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Tiragem: 93360 País: Portugal Period.: Semanal Âmbito: Interesse Geral Pág: 60 Cores: Cor Área: 18,00 x 27,00 cm² Corte: 1 de 11 ID: 71173746 07-09-2017 É aqui que quer trabalhar? Os escritórios do futuro começam a ser construídos agora. Para as empresas que se preocupam em agarrar (e conservar) profissionais com talento, as tendências estão definidas – o local de trabalho deve ser informal e confortável, uma autêntica “segunda casa”. E se tiver ginásio, lavandaria, salão de beleza ou serviços de babysitting melhor… Sim, esses espaços existem. E não, não é só lá fora ALEXANDRA CORREIA

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É aqui que quer trabalhar?Os escritórios do futuro começam a ser construídos agora. Para as empresas que se preocupam em agarrar (e conservar)prof issionais com talento, as tendências estão def inidas – o local de trabalho deve ser informal e confortável, uma autêntica “segunda casa”. E se tiver ginásio, lavandaria, salão de beleza ou serviços de babysitting melhor…Sim, esses espaços existem. E não, não é só lá fora

A L E X A N D R A C O R R E I A

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AirbnbDublin

O novíssimo quartel general irlandês da Airbnb, inaugurado no ano passado, foi

construído num antigo armazém abandonado.

A enorme escadaria central serve como

área de trabalho e de reuniões

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Quem já invejou os escritórios de Mad Men que se acuse. Os cenários desta série de culto sobre uma agência de publicidade ganