Variação sazonal de espécies de tripes em videira de acordo com ...
Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e...
-
Upload
paulo-antonio-de-souza-goncalves -
Category
Technology
-
view
552 -
download
5
description
Transcript of Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e...
1
2
3
4
5
Dedico este trabalho a minha esposa
Maristela,
meus filhos Lucas e Letícia, e a meus pais,
Paulo e Eneida
6
AGRADECIMENTOS
Ao prof. Dr. Carlos Roberto Sousa e Silva pela orientação, apoio e
amizade.
À minha esposa Maristela e aos meus filhos Lucas e Letícia pelo
carinho, e paciência durante a realização do curso.
À EPAGRI, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural
de Santa Catarina, pelo apoio na realização do curso.
Aos ex-chefe da Estação Experimental de Ituporanga, Arno Alex
Zimmerman Filho e ex-gerente regional da EPAGRI, Nelson Grau de
Souza, pela liberação para o curso.
Aos colegas da Estação Experimental de Ituporanga, pelo apoio e
amizade.
Aos Srs. Marcelo Pitz e Lourival Defreyn pelo auxílio nos
levantamentos de campo.
À Sra. Marlene Mattei e Sr. Sérgio Tamassia pelo suporte na área
de informática.
Às bibliotecárias da EPAGRI, Sras. Zilma Maria Vasco e Eliane
Longen Kniss pela vasta bibliografia obtida por comutação.
7
À bibliotecária da UFSCar, Sra. Angélica Maria Dupas, pela revisão
das citações bibliográficas.
Aos estatísticos pesquisador Renato César Dittrich (EPAGRI) e
Profa. Marinéia Lara Haddad (ESALQ - USP) pelos esclarecimentos
na análise de dados.
Ao pesquisador Clori Basso (EPAGRI, Estação Experimental de
Caçador, SC) pela análise de adubos e níveis foliares de nutrientes.
Aos taxonomistas L. Marinoni (Centro de Identificação de Insetos
Fitófagos - Universidade Federal do Paraná), Christhian Thompson
(USDA - EUA) pela identificação das espécies de sirfídeos.
À tradutora Sra. Nicoleta T. N. Sabeztki (EPAGRI, Itajaí, SC) pelo
apoio na redação do “abstract”.
Aos colegas Vera Britez, José Ethan, Francisco Pegado, Maria Inês
Nahas, Judith Bataglia, Alexandre, Flávia Moura, Sineide pela
amizade e brilhante atuação como atores amadores.
Aos demais colegas de curso pela amizade e atenção.
À Universidade Federal de São Carlos, que possibilitou a realização
do curso.
Aos professores das disciplinas cursadas pela transmissão de
conhecimento e maneira inovadora e respeitosa aos alunos na
forma de conduzir um curso de pós-graduação.
Aos revisores do trabalho de tese e qualificação Dr. Josué Marques
Pacheco (UFSCar), Dr. Luiz A. C. Margarido (UFSCar), Dr. Newton
8
Macedo (UFSCar), Dr. Odair A. Fernandes (UNESP), Dr. Odo M. A.
S. P. R. Primavesi (EMBRAPA) pelas sugestões e correções
apresentadas.
À Empresa de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) pela concessão
de bolsa de estudo e maneira respeitosa nas avaliações.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Os efeitos do manejo convencional de
agroecossistemas sobre a biodiversidade funcional (biota de solo e inimigos naturais) e predisposição a doenças e pragas (modificado de ALTIERI, 1999).............................................................................................8
FIGURA 2. Esquema de parcelas de cebola em monocultivo (a) e
associada a diferentes espécies vegetais (b)...............................................52
FIGURA 3. Níveis de nutrientes em folhas de cebola sob fontes de adubação orgânica e mineral. Ituporanga, EPAGRI, 1998.................63 a 67
FIGURA 4. Níveis de nutrientes em folhas de cebola sob fontes de adubação mineral e orgânica. Ituporanga, EPAGRI, 1998.....................................................................................84 a 88
FIGURA 5. Coeficiente de correlação (r) e determinação (r2 %) entre
o número médio geral de larvas de sírfideos/planta e número médio geral de ninfas de Thrips tabaci Lind./planta em cebola em monocultivo e associada com diferentes espécies vegetais. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998....................................................102
9
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1. Tratamentos com diferentes doses de nutrientes e fontes de adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998................................................................................41
QUADRO 2. Análise de solos da área experimental realizada pelo Laboratório de Análise
de Solos, Estação Experimental de Ituporanga, EPAGRI, 1998.............................................................................................43
QUADRO 3. Níveis de nutrientes de diferentes fontes orgânicas de adubação. EPAGRI,
1998..............................................................................44 QUADRO 4. Análise de solos da área experimental realizada pelo Laboratório de Análise
de Solos, Estação Experimental de Ituporanga, EPAGRI, 1998.............................................................................................48
QUADRO 5. Tratamentos com diferentes doses de nutrientes e fontes de adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998................................................................................49
QUADRO 6. Análise de solos da área experimental realizada pelo Laboratório de Análise
de Solos, Estação Experimental de Ituporanga, EPAGRI, 1998..........................................................51
10
LISTA de TABELAS
TABELA 1. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula,
sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.............................................................................61
TABELA 2. Porcentagem de folhas de cebola, cultivar Crioula, infectadas por Peronospora
destructor , sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998....................................................62
TABELA 3. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r
2 %) entre níveis de
nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998....................................................................................68 e 69
TABELA 4. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r
2 %) entre níveis de
nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Peronospora destructor. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998....................................................................................70 e 71
TABELA 5. Produtividade comercial média e peso médio de bulbos de cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998............................................................................................72
TABELA 6. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998...............................................................................82
TABELA 7. Porcentagem de folhas infectadas por Peronospora destructor em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.....................................................83
TABELA 8. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r
2 %) entre níveis de
nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998......................................................................89 e 90
TABELA 9. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r
2 %) entre níveis de
nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Peronospora destructor. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.......................................................................................91 e 92
LISTA de TABELAS TABELA 10. Produtividade comercial média e peso médio de
bulbos de cebola, cultivar Crioula, sob adubações
11
mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998....................................................93
TABELA 11. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, em monocultivo e associada a diferentes espécies vegetais. EPAGRI, Ituporanga, 1998............................................99
TABELA 12. Número médio de larvas de sirfídeos predadores, Toxomerus spp.,
em cebola em monocultivo e associada a diferentes espécies vegetais. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998..................100
Tabela 13. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2) entre média de ninfas
de Thrips tabaci Lind./planta, e número médio de larvas de sirfídeos predadores, Toxomerus spp./planta. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.............................................................................101
TABELA 14. Produtividade comercial média e peso médio de
bulbos de cebola, cultivar Crioula, em monocultivo e consorciada. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998..............................................103
TABELA 15. Correlação entre variáveis climáticas e incidência de Thrips tabaci (Thysanoptera : Thripidae) , Peronospora destructor , e de sirfídeos predadores, Toxomerus spp. . EPAGRI, Ituporanga,1998......................................................................106
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................1
12
1.1 Impacto da agricutura convencional nos agroecossistemas .....................6 1.2 Nutrientes em plantas e sua relação com a ocorrência de insetos
e patógenos...................................................................................................9
1.2.1 Relação de nitrogênio (N) com a incidência de insetos e
patógenos de plantas....................................................................................................10
1.2.2 Relação de demais nutrientes com insetos e patógenos de
plantas....................................................................................................16
1.2.3 As relações entre nutrientes com a incidência de insetos e
patógenos de
plantas..........................................................................................
.....17
1.2.4 Influência da fertilização no desenvolvimento de míldio,
Peronospora destructor, e espécies de
tripes.............................................................19
1.2.5 Fertilizações mineral e orgânica e suas relações com
infestação de insetos e patógenos de
plantas..............................................................20
1.3 Diversidade vegetal: efeito sobre insetos fitófagos e inimigos naturais.....................................................................................................21
1.3.1 Hipóteses sobre a diminuição da herbivoria por insetos em
ambientes
13
diversificados...............................................................................
...........24
1.3.1.1 Hipóteses de inimigos naturais versus concentração de
recursos.....................................................................................
..........24
1.3.1.2 Hipótese da “qualidade” da planta hospedeira...................................27
1.3.1.3 Hipóteses da “diversidade de recursos e distúrbios
intermediários”........................................................................................27
1.3.2 Relação entre diversidade vegetal e densidade de herbívoros.............28
1.3.3 Efeito da diversidade vegetal sobre espécies de
tripes.......................................................................................................31
1.3.4 Diversidade vegetal e sua relação com hábito alimentar de
insetos, e sistemas anuais e
perenes....................................................................35
1.4 A atuação de sirfídeos como predadores................................................37
14
2. MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................40 2.1 Experimento 1. Densidade Populacional de T.tabaci , e
infestação por P. destructor, em cebola sob diferentes fontes de adubação orgânica............................................................................40
2.2 Experimento 2. Densidade Populacional de T. tabaci, e
infestação por P. destructor, em cebola sob diferentes fontes minerais de adubação..........................................................................47
2.3 Experimento 3. Densidade Populacional de T. tabaci, e sirfídeos
predadores em cebola em monocultivo e associada com outras espécies vegetais..................................................50
2.4. Variáveis climáticas e correlação com a incidência de T. tabaci, P. destructor, e
sirfídeos................................................................................53
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................54
3.1 Experimento 1. Densidade populacional de T. tabaci, e
infestação por P. destructor, em cebola sob diferentes fontes de adubação orgânica............................................................................54
3.2 Experimento 2. Densidade populacional de T. tabaci, e
infestação por P. destructor, em cebola sob diferentes fontes minerais de adubação..........................................................................73
3.3 CONCLUSÕES dos EXPERIMENTOS 1 e 2...........................................80
3.4 Experimento 3. Densidade Populacional de Thrips tabaci, e
sirfídeos predadores em cebola em monocultivo e associada com outras espécies vegetais..................................................94
3.5 CONCLUSÕES DO EXPERIMENTO 3...................................................97
15
3.6 Correlação entre variáveis climáticas e incidência de T. tabaci, P.
destructor, e de predadores Toxomerus spp. ........................................104
3.6.1 Conclusões sobre a relação entre variáveis climáticas e
incidência de T. tabaci, P. destructor, e de predadores Toxomerus spp. ........................105
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................108
16
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre adubações
minerais e orgânicas sobre a incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888
(Thysanoptera: Thripidae) e Peronospora destructor Berk. Casp. (Peronosporales:
Peronosporaceae), em cebola, Allium cepa L. (Alliaceae) e o efeito da diversidade
vegetal na cultura sobre as densidades populacionais de T. tabaci e sirfídeos
predadores. O trabalho constituiu-se de três experimentos montados na Estação
Experimental de Ituporanga da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão
Rural de Santa Catarina (EPAGRI). entre agosto e dezembro de 1998. Os
tratamentos do experimento com adubação orgânica foram determinados de
acordo com a necessidade de N para a cultura pela análise de solo. Os
tratamentos foram diferentes fontes de adubo orgânico fornecendo 75 Kg/ha de N
(estercos de suíno; adubo Barriga Verde , proveniente de esterco de aves;
composto orgânico; esterco de peru; húmus); 37,5 Kg/ha de N (metade da dose
normal com esterco de suíno); testemunhas com adubação mineral fornecendo
dose normal de NPK (30-120-60 kg/ha de N-P2O5-K2O) e dobro da dose (60-240-
120 kg/ha de N-P2O5-K2O) e testemunha sem adubação. Os níveis dos
tratamentos no experimento com adubação mineral foram determinados
respectivamente por 1 e 3 vezes a recomendação da análise de solo: 30-120-60
kg/ha de N-P2O5-K2O; 90-360-180 kg/ha de N-P2O5-K2O; 75,0 Kg/ha de N; 225,0
Kg/ha de N; 80,0 Kg/ha de P2O5 ; 240,0 Kg/ha de P2O5; 60,0 Kg/ha de K20; 180,0
Kg/ha de K20; as testemunhas com adubação orgânica foram esterco de suíno +
fosfato natural em três tratamentos (75,0 Kg/ha de N + 80,0 Kg/ha de P2O5 ; 225,0
Kg/ha de N + 240,0 Kg/ha de P2O5; 37,5 Kg/ha de N + 40,0 Kg/ha de P2O5) e
17
testemunha sem adubação. Os tratamentos do experimento sobre diversidade
vegetal foram: cebola em monocultivo; cebola + trigo mourisco (Fagopyrum
esculentum Moench) (Poligonaceae); cebola + nabo forrageiro (Raphanus sativus
L. var. oleiferus Metzg.) (Brassicacae); cebola + cenoura (Daucus carota L.)
(Umbeliferae), cv. Nantes e cv. Brasília; cebola + milho (Zea mays L.) (Poaceae);
6) Cebola + rúcula (Eruca sativa) (Brassicaceae) + vegetação espontânea.
Nenhuma das fontes de adubação apresentou incidência de T. tabaci e P.
destructor superior à testemunha sem adubo. A adubação mineral em relação à
orgânica não favoreceu significativamente a incidência de T. tabaci e P. destructor
. A incidência de T. tabaci, diferiu entre tratamentos apenas em solo com histórico
de manejo convencional, independente da fonte de adubação utilizada (mineral ou
orgânica), enquanto que no orgânico não houve diferença entre tratamentos. A
correlação entre nutrientes, T. tabaci e P. destructor, na maioria das avaliações
não foi linear. Nos períodos de maior incidência de T. tabaci a relação com
nutrientes foi mais alta para K/Zn (positiva) e Ca/Fe (positiva) e para P. destructor
para Mg (positiva) e Mg/B (negativa), respectivamente para experimentos com
fontes orgânicas e minerais. A relação entre nutrientes inseto e patógeno foi
variável entre datas de amostragem e foi distinta para fontes minerais e orgânicas.
A adubação orgânica em dose normal atingiu níveis de produtividade similares à
mineral. A associação de cebola com diferentes espécies vegetais não provocou
diferenças significativas na incidência de T. tabaci e sirfídeos predadores. A
correlação entre sirfídeos predadores e incidência de T. tabaci não foi significativa.
A produtividade comercial e peso de bulbos de cebola foi similar em sistema de
monocultivo e diversificado, o que sugere ser possível adotar tais sistemas sem
perdas significativas em rendimento.
18
IMPACT OF MINERAL AND ORGANIC FERTILIZATION ON THE
INCIDENCE OF ONION THRIPS, Thrips Tabaci LIND., AND
DOWNY MILDEW, Peronospora destructor Berk. Casp., AND THE
CROP VEGETAL DIVERSITY ON THE T. tabaci AND PREDATOR
SYRPHIDS POPULATIONS
ABSTRACT
The purpose of this work was to analyze the
relationship between mineral and organic fertilization on the
19
incidence of Thrips tabaci Lindeman 1888 (Thysanoptera:
Thripidae), and Peronospora destructor Berk. Casp.
(Peronosporales: Peronosporaceae), in onion, Allium cepa L., and
the effect of the crop vegetal diversity on population densities of T.
tabaci and predator syrphids. The work consisted of three
experiments evaluated at Ituporanga Experiment Station, EPAGRI,
Santa Catarina State, Brazil, from August to December 1998. The
organic fertilization treatments were based on the N needs
determined by previous soil analysis. The treatments were different
organic sources: 75,0 Kg/ha of N (swine manure; Barriga Verde
poultry manure; compost; turkey manure; humus); 37,5 Kg/ha of N
(swine manure half regular rate); control plants receiving regular
mineral NPK (30-120-60 Kg/ha of N-P2O5-K2O) and double rate of
NPK (60-240-120 Kg/ha of N-P2O5-K2O); and unfertilized control. In
mineral fertilization experiment, the mineral levels were 1 and 3
times the rates recommended by the soil analysis: 30-120-60 Kg/ha
of N-P2O5-K2O ; 90-360-180 Kg/ha of N-P2O5-K2O; 75,0 Kg/ha of N;
225,0 Kg/ha of N; 80,0 Kg/ha of P2O5; 240,0 Kg/ha of P2O5; 60,0
Kg/ha of K20; 180,0 Kg/ha of K20. Control plants being applied
organic fertilization received swine manure + phosphate rock in three
treatments (75,0 Kg/ha of N + 80,0 Kg/ha of P2O5; 225,0 Kg/ha of N
+ 240,0 Kg/ha of P2O5; 37,5 Kg/ha of N + 40,0 Kg/ha of P2O5) and
unfertilized check. The treatments in the experiment about vegetal
20
diversity consisted of: onion monoculture; onion intercropped with
buck wheat (Fagopyrum esculentum Moench) (Poligonaceae); onion
intercropped with fodder radish (Raphanus sativus L. var. oleiferus
Metzg.) (Brassicaceae); onion intercropped with carrot (Daucus
carota L.) (Umbeliferae) cv. Nantes and cv. Brasília; onion
intercropped with corn (Zea mays L.) (Poaceae); onion intercropped
with Eruca sativa (Brassicaceae) and weed. The onion thrips and
downy mildew incidence were similar between treatments with
fertilizer and no-fertilizer control. The mineral fertilization did not
increase significantly onion thrips and downy mildew incidence
compared to the organic treatment. T. tabaci incidence differed
among treatments only in conventionally managed soil, regardless of
the fertilization source used (either organic or mineral), whereas in
the organically managed soil thrips population density was similar.
The correlation between nutrients T. tabaci and P. destructor was
not linear. During severe infestation period, the nutrient relation and
the T. tabaci incidence, was higher for K/Zn (negative) and Ca/Fe
(positive); and for P. destructor was higher for Mg (positive) and
Mg/B (negative) (respectively for mineral and organic fertilization).
The nutrient relation between insect and pathogen varied according
to sampling date and differed for mineral and organic sources. The
regular rates of organic fertilization reached similar yield levels as the
mineral treatment. The T. tabaci and predators syrphids populations
21
density were similar in onion monoculture and policulture. The
correlation between T. tabaci and predators syrphids incidence was
not significant. The commercial yield and onion bulb weight were
similar in both the monoculture and the intercropped systems, thus
suggesting the possibility of adopting policulture without relevant
yield losses.
22
1. INTRODUÇÃO
A monocultura da cebola, Allium cepa L. (Alliaceae), é
uma das principais atividades de exploração agrícola de Santa
Catarina, concentrada principalmente na região do Alto Vale do
Itajaí. O estado de Santa Catarina é um dos principais produtores de
cebola do país em volume de produção e área plantada (BOEING,
1999a; 1999b). O manejo da cultura da cebola tem-se caracterizado
pelo tradicional pacote preconizado pela “Revolução Verde” (vide
item 1.1): uso de fertilizantes químicos, aplicação de agrotóxicos,
mecanização intensiva. O manejo fitossánitario da cultura na fase de
lavoura tem-se caracterizado principalmente pela aplicação de
agrotóxicos para controle de míldio, Peronospora destructor (Berk.)
Casp. (Peronosporales: Peronosporaceae), e de tripes, Thrips tabaci
Lindeman 1888 (Thysanoptera: Thripidae). GONÇALVES (1996a)
observou que a aplicação de inseticidas para controle de tripes com
organofosforados e piretróides tem sido relativamente exagerada em
dose e número de aplicações com prejuízos a saúde do agricultor e
do ambiente.
T. tabaci mede aproximadamente 1 mm de
comprimento, tem coloração esbranquiçada a verde amarelada na
fase de ninfa e amarelo claro a marron, quando adulto (GALLO et
al., 1988). Os insetos alojam-se na região da bainha, e em folhas
23
mais novas das plantas de cebola. A fase de ninfa tem duração de 5
a 10 dias de acordo com a temperatura, o período de pupa de 24
horas, e a longevidade de fêmeas de 20 dias (GALLO et al., 1988).
SALAS (1994) compilou em vários trabalhos os seguintes dados de
ciclo de vida para T. tabaci variáveis com temperatura e umidade
relativa: período de ovo (4 a 4,8 dias); primeira fase ninfal (2,09 a
5,9 dias) e segunda (2,04 a 2,4 dias); pré-pupa (1,0 a 1,4 dias);
pupa (2,0 a 2,4 dias); ovo a adulto (11,2 a 13,9 dias); pré-oviposição
(2,7 a 3,0 dias); oviposição (19,5 a 50 dias); número de ovos/fêmea
(37,0 a 80 ovos); longevidade (19,9 a 21,52 dias). Em infestações
severas de T. tabaci a planta de cebola danificada apresenta-se de
coloração prateada a esbranquiçada, com retorcimento,
amarelecimento e secamento de folhas, do ápice para base
(VANNETTI, 1960; MENEZES SOBRINHO, 1978; GALLO et al.,
1988). Como conseqüência do dano as plantas não tombam por
ocasião da maturação fisiológica (“estalo”), e tornam-se
predispostas a entrada de água da chuva até o bulbo, com futuras
perdas por apodrecimento (LORINI & DEZORDI, 1990) . O tamanho
e peso de bulbos são reduzidos em condições de severas
infestações. A ocorrência de altas densidades populacionais de T.
tabaci sobre cebola para Ituporanga, SC, inicia-se a partir de
meados de outubro, com pico populacional entre final de outubro a
segunda quinzena de novembro, variável de acordo com a época de
24
transplante da cultivar (entre julho a setembro) (GONÇALVES,
1997a). O nível de dano econômico para condições brasileiras
varia de 15-25 tripes/planta (DOMICIANO; OTA; TEDARDI, 1993),
15 ninfas antes e 30 após a formação do bulbo (GONÇALVES,
1997b), 6 tripes/folha (DÓRIA et al., 1998). Em literatura estrangeira,
SUMAN & WAHI (1981) sugeriram uma escala com classificação de
diferentes níveis de infestação (leve, ≤ 5 tripes/planta; moderada, 10
a 15 tripes/planta; severa ≥ 20 tripes/planta); SHELTON et al.
(1987) adotaram o nível de 3 tripes por folha; FOURNIER; BOIVIN;
STEWART (1995) estimaram 2,2 e 0,9 tripes/folha, sendo este
último para condições de déficit hídrico. A variabilidade dos dados
referente a nível de dano econômico de T. tabaci em cebola, deve-
se a vários fatores, que condicionam a capacidade da planta tolerar
o dano do inseto, tais como: genótipo utilizado, condições climáticas
e de solo, manejo adotado na condução da cultura. A redução da
produtividade causada por T. tabaci em cebola pode ser além de
50% em sistema de agricultura convencional (SAINI; DAHIYA;
VERMA, 1989). Porém, em recentes trabalhos, tem-se observado
que em solos sob plantio direto e altos níveis de matéria orgânica
minimiza-se as perdas em produtividade independentemente do
controle químico do inseto (GONÇALVES, 1998).
O míldio causado pelo fungo P. destructor ocorre sobre
várias espécies do gênero Allium, porém apresenta importância
25
como patógeno para produção de cebola no sul do país (GALLI et
al., 1980). A incidência de P. destructor é uma das principais
causas de perda de área foliar da cultura da cebola, na região do
Alto Vale do Itajaí em Santa Catarina. Os sintomas de ataque
caracterizam-se pela esporulação de cor acinzentada sobre tecido
vivo das folhas, que depois amarelece e seca (EPAGRI, 2000). As
condições climáticas para o desenvolvimento do fungo são dias
nublados com baixas temperaturas (inferior a 22C) e alta umidade
relativa (acima de 90%) (EPAGRI, 2000; GALLI et al., 1980). O
fungo sobrevive de uma safra de cebola para outra em restos de
cultura deixados a campo, ou em cebolinha de tempero, A.
schoenoprasum L., e é disseminado pelo ar e água (EPAGRI, 2000;
GALLI et al., 1980). As variedades de cebola cultivadas em Santa
Catarina não apresentam resistência a incidência de P. destructor,
consequentemente o controle com fungicidas tem sido utilizado
pelos agricultores (EPAGRI, 2000).
A EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural de Santa Catarina) vem desenvolvendo trabalhos na
área de agroecologia desde 1993, com maior intensidade a partir de
1995 com formalização de convênio com a UFSC (Universidade
Federal de Santa Catarina) e parceria com agricultores da região.
Com relação a área fitossanitária desenvolveram-se duas
dissertações de mestrado, que avaliaram sobre a cultura da cebola
26
a influência de diferentes espécies vegetais em bordadura sobre a
densidade populacional de T. tabaci e sirfídeos predadores
(DRIUTTI, 1998), e de sistemas de manejo de solo e adubação
sobre incidência de pragas e doenças (McGUIRE, 1999). O presente
trabalho foi desenvolvido simultaneamente com as dissertações
anteriormente citadas e tem o intuito de colaborar na geração de
informações para viabilizar práticas de agricultura sustentável para
Santa Catarina. Os principais objetivos foram: avaliar o efeito das
adubações química, orgânica e sua influência na ocorrência dos
principais problemas fitossanitários da cultura da cebola na fase de
lavoura, míldio, P destructor , e tripes, T. tabaci ; avaliar o efeito de
diferentes espécies vegetais em associação com a cultura da cebola
na ocorrência de T. tabaci, e sirfídeos predadores; avaliar o impacto
dos diferentes tratamentos sobre a produtividade da cultura da
cebola.
1.1 Impacto da agricutura convencional nos agroecossistemas
Os agroecossistemas podem ser definidos de acordo
com CONWAY (1987) como “sistemas modificados pelo homem
para produção de alimento, fibra, e outros produtos agrícolas”.
Embora o autor reconheça a complexidade dos agroecossistemas,
27
pois envolvem interações de processos ecológicos, sociais,
econômicos e culturais. A agricultura nos últimos 50 anos tem sido
direcionada para a especialização e a simplificação do
agroecossistema, com redução do número de espécies vegetais e
animais a ser explorada (ALTIERI, 1998; VANDERMEER et al.1998;
ALTIERI 1999). Os agroecossistemas tornaram-se sistemas
extremamente simplificados devido as práticas agronômicas
adotadas, pois geralmente trabalha-se com uma espécie vegetal
exótica (monocultura) oriunda de cruzamentos de plantas
susceptíveis às pragas e doenças, mantida sob o aporte artificial de
nutrientes, com o uso de agrotóxicos e mecanização intensiva do
solo (GLIESSMAN, 1990; ALTIERI, 1991; PASCHOAL, 1994;
ARAÚJO, 1996b; ALTIERI & NICHOLLS, 1997; MATSON et al.,
1997; ALTIERI, 1998; ALTIERI & NICHOLLS, 1999 a,b). Ainda
deve-se considerar que são sistemas abertos onde há considerável
perda de energia, necessitando de constantes interferências
humanas (adubos químicos, agrotóxicos) para se manter produtivo
(CONWAY, 1987; GLIESSMAN, 1990; ALTIERI, 1991; PASCHOAL,
1994; ALTIERI, 1998). O impacto sobre a biodiversidade do
agroecossistema pela intensificação de práticas agronômicas resulta
em perdas de importantes “serviços” ecológicos: decomposição,
ciclagem de nutrientes, predação, parasitismo (ALTIERI, 1999;
ALTIERI & NICHOLLS, 1999a). Como consequência as plantas
28
desenvolvem-se em agroecossistemas com solos desequilibrados
em nutrientes e com ausência de inimigos naturais tornando-as mais
predispostas às pragas e doenças (PRIMAVESI, 1988; MATSON et
al. 1997; ALTIERI & NICHOLLS, 1999b) (FIGURA 1).
Os danos causados ao ambiente pela expansão
agrícola acentuou-se sobretudo no início dos anos 60 e persiste até
hoje após o fenômeno denominado “Revolução Verde”, que
caracteriza-se pelo uso de variedades altamente produtivas,
fertilizantes químicos, agrotóxicos, irrigação e mecanização intensiva
(PASCHOAL, 1994; EHLERS, 1996). Embora este pacote
tecnológico promova no agroecossistema altos níveis de
produtividade, não tem sido capaz de mantê-la (“sustentabilidade”) e
promover benefícios sociais (“equitabilidade”) (CONWAY, 1987). Os
efeitos negativos da “Revolução Verde” são vários: aumento da
erosão de solos; redução da biodiversidade; poluição do solo e da
água; eutrofização de rios e lagos; alterações na atmosfera e clima.;
resíduos de agrotóxicos nos alimentos; contaminação de
agricultores; endividamento agrícola (CONWAY, 1987; PASCHOAL,
1994; MATSON et al. 1997; NICHOLLS & ALTIERI, 1997; EHLERS,
1996; ALTIERI, 1998). Portanto, a agricultura da maneira como tem
sido praticada tornou-se insustentável sob vários aspectos:
ambientais, econômicos e sociais.
29
monocultura
mecanização intensiva do solo
solo no limpo
práticas culturais adubação química
agrotóxicos
FIGURA 1. Os efeitos do manejo convencional de agroecossistemas sobre a biodiversidade funcional (biota de solo e inimigos naturais) e predisposição a doenças e pragas (modificado de ALTIERI , 1999).
Em virtude do impacto no ambiente causado pela
agricultura convencional emerge a disciplina agroecologia que
procura resgatar conhecimentos ecológicos para manejo sustentável
de agrecossistemas (GLIESSMAN, 1990). ALTIERI & NICHOLLS
(1999b) definem a agroecologia como “a disciplina científica que
fornece os princípios ecológicos básicos de como estudar, desenhar
e manejar agroecossistemas que sejam produtivos e conservem os
recursos naturais, e também culturalmente sensíveis, socialmente
justos e economicamente viáveis”. O principal enfoque é
Manejo convencional do agroecosssistema
Redução da biodiversidade: biota de solo e inimigos naturais Aumento da incidência de doenças e pragas
30
desenvolver agroecossistemas com dependência mínima de
agroquímicos e insumos energéticos, para fomentar “interações” e
“sinergismos” do componente biológico com intuito de obter um
sistema não apenas produtivo, mas também sustentável em termos
ambientais, sociais, econômicos e culturais (ALTIERI, 1994).
Portanto, como ressalta GLIESSMAN (1990) a interdisciplinaridade
é fundamental neste processo.
1.2 Nutrientes em plantas e sua relação com a ocorrência de
insetos e patógenos
A fertilização de plantas em agroecossistemas através
da adubação química ou orgânica tem sido discutida como prática
no manejo de pragas e doenças (PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD,
1993; BORTOLLI & MAIA, 1994; PRIMAVESI, 1988). As práticas
agrícolas que restabelecem a diversidade e densidade da biota do
solo têm sido discutidas por alguns autores para favorecer a
ciclagem de nutrientes e tornar as plantas mais “saudáveis”
(equilibradas nutricionalmente), tais como: redução da mecanização
do solo (plantio direto ou cultivo mínimo); uso de adubos verdes;
plantas de cobertura; estercos; compostos (COOK, 1986;
PRIMAVESI, 1988; ALTIERI, 1991; MONEGAT, 1991; PATRIQUIN;
BAINES; ABBOUD, 1993; ALTIERI, 1994; MATSON et al. 1997;
31
YEPSEN JR. 1977; VANDERMEER, 1995; PINTO & CRESTANA,
1998; ALTIERI & NICHOLLS, 1999b). COOK (1986) ressaltou que “a
saúde da planta deve-se iniciar com a saúde da raiz” e o excesso de
fertilizantes e água podem acelerar o processo de desenvolvimento
de doenças e invasoras.
1.2.1 Relação de nitrogênio (N) com a incidência de insetos e
patógenos de plantas
A maioria dos trabalhos relativos a interação entre
nutrientes e incidência de insetos fitófagos apontam o nitrogênio (N)
como causador de surtos populacionais (YEPSEN JR. 1977;
PRIMAVESI, 1988; PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD, 1993;
BORTOLLI & MAIA, 1994). O nitrogênio via adubação estimula
produções de biomassa, proteína total e atividade fotossintética das
plantas (MATTSON, 1980). O mesmo autor ressalta que a
fertilização parece ter maior efeito sobre os níveis de compostos
nitrogenados solúveis, e também pode reduzir o teor de compostos
fenólicos (redutores de digestibilidade) e a lignificação das plantas.
Fatores ambientais adversos às plantas (estresse hídrico associado
a temperatura, acidez, umidade, nutrientes do solo, salinidade),
ataque por fitopatógenos (vírus, bactérias, nematóides, fungos),
danos físicos (quebra de galhos ou folhas por ventos, geadas),
32
também podem provocar a hidrólise de proteínas e aumentar os
níveis de aminoácidos solúveis (MATTSON, 1980; KYTÖ; NIEMELÄ;
LARSSON, 1996) predispondo-as ao ataque de insetos (WHITE,
1984). FENNAH (1963) observou que Selenothrips rubrocinctus
Giard (Thysanoptera: Thripidae), tem preferência alimentar por
plantas de cajueiro, Anacardium occidentale L. (Anacardiaceae), sob
estresse hídrico e folhas jovens com maior teor de aminoácidos.
Segundo PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD (1993),
ARAÚJO (1996a) não necessariamente as plantas estressadas (por
ex., sob verões quentes e secos; deficientes em nutrientes) são as
mais preferidas por insetos, há casos em que plantas vigorosas
(taxa de crescimento superior ao normal para população) também
podem ser preferidas para alimentação. Portanto, uma hipótese não
exclui a outra, certos herbívoros podem preferir plantas vigorosas ou
estressadas.
Segundo a “teoria da trofobiose” os agrotóxicos e
adubos minerais (principalmente nitrogenados) promovem o
desequilíbrio no metabolismo das plantas por favorecerem a quebra
de proteínas (“proteólise”) com liberação de aminoácidos solúveis,
substâncias facilmente assimiláveis por insetos e microorganismos,
com consequentes surtos populacionais de doenças e pragas. Caso
ocorresse o processo ao contrário, síntese de proteínas
(“proteossíntese”), a planta estaria sadia, pois insetos e
33
microorganismos não assimilam substâncias complexas
(CHABOUSSOU, 1987). Os agricultores que se dedicam a
agroecologia no Brasil têm utilizado os conhecimentos da Trofobiose
para promover, na prática, a suspensão do uso de adubos minerais
e quaisquer agrotóxicos. O adubo mineral têm sido substituído por
composto, húmus, adubação verde, estercos, biofertilizantes; e os
agrotóxicos, por calda bordalesa, sulfocálcica, extratos vegetais, e
Bacillus thuringiensis.
Os adubos amoniacais (tais como uréia, sulfato de
amônio) comparados aos nítricos (nitrato de cálcio, nitrato de sódio)
geralmente têm maior propensão a favorecer o desequilíbrio
nutricional das plantas através do acúmulo de nitrogênio solúvel,
facilmente assimilado por insetos e fitopatógenos (CHABOUSSOU,
1987; PRIMAVESI, 1988; BORTOLLI & MAIA, 1994). Porém, pode
ocorrer o contrário ou o efeito entre fontes nitrogenadas ser não
significativo como observado em insetos por VOS & FRINKING
(1997) e fungos por GLADSTONE & MOORMAN (1989); SCHENK &
BETTIN (1990). A relação equilibrada nitrato/amônia também tem
importância na aceitação da planta pelo inseto como constatado por
FERNANDES & BORTOLLI (1998); FERNANDES; BORTOLLI;
BERLLINGIERI (1998).
A fertilização de plantas com altos teores de N acelera,
em lepidópteros, o desenvolvimento larval (TAYLOR, 1984;
34
MANUWOTO & SCRIBER, 1985; KAROWE & MARTIN 1989;
MASON et al. 1992) e a infestação (LÓPEZ; FERNANDEZ; LÓPEZ,
1982), bem como a fecundidade e densidade populacional de
ácaros (HODA, et al. 1986). A severidade de bacterioses também é
incrementada por altos níveis de N (BRUGGEN et al. 1990;
CANADAY & WYATT, 1992), bem como viroses (OGBE; OHIRI;
NNODU, 1993), e doenças fúngicas (BROSCIOUS; FRANK;
FREDERICK, 1985; DITSCH & GROVE, 1991; DAANE et al., 1995;
VOS & FRINKING, 1997). Porém, há relatos em que o nitrogênio
pode inibir a ocorrência e desenvolvimento de insetos fitófagos
(BORTOLLI & MAIA, 1994; SALAS; CORCUERA; ARGANDONA,
1990; RUTZ et al., 1990) e fungos (TAYLOR et al. 1983; TEICH &
NELSON, 1984; MOORMAN, 1986; ELMER & LAMONDIA, 1999).
A inexistência de correlação também pode ocorrer para insetos
(POWER, 1989; McCULLOUGH & KULMAN 1991; BLUA &
TOSCANO 1994); fungos (HERRMAN & WIESE, 1985; PUMPHREY
et al., 1987; HONEYCUTT; CLAPHAM; LEACH, 1996) e nematóides
(BURBANO et al., 1990). O efeito “indutor de resistência” também
tem sido observado para N, embora não afete diretamente o
desenvolvimento do inseto pode promover incrementos de
rendimento nas plantas (CLAVIJO, 1984; RIEDELL, 1990). Portanto,
generalizar o efeito do N como causador de desequilíbrio nutricional
de plantas e predispor à incidência de pragas e doenças de plantas
35
pode não ser verdadeiro (WHITE, 1984; BARRETO & CASTELLANI,
1994; BORTOLLI & MAIA, 1994).
Alguns autores observaram que há um nível
intermediário de N para condicionar a infestação máxima de
herbívoros (BAULE ,1976; citado por MATTSON, 1980; POPP;
KULMAN; WHITE, 1986; BREWER.; O’NEILL; DESHON JR., 1987;
HEIDORN & JOERN, 1987; BETHKE; REDAK; SCHUCH, 1998;
JOERN & BEHMER, 1998) e fungo (SCHENK & BETTIN, 1990).
WHITE (1984) também concordou com a idéia de um nível ótimo de
N, associado à forma de aplicação do fertilizante, dose, época, e
interação com fatores ambientais. Porém, há casos em que níveis
extremos (alto ou baixo) de adubação nitrogenada favorecem o
desenvolvimento de insetos (PFEIFFER & BURTS, 1983).
O hábito alimentar de insetos pode influenciar a
resposta de herbívoros a N. STRAUSS (1987) e LIGHTFOOT &
WHITFORD (1987) observaram que insetos sugadores tiveram
maior tendência a se alimentar em plantas fertilizadas com nitrato de
amônia, que mastigadores. A maior mobilidade dos sugadores
comparada aos mastigadores foi apontada como fator que facilitava
a localização de alimento com maior teor de N (LIGHTFOOT &
WHITFORD, 1987). KYTÖ; NIEMELÄ; LARSSON (1996)
observaram que os resultados positivos de N sobre sugadores,
geralmente foram constatados em nível de população a campo,
36
porque a predação e o parasitismo é dificultada devido ao
mutualismo com formigas, enquanto os mastigadores estariam mais
expostos aos inimigos naturais. Ainda, segundo estes autores, os
sugadores por alimentarem-se diretamente da seiva seriam menos
vulneráveis às defesas químicas e enrijecimento dos tecidos das
plantas. ORIANS & FRITZ (1996) não recomendaram a associação
de guilda quanto a hábito alimentar com a resposta de artrópodos a
adubação. Pois, estes autores constataram diferentes resultados
sobre a abundância de herbívoros da mesma guilda com adubação
NPK 20-20-20 em salgueiro, Salix sericea Marshall (Salicaceae).
1.2.2 Relação de demais nutrientes com insetos e patógenos
de plantas
O potássio (K) geralmente é apontado como
responsável por aumentar a resistência das plantas a insetos
(BORTOLLI & MAIA, 1994); ácaros (AJUDARTE; LUZ; CALAFIORI
1997); fungos (BURBANO et al., 1990), e o fósforo por vezes é
citado como neutro (BORTOLLI & MAIA, 1994; MARZO et al., 1997).
Porém, como ocorre com o nitrogênio há polêmica a respeito. Deve
ser considerado a dose de adubo usada e a fonte (mineral ou
orgânica) para possíveis generalizações. O efeito positivo de K
sobre fungos foi constatado por GUPTA & SINGH (1995), de P para
37
insetos foi observado por POPP et al. (1989) e fungos por
GLADSTONE & MOORMAN (1989); VOS & FRINKING (1997). O
efeito inibidor de P sobre fungos foi constatado por TAYLOR et al.
(1983), TEICH & NELSON (1984). O efeito não significativo das
adubações fosfatada e potássica sobre a severidade de viroses foi
constatado por OGBE; OHIRI; NNODU, 1993.
A informação sobre a incidência de artrópodos e
patógenos de plantas relacionadas a micronutrientes é
relativamente escassa. Segundo CHABOUSSOU (1987) “ainda
temos muito que aprender sobre o papel dos diversos oligo-
elementos na fisiologia e, portanto, na resistência da planta a seus
diversos agressores”. Este autor observou a importância dos
micronutrientes na ativação de enzimas, principalmente na síntese
de proteínas, fundamental para aumentar a resistência da planta a
“moléstias”. Segundo GUPTA & SINGH (1995), os micronutrientes B
(em destaque) seguido por Zn e Fe, provocaram redução na
incidência primária de míldio, Sclerospora graminicola (Sacc.)
Schrot. (Peronosporales: Peronosporaceae), em Pennisetum
glaucum (L.) R. Br. (Poaceae).
1.2.3 As relações entre nutrientes com a incidência de insetos e
patógenos de plantas
38
O balanço entre nutrientes e a relação inseto-planta
geralmente é não linear (CLANCY, 1992; PHELAN; NORRIS;
MASON, 1996), e desempenha papel importante na ativação de
enzimas que participam nos processos metabólicos relacionados a
herbivoria (síntese de carboidratos, vitaminas, ácidos graxos, e
compostos de defesa na folhagem) (CLANCY, 1992).
O efeito desequilibrador do N em relação aos outros
nutrientes, principalmente com K, é o caso mais relatado. O excesso
de N em relação a K geralmente tem sido citado por favorecer
desenvolvimento de fungos (STACK; HORST; LANGHANS, 1986) e
insetos (SAMPAIO; AZEREDO; CASSINO 1998; SAMPAIO;
CASSINO; PINTO, 1998). Portanto, sugere-se haver um efeito do K
como indutor de resistência de plantas, neutralizando o efeito
positivo de N sobre pragas e doenças. Porém, este efeito não é
possível generalizar, pois há casos em que o K condiciona nível de
infestação superior para insetos (PINTO et al., 1998), ou não
significativo (SILVA et al., 1998). A associação de macronutrientes
N, P e K via adubação pode induzir resistência a insetos (SHAW;
WILSON; RHYKERD, 1986) e patógenos (REUVENI et al., 1993);
porém, o incremento de herbívoros pode ocorrer (ANDRADE et al.,
1998) ou o efeito ser não significativo (McHUGH JR. & FOSTER,
1995).
39
1.2.4 Influência da fertilização no desenvolvimento de míldio,
Peronospora destructor, e espécies de tripes
A fertilização nitrogenada aumentou o nível foliar de
proteína solúvel e favoreceu a incidência de Frankliniella
occidentalis (Pergande) (Thysanopera : Thripidae) em crisântemo,
Dendranthema X grandiflorum Ramat. (SCHUCH; REDAK; BETHKE,
1998), porém pode ter efeito não significativo como observado por
VOS & FRINKING (1997) em pimenta (Capsicum spp.) para Thrips
parvispinus Karny (Thysanoptera: Thripidae). O P apresentou efeito
positivo na severidade de ataque de T. parvispinus em folhas e
frutos de pimenta (VOS & FRINKING, 1997).
A severidade de míldio, P. destructor, em cebola, A.
cepa, para produção de sementes foi correlacionada com
incremento de nível de P e principalmente de N (DEVELASH &
SUGHA, 1997). Enquanto que, o aumento dos níveis de K retardou
o desenvolvimento da doença.
40
1.2.5 Fertilizações mineral e orgânica e suas relações com
infestação de insetos e patógenos de plantas
Os trabalhos que comparam a fertilização artificial em
agroecossistemas geralmente atribuem maior ocorrência de insetos
fitófagos e patógenos de plantas ao adubo mineral comparado ao
orgânico (PEREIRA et al., 1987; ROSSETO; FLORCOVSKI;
CALAFIORI, 1997; DEVÓLIO; PEREIRA; CALAFIORI, 1998;
COELHO et al., 1998). Os solos sob manejo orgânico geralmente
são apontados como fator fundamental na obtenção de plantas
saudáveis (PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD, 1993; PHELAN, 1997).
O solos com histórico de manejo convencional têm uma tendência
de favorecer a ocorrência de pragas, mesmo se forem adubados
temporariamente com fontes orgânicas (PHELAN; MASON;
STINNER, 1995; PHELAN, 1997). O efeito da adubação orgânica
como indutor de resistência a patógenos tem sido relatado por
alguns autores principalmente sob a forma de compostos
(MELLONI; DUARTE; CARDOSO, 1995; RAVIV et al., 1998). A
rápida solubilização e alta concentração de nutrientes dos adubos
minerais têm sido utilizada como argumento para explicar a
predisposição à ocorrência de problemas fitossanitários
41
(PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD, 1993). A diminuição de
metabólitos secundários que conferem resistência contra os
herbívoros também pode ser influenciada pela fertilização mineral,
principalmente nitrogenada (BRYANT et al. 1987; PAHLSSON,
1992; ESTIARTE et al., 1994; HUNTER & SCHULTZ, 1995;
RUOHOMÄKI et al.,1996). O incremento de compostos de defesas a
insetos pode ocorrer com adubação com N (McCULLOUCGH &
KULMAN, 1991), porém caso haja aumento de aminoácidos solúveis
a herbivoria é favorecida (BJÖRKMAN; LARSSON; GREF, 1991).
A generalização do conceito de que a adubação
orgânica favorece a menor densidade populacional de pragas em
relação a mineral pode não ser verdadeira, pois o efeito de ambas
pode ser similar (BASTOS et al., 1998).
1.3 Diversidade vegetal : efeito sobre insetos fitófagos e
inimigos naturais
A diversidade vegetal em agroecossistemas é sugerida
por vários autores para gerar estabilidade na dinâmica populacional
de insetos fitófagos (PERRIN, 1977; YEPSEN JR. 1977; ANDOW,
1983; LETOURNEAU, 1990; ALTIERI, 1991; ANDOW, 1991;
HOKKANEN, 1991; THEUNISSEN, 1994; ALTIERI & NICHOLLS,
1997, 1999a,b). A monocultura é considerada uma das principais
causas da quebra de estabilidade de agroecossistemas e
42
predisposição à ocorrência de pragas (ALTIERI, 1994, 1998).
Porém, o potencial da diversidade de cultivos para manejo de
pragas e doenças tem sido pouco explorado (PERRIN, 1977;
ANDOW, 1983; MATSON et al., 1997). Embora recentemente, em
virtude do reconhecimento da importância da diversidade vegetal na
sustentabilidade dos agroecossistemas, o volume de pesquisa tem
aumentado, através da associação de cultivos agrícolas,
agroflorestais e manejo de plantas de coberturas em pomares
(ALTIERI & NICHOLLS, 1997, 1999a,b). No Brasil o termo
“consórcio” tem sido comumente empregado para designar a
associação de plantas em agroecossistemas. O termo “policultivo”
(“policulture”) é mais utilizado em literatura estrangeira, que é
definido por ANDOW (1991) como a associação de diferentes
espécies de plantas com máxima sobreposição ao longo do tempo.
O mesmo autor considera monocultivo como o plantio de apenas
uma espécie vegetal em solo nú, popularmente chamado no Brasil
de plantio “solteiro”.
Segundo ANDOW (1991) ao revisar a relação entre
artrópodos e diversidade vegetal, comparando monocultivo e
policultivo em 209 trabalhos com 287 espécies de herbívoros,
observou que: 51,9% das espécies apresentaram menor densidade
populacional em policultivo, e apenas 15,3% tinham maiores neste
sistema, enquanto que 20,2% apresentaram resposta variável e
43
12,5% não houve diferença. A convivência de diferentes espécies
vegetais na mesma área, em faixas ou bordaduras é o esquema
mais comum utilizado nestes trabalhos, que envolvem além de
espécies cultivadas em associação com plantas de cobertura,
vegetação espontânea (daninhas ou invasoras), influência de matas
ou florestas no entorno da área cultivada, sucessão e rotação de
culturas em diferentes épocas de plantio. ALTIERI; GLASER;
SCHMIDT (1990) e ALTIERI (1994) agrupam os trabalhos que
estudam a relação da diversidade vegetal e ecologia de insetos em
quatro categorias: 1) análise de mecanismos ecológicos que atuam
sobre a dinâmica de população de herbívoros e inimigos naturais;
2) efeitos do consórcio de culturas sobre a abundância de insetos;
3) interação entre plantas invasoras (“daninhas”) e populações de
insetos de plantas cultivadas; 4) dinâmica de pragas específicas em
culturas perenes e relação com a riqueza floral de plantas
adjacentes.
44
1.3.1 Hipóteses sobre a diminuição da herbivoria por
insetos em ambientes diversificados
As principais hipóteses que tem sido formuladas para
explicar as variações na densidade populacional de insetos
herbívoros em ambientes diversificados em áreas agrícolas são: 1)
concentração de recursos e 2) inimigos naturais (ROOT, 1973;
PERRIN, 1977; ALTIERI, 1991; ANDOW, 1983, 1991). Além destas
duas hipóteses, SZENTKIRÁLYI & KOZÁR (1991), analisaram a
“hipótese da diversidade de recursos” e “hipótese de distúrbios
intermediários”, enquanto que THEUNISSEN (1994) postulou a
importância da “qualidade da planta hospedeira”.
1.3.1.1 Hipóteses de inimigos naturais versus
concentração de recursos
Segundo a hipótese de concentração de recursos os
insetos especialistas têm maior facilidade de colonizar e permanecer
sobre plantas que estão em maior disponibilidade em uma área
(monocultura típica), que em ambientes diversificados (ANDOW,
1991). Os mecanismos básicos da concentração de recursos que
podem atuar no encontro do hospedeiro pelo herbívoro e influenciar
a permanência na cultura são: 1) interferência química e visual (a
45
confusão ou repelência causada por odores de plantas, bem como o
contraste de cores pode dificultar a colonização); 2) a qualidade da
planta hospedeira (nutricional, química, morfológica, tornando a
planta mais atrativa); 3) a área de superfície do não hospedeiro
pode dificultar o encontro do hospedeiro (o herbívoro gasta mais
tempo para localizá-lo e por vezes abandona a cultura rapidamente);
4) efeitos de microclima (sombreamento, proteção do vento,
temperaturas, insolação) sobre herbívoros e inimigos naturais; 5)
efeito de borda : a conectividade entre superfícies pode ser
modificada pela diversidade de plantas no sistema (complexidade
estrutural). A hipótese dos inimigos naturais postula que em
ambientes com maior diversidade vegetal a densidade de insetos
hebívoros é menor devido à maior ocorrência de predadores e
parasitóides. ANDOW (1991) considerou que embora a maioria dos
trabalhos apontem a concentração de recursos para explicar a
herbivoria em policultivo (sistemas diversificados), lembra que não é
possível generalizar, pois há casos em que a hipóteses de inimigos
naturais é importante. Os fatores que condicionam a menor
densidade populacional de pragas em ambientes diversificados não
necessariamente atuam separadamente, a concentração de
recursos e inimigos naturais podem pressionar conjuntamente a
densidade populacional de insetos (LETOURNEAU, 1990).
46
As principais causas citadas para maior abundância
de inimigos naturais em “policultivo” comparado ao monocultivo são:
presas e hospedeiros específicos e alternativos estão em maior
densidade populacional e são mais disponíveis; em ambientes
diversificados há uma maior variedade de microhabitats que
abrigariam mais herbívoros e seus inimigos naturais; há maior
quantidade de alimento, tais como néctar e pólen,
consequentemente a capacidade reprodutiva dos inimigos naturais é
maior (ANDOW 1983, 1991; ALTIERI & NICHOLLS, 1997, 1999a).
Há casos em que o estabelecimento de inimigos naturais em
ambiente diversificado pode ser dificultado como também observado
por ANDOW (1991): a associação de plantas produz substâncias
voláteis que perturbam o olfato de parasitóides especialistas e
dificulta o encontro do hospedeiro; a estrutura vegetal mais
complexa (maior superfície disponível) dificultaria a capacidade de
busca de parasitóides.
O manejo de agroecossistemas tem efeito direto e
indireto na manutenção de inimigos naturais. ALTIERI & NICHOLLS
(1997, 1999a,b) enumeraram como estratégias para incremento da
diversidade de inimigos naturais: “diversificação do habitat “ (o
policultivo, uso de plantas de cobertura, quebra-ventos, rotação de
culturas); manejo ecológico do solo (adubação verde, orgânica,
compostagem e evitar revolvimento por mecanização). Enquanto
47
que, citaram como práticas que seriam prejudiciais a manutenção de
inimigos naturais: monocultura; a fertilização mineral; o revolvimento
do solo por mecanização; remoção total de plantas invasoras;
agrotóxicos.
1.3.1.2 Hipótese da “qualidade” da planta
hospedeira
A hipótese da “qualidade” da planta levantada por
THEUNISSEN (1994) baseia-se nas mudanças na qualidade
nutricional da planta hospedeira devido a competição por recursos
em condições de consórcio. As trocas fisiológicas no metabolismo
de cairomônios e nutrientes alterariam a atratividade da planta ao
inseto fitófago e seus inimigos naturais.
1.3.1.3 Hipóteses da “diversidade de recursos e
distúrbios intermediários”
As hipóteses da “diversidade de recursos e distúrbios
intermediários”, foram relatadas por SZENTKIRÁLYI & KOZÁR
(1991) ao analisar a riqueza de espécies em pomar de macieira.
Estes autores observaram que a riqueza de espécies de insetos
poderia estar sob a influência da diversidade vegetal (“hipótese da
diversidade de recursos”) e práticas de manejo agrícola,
48
principalmente aplicação de agrotóxicos (” hipótese de distúrbios
intermediários”), tanto dentro do pomar quanto no entorno (em nível
local e regional). Desta forma observaram que a riqueza de insetos
em geral foi maior em pomares próximos a ambiente vegetal
diversificado e com menor aplicação de agrotóxicos. Enquanto que,
o número de espécies de pragas agrícolas e inimigos naturais
generalistas foram influenciadas pela diversidade vegetal do entorno
(“hipótese da diversidade de recursos”) e pragas específicas de
macieira foram limitadas pela intensidade de aplicação de
agrotóxicos (” hipótese de distúrbios intermediários”).
1.3.2 Relação entre diversidade vegetal e densidade
de herbívoros
A importância de diversificar agroecossistemas em
nível de paisagem com corredores de espécies que floresçam, e
reconhecer a influência da vegetação natural (matas e invasoras)
do entorno das áreas cultivadas tem sido sugerida por alguns
autores como estratégia de manejo de pragas e inimigos naturais
em agroecossistemas (HRADETZKY & KROMP, 1997; NICHOLLS;
PARRELLA; ALTIERI, 1999).
A utilização de plantas de cobertura no manejo do solo
tem sido relatadas como forma de atuar na diversidade vegetal e
49
inibir a ocorrência de insetos pragas de plantas cultivadas. A
escolha da planta de cobertura deve ser avaliada através da análise
do impacto causado no complexo pragas e inimigos naturais, pois
pode ocorrer a inibição do desenvolvimento de herbívoros (ALTIERI;
GLASER; SCHMIDT, 1990; THEUNISSEN; BOOIJ; LOTZ, 1995),
incremento (BUGG; PHATAK; DUTCHER, 1990), ou ser não
significativo (WILAND et al., 1996). As plantas de cobertura podem
incrementar inimigos naturais e pressionar significativamente os
insetos fitófagos, bem como exercer efeito não significativo
(GARCIA & ALTIERI, 1993; THEUNISSEN; BOOIJ; LOTZ, 1995;
GOLLER; NUNNENMACHER; GOLDBACH, 1997; KIENZLE;
ZEBITZ; BRASS, 1997).
A presença de plantas invasoras nos
agroecossistemas como maneira de se interferir na diversidade de
ácaros e insetos tem sido discutida por alguns autores (ALTIERI &
WHITCOMB, 1979; ALTIERI & LETOURNEAU, 1982; GARCIA,
1988; GARCIA , 1992). Geralmente nestes trabalhos aponta-se a
necessidade de manejar as invasoras de modo que não
prejudiquem a cultura principal e usufrua-se dos benefícios do
incremento de inimigos naturais pelo fornecimento de néctar, pólen
e abrigo para hospedeiros e presas alternativas (KLOEN & ALTIERI,
1990; MORAES; SILVA; DELALIBERA JR., 1992; PAVARINI &
GRAVENA; 1994; SCHUCH & BELARMINO, 1994; WYSS, 1995;
50
WYSS, 1996; HONEK, 1997), bem como as invasoras sirvam de
planta armadilha evitando que os herbívoros ataquem a cultura
principal (ALTIERI; GLASER; SCHMIDT, 1990), ou dificultem a
colonização e distribuição de insetos pela concentração de recursos
(ANDOW, 1991; ANDOW, 1992). A seleção da invasora a associar é
importante porque pode ocorrer que a alta atratividade da invasora
sobre o herbívoro também provoque dano sobre a cultura principal
(KLOEN & ALTIERI, 1990; AHMED; ALI; SALMAN (1987).
No Brasil houve vários trabalhos com relação a
incidência de insetos em consórcio de milho, Zea mays L.
(Poaceae), com feijoeiro comum, Phaseolus vulgaris L. (Fabaceae),
e feijão caupi, Vigna sinensis (L). Savi (Fabaceae). Geralmente,
nestes trabalhos, houve em condições de consórcio redução da
incidência de cigarrinha, Empoasca Kraemeri (Ross & Moore)
(Homoptera: Cicadellidae), porém o efeito sobre lagarta do
cartucho, Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera:
Noctuidae) foi variável (MILANEZ, 1987; OLIVEIRA et al., 1987;
GONÇALVES & CIOCIOLA, 1991; OLIVEIRA et al., 1995).
1.3.3 Efeito da diversidade vegetal sobre espécies
de tripes
51
Os trabalhos que investigaram a incidência de T. tabaci
em aliáceas em sistemas diversificados geralmente constataram
efeito de substâncias voláteis do não hospedeiro sobre o inseto
(UVAH & COAKER, 1984) ou mesmo mudanças fisiológicas na
planta que inibiram a herbivoria (THEUNISSEN & SCHELLING,
1996), enquanto a ação de inimigos naturais foi não significativa. A
densidade de T. tabaci foi menor em cebola, A. cepa L., em sistema
de consórcio com cenoura, Daucus carota L. (Umbeliferae), plantada
em alta densidade (uma linha de plantio de cebola: para uma
cenoura) (UVAH & COAKER, 1984). Os autores argumentaram que
as substâncias voláteis emanadas pelas culturas interferiram na
ocorrência do inseto, pois não houve consistência entre a presença
de inimigos naturais e os resultados observados. O efeito da
concentração de voláteis pareceu ser maior sobre cebola jovem que
próximo a maturação fisiológica (bulbificação). A densidade
populacional de tripes, T. tabaci, e incidência de ferrugem, Puccinia
allii, foram menores em alho-porró, A. porrum L., associado com
trevo, Trifolium subterraneum L. (Fabaceae), em cobertura em
relação ao solo nú (THEUNISSEN & SCHELLING, 1996). Neste
trabalho, a menor susceptibilidade de alho porró a tripes e ferrugem
em sistema de consórcio foi atribuída à “qualidade da planta” (trocas
fisiológicas no metabolismo). Os autores observaram que a
densidade de inimigos naturais foi muito baixa. Ainda no mesmo
52
trabalho, embora o consórcio apresentasse menor nível de
problemas fitossanitários e consequentemente maior qualidade
comercial do alho-porró produzido, houve redução da produtividade
pela competição entre plantas. Os autores sugerem ser necessário o
agricultor aceitar a perda na produtividade para produzir sem o uso
de agrotóxicos. O uso de cultivares apropriadas para consórcio e
capinas nas entrelinhas foram sugeridos pelos autores para
minimizar a redução na produtividade. THEUNISSEN (1994) já
argumentava a necessidade de se desenvolver manejo de ervas
invasoras e variedades apropriadas para aumentar a viabilidade
produtiva e econômica do consórcio de hortaliças. ANDOW (1983)
levantou a importância de se quantificar a produtividade das culturas
envolvidas em condição de consórcio, pois não basta apenas
ocorrer redução de dano por insetos fitófagos, mas também
proporcionar produtividade aceitável comercialmente.
Em trabalhos com outras espécies de tripes em
ambientes diversificados o microclima gerado (KYAMANYWA &
AMPOFO, 1988) e a emissão de voláteis infuenciaram a
ocorrência do inseto (KYAMANYWA; BALIDDAWA; AMPOFO,
1993a), enquanto que a presença de inimigos naturais ora exerceu
pressão sobre o inseto (LETOURNEAU, 1990), foi não significativa
(KYAMANYWA; BALIDDAWA; OMOLO, 1993b) ou não relatada
(POTTS & GUNADI, 1991). A densidade média de tripes, F.
53
occidentalis, foi maior em monocultivo de abóbora (Cucurbita pepo
L.) até aos 65 dias após plantio em relação ao policultivo com milho
(Z. mays) e feijão caupi (V. sinensis) (LETOURNEAU, 1990).
Segundo este autor, o predador Orius tristicolor (White) (Hemiptera:
Anthocoridae) exerceu pressão sobre F. occidentalis e colonizou
mais rapidamente parcelas em policultivo devido à maior riqueza de
microhabitats. A densidade populacional de tripes, Megalurothrips
sjostedti Trybom (Thysanoptera: Thripidae), em caupi, V.
unguiculata Walp, foi menor em condição de plantio consorciado
com milho, Z. mays, devido à menor intensidade de luz
(KYAMANYWA & AMPOFO, 1988) e substâncias voláteis exaladas
pela presença da cultura não hospedeira (KYAMANYWA;
BALIDDAWA; AMPOFO, 1993a). A densidade de predadores
generalistas não foi incrementada no consórcio milho/caupi, o que
sugere a hipótese da concentração de recursos para explicar a
redução populacional de M. sjostedti (KYAMANYWA; BALIDDAWA;
OMOLO, 1993b). Os autores sugerem que a eficiência de
predadores generalistas em controlar tripes é baixa (citam LEWIS,
1973), além do tempo de permanência de culturas anuais no campo
ser curto para o estabelecimento de inimigos naturais. A população
de tripes, T. palmi e T. parvispinus, foi maior sobre batata, S.
tuberosum, quando plantada no mesmo canteiro ou até a distância
de 0,75 m de aliáceas, cebola (A. cepa) e alho (A. sativum),
54
provavelmente houve migração dos insetos proveniente das
aliáceas adjacentes (POTTS & GUNADI, 1991).
A preferência alimentar de espécies de tripes sobre a
cultura da cebola e ervas invasoras foi estudada por DOEDERLEIN
& SITES (1993) em nível de campo no Texas. Estes autores
observaram “forte” preferência de T. tabaci por plantas de cebola,
comparado ao F. occidentalis , que embora presente na cultura não
a exibiu na mesma intensidade. F. occidentalis foi observado em
maior grau sobre as invasoras Salvia sp., Amaranthus palmeri Wats
e Kochia scoparia (L.) Schard em ordem descendente de
preferência. Porém, ambas espécies de tripes foram encontradas
sobre as ervas invasoras anteriormente mencionadas. Os autores
sugeriram que a eliminação de invasoras, embora possa não
influenciar a incidência de T. tabaci sobre cebola, pode favorecer a
migração do polífago F. occidentalis para a cultura. Convém
ressaltar que, nos trabalhos citados anteriormente, os autores em
geral desconsideraram que o encontro do hospedeiro por tripes
pode ser diminuído pelo efeito de barreira mecânica, além do
deslocamento do inseto ser influenciado pelo vento, como
constatado por YUDIN et al. (1991).
1.3.4 Diversidade vegetal e sua relação com hábito alimentar de
insetos, e sistemas anuais e perenes
55
A maioria dos trabalhos relatam maior densidade
populacional de insetos polífagos em ambientes diversificados
quando estes possuem maior número de espécies hospedeiras,
enquanto que os monófagos ocorrem em menor densidade
(ANDOW, 1991). Neste caso, a concentração de recursos
condicionaria a densidade de insetos, pois inimigos naturais atuam
indistintamente sobre monófagos ou polífagos, porém ambos fatores
podem ocorrer simultaneamente regulando a dinâmica dos insetos
(ANDOW, 1990, 1991). O comportamento e bioecologia dos
polífagos podem influenciar a densidade populacional em
ambientes diversificados. ANDOW (1991) divide os polífagos em
dois grupos quanto a estas características : 1) sequenciais (alternam
gerações em diferentes hospedeiros), 2) simultâneos (numa mesma
geração alimenta-se de diferentes hospedeiros). Desta forma,
segundo ANDOW (1991), os polífagos sequenciais seriam
beneficiados quando alcançam sucesso na imigração e para obter
gerações futuras estariam mais vulneráveis, a qualidade,
disponibilidade do hospedeiro e microclima. Enquanto os polífagos
simultâneos poderiam ser prejudicados caso haja dificuldade de
movimentar-se, uma vez que necessitam migrar de diferentes
hospedeiros para se alimentar.
56
A incidência do crisomelídeo, Diabrotica virgifera
virgifera (LeConte), foi superior em milho, Z. mays L., em plantio em
faixa com soja, G. max, principalmente em sistema de plantio
convencional que direto (TONHASCA JR. & STINNER, 1991). Neste
trabalho o inseto ovipositou sobre ambas culturas, o que favoreceu o
incremento populacional. Portanto, o hábito polífago de D. virgifera
virgifera favoreceu o estabelecimento em sistema de consórcio.
Segundo ANDOW (1983, 1991) maior densidade
populacional de herbívoros tem sido relatada em sistemas
diversificados perenes, porque estes são mais facilmente
localizados que os anuais. Porém, segundo ANDOW (1991) para
insetos polífagos a densidade populacional geralmente tende a ser
maior em plantios anuais, que em perenes, devido à maior pressão
de inimigos naturais nestes últimos.
1.4 A atuação de sirfídeos como predadores
Os dípteros da família Syrphidae geralmente são
citados como predadores de homópteros (pulgões, cochonilhas e ou
cigarrinhas). LEAL; OLIVEIRA; SMITH (1976) relataram os sirfídeos
Toxomerus watsoni Curran, T. laciniosus (Loew), próximos às
árvores de citros colonizadas pelo afídeo, Toxoptera citricidus (Kirk,
1907). As seguintes espécies de sirfídeos predadores de afídeos
57
foram observadas por CORDEIRO & CORSEIUL (1998) em
levantamento baseado em pesquisa bibliográfica e coleções de
museus do Rio Grande do Sul: Allograpta exotica (Wiedemann,
1830), Ocyptamus gastrostactus (Widemann, 1830), Pseudodorus
clavatus (Wiedemann, 1830), Toxomerus tibicen (Wiedemann,
1830), e Xanthandrus bucephalus (Wiedemann, 1830). Porém, há
relatos de sirfídeos como predadores de tripes. GONÇALVES &
GONÇALVES (1976) observaram o sirfídeo Ocyptamus zenia
(Curran) (= Baccha livida auct., nec Schiner) predando o tripes do
ficus, Gynaikothrips ficorum (Marchal) (Thysanoptera:
Phloeothripidae), em folhas de Ficus retusa nitida.
A densidade populacional de sirfídeos em
levantamento de campo geralmente é relativamente baixa em
relação aos demais predadores. Em levantamento da entomofauna
em campo de produção orgânica de centeio, Secale cereale L.
(Poaceae) os sirfídeos representaram 1,6% do total de 8% para
predadores, enquanto que os insetos fitófagos foram 47%
(HRADEZTKY & KROMP, 1997). WYSS (1995) observou em Berna,
Suíça, que a presença de sirfídeos em pomar de macieira, P. malus,
restringiu-se à primavera, enquanto que predadores Araneae,
Heteroptera, Coccinellidae e Chrysopidae, ocorreram em
praticamente toda estação de desenvolvimento vegetativo.
58
O número de sirfídeos adultos, A. obliqua (Say),
Eupeodes (Metasyrphus) sp., Syrphus sp. e T. marginata (Say), foi
incrementado pelas seguintes plantas de cobertura de inverno para
uso potencial em cultivos de hortaliças e nogueira pecã, Carya
illinonensis (Wangenheim) K. Koch (Juglandaceae): tremoço azul,
Lupinus angustifolius L., trevo vesiculoso, T. vesiculosum Savi cv.
“Yuchi”, trevo encarnado, T. incarnatum L. cv. “Dixie”, e ervilhaca
“Cahaba White” (Vicia sativa L. x V. cordata Wulf), ervilhaca peluda,
V. villosa cv W67-HU-704 (Fabaceae) (BUGG; PHATAK;
DUTCHER, 1990). Estes autores, constataram que entre os
afidófagos, os sirfídeos foram menos frequentes que os
coccinelídeos. Em contraste, segundo KLOEN & ALTIERI (1990) a
taxa de predação por sirfídeos sobre o afídeo, Brevicoryne
brassicae (L.) (Homoptera, Aphididae), foi superior em brócolos,
Brassica oleracea botrytis var. Futura (Brassicaceae), associada
com a invasora B. hirta, comparada ao monocultivo, embora o
número de ovos e larvas dos predadores foi similar em ambos
sistemas de plantio.
59
2. MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram conduzidos na Estação
Experimental de Ituporanga, SC, EPAGRI (Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), situada a 475 m
de altitude, 27º22’ S de latitude e 49º35’ W de longitude, em solo
classificado como Cambissolo Húmico distrófico álico. A cultivar de
cebola utilizada em todos experimentos foi a Crioula. O
delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro
repetições.
2.1 Experimento 1
Densidade Populacional de T. tabaci, e infestação por P.
destructor, em cebola sob diferentes fontes de adubação
orgânica
Este experimento foi realizado durante o período de
28/08/98 (transplante) a 16/12/98 (colheita, duração do ciclo de 110
dias). O tamanho de parcela foi 2,8 m X 3,0 m (8,4 m2) e
espaçamento 40 X 10 cm, total de 210 plantas/parcela. As parcelas
eram distanciadas 1 m entre si.
O preparo do solo foi realizado sob plantio direto em
palhada de centeio, S. cereale, semeado anteriormente no mês de
60
maio. A máquina utilizada foi um microtrator adaptado para este fim.
Os tratamentos foram diferentes doses de adubo orgânico e
minerais como encontra-se no QUADRO1.
QUADRO1. Tratamentos com diferentes doses de nutrientes e fontes de adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.
Tratamentos
Doses de nutrientes (kg/ha)
Doses de fontes (kg/ha)
N (esterco de suíno) 75,0 15743,6
N (esterco de suíno) 37,5 7871,8
N (esterco Barriga Verde,
aves)
75,0 6023,6
N (composto orgânico) 75,0 20299,9
N (esterco de perú) 75,0 6393,5
N (húmus) 75,0 6516,4
N P K (5-20-10) 30,0 + 120,0 + 60,0 600,0
N P K (5-20-10) 60,0 + 240,0 + 120,0 1200,0
testemunha sem adubação
As doses de adubos dos tratamentos foram estimadas
baseadas na recomendação da análise de solo, exceto o tratamento
com esterco de suíno (37,5 kg/ha de N e 7871,8 kg/ha de esterco,
que corresponde a metade da dose normal), e NPK 5-20-10 (60,0 +
240,0 + 120,0 kg/ha de nutrientes NPK e 1200,0 kg/ha de adubo,
que representa o dobro da dose), com a finalidade de caracterizar
níveis extremos de fertilização orgânica e mineral. Uma vez que o
nitrogênio é, geralmente, apontado como causador de desequilíbrios
nutricionais, predispondo as plantas à incidência de doenças e
61
pragas, a determinação da quantidade de adubos orgânicos em
kg/ha foi baseada na necessidade deste nutriente para a cultura, de
acordo com a fórmula :
Quantidade de esterco/ha = (100000 x N) /(MS x NMS x 0,5);
onde N é quantidade de nitrogênio em kg/ha necessário para a
cultura da cebola; MS é o teor de matéria seca do esterco em
porcentagem; NMS quantidade de nitrogênio em g por kg de matéria
seca do esterco; e 0,5 é o índice de liberação de nitrogênio pelo
esterco (50% no primeiro ano de aplicação), para P considera-se
0,6, (adaptado de COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC,
1994), e análise de solo (QUADRO 2). A análise de nutrientes dos
adubos orgânicos foi realizada pelo Laboratório de Fisiologia e
Nutrição Vegetal da Estação Experimental de Caçador, SC, EPAGRI
(QUADRO 3).
O composto orgânico foi proveniente de resíduos culturais de
cebola, esterco de suíno, capim-cameroon, Pennisetum
clandestinum Hochst. ex. Chiov., e o húmus foi obtido de esterco de
suíno. Os adubos orgânicos foram espalhados manualmente sobre
a superfície do solo, enquanto as fontes minerais foram
incorporadas com microtrator adaptado para plantio direto.
