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Imigração polonesa no Município de São João do Triunfo
Fonte: Museu Bromado
Unidade Didática
PDE - 2016
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Márcia Dal-Comuni Magnini
Unidade Didática
Produção do Caderno Pedagógico desenvolvido junto a SEED e a UEPG, no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, na área de História, com o título de estudo: A Imigração Polonesa no Município de São João do Triunfo.
Orientadora: Professora Doutora: Maura Regina Petruski
IES: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Ponta Grossa 2016
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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016
Título: IMIGRAÇÃO POLONESA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO TRIUNFO
Autor: Márcia Dal-Comuni Magnini
Disciplina/Área:
História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Francisco Neves Filho – Ensino Fundamental, Médio e Normal
Município da escola: São João do Triunfo
Núcleo Regional de Educação: Ponta Grossa
Professor Orientador: Professora Doutora: Maura Regina Petruski
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Relação Interdisciplinar:
Língua portuguesa, Arte e Geografia
Resumo: Esta produção didático pedagógica diz respeito à Imigração Polonesa que ocorreu no Município de São João do Triunfo no final do século XIX e início do século XX. Esse trabalho será realizado com os alunos do 9º ano A, do turno matutino do Colégio Estadual Francisco Neves filho, Ensino Fundamental, Médio e Normal no ano de 2017. Pretendemos investigar a memória histórica cultural dos poloneses que aqui chegaram e deixaram como legado a sua cultura, tradição e costumes para o nosso povo que na grande maioria dos habitantes do Município é descendente desta etnia. Com esta investigação
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histórica, os nossos alunos poderão conhecer melhor a sua própria história de vida e também a história de seus familiares descendentes de poloneses que contribuíram para a formação de nossa sociedade triunfense. O estudo será direcionado para os alunos através dos objetos antigos ( fontes materiais ) e também uma visita para o museu Bromado com o objetivo de despertar nos adolescentes essa consciência histórica para a preservação cultural de sua etnia, valorizando desta forma, a memória e o legado cultural deixado por esses povos em nossa região.
Palavras-chave Imigração- polonês- cultura- tradição-
memória
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Alunos do 9º ano A do Ensino Fundamental
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SUMÁRIO: APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 7 IMPLEMENTAÇÃO NO COLÉGIO .......................................................................... 8 ATIVIDADES DIDÁTICAS ..................................................................................... 17
UNIDADE 1 - APRESENTAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO
COLÉGIO PARA ALUNOS E ALUNAS.................................................................. 17
UNIDADE 2 - CONHECENDO A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO.............................. 21
UNIDADE 3 - O CONTEXTO DA IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL...................... 25
UNIDADE 4 - CONHECENDO OS BRASÕES DA FAMÍLIA................................ 35
UNIDADE 5 – MEMÓRIA E TRADIÇÕES FAMILIARES..................................... 38
UNIDADE 6 – VISITANDO O MUSEU BROMADO.............................................. 43
UNIDADE 7 – INFORMAÇÃO E TRADIÇÃO....................................................... 47
UNIDADE 8 - AULA DO SABOR........................................................................ 50 UNIDADE 9 VIVENCIANDO A HISTÓRIA......................................................... 54 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 57
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A proposta de trabalho no Caderno Pedagógico será sobre a Imigração
Polonesa que ocorreu no município de São João do Triunfo, no final do Século XIX e
início do século XX, a qual se efetuará com os alunos do 9º ano A, do turno
matutino, do Colégio Estadual Francisco Neves Filho, Ensino Fundamental, Médio e
Normal no ano de 2017.
A sua relevância centra-se na significativa influência dessa etnia para com
uma comunidade do interior do Estado do Paraná, pois os poloneses com os seus
usos e costumes, sua maneira diferentes de viver em comparação com outros
grupos étnicos, transportaram para cá todo o seu modus vivendi e mantendo-o em
seu cotidiano, chamando a atenção dos então moradores dessa localidade.
O que despertou o interesse para com esse tema, foi a vivência pessoal, já que,
por trabalhar e morar no município em questão, foi possível observar, a força e a
influência que os poloneses tiveram, bem como, a troca de experiências entre as
famílias e, também, da observação dos usos e costumes típicos da região. Assim,
tentaremos mostrar com este trabalho, a participação cultural desses povos, pois,
integrando-se numa sociedade com parâmetros culturais diferenciados, foi difícil a
sua adaptação, isso porque encontrariam muitos obstáculos a serem vencidos, além
da própria aceitação da população local e da população em geral.
Dessa forma, surgiu a preocupação de uma investigação da memória histórica
dessas famílias a partir da utilização de objetos antigos, nos quais, acreditamos que
eles podem colaborar para contar como era o seu modo de vida aqui na região no
momento de sua chegada ao Paraná, e também em nosso Município.
Pretendemos com este trabalho de pesquisa investigar como era o modo de
vida dos imigrantes poloneses que aqui chegavam no início do século XX,
mostrando a sua participação social, cultural dentro de nossa localidade de São
João do Triunfo. Também mostrar que a realidade do município foi aos poucos foi se
transformando, pois os poloneses e seus descendentes, cultivavam seus hábitos e
costumes, que foram aos poucos sendo introduzidos na referida localidade, que era
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predominantemente brasileira, também pretendemos verificar como os objetos
antigos podem contribuir para a investigação cultural dessa etnia marcando o seu
modo de vida por meio do tempo.
Partindo desta atividade pedagógica na escola, os estudantes do 9º ano A do
Ensino Fundamental, poderão compreender melhor a sua história de vida e a de
seus familiares, sentindo assim, sujeitos históricos para entender e conhecer a
importância desse imigrante polonês para a formação sociocultural do nosso
Município de São João do Triunfo. Na atualidade percebemos como o adolescente
não tem uma preocupação de saber das suas origens étnicas e o convívio direto
com a tecnologia e da internet no seu cotidiano, o que vem afastando ainda mais
para esse conhecimento. Por este motivo é que resolvi trabalhar a história local da
Imigração com os alunos para que os mesmos entendam a importância da memória
histórica cultural do povo polonês em nossa região para estes jovens.
Implementação no
Colégio
Referencial Teórico:
O movimento imigratório para o Brasil, teve início com a autorização da
entrada de pessoas estrangeiras ao País, estabelecidas por D. João VI. Esse
movimento iniciou-se no ano de 1818, com a fundação da colônia de Nova Friburgo
no Estado do Rio de Janeiro com a instalação de imigrantes suíços. A partir desta
data acentuam-se no Brasil esses movimentos imigratórios promovidos, então pelo
próprio governo brasileiro, que visava ocupar os espaços vazios por questão de
segurança política e também, com o objetivo de substituir a mão-de-obra escrava
nas lavouras de café e criar colônias de abastecimento, produzindo gêneros
alimentícios para as populações de vilas e cidades.
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Os poloneses, nesse movimento imigratório, chegaram em maior número no
Estado do Paraná, por volta de 1870, quando ganhavam lotes de terras para
trabalhar na lavoura, formando colônias de abastecimento de alimentos.
Este trabalho de pesquisa diz respeito a investigação histórica da memória
cultural dos imigrantes poloneses que aqui chegaram no início do século XX no
Município de São João do Triunfo, que foi colonizado por esta etnia. Procurar-se-á
mostrar a participação social, cultural, econômica do polonês instalado inicialmente
na Colônia Palmira, que, no decorrer do tempo, vai povoar todo o nosso município,
mostrando assim a sua importância na construção da sociedade local, que
anteriormente a sua chegada no Município era predominantemente composta de
luso-brasileiros. Mostrando a sua importância cultural, pois trouxeram consigo suas
tradições e costumes que vão ser assimilados aos poucos por essa sociedade
triunfense.
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica da História ( DCE/PR, 2008)
apontam para uma mudança no ensino de História Fundamental e Médio, quando
prioriza a História local, do Brasil e do mundo. Também enfatiza que nossos alunos
precisam e podem ter uma formação necessária ao enfrentamento com vistas as
transformações da realidade social, econômica e política do seu tempo.
Dessa maneira ainda segundo as Diretrizes Curriculares Básica da História
(DCE/PR,2008 p. 56), entende-se que é a escola o começo de diálogo para
compreender melhor os sujeitos no seu contexto histórico onde possa conhecer
melhor a sua história de vida, da família, do seu cotidiano e que poderemos nos
utilizar de um suporte legal ao cumprimento da lei número 13.381/01,que torna
obrigatório no Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual, os conteúdos
de História do Paraná. A partir dessa lei, poderemos investigar sobre os imigrantes
no Paraná, verificando suas relações humanas praticadas no tempo, como as
formas de agir, pensar, sentir, repensar, imaginar e de se relacionar socialmente.
Com a preocupação de fazer os nossos alunos se enxergarem como agentes de
mudança e seres que fazem parte de uma sociedade construída pelos agentes do
passado, podemos utilizar as palavras do historiador Jörn Rüsen ( 2001, p.57):
A consciência histórica é o conjunto das operações mentais com as quais os homens, interpretam sua experiência da mudança temporal de seu mundo e de si mesmos, de tal
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forma que possamos orientar, intencionalmente, sua vida prática no tempo. [...] A narrativa histórica torna presente o passado, sempre em uma consciência de tempo na qual o passado, o presente e futuro formam uma unidade integrada, mediante a qual, justamente, constituísse a consciência histórica.
Compreendendo que a consciência histórica é a base para o entendimento
enquanto sujeitos históricos em sociedade, poderemos pesquisar como os
poloneses viviam no nosso munícipio de São João do Triunfo no início do século XX,
com suas tradições e costumes em nossa sociedade. Para estudar a sociedade da
época teremos que recorrer ao estudo da memória de um povo que na ideia de
Jacques Le Goff: “É também um instrumento e um objeto de poder. [...] A memória
onde cresce a História, que por sua vez, a alimenta, procura salvar o passado para
servir o presente e o futuro” ( p. 476-477). A memória é uma construção permanente
de uma sociedade, onde guarda os resquícios de uma sociedade vivida no decorrer
do tempo. A memória de um povo pode ser construída no presente com a
experiência que está guardada lá no passado. Para conhecermos a memória cultural
guardada no tempo pelos nossos imigrantes poloneses em nosso município,
teremos que conhecer sobre a cultura desse povo polonês que aqui chegou,
podemos utilizar a obra de Raymond Willians (2003):
[...] a cultura é comum a todos os seres humanos, pelo fato de haver uma estrutura comum de modos de pensar, agir e perceber o mundo, o que leva à constituição de organizações sociais diferentes. Isso ocorre devido as diversas interpretações constituídas por esses grupos históricos. A cultura tradicional é um patrimônio comum, uma herança comum, que a educação tem a tarefa de difundir, tornar acessível a todas as classes sociais, da mesma forma que a cultura popular.
Também para as autoras Luciana de Castro Neves Costa e Juliane Conceição
Primon ( 2016, p. 163-164) a memória e identidade cultural de um povo estão
sempre juntas e aliadas para contar a história desse grupo existente em uma
sociedade e mostrar a sua importância histórica desse povo no grupo social em que
está inserido, “ Memória e identidade podem ser consideradas componentes
indissociáveis, reforçando-se mutuamente [...] acompanha geralmente a valorização
de uma identidade local”.
Para estudar e conhecer melhor o modo de vida dos poloneses em nossa
região, vamos utilizar de objetos antigos, que para Francisco Régis Lopes Ramos,
significa:
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[...] mostrar relações historicamente fundamentadas entre objetos atuais e de outros tempos,[...] pois há relações entre o que passou, o que está passando e o que pode passar. [...] o ato de ler objetos, de observar a história que há na materialidade das coisas, além de interpretar a história através dos livros, é possível estuda-la por meio de objetos antigos. ( 2004, p. 21 e 22).
Com o suporte teórico do autor poderemos explorar os objetos antigos de nossos
poloneses e através deles também contar a história desse povo polonês que aqui
chegou no Município no início do século XX. Para reconstruir elementos da memória
cultural dos poloneses que se fixaram em São João do Triunfo, utilizaremos como
suporte teórico para o desenvolvimento da pesquisa, o livro de Ecléa Bosi ( 2004, p.
81), que destaca:
a memória como função social, é o momento de desempenhar a alta função da lembrança. Não porque as sensações se enfraquecem, mas porque o interesse se desfoca, as reflexões seguem outra linha e se dobram sobre a quintessência do vivido. Cresce a nitidez e o número das imagens de outrora, e esta faculdade de relembrar exige um espírito desperto, a capacidade de não confundir a vida atual com a que passou, de reconhecer as lembranças e opô-las às imagens agora.
Com o raciocínio da autora Ecléa, poderemos explorar a lembrança do vivido
com nossos alunos que poderão com está pesquisa trazer para o presente o modo
de vida dos seus antepassados, através da lembrança dos familiares de como era o
seu modo de vida no início do século XX. Como esses povos viviam, os motivos
porque migraram para o Brasil, posteriormente para o Paraná, bem como os seus
hábitos alimentares e usos e costumes. Hoje com a globalização e o consumismo
cada vez mais acentuado em nossa sociedade. Percebemos claramente que a
cultura de um povo corre um grande risco de desaparecer, pois as grandes
empresas padronizam a economia e fazem as pessoas agirem dentro de
determinadas sociedades quase que idênticas. Perdendo muitas vezes os seus
hábitos e costumes familiares, por conta dessa grande concorrência econômica
mundial. Com este trabalho de pesquisa pretendemos reforçar essa memória do
povo polonês, para não deixar se perder nesse tempo aquilo que já foi vivido e
referenciado culturalmente.
Para trabalharmos a investigação histórica dos poloneses no município em
questão, torna-se necessário também, o suporte teórico de autores específicos
sobre a Imigração do Paraná e Brasil, como a de Octávio Ianni em seu artigo sobre
Poloneses no Paraná, o qual, permite obter informações sobre o lado social dos
poloneses que chegavam ao Estado do Paraná, as suas dificuldades de adaptação
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e o desprezo da população existente para com eles, bem como reconhecer
elementos que mostram a discriminação contra a etnia polonesa, que muitas vezes
ocorreu.
Outra obra que utilizaremos é de Wilson Martins, que nos permite verificar a
imigração polonesa no Paraná como um fator de ordem econômica e religiosa na
formação da população de Estado. Mostrando também o lado social dessa etnia,
como seus usos e costumes.
Giralda Seyferth, em sua obra Imigração e Cultura no Brasil, analisa a época
em que vieram os povos imigrantes poloneses para o Brasil, mostrando as primeiras
fixações desses povos na região sul do Brasil, observando também as mudanças de
hábitos alimentares dessa etnia de imigrantes não somente de agricultores, mas de
profissionais de várias áreas, o que tornou muito importante a sua contribuição para
a formação da população paranaense.
A obra de Christovam Wachowicz, O Camponês Polonês, que é um clássico
sobre o estudo da imigração polonesa, mostra a vida que o polonês levava na
Polônia, como os problemas de ordem econômica, política, social e religiosa,
demonstrando assim o grande interesse desse povo sofrido pela imigração. Vai
mostrar também nessa obra todo o processo imigratório, principalmente para o
Paraná nos diversos núcleos coloniais de povoamento.
O presente trabalho de pesquisa será também fundamentado com a obra: O
que é História Cultural de Peter Burque, que na visão da Nova História Cultural, a
preocupação sobre os costumes e cultura popular, inicia-se mais fortemente a partir
da década de 1970. Quando a investigação dos costumes culturais de alguns povos
se tornam essenciais para o estudo de sua identidade cultural como a sua língua,
tradições, costumes.
Existem muitas definições de cultura como mostra o dicionário de Aurélio
Buarque de Holanda( 1993, p. 508) .“Cultura, do latim, cultura, sinônimo feminino.3-
o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e doutros
valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma
sociedade”. Assim o homem vive em várias partes do globo terrestre, num ambiente
natural ao seu e exercendo muita influência com seus modos de viver.
Por isso podemos deixar claro que a cultura do homem é um processo que
está sempre em construção. Mas que poderemos com estre trabalho de pesquisa
investigar o modo de vida dos nossos familiares descendentes dos poloneses que
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aqui viveram em São João do Triunfo no início do século XX promovendo a
conscientização de nossos alunos para a preservação dos costumes e tradições,
uma vez, que esta faz parte de sua história de vida. Também na obra de Ciro
Flamarion Cardoso & Ronaldo Vainfas em Domínios da História, ( 1997, p.250).
Podemos destacar que:
“Os contatos culturais são experiências infinitamente ricas e complexas, que
também envolvem, eventualmente, as hoje condenáveis tentativas de extermínio
cultural”. Justamente com essas palavras do autor é que consolido o meu trabalho
para que a cultura dos poloneses possa ser conhecida e preservada pela nossa
sociedade atual e principalmente pelos nossos estudantes do Colégio Francisco
Neves Filho, Município de São João do Triunfo.
OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS
Objetivo geral:
Investigar a memória histórica do povo polonês na localidade de São João do
Triunfo, por meio dos objetos antigos.
Objetivos específicos:
Investigar os usos e costumes dos poloneses, na alimentação, vestuário,
festas, religiosidade, dentro da localidade de são João do Triunfo;
Identificar até que ponto o seu idioma diferente foi mantido como forma de
defesa de sua cultura;
Reconhecer as tradições religiosas dos imigrantes poloneses na sociedade
triunfense no início do século XX;
Despertar o interesse dos alunos para a investigação e pesquisa sobre o
tema;
Estudar a importância que o objeto antigo tinha e era utilizado dentro dessa
cultura polonesa;
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Compreender e valorizar a história e memória dos imigrantes poloneses na
região de São João do Triunfo;
Propor uma metodologia de ensino diferenciada para despertar a curiosidade
e aprendizagem sobre a cultura polonesa do Município.
PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO
Pretendemos com este trabalho de pesquisa investigar como era o modo de
vida dos imigrantes poloneses que aqui chegavam no final do século XIX e início do
século XX, mostrando a sua participação social, cultural dentro de nossa localidade
de São João do Triunfo. Também mostrar que a realidade do município foi aos
poucos se transformando, pois os poloneses e seus descendentes cultivavam seus
hábitos e costumes, que foram aos poucos sendo introduzidos na referida
localidade, que era predominantemente brasileira. Também pretendemos verificar
como os objetos antigos podem contribuir para a investigação cultural dessa etnia
marcando o seu modo de vida através do tempo. Será que é possível encontrar
objetos antigos através de buscas realizadas pelos alunos do 9º ano A do Colégio
Francisco Neves Filho, do ensino fundamental. Será que, os alunos, através de
entrevistas orais e escritas com pessoas idosas do município, descendentes dos
poloneses poderão contribuir significativamente para se descobrir o modo de vida
dos imigrantes triunfenses no início do século XX. Também faremos uma busca por
objetos antigos deixados por seus familiares que ajudarão a contar a sua história de
família e a sua significação para a cultura local.
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
O presente trabalho de pesquisa será aplicado no Colégio Estadual Francisco
Neves Filho, Rua: Tenente Coronel Carlos Souza, Número 20, na cidade de São
João do Triunfo, no ano de 2017 no Estado do Paraná, com os alunos do 9º ano da
turma A, turno matutino do Ensino Fundamental, indo ao encontro com o conteúdo
programático dessa série de ensino que contempla em um dos itens bimestrais o
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estudo sobre a Imigração. A implementação terá uma carga horária distribuída em
trinta e duas ( 32) horas aulas no primeiro semestre de 2017.
Nesse momento os conceitos básicos serão estudados, tais como: imigração,
memória, identidade e cultura.
Essas questões de cultura e investigação histórica da memória dos poloneses
em nosso município serão construídas a partir do suporte teórico dos autores:
Cainelli & Schmidt, 2004, ( p.78). “Não existem a priori no raciocínio dos alunos,
mas são construídas no decorrer de sua vida e dependem de experiências culturais”.
Nas palavras dos autores que destacam a importância da preservação da memória
cultural de um povo é que trabalharemos para a investigação histórica da memória
do polonês em nosso Cotidiano aqui no município de São João do Triunfo.
Para iniciar o trabalho de implementação da pesquisa pedagógica no Colégio
Estadual Francisco Neves Filho, no primeiro semestre do ano e 2017 utilizarei de
aulas expositivas, slides, livro didático, textos, vídeos, visita a museu, atividades
diversas em sala de aula comtemplando o assunto e a exposição de alguns objetos
antigos como atividade finalizadora do trabalho.
Iniciando as atividades da proposta pedagógica, colocarei os slides de power
point sobre o assunto proposto para que os alunos conheçam a proposta da
implementação sobre a Imigração Polonesa em nosso município. Também
estudaremos inicialmente o histórico do Município e o contexto da Imigração
europeia para o Brasil, enfatizando a etnia polonesa. Em estudos com livros
didáticos e também em textos que serão preparados com o assunto sobre a
Imigração, especialmente a Polonesa no nosso Estado do Paraná. Em outro
momento, os alunos assistirão o vídeo Poloneses no Paraná 2011 ( 1ª parte) retirado
do Youtube de aproximadamente doze minutos em que mostra os motivos da
imigração polonesa até o Brasil, seus costumes e tradições aqui do Estado do
Paraná.
Outra ação didática será levá-los para uma visita ao Museu Bromado, na
colônia Bromado que se localizam aproximadamente quinze quilômetros da cidade,
onde nesse museu poderão ver de perto a preservação de objetos antigos: como
roupas, utensílios domésticos, ferramentas, a santa padroeira da Polônia(
czestochowska), a Bandeira polonesa e até o modelo das residências polonesas do
início do século XX.
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Também desenvolverão um trabalho de pesquisa sobre os brasões das
famílias dos alunos do 9º A, tanto os alunos que tem sobrenomes poloneses, como
os outros sobrenomes, para conhecer um pouco sobre a origem da sua família. Para
desenvolver essa atividade pedagógica no colégio sobre a imigração polonesa,
vamos contar com a ajuda da professora de Arte. Os alunos vão desenhar os
brasões e fazer uma exposição para os colegas do colégio contando a sua origem
familiar, mostrando os lugares de onde vieram os seus familiares.
Faremos uma aula chamada Aula do Sabor Polonês, na qual aluno(as) irão
trazer pratos típicos de origem polonesa para que a turma faça uma degustação e
apreciem o sabor dessa culinária que ainda é bastante preservada entre as famílias
dessa descendência nessa localidade. Como, por exemplo: o pierogue e a sopa de
beterraba (barszcz) e o zurek. Poderemos também com a ajuda da professora de
arte produzir um livrinho de receitas das comidas típicas dos poloneses em nosso
Município, ficando como referência da culinária polonesa em suas casas, com suas
famílias.
Com a ajuda da professora de Português, confeccionaremos um jornalzinho
com informações sobre a colonização em nosso município. Por exemplo: Relatórios
de pessoas idosas falando de como era a vida aqui no Município junto com suas
famílias, como eram os seus modos de vida, a infância, as brincadeiras, o trabalho,
enfim, como viviam em nossa Terra em tempos passados.
Faremos em determinado momento outra atividade chamada Roda da
Conversa. Serão convidadas pessoas mais idosas da comunidade, descendentes de
poloneses, que queiram vir conversar e contar aos alunos como era o seu modo de
vida aqui em nosso Território na época em que seus pais, avós, chegaram aqui.
Como eram seus costumes e modo de vida.
Como última atividade do Projeto de Intervenção no colégio. Para firmar a
importância da investigação da memória cultural de nosso povo polonês em nosso
município, será realizada uma exposição com objetos antigos, os brasões das
famílias confeccionados pelos alunos, roupas, utensílios domésticos, de trabalho
que será exposto para todos os alunos do Colégio e também aberta para toda a
comunidade local. Onde através desses objetos, os alunos poderão contar um
pouco da história de vida, tradições e costumes do povo polonês em nosso
município de São João do Triunfo.
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Unidade 01:
Apresentação do projeto de intervenção
pedagógica no colégio para os alunos e alunas:
Aulas previstas: 01 aula
Objetivos: Conhecer o assunto Imigração Polonesa em que será
trabalhado em 32 horas aulas.
Estratégias de ação:
Na sala de aula, por meio da apresentação de slides do Projeto de
pesquisa, os alunos poderão ter uma noção do assunto que irão participar e
vivenciar para a construção da história e memória do povo polonês em São
João do Triunfo. Nesse momento os alunos poderão analisar, questionar e já
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começar a sentirem-se sujeitos da História e assim se familiarizando com o
estudo proposto no projeto de intervenção na escola.
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Fonte: Produção dos slides: a autora
Unidade 02:
Aulas previstas: 02 aulas
Objetivos: Compreender o contexto histórico de São João do Triunfo
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Estratégias de ação: Na sala de aula, por meio de um texto poderão ler e
conhecer a História do nossa Município.
Gentílico: triunfense
Histórico
São João do Triunfo tem sua história ligada ao contexto da navegação do rio
Iguaçu, à imigração polonesa, italiana, árabe e alemã, e às atividades dos tropeiros
que viviam e passavam pelo município. A zona rural de São João do Triunfo foi
estruturada até 1970 a partir das formações de sistemas faxinais e de pequenas
propriedades de colonos imigrantes.
Pela história oficial, a base do povoamento de São João do Triunfo começou
no ano de 1864, quando o Sr. João Nunes de Souza, até então morador de São
José dos Pinhais, ali se estabeleceu. Com ele foi toda a família. Desbravaram a
região, lançaram sementes na terra, abriram picadas na mata e fizeram propaganda
para atrair outras pessoas. Uma comunidade foi gradativamente se formando, a qual
recebeu o nome de Rio da Vargem. O povo do lugar construiu uma capela, na qual
foi colocada a imagem de São João Batista. Muitas casas foram sendo construídas
ao redor da pequena igreja. Em pouco tempo a denominação do povoado foi
alterada. O santo padroeiro e o triunfo obtido pelos ousados desbravadores da
região de Rio da Vargem contribuíram para a composição do novo nome.
Porém, antes mesmo do estabelecimento de imigrantes, principalmente de
poloneses no final do séc. XIX, e da navegação do rio Iguaçu, com a formação de
importantes portos no contexto regional e estadual, como o Porto da Vila Palmira e
Porto Feliz, a região onde hoje se encontra o município de São João do Triunfo já
era habitada por caboclos e índios que sobreviviam da agricultura de subsistência,
da caça e da pesca.
O estabelecimento de colônias de imigrantes, juntamente com a navegação do
Rio Iguaçu, e as populações caboclas dão a São João do Triunfo uma diversidade
cultural e uma multiplicidade de manifestações religiosas e de apropriação de
espaços dentro do município. Desta forma, é importante destacar a heterogeneidade
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da população que constitui seus espaços dentro do município e entendê-la dentro de
um processo histórico de constante reelaboração.
Em 16 de março de 1871 pela Lei Provincial no. 254, São João do Triunfo foi
elevada à categoria de Freguesia. Em 08 de janeiro de 1890, pela Lei Estadual no.
13, foi criado o município de São João do Triunfo com território desmembrado do
município de Palmeira. Atualmente, o território do município abriga o distrito de
Palmira. Palmira recebeu foros de município em 10 de abril de 1909, através da Lei
Estadual no. 874, tendo sido mais tarde anexado a São João do Triunfo.
1891 instalou-se o núcleo colonial de Palmira com imigrantes poloneses. A colônia
compunha-se de 88 lotes rurais agrupados em dois núcleos: o de Rio dos Patos e o
de Bromado. A economia de Palmira baseava-se na indústria extrativa vegetal - erva
mate e madeira - na produção agrícola e na sua condição de porto fluvial.
Segundo o recenseamento de 1890, o Município de São João do Triunfo
contava com 5.789 habitantes. No recenseamento de 1900, o município possuía
11.938 habitantes. O censo de 1920 computa o elemento estrangeiro por município.
Nesta ocasião o Município de São João do Triunfo contava com 9.042 habitantes,
destes 220 estrangeiros, e o Município de Palmira com 2.423 habitantes, dos quais
290 eram poloneses. No censo de 1950, os municípios de São João do Triunfo e
Palmira já aparecem unificados com um total de 10.850 habitantes.
Na década de trinta, São João do Triunfo era considerado um dos municípios
mais ricos da região. Situado à margem direita do Rio Iguaçu, possuía importante
porto fluvial de embarque e desembarque: Porto Feliz. Sua principal fonte de renda
era a erva mate, no entanto, produzia também cereais (milho, feijão e trigo) e
exportava madeiras de pinho e imbuia. Diversos estabelecimentos comerciais e
industriais encontrava-se em funcionamento na sede do município: coletoria,
cartório, tabelionato, colégio, padaria, farmácia, açougue, alfaiataria, sapataria,
olaria, marcenaria e oficinas de carpintaria. Destaque eram as sete serrarias e os
dois moinhos de cereais do município. Nesta mesma década, Palmira, outro
importante porto fluvial, apresentava uma infraestrutura de destaque. Contava com:
hotel, casas comerciais, clube social, igreja, farmácia, cartório, correio e câmara
municipal. Na praça havia um coreto onde, nos finais de semana, a banda local
tocava. A construção da estrada de rodagem de Palmeira até São Mateus do Sul
fez, entretanto, que entrasse em decadência.
A navegação no Rio Iguaçu, fator preponderante para o desenvolvimento de
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São João do Triunfo e Palmira, teve início em 1882. Através de concessão imperial
(Decreto no. 7248/1879), o Sr. Amazonas de Araújo Marcondes (Coronel Amazonas)
estabeleceu uma linha de navegação entre Porto Amazonas e Porto União. O
primeiro navio a percorrer este trecho foi o vapor "Cruzeiro", que fez sua primeira
viagem em 27 de dezembro de 1882.
A navegação possibilitou o povoamento das margens do rio e o escoamento
dos seus produtos. De Porto União os produtos eram levados, via estrada de ferro
para o porto marítimo de São Francisco. Em março de 1915 fundou-se a "Lloyd
Paranaense", empresa de navegação fluvial. Vinte e seis embarcações a vapor
transportavam passageiros e cargas sobre as águas do rio Iguaçu e seus afluentes.
O sucesso da empresa "Lloyd" levou-a a expandir suas agências em diversas
localidades, entre elas, Vila Palmira e Porto Feliz, em São João do Triunfo.
Com a extinção, na década de 1950, da última empresa de navegação que
atuava no rio Iguaçu, o tráfego fluvial foi superado pelo rodoviário. As localidades
que se estabeleciam em torno dos portos fluviais e que viviam principalmente em
função do rio, como foi o caso do Município de São João do Triunfo, procurando
outras alternativas para a sua sustentação econômica.
Até 1950 o município tinha várias fábricas (cervejaria, gasosa) que faliram ou
simplesmente foram fechadas logo depois que o porto foi desativado. Hoje a
economia do município está toda centrada na agricultura. A fumicultura começou a
ser praticada em São João do Triunfo em 1959. Em nenhum momento a cultura do
fumo no município teve redução, sempre foi expandindo a sua produção. Atualmente
existem, aproximadamente, 900 produtores de fumo, que em parceria com seis
empresas produzem em média 4.000 toneladas de fumo por ano.
Fonte: http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?codmun=412510
Depois de ler o histórico do Município, Responda:
1- Em que ano começou o povoamento e quem foi o responsável pela formação do nosso Município?
Atividades: Caros Alunos (as):
25
2- Em que século inicia-se a formação do nosso Município:
( ) século XX ( ) século XIX ( ) século XV ( ) século XVIII
3- Descreva como era o nosso município na década de 1930:
4- Quando os colonos imigrantes poloneses chegaram aqui em nossa região e
em que localidades se estabeleceram? Como chegaram até aqui?
5- Qual era a importância da navegação para o desenvolvimento econômico
do nosso Município?
UNIDADE 03
Aulas previstas: 04 aulas
Objetivos: Conhecer o contexto da Imigração polonesa para o Brasil
Estratégias de ação:
Com um texto de apoio e explanação oral sobre as causas da
Imigração para o Brasil, os alunos poderão conhecer esse movimento
migratório para o nosso país. Também utilizarei de um mapa mundi para que
visualizem o percurso da viagem da Europa para o Brasil.
Mapa Mundi para apoio a explicação:
26
https://www.google.com.br/search?q=mapa+mundi+ibge&rlz=1W4CHBA_ptBR564&biw=1366&bih=673&tbm=isch&imgil=Soh8NQEaerpMHM%253A%253BbTf4FY3f6PjxBM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.baixarmapas.com.br%25252Fmapa-mundi-politico%25252F&source=iu&pf=m&fir=Soh8NQEaerpMHM%253A%252CbTf4FY3f6PjxBM%252C_&usg=__CWLq95lSlwyncDU3Z-L6qWpp03M%3D&ved=0ahUKEwiulYDQnbDPAhXKiZAKHTowCsUQyjcIMw&ei=scHqV-74A8qTwgS64KioDA#imgrc=Soh8NQEaerpMHM%3A
Texto de apoio para entender o processo da Imigração para o Brasil
Nos dias de hoje, estima-se um altíssimo número de descendentes de poloneses –
são cerca de 3,5 milhões espalhados por todo o País. Por mais que a imigração
polonesa no Brasil não chegue a números tão altos, como foi o caso dos italianos e
portugueses, por exemplo, o legado desse povo europeu deixou suas marcas
culturais por nosso território.
Foi entre os anos de 1841 e 1971 que a imigração polonesa no Brasil ocorreu em
um número, no mínimo, expressiva. Foram duas fases de imigração que ficaram
conhecidas como “febre brasileira”. A primeira data foi no fim do século XIX e, a
segunda, já no começo do século XX.
O que levou a “desistência” da própria nação para os
poloneses?
27
A expectativa dos poloneses, ao vir para o Brasil, era começar uma nova vida, com
emprego e família. Nesse período, o país enfrentava uma série de problemas
socioeconômicos, marcados principalmente pela divisão da Polônia em três países:
Rússia, Áustria e Prússia. Muitas foram as formas pelas quais a cultura polonesa
tentou ser eliminada na região, proibindo a religião e língua dos seus moradores.
Dessa forma, acuados e sem ter para onde correr, os poloneses viam no Brasil a
solução para a imigração já que, nesse mesmo período, nossa nação estava
incentivando a imigração.
No início, precisamente no ano de 1869, as terras brasileiras serviram de abrigo para
um grupo composto por 16 famílias, que se instalaram na região em que hoje está a
cidade de Brusque, no estado de Santa Catarina. Com problemas envolvendo o
clima e a própria situação financeira, apenas dois anos depois, eles se mudaram
para o Paraná.
Já a metade do século XIX ficou marcada como período em que o Império Brasileiro
dava grande valor para a mão de obra dos europeus. Com muitas leis criadas para
proibir o trabalho escravo em nosso país, a nossa perspectiva de trabalho começou
a mudar. E a solução? Apostar nos trabalhadores europeus para substituir a mão de
obra escrava, como foi o caso dos poloneses, por exemplo.
Os imigrantes poloneses chegavam ao Brasil, na maioria dos casos, fugidos. Em
nossas terras, os brasileiros passavam por dificuldades para garantir a ocupação
total das lavouras. Então, o Brasil lançou uma proposta no mínimo interessante para
os europeus, prometendo terras para o cultivo. Isso garantia trabalho aos milhares
de indivíduos que chegaram ao País no século. A estimativa foi de entrada de mais
de 130 mil imigrantes poloneses no Brasil nesse período.
