Inorgânica - Estudo Experimental Das Propriedades Dos Reagentes

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - COORDENAÇÃO DE ENSINO TÉCNICO DISCIPLINA - Laboratório de Química Inorgânica Prof. Diana Quintão. Quí. 2A - T2 Alunos: Henrique Trindade Dutra Luana Ramalho Silva Data da prática: 29/04/15 Estudo experimental das propriedades dos reagentes

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Este procedimento visava exemplificar de forma prática diversas propriedades presentes em alguns reagentes

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - COORDENAÇÃO DE ENSINO TÉCNICO

DISCIPLINA - Laboratório de Química Inorgânica

Prof. Diana Quintão. Quí. 2A - T2

Alunos: Henrique Trindade Dutra

Luana Ramalho Silva

Data da prática: 29/04/15

Estudo experimental das propriedades dos reagentes

Belo Horizonte

1º Semestre 2015

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1 Introdução

O experimento que será descrito por meio deste relatório aborda diversas propriedades que

comumente estão presente em vários reagentes utilizados no cotidiano de um laboratorista, e as

propriedades que serão abordadas podem tanto ser a única de um reagente como também podem estar

associadas a outras propriedades, ou seja, é possível a existência de um reagente que tenha, por

exemplo, a propriedade de ser deliquescente e de ser fotossensível ao mesmo tempo.

Existem compostos que sob a presença de luz solar sofrem um tipo de reação de terminada de

fotodissociação, que pode ser denominada como a quebra de uma ligação química resultante da

absorção de um fóton por uma molécula [1].Outra propriedade existente e a higroscopia, que denomina-

se como a capacidade de um sólido absorver a umidade do ar, já a deliquescência diz respeito à sólidos

com uma capacidade de absorção de umidade tão grande que os mesmos dissolvem-se, formando uma

solução, quando expostos ao ar. Em contraponto à deliquescência, a eflorescência é a propriedade que

determina que um reagentes tem a capacidade de perder sua umidade para o ambiente, caso o mesmo

esteja com uma umidade relativa muito baixa. A volatilidade de um composto é verificada quando a

mesma possui uma baixa temperatura de ebulição, o que faz com que ela troque da fase liquida para a

gasosa em temperatura ambiente, geralmente substancias que apresentam essa propriedade devem ser

armazenadas em refrigeradores e devem ser manipuladas em capelas de exaustão. Quando em um

sólido verifica-se a mudança da fase sólida direto para a fase gasosa, sem intermediar na fase liquida,

classifica-se esse solido detendo a propriedade de sublimação. Há também reagentes que reagem com

componentes presentes no ar atmosférico e por isso os mesmos devem ser armazenados com um

cuidado especial, como exemplo o sódio metálico que deve ser armazenado em querosene para que o

mesmo não reaja com o oxigênio e os vapores de água presentes no ar. Além desses alguns reagentes

reagem de forma muito violenta com alguns outros reagentes o que faz com que os mesmos tenham de

ser armazenados observando-se se os mesmos não estão próximos à reagentes que o fariam reagir

violentamente caso haja algum acidente. Temos ainda a propriedade de adsorção que se refere às

ligações das moléculas à superfície [1], ou seja, são os compostos que reagem com a superfície de um

outro composto, devido a isso geralmente para realizar algum processo que envolva adsorção é

comum que se aumente a superfície de contato do adsorvente para que a reação ocorra da maneira

mais eficaz o possível. Por fim temos o fenômeno da radiação, que está presente em isótopos de

átomos instáveis como o urânio-238, onde o mesmo irá expulsar de seu núcleo nêutrons, prótons e

energia para que assim obtenha-se um núcleo mais estável.

O objetivo que se visava ao realizar esse experimento era demonstrar de forma experimental

algumas das propriedades muito comuns de serem encontrados em reagentes químicos, que são a

fotossensibilidade, a higroscopia, a deliquescência, a eflorescência, a reatividade constituinte do ar, a

volatilidade, a sublimação a radioatividade e pôr fim a adsorção.

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2 Metodologia

2.1 Materiais

Algodão hidrofílico;

2 Bastões de vidro;

5 Béqueres (50 mL);

2 Béqueres (100 mL);

5 Capsulas de porcelana;

Chapa agitadora com aquecimento;

Coluna cromatográfica;

Dessecador;

Erlenmeyer;

5 Espátulas;

Grade;

Papel Kraft;

Placa Petri;

5 Pipetas de Pasteur;

Tubo de ensaio;

4 Vidros de Relógio.

2.2 Reagentes

Acetato de Uranila Diidratado (UO2 (CH3OO)2 . H2O);

Toxicidade: Radioativo, irritante para o nariz e garganta. Irritante para os olhos. Inalado,

causará tosse ou dificuldade respiratória. [2]

Ácido Clorídrico (HCl);

Toxicidade: Volátil. Em contato com a pele gera irritação e corrosão, inalação provoca

tosse e doenças cardiovasculares, caso o vapor entre em contato com os olhos provoca o

perigo de cegueira. [3]

Ácido Nítrico (HNO3);

Toxicidade: É muito corrosivo para pele, olhos, aparelho digestivo e trato respiratório. [4]

Ácido Sulfúrico (H2SO4);

Toxicidade: Irritação e corrosão, tosse, náuseas, vômitos, diarreia, dores e perigo de

cegueira. [5]

Cloreto de Sódio (NaCl);

3

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Toxicidade: Se ingerir em grandes quantidades pode causar danos sérios aos rins e ao

sistema nervoso central, resultando em possível morte. Inalação ou contato com os olhos e

pele em grande quantidade, pode causar irritações. [6]

Cloreto de Césio (CsCl)

Toxicidade: Não apresenta nenhum risco.

Dicromato de Potássio (K2Cr2O7);

Toxicidade: Pode causar feridas por inalação. Nocivo em contato com a pele. Tóxico por

ingestão. [7]

Hidróxido de Cálcio (NaOH);

Toxicidade: Irritante para a pele e vias respiratórias em casos de inalação. [8]

Hidróxido de Amônio (NH4OH);

Toxicidade: Devido à liberação de amônia, pode ser sufocante e de extrema irritação aos

olhos, garganta e trato respiratório. Dependendo do tempo de exposição, podem ocorrer

efeitos que vão de suaves irritações a severas lesões no corpo, devido a sua ação cáustica

alcalina. [9]

Iodo (I2);

Toxicidade: Irritação dos tratos respiratório e gastrointestinal, da pele e dos olhos. Pode

causar reações asmáticas. [10]

Nitrato Niqueloso Hexaidratado (Ni (NO3)2 . H2O);

Toxicidade: Substancia carcinogênica. O contato com a pele e olhos pode causar irritação.

Se inalado pode provocar asma. Em caso de incêndio, libera gases tóxicos. Considerado

perigoso para organismos aquáticos. [11]

Nitrato de Prata (AgNO3);

Toxicidade: Quando em contato com a pele provoca queimaduras. [12]

Permanganato de Potássio (KMnO4);

Toxicidade: É perigoso se inalado, ingerido, ou se entrar em contato com os olhos. [13]

Sacarose (C12H22O11);

Toxicidade: Substância não perigosa. Entretanto deve-se evitar o contato com os olhos. [14]

Sílica gel (SiO).

Toxicidade: Nenhum risco significativo à saúde identificado. [15]

Sulfato Cuproso (CuSO4).

Toxicidade: É venenoso se ingerido. Em contato com o fogo pode gerar gases venenosos.

A inalação do pó é venenosa. [16]

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2.3 EPI’s e EPC’s

Jaleco;

Luvas de látex;

Óculos de Segurança;

Capela de Exaustão.

2.4 Procedimento

1. Em um tubo pequeno tubo de ensaio misturou-se uma pequena quantidade de solução de

nitrato de prata com uma pequena quantidade de solução de cloreto de sódio, e colocou-se

o sistema exposto à luz solar por uma hora.

2. Colocou-se um vidro de relógio no centro de uma placa Petri, transferiu-se uma pequena

porção de sulfato cuproso para o vidro de relógio, colocou-se algumas gotas de água na

placa de Petri e fechou-se o sistema por uma hora.

