Implantes curtos VS Implantes standard na região posterior ... · Implantes curtos VS Implantes...
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Susana Filipa de Almeida Ferreira
Implantes curtos VS Implantes standard na
regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula
Universidade Fernando Pessoa
Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede
Porto 2011
Susana Filipa de Almeida Ferreira
Implantes curtos VS Implantes standard na
regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula
Universidade Fernando Pessoa
Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede
Porto 2011
Autor Susana Filipa de Almeida Ferreira
Orientador Drordf Moacutenica Morado Pinho
Co-Orientador Prof Doutor Ricardo Faria e Almeida
Tiacutetulo ldquoImplantes curtos VS Implantes standard na regiatildeo posterior da maxila e da
mandiacutebulardquo
Assinatura
Trabalho apresentado agrave Universidade
Fernando Pessoa como parte dos
requisitos para obtenccedilatildeo do grau de
Mestre em Medicina Dentaacuteria
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
v
RESUMO
As regiotildees posteriores da mandiacutebula e da maxila podem representar aacutereas de osso
insuficiente para a colocaccedilatildeo de implantes dentaacuterios de comprimento standard Neste
contexto os implantes dentaacuterios curtos podem representar uma opccedilatildeo de tratamento que
permite evitar teacutecnicas ciruacutergicas invasivas Alguns autores consideram que esta opccedilatildeo
de tratamento em situaccedilotildees especiacuteficas eacute uma opccedilatildeo previsiacutevel
O objectivo principal deste estudo foi comparar as taxas de sobrevivecircncia dos implantes
curtos e dos implantes de comprimentos standard colocados nas regiotildees posteriores da
maxila e da mandiacutebula e avaliar as possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos
implantes
Neste sentido foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em cliacutenicas privadas
dedicadas exclusivamente agrave praacutetica da Implantologia em Portugal e Espanha atraveacutes do
preenchimento de inqueacuteritos por via electroacutenica
Para a elaboraccedilatildeo deste trabalho foi ainda realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes
do motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e
Faculdade de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto
Dos 188 implantes avaliados a maioria correspondeu a pacientes do sexo feminino
(59) idades superiores a 45 anos (70) e a pacientes natildeo fumadores (65) Destes
188 casos 55 dos implantes foram colocados na maxila posterior e 45 na mandiacutebula
posterior em osso Tipo 3 (54) e Tipo 4 (46) Todos os implantes em estudo
apresentavam uma superfiacutecie tratada e a maioria dos implantes avaliados
corresponderam a implantes standard (58) e destes os mais utilizados foram os de 10
mm (35) Os implantes curtos corresponderam a 42 dos casos e destes a maioria
correspondeu a implantes de 8 mm de comprimento (31) A taxa de sobrevivecircncia
para a amostra em estudo foi de 99
Dentro das limitaccedilotildees do estudo podemos concluir que com o tratamento da superfiacutecie
dos implantes o desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente ao dos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vi
implantes de comprimento standard mesmo em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea e
desta forma a limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece jaacute natildeo apresentar
fundamento
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vii
ABSTRACT
The posterior regions of the mandible and the maxilla may represent areas of
insufficient bone dental implants of standard length In this context short dental
implants may represent a treatment option that avoids invasive surgical techniques
Some authors consider that this treatment option in specific situations is an expected
choice
The main objective of this monograph was to compare the survival rates of short
implants and implants placed in standard lengths of the posterior maxilla and mandible
and to evaluate possible causes of failure of their implants
To this effect we performed a retrospective clinical study in private clinics dedicated
exclusively to the practice of Implantology in Portugal and Spain by filling out surveys
electronically
To accomplish this work was also carried out a literature search using the Pubmed
search engine and libraries at the University Fernando Pessoa and School of Dental
Medicine University of Porto
Of the 188 implants evaluated the majority were females (59) aged above 45 years
(70) and non-smoking patients (65) Of these 188 cases 55 of the implants were
placed in the posterior maxilla and posterior mandible in 45 bone type 3 (54) and
type 4 (46) All implants in the study had a treated surface and most of the implants
evaluated corresponded to standard implants (58) and of these the most used were 10
mm (35) The short implants accounted for 42 of cases and of these most implants
corresponded to 8 mm in length (31) The survival rate for the study sample was 99
Within the limitations of the study we can conclude that with the treatment of the
surface of the implants the performance of short implants has to be equivalent to the
implants of standard length even in situations of poor bone quality and thus limiting the
use of short implants appears not to be support anymore
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
viii
AGRADECIMENTOS
A realizaccedilatildeo desta monografia natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio e colaboraccedilatildeo de
algumas pessoas a quem estou profundamente agradecida que passo a citar
Aos meus Pais pelo amor dedicaccedilatildeo apoio e confianccedila constantes Agradeccedilo-vos pelos
vossos conselhos e pelos princiacutepios que me transmitiram que fazem de mim a pessoa
que sou hoje
Aos meus avoacutes pelo profundo amor e carinho demonstrado durante toda a minha vida e
por me ajudarem a concretizar os meus sonhos
Ao Gustavo por ter sido o melhor binoacutemio que poderia ter tido Um muito obrigado
pelo amor paciecircncia apoio incondicional e por todos os bons momentos vividos juntos
durante estes uacuteltimos anos
Agrave minha orientadora Drordf Moacutenica Morado Pinho e ao meu co-orientador Prof Doutor
Ricardo Faria e Almeida o meu sincero reconhecimento pelo apoio orientaccedilatildeo
incentivo disponibilidade e por todos os ensinamentos a mim transmitidos durante a
realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave Prof Doutora Conceiccedilatildeo Manso e ao Dr Frias Bulhosa pela ajuda e disponibilidade
prestada
Agrave Sara Elodie e Seacutergio pela amizade apoio e ajuda fornecida
A todos os Professores que tive o prazer de conhecer durante estes 5 anos pelos
valiosos conhecimentos que me foram transmitidos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
ix
IacuteNDICE GERAL
IacuteNDICE DE FIGURAS xi
IacuteNDICE DE GRAacuteGICOS xii
IacuteNDICE DE TABELAS xiii
IacuteNDICE DE ANEXOS xiv
INTRODUCcedilAtildeO 1
DESENVOLVIMENTO 6
CAPITULO I 7
I1 ndash Revisatildeo de Literatura 7
I2 ndash Densidade Oacutessea 9
I3 ndash Criteacuterios de avaliaccedilatildeo do sucesso do tratamento com implantes 11
I4 ndash Factores relacionados com a sobrevivecircncia dos implantes 13
I41 ndash Qualidade Oacutessea 14
I42 ndash Diacircmetro do Implante 14
I43 ndash Geometria e Desenho dos Implantes 15
I44 ndash Tratamento de Superfiacutecie dos Implantes 15
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo 16
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante 17
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo 18
I48 ndash Magnitude de Forccedilas 18
CAPITULO II 20
II1 ndash Material e Meacutetodos 20
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica 20
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Susana Filipa de Almeida Ferreira
Implantes curtos VS Implantes standard na
regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula
Universidade Fernando Pessoa
Faculdade de Ciecircncias da Sauacutede
Porto 2011
Autor Susana Filipa de Almeida Ferreira
Orientador Drordf Moacutenica Morado Pinho
Co-Orientador Prof Doutor Ricardo Faria e Almeida
Tiacutetulo ldquoImplantes curtos VS Implantes standard na regiatildeo posterior da maxila e da
mandiacutebulardquo
Assinatura
Trabalho apresentado agrave Universidade
Fernando Pessoa como parte dos
requisitos para obtenccedilatildeo do grau de
Mestre em Medicina Dentaacuteria
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
v
RESUMO
As regiotildees posteriores da mandiacutebula e da maxila podem representar aacutereas de osso
insuficiente para a colocaccedilatildeo de implantes dentaacuterios de comprimento standard Neste
contexto os implantes dentaacuterios curtos podem representar uma opccedilatildeo de tratamento que
permite evitar teacutecnicas ciruacutergicas invasivas Alguns autores consideram que esta opccedilatildeo
de tratamento em situaccedilotildees especiacuteficas eacute uma opccedilatildeo previsiacutevel
O objectivo principal deste estudo foi comparar as taxas de sobrevivecircncia dos implantes
curtos e dos implantes de comprimentos standard colocados nas regiotildees posteriores da
maxila e da mandiacutebula e avaliar as possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos
implantes
Neste sentido foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em cliacutenicas privadas
dedicadas exclusivamente agrave praacutetica da Implantologia em Portugal e Espanha atraveacutes do
preenchimento de inqueacuteritos por via electroacutenica
Para a elaboraccedilatildeo deste trabalho foi ainda realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes
do motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e
Faculdade de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto
Dos 188 implantes avaliados a maioria correspondeu a pacientes do sexo feminino
(59) idades superiores a 45 anos (70) e a pacientes natildeo fumadores (65) Destes
188 casos 55 dos implantes foram colocados na maxila posterior e 45 na mandiacutebula
posterior em osso Tipo 3 (54) e Tipo 4 (46) Todos os implantes em estudo
apresentavam uma superfiacutecie tratada e a maioria dos implantes avaliados
corresponderam a implantes standard (58) e destes os mais utilizados foram os de 10
mm (35) Os implantes curtos corresponderam a 42 dos casos e destes a maioria
correspondeu a implantes de 8 mm de comprimento (31) A taxa de sobrevivecircncia
para a amostra em estudo foi de 99
Dentro das limitaccedilotildees do estudo podemos concluir que com o tratamento da superfiacutecie
dos implantes o desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente ao dos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vi
implantes de comprimento standard mesmo em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea e
desta forma a limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece jaacute natildeo apresentar
fundamento
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vii
ABSTRACT
The posterior regions of the mandible and the maxilla may represent areas of
insufficient bone dental implants of standard length In this context short dental
implants may represent a treatment option that avoids invasive surgical techniques
Some authors consider that this treatment option in specific situations is an expected
choice
The main objective of this monograph was to compare the survival rates of short
implants and implants placed in standard lengths of the posterior maxilla and mandible
and to evaluate possible causes of failure of their implants
To this effect we performed a retrospective clinical study in private clinics dedicated
exclusively to the practice of Implantology in Portugal and Spain by filling out surveys
electronically
To accomplish this work was also carried out a literature search using the Pubmed
search engine and libraries at the University Fernando Pessoa and School of Dental
Medicine University of Porto
Of the 188 implants evaluated the majority were females (59) aged above 45 years
(70) and non-smoking patients (65) Of these 188 cases 55 of the implants were
placed in the posterior maxilla and posterior mandible in 45 bone type 3 (54) and
type 4 (46) All implants in the study had a treated surface and most of the implants
evaluated corresponded to standard implants (58) and of these the most used were 10
mm (35) The short implants accounted for 42 of cases and of these most implants
corresponded to 8 mm in length (31) The survival rate for the study sample was 99
Within the limitations of the study we can conclude that with the treatment of the
surface of the implants the performance of short implants has to be equivalent to the
implants of standard length even in situations of poor bone quality and thus limiting the
use of short implants appears not to be support anymore
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
viii
AGRADECIMENTOS
A realizaccedilatildeo desta monografia natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio e colaboraccedilatildeo de
algumas pessoas a quem estou profundamente agradecida que passo a citar
Aos meus Pais pelo amor dedicaccedilatildeo apoio e confianccedila constantes Agradeccedilo-vos pelos
vossos conselhos e pelos princiacutepios que me transmitiram que fazem de mim a pessoa
que sou hoje
Aos meus avoacutes pelo profundo amor e carinho demonstrado durante toda a minha vida e
por me ajudarem a concretizar os meus sonhos
Ao Gustavo por ter sido o melhor binoacutemio que poderia ter tido Um muito obrigado
pelo amor paciecircncia apoio incondicional e por todos os bons momentos vividos juntos
durante estes uacuteltimos anos
Agrave minha orientadora Drordf Moacutenica Morado Pinho e ao meu co-orientador Prof Doutor
Ricardo Faria e Almeida o meu sincero reconhecimento pelo apoio orientaccedilatildeo
incentivo disponibilidade e por todos os ensinamentos a mim transmitidos durante a
realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave Prof Doutora Conceiccedilatildeo Manso e ao Dr Frias Bulhosa pela ajuda e disponibilidade
prestada
Agrave Sara Elodie e Seacutergio pela amizade apoio e ajuda fornecida
A todos os Professores que tive o prazer de conhecer durante estes 5 anos pelos
valiosos conhecimentos que me foram transmitidos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
ix
IacuteNDICE GERAL
IacuteNDICE DE FIGURAS xi
IacuteNDICE DE GRAacuteGICOS xii
IacuteNDICE DE TABELAS xiii
IacuteNDICE DE ANEXOS xiv
INTRODUCcedilAtildeO 1
DESENVOLVIMENTO 6
CAPITULO I 7
I1 ndash Revisatildeo de Literatura 7
I2 ndash Densidade Oacutessea 9
I3 ndash Criteacuterios de avaliaccedilatildeo do sucesso do tratamento com implantes 11
I4 ndash Factores relacionados com a sobrevivecircncia dos implantes 13
I41 ndash Qualidade Oacutessea 14
I42 ndash Diacircmetro do Implante 14
I43 ndash Geometria e Desenho dos Implantes 15
I44 ndash Tratamento de Superfiacutecie dos Implantes 15
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo 16
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante 17
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo 18
I48 ndash Magnitude de Forccedilas 18
CAPITULO II 20
II1 ndash Material e Meacutetodos 20
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica 20
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Autor Susana Filipa de Almeida Ferreira
Orientador Drordf Moacutenica Morado Pinho
Co-Orientador Prof Doutor Ricardo Faria e Almeida
Tiacutetulo ldquoImplantes curtos VS Implantes standard na regiatildeo posterior da maxila e da
mandiacutebulardquo
Assinatura
Trabalho apresentado agrave Universidade
Fernando Pessoa como parte dos
requisitos para obtenccedilatildeo do grau de
Mestre em Medicina Dentaacuteria
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
v
RESUMO
As regiotildees posteriores da mandiacutebula e da maxila podem representar aacutereas de osso
insuficiente para a colocaccedilatildeo de implantes dentaacuterios de comprimento standard Neste
contexto os implantes dentaacuterios curtos podem representar uma opccedilatildeo de tratamento que
permite evitar teacutecnicas ciruacutergicas invasivas Alguns autores consideram que esta opccedilatildeo
de tratamento em situaccedilotildees especiacuteficas eacute uma opccedilatildeo previsiacutevel
O objectivo principal deste estudo foi comparar as taxas de sobrevivecircncia dos implantes
curtos e dos implantes de comprimentos standard colocados nas regiotildees posteriores da
maxila e da mandiacutebula e avaliar as possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos
implantes
Neste sentido foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em cliacutenicas privadas
dedicadas exclusivamente agrave praacutetica da Implantologia em Portugal e Espanha atraveacutes do
preenchimento de inqueacuteritos por via electroacutenica
Para a elaboraccedilatildeo deste trabalho foi ainda realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes
do motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e
Faculdade de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto
Dos 188 implantes avaliados a maioria correspondeu a pacientes do sexo feminino
(59) idades superiores a 45 anos (70) e a pacientes natildeo fumadores (65) Destes
188 casos 55 dos implantes foram colocados na maxila posterior e 45 na mandiacutebula
posterior em osso Tipo 3 (54) e Tipo 4 (46) Todos os implantes em estudo
apresentavam uma superfiacutecie tratada e a maioria dos implantes avaliados
corresponderam a implantes standard (58) e destes os mais utilizados foram os de 10
mm (35) Os implantes curtos corresponderam a 42 dos casos e destes a maioria
correspondeu a implantes de 8 mm de comprimento (31) A taxa de sobrevivecircncia
para a amostra em estudo foi de 99
Dentro das limitaccedilotildees do estudo podemos concluir que com o tratamento da superfiacutecie
dos implantes o desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente ao dos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vi
implantes de comprimento standard mesmo em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea e
desta forma a limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece jaacute natildeo apresentar
fundamento
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vii
ABSTRACT
The posterior regions of the mandible and the maxilla may represent areas of
insufficient bone dental implants of standard length In this context short dental
implants may represent a treatment option that avoids invasive surgical techniques
Some authors consider that this treatment option in specific situations is an expected
choice
The main objective of this monograph was to compare the survival rates of short
implants and implants placed in standard lengths of the posterior maxilla and mandible
and to evaluate possible causes of failure of their implants
To this effect we performed a retrospective clinical study in private clinics dedicated
exclusively to the practice of Implantology in Portugal and Spain by filling out surveys
electronically
