Indústria de sorvete
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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação.
Curso de Administração
PLANO DE NEGÓCIOS PARA A INSTALAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE
SORVETES NA CIDADE DE PORTO LUCENA
Relatório de Trabalho de Conclusão de Curso
GIOVANI MORARI
Orientador (a): Prof.ª Cleide Marisa Rigon
Santa Rosa, novembro de 2013.
“Se, na verdade, não estou no mundo para
simplesmente a ele me adaptar, mas para
transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem
um certo sonho ou projeto de mundo, devo
usar toda possibilidade que tenha para não
apenas falar de minha utopia, mas participar
de práticas com ela coerentes.”
Paulo Freire
AGRADECIMENTOS
Como forma de retribuir o reconhecimento e a confiança depositada em mim,
gostaria de agradecer a todos aqueles que de alguma forma, foram importantes e
ajudaram-me nesta caminhada.
Primeiramente a Deus Pai, com sua divina contribuição e ensinamentos me
fortalecendo na fé, dando-me coragem para superar os obstáculos e retirar todas as
pedras que interrompiam meu desenvolvimento pessoal. Dando-me também saúde
para prosseguir minha caminhada.
Agradeço ao meu pai José Sabino Morari, a minha mãe Jurema Morari e a
minha noiva Ketlin Cristiane Henz, por me darem incentivo, aconselhamentos e
apoio para seguir em frente, sempre acreditando no meu potencial e depositando
sua confiança em mim. E que acima de tudo ensinaram-me a cultivar a dignidade e
o respeito para com o próximo. Por me apoiarem nos momentos difíceis e sendo
compreensíveis todas as vezes que as atividades acadêmicas me desvinculavam a
dar atenção a eles.
Sou grato por todos aqueles educadores, que mostraram para mim o quanto o
conhecimento contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional de uma
pessoa. Agradecendo assim a professora Cleide Marisa Rigon por dedicar seu
profissionalismo para o meu desenvolvimento acadêmico, empenhando seu tempo
para orientar-me nas atividades curriculares e execução deste estudo. Agradeço
também a todo o corpo docente do curso de administração da Unijui e a todos os
demais professores que contribuíram para meu desenvolvimento acadêmico.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de Figuras
Figura 1: Gráficos com as características dos entrevistados. ................................... 47
Figura 2: Logomarca institucional da empresa. ......................................................... 54
Figura 3: Slogan da empresa .................................................................................... 55
Figura 4: Imagem de satélite da localização do empreendimento. ........................... 57
Figura 5: Organograma organizacional. .................................................................... 59
Figura 6: Fluxograma do processo produtivo da empresa. ....................................... 63
Lista de Quadros
Quadro 1: Grau de importância atribuida pelos consumidores em relação ao
consumo de sorvete .................................................................................................. 49
Quadro 2: Oportunidades e ameaças da empresa .................................................... 51
Quadro 3: Pontos fortes e pontos fracos da empresa ............................................... 52
Quadro 4: Mercado concorrente................................................................................ 53
Quadro 5: Fornecedores de equipamentos e matéria prima ..................................... 53
Quadro 6: Projeção dos custos com mão de obra e encargos .................................. 60
Quadro 7: Lista de equipamentos e utensílios .......................................................... 61
Quadro 8: Conhecimentos técnicos para a produção de sorvetes e picolés ............. 62
Quadro 9: Investimentos pré operacionais ................................................................ 64
Quadro 10: Investimentos fixos ................................................................................. 64
Quadro 11: Resumo do investimento inicial .............................................................. 65
Quadro 12: Projeção de vendas ................................................................................ 66
Quadro 13: Projeção de receitas ............................................................................... 66
Quadro 14: Matéria prima necessária para a produção ............................................ 67
Quadro 15: Projeção dos custos das embalagens .................................................... 68
5
Quadro 16: Custos anuais de produção .................................................................... 68
Quadro 17: Custos fixos de produção ....................................................................... 69
Quadro 18: Demonstrativo de resultado do exercício ............................................... 70
Quadro 19: Alíquota de impostos incidentes sobre o faturamento ............................ 71
Quadro 20: Projeção do fluxo de caixa ..................................................................... 72
Quadro 21: Playback simples .................................................................................... 72
Quadro 22: Payback descontado .............................................................................. 73
Quadro 23: Rentabilidade do negócio ....................................................................... 75
Quadro 24: Lucratividade do negócio ........................................................................ 75
Quadro 25: Ponto de equilíbrio .................................................................................. 76
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................... 15
1.1 Apresentação do Tema .................................................................................... 15
1.2 Questão de Estudo .......................................................................................... 17
1.3 Objetivos .......................................................................................................... 18
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................. 18
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 18
1.4 Justificativa ...................................................................................................... 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 20
2.1 Empreendedorismo .......................................................................................... 20
2.2 Plano de Negócios .......................................................................................... 22
2.2.1 Viabilidade do negócio ............................................................................... 22
2.2.1.1 Produto ................................................................................................ 23
2.2.1.2 Aspectos mercadológicos .................................................................... 23
2.2.1.3 Tamanho ............................................................................................. 26
2.2.1.4 Localização .......................................................................................... 27
2.2.1.5 Tecnologia e processo......................................................................... 28
2.2.1.6 Organização e gerenciamento ............................................................. 28
2.2.1.7 Investimentos e financiamentos .......................................................... 29
2.2.2 Aceitabilidade do negócio .......................................................................... 31
2.2.2.1 Payback ............................................................................................... 31
2.2.2.2 Taxa interna de retorno (TIR) e taxa mínima de atratividade (TMA) ... 31
2.2.2.3 Valor presente líquido (VPL) ................................................................ 32
2.2.2.4 Rentabilidade e lucratividade ............................................................... 33
7
2.2.2.5 Ponto de equilíbrio ............................................................................... 33
2.2.2.6 Análise da sensibilidade ...................................................................... 34
2.2.3 Vulnerabilidade do negócio ........................................................................ 35
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 37
3.1 Classificação da Pesquisa ............................................................................... 37
3.2 Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral ...................................................... 39
3.3 Coleta de Dados .............................................................................................. 39
3.4 Análise e Interpretação dos Dados .................................................................. 40
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .......................................... 43
4.1 Caracterização do Setor .................................................................................. 43
4.2 Definição do Negócio ....................................................................................... 44
4.3 Aspectos Mercadológicos ................................................................................ 46
4.4 Tamanho e Localização ................................................................................... 55
4.5 Organização e Gerenciamento ........................................................................ 57
4.6 Tecnologia e Processos ................................................................................... 60
4.7 Investimentos ................................................................................................... 63
4.8 Plano Financeiro .............................................................................................. 65
4.8.1 Projeção de receitas .................................................................................. 65
4.8.2 Custo de matérias primas .......................................................................... 67
4.8.3 Custos fixos ............................................................................................... 69
4.8.4 Demonstrativo de Resultado do Exercício ................................................. 70
4.8.5 Projeção do fluxo de caixa ......................................................................... 71
4.9 Aceitabilidade do negócio ................................................................................ 71
4.9.1 Payback ..................................................................................................... 71
4.9.2 Taxa interna de retorno (TIR) e taxa mínima de atratividade (TMA) .......... 73
4.9.3 Valor presente líquido (VPL) ...................................................................... 74
4.9.4 Rentabilidade e lucratividade ..................................................................... 75
8
4.9.5 Ponto de equilíbrio ..................................................................................... 75
4.10 Vulnerabilidade do Negócio ........................................................................... 76
CONCLUSÃO............................................................................................................ 78
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 80
APÊNDICES ............................................................................................................. 84
ANEXOS ................................................................................................................... 92
RESUMO EXPANDIDO
Resumo Diante do desejo em gerir o próprio negócio, em muitos casos o planejamento acaba sendo deixado de lado, fazendo com que a falta de controle prejudique o bom funcionamento provocando problemas e ocasionando o fechamento prematuro das empresas. É neste sentido que o estudo procura “analisar a viabilidade econômica financeira para a instalação de uma indústria de sorvete no município de Porto Lucena”. Para atingir ao objetivo proposto se desenvolveu uma pesquisa quanti-qualitativa, sendo esta exploratória, descritiva, bibliográfica, documental, estudo de caso e pesquisa de campo. Como sujeitos da pesquisa, se destacam os potenciais clientes e empreendedores que trabalham no ramo de sorveteria. A coleta dos dados se deu a partir de entrevistas e aplicação de questionários. Após coletadas, as informações foram tabuladas e analisadas para se chegar ao resultado final. A partir das informações obtidas, com o detalhamento dos indicadores dos quais a empresa terá influencia durante o processo de suas atividades, por meio da pesquisa de mercado e das projeções financeiros, considerando o retorno do investimento, constatou-se a viabilidade do negócio. Palavras-chave: Gestão de negócios. Viabilidade. Aceitabilidade. Vulnerabilidade. Introdução O processo empreendedor tem ganhado espaço com o crescente surgimento de novos empreendimentos, de modo que um número cada vez maior de indivíduos busca através da prática, demonstrar suas habilidades para gerir seu próprio negócio. Dolabela (2008, p. 29) ressalta que para um empreendedor estar preparado, “não basta que exista a motivação para empreender. É necessário que o empreendedor conheça formas de análise de negócio, do mercado e de si mesmo para prosseguir o sucesso com passos firmes e saber colocar a sorte a seu favor”. Para atender aos objetivos propostos, busca-se a resposta para a seguinte questão a ser estudado: “É viável a implantação de uma indústria de sorvetes na cidade de Porto Lucena?”. Sendo que o objetivo a contemplar a questão do estudo é “analisar a viabilidade econômica financeira para a instalação de uma indústria de sorvetes no município de Porto Lucena”. Justifica-se que com a iniciativa e o surgimento da ideia de abrir o próprio empreendimento, remete o autor da pesquisa a oportunidade de envolver a teoria e a prática, aplicando seus conhecimentos acadêmicos. Assim como também a abertura de mercado, faz com que a instalação do empreendimento seja atrativa. Metodologia Em relação à abordagem a pesquisa pode ser classificada como quanti-qualitativa. Ela se identifica como exploratória, pois “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores” (GIL 1999, p. 43). Ainda quanto aos seus objetivos, ela também é descritiva, pois
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segundo Gil (1999, p. 44) seu objetivo primordial é a “descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. E quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa se classifica como bibliográfica, documental, estudo de caso e pesquisa de campo. Os dados bibliográficos foram obtidos por meio do levantamento de informações em livros, revistas, jornais, teses e dissertações e demais publicações que abordam sobre o tema. A pesquisa documental foi realizada através do levantamento de dados com base em materiais com conteúdos referentes ao tema e por meio de informações fornecidas por empresário do ramo. A pesquisa de campo foi feita através de duas fontes de levantamento de dados, as quais são: entrevista e questionário. As entrevistas foram dirigidas a comerciantes que produzem e revendem, assim como também a cotação de preços com fornecedores de equipamentos e matéria prima, com os quais foram feitos contatos via e-mail. Já o questionário (APÊNDICE B), foi aplicado a 100 (cem) potenciais consumidores, para levantar informações referentes à preferência do consumidor em relação ao produto. Segundo Oliveira (1997), após a manipulação e obtenção dos resultados, se dá o processo de análise e interpretação dos mesmos, de modo que estas sejam o núcleo central da pesquisa. Na fase quantitativa, os dados coletados foram tabulados e analisados, por meio da utilização de ferramentas como os programas Office Excel 2007 e calculadora HP12C. Após tabulados os dados forma convertidos em gráficos, chegando aos percentuais em relação às características e opções apresentadas pelos entrevistados, também se utilizou média de percentual em relação à importância considerada pela amostra em relação às variáveis apresentadas. Como forma de tratar os dados de caráter qualitativo, utilizou-se como meio de interpretação destes, a análise de conteúdo. Resultados Segundo dados da ABIS (2012), entre os anos de 2003 e 2011 o mercado de sorvete cresceu mais de 70%. De acordo a Associação Gaúcha das Indústrias de Sorvete – AGAGEL (2013), o segmento de sorvetes está em forte expansão, em especial as indústrias de pequeno e médio porte que buscam destaque no mercado. Quanto à preferência do consumidor, a grande maioria dos entrevistados, com 75% das respostas, afirma consumir o produto sempre que der vontade. Com relação ao estabelecimento no qual os indivíduos costumam adquirir o produto, os bares, lancherias e restaurantes são os pontos de vendas mais procurados, obtendo um percentual de 58% dos respondentes. Em relação ao tipo de embalagem mais consumida, verifica-se que a grande maioria com 50% dos entrevistados prefere que o sorvete seja servido no tradicional cascão (biscoito comestível). Considerando as varáveis apresentadas na questão 6 (seis) do questionário (APÊNDICE B), todas obtiveram um grau de importancia superior a 63%, ficando, portanto, estas entre importante e muito importande. Dos quais merecem destaque o fator higiene com 95,6%, a conservação do produto que obteve um índice de 93%, a qualidade do produto com o grau de importância de 91,2%, a qualidade do atendimento prestado ao cliente com 85,6% e o sabor do produto ofertado que obteve 85,4% de importância. Em relação ao custo de mão de obra, estimou-se uma folha de pagamento com valor mensal de R$ 2.956,51, chegando a R$ 35.478,10 anual.
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Diante do investimento a serem realizado, verificou-se um valor total de R$ 157.712,79, o qual deverá ser desembolsado para que se possam iniciar as atividades do empreendimento. A partir do volume de vendas projetado para o primeiro ano, pode-se identificar uma receita mensal de 25.450,00, totalizando assim um faturamento anual equivalente a R$ 305.400,00. Com as devidas proporções e os respectivos valores obtidos a partir dos preços de comercialização dos ingredientes, projetou-se o custo da matéria prima, ficando este no valor de R$ 71.584,68 para o período. A projeção mostra também que a empresa terá que pagar um valor total de R$ 138.798,10 em relação aos custos operacionais fixos. A partir do fluxo de caixa projetado, os saldos obtidos mostram que diante dos indicadores de retorno o negócio é rentável, apresentando uma TIR com percentual de retorno equivalente a 38,41% e um valor presente líquido (VPL) de R$ 74.291,38, demonstrando que o empreendimento é viável. Conclusão Por meio da elaboração do plano financeiro foi possível desenvolver projeções através do levantamento dos custos envolvidos em comparação as receitas obtidas para se chegar ao cálculo dos indicadores de retorno, os quais demonstraram resultados favoráveis que permitem constatar que mesmo sendo necessário um investimento consideravelmente elevado, este terá retorno desejável, viabilizando, portanto a iniciativa de abertura do negócio. Com relação à vulnerabilidade do empreendimento, destaca-se que as exigências sanitárias e suas normas procuram regulamentar as indústrias de alimentos, proporcionando a partir de inspeções periódica o desenvolvimento de um produto de melhor qualidade. Outro fator adverso é a sazonalidade que interfere negativamente no negócio, provocando a limitação das vendas, onde durante os meses de maio a agosto acarretando a redução no índice de comercialização do produto, o qual tende a ser compensado durante os meses de setembro a abril, período este que em virtude do calor, aumenta a procura por sorvete. Bibliografia ABIS. Mercado de sorvete cresce 70% no Brasil. Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/economia/2012/06/20/noticiaseconomia,2862610/mercado-de-sorvete-cresce-70-no-brasil.shtml>. Acesso em: 05/03/2013. AGAGEL. Notícias do setor. Disponível em: <http://www.agagel.com.br/site/categoria/noticias-do-setor/>. Acesso em 06/03/2013. DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 1999. OLIVEIRA, Silvio Luiz de, 1943. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI TCC, monografias, dissertações e teses. – São Paulo: Pioneira, 1997.