62
QUADRO 2. Análise de solos da área experimental realizada pelo
Laboratório de Análise de Solos, Estação Experimental de
Ituporanga, EPAGRI, 1998.
pH
(água)
pH
(SMP)
P
(mg/kg)
K
(mmolc
dm3)
M.O
(g/Kg)
Al
(mmolc
dm3)
Ca
(mmolc
dm3)
Mg
(mmolc
dm3)
Argila
(g/kg)
6,3 A 6,1 A 25,5
A
1 MB 50 M 0,0 74 A 38 A 330
OBS: A, MB, M respectivamente níveis alto, muito baixo e médio,
segundo COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC, 1994.
63
QUADRO 3. Níveis de nutrientes de diferentes fontes
orgânicas de adubação. EPAGRI, 1998.
Nutrientes
Fontes de adubo orgânico
suíno Barriga composto húmus perú
Verde
MS* 27,30 93,97 36,40 61,22 79,80
N1 34,90 26,50 20,30 37,60 29,40
P1 23,60 15,80 14,70 26,60 20,80
K1 1,80 15,0 3,40 7,20 25,40
Ca1 52,80 64,60 29,00 58,00 31,00
Mg1 4,20 15,60 5,00 6,40 8,20
Fe2 3822,00 10740,0 8686,0 6008,00 7230,0
Mn2 368,00 636,00 318,00 634,00 574,00
Zn2 650,00 298,00 244,00 990,00 468,00
Cu2 596,00 108,00 232,00 734,00 112,00
B2 31,00 53,00 34,00 42,00 58,00
OBS: 1 e 2, respectivamente quantidade de nutrientes em g/kg
e mg/Kg(ppm) de matéria seca (MS*, em %) do adubo; análises realizadas
pelo Laboratório de Fisiologia e Nutrição Vegetal da Estação Experimental
de Caçador, SC, EPAGRI, exceto matéria seca pelo Laboratório de
Análise de Solos Estação Experimental de Ituporanga, SC, EPAGRI.
64
A amostragem de tripes foi realizada a campo pela
contagem semanal do número de ninfas com auxílio de lupa manual
(75 mm de diâmetro, marca Classic Magnifier), em todas as folhas
em 5 plantas/parcela ao acaso. As datas de avaliação foram 14/10
(47dias após transplante, DAT), 21/10 (54 DAT), 28/10 (61 DAT),
04/11 (68 DAT), 11/11 (75 DAT), 19/11 (83 DAT), 25/11 (89 DAT) e
02/12/1998 (96 DAT).
A amostragem de infestação por míldio, P. destructor,
realizou-se pela determinação semanal do percentual de folhas
infectadas por míldio (número de folhas infectadas pelo
fungo/número total de folhas X 100) em 1 m linear/parcela escolhido
ao acaso. O controle de invasoras foi realizado com enxada até a
primeira semana de novembro.
A análise de nutrientes foliares foi realizada no
Laboratório de Fisiologia e Nutrição Vegetal da Estação
Experimental de Caçador, SC, EPAGRI, em amostras de 5
plantas/parcela, após a secagem em estufa a 60° C. As datas de
coleta de amostras e respectivos dias após transplante (DAT) foram:
14/10 ( 47 DAT), 11/11 (75 DAT) e 02/12/1998 (96 DAT).
A amostragem para produtividade realizou-se pela
colheita de 60 bulbos ao acaso por parcela. Os bulbos foram
classificados pelo diâmetro de acordo com aceitação para o
mercado (classe 1 ≤ 3,5 cm; classe 2 > 3,5 até 5 cm; classe 3 > 5
65
até 7cm; classe 4 > 7 até 9 cm, classe 5 > 9 cm). Apenas a
produtividade comercial (bulbos de classes 2 a 5) foi considerada
para avaliação.
Os dados para análise estatística em geral foram
previamente submetidos ao teste de Bartlett para verificar a
homogeneidade de variâncias e definir a aplicação de métodos
paramétricos ou não paramétricos. Geralmente após a
transformação de dados foi possível realizar a análise de variância
paramétrica. O número médio de T. tabaci foi transformado para
log (x + 0,5). A porcentagem de infestação por P. destructor foi
transformada por arco seno x + 0,5. As médias foram comparadas
respectivamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Os percentuais foliares de nutrientes e produtividade
foram submetidos a análise de variância sem transformação de
dados. O coeficiente de correlação de Spearman (r), determinação
(r2), e análise multivariada com regressão múltipla (“proceeding
stepwise” do programa estatístico SAS) foram aplicados entre a
incidência de T. tabaci, P. destructor, e níveis foliares de nutrientes.
66
2.2 Experimento 2
Densidade Populacional de T. tabaci, e infestação por P.
destructor, em cebola sob diferentes fontes minerais de
adubação
O experimento foi conduzido entre o período de
01/09/98 (transplante) a 16/12/98 (colheita, ciclo de 106 dias).
Os tratamentos constaram de diferentes níveis de
nutrientes fornecidos por adubação mineral, e as testemunhas
foram doses de esterco de suíno associadas com fosfato natural
(para suprir nitrogênio e fósforo de acordo com análise de solo) e
ausência de adubação. As dosagens foram determinadas com nível
normal de adubação pela análise de solo (segundo COMISSÃO de
FERTILIDADE do SOLO RS/SC, 1994, QUADRO 4) e
superdosagem (três vezes a dose normal). Nos tratamentos com
adubação orgânica (esterco de suíno + fosfato natural), além da
dosagem normal e superdosagem, incluiu-se uma terceira com
metade da dose normal. O cálculo da quantidade/ha e análise do
esterco de suíno, segue o mesmo padrão de determinação do
experimento 1 (vide item 2.1). Os tratamentos encontram-se no
QUADRO 5. As fontes de adubação química de N, P2O5 e K20 e
teores de nutrientes nos adubos foram respectivamente, uréia
67
(44%), superfosfato triplo (41%) e cloreto de potássio (58%). O
fosfato natural utilizado foi GAFSA® com P2O5 total de 28%, e
solúvel de 9%, e teor de Ca de 34%.
QUADRO 4. Análise de solos da área experimental realizada pelo
Laboratório de Análise de Solos, Estação Experimental de
Ituporanga, EPAGRI, 1998.
pH
(água)
pH
(SMP)
P
(mg/Kg)
K
(mmolc
dm3)
M.O
(g/Kg)
Al
(mmolc
dm3)
Ca
(mmolc
dm3)
Mg
(mmolc
dm3)
Argila
(g/Kg)
5,1 B 5,0 MB 21,5 A +3,9 A 62 A 9 A 79 A 53 A 300
OBS: A, MB, respectivamente níveis alto e muito baixo ,
segundo COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC,
1994.
QUADRO 5. Tratamentos com diferentes doses de nutrientes e fontes de
adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.
68
Tratamentos
Doses de nutrientes (kg/ha)
Doses de fontes (kg/ha)
N P2 O5 K2 0 (5-20-10) 30,0 + 120,0 + 60,0 600,0
N P2 O5 K2 0 (5-20-10) 90,0 + 360,0 + 180,0 1800,0
N (uréia) 75,0 170,5
N (uréia) 225,0 511,5
P2 O5 (super triplo) 80,0 195,1
P2 O5 (super triplo) 240,0 585,3
K2 0 (cloreto de potássio) 60,0 103,4
K2 0 (cloreto de potássio) 180,0 310,2
N + P2 O5 (esterco de suíno + fosfato natural)
75,0 + 80,0 15743,6 + 212,7
N + P2 O5 (esterco de suíno + fosfato natural)
225,0 + 240,0 47230,7 + 638,1
N + P2 O5 (esterco de suíno + fosfato natural)
37,5 + 40,0 7871,8 + 106,4
Testemunha sem adubação
69
O tamanho de parcela, espaçamento da cultura,
métodos de amostragem para tripes, T. tabaci, míldio, P. destructor,
análise foliar de nutrientes e produtividade, bem como análise
estatística foram similares ao experimento 1. As datas de avaliação
para tripes e míldio com respectivos dias após transplante (DAT),
foram: 15/10 (44 DAT), 22/10 (51 DAT), 29/10 (58 DAT), 05/11 (65
DAT), 12/11 (72 DAT), 20/11 (80 DAT), 26/11 (86 DAT) e
03/12/1998 (93 DAT). As coletas para análise foliar foram
realizadas em: 15/10 (44 DAT), 12/11 (72 DAT) e 03/12/1998 (93
DAT).
2.3 Experimento 3
Densidade Populacional de T. tabaci e sirfídeos predadores em
cebola em monocultivo e associada com outras espécies
vegetais.
O experimento foi realizado entre o período de
27/08/98 (transplante) a 16/12/98 (colheita, ciclo 111 dias). O
tamanho das parcelas foi de 5,6 m x 6,0 m (33,6 m2), total de 560
plantas/parcela, e o espaçamento foi de 40 cm X 15 cm. Entre
parcelas havia um isolamento de 2 m. A área estava previamente
com adubação verde, mucuna, Stilozobium sp., associada a milho,
70
Z. mays. O sistema de plantio foi direto como nos experimentos
anteriores. A análise de solo da área experimental, encontra-se no
QUADRO 6. A adubação da cultura da cebola de acordo com
COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC (1994) foi de
11545,3 Kg/ha de esterco de suíno (análise do esterco no
QUADRO 3, vide fórmula no item 2.1 para cálculo da quantidade de
esterco/ha) para suprir nitrogênio (55 Kg/ha), a fim de se evitar
desequilíbrio nutricional e predispor a cultura a doenças e pragas, e
o fósforo (50 Kg/ha de P2O5) foi complementado pela adição de
59,7 Kg/ha de fosfato natural de GAFSA® (utilizado no experimento
2).
QUADRO 6. Análise de solos da área experimental realizada pelo
Laboratório de Análise de Solos, Estação Experimental de
Ituporanga, EPAGRI, 1998.
pH
(água)
pH
(SMP)
P
(mg/Kg)
K
(mmolc
dm3)
M.O
(g/Kg)
Al
(mmolc
dm3)
Ca
(mmolc
dm3)
Mg
(mmolc
dm3)
Argila
(g/kg)
6,1 A 5,8 M + 50 A + 3,9 A 59 A 0,0 69 A 44 A 280
OBS: A, M, respectivamente níveis alto e médio, segundo
COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC, 1994.
Os tratamentos foram: 1) Cebola em monocultivo; 2)
Cebola + trigo mourisco, Fagopyrum esculentum Moench
71
(Poligonaceae); 3) Cebola + nabo forrageiro, Raphanus sativus L.
var. oleiferus Metzg., (Brassicaceae), 4) Cebola + cenoura, D.
carota, cv. Nantes e cv. Brasília, respectivamente nas laterais
direita e esquerda da parcela; 5) Cebola + milho (Z. mays), super
precoce híbrido Pioneer® 3072; 6) Cebola + rúcula (Eruca sativa)
(Brassicaceae) na lateral direita da parcela + vegetação espontânea
na lateral esquerda. As linhas centrais da parcela (3,2 m) foram
ocupadas com cebola, e as 6 linhas laterais (1,2 m de cada lado)
em bordadura foram destinadas às culturas em consórcio (vide
FIGURA 2).
5,6 m 5,6 m
1,2m
3,2 m 1,2m
cccccccccccc xx ccccc xx
cccccccccccc xx ccccc xx
6,0 m cccccccccccc 6,0 m xx ccccc xx
cccccccccccc xx ccccc xx
cccccccccccc xx ccccc xx
a b
Legenda: c = cebola x = outras espécies em bordadura FIGURA 2. Esquema de parcelas de cebola em monocultivo (a) e
associada a diferentes espécies vegetais (b).
O número de ninfas de tripes e larvas de sirfídeos
predadores foi avaliado ao acaso em 10 plantas/parcela em todas
as folhas com auxílio de lupa manual Magnifier®, 75 mm de
72
diâmetro. As datas de avaliação e respectivos dias após transplante
(DAT) foram: 06/10 (40 DAT), 13/10 (47 DAT), 20/10 (54 DAT),
27/10 (61 DAT), 03/11 (68 DAT), 10/11 (75 DAT), 17/11 (82 DAT),
24/11 (89 DAT) e 01/12/1998 (96 DAT). A identificação das
espécies de sirfídeos foi realizada comparando-se aos adultos
obtidos anteriormente por GONÇALVES (1996b) oriundos de larvas,
que completaram o ciclo em laboratório, alimentadas com afídeos
coletados em invasoras.
A avaliação de produtividade e análise estatística
seguiram metodologias adotadas para o experimento 1. O número
médio de larvas de T. tabaci, e total de larvas de sirfídeos foram
transformados para log (x + 0,5) e submetidos a análise de
variâncias e testes de médias. O coeficiente de correlação (r) e
determinação (r2 X 100) foi realizado entre número médio geral de
larvas de sirfídeos e ninfas de tripes, T. tabaci.
2.4 Variáveis climáticas e correlação com a
incidência de T. tabaci, P. destructor, e sirfídeos.
O coeficiente de correlação entre número médio de
ninfas de T. tabaci, porcentagem de infestação por P. destructor, e
variáveis climáticas (médias semanais de temperaturas média,
mínima e máxima C; média de insolação em número de horas de
73
sol/semana, e precipitação acumulada em mm/semana) foi
determinado por experimento e segue metodologia adotada no
experimento 1 (vide item 2.1). Os resultados também foram
comparados com dados climáticos normais para a Estação
Experimental de Ituporanga, SC. Os dados climáticos foram obtidos
junto ao CLIMERH (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos
Hídricos de Santa Catarina) da EPAGRI.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Experimento 1
Densidade Populacional de T. tabaci, e infestação por P.
destructor, em cebola sob diferentes fontes de adubação
orgânica
O número médio de ninfas de T. tabaci , não diferiu
entre tratamentos em nenhuma das semanas de avaliação (TABELA
1). Portanto, como constatado por OSUNA et al. (1989); MARZO et
al. (1997); BASTOS et al. (1998); SILVA et al. (1998); não
necessariamente a utilização de adubação mineral favorece a maior
densidade populacional de herbívoros, pois o efeito pode ser não
significativo ou até mesmo inferior ao adubo orgânico. A
porcentagem de folhas infectadas por P. destructor, foi tardia
(TABELA 2). A análise de variância não foi realizada em 14/10
74
devido a inexistência da doença na maioria dos tratamentos, exceto
0,5% de infestação para NPK dose normal. A incidência da doença
diferiu apenas em 19/11, quando o esterco Barriga Verde foi
superior ao composto orgânico, porém foi semelhante aos demais
(TABELA 2). O efeito de fontes orgânicas de adubação como
indutores de resistência a patógenos foi não significativo comparado
a adubação mineral como observaram MELLONI; DUARTE;
CARDOSO (1995); RAVIV et al. (1998). Portanto, a fertilização não
apresentou uma ação definida sobre a incidência do patógeno.
Porém, estes resultados contrastam com McGUIRE (1999), que
observou menor incidência de P. destructor em cebola sob
adubação orgânica comparado a mineral.
O nível de nutrientes foliares foi similar entre
tratamentos na maioria das datas de avaliação (FIGURA 3), exceto
para N em 11/11, (FIGURA 3.2) e para Fe em 02/12 (FIGURA 3.18).
Em 11/11 o teor de N foi superior para os estercos de suíno em
ambas doses, esterco Barriga Verde, e composto, em relação ao
húmus, porém não diferiram dos demais tratamentos. Na data de
2/12 o teor de Fe no composto orgânico foi superior em relação a
fórmula NPK 5-20-20 dose dupla, porém foi semelhante aos demais.
Portanto, as fontes de adubação utilizadas, com dosagens de adubo
entre normal até no máximo o dobro recomendado pela análise,
não proporcionaram diferenças significativas nos teores de
75
nutrientes foliares na maioria das avaliações que pudessem refletir
na incidência de T. tabaci e P. destructor em cebola. Deve-se
considerar também, que a área experimental estava em processo
de conversão para manejo orgânico há dois anos. Como ressaltado
por PHELAN; MASON; STINNER (1995), PHELAN (1997), os solos
com histórico de manejo orgânico apresentaram menor nível de
oviposição de Ostrinia nubilalis (Hübner) (Lepidoptera: Pyralidae) em
milho, em relação ao convencional, independente da fonte de
adubação ser química ou orgânica.
Os valores de coeficientes de correlação linear (r) e
determinação (r2
%) entre nutrientes, inseto e patógeno foram não
significativos em geral (TABELAS 3 e 4). Portanto, a relação entre
nutrientes, inseto e fungo geralmente não foi linear. A relação não
linear entre nitrogênio e artrópodos já havia sido constatada
anteriormente (WHITE, 1984; POPP; KULMAN; WHITE, 1986;
BREWER; O’NEILL; DESHON JR., 1987; RUTZ et al., 1990;
BETHKE; REDAK; SCHUCH, 1998; JOERN & BEHMER, 1998),
bem como para patógenos (BROSCIOUS; FRANK; FREDERICK,
1985). Os níveis de coeficiente de correlação foram altamente
significativos** para ocorrência de T. tabaci no fim do ciclo da
cultura (02/12/98) para K/Cu (r= -0,49**) e nas relações inversas de
nutrientes com Mn (N/Mn, r = 0,44**; P/Mn, r = 0,46**; Mg/Mn,
r = 0,45**) (TABELA 3). A relação da incidência de T. tabaci foi
76
negativa nesta data para Mn (r = -0,29), K (r = -0,38*) e positiva
para Cu (r = 0,33*) (TABELA 3). O excesso dos nutrientes N, P e
Mg em relação a Mn favoreceu a ocorrência de T. tabaci, enquanto
o aumento de K em relação a Cu diminuiu a incidência do inseto.
Convém ressaltar, que tais relações foram verificados no período de
maturação fisiológica da cultura, quando a presença do inseto entra
naturalmente em declínio e não provoca maiores danos a cultura (o
nível de dano econômico de dano nesta fase é de 30 ninfas/planta,
segundo GONÇALVES, 1997b). O potássio como indutor de
resistência a insetos e patógenos foi relatado por CHABOUSSOU
(1987), PRIMAVESI (1988) e BORTOLLI & MAIA (1994); e Mn por
CHABOUSSOU (1987). O valor de r foi significativo (*) ainda para os
seguintes nutrientes: K (em 11/11 com relação positiva para K/ZN,
e 2/12 negativa para K, K/Mg, K/B); Cu (em 2/12 positiva para Cu),
N (em 2/12 positiva para N/K), P (em 2/12 positiva para P/K) , Ca/Mn
(positiva em 2/12), Mn/Zn (negativa em 2/12) (TABELA 3).
A análise de regressão múltipla apresentou as
seguintes equações para relação entre número médio de ninfas de
tripes (y) e nutrientes: para início da infestação do inseto em 14/10
com população abaixo do nível de dano econômico (N. D. E.),
y= +10,94 -0,04xP/B (r2
%= 10,16); em 11/11, uma semana antes
do pico populacional de T. tabaci, com todos tratamentos acima do
N. D. E., y= -51,35 +0,008xK/Zn (r2
%= 13,32) +0,89xB (r2
%= 10,04)
77
+1,63xN (r2
%= 9,84); e no declínio populacional em 02/12, com
todos tratamentos abaixo do N.D.E., y= +21,32 -0,004xK/Cu
(r2
%= 23,68) +1,48xMn/Cu (r2
%= 14,09) +0,059xP/Mn (r2
%= 8,53)
-0,38xFe/B (r2
%= 6,89). A equação geral envolvendo as três datas
de amostragem foi: y= +34,22 -0,80xB (r2
%= 30,98) -0,39xFe/B
(r2
%= 5,61) -0,009xN/Zn (r2
%= 1,96).
O coeficiente de correlação (r) entre nutrientes e
infestação de P. destructor foi significativo em 2/12 para : com
relação negativa para K, K/Mg, K/Cu, Mn/Zn, N/Mg, Fe/Zn, e positiva
para Mg, Mg/Mn e Zn (TABELA 4). O efeito negativo de K/Mg,
K/Cu e Mn/Zn para o patógeno, P. destructor, ocorreu similarmente
ao observado para T. tabaci (TABELAS 3 e 4). A incidência de P.
destructor não foi correlacionada com incremento de P e N de
maneira isolada como observaram DEVELASH & SUGHA (1997),
porém similarmente a relação de K com a doença foi negativa. A
análise de regressão múltipla entre nutrientes e infestação de P.
destructor apresentou as seguintes equações: para data 11/11 com
nível de infestação máximo de 5%, y= -2,56 +9,10xP/Ca (r2%= 7,77);
para data 02/12 com o mais alto nível de infestação da doença
(13%, TABELA 2), y= -3,48 + 3,7xMg (r2%= 17,98) -0,86xFe/Zn
(r2%=14,44) +0,49xFe/Mn (r
2%= 9,88). A equação geral foi y= -17,21
+17,4xMg (r2
%= 25,31) -3,03xN (r2
%= 7,55) +5,43xN/Mg
(r2
%= 4,92) -0,07xFe/Cu (r2
%= 4,73) +0,012xN/Zn (r2
%= 3,47).
78
A generalização de N como causador de desequilíbrio
nutricional e favorecimento na ocorrência de pragas e doenças pode
não ser correto como observado por BORTOLLI & MAIA (1994), pois
a relação isolada de N apresentou valores não significativos para
incidência de T. tabaci e para P. destructor (respectivamente
TABELAS 3 e 4). O efeito positivo de N para incidência de T. tabaci
foi verificado de maneira significativa para o nutriente em excesso
em detrimento de Mn e K (relações N/Mn, e N/K), enquanto que
para P. destructor para N/Mg (data 2/12, respectivamente TABELAS
3 e 4). Os resultados contrastam daqueles obtidos por SCHUCH;
REDAK; BETHKE (1998), que observaram que a infestação de F.
occidentalis, em crisântemo, D. grandiflorum, foi favorecida por altos
níveis de adubação nitrogenada. Os resultados foram similares ao
observado por VOS & FRINKING (1997), com efeito não significativo
de N sobre T. parvispinus , em pimenta, Capsicum spp.
(Solanaceae), porém a relação positiva de P sobre o inseto,
observada por estes autores, não foi constatada, pois a relação foi
significativamente positiva apenas para relação P/K em 02/12
(TABELA 3).
A produtividade comercial foi similar entre tratamentos
(TABELA 5). O peso médio de bulbos foi superior para esterco de
perú em relação ao composto orgânico, esterco de suíno (dosagem
normal), e húmus. O adubo químico NPK em ambas as dosagens
79
utilizadas também apresentou peso médio de bulbos superior ao
composto orgânico. Porém, nenhum tratamento proporcionou
incremento significativo no peso médio de bulbos em relação a
testemunha sem adubo (TABELA 5). Provavelmente o nível de
fertilidade da área experimental (alto teor de P e nível médio de
matéria orgânica, aliada a condição de plantio direto, QUADRO 2)
proporcionou a testemunha sem adubação apresentar níveis de
produtividade similar aos demais tratamentos.
80
TABELA 1. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.
Tratamentos
Doses de nutrientes (kg/ha)
Datas de avaliação
14/10 21/10 28/10 04/11 11/11 19/11 25 /11 02/12
N (esterco de suíno) 75,0 3,8 a 3,1 a 5,2 a 15,9 a 30,9 a 53,6 a 16,1 a 11,8 a
N (esterco de suíno) 37,5 3,8 a 3,1 a 6,5 a 17,2 a 29,9 a 47,7 a 17,6 a 16,7 a
N (esterco Barriga
Verde, aves)
75,0 1,2 a 3,1 a 9,4 a 16,1 a 36,6 a 65,1 a 12,2 a 15,0 a
N (composto orgânico)
75,0 2,5 a 4,1 a 7,6 a 14,0 a 24,6 a 59,4 a 17,7 a 12,1 a
N (esterco de perú) 75,0 2,7 a 4,0 a 6,0 a 18,5 a 35,2 a 41,8 a 17,2 a 8,3 a
N (húmus) 75,0 4,9 a 2,6 a 4,5 a 13,9 a 21,8 a 48,5 a 25,7 a 15,3 a
N P K (5-20-10) 30-120-60 3,2 a 6,4 a 9,1 a 16,7 a 29,5 a 62,0 a 20,6 a 10,7 a
N P K (5-20-10) 60-240-120 2,8 a 6,3 a 6,8 a 18,8 a 36,1 a 61,2 a 22,9 a 13,9 a
testemunha sem adubação
3,4 a 7,0 a 5,0 a 20,4 a 22,0 a 53,9 a 22,0 a 16,2 a
CV% 63,5 49,8 34,1 11,7 9,3 9,1 12,6 16,9
Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise de variância foi
realizada com dados transformados para log x +0,5, porém os resultados apresentados são dados originais).
