário desenvolvesse habilidades importantíssimas na sua
área de atuação. Na parte técnica o estagiário pôde acompanhar técnicos e
supervisores experientes, vivenciando o dia-dia de uma usina. Os diversos
assuntos abordados durante os três meses de estágio servirão como bagagem
para futuras oportunidades.
Desta maneira, o estágio supervisionado cumpriu o seu papel,
contribuindo para a formação do engenheiro eletricista, preparando o mesmo
para o mercado de trabalho.
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4.2. Aproveitamento Pessoal e Empresarial
Durante três meses estagiando no setor de geração de energia elétrica a
partir do bagaço de cana e as atividades realizadas nesse período, proveram
conhecimento e uma visão ampla das técnicas utilizadas nesse ramo. Dentro
da universidade o aluno fica limitado a teoria dos assuntos abordados. Na
usina foi possível desenvolver toda a teoria aliada a prática e execução de
todas atividades sendo supervisionado por profissional altamente capacitado.
As dificuldades e até mesmo o não conhecimento de algumas técnicas
tornaram o estágio ainda mais proveitoso e desafiador.
Assim, o estágio colaborou com a formação do acadêmico, sanando
dúvidas, ensinando novas técnicas, trazendo-o para a realidade de uma usina
termoelétrica complementando o que foi abordado na universidade sendo de
grande importância para a formação do engenheiro eletricista.
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FOLHA DE APROVAÇÃO
_________________________________________
REINALDO DONIZETI DA COSTA JUNIOR
ESTAGIÁRIO
______________________________________________
ENG. LARI BARBOSA JUNIOR
SUPERVISOR
_____________________________________________
ENG. MS. JOSÉ VITAL FERRAZ LEÃO
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COORDENADOR UNILINS
Bibliografia ANEEL. FONTES RENOVÁVEIS, 2016. Disponivel em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par2_cap4.pdf>. Acesso em: 28 setembro 2016.
PETRONOTICIAS, TURBINA PARA TERMELETRICA DA JBS. Disponivel em: < http://www.petronoticias.com.br/archives/85590 >. Acesso em: 27 Setembro 2016.
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ANEXOS
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