ÍNDICE DE APÊNDICES E ANEXOS
APÊNDICES
Apêndice A: ............................................................................................................... 85
Apêndice B: ............................................................................................................... 87
Apêndice C: ............................................................................................................... 89
ANEXOS
Anexo A: .................................................................................................................... 93
INTRODUÇÃO
O processo empreendedor tem ganhado espaço com o crescente surgimento
de novos empreendimentos, de modo que um número cada vez maior de indivíduos
busca através da prática, demonstrar suas habilidades para gerir seu próprio
negócio. Considerando que nem sempre os objetivos pretendidos com a criação de
uma empresa são alcançados, se pode justificar por que muitos empreendimentos
se mantêm no mercado por um período muito curto de tempo, sendo obrigados a
encerrarem as atividades por não possuírem uma gestão qualificada.
É sob este enfoque que se busca a constatação de uma série de fatores que
tendem a influenciar o empreendimento. Sendo que para isso se teve a iniciativa de
desenvolver uma pesquisa de mercado por meio de um plano de negócios,
justamente como forma de identificar problemas que poderão influenciar no
processo de desenvolvimento do novo negócio.
Mesmo que o sorvete seja um alimento consumido com maior frequência no
verão, ficando, portanto sua comercialização comprometida devido à sazonalidade
durante o período de inverno percebe-se que o consumo deste tipo de alimento está
tendo crescentes índices de comercialização de ano para ano. Contanto, é possível
identificar na produção de sorvetes, uma oportunidade de mercado, gerando
interesse em investir no setor.
Assim, este documento trata do trabalho de relatório de conclusão de curso
da UNIJUÍ, que foi elaborado no decorrer do segundo semestre de 2013. O qual tem
por objetivo desenvolver uma pesquisa para identificar a viabilidade de implantação
de uma indústria de sorvetes.
Objetivando proporcionar maior clareza quanto à questão em estudo,
realizou-se um estudo exploratório descritivo de caráter quantiqualitativo. Para a
coleta de dados utilizaram-se bibliografias, documentos referente ao assunto,
questionários, entrevistas e ferramentais que auxiliaram no processo de análise dos
dados obtidos.
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Além disto, visando atingir aos objetivos propostos, o presente estudo está
estruturado em quatro tópicos. O primeiro capítulo aborda a contextualização do
estudo que apresenta e delimita o tema, os objetivos (geral e específicos) e a
justificativa. O segundo capítulo trata do levantamento bibliográfico em relação ao
empreendedorismo, plano de negócios e suas interfaces de como identificar a
viabilidade, a aceitabilidade e a vulnerabilidade do empreendimento. O terceiro
capítulo do estudo traz a metodologia que foi utilizada para a realização da
pesquisa, ou seja, sua classificação, os sujeitos e universo amostral, a coleta, a
análise e interpretação dos dados. O quarto capítulo descreve detalhadamente o
estudo de viabilidade econômica – financeira demonstrando a composição do
investimento a ser realizado, os indicadores de retorno e o risco que se prevê da
implementação do projeto. Por fim, apresentam-se a conclusão, bibliografia, anexos
e apêndices que dão suporte ao estudo.
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
Para que se tenha um bom planejamento no processo de criação de uma
empresa, é fundamental analisar alguns aspectos importantes que garantam o seu
sucesso. Para isto, busca-se por meio de um relatório de pesquisa identificar os
fatores que norteiam o processo de empreender. Desta forma o capítulo aborda a
apresentação do tema, a questão de estudo, os objetivos e a justificativa.
1.1 Apresentação do Tema
O processo de empreender tem ganhando destaque no mundo dos negócios,
que com crescente expansão aumentou o número de novos empreendimentos.
Pois de acordo com Hisrich e Peter (2004, p. 30), “o empreendedorismo e as
verdadeiras decisões de empreender resultaram em vários milhões de novas
empresas iniciadas em todo o mundo”.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT
(2012), até o primeiro semestre de 2012 foram criados um milhão de novos negócios
no Brasil. Neste quadro de expansivo desenvolvimento, o estado do Rio Grande do
Sul se apresenta na 4ª colocação com 63.512 novas empresas, ficando atrás
apenas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo que lidera o ranking com
275.719 novos empreendimentos, em relação aos primeiros seis meses de 2012.
De acordo com o IBPT (2012), ao comparar os primeiros semestres dos anos
de 2010 a 2012, foi observado o aumento de 43,05% no desenvolvimento de novos
negócios, revelando um interesse cada vez maior de se abrir novas empresas no
país.
O momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distancias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza a sociedade (DORNELAS, 2001, p. 21).
A criação de novos empreendimentos tem desenvolvido um clima de
competitividade, onde ter certeza do que está sendo feito é fundamental para
16
garantir o sucesso, ou ao menos a permanecia das empresas no mercado. A
globalização e as influências tecnológicas estimulam o desenvolvimento e
aperfeiçoamento de novos produtos, pois consequentemente a exigência
apresentada pelo mercado consumidor é aspecto fundamental que garante a
rentabilidade das organizações. O cliente sente o quanto é importante para a
sobrevivência das empresas e com isso exige cada vez mais. Inserir-se em um
mercado onde a competitividade é consequência da sobrevivência das empresas
exige cautela e conhecimento.
Como afirma Dolabela (2008, p. 29) para que um empreendedor esteja
preparado, “não basta que exista a motivação para empreender. É necessário que o
empreendedor conheça formas de análise de negócio, do mercado e de si mesmo
para prosseguir o sucesso com passos firmes e saber colocar a sorte a seu favor”.
Dolabela (2008) argumenta ainda que o “conhecimento científico e
tecnológico”, atualmente são fatores indispensáveis, porém pouco aplicados, onde
se pensa que basta apenas ter boas ideias com um diferencial inovador para
garantir o sucesso.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2012), de
cada cem empresas que são abertas no Brasil, quarenta e oito acabam encerrando
suas atividades em três anos. De modo que de 464.700 empresas criadas em 2007,
76,1% delas continuaram suas atividades em 2008, 61,3% sobreviveram até 2009 e
somente 51,8% ainda continuaram no mercado em 2010. Estes dados mostram que
quase a metade acabou fechando as portas.
Para o instituto, dentre os principais fatores que influenciam no processo de
extinção dos negócios, estão à falta de planejamento e a má gestão com o
descontrole para gerir as empresas.
Considerando que a falta de informação e preparo, conjugam a carência de
um planejamento para a abertura de novas empresas. Para que se possa ter maior
clareza do que será feito, é necessário estudar todos os aspectos que envolvem o
negócio.
Para Dornelas (2001, p. 91), “empreendedores precisam saber planejar suas
ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento”.
17
De acordo com o Sebrae (2013), algumas habilidades e conhecimentos são
exigidos no momento de abrir e gerir um novo empreendimento, compondo a
necessidade de entendimento do mercado, do público alvo e um bom planejamento
do negócio. Pois para que se possa ter uma boa gestão é necessária à execução de
uma boa estratégia de marketing, apresentando um controle detalhado do fluxo de
caixa, tendo consequentemente uma boa criatividade e potencial inovador.
Visando a neutralização de possíveis incertezas, o ideal é promover a
elaboração de um plano de negócios, o que evidentemente possibilitará a realização
de um planejamento detalhado do empreendimento. Por isto, um plano de negócios
permite “identificar e restringir seus erros no papel, mediante simulações, em vez de
cometê-los no mercado” (Sebrae, 2013).
Plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e, ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios (DORNELAS, 2001, p. 96).
De acordo com Dornelas (2001) plano de negócios é, portanto, um
detalhamento das etapas que devem ser seguidas para a implementação de um
negócio, descrevendo os objetivos e os passos a serem dados para que estes sejam
alcançados, no intuito de diminuir os riscos e as incertezas. Permitindo desta forma,
fazer uma previsão, ou seja, tolerando a possibilidade de execução de erros no
papel, como forma de prevenção para que estes não venham a ocorrer na prática. O
plano de negócios também tem a função de dar as respostas daquilo que realmente
o cliente quer, demonstrando se o produto a ser oferecido é o que realmente ele
busca.
1.2 Questão de Estudo
O processo de identificar uma oportunidade para que se possa abrir um novo
negócio, é importante para que haja o aproveitamento de mercado de determinado
setor. Porém é algo que não revela as possibilidades de sucesso, riscos e
incertezas. Necessitando assim de uma análise mais crítica que possa responder a
questão de estudo a ser solucionada.
18
Para atender aos objetivos propostos, busca-se a resposta para a seguinte
questão a ser estudado: “É viável a implantação de uma indústria de sorvetes na
cidade de Porto Lucena?”.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Analisar a viabilidade econômica financeira para a instalação de uma indústria
de sorvete no município de Porto Lucena.
1.3.2 Objetivos Específicos
Analisar a viabilidade do negócio para identificar o valor do investimento por
meio de uma pesquisa de mercado;
Identificar a aceitabilidade do negócio para avaliar o retorno do investimento;
Analisar a vulnerabilidade do negócio buscando identificar os riscos aos quais
o projeto estará sujeito.
1.4 Justificativa
A crescente expansão do setor revela a oportunidade para investir no
mercado, pois de acordo a ABIS (2013), dados estatísticos mostram que nos últimos
dez anos o consumo de sorvete aumentou significativamente no Brasil, passando de
685 milhões de litros em 2003 para 1.209 milhões em 2012, representando uma
elevação de 76,49% no consumo do produto.
Por não ter sido desenvolvido nenhum estudo em nossa região referente ao
tema a ser abordado, justifica o interesse quanto à realização da pesquisa.
19
Outro fator a ser observado é a iniciativa e o surgimento da ideia em abrir um
empreendimento buscando aplicar à teoria a prática diante dos conhecimentos
acadêmicos obtidos no decorrer do curso de administração da UNIJUÍ, onde o
acadêmico autor da pesquisa pretende por meio da mesma avaliar a viabilidade para
a implantação de uma indústria de sorvetes. Pois com a abertura de mercado, diante
da oportunidade surgida, antes de por em prática o referido negócio, pretende-se a
realização de uma pesquisa de mercado, por meio do desenvolvimento de um plano
de negócios.
Considerando que o município onde se pretende instalar a indústria não
possui nenhum negócio que trabalhe neste ramo, com a produção de sorvetes, torna
oportuna a iniciativa para a instalação da mesma.
Outro fator é a falta de opção que obriga os distribuidores de sorvete do
município como bares, restaurantes e supermercados, terem que buscar e
comercializar o produto de empresas de outros municípios. Contanto a abertura do
negócio é viável no sentido de atender a demanda do município em relação ao
produto, suprindo a necessidade do comércio distribuidor, assim como também da
comunidade em geral.
Com poucas oportunidades de emprego no município, a implantação de uma
indústria, mesmo sendo de pequeno porte, influenciará na oferta de emprego, por
meio da necessidade de mão de obra para suprir o quadro funcional exigido pelo
novo empreendimento.
Contribuir para o aquecimento da economia do município fortalecendo a
geração de renda é outro aspecto que justifica a implantação do negócio.
A possibilidade de concretizar o sonho do acadêmico autor da pesquisa em
ter seu próprio empreendimento, por meio da oportunidade de atingir suas metas e
alcançar seus objetivos através do desenvolvimento profissional é também um
aspecto que motiva o desenvolvimento deste estudo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Empreendedorismo
Dornelas (2001) aborda que a iniciativa em empreender esta ligada a
necessidades impostas pelo desenvolvimento tecnológico ocorrido e suas
consequências atribuídas ao mercado. Gerando uma competitividade econômica
que desafia cada vez mais os empreendedores no processo inovador, forçando a
criação de estilos diferenciados.
Na visão de Dornelas (2001), um empreendedor pode ser reconhecido pela
sua potencialidade em identificar novas oportunidades, aproveitando-as como forma
de rentabilidade.
Para Dornelas (2001, p.38), como forma de definição de empreendedor
devem ser observados os seguintes aspectos:
1. Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. 2. Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive. 3. Aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar.
Dornelas (2001) afirma também que o processo empreendedor está ligado a
todo tipo de esforço que tem por objetivo a criação de uma nova empresa. Atribuindo
a isto a capacidade de inovação, vinculada ao esforço e a dedicação que levam a
empresa a prosperar, por meio das iniciativas e decisões tomadas sem que haja o
medo de errar, não se deixando abater diante das falhas ocorridas.
Já na visão de Dolabela (2008), o empreendedorismo é resultado da auto
realização das pessoas em administrar seu próprio negócio. Algo que faz com que
as pessoas ao exercerem a atividade empreendedora sentem prazer em trabalhar,
atribuindo um sentido de realização quando na execução das atividades
empresariais.
“O crescimento econômico sustentável é consequência do grau de
empreendedorismo de uma comunidade” (DOLABELA 2008, p. 24).
21
De acordo com Dolabela (2008), para que possam ser aproveitadas as
condições ambientais favoráveis é preciso pessoas com capacidade que promovam
o desenvolvimento. Pois o empreendedor é responsável pela criação e
desenvolvimento de novas ideias, estimulando a inovação tecnológica e o
crescimento econômico.
Segundo Dolabela (2008), não basta que o empreendedor esteja motivado, é
necessário também que o mesmo tenha conhecimento, como forma de análise do
negócio, do seu mercado de atuação e, além disso, de si próprio. Só assim este
conseguirá alcançar seus objetivos e se desenvolver com sucesso.
Para Hisrich e Peters (2004), o empreendedorismo é o processo de criar algo
novo, o qual envolve tempo, dedicação e esforço, assumindo os riscos dos quais
está vulnerável, para que possa através da superação destes, ser recompensado
por meio da satisfação e sua independência econômica e pessoal.
Considerando a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento
econômico, conforme Hisrich e Peters (2004), além de um aumento de produção e
renda per capita estão vinculadas também a iniciativa em constituir novas mudanças
em relação à estrutura do negócio e da sociedade. Sendo assim tal mudança poderá
estimular o desenvolvimento e o aumento da produção, significando maior fonte de
renda e consequentemente refletindo no aumento da riqueza dividida entre os
participantes envolvidos no processo.
O processo de iniciar um novo empreendimento está incorporado ao processo de empreender, que envolve mais do que a simples resolução de um problema em uma posição administrativa típica. Um empreendedor deve encontrar avaliar e desenvolver uma oportunidade superando as forças que resistem à criação de algo novo (HISRICH e PETERS 2004, p.53).
“O empreendedor é nossa personalidade criativa, sempre lidando melhor com
o desconhecido, estimulando o futuro, criando as probabilidades dentre as
possibilidades, transformando o caos em harmonia” (GERBER 2004, p. 16).
Segundo Gerber (2004), o empreendedor é capaz de transformar situações
triviais em oportunidades. O empreendedor pode ser considerado um visionário, um
sonhador, alguém com energia para promover mudanças, que gosta de estar livre
para construir algo novo, ou seja, é um inovador, um estrategista, que procura
métodos e alternativas para descobrir ou entrar em novos mercados.
22
2.2 Plano de Negócios
Dornelas (2001) considera um plano de negócios como a “parte fundamental
do processo empreendedor”.
De acordo com Dornelas (2001), o plano de negócios funciona como uma
forma eficaz, dando suporte e contribuindo positivamente para o gerenciamento das
empresas. Enfatiza também a necessidade de transmitir as informações absorvidas
para o ambiente interno da organização, com intuito no desenvolvimento e aplicação
de melhorias. Considerando, portanto, uma ferramenta importante que deve ser
utilizada no processo de gestão das organizações.
“Um bom plano de negócios deve mostrar claramente a competência da
equipe, o potencial do mercado-alvo e uma ideia realmente inovadora; culminando
em um negócio economicamente viável, com projeções financeiras realistas”
(DORNELAS, 2001, p. 118).
Buarque (1991) trata o plano de negócios como projeto de viabilidade de
negócios, considerando que a realização do mesmo desde a ideia inicial até seu
funcionamento, é um processo continuo com varias fazes combinando o estudo de
uma série de fatores “técnico, econômico e financeiro”.
2.2.1 Viabilidade do negócio
Segundo Woiler e Mathias (1996), como forma de verificação da viabilidade e
constatação dos investimentos necessários para o desenvolvimento de um negócio
é necessária à coleta e análise de um conjunto de informações, os quais irão
compor um projeto, sendo que esta estrutura servirá como uma ferramenta para
avaliar a alternativa de investimento proposta.
Portanto este tópico destina-se a abordagem das diversas etapas que
constituem um plano de viabilidade econômica financeira.
23
2.2.1.1 Produto
Segundo Kotler (1998), o fator responsável por promover a satisfação das
pessoas são os produtos. Ou seja, produto é tudo aquilo que possa ser oferecido ao
mercado como uma forma de suprir e satisfazer a necessidade ou desejos dos
clientes.
Neste sentido Kotler (1998) coloca que os produtos podem ser classificados
como bens e serviços, sendo estes tanto físicos, quanto intangíveis, que de alguma
forma geram benefícios ao indivíduo que lhes possui.
Slack et.al. (2008), destaca que os produtos por serem projetados para
satisfazer as necessidades do mercado, precisam estar em conformidade com os
padrões estipulados, atendendo assim as expectativas do mercado, considerando
elementos como qualidade, confiabilidade, rapidez na produção, flexibilidade e
custos.
A identificação do produto, do ponto de vista do mercado (diferentemente da caracterização do ponto de vista físico realizado pela engenharia) deve definir claramente o produto quanto a: a) Sua utilização. b) Seus substitutos e complementos. c) Sua vida útil (BUARQUE 1991, p. 43).
Segundo Maximiano (1997), produtos podem ser tanto os “artefatos”, quanto
os “serviços” que uma organização pode oferecer, os quais têm uma “razão de ser
ou propósito”.
Kotler (1998) atribui conceito de produto a preferência que os consumidores
dão em relação ao preço mais baixo e a melhor qualidade oferecida pelo produto, de
modo que levam as organizações a buscar eficiência no processo produtivo e o
desenvolvimento de produtos cada vez melhores.
2.2.1.2 Aspectos mercadológicos
O mercado pode ser definido a partir de uma análise feita com o objetivo de
criar um novo negócio ou melhorar o já existente, diante do surgimento de uma
oportunidade de investimento (WOILER e MATHIAS, 1996).
24
“Um mercado consiste de todos os consumidores potenciais que
compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados
para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo” (KOTLER 1998,
p.31).
Para Kotler (1998) nenhuma empresa consegue ser eficiente o bastante para
operar em todos os mercados, de modo a satisfazer as necessidades impostas
pelos mesmos, não conseguindo, portando, desenvolver um trabalho bom em um
mercado muito amplo. Sendo que para isso é preciso definir de maneira cuidadosa o
seu mercado de atuação.
Buarque (1991) mostra que o estudo de mercado serve de base para
avaliação e constatação da viabilidade do negócio, ou seja, se há realmente
interesse pelo mercado em determinado produto ou não.
Neste contexto é necessário o levantamento de informações em relação aos
consumidores, concorrentes e fornecedores.
O mercado consumidor é sem dúvida o responsável pelo desenvolvimento e
criação de novos produtos, no que diz respeito às necessidades impostas pelo
consumidor, ou seja, é com foco nas exigências dos mesmos que as empresas
trabalham para desenvolver novos bens e serviços.
De acordo com Maximiano (1997) o mercado consumidor é quem define as
expectativas, sendo que a organização precisa trabalhar para esclarecê-las,
desenvolvendo métodos que atendam as mesmas, possibilitando assim suprir as
necessidades e desejos do consumidor, definido pelo autor como o “usuário final”.
Segundo Kotler (1998), reconhecer as necessidades do consumidor não é
“tarefa fácil”, pois nem mesmo os consumidores podem estar cientes daquilo que
desejam, necessitando assim que estas necessidades sejam interpretadas.
Buarque (1991) considera o levantamento de informações em relação aos
consumidores e sua população o “elemento – chave” na realização de um estudo de
mercado.
De acordo com Kotler (1998) para que as empresas sejam bem sucedidas,
superando os desafios impostos pelo mercado atual, precisam deter seu foco no
25
cliente, dando ênfase não somente na criação de novos produtos, mas também na
criação de novos clientes.
Segundo a abordagem de Kotler (1998), para que uma empresa seja bem
sucedida e consiga manter-se a frente das demais, precisa trabalhar para atenda os
desejos e as expectativas dos clientes, se destacando dos seus concorrentes de
maneira diferenciada.
Kotler (1998) descreve que ao identificar um concorrente, além de observar
as empresas que competem produzindo e comercializando o mesmo produto, é
preciso fazer a análise das empresas que satisfazem as mesmas necessidades do
consumidor.
Os concorrentes mais diretos de uma empresa são aqueles que perseguem os mesmos mercados-alvo e adotam estratégias semelhantes. Grupo estratégico é o conjunto de empresas que segue a mesma estratégia em determinado mercado-alvo. Qualquer empresa precisa identificar o grupo estratégico em que está concorrendo (KOTLER 1998, p. 212).
Para Kotler (1998) a empresa precisa conhecer de forma aprofundada,
obtendo informações detalhadas de todos os passos que são dados pelo
concorrente, monitorando-o continuamente para não ser surpreendida.
Kotler (1998) diz ainda que a realização de pesquisas de mercado ajuda a
identificar as forças e fraquezas dos concorrentes, contribuindo para o
desenvolvimento de novas estratégias de ataque ao mercado de atuação.
De acordo com Kotler (1998), os fornecedores são importantes em relação à
distribuição de suprimentos necessários para manter a produtividade da empresa de
maneira controlada. É com base nos fornecedores e no custo da matéria prima que
a empresa calcula o preço de venda. Também são responsáveis pelos índices de
venta e de satisfação ao cliente, ou seja, atraso ou ineficiência no fornecimento de
insumos comprometem a produtividade e a expectativa do cliente em relação ao
produto.
Segundo Chiavenato (1991), as compras envolvem todo um processo de
localização de fornecedores e fontes de suprimento, aquisição de materiais, assim
como também acompanhamento e recebimento do material dentro das
especificações solicitadas.
26
Para Chiavenato (1991, p.106), “a pesquisa de fornecedores consiste em
investigar e estudar os possíveis fornecedores dos materiais requisitados”. Este
entendimento se baliza no fornecedor como “a empresa que produz as matérias
primas e insumos necessários e que se dispõe a vendê-los”.
A gestão da cadeia de suprimentos é a gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio de ligações à montante e à jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final (SLACK et. al. 2002, p. 415).
Na visão de Slack et al. (2002) levando em conta a necessidade de
suprimento da empresa, o processo de compra considera a aquisição de “materiais
e serviços” através de acordos estabelecidos com os fornecedores.
Slack et al. (2002) aborda também que os gestores responsáveis pelo
processo de compra devem levar em conta além da necessidade dos processos
impostos pela empresa, à capacidade do fornecedor em atender o volume de
materiais demandado pela mesma.
2.2.1.3 Tamanho
Ao abordar o tamanho da empresa a ser desenvolvida, é importante
considerar seu tamanho para identificar potencial instalado para atender o mercado
consumidor.
O tamanho de um empreendimento visa a dimensionar qual a capacidade de produção que a empresa deve ter para ser economicamente viável e atender ao mercado. O tamanho vincula-se especialmente com a potencialidade de mercado (atual e futuro) e com a capacidade da infraestrutura (recursos materiais, equipamentos, matéria-prima, recursos tecnológicos, recursos humanos) (KUHN e DAMA, 2009 p. 57).
Buarque (1991, p.45) menciona que “se o objetivo do mercado é a
determinação da procura insatisfeita numa certa região (quase sempre todo o país),
é fundamental conhecer a capacidade de produção, para saber então se se justifica
uma nova unidade de produção”.
Buarque (1991) ao abordar sobre o tamanho da organização considera o
custo unitário mínimo de produção com base nos princípios de economia de escala.
Demonstrando assim que o tamanho da fábrica está diretamente ligada ao potencial
de absorção do mercado. Ou seja, no caso de aumento na procura o custo unitário
27
deve ser mínimo atendendo a procura atual e conseguindo adequar-se de forma a
atender a procura futura.
2.2.1.4 Localização
A localização da organização considera os diversos aspectos que são
responsáveis por garantir bons resultados em relação aos processos
organizacionais, levando em cota o ambiente no qual a mesma está inserida.
A localização ótima do empreendimento é aquela que, logisticamente atende os seguintes aspectos: minimização dos custos; adaptação a variações (flexibilização) na escala de produção; proximidade e facilidade de acessos a matérias- primas e insumos; facilite o acesso ao mercado consumidor; atenda requisitos de incentivos; e que contemple aspectos relativos ao meio ambiente (KUHN e DAMA, 2009 p. 58).
Buarque (1991) destaca que a localização da organização exerce influencia
sobre o processo produtivo, quanto à entrada de insumos e saída do produto final,
considerando a acessibilidade a unidade produtiva, o que pode resultar no aumento
ou na diminuição dos custos de produção e distribuição.
O estudo do projeto deve definir claramente qual será a melhor localização possível para a unidade de produção. Evidentemente a melhor localização será a que permitir aumentar a produção e ao mesmo tempo reduzir os custos necessários a essa produção, elevando assim ao máximo os benefícios líquidos do projeto (BUARQUE 1991, p. 72).
“O estudo da macrolocalização consiste em definir a região ou cidade onde se
deverá situar a unidade de produção, para reduzir ao mínimo os custos totais de
transporte” (BUARQUE 1991, p. 74).
Segundo Buarque (1991) dentre as possíveis disponibilidades de localização,
é preciso analisar os pontos geográficos que possibilitam o mínimo de custos em
relação à logística, para se definir o melhor local para a instalação da empresa.
De acordo com Buarque (1991) a microlocalização é a localização do lugar
específico em que será instalada a empresa, ou seja, é, portanto a instalação
definitiva do negócio considerando o processo de engenharia, como edificação, área
do prédio requerida, instalações, layout, dentre outras informações.
28
2.2.1.5 Tecnologia e processo
Segundo Buarque (1991), na escolha de uma tecnologia, devem-se levar em
consideração todas as tecnologias disponíveis, assimilando algumas e dentre estas
fazer um comparativo analisando-as em seus diferentes aspectos, para que assim
se consiga definir a tecnologia adequada que possa oferecer o máximo de
rendimento.
Para Slack et al. (2002) todo tipo de operação desenvolvido nas organizações
envolve algum tipo de tecnologia, seja ela simples ou complexa, de modo que o
objetivo da empresa é tirar algum proveito da mesma.
“As tecnologias de processos são as máquinas, equipamentos e dispositivos
que ajudam a produção a transformar materiais, informações e consumidores de
forma a agregar valor e atingir os objetivos estratégicos da produção” (SLACK et. al.
2002, p. 241).
Na visão de Slack et al. (2002), o processo funciona como um arranjo, ou
seja, define um relacionamento entre todas as atividades componentes até chegar
ao produto final.
“O processo inerente ao projeto do produto ou serviço é o mecanismo pelo
qual torna-se possível que esse produto ou serviço desempenhe sua função e
realize o conceito original” (SLACK et al. 2002, p. 142).
2.2.1.6 Organização e gerenciamento
Stoner e Freeman (1985) abordam que todas as organizações necessitam de
seus líderes ou administradores que as orientam ao alcance dos seus objetivos. Ou
seja, no exercício de seus papéis são estes personagens fundamentais por ajudar a
organização e seus membros no alcance das metas estipuladas.
De acordo com Stoner e Freeman (1985), para que uma organização obtenha
resultados positivos e sucesso, é necessário dispor de administradores competentes
29
e que estejam aptos a desempenhar suas funções com “eficiência”, fazendo as
coisas certas e, “eficácia”, que está na capacidade em fazer certo as coisas.
O fato de que uma determinada tarefa só terá seu desenvolvimento de forma
satisfatória, onde o individuo poderá executá-la com mais conforto, justifica a ideia
de Stoner e Freeman (1985) de que as organizações precisam da divisão do
trabalho por meio de uma descrição de cargos e funções, construindo assim um
ambiente organizacional mais produtivo.
Segundo Stoner e Freeman (1985), para que uma organização esteja bem
estruturada, ela precisa que suas atividades sejam “divididas, organizadas e
coordenadas”, compondo assim uma estrutura organizacional.
Stoner e Freeman (1985) comentam que para o entendimento das estruturas
organizacionais devido à complexidade da maioria, são desenvolvidos
organogramas. Estes tem a função de demonstrar formalmente a divisão das tarefas
dentro das organizações. Assim como também evidenciar possíveis divergências na
estrutura organizacional, como defeitos organizacionais, duplicação de esforços ou
conflitos potenciais.
2.2.1.7 Investimentos e financiamentos
Considerando os aspectos financeiros e a necessidade de captação de
recursos para investir na empresa, de acordo com Gitman (2001), além do capital
próprio a empresa necessita também do capital de terceiros, para o qual o mesmo
atribui os empréstimos a longo prazo contraídos pela empresa.
O estudo dos “investimentos” do empreendimento tem por objetivo estimar o total de recursos de capital necessário para o estabelecimento do negócio. Se estivermos falando de negócio novo, falamos em investimentos iniciais, ou seja, aqueles requeridos e realizados no momento zero, ou, ainda, no inicio do plano. Esta estimativa servirá de base e referencia para a avaliação econômica do empreendimento e para delinear a busca de alternativas para o seu financiamento (KUHN e DAMA, 2009 p. 64).
Conforme Gitman (2001) a demonstração de resultado tem por função
fornecer um resumo dos resultados obtidos pela empresa em um determinado
período. Segundo o autor as demonstrações podem ser realizadas com base no
período de um ano, considerando uma data específica, no caso 31 de dezembro em
30
relação ao calendário, ou de acordo com o ciclo financeiro, que leva em conta o ano
fiscal de 12 meses. Pode também ser realizada a demonstração mensal ou
trimestral, as quais são comumente utilizadas respectivamente pela “alta
administração” e “pelas sociedades anônimas de capital aberto”.
Leone (2000) considera a demonstração de resultado como uma das
principais demonstrações contábeis. Que tem por objetivo estimar as operações
realizadas pela empresa em um determinado período. De modo que considerando “o
principio da competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados”,
fazendo assim um comparativo das receitas em relação aos custos e despesas do
período.
De acordo com Gitman (2001, p. 105) “a demonstração do fluxo de caixa
fornece um resumo dos fluxos de caixa durante um determinado peírodo,
geralmente, o ano recém-encerrado”. Portanto por meio desta demonstração é
possível analisar aspectos como “fluxo de caixa operacional, de investimentos e
financiamentos” realizados pela empresa.
Dolabela (1999) considera o fluxo de caixa como uma ferramenta adequada
que possibilita a realização de um bom controle financeiro da empresa a curto prazo,
oportunizando um acompanhamento de toda movimentação de caixa em relação as
suas entradas e saídas de recursos.
Gitman (2001) aborda três diferentes formas de aquisição de capital externo
para as organizações que necessitam de recursos para investimento. Uma seria por
meio das “instituições financeiras”, outra através dos “mercados financeiros” e
também por meio da “colocação privada”.
Na percepção de Gitman (2001) as instituições financeiras são responsáveis
pela captação da poupança de indivíduos, empresas ou governo, usando-a para
conceder empréstimos e financiamentos. Quanto aos mercados financeiros, estes
trabalham de modo que tanto fornecedores e tomadores de recursos tem
conhecimento da transação realizada, os quais podem fazer negócios diretamente
entre si.
31
2.2.2 Aceitabilidade do negócio
De acordo com Slack et al. (2002), a aceitabilidade avalia os retornos
estimados que serão obtidos com a implantação do projeto.
2.2.2.1 Payback
Conforme Dolabela (1999) o payback é um indicador que serve de base para
calcular quanto tempo à empresa levará para ter o retorno do investimento inicial
realizado. Ou seja, demonstra qual será o tempo de recuperação do dinheiro
aplicado pelo empreendedor em seu novo negócio.
O amplo uso do período de paypack, particularmente nas empresas pequenas, deve-se a sua facilidade de cálculo e ao apelo intuitivo. Por ser visto como uma medida de risco, muitas empresas usam o período de payback como critério de decisão ou como complemento para técnicas de decisão sofisticada (DOLABELA 1999, p. 240).
Segundo Gitman (2001) o payback é calculado a partir dos fluxos de entrada
de caixa, possibilitando assim analisar em quanto tempo os investimentos
inicialmente propostos irão retornar para a empresa. Ou seja, fornece o calculo do
período de tempo que a empresa terá para obter retorno do capital investido.
2.2.2.2 Taxa interna de retorno (TIR) e taxa mínima de atratividade (TMA)
Dolabela (1999) considera a taxa interna de retorno uma das técnicas mais
utilizadas como forma de avaliação das alternativas de investimento. A TIR “iguala o
valor presente líquido ao investimento inicial referente a um projeto”. Ou seja, esta é
a taxa utilizada para calcular o valor presente líquido (abordado no item 2.2.2.3),
proporcionando a este um valor exatamente igual a aquele investido inicialmente
pelo empresário.
“O critério de decisão da TIR é o seguinte: se a TIR for maior que a taxa de
retorno desejada pelo empreendedor, aceita-se o projeto; se for menor, rejeita-se o
projeto” (DOLABELA 1999, p. 242).
32
Fórmula utilizada no calculo da TIR:
Assim como Dolabela (1999), Gitman (2001), também afirma que a TIR é a
taxa mais usada, além de considera-la a “técnica de orçamento de capital” mais
sofisticada. Porém é mais difícil em relação à VPL, em termos de calculo. Para o
autor a TIR demonstra o valor atual das entradas de caixa em relação ao
investimento inicial do projeto.
Buarque (1991) considera a TIR como uma totalidade do projeto, de modo
que quanto maior for à mesma, maior também serão as vantagens apresentadas
pelo projeto. Diz ainda que a TIR é usada para fazer um comparativo entre projetos.
Sendo assim, segundo o autor para que um projeto seja viável, ele precisa ter uma
taxa sempre superior ao “custo de oportunidade do capital”.
A taxa mínima de atratividade (TMA) está relacionada ao mínimo de retorno
que um indivíduo ou empresa se dispõe a obter em relação a um investimento
realizado pelo mesmo, ou também o máximo que um tomador de capital se dispõe a
pagar quando este faz um financiamento (FERREIRA, 2010).
2.2.2.3 Valor presente líquido (VPL)
Conforme Gitman (2001) o valor presente líquido (VPL) pode ser definido
como mais uma “técnica de orçamento de capital sofisticada”. Sendo que seu
calculo compreende a subtração dos investimentos realizados inicialmente em um
projeto em relação ao valor atual dos fluxos de entradas de caixa, descontando-se a
taxa equivalente ao custo de capital da empresa.
Gitman (2001) comenta ainda que, se a VPL for maior que zero
consequentemente a empresa terá um resultado superior ao seu capital investido.
Possibilitando assim obter maior rentabilidade com o aumento do valor de mercado
da empresa.
33
Para se calcular o VPL, usa-se a fórmula:
2.2.2.4 Rentabilidade e lucratividade
De acordo com Montenegro (2009), a análise da lucratividade do negócio se
faz por meio de uma avaliação que considera o ganho obtido pela empresa em
relação ao seu lucro líquido obtido no período e sua receita total.
Quanto à rentabilidade obtida pelo negócio, se considera o lucro líquido obtido
pela empresa e o seu investimento realizado. Ou seja, esta é uma variável cujo
objetivo é demonstrar qual será o tempo que o capital investido levará para retornar
a empresa (MONTENEGRO, 2009).
2.2.2.5 Ponto de equilíbrio
Segundo Gitman (2001) o ponto de equilíbrio é o método utilizado pelas
empresas para encontrar a otimização no nível de vendas, que possibilita cobrir os
custos operacionais. Ou seja, destina-se a determinar o nível de vendas que a
empresa precisa obter para que seus custos operacionais sejam compensados,
assim como também possibilita efetuar a avaliação do lucro obido em relação ao
nível de vendas que a empresa atingiu.
34
De acordo com Gitman (2001) o ponto de equilíbrio operacional é o ponto
onde a somo de todos os custos envolvidos no processo de produção se igualam a
receita obtida com a venda dos produtos.
Na visão de Dolabela (1999) o ponto de equilíbrio, é o ponto onde a empresa
consegue atingir um lucro operacional igual à zero, ou seja, a mesma deve faturar o
equivalente aos seus custos. Sendo que, com um resultado superior ao ponto de
equilíbrio a mesma obterá lucro e, se este resultado for inferior resultará em prejuízo.
O ponto de equilíbrio pode ser calculado por meio da seguinte fórmula:
2.2.2.6 Análise da sensibilidade
Buarque (1991) aborda que a sensibilidade é de grande importância,
principalmente para aqueles projetos cuja taxa de retorno não é tão expressiva,
tendo a função de informar aos responsáveis pelo projeto, como está o
comportamento da rentabilidade. De modo que tendo conhecimento quanto à
sensibilidade em relação às variáveis principais, é possível dimensionar qual é o
risco que os investidores estão correndo.
Para Gitman (2001) ao analisar a sensibilidade de um negócio, faz-se uma
verificação do comportamento do retorno, onde são usados um número de possíveis
valores de uma determinada variável, com o objetivo de avaliar qual é o impacto da
mesma sobre o resultado que a empresa está obtendo. Ao se utilizar desde método
é possível verificar o que esta ocasionando a variação dos resultados em relação às
alterações em uma variável específica.
35
2.2.3 Vulnerabilidade do negócio
Slack et al (2002) descreve que a vulnerabilidade do negócio está ligada aos
riscos que o empreendimento sofre em relação ao seu ambiente de atuação.
“Hoje em dia, o ambiente externo passa por mudanças continuas e rápidas,
com efeitos de longo alcance sobre as organizações e suas estratégias
administrativas” (STONNER e FREEMAN 1985, p. 46).
Para Stoner e Freeman (1985) o ambiente externo é formado por todos
aqueles elementos dos quais as organizações necessitam para suas operações. Ou
seja, o fato das organizações não serem autossuficientes as obriga manter uma
relação de troca de recursos com o ambiente externo, tornando-se assim
dependente do mesmo.
Segundo Stoner e Freeman (1985), dentre os elementos que causam
influencia e afetam as atividades das organizações estão os grupos ou indivíduos do
ambiente externo e os grupos e indivíduos do ambiente interno.
Para Stoner e Freeman (1985) os grupos de indivíduos influenciadores
externos a organização são compostos pelos consumidores, fornecedores, governo,
grupos de interesses especiais, mídia, sindicato de trabalhadores, instituições
financeiras e competidores.
Quanto aos fornecedores cabe a estes a importância pelo suprimento de
insumos para as empresas, além de garantir a entrega, determinando a qualidade e
o preço final dos produtos. A dependência das organizações em relação aos
fornecedores está justamente na necessidade em garantir a matéria prima
necessária para a produção.
O governo é responsável por intervir através de suas políticas de
regulamentação, afetando as organizações por meio das “[...] iniciativas legislativas,
ações judiciais e regulamentação executiva” (STONER e FREMAN, 1985, p. 49).
Segundo Stoner e Freeman (1985) outros elementos que exigem atenção e
cuidados a serem tomados pela organização, são os grupos de interesses especiais,
como é o caso dos grupos de “defesa do consumidor” e os “ambientalistas”. Os
quais poderão gerar forte influencia em relação ao mercado consumidor, fazendo
36
como que a organização perca seu potencial de vendas se a mesma apresentar
algum ponto negativo em relação à causa defendida por estes grupos.
Stoner e Freeman (1985) enfatizam também as instituições financeiras, que
suprem a necessidade de capital das organizações por meio de empréstimos e
financiamentos. E da mesma forma os competidores, que são os responsáveis pela
disputa de mercado, onde as empresas buscam novos clientes procurando
aumentar a fatia de mercado ou até mesmo explorando novos mercados.
Considerando a abordagem de Stoner e Freeman (1985), apresentam-se
também os elementos internos que exercem influencia sobre o negócio. Dos quais
se destacam os empregados, que são responsáveis por fornecer a mão de obra
necessária para garantir a execução dos processos na organização, mas que de
acordo com Stoner e Freeman (1985), tem se demonstrado menos capacitados
diante das exigências impostas pelas empresas.
E também os acionistas, os quais estão deixando de ser apenas investidores,
mas passando a exercer influencia sobre as empresas através do direito de voto,
buscando soluções para as questões controvertidas.
Portanto, com base na abordagem de Stoner e Freeman (1985), conclui-se
que são as variáveis econômicas, políticas, tecnológicas e sociais que exercem
influencia sobre as organizações, exigindo que as mesmas mantenham um
constante processo de adaptação, conseguindo neutralizar os riscos para se manter
em um mercado tão competitivo.
3 METODOLOGIA
Nesta seção são definidas algumas dimensões que levaram a um adequado
método de planejamento e desenvolvimento da pesquisa. Ou seja, o tópico descreve
qual é a classificação da pesquisa, os sujeitos da pesquisa e universo amostral,
como foram coletados, analisados e interpretados os dados.
3.1 Classificação da Pesquisa
Conforme Gil (1999, p. 42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um
“processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo
fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego
de procedimentos científicos”.
Em relação à abordagem a mesma pode ser classificada como pesquisa
quanti-qualitativa. Para Oliveira (1997) a pesquisa quantitativa tem a finalidade de
“quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como
também o emprego de recursos e desvio padrão, até as de uso mais complexo,
como coeficiente de correlação, análise de regressão etc., normalmente utilizados
em defesas de teses”.
Roesch (1999, p. 154) considera que a “pesquisa qualitativa e seus métodos
de coleta e análise de dados são apropriados para uma faze exploratória da
pesquisa”.
Para Malhotra (2001, p. 155) “a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão
e compreensão do contexto do problema”.
A pesquisa se identifica como exploratória, pois “têm como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação
de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”
(GIL 1999, p. 43).
Ainda quanto aos seus objetivos, ela também é descritiva, pois segundo Gil
(1999, p. 44) seu objetivo primordial é a “descrição das características de
38
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis”.
Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa se classifica como
bibliográfica, documental, estudo de caso, pesquisa de campo e pesquisa de
mercado.
De acordo com Gil (1999) a pesquisa bibliográfica se baseia em documentos
já elaborados, como livros e artigos científicos. Para o autor a pesquisa bibliográfica
permite levantar uma quantidade maior de dados referentes ao problema de
pesquisa, além de facilitar a localização de dados que estão dispersos no espaço.
Para Mattar (1996), os levantamentos documentais podem ser realizados a
partir de documentos que a própria empresa mantém em seus arquivos. Considera
também que estas informações têm custos consideravelmente baixos, tendo grande
importância, pois além de servirem para a pesquisa em pauta, poderão ser úteis a
pesquisas futuras. O levantamento documental também pode ser efetuado fora da
empresa, a partir da análise de documentos de arquivos públicos.
“O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou
de poucos objetos, de maneira a permitir seu conhecimento amplo e detalhado,
tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos
considerados” (GIL 1999, p. 72).
A pesquisa de campo, conforme Marconi e Lakatos (2003) tem o objetivo de
obter informações e conhecimentos em relação a um problema, para o qual se quer
obter a resposta, levantar hipóteses ou ainda estabelecer relações entre os
fenômenos a serem descobertos.
De acordo com o SEBRAE “a pesquisa de mercado é uma ferramenta
importante para que você obtenha informações valiosas sobre o mercado que atua
ou pretende atuar”.
39
3.2 Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral
Os sujeitos da pesquisa e universo amostral foram definidos com base em
dois focos: visitas in loco e entrevistas com empresários da área; e aplicação de
questionários a potenciais consumidores.
Quanto às visitas técnicas in loco e entrevistas, estas foram feitas com
profissionais da área, os quais trabalham no ramo de sorveteria, em especial, os
empresários cujos estabelecimentos comerciais são pontos de venda do produto,
dentre os quais se destacam sorveterias, supermercados e lancherias, sendo que
estes estão localizadas no município de Porto Lucena e Porto Xavier - RS.
Considerando estes aspectos, também foram sujeitos da pesquisa os fornecedores
de equipamentos e matéria prima para a produção de sorvetes.
Os consumidores de sorvete, os quais podem ser considerados potenciais
clientes destacam-se também como sujeitos da pesquisa, pois os mesmos foram
selecionados através de amostragem por conveniência para compor o grupo de
entrevistados que participaram da pesquisa. Ou seja, considerando que Porto
Lucena tem uma população de 5.413 habitantes, destes foram selecionados 100
indivíduos que contribuíram para o levantamento dos dados.
3.3 Coleta de Dados
Para identificar a viabilidade do empreendimento foi realizada a pesquisa
bibliográfica, a análise documental, entrevistas (APENDICE A) com empresários do
setor por meio de visitas aos mesmos e a estabelecimentos que comercializam o
produto e aplicação de questionários a potenciais consumidores (APENDICE B).
Os dados bibliográficos foram obtidos por meio do levantamento de
informações em livros, revistas, jornais, teses e dissertações e demais publicações
que abordam sobre o tema.
A pesquisa documental foi realizada por meio do levantamento de dados com
base em materiais com conteúdos que abordam informações de caráter comparativo
e demográfico em relação ao assunto pesquisado. Além disto, utilizaram-se
40
informações fornecidas pelo empresário proprietário da Gelati Sorvetes, localizada
na cidade de Porto Xavier, ao qual foi feita uma visita técnica para melhor entender o
processo de fabricação do sorvete. A mesma ocorreu no dia 15 de setembro, onde o
mesmo recebeu o acadêmico em sua fábrica, mostrando-lhe toda a estrutura,
instalações equipamentos e ferramentais utilizados no processo de produção, além
de contribuir com informações a respeito do processo de venda e de como funciona
o mercado de sorvetes diante da sua perspectiva como empreendedor do ramo.
A pesquisa de campo foi feita através de duas fontes de levantamento de
dados, as quais são: entrevista e questionário. Desta forma, por meio de
agendamento marcado para os dias 14 e 21 de setembro de 2013, foram realizadas
entrevistas com roteiro (APENDICE A) semi estruturado a comerciantes que
produzem e revendem o produto no município de Porto Lucena e Porto Xavier,
assim como também a cotação de preços com fornecedores de equipamentos e
matéria prima, com os quais foram feitos contatos via e-mail solicitando orçamentos.
O questionário (APENDICE B) foi aplicado a 100 (cem) potenciais
consumidores, esse procedimento ocorreu entre os dias 1º (primeiro) e 5 (cinco) de
setembro, sendo que o tema aborda questões referentes à preferência do
consumidor em relação ao produto. O questionário elaborado pelo pesquisador
também apresentou questões que seguiram o modelo de Likert, ou seja, com
opções de resposta de 1 a 5, indo de um estremo a outro, sendo 1 (sem
importância) e 5 (muito importante), assim como também questões de múltipla
escolha.