3. Transferiu-se um cristal de nitrato niqueloso para uma capsula de porcelana e manteou-se

o sistema exposto ao ar por uma hora.

4. Utilizando um papel Kraft secou-se um pequeno cristal de nitrato niqueloso hexaidratado

e o transferiu para um vidro de relógio, e deixou-o em dessecador por uma hora.

5. Transferiu-se uma pequena porção de hidróxido de cálcio para uma capsula de porcelana e

deixou-se o sistema exposto ao ar por uma hora. Adicionou-se algumas gotas de ácido

nítrico.

6. Em uma capela de exaustão, destampou-se os frascos de ácido clorídrico e hidróxido de

amônio próximos um ao outro e posicionou-se um vidro de relógio em cima de ambos os

frascos, a fim de fazer com que os vapores provenientes dos frascos entrassem em contato.

7. Utilizando uma espátula transferiu-se uma pequena porção de iodo para um béquer e o

cobriu com um vidro de relógio contendo um cubo de gelo em sua superfície. Utilizando-

se uma chapa agitadora com aquecimento aqueceu-se o sistema.

8. Transferiu-se uma pequena porção de açúcar para uma capsula de porcelana e na capela de

exaustão adicionou-se algumas gotas de ácido sulfúrico.

9. Transferiu-se alguns cristais de permanganato de potássio em uma capsula de porcelana,

na capela de exaustão adicionou-se algumas gotas de ácido sulfúrico na capsula de

porcelana. Em outra capsula de porcelana colocou-se um chumaço de algodão embebido

em álcool. Utilizando um bastão de vidro agitou-se o sistema composto pelo

permanganato de potássio e ácido sulfúrico e utilizando o mesmo bastão tocou-se no

algodão com álcool.

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10. Observou-se o rótulo do frasco que contém o acetato de uranila e comparou com o frasco

contendo o cloreto de césio

11. .

12. Preparou-se uma solução contendo permanganato de potássio e Dicromato de potássio.

Em uma coluna cromatográfica adicionou-se sílica gel até sua metade, colocou-se um

béquer na saída da coluna cromatográfica e verteu-se a solução preparada anteriormente,

trocou-se o béquer quando o efluente proveniente da saída da coluna trocou de cor.

2.5 Montagem

Figura 1 Montagem utilizada para a realização do teste de sublimação. [17]

Figura 2 Montagem utilizada para realizar o teste de absorção. [17]

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3 Resultados e Discussões

A fim de facilitar a compreensão das informações o experimento foi dividido de acordo com cada

propriedade que se deseja analisar e serão apresentados os resultados de acordo com cada propriedade

do reagente.

1) Fotossensibilidade

Ao reagir-se no tubo de ensaio as soluções de cloreto de sódio e de nitrato de prata houve a

mudança de cor do sistema pois formou um precipitado de com branca evidenciando uma reação de

dupla troca, onde houve a formação de cloreto de prata, o sólido precipitado e de nitrato de sódio, que

será representada a seguir.

Equação 1 Reação entre a solução de cloreto de sódio e a solução de nitrato de prata

NaCl (Aq) + AgNO3 (Aq) → AgCl (S) + NaNO3 (Aq)

Em seguida, ao expor o sistema à luz solar por uma hora observou-se a mudança de coloração do

precipitado de branco para um cinza metálico, onde isso é observado devido a decomposição do

cloreto de prata em prata metálica e gás cloro, que será representada pela equação a seguir.

Equação 2 Decomposição do cloreto de prata devido à exposição à luz

AgCl (S) Ag (S) + ½ Cl (G)

Portanto a partir desse resultado é possível inferir que o cloreto de prata possui a propriedade de

ser fotossensível, pois o mesmo reage, decompondo-se em prata metálica e cloro, apresentando um

escurecimento do precipitado e a formação de gases, quando o mesmo é exposto à luz solar.

2) Higroscopia

Após esperar uma hora, foi possível perceber que os grãos de sulfato de cobre que anteriormente

eram de coloração azul claro adquiriram uma coloração azul escuro, muito intenso, isso deve-se ao

fato do sulfato cuproso, totalmente anidro, ter uma coloração branca, e do sulfato cuproso

pentaidratado. Portanto como a amostra utilizada inicialmente tinha uma coloração azul claro, a

mesma não era totalmente anidra, assim como ela não era totalmente hidratada, a amostra possuía uma

hidratação mediana.