O desenrolar da imigração polonesa
Até cerca de 1890, os poloneses só chegavam ao território brasileiro em pequenos
grupos, se instalando preferencialmente nas regiões Sul e Sudeste, nos estados do
Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo. Grande maioria
deles saia de terras superlotadas.
28
Mas foi a partir dessa data que os imigrantes poloneses no Brasil começaram a
chegar a um número maior e há uma estimativa que, dentro do período de apenas
um ano, 30 mil deles se instalaram em todos esses estados.
Como já visto anteriormente, no começo os imigrantes poloneses entravam no Brasil
com a promessa de terras para cultivo, ou seja, trabalhariam com a produção
agrícola. Porém, o número de imigrantes foi tão alto que o Brasil teve que reformular
como seria a organização do trabalho, colocando os trabalhadores europeus para
trabalhar na construção de igrejas, escolas, vilas e outros comércios.
Algumas curiosidades interessantes
A relação entre os brasileiros e os poloneses sempre foi muito positiva, tanto que no
ano de 1918, quando a Polônia conquistou finalmente a Independência e voltou a ter
o seu território livre, muitos foram os imigrantes poloneses que comemoraram a
conquista em nosso país. Apenas três anos depois, uma grande figura assumiu o
cônsul polonês, o Kazimierz Gluchowski.
Os poloneses se instalaram principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País
por um motivo bem peculiar: os fenômenos climáticos eram mais similares com o
da Polônia.
A cidade brasileira que teve a maior concentração desse povo foi a capital do
estado do Paraná, Curitiba. Além disso, ela é também a segunda cidade em todo
o mundo com maior número de poloneses, ficando atrás unicamente da própria
Polônia.
Em terceiro no ranking vem a cidade de Chicago, no território norte-americano.
Os outros estados da região sul brasileira também sentiram com grande
expressão a imigração polonesa no Brasil, no caso, os estados do Rio Grande do
Sul e Santa Catarina.
E, por mais que o grande legado dos povos poloneses tenha sido deixado no
estado do Paraná, o primeiro grupo que chegou ao País se instalou na pequena
cidade de Brusque, em Santa Catarina. Os grupos poloneses se instalaram junto
com os imigrantes alemães, na colônia de Blumenau.
Fonte: http://www.resumoescolar.com.br/geografia-do-brasil/imigracao-polonesa-no-brasil/
29
1_ Identifique no Mapa Mundi o Continente de onde os
imigrantes poloneses saíram para vir até o Brasil:
2- forme frases com as palavras destacadas no texto:
3- Escrevam os principais motivos de o povo polonês deixar
a sua terra Natal para vir morar aqui no Brasil.
4- Qual era a expectativa do povo polonês ao chegar aqui no
Brasil?
5- Qual era a promessa em que o povo polonês ao chegar ao
nosso país esperava?
Textos complementares
CONTRIBUIÇÕES CULTURAIS DOS POLONESES
Atividades
30
Os imigrantes poloneses contribuíram muito para a formação da cultura
brasileira. O estado do Paraná é o estado que sofreu mais influência
polonesa do Brasil, muitos descendentes falam o idioma polonês como
língua materna, Curitiba é a segunda cidade fora da Polônia com maior
número de habitantes de origem polaca. É a única cidade brasileira a
possuir grafia em idioma polonês: Kurytyba. Mas o que mais
caracterizou a imigração polonesa no Paraná e no Sul do Brasil foi a
aceitação e difusão, na região, da carroça. O uso em grande escala
desse meio de transporte gerou na região o que se poderia chamar de
ciclo da carroça. Um grande vestígio da cultura polonesa na região de
Curitiba é a religião católica e a culinária como: repolho azedo, pastel de
requeijão entre outras e também da música e das tradições folclóricas.
Pode- se concluir que os descendentes dos poloneses fixados na região
de Curitiba abrasileiraram-se, mas preservaram muitos traços culturais.
Com a mecanização da lavoura e a crescente urbanização, a família
polonesa foi abandonando o modelo rural tradicional para assumir uma
vida nos principais centros urbanos.
Fonte:
http://imigrantespoloneses.blogspot.com.br/2012/05/contribuicoes-dos-
imigrantes-poloneses.html
A carroça é contribuição polaca para o Brasil.
É sabido entre a etnia que os polacos transformaram, no Paraná, as outrora incultas
terras do Estado em celeiros agrícolas. Introduziram e difundiram novas técnicas
31
agrícolas, novas ferramentas, novos produtos e uma mentalidade agrícola muito
avançada para a época.
Mas talvez, o que mais caracterizou a imigração polaca no Paraná e no Sul
do Brasil foi a aceitação e difusão, na região, da carroça. O uso em grande
escala desse transporte gerou na região o que se poderia chamar de "ciclo
da carroça". Houve até uma guerra em Araucária entre imigrantes polacos
e nativos por causa da carroça. E tudo começou por causa das "cangas"
de folhas de erva-mate. Enquanto o nativo transportava duas delas por
dia pra levar as fábricas de chá mate e chimarrão "Leão" e "Real", o
produto da colheita das folhas da erva, os polacos com as carroças faziam
14 viagens diárias no mesmo trajeto. Descontente, os nativos, atacaram os polacos
e seus filhos. Houve muita pancadaria...tudo por causa da carroça polaca.
A imigração polaca no Paraná se destacou muito por essa difusão da carroça (wóz)
puxada por dois cavalos. A carroça representou um ciclo intermediário entre o
transporte em lombo de burro e o transporte ferroviário e rodoviário. A carroça
possuía um cabeçalho (dyszel), na ponta do qual era atrelado o arreamento
(sciengel) do cavalo. As rodas da carroça possuíam uma chapa de aço (rajfa) e raios
de madeira (sprechy). Os fueiros (konica) seguravam as paredes (wasong, zotol),
artisticamente entalhadas e pintadas em várias cores. A carroça podia ser usada
para transportar pessoas, quando eram colocados assentos de mola, ou para
transportar cargas de até meia tonelada. Em dias de festa, eram colocados os
guizos na coleira dos cavalos. A carroça polaca era bastante diferente da charrete
italiana, mais leve e para um cavalo apenas.
A lavoura tipicamente polaca trouxe ao Brasil ferramentas cujo modelo só é
encontrado nesta região: arado (plug), aradinho de três lâminas (radło), grade
retangular (brona), grade triangular (bronka), carrinho sem rodas puxado por cavalo
32
(sanie), ventilador para cereais (mlynek), foicinha (sierp), gadanha (kosa), moedor de
milho (żarny), picador de palha (siedczarka), berço balançante (kolyska), costurador
de pele curtida (szydło). No prédio da casa e do paiol sempre havia o sótão (piętro),
onde era possível guardar sementes ou feno para o inverno. Alguns utensílios
domésticos eram típicos: fazedor de manteiga (maslanka), azedador de repolho
(beczka).
O krżan, raiz branca amarga usada na świenconka, até hoje não
possui um termo equivalente em português. No final do verão, o feno ou
papuã era secado e empilhado ao redor de um tronco (klopa) para servir
de alimento para o gado no período do inverno. Plantava-se batata-doce,
batata inglesa, repolho, ervilha, centeio, feijão, arroz, linhaça, cebola,
alho, beterraba. Para malhar o trigo ou para descascar o milho no paiol,
havia mutirão (pisieron); que sempre acabava em baile. Quando um
lavrador, passando pela estrada, enxergava um colega a capinar a
lavoura, levantando o chapéu, bradava: "Deus te ajude!" (Boże pomagai!
), ao que o outro respondia: "Deus te pague!" (Bóg zapłac).
Em cada propriedade, era costume haver uma criação de animais que
incluía vaca de leite, touro e porco para a carne, galos e galinhas para
produção de ovos, cavalos para a tração animal. Por isso, sempre havia
estábulo (stajnia), chiqueiro (chlewek), galinheiro (kurnik); incluindo
residência e paiol para depósito e garagens. Em cada propriedade rural
havia no mínimo cinco construções cobertas com telhas de barro. Os
animais criados para a defesa da propriedade eram os cachorros; os gatos
moravam no paiol para caçarem os ratos. De vez em quando, no leilão da
festa da igreja, era interessante arrematar um cachaço para poder
melhorar a raça da criação de porcos. O mesmo podia acontecer ao
33
arrematar uma abóbora, um casal de marrecos ou gansos, para produzir
penas para o edredom (pierzyna), um cabrito, ou um coelho.
O Brasil, com exceção dos Estados sulistas, principalmente no
Paraná, foi lançado abruptamente da era do muar, das tropas, para a era
dos transportes rodoferroviários. No Paraná, desenvolveu-se um ciclo
intermediário de transporte: o da carroça. Embora a imigração tenha sido
basicamente camponesa, também apresentou um número
surpreendentemente elevado de intelectuais que, de diversas formas,
contribuíram para o desenvolvimento do saber e da ciência, como o
professor e coreógrafo Tadeusz Morozowicz, na área da dança; Józef
Siemeradzki, geólogo, foi quem elaborou o primeiro esboço geológico do
Paraná. Tadeusz Chrostoski, ornitólogo, chegou a recolher 10 mil
exemplares da fauna paranaense, em 3 oportunidades diversas. Os
compêndios organizados por ele, com os pássaros paranaenses para o
Museu de Varsóvia registraram mais verbetes do que o próprio Atlas
Ornitológico do Brasil. Outro importante polaco foi o médico Szymon
Kossobudzki, que como um dos fundadores da primeira universidade
brasileira (a do Paraná), instalou a cirurgia, na então, nascente
Universidade do Paraná, sendo justamente considerado o patrono da
cirurgia médica no Paraná. Juliusz Szymański (1870-1958), veio para o
Paraná em 1912, e instalou clínicas de oftalmologia, além de ter redigido,
em português, o primeiro manual desta especialidade para a universidade
brasiliera. O padre Józef Góral elaborou um dicionário português-
polaco/polaco-português que serviu inúmeras gerações até 1938, quando
foi proibido pelo governo de Getúlio Vargas.
Outra importante contribuição ao Paraná e ao Brasil foi dada por
Miguelina Issak, entomóloga, que em 1926, percorreu os sertões do
Paraná e deixou o resultado de suas pesquisas. Outros inúmeros exemplos
poderiam ser mencionados, entre aqueles que transformaram o Paraná a
partir do final do século passado.
Ainda é necessário acrescentar que a cultura polonesa tem como seu maior legado
em Curitiba a religião católica, pois são inúmeras as igrejas espalhadas pelas
34
colônias e que hoje são bairros da capital paranaense. Além é claro da culinária,
pois por influência da cozinha polaca, o curitibano aprendeu e gostou de comer
repolho azedo, pastel de requeijão cozido (pierogi), sonho, cueca virada, cuque (pão
doce) e as tradições folclóricas criadas no Clube União Juventus, Sociedade
Tadeusz Kosciuszko, Sociedade Józef Pilsudzki, Centralny Zwiazek Polaków e
que atualmente estão presentes nas festividades do Bosque do Papa e no Festival
de Etnias do Paraná.
http://tradicaopolonesa.blogspot.com.br/2011/06/carroca-e-contribuicao-polaca-para-
o.html
Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt/
35
Produzir um pequeno texto sobre a utilização da carroça para a
vida do imigrante polonês e sua necessidade de transporte e
trabalho para o seu cotidiano no início do século XX.
Unidade 04
Aulas Previstas: 04 aulas
Objetivos: Investigar a origem de sua família por meio dos brasões.
Estratégias de ação: Por meio do uso da Internet, os alunos e alunas
poderão fazer uma pesquisa no laboratório de informática do colégio ou nos
seus celulares e pesquisar a origem de sua família, mesmo não sendo a
polonesa. Com a ajuda da professora de arte farão o desenho do emblema do
seu brasão familiar e a história de sua origem num papel cartão ou cartolina
para expor mais tarde na atividade final da intervenção na escola.
36
O uso do brasão surgiu na Idade Média e tinha a finalidade de identificar
indivíduos, famílias, clãs, corporações, cidades, regiões e nações. Entre os
séculos XIV E XV, os brasões eram confeccionados e pintados sobre as cotas de
malha, roupas utilizadas pelos homens de armas ou guerreiros. Provavelmente o
uso de brasões se originou por ato de bravura efetuado por grandes guerreiros e
cavaleiros. Era uma maneira de homenagear as famílias. No século XX, o uso do
brasão passa a serem como uso simbólico para municípios, corporações, estados,
cidades e estão associados com os símbolos de suas bandeiras.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%A3o
A partir do exemplo do brasão de minha família, poderão através do
laboratório de informática e nos celulares, pesquisar o significado de
sobrenomes das famílias conhecendo assim um pouquinho sobre a
origem e história da sua família e com a ajuda da professora de arte
produzirão o brasão de suas famílias para a exposição do final do ano
no Colégio:
37
https://www.google.com.br/?rlz=1W4CHBA_ptBR564#q=bras%C3%A3o+da+fam%C3%ADlia+Magnini
heráldica da família: Magnini
Antica e nobile famiglia originaria di Verona. Il
commendator G.B. di Crollalanza riporta la blasonatura di questa famiglia nei
volumi del suo Dizionario storico blasonico delle famiglie nobili e notabili
italiane. Arme del casato: Partito; nel 1° d'argento, alla mezz'aquila di rosso
imbeccata e membrata d'oro movente dalla partizione; nel 2° trinciato di rosso e
di verde, colla banda d'argento attraversante.... Continua
Fonte: http://www.heraldrysinstitute.com/lang/pt/cognomi/Magnini/Italia/idc/8202
38
Unidade 05
Aulas previstas: 02 aulas
Objetivos: Vivenciar a tradição polonesa
Estratégias de ação: Por meio de vídeos, os alunos poderão conhecer e
vivenciar a cultura polonesa pela fala de descendentes que moram no
Paraná. Como o seu modo de vida, tradições, hábitos alimentares,
religiosidade e festas. Através do canal youtube um documentário da RPC/TV
do Programa Meu Paraná com aproximadamente 12 minutos cada vídeo.
Sugestão de Vídeos para a realização desta
atividade com os alunos:
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=0eboEfgiG2I
https://www.youtube.com/watch?v=0DWRXMnLtfo
Também nesta unidade de ensino poderão conhecer um pouco sobre a
religiosidade de seus ancestrais poloneses como, por exemplo, a
devoção pela santa Nossa Senhora de Czestochowa padroeira da
Polônia. Uma história muito interessante:
39
Nossa Senhora de Czestochowa, Rainha da Polônia.
De acordo com uma antiga tradição, o quadro de Nossa Senhora de Czestochowa é uma
cópia fiel da pintura feita por São Lucas evangelista, que por ocasião das seguidas visitas
que fez à Mãe de Deus para colher dela os pormenores da infância de Jesus, pintou a
imagem da Virgem Maria na tábua da mesa de cedro que ela utilizava para trabalhar e
rezar.
Quando iniciou a pintura do rosto da imagem, o evangelista, preocupado em exprimir da
melhor forma possível toda beleza de Nossa Senhora, recolheu-se e acabou
adormecendo, quando acordou, a obra estava totalmente pronta.
Santa Helena e Constantino
Muitos anos depois, por volta do ano 323, durante a ocupação de Jerusalém pelo
exército romano, Santa Helena foi até a Terra Santa procurar o Santo Lenho. Chegando
lá, recebeu o quadro de presente e após ter encontrado a Santa Cruz, enviou ambos
para seu filho, o Imperador Constantino.
Recém-convertido ao cristianismo, Constantino instalou o quadro em uma capela
particular do seu palácio. Após mais de 400 anos, o quadro foi transferido para a capela
40
do castelo Belz, na Rússia, onde permaneceu por muito tempo.
Príncipe Ladislau
Após a Rússia perdeu uma guerra travada contra a Hungria e a Polônia, o castelo Belz
foi entregue ao príncipe Ladislau, que encontrou o quadro de Nossa Senhora e o instalou
na capela do seu palácio. Pouco tempo depois, a cidade foi invadida por Tártaros, que
atacaram o castelo.
Percebendo que, apesar do heroísmo de seus soldados, os invasores venciam, por serem
muito mais numerosos, Ladislau prostrou-se diante da Mãe de Deus e implorou a sua
proteção, que veio sem demora. Agradecido pela proteção e desejando proteger o
quadro do ataque dos bárbaros, resolveu levar o mesmo para Opole (Polônia) capital do
seu principado.
Nossa Senhora de Jasna Gora
O quadro foi então levado, por desígnio de Deus, para uma colina perto de
Czestochowa, que, por ser descalvado de calcário, recebeu o nome de Jasna Gora.
No ano de 1382, o quadro foi confiado aos cuidados dos Frades Paulinos, que receberam
do Príncipe Ladislau ajuda para construir um convento e uma igreja com o intuito de
conservar o milagroso objeto.
41
Em 27 de novembro de 1429, através de uma Bula, o Papa Martinho V concedeu a
bênção papal e diversas indulgências ao Santuário.
A chegada do quadro de Nossa Senhora às terras polonesas foi acompanhada por
numerosa quantidade de fiéis provenientes dos mais diversos lugares do país em busca
de conforto material e espiritual. Com o intuito de manifestar gratidão pelas graças
alcançadas, os peregrinos presenteavam o Santuário com donativos em ouro, prata,
pedras preciosas e dinheiro. Dentre esses devotos estava a rainha da Polônia, Santa
Edwiges, e seu esposo, o rei Ladislau Jagiello.