81
TABELA 2. Porcentagem de folhas de cebola, cultivar Crioula, infectadas por Peronospora destructor , sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.
Tratamentos
Doses de nutrientes (kg/ha)
Datas de avaliação
14/10* 21/10 28/10 04/11 11/11 19/11 25/11* 02/12
N (esterco de suíno) 75,0 0,0 0,0 a 0,0 a 0,8 a 0,0 a 8,6 ab 0,0 4,4 a
N (esterco de suíno) 37,5 0,0 0,9 a 1,2 a 0,7 a 1,6 a 7,3 ab 0,0 5,8 a
N (esterco Barriga
Verde, aves)
75,0 0,0 0,0 a 0,9 a 0,0 a 5,0 a 16,4 a 0,0 9,8 a
N (composto orgânico) 75,0 0,0 0,0 a 0,4 a 0,0 a 0,6 a 5,3 b 0,0 9,1 a
N (esterco de perú) 75,0 0,0 0,5 a 0,9 a 0,6 a 1,5 a 10,9 ab 0,0 13,0 a
N (húmus) 75,0 0,0 3,4 a 0,4 a 1,2 a 1,6 a 11,1 ab 0,0 8,6 a
N P K (5-20-10) 30-120-60 0,5 0,0 a 0,0 a 0,4 a 0,3 a 8,4 ab 0,0 7,5 a
N P K (5-20-10) 60-240-120 0,0 0,0 a 0,7 a 0,8 a 1,3 a 9,6 ab 0,0 6,3 a
testemunha sem adubação
0,0 0,9 a 0,4 a 0,8 a 2,3 a 7,1 ab 0,0 6,7 a
CV% 600,0 227,6 134,7 159,9 123,1 22,7 55,2
Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise devariância
foi realizada com dados transformados para arco seno √x/100, porém os resultados apresentados são dados originais). * Nas datas de avaliações de 14/10, 25/11 não foi realizada análise de variância devido a baixa incidência ou inexistência da doença.
68
TABELA 3. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2 %) entre níveis de
nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Datas de avaliação
Nutrientes
14/10
r r2 %
11/11
r r2 %
02/12
r r2 %
N 0,05 0,17 0,16 2,55 0,10 0,99 P -0,21 4,57 -0,12 1,34 0,15 2,32 K 0,02 0,03 0,29 8,64 -0,38* 14,18
Ca 0,00 0,00 -0,05 0,24 -0,09 0,74 Mg 0,09 0,81 -0,03 0,10 0,21 4,45 Fe -0,07 0,44 0,13 1,74 -0,10 0,95
Mn -0,16 2,49 0,03 0,07 -0,29 8,27 Zn 0,17 2,79 -0,25 6,34 0,00 0,00 Cu -0,26 6,75 -0,15 2,16 0,33* 10,99 B 0,12 1,50 0,21 4,21 0,19 3,46
N/P 0,20 3,97 0,17 3,02 -0,11 1,31 N/K 0,00 0,00 -0,23 5,38 0,33* 10,64
N/Ca 0,00 0,00 0,12 1,41 0,11 1,11 N/Mg -0,09 0,81 0,06 0,40 -0,17 2,98 N/Fe 0,18 3,24 -0,13 1,80 0,03 0,10 N/Mn 0,12 1,52 -0,11 1,16 0,44** 19,58 N/Zn 0,00 0,00 0,27 7,26 0,02 0,05 N/Cu 0,14 1,84 0,24 5,67 -0,19 3,76 N/B -0,14 1,95 -0,12 1,37 -0,20 4,11 P/K -0,13 1,81 -0,30 8,72 0,38* 14,27
P/Ca -0,19 3,65 -0,02 0,05 0,17 2,90 P/Mg -0,19 3,54 -0,08 0,59 0,01 0,02 P/Fe 0,12 1,41 -0,22 4,72 0,14 1,89 P/Mn 0,05 0,21 -0,15 2,37 0,46** 21,14
P/Zn -0,11 1,26 0,23 5,25 0,13 1,72 P/Cu 0,05 0,20 0,15 2,37 -0,05 0,22 P/B -0,32 10,16 -0,19 3,43 -0,12 1,36
K/Ca 0,00 0,00 0,25 6,14 -0,25 6,41 K/Mg -0,04 0,18 0,18 3,13 -0,34* 11,39 K/Fe 0,16 2,57 0,08 0,60 -0,17 2,79 K/Mn 0,14 1,83 0,00 0,00 0,18 3,21 K/Zn 0,00 0,00 0,36* 13,32 -0,22 5,01 K/Cu 0,14 1,99 0,32 10,19 -0,49** 23,68 K/B -0,07 0,47 0,03 0,07 -0,40* 15,79
Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1%
de probabilidade.
69
Continuação da TABELA 3.
Datas de avaliação
Nutrientes
14/10
r r2 %
11/11
r r2 %
02/12
r r2 %
Ca/Mg -0,07 0,56 -0,04 0,18 -0,28 7,87 Ca/Fe 0,17 2,95 -0,18 3,18 0,02 0,04 Ca/Mn 0,10 1,10 -0,11 1,26 0,35* 12,38
Ca/Zn 0,00 0,00 0,21 4,43 0,00 0,00 Ca/Cu 0,11 1,22 0,15 2,39 -0,24 5,71 Ca/B -0,15 2,15 -0,11 1,17 -0,23 5,52
Mg/Fe 0,21 4,49 -0,18 3,20 0,08 0,67 Mg/Mn 0,13 1,69 -0,16 2,56 0,45** 20,01 Mg/Zn 0,03 0,07 0,22 4,64 0,08 0,68 Mg/Cu 0,16 2,59 0,23 5,27 -0,15 2,18 Mg/B -0,03 0,07 -0,15 2,23 -0,07 0,56 Fe/Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 1,25 Fe/Zn -0,11 1,26 0,23 5,23 -0,04 0,13 Fe/Cu -0,01 0,01 0,18 3,42 -0,08 0,63 Fe/B -0,10 1,10 -0,03 0,08 -0,20 3,84
Mn/Zn -0,14 1,96 0,09 0,88 -0,35* 12,14 Mn/Cu 0,07 0,49 0,10 1,06 -0,21 4,53 Mn/B -0,20 3,88 -0,13 1,69 -0,30 9,09 Zn/Cu 0,15 2,15 0,01 0,01 -0,03 0,08 Zn/B 0,11 1,29 -0,29 8,24 -0,13 1,75 Cu/B -0,29 8,24 -0,13 1,68 0,27 7,32
70
TABELA 4. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2
%) entre níveis de nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Peronospora destructor. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Nutrientes Datas de avaliação
11/11
r r2 %
02/12
r r2 %
N -0,05 0,24 -0,07 0,49 P 0,08 0,67 -0,20 3,91 K 0,11 1,24 -0,35* 12,27
Ca -0,19 3,71 0,10 1,06 Mg -0,26 6,95 0,42* 17,98 Fe 0,00 0,00 -0,10 1,08
Mn 0,13 1,73 -0,28 8,04 Zn -0,09 0,80 0,33* 10,86 Cu 0,08 0,62 0,07 0,46 B -0,08 0,63 -0,07 0,47
N/P -0,12 1,41 0,20 4,19 N/K -0,13 1,71 0,31 9,56
N/Ca 0,19 3,69 -0,14 1,94 N/Mg 0,23 5,27 -0,39* 15,45 N/Fe -0,08 0,57 0,05 0,29 N/Mn -0,20 4,05 0,28 7,56 N/Zn 0,10 0,92 -0,21 4,52 N/Cu -0,04 0,16 -0,18 3,11 N/B 0,03 0,08 0,06 0,32 P/K -0,08 0,59 0,09 0,88
P/Ca 0,28 7,77 -0,19 3,53 P/Mg 0,22 5,00 -0,31 9,52 P/Fe -0,02 0,03 -0,04 0,15
P/Mn -0,18 3,38 0,15 2,34 P/Zn 0,19 3,79 -0,31 9,59 P/Cu 0,02 0,03 -0,24 5,61 P/B 0,06 0,33 -0,10 0,93
K/Ca 0,22 4,95 -0,30 8,75 K/Mg 0,18 3,06 -0,37* 13,42 K/Fe 0,01 0,01 -0,15 2,21 K/Mn -0,15 2,12 0,00 0,00 K/Zn 0,18 3,28 -0,30 9,13 K/Cu 0,02 0,03 -0,39* 15,53 K/B 0,07 0,55 -0,20 3,85
Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de
T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.
71
Continuação da TABELA 4.
Nutrientes Datas de avaliação
11/11
r r2 %
02/12
r r2 %
Ca/Mg 0,00 0,00 -0,26 7,00 Ca/Fe -0,16 2,41 0,12 1,39 Ca/Mn -0,20 4,17 0,32 10,42 Ca/Zn 0,00 0,00 -0,12 1,56 Ca/Cu -0,09 0,89 -0,11 1,30 Ca/B -0,04 0,19 0,10 1,04
Mg/Fe -0,19 3,43 0,20 3,88 Mg/Mn -0,24 5,64 0,41* 16,79 Mg/Zn -0,03 0,10 0,00 0,00 Mg/Cu -0,13 1,80 -0,03 0,07 Mg/B -0,07 0,48 0,29 8,34 Fe/Mn -0,13 1,79 0,13 1,69 Fe/Zn 0,08 0,68 -0,34* 11,25 Fe/Cu -0,01 0,02 -0,15 2,11 Fe/B 0,04 0,18 -0,08 0,64
Mn/Zn 0,17 2,75 -0,34* 11,88 Mn/Cu 0,05 0,26 -0,22 4,90 Mn/B 0,07 0,48 -0,15 2,36 Zn/Cu -0,12 1,53 0,06 0,35 Zn/B -0,07 0,54 0,22 4,95
Cu/Zn 0,14 1,98 0,01 0,01 Cu/B 0,06 0,37 0,10 0,96
72
TABELA 5. Produtividade comercial média e peso médio de bulbos de cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Tratamentos
Doses de nutrientes
(Kg/ha)
Produtividade
(t/ha)
Peso médio de bulbos
(g)
N (esterco de suíno) 75,0 12,9 a 58,1 abc
N (esterco de suíno) 37,5 12,2 a 54,4 bc
N (esterco Barriga Verde, aves)
75,0 13,9 a 62,8 abc
N (composto orgânico) 75,0 11,6 a 52,2 c
N (esterco de perú) 75,0 16,9 a 71,9 a
N (húmus) 75,0 12,0 a 55,6 bc
N P K (5-20-10) 30-120-60 15,6 a 68,8 ab
N P K (5-20-10) 60-240-120 15,7 a
69,2 ab
testemunha sem adubação 12,0 a 55,8 abc
CV% 17,6 11,0
OBS: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
73
3.2 Experimento 2
Densidade Populacional de T. tabaci, e infestação por P. destructor, em
cebola sob diferentes fontes minerais de adubação
A incidência de T. tabaci foi relativamente baixa entre 15/10 a
29/10/98, tornando-se próxima ao nível de dano econômico (segundo
GONÇALVES 1997, 15 ninfas/planta antes da bulbificação), apenas a partir de
5/11/98 para esterco de suíno na dosagem mais alta (TABELA 6). O número
médio de ninfas de T. tabaci foi superior em 05/11 para dosagem tripla de
esterco de suíno + fosfato natural em relação ao NPK 5-20-10 e P2O5 (super
triplo) em doses normais e não diferiu dos demais (TABELA 6). Os
tratamentos com adubação apresentaram níveis populacionais de T. tabaci
similares à testemunha sem adubo. Em 12/11/98 o esterco de suíno + fosfato
natural na dosagem tripla e normal e o NPK dose normal apresentaram maior
incidência de T. tabaci que N dose triplicada (TABELA 6). O nível foliar de
nutrientes diferiu apenas para N em 15/10 e P em 12/11, os demais
apresentaram níveis semelhantes entre tratamentos (FIGURA 4). No início das
avaliações (15/10) o fornecimento de N foi superior para esterco de suíno e N
mineral (uréia) em doses triplicadas em relação ao NPK dose normal, P
mineral em ambas dosagens e testemunha (Figura 4.1). Em 12/11 o nível de P
foi superior para esterco de suíno + fosfato natural em dose normal comparado
a N em dose triplicada (Figura 4.5). As diferenças entre níveis foliares de
nutrientes entre tratamentos (Figura 4) não proporcionaram efeito semelhante
na incidência de T. tabaci (Tabela 6). Este resultado contrasta com McGUIRE
(1999) que observou densidade populacional de T. tabaci superior para
74
tratamento com maior teor de N foliar, em fase de pleno desenvolvimento
vegetativo.
Convém ressaltar, que este experimento foi montado em área
com histórico convencional de manejo de solo, o que provavelmente favoreceu
a diferença entre tratamentos independente da origem da fonte de adubação
utilizada. McGUIRE (1999) em experimento montado em Ituporanga, SC, em
propriedade rural com manejo de solo convencional há dez anos, observou que
o adubo orgânico apresentou maior densidade populacional de T. tabaci em
cebola comparado ao mineral. PHELAN; MASON; STINNER (1995), PHELAN
(1997) observaram que há uma maior tendência de incidência de insetos em
solo mantido historicamente com agroquímicos comparado ao orgânico,
mesmo que a adubação utilizada no manejo da cultura seja orgânica.
A porcentagem de infestação foliar por míldio foi similar enre
tratamentos entre 15/10 a 05/11 (TABELA 7). A infestação de P. destructor
apenas diferiu entre tratamentos quando ocorreu o nível mais alto de
severidade da doença na testemunha (23,1% em 12/11), com NPK 5-20-10
dose tripla superior a N dose normal (TABELA 7). Tal diferença poderia ser
atribuída a maior quantidade de N solúvel fornecida pelo NPK 5 -20-10 em
superdosagem, porém, como os níveis foliares de N foram semelhantes entre
tratamentos em 12/11 (FIGURA 4.2), descarta-se tal possibilidade.
Similar ao ocorrido no experimento 1 os valores dos coeficientes
de correlação (r) e determinação (r2
%) foram geralmente não significativos
entre nutrientes e incidência de T. tabaci e P. destructor (TABELAS 8 e 9). O
coeficiente de correlação foi altamente significativo ** no início da colonização
de T. tabaci, em 15/10, para a relação N/Mn (r = 0,42**) (TABELA 8). Em
75
15/10, r foi significativo também para Mn isoladamente (r= -0,29*) e em
relação inversa com outros nutrientes: K/Mn (r= 0,35*), Mg/Mn (r= 0,35*),
Ca/Mn (r= 0,34*), P/Mn (r= 0,33*) (TABELA 8); como observado no
experimento 1. Portanto, a incidência de T. tabaci apresentou correlação
positiva principalmente com Mn em relação inversa com outros nutrientes
(N/Mn, P/Mn, Mg/Mn, Ca/Mn, K/Mn) no início da infestação em 15/10/98
(TABELAS 6 e 8). O aumento dos níveis destes nutrientes em relação a Mn
promoveu maior densidade populacional do inseto, porém no início da
infestação com população abaixo do nível de dano econômico (TABELA 6).
Recentemente na região do Alto Vale do Itajaí, SC, tem-se observado
deficiência de Mn em plantas de cebola, principalmente pelo cultivo sucessivo
na mesma área, baixa disponibilidade do nutriente nos solos da região, pH
elevado, ausência de matéria orgânica, compactação e erosão do solo
(EPAGRI, 2000). CHABOUSSOU (1987) fez referência à importância do
manganês e sua ação na resistência da planta. Em cebola, A. cepa, o Mn
reduz a incidência de doenças fúngicas (HUBER, 1994). O manganês atua
sobre a respiração e transpiração vegetal, plantas deficientes neste nutriente
absorvem mais água (PRIMAVESI, 1982). O manganês atua ainda como
ativador de enzimas em várias reações, sobre a fotossíntese (a carência do
nutriente diminui a intensidade do processo), na formação da clorofila e
cloroplastos (MALAVOLTA et al., 1974). Na semana que antecedeu o pico
populacional de T. tabaci , 12/11 (TABELA 6), o Ca em relação inversa com
Fe (Ca/Fe, r= 0,33*) e N/Zn (r= -0,29) apresentaram níveis significativos de r
(TABELA 8). Em 3/12, no final do ciclo da cultura (maturação fisiológica das
plantas), observou-se o maior valor de r para N (r= 0,40*), N/Mg (r= 0,31*). A
76
análise de regressão múltipla entre níveis foliares de nutrientes e incidência de
T. tabaci (representado por y) apresentou as seguintes equações para início da
infestação do inseto em 15/10/98 (TABELA 6), y = -1,06 +0,017xN/Mn
(r2%= 17,63); para densidade populacional iniciando a ultrapassar o nível de
dano econômico (15 ninfas/planta antes da bulbificação, segundo
GONÇALVES, 1997), data 12/11/98, y= 14,15 +0,07xCa/Fe (r2%= 10,62); para
fase de maturação fisiológica da cultura, quando há um declínio natural da
infestação do inseto, data 03/12/98, y= -6,25 +1,17xN (r2%= 16,20)
+8,14xP/Mg (r2%= 6,96) -0,44xCa/Fe (r
2%= 7,64). A equação geral envolvendo
as três datas de amostragem apresentou a seguinte equação, y= 12,18
-0,22xMn/Cu (r2%= 21,19) +0,21xMg/Fe (r
2%= 15,43) -0,27xN (r
2%= 5,88)
+0,02xFe (r2%= 3,12) +2,86xP/Mg (r
2%= 1,62). O nitrogênio geralmente é o
nutriente com maior volume de relatos como causador de surtos populacionais
de insetos fitófagos (YEPSEN JR. 1977; PRIMAVESI, 1988; PATRIQUIN;
BAINES; ABBOUD, 1993; BORTOLLI & MAIA, 1994). A influência positiva da
fertilização com N sobre o sugador T. tabaci no final do ciclo da cultura (data
03/12, TABELAS 6 e 8) está de acordo com o levantado por STRAUSS (1987)
e LIGHTFOOT & WHITFORD (1987), que observaram surtos populacionais de
insetos sugadores devido ao excesso de N. A incidência de T. tabaci nos
experimentos 1 e 2 (respectivamente fontes orgânicas e minerais) apresentou
correlação positiva principalmente nas relações com Mn em relação inversa
(N/Mn, P/Mn, Mg/Mn, Ca/Mn) e negativa para (Mn/Zn) (TABELAS 3 e 8).
Porém, a relação de nutrientes envolvendo Mn ocorreu em períodos em que a
população do inseto estava abaixo do nível de dano econômico, na fase de
maturação fisiológica no experimento 1 (02/12, TABELA 1), ou no início da
77
infestação no experimento 2 (15/10, TABELA 6). O aumento de níveis de N, P,
Mg e Ca em relação a Mn promoveu maior densidade populacional do inseto,
enquanto que o excesso de Mn em relação a Zn diminuiu a ocorrência de T.
tabaci.
CHABOUSSOU (1987) ressaltou a importância do equilíbrio entre
macronutrientes e micronutrientes para a planta atingir um “ótimo de
proteossíntese”, processo fundamental na resistência a pragas e patógenos de
plantas (vide item 1.2.1). PRIMAVESI (1982) também salientou a necessidade
de manter níveis adequados entre macronutrientes e micronutrientes, tais
como nas relações N/Cu, P/Zn, P/Mn, P/Fe, K/B, N-NO3/Mo, N-NH4/Mn, Ca/Fe,
Ca/B, Ca/Zn. Nos experimentos com fontes orgânicas1
e minerais2, através da
análise de regressão múltipla constatou-se que a incidência de T. tabaci esteve
relacionada no início da infestação principalmente de forma negativa com P/B1,
positiva com N/Mn2 , próximo ao pico populacional foi positiva com K/Zn
1, B
1,
N1 e Ca/Fe
2 e no declínio populacional foi negativa com K/Cu
1, Fe/B
1 e Ca/Fe
2
e positiva com Mn/Cu1, P/Mn
1, N
2, P/Mg
2. Nas datas de maior infestação do
inseto a relação com nutrientes foi mais alta para relação K/Zn e Ca/Fe
(respectivamente para experimento com fontes orgânicas e minerais).
Provavelmente as relações entre os nutrientes apontados acima não estavam
em níveis “adequados” que pudessem inibir a presença de T. tabaci.
No experimento 1 (com fontes orgânicas de adubação) as
correlações entre inseto e nutriente foram significativas principalmente no fim
do ciclo (02/12/98) (TABELAS 1 e 3), enquanto que para fontes minerais
ocorreu no início do ciclo (15/10/98) (TABELAS 6 e 8). Provavelmente no
experimento 1 as relações entre nutrientes e o inseto foram significativas
78
tardiamente devido ao histórico de manejo de solo da área experimental:
plantio direto e adubação com fontes orgânicas, que são de lenta
mineralização, com disponibilidade de nutrientes vagarosa em relação aos
adubos químicos.
A correlação entre P. destructor e nutrientes apresentou valores
significativos apenas na semana de maior severidade da doença na
testemunha, 12/11 (TABELA 7) para relações com B (r= 0,29*); Mg/B
( r= -0,31*) ; e P/Zn (r= 0,30*) (TABELA 9). O efeito positivo de B com relação
a P. destructor, contrastou com resultados de GUPTA & SINGH (1995), que
observaram redução na incidência primária de míldio, S. graminicola, na
gramínea, P. glaucum, devido aos micronutrientes B, Zn e Fe. A análise de
regressão múltipla para incidência de P. destructor e sua relação com
nutrientes apresentou as seguintes equações: no início da infestação da
doença não houve relação significativa (em 15/10, TABELA 7); com pico de
severidade da doença na testemunha (em 12/11), y= -36,16 -0,16xMg/B
(r2
%= 9,72) +0,26xP/Fe (r2
%= 6,63); próxima a maturação fisiológica com
nível de infestação de P. destructor entre 5,6% a 22,6% (em 03/12), y= -20,80
-0,02xP/Cu (r2
%= 8,97). A equação geral foi y= +31,55 -0,69xN (r2
%= 20,22)
+0,014xP/Zn (r2
%= 6,73).
Através da análise regressão mútipla foi possível verificar que a
relação entre P. destructor e nutrientes para fontes orgânicas foi condicionada
de maneira positiva para Mg, Fe/Mn e P/Ca, e negativa para Fe/Zn, enquanto
que para minerais foi negativa para Mg/B, P/Cu e positiva para P/Fe. O nível
mais alto de relação patógeno nutrientes na data de maior severidade da
79
doença foi verificado para fontes orgânicas de maneira positiva com Mg e para
minerais negativa para Mg/B.
A relação entre nutrientes, T. tabaci e P. destructor, ocorreu de
forma distinta entre as fontes minerais e orgânicas, pois houve variabilidade
dos resultados entre cada data de amostragem e experimentos, portanto deve
ser considerado a complexidade entre nutrição da cultura da cebola e estes
parasitas. Para elucidar esta relação serão necessários futuros trabalhos com
determinação da marcha de absorção de nutrientes com a cultivar Crioula para
condições de solo do Alto Vale do Itajaí; investigar relações de T. tabaci e P.
destructor com substâncias mais complexas tais como nitrato; aminoácidos,
proteína, determinação da relação com enxofre, pois o nutriente é absorvido
em grandes proporções pela cultura (HAAG citado por MALAVOLTA et al.
1974) e também constituinte de vários aminoácidos.
A produtividade comercial foi superior para os tratamentos
esterco de suíno + fosfato natural na dosagem tripla e normal, NPK dose
tripla em relação a testemunha e demais tratamentos (TABELA 10). O peso
médio de bulbos foi superior a testemunha sem adubação apenas para esterco
de suíno + fosfato natural na dosagem tripla (TABELA 10). A produtividade
comercial e peso médio de bulbos foi similar tanto para adubação mineral
quanto orgânica em dose normal recomendada pela análise de solo (TABELA
10). As condições de fertilidade da área experimental com altos níveis de
macronutrientes e matéria orgânica (vide análise de solo em material e
métodos, QUADRO 6), aliado a condição de plantio direto, provavelmente
permitiram que a testemunha apresentasse níveis de produtividade similares
aos tratamentos com adubação na dose normal.