Quanto à amostra populacional para o levantamento de opiniões, a pesquisa
se utilizou da amostragem por conveniência, considerando que o grupo amostral
escolhido para participar da coleta de informações foi composto por indivíduos
residentes no município de Porto Lucena, no qual se pretende instalar a indústria.
3.4 Análise e Interpretação dos Dados
Nesta etapa se explica como foram tratados os dados coletados, justificando
por que tal tratamento é adequado aos interesses do estudo.
41
Segundo Oliveira (1997), após a manipulação e obtenção dos resultados, se
dá o processo de análise e interpretação dos mesmos, de modo que estas sejam o
núcleo central da pesquisa.
“A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que
possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação.
Já interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas,
o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos”
(GIL 1999, p. 168).
De acordo com Roesch (1999, p. 149), “na pesquisa de caráter quantitativo,
normalmente os dados coletados são submetidos à análise estatística, com a ajuda
de computadores”, ou também são codificados manual, caso os dados forem em
pequenos números.
Desta forma na fase quantitativa, os dados coletados foram tabulados e
analisados, por meio da utilização de ferramentas como os programas Office Excel
2007 e calculadora HP12C.
Considerando que para a análise dos dados obtidos a partir dos questionários
de múltipla escolha, foi utilizada a tabulação em planilhas do programa Excel
(APÊNDICE C), possibilitando maior facilidade e agilidade no processo, assim como
também maior precisão no que diz respeito à comparação dos percentuais obtidos,
possibilitando analisar os dados estatisticamente. Após tabulados os dados forma
convertidos em gráficos, chegando aos percentuais em relação às características e
opções apresentadas pelos entrevistados, também se utilizou média de percentual
em relação à importância considerada pela amostra em relação às variáveis
apresentadas.
Quanto aos cálculos necessários para fazer o levantamento contábil do
empreendimento, além de planilhas do Excel onde foram desenvolvidas as
demonstrações contábeis, também se utilizou como ferramenta de cálculo dos
indicadores financeiros a calculadora HP12C.
Segundo Gil (1999, p. 173) “a análise estatística pode ser feita manualmente,
com o auxilio de calculadoras ou computadores eletrônicos”.
Com base nas considerações de Roesch (1999, p. 168), “na pesquisa de
caráter qualitativo, o pesquisador ao encerrar sua coleta de dados, se depara com
42
uma quantidade imensa de notas de pesquisa ou de depoimentos, que se
materializam na forma de textos, os quais terão de organizar para depois
interpretar”.
Sendo assim, como forma de tratar os dados da pesquisa, utilizou-se como
meio de interpretação destes, a análise de conteúdo. Pois por meio desta técnica foi
possível analisar e interpretar os dados que obtidos por meio das entrevistas, que
foram realizadas aos empresários da área, as quais constaram de perguntas
verbais, seguidas de anotações e observações das respostas obtidas.
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 Caracterização do Setor
O sorvete é um produto saboreado no mundo todo, sendo que este tipo de
sobremesa teria se originado na China há aproximadamente três mil anos atrás,
onde os orientais preparavam uma pasta de leite de arroz com o gelo provindo da
neve. Afirma-se também que o imperador romano Nero, mandava seus escravos
buscarem neve nas montanhas para preparar um gelado de mel, polpa de frutas e
sucos.
A história diz ainda que no século 14 Marco Polo teria trazido do oriente uma
nova receita para o preparo do sorvete a base de água, assim como algumas
receitas feitas atualmente.
Catarina de Médicis ao se casar com o Frances Duque de Orleans introduziu
na culinária francesa o sorvete. Desta mesma forma, a neta de Catarina de Médicis,
ao se casar com Carlos I da Inglaterra, introduzindo o sorvete entre os ingleses. De
modo que posteriormente os colonizadores britânicos levaram a receita para os
Estados Unidos (RAMOS, 2007).
Na história do sorvete, os americanos ganham destaque, de forma
empreendedora, foram os primeiros a apostarem na produção de sorvete em grande
escala, quando um leiteiro inglês, Jacob Fussel teve a iniciativa e abriu em Baltimore
a primeira fábrica de sorvete (BRANDÃO, 2013).
No Brasil, em 1834 na cidade do Rio de Janeiro, dois comerciantes
compraram cerca de 200 toneladas de gelo, trazidas pelos americanos com um
navio, de modo que passaram a produzir e vender sorvetes de frutas. Com o
problema da conservação do sorvete, por não existir equipamentos adequados para
armazenamento do produto, as sorveterias comunicavam a venda ao consumidor,
para que o sorvete fosse consumido rapidamente (RAMOS, 2007).
A distribuição em grande escala, só ocorreu no país em 1941, com a
fundação da U.S. Harkson do Brasil, na cidade do rio de janeiro. Onde o primeiro
44
lançamento, possuindo o selo Kibon, foi o Eski-bom. A partir de então a população
brasileira começou a introduzir ao seu paladar esta guloseima gelada, que
atualmente vem se destacando a níveis crescentes, conforme revelam dados
recentes, que mostram que o Brasil consome cerca de 200 mil toneladas de sorvete
por ano (RAMOS, 2007).
Como uma forma de incentivar o consumo de sorvete durante todo o ano a
Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete – ABIS desde 2003 instituiu o dia 23
de setembro como o “Dia Nacional do Sorvete”.
Segundo dados da ABIS (2012), entre os anos de 2003 e 2011 o mercado de
sorvete cresceu mais de 70%. Ocorrendo neste período um aumento no consumo
per capita de 3,82 litros por ano para 6,07 litros.
Informações revelam que no último ano a Itália, maior fornecedora de
equipamentos e ingredientes para a produção de sorvetes teve um volume de
vendas de 3,5 milhões de euros, mostrando que o mundo todo tem investido no
produto, sendo que a média anual de consumo dos italianos é de 8 litros por pessoa.
Em 2010 foi previsto um aumento de 6% no mercado de sorvetes para o ano
de 2012. Isto revela que se deixou de ter a ideologia de que o sorvete é apenas uma
guloseima, passando a ser considerado como um alimento. Outro aspecto a ser
superado é a sazonalidade, por meio do desenvolvimento de forma que aperfeiçoem
a produção e estimulem o consumo do produto também no período de inverno.
De acordo com informações da Associação Gaúcha das Indústrias de
Gelados Comestíveis – AGAGEL (2013), o segmento de sorvetes está em forte
expansão, em especial as indústrias de pequeno e médio porte que buscam
destaque no mercado.
4.2 Definição do Negócio
O negócio trata da análise da viabilidade econômica financeira para a
instalação de uma indústria de sorvete no município de Porto Lucena.
Nesta etapa estão definidos os diferenciais estratégicos pretendidos com o
negócio: missão, visão, princípios e objetivos da empresa, seu mercado de atuação,
45
considerando clientes, nível de renda, potencial de compras, tamanho do mercado,
as estratégias a serem aplicadas, crescimento e instabilidade do mercado de
atuação, oportunidades e ameaças da empresa e, seus pontos fortes e fracos. Faz-
se também a descrição dos concorrentes e possíveis fornecedores, como se dará a
divulgação da organização através de propagandas e promoções, descrevendo o
tamanho, a localização, a organização e gerenciamento da empresa e quais serão
as tecnologias e processos utilizados pela mesma.
Para que haja um alinhamento nas atividades de uma empresa, e necessário
que esta tenha bem definido sua missão, demonstrando claramente a sua razão de
existir. Desta forma, para contemplar o motivo pelo qual a Sorveteria do Porto
desenvolverá suas atividades, define-se a seguinte missão: “Oferecer um alimento
de qualidade para refrescar o paladar do consumidor”.
Em um primeiro momento, a empresa será criada para atender a demanda
local de sorvetes, comercializando o produto a comunidade do município de Porto
Lucena e arredores, com posterior objetivo de aumentar a produção passando a
fornecer o produto para comercialização ao varejo, ou seja, a supermercados,
restaurantes e lancherias.
Sendo assim, para que a Sorveteria do Porto possa alcançar os objetivos
desejados, formulou-se a seguinte visão para a empresa: “Ser referência pela
qualidade na produção de sorvetes na região noroeste até 2018”.
Considerando que determinados fatores passam a receber maior atenção e
ganhar significativa importância, exercendo influência na identidade da empresa e
consequentemente gerando retornos positivos aos colaboradores, clientes e
fornecedores se caso levados em consideração. Desta forma se postos em prática
os valores e princípios poderão influenciar positivamente no desempenho,
contribuindo para o desenvolvimento do empreendimento.
O empreendimento pretende seguir alguns princípios para que haja um
enquadramento em relação ao seu objetivo, criando um ambiente ético tanto interno,
quanto externo a organização:
- Qualidade do produto;
- Excelência no atendimento;
46
- Comprometimento com o cliente;
- Transparência;
- Higiene;
- Respeito ao meio ambiente.
A Sorveteria do Porto tem como principal objetivo, “ser lembrada como uma
empresa que produz e comercializa sorvetes, valorizando a saúde alimentar do
cliente com a oferta de um produto com padrões de qualidade”.
Por ser considerado um alimento, o sorvete é consumido pelos mais diversos
públicos, que vai desde as crianças até os idosos, ou seja, não há uma faixa etária
específica entre os consumidores do produto.
4.3 Aspectos Mercadológicos
O mercado consumidor será composto em um primeiro momento por
indivíduos que compõe a comunidade local, sendo estes habitantes do municipio de
Porto Lucena e cidades vizinhas, além de visitantes que frequentam a cidade aos
finais de semana, feriados ou durante a temporada de férias, os quais buscam
momentos de lazer, descontração e suprir suas necessidades alimentares em bares,
restaurantes, lancherias e sorveterias.
Desta forma para obter um número aproximado de potenciais consumidores,
buscou-se extrair alguns dados estatístico. Neste caso a densidade demográfica da
região na qual a empresa estará localizada, envolvendo, portanto, o número de
habitantes dos municípios de Porto Xavier, São Paulo das Missões, Porto Vera Cruz
e Porto Lucena.
Diante do levantamento realizado a partir de fontes da Fundação de
Economia e Estatística (FEEDADOS, 2011), na soma da população dos quatro
municípios, têm-se uma densidade demográfica equivalente a 24.063 habitantes,
sendo estes considerados os potenciais clientes da Sorveteria do Porto.
A fim de aprofundar e melhor entender a expectativa do cliente em relação
aos produtos que irão ser ofertados, buscou-se estruturar um questionário
47
(APÊNDICE B), o qual foi aplicado a 100 (cem), potenciais clientes, os quais se
disponibilizaram a fornecer informações em relação à preferência no consumo de
sorvete. Para o melhor aproveitamento destas informações, os dados passaram por
um processo de tabulação (APÊNDICE C), e posteriormente interpretação, a fim de
identificar as necessidades dos futuros clientes.
Figura 1: Gráficos com as características dos entrevistados
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Para detalhar os resultados obtidos mediante a aplicação dos questionários
aos potenciais clientes, os dados após terem sidos tabulados, foram convertidos em
48
gráficos, permitindo melhor compreensão analítica destas informações. Na figura 1
estão representadas as questões dirigidas ao mercado consumidor de acordo com a
estrutura do questionário (APÊNDICE B).
A partir da análise das representações gráficas, é possível relatar que em
relação à faixa etária a maioria dos entrevistados possui entre 15 e 17 anos, ou seja,
de um total de 100 entrevistados, 18 possuem 15 anos, 45 tem 16 anos e 24 destes
estão com 17 anos. A aplicação do questionário a este público se justifica pelo fato
de que são indivíduos desta faixa etária que costumam consumir o sorvete com mais
frequência.
Quanto ao gênero dos entrevistados, pode-se dizer que de um total de 100,
52% dos entrevistados são do sexo feminino e 48% do sexo masculino.
A grande maioria dos entrevistados, com 75% das respostas, afirma consumir
o produto sempre que der vontade, já 11% dizem que consomem sorvete raramente,
igualando-se a este percentual também aqueles indivíduos que afirmam apreciar o
produto apenas nos finais de semana.
Com relação ao estabelecimento no qual os indivíduos costumam adquirir o
produto, os bares, lancherias e restaurantes são os pontos de vendas mais
procurados, obtendo um percentual de 58% dos respondentes, seguidos pelas
sorveterias com 16% das opiniões e os supermercados com 14% dos consumidores.
Isto revela que mesmo sendo um estabelecimento diretamente ligado à produção e
comercialização de sorvetes, as sorveterias não é o tipo de estabelecimento
preferido pelos consumidores, o que pode ser justificado pelo fato de que o
município e cidades visinhas possuem poucas sorveterias, tendo, portanto, um
contingente maior de bares, lancherias e restaurantes onde o produto também é
comercializado.
Com a intenção de identificar a preferência do público alvo em relação ao tipo
de embalagem mais consumida, verifica-se que a grande maioria com 50% dos
entrevistados prefere que o sorvete seja servido no tradicional cascão (biscoito
comestível), 17% se demonstraram ser indiferentes por consumirem o produto de
ambos os tipos de embalagens disponíveis no mercado, 15% preferem o produto
servido em copo descartável, 13% optam por potes de 1 (um) litro e apenas 5%
gostam mais do produto servido na casquinha (biscoito comestível).
49
O quadro 1 apresenta a análise em relação aos percentuais de importância
identificados a partir da opinião dos consumidores de sorvete que participaram da
pesquisa.
Quadro 1: Grau de importância atribuida pelos consumidores em relação ao consumo de sorvete
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Diante das opções elencadas na questão 6 (seis) do questionário (APÊNDICE
B), foi estruturado o quadro 1, considerando, portanto, o grau de importância quanto
aos respectivos itens. Tendo como base uma importância máximo igual a 100%,
considerando as varáveis apresentadas, todas obtiveram um grau de importância
superior a 63%, ficando, portanto, estas entre importante e muito importande. Dos
quais merecem destaque o fator higiene com 95,6%, a conservação do produto que
obteve um índice de 93%, a qualidade do produto com o grau de importância de
91,2%, a qualidade do atendimento prestado ao cliente com 85,6% e o sabor do
produto ofertado que obteve 85,4% de importância. Diante dos percentuais é
possível observar o quanto o cliente está atento ao que está consumindo,
procurando por um produto de boa procedencia e qualidade, que lhe garanta a
segurança alimentar.
Quanto ao potencial de compra do consumidor, percebe-se que o sorvete
poderá ser consumido pelos indivíduos de qualquer classe social, pois por se tratar
de um alimento de baixo valor aquisitivo, não dependendo, portanto, do
50
direcionamento do produto a um determinado público alvo em especifico, de modo
que este esteja acessível a qualquer nível de renda.
Para fins de levantamento, buscou-se a constatação da renda média mensal
dos futuros clientes da Sorveteria do Porto, para isso foi considerado, portanto, uma
renda média de R$ 678,00, o que equivale a um salário mínimo.
O nível de consumo dependerá em especial da quantidade do produto a ser
adquirido pelo cliente, o que neste caso varia de um indivíduo para outro. A
sazonalidade é outro fator consequente que irá interferir no potencial de compra das
pessoas, ou seja, por ser um alimento a base de gelo, proporcionando uma
sensação refrescante ao ser consumido, tendo assim seu potencial de
comercialização prejudicada na nossa região durante o período de inverno em
função da queda nas temperaturas, sendo que com um clima mais frio, a demanda
pelo produto é quase totalmente interrompida durante este período do ano, que
geralmente vai dos meses de maio a agosto.
Deste modo, nos demais meses do ano tendem a proporcionar um alto índice
de vendas, em especial de novembro a março, pois durante este período costuma
ocorrer um aumento na temperatura, de modo que este fator climático contribui para
aumentar a demanda de sorvete, e consequentemente estimular o consumo do
produto.