To accomplish this work was also carried out a literature search using the Pubmed
search engine and libraries at the University Fernando Pessoa and School of Dental
Medicine University of Porto
Of the 188 implants evaluated the majority were females (59) aged above 45 years
(70) and non-smoking patients (65) Of these 188 cases 55 of the implants were
placed in the posterior maxilla and posterior mandible in 45 bone type 3 (54) and
type 4 (46) All implants in the study had a treated surface and most of the implants
evaluated corresponded to standard implants (58) and of these the most used were 10
mm (35) The short implants accounted for 42 of cases and of these most implants
corresponded to 8 mm in length (31) The survival rate for the study sample was 99
Within the limitations of the study we can conclude that with the treatment of the
surface of the implants the performance of short implants has to be equivalent to the
implants of standard length even in situations of poor bone quality and thus limiting the
use of short implants appears not to be support anymore
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
viii
AGRADECIMENTOS
A realizaccedilatildeo desta monografia natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio e colaboraccedilatildeo de
algumas pessoas a quem estou profundamente agradecida que passo a citar
Aos meus Pais pelo amor dedicaccedilatildeo apoio e confianccedila constantes Agradeccedilo-vos pelos
vossos conselhos e pelos princiacutepios que me transmitiram que fazem de mim a pessoa
que sou hoje
Aos meus avoacutes pelo profundo amor e carinho demonstrado durante toda a minha vida e
por me ajudarem a concretizar os meus sonhos
Ao Gustavo por ter sido o melhor binoacutemio que poderia ter tido Um muito obrigado
pelo amor paciecircncia apoio incondicional e por todos os bons momentos vividos juntos
durante estes uacuteltimos anos
Agrave minha orientadora Drordf Moacutenica Morado Pinho e ao meu co-orientador Prof Doutor
Ricardo Faria e Almeida o meu sincero reconhecimento pelo apoio orientaccedilatildeo
incentivo disponibilidade e por todos os ensinamentos a mim transmitidos durante a
realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave Prof Doutora Conceiccedilatildeo Manso e ao Dr Frias Bulhosa pela ajuda e disponibilidade
prestada
Agrave Sara Elodie e Seacutergio pela amizade apoio e ajuda fornecida
A todos os Professores que tive o prazer de conhecer durante estes 5 anos pelos
valiosos conhecimentos que me foram transmitidos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
ix
IacuteNDICE GERAL
IacuteNDICE DE FIGURAS xi
IacuteNDICE DE GRAacuteGICOS xii
IacuteNDICE DE TABELAS xiii
IacuteNDICE DE ANEXOS xiv
INTRODUCcedilAtildeO 1
DESENVOLVIMENTO 6
CAPITULO I 7
I1 ndash Revisatildeo de Literatura 7
I2 ndash Densidade Oacutessea 9
I3 ndash Criteacuterios de avaliaccedilatildeo do sucesso do tratamento com implantes 11
I4 ndash Factores relacionados com a sobrevivecircncia dos implantes 13
I41 ndash Qualidade Oacutessea 14
I42 ndash Diacircmetro do Implante 14
I43 ndash Geometria e Desenho dos Implantes 15
I44 ndash Tratamento de Superfiacutecie dos Implantes 15
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo 16
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante 17
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo 18
I48 ndash Magnitude de Forccedilas 18
CAPITULO II 20
II1 ndash Material e Meacutetodos 20
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica 20
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
v
RESUMO
As regiotildees posteriores da mandiacutebula e da maxila podem representar aacutereas de osso
insuficiente para a colocaccedilatildeo de implantes dentaacuterios de comprimento standard Neste
contexto os implantes dentaacuterios curtos podem representar uma opccedilatildeo de tratamento que
permite evitar teacutecnicas ciruacutergicas invasivas Alguns autores consideram que esta opccedilatildeo
de tratamento em situaccedilotildees especiacuteficas eacute uma opccedilatildeo previsiacutevel
O objectivo principal deste estudo foi comparar as taxas de sobrevivecircncia dos implantes
curtos e dos implantes de comprimentos standard colocados nas regiotildees posteriores da
maxila e da mandiacutebula e avaliar as possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos
implantes
Neste sentido foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em cliacutenicas privadas
dedicadas exclusivamente agrave praacutetica da Implantologia em Portugal e Espanha atraveacutes do
preenchimento de inqueacuteritos por via electroacutenica
Para a elaboraccedilatildeo deste trabalho foi ainda realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes
do motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e
Faculdade de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto
Dos 188 implantes avaliados a maioria correspondeu a pacientes do sexo feminino
(59) idades superiores a 45 anos (70) e a pacientes natildeo fumadores (65) Destes
188 casos 55 dos implantes foram colocados na maxila posterior e 45 na mandiacutebula
posterior em osso Tipo 3 (54) e Tipo 4 (46) Todos os implantes em estudo
apresentavam uma superfiacutecie tratada e a maioria dos implantes avaliados
corresponderam a implantes standard (58) e destes os mais utilizados foram os de 10
mm (35) Os implantes curtos corresponderam a 42 dos casos e destes a maioria
correspondeu a implantes de 8 mm de comprimento (31) A taxa de sobrevivecircncia
para a amostra em estudo foi de 99
Dentro das limitaccedilotildees do estudo podemos concluir que com o tratamento da superfiacutecie
dos implantes o desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente ao dos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vi
implantes de comprimento standard mesmo em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea e
desta forma a limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece jaacute natildeo apresentar
fundamento
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vii
ABSTRACT
The posterior regions of the mandible and the maxilla may represent areas of
insufficient bone dental implants of standard length In this context short dental
implants may represent a treatment option that avoids invasive surgical techniques
Some authors consider that this treatment option in specific situations is an expected
choice
The main objective of this monograph was to compare the survival rates of short
implants and implants placed in standard lengths of the posterior maxilla and mandible
and to evaluate possible causes of failure of their implants
To this effect we performed a retrospective clinical study in private clinics dedicated
exclusively to the practice of Implantology in Portugal and Spain by filling out surveys
electronically
To accomplish this work was also carried out a literature search using the Pubmed
search engine and libraries at the University Fernando Pessoa and School of Dental
Medicine University of Porto
Of the 188 implants evaluated the majority were females (59) aged above 45 years
(70) and non-smoking patients (65) Of these 188 cases 55 of the implants were
placed in the posterior maxilla and posterior mandible in 45 bone type 3 (54) and
type 4 (46) All implants in the study had a treated surface and most of the implants
evaluated corresponded to standard implants (58) and of these the most used were 10
mm (35) The short implants accounted for 42 of cases and of these most implants
corresponded to 8 mm in length (31) The survival rate for the study sample was 99
Within the limitations of the study we can conclude that with the treatment of the
surface of the implants the performance of short implants has to be equivalent to the
implants of standard length even in situations of poor bone quality and thus limiting the
use of short implants appears not to be support anymore
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
viii
AGRADECIMENTOS
A realizaccedilatildeo desta monografia natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio e colaboraccedilatildeo de
algumas pessoas a quem estou profundamente agradecida que passo a citar
Aos meus Pais pelo amor dedicaccedilatildeo apoio e confianccedila constantes Agradeccedilo-vos pelos
vossos conselhos e pelos princiacutepios que me transmitiram que fazem de mim a pessoa
que sou hoje
Aos meus avoacutes pelo profundo amor e carinho demonstrado durante toda a minha vida e
por me ajudarem a concretizar os meus sonhos
Ao Gustavo por ter sido o melhor binoacutemio que poderia ter tido Um muito obrigado
pelo amor paciecircncia apoio incondicional e por todos os bons momentos vividos juntos
durante estes uacuteltimos anos
Agrave minha orientadora Drordf Moacutenica Morado Pinho e ao meu co-orientador Prof Doutor
Ricardo Faria e Almeida o meu sincero reconhecimento pelo apoio orientaccedilatildeo
incentivo disponibilidade e por todos os ensinamentos a mim transmitidos durante a
realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave Prof Doutora Conceiccedilatildeo Manso e ao Dr Frias Bulhosa pela ajuda e disponibilidade
prestada
Agrave Sara Elodie e Seacutergio pela amizade apoio e ajuda fornecida
A todos os Professores que tive o prazer de conhecer durante estes 5 anos pelos
valiosos conhecimentos que me foram transmitidos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
ix
IacuteNDICE GERAL
IacuteNDICE DE FIGURAS xi
IacuteNDICE DE GRAacuteGICOS xii
IacuteNDICE DE TABELAS xiii
IacuteNDICE DE ANEXOS xiv
INTRODUCcedilAtildeO 1
DESENVOLVIMENTO 6
CAPITULO I 7
I1 ndash Revisatildeo de Literatura 7
I2 ndash Densidade Oacutessea 9
I3 ndash Criteacuterios de avaliaccedilatildeo do sucesso do tratamento com implantes 11
I4 ndash Factores relacionados com a sobrevivecircncia dos implantes 13
I41 ndash Qualidade Oacutessea 14
I42 ndash Diacircmetro do Implante 14
I43 ndash Geometria e Desenho dos Implantes 15
I44 ndash Tratamento de Superfiacutecie dos Implantes 15
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo 16
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante 17
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo 18
I48 ndash Magnitude de Forccedilas 18
CAPITULO II 20
II1 ndash Material e Meacutetodos 20
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica 20
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vi
implantes de comprimento standard mesmo em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea e
desta forma a limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece jaacute natildeo apresentar
fundamento
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vii
ABSTRACT
The posterior regions of the mandible and the maxilla may represent areas of
insufficient bone dental implants of standard length In this context short dental
implants may represent a treatment option that avoids invasive surgical techniques
Some authors consider that this treatment option in specific situations is an expected
choice
The main objective of this monograph was to compare the survival rates of short
implants and implants placed in standard lengths of the posterior maxilla and mandible
and to evaluate possible causes of failure of their implants
To this effect we performed a retrospective clinical study in private clinics dedicated
exclusively to the practice of Implantology in Portugal and Spain by filling out surveys
electronically
To accomplish this work was also carried out a literature search using the Pubmed
search engine and libraries at the University Fernando Pessoa and School of Dental
Medicine University of Porto
Of the 188 implants evaluated the majority were females (59) aged above 45 years
(70) and non-smoking patients (65) Of these 188 cases 55 of the implants were
placed in the posterior maxilla and posterior mandible in 45 bone type 3 (54) and
type 4 (46) All implants in the study had a treated surface and most of the implants
evaluated corresponded to standard implants (58) and of these the most used were 10
mm (35) The short implants accounted for 42 of cases and of these most implants
corresponded to 8 mm in length (31) The survival rate for the study sample was 99
Within the limitations of the study we can conclude that with the treatment of the
surface of the implants the performance of short implants has to be equivalent to the
implants of standard length even in situations of poor bone quality and thus limiting the
use of short implants appears not to be support anymore
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
viii
AGRADECIMENTOS
A realizaccedilatildeo desta monografia natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio e colaboraccedilatildeo de
algumas pessoas a quem estou profundamente agradecida que passo a citar
Aos meus Pais pelo amor dedicaccedilatildeo apoio e confianccedila constantes Agradeccedilo-vos pelos
vossos conselhos e pelos princiacutepios que me transmitiram que fazem de mim a pessoa
que sou hoje
Aos meus avoacutes pelo profundo amor e carinho demonstrado durante toda a minha vida e
por me ajudarem a concretizar os meus sonhos
Ao Gustavo por ter sido o melhor binoacutemio que poderia ter tido Um muito obrigado
pelo amor paciecircncia apoio incondicional e por todos os bons momentos vividos juntos
durante estes uacuteltimos anos
Agrave minha orientadora Drordf Moacutenica Morado Pinho e ao meu co-orientador Prof Doutor
Ricardo Faria e Almeida o meu sincero reconhecimento pelo apoio orientaccedilatildeo
incentivo disponibilidade e por todos os ensinamentos a mim transmitidos durante a
realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave Prof Doutora Conceiccedilatildeo Manso e ao Dr Frias Bulhosa pela ajuda e disponibilidade
prestada
Agrave Sara Elodie e Seacutergio pela amizade apoio e ajuda fornecida
A todos os Professores que tive o prazer de conhecer durante estes 5 anos pelos
valiosos conhecimentos que me foram transmitidos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
ix
IacuteNDICE GERAL
IacuteNDICE DE FIGURAS xi
IacuteNDICE DE GRAacuteGICOS xii
IacuteNDICE DE TABELAS xiii
IacuteNDICE DE ANEXOS xiv
INTRODUCcedilAtildeO 1
DESENVOLVIMENTO 6
CAPITULO I 7
I1 ndash Revisatildeo de Literatura 7
I2 ndash Densidade Oacutessea 9
I3 ndash Criteacuterios de avaliaccedilatildeo do sucesso do tratamento com implantes 11
I4 ndash Factores relacionados com a sobrevivecircncia dos implantes 13
I41 ndash Qualidade Oacutessea 14
I42 ndash Diacircmetro do Implante 14
I43 ndash Geometria e Desenho dos Implantes 15
I44 ndash Tratamento de Superfiacutecie dos Implantes 15
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo 16
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante 17
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo 18
I48 ndash Magnitude de Forccedilas 18
CAPITULO II 20
II1 ndash Material e Meacutetodos 20
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica 20
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
vii
ABSTRACT
The posterior regions of the mandible and the maxilla may represent areas of
insufficient bone dental implants of standard length In this context short dental
implants may represent a treatment option that avoids invasive surgical techniques
Some authors consider that this treatment option in specific situations is an expected
choice
The main objective of this monograph was to compare the survival rates of short
implants and implants placed in standard lengths of the posterior maxilla and mandible
and to evaluate possible causes of failure of their implants
To this effect we performed a retrospective clinical study in private clinics dedicated
exclusively to the practice of Implantology in Portugal and Spain by filling out surveys
electronically
To accomplish this work was also carried out a literature search using the Pubmed
search engine and libraries at the University Fernando Pessoa and School of Dental
Medicine University of Porto
Of the 188 implants evaluated the majority were females (59) aged above 45 years
(70) and non-smoking patients (65) Of these 188 cases 55 of the implants were
placed in the posterior maxilla and posterior mandible in 45 bone type 3 (54) and
type 4 (46) All implants in the study had a treated surface and most of the implants
evaluated corresponded to standard implants (58) and of these the most used were 10
mm (35) The short implants accounted for 42 of cases and of these most implants
corresponded to 8 mm in length (31) The survival rate for the study sample was 99
Within the limitations of the study we can conclude that with the treatment of the
surface of the implants the performance of short implants has to be equivalent to the
implants of standard length even in situations of poor bone quality and thus limiting the
use of short implants appears not to be support anymore
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
viii
AGRADECIMENTOS
A realizaccedilatildeo desta monografia natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio e colaboraccedilatildeo de
algumas pessoas a quem estou profundamente agradecida que passo a citar
Aos meus Pais pelo amor dedicaccedilatildeo apoio e confianccedila constantes Agradeccedilo-vos pelos
vossos conselhos e pelos princiacutepios que me transmitiram que fazem de mim a pessoa
que sou hoje
Aos meus avoacutes pelo profundo amor e carinho demonstrado durante toda a minha vida e
por me ajudarem a concretizar os meus sonhos
Ao Gustavo por ter sido o melhor binoacutemio que poderia ter tido Um muito obrigado
pelo amor paciecircncia apoio incondicional e por todos os bons momentos vividos juntos
durante estes uacuteltimos anos
Agrave minha orientadora Drordf Moacutenica Morado Pinho e ao meu co-orientador Prof Doutor
Ricardo Faria e Almeida o meu sincero reconhecimento pelo apoio orientaccedilatildeo
incentivo disponibilidade e por todos os ensinamentos a mim transmitidos durante a
realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave Prof Doutora Conceiccedilatildeo Manso e ao Dr Frias Bulhosa pela ajuda e disponibilidade
prestada
Agrave Sara Elodie e Seacutergio pela amizade apoio e ajuda fornecida
A todos os Professores que tive o prazer de conhecer durante estes 5 anos pelos
valiosos conhecimentos que me foram transmitidos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
ix
IacuteNDICE GERAL
IacuteNDICE DE FIGURAS xi
IacuteNDICE DE GRAacuteGICOS xii
IacuteNDICE DE TABELAS xiii
IacuteNDICE DE ANEXOS xiv
INTRODUCcedilAtildeO 1
DESENVOLVIMENTO 6
CAPITULO I 7
I1 ndash Revisatildeo de Literatura 7
I2 ndash Densidade Oacutessea 9
I3 ndash Criteacuterios de avaliaccedilatildeo do sucesso do tratamento com implantes 11
I4 ndash Factores relacionados com a sobrevivecircncia dos implantes 13
I41 ndash Qualidade Oacutessea 14
I42 ndash Diacircmetro do Implante 14
I43 ndash Geometria e Desenho dos Implantes 15
I44 ndash Tratamento de Superfiacutecie dos Implantes 15
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo 16
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante 17
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo 18
I48 ndash Magnitude de Forccedilas 18
CAPITULO II 20
II1 ndash Material e Meacutetodos 20
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica 20
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
viii
AGRADECIMENTOS
A realizaccedilatildeo desta monografia natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio e colaboraccedilatildeo de
algumas pessoas a quem estou profundamente agradecida que passo a citar
Aos meus Pais pelo amor dedicaccedilatildeo apoio e confianccedila constantes Agradeccedilo-vos pelos
vossos conselhos e pelos princiacutepios que me transmitiram que fazem de mim a pessoa
que sou hoje
Aos meus avoacutes pelo profundo amor e carinho demonstrado durante toda a minha vida e
por me ajudarem a concretizar os meus sonhos
Ao Gustavo por ter sido o melhor binoacutemio que poderia ter tido Um muito obrigado
pelo amor paciecircncia apoio incondicional e por todos os bons momentos vividos juntos
durante estes uacuteltimos anos
Agrave minha orientadora Drordf Moacutenica Morado Pinho e ao meu co-orientador Prof Doutor
Ricardo Faria e Almeida o meu sincero reconhecimento pelo apoio orientaccedilatildeo
incentivo disponibilidade e por todos os ensinamentos a mim transmitidos durante a
realizaccedilatildeo deste trabalho
Agrave Prof Doutora Conceiccedilatildeo Manso e ao Dr Frias Bulhosa pela ajuda e disponibilidade
prestada
Agrave Sara Elodie e Seacutergio pela amizade apoio e ajuda fornecida
A todos os Professores que tive o prazer de conhecer durante estes 5 anos pelos
valiosos conhecimentos que me foram transmitidos
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
ix
IacuteNDICE GERAL
IacuteNDICE DE FIGURAS xi
IacuteNDICE DE GRAacuteGICOS xii
IacuteNDICE DE TABELAS xiii
IacuteNDICE DE ANEXOS xiv
INTRODUCcedilAtildeO 1
DESENVOLVIMENTO 6
CAPITULO I 7
I1 ndash Revisatildeo de Literatura 7
I2 ndash Densidade Oacutessea 9
I3 ndash Criteacuterios de avaliaccedilatildeo do sucesso do tratamento com implantes 11
I4 ndash Factores relacionados com a sobrevivecircncia dos implantes 13
I41 ndash Qualidade Oacutessea 14
I42 ndash Diacircmetro do Implante 14
I43 ndash Geometria e Desenho dos Implantes 15
I44 ndash Tratamento de Superfiacutecie dos Implantes 15
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo 16
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante 17
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo 18
I48 ndash Magnitude de Forccedilas 18
CAPITULO II 20
II1 ndash Material e Meacutetodos 20
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica 20
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
ix
IacuteNDICE GERAL
IacuteNDICE DE FIGURAS xi
IacuteNDICE DE GRAacuteGICOS xii
IacuteNDICE DE TABELAS xiii
IacuteNDICE DE ANEXOS xiv
INTRODUCcedilAtildeO 1
DESENVOLVIMENTO 6
CAPITULO I 7
I1 ndash Revisatildeo de Literatura 7
I2 ndash Densidade Oacutessea 9
I3 ndash Criteacuterios de avaliaccedilatildeo do sucesso do tratamento com implantes 11
I4 ndash Factores relacionados com a sobrevivecircncia dos implantes 13
I41 ndash Qualidade Oacutessea 14
I42 ndash Diacircmetro do Implante 14
I43 ndash Geometria e Desenho dos Implantes 15
I44 ndash Tratamento de Superfiacutecie dos Implantes 15
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo 16
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante 17
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo 18
I48 ndash Magnitude de Forccedilas 18
CAPITULO II 20
II1 ndash Material e Meacutetodos 20
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica 20
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
x
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica 20
II121 ndash Tipologia de estudo 20
II122 ndash Amostra 21
II123 ndash Metodologia e recolha de dados 22
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados 24
II2 ndash Resultados 25
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra 25
II3 ndash Discussatildeo 38
II4 ndash Perspectivas Futuras 47
CONCLUSAtildeO 48
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 50
ANEXOS 60
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xi
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1 ndash Implante Dentaacuterio 2
Figura 2 ndash Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg 5
Figura 3 ndash Caracteriacutesticas macroscoacutepicas dos ossos tipo D1 D2 D3 e D4 10
Figura 4 ndash Diferentes tipos de implantes 15
Figura 5 ndash Nuacutemero de implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais 16
Figura 6 ndash Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da
mandiacutebula 18
Figura 7 ndash Implantes standard e implante curto 21
Figura 8 ndash Implante de diacircmetro standard e implante de diacircmetro wide-plataform 22
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xii
IacuteNDICE DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante 27
Graacutefico 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos dos
implantes 29
Graacutefico 3 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188) 33
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiii
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente 25
Tabela 2 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas 25
Tabela 3 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante 26
Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188) 28
Tabela 5 ndash Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias 28
Tabela 6 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188) 30
Tabela 7 ndash Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com
comprimento do implante (n=188) 31
Tabela 8 ndash Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188) 32
Tabela 9 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188) 34
Tabela 10 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 35
Tabela 11 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 36
Tabela 12 ndash Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188) 37
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
xiv
IacuteNDICE DE ANEXOS
ANEXO 1 ndash Inqueacuterito enviado por via electroacutenica 62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
1
INTRODUCcedilAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
2
A utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios como opccedilatildeo reabilitadora eacute referida como sendo a
soluccedilatildeo mais recente na aacuterea da Medicina Dentaacuteria (Thomeacute et al 2009) Desta forma
os implantes dentaacuterios podem ser descritos de inuacutemeras formas como por exemplo
ldquoDispositivos proteacuteticos de materiais aloplaacutesticos implantados nos tecidos orais
sob a mucosa eou na camada periosteal eou dentro do osso para fornecer retenccedilatildeo e
suporte para uma proacutetese fixa ou removiacutevel ldquo (C Stellingsma 2000)
Naturalmente que quando abordamos os implantes osteointegrados referimo-nos
unicamente a dispositivos que estatildeo em contacto directo com o osso
Figura 1 Implante Dentaacuterio httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg
[Consultado em 090711]
Com o decorrer do tempo tecircm vindo a surgir problemas relacionados com a
identificaccedilatildeo do grau exacto de contacto necessaacuterio entre o osso e o implante para
considerarmos um implante osteointegrado Desta forma Albrektsson T em 1993
definiu osteointegraccedilatildeo baseada em criteacuterios cliacutenicos como sendo
ldquoA ancoragem directa de um implante atraveacutes da formaccedilatildeo de tecido oacutesseo ao redor do
implante sem crescimento ou desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-
implanterdquo (Albrektsson T 1993)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
3
Nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula o osso existente disponiacutevel para a
colocaccedilatildeo de implantes eacute muitas vezes insuficiente tanto a niacutevel quantitativo como
qualitativo (Renouard Nisand 2006 e Carl Misch 2005) Para aleacutem disso a presenccedila
de aacutereas anatoacutemicas nobres faz com que o planeamento para a reabilitaccedilatildeo destas
localizaccedilotildees seja normalmente complexo
Apoacutes a extracccedilatildeo de elementos dentaacuterios nas regiotildees posteriores da maxila e da
mandiacutebula o padratildeo de reabsorccedilatildeo verificado como consequecircncia das mesmas
apresenta-se bastante distinto
Na maxila a perda horizontal eacute superior no sentido vestiacutebulo-palatino enquanto que a
perda vertical ocorre mais lentamente apesar de ocorrer em dois sentidos ou seja
ocorre atraveacutes da remodelaccedilatildeo natural em altura e pela pneumatizaccedilatildeo dos seios
maxilares Na mandiacutebula a reabsorccedilatildeo ocorre essencialmente no sentido vertical e como
consequecircncia apresenta frequentemente uma reduzida altura oacutessea poreacutem no plano
horizontal a quantidade oacutessea apresenta-se por regra suficiente para posterior
colocaccedilatildeo de implantes (Thomeacute et al 2009)
Algumas das complicaccedilotildees associadas agrave maxila posterior dizem respeito agrave dificuldade
de acesso visibilidade limitada reduzido espaccedilo inter-oclusal extensa reabsorccedilatildeo poacutes-
extracccedilatildeo e pobre qualidade oacutessea (Morand Irinakis 2007)
Em circunstacircncias de pouca disponibilidade oacutessea e de forma a evitar outras teacutecnicas
ciruacutergicas como teacutecnicas de enxertos oacutesseos de elevaccedilatildeo do seio maxilar e
lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior ou ainda a distracccedilatildeo oacutessea do processo alveolar
os implantes curtos representam uma alternativa viaacutevel simples e previsiacutevel uma vez
que natildeo exigem os mesmos tratamentos preacute-operatoacuterios referidos previamente ao
contraacuterio do que acontece com os implantes de comprimento standard Este tipo de
implantes apresenta um menor risco de interferecircncia com as estruturas anatoacutemicas
como o seio maxilar ou o nervo alveolar inferior Para aleacutem disso podem osteointegrar-
se em rebordos alveolares atroacuteficos apesar do volume oacutesseo reduzido (Renouard
Nisand 2005 e Juacutenior et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
4
Natildeo existe consenso na literatura em relaccedilatildeo agrave definiccedilatildeo de implantes curtos Segundo
alguns autores satildeo considerados os implantes com comprimento menor ou igual a 7 mm
(Maustsushita et al 1990 Bahat Handelsman 1996 Kido et al 1997 Hagi et al
2004 Gentile et al 2005 Fugazzotto 2008) outros referem-nos com comprimentos
inferiores a 8 mm (Renouard Nisand 2006) ou ainda podem ser definidos como
implantes com comprimentos menores que 10 mm (Neves et al 2006 Gentile et al
2005)
Existem inuacutemeras vantagens na utilizaccedilatildeo de implantes dentaacuterios curtos no tratamento
das maxilas e das mandiacutebulas posteriores com reabsorccedilotildees severas tais como evitar a
realizaccedilatildeo de um enxerto oacutesseo para compensar a elevaccedilatildeo do seio maxilar eou perda
da altura oacutessea disponiacutevel na crista antes da colocaccedilatildeo do implante como tal
economizam tempo e dinheiro e eliminam a dor relacionada com os procedimentos Os
implantes curtos satildeo mais faacuteceis de inserir e a preparaccedilatildeo do leito eacute mais simplificada
(Carl Misch 2005)
Estas vantagens oferecerem uma motivaccedilatildeo para os pacientes e um aumento da taxa de
aceitaccedilatildeo por parte dos mesmos (Nedir et al 2004 Del Fabbro et al 2004 Misch et
al 2006)
No entanto ainda existe bastante controveacutersia sobre a sua indicaccedilatildeo devido a diversos
problemas que tecircm sido associados com os mesmos sendo eles (Morand Irinakis
2007)
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie do implante que conduz a um menor contacto entre o
osso e o implante apoacutes a osteointegraccedilatildeo
o A reduccedilatildeo da superfiacutecie de distribuiccedilatildeo das forccedilas apoacutes colocado em carga
o E ainda a relaccedilatildeo coroa-implante comprometida
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
5
Figura 2 Implantes Dentaacuterios curtos da Biconreg httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
O objecto desta monografia eacute avaliar se a taxa de sobrevivecircncia dos implantes curtos
colocados na regiatildeo posterior da maxila e da mandiacutebula eacute idecircntica agrave taxa de
sobrevivecircncia dos implantes de comprimento standard colocados nas mesmas
localizaccedilotildees
A motivaccedilatildeo na escolha deste tema prende-se com uma tentativa de esclarecimento no
que refere a viabilidade dos implantes curtos como alternativa aos implantes de
comprimento standard ou mesmo a outros meacutetodos de reabilitaccedilatildeo em localizaccedilotildees com
exigentes demandas funcionais
Assim o objectivo principal deste estudo eacute comparar as taxas de sobrevivecircncia dos
implantes curtos e dos implantes standard colocados nas regiotildees posteriores da maxila e
da mandiacutebula
O objectivo secundaacuterio diz respeito agrave realizaccedilatildeo de uma avaliaccedilatildeo subjectiva das
possiacuteveis causas de fracasso dos respectivos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
6
DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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DESENVOLVIMENTO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
7
CAPITULO I
I1 ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
Os primeiros resultados cliacutenicos relacionados com a utilizaccedilatildeo de implantes curtos natildeo
se apresentaram muito promissores
Segundo Jemt e Lekholm em 1995 quanto maior a quantidade e a densidade oacutessea
presente no iniacutecio do tratamento melhor a taxa de sobrevivecircncia do implante e da
proacutetese apoacutes 5 anos em funccedilatildeo Estes autores efectuaram um estudo baseado em quatro
grupos teste determinados retrospectivamente agrupando os pacientes por quatro
diferentes alternativas de proacuteteses Os grupos terapecircuticos foram seleccionados tendo
em conta a quantidade de osso maxilar disponiacutevel Estes autores concluiacuteram que pelo
menos durante 5 anos de follow-up seria possiacutevel melhorar condiccedilotildees oacutesseas primaacuterias
pobres atraveacutes da utilizaccedilatildeo de implantes de comprimento standard juntamente com
uma teacutecnica de enxerto oacutesseo onlay uma vez que o resultado seria mais beneacutefico
quando comparado com a colocaccedilatildeo de implantes curtos apenas para apoio de uma
sobredentadura (Jemt e Lekholm 1995)
Bahat em 2000 realizou um estudo com 660 implantes (103 corresponderam a
implantes curtos e 557 a implantes de comprimento standard) em 202 pacientes na
maxila posterior reabilitados com restauraccedilotildees parciais fixas metalo-ceracircmicas com um
follow-up de 12 anos apoacutes funccedilatildeo Este autor concluiu que os implantes de comprimento
standard apresentaram um taxa de sobrevivecircncia superior agrave dos implantes curtos Os
implantes de 375 mm de diacircmetro apresentaram uma taxa de fracasso (excluindo as
fracturas dos implantes) para os implantes de comprimento de 7 e 85 mm 10-15 mm e
18 e 20 mm de 17 5 e 0 respectivamente Segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teria pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia Assim sendo a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
apresentou-se como um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo dos mesmos Cada
localizaccedilatildeo deve ser tratada individualmente ou seja deve ser seleccionado um
implante com o tipo o comprimento e o diacircmetro apropriado (Bahat O 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
8
Com o decorrer dos anos verificou-se que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos comeccedilou a
apresentar taxas de sobrevivecircncia cada vez mais elevadas
Em 2006 Neves et al realizaram um estudo com 16344 implantes (786 fracassos) Os
implantes foram analisados de acordo com a altura em que ocorreu a falha e com os
factores de risco envolvidos nas mesmas A taxa total de fracassos foi de 48 Os
implantes de 375 mm de diacircmetro e 7 mm de comprimento apresentaram uma taxa de
fracasso de 97 comparativamente agrave taxa de fracasso de 63 dos implantes de 375
mm de diacircmetro e 10 mm de comprimento Neves et al concluiacuteram assim que a
utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de diacircmetro parece minimizar as taxas de
fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea e como tal os implantes curtos devem
ser considerados como uma alternativa viaacutevel para as cirurgias avanccediladas de aumento
oacutesseo uma vez que estas cirurgias podem conduzir a uma maior morbilidade requerem
longos periacuteodos cliacutenicos e compreendem custos mais elevados para o paciente (Neves
et al 2006)
Maloacute Nobre e Ranger em 2007 realizaram um estudo que pretendia verificar se os
implantes curtos colocados em mandiacutebulas atroacuteficas poderiam obter taxas de
sobrevivecircncia implantar a longo prazo idecircnticas agraves dos implantes de comprimento
standard colocados em localizaccedilotildees com grandes quantidades oacutesseas Estes autores
realizaram um estudo cliacutenico retrospectivo com 237 pacientes tratados
consecutivamente com 408 implantes curtos Branemark NobelBiocarereg
como suporte
de 151 proacuteteses fixas Destes 131 implantes tinham 7 mm de comprimento e 277
tinham 85 mm de comprimento Cento e vinte e seis dos implantes com 7mm (96)
foram avaliados com 1 ano de follow-up 110 (84) com 2 anos de follow-up e 88
(67) com 5 anos follow-up Cinco implantes fracassaram em quatro pacientes antes
dos 6 meses de follow-up A taxa de sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os
implantes de 70 e 85 mm de comprimento respectivamente demonstrou que a
utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos
Branemark NobelBiocarereg
em ambos os maxilares eacute um opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre
Rangert 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
9
I2 ndash DENSIDADE OacuteSSEA
A densidade oacutessea disponiacutevel nas aacutereas edentulas influecircncia o plano de tratamento no
que diz respeito agrave escolha do tipo de implante do tipo de cirurgia do tempo de
cicatrizaccedilatildeo e agrave colocaccedilatildeo em carga dos mesmos Assim sendo a densidade oacutessea eacute um
paracircmetro muito importante para a fixaccedilatildeo inicial do implante juntamente com a
ausecircncia de mobilidade durante a fase de cicatrizaccedilatildeo (Misch 1988 e Misch 1990)
A densidade oacutessea pode ser estimada atraveacutes da avaliaccedilatildeo radiograacutefica por tomografia
computorizada radiografias periapicais e ortopantomografia (Mcgivney et al 1968)
Linkow amp Chercheve em 1970 classificou a densidade oacutessea em trecircs categorias
(Linkow e Chercheve 1970)
1- Estrutura oacutessea Classe I (tipo de osso ideal) que consiste num reduzido espaccedilo
esponjoso
2- Estrutura oacutessea Classe II em que o osso apresenta um maior espaccedilo esponjoso
com uma menor uniformidade na estrutura oacutessea
3- Estrutura oacutessea Classe III que apresenta um maior espaccedilo medular entre as
trabeacuteculas oacutesseas
Lekholm amp Zarb em 1985 indicaram quatro tipos de densidade oacutessea encontrados nas
arcadas dentaacuterias (Lekholm e Zarb 1985)
o Tipo 1 ndash Formado por osso compacto homogeacuteneo
o Tipo 2 ndash Formado por uma camada de osso compacto envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 3 ndash Formado por uma camada espessa de osso cortical envolvendo o osso
trabecular denso
o Tipo 4 ndash Formado por uma camada fina de osso cortical envolvendo um osso
trabecular de pouca densidade
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
10
Misch em (1988) referiu 5 grupos de densidade oacutessea independente da regiatildeo na
arcada dentaacuteria baseado em caracteriacutesticas macroscoacutepicas da cortical e do trabeculado
oacutesseo (Misch 1998)
o D1 ndash Osso cortical denso
o D2 ndash Osso cortical denso e osso trabeculado grosso
o D3 ndash Cortical oacutessea fina e trabeculado fino
o D4 ndash Osso trabecular fino
o D5 ndash Osso natildeo mineralizado imaturo
Figura 3 Caracteriacutesticas Macroscoacutepicas dos Ossos tipo D1D2D3 e D4
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
A densidade do osso estaacute directamente relacionada com a forccedila do mesmo Tipos de
osso menos densos satildeo 50 a 80 mais fraacutegeis do que as qualidades mais densas do
osso (Carl e Misch 2005) Assim sendo e de forma a ultrapassar a maacute qualidade oacutessea
ao longo do tempo tecircm vindo a ser desenvolvidos implantes com texturas e desenhos
que facilitam a osteointegraccedilatildeo Actualmente as marcas de implantes tecircm vindo a
substituir a tradicional superfiacutecie polida dos implantes por implantes com superfiacutecies
rugosas que conduziram a resultados a longo prazo significativamente superiores (Bain
et al 2002) Este tipo de superfiacutecies permite um aumento da aacuterea de contacto
promovendo assim uma melhor estabilidade secundaacuteria Para aleacutem disso fornece uma
configuraccedilatildeo de superfiacutecie que promove uma adequada retenccedilatildeo do coaacutegulo de sangue
e estimula o processo de cicatrizaccedilatildeo oacutessea (Carlsson et al 1988 Feighan et al 1995
Feighan Stevenson Emery 1995 Ivanoff et al 2001 Cordioli et al 2000)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
11
I3 ndash CRITEacuteRIOS DE AVALIACcedilAtildeO DO SUCESSO DO TRATAMENTO COM
IMPLANTES
Para estudar a taxa de sucesso dos implantes inuacutemeros factores devem ser tidos em
consideraccedilatildeo Desta forma a comparaccedilatildeo realizada por diferentes estudos relativamente
agrave taxa de sucesso dos implantes em determinadas circunstacircncias pode ser difiacutecil natildeo soacute
existecircncia de numerosas variaacuteveis mas tambeacutem pelo facto de diferentes estudos
considerarem diferentes variaacuteveis para avaliaccedilatildeo
Os primeiros estudos utilizavam como criteacuterio de sucesso a permanecircncia dos implantes
em boca sem considerar outras caracteriacutesticas associadas aos tecidos moles e duros
adjacentes
Schinitman e Schulman em 1979 propuseram os seguintes criteacuterios para avaliaccedilatildeo do
sucesso do tratamento com implantes
1) Mobilidade menor que 1 mm em qualquer direcccedilatildeo
2) Grau de radiolucidez observado radiologicamente poreacutem sem ser considerado
fracasso
3) Perda oacutessea menor que 13 da altura do implante
4) Inflamaccedilatildeo gengival passiacutevel de tratamento ausecircncia de sintomas de infecccedilatildeo e
lesotildees aos dentes adjacentes ausecircncia de parestesias ou lesatildeo do canal
mandibular
5) Estar em funccedilatildeo de acordo com estes criteacuterios em 75 dos casos por um
periacuteodo miacutenimo de 5 anos
(cit in Juacutenior et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
12
Albrektsson et al no ano 1986 propotildeem os seguintes criteacuterios de sucesso
1) Ausecircncia de mobilidade do implante individualmente natildeo ligado agrave proacutetese
quando examinado clinicamente
2) Ausecircncia de radiolucidez peri-implantar demonstrada pela radiografia
3) Perda oacutessea vertical anual inferior ou ateacute 02mm apoacutes o primeiro ano de
utilizaccedilatildeo dos implantes
4) Ausecircncia de sinais e sintomas irreversiacuteveis eou persistentes tais como dor
infecccedilotildees neuropatias parestesias ou lesatildeo do canal mandibular
5) Percentagem miacutenima de ecircxito de 85 apoacutes 5 anos de observaccedilatildeo e 80 ao final
de 10 anos de acompanhamento
(Albrektsson et al 1986)
Conveacutem assim quando falamos de tratamento com implantes distinguir entre taxa de
sobrevivecircncia e taxas de sucesso A primeira refere-se exclusivamente ao facto dos
implantes se manterem osteointegrados natildeo tendo em atenccedilatildeo outras factores
relacionados com o estabilidade de tecidos moles e duros No caso das taxas de sucesso
esta considera outros factores tais como esteacutetica e estabilidade de tecidos moles e duros
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
13
I4 ndash FACTORES RELACIONADOS COM A SOBREVIVEcircNCIA DOS IMPLANTES
As elevadas taxas de fracasso dos implantes curtos foram registadas em estudos antigos
quer na mandiacutebula como na maxila realizados com procedimentos ciruacutergicos de rotina
independentemente da qualidade do osso com implantes que natildeo apresentavam
tratamento de superfiacutecie e em locais anatoacutemicos com osso de fraca densidade
(Renouard e Nisand 2006)
Um estudos mais recente em que utilizaram uma preparaccedilatildeo ciruacutergica adaptada para a
densidade oacutessea implantes com superfiacutecie tratada e uma selecccedilatildeo mais criteriosa dos
casos cliacutenicos relataram taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos e dos implantes de
largo diacircmetro que foram comparadas agraves obtidas com implantes de comprimento e
diacircmetro standard (Juacutenior et al 2010)
Assim sendo em situaccedilotildees de menor densidade oacutessea e de reabsorccedilatildeo oacutessea mandibular
e maxilar quer as taxas de sobrevivecircncia quer as de morbilidade devem ser
consideradas quando se comparam os resultados dos implantes curtos com
procedimentos ciruacutergicos avanccedilados tais como enxertos oacutesseos elevaccedilatildeo do seio
maxilar e ainda a lateralizaccedilatildeo do nervo alveolar inferior de forma a permitir
comparaccedilotildees adequadas (Renouard e Nisand 2006)
Alguns factores devem ser considerados com o intuito de maximizar o sucesso dos
implantes curtos Satildeo eles qualidade oacutessea diacircmetro geometriadesenho e tratamento
da superfiacutecie dos implantes bem como o nuacutemero e posiccedilatildeo a relaccedilatildeo coroa-implante o
tipo de oclusatildeo e a magnitude das forccedilas (Sendyk Sendyk 2006 Maloacute et al 2007
Chiarelli et al 2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
14
I41 ndash Qualidade oacutessea
Vaacuterios paracircmetros necessitam de ser avaliados antes da colocaccedilatildeo de implantes curtos
O tipo de osso eacute um factor determinante no sucesso dos implantes curtos uma vez que a
fraca qualidade oacutessea eacute considerada um dos principais factores de risco para o fracasso
dos implantes Assim sendo a utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro poderaacute ser
segundo alguns autores uma vantagem consideraacutevel especialmente na maxila e
mandiacutebula posterior onde a qualidade e a quantidade oacutessea satildeo muitas vezes inferiores
ao ideal (Eli Raviv et al 2010 e Morand Irinakis 2007)
I42 ndash Diacircmetro do implante
Nos casos em que a altura oacutessea estaacute comprometida os implantes curtos podem ser a
uacutenica soluccedilatildeo para compensar a menor disponibilidade oacutessea presente
Assim sendo um implante de maior diacircmetro (5 mm) pode ser utilizado Na verdade o
uso de um implante de 6 mm de comprimento e 5 mm de diacircmetro apresenta uma
superfiacutecie de contacto disponiacutevel entre o osso e o implante semelhante agrave de um implante
de 10 mm de comprimento e 375 mm de diacircmetro Desta forma para reduzir o risco de
falhas dos implantes osteointegrados nas localizaccedilotildees posteriores foi sugerida a
utilizaccedilatildeo de implantes de largo diacircmetro que tecircm demonstrado notaacuteveis resultados em
numerosos estudos cliacutenicos que envolveram a mandiacutebula posterior (Langer et al
1993)
Os autores relembram que os diacircmetros e os comprimentos dos implantes devem ser
considerados em conjunto devido aos seus efeitos interactivos (Morand e Irinakis
2007)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
15
I43 ndash Geometria e desenho dos implantes
Figura 4 Diferentes tipos de implantes http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711])
A literatura realccedila a importacircncia da geometria e do desenho do implante especialmente
no que diz respeito a implantes curtos colocados na maxila e mandiacutebula posterior
(Bernard et al 2003)
A estabilidade inicial denominada de estabilidade mecacircnica ou primaacuteria depende do
desenho macroscoacutepico do implante ao contraacuterio da estabilidade secundaacuteria que estaacute
relacionada com a superfiacutecie do implante e as suas caracteriacutesticas
I44 ndash Tratamento de superfiacutecie dos implantes
Quando se alteram as texturas dos implantes verifica-se que a aacuterea de superfiacutecie dos
mesmos aumenta significativamente (Gentile et al 2005)
Os implantes tratados apresentam uma micro-textura que para aleacutem de aumentar a aacuterea
de contacto tambeacutem melhora a fixaccedilatildeo do implante ao osso durante a osteointegraccedilatildeo
possibilitando assim a utilizaccedilatildeo de implantes curtos com algum grau de confianccedila
(Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
16
Bernard et al estudou implantes Branemark NobelBiocarereg
e ITIreg
e concluiu que os
implantes com superfiacutecie tratada de vaacuterios comprimentos oferecem uma ancoragem
substancialmente superior em comparaccedilatildeo com os implantes de superfiacutecie maquinada de
igual comprimento (Bernard et al 2003)
Misch et al em 2006 defendeu que o tratamento de superfiacutecie do implante pode
aumentar ateacute 33 o contacto osso-implante o que seria extremamente beneacutefico na
distribuiccedilatildeo da tensatildeo (Misch et al 2006)
I45 ndash Nuacutemero e Posiccedilatildeo
Figura 5 Nuacutemero de Implantes vs dissipaccedilatildeo das forccedilas oclusais (Carl E Misch 2005)
Nos implantes curtos quanto maior o nuacutemero de implantes maior eacute a aacuterea de dissipaccedilatildeo
das forccedilas (Misch 2005)
A aplicaccedilatildeo e a toleracircncia das forccedilas oclusais maacuteximas varia de acordo com a posiccedilatildeo
do implante na arcada com os haacutebitos parafuncionais do paciente e com a natureza dos
dentes da arcada oposta (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
17
I46 ndash Relaccedilatildeo Coroa-Implante
Tornou-se evidente que a proporccedilatildeo coroa-implante de 11 eacute extremamente bem
sucedida e completamente aceitaacutevel (Rangert et al 1997) No entanto nas localizaccedilotildees
posteriores usualmente existe uma reabsorccedilatildeo natural do rebordo alveolar como
consequecircncia do edentulismo prolongado o que leva a uma distacircncia inter-arcada
aumentada As limitaccedilotildees oacutesseas existentes nestas localizaccedilotildees conduzem o profissional
a considerar a utilizaccedilatildeo de implantes curtos Assim sendo uma proporccedilatildeo coroa-
implante de 12 seria de esperar Contudo o aperfeiccediloamento das superfiacutecies e dos
sistemas de implantes simultaneamente com ajustes oclusais proteacuteticos possibilitam que
esta proporccedilatildeo seja aplicada com sucesso desde que sejam respeitados alguns criteacuterios
(Nedir et al 2004)
Como os implantes curtos normalmente excedem os paracircmetros proteacuteticos regulares ou
seja a proporccedilatildeo coroa-implante para que esta proporccedilatildeo seja aceitaacutevel eacute necessaacuterio
que a orientaccedilatildeo das forccedilas e a distribuiccedilatildeo das cargas sejam favoraacuteveis para aleacutem de
um controlo adequado de eventuais parafunccedilotildees (Tawil et al 2006)
Quando esta condiccedilatildeo natildeo se verifica os criteacuterios de planeamento oclusal devem ser
verificados de forma a que as cargas oclusais incidam o mais proacuteximo do longo eixo do
implante evitando-se assim a formaccedilatildeo de uma alavanca (Misch et al 2006)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
18
I47 ndash Tipo de Oclusatildeo
Figura 6 Magnitude das forccedilas oclusais nas regiotildees anterior e posterior da mandiacutebula
(Carl E e Misch 2005)
A oclusatildeo eacute um factor decisivo na longevidade dos tratamentos com implantes
Distribuiccedilotildees de forccedilas desfavoraacuteveis e aumentos da magnitude das forccedilas satildeo
regularmente verificados nas regiotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula e como
consequecircncia destas sobrecargas pode ocorrer perda da osteointegraccedilatildeo do implante ou
fractura do mesmo (Rangert et al 1989 Rangert et al 1997 Saba 2001)
I48 ndash Magnitude de Forccedilas
O aumento do diacircmetro do implante num osso de fraca qualidade e quantidade oacutessea
seria uma forma de aumentar a toleracircncia agraves forccedilas oclusais de forma a melhorar a
estabilidade inicial e garantir uma distribuiccedilatildeo das forccedilas favoraacuteveis pelo osso
circundante (Morand e Irinakis 2007)
Para aleacutem disso uma reduzida dimensatildeo mesio-distal da proacutetese em conformidade com
o correspondente dente natural contribuiria para uma distribuiccedilatildeo das cargas mais
favoraacutevel e potencialmente conduziria a resultados de sucesso (Nedir et al 2004)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
19
Assim sendo a reduccedilatildeo da superfiacutecie oclusal desgastes nas inclinaccedilotildees das cuacutespides
satildeo princiacutepios utilizados simultaneamente com conceitos proteacuteticos periodontais que
podem ser empregues em proacuteteses implanto-suportadas (Nedir et al 2004 e
Mazzonetto et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
20
CAPITULO II
II1 ndash MATERIAL E MEacuteTODOS
II11 ndash Pesquisa Bibliograacutefica
Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica e em seguida foi realizado um estudo cliacutenico
retrospectivo
Para a realizaccedilatildeo deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliograacutefica atraveacutes do
motor de busca Pubmed e nas bibliotecas da Universidade Fernando Pessoa e Faculdade
de Medicina Dentaacuteria da Universidade do Porto Foram realizadas quatro pesquisas e as
palavras-chave utilizadas foram short dental implants dental implants placed in
posterior mandible placed in posterior maxilla e foram definidos como limites Meta-
anaacutelises e Ensaios cliacutenicos randomizados controlados Foram pesquisados artigos
publicados nos uacuteltimos 10 anos escritos em inglecircs e portuguecircs
Como resultado desta pesquisa foram obtidos 142 artigos destes 130 apresentavam
texto completo e 44 foram considerados referecircncias bibliograacuteficas de interesse para a
realizaccedilatildeo desta monografia Juntamente a estes adicionaram-se artigos de outras
fontes uma vez que foram obtidos alguns artigos atraveacutes das referecircncias bibliograacuteficas
II12 ndash Investigaccedilatildeo Cientifica
II121 ndash Tipologia de estudo
Foi realizado um estudo cliacutenico retrospectivo em algumas cliacutenicas privadas com
praacutetica exclusiva em Implantologia em Portugal e Espanha e foram enviados inqueacuteritos
por via electroacutenica de auto preenchimento (Anexo 1)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
21
II122 ndash Amostra
Foram incluiacutedos no estudo 188 inqueacuteritos correspondendo a 110 pacientes do sexo
feminino e 78 pacientes do sexo masculino e a um total de 188 implantes colocados
Destes 104 foram colocados na maxila posterior (44 implantes curtos e 60 implantes
standard) e 84 foram colocados na mandiacutebula posterior (35 implantes curtos e 49
implantes standard)
Os criteacuterios de inclusatildeo determinados previamente ao iniacutecio do estudo foram os
seguintes
1) Correspondem a pacientes com necessidade de reabilitaccedilotildees com suporte
atraveacutes de implantes no maxilar posterior e na mandiacutebula posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordmM)
2) Pacientes com boa sauacutede geral e sem patologias sisteacutemicas
3) Pacientes com o tempo de permanecircncia dos implantes em carga de mais de
6 meses
Foram considerados implantes curtos ndash implantes cujo comprimento eacute menor ou igual a
8mm e implantes standard ndash implantes cujo comprimento eacute maior ou igual a 85mm
Figura 7 Imagem de dois implantes standard e um Implante curto respectivamente
http www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em
040711])
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
22
Foram considerados implantes com diacircmetros standard (375mm e 41mm) e wide
plataform (gt 43mm)
Figura 8 Implante de diacircmetro standard e Implante de diacircmetro wide-plataform
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts[Consultado em 040711])
Os criteacuterios de exclusatildeo correspondem
1) Pacientes com patologia sisteacutemica ou local que contra indique a colocaccedilatildeo de
implantes
2) Pacientes bruxoacutemanos
II123 ndash Metodologia e recolha de dados
Foi explicado a todos os participantes quais os objectivos do estudo e os inqueacuteritos
foram preenchidos por Meacutedicos Dentistas responsaacuteveis pela colocaccedilatildeo dos referidos
implantes entre Marccedilo e Abril de 2011 sendo que para cada implante foi preenchido
um inqueacuterito individual
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
23
As variaacuteveis consideradas nos inqueacuteritos foram
Variaacuteveis do Paciente
o Geacutenero
o Idade
o Fumador ou natildeo
Variaacuteveis Anatoacutemicas
o Localizaccedilatildeo anatoacutemica (mandiacutebula ou maxila posterior)
o Qualidade oacutessea ( Osso tipo 3 ou tipo 4)
o Diacircmetro dos implantes (standard ou wide plataform)
o Comprimento dos implantes
o Tipo de superfiacutecie dos implantes (maquinada ou tratada)
o Tipo de conexatildeo (interna ou externa)
o Nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2)
o Colocaccedilatildeo imediata
o Sistema utilizado
o Altura oacutessea inicial medida radiograficamente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
24
Variaacuteveis Poacutes-operatoacuterias
o Medicaccedilatildeo
o Fracasso do implante
o Possiacutevel causa do fracasso
II124 ndash Tratamento estatiacutestico dos dados
Todos os dados foram exportados para o Microsoftreg Office Excel directamente da
aplicaccedilatildeo criada utilizando o Google Docs e de seguida novamente exportados para o
programa de anaacutelise estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social
Sciences)
Os dados recolhidos sofreram tratamento estatiacutestico atraveacutes do programa de anaacutelise
estatiacutestica SPSSreg v180 (Statistical Package for the Social Sciences) mediante a
utilizaccedilatildeo de ferramentas adequadas
Para descrever os casos de estudo foram aplicadas metodologias de anaacutelise descritiva
nomeadamente graacuteficos e medidas sumaacuterio apropriadas As variaacuteveis categoacutericas
foram descritas atraveacutes de frequecircncias absolutas (n) e relativas () A variaacutevel contiacutenua
foi descrita utilizando medidas sumaacuterio nomeadamente meacutedia desvio padratildeo
mediana miacutenimo e maacuteximo
Foi usado o teste de independecircncia do Qui-Quadrado para analisar a associaccedilatildeo entre
variaacuteveis categoacutericas Quando mais de 20 das ceacutelulas da tabela de contingecircncia
relativa agrave anaacutelise de associaccedilatildeo de duas variaacuteveis categoacutericas tem frequecircncia esperada
inferior a 5 utilizou-se o teste exacto de Fisher
Foi utilizado um niacutevel de significacircncia de 005 para todos os testes de hipoacutetese ou seja
rejeita-se a hipoacutetese numa (considerada em cada teste) em todas as situaccedilotildees em que a
probabilidade associada agrave estatiacutestica de teste (p) seja inferior a esse valor
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
25
II2 ndash RESULTADOS
II21 ndash Caracterizaccedilatildeo da Amostra
As tabelas seguintes demonstram os resultados obtidos apoacutes a anaacutelise estatiacutestica
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis do
paciente
n ()
Geacutenero
Feminino 110 (59)
Masculino 78 (41)
Idade do paciente
le 45 anos 57 (30)
gt 45 anos 131 (70)
Fumador
Natildeo 123 (65)
Sim 65 (35)
Dos 188 casos em estudo a maioria correspondia a pacientes do sexo feminino com
uma percentagem de 59 e 41 a pacientes do sexo masculino Relativamente agrave idade
a maioria dos pacientes apresentava mais de 45 anos 131 (70) Os pacientes
fumadores constituiacuteram 35 da amostra para uma percentagem de 65 de natildeo
fumadores (Tabela 1)
Tabela 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente agraves variaacuteveis
anatoacutemicas
n ()
Localizaccedilatildeo
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 84 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104 (55)
Qualidade Oacutessea
Tipo 3 101 (54)
Tipo 4 87 (46)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
26
A maioria dos implantes foram colocados na maxila posterior (2ordm PM 1ordmM e 2ordm M) 104
(55) e em osso Tipo 3 101 (54) (Tabela 2)
Tabela 3 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
n ()
Diacircmetro
Standard (375 to 41 mm) 164 (87)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13)
Comprimento
6 mm 19 (10)
75 mm 2 (1)
8 mm 58 (31)
85 mm 19 (10)
10 mm 65 (35)
115 mm 5 (3)
ge12 mm 20 (11)
Comprimento
Curtos (le 8mm) 79 (42)
Standard (ge 85mm) 109 (58)
Superfiacutecie
Superfiacutecie Tratada 188 (100)
Tipo de Conexatildeo
Conexatildeo Externa 42 (22)
Conexatildeo Interna 146 (78)
Fases Ciruacutergicas
1 Fase 155 (82)
2 Fases 33 (18)
Implante Imediato
Natildeo 177 (94)
Sim 11 (6)
Sistema Utilizado
Branemarkreg
19 (10)
Osseotitereg
5 (3)
Straumannreg
146 (79)
TI-UNITEreg
18 (10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
27
Graacutefico 1 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel do comprimento do
implante
No que diz respeito agraves variaacuteveis especificas dos implantes a maioria dos implantes
apresentava as seguintes caracteriacutesticas
Quanto ao diacircmetro ndash diacircmetro standard 164 (87)
Quanto ao tipo de conexatildeo ndash conexatildeo interna 146 (78)
Quanto agrave fase ciruacutergica ndash apenas uma fase ciruacutergica 155 (82)
Quanto agrave carga ndash carga diferida 177 (94)
Quanto ao sistema ndash o mais utilizado foi o Straumannreg
146 (79)
Todos os implantes em estudo apresentavam uma superfiacutecie tratada 188 (100)
Atraveacutes da Tabela 3 verificamos que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel comprimento do implante
a maioria dos implantes correspondia a implantes standard 109 (58) e destes os mais
utilizados foram os de 10 mm 65 (35)
Por sua vez foram colocados 79 (42) implantes curtos e destes a maioria
correspondia a implantes de 8 mm de comprimento 58 (31) a restante percentagem
distribuiu-se por 2 (1) implantes de 75mm e 19 (10) implantes de 6mm
Comprimento
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
28
O Graacutefico 1 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes comprimentos da amostra
Tabela 4 Distribuiccedilatildeo da medida radiograacutefica do osso (em mm) dos casos em estudo
(n=188)
n meacutedia (dp) mediana miacutenimo maacuteximo
Altura Oacutessea Inicial
Medida
Radiograficamente
(mm)
54 9 (3) 10 3 15
A variaacutevel altura oacutessea inicial medida radiograficamente apenas foi registada em 54
inqueacuteritos nestes a meacutedia para esta variaacutevel foi de 9mm Sendo que o valor miacutenimo foi
de 3mm e o valor maacuteximo de 15 mm (Tabela 4)
Tabela 5 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) relativamente ao niacutevel de
variaacuteveis poacutes-operatoacuterias
n ()
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
Natildeo
118 (63)
Sim
70 (37)
Fracasso do Implante
Natildeo
186 (99)
Sim
2 (1)
Se sim qual a possiacutevel causa de fracasso
Carga imediata
1 (100)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
29
Graacutefico 2 Caracterizaccedilatildeo dos casos em estudo (n=188) ao niacutevel dos fracassos
dos implantes
Natildeo
Sim
Atraveacutes da anaacutelise da Tabela 5 verificamos que no que diz respeito agraves variaacuteveis poacutes-
operatoacuterias na maioria dos casos natildeo foi receitado antibioacutetico 118 (63)
A taxa de sobrevivecircncia para a amostra em estudo foi de 99 Dos dois implantes (1)
que fracassaram apenas foi referida a possiacutevel causa (carga imediata) de fracasso para
um deles
O Graacutefico 2 permite uma melhor percepccedilatildeo do nuacutemero de fracassos de implantes
obtidos no estudo
Fracasso do
Implante
99
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
30
Tabela 6 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis do paciente com comprimento do implante
(n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
N () n () N () P
Geacutenero
0405
Feminino
110 (59) 49 (62) 61 (56)
Masculino
78 (41) 30 (38) 48 (44)
Idade do Paciente
0204
le 45 anos
57 (30) 20 (25) 37 (34)
gt 45 anos
131 (70) 59 (75) 72 (66)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis geacutenero e idade do paciente natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela
6)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
31
Tabela 7 Comparaccedilatildeo das variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo com comprimento
do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Localizaccedilatildeo
0929
Mandiacutebula Posterior (2ordm
PM 1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 35 (44) 49 (45)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 44 (56) 60 (55)
Qualidade Oacutessea
0056
Tipo 3
101 (54) 36 (46) 65 (60)
Tipo 4
87 (46) 43 (54) 44 (40)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre o comprimento do implante e as
variaacuteveis localizaccedilatildeo no maxilar e qualidade oacutessea natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 7)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
32
Tabela 8 Comparaccedilatildeo ao niacutevel de variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante
dos casos em estudo pelo comprimento do implante (n=188)
Comprimento
Total
(n=188)
Curto
(le8mm)
(n=79 42)
Standard
(ge85mm)
(n=109 58)
n () N () n () P
Diacircmetro
0172
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 72 (91) 92 (84)
Wide Plataform (gt 43 mm)
24 (13) 7 (9) 17 (16)
Superfiacutecie
-
Superfiacutecie Tratada 188 (100) 79 (100) 109 (100)
Tipos de Conexatildeo
lt0001
Conexatildeo Externa
42 (22) 2 (3) 40 (37)
Conexatildeo Interna
146 (78) 77 (97) 69 (63)
Fases Ciruacutergicas
0468
1 Fase
155 (82) 67 (85) 88 (81)
2 Fases
33 (18) 12 (15) 21 (19)
Implante Imediato
0123
Natildeo
177 (94) 77 (97) 100 (92)
Sim 11 (6) 2 (3) 9 (8)
Fracasso do Implante
0175
Natildeo
186 (99) 77 (97) 109 (100)
Sim
2 (1) 2 (3) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
33
Graacutefico 3 Comparaccedilatildeo ao niacutevel do tipo de conexatildeo do implante dos casos em estudo
com o comprimento do implante (n=188)
A Tabela 8 comprova que dos 188 casos analisados a maioria apresentava conexatildeo
interna 146 (78) verificando-se o mesmo para os dois tipos de implantes (97 para
os implantes curtos e 63 para os implantes standard) apesar de os implantes standard
apresentarem uma percentagem inferior sendo esta diferenccedila estatisticamente
significativa (plt0001)
O Graacutefico 3 permite uma melhor percepccedilatildeo da disposiccedilatildeo em percentagens dos
diferentes tipos de conexatildeo presentes nos dois grupos de comprimentos (curtos e
standard) presentes no estudo
Foram encontrados dois casos (1) de fracasso correspondendo estes aos implantes
curtos 2 (3) e nenhum ao grupo com comprimento standard natildeo sendo esta
diferenccedila estaticamente significativa (p=0175) (Tabela 8)
Tipo de Conexatildeo
Comprimento
Conexatildeo Externa Conexatildeo Interna
Short (le8mm)
Standard
(ge85mm)
Per
cen
tag
em
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
34
Tabela 9 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia de falha ou natildeo no
implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Geacutenero
1000
Feminino
110 (59) 109 (59) 1 (50)
Masculino
78 (41) 77 (41) 1 (50)
Idade do Paciente
0516
le 45 anos
57 (30) 56 (30) 1 (50)
gt 45 anos
131 (70) 130 (70) 1 (50)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis do paciente e a ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 9)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
35
Tabela 10 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em estudo e ocorrecircncia
de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Localizaccedilatildeo
1000
Mandiacutebula Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
84 (45) 83 (45) 1 (50)
Maxila Posterior (2ordm PM
1ordmM e 2ordm M)
104 (55) 103 (55) 1 (50)
Qualidade Oacutessea
0500
Tipo 3
101 (54) 99 (53) 2 (100)
Tipo 4
87 (46) 87 (47) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis anatoacutemicas dos casos em
estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante os nossos dados natildeo apresentaram
qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 10)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
36
Tabela 11 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas com o implante dos
casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () p
Diacircmetro 1000
Standard (375 to 41 mm)
164 (87) 162 (87) 2 (100)
Wide Plataform (gt 43 mm) 24 (13) 24 (13) 0 (0)
Comprimento 0175
Curto (le 8mm)
79 (42) 77 (41) 2 (100)
Standard (ge 85mm) 109 (58) 109 (59) 0 (0)
Superfiacutecie -
Superfiacutecie Tratada
188 (100) 186 (100) 2 (100)
Tipos de Conexatildeo 1000
Conexatildeo Externa
42 (22) 42 (23) 0 (0)
Conexatildeo Interna 146 (78) 144 (77) 2 (100)
Fases Ciruacutergicas 1000
1 Fase
155 (82) 153 (82) 2 (100)
2 Fases 33 (18) 33 (18) 0 (0)
Implante Imediato 0114
Natildeo
177 (94) 176 (95) 1 (50)
Sim 11 (6) 10 (5) 1 (50)
Sistema Utilizado -
Branemarkreg
19 (10) 19 (10) 0 (0)
Osseotitereg
5 (3) 5 (3) 0 (0)
Straumannreg
147 (79) 144 (79) 2 (100)
TI-UNITEreg
18 (10) 18 (10) 0 (0)
Teste de independecircncia do qui-quadrado Teste Exacto de Fisher
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
37
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis especiacuteficas relacionadas
com o implante dos casos em estudo e ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante natildeo
existe uma vez mais qualquer associaccedilatildeo (plt005) (Tabela 11)
Tabela 12 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos em estudo e
ocorrecircncia de falha ou natildeo no implante (n=188)
Fracasso do Implante
Total
(n=188)
Natildeo
(n=186 99)
Sim
(n=2 1)
n () n () n () P
Prescriccedilatildeo de Antibioacutetico
1000
Natildeo
118 (63) 117 (63) 1 (50)
Sim
70 (37) 69 (37) 1 (50)
Se sim qual a possiacutevel causa
do fracasso
-
Carga imediata
1 (100) 0 (0) 1 (100)
Teste Exacto de Fisher
No que diz respeito agrave comparaccedilatildeo realizada entre as variaacuteveis poacutes-operatoacuterias dos casos
em estudo e ocorrecircncia de fracasso ou natildeo no implante natildeo existe qualquer associaccedilatildeo
(plt005) (Tabela 12)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
38
II3 ndash DISCUSSAtildeO
Todos os 188 implantes foram colocados com sucesso na posiccedilatildeo determinada
alcanccedilando uma boa estabilidade primaacuteria
O facto dos implantes se comportarem como uma unidade anquilosada isto restringe o
seu uso a indiviacuteduos que jaacute terminaram o crescimento maxilar Contudo natildeo existe
limite maacuteximo de idade para o tratamento com implantes desde que o paciente esteja
apto e disposto a ser tratado (Richard et al 2002)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel do paciente ldquoGeacutenerordquo 54 dos casos deste estudo
corresponderam ao geacutenero feminino Contudo esta variaacutevel natildeo apresentou significacircncia
estatiacutestica natildeo podendo ser depreendida nenhuma relaccedilatildeo entre a mesma e o fracasso
dos implantes
Tal facto foi verificado tambeacutem por Attard e Zarb em 2002 num estudo com 106
implantes standard Branemarkreg colocados em 46 localizaccedilotildees posteriores em 35
pacientes que foram acompanhados prospectivamente O tratamento envolveu a
colocaccedilatildeo de pelo menos 2 ou 3 implantes em cada local desdentado A taxa de
sobrevivecircncia obtida foi de 94
Uma das variaacuteveis avaliadas neste estudo foi o Geacutenero e apesar de 74 implantes terem
sido colocados em pacientes do sexo feminino e apenas 32 em pacientes do sexo
masculino estes valores natildeo foram estatisticamente significativos Desta forma
nenhum factor da histoacuteria dos pacientes foi considerado prejudicial para a sobrevivecircncia
dos implantes (Attard e Zarb 2002)
No que diz respeito agrave variaacutevel do paciente ldquoIdaderdquo 46 dos casos corresponderam a
idades superiores a 45 anos de idade Contudo tambeacutem natildeo se pode afirmar que a idade
seja um factor determinante para o sobrevivecircncia dos implantes (p=1000)
Estes resultados satildeo semelhantes aos encontrados por Gonccedilalves et al em 2009 em
que foram colocados 2294 implantes (1056 implantes curtos) na mandiacutebula no periacuteodo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
39
de 1999 a 2007 A taxa de sobrevivecircncia obtida foi de 85 No que diz respeito agrave Idade
neste estudo apesar da maior taxa de sobrevivecircncia ter sido verificado nas idades entre
52 e 60 anos natildeo se pode afirmar que seja significativo (Gonccedilalves et al 2009)
Encontra-se bem estabelecido e amplamente demonstrado na literatura que o tabaco eacute
um factor de risco importante na periodontite e para aleacutem disso afecta a capacidade de
cicatrizaccedilatildeo Alguns estudos demonstraram que as taxas de fracasso dos implantes em
indiviacuteduos fumadores satildeo cerca do dobro comparativamente a indiviacuteduos natildeo
fumadores Os indiviacuteduos fumadores devem ser avisados e encorajados a deixar o
haacutebito
Assim sendo eacute recomendado que os pacientes fumadores deixem o haacutebito pelo menos
duas semanas antes da colocaccedilatildeo dos implantes e vaacuterias semanas apoacutes o tratamento
(Richard et al 2002)
Neste estudo o haacutebito tabaacutegico natildeo apresentou relevacircncia estatiacutestica e nos dois casos
de fracasso do implante um correspondia a um individuo fumador e outro a um
individuo natildeo fumador natildeo existindo assim diferenccedila significativa a ser considerada
Em casos de desdentados parciais os dados da literatura demonstram uma elevada taxa
de fracasso de implantes curtos na maxila (135) em relaccedilatildeo agrave mandiacutebula (44)
(Quirynen et al 1991 Naert et al 1992 Nevins Langer 1993 Lekholm et al 1994
Wyatt Zarb 1998)
Contudo os resultados deste estudo natildeo corroboram com o anteriormente descrito uma
vez que demonstram taxas de fracasso idecircnticas para ambos os maxilares
Contudo devemos ter em conta que em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoaltura oacutessea
inicial medida radiograficamenterdquo dos 188 implantes avaliados apenas 54 inquiridos
responderam a esta questatildeo limitando assim os resultados obtidos no que diz respeito agrave
localizaccedilatildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
40
Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Assim sendo as taxas de sobrevivecircncia dos implantes curtos tomam ainda mais
relevacircncia quando se considera as circunstacircncias em que implantes curtos satildeo
colocados ou seja eacute mais provaacutevel que a maioria dos implantes curtos sejam colocados
na maxila e mandiacutebula posterior onde geralmente existe uma menor altura oacutessea
disponiacutevel e uma maacute qualidade oacutessea
Feldman et al avaliaram vaacuterias taxas de sobrevivecircncia entre implantes curtos de
superfiacutecie maquinada e implantes standard com o mesmo tipo de superfiacutecie e obtiveram
taxas de sobrevivecircncia de 916 e 977 respectivamente com diferenccedila
estatisticamente significativa Estes autores tambeacutem mostraram que os implantes curtos
de superfiacutecie tratada apresentavam melhores resultados quando comparados com os
implantes de superfiacutecie maquinada (Feldman et al 2004) Neste estudo como todos os
implantes corresponderam a superfiacutecies tratadas e considerando a taxa de sobrevivecircncia
de 99 podemos apontar que este facto esteja relacionado com a elevada taxa de
sobrevivecircncia obtida
As superfiacutecies tratadas dos implantes quando comparadas com as superfiacutecies
maquinadas dos mesmo apresentam uma aacuterea de superfiacutecie bastante aumentada e
apresentam uma percentagem superior de contacto osso-implante no osso de maacute
qualidade sendo esta uma vantagem das mesmas em relaccedilatildeo agraves superfiacutecies maquinadas
Assim sendo o aumento da aacuterea de superfiacutecie obtida pelo processo de texturizaccedilatildeo
compensa a reduzida aacuterea de superfiacutecie dos implantes curtos de tal forma que a
superfiacutecie miacutenima de contacto oacutesseo eacute aparentemente mantida
A combinaccedilatildeo de uma maior aacuterea de contacto com o processo de osteogeacutenese de
contacto pode contribuir para o facto dos implantes curtos apresentarem taxas de
sobrevivecircncia equivalentes aos implantes standard (Goeneacute et al 2005)
Neste estudo 87 dos implantes colocados corresponderam a implantes de diacircmetros
standard e apenas 13 corresponderam a implantes de wide-plataform
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
41
Verificamos ainda que os dois casos (1) que fracassaram correspondem ao grupo dos
implantes curtos e ambos correspondiam a diacircmetro standard natildeo sendo contudo
estaticamente significativo (p=0175)
Estes resultados podem ser sustentados pelo estudo de Neves et al em 2006 que teve
como objectivo avaliar qual a melhor opccedilatildeo terapecircutica (cirurgia avanccedilada ou implantes
curtos) com base em dados sobre o uso desses implantes encontrados noutros estudos
A taxa de fracasso obtida foi de 48 Os implantes de 375mm de diacircmetro e 7
mm de comprimento obtiveram uma taxa de fracasso de 97 em comparaccedilatildeo com
63 dos implantes de 375x10 mm Verificou-se ainda que 549 das falhas
ocorreram antes de a conexatildeo da proacutetese e que 667 de todas as falhas foram
atribuiacutedas agrave maacute qualidade oacutessea
Assim sendo estes autores concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo de implantes curtos de 4 mm de
diacircmetro parece minimizar as taxas de fracasso em situaccedilotildees de fraca qualidade oacutessea
sugerindo assim que os implantes curtos possam ser considerados como uma
alternativa viaacutevel comparativamente com as cirurgias avanccediladas (Neves et al 2006)
Ivanoff et al sugeriram que a taxa de fracasso dos implantes de 5mm de diacircmetro
(wide-diameter) aumentou devido agraves curvas de aprendizagem dos operadores agrave baixa
densidade oacutessea ao formato do implante e ao uso desse diacircmetro quando a estabilidade
primaacuteria do implante natildeo pode ser alcanccedilada com um implante de diacircmetro standard
(Ivanoff et al 1999) Esta observaccedilatildeo foi sustentada pelo estudo de Hultin-Mordenfeld
et al em que implantes de wide-diameter foram colocados em situaccedilotildees desfavoraacuteveis
como a fraca densidade oacutessea e volume oacutesseo comprometido (Hultin-Mordenfeld et al
2004)
A avaliaccedilatildeo da possiacutevel relaccedilatildeo entre o comprimento do implante e sobrevivecircncia do
mesmo tem sido bastante limitada
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
42
Um estudo sobre restauraccedilotildees fixas unitaacuterias demonstrou que a relaccedilatildeo entre o
comprimento do implante e o sucesso pode natildeo existir especialmente em casos de
implantes com 13 mm de comprimento (Eckert et al 2001)
Para aleacutem disso natildeo existe nenhuma relaccedilatildeo entre a mobilidade inicial e comprimento
do implante e as anaacutelises mecacircnicas tecircm apoiado a visatildeo de que o aumento do
comprimento do implante soacute pode aumentar a taxa de sobrevivecircncia ateacute certo ponto
(Lum 1991)
Alguns autores afirmam que os implantes curtos fracassam mais frequentemente do que
os implantes standard (Naert et al 2002 Weng et al 2003 Herrmann et al 2005)
Contudo devemos ter em conta que alguns dos estudos que apresentam menores taxas
de sobrevivecircncia com implantes curtos utilizam protocolos ciruacutergicos independentes da
densidade oacutessea existente (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995 Wyatt Zarb 1998)
No entanto outros estudos referem que o comprimento dos implantes natildeo parece
influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia (Feldman et al 2004 Testori et
al 2001 Lemmerman 2005)
Diversos factores tecircm sido apontados para explicar o facto do comprimento dos
implantes natildeo parecer influenciar significativamente a taxa de sobrevivecircncia como por
exemplo estabilidade primaacuteria do implante curva de aprendizagem do meacutedico a
superfiacutecie do implante e a qualidade oacutessea (Tada et al 2003 Jemt Lekholm 1995
Wyatt Zarb 1998)
A realizaccedilatildeo de modificaccedilotildees na preparaccedilatildeo do local ciruacutergico para garantir uma maior
estabilidade primaacuteria nos locais de maacute qualidade oacutessea pode afectar a sobrevivecircncia dos
implantes (Tawill e Younan 2003)
Segundo Olate et al podemos presumir que as curvas de aprendizagem dos operadores
podem ser uma motivo para os diferentes resultados citados com os implantes curtos e
standard nos inuacutemeros estudos (Olate et al 2010)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
43
A colocaccedilatildeo de implantes curtos eacute realizada quando temos osso insuficiente e a
qualidade e a acircngulaccedilatildeo da perfuraccedilatildeo pode influenciar a estabilidade do implante e a
perda precoce dos mesmos (Olate et al 2010)
Ao longo dos anos tecircm surgido inuacutemeras guidelines que devem ser tidas em conta
quando se fala em implantes curtos
Segundo a literatura o aspecto mais importante na reabilitaccedilatildeo com implantes curtos eacute a
selecccedilatildeo criteriosa dos casos e tal observaccedilatildeo ainda se considera bastante relevante
Contudo outros aspectos tecircm sido ultrapassados como por exemplo no que diz respeito
ao nuacutemero de fases ciruacutergicas (1 ou 2 fases) que segundo um estudo de Gentile et al
em 2005 com uma amostra composta por 35 pacientes em que foram colocados 172
implantes (45 das quais de 6x5mm) em que 602 apresentavam duas fases ciruacutergicas
comparativamente com 398 de apenas uma fase ciruacutergica Neste estudo estes valores
apresentaram-se estatisticamente associados com o fracasso dos implantes Assim
sendo segundo estes autores a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas permitia uma
osteointegraccedilatildeo mais favoraacutevel uma vez que estava associada a uma percentagem de
80 menos fracasso do que uma abordagem de apenas uma fase ciruacutergica para a
colocaccedilatildeo de implantes curtos (Gentile et al 2005)
Contudo actualmente sabe-se que natildeo eacute necessaacuterio a realizaccedilatildeo de duas fases ciruacutergicas
Segundo um estudo realizado por Maloacute Nobre Rangert em 2007 a taxa de
sobrevivecircncia de 962 e 971 em 5 anos para os implantes de 70 e 85 mm de
comprimento respectivamente evidencia que a utilizaccedilatildeo de uma teacutecnica ciruacutergica de
uma fase para a colocaccedilatildeo de implantes curtos Branemark em ambos os maxilares eacute um
opccedilatildeo viaacutevel (Maloacute Nobre Rangert 2007)
Neste estudo apesar de 155 casos terem sido de uma fase ciruacutergica e apenas 33 de duas
fases ciruacutergicas os 2 implantes que fracassaram eram ambos de uma fase ciruacutergica
contudo natildeo existiu diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005)
No que diz respeito aos implantes de carga imediata neste estudo 177 dos implantes
natildeo teve carga imediata ao contraacuterio dos restantes 11 casos No grupo dos implantes
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
44
curtos 2 apresentaram carga imediata ao contraacuterio do grupo dos implantes standard em
que 9 casos tiveram carga imediata Num dos casos de fracasso relatados neste estudo a
possiacutevel causa do fracasso mencionada foi precisamente a carga imediata sugerindo
assim que na maioria dos casos devemos evitar a realizaccedilatildeo de implantes de carga
imediata de forma a evitar possiacuteveis fracassos
Contudo Achilli et al em 2007 realizaram um estudo com o objectivo de avaliar se
existia ou natildeo uma diferenccedila significativa entre a carga imediata e a carga precoce em
aacutereas preacute-molares e molares da mandiacutebula e da maxila
Neste estudo foram colocados 120 implantes coacutenicos em aacutereas preacute-molares e molares
da mandiacutebula e da maxila Foram excluiacutedos do estudo pacientes com doenccedilas natildeo
controladas patologia periodontal bruxoacutemanos e fumadores severos (mais de 10
cigarros por dia) Os pacientes foram divididos em 2 grupos Um primeiro grupo em
que foram colocadas proacuteteses fixas provisoacuterias parciais nas primeiras 24 horas e um
segundo grupo em que foram colocadas as mesmas proacuteteses 6
semanas apoacutes a cirurgia de colocaccedilatildeo de implantes As proacuteteses provisoacuterias utilizadas
apresentavam superfiacutecies oclusais estreitas e planas de forma a reduzir os contactos
laterais Apoacutes 6 meses foram colocadas proacuteteses definitivas metalo-ceracircmicas Os
pacientes foram monitorizados cliacutenica e radiograficamente em 4 periacuteodos distintos no
iniacutecio do estudo aos 3 meses aos 6 meses e aos 12 meses apoacutes estarem em carga Estes
autores obtiveram uma taxa de sobrevivecircncia implantar de 100 Os resultados deste
estudo demonstraram que com a utilizaccedilatildeo procedimentos ciruacutergicos que possibilitam
uma estabilidade primaacuteria do implante um controle das cargas proteacuteticas e a utilizaccedilatildeo
de implantes com superfiacutecies osteocondutoras permitem a utilizaccedilatildeo de implantes de
carga imediata ou precoce com igual taxa de sobrevivecircncia comparativamente aos
implantes de carga diferida mesmo em regiotildees posteriores de ambos os maxilares
(Achilli et al 2007)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel anatoacutemica ldquoqualidade oacutesseardquo neste estudo apenas foram
considerados tipos de osso 3 e 4 Apesar de 101 (54) implantes terem sido colocados
em osso tipo 3 e apenas 87 (46) em osso tipo 4 natildeo sendo estas diferenccedilas percentuais
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
51
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
53
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
55
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fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
45
estatiscamente significativas (plt005) Contudo nos dois casos de fracasso da amostra
a qualidade oacutessea correspondeu a osso tipo 3
Tal resultado eacute comum ao estudo realizado por Bahat em 2000 com 660 implantes (103
implantes curtos e 557 implantes standard) em que segundo este autor a qualidade e a
quantidade oacutessea teve pouca influecircncia sobre a taxa de sobrevivecircncia dos implantes
uma vez foi considerado um factor de sucesso para a colocaccedilatildeo de implantes a
utilizaccedilatildeo de implantes de diacircmetro largo e de dois implantes nas zonas posteriores
(Bahat O 2000)
O facto da taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo com os implantes curtos ter sido
bastante elevada mesmo em condiccedilotildees de osso tipo 3 e tipo 4 sugere que este tipo de
implantes podem ser bastante vantajosos em situaccedilotildees de maacute qualidade oacutessea
Relativamente agrave variaacutevel poacutes-operatoacuteria ldquoPrescriccedilatildeo de Antibioacuteticordquo na maioria dos
casos (63) natildeo foi receitado qualquer tipo de antibioacutetico contudo tambeacutem natildeo existe
diferenccedila significativa entre a prescriccedilatildeo ou natildeo de antibioacutetico poacutes-operatoacuterio e o
fracasso dos implantes (plt005)
Este resultado eacute confirmado por um estudo coorte retrospectivo realizado por Gentile et
al em 2005 com trecircs objectivos distintos estimar a taxa de sobrevivecircncia apoacutes 1 ano
dos implantes de 6x57 mm da Biconreg comparar a sobrevivecircncia apoacutes 1 ano dos
implantes de 6x57 mm com os restantes implantes existentes da Biconreg e identificar
quais os factores de risco associados agrave falha dos implantes
A amostra utilizada era composta por pacientes que receberam pelo menos um implante
de 6x57 mm Foram consideradas determinadas variaacuteveis nomeadamente variaacuteveis
demograacuteficas variaacuteveis de estado sauacutede variaacuteveis anatoacutemicas variaacuteveis especificas dos
implantes variaacuteveis proteacuteticas variaacuteveis poacutes operatoacuterias e variaacuteveis de reconstruccedilatildeo
Neste estudo apenas fracassou um implante
Dentro da variaacutevel poacutes-operatoacuteria encontrava-se a categoria de ldquoPrescriccedilatildeo de
antibioacuteticordquo e em 895 foram receitados antibioacuteticos contudo este valor natildeo
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
51
Achilli A Tura F e Euwe E (2007) Immediateearly function with tapered implants
supporting maxillary and mandibular posterior fixed partial dentures Preliminary
results of a prospective multicenter study The Journal of Prosthetic Dentistry 97
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efficacy of currently used dental implants a review and proposed criteria of sucess Int
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
46
apresentou diferenccedila estatiacutestica significativa a ser considerada relevante tal como
observamos no nosso estudo (Gentile et al 2005)
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
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Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
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Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
47
II4 ndash PERSPECTIVAS FUTURAS
Seratildeo necessaacuterios mais estudos de modo a avaliar quais as variaacuteveis que influenciam o
sobrevivecircncia dos implantes curtos como tratamento reabilitador
Neste sentido estudos prospectivos com criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo previamente
definidos e com amostras maiores podem ser uma mais valia em resposta a uma
tentativa de alcanccedilar resultados estatisticamente significativos caso estes existam
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
51
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
53
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Rangert BR Jemt T e Jorneus L (1989) Forces and moments on Branemark
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Rangert BR Sullivan RM e Jemt TM (1997) Load factor control for implants in the
posterior partially edentulous segment Int J Oral Maxillofac Implants 12 pp 360ndash370
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
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Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
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before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
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Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
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Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
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Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
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Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
48
CONCLUSAtildeO
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
51
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anchorage of Branemark and ITI implants of different lengths I An experimental study
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52
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Follow-up of Osseotitereg Implants Implant Dentistry v14 n 3
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
54
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Sauacutede Londrina v 25 pp 9-228
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
55
Juacutenior J Verri F Pellizzer E Moraes S e Carvalho B (2010) Implantes dentais
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
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the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
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Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
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Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
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Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
49
Dentro das limitaccedilotildees impostas pelo tipo de estudo efectuado podemos concluir que
Em localizaccedilotildees posteriores da maxila e da mandiacutebula as limitaccedilotildees de altura
oacutessea satildeo as mais habituais devido quer a reabsorccedilatildeo oacutessea derivada da perda
dentaacuteria ou mesmo a limitaccedilotildees anatoacutemicas tais como a posiccedilatildeo do nervo
alveolar inferior ou a parede inferior do seio maxilar
As taxas de sobrevivecircncia a longo prazo ultrapassam os 90
As taxas de sobrevivecircncia para implantes curtos e implantes standard satildeo
semelhantes
A elevada taxa de sobrevivecircncia obtida neste estudo para os implantes curtos
estaacute possivelmente associada com o facto de todos os implantes apresentarem
superfiacutecies tratadas mesmo em ossos de maacute qualidade e desta forma o
desempenho dos implantes curtos apresenta-se equivalente aos implantes
standard
A limitaccedilatildeo do uso de implantes curtos parece natildeo encontrar fundamento
actualmente
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
51
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53
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
50
REFEREcircNCIAS
BIBLIOGRAacuteFICAS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
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implants Int J Oral Maxillofac Implants 4 pp 241ndash247
Rangert BR Sullivan RM e Jemt TM (1997) Load factor control for implants in the
posterior partially edentulous segment Int J Oral Maxillofac Implants 12 pp 360ndash370
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
Renouard F e Nisand D (2005) Short implants in the severely resorbed maxilla a 2-
year retrospective clinical study Clin Implant Dent Relat Res 7 (Suppl 1) pp 104-110
Renouard F e Nisand D (2006) Impact of implant length and diameter on survival
rates Clin Oral Implants Res 17 (Suppl2) pp 35ndash51
Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
dentistry Implants in Clinical Dentistry United Kingdom Informa Healthcare pp3-26
Saba S (2001) Occlusal stability in implant prosthodontics-clinical factors to consider
before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
ImplantNews 3(2) pp 124-34
Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
52
Carl E Misch (2005) Short Dental Implants A Literature Review and Rationale for
Use Monday 01 August
Carlsson L Rostlund T Albrektsson B e Albrektsson T (1988) Removal torques
for polished and rough titanium implants Int J Oral Maxillofac Implants 3 pp 21ndash24
Chiarelli M Pereira Filho VA Silva Junior EC Gabrielli MC e Barelli O (2007)
Utilizaccedilatildeo de implantes unitaacuterio curtos em regiatildeo posterior ImplantNews 4(6) pp 707-
16
Classificaccedilatildeo da Qualidade Oacutessea [Em linha] Disponiacutevel em
httpwwwimplantodontiacombrartigosartigos_principal3html [Consultado em
050711]
Cordioli G Majzoub Z Piattelli A e Scarano A (2000) Removal torque and
histomorphometric investigation of 4 different titanium surfaces an experimental study
in the rabbit tibia Int J Oral Maxillofac Implants 15 p 668ndash674
Del Fabbro M Testori T Francetti L e Weinstein R (2004) Systematic review of
survival rates for implants placed in the grafted maxillary sinus Int J Periodontics
Restorative Dent 24 pp 565ndash577
Hagi D Deporter DA Pilliar RM e Arenovich T (2004) A Target Review of
Study Outcomes with Short (lt 7mm) Endosseous Dental Implants Place in Partially
Edentulous Patients JPeriodontol
Diacircmetros dos Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em
httpportiscomvewebcomponentscom_virtuemarts [Consultado em 040711]
Diacircmetro Implante Dentaacuterio [Em linha] Disponiacutevel em httpwww
2bpblogspotcoms1600short+biconjpg [Consultado em 090711]
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
53
Diferentes comprimentos de implantes dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em 040711]
Eckert SE Meraw SJ Weaver AL e Lohse CM (2001) Early experience with
Wide-Platform Mk II implants Part I Implant survival Part II Evaluation of risk
factors involving implant survival Int J Oral Maxillofac Implants 16 pp 208
Eli-Raviv E Turcotte A e Harel-Raviv M (2010) Short dental implants in reduced
alveolar bone height Quintessence International v 41 n 7
Feighan JE Goldberg VM Davy D Parr JA e Stevenson S (1995) The influence
of surface-blasting on the incorporation of titanium-alloy implants in a rabbit
intramedullary model J Bone Joint Surg Am 77 pp 1380ndash1395
Feighan JE Stevenson S e Emery SE (1995) Biologic and biomechanic evaluation
of posterior lumbar fusion in the rabbit The effect of fixation rigidity Spin 20 pp
1561ndash1567
Feldman S Boitel N Weng D Kohles SS e Stach RE (2004) Five-year survival
distributions of short-length (10mm or less) machined-surfaced and Osseotite implants
Clin Implant Dent Relat Res 6 pp 16
Fugazzotto PA (2008) Shorter implants in clinical practice Rationale and treatment
results Int J Oral Maxillofac Implants 23 pp 487ndash496
Gentile MA Chuang SK e Dodson TB (2005) Survival estimates and risk factors
for failure with 6357-mm implants Int J Oral Maxillofac Implants 20 pp 930ndash937
Goeneacute R Bianchesi C Huumlerzeler M Del Lupo R Testori T Davarpanah M e
Jalbout Z (2005)Performance of Short Implants in Partial Restorations 3-Year
Follow-up of Osseotitereg Implants Implant Dentistry v14 n 3
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
54
Gonccedilalves A Silva A Mattos F Barros M e Motta S (2009) Implantes curtos na
mandiacutebula satildeo seguros Porto Alegre v57 n3 pp287-290
Herrmann I Lekholm U Holm S e Kultje C (2005) Evaluation of patient and
implant characteristics as potential prognostic factors for oral implant failures Int J
Oral Maxillofac Implants 20 pp 220
Hultin-Mordenfeld M Johansson A Hedin M Billstrom C e Fyrberg KA (2004)
A retrospective clinical study of wide-diameter implants used in posterior edentulous
areas Int J Oral Maxillofac Implants 19 pp 387
Implante Dentaacuterio[Em linha] Disponiacutevel em
httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg [Consultado em 040711]
Ivanoff CJ Groumlndahl K Sennerby L Bergstroumlm C e Lekholm U (1999)
Influence of variations in implant diameters A 3- to 5-year retrospective clinical report
Int J Oral Maxillofac Implants 14(2) pp 173-180
Ivanoff CJ Hallgren C Widmark G Sennerby L e Wennerberg A (2001) A
Histologic evaluation of the bone integration of TiO(2) blasted and turned titanium
microimplants in humans Clin Oral Implants Res 12 pp 128ndash134
Jemt T e Lekholm U (1995) Implant treatment in edentulous maxillae A 5-year
follow-up report on patients with different degrees of jaw resorption Int J Oral
Maxillofac Implants 10 pp 303-311
Juacutenior FF Passanezi E Greghi SLA e Passanezi A (2004) A Anaacutelise
Comparativa do Iacutendice de Sucesso dos Implantes Osteointegrados com e sem a
Utilizaccedilatildeo de PRP no Protocolo de Fixaccedilatildeo Seminaacuterio Ciecircncias Bioloacutegicas e da
Sauacutede Londrina v 25 pp 9-228
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
55
Juacutenior J Verri F Pellizzer E Moraes S e Carvalho B (2010) Implantes dentais
curtos alternativa conservadora na reabilitaccedilatildeo bucal Rev cir traumatol buco-maxilo-
fac Camaragibe v10 n2
Kido H Schulz EE Kumar A Lozada J e Saha S (1997) Implant diameter and
bone density Effect on initial stability and pull-out resistance J Oral Implantol 23 pp
163ndash169
Langer B Langer L Herrmann I e Jorneus L (1993) The wide fixture a solution
for special bone situations and a rescue for the compromised implant Part 1 Int J Oral
Maxillofac Implants 8 pp 400ndash408
Lekholm U e Zarb GA (1985) Patient selection In Branemark P-I Zarb GA
Albrektsson Teds Tissue Integrated Prostheses Osseointegration Clinical Dentistry
Chicago Quintessence pp 199-209
Lekholm U Van Steenberghie D e Herriman I (1994) Osseointegrated implants in
the treatment of partially edentulous jaws A prospective 5-year multicenter Study Int J
Oral Maxillofac Implants 9 pp 627-635
Lemmerman KJ e Lemmerman NE (2005) Osseointegrated dental implants in private
practice A long-term case series study J Periodontol 76 pp 310
Linkow LI e Chercheve R (1970) Theories and techniques of oral implantology St
Louis Mosby v1
Lum LB (1991) A biomechanical rationale for the use of short implants J Oral
Implantol 17 pp 126
Maloacute P Nobre MA e Rangert B (2007) Short Implants Placed One-Stage in
Maxillae and Mandibles A Retrospective Clinical Study with 1 to 9 Years of Follow-
Up Clinical Implant Dentistry and Related Research 9 pp 15-21
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
56
Maustsushita Y Kitoh M Mizuta K Ikeda H e Suetsugu T (1990) Two-
dimensional FEM analysis of hydroxapatite implants Diameter effects on stress
distribution J Oral Implantol 16 pp 6ndash11
Mazzonetto R Maurette MA e Torezan JFR (2005) Avaliaccedilatildeo retrospectiva das
complicaccedilotildees presentes em 72 casos tratados com distraccedilatildeo osteogecircnica alveolar
ImplantNews 2(3) pp 245-9
Mcgivney GP Haughton V Strandt JA Eichholz JE e Lubar DM (1968) A
comparison of computer-assisted tomography and data gathering modalities in
prosthodontics Int J Oral Maxillofac Implants v1 pp 55-68
Misch CE (1988) Bone character- Second vital implant criterion Dent Today pp39-
40
Misch CE (1990) Density of bone - Effect on treatment plans surgical approach and
progressive loading Int J Implant v6 pp 23-31
Misch CE (2005) Occlusal considerations for implant-supported prostheses Dental
Implant Prosthetics St Louis MO Mosby pp 472-510
Misch CE Steignga J Barboza E Misch-Dietsh F Cianciola LJ e Kazor C
(2006) Short dental implants in posterior partial edentulism a multicenter retrospective
6-year case series study J Periodontol 77 pp 1340ndash1347
Morand M e Irinakis T (2007) The Challenge of Implant Therapy in the Posterior
Maxilla Providing a Rationale for the use of Short Implants Journal of Oral
Implantology v 33 n 5
Naert I Quirynen M Van Steenberghe D e Darius P (1992) A six-year
prosthodontics study of 509 consecutively inserted implants for the treatment of partial
edentulism J Prosthet Dent 67(2) pp 236-245
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
57
Naert I Koutsikakis G Duyck J Quirynen M Jacobs R e Van Steenberghe D
(2002) Biologic outcome of implant-supported restorations in the treatment of partial
edentulism Part I A longitudinal clinical evaluation Clin Oral Implants Res 13 pp
381
Nedir R Bischof M Briaux J-M Beyer S Szmukler-Moncler S e Bernard J-P
(2004) A 7-year life table analysis from a prospective study on ITI implants with
special emphasis on the use of short implants Results from a private practice Clin Oral
Implants Res 15 pp 150ndash157
Nevins M e Langer B (1993) The successful application of osseointegrated implants
to the posterior jaw A long-term retrospective study Int J Oral Maxillofac Implants 8
pp 428-432
Neves FD Fones D Bernardes SR do Prado CJ e Neto AJ (2006) Short
implants-an analysis of longitudinal studies Int J Oral Maxillofac Implants 21 pp 86-
93
Olate S Lyrio MC de Moraes M Mazzonetto R e Moreira RW (2010) Influence
of Diameter and Length of Implant on Early Dental Implant Failure J Oral Maxillofac
Surg 68 pp 414-419
Quirynen M Naert I Van Steenberghe D Schepers E Calberson L e Theuniers
G (1991) The cumulative failure rate of the Branemark system in the overdenture the
fixed partial and the fixed full prostheses design A prospective study on 1273 fixtures
J Head Neck Pathol 10 pp 43-53
Rangert BR Jemt T e Jorneus L (1989) Forces and moments on Branemark
implants Int J Oral Maxillofac Implants 4 pp 241ndash247
Rangert BR Sullivan RM e Jemt TM (1997) Load factor control for implants in the
posterior partially edentulous segment Int J Oral Maxillofac Implants 12 pp 360ndash370
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
Renouard F e Nisand D (2005) Short implants in the severely resorbed maxilla a 2-
year retrospective clinical study Clin Implant Dent Relat Res 7 (Suppl 1) pp 104-110
Renouard F e Nisand D (2006) Impact of implant length and diameter on survival
rates Clin Oral Implants Res 17 (Suppl2) pp 35ndash51
Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
dentistry Implants in Clinical Dentistry United Kingdom Informa Healthcare pp3-26
Saba S (2001) Occlusal stability in implant prosthodontics-clinical factors to consider
before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
ImplantNews 3(2) pp 124-34
Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
53
Diferentes comprimentos de implantes dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
www imgalibabacomphoto110443257F1_F2_and_F3_[Consultado em 040711]
Eckert SE Meraw SJ Weaver AL e Lohse CM (2001) Early experience with
Wide-Platform Mk II implants Part I Implant survival Part II Evaluation of risk
factors involving implant survival Int J Oral Maxillofac Implants 16 pp 208
Eli-Raviv E Turcotte A e Harel-Raviv M (2010) Short dental implants in reduced
alveolar bone height Quintessence International v 41 n 7
Feighan JE Goldberg VM Davy D Parr JA e Stevenson S (1995) The influence
of surface-blasting on the incorporation of titanium-alloy implants in a rabbit
intramedullary model J Bone Joint Surg Am 77 pp 1380ndash1395
Feighan JE Stevenson S e Emery SE (1995) Biologic and biomechanic evaluation
of posterior lumbar fusion in the rabbit The effect of fixation rigidity Spin 20 pp
1561ndash1567
Feldman S Boitel N Weng D Kohles SS e Stach RE (2004) Five-year survival
distributions of short-length (10mm or less) machined-surfaced and Osseotite implants
Clin Implant Dent Relat Res 6 pp 16
Fugazzotto PA (2008) Shorter implants in clinical practice Rationale and treatment
results Int J Oral Maxillofac Implants 23 pp 487ndash496
Gentile MA Chuang SK e Dodson TB (2005) Survival estimates and risk factors
for failure with 6357-mm implants Int J Oral Maxillofac Implants 20 pp 930ndash937
Goeneacute R Bianchesi C Huumlerzeler M Del Lupo R Testori T Davarpanah M e
Jalbout Z (2005)Performance of Short Implants in Partial Restorations 3-Year
Follow-up of Osseotitereg Implants Implant Dentistry v14 n 3
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
54
Gonccedilalves A Silva A Mattos F Barros M e Motta S (2009) Implantes curtos na
mandiacutebula satildeo seguros Porto Alegre v57 n3 pp287-290
Herrmann I Lekholm U Holm S e Kultje C (2005) Evaluation of patient and
implant characteristics as potential prognostic factors for oral implant failures Int J
Oral Maxillofac Implants 20 pp 220
Hultin-Mordenfeld M Johansson A Hedin M Billstrom C e Fyrberg KA (2004)
A retrospective clinical study of wide-diameter implants used in posterior edentulous
areas Int J Oral Maxillofac Implants 19 pp 387
Implante Dentaacuterio[Em linha] Disponiacutevel em
httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg [Consultado em 040711]
Ivanoff CJ Groumlndahl K Sennerby L Bergstroumlm C e Lekholm U (1999)
Influence of variations in implant diameters A 3- to 5-year retrospective clinical report
Int J Oral Maxillofac Implants 14(2) pp 173-180
Ivanoff CJ Hallgren C Widmark G Sennerby L e Wennerberg A (2001) A
Histologic evaluation of the bone integration of TiO(2) blasted and turned titanium
microimplants in humans Clin Oral Implants Res 12 pp 128ndash134
Jemt T e Lekholm U (1995) Implant treatment in edentulous maxillae A 5-year
follow-up report on patients with different degrees of jaw resorption Int J Oral
Maxillofac Implants 10 pp 303-311
Juacutenior FF Passanezi E Greghi SLA e Passanezi A (2004) A Anaacutelise
Comparativa do Iacutendice de Sucesso dos Implantes Osteointegrados com e sem a
Utilizaccedilatildeo de PRP no Protocolo de Fixaccedilatildeo Seminaacuterio Ciecircncias Bioloacutegicas e da
Sauacutede Londrina v 25 pp 9-228
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
55
Juacutenior J Verri F Pellizzer E Moraes S e Carvalho B (2010) Implantes dentais
curtos alternativa conservadora na reabilitaccedilatildeo bucal Rev cir traumatol buco-maxilo-
fac Camaragibe v10 n2
Kido H Schulz EE Kumar A Lozada J e Saha S (1997) Implant diameter and
bone density Effect on initial stability and pull-out resistance J Oral Implantol 23 pp
163ndash169
Langer B Langer L Herrmann I e Jorneus L (1993) The wide fixture a solution
for special bone situations and a rescue for the compromised implant Part 1 Int J Oral
Maxillofac Implants 8 pp 400ndash408
Lekholm U e Zarb GA (1985) Patient selection In Branemark P-I Zarb GA
Albrektsson Teds Tissue Integrated Prostheses Osseointegration Clinical Dentistry
Chicago Quintessence pp 199-209
Lekholm U Van Steenberghie D e Herriman I (1994) Osseointegrated implants in
the treatment of partially edentulous jaws A prospective 5-year multicenter Study Int J
Oral Maxillofac Implants 9 pp 627-635
Lemmerman KJ e Lemmerman NE (2005) Osseointegrated dental implants in private
practice A long-term case series study J Periodontol 76 pp 310
Linkow LI e Chercheve R (1970) Theories and techniques of oral implantology St
Louis Mosby v1
Lum LB (1991) A biomechanical rationale for the use of short implants J Oral
Implantol 17 pp 126
Maloacute P Nobre MA e Rangert B (2007) Short Implants Placed One-Stage in
Maxillae and Mandibles A Retrospective Clinical Study with 1 to 9 Years of Follow-
Up Clinical Implant Dentistry and Related Research 9 pp 15-21
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
56
Maustsushita Y Kitoh M Mizuta K Ikeda H e Suetsugu T (1990) Two-
dimensional FEM analysis of hydroxapatite implants Diameter effects on stress
distribution J Oral Implantol 16 pp 6ndash11
Mazzonetto R Maurette MA e Torezan JFR (2005) Avaliaccedilatildeo retrospectiva das
complicaccedilotildees presentes em 72 casos tratados com distraccedilatildeo osteogecircnica alveolar
ImplantNews 2(3) pp 245-9
Mcgivney GP Haughton V Strandt JA Eichholz JE e Lubar DM (1968) A
comparison of computer-assisted tomography and data gathering modalities in
prosthodontics Int J Oral Maxillofac Implants v1 pp 55-68
Misch CE (1988) Bone character- Second vital implant criterion Dent Today pp39-
40
Misch CE (1990) Density of bone - Effect on treatment plans surgical approach and
progressive loading Int J Implant v6 pp 23-31
Misch CE (2005) Occlusal considerations for implant-supported prostheses Dental
Implant Prosthetics St Louis MO Mosby pp 472-510
Misch CE Steignga J Barboza E Misch-Dietsh F Cianciola LJ e Kazor C
(2006) Short dental implants in posterior partial edentulism a multicenter retrospective
6-year case series study J Periodontol 77 pp 1340ndash1347
Morand M e Irinakis T (2007) The Challenge of Implant Therapy in the Posterior
Maxilla Providing a Rationale for the use of Short Implants Journal of Oral
Implantology v 33 n 5
Naert I Quirynen M Van Steenberghe D e Darius P (1992) A six-year
prosthodontics study of 509 consecutively inserted implants for the treatment of partial
edentulism J Prosthet Dent 67(2) pp 236-245
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
57
Naert I Koutsikakis G Duyck J Quirynen M Jacobs R e Van Steenberghe D
(2002) Biologic outcome of implant-supported restorations in the treatment of partial
edentulism Part I A longitudinal clinical evaluation Clin Oral Implants Res 13 pp
381
Nedir R Bischof M Briaux J-M Beyer S Szmukler-Moncler S e Bernard J-P
(2004) A 7-year life table analysis from a prospective study on ITI implants with
special emphasis on the use of short implants Results from a private practice Clin Oral
Implants Res 15 pp 150ndash157
Nevins M e Langer B (1993) The successful application of osseointegrated implants
to the posterior jaw A long-term retrospective study Int J Oral Maxillofac Implants 8
pp 428-432
Neves FD Fones D Bernardes SR do Prado CJ e Neto AJ (2006) Short
implants-an analysis of longitudinal studies Int J Oral Maxillofac Implants 21 pp 86-
93
Olate S Lyrio MC de Moraes M Mazzonetto R e Moreira RW (2010) Influence
of Diameter and Length of Implant on Early Dental Implant Failure J Oral Maxillofac
Surg 68 pp 414-419
Quirynen M Naert I Van Steenberghe D Schepers E Calberson L e Theuniers
G (1991) The cumulative failure rate of the Branemark system in the overdenture the
fixed partial and the fixed full prostheses design A prospective study on 1273 fixtures
J Head Neck Pathol 10 pp 43-53
Rangert BR Jemt T e Jorneus L (1989) Forces and moments on Branemark
implants Int J Oral Maxillofac Implants 4 pp 241ndash247
Rangert BR Sullivan RM e Jemt TM (1997) Load factor control for implants in the
posterior partially edentulous segment Int J Oral Maxillofac Implants 12 pp 360ndash370
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
Renouard F e Nisand D (2005) Short implants in the severely resorbed maxilla a 2-
year retrospective clinical study Clin Implant Dent Relat Res 7 (Suppl 1) pp 104-110
Renouard F e Nisand D (2006) Impact of implant length and diameter on survival
rates Clin Oral Implants Res 17 (Suppl2) pp 35ndash51
Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
dentistry Implants in Clinical Dentistry United Kingdom Informa Healthcare pp3-26
Saba S (2001) Occlusal stability in implant prosthodontics-clinical factors to consider
before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
ImplantNews 3(2) pp 124-34
Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
54
Gonccedilalves A Silva A Mattos F Barros M e Motta S (2009) Implantes curtos na
mandiacutebula satildeo seguros Porto Alegre v57 n3 pp287-290
Herrmann I Lekholm U Holm S e Kultje C (2005) Evaluation of patient and
implant characteristics as potential prognostic factors for oral implant failures Int J
Oral Maxillofac Implants 20 pp 220
Hultin-Mordenfeld M Johansson A Hedin M Billstrom C e Fyrberg KA (2004)
A retrospective clinical study of wide-diameter implants used in posterior edentulous
areas Int J Oral Maxillofac Implants 19 pp 387
Implante Dentaacuterio[Em linha] Disponiacutevel em
httpwww1bpblogspotcoms1600implantejpg [Consultado em 040711]
Ivanoff CJ Groumlndahl K Sennerby L Bergstroumlm C e Lekholm U (1999)
Influence of variations in implant diameters A 3- to 5-year retrospective clinical report
Int J Oral Maxillofac Implants 14(2) pp 173-180
Ivanoff CJ Hallgren C Widmark G Sennerby L e Wennerberg A (2001) A
Histologic evaluation of the bone integration of TiO(2) blasted and turned titanium
microimplants in humans Clin Oral Implants Res 12 pp 128ndash134
Jemt T e Lekholm U (1995) Implant treatment in edentulous maxillae A 5-year
follow-up report on patients with different degrees of jaw resorption Int J Oral
Maxillofac Implants 10 pp 303-311
Juacutenior FF Passanezi E Greghi SLA e Passanezi A (2004) A Anaacutelise