Com rica ornamentação, o quadro milagroso se tornou alvo de cobiça de assaltantes e
infiéis, de tal forma, que, por volta do ano de 1430, bandidos invadiram o Santuário,
arrancando do altar, joias, cálices e o quadro milagroso. Na fuga, o quadro acabou
caindo, um dos assaltantes, percebendo que levar o quadro colocaria em risco a sua
liberdade, pois soldados armados já estavam atrás deles, encolerizou-se e antes de fugir,
golpeou o quadro com sua espada por diversas vezes. Deixando o quadro partido em
três e o rosto de Nossa Senhora ferido.
Vendo o estrago cometido, os frades pediram ao rei da Polônia Ladislau Jagiello que
ajuda-se na restauração do quadro. Após várias tentativas sem sucesso, por parte de
pintores famosos, um jovem se dirigiu ao rei e declarou que Nossa Senhora não queria
que as cicatrizes fossem apagadas. E depois disso concluiu a restauração do quadro.
Após restaurar a obra por completo, o jovem desapareceu.
Rainha da Polônia
De volta ao trono, o quadro de Nossa Senhora de Czestochowa, foi novamente ornado
de ouro, prata e pedra preciosa, doada pelos reis e pelo povo. O Santuário continuou
42
atraindo numerosa quantidade de fiéis que com confiança, fé e esperança apresentavam
suas necessidades à Mãe de Deus.
No ano de 1655, os suecos invadiram a Polônia, atacando o Convento e o Santuário de
Czestochowa, onde estavam apenas frades e 50 famílias e alguns soldados. Os suecos
cercaram o local e durante 40 dias atacavam com mais de 15 mil homens, munidos de
canhões e diversas bombas incendiárias.
Confiantes na proteção da Mãe de Deus, os frades e demais sitiados, organizaram uma
procissão em volta do Santuário, cantando e rezando em meio dos ataques do inimigo
que, reconhecendo as forças sobrenaturais dos sitiados, resolveram se afastar e pouco
depois acabaram sendo expulsos do país.
No ano seguinte, 1656, Nossa Senhora de Czestochowa foi declarada, oficialmente, pelo
Papa, como Rainha da Polônia.
http://www.gaudiumpress.org/content/62142-Nossa-Senhora-de-Czestochowa--Rainha-da-Polonia
Caros Alunos! Refletindo sobre os vídeos:
Em duplas: Baseando-se nos vídeos e também no texto
complementar, produzir um texto sobre a importância da
preservação cultural familiar para a investigação da
memória histórico cultural do povo polonês em nosso
Município. Destacando os pontos mais importantes de sua
cultura que se assemelham em seu modo de vida familiar.
43
Unidade 06
Aulas previstas: 06 aulas
Objetivos: Valorizar e vivenciar por meio dos objetos antigos a tradição
polonesa em nosso Município
Estratégias de ação: Os alunos e alunas do Colégio Estadual Francisco
Neves filho farão uma visita ao museu acompanhados por mim e outros
professores. O guia do Museu, que é o senhor Nicodemos Levandowski,
conduzirá para as devidas explicações sobre os objetos antigos dos
poloneses que existe no acervo do museu. Em sala de aula também terão
escrito no texto a história do museu e a sua importância para a preservação
da nossa cultura polonesa com as atividades propostas depois da visita ao
museu.
O museu Bromado tem o nome derivado do próprio lugar, Colônia Bromado que se
localiza a cerca de quinze quilômetros da cidade de São João do Triunfo. O nome
Bromado teria sido dado pelos colonos italianos que no começo do século XX
também se instalaram nesta região, juntamente com os colonos poloneses que
vieram para trabalhar na lavoura e formaram a comunidade da época. O nome vem
História do Museu Bromado
44
de Brumas, que quer dizer a névoa ou neblina, que é mais comum no outono e
inverno, que se levanta sobre os verdes campos do lugar.
O casarão onde hoje é o museu, tem mais de oitenta anos. Construído de
madeira. Foi construído para ser a escola da localidade, com sala multisseriada. O
primeiro professor foi o senhor Mariano Chociai. Casou-se com a professora Emília
Kosloviski Chociai e juntos lecionaram para mais de quinhentos alunos da
comunidade. Mas, com o tempo, as crianças foram sendo transferida para a escola
de Vila Palmira e da cidade e o casarão ficou alguns anos abandonado. Com a
iniciativa do senhor Nicodemos Levandowski e da própria comunidade, a
restauração aconteceu a onze anos atrás, em 2005, com recursos adquiridos do
Governo Estadual através da Prefeitura Municipal. Também teve a participação da
professora Cecília da Universidade Estadual de Ponta Grossa para o processo de
tombamento para o Patrimônio Histórico. O senhor Nicodemos foi o responsável
para arrecadar os objetos antigos que existem no museu e que foi doado pelos
familiares descendentes dos poloneses da colônia.
O museu preserva internamente as cores da Bandeira da Polônia, o branco e o
vermelho.
Os objetos mais antigos do museu são a Bandeira Polonesa que foi trazida
pelos imigrantes no final do século XIX. Também a Bíblia Católica que é escrita na
língua polonesa, muito antiga e outros objetos, como roupas, utensílios domésticos,
ferramentas, etc, todos estes objetos, doados por familiares dos antigos imigrantes
poloneses para o museu.
Todos os anos, no mês de maio, comemora-se, ao lado do museu, a festa de
Nossa Senhora de Czestochowa que atrai muitas pessoas porque existem nesta
festa, comidas típicas polonesas, danças e o povo pode relembrar a sua tradição na
região. Segundo o senhor Nicodemos: “ Ainda a gente reza, canta, lê e chora em
polaco”.
O museu do Bromado tem sido, nos últimos anos, um marco importante para a
preservação da memória cultural do povo triunfense, pois ali estão guardados
objetos “vivos” da sua tradição e do seu modo de viver quando aqui chegaram há
mais de cem anos.
45
Texto adaptado da entrevista oral realizada com o senhor Nicodemos em
20/09/2016 pela autora e da Revista Conte.
Preencher o quadro dos objetos antigos que você
conheceu no museu:
Objetos Descrição Utilidade O que mais
chamou sua
atenção neste
objeto
Roupas
Utensílios
domésticos
Ferramentas
Bíblia
Bandeira
Baú
Pilão
Alunos e alunas! Vamos fazer as atividades da
visita ao museu Bromado?
46
Você gostou da visita ao museu? Por quê? Explique:
Algum objeto do museu te faz lembrar algo de sua
família?
Em sua opinião é importante preservar a história cultural
dos seus antepassados? Por quê?
Em sua família você possui objetos antigos parecidos com
os do museu? Quais:
Observe as imagens abaixo e produza um pequeno texto sobre
o conhecimento que você já possui dessas imagens. Qual a
relação tem com o passado? A que povo pertencia? Qual era a
utilidade de cada um desses objetos antigos? Onde estas
imagens se encontram? Você sabe o nome de cada um desses
objetos?
47
Imagens: Fonte: Museu Bromado
Unidade 07
Aulas Previstas: 05 aulas
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Objetivos: Investigar a memória cultural do povo polonês em são
João do Triunfo.
Estratégias de ação: Alunos e alunas, por meio de entrevistas
escritas e também com a participação da visita do senhor
Nicodemus em nosso Colégio na atividade da roda de coversa em
sala de sala, contando como era o modo de vida dos poloneses
imigrantes na região e com o auxílio da internet, irão procurar
algumas curiosidades sobre a imigração polonesa que ocorreu em
nosso Município. Prodizirão um jornalzinho contendo algumas
informações sobre a cultura polonesa e seu modo de viver junto de
seus familiares no final do século XIX e início do século XX.Como
ocorreu a chegada desse povo até aqui em nossa terra. Com a
ajuda da professora de Língua portuguesa construírão esse
material que também ficará exposto na última atividade da
implementação pedagógica, com a exposição dos objetos antigos
no Colégio.
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Para a realização da entrevista será necessário uma carta
de autorização formal do depoente que será digitada e
impressa e entregue a cada aluno para poder ter a devida
autorização das informações para a elaboração do
jornalzinho com as informações da cultura e tradições das
famílias polonesas aqui do nosso Município.
Modelo da entrevista escrita:
Nome:
Idade:
Em que ano veio morar no Município:
Qual o meio de transporte utilizaram para chegar até aqui?
Quais os motivos que o trouxeram até aqui?
Quais as dificuldades encontradas ao chegar no Brasil?
Posui em casa objetos antigos dos antepassados como
roupas,documentos,fotos,objetos variados? A quem
pertencia esse material? Qual seu grau de parestesco?
Que costumes e tradições ainda são preservados em família?
Questão livre( os estudantes podem formular outras
perguntas pertinentes a entrevista)
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Sugestão de atividades:
Em equipes de 5 ou 6 alunos, a turma poderá produzir o seu jornalzinho
com vários aspectos da cultura polonesa em nosso município. Ex: Cada
equipe poderá mostrar os aspectos religiosos, dança,culinária,
trabalho,música,vestuário,etc.