Esta propriedade de hidratar-se é caracterizada como a higroscopia, que é a capacidade de uma

substância reagir com a água fortemente, a ponto da mesma estar associada a estrutura inicial do

composto, e essa associação irá resultar na alteração de alguma característica do composto, podendo

alterar a coloração, tornar o sólido pegajoso, ou fazer com que as amostras passem a ter grãos muito

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maiores. Portanto é possível afirmar que o sulfato de cobre (II) possui a característica de ser

higroscópico.

3) Deliquescência

Após esperar-se o período de uma hora, o nitrato niqueloso, que anteriormente estava em um

cristal sólido de coloração verde, encontrava-se em solubilizado em água que ele absorveu do

ambiente. A seguir a imagem que apresenta a solução formada.

Figura 3 Solução aquosa de nitrato niqueloso formada após a exposição ao ar [17]

Esse fenômeno é observado pois o sólido tem a propriedade de deliquescência, que indica a

capacidade de um composto absorver tão fortemente a umidade do ar que o mesmo se solubiliza

apenas com a umidade presente no ar. A propriedade da deliquescência pode ser interpretada como

uma higroscopia muito intensa, pois a deliquescência é capacidade de absorver tanta umidade a ponto

de solubilizar-se na água absorvida, enquanto a higroscopia absorve-se apenas parte da umidade.

Portanto podemos dizer que um sólido deliquescente é um sólido muito higroscópico.

4) Eflorescência

Após passar o tempo esperado no dessecador não foi possível observar alterações significativas na

aparência do cristal, isso deve-se ao fato da sílica gel do dessecador já estar saturada o que faz com

que a mesma não consiga mais retirar a umidade do ar, fazendo com que não se pudesse verificar a

propriedade da eflorescência que, de acordo com Clementina, pode ser definida como perda

espontânea de águas de cristalização dos sais iónicos hidratados [18], portanto pode ser entendida como

a antagonista da higroscopia pois, a eflorescência é a perda de água para o ambiente, enquanto a

deliquescência é a captura da água presente no ar atmosférico.

5) Reatividade ao ar

Ao deixar o hidróxido de cálcio exposto ao ar, não houve nenhuma alteração visível, entretanto, o

mesmo reagiu com o dióxido de carbono presente no ar formando o carbonato de cálcio e a reação será

apresentada em forma de equação a seguir.

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Equação 3 Reação entre o hidróxido de cálcio e o dióxido de carbono

Ca (OH)2 (S) + CO2 (G) → CaCO3 (S) + H2O (Aq)

Após a formação do carbonato de cálcio foi adicionado o ácido nítrico, foi perceptível uma

efervescência evidenciando a formação de gases, devido a reação de ambos os compostos onde há a

formação de nitrato de cálcio e de ácido carbônico, sendo representada pela equação a seguir.

Equação 4 Reação entre o carbonato de cálcio e o ácido nítrico

CaCO3 (S) + H2NO3 (Aq) → CaNO3 (Aq) + H2CO3 (Aq)

Como o ácido carbônico é um ácido que possui a característica de facilmente decompor-se em

água e dióxido de carbono, é perceptível a formação de gases e essa reação será exposta a seguir em

forma de reação.

Equação 5 Reação de decomposição do ácido carbônico

H2CO3 (Aq) → H2O (Liq) + CO2 (G)

Devido ao fato do hidróxido de sódio reagir com o dióxido de carbono, um gás muito presente no

ar atmosférico é possível dizer que o mesmo tem uma reatividade com o ar, devido à essa propriedade

o mesmo deve ter um armazenamento especial, evitando que o mesmo esteja em contato como ar.

6) Volatilidade

O ácido clorídrico e o hidróxido de amônio, ambos possuem um baixo ponto de ebulição, portanto

eles conseguem trocar da fase liquida para a fase gasosa muito facilmente, quando um composto

possui essa característica eles podem ser classificados como voláteis. Devido à volatilidade dos

reagentes ao destampar-se os frascos, imediatamente foi possível perceber a saída de gases saindo do

bocal, ao posicionar o vidro de relógio na saída dos gases, fazendo com que ambos se encontrassem

gerou uma reação que será representada pela equação a seguir.