Outro fator determinante que deve ser levado em conta em relação ao
potencial de compra dos consumidores é a renda, como já mencionado, por ser um
produto com baixo custo de aquisição, mesmo parecendo ser uma variável que
exercerá pouca ação em relação ao consumo do produto, poderá influenciar no
aumento ou diminuição da demanda, provocando oscilações nas vendas ou até
mesmo sendo um fator chave para que ocorra uma elevação da fatia de mercado em
função do aumento do poder de compra dos consumidores.
Por ser uma entrante no mercado a Sorveteria do Porto em um primeiro
momento pretende ocupar uma pequena fatia de mercado, atendendo inicialmente
apenas a comunidade local do município de Porto Lucena e arredores, disputando
mercado com concorrentes como outras sorveterias, bares, lancherias e
supermercados que comercializam o produto.
51
Pretende-se a partir da aplicação das estratégias anteriormente elencadas,
desenvolver a credibilidade e ser reconhecida pelo cliente através da oferta de um
bom produto, de modo que se houver o aumento da demanda pelos produtos da
empresa, seja possível expandir o mercado para outras cidades, com vista na
possibilidade de distribuição do produto ao varejo.
Considerando o que foi obtido a partir das informações levantadas com
relação ao potencial de crescimento de mercado relatado pelas empresas
entrevistadas que atuam direta e indiretamente no ramo, a Sorveteria do Porto tem
como pretensão ampliar seu percentual de mercado a um nível de 3% ao ano.
Manter-se instável em um mercado onde há um alto número de concorrentes
diretos e indiretos não é tarefa fácil, para isso a Sorveteria do Porto pretende dedicar
esforços fundamentalmente na qualidade do produto, para que este se torne
sinônimo da satisfação do cliente, ou seja, oferecer ao consumidor um produto
criteriosamente elaborado, com a utilização de matéria prima de qualidade e
confiável, seguindo rigorosamente normas de produção e boas práticas de
fabricação, pois garantindo a segurança alimentar de quem irá consumir o produto
final, é sem dúvida peça fundamental para que a empresa se mantenha no mercado
fortalecida para competir com as demais concorrentes.
De acordo com os dados pesquisados podem ser listadas algumas
oportunidades e ameaças (quadro 2), as quais poderão ser estudas para que se
possa desenvolver um plano de ação para absorver bons resultados diante das
oportunidades. Já com relação às ameaças, pretende-se por meio do
desenvolvimento de estratégias corretivas aplicarem soluções para neutralizá-las.
Quadro 2: Oportunidades e ameaças da empresa
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Conforme o quadro 3 podem ser descritos alguns pontos fortes, que podem
gerar benefícios e resultados positivos a organização, assim como também alguns
52
pontos fracos, os quais deixam a estrutura da empresa com algumas deficiências,
prejudicando os resultados da mesma.
Quadro 3: Pontos fortes e pontos fracos da empresa
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Sendo assim a empresa já tem definido algumas estratégias que pretende
aplicar para absorver o percentual desejado de mercado, usando-as como
diferencial para superar os competidores.
Deste modo, definem-se as seguintes estratégias:
- Oferecer um produto de qualidade ao cliente;
- Seguir normas de produção, garantindo a segurança alimentar do cliente;
- Privilegiar o cliente através do bom atendimento;
- Trabalhar o marketing para divulgar a empresa e o produto ao consumidor;
- Garantir a acessibilidade do produto ao cliente.
- Reduzir custos de produção, adquirindo matéria prima direto de fábrica.
No quadro 4, apresentam-se os principais concorrentes, os quais foram
investigados com o objetivo de levantar informações que servirão de base para o
desenvolvimento de um planejamento estratégico pela Sorveteria do Porto.
53
Quadro 4: Mercado concorrente
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Foi feito um levantamento de informações com o objetivo de pesquisar
preços, quanto aos equipamentos e matéria prima que serão utilizados pela
empresa, para que possa ser feita uma análise dentre os possíveis fornecedores,
visando identificar qualidade, preço acessível, comprometimento dentre outros
fatores que virão a contribuir no processo de negociação garantindo credibilidade
entre a Sorveteria do Porto e seus fornecedores.
Dentre alguns possíveis fornecedores dos quais foram feitos contatos para
obtenção de valores orçamentários estão elencadas no quadro 5.
Quadro 5: Fornecedores de equipamentos e matéria prima
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Observa-se que dos possíveis fornecedores apresentados (quadro 5), apenas
duas empresas retornaram com informações a respeito dos valores orçamentários,
sendo que foram considerados apenas os valores orçados pela Finamac, já que a
54
Tecno Express trabalha somente com a linha soft (sorvete expresso), não se
enquadrando com o tipo de produção desejada pela Sorveteria do Porto.
Por se tratar de uma nova empresa é necessário que ela seja reconhecida
local e regionalmente, para isso se pretende divulgá-la utilizando os veículos de
mídia mais próximos, neste caso, as rádios locais, Rádio Muriá e Rádio Navegantes,
e no jornal A Gazeta do Povo que circula na região, assim como também de forma
online, por meio de um site criado para a empresa e através de redes sociais
(facebook, twitter).
Com o objetivo de promover a empresa, possibilitando maior aproximação e
conhecimento por parte do cliente, se tem como ideia inicial a realização de um
evento inaugural onde será servido um Buffet a base de sorvete, com os mais
variados sabores que a empresa irá produzir. Incluindo como parte integrante da
promoção uma espécie de sorteio de vale-sorvetes entre os clientes participantes,
de forma que esta iniciativa venha a instigar os mesmos a conhecer melhor os
produtos que serão ofertados pela empresa.
Figura 2: Logomarca institucional da empresa
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Como meio de divulgação da marca, para que esta transmita o sentido de
existência, construindo algum significado na mente do cliente, de modo que o
55
mesmo possa lembrar-se do produto a partir da imagem da marca, foi criada uma
logomarca institucional para empresa, como apresenta a figura 2.
No intuito de agregar valor e conhecimento aos produtos, foi desenvolvido o
slogan da marca (figura 3) a ser utilizada pela Sorveteria do Porto diferenciando
seus produtos das demais marcas, estando esta definida como “Sorvetes do Porto”,
trazendo consigo a missão pela qual a empresa pretende atuar em seu segmento de
mercado.
Figura 3: Slogan da empresa
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
4.4 Tamanho e Localização
Como uma empresa de pequeno porte a Sorveteria do Porto pretende iniciar
suas atividades com atuação local, adequando uma infraestrutura que possa
suportar a fatia de mercado pretendido, por meio do investimento em equipamentos
para a área de produção, estruturação do espaço físico do prédio, e quadro
funcional adequado para suportar o volume de produção demandado.
56
A empresa disponibilizará inicialmente de um prédio de alvenaria com área
construída de 36.35 m² conforme certidão de existência (ANEXO A), sendo que este
passará por processo de adequação para a instalação do empreendimento, com
alterações em sua estrutura física seguindo as normas sanitárias necessárias para a
instalação da indústria.
Levando em conta estes fatores, o prédio passará por obras para alteração de
seu ambiente interno adequando-o ao layout necessário para instalação e melhor
distribuição dos equipamentos no espaço físico, sendo que as paredes serão todas
revestidas com cerâmica na cor branca atendendo as exigências sanitárias. Serão
também realizadas alterações nas instalações elétricas para que a distribuição de
energia esteja com intensidade e pontos de distribuição de acordo com as
especificações e localização dos equipamentos, assim como também as instalações
hidráulicas, para que a canalização de água e esgoto sigam os padrões exigidos
pelos órgãos sanitários.
Pretende-se também ampliar o prédio, construindo uma área coberta para
abrigar os clientes, onde sob a mesma ficarão dispostas algumas mesas com
cadeiras, disponibilizando assim de um espaço onde os clientes possam se sentir
acomodados.
Identifica-se que o prédio apesar de não estar localizado próximo ao centro da
cidade, é de fácil acesso e possui um considerável fluxo de pessoas, desta forma
cabe salientar que mesmo não tendo uma localização privilegiada a empresa aposta
no local por este possuir características de um ambiente familiar, o qual com
algumas melhorias em seu espaço físico possibilitarão ao cliente, conforto e
tranquilidade.
Pretende-se realizar algumas alterações na fachada do imóvel,
proporcionando um embelezamento e consequentemente melhorando a visibilidade
do prédio, causando assim uma melhor impressão, além de divulgar o negócio por
meio da padronização de uma logo marca que ficará estampada na fachada da
sorveteria.
Desta forma, a figura 4 ilustra a localização geográfica da Sorveteria do Porto.
Cabe salientar que mesmo tendo a possibilidade de alugar um espaço comercial
para a instalação do empreendimento, este teria um custo consideravelmente
57
elevado, de modo que considerando o fato de ser uma cidade de pequeno porte, a
distância não é um fator que poderá comprometer a capacidade de vendas do
negócio, se comparado com a localização de outros empreendimentos do município.
Figura 4: Imagem de satélite da localização do empreendimento
Fonte: https://maps.google.com.br
4.5 Organização e Gerenciamento
Diante da oportunidade de implementação do negócio e levando em
consideração que o mercado no qual a Sorveteria do Porto estará inserida, a
intenção do estudo é justamente levantar informações em relação aos aspectos
mercadológicos que influenciam no processo de produção e comercialização de
sorvete.
Constatando que os idealizadores do empreendimento possuem uma carga
de conhecimento em relação ao processo de gestão, onde um destes está
concluindo o curso de bacharel em administração e o outro já possui uma vasta
experiência como empreendedor por ser gerente e proprietário de um restaurante,
58
percebe-se que quanto à futura gestão do negócio, o mesmo terá a disposição
profissionais com competências gerenciais para administrar o empreendimento, de
modo que ambos possuem excelente potencial para gerir o negócio, ou seja,
dispõem de habilidades técnicas para exercerem suas funções, pois têm perfil
condizente com a necessidade do negócio, mesmo não possuindo uma experiência
prática direta em relação ao mercado de atuação.
Como o objetivo é a implantação do negócio, percebe-se que ha necessidade
de mão de obra qualificada para desempenhar as funções do processo produtivo da
empresa, de modo que os futuros colaboradores terão que dispor de conhecimentos
técnicos que envolvem o processo de fabricação do sorvete. Para isto será
necessário que a empresa recrute profissionais já qualificados, ou disponibilize
treinamentos visando capacitá-los.
Serão necessárias habilidades técnicas que envolvem informações sobre os
conceitos gerais na fabricação de sorvetes e picolés, como ingredientes utilizados na
produção, cuidados de higiene no preparo das formulações, dentre outras
informações sobre dosagem e padronização dos produtos.
Quanto aos cargos e funções (Figura 5) a serem distribuídos na empresa,
inicialmente os mesmos estarão divididos em um gerente geral, um supervisor de
equipe e outros dois funcionários. Sendo que o gerente geral será responsável por
administrar a empresa, cuidando da negociação com os fornecedores, emissão de
notas, alinhamento estratégico do negócio, processo decisório e venda dos produtos
aos clientes. O supervisor de equipe além de auxiliar no processo produtivo terá a
função de levantar informações em relação à qualidade do produto, nível de
produção, demanda de matéria prima, inspeção dos equipamentos, controle de
estoque, índice de produtividade e rendimento dos colaboradores, desempenhando
também a função de responsável técnico no processo produtivo. Quanto aos outros
dois funcionários, estes estarão diretamente ligados ao processo produtivo da
empresa, ficando os mesmos responsáveis pela fabricação dos produtos.
O organograma (Figura 5) possui uma estrutura simplificada, pois se trata de
um esboço de como funcionará o processo de gestão da empresa, onde as
informações deverão circular entre todos os níveis hierárquicos, sendo que a alta
gestão deverá manter contato tanto com o supervisor, quanto com os demais
colaboradores, da mesma forma que a mesma se mantém receptiva as informações
59
vindas de ambos os níveis. Em relação ao supervisor, o mesmo além de servir de
interlocutor entre o nível superior e inferior, ou seja, o gerente geral e os
colaboradores desenvolverá constantemente um trabalho de apoio aos
colaboradores envolvidos no processo produtivos, fazendo com que as informações
cheguem ao gerente, servindo de intermediador entre os níveis.
Figura 5: Organograma organizacional
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Quanto aos colaboradores diretamente ligados à produção, estes estarão
subordinados ao supervisor, de modo que os problemas e ideias ou soluções serão
repassadas ao supervisor para que este leve as informações ao gerente.
Com base na convenção coletiva de trabalho das indústrias processadoras de
alimentos do Rio Grande do Sul, foi realizada uma projeção do custo da mão de
obra envolvida no processo operacional do empreendimento.
Segundo os valores apresentados no quadro 6, diante do custo da mão de
obra, 13º salário e proporcional de férias, incluindo-se os encargos trabalhistas e
possíveis imprevistos, se obteve uma folha de pagamento com valor mensal de R$
2.956,51, chegando a R$ 35.478,10 anual.
60
MÃO-DE-OBRA + ENCARGOS
COLABORADORES SUPERV. PROD. FUNC. 1 FUNC. 2 TOTAL GERAL
SALÁRIOS MENSAIS R$ 785,11 R$ 785,11 R$ 785,11 R$ 2.355,33
13º Salário R$ 65,43 R$ 65,43 R$ 65,43 R$ 196,28
Férias (1/3) R$ 21,59 R$ 21,59 R$ 21,59 R$ 64,77
Total R$ 872,13 R$ 872,13 R$ 872,13 R$ 2.616,38
FGTS (8%) R$ 69,77 R$ 69,77 R$ 69,77 R$ 209,31
Imprevistos (5%) R$ 43,61 R$ 43,61 R$ 43,61 R$ 130,82
VALOR MENSAL R$ 985,50 R$ 985,50 R$ 985,50 R$ 2.956,51
VALOR ANUAL R$ 11.826,03 R$ 11.826,03 R$ 11.826,03 R$ 35.478,10
Quadro 6: Projeção dos custos com mão de obra e encargos
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Dentre os critérios observados em relação ao acordo coletivo de trabalho,
cabe salientar que por se tratar de uma cidade pequena que não possui transporte
público, não será destinado vale transporte aos funcionários. Observando-se
também que se caso ocorra à contratação de colaborador que esteja estudando,
será concedido a este auxílio educação equivalente a R$ 126,36.
4.6 Tecnologia e Processos
Em relação à tecnologia a ser utilizada pela empresa, pode-se dizer em
termos de equipamentos, que a mesma precisará investir em uma linha de
ferramentais tanto para o processo produtivo, quanto para armazenamento e venda
do produto. Dentre os quais estão freezers expositores, balcão de atendimento
(caixa), freezer para estoque, expositor refrigerador de bebidas, mesas, cadeiras,
computador, dentre uma série de equipamentos e utensílios básicos necessários
(Quadro 7).
Para o processo de fabricação dos sorvetes e picolés serão necessárias
máquinas que possam produzir em grande escala para suprir a demanda, sendo que
as mesmas também possibilitem o desenvolvimento de um produto com maior
qualidade. Para isso serão necessárias inicialmente máquinas para a produção de
sorvete em massa (sorvete artesanal), máquina para picolés, homogeneizador,
61
pasteurizador, tina de maturação, embaladora para embalar picolés, balança e
vitrine para sorvetes e picolés (Quadro 7).
LISTA DE EQUIPAMENTOS/UTENSÍLIOS
Descrição Nº de unidades
Pasteurizador 1
Batedor industrial 2
Máquina de sorvete 1
Picoleteira 1
Forma para picolé (28 unidades) 6
Extrator (28 cavidades) 6
Cuba deretedeira de chocolate (p/ cobertura) 1
Freezer horizontal expositor (500 L) 1
Freezer 519 L (armazenamento) 5
Seladora de picolés 1
Balança eletrônica 20 kg 1
Colher sorvete 2
Mesa com tampo inoxidável 2
Balcão vitrine caixa 1
Mesa (bar) 10
Cadeira (bar) 40
Computador 1
Quadro 7: Lista de equipamentos e utensílios
Fonte: Elaborado pelo acadêmico.