Unidade 08
Aula prevista: 04 aulas
Objetivos: Valorizar e preservar a alimentação típica polonesa na região.
Estratégias de ação: Por meio da ajuda dos pais e responsáveis, os
alunos e alunas organizarão a aula do sabor, procurando as receitas com
familiares ou amigos e trazendo pra aula alguns pratos típicos da culinária
polonesa para que todos possam degustar a comida. Como o Pierogue, a
Borscht( sopa de beterraba), Piernik ( bolo polonês de mel com nozes e
passas), Babka ( rosca de Páscoa), Barszcz ( outra sopa com legumes e
beterraba), Zurek ( sopa grossa de batatas), Szarlotka ( torta de maçã
quente), Kisiel ( geleia líquida de frutas) e vários outros pratos.
Como sugestão de atividade organizar um caderno que
contenham várias receitas da culinária polonesa. Poderão
compartilhar as receitas e desta forma terão várias num mesmo
momento. Com a ajuda da professora de arte produzirão este
caderno que será entregue para a família ou responsável dos
alunos, como uma maneira de preservar as variadas receitas
da alimentação polonesa em nosso município.
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Receita do Pierogue:
Ingredientes
Rende: 45 pieroguis
Para o recheio de chucrute
2 colheres (sopa) (30g) de manteiga 1/3 xícara (55g) de cebola picada 1 1/2 xícara (215 g) de chucrute, escorrido e picado Sal e pimenta a gosto Para o recheio de batata 3 colheres (sopa) (45 g) de manteiga 1/2 xícara (85 g) de cebola picada 2 xícaras (420 g) de purê de batatas frio 1 colher (chá) de sal 1 colher (chá) de pimenta
Para a massa 3 ovos 225 g de sour cream ,3 xícaras (375 g) de farinha de trigo 1/4 colher (chá) de sal 1 colher (sopa) de fermento químico em pó
Modo de preparo
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Preparo:1hora › Cozimento: 25mins › Pronto em:1hora25mins
1. Para o recheio de chucrute: Derreta a manteiga numa panela e doure a cebola até ficar transparente, uns 5 minutos. Junte o chucrute já escorrido e cozinhe por mais 5 minutos. Tempere com sal e pimenta a gosto. Retire do fogo e deixe esfriar.
2. Para o recheio de batata: Derreta a manteiga numa panela e doure a cebola até ficar transparente, uns 5 minutos. Transfira para a tigela com o purê de batatas e mexa. Tempere com as e pimenta a gosto. Reserve.
3. Para fazer a massa: bata os ovos com o sour cream até ficar um creme liso e homogêneo. Separadamente, peneire a farinha com o sal e o fermento. Junte o creme de ovos aos ingredientes ecos e sove até formar uma massa firme e lisa. Divida a massa em duas partes iguais. Abra uma parte da massa numa espessura bem fina e corte círculos de aproximadamente 7,5 cm (use um cortador de biscoitos ou a boca de um copo).
4. Coloque uma colherada do recheio de batatas no meio de cada círculo. Umedeça as bordas com água e dobre a massa por cima do recheio para fechar os pierogues. Repita a mesma operação com o restante da massa usando o recheio de chucrute.
5. Leve uma panela grande com água salgada para ferver e cozinhe os pierogues na água por aproximadamente 3-5 minutos, ou até eles boiarem. Retire com uma escumadeira.
6. Se desejar, doure os pieroguis já cozidos em uma frigideira com manteiga derretida.
Fonte: http://allrecipes.com.br/receita/3529/pierogi--pastel-polon-s-.aspx?o_is=Hub_TopRecipe_1
Receita de Borscht
Ingredientes
Serve: 10 porções
6-7 cogumelos secos 8 beterrabas 4 litros de água 2 cebolas cortadas ao meio 10 grãos de pimenta-da-Jamaica 4 folhas de louro Sal e pimenta a gosto 5 colheres (sopa) de óleo vegetal Suco de 1 limão
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1 maço de salsinha picado (opcional)
Modo de preparo
Preparo:1hora15mins › Pronto em:1hora15mins
1. Deixe o cogumelo de molho em água fria por 30 minutos. 2. Enquanto isso, cozinhe a beterraba em água até cobrir por 30 minutos, ou até
ficar macia. Escorra. 3. Descasque e fatie a beterraba e coloque numa panela com 4 litros de água e
o resto dos ingredientes (menos a salsinha). Cozinhe por 30 minutos e sirva decorado com a salsinha.
Fonte: http://allrecipes.com.br/receita/10806/borscht--sopa-de-beterraba---moda-polonesa-
.aspx?o_is=Hub_TopRecipe_2
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Unidade 09
Aulas Previstas: 04 aulas
Objetivos: Organizar com os alunos e as alunas os materiais estudados
nestas 32 horas de implementação pedagógica e avaliar a compreensão da
sua consciência histórica sobre a etnia polonesa no Município e em sua vida.
Estratégias de ação: promover no pavilhão do colégio a exposição do
material emprestado pelas famílias dos poloneses, como os objetos antigos,
fotos de família, os seus trabalhos construídos desta implementação
pedagógica. Convidando toda a comunidade escolar e também seus
familiares para apreciar o seu trabalho de pesquisa sobre a Imigração
polonesa em São João do Triunfo.
O trabalho de pesquisa será encerrado com uma exposição de
vários objetos antigos pertencente aos descendentes do povo polonês
residente em nosso Município. Quando os alunos e alunas neste
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momento com a presença de vários objetos pertencentes aos seus
familiares poderão vivenciar a memória cultural dos seus
antepassados, sentindo-se sujeitos históricos e valorizando, agora com
o conhecimento adquirido durante este estudo sobre a imigração
polonesa em São João do Triunfo, ainda mais a sua etnia em nossa
região, mostrando para os demais colegas do colégio e para a
comunidade local que já conhece a história de seu povo, valorizando
desta forma este conhecimento histórico para a sua vida pessoal, que
este imigrante que aqui chegou no final do século XIX e início do
século XX ajudou a construir tudo o que possuímos em nossa
sociedade e que a memória de um povo precisa ser preservada para as
gerações futuras.
Questionário de finalização das atividades:
1- Você gostou de participar das atividades sobre a Imigração
Polonesa em nosso município? Escrevam em sua opinião, os pontos
positivos e pontos negativos do nosso trabalho.
2- Foi importante esta pesquisa para o conhecimento da sua história
de vida e de sua família? Descreva:
3- Gostou da visita ao Museu Bromado? Gostou dos objetos antigos?
Em sua opinião é importante preservarmos estes objetos? Por quê?
4- Qual atividade deste trabalho de pesquisa que você mais gostou
de realizar? Descreva:
5- Atividade livre: Escreva algo do nosso trabalho de pesquisa que
mais te chamou a atenção, justificando o tema.
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Nas palavras de
Jacques Le Goff
termino esta unidade
didática:
Fonte: Imagem do Museu Bromado
”A memória onde cresce a
História, que por sua vez, a
alimenta, procura salvar o passado
para servir o presente e o futuro”
(p. 476-477).
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Referências:
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Companhia das Letras, 1994.
BURQUE, Peter. O que é História Cultural? Trad. Sérgio Goes de Paula- 2. ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar editora. 2008.
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Teoria e Metodologia. Editora Campus. 5.ed. Rio de Janeiro, 1997,387 p.
COSTA, Luciana de Castro Neves& SERRES, Juliane Conceição Primon. Artigo
:Memória, identidade e paisagem cultural: Interfaces na Constituição do Patrimônio
Brasileiro. Universidade Estadual Paulista – UNESP/ São Paulo. v.12, n.1, p.158-178,
janeiro- junho 2016.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
Editora Nova Fronteira, 2. ed. E 25ª impressão. Rio de Janeiro, 1993. 1.838p.
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. Editora Paz e Terra, 4. ed. São Paulo, 1992.
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MAGNINI, Márcia D. Imigração Polonesa no Município de São João do Triunfo e
sua contribuição social para a região no início do século XX ( 1920-1925).
Monografia apresentada para o curso de Especialização em História e Sociedade: novas
Tendências e Abordagens. Departamento de História da Universidade Estadual de
Ponta Grossa. 1998.127 p.
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MARTINS, Wilson. Um Brasil diferente: Ensaio sobre fenômenos de aculturação no
Paraná. 2. ed. T. A. Queiroz. São Paulo, 1989.
RAMOS, Francisco Régis Lopes. A Danação do objeto: O museu no ensino de
História. Chapecó: Argos, 2004, 178 p.
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RÜSEN,J. Razão Histórica: teoria da história: Os fundamentos da ciência histórica.
Brasília: editora Universidade de Brasília, 2001.
SCHIMIDT, M.A; CAINELLI, M. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004 (
Pensamento e Ação no Magistério).
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. SEED. Diretrizes
Curriculares da Educação Básica: História, Paraná, 2008.
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