80
3.3 CONCLUSÕES dos EXPERIMENTOS 1 e 2.
A incidência de T. tabaci, diferiu entre tratamentos apenas em
solo com histórico de manejo convencional, independente da fonte de
adubação utilizada (química ou orgânica), enquanto que no orgânico não
houve diferença entre tratamentos.
A adubação mineral em relação a orgânica não necessariamente
favoreceu a incidência de T. tabaci e P. destructor .
A correlação entre nutrientes, T. tabaci e P. destructor
geralmente não foi linear .
A rápida disponibilidade de nutrientes da adubação mineral em
relação a orgânica associada ao histórico de manejo convencional do solo,
pareceu favorecer a ocorrência antecipada de correlação significativa entre
nutrientes, T. tabaci e P. destructor .
Na fase de maior densidade populacional de T. tabaci a relação
com nutrientes foi mais alta para relação K/Zn e Ca/Fe (respectivamente para
experimento com fontes orgânicas e minerais).
Nas datas de maior severidade de P. destructor houve relação
mais alta com os seguintes nutrientes: para fontes orgânicas de maneira
positiva com Mg e para minerais negativa para Mg/B.
A relação entre a nutrição da cultura da cebola e a incidência de
T. tabaci e P. destructor foi variável entre as fontes minerais e orgânicas e
envolveu vários nutrientes não sendo restrita a certos elementos, mas sim
complexa. Futuros trabalhos deverão ser desenvovidos para complementar
estas informações tais como: determinação da marcha de absorção de
81
nutrientes para a cultivar Crioula para condições de solo do Alto Vale do Itajaí,
SC; relação entre inseto e patógeno com enxofre (pois não foi verificado no
presente trabalho) e substâncias mais complexas tais como nitrato,
aminoácidos e proteínas.
A adubação orgânica em dose normal recomendada para a
cultura da cebola atingiu níveis de produtividade similares a adubação mineral.
82
TABELA 6. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.
Tratamentos
Doses de nutrientes
(kg/ha)
Datas de avaliação
15/10 22/10 29/10 05/11 12/11 20/11 26/11 03/12
NPK (5-20-10) 30-120-60 2,1 a 2,1 a 1,3 a 2,9 b 16,8 a 32,2 a 9,8 a 8,1 a
NPK (5-20-10) 90-360-180 3,1 a 4,8 a 6,3 a 3,6 ab 14,2 ab 32,4 a 8,2 a 9,1 a
N (uréia) 75,0 1,8 a 2,4 a 4,6 a 4,3 ab 13,8 ab 26,6 a 12,9 a 9,9 a
N (uréia) 225,0 0,7 a 2,2 a 3,3 a 4,9 ab 6,7 b 25,5 a 7,4 a 11,6 a
P2 O5 (super triplo) 80,0 0,6 a 1,0 a 0,4 a 2,5 b 12,5 ab 19,8 a 8,9 a 9,9 a
P2 O5 (super triplo) 240,0 3,8 a 2,2 a 2,4 a 4,3 ab 12,9 ab 26,4 a 10,7 a 9,5 a
K2 0 (cloreto de potássio)
60,0 0,6 a 0,8 a 1,7 a 4,1 ab 15,3 ab 23,0 a 11,5 a 10,3 a
K2 0 (cloreto de potássio)
180,0 0,8 a 1,3 a 2,8 a 4,6 ab 12,0 ab 22,4 a 10,6 a 9,6 a
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
75,0 + 80,0 4,0 a 0,9 a 2,2 a 4,2 ab 18,4 a 30,1 a 17,7 a 12,8 a
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
225,0 + 240,0 2,7 a 3,8 a 4,4 a 14,2 a 26,6 a 41,3 a 8,5 a 8,8 a
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
37,5 + 40,0 2,3 a 2,5 a 2,3 a 7,4 ab 15,8 ab 23,2 a 11,6 a 11,0 a
Testemunha 2,1 a 1,2 a 3,2 a 6,2 ab 13,8 ab 21,4 a 13,6 a 9,5 a
C.V (%) 177,8 144,8 89,7 40,8 14,5 9,3 17,6 19,1
Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise de variância foi realizada com dados transformados para log x +0,5, porém os resultados apresentados são dados originais).
83
TABELA 7. Porcentagem de folhas infectadas por Peronospora destructor em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.
Tratamentos
Doses (kg/ha)
Datas de avaliação
15/10 22/10 29/10 05/11 12/11 20/11 26/11 03/12
NPK (5-20-10) 30-120-60 0,5 a 2,6 a 2,0 a 1,7 a 22,9 ab 13,8 a 4,6 a 9,8 a
NPK (5-20-10) 90-360-180 0,5 a 5,3 a 6,9 a 5,0 a 36,3 a 10,5 a 11,6 a 10,0 a
N (uréia) 75,0 0,6 a 4,1 a 1,3 a 3,7 a 13,6 b 14,9 a 6,2 a 22,6 a
N (uréia) 225,0 0,0 a 3,0 a 3,0 a 2,0 a 21,4 ab 17,1 a 4,2 a 17,3 a
P2 O5 (super triplo) 80,0 0,0 a 3,3 a 2,0 a 3,3 a 19,9 ab 6,4 a 6,1 a 10,2 a
P2 O5 (super triplo) 240,0 1,4 a 0,9 a 0,9 a 0,9 a 14,7 ab 6,8 a 8,3 a 21,4 a
K2 0 (cloreto de potássio)
60,0 1,1 a 2,3 a 3,7 a 3,6 a 27,2 ab 13,0 a 15,1 a 18,6 a
K2 0 (cloreto de potássio)
180,0 0,9 a 2,3 a 1,5 a 2,2 a 14,2 ab 10,1 a 8,6 a 20,4 a
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
75,0 +180,0 0,5 a 2,4 a 1,3 a 3,8 a 19,9 ab 14,3 a 18,6 a 21,1 a
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
225,0 + 40,0 1,6 a 2,6 a 2,7 a 3,4 a 30,1 ab 10,9 a 15,0 a 5,6 a
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
37,5 + 40,0 0,0 a 2,8 a 2,7 a 7,0 a 18,9 ab 11,6 a 10,0 a 18,2 a
Testemunha 0,0 a 1,4 a 2,4 a 3,0 a 23,1 ab 9,9 a 5,7 a 13,6 a
C.V (%) 193,4 76,7 74,3 63,3 22,3 24,3 38,1 38,0
Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey (a análise de variância foi realizada com
dados transformados para arco seno √x/100, porém os resultados apresentados são dados originais).
89
TABELA 8. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2 %) entre níveis de
nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Nutrientes Datas de avaliação
15/10
r r2 %
12/11
r r2 %
03/12
r r2 %
N 0,15 2,28 -0,05 0,27 0,40** 16,20 P 0,16 2,49 0,04 0,16 0,10 0,96 K -0,02 0,03 -0,09 0,87 0,08 0,63
Ca 0,07 0,59 0,17 2,93 0,11 1,26 Mg 0,06 0,33 0,12 1,35 -0,14 2,04 Fe -0,21 4,60 -0,17 2,96 0,14 1,89
Mn -0,29* 8,14 -0,03 0,07 -0,08 0,65 Zn 0,13 1,70 0,23 5,21 -0,16 2,56 Cu 0,10 1,04 0,04 0,12 0,06 0,33 B -0,06 0,31 -0,10 0,91 0,22 4,90
N/P 0,01 0,00 -0,07 0,50 0,06 0,41 N/K 0,16 2,55 0,05 0,24 0,11 1,20
N/Ca 0,06 0,42 -0,19 3,48 -0,03 -0,10 N/Mg 0,09 0,76 -0,14 2,10 0,31* 9,48 N/Fe 0,22 4,65 0,22 4,79 0,00 0,00 N/Mn 0,42** 17,63 -0,02 0,04 0,13 1,74 N/Zn 0,01 0,01 -0,29* 8,60 0,20 4,00 N/Cu 0,09 0,79 -0,05 0,24 0,08 0,60 N/B 0,14 2,00 0,02 0,04 -0,10 0,94 P/K 0,14 2,01 0,12 1,48 0,07 0,47
P/Ca 0,08 0,58 -0,09 0,73 -0,01 0,01 P/Mg 0,09 0,85 -0,02 0,05 0,12 1,55 P/Fe 0,20 4,11 0,19 3,56 -0,08 0,64 P/Mn 0,33* 10,87 0,00 0,00 0,09 0,76
P/Zn 0,02 0,04 -0,21 4,41 0,16 2,42 P/Cu 0,07 0,55 -0,02 0,03 0,06 0,33 P/B 0,16 2,64 0,12 1,47 -0,01 0,02
K/Ca -0,09 0,82 -0,18 3,31 -0,04 0,20 K/Mg -0,03 0,07 -0,12 1,45 0,12 1,34 K/Fe 0,16 2,51 0,16 2,58 -0,11 1,19 K/Mn 0,35* 12,04 -0,05 0,22 0,09 0,89 K/Zn -0,11 1,10 -0,26 6,91 0,18 3,37 K/Cu 0,03 0,06 -0,05 0,28 0,03 0,11 K/B 0,08 0,64 -0,01 0,01 -0,13 1,74
Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.
90
Continuação da TABELA 8.
Nutrientes Datas de avaliação
15/10
r r2 %
12/11
r r2 %
03/12
r r2 %
Ca/Mg 0,04 0,19 0,14 2,00 0,16 2,43 Ca/Fe 0,19 3 50 0,33* 10,62 0,05 0,22 Ca/Mn 0,34* 11,72 0,10 1,01 0,15 2,11
Ca/Zn -0,03 0,06 -0,09 0,83 0,16 2,61 Ca/Cu 0,05 0,28 0,07 0,52 0,09 0,81 Ca/B 0,11 1,14 0,17 2,73 -0,02 0,05
Mg/Fe 0,19 3,58 0,28 8,02 -0,13 1,75 Mg/Mn 0,35* 11,97 0,04 0,18 0,02 0,05 Mg/Zn -0,05 0,27 -0,20 4,05 0,08 0,57 Mg/Cu 0,04 0,14 0,02 0,03 -0,06 0,31 Mg/B 0,11 1,13 0,09 0,76 -0,27 7,44 Fe/Mn 0,02 0,03 -0,17 2,92 0,08 0,63 Fe/Zn -0,23 5,31 -0,23 5,42 0,19 3,58 Fe/Cu -0,19 3,51 -0,16 2,55 0,07 0,56 Fe/B -0,14 1,95 -0,17 2,90 0,00 0,00
Mn/Zn -0,32* 10,19 -0,19 3,61 0,02 0,06 Mn/Cu -0,15 2,38 -0,02 0,04 -0,07 0,43 Mn/B -0,12 1,38 -0,02 0,03 -0,19 3,65 Zn/Cu 0,07 0,45 0,13 1,68 -0,13 1,69 Zn/B 0,16 2,70 0,18 3,13 -0,20 3,89 Cu/B 0,14 1,95 0,06 0,35 -0,07 0,54
Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.
91
TABELA 9. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2 %) entre níveis de
nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Peronospora destructor. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Nutrientes Datas de avaliação
15/10
r r2 %
12/11
r r2 %
03/12
r r2 %
N 0,02 0,04 0,11 1,11 -0,02 0,04 P -0,02 0,05 0,22 4,88 0,21 4,39 K -0,05 0,27 0,15 2,32 -0,01 0,02
Ca 0,00 0,00 0,05 0,26 0,04 0,18 Mg -0,03 0,12 -0,16 2,55 -0,02 0,03 Fe 0,05 0,29 0,15 2,33 -0,06 0,42
Mn -0,11 1,15 -0,09 0,80 0,25 6,15 Zn -0,13 1,61 -0,26 6,58 -0,04 0,14 Cu -0,08 0,60 -0,07 0,52 -0,13 1,79 B -0,12 1,43 0,29* 8,14 -0,04 0,14
N/P 0,00 0,00 -0,10 0,95 -0,14 2,02 N/K 0,04 0,14 -0,10 1,01 0,01 0,01
N/Ca 0,05 0,27 0,03 0,06 -0,02 0,04 N/Mg 0,06 0,32 0,22 4,87 -0,02 0,03 N/Fe -0,09 0,84 -0,02 0,05 0,06 0,41 N/Mn -0,01 0,01 0,12 1,55 -0,09 0,87 N/Zn 0,19 3,80 0,26 6,80 -0,05 0,21 N/Cu 0,05 0,27 0,02 0,04 0,10 1,06 N/B 0,17 2,95 -0,22 4,79 0,01 0,02 P/K 0,03 0,07 0,14 2,01 0,22 4,90
P/Ca 0,00 0,00 0,13 1,68 0,16 2,70 P/Mg 0,00 0,00 0,26 6,95 0,21 4,29 P/Fe -0,08 0,61 0,12 1,40 0,27 7,55 P/Mn -0,03 0,09 0,18 3,23 0,05 0,23 P/Zn 0,12 1,41 0,30* 9,11 0,08 0,63 P/Cu 0,05 0,22 0,09 0,90 0,21 4,51 P/B 0,15 2,39 -0,03 0,06 0,15 2,22
K/Ca -0,02 0,03 0,07 0,55 -0,02 0,02 K/Mg -0,01 0,01 0,21 4,55 0,00 0,00 K/Fe -0,10 1,01 0,03 0,08 0,09 0,86 K/Mn -0,03 0,08 0,15 2,34 -0,15 2,34 K/Zn 0,14 1,89 0,26 6,60 -0,05 0,25 K/Cu 0,03 0,09 0,04 0,18 0,09 0,86 K/B 0,14 2,07 -0,15 2,12 0,01 0,02
Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.
92
Continuação da TABELA 9.
Nutrientes Datas de avaliação
15/10
r r2 %
12/11
r r2 %
03/12
r r2 %
Ca/Mg 0,02 0,05 0,19 3,59 0,02 0,03 Ca/Fe -0,08 0,65 0,02 0,04 0,04 0,13 Ca/Mn -0,01 0,01 0,11 1,18 -0,01 0,01 Ca/Zn 0,18 3,28 0,24 5,89 0,00 0,00 Ca/Cu 0,07 0,50 0,03 0,07 0,05 0,23 Ca/B 0,18 3,40 -0,13 1,64 0,03 0,11
Mg/Fe -0,11 1,27 -0,12 1,50 0,07 0,56 Mg/Mn -0,02 0,05 0,02 0,03 -0,09 0,79 Mg/Zn 0,15 2,25 0,20 4,07 -0,06 0,41 Mg/Cu 0,05 0,24 -0,06 0,34 0,09 0,86 Mg/B 0,18 3,40 -0,31* 9,72 0,00 0,00 Fe/Mn 0,08 0,68 0,15 2,30 -0,19 3,73 Fe/Zn 0,09 0,85 0,27 7,47 -0,05 0,27 Fe/Cu 0,04 0,17 0,14 2,06 0,12 1,38 Fe/B 0,17 2,91 0,00 0,00 -0,05 0,24
Mn/Zn -0,01 0,01 0,06 0,39 0,03 0,07 Mn/Cu 0,01 0,02 -0,04 0,19 0,19 3,71 Mn/B 0,03 0,12 -0,18 3,10 0,11 1,19 Zn/Cu -0,05 0,21 -0,20 3,97 0,10 0,92 Zn/B 0,03 0,12 -0,28 7,67 0,00 0,00 Cu/B -0,01 0,01 -0,17 2,78 -0,04 0,17
Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.
93
TABELA 10. Produtividade comercial média e peso médio de bulbos de cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Tratamentos
Doses Produtividade (kg/ha) (t/ha)
Peso médio de bulbos
(g)
NPK (5-20-10) 30-120-60 6,3 b 41,6 b
NPK (5-20-10) 90-360-180 10,9 ab 52,7 ab
N (uréia) 75,0 8,5 b 49,4 b
N (uréia) 225,0 8,5 b 48,3 b
P2 O5 (super triplo) 80,0 5,3 b 38,7 b
P2 O5 (super triplo) 240,0 7,8 b 46,5 b
K2 0 (cloreto de potássio) 60,0 8,3 b 43,7 b
K2 0 (cloreto de potássio) 180,0 5,7 b 40,0 b
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
75,0 + 80,0 9,9 ab 50,1 b
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
225,0 + 240,0 15,3 a 66,8 a
N + P (esterco de suíno + fosfato natural)
37,5 + 40,0 8,5 b 47,1 b
Testemunha 8,1 b 40,6 b
C.V (%) 31,4 13,5
OBS: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
94
3.4 Experimento 3
Densidade Populacional de T. tabaci, e sirfídeos predadores em cebola
em monocultivo e associada com outras espécies vegetais.
A incidência de T. tabaci esteve abaixo do nível de dano
econômico, N.D.E., quinze ninfas/planta antes e 30 após bulbificar,
GONÇALVES, 1997) entre 06/10 a 27/10 (TABELA 11). A partir de 03/11 os
tratamentos cebola em monocultivo, cebola + nabo forrageiro, cebola +
cenoura ultrapassaram o N.D.E. Em 10 e 17/11, todos os tratamentos
estiveram acima de N.D.E. e retornaram abaixo deste limiar em 24/11 e 01/12
(período de bulbificação). Indiferente ao sistema de plantio os tratamentos
apresentaram níveis de ninfas de T. tabaci semelhantes, exceto em 10/11,
para a cebola + nabo forrageiro que apresentou infestação inferior a cebola +
trigo mourisco, porém não diferiu dos demais tratamentos. Os sistemas de
plantio adotados não proporcionaram impacto significativo na densidade
populacional do inseto (TABELA 11). Estes resultados diferem de UVAH &
COAKER (1984), que observaram menor densidade populacional de T. tabaci
em consórcio cebola e cenoura, porém neste trabalho o esquema de plantio
(uma linha de cenoura: uma linha de cebola) propiciou um maior efeito de
densidade de plantas que no presente trabalho (vide esquema de parcela
FIGURA 2). Porém, como observado por ANDOW (1991) cerca de 12,5% dos
trabalhos que comparam o efeito da diversidade vegetal apresentaram efeito
não significativo. A utilização de sistema de plantio direto (cobertura com
95
palhada de mucuna, Stilozobim sp. e milho (Z. mays) pode ter favorecido a
infestação similar de T. tabaci em sistema de cebola em monocultivo e
consórcio. As plantas de cobertura podem influenciar a colonização de insetos
pelo efeito visual (ALTIERI; GLASER; SCHMIDT, 1990), provocar mudanças
fisiológicas no metabolismo das plantas e induzir a resistência a pragas
(THEUNISSEN, 1994).
Os adultos de sirfídeos obtidos foram identificados anteriormente
em 1998 como, Toxomerus difficilis (Curran) por L. Marinoni, Centro de
Identificação de Insetos Fitófagos da Universidade Federal do Paraná, UFPR.
Porém, em trabalho posterior realizado no mesmo local DRIUTTI (1998)
coletou sirfídeos adultos em visita a nabo forrageiro, R. sativus, em plantio em
bordadura com cebola, que foram identificados por C. Thompson (USDA,
EUA) como Toxomerus difficilis (Curran), T. dispar (Fabricius), T. watsoni,
além de espécies de Toxomerus não identificadas. Portanto, é possível que as
larvas encontradas sobre plantas de cebola se constituam em várias espécies
de Toxomerus. Portanto serão referenciadas no presente trabalho como
Toxomerus spp.
O número médio de larvas de sirfídeos, Toxomerus spp., foi
similar entre tratamentos (TABELA 12). A correlação entre larvas de sirfídeos e
incidência de ninfas de T. tabaci foi não significativa (TABELA 13 e FIGURA 5).
Este resultado concorda com DRIUTTI (1998) que também não observou em
experimento realizado no mesmo local uma interação significativa entre presa-
predador na relação entre T. tabaci e sirfídeos em cebola. Portanto, nenhum
dos tratamentos proporcionou redução populacional de T. tabaci ou
incrementou a densidade do predador Toxomerus spp. de maneira
96
significativa. A fragmentação da paisagem e a persistência de práticas
agrícolas nocivas a inimigos naturais (aplicação de agrotóxicos, baixa
diversidade vegetal) no entorno e na própria Estação Experimental de
Ituporanga pode ter contribuído para a relativa baixa densidade populacional
de sirfídeos. Como ressaltaram ALTIERI & NICHOLLS (1999a), a
diversificação de agroecossistemas em nível de paisagem tem reflexos na
dinâmica de populações de insetos praga e inimigos naturais dentro das áreas
cultivadas. A remoção de invasoras dentro da área experimental (capina com
enxada) também pode ter contribuído para a baixa densidade populacional de
sirfídeos. As invasoras apresentam benefícios no incremento de inimigos
naturais pelo fornecimento de alimento e abrigo para oviposição,
acasalamento, reprodução (ALTIERI & WHITCOMB, 1979; ALTIERI &
LETOURNEAU, 1982; KLOEN & ALTIERI, 1990; GARCIA 1992). Embora o
valor de r fosse baixo, houve sincronia e correlação negativa entre densidade
populacional do inseto e predador (FIGURA 5). A pressão de predação foi
relativamente baixa, provavelmente, pelo fato das larvas de sirfídeos serem
polífagas. Como constatado por KYAMANYUA et al. (1993b) a eficiência de
predadores generalistas no controle de tripes é baixa. Os resultados estão de
acordo com BOOIJ & NOORLANDER (1992) que observaram, ao comparar
sistemas de manejo integrado, convencional e orgânico, que as culturas de
cebola e cenoura tiveram baixo poder de abrigar predadores, comparado a
trigo e ervilha que apresentaram estrutura vegetal para abrigá-los.
A produtividade comercial e peso médio de bulbos (TABELA 14) não
diferiu entre tratamentos. Portanto, foi possível associar cebola com outras
espécies vegetais sem redução na produtividade. A constatação de
97
THEUNISSEN & SCHELLING (1996), que o agricultor deve aceitar perdas na
produtividade para produzir sem o uso de agrotóxicos, não foi observada.
Obviamente para manter níveis de produtidade em manejo orgânico
compatíveis com o convencional deve-se trabalhar principalmente o manejo de
solo.
3.5 CONCLUSÕES DO EXPERIMENTO 3
A associação de cebola, A. cepa, com cenoura, D. carota; trigo
mourisco, F. esculentum; rúcula, E. sativa, + vegetação espontânea e nabo
forrageiro, R. sativus, não provocou diferenças significativas na incidência de
tripes, T. tabaci, e sirfídeos predadores.
A correlação entre sirfídeos predadores e a incidência de T.
tabaci foi negativa, porém não foi significativa. A pressão exercida pelos
predadores não foi suficiente para causar redução populacional significativa da
praga.
O sistema de plantio direto adotado no experimento pode ter
favorecido a infestação similar de T. tabaci e sirfídeos predadores entre cebola
em monocultivo e associação com outras espécies vegetais, pois influencia na
colonização de insetos (efeito visual), e pode provocar mudanças fisiológicas
na planta, que alteram a atratividade aos fitófagos.
A relativa “pobreza” estrutural da cultura da cebola no
fornecimento de alimento e abrigo para inimigos naturais, aliado a remoção
mecânica de invasoras na área experimental, provavelmente favoreceram a
98
baixa incidência de predadores. Além da fragmentação da paisagem no
entorno, aplicação de agrotóxicos e baixa diversidade vegetal.
A produtividade comercial e de bulbos de cebola foi similar em
sistema de monocultivo e diversificado, o que sugere ser possível adotar tais
práticas sem consideráveis perdas em rendimento.
99
TABELA 11. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, em monocultivo e associada a diferentes espécies vegetais. EPAGRI, Ituporanga, 1998.
Tratamentos
Datas de avaliação
06/10 13/10 20/10 27/10 03/11 10/11 17/11 24/11 01/12
Cebola em monocultivo 2,3 a 3,4 a 7,1 a 9,0 a 16,7 a 27,1 ab 40,7 a 20,3 a 15,3 a
Cebola + trigo mourisco 4,3 a 3,6 a 4,4 a 8,1 a 12,9 a 34,1 a 39,5 a 21,1 a 13,0 a
Cebola + nabo forrageiro 2,0 a 2,9 a 6,7 a 9,2 a 15,7 a 21,8 b 39,7 a 17,4 a 14,1 a
Cebola + cenoura 3,8 a 3,2 a 4,5 a 9,1 a 16,3 a 30,2 ab 35,3 a 24,5 a 12,9 a
Cebola + milho 2,0 a 5,1 a 5,1 a 9,5 a 14,1 a 29,1 ab 46,1 a 23,4 a 17,0 a
Cebola + rúcula + vegetação espontânea
2,7 a 1,9 a 6,5 a 10,4 a 14,2 a 32,7 ab 34,7 a 24,4 a 10,9 a
CV (%) 37,7 43,8 29,4 8,4 8,4 5,2 4,8 7,4 10,0
Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise de variância foi realizada com dados transformados para log (x + 0,5), porém os resultados apresentados são dados originais).
100
TABELA 12. Número médio de larvas de sirfídeos predadores, Toxomerus spp., em cebola em monocultivo e associada a diferentes espécies vegetais. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Tratamentos
Datas de avaliação
06/10 13/10 20/10 27/10 03/11 10/11 17/11 24/11 01/12
Cebola em monocultivo 0,03 a 0,03 a 0,05 a 0,00 a 0,05 a 0,03 a 0,03 a 0,10 a 0,00 a
Cebola + trigo mourisco 0,03 a 0,08 a 0,03 a 0,00 a 0,05 a 0,00 a 0,03 a 0,15 a 0,00 a
Cebola + nabo forrageiro 0,03 a 0,03 a 0,08 a 0,10 a 0,08 a 0,08 a 0,03 a 0,05 a 0,00 a
Cebola + cenoura 0,00 a 0,03 a 0,00 a 0,00 a 0,05 a 0,03 a 0,03 a 0,03 a 0,08 a
Cebola + milho 0,00 a 0,03 a 0,00 a 0,03 a 0,05 a 0,03 a 0,03 a 0,03 a 0,10 a
Cebola + rúcula + vegetação espontânea
0,03 a 0,05 a 0,03 a 0,00 a 0,03 a 0,08 a 0,08 a 0,10 a 0,03 a
CV (%) 11,7 18,0 14,9 19,1 17,6 10,5 13,2 26,3 12,7
Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise de variância foi realizada com dados transformados para log (x + 0,5), porém os resultados apresentados são dados originais).
101
TABELA 13. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2) entre média de
ninfas de Thrips tabaci Lind./planta, e número médio de larvas de sirfídeos predadores, Toxomerus spp./planta. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Datas de avaliação
rNS
r2
06/10 0,07 0,46 13/10 -0,09 0,78
20/10 0,22 4,84 27/10 0,12 1,44 03/11 0,10 1,06 10/11 -0,28 8,00 17/11 -0,29 8,31 24/11 -0,34 11,52 01/12 -0,05 0,23
Obs: rNS, r não difere de zero pelo teste de T respectivamente aos níveis de 5 e 1% de probabilidade.
102
FIGURA 5. Coeficiente de correlação (r) e determinação (r2 %)
entre o número médio geral de larvas de sírfideos/planta e número médio geral de ninfas de Thrips tabaci Lind./planta em cebola em monocultivo e associada com diferentes espécies vegetais. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998. NS = r não difere de zero ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de T. Tratamentos *: CEB (cebola em monocultivo); CEB + TM (cebola + trigo mourisco, Fagopyrum esculentum); CEB + Nabo (cebola + nabo forrageiro, Raphanus sativus); CEB + Cenoura (cebola + cenoura, Daucus carota); CEB + Milho (cebola + milho, Zea mays); CEB + Ruc + Veget (cebola + rúcula, Eruca sativa, + vegetação espontânea).
r = -0,29 NS r2 %= 8,36
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
CEB CEB + TM CEB +
Nabo
CEB +
Cenoura
CEB +
Milho
CEB + Ruc
+ Veget
Nú
me
ro m
éd
io g
era
l d
e l
arv
as
de
sir
fíd
eo
s/p
lan
ta
13
13,5
14
14,5
15
15,5
16
16,5
17
Nú
me
ro m
éd
io g
era
l d
e n
infa
s d
e t
rip
es
/pla
nta
Larvas de sirfídeos Ninfas de tripes
103
TABELA 14. Produtividade comercial média e peso médio de bulbos de cebola, cultivar Crioula, em monocultivo e consorciada. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.
Tratamentos
Produtividade (t/ha)
Peso médio de bulbos
(g)
Cebola em monocultivo 13,5 a 79,4 a
Cebola + trigo mourisco 13,6 a 84,5 a
Cebola + nabo forrageiro 12,5 a 77,7 a
Cebola + cenoura 12,0 a 73,4 a
Cebola + milho 12,2 a 75,4 a
Cebola + rúcula + vegetação espontânea
13,1 a 79,2 a
CV (%) 15,7 14,0
OBS: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste deTukey ao nível de 5% de probabilidade.
104
3.6 Correlação entre variáveis climáticas e incidência de T. tabaci , P.
destructor , e de predadores Toxomerus spp.
Os valores das variáveis climáticas durante a avaliação dos
experimentos 1, 2 e 3 foram respectivamente para média de temperaturas
mínima (15,2º C; 15,2º C; 15,1º C), máxima (26,3º C; 26,4º C; 25,5º C), média
(19,5º C; 19,5º C; 19,1º C); insolação acumulada (240,6 Hs.; 241,7 Hs; 258,0
Hs); precipitação acumulada (125,1 mm; 138,9 mm; 159,0 mm); umidade
relativa média (78,0%; 78,1%; 78,9%). Os dados climáticos para os meses de
outubro/novembro referente ao normal histórico para a Estação Experimental de
Ituporanga, foram similares aos observados nos experimentos para média de
temperaturas mínima (14,9º C), máxima (25,4º C), média (19,2º C) e umidade
relativa média (78,9%), porém os valores acumulados de precitação (270,4 mm)
e insolação (284,8 horas) foram menores. A densidade populacional de T. tabaci
não apresentou correlação significativa com as variáveis climáticas. Porém, a
correlação entre a incidência do inseto e temperatura geralmente foi positiva, e
para precipitação, negativa (TABELA 15). A elevação de temperatura
favoreceu o aumento da densidade populacional de T. tabaci, enquanto a
precipitação inibiu, embora não significativamente. A insolação e umidade
relativa, apresentaram correlação variável (positiva ou negativa) dependendo do
experimento, mas também de maneira não significativa.
O número médio de larvas de sirfídeos, Toxomerus spp.,
apresentou correlação significativa apenas com precipitação, r= -0,78**
105
(TABELA 15). Portanto, a precitação apresentou efeito negativo sobre a
debnsidade populacional de larvas de Toxomerus spp..
A porcentagem de infestação de folhas pelo fungo, P. destructor,
apresentou correlação positiva com temperatura mínima no experimento 1, com
valor de r= 0,76* e não significativa de maneira positiva com insolação, e
negativa para umidade relativa.
3.6.1 Conclusões sobre a relação entre variáveis climáticas e
incidência de T. tabaci , P. destructor , e de predadores Toxomerus spp.
A elevação de temperaturas mínima e média favoreceu a
incidência de T. tabaci, e a precitação acumulada inibiu, porém não de maneira
significativa.
A insolação e umidade relativa apresentaram influência variável de
acordo com o experimento e não foi possível precisar o seu efeito sobre os
componentes bióticos.
O número médio de larvas de sirfídeos, Toxomerus spp., foi
reduzido de maneira significativa pela precipitação.
A infestação de míldio, P. destructor, foi favorecida pelo incremento
da temperatura (principalmente mínima) e insolação, e negativamente para
umidade relativa e precipitação. A infestação da doença foi baixa, o que dificulta
a certeza desta relação.
106
TABELA 15. Correlação entre variáveis climáticas e incidência de Thrips tabaci (Thysanoptera : Thripidae) , Peronospora destructor , e de sirfídeos predadores, Toxomerus spp. . EPAGRI, Ituporanga, 1998.
Variáveis Biológicas Experimentos
Variáveis climáticas
T. mín.
1 T. max.
1 T. média
1 Insolação
1 Precipitação
2 UR
1
(º C) (º C) (º C) (º C) (mm) (%)
Ninfas de tripes
Experimento 1 0,32 0,14 0,23 -0,27 -0,43 -0,07
Experimento 2 0,40 0,27 0,36 -0,08 -0,41 0,06
Experimento 3 0,51 0,44 0,55 0,17 -0,49 -0,32
Porcentagem de míldio
Experimento 1 0,76* 0,55 0,63 0,22 -0,29 -0,09
Experimento 2 0,44 0,44 0,54 0,28 -0,23 -0,17
Larvas de sirfídeos
Experimento 3 -0,05 0,41 0,35 0,37 -0,78** -0,65 Obs: 1, média semanal; 2 ,soma acumulada na semana, T. = temperatura, min. = mínima, max. = máxima, UR = umidade relativa.
Obs:valor de r * e r**, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.
107
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AJUDARTE, J. C.; LUZ, E. B.; CALAFIORI, M. H. Influência da adubação
potássica no dano da vaquinha, Diabrotica speciosa (Germar, 1824), na
cultura do feijão, Phaseolus vulgaris L. Ecossistema, v. 22, p. 13-16, 1997.
AHMED, S. A.; ALI, A. W. M.; SALMAN, A. M. Effect of weed control on the
diversity and abundance in potatoes. Acta Horticulturae, v. 220, p. 417-424, 1987.
ALTIERI, M. A. How best can we use biodiversity in agroecosystems ? Outlook
on Agriculture, v. 20, n. 1, p. 15-23, 1991. ALTIERI, M. A. Bases agroecologicas para una producción agricola sustentable.
Agricultura Tecnica, v. 54, n. 4, p. 371-386, 1994. ALTIERI, M. A. Ecological impacts of industrial agriculture and the possibilities
for truly sustainable farming. Monthly Review, v. 50, p. 60-71, 1998. ALTIERI, M. A. The ecological role of biodiversity in agroecosystems.
Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 74, p. 19-31, 1999. ALTIERI, M. A.; GLASER, D. L.; SCHMIDT, L. L. Diversification of
agroecosystems for insect pest regulation: experiments with collards. In:
GLIESSMAN, S. R. (Ed.). Agroecology : researching the ecological basis for sustainable agriculture. New York: Springer-Verlag, 1990. p. 70-82. (Ecological Studies, 78).
ALTIERI, M. A.; LETOURNEAU, D. K. Vegetation management and biological
control in agroecosystems. Crop Protection, v. 1, n. 4., p. 405-430, 1982. ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. Biological control in agroecosystems through
management of entomophagous insects. In: DHALIWAL, G. S.;
HEINRICHS, E. A. (Ed.). Critical issues in pest management. Ludhiana, India: National Agricultural Technology Information Center, 1997. p. 67-86.
ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. Biodiversity, ecosystem function, and insect
pest management in agricultural systems. In: COLLINS, W. W.; QUALSET,
C. O. (Ed.). Biodiversity in agroecosystems. Boca Raton: CRC Press, 1999a. p. 69-84.
ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. Ecologically based pest management: a key
pathway to achieving agroecosystem health. In: NICHOLLS, C. I.; GARCIA,
108
M. A.; ALTIERI, M. A. (Comp.). Curso de agroecologia: workshop sobre agroecologia e desenvolvimento sustentável. Campinas: UNICAMP, 1999b. v.2, VI.6.
ALTIERI, M. A.; WHITCOMB, W. H. The potencial use of weeds in the
manipulation of beneficial insects. Hortscience, v. 14, n. 1, p. 13-18, 1979.
ANDOW, D. Effect of agricultural diversity on insect populations. In:
LOCKERETZ W. (Ed.). Environmentally sound agriculture: selected papers, 4
th Conference, International Federation of Organic Agriculture
Movements, Cambridge, Mass., August 18-20, 1982. New York: Praeger, 1983. p. 91-115.
ANDOW, D. A. Population dynamics of an insect herbivore in simple and
diverse habitats. Ecology, v. 71, n. 3, p. 1006-1017, 1990. ANDOW, D. A. Vegetational diversity and arthropod population response.
Annual Review of Entomology, v. 36, p. 561-586, 1991. ANDOW, D. A. Population density of Empoasca fabae (Homoptera: Cicadellidae)
in weedy beans. Journal of Economic Entomology, v. 85, n. 2, p. 379-383, 1992.
ANDRADE, R. C. et al. Efeito da adubação sobre os danos da larva alfinete,
Diabrotica speciosa (Germar, 1824) e sobre a produção da batata, Solanum tuberosum L. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17.,
1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p. 201.
ARAÚJO, M. C. G. P. Aspectos ecológicos e evolutivos da interação entre
animais e plantas. In: MEDEIROS, L.; ARAÚJO, M. C. G. P.; COELHO, G.
C. (Org.) Interações ecológicas e biodiversidade. Ijuí, RS: Unijuí, 1996a. p. 11-48.
ARAÚJO, M. C. G. P. Bases ecológicas do manejo integrado de pragas. In:
MEDEIROS, L.; ARAÚJO, M. C. G. P.; COELHO, G. C. (Org.) Interações
ecológicas e biodiversidade. Ijuí, RS: Unijuí, 1996b. p. 137-156. BARRETO, M.; CASTELLANI, P. D. Relações entre a nutrição mineral e a
incidência de doenças. In: SÁ, M. E.; BUZZETI, S. Importância da
adubação na qualidade dos produtos agrícolas. São Paulo: Icone, 1994. p. 45-51.
BASTOS, C. S. et al. Efeito da adubação orgânica e mineral na população de
pragas do feijão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17.,
109
1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p. 418.
BETHKE, J. A.; REDAK, R. A.; SCHUCH, U. K. Melon aphid performance on
chrysanthemum as mediated by cultivar, and differential levels of fertilization
and irrigation. Entomologia Experimentalis et Applicata, v. 88, n. 1, p. 41-47, 1998.
BJÖRKMAN, C.; LARSSON, S.; GREF, R. Effects of nitrogen fertilization on
pine needle chemistry and sawfly performance. Oecologia, v. 86, n. 2, p. 202-209, 1991.
BLUA, M. J.; TOSCANO, N. C. Bemisia argentifolii (Homoptera : Aleyrodidae)
development and honeydew production as a function of cotton nitrogen
status. Environmental Entomology, v. 23, n. 2, p. 316-321, 1994.
BOEING, G. Cebola. In: INSTITUTO CEPA. Síntese anual da agricultura de
Santa Catarina - 1998-1999. Florianópolis: Instituto Cepa/SC, 1999a. p. 39-43.
BOEING, G. Cebola: um ano que não será esquecido. Informe Conjuntural, v. 17, n. 762, p. 9-10, 1999b.
BOOIJ, C. J. H.; NOORLANDER, J. Farming systems and insect predators.
Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 40, p. 125-135, 1992. BORTOLLI, S. A.; MAIA, I. G. Influência da aplicação de fertilizantes na
ocorrência de pragas. In: SÁ, M. E.; BUZZETI, S. Importância da
adubação na qualidade dos produtos agrícolas. São Paulo: Icone, 1994. p. 53-63. 433 p.
BREWER, J. W.; O’NEILL, K. M.; DESHON JR., R. E. Effects of artificially
altered foliar nitrogen levels on development and survival of young instars of
western spruce budworm, Choristoneura occidentalis Freeman. Journal of
Applied Entomology, v. 104, p. 121-130, 1987. BROSCIOUS, S. C.; FRANK, J. A.; FREDERICK, J. R. Influence of winter,
wheat management practices on the severity powdery mildew and septoria
blotch in Pennsylvania. Phytopatology, v. 75, n. 5, p. 538-542, 1985. BRYANT, J. P. et al. Effect of nitrogen fertilization upon the secondary chemistry
and nutritional value of quaking aspen (Populus tremuloides Michx.) leaves
for the large aspen tortrix (Choristoneura conflictana (Walker)). Oecologia, v. 73, n. 4, p. 513-517, 1987.
BRUGGEN, A. H. C. van et al. The effect of cover crops and fertilization with
ammonium nitrate on corky root of lettuce. Plant Disease, v. 74, n. 8, p. 584-589, 1990.
110
BUGG, R. L.; PHATAK, S. C.; DUTCHER, J. D. Insects associated with cool-
season cover crops in Southern Georgia: implications for pest control in
truck-farm and pecan agroecosystems. Biological Agriculture and
Horticulture, v. 7, p. 17-45, 1990. BURBANO, L. E. et al. Efecto de la fertilización nitrogenada en la incidencia de
Fusarium oxysporum f. sp. dianthi y Heterodera trifolii G. en clavel.
Agronomia Colombiana, v. 7, n. 1-2, p. 61-69, 1990. CANADAY, C. H.; WYATT, J. E. Effects of nitrogen fertilization on bacterial soft
rot in two broccoli cultivars, one resistant and one susceptible to the
disease. Plant Disease, v. 76, n. 10, p. 989-991, 1992.
CHABOUSSOU,F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: a teoria da trofobiose. 2 ed. Porto Alegre: L & PM, 1987. 256 p.
CLANCY , K. M. Response of western spruce budworm (Lepidoptera:
Tortricidae) to increased nitrogen in artificial diets. Environmental
Entomology, v. 21, n. 2, p. 331-344, 1992. CLAVIJO, S. Efectos de la fertilización con nitrógeno y de diferentes niveles de
infestación por Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) sobre los
rendimientos del maiz. Revista de la Facultad de Agrononomia,
Universidad Central de Venezuela, v. 13, n. 1-4, p. 73-78, 1984. COELHO, S. A. M. P. et al. Efeito de potássio sobre a população de mosca
branca, Bemisia tabaci (Genn., 1889) em feijoeiro, Phaseolus vulgaris L. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de
Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p.197.
COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC. Recomendações de
adubação e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de
Santa Catarina. 3 ed. Passo Fundo: SBCS - Núcleo Regional Sul, 1994. 224p.
CONWAY, G. R. The properties of agroecosystems. Agricultural Systems, v. 24, p. 95-117, 1987.
COOK, R. J. Interrelationships of plant health and the sustainability of
agriculture, with especial reference to plant diseases. American Journal
of Alternative Agriculture, v. 1, p. 19-24, 1986. CORDEIRO, E. O.; CORSEIUL, E. Sirfídeos (Diptera, Syrphidae) predadores de
pulgões ocorrentes no Rio Grande do Sul. . In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111p. p.825.
111
DAANE, K. M. et al. Excess nitrogen raises nectarine susceptibility to disease
and insects. California Agriculture, v. 49, n. 4, p. 13-18, 1995. DEVELASH, R. K.; SUGHA, S. K. Factors affecting development of downy
mildew (Peronospora destructor) of onion (Allium cepa). Indian Journal of
Agricultural Sciences, v. 67, n. 2, p. 71-74, 1997. DEVÓLIO, G.; PEREIRA, M. F. A.; CALAFIORI, M. H. Diferentes adubações
orgânicas influindo no controle do ácaro rajado, Tetranychus urticae (Kock, 1836) em feijoeiro, Phaseolus vulgaris L. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111p. p.1050.
DITSCH, D. C.; GROVE, J. H. Influence of tillage on plant populations, disease
incidence, and grain yield of two soft red winter wheat cultivars. Journal of
Production Agriculture, v. 4, n. 3, p. 360-365, 1991. DOEDERLEIN, T. A.; SITES, R. W. Host plant preferences of Frankliniella
occidentalis and Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae) for onions and
associated weeds on the Southern High Pains. Journal of Economic
Entomology, v. 86, n. 6, p. 1706-1713, 1993. DOMICIANO, N. L.; OTA, A. Y.; TEDARDI, C. R. Momento adequado para
controle químico de tripes, Thrips tabaci Lindeman, 1888, em cebola,
Allium cepa L. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 22, n. 1, p. 77-83, 1993.
DÓRIA, H. S. O. et al. Determinação do nível de dano econômico de Thrips
tabaci (Thysanoptera, Thripidae) em cebola (Allium cepa). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de
Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111p. p.337.
DRIUTTI, A. A. Controle biológico de tripes na cultura da cebola pelo
cultivo de bordaduras ou entrelinhas. Disponível em: <http:/www.cca.ufsc.br/pgagr/1998.htm> Acesso em 03 nov. 2000.
EPAGRI. Sistema de produção para cebola: Santa Catarina (3. revisão). Florianópolis: EPAGRI, 2000. 91 p.
EHLERS, E. Agricultura sustentável: origens e perspectivas de um paradigma. São Paulo: Livros da Terra, 1996. 178 p.
ELMER, W. H.; LAMONDIA, J. A. Influence of ammonium sulfate and rotation
crops on strawberry black root rot. Plant Disease, v. 83, n. 2, p. 119-123, 1999.
112
ESTIARTE, M. et al. Effects of nutrient and water stress on leaf phenolic content of peppers and susceptibility to generalist herbivore Helicoverpa armigera
(Hubner). Oecologia, v. 99, n. 3-4, p. 387-391, 1994. FENNAH, R. G. Nutritional factors associated with seasonal population increase
of cacao thrips, Selenothrips rubrocinctus (Giard) (Thysanoptera) on
cashew, Anacardium occidentale. Bulletin of Entomological Research, v. 53, p. 681-713, 1963.
FERNANDES, M. C.; BORTOLLI, S. A. . Efeito da relação nitrato/amônia em
plantas de couve (Brassica oleracea L. var. acephala) sobre alguns aspectos biológicos de Brevicoryne brassicae (L. 1758) (Homoptera, Aphididae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17.,
1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p.149.
FERNANDES, M. C.; BORTOLLI, S. A.; BERLLINGIERI, P. A. . Efeito da
composição química de folhas de couve (Brassica oleracea L. var. acephala) sobre alguns aspectos biológicos de Brevicoryne brassicae (L. 1758) (Homoptera, Aphididae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p.150.
FOURNIER, F.; BOIVIN, G.; STEWART, R. K. Effect of Thrips tabci
(Thysanoptera: Thripidae) on yellow onion yields and economic tresholds
for its management. Journal of Economic Entomology, v. 88, n. 5, p. 1401-1407, 1995.
GALLI, F. et al. (Coord.) Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas v.2. São Paulo: CERES, 1980. 587 p.
GALLO, D. et al. (Coord.) Manual de entomologia agrícola. São Paulo: CERES, 1988. 649 p.
GARCIA, M. A. A comunidade de artrópodes em plantas invasoras de milharais
e sua alteração por inseticidas. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ECOLOGIA EVOLUTIVA DE HERBÍVOROS TROPICAIS, 1., Campinas.
Anais... Campinas: UNICAMP, 1988. 164 p. p. 111-112.
GARCIA M. A. Controle de plantas invasoras em agroecossistemas; os dois lados da moeda. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 3., Águas de
Lindóia. Anais... Jaguariúna: EMBRAPA - CNPDA, 1992. 312 p. p. 102.
GARCIA, M. A.; ALTIERI, M. A. Comunidade de artrópodes em sistemas
simples e diversificados: efeito do consórcio brócole - leguminosas, portadoras de nectário extra-florais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENTOMOLOGIA, 14., Piracicaba. Resumos... Piracicaba: SEB, 1993. 807 p. p. 149.
113
GLADSTONE, L. A.; MOORMAN, G. W. Pythium root rot of seeding geraniums associated with various concentrations of nitrogen, phosphorus, and
sodium chloride. Plant Disease, v. 73, n. 9, p. 733-736, 1989. GLIESSMAN, S. R. Agroecology : researching the ecological basis for
sustainable agriculture. In: . Agroecology: researching the ecological basis for sustainable agriculture. New York: Springer-Verlag, 1990. p. 3-10. (Ecological Studies, 78).
GOLLER, E.; NUNNENMACHER, L.; GOLDBACH, H. E. Faba beans as a cover
crop in organically grown hops: influence on aphids and aphid antagonists.
Entomological Research in Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 279-284, 1997.
GONÇALVES, C. R.; GONÇALVES, A. J. L. Observações sobre moscas da
família Syrphidae predadoras de homópteros. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, v. 5, n. 1, p. 3-10, 1976. GONÇALVES, P. A. S. Determinação de danos de Thrips tabaci Lind. em
cutivares de cebola. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 31, n. 3, p. 173-179, 1996a.
GONÇALVES, P. A. S. Levantamento de predadores de Thrips tabaci em
cebola. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 5., Foz do Iguaçu.
Anais ... Curitiba: COBRAFI/EMBRAPA/CNPSo, 1996b. 451 p. p. 342. GONÇALVES, P. A. S. Flutuação populacional de tripes, Thrips tabaci Lind., em
cebola em Ituporanga, Santa Catarina. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, v. 26, n. 2, p. 365-369, 1997a. GONÇALVES, P. A. S. Determinação de nível de dano econômico de Thrips
tabaci Lind., na cultura da cebola. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENTOMOLOGIA, 16., Salvador. Resumos... Salvador: SEB/EMBRAPA - CNPMF, 1997b. 400 p. p. 287.
GONÇALVES, P. A. S. Eficácia de inseticidas no controle de tripes em cebola,
1996. Horticultura Brasileira, v. 16, n. 1, p. 87-89, 1998. GONÇALVES, P. A. S.; CIOCIOLA, A. I. Ocorrência de Spodoptera frugiperda
(J. E. Smith, 1797) e Empoasca kraemeri (Ross & Moore, 1957) em milho (Zea mays L.) e feijão (Phaseolus vulgaris L.) em sistemas de monocultivo
e consorciados. Ciência e Prática, v. 15, n. 3, p. 245-251, 1991. GUPTA, G. K.; SINGH, D. Downy mildew control in pearl millet through nutrient
application. Indian Phytopatology, v. 48, n. 4, p. 439-443, 1995.
114
HEIDORN, T. J.; JOERN, A. Feeding preference and spatial distribution of
grasshoppers (Acrididae) in response to nitrogen fertilization of Calamovilfa
longifolia. Functional Ecology, v. 1, n. 4, p. 369-375, 1987. HERRMAN, T.; WIESE, M. V. Influence of cultural practices on incidence of foot
rot in winter wheat. Plant Disease, v. 69, n. 11, p. 948-950, 1985. HODA, F. M. et al. Effect of soil fertilization and density of plant on the
population of the spider mite Tetranychus cucurbitacearum Sayed on
soybean plants (Acari: Tetranychidae). Bulletin de la Societe
Entomologique d’Egypte, v. 66, p. 97-101, 1986.
HOKKANEN, H. M. Trap cropping in pest management. Annual Review of
Entomology, v. 36, p. 119-138, 1991. HONEYCUTT, C. W.; CLAPHAM, W. M.; LEACH, S. S. Crop rotation and N
fertilization effects on growth, yield, and disease incidence in potato.
American Potato Journal, v. 73, n. 2, p. 45-61, 1996. HONEK, A. The effect of plant cover and weather on the activity density of
ground surface arthropods in a fallow field. Entomologica Research in
Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 203-210,1997. HRADEZTKY, R.; KROMP, B. Spatial distribution of flying insects in a organic
rye field and an adjacent hedge and forest edge. Entomological
Research in Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 353-357, 1997. HUBER, D.M. The influence of mineral nutrition on vegetable diseases.
Horticultura Brasileira, v. 2, n. 2, p. 206-214, 1994. HUNTER, M. D.; SCHULTZ, J. C. Fertilization mitigates chemical induction and
herbivore responses within damaged oak trees. Ecology, v. 76, n. 4, p. 1226-1232, 1995.
JOERN, A.; BEHMER, S. T. Impact of diet quality on demographic attributes in
adult grasshoppers and the nitrogen limitation hypothesis. Ecological
Entomology, v. 23, n. 2, p. 174-184, 1998. KAROWE, D. N.; MARTIN, M. M. The effects of quantity and quality of diet
nitrogen on the growth, efficiency of food utilization, nitrogen budget, and metabolic rate of fifth-instar Spodoptera eridania larvae (Lepidoptera:
Noctuidae). Journal of Insect Physiology, v. 35, n. 9, p. 699-708, 1989. KIENZLE, J.; ZEBITZ, C. P. W.; BRASS, S. Floral and faunal species diversity
and abundance of aphid predators in ecological apple orchards.
Entomological Research in Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 233 -240, 1997.
115
KYTÖ, M.; NIEMELÄ, P.; LARSSON, S. Insect on trees: populations and
individual response to fertilization. Oikos, v. 75, n. 2, p. 148-159, 1996. KYAMANYWA, S.; AMPOFO, J. K. O. Effect of cowpea/maize mixed cropping
on the light at the cowpea canopy and flower thrips (Thysanoptera:
Thripidae) population density. Crop Protection, v. 7, n. 3, p. 186-189, 1988.
KYAMANYWA, S.; BALIDDAWA, C. W.; AMPOFO, J. K. O. Effect of maize
plants on colonisation of cowpea plants by bean flower thrips,
Megalurothrips sjostedti. Entomologia Experimentalis et Applicata, v. 69, n. 1, p. 61-68, 1993a.
KYAMANYWA, S.; BALIDDAWA, C. W.; OMOLO, E. Influence of
cowpea/maize mixture on generalists predators and their effect on the population density of the legume flower thrips, Megalurothrips sjostedti
trybom (Thysanoptera: Thripidae). Insect Science and its Application, v. 14, n. 4, p. 493-499, 1993b.
KLOEN, H.; ALTIERI, M. A. Effect of mustard (Brassica hirta) as a non-crop plant
on competition and insect pests in broccoli (Brassica oleracea). Crop
Protection, v. 9, n. 2, p. 90-96, 1990. LEAL, C. A.; OLIVEIRA, H. C. C.; SMITH, J. G. Syrphidae predadores dos
afídeos de Citrus spp. em Recife, PE. Anais da Sociedade Entomológica
do Brasil, v. 5, n. 2, p. 138-142, 1976. LETOURNEAU, D. K. Two examples of a natural enemy augmentation: a
consequence of crop diversification. In: GLIESSMAN, S. R. (ed.).
Agroecology: researching the ecological basis for sustainable agriculture. New York: Springer-Verlag, 1990. p. 11-29. (Ecological Studies, 78).
LEWIS, T. Thrips: their biology, ecology and economic importance. London: Academic Press, 1973. 349 p.
LIGHTFOOT, D. C.; WHITFORD, W. G. Variation in insect densities on desert
creosotebush : is nitrogen a factor ? Ecology, v. 68, n. 3, p. 547-557, 1987.
LÓPEZ, E.; FERNANDEZ, C.; LÓPEZ, O. Influencia de la fertilización
nitrogenada sobre el ataque de Diatraea saccharalis a la caña de azúcar.
Ciencias de la Agricultura, v. 12, p. 31-37, 1982. LORINI, I.; DEZORDI, J. Flutuação populacional de Thrips tabaci (Lindeman
1888) (Thysanoptera - Thripidae) na cultura da cebola. Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, v. 19, n. 2, p. 361-365, 1990.
116
MALAVOLTA, E. et al. Nutrição mineral e adubação de plantas cultivadas. São Paulo: Pioneira, 1974. 752p.
MANUWOTO, S.; SCRIBER, J. M. Differential effects of nitrogen fertilization of
three corn genotypes on biomass and nitrogen utilization by the southern
armyworm, Spodoptera eridania. Agriculture, Ecosystems and
Environment, v. 14, p. 25-40, 1985. MARZO, F. et al. Fertilization effects of phosphorus and sulfur on chemical
composition of seeds of Pisum sativum L. and relative infestation by
Bruchus pisorum L. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 45, n. 5, p. 1829-1833, 1997.
MASON, R. R. et al. Thinning and nitrogen fertilization in a grand fir stand
infested with western spruce budworm. Forest Science, v. 38, n. 2, p. 235-251, 1992.
MATSON, P. A. et al. Agricultural intensification and ecosystem properties.
Science, v. 277, p. 504-509, 1997.
MATTSON, W. J. Herbivory in relation to plant nitrogen content . Annual
Review of Ecology and Systematics, v. 11, p. 119-161, 1980. McCULLOUGH, D. B.; KULMAN, H. M. Effects of nitrogen fertilization on young
jack pine (Pinus banksiana) and on its suitability as a host for jack pine
budworm (Choristoneura pinus pinus) (Lepidoptera: Tortricidae). Canadian
Journal of Forest Research, v. 21, n. 10, p. 1447-1458, 1991.
McGUIRE, M. E. Efeitos do manejo do solo sobre fisiologia vegetal e
incidência de pragas e doenças na cebola. 1999. 62 f. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
McHUGH JR. J. J.; FOSTER, R. E. The influence of macronutrient fertilization
on diamondback moth infestation on head cabbage. Journal of Vegetable
Crop Production, v. 1, n. 2, p. 81-95, 1995. MELLONI, R.; DUARTE, K. M. R.; CARDOSO, E. J. B. N. Efeito do composto
de lixo urbano e/ou de E. M.4 (effective microorganisms) no desenvolvimento de pepino (Cucumis sativus) e no controle de fusariose.
Summa Phytopathologica, v. 21, n. 1, p. 21-24, 1995.
MENEZES SOBRINHO, J. A. Pragas do alho. Informe Agropecuário, v. 5, n. 48, p. 41-44, 1978.
MILANEZ, J. M. Estudo da entomofauna em consórcio: feijão-milho em Santa Catarina. Florianópolis: EMPASC, 1987. 16 p. (EMPASC. Comunicado Técnico, 110).
117
MONEGAT, C. Plantas de cobertura do solo: características e manejo em pequenas propriedades. Chapecó (SC): Ed. Do Autor, 1991. 337 p.
MORAES, G.J.; SILVA, C.A.D.; DELALIBERA JR., I. Substratos alternativos
para Amblyseius limonicus (Garman & McGregor) S.L., predador de Mononychellus tanajoa (Bondar). In: SIMPÓSIO DE CONTROLE
BIOLÓGICO, 3., Águas de Lindóia. Anais... Jaguariúna: EMBRAPA CNPDA, 1992. 312 p. 221 p.
MOORMAN, G. W. Increasead plant mortality caused by Pythium root rot of
Poinsettia associated with high fertilization rates. Plant Disease, v. 70, n.2, p.160-162, 1986.
NICHOLLS, C .I.; ALTIERI, M. A. Conventional agricultural development models
and the persistence of the pesticide treadmill in Latin America. International
Journal of Sustainable Development and World Ecology, v. 4, p. 93-111, 1997.
NICHOLLS, C. I.; PARRELLA, M.; ALTIERI, M.A. The effects of a vegetational
corridor on the abundance and dispersal of insect biodiversity within a northern Californian organic vineyard. In: NICHOLLS, C. I.; GARCIA, M. A.;
ALTIERI, M. A. (Comp.). Curso de agroecologia: workshop sobre agroecologia e desenvolvimento sustentável. Campinas: UNICAMP, 1999. v. 2, p. VI. 3.
OGBE, F. O.; OHIRI, A. C.; NNODU, E. C. Effect of NPK fertilization on
symptom severity of African cassava mosaic virus. International Journal of
Pest Management, v. 39, n. 1, p. 80-83, 1993. OLIVEIRA, J. V. et al. Influência do consórcio de caupi e milho na infestação de
Empoasca Kraemeri e no dano de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera, Noctuidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 11.,
Campinas. Resumos... Campinas: IAC/SEB, 1987. 563 p. p. 149. OLIVEIRA, J.V. et al. Influência do consórcio milho e caupi na infestação de
Empoasca kraemeri Ross & Moore e nos danos causados por Spodoptera
frugiperda (J.E. Smith). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 24, n. 1, p. 69-76, 1995.
ORIANS, C. M.; FRITZ, R. S. Genetic and soil-nutrient effects on the abundance
of herbivores on willow. Oecologia, v. 105, n. 3, p. 388-396, 1996. OSUNA, J. A. et al. Danos de Heliothis zea (Boddie, 1850) (Lepidoptera,
Noctuidae) sob efeito de adubos orgânico e mineral em três genótipos de
milho. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 18, p. 131-138, 1989.
118
PAHLSSON, A. M. B. Influence of nitrogen fertilization on minerals,
carbohydrates, amino acids and phenolic compounds in beech (Fagus
sylvatica L.) leaves. Tree Physiology , v. 10, n. 1, p. 93-100, 1992.
PASCHOAL, A. D. Produção orgânica de alimentos: Agricultura sustentável
para os sélucos XX e XXI: guia técnico e normativo para o produtor, o comerciante e industrial de alimentos orgânicos e naturais. Piracicaba: Adilson D. Paschoal, 1994. 191 p.
PATRIQUIN, D. G.; BAINES, D.; ABBOUD, A. Soil fertility effects on pests and
diseases. In: COOK, H. F.; LEE, H. C. (Eds.). Proceedings of the Third
International Conference on Sustainable Agriculture. London: Wye College Press, 1993. p. 161-174.
PAVARINI, R.; GRAVENA, S. Influência da cobertura verde com mentrasto,
Ageratum conyzoides, na densidade populacional de ácaros predadores e fitófagos em citros. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 4.,
Gramado. Anais... Pelotas: EMBRAPA/CPACT, 1994. 358 p. p. 178.
PEREIRA, E. B. et al. Efeito do composto orgânico na produtividade do
alho e reação a praga e patógenos. Cariacica: EMCAPA, 1987. 8 p. (EMCAPA. Comunicado Técnico, 48).
PERRIN, R. M. Pest management in multiple cropping systems.
Agroecosystems, v. 3, p. 93-118, 1977. PFEIFFER, D. G.; BURTS, E. C. Effect of tree fertilization on numbers and
development of pear psylla (Homoptera: Psyllidae) and on fruit
damage. Environmental Entomology, v. 12, n. 3, p. 895-901, 1983. PHELAN, P. L. Soil-management history and the role of plant mineral balance
as a determinant of maize susceptibility to the european corn borer.
Entomological Research in Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 25-34, 1997.
PHELAN, P. L.; MASON, J. F.; STINNER, B. R. Soil-fertility management and
host preference by European corn borer, Ostrinia nubilalis (Hübner), on Zea mays L.: A comparison of organic and conventional chemical farming.
Agriculture Ecosystems & Environment, v. 56, n. 1, p. 1-8, 1995. PHELAN, P. L.; NORRIS, K. H.; MASON, J. F. Soil-management history and
host preference by Ostrinia nubilalis: evidence for plant mineral balance
mediating insect-plant interactions. Environmental Entomology, v. 25, n. 6, p. 1329-1336, 1996.
119
PINTO, L. F. G.; CRESTANA, S. Análise dos agroecosistemas da região de São Carlos, SP. In: SEMINÁRIO REGIONAL DE ECOLOGIA, 8., 1997, São
Carlos. Anais... São Carlos: PPGERN/UFSCar, 1998. p.691-704. PINTO, J. M. et al. Níveis de adubação nitrogenada e potássica influenciando a
população de Orthezia praelonga (Hom. Ortheziidae) em tangerina poncã. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de
Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p. 467. POPP, M. P.; KULMAN, H. M.; WHITE, E. H. The effect of nitrogen fertilization
of white spruce (Picea glauca) on the yellow-headed spruce sawfly
(Pikonema alaskansis). Canadian Journal of Forest Research, v. 16, n. 4, p. 832-835, 1986.
POPP, M. P. et al. Effects of slash pine phloem nutrition on the reproductive
performance of Ips calligraphus (Coleoptera: Scolytidae). Environmental
Entomology, v. 18, n. 5, p. 795-799, 1989. POTTS, M. J.; GUNADI, N. The influence of intercropping with Allium on some
insect populations in potato (Solanum tuberosum). Annals of Applied
Biology, v. 119, n. 1, p. 207-213, 1991. POWER, A. G. Influence of plant spacing and nitrogen fertilization in maize on
Dalbulus maidis (Homoptera: Cicadellidae), vector of corn stunt.
Environmental Entomology, v. 18, n. 3, p. 494-498, 1989. PUMPHREY, F. V. et al. Influence of tillage and nitrogen fertilizer on Rhizoctonia
root rot (bare patch) of winter wheat. Plant Disease, v. 71, n. 2, p. 125-127, 1987.
PRIMAVESI, A. M. Manejo ecológico do solo: agricultura em regiões tropicais. São Paulo: Nobel, 1982. 541 p.
PRIMAVESI, A. M. Manejo ecológico de pragas e doenças. São Paulo: Nobel, 1988. 137 p.
RAVIV, M. et. al. Compost as a controlling agent against Fusarium wilt of sweet
basil. Acta Horticulturae, v. 469, p. 375-381, 1998. REUVENI, M. et al. The influence of NPK fertilization rates on susceptibility to
powdery mildew of field-grown winegrapes. Journal of Small Fruit and
Viticulture, v. 2, n. 1, p. 31-41, 1993. RIEDELL, W. E. Tolerance of wheat to russian wheat aphids: nitrogen
fertilization reduces yield loss. Journal of Plant Nutrition, v. 13, n. 5, p. 579-584, 1990.
120
ROOT, R. B. Organization of a plant arthropod association in simple and diverse
habitats: the fauna of collards (Brassica oleracea). Ecological
Monographs, v. 43, n. 1, p. 95-124, 1973. ROSSETO, D.; FLORCOVSKI, J. L.; CALAFIORI, M. H. . Influência da
fertilização na infestação de Tetranychus urticae (Koch, 1836) e Aphis gossypii (Glover, 1876) em plantas de algodão (Gossypium hirsutum L.).
Ecossistema, v. 22, p. 52-58, 1997. RUOHOMÄKI K. et al. Delayed inducible resistance in mountain birch in
response to fertilization and shade. Ecology, v. 77, n. 8, p. 2302-2311, 1996.
RUTZ, C. H. et al. Energy flow in an apple plant-aphid (Aphis pomi De Geer)
(Homoptera: Aphididae) ecosystem, with respect to nitrogen fertilization. I.
Life table analyses. Plant and Soil, v. 124, n. 2, p. 273-279, 1990. SAINI, R. K.; DAHIYA, A. S.; VERMA, A. N. Field evaluation of some
insecticides against onion thrips, Thrips tabaci (Lindeman, 1888)
(Thysanoptera: Thripidae). Haryana Agriculture University Journal
Research, v. 19, n. 4, p. 336-342, 1989. SALAS, J. Biology and life habits of the onion thrips (Thrips tabaci Lindeman).
Acta Horticulturae, v. 358, p. 383-387, 1994. SALAS, M. L.; CORCUERA, L. J.; ARGANDONA, V. H. Effect of potassium
nitrate on gramine content and resistance of barley against the aphid
Schizaphis graminum. Phytochemistry, v. 29, n. 12, p. 3789-3791, 1990. SAMPAIO, H. N.; AZEREDO, E. H.; CASSINO, P. C. R. Dinâmica populacional
do pulgão Myzus persicae (Sulzer, 1776) (Homoptera, Aphididae) no agroecossistema quiabeiro (Hibiscus esculentus L.) influenciada pelos teores de “N” e “K”. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA,
17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998a. 1111 p. p. 462.
SAMPAIO, H. N.; CASSINO, P. C. R.; PINTO, J. M. Interações tróficas de Aphis
gossypii (Hom. Aphididae) sob regime de adubações nitrogenada e potássica na cultura do quiabeiro (Abelmoschus esculentus, Malvaceae). ”. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de
Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p. 463. SCHENK, M. K.; BETTIN, A. Influence of nitrogen nutrition on powdery mildew
(Sphaerotheca fuliginea) infection and metabolism of cucumber (Cucumis sativus). In: PLANT NUTRITION: PHISIOLOGY AND APLLICATIONS. INTERNATIONAL PLANT NUTRITION COLLOQUIUM, 11., 1989,
Wageningen, Netherlands. Proceedings ... Wageningen:, M. L. B., 1990, p. 551-556.
121
SCHUCH, A.L.; BELARMINO, L.C. Efeito de espécies de plantas daninhas em
soja sobre a população de inimigos naturais. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE
BIOLÓGICO, 4., Gramado. Anais... Pelotas: EMBRAPA/CPACT, 1994. 358 p. p. 307.
SCHUCH, U. K.; REDAK, R. A.; BETHKE, J. A. Cultivar, fertilizer, and irrigation
affect vegetative growth and susceptibility of chrysanthemum to western
flower thrips. Journal of American Society for Horticultural Science, v. 123, n. 4, p. 727-733, 1998.
SHAW, M. C.; WILSON, M. C.; RHYKERD, C. L. Influence of phosphorus and
potassium fertilization on damage to alfalfa, Medicago sativa L., by the alfalfa weevil, Hypera postica (Gyllenhall) and potato leafhopper, Empoasca
fabae (Harris). Crop Protection, v. 5, n. 4, p. 245-249, 1986. SHELTON, A. M. et al. Development and use of a dynamic sequential sampling
program for onion thrips, Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae), on onions.
Journal of Economic Entomology, v. 80, n. 5, p. 1051-1056, 1987. SILVA, P. R. R. et al. Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre a
população de Phyllocnistis citrella (Lep., Gracillariidae) em tangerina poncã. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de
Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p.459. STACK, R. W.; HORST, R. K.; LANGHANS, R. W. Effects of nitrogen and
potassium fertilization on infection of florists carnation by Gibberella zeae.
Plant Disease, v. 70, n. 1, p. 29-31, 1986. STRAUSS, S. Y. Direct and indirect effects of host-plant fertilization on an insect
community. Ecology, v. 68, n. 6, p. 1670-1678, 1987. SUMAN, C. L.; WAHI, S. Sequential samplig plan for the onion thrips, (Thrips
tabaci L.). Entomon., v. 6, n. 3, p. 265-269, 1981. SZENTKIRÁLYI, F.; KOZÁR, F. How many species are there in apple insect
communities?: testing the resource diversity and intermediate disturbance
hypotheses. Ecological Entomology, v. 16, n. 4, p. 491-503, 1991. TAYLOR, M. F. J. The dependence of development and fecundity of Samea
multiplicalis on early larval nitrogen intake. Journal of Insect Physiology, v. 30, n. 10, p. 779-785, 1984.
TAYLOR, R. G. et al. Chloride, nitrogen form, lime, and planting, date effects on
take-all, root rot of winter wheat. Plant Disease, v. 67, n. 10, p. 1116-1120, 1983.
122
TEICH, A. H.; NELSON, K. Survey of fusarium head blight and possible effects
of cultural practices in wheat fields in Lambton County in 1983. Canadian
Plant Disease Survey, v. 64, n. 1, p. 11-13, 1984. THEUNISSEN, J. Intercropping in field vegetable crops: pest management by
agroecosystem diversification - an overview. Pesticide Science, v. 42, p. 65-68, 1994.
THEUNISSEN, J.; BOOIJ, C. J. H.; LOTZ, L. A. P. Effects of intercropping white
cabbage with clovers on pest infestation and yield. Entomologia
Experimentalis et Applicata, v. 74, p. 7-16, 1995. THEUNISSEN, J.; SCHELLING, G. Pest and disease management by
intercropping: suppression of thrips and rust in leek. International Journal
of Pest Management, v. 42, n. 4, p. 227-234, 1996. TONHASCA JR., A.; STINNER, B. R. Effects of strip intercropping and no-tillage
on some pests and beneficial invertebrates of corn in Ohio. Environmental
Entomology, v. 20, n. 5, p. 1251-1258, 1991. UVAH, I. I. I.; COAKER, T. H. Effect of mixed cropping on some insect pests of
carrots and onions. Entomologia Experimentalis et Applicata, v. 36, p. 159-167, 1984.
VANDERMEER, J. The ecological basis of alternative agriculture. Annual
Review of Ecology and Systematics, v. 26, p. 201-224, 1995. VANDERMEER, J. et al. Global change and multi-species agroecosystems:
concepts and issues. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 67, p. 1-22, 1998.
VANNETTI, F. Pragas da cebola e do alho. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE
VIÇOSA. Cultura da cebola. Viçosa: UFV, 1960. p. 1-2. VOS, J. G. M.; FRINKING, H. D. Nitrogen fertilization as a component of
integrated crop management of hot pepper (Capsicum spp.) under tropical
lowland conditions. International Journal of Pest Management, v. 43, n. 1, p. 1-10, 1997.
YEPSEN JR., R. B. Organic plant protection: a comprehensive reference on controlling insects and diseases in the garden, orchard and yard without using chemicals. Emmaus, Pennsylvania: Rodale Press, 1977. 688 p.
YUDIN, L. S. et al. Effects of mechanical barriers on distribution of thrips
(Thysanoptera: Thripidae) in lettuce. Journal of Economic Entomology, v. 84, n. 1, p. 136-139, 1991.
123
WHITE, T. C. R. The abundance of invertebrate herbivores in relation to the
availability of nitrogen in stressed food plants. Oecologia, v. 63, p. 90-105, 1984.
WILAND, L. J. et al. Winter cover crops in a vegetable cropping system: impacts
on nitrate leaching, soil water, crop yield, pests and management costs.
Agriculture Ecosystems and Environment, v. 59, n. 1-2, p. 1-17, 1996. WYSS, E. The effects of artificial weed strips on aphids and aphidophagous
predators in an apple orchard. Entomologia Experimentalis et
Applicata, v. 75, n. 1, p. 43-49, 1995. . WYSS, E. The effects of artificial weed strips on diversity and abundance of the
arthropod fauna in a Swiss experimental apple orchard. Agriculture,
Ecosystems and Environment, v. 60, n. 1, p. 47-59, 1996.