Em relação aquisição de máquinas, equipamentos e utensílios, pretende-se
buscar no mercado produtos inovadores que possam disponibilizar ao
empreendimento agilidade, segurança e qualidade na produção de sorvetes e
picolés, sendo que a ideia é investir em tecnologia de última geração, optando pela
aquisição de produtos novos, que possam dar aporte ao processo produtivo como
forma de prevenir possíveis transtornos que venham a interferir no atendimento da
demanda imposta pelo mercado.
Sendo assim, para que a Sorveteria do Porto possa desenvolver um sorvete
que tenha boa aceitabilidade no mercado, pretende-se produzir a partir de insumos
que proporcionam boa qualidade ao produto, dando a este maior consistência, sabor
e cremosidade, ou seja, trabalhar com uma matéria prima confiável a partir de
especificações, que possibilite melhor eficiência nas formulações do produto. Ou
62
seja, com uma matéria prima de qualidade como leite, creme, açúcar e estabilizantes
dentre outros ingredientes, possibilitando uma boa manipulação, Proporcionando a
obtenção de um produto final com melhor aroma, corpo, textura, valor nutricional, cor
e palatabilidade.
Para que se possam obter bons resultados em relação ao produto final, dando
maior qualidade ao mesmo e satisfação ao cliente, são necessárias algumas
técnicas essenciais para o processo produtivo.
Serão necessários alguns conhecimentos e boas práticas de fabricação das
quais os colaboradores a partir de cursos disponibilizados pela empresa terão que
desenvolver, para que estes possam dispor de técnicas específicas para aperfeiçoar
o processo de fabricação dos produtos, dentre os requisitos (Quadro 8).
Quadro 8: Conhecimentos técnicos para a produção de sorvetes e picolés
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Com o objetivo de demonstrar como ocorre a produção de sorvete, foi
estruturado um fluxograma das etapas que compõem o funcionamento do processo
63
produtivo, desde o recebimento da matéria prima até a distribuição e
comercialização do produto final (Figura 6).
Figura 6: Fluxograma do processo produtivo da empresa
Fonte: Elaborado pelo acadêmico.
4.7 Investimentos
Para a implementação do empreendimento, são necessários investimentos,
os quais se dão mesmo antes que o negócio se encontre em funcionamento, estes
podem ser chamados de investimentos pré-operacionais (Quadro 9).
Dentre os custos de implementação apresentados estão às taxas, registros,
alvarás, honorários advocatícios e contábeis, impressora fiscal e despesas
bancárias, investimento este que será necessário para dar inicio ao processo de
abertura do empreendimento. Obtendo-se, portanto, a partir do somatório dos itens,
um investimento pré-operacional equivalente a R$ 5.755,00.
64
INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS
Itens R$
Taxa de pesquisa de viabilidade (prefeitura) R$ 15,00
Registro do contrato social R$ 300,00
Advogado para aprovação do contrato social R$ 200,00
Registro da marca no INPI R$ 1.340,00
Taxas/Alvará sanitário R$ 100,00
Taxas/Alvará de estabelecimento (localização) R$ 350,00
Alvará especial de atividade R$ 500,00
Bombeiros R$ 350,00
Honorários contábeis para abertura da empresa R$ 1.000,00
Máquina cupom fiscal R$ 1.500,00
Despesas bancárias R$ 100,00
TOTAL R$ 5.755,00
Quadro 9: Investimentos pré-operacionais
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
A partir da projeção decorrente da compra de máquinas/equipamentos,
móveis/utensílios, reforma do prédio e aquisição de um automóvel que servirá para
transporte da produção, por meio de uma cotação de mercado em relação aos itens
mencionados, foram obtidos os valores apresentado no quadro 10.
INVESTIMENTO FIXO
Itens Total
Máquinas/Equipamentos R$ 86.933,60
Móveis/Utensílios R$ 5.969,00
Reforma do prédio R$ 3.950,00
Automóvel para transporte da produção R$ 31.573,29
Total R$ 128.425,89
Quadro 10: Investimentos fixos
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
No quadro 11 encontram-se projetados todos os valores que resumem o
montante de capital a ser investido no negócio.
Diante do investimento a serem realizado, verificou-se um valor total de R$
157.712,79, o qual deverá ser desembolsado para que se possam iniciar as
65
atividades do empreendimento, sendo que terá duas fontes de subsídio, ou seja,
parte do investimento tem origem própria, partindo do capital em poder do
empreendedor e o restante estará sendo buscado a terceiros, neste caso instituições
financeiras.
Investimento inicial (Resumo)
Itens Valor (R$)
Investimento pré-operacional R$ 5.755,00
Investimento fixo R$ 128.425,89
Necessidade de capital de giro R$ 23.531,90
Total R$ 157.712,79
Quadro 11: Resumo do investimento inicial
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
4.8 Plano Financeiro
Visando constatar a viabilidade para a implantação do negócio, a partir de
informações obtidas através de levantamento orçamentário, por meio de cotações de
mercado, foi desenvolvido um plano financeiro com projeções de receitas e custos
que o empreendimento terá a partir do seu processo de produção e comercialização
dos produtos.
Com o intuito de melhor entender as projeções desenvolvidas para os
primeiro 5 anos, visando estimar os resultados aos quais o empreendimento estará
sujeito, foram desenvolvidos alguns indicadores.
4.8.1 Projeção de receitas
A partir de informações obtidas mediante entrevista realizada com
empreendedores que atuam no ramo de sorveteria e proprietários de bares,
lancherias e supermercados que comercializam o produto, se podem identificar uma
média mensal de vendas dos produtos.
66
Diante destas constatações foram projetados volumes unitários de venda do
mix de produtos, o qual a Sorveteria do Porto irá comercializar. Considerando
também que o preço de venda foi estipulado a partir de preços praticados no
mercado. Com isso foi possível desenvolver a projeção de vendas (Quadro 12).
A partir do volume de vendas projetado para o primeiro ano, pode-se
identificar uma receita mensal de 25.450,00, totalizando assim um faturamento anual
equivalente a R$ 305.400,00. Com este indicador, foi desenvolvida a estimativa para
os seguintes anos, de acordo com os valores representados no quadro 13.
PROJEÇÃO DE VENDAS
Descrição Unidades Preço Venda Receita Mensal Receita anual
Sorvete 1 L (500 g) 800 R$ 8,00 R$ 6.400,00 R$ 76.800,00
Sorvete cascão (100 g) 2500 R$ 3,00 R$ 7.500,00 R$ 90.000,00
Sorvete casquinha (100 g) 2000 R$ 2,50 R$ 5.000,00 R$ 60.000,00
Sorvete copinho (100 g) 1500 R$ 2,50 R$ 3.750,00 R$ 45.000,00
Picolé cremoso (60 g) 7000 R$ 0,40 R$ 2.800,00 R$ 33.600,00
TOTAL RECEITA R$ 25.450,00 R$ 305.400,00
Quadro 12: Projeção de vendas
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Cabe salientar que para os demais anos foi feita uma estimativa onde se
projetou um percentual de 3% de aumento no faturamento anual, com reajuste no
preço de venda de 5% para o ano 3, assim como também o mesmo percentual para
o ano 5. O reajuste foi estipulado a partir de comparativos dos últimos anos,
observando que ocorreu uma elevação no valor de comercialização de sorvetes e
picolés.
PROJEÇÃO DE RECEITAS
PERIODO Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
RECEITA (Aumento 3%) R$ 305.400,00 R$ 314.562,00 R$ 339.726,96 R$ 349.918,77 R$ 377.912,27
Quadro 13: Projeção de receitas
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
67
4.8.2 Custo de matérias primas
Considerando que a matéria prima é fator fundamental para se chegar ao
produto final, sendo que esta faz parte dos custos variáveis de produção. A partir do
volume de vendas obtido, calculou-se o consumo de matéria prima necessária para
se chegar à quantidade de produto desejado.
Sendo assim, para se obter a estimativa de consumo de matéria prima , foi
observada a quantidade de ingredientes utilizados na produção. De modo que com
as devidas proporções e os respectivos valores obtidos a partir dos preços de
comercialização dos ingredientes, projetou-se o custo da matéria prima, ficando este
no valor de R$ 4.812,74, de acordo com o quadro 14.
MATÉRIA PRIMA
Descrição Quantidade Valor unitário Valor total
Açúcar (pacotes c/ 25 kg) 13 R$ 30,00 R$ 390,00
Saborizante 1 kg (base diversos sabores) 35 R$ 10,35 R$ 362,25
Emulsificante 10 KG 3 R$ 76,00 R$ 228,00
Liga neutra 1 kg 8 R$ 11,04 R$ 88,32
Leite em litros 1.310 R$ 1,00 R$ 1.310,00
Gordura vegetal hidrogenada 15 kg 2 R$ 86,95 R$ 173,90
Polpa de frutas 1 kg 35 R$ 15,00 R$ 525,00
Corante pote 100 g 10 R$ 3,90 R$ 39,00
Cascão para sorvete (caixa c/ 120 unid.) 21 R$ 31,05 R$ 652,05
Casquinha para sorvete (caixa c/ 300 unid.) 7 R$ 48,30 R$ 338,10
Glucose pacote 1 kg 72 R$ 8,71 R$ 627,12
Coberturas 1,3 kg (diversos sabores) 10 R$ 7,90 R$ 79,00
Total R$ 4.812,74
Quadro 14: Matéria prima necessária para a produção
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Assim como os insumos utilizados na produção, as embalagens também
compõem os custos variáveis, pois estas irão fazer parte do produto final. A partir do
levantamento do custo das embalagens, fez-se um comparativo do número de
unidades necessário com o volume de vendas, calculando-se a partir do valor de
mercado praticado por fornecedores. Desta forma, projetou-se uma estimativa
mensal dos custos envolvidos para aquisição dos itens (Quadro 15) que perfaz o
valor total de R$ 1.152,65.
68
EMBALAGENS
Descrição Quantidade Valor unitário Valor total
Embalagens para picolé (bobina 7.200 und.) 1 R$ 23,50 R$ 23,50
Pote 1 L para sorvete (lote c/ 24 unid.) 34 R$ 19,55 R$ 664,70
Rótulo (lote 40 unid.) 20 R$ 10,00 R$ 200,00
Copo plástico descartável 200 ml (lote c/ 2.500 unid.) 1 R$ 64,15 R$ 64,15
Colherinhas para sorvete (lote c/ 1000 unid.) 6 R$ 15,00 R$ 90,00
Palito para picolé (lote c/ 10.000 unid.) 1 R$ 110,30 R$ 110,30
Total R$ 1.152,65
Quadro 15: Projeção dos custos das embalagens
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Considerando que os indicadores estão projetados para gerar resultados
anuais foi estruturada uma planilha (Quadro 16) estimando os custos para o período
de 5 anos.
CUSTOS ANUAIS DE PRODUÇÃO
ANO 1 R$ 71.584,68
ANO 2 R$ 77.311,45
ANO 3 R$ 83.496,37
ANO 4 R$ 90.176,08
ANO 5 R$ 97.390,17
Quadro 16: Custos anuais de produção
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Com base nos números apresentados no quadro 16, foram considerados
alguns percentuais dos quais o negócio estará sujeito, verifica-se uma projeção de
custos de R$ 71.584,68 para o ano 1. Considerando uma estimativa de aumento das
vendas equivalente a 3% ao ano, salienta-se que o mesmo reflexo surtido nas
receitas também tenderá a aparecer nos custos variáveis, já que se trata do
aumento no volume de vendas e não somente no faturamento. Também se
considerou uma possível elevação nos valores praticados pelos fornecedores deste
segmento de mercado, levando em conta, portanto, um percentual de 5%, a fim de
estipular o índice de inflação que afetará no valor de aquisição da matéria prima e
embalagens.
69
4.8.3 Custos fixos
Independente do volume de produção a ser adotado pela empresa os custos
fixos estarão presentes no decorrer do período, sendo assim foi estipulada uma
previsão de gastos com estes, estimando-se os valores mensais e anuais que serão
desembolsados para cobri-los. Como pode ser observada no quadro 17, a projeção
feita para o primeiro ano mostra que a empresa terá que pagar um valor total de R$
138.798,10 em relação aos custos operacionais fixos.
CUSTOS FIXOS
Descrição Mensal Anual
Mão de obra + Encargos R$ 2.956,51 R$ 35.478,10
Retirada dos sócios (pró-labore) R$ 3.000,00 R$ 36.000,00
Impostos sobre pró-labore (11%) R$ 330,00 R$ 3.960,00
Água R$ 200,00 R$ 2.400,00
Energia R$ 550,00 R$ 6.600,00
Telefone /internet R$ 300,00 R$ 3.600,00
Contador R$ 250,00 R$ 3.000,00
Despesas com Veículos R$ 250,00 R$ 3.000,00
Material de expediente R$ 150,00 R$ 1.800,00
Seguros R$ 80,00 R$ 960,00
Propaganda e publicidade R$ 200,00 R$ 2.400,00
Combustível R$ 700,00 R$ 8.400,00
Manutenção R$ 300,00 R$ 3.600,00
Cursos (capacitação funcionários) R$ 1.050,00 R$ 2.100,00
Viagens e hospedagens R$ 1.000,00 R$ 2.000,00
Outros R$ 250,00 R$ 3.000,00
TOTAL R$ 11.566,51 R$ 138.798,10
Quadro 17: Custos fixos de produção
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
70
4.8.4 Demonstrativo de Resultado do Exercício
A com base nas projeções apresentadas anteriormente foi desenvolvido o
demonstrativo de resultado do exercício, a partir do qual diante da receita bruta,
deduziu-se a alíquota dos impostos incidentes na comercialização, juntamente com
os custos operacionais, chegando-se ao faturamento líquido em cada um dos
períodos projetados (Quadro 18).
Quadro 18: Demonstrativo de resultado do exercício
Fonte: Elaborado pelo acadêmico.
Levando em consideração que nos quatro primeiros anos a receita bruta não
irá ultrapassar o valor de R$ 360.000,00 a alíquota dos impostos praticados utilizada
para o calculo foi de 5,97% conforme alíquota de enquadramento do simples
nacional. Porém para o quinto ano com o aumento do faturamento, ocorre, portanto,
o enquadramento em outro nível de rendimentos, ficando assim sujeito a uma
alíquota de 7,34% (Quadro 19).
71
Quadro 19: Alíquota de impostos incidentes sobre o faturamento
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
4.8.5 Projeção do fluxo de caixa
Considerando todos os indicadores analisados até o momento, desenvolveu-
se a partir dos mesmos o fluxo de caixa, o qual apresenta toda a movimentação
ocorrida durante os cinco primeiros anos, projetando-se as deduções que irão
incorrer sobre as receitas, levando em conta os impostos, custo das mercadorias
vendidas, despesas operacionais, depreciação, juros e amortização de empréstimos
para assim se chagar ao saldo final de caixa e seu acumulado no decorrer do
período estimado (Quadro 20).
4.9 Aceitabilidade do negócio
Para identificar a aceitabilidade do negócio, diante das projeções feitas, o
tópico apresenta o calculo do payback, a taxa interna de retorno (TIR), o valor
presente líquido (VPL), a rentabilidade e lucratividade, e o ponto de equilíbrio.
4.9.1 Payback
Diante do desembolso necessário para implementação do negócio, com o
cálculo do payback se buscou constatar qual o período de tempo que a empresa
levará para obter retorno do investimento realizado.
72
Quadro 20: Projeção do fluxo de caixa
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Foram desenvolvidos dois cálculos do payback, o simples e o descontado,
como podem ser observados nos quadros 21 e quadro 22.
PAYBACK SIMPLES
ANO FLUXO CAIXA ACUMULADO
0 R$ 0,00 -R$ 157.712,79
1 R$ 62.445,28 -R$ 95.267,51
2 R$ 72.821,62 -R$ 22.445,89
3 R$ 86.418,29 R$ 63.972,40
4 R$ 85.326,52 R$ 149.298,92
5 R$ 95.144,16 R$ 244.443,08
Quadro 21: Payback simples
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Observa-se que o retorno do investimento se dará no segundo ano, sendo
que para o terceiro período a empresa passará a acumular reservas positivas em
caixa.
Para o cálculo do payback descontado, adotou-se uma projeção de desconto
de 25% em comparação ao fluxo de caixa. Considerando o percentual de ajuste,
73
observa-se que por meio da projeção (Quadro 22), o investimento levará um período
de retorno maior. O fator de recuperação do capital se dará apenas no decorrer do
terceiro ano.
Diante das projeções apresentadas (quadro 21 e quadro 22) é possível
constatar a viabilidade do empreendimento, ou seja, mostra que o período no qual
se dará o retorno do capital investido proporciona ao negócio rentabilidade.
PAYBACK DESCONTADO
ANO FLUXO CAIXA FLUXO CAIXA AJUSTADO ACUMULADO
0 R$ 0,00 R$ 0,00 -R$ 157.712,79
1 R$ 62.445,28 R$ 49.956,22 -R$ 107.756,57
2 R$ 72.821,62 R$ 46.605,84 -R$ 61.150,73
3 R$ 86.418,29 R$ 44.246,16 -R$ 16.904,56
4 R$ 85.326,52 R$ 34.949,74 R$ 18.045,18
5 R$ 95.144,16 R$ 31.176,84 R$ 49.222,02
Quadro 22: Payback descontado
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
4.9.2 Taxa interna de retorno (TIR) e taxa mínima de atratividade (TMA)
Considerando que foi adotada pelo empreendedor uma taxa mínima de
atratividade (TMA) de 20% em comparação ao capital investido, com o cálculo da
TIR, percebe-se que o empreendimento apresenta retorno superior em relação à
mesma, significando assim que o valor atual de entradas de caixa é superior ao valor
esperado.
Desta forma, usando como ferramenta de cálculo da TIR, a calculadora
financeira HP12C, chegou-se a um percentual de retorno equivalente a 38,41%,
como mostra a fórmula utilizada para o referido cálculo.
74
4.9.3 Valor presente líquido (VPL)
O mesmo critério utilizado no calculo da TIR foi aplicado para calcular a VPL,
utilizando-se, portanto, a TMA de 20% projetada pelo empreendedor, assim como
também a HP12C como ferramental de aporte para efetuar o cálculo.
A partir do resultado obtido constatou-se um valor presente líquido de R$
74.291,38, demonstrando que o negócio é viável, pelo fato de que a mesma se
75
demonstrou superior à zero, levando em consideração o percentual estimado da
TMA.
4.9.4 Rentabilidade e lucratividade
O quadro 23 mostra a projeção dos percentuais de retorno que o
empreendimento deverá obter em comparação ao investimento realizado, ou seja,
qual é o potencial de rentabilidade com o qual o negócio está conseguirá trabalhar
para que o capital inicialmente desembolsado seja absorvido.
RENTABILIDADE ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
% 39,59% 46,17% 54,79% 54,10% 60,33%
Quadro 23: Rentabilidade do negócio
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
De acordo com o quadro 24, é possível constatar os percentuais de ganho
dos quais a empresa conseguirá obter, fazendo uma comparação entre o seu
faturamento bruto e o lucro líquido que a mesma alcançará no final de cada um dos
5 anos.
LUCRATIVIDADE ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
% 21,75% 24,62% 27,05% 25,93% 27,17%
Quadro 24: Lucratividade do negócio
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
4.9.5 Ponto de equilíbrio
Com o intuito de identificar o ponto de igualdade onde os custos totais e o
faturamento obtido pelo empreendimento se igualam, foi projetado o ponto de
equilíbrio, mostrando assim o momento em que o rendimento das vendas cobre os
custos operacionais envolvidos.
76
PONTO DE EQUILÍBRIO
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
R$ 138.797,98 142.961,93 147.250,80 151.668,33 156.218,39
Quadro 25: Ponto de equilíbrio
Fonte: Elaborado pelo acadêmico
Diante das projeções feitas para cada um dos períodos, com base no quadro
25 é possível observar os valores que a empresa terá de obter mediante suas
vendas para neutralizar seus custos.
4.10 Vulnerabilidade do Negócio
As empresas trabalham sob a influência tanto do ambiente interno, quanto
externo, podendo assim surgir ameaças ou oportunidades que irão afetar no
desempenho e consequentemente nos objetivos do negócio, seja de forma positiva
ou negativa.
Diante de informações obtidas a partir de um diálogo com o empreendedor
proprietário de uma indústria de sorvetes, o qual está no ramo de sorveteria há 27
anos, segundo ele, “uma diversidade de fatores fazem com que surjam novos
desafios no cotidiano das organizações, não apenas por parte dos concorrentes ou
pelas exigências impostas pelo consumidor, mas também devido a outros fatores,
neste caso a legislação e o clima”.
O mesmo afirma que as exigências sanitárias e suas normas procuram
regulamentar as indústrias de alimentos, proporcionando a partir de inspeções
periódicas o desenvolvimento de um produto de melhor qualidade, o que segundo o
mesmo não detinha tal importância quanto recebe atualmente.
Para o empreendedor, o cliente procura qualidade, principalmente em relação
à produção de alimentos, pois além do mais é necessário preservar a segurança
alimentar do mesmo. Neste caso é preciso padronizar a produção, seguindo boas
práticas de fabricação que possam garantir um produto final mais saudável. No caso
da referida indústria, foram necessários no decorrer de suas atividades,
investimentos para que a mesma pudesse estar enquadrada nas normas da
ANVISA, seguindo as exigências legais de regulamentação.
77
Quanto ao fator climático, este acaba se tornando um limitador para a
comercialização de sorvetes, ou seja, a sazonalidade faz com que a região noroeste
do Rio Grande do Sul não dê estabilidade ao mercado de sorvetes, que possibilite a
venda contínua do produto durante todo o ano, provocando assim uma
desaceleração na produção, o que ocasiona a queda no faturamento principalmente
no período de inverno em que o frio compromete as atividades do negócio que
depende especialmente de temperaturas elevadas para que haja maior demanda
pelo produto.
Sendo assim esta adversidade climática interfere negativamente no negócio,
provocando a limitação das vendas, onde durante os meses de maio a agosto o
índice de comercialização do produto é praticamente nulo, o qual é compensado
durante os meses de setembro a abril, período este que em virtude do calor aumenta
a procura por sorvete.
Adquirir mão de obra qualificada, contratando pessoas capacitadas que
possuam conhecimentos técnicos para o desempenho das atividades produtivas é
também sem dúvida mais um obstáculo a ser superado, tendo em vista que para tal
problema a solução está justamente na oferta de cursos de capacitação a serem
oferecidos pela própria empresa aos seus colaboradores.
Tendo em vista a dificuldade em contatar possíveis fornecedores, verifica-se
que esta é mais uma variável que merece atenção especial, pois fatores logísticos
podem vir a prejudicar o negócio na aquisição de sua matéria prima, considerando
que em função da distância o custo dos insumos podem sofrer elevações devido ao
transporte necessário até o destino, assim como também o tempo que estas
mercadorias levarão para serem entregues, podendo assim provocar possíveis
atrasos no suprimento dos estoques.
Outro fator importante a ser considerado, são as normas técnicas em
específico a ISO 22000 que tem por objetivo estabelecer critérios em relação à
segurança na produção de alimentos.
CONCLUSÃO
Diante do processo de desenvolvimento da pesquisa, a partir das informações
obtidas no decorrer do estudo, constatou-se a viabilidade do empreendimento,
considerando a rentabilidade do mesmo a partir das projeções desenvolvidas.
Contanto cabe mencionar os problemas enfrentados no decorrer do
desenvolvimento do estudo. Dentre estes podem ser mencionados, à dificuldade no
processo de coleta dos dados em especial com relação ao agendamento das
entrevistas, as quais dispuseram de curtos períodos de tempo devido à
disponibilidade por parte dos empreendedores em atender ao acadêmico, motivado
pelo envolvimento dos mesmos em suas atividades profissionais. Outro fator
determinante que acabou comprometendo o plano de viabilidade foi à falta de
atenção por parte dos fornecedores quanto ao retorno de informações orçamentárias
solicitadas a estes.
Quanto ao mercado de sorvetes, com base nas informações levantadas,
verificou-se que a há uma expectativa de desenvolvimento diante do comportamento
do consumidor apresentado no decorrer dos últimos anos. Isto demonstra um
considerável potencial de vendas, principalmente nos estados do Sul do país, com
ampliação do consumo mesmo nos meses mais frios.
Observou-se que o consumidor está cada vez mais atento, na busca por um
produto de qualidade, que lhe garanta além da satisfação que supre o desejo de
consumo, também a tranquilidade em poder confiar e saborear um produto que
atenda criteriosamente padrões de qualidade e garanta a segurança alimentar, por
meio da oferta de um alimento saudável.
Por meio da elaboração do plano financeiro foi possível desenvolver
projeções através do levantamento dos custos envolvidos em comparação as
receitas obtidas para se chegar ao cálculo dos indicadores de retorno, os quais
demonstraram resultados favoráveis que permitem constatar que mesmo sendo
necessário um investimento consideravelmente elevado, este terá retorno desejável,
viabilizando, portanto a iniciativa da abertura do negócio.
79
Considerando que o investimento a ser realizado é de R$ 157.712,79 e por
meio da projeção de receitas, se chegou a um faturamento bruto estimado em R$
305.400,00 para o primeiro ano do negócio, projetando-se os demais valores para os
anos seguintes, a partir dos saldos de caixa anuais, chegou-se a um payback
simples onde o tempo de retorno do capital é de dois anos, o qual passa a ser de
três anos se considerar o calculo do payback mediante a uma taxa de 25% de
desconto.
Os indicadores mostram que a taxa interna de retorno (TIR) de 38,41% está
acima da taxa mínima de atratividade (TMA) estipulada pelo empreendedor que é de
20%, superando assim a estimativa de retorno em relação ao capital investido.
Verificou-se também que a taxa de rentabilidade projetada para os cinco
primeiros anos teve uma elevação de 39,59% no primeiro ano para 60,33% no
último ano. O mesmo ocorreu com a lucratividade que passou de 21,75% no
primeiro ano, para 27,17% no quinto ano.
Para os riscos dos quais o negócio estará vulnerável, observou-se que dentre
os principais fatores que o empreendimento precisará se adaptar, serão as
regulamentações sanitárias e o clima, ou seja, atender as exigências sanitárias por
meio da adequação legal imposta pelos órgãos reguladores e traçar estratégias para
superar o problema na redução do volume de vendas ocasionada pela sazonalidade.
Conclui-se também que, além de oportunizar ao autor do estudo o
desenvolvimento acadêmico por meio da abertura de novas linhas de conhecimento,
tornando possível o envolvimento da teoria com a prática e trazendo consigo
benefícios à carreira profissional na gestão empresarial. Isso reflete também na
capacidade em expor na prática a partir da iniciativa empreendedora o quanto o
planejamento é importante na gestão de negócios, em especial no processo de
abertura de novas empresas, onde o controle deve estar presente para que possam
ser obtidos resultados positivos.
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APÊNDICES
85
APÊNDICE A:
Solicito ao senhor gestor a colaboração para responder o seguinte roteiro de
entrevista. Sendo que o mesmo tem o objetivo de identificar algumas industrias e
estabelecimentos comerciais que produzem ou comercializão sorvete nas cidades
de Porto Lucena e Porto Xavier, através de uma pesquisa de mercado, com a
finalidade de contemplar o processo de coleta de dados do Relatório de Conclusão
de Curso, do Curso de Administração da Unijuí, do segundo Semestre de 2013.
Atenciosamente grato pela sua compreensão.
1. Em relação à comercialização de sorvetes:
a) Possui produção própria ( ) ou adquire de fornecedores para revenda ( )?
b) Trabalha com quantas marcas diferentes de sorvete?
c) Quais as exigências e benefícios adicionais oferecidos pelas marcas?
d) Considerando a sazonalidade, em que meses do ano o volume de vendas é
maior?
e) Qual é o volume de vendas mensal do produto?
2. Considerando o processo de vendas e marketing:
a) É realizado algum tipo de oferta para atrair o cliente?
b) Como é feita a divulgação do produto ao cliente?
c) Como você toma decisões para inseri/comercializar novos sabores desenvolvidos
pelas marcas?
e) Qual a percepção em relação ao mercado de sorvetes?
Questões adicionais para indústrias:
3. Quanto aos padrões de fabricação e armazenamento do produto:
a) Possui alguma norma de fabricação? Qual?
86
b) O produto passa por inspeção da qualidade?
c) A empresa segue boas práticas de fabricação? Quais?
d) Como é feito o armazenamento do produto?
e) Atende as exigências sanitárias?
f) Como é feita a limpeza dos equipamentos utilizados na produção e quais são as
recomendações de utilização do equipamento cedido no ponto de venda?
6. Quanto ao processo de produção:
a) Quanto aos procedimentos operacionais:
- Qual o sistema de produção escolhido? Como o arranjo físico foi definido?
Por quê?
- Qual o estado das máquinas (idade)?
- Qual o turno de operação?
- Como faz o planejamento da produção?
- Qual o índice de rejeição e retrabalho do processo?
- Faz análise da qualidade (PDCA)?
b) Quanto à gestão ambiental:
- Como é feito o descarte dos resíduos?
- Qual a condição de limpeza da fábrica e de seus funcionários?
- O ambiente apresenta boas condições de trabalho (luminosidade, ruído,...)?
87
APÊNDICE B:
Este questionário tem por objetivo realizar um levantamento de informações
em relação à viabilidade para instalação de uma indústria de sorvetes no município
de Porto Lucena. Sendo aplicado a potenciais clientes que consomem sorvete. Com
a finalidade de contemplar o processo de coleta de dados do Relatório de Conclusão
de Curso, do Curso de Administração da Unijuí, do segundo semestre de 2013.
1. Qual a sua idade?__________________
2. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
3. Considerando-se um consumidor do produto, com qual frequência você costuma
tomar sorvete?
( ) Sempre que der vontade
( ) A cada 15 dias
( ) Raramente
( ) Aos finais de semana
( ) Uma vez por mês
4. Dos estabelecimentos elencados, do qual deles você costuma comprar sorvete
com mais frequência?
( ) Supermercado
( ) Sorveteria
( ) Bar, lancheria ou restaurante
( ) Vendedor ambulante
( ) Outro
5. Descreva abaixo qual é o tipo de embalagem de sorvete que você prefere.
___________________________________________________________________
88
6. Indique qual é o grau de importância em relação às seguintes opções elencadas,
levando em consideração o que você costuma observar quando vai tomar um
sorvete. Marque apenas uma alternativa de 1 a 5 para cada opção, considerando:
1- Sem Importância;
2- Pouca Importância;
3- Indiferente;
4- Importante;
5- Muito importante.
1 2 3 4 5
A marca do produto
A qualidade do produto
O preço do produto
O comprometimento do atendente em atendê-lo bem
A localização do estabelecimento
A higiene do ambiente (estabelecimento)
A conservação do produto
O espaço (acomodações) do estabelecimento
O sabor
A variedade de sabores disponíveis
A embalagem do produto
89
APÊNDICE C:
90
91
92
ANEXOS
93
ANEXO A: