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Importante é o amor
Sebastião Geraldo Ferreira Gomes
Sumário
001 - “ Por que?”
002 - “ Ai quem me dera!”
003 - “Era uma casinha branca”
004 - “Ninguém acredita”
005 - “Meu sentimento”
006 - “Assim como o sol”
007 - “ Quero sentir”
008 - “Se livre eu fosse”
009 - “Se ela soubesse”
010 - “Triste figura”
011 - “Coragens”
012 - “Luta aberta”
013 - “Vira a lata”
014 - “Trabalhe essa terra”
014 - “Trabalhe essa terra”
015 - “Quando as armas silenciam”
016 - “O amor chegou”
017 - “Universalmente única”
018 - “Adeus companheiro”
019 - “Pela estrada”
020 - “Pedro Augusto”
021 - “O amor maior”
022 - “Somos apenas”
023 - “Um dia criança”
024 - “Divino é perdoar”
025 - “Meu filho”
026 - “Desespero”
027 - “Só tu podes ser”
028 - “Havia uma rosa aqui”
029 - “Estória de amor”
030 - “À minha mãe”
031 - “Roda dos desesperados”
032 - “Favela”
033 - “Verbo amar”
034 - “Longe da sua ausência”
035 - “Aniversário”
036 - “Inverno da vida”
037 - “Uma das duas”
038 - “Cantigas de amor”
039 - “Castelo de sonhos”
040 - “Importante é o amor”
041 - “Naquele luar”
042 - “Tantas vezes”
043 - “Morena”
044 - “Um sonho apenas”
045 - “Quarto de noite”
046 - “Toda manhã”
047 - “Se alguém chorar por mim”
048 - “Aperte os cintos”
049 - “Recomeçar de novo”
050 - “Aí que a saudade apertou”
051 - “Sítio Xuxú”
052 - “Fantasia da ilusão”
053 - “Não me pise”
054 - “Por que esperar depois?”
055 - “Tudo de mim”
056 - “Velório”
057 - “Já não é hora”
058 - “Natal, natal, natal”
059 - “Criança esperança, velho experiência”
060 - “Nova estrada a seguir”
061 - “Trocou amor por paixão”
062 - “Espelho d água”
063 - “Salve, salve o trabalhador”
064 - “Eu te acho linda”
065 - “Árvore amiga”
066 - “O poder do criador”
067 - “Coração ferido”
068 - “Eu conheço cada palmo desse chão”
069 - “Para ser rosa”
070 - “Nunca me esqueço”
071 - “Ato final”
072 - “O valor de um sorriso”
073 - “Meu amor Cecília”
074 - “Levante a cabeça”
075 - “Amor é tão fácil se dizer”
076 - “Nós e o tempo”
077 - “Felicidade é coisa boa”
078 - “Não fale mal de um poeta”
079 - “Piada engraçada”
080 - “Estrada sem fim”
081 - “Ouça a minha estória”
082 - “Uma criança nascer”
083 - “Ponto final”
084 - “A vida conta”
085 - “Basta apenas ter um coração”
086 - “Sempre está presente”
087 - “Atirem-me tudo, mas me deixem cantar”
088 - “O amor é sempre assim”
089 - “Desejos de vida”
090 - “Liberdade é um sonho”
091 - “Volte a cantar o seu amor”
001 - “Por quê”
Não sei por que tudo lá fora, fica de fora
quando eu abro a janela!
Não sei por que tudo escurece
quando anoitece
e eu apago a vela!
Será que a ignorância, que vive à distância,
veio comigo morar?
Ou será que a inteligência
não tem paciência
para me ensinar?
Não sei por que chora a criança se há esperança
para todos nós!
para todos nós!
Não sei por que fico calado
se há algo errado
e eu percebo, a sós!
Será que é preciso tão pouco para ser esse louco
que a vida me faz?
Será por que não vem minha luz
que sempre conduz
a um mundo de paz?
002 - “Ai quem me dera!”
Ai quem me dera!
Ter novamente o meu tempo de criança!
Brincar contente sem perder a esperança
de ser grande algum dia
pra sair sozinho à noite!
Ai quem me dera!
Voltar atrás àqueles tempos de ilusões,
apagar da minha mente as decepções
de saber que em nossa vida
ainda há açoite.
Ai quem me dera!
Correr descalço pelos campos de espinhos,
Correr descalço pelos campos de espinhos,
em meio às cobras venenosas em seus ninhos!
Não obstante eu era feliz.
Ai quem me dera!
Contar o tempo com pedrinhas coloridas,
tirar a sorte nas flores de margaridas,
arrepender-me do que não fiz.
003 - “Era uma casinha branca”
Era uma casinha branca
onde eu era tão feliz!
Hoje vivo tão distante
daquilo que eu tanto quis.
Quando eu era menino
e vivia lá no interior
eu pensava que a nossa vida
era um reino de amor.
De manhã eu sempre acordava
com os pássaros a cantar
e mamãe , com um sorriso largo,
vinha logo me abraçar.
vinha logo me abraçar.
O sol aquecia as flores
que sorriam para a natureza!
O dia trazendo amores
era a nossa riqueza.
O que a vida faz com a gente
não se pode nem prever.
Às vezes a simples semente
é veneno ao nascer.
Quando o menino cresce
vê que tudo é diferente.
O mundo de deuses que sonhava
está repleto de gente.
Hoje eu vivo aqui,
lutando, nesta cidade,
mas quando eu fecho os olhos
me dá aquela saudade!
004 - “Ninguém acredita”
Haverá um dia
em que tudo na terra
será solidão.
Milhões de espécies,
depois de uma guerra,
perecerão.
Só nuvens de gases,
pó e fumaça
aqui estarão.
Meu Deus, como pode
haver tanta desgraça,
tanta desolação?
Se eu pedisse ao faminto
Se eu pedisse ao faminto
um pedaço de pão
será que ele daria?
Se eu pedisse ao Rei
um pedaço de chão
me atenderia?
Se eu cantasse a canção
para um grupo de surdos
será que entenderiam?
E se eu pedisse ao povo
pra não fazer absurdos
compreenderiam?
Se eu disser que o mundo
se acaba amanhã,
ninguém acredita!
Mas se eu disser que há ouro
lá em Jaçanã
a cidade crepita.
O povo não crê
que a força da terra
está no coração!
Mas ninguém duvida
que as armas de guerra
é que a paz manterão.
005 - “Meu sentimento”
Olhando as águas dos rios,
que sempre correm pro mar,
eu vejo seu rosto nas ondas
sorrindo pro meu olhar.
O vento açoita as palmeiras
que balançam sem cessar!
Eu vejo seu corpo moreno
entre as palmas a bailar.
No céu milhões de estrelas
cintilam sem parar
e formam sua imagem querida
para eu admirar.
para eu admirar.
E se a chuva, que molha meu rosto,
ao cair, um som vai formar
esse ruído nas pedras
é sua voz a me sussurrar.
Palavras que voam ao vento
e aos meus ouvidos vão dar
entram em meu pensamento
e ali me fazem sonhar.
Eu sonho sonhos coloridos
que em palavras não dão pra expressar.
Eu fecho meus olhos pro mundo
e distraído eu começo a cantar.
Nas frases do inconsciente
eu traduzo o meu pensamento.
Uma palavra é suficiente
para expressar o meu sentimento;
Amor!
006 - “Assim como o sol”
Assim como o sol
eu também quero brilhar pra você!
Quero aquecer o seu corpo
e inflamar seus desejos
com meus raios de amor.
Quero beijar seus cabelos,
fazer seus apelos
ter muito calor!
E depois quero ver o sossego
que os raios da lua
reservaram pra você.
Assim como a lua
eu também vou partilhar com você!
eu também vou partilhar com você!
Quero os seus doces momentos
como detentos
do meu coração.
Quero imitar a cigarra
e com muita garra
cantar nossa canção.
Pois sei que no fim do cansaço
há sempre um momento
para se descansar.
007 - “Quero sentir”
Eu quero sentir
esses peitos duros
a fincar meu peito
e me deixar do jeito
que o diabo quer.
Eu quero sentir
esse bafo em meu rosto
me fazendo saber
que eu posso fazer
muito mais, se puder.
Eu quero encontrar
lá no fundo de tudo
um tesouro perdido,
um tesouro perdido,
que está escondido,
e eu estou a buscar.
Deixe-me levar
esse gosto maluco
que faz meu sentido
ficar tão perdido
de amor para dar.
Eu quero esquecer,
por um momento, as dores
pra fazer minha alma
beber essa calma
fúria de um vulcão.
Eu quero sentir
cheiro de outra coisa
que não é perfume
e nem é costume
sem excitação.
008 - “Se livre eu fosse”
Ah se livre eu fosse
como o pássaro errante
que vê no distante
o seu próximo lar!
Eu voaria pra lugar distante
e no instante
que eu lá chegasse
pousaria pra descansar.
Ah se comigo fosse
a certeza de ser verdade
eu gritaria liberdade
eu amo você!
Mas se fosse só
Mas se fosse só
pra me enganar de novo
eu voltaria a ser ovo
pra que isso não se dê.
009 -“Se ela soubesse”
Ah se ela soubesse
que mesmo naquele momento
o meu pensamento
era só de amor por ela.
Movido não sei por que
eu xingava tanto.
E no entanto
o meu coração sofria com ela.
Ah ciúme maldito, falso e atrevido,
tornou meu ego inocente
uma semente
do mal, veneno mortal.
Trouxe das profundezas da mente
Trouxe das profundezas da mente
uma força maligna,
talvez mais digna
de um inferno total.
E veio pra conturbar minha paz!
Antes só alegria,
depois agonizante morria
uma doce ilusão.
Agora estou só, sem nada!
E de tudo aquilo que tive
apenas retive
esta solidão.
010 - “Triste figura”
Amei com amor ardente
e mais descrente
do amor fiquei,
pois ela falava de flores,
mas fazia horrores
com o que lhe dei.
Tentei me fazer de cego
para que o ego
dela se contivesse.
Porém sua inquietude
dava golpe rude
para que eu sofresse.
Apesar de ser um mistério
eu levava a sério
seu “modus vivendi”.
Mas como nada é eterno
chega-se ao inferno
e a gente se arrepende.
Eu tinha tudo e mais ela,
e fazia dela
a minha inspiração.
Pensei ter chegado ao céu,
mas na verdade era o fel
da minha solidão.
Vaguei sozinho no mundo,
como um vagabundo,
e não me encontrei.
Quem me viu quem me vê agora
não crê que outrora
eu tanto amei.
Perdi quase tudo na vida,
fiquei sem saída,
sem amor também.
E hoje caí na amargura,
sou triste figura
de um Zé Ninguém!
011 - “Coragens”
Não deixe os garotos ouvirem
as nossas bobagens.
Nossas brigas, por coisas pequenas,
mostramos coragens.
Não se pode esquecer que as guerras
começam em casa;
saem às ruas juntando valentes
e se vão pr outras terras.
São irmãos contra irmãos,
são anjos valentes,
são gigantes potentes
se dando às mãos.
se dando às mãos.
São crianças inocentes
brincando de maus
em cartas marcadas
com ases de paus.
Não deixe que o sorriso dos nossos filhos
se apague em tristezas
de ver que as nossas coragens
não são mais que fraquezas.
Não apague essa chama,
que ilumina nossa escuridão!
É preciso salvar o que resta
de um coração.
012 - “Luta aberta”
Irmão é chegada a hora
de apertar os laços
ou cruzar os braços
pra vida passar.
Quem não vai à luta,
não faz a história,
nem conhece a glória
para se lembrar.
A vida é luta aberta
e quem não desperta
dorme além da hora.
Sonha, sonhos vagos
Sonha, sonhos vagos
e em passos largos
some e vai-se embora.
Então tem que ter coragem
para andar de salto
e gritar bem alto
e cantar vitória.
Como um gigante
que não vê derrota
e com sua bota
pisa a trajetória.
Descansa ainda cedo
e não faz do medo
briga de memória.
Pois em toda a vida
não há paz perdida
e nem há luta sem glória.
013 - “Vira a lata”
Pelas ruas, sem rumo, ele vai!
Cabisbaixo, seguindo seu faro
à procura de restos,
migalhas, de um prato
que o rico deixou.
Vagabundo o chamam também.
Enxotam-no com pedras, com paus!
Atiram-lhe palavras ferozes,
só o que para ele sobrou.
Magro, faminto, quase sempre doente,
sem dono, sem lar, sem carinho!
Caminha na noite fugindo de tudo,
gemendo de frio e de dor,
gemendo de frio e de dor,
sempre sozinho.
Parece que tudo, que todos
se vestem de negro ao seu redor.
Milhões de espinhos furam-lhe as carnes!
O que será pior;
viver morrendo aos poucos
ou morrer vivendo entre loucos?
Cão, meu amigo cão,
eu sou teu amigo!
Vira a lata da vida
e mate a ferida
que leva contigo.
Cão, meu amigo cão,
eu sou teu amigo,
mas não creia
nessa doce palavra
que eu te digo.
014 - “Trabalhe essa terra”
Trabalhe essa terra, suada,
mas não diga nada
se o sol o machuca.
Enxugue o suor na camisa
e peça uma brisa
pra sair da sinuca.
A terra que lhe dá o pão
e também o caixão
vai sorrir pra você,
quando encontrar a semente
que é só da gente,
o mundo não vê.
Bendiga o olhar corroído
e o calo doído
e o calo doído
que a enxada lhe fez!
Mas quando chegar a colheita
considere receita
e comece outra vez.
Trabalhe essa terra sorrindo
e colhendo ou carpindo
só dê graças a Deus.
Se não for o suor do seu rosto
o pão não é posto
à mesa dos seus.
Plantando sementes de amigo
você tem abrigo
quando a chuva vier!
E quando essa chuva cair
e a semente emergir
você divide o que der.
Lembre-se do dito eterno;
“A criança no inverno
precisa ter roupa de lã”.
Enquanto existir a criança
haverá esperança
de um novo amanhã.
015 - “Quando as armassilenciam”
Não se ouve mais estrondos,
nem a terra treme mais!
Cada amigo é um amigo
vê-se logo; tudo é paz.
Nossos nervos controlados
já não fazem mal nenhum.
Somos todos uma força
a propagar o bem comum.
Pode-se, a qualquer hora,
ouvir músicas no ar.
Cada beijo de uma boca
é um convite para amar.
Já não somos mais levados
Já não somos mais levados
a correr em marcha a ré.
Nada mais se faz errado,
pois em tudo existe fé.
E a voz de uma criança
vai tocar os corações;
A cada arte que ela faça
haverá mais mil perdões.
Pois é ela a inocência
da criança sorridente!
E por que se faz mais tarde
um adulto diferente?
Dão-se às mãos cantando em roda
uma grande multidão,
todos, todos tão felizes
com o amor no coração.
Todos gritam liberdade
mais amor e mais ciência!
E num tal constrangimento
murmuram violência.
É preciso estar atento
para a paz universal.
E melhor que um grande invento
é ter a fé celestial.
Um paraíso encantador
onde todos se deliciam,
tudo isso é possível
quando as armas silenciam.
016 - “O amor chegou”
Se acaso você
me sentir em seus braços
sorria pra mim.
Colha as flores da vida,
dê adeus aos fracassos,
pois chegaram ao fim.
Fale-me de amor consciente,
esquecendo o passado.
Passado apagado, manchado,
tão deprimente.
Envolva-me
em amor verdadeiro,
em amor verdadeiro,
o melhor cativeiro
para se viver.
Apague as lembranças atrozes
que os tempos velozes
não deixam esquecer.
Se acaso você
não souber me dizer qualquer coisa,
não diga nada.
Deixe apenas
que o mundo lá fora
continue a jornada.
Aconchegue-se em meus braços
juntando os pedaços
que alguém separou.
Mas não chore,
nem faça ruído,
que o amor chegou!
017 - “Universalmente única”
Mulher é um sopro divino,
única a produzir homens!
Carrega sua existência
humilde, solícita, plena.
E quem de nós
poderá relevá-la
a um segundo plano?
Mulher é, obvio,
universalmente única.
Leia-se, portanto,
humana, dócil, precisa.
E todos nós sabemos;
Rainha plena do lar.
Rainha plena do lar.
Mulher, tesouro maior,
unida ao homem
lega à Terra
honras ao mérito.
Elevada ao plano maior
rege o planeta, soberana.
Mulher e homem
umbigos atados, corpo nu,
lei natural!
Hoje exclamo; ah!
E imediatamente
reconheço;
Deus é amor!
018 - “Adeus companheiro”
Adeus companheiro
reze para mim!
Sou desempregado
não tenho centavo
pra comprar o pão!
Imagine só, para a condução?
Mas eu vou em frente,
vou marchando a pé.
E quem sabe, um dia,
eu serei soldado?
Vou ter medalhão!
E além de tudo vou ganhar o pão.
Adeus companheiro
torça para mim!
Vou seguir a estrada
até a encruzilhada
pra ver a direção,
que eu tomarei, para achar o pão.
Sei que é difícil
mas eu seguirei!
Se eu não voltar
avise lá em casa;
se incomodar não.
De qualquer maneira, não vai faltar pão.
Adeus companheiro
vou levar saudade
lá da minha casa,
da minha mulher
e do meu irmão.
E do meu filho, que não tem o pão.
Mas minha tristeza
não se acaba não
enquanto a vida
for desesperança,
for desilusão.
E sempre ameaça de faltar o pão.
Adeus companheiro
reze para mim!
Sou desempregado
não tenho centavo
pra comprar o pão.
Isso despedaça o meu coração.
019 - “Pela estrada”
Pela estrada que caminho eu,
que caminhas tu, que caminha ele
há perigo,
que o próprio castigo exagerou.
Por detrás dessas curvas fechadas
há emboscadas que até Deus duvida.
E sempre que o mal aparece
a gente se esquece que existe o bem.
Contando ninguém acredita
que essa estrada já foi bem melhor,
quando por aqui passavam
as caravanas, eu sei de cor.
as caravanas, eu sei de cor.
Pois, é certo, para enfrentar inimigos
e todos os perigos, só mesmo unidos!
Sozinhos nós somos tão frágeis
e essas viagens são tão longas, eu sei.
020 - “Pedro Augusto”
Pedro
tu és pedra, dura,
como a rocha
indestrutível!
Mas, acima de tudo,
tu serás augusto,
terno, inteligente, justo
e de coração sensível.
Nascido
pelo amor de Cecília,
mulher honesta, digna
e maravilhosa.
Em sua bondade
sustentou-te com o leite
sustentou-te com o leite
de seus seios.
Aquecia-te em seus braços,
feliz, carinhosa!
Nunca te esqueças
de que nascestes
em clima de amor
e felicidade.
Ficamos felicíssimos
com o teu nascimento!
E já te esperávamos
como Majestade,
nosso Rei,
nossa esperança,
nosso campeão!
Haverá, um dia,
de cingir o mundo
com teu cetro,
espalhando amor,
bondade, justiça,
paz e compreensão.
E tudo em volta
há de regalar-se
com as tuas virtudes.
Nosso mundo conhecerá,
das marcas do teu labor,
o pleno paraíso
nas tuas atitudes.
Nosso céu
será mais azul,
nosso povo
terá mais amor.
Nossa voz
será bem mais alta
conclamando-te
Rei e Senhor.
Seja bem-vindo,
meu filho amado,
e traga para nós
a felicidade.
Na clareza
dos teus olhos
enxergarás o bem,
o bom, o belo!
E do teu coração
brotarás a paz,
a liberdade,
a nossa realização.
021 - “O amor maior”
De repente alguém a olha
e não vê nada mais
que uma simples pessoa
a mais por aí,
que trilha essa vida,
sem deixar pegadas,
carregando a cruz
por aqui, por ali.
Mas ninguém imagina
que, por detrás
dessa simples imagem,
há um grande vulcão!
Que jorra lavas de amor,
Que jorra lavas de amor,
irradia calor
das entranhas
do seu coração.
Sem se preocupar
em aparecer
ela segue em frente
para a gente viver.
E não há neste mundo
alguém tão famoso
que dela não nasceu.
É a mãe e somente a mãe
o amor maior
que o mundo concebeu.
022 - “Somos apenas”
Somos apenas
duas crianças indefesas
num mundo forte,
porém cheio de fraquezas.
Estamos sós
com um grande amor que é tão pequeno
para enfrentar
caminhos cheios de veneno.
E percorrendo
esta trilha que ficou
muito distante
do amor que a criou,
estamos indo
estamos indo
cada vez mais para dentro
do egoísmo
que agora é o nosso centro.
É tão difícil para nós
olhar pra cima e não dizer;
Oh bondoso Pai
venha aqui nos socorrer!
Vem trazer aquele amor
que dia a dia diminui
à medida que crescemos
e o nosso mundo evolui!
Vem trazer o seu abrigo
para o amigo que ficou,
de repente, sem o trigo
que ele mesmo não plantou!
O agasalho neste frio
uma alma agradeceu
ao restinho de um brio
que felizmente não morreu.
Somos apenas
dois anjinhos maltrapilhos,
sempre indagando.
O que serão de nossos filhos?
Terão as asas
que agora já não temos?
Ou será
que saberão que não sabemos?
023 - “Um dia criança”
Criança do meu mundo pobre
não sei o que cobre
a tua nudez.
Será muito amor?
Será o calor?
Talvez, talvez!
O amor vem de onde?
De trem ou de bonde?
De avião?!...
E o calor, vem do ar?
Vem do mar?
Ah, do coração!
O coração de quem?
De quem te mantém?
De quem te mantém?
Te ensinaram!
Cadê o teu pai,
pra longe vai?
Mataram?!...
Oh meu mundo!
Pare um segundo,
por piedade.
Deixe-me ficar
aqui, parado, sem xingar
a tua vaidade.
Criança do meu mundo triste
eu seu que existe
a felicidade.
Aonde eu não sei,
mas, um dia, sonhei.
É verdade!
Sonhei com um mundo encantado,
todo prateado,
cheio de brinquedos.
E crianças de todas as cores
nos esplendores
dos seus folguedos.
Eu também era criança e brincava,
sorria e cantava
alegremente.
Cada adulto que eu via era criança também,
brincava de roda, de corda, de trem.
todo mundo contente.
Porém o sonho terminou assim:
eu vi o fim,
a realidade!
Quicas, um dia, um homem,
não lobisomem,
veja também de verdade.
Criança, pequena peça inocente,
é tão barato teu presente!
E o futuro?
Quem é que sabe?
Só Deus ou quem apague
tua luz, no escuro.
Mas um dia, no futuro, eu sei,
adulto te verei.
Que mudança!
Gordo, de bigodes, homem de bem.
E talvez te lembres também
que um dia fostes criança.
024 - “Divino é perdoar”
Talvez o seu desprezo
não fosse pra me machucar!
Talvez o seu desejo
fosse somente ir procurar
uma ilusão
que ninguém sabe onde encontrar,
mas que todo mundo
nunca deixa de sonhar.
E você que também não é uma exceção
decidiu tentar encontrar essa ilusão.
Deixou o nosso teto que ficou sem alegria
e no bilhete escreveu que nunca voltaria.
A tristeza invadiu onde tudo era sorriso
A tristeza invadiu onde tudo era sorriso
e trouxe junto a ela o inferno ao paraíso.
Calei a minha voz e o pranto apareceu,
esqueci da esperança e quase ela morreu.
O tempo transcorria e a vida ia rolando,
a tristeza insistia e o pranto me levando
à total desolação e fraco eu me sentia.
Um sorriso, pelo menos, era só o que pedia.
Será, meu Deus, que esse pranto não tem fim?
Será que tudo isso acontece só a mim?
Eu sofria, mas que fazer com essa sorte?
Em tudo eu pensava e pensei até na morte.
Mas um dia de repente você me apareceu!
Contou-me que dos sonhos só a vida não perdeu.
Aceitei, contente, sua volta ao nosso lar,
pois se errar é humano, divino é perdoar.
025 - “Meu filho”
Vejo a lua em seus olhos,
vejo amor em seu olhar!
Sinto a paz da inocência
no seu modo de falar.
Olhe a lua, olhe a lua
ele diz com emoção!
Ouvindo a palavra sua
alegra-me o coração.
Seus carinhos em mim provocam
a mais doce sensação,
mas são seus gestos que me tocam
bem mais fundo o coração.
bem mais fundo o coração.
É meu filho essa criança,
o meu bem de mais valor,
minha paz, minha esperança
e o meu mais puro amor.
Sou seu pai muito orgulhoso
de ter sua amizade.
Peço ao Deus Pai bondoso
pra lhe dar felicidade!
026 - “Desespero”
Eu não tenho a vida boa,
nem meu time tá com nada.
Vivo quase sempre atoa
e nem tenho namorada.
Minha casa é um barraco
pendurado lá no morro.
Minha voz é um som fraco,
um pedido de socorro.
O meu dia já começa
não tendo nada o que fazer.
Mas pra pagar contas, à beça,
nada tenho pra comer.
nada tenho pra comer.
Meio dia, sol a pino,
olho o céu, como é bonito!
Esqueço a fome, perco o tino,
coço a cabeça, medito!
À tarde, quando escurece,
procuro o rumo do meu lar.
Oh como um pobre padece
sem ter alguém a lhe esperar!
Nas minhas noites tão sofridas
o vento sopra, me faz gelar.
Ai como doem minhas feridas
venha Deus Pai, vem me levar!
027 - “Só tu podes ser”
Se um dia eu ficar
sem ter teu amor,
sem ter teu carinho,
sem poder te ver,
podes crer;
que o mundo acabou,
a vida secou
e eu me desinventei.
Se um dia eu tiver
que sofrer por alguém,
esse alguém, certamente,
só tu podes ser.
Podes crer
Podes crer
que eu sou assim,
pois me deste amor
e em ti me encontrei.
A vida é assim;
tudo cobra da gente
e a gente nem sente
que a vida é assim.
Por isso, meu bem,
vou dizer-te sorrindo;
sem o teu amor
minha vida é o fim.
028 - “Havia uma rosa aqui”
Que saudade
daquela pracinha
que em outros tempos
existia aqui.
Não havia tanto concreto
e o verde imperava aqui.
E havia uma rosa aqui,
havia uma dália ali,
um grilinho saltava daqui,
passarinhos cantavam dali.
E as árvores todas,
cheias de flor,
cheias de flor,
eram tão lindas
no seu esplendor.
Os jovens casais
naquele esplendor
sorriam felizes
vivendo o amor.
Feliz eu passava
os meus dias aqui,
contando anedotas,
ouvindo piadas,
fazendo chacotas
e dando risadas.
Nas madrugadas
sempre havia
um bom violão
e muita alegria.
E o amor,
cantado em canção,
fazia feliz
o meu coração.
Meus jovens amigos,
daquele tempo,
cresceram e são hoje
velhos desconhecidos.
029 - “Estória de amor”
A estória de amor
mais bonita
não foi escrita
mas posso contar.
Foi num dia,
eu sei que existe,
estava tão triste,
fui a um baile dançar.
Quando entrei no salão
eu senti,
logo que vi,
um alguém a sorrir.
Senti uma paz
Senti uma paz
que nunca sonhei
e nunca pensei
poder existir.
Era o olhar
de uma donzela,
formosa e bela,
que pairava no ar.
Aproximei-me
daquela beleza
e com toda a nobreza
a tirei pra dançar.
Juntinhos
nós fomos dançando
e sempre olhando
os casais a rodar.
Sentimos
que nossos caminhos
e nossos carinhos
iam se encontrar.
Ela dançava comigo,
apertava meu corpo,
me amando demais.
Ela falava comigo,
beijava meu rosto,
me apertava mais.
Eu lhe dizia ao ouvido
palavras bonitas,
cheias de ardor.
Ela fechava os olhos,
sonhava romances,
fremia de amor.
Juntos ficamos
pela noite inteira
e daquela maneira
até hoje estamos.
E brilhou
para nós o amor
e até na dor
nós nos amamos.
030 - “À minha mãe”
A você, minha mãe, ofereço
este cálice cheio de amor!
É o prêmio que você merece
pelo seu grande valor.
De você, minha mãe, eu nasci
pequenino, nu, sem poder andar!
Foi você quem me vestiu,
calou o meu choro, me deu de mamar.
De você eu só tive alegrias
embora às vezes eu tenha sofrido
puxões de orelhas, perto das tias.
Mesmo assim sou-lhe agradecido.
Mesmo assim sou-lhe agradecido.
Agradeço a você, minha mãe,
todo o amor que se dispôs a dar
e também o carinho constante
com que me ensinou a rezar.
Agora já sou homem feito,
casado, feliz, orgulhoso pai!
Mas trago você no meu peito
e daqui de dentro você não sai.
031 - “Roda dos desesperados”
Lembro-me agora de um tempo no passado
onde existia, além do espinho, a linda flor.
Naquele tempo eu amava e era amado
e havia entre nós um grande amor.
Então o tempo ia passando de mansinho
e eu e ela sempre mais apaixonados.
Os nossos beijos eram cheios de carinho
e nós dois felizes, como eternos namorados.
Passou o tempo e as brigas começaram!
Eu falava, ela xingava, ninguém mais se entendia.
Eu lhe mostrava os romances dos casais que se amaram,
ela não fazia caso e não me compreendia.
ela não fazia caso e não me compreendia.
Então o tempo foi passando mais depressa
e eu e ela quase sempre só calados.
Os nossos beijos já não eram mais promessa
e os abraços raramente eram trocados.
E veio o tempo em que as flores não são flores.
Não mais existe a linda flor que mencionei!
Secou de vez a nossa fonte dos amores,
foi-se embora a mulher que eu tanto amei.
Então o tempo com o tempo se estancou.
E eu e ela agora estamos separados!
Só peço a Deus para esquecer o que passou
e me livrar da roda dos desesperados.
032 - “Favela”
Favela!...
Condição social
de um povo que sofre
pra viver na capital.
Seus barracos pequenos,
feitos de compensados,
estão todos juntinhos,
todos aglomerados.
Quintais não existem!
Nem tampouco estrutura.
Fome não passam,
mas lhes faltam cultura.
Vivem como irmãos,
vivem como ciganos.
vivem como ciganos.
São produtos do meio
e de seus desenganos.
Os seres que nascem,
nesse mísero berço,
vagam sozinhos,
não conhecem um “terço”.
Apesar de crianças,
com pouca idade,
já vivem à margem
da sociedade.
Embora vivendo
sem conforto assim
são nossos irmãos,
brasileiros sim.
A vida que levam
é a realidade
do grande egoísmo
da nossa sociedade.
033 - “Verbo amar”
Quando um dia, filho meu,
o amor lhe acontecer
pense em tudo que aprendeu
para não se arrepender.
Pense em bons ensinamentos,
que a vida lhe apresentou,
para saber em que momentos
desfrutar do que encontrou.
Saiba que tudo na vida
é uma questão de só saber
interpretar a sua ida
pelas trilhas do viver.
pelas trilhas do viver.
Tenha em mente que o saber
jamais encheu lugar
e que para o bem viver
existe sempre o verbo amar.
034 - “Longe da sua ausência”
Os melhores versos
que eu fiz na vida
foi pensando a sós
em você, querida.
Os melhores momentos
que passei na vida
não foram pensamentos
em você, querida.
Da ilusão à realidade,
do pensamento à presença;
prefiro tê-la, em verdade,
longe da sua ausência.
longe da sua ausência.
035 - “Aniversário”
Desejo humildemente
a quem estiver presente
em meu aniversário,
muito amor, tranqüilidade,
saúde, felicidade
e um bom convívio diário.
A todos parentes e amigos
que vieram me alegrar
agradeço comovido
com essas lágrimas a rolar.
Que eu seja feliz neste momento
e que vocês serão nos seus!
e que vocês serão nos seus!
Elevemos juntos, em pensamento,
uma sincera prece a Deus.
036 - “Inverno da vida”
Passam-se os dias,
chega o inverno!
Chega o frio
pra gente sentir.
Busca-se o agasalho
onde estiver.
Esquenta-se o corpo
pra poder viver.
Caem as folhas
com o frio da noite,
sofre calada
a árvore amiga.
Animais espalhados
procuram refúgio
procuram refúgio
nos ocos das árvores,
nos buracos do chão.
Mendigos se enfurnam
debaixo das pontes,
por sobre as calçadas,
por todo lugar.
Bêbados muitos
cruzam-se nas ruas,
não sentem o frio,
não sentem o tempo.
Talvez sintam
que suas fraquezas
depois de um porre
aumentam mais.
Que tristeza sinto
ao ver os que sentem
o frio do inverno
no inverno da vida.
037 - “Uma das duas”
Uma das duas
me fez confidências!
Falou-me de amor
sem fazer reticências.
Provou-me que a vida
é uma bela jogada,
é melhor ser vivida
que desperdiçada.
Falou-me que as noites
descansam os dias
e que são os amores
as nossas alegrias.
Falou-me muito mais
Falou-me muito mais
de tantas coisa floridas
que eu guardo aqui dentro
como as mais queridas.
Uma das duas
me fez refletir!
Falou-me que o amor
é um eterno mentir.
Provou-me que a vida
é um velho mistério
e que as inverdades
são levadas a sério.
Falou-me que as noites
escondem os dias
e que boas risadas
não são alegrias.
Muito mais me falou
que agora me esqueço!
Disse que as verdades
também têm um preço.
As duas são gêmeas
têm a mesma idade.
As duas são fêmeas
como a realidade.
038 - “Cantigas de amor”
A flor se abriu
quando viu
nosso amor florescer.
Em perfume
afoguei meu ciúme
para lhe merecer.
No meu peito
se fez explodir
uma bomba de amor
transformando
o meu corpo
num jardim em flor.
Fez brotar a esperança
do meu sonho criança
de um dia escutar;
cantigas de amor
refletidas na cor
do seu olhar.
Meu coração sorriu feliz
com o amor a murmurar:
é você
quem sempre eu quis
para comigo ficar.
039 - “Castelo de sonhos”
Meu castelo de areia
tombou com o vento
que veio do mar.
Soprando raivoso
destruiu o meu sonho,
negou me amar.
Meu castelo de sonhos
se amontoou
bem longe das águas.
Sozinho eu fiquei,
coração sofrendo
cheio de mágoas.
De volta à praia,
amontoando areias,
novamente estou
a fazer mais castelos
com o resto dos sonhos,
o que me sobrou.
040 - “Importante é o amor”
Sorria de tudo que a vida
de mal quis lhe dar.
Sorria dos risos de alguém
que você conheceu.
Sorria pra tudo que a vida
lhe deu para amar.
Esqueça algo ruim
que pra você não nasceu.
O importante agora
é apenas o amor!
Sorria com toda a alegria
que o amor lhe deu.
que o amor lhe deu.
Sorria fazendo sorri a todos
que lhe querem bem.
Espante a tristeza sorrindo
com o sorriso seu
e aprenda a viver sorrindo
para ser feliz também.
O importante agora
é apenas o amor!
O importante para sempre
é viver com amor.
041 - “Naquele luar”
Sob a luz do luar,
salpicado de estrelas,
você me beijou.
E naquele luar,
sob os olhos de Deus,
você me aceitou.
Eu feliz como nunca,
sorrindo esperanças,
lhe abracei com ardor.
Beijei o seu rosto,
com todo o carinho,
com todo o amor.
E nasceu ali mesmo
a mais linda estória
que conta o amor.
Cheia de coisas que a vida,
sorrindo, pintou
na mais linda cor.
O amor é assim:
é algo que vai
do superficial ao mais profundo.
É a coisa mais forte,
a mais poderosa,
que existe no mundo.
042 - “Tantas vezes”
Tantas vezes
ouvi você me chamar
de meu bem.
Tantas vezes
ouvi
e falei também.
Tantas vezes tomei
você em meus braços
e para a cama a levei.
Tantas vezes dormi,
sem pensar no amanhã,
e dormindo sonhei.
Sonhei com vidraças quebrando,
bolas de meia,
e você sorrindo.
O amor existia
tão forte, tão puro
e eu sorria dormindo.
Tantas vezes eu tive
você ao meu lado
aquecendo o meu leito.
Tantas vezes chorei
de felicidade,
mas já refeito.
Tantas vezes, tão cedo,
eu já acordei
e lhe trouxe café.
Tantas coisas,
Juntos, fizemos
com muita fé.
A você somente
eu amei,
como ninguém amou.
Tantas vezes!
Eu me pergunto
por que você me deixou?
043 - “Morena”
Morena
o seu corpo moreno
faz mais ameno
o vento tão forte
que vem lá do norte.
Morena
o seu porte pequeno
tem mais veneno
que a faca de corte
que leva à morte.
Morena
sua boca pequena
sua boca pequena
me faz pegar na pena
pra dizer que é bacana
sua magia cigana.
Morena
vou cantar em meus versos,
cara e reversos,
o seu jeito invulgar
que só me faz sonhar.
Morena
vou pedir para o santo
um pouco do seu encanto
para eu ter todo dia
em minha casa vazia.
Morena
quero o seu telefone
antes que alguém detone
uma bomba verbal
para me deixar mal.
Morena
eu prometo-lhe mundos,
frentes e fundos
e sossego no lar
pra você me aceitar.
044 - “Um sonho apenas”
Caminhamos,
pelas ruas coloridas,
de mãos dadas
carregando nossas vidas.
Em cada esquina
só se vê felicidade
marcando os pontos
de amor desta cidade.
Pelas calçadas
brincam livres, sorridentes,
lindas crianças
tão puras, inocentes.
E lindas praças,
com um verde tão marcante,
com um verde tão marcante,
lembram-me eras
que ficaram tão distante.
E os passarinhos,
cantando em festival,
faz pintar a natureza
em um quadro sem igual.
Eu sou feliz!
Porque feliz é o normal
de sentir a paz
onde tudo é natural.
Não há mentiras,
só existe a verdade.
E nem castigos,
pois não há necessidade.
E pelas ruas
estamos nós a passear,
sem atropelos,
pois há tanto lugar.
Sinto-me leve
como pluma solta ao vento.
Será que isso
é verdade ou pensamento?
Ouço ao longe
uma sirene a tocar!
Porém nada mais é;
que o meu relógio a despertar.
045 - “Quarto de noite”
A noite se vai tão calma!
Lá fora, ao luar,
o lago reflete
a luz das estrelas.
A paz, nesta hora,
pode até ser vista.
E aqui dentro,
neste quarto de noite,
entre abraços e beijos,
reina o amor.
A doçura desta calma
é um sopro da alma
de quem crê no amor.
de quem crê no amor.
Somos amantes, simplesmente,
neste mundo inocente
onde ama o pecador.
Mas caminhamos sempre em frente
para um mundo diferente
onde também existe o amor.
E chegaremos aonde chega a esperança!
Onde reina o amor não há lembrança,
há corpo e alma, alegrias, tudo em cor.
046 - “Toda manhã”
Toda manhã
tu me procuras
e me encontras
deitado a teu lado.
Tu me beijas o rosto,
me sentes o gosto,
me abraças o corpo
e sonhas amor.
Toda manhã
é tão bom te sentir,
ver teu rosto bonito
e sentir teu calor.
Toda manhã
Toda manhã
abraçado a teu corpo
eu repito baixinho;
Eu te amo!
Eu te amo!
047 - “Se alguém chorar por mim”
Se alguém chorar por mim,
que não seja de saudade,
nem por luto ou por ódio,
mas só de felicidade.
Vou levando a minha vida
com vontade de viver
pra chegar “missão cumprida”
sem fazer ninguém sofrer.
Dessa vida só se leva
o que a gente aqui deixou
pra mais tarde lá na treva
contemplar o que ficou.
contemplar o que ficou.
Um sorriso nesta vida
vale mais que mil choradas,
pois o dia é limitado
e tem suas horas contadas.
É melhor que a gente, em tudo,
seja justo onde puder,
pois a lei no outro mundo
não perdoa nem mulher.
É melhor ficar calado
se não há o que falar,
pois o belo desta vida
é sorrir e não chorar.
048 - “Aperte os cintos”
Aperte os cintos
e vamos voar
como as gaivotas
por sobre o mar.
Vamos viver
sozinhos ao leu,
mais longe de tudo,
mais perto do céu.
Somente nós dois
entre o céu e o mar
com muito amor
e vontade de amar.
Aperte os lábios
Aperte os lábios
pra não falar.
Segure o pranto
pra não chorar.
Deixe sair
todas as amarguras,
sejamos felizes
lá nas alturas.
Que o mar seja prova
de tanto calor,
quando um dia na praia
eu for seu amor.
Aperte em seus braços
toda a razão
que não vem da mente,
mas do coração.
Deixe que a brisa,
que sopra incessante,
baixinho lhe conte
que sou seu amante.
Que o mundo é só nosso
e de mais ninguém.
O mal não existe,
só reina o bem!
049 - “Recomeçar de novo”
Eu via ao longe
chegando, correndo,
ao meu encontro
a minha cidade.
Seus campos floridos,
sua gente pacata,
o meu povo da mata,
que felicidade!
E o trem a correr,
através das montanhas,
foi chegando às entranhas
das minhas recordações.
Do lugar que deixei
Do lugar que deixei
para ter outra vida
que não me trouxe saída
senão as decepções.
E o trem a voar
sobre os trilhos sem fim!
Faz nascer para mim
novamente a alegria.
De ser gente outra vez,
de voltar pro meu povo,
recomeçar de novo,
de beijar Maria.
050 - “Aí que a saudade apertou”
Aí que a saudade apertou
quando o Juca me contou
que ela perguntou de mim.
Mandou-me um forte abraço
e lhe perguntou o que faço
pra agüentar tão longe assim.
Ah, meu Deus, se ela soubesse
que esse pobre enlouquece
só de ver a foto dela.
Mas, talvez, no fim do mês
largo tudo de uma vez
pra viver só para ela.
É penoso a gente ter
que deixar um grande amor
pra cumprir uma missão.
E no fim a gente vê
que a falta de calor
doe em nosso coração.
E o tempo vai passando,
a saudade aumentando
nos causando dissabor.
É aí que a gente sente
que no mundo, felizmente,
quem domina é o amor.
051 - “Sítio Xuxú”
Alô, meu caro Babão,
finalmente uma carta
eu lhe posso escrever.
Eu lhe mando notícias
do sítio Xuxú.
Por aqui tá tudo certinho,
que dá gosto de se ver.
As ovelhas, contentes,
pastam tão mansamente!
Já se acostumaram
com as ferozes serpentes.
As vacas magrinhas
já ficaram gordinhas
já ficaram gordinhas
e aquelas franguinhas
já são todas galinhas.
Se lembra das rosas?
Também já cresceram!
Umas são tão formosas
e outras que se perderam.
E o touro? Babão,
continua com tudo
dando conta das vacas,
apesar de chifrudo.
A égua Peteca?
Vai ser mãe outra vez!
Está gorda, roliça
como um Buda chinês.
Nosso sítio vai bem,
eu posso lhe garantir.
E tudo que aqui tem
jamais daqui vai sair.
O burro Pintado?
Quem é que diz?
Hoje aposentado
tá contente e feliz.
A velha mangueira?
Continua de bem
dando sombra pra todos
e dando manga também.
A terra cansada
tá fazendo milagre,
produzindo na marra,
mas tá com a gente e não abre.
O lago dos Patos
já secou uma vez,
mas a chuva dos fracos
novamente o refez.
Nosso sítio vai bem
eu posso lhe garantir
e tudo que aqui tem
jamais daqui vai sair.
Quem não anda bem
é a querida vovó,
que de tanto falar
já lhe cresceu o gogó!
Tá ficando caduca
a velha jóia do lar,
até fala em pintura
para se remoçar.
Sêo João Malaquias,
Mestre João da Joana,
ainda passa seus dias
xingando e plantando cana.
A índia Jandira
tá lhe mandando lembranças!
Falou-me de vocês dois,
dos tempos que eram crianças.
Um abraço de todos
eu vou lhe mandar.
Sem mais, no momento,
vou aqui terminar.
Mas o nosso desejo,
esse não vai passar,
enquanto o povo não ver
você pra casa voltar.
Nosso sítio vai bem
eu posso lhe garantir
e tudo que aqui tem
jamais daqui vai sair.
052 - “Fantasia da ilusão”
Amei
como só um coração apaixonado
pode amar.
Sonhei
como só um sonhador realizado
quer sonhar.
Vesti
a fantasia da ilusão
e, como um anjo,
fui subindo para o céu.
E na brancura de um véu,
ouvi soar um velho banjo,
senti tristeza na canção
e me despi.
e me despi.
Caí
num sono cheio de figuras
sem razões.
Sofri
num mundo cheio de loucuras
e pressões.
Despi
a realidade que vivi
e fui chorando,
á procura de carinho.
E a certa altura do caminho,
fui voltando
ao lugar que eu nasci
e me vesti.
053 - “Não me pise”
Olhe aonde anda,
onde pisa, grande homem.
Eu sou um pequenino
e os espaços me consomem.
Olhe não me confunda
com as pedras dessa rua.
A cidade não é minha,
nem tampouco ela é sua.
Por favor, não me pise
que eu sinto muita dor.
Eu sou um pequenino,
mas também mereço amor.
mas também mereço amor.
Os seus sapatos grandes
obedecem à sua razão,
por isso não os deixem
massacrar meu coração.
Num coração pequeno
cabe um grande sentimento,
cabe um frasco de veneno
e também um sofrimento.
Por favor não me pise,
que eu sinto muita dor.
Eu sou um pequenino,
mas também mereço amor.
054 - “Por que esperar depois?”
Se, por acaso, algum dia
tu entenderes como eu te amei,
talvez já sejas tão tarde
para renascer o amor
que te dediquei.
Porém ainda há tempo
de compreenderes o que estou dizendo.
Veja em mim
se há o amor que imaginas
e, então, venha a mim correndo!
O tempo é que não para de correr!
Basta a gente no espelho se olhar
Basta a gente no espelho se olhar
para ver que a idade vai vencendo
e as curvas vão mudando de lugar.
Repare que não é preciso
muitos rodeios se fazer.
Basta apenas olhar em meu olhar
e em seguida me dizer.
Para que tanta imponência
se a morte é igual para nós dois?
E também semelhante é o amor,
por que esperar depois?
055 - “Tudo de mim”
Tudo de mim eu coloco
nos versos que escrevo,
pois só assim me desloco
às verdades que lhe devo.
Dizendo toda a verdade
eu me sinto menos ruim!
Quem sabe a realidade
dita sonhos pra mim?
Vivendo onde vivemos,
nesse mundo que herdamos,
consegui me acalmar um pouco.
Mas sabendo para onde iremos,
Mas sabendo para onde iremos,
na incerteza aonde chegamos,
escrevo, senão foco louco.
056 - “Velório”
Risos, lágrimas, flores e até gritos!
Cigarros, conversas, fumaça, perfumes!
Gemidos, uivos, latidos, apitos!
Pensamentos sonoros, queixumes.
Faz de conta que hoje! Que é?
Choros, lamúrias, silêncio, adeus.
Crianças, adultos, rezam com fé.
Esperanças, tristezas, oh Deus!
Terno, gravata, meias, flores!
Imóvel, frio, sem fome, sem medo!
Vencido, vencedor, que diferença faz?
Se de tudo que deu; inclui amores!
Se de tudo que deu; inclui amores!
Dançou, bebeu, brigou; segredo!
Silencioso, profético um morto aqui jaz.
057 - “Já não é hora”
Há dias em que
a gente se vê
acordado, no meio da noite,
a pensar.
Em tudo que a gente
deseja e sente,
abandonado, no fim de uma noite,
a sonhar.
Sonhos que agora,
já não é hora,
nem há lugar.
Mas se chegar,
Mas se chegar,
com demora
já fui embora.
058 - “Natal, natal, natal”
Olhai para cima crianças
e vede bem lá no céu!
Em sua carruagem brilhante
vai passando Papai Noel.
Fechai os olhos crianças
para ver o Papai Noel!
Sem sonhos e sem fantasias
não há ninguém lá no céu.
Natal, natal, natal!
Vamos juntos sonhar a paz!
Quem sabe Papai Noel
nos mostre do que é capaz?
nos mostre do que é capaz?
059 - “Criança esperança, velhoexperiência”
Quando o sol
surgir lá no céu,
nenhuma estrela,
então, brilhará.
O brilho do sol
apaga as estrelas,
embora
elas estejam lá.
Assim
a vida nos dá
o ciclo incessante
que se repetirá.
que se repetirá.
A lua surgindo
nos mostra
pontinhos distantes;
estrelas vão lá.
Vagando
ao sabor de milhares
de sonhos, mistérios,
mas pra Deus não há!
Mas
as estrelas brilhantes,
mais juntas a Deus,
estarão por lá.
Eu vejo
crianças na Terra
cobrando esperanças
que, um dia, virão?...
Também vejo
adultos, cansados,
com tanta experiência,
na escuridão.
Criança esperança,
estrela a brilhar!
Velho experiência,
que posso falar?
060 - “Nova estrada a seguir”
Se um dia você me encontrar
vagando por uma estrada,
dê-me a mão para que eu encontre
o caminho certo que me levará para casa.
Se, por outro lado,
eu estiver fugindo de minha casa,
jogue espinhos para que eu me machuque
e não possa mais continuar fugindo.
Dê-me conselhos para voltar ou, então,
atire-me na lama,
pois assim me sujarei e, então, terei que voltar
para me trocar.
E, talvez, assim eu desista de continuar fugindo!
Mas se você tiver algo melhor para me oferecer,
Mas se você tiver algo melhor para me oferecer,
confesse para mim!
Quem sabe haverá uma nova estrada a seguir?
Que, em vez de espinhos,
será cheia de flores,
cheia de esperanças,
cheia de amor!
061 - “Trocou amor por paixão”
Beba
enquanto eu como!
Assim vai
se distraindo.
Ouça
o que eu digo
e depois
chora comigo.
Veja,
à nossa volta,
que ninguém
é infeliz.
O mal
que a gente tem,
que a gente tem,
só para amigo
a gente diz.
Enquanto
a gente fala,
o coração
chora baixinho.
Você
nem imagina
o veneno
desse espinho,
cravado
no meu peito,
tão profundo
e a doer.
Pode ser
esse momento
a despedida
pra morrer!...
Minha última refeição
eu divido com um amigo.
Só não sei se você pode
remover-me deste castigo.
A um amigo
a gente fala
com
o coração aberto.
Já sofri,
mas entendi
que nem sempre
eu acerto.
Mas eu posso
lhe sorrir
e sorrindo
lhe dizer;
cada mal
tem um motivo
e motivo
é refazer.
Se pensar
que o mundo é mau,
o mundo não
será melhor.
Mas se a gente
repensar,
pode ser
menos pior.
Então vamos
deduzir
e tirar
o que puder.
Você vai,
então, notar
que seu mal
vem de mulher.
Mulher, não
é mal nenhum,
é sempre bem
ao coração.
Mas eu vejo
que você
trocou amor
por paixão.
062 - “Espelho d água”
Corre, corre, desça cachoeiras, vá ao mar.
Atravesse cidades, paredes rochosas, mas leve a minha
ira.
Vá sangrar meus tormentos, meus fracassos, no seu
desaguar.
Quem sabe correndo, rolando, essa tristeza de mim se
retira?
Chorando, lembrando, meus olhos ardendo como fogo,
meu pensamento chocado com o tumultuar das ondas.
Meu rosto banhado em lágrimas com expressão de rogo!
Embaixo de mim corre o rio por sobre pedras redondas.
Meu corpo pendendo sobre o corrimão já gasto,
Meu corpo pendendo sobre o corrimão já gasto,
a grotesca imagem refletida nas águas correntes,
choca-me e de repente eu me vejo como sou.
Fraco, covarde, indigno até por quem me arrasto.
Bolas! Por que haveria de chorar por coisas ausentes?
E daqui de cima da ponte, enxugo as lágrimas, recobro a
consciência e
pela estrada vou.
063 - “Salve, salve o trabalhador”
Incansável na luta tu vais
à conquista do pão pra viver.
Tua glória é ganhar pouco mais
pra sorrir sempre ao adormecer.
De conquista em conquista se faz
a nobreza do trabalhador,
pois riquezas, sorrisos e paz,
são vitórias de muito suor.
Valoroso, valoroso!
Teu trabalho tem sempre valor,
pois tu és um vitorioso.
Salve, salve o trabalhador!
Salve, salve o trabalhador!
Salve, salve o trabalhador!
Tua casa, teus filhos, teus bens,
conquistastes com o teu valor.
Nessas lutas mostrastes que tens
o orgulho de batalhador.
Nunca deixes de lado a coragem,
lute sempre com garra e amor,
que no fim dessa longa viagem
tu serás o maior vencedor.
Valoroso, valoroso!
Teu trabalho tem sempre valor,
Pois tu és um vitorioso.
Salve, salve o trabalhador!
Salve, salve o trabalhador!
064 - “Eu te acho linda”
Eu e acho linda,
com todo o teu orgulho!
Eu te quero minha
com toda essa magia,
que inebria
a minha mente
e fascina meu coração.
Meu coração se escraviza
quando sabe que há divisa
e não pode transpor.
Sente logo uma tristeza,
que aos poucos é fraqueza,
e acaba numa dor.
e acaba numa dor.
Eu te acho linda!
Por favor, me entenda
se eu não tenho argumento.
É porque meu sentimento,
não morreu,
nasceu assim.
Tu não me sais do pensamento
e todo dia é um tormento
quando eu começo a pensar.
Eu penso tanto que parece
ser real o que acontece.
Será que um dia eu vou te amar?
Será que um dia eu vou te amar?
065 - “Árvore amiga”
Indefesa, solitária sobre tuas raízes,
fazendo sombra com teus galhos e ramas.
Contrastando com o amarelo encardido
o verde de tuas matizes,
levando esperanças àqueles que tu amas.
Por seres tu indefesa, hão de te deceparem os galhos?
Muda, sem proferir impropérios deixastes que
te mutilassem.
Alijaram-te da natural beleza e deixaram-te
em frangalhos
e ainda vais enfeitar o Natal daqueles que de tua dor
não importassem!
Única, tú habitas sozinha em nosso convívio.
Abrigas ninhos de pássaros proliferando a vida
e eis que aparece uma faca te decepando!
Chora em silêncio, amiga, que Deus te dará alívio!
Enfeita-te de novo com teu manto verde, querida!
Estamos tristes com tua dor, mas em breve tu estarás
linda e a todos alegrando.
066 - “O poder do criador”
Sei que um dia bem distante!
Lá no céu irá surgir
uma estrela tão brilhante
que ninguém vai resistir
ao olhar lá para cima
um pedido, então, irá fazer.
E eu sei que cada rima
Deus irá satisfazer.
Será tão belo que o mundo
todo, todo saberá!
Pois é tão longo um segundo
e esse tempo bastará
para que o mundo todo veja
para que o mundo todo veja
o poder do criador.
E tudo aquilo que se almeja
virá em forma de amor!
067 - “Coração ferido”
Perdido entre milhares de iguais a mim,
coração ferido, sangrando, no peito cansado.
Pedindo água, justiça e recebendo injúrias sem fim.
Mordido pela febre do medo, anseio pra que tudo
seja consumado.
Meu olhar castigado de tanto ver desgraças,
vagueia pelo espaço contando estrelas.
Única maneira ainda de se estar em graças.
Impotente eu vejo as minhas forças se esvaírem
sem poder retê-las.
Cresce dentro de mim o desejo de ser um deus
e com minha espada prateada, com dois
e com minha espada prateada, com dois
diamantes mágicos,
eu desafiaria a todos que, pelo menos, tocassem
nos cabelos meus.
Seriam decepados pelos meus golpes trágicos.
Eu mataria o dragão e todos os escravos
livres seriam.
Eu me casaria com a princesa e reinaria com justiça.
Meu povo e tudo que tivesse vida sempre sorrisos teriam.
Jamais habitariam entre nós; o egoísmo, o ódio, a
injustiça,
o medo e a preguiça.
068 - “Eu conheço cada palmodesse chão”
Eu conheço cada palmo desse chão!
Já andei por todo lugar
e nada de encontrar
a paz, só desilusão!
Uma vez pensei ter encontrado o amor,
mas não era nada disso,
era apenas um feitiço
que matou a linda flor.
Outra vez pensei ter chegado o fim da procura,
pois parecia que o mundo desabava
e a tudo soterrava.
Engano recomeçou a tortura!
Engano recomeçou a tortura!
De repente vi daquela que eu chamo de miragem,
porque não passou de ilusão,
maltratar, de novo, meu coração.
E me deixou nesta triste imagem.
Ofereceu-me tudo que eu sonhei, um dia, ter.
Pro meteu me dar o mundo,
e eu fui ao fundo,
e aí comecei a sofrer.
Rastejei à procura de carinho, como faminto cão.
No meio, no fim, no começo
e é por isso que conheço
cada palmo desse chão.
069 - “Para ser rosa”
Uma rosa para ser rosa
sempre tem o seu espinho!
Uma hora, em qualquer hora,
também tem seu minutinho.
Já dizia o bom Vinícius,
que a beleza é o certo,
mas não existe uma beleza
sem feiúra ali por perto.
Se a roseira não deu rosas,
não arranque seus espinhos,
nem se ponha a praguejar.
Pois as belezas mais famosas
Pois as belezas mais famosas
sempre dão os seus jeitinhos
para a feiúra admirar.
070 - “Nunca me esqueço”
Nunca me esqueço que um dia
eu cheguei a lhe beijar.
Nossas bocas se encontraram
e eu não pude mais falar.
Não falava, mas sentia
sua voz entrar na minha
e eu sempre admitia
o desejo que continha.
Nossas mãos se encontravam
na mais perfeita união.
Nossos sexos se enfeitavam
para a volúpia da paixão.
para a volúpia da paixão.
Você em mim, eu em você
e um desejo a palpitar.
Olhos fechados, ninguém vê
que aumenta mais nosso pulsar.
Oitenta, cento e vinte,
a paixão não quer parar.
Num minuto, no seguinte;
o amor a delirar.
Oh nunca me lembro, querida,
como foi que eu a perdi!
Mas não concordo: como a vida
deixa você lá e eu aqui?
071 - “Ato final”
Quanto vale o show?
por favor me paguem
eu sou o ator
até que as luzes se apaguem.
Neste número eu
represento a esperança
de alguém que morreu
sem deixar lembrança.
No princípio de tudo
era só ilusão
sofria-se e contudo
não esquecia o coração.
Pois o amor é remédio
para o mal da solidão.
para o mal da solidão.
E ninguém morre de tédio
enquanto existe animação.
Mas as coisas se complicam
quando o coração não sente
que os venenos que se aplicam
pouco a pouco mata a gente.
Mas existe a esperança
e a gente se agarra
e se ninguém lhe joga a trança,
como é que se amarra?
De mal jeito fui vivendo
e o bom tempo não chegou,
mais espinhos foram crescendo
até que o corpo não agüentou.
Desabou em solo fértil
e nem o mato ali cresceu
e se arrastando como réptil
solitário ali morreu.
A estória é assim,
como a representei;
alguém que sonhava um fim
diferente do que eu contei.
É claro que o autor da estória
sempre soube do seu final,
Mas o ator que vive a estória
nunca sabe do ato final.
072 - “O valor de um sorriso”
Você sabe, amigo,
o valor de um sorriso?
Que nada custa,
mas cria esperança!
Que dura
um segundo apenas,
mas a memória
o guarda para sempre.
Ninguém é tão pobre
que não possa dá-lo
e não tão rico
para não recebê-lo.
É repouso
para o fatigado,
para o fatigado,
incentivo
para o desanimado.
O sorriso
é a expressão disfarçada
da felicidade,
é a porta de entrada
da satisfação.
Trás sempre alegria,
que a vida condensa
numa frestinha
do coração.
073 - “Meu amor Cecília”
Cecília amor,
Cecília meu amor!
A vida me deu
um presente assim:
O sol, as estrelas
e a lua também,
o azul do céu
e a beleza do mar.
Deu-me também
o perfume da flor,
a doçura do mel
e o amor de Cecília.
Cecília amor,
Cecília meu amor!
O seu beijo me faz
viver tão feliz!
Você é a paz
que eu tanto quis!
Você é meu tudo
e é tudo de mim,
você é a vida
que eu sempre sonhei.
Você é a paz, é o amor,
meu amor Cecília.
Cecília amor,
Cecília meu amor!
074 - “Levante a cabeça”
Levante a cabeça, moço,
pois o seu pescoço
pode doer.
Ande de peito estufado,
pois para ser casado
basta só escolher.
Aquela que lhe deu o fora
já foi embora,
mas outra virá.
Por isso levante a cabeça
e tudo esqueça,
pois só assim viverá.
Não é preciso ser mudo
para falar com um surdo
no meio da rua.
Basta encarar a verdade,
agir com coragem
e ficar na sua.
Mulher como aquela há tantas
e você acha às pampas
zanzando por aí.
Mas entregar os pontos
é só para os tontos
você não, peraí!
075 - “Amor é tão fácil se dizer”
Amor é tão fácil se dizer
o difícil é viver
sua vida a procurar.
Amor é difícil procurar,
mais difícil ainda é encontrar
a razão do bom viver.
Paixões há centenas por aí
para você se destruir,
se quiser se atirar.
Mas o amor de verdade
une as extremidades
para nunca separar.
076 - “Nós e o tempo”
Nós e o tempo,
a vida se faz!
Sussurros ao vento,
momentos de paz.
A lua brilhando,
dançando, no céu
estrelas em pânico,
Papai Noel.
Nós e o momento,
o tempo a passar!
A brisa soprando,
vem nos acordar.
O silêncio profundo
O silêncio profundo
nos fala de amor,
qual jarra encantada
sorri para a flor.
Nós e o tempo,
nós e o momento,
a vida é amor,
a brisa é vento!
Nós e o momento,
nós e o amor.
O vento balança
e beija a flor.
077 - “Felicidade é coisa boa”
Juro que não sei o que fazer
para tentar lhe convencer,
que eu amo é só você.
Juro que estou sendo tão sincero
e é tudo que eu quero
sem o mas e nem por quê.
A minha vida eu entendo
com você só me querendo,
com amor, e nada mais.
Só assim eu compreendo
o que eu estou perdendo
e deixando para trás.
Felicidade é coisa boa,
é como ter uma canoa
num rio cheio de piranhas.
É como ter uma morada
e viver só com sua amada
num lugar lá nas montanhas.
078 - “Não fale mal de um poeta”
Não fale mal de um poeta,
não o deixe ficar triste,
pois a beleza, em prosa e verso,
sem ele não existe.
O amor só é possível
onde existe a poesia
e poesia só existe
onde há sempre harmonia.
Há equilíbrio natural
entre o mar e o horizonte.
Há beleza e pureza
no correr de uma fonte.
Sei que existe um paraíso
indicado pela seta.
Para saber de tudo isso
li nos livros de um poeta.
Não sabia que da alma
nasce um rio de bondade
e que corre mansamente
para o mar da felicidade.
Não machuque um poeta,
pois a sua alma é pura
e, por ser iluminado,
todos males ele cura.
079 - “Piada engraçada”
É ou não é,
uma piada engraçada?
Dizer que o circo pegou fogo
para o palhaço dar risada.
Uma velha me contou uma nova estória
de um circo que havia para as bandas do além mar.
Um palhaço apaixonado não sabia o que queria,
mas para distrair ficava, sua estória, a contar.
Contava estória
para iludir seu povo!
Mas o povo já sabia
que era mentira de novo.
que era mentira de novo.
O palhaço quis saber se era engraçado
ver o circo pegar fogo de verdade,
para ver o povo correndo pra todo lado
e seu peito se encher de felicidade.
Mas não sabia
que a vida sempre cobra o que deu
e para castigo do palhaço
sua amada ali morreu.
080 - “Estrada sem fim”
O amor é assim;
uma estrada sem fim,
que me leva aonde
eu quero chegar.
O amor que eu sei
não é como sonhei,
porém é o caminho
que estou a trilhar.
Se não é tão florida,
essa estrada comprida,
também não tem espinhos
para, então, me ferir.
Já estou velho e cansado,
Já estou velho e cansado,
mas não me sinto acabado.
E enquanto houver estrada
eu continuarei a ir.
081 - “Ouça a minha estória”
Ouça a minha estória
e depois entenda, por favor.
Não sou capaz de ser espinho
que dirá, matar a flor!
Aquela rosa escarlate
que de sangue chamou o destino!
Será que foi mero acaso,
ou foi obra de assassino?
Pense!
Pense bem por piedade.
Será que um grande amor
pode cometer maldade?
Que a luz do Magistrado
ilumine seu coração,
que me reconheça inocente
e Deus me dê o perdão.
E lá em cima, lá no céu,
que os anjos digam amém!
Mas se ela se foi,
só me resta ir também.
082 - “Uma criança nascer”
Mamãe sonhou em segredo
um lindo bebê embalar,
vivendo num mundo sem medo
podendo sorrir e cantar.
Livre de coisas ruins
que só fazem a vida encurtar,
dizendo apenas os sins
para não magoar.
Felicidade é ver
uma criança nascer
feliz, cheia de vigor,
num mundo cheio de amor.
Felicidade é poder
Felicidade é poder
mostrar que podem viver
muitos milhões de crianças
num mundo cheio de esperanças.
Mamãe coçou a barriga,
sorrindo se pôs a cantar
esperando, ansiosa e feliz,
a hora do parto chegar.
Sofrimentos ela esqueceu
para poder abraçar
o fruto que ela concebeu
desejando somente amar.
083 - “Ponto final”
Você me diz
coisas profundas
de um modo tão simples,
tão natural.
Você se amarra
na vida
crendo que a vida
é ponto final.
Você é aquilo
que, um dia,
alguém muito bom
me deu para ficar.
Alguém que sabia,
Alguém que sabia,
não se pode olvidar,
que na vida vazia
não dá para amar.
Você é a parte importante
que me completou,
deu-me novamente a vida,
me ressuscitou.
084 - “A vida conta”
A vida conta
uma estória ardente,
tão diferente,
em cada um de nós.
A minha estória
só me acontece,
ao que me parece,
agi a sós.
Muitas estórias
possuem cor,
as mais bonitas
são de amor.
São inspiradas
São inspiradas
no azul do mar,
são dedicadas
a quem amar.
A nossa estória
se confundiu,
e um novo rumo
para nós surgiu.
Hoje eu conto
e canto vitória
da coincidência
da nossa estória.
085 - “Basta apenas ter umcoração”
Azul é a cor dos seus olhos,
azul é a cor do céu.
Doce é o seu olhar,
tão doce qual um favo de mel.
Neste céu tão azul dos seus olhos
enterrei a minha solidão,
fiz nascer nesse olhar, sem pecado,
as delícias de uma ilusão.
Fiz você perceber quão profundo
pode o amor penetrar a razão.
Para fazer a beleza no mundo
basta apenas ter coração.
basta apenas ter coração.
Uma praia, um mar e o sol
são momentos felizes, suaves; tão puro,
mas que podem fazer, sem querer,
incertezas num tempo futuro.
O azul dos seus olhos
me fez enxergar
o azul celeste
do meu coração.
O amor, que é azul,
vai saber esperar,
até chegar
novamente o verão.
086 - “Sempre está presente”
Este é Jesus Cristo,
Rei dos Reis,
filho de Deus!
Veio à Terra
para mostrar as leis
aos irmãos seus.
Em nome do Pai
fez-se como a gente.
Em nome de Deus
está sempre presente.
Em nosso Pai
O reconhecemos
e pelos seus exemplos
e pelos seus exemplos
não O esquecemos.
087 - “Atirem-me tudo, mas medeixem cantar”
Lentamente, como sempre, cheirando a talco,
rosto maquiado, sorriso ensaiado eu pisei no palco.
Fui apresentado como atração, porém sem título.
não me preocupei, pois na verdade eu não sou ídolo.
Comecei engasgando, todavia não desafinando,
uma música simples falando de amor.
O público ouvia, somente, não se entusiasmando,
me deixava cantar para eu driblar a dor.
De repente a platéia acordou e me notou por fim.
Atirou sapatos, tomates, ovos podres, tudo em cima de
mim,
mim,
não deixou que eu falasse das dores que me afligem a
vida,
não deixou que eu cantasse o amor em hora devida.
Atirem-me sapatos, tomates, ovos podres, qualquer coisa
assim,
mas por favor, minha gente, me deixem, ao menos, falar
de mim.
Pois tristeza, sabemos que não é privilégio nenhum,
é talvez o castigo para quem não fez mal algum.
088 - “O amor é sempre assim”
Perguntas-me se eu te amo
só para poderes ouvir
a minha voz te sussurrando;
já é hora de dormir.
Não me importa se é dia,
se for noite tanto faz.
O que queremos são loucuras
muito agora e sempre mais.
O nosso amor é coisa séria
e a paixão sempre é normal.
Pode até haver ciúmes,
mas o amor nunca faz mal.
mas o amor nunca faz mal.
Se me queres com ternura,
nosso amor ainda é maior.
O que chamo de loucura
é deixar-te na pior.
Não precisas ter receio,
pois o amor é sempre assim;
nunca fica pelo meio
e jamais se chega ao fim.
089 - “Desejos de vida”
Quem sabe, um dia, eu possa
te fazer feliz!
Matar teus desejos de amor
como eu sempre quis.
Matar tua sede de mim,
teus anseios de ser meu bem.
Calar tua voz pra sentir
todo bem que se tem.
Desejos de vida são válidos
enquanto se tem valor!
Por isso eu te quero, meu bem,
te chamo de meu amor.
te chamo de meu amor.
090 - “Liberdade é um sonho”
Há sempre,
no coração da gente,
um desejo secreto
de viver eternamente.
De voar pelos céus,
se libertar do chão.
Passear solitário
em qualquer direção.
Procurar pelo mundo
sua alma irmã
e finalmente acordar
toda manhã.
No rosto,
No rosto,
uma expressão de prazer,
na mente um sonho
de sempre viver,
tão livre, tão leve,
feliz a cantar.
Liberdade eu vou ter
para sempre sonhar.
Liberdade é um sonho,
só no sonho existe!
O que posso eu fazer
a não ser ficar triste?
091 - “Volte a cantar o seu amor”
Há de se falar muito
dos conflitos que a vida faz surgir!
Há de se pagar caro
se, da vida, de tudo quer fugir.
Se somos nós o amanhã,
por que correr?
Se hoje é um amanhã,
por que morrer?
Se faz da paz um bom momento,
por que mentir?
E do amor bom sentimento?
Volte a sorrir!
Volte a sorrir!
Volte a cantar o seu amor,
que nós sabemos entender,
mas não naufrague a sua vida
no sujo mar deste viver.
Saia do sonho para a vida
e traga amor no coração.
A gente sabe que viver
não é apenas ilusão.
Estufe o peito e mete bronca,
expulse o mal do coração
e troque as drogas desta vida
para curtir esta canção.
Lá, lá, lá, ia, laia, laia.
Produzido pela Simplíssimo Livros
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