Comparativa do Iacutendice de Sucesso dos Implantes Osteointegrados com e sem a
Utilizaccedilatildeo de PRP no Protocolo de Fixaccedilatildeo Seminaacuterio Ciecircncias Bioloacutegicas e da
Sauacutede Londrina v 25 pp 9-228
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
55
Juacutenior J Verri F Pellizzer E Moraes S e Carvalho B (2010) Implantes dentais
curtos alternativa conservadora na reabilitaccedilatildeo bucal Rev cir traumatol buco-maxilo-
fac Camaragibe v10 n2
Kido H Schulz EE Kumar A Lozada J e Saha S (1997) Implant diameter and
bone density Effect on initial stability and pull-out resistance J Oral Implantol 23 pp
163ndash169
Langer B Langer L Herrmann I e Jorneus L (1993) The wide fixture a solution
for special bone situations and a rescue for the compromised implant Part 1 Int J Oral
Maxillofac Implants 8 pp 400ndash408
Lekholm U e Zarb GA (1985) Patient selection In Branemark P-I Zarb GA
Albrektsson Teds Tissue Integrated Prostheses Osseointegration Clinical Dentistry
Chicago Quintessence pp 199-209
Lekholm U Van Steenberghie D e Herriman I (1994) Osseointegrated implants in
the treatment of partially edentulous jaws A prospective 5-year multicenter Study Int J
Oral Maxillofac Implants 9 pp 627-635
Lemmerman KJ e Lemmerman NE (2005) Osseointegrated dental implants in private
practice A long-term case series study J Periodontol 76 pp 310
Linkow LI e Chercheve R (1970) Theories and techniques of oral implantology St
Louis Mosby v1
Lum LB (1991) A biomechanical rationale for the use of short implants J Oral
Implantol 17 pp 126
Maloacute P Nobre MA e Rangert B (2007) Short Implants Placed One-Stage in
Maxillae and Mandibles A Retrospective Clinical Study with 1 to 9 Years of Follow-
Up Clinical Implant Dentistry and Related Research 9 pp 15-21
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
56
Maustsushita Y Kitoh M Mizuta K Ikeda H e Suetsugu T (1990) Two-
dimensional FEM analysis of hydroxapatite implants Diameter effects on stress
distribution J Oral Implantol 16 pp 6ndash11
Mazzonetto R Maurette MA e Torezan JFR (2005) Avaliaccedilatildeo retrospectiva das
complicaccedilotildees presentes em 72 casos tratados com distraccedilatildeo osteogecircnica alveolar
ImplantNews 2(3) pp 245-9
Mcgivney GP Haughton V Strandt JA Eichholz JE e Lubar DM (1968) A
comparison of computer-assisted tomography and data gathering modalities in
prosthodontics Int J Oral Maxillofac Implants v1 pp 55-68
Misch CE (1988) Bone character- Second vital implant criterion Dent Today pp39-
40
Misch CE (1990) Density of bone - Effect on treatment plans surgical approach and
progressive loading Int J Implant v6 pp 23-31
Misch CE (2005) Occlusal considerations for implant-supported prostheses Dental
Implant Prosthetics St Louis MO Mosby pp 472-510
Misch CE Steignga J Barboza E Misch-Dietsh F Cianciola LJ e Kazor C
(2006) Short dental implants in posterior partial edentulism a multicenter retrospective
6-year case series study J Periodontol 77 pp 1340ndash1347
Morand M e Irinakis T (2007) The Challenge of Implant Therapy in the Posterior
Maxilla Providing a Rationale for the use of Short Implants Journal of Oral
Implantology v 33 n 5
Naert I Quirynen M Van Steenberghe D e Darius P (1992) A six-year
prosthodontics study of 509 consecutively inserted implants for the treatment of partial
edentulism J Prosthet Dent 67(2) pp 236-245
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
57
Naert I Koutsikakis G Duyck J Quirynen M Jacobs R e Van Steenberghe D
(2002) Biologic outcome of implant-supported restorations in the treatment of partial
edentulism Part I A longitudinal clinical evaluation Clin Oral Implants Res 13 pp
381
Nedir R Bischof M Briaux J-M Beyer S Szmukler-Moncler S e Bernard J-P
(2004) A 7-year life table analysis from a prospective study on ITI implants with
special emphasis on the use of short implants Results from a private practice Clin Oral
Implants Res 15 pp 150ndash157
Nevins M e Langer B (1993) The successful application of osseointegrated implants
to the posterior jaw A long-term retrospective study Int J Oral Maxillofac Implants 8
pp 428-432
Neves FD Fones D Bernardes SR do Prado CJ e Neto AJ (2006) Short
implants-an analysis of longitudinal studies Int J Oral Maxillofac Implants 21 pp 86-
93
Olate S Lyrio MC de Moraes M Mazzonetto R e Moreira RW (2010) Influence
of Diameter and Length of Implant on Early Dental Implant Failure J Oral Maxillofac
Surg 68 pp 414-419
Quirynen M Naert I Van Steenberghe D Schepers E Calberson L e Theuniers
G (1991) The cumulative failure rate of the Branemark system in the overdenture the
fixed partial and the fixed full prostheses design A prospective study on 1273 fixtures
J Head Neck Pathol 10 pp 43-53
Rangert BR Jemt T e Jorneus L (1989) Forces and moments on Branemark
implants Int J Oral Maxillofac Implants 4 pp 241ndash247
Rangert BR Sullivan RM e Jemt TM (1997) Load factor control for implants in the
posterior partially edentulous segment Int J Oral Maxillofac Implants 12 pp 360ndash370
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
Renouard F e Nisand D (2005) Short implants in the severely resorbed maxilla a 2-
year retrospective clinical study Clin Implant Dent Relat Res 7 (Suppl 1) pp 104-110
Renouard F e Nisand D (2006) Impact of implant length and diameter on survival
rates Clin Oral Implants Res 17 (Suppl2) pp 35ndash51
Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
dentistry Implants in Clinical Dentistry United Kingdom Informa Healthcare pp3-26
Saba S (2001) Occlusal stability in implant prosthodontics-clinical factors to consider
before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
ImplantNews 3(2) pp 124-34
Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
55
Juacutenior J Verri F Pellizzer E Moraes S e Carvalho B (2010) Implantes dentais
curtos alternativa conservadora na reabilitaccedilatildeo bucal Rev cir traumatol buco-maxilo-
fac Camaragibe v10 n2
Kido H Schulz EE Kumar A Lozada J e Saha S (1997) Implant diameter and
bone density Effect on initial stability and pull-out resistance J Oral Implantol 23 pp
163ndash169
Langer B Langer L Herrmann I e Jorneus L (1993) The wide fixture a solution
for special bone situations and a rescue for the compromised implant Part 1 Int J Oral
Maxillofac Implants 8 pp 400ndash408
Lekholm U e Zarb GA (1985) Patient selection In Branemark P-I Zarb GA
Albrektsson Teds Tissue Integrated Prostheses Osseointegration Clinical Dentistry
Chicago Quintessence pp 199-209
Lekholm U Van Steenberghie D e Herriman I (1994) Osseointegrated implants in
the treatment of partially edentulous jaws A prospective 5-year multicenter Study Int J
Oral Maxillofac Implants 9 pp 627-635
Lemmerman KJ e Lemmerman NE (2005) Osseointegrated dental implants in private
practice A long-term case series study J Periodontol 76 pp 310
Linkow LI e Chercheve R (1970) Theories and techniques of oral implantology St
Louis Mosby v1
Lum LB (1991) A biomechanical rationale for the use of short implants J Oral
Implantol 17 pp 126
Maloacute P Nobre MA e Rangert B (2007) Short Implants Placed One-Stage in
Maxillae and Mandibles A Retrospective Clinical Study with 1 to 9 Years of Follow-
Up Clinical Implant Dentistry and Related Research 9 pp 15-21
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
56
Maustsushita Y Kitoh M Mizuta K Ikeda H e Suetsugu T (1990) Two-
dimensional FEM analysis of hydroxapatite implants Diameter effects on stress
distribution J Oral Implantol 16 pp 6ndash11
Mazzonetto R Maurette MA e Torezan JFR (2005) Avaliaccedilatildeo retrospectiva das
complicaccedilotildees presentes em 72 casos tratados com distraccedilatildeo osteogecircnica alveolar
ImplantNews 2(3) pp 245-9
Mcgivney GP Haughton V Strandt JA Eichholz JE e Lubar DM (1968) A
comparison of computer-assisted tomography and data gathering modalities in
prosthodontics Int J Oral Maxillofac Implants v1 pp 55-68
Misch CE (1988) Bone character- Second vital implant criterion Dent Today pp39-
40
Misch CE (1990) Density of bone - Effect on treatment plans surgical approach and
progressive loading Int J Implant v6 pp 23-31
Misch CE (2005) Occlusal considerations for implant-supported prostheses Dental
Implant Prosthetics St Louis MO Mosby pp 472-510
Misch CE Steignga J Barboza E Misch-Dietsh F Cianciola LJ e Kazor C
(2006) Short dental implants in posterior partial edentulism a multicenter retrospective
6-year case series study J Periodontol 77 pp 1340ndash1347
Morand M e Irinakis T (2007) The Challenge of Implant Therapy in the Posterior
Maxilla Providing a Rationale for the use of Short Implants Journal of Oral
Implantology v 33 n 5
Naert I Quirynen M Van Steenberghe D e Darius P (1992) A six-year
prosthodontics study of 509 consecutively inserted implants for the treatment of partial
edentulism J Prosthet Dent 67(2) pp 236-245
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
57
Naert I Koutsikakis G Duyck J Quirynen M Jacobs R e Van Steenberghe D
(2002) Biologic outcome of implant-supported restorations in the treatment of partial
edentulism Part I A longitudinal clinical evaluation Clin Oral Implants Res 13 pp
381
Nedir R Bischof M Briaux J-M Beyer S Szmukler-Moncler S e Bernard J-P
(2004) A 7-year life table analysis from a prospective study on ITI implants with
special emphasis on the use of short implants Results from a private practice Clin Oral
Implants Res 15 pp 150ndash157
Nevins M e Langer B (1993) The successful application of osseointegrated implants
to the posterior jaw A long-term retrospective study Int J Oral Maxillofac Implants 8
pp 428-432
Neves FD Fones D Bernardes SR do Prado CJ e Neto AJ (2006) Short
implants-an analysis of longitudinal studies Int J Oral Maxillofac Implants 21 pp 86-
93
Olate S Lyrio MC de Moraes M Mazzonetto R e Moreira RW (2010) Influence
of Diameter and Length of Implant on Early Dental Implant Failure J Oral Maxillofac
Surg 68 pp 414-419
Quirynen M Naert I Van Steenberghe D Schepers E Calberson L e Theuniers
G (1991) The cumulative failure rate of the Branemark system in the overdenture the
fixed partial and the fixed full prostheses design A prospective study on 1273 fixtures
J Head Neck Pathol 10 pp 43-53
Rangert BR Jemt T e Jorneus L (1989) Forces and moments on Branemark
implants Int J Oral Maxillofac Implants 4 pp 241ndash247
Rangert BR Sullivan RM e Jemt TM (1997) Load factor control for implants in the
posterior partially edentulous segment Int J Oral Maxillofac Implants 12 pp 360ndash370
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
Renouard F e Nisand D (2005) Short implants in the severely resorbed maxilla a 2-
year retrospective clinical study Clin Implant Dent Relat Res 7 (Suppl 1) pp 104-110
Renouard F e Nisand D (2006) Impact of implant length and diameter on survival
rates Clin Oral Implants Res 17 (Suppl2) pp 35ndash51
Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
dentistry Implants in Clinical Dentistry United Kingdom Informa Healthcare pp3-26
Saba S (2001) Occlusal stability in implant prosthodontics-clinical factors to consider
before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
ImplantNews 3(2) pp 124-34
Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
56
Maustsushita Y Kitoh M Mizuta K Ikeda H e Suetsugu T (1990) Two-
dimensional FEM analysis of hydroxapatite implants Diameter effects on stress
distribution J Oral Implantol 16 pp 6ndash11
Mazzonetto R Maurette MA e Torezan JFR (2005) Avaliaccedilatildeo retrospectiva das
complicaccedilotildees presentes em 72 casos tratados com distraccedilatildeo osteogecircnica alveolar
ImplantNews 2(3) pp 245-9
Mcgivney GP Haughton V Strandt JA Eichholz JE e Lubar DM (1968) A
comparison of computer-assisted tomography and data gathering modalities in
prosthodontics Int J Oral Maxillofac Implants v1 pp 55-68
Misch CE (1988) Bone character- Second vital implant criterion Dent Today pp39-
40
Misch CE (1990) Density of bone - Effect on treatment plans surgical approach and
progressive loading Int J Implant v6 pp 23-31
Misch CE (2005) Occlusal considerations for implant-supported prostheses Dental
Implant Prosthetics St Louis MO Mosby pp 472-510
Misch CE Steignga J Barboza E Misch-Dietsh F Cianciola LJ e Kazor C
(2006) Short dental implants in posterior partial edentulism a multicenter retrospective
6-year case series study J Periodontol 77 pp 1340ndash1347
Morand M e Irinakis T (2007) The Challenge of Implant Therapy in the Posterior
Maxilla Providing a Rationale for the use of Short Implants Journal of Oral
Implantology v 33 n 5
Naert I Quirynen M Van Steenberghe D e Darius P (1992) A six-year
prosthodontics study of 509 consecutively inserted implants for the treatment of partial
edentulism J Prosthet Dent 67(2) pp 236-245
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
57
Naert I Koutsikakis G Duyck J Quirynen M Jacobs R e Van Steenberghe D
(2002) Biologic outcome of implant-supported restorations in the treatment of partial
edentulism Part I A longitudinal clinical evaluation Clin Oral Implants Res 13 pp
381
Nedir R Bischof M Briaux J-M Beyer S Szmukler-Moncler S e Bernard J-P
(2004) A 7-year life table analysis from a prospective study on ITI implants with
special emphasis on the use of short implants Results from a private practice Clin Oral
Implants Res 15 pp 150ndash157
Nevins M e Langer B (1993) The successful application of osseointegrated implants
to the posterior jaw A long-term retrospective study Int J Oral Maxillofac Implants 8
pp 428-432
Neves FD Fones D Bernardes SR do Prado CJ e Neto AJ (2006) Short
implants-an analysis of longitudinal studies Int J Oral Maxillofac Implants 21 pp 86-
93
Olate S Lyrio MC de Moraes M Mazzonetto R e Moreira RW (2010) Influence
of Diameter and Length of Implant on Early Dental Implant Failure J Oral Maxillofac
Surg 68 pp 414-419
Quirynen M Naert I Van Steenberghe D Schepers E Calberson L e Theuniers
G (1991) The cumulative failure rate of the Branemark system in the overdenture the
fixed partial and the fixed full prostheses design A prospective study on 1273 fixtures
J Head Neck Pathol 10 pp 43-53
Rangert BR Jemt T e Jorneus L (1989) Forces and moments on Branemark
implants Int J Oral Maxillofac Implants 4 pp 241ndash247
Rangert BR Sullivan RM e Jemt TM (1997) Load factor control for implants in the
posterior partially edentulous segment Int J Oral Maxillofac Implants 12 pp 360ndash370
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
Renouard F e Nisand D (2005) Short implants in the severely resorbed maxilla a 2-
year retrospective clinical study Clin Implant Dent Relat Res 7 (Suppl 1) pp 104-110
Renouard F e Nisand D (2006) Impact of implant length and diameter on survival
rates Clin Oral Implants Res 17 (Suppl2) pp 35ndash51
Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
dentistry Implants in Clinical Dentistry United Kingdom Informa Healthcare pp3-26
Saba S (2001) Occlusal stability in implant prosthodontics-clinical factors to consider
before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
ImplantNews 3(2) pp 124-34
Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
57
Naert I Koutsikakis G Duyck J Quirynen M Jacobs R e Van Steenberghe D
(2002) Biologic outcome of implant-supported restorations in the treatment of partial
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posterior partially edentulous segment Int J Oral Maxillofac Implants 12 pp 360ndash370
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
Renouard F e Nisand D (2005) Short implants in the severely resorbed maxilla a 2-
year retrospective clinical study Clin Implant Dent Relat Res 7 (Suppl 1) pp 104-110
Renouard F e Nisand D (2006) Impact of implant length and diameter on survival
rates Clin Oral Implants Res 17 (Suppl2) pp 35ndash51
Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
dentistry Implants in Clinical Dentistry United Kingdom Informa Healthcare pp3-26
Saba S (2001) Occlusal stability in implant prosthodontics-clinical factors to consider
before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
ImplantNews 3(2) pp 124-34
Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
58
Renouard F e Nisand D (2005) Short implants in the severely resorbed maxilla a 2-
year retrospective clinical study Clin Implant Dent Relat Res 7 (Suppl 1) pp 104-110
Renouard F e Nisand D (2006) Impact of implant length and diameter on survival
rates Clin Oral Implants Res 17 (Suppl2) pp 35ndash51
Richard MP Brian JS Leslie CH e Paul JP (2002) Part I-Overview of implant
dentistry Implants in Clinical Dentistry United Kingdom Informa Healthcare pp3-26
Saba S (2001) Occlusal stability in implant prosthodontics-clinical factors to consider
before implant placement J Can Dent Assoc 67 pp 522ndash526
Sendyk C e Sendyk WR (2006) Planejamento proteacutetico-ciruacutergico em Implantodontia
ImplantNews 3(2) pp 124-34
Stellingsma C Meijer HJ e Raghoebar GM (2000) Use of short endosseous
implants and an overdenture in the extremely resorbed mandible a five-year
retrospective study J Oral Maxillofac Surg 58(4) pp 382-388
Tada S Stegaroiu R Kitamura E Miyakawa O e Kusakari H (2003) Influence of
implant design and bone quality on stressstrain distribution in bone around implants A
3-dimensional finite element analysis Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 357-368
Tawil G Aboujaoude N e Younan R (2006) Influence of Prosthetic Parameters on
the Survival and Complication Rates of Short Implants Int J Oral Maxillofac Implants
2 pp 275-82
Tawill G e Younan R (2003) Clinical evaluation of short machinedsurface implants
followed for 12 to 92 months Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp894
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
59
Testori T Wiseman L Wolfe S e Porter SS (2001) A prospective multicenter
clinical study of the Osseotite implant Four-year interim report Int J Oral Maxillofac
Implants 16 pp 193
Thomeacute G Bernardes S e Sartori I (2009) Uso de Implantes Curtos Decisatildeo
Baseada em Evidecircncias Cientificas Notiacutecia amp Ciecircncia Artigo I
Tipos de Implantes Dentaacuterios [Em linha] Disponiacutevel em http
wwwportalimplantecombrimagesimplantes3jpg [Consultado em 040711]
Wyatt CC e Zarb GA (1998) Treatment outcomes of patients with implantsupported
fixed partial prostheses Int J Oral Maxillofac Implants 13 pp 204-211
Weng D Jacobson Z Tarnow D Huumlrzeler MB Faehn O Sanavi F Barkvoll P
e Stach RM (2003) A prospective multicenter clinical trial of 3i machined-surfaced
implants Results after 6 years of follow-up Int J Oral Maxillofac Implants 18 pp 417
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
60
ANEXOS
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
64
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
61
ANEXO 1
- Inqueacuterito enviado por via electroacutenica -
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
62
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
63
Implantes curtos VS Implantes standard nas regiotildees posteriores
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