Equação 6 Reação entre o ácido clorídrico e o hidróxido de amônio

HCl (Aq) + NH4OH → NH4Cl (Aq) + H2O (Liq)

Nesta reação os vapores de ambos os compostos encontraram-se formando uma pequena camada

de um sólido branco na superfície do vidro de relógio, que de acordo com o esperado era o cloreto de

amônio formado pela reação do ácido clorídrico e do cloreto de amônio.

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7) Sublimação

Ao esquentar-se o iodo, um sólido preto, foi perceptível a formação de um gás roxo proveniente

dos cristais de iodo, que representa a fase gasosa dele. Entretanto não foi possível observar a mudança

da fase sólida para uma fase líquida, o que contraria a maioria dos compostos. Isso deve-se ao fato que

o iodo tem uma propriedade peculiar denominada com sublimação, que determina a capacidade de

uma substância trocar da fase sólida direto para a fase gasosa, sem intermediar em uma fase líquida, o

processo ocorre em ambos os sentidos. Isso comprova-se pois no experimento foi possível perceber a

re-sublimação do iodo na parede do vidro de relógio, como mostrado na imagem a seguir.

Figura 4 Re-sublimação do iodo na parede do vidro de relógio. [17]

É de grande valia ressaltar que a sublimação pode ocorrer com qualquer substância, mas essa só

poderá acontecer se estiver sob uma condição especifica, sendo que essa condição é que a pressão de

vapor da substância iguala-se à pressão dos gases do ambiente onde o experimento está sendo

realizado. Entretanto não é correto associar a propriedade de sublimação à todas as substâncias, deve-

se classificar como substância que sublima apenas os reagentes que, sob às CNTP’s tem a capacidade

de sublimar.

8) Reatividade Intensa

8.1) Desidratação da Sacarose

No momento em o ácido sulfúrico foi adicionado à capsula de porcelana, ele reagiu com a

sacarose, fazendo com que o sólido branco trocasse de cor para um sólido preto metálico como mostra

a imagem a seguir.

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Figura 5 Sólido obtido a partir da desidratação da sacarose [17]

O sólido verificado é o carbono metálico formado pela reação de desidratação da sacarose no qual

o ácido sulfúrico serviu para tornar a reação de desidratação espontânea, e o liquido transparente

formado ao lado do sólido representa a água formada pela junção dos grupos hidroxilas e dos

hidrogênios que se desprenderam da molécula de sacarose durante o processo de desidratação. A

reação descrita anteriormente será representada pela equação a seguir.

Equação 7 Reação de desidratação da sacarose

C12H22O11 (S) 12 C (S) + 11 H2O (Liq)

Durante a reação foi possível perceber um característico odor, semelhante ao de açúcar queimado,

isso deve-se ao fato de que ao queimar o açúcar, que é composto primordialmente de sacarose, o que

ocorre também é a desidratação da sacarose, a diferença é que o que está tornado a reação espontânea

não é o ácido sulfúrico e sim o calor.

8.2) Oxirredução do Permanganato de Potássio Envolvendo o Álcool Etílico em Meio Ácido

Ao tocar o algodão embebido em álcool com o bastão de vidro, já com o permanganato de

potássio em sua extremidade, foi possível perceber uma reação muito exotérmica, pois imediatamente

foi perceptível a combustão do algodão, essa reação é a reação de oxirredução do permanganato de

potássio envolvendo o álcool etílico em meio ácido, onde há a formação sulfato de potássio, sulfato de

manganês, ozônio, agua e ocorre também a liberação de calor o que provoca a combustão do algodão.

A reação descrita anteriormente será representada pela equação a seguir.

Equação 8 Reação de oxirredução do permanganato de potássio envolvendo o álcool etílico em meio ácido

6 KMnO4 (S) + 9 H2SO4 (Aq)  → 3 K2SO4 (Aq) + 6 MnSO4 (Aq) + O3 (G)+ 9 H2O (Liq)

Existe então a característica de alguma substancia ser muito reativo com algum reagente, e quando

isso é verificado, como no caso do açúcar, que é muito reativo com o ácido sulfúrico, deve-se

especificar em seu rótulo ou em sua FISPQ ( Ficha Informativa de Segurança de Produtos Químicos)

pois em uma manipulação deve-se tomar cuidado pois uma reação violenta pode gerar muitos

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acidentes. Deve-se também tomar cuidado à reatividade, quando se considera o armazenamento do

mesmo, pois não se recomenda que reagentes que reajam muito violentamente entre-se sejam

armazenados próximos uns aos outros.

9) Radioatividade

Observando o frasco de acetato de uranila, foi possível observar em seu rótulo a informação de

que o reagente tem a propriedade de ser radioativo, o que permite inferir que o mesmo a todo

momento está perdendo prótons e nêutrons de seu núcleo, junto com uma energia. Caso algum ser

humano expor-se a essa radiação, sem estar com a proteção adequada, por muito tempo o mesmo

estará correndo o risco de sofrer mutações genéticas que serão muito prejudiciais à saúde física dele.

Ao observar a amostra de cloreto de césio não foi possível observar nenhuma característica

especifica que abrisse espaço para que se inferisse nenhuma informação significativa, mas como o

mesmo estava em um frasco sem uma informação de periculosidade específica espera-se que o mesmo

não tenha nenhum perigo, mesmo que o césio seja um metal que muitas das vezes é associado à

radioatividade. Isso deve-se ao fato de o césio possuir um isótopo que tenha a propriedade de ser

radioativo, entretanto, não é correto afirmar que todo os compostos que contenham o césio sejam

radioativos, pois como no caso do cloreto de césio, o isótopo presente no composto não apresenta

nenhum perigo de emitir radiação.

Portanto não se deve inferir com certeza que nenhum composto é radioativo antes de analisar o

rótulo do mesmo, ou de determinar experimentalmente a radioatividade utilizando um contador

Geiger, pois pode ser que o isótopo presente no devido composto não apresente emissão de radiação.

10) Adsorção

Ao verter a mistura na coluna cromatográfica, para que o liquido pudesse escorrer mais

rapidamente foi necessário a constante lavagem da mesma, para acelerar o experimento, foi possível

ver que inicialmente o dicromato de potássio foi retido pela sílica, pois o permanganato de potássio foi

o primeiro a sair da coluna cromatográfica e após o permanganato de potássio ter escorrido

completamente o dicromato de potássio começou a escoar para o béquer.

O procedimento de adsorção diz respeito à reação de uma substancia com a superfície de outra, e a

absorção é a reação com o interior de um composto, portanto para que o processo de adsorção seja o

mais eficaz o possível é necessário que o agente que irá adsorver esteja com a maior superfície o

possível, para isso a sílica gel tem uma granulosidade muito fina o que faz com que sua superfície de

contato seja muito grande.

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4 Geração de Resíduos

Os resíduos gerados nesta pratica serão expostos a seguir:

Solução de nitrato de sódio aquosa, contendo prata metálica precipitada;

Sulfato de cobre (II) pentaidratado sólido;

Solução aquosa de nitrato niqueloso;

Nitrato niqueloso anidro sólido;

Solução aquosa de nitrato de cálcio;

Cloreto de amônio;

Iodo;

Carbono;

Chumaço de algodão embebido em álcool;

Solução aquosa de sulfato de potássio, sulfato de manganês e de aldeído acético.

Os resíduos gerados foram devidamente armazenados, para que posteriormente pudessem ser

encaminhados para o tratamento adequado para em seguida serem descartados sem gerar danos

ambientais

No teste de adsorção a solução de permanganato de potássio e de dicromato de potássio foi

separada com êxito fazendo com que eles pudessem ser retornados a seus frascos originais, pois como

o lugar onde o experimento foi realizado é um laboratório de ensino, onde não se faz necessário o uso

de reagentes totalmente livres de impurezas, não é necessário que os reagentes fossem descartados

devido a uma possível pequena quantidade de impurezas que os reagentes possam ter adquirido.

5 Conclusão

Através da realização desse experimento foi possível concluir que os reagentes têm propriedades

que sempre devem ser levadas em conta quando se deseja realizar um experimento que as envolva,

pois, essas propriedades podem influenciar tanto no resultado do mesmo como também podem

comprometer a saúde de um laboratorista, propriedades como a radioatividade ou de intensa

reatividade.

Para que se descubra as propriedades especificas de um reagente existem diversos meios, pois

tanto pode-se analisar a FISPQ ou o rótulo do reagente como também é possível descobrir

experimentalmente as suas características, como o feito no procedimento descrito por esse relatório.

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Referências

[1] BROWN. T. L., LEMAY. H. E., BURSTEN. B. E., BURGE. J. R . Química a Ciência

Central . 9° Edição. São Paulo – SP. ed. Pearson. 972 p.

[2]FISPQ do Acetato de Uranila. Disponível em < sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/ -

produtos/ficha_completa1.asp?consulta=ACETATO%20DE%20URANILA > acessado

em 29 de Abril de 2015.

[3]FISPQ do Ácido Clorídrico. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/FISPQ

- /rv2012/FISPQ-%20Acido%20Cloridrico.pdf > acessado em 29 de Abril de 2015.

[4]FISPQ do Ácido Nítrico. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/FISPQ/ -

rv2012/FISPQ-%20Acido%20Ntrico.pdf > acessado em 29 de Abril de 2015.

[5]FISPQ do Ácido Sulfúrico. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/ -

FISPQ/rv2012/FISPQ-%20Acido%20Sulfurico.pdf > acessado em 29 de Abril de 2015.

[6]FISPQ do Cloreto de Sódio. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/ -

FISPQ/rv2012/FISPQ-%20Cloreto%20de%20Sodio.pdf > acessado em 29 de Abril de

2015.

[7]FISPQ do Dicromato de Potássio. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/

-FISPQ/rv2012/FISPQ-%20Dicromato%20de%20Potassio.pdf > acessado em 29 de Abril

de 2015.

[8]FISPQ do Hidróxido de Amônio. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/ -

FISPQ/rv2012/FISPQ-%20Hidroxido%20de%20Amonio.pdf > acessado em 29 de Abril

de 2015.

[9]FISPQ do Hidróxido de Cálcio. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/ -

FISPQ/rv2012/FISPQ-%20Hidroxido%20de%20Calcio.pdf > acessado em 29 de Abril de

2015.

[10]FISPQ do Iodo. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/FISPQ/rv2012/ -

FISPQ-%20Iodo.pdf > acessado em 29 de Abril de 2015.

[11]FISPQ do Nitrato Niqueloso. Disponível em < http://www.quirios.com.br/Produto

-/PDF/NITRATO%20DE%20NIQUEL.pdf > acessado em 29 de Abril de 2015.

[12] FISPQ do Nitrato de Prata. Disponível em < http://downloads.labsynth.com.br/ -

FISPQ/rv2012/FISPQ-%20Nitrato%20de%20Prata.pdf > acessado em 29 de Abril de

2015.

[13]FISPQ do Permanganato de Potássio. Disponível em < http://downloads.labsynth. -

com.br/FISPQ/rv2012/FISPQ-%20Permanganato%20de%20Potassio.pdf > acessado em

29 de Abril de 2015.

[14]FISPQ do Sacarose. Disponível em < http://www.labmastercientifica.com.br

-/arquivos/143807SACAR0SE.pdf > acessado em 29 de Abril de 2015.

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[15]FISPQ do Sílica gel. Disponível em < http://www.quimidrol.com.br/site/admin

-/user/anexos/quimico_3465d9ac8c388c13275d91737e2bb9c2.pdf > acessado em 29 de

Abril de 2015.

[16]FISPQ do Sulfato Cuproso. Disponível em < http://www.quimidrol.com.br/site

-/admin/user/anexos/quimico_d2edb904efcf76d994a9fe63789a047e.pdf > acessado em 29

de Abril de 2015.

[17] Fontes pessoais.

[18] CLEMENTINA, T. I. Os cristais no ensino e divulgação da química. Disponível em

< http://web.ist.utl.pt/clementina/cristais1/25-2.pdf > acessado em 2 de Março de 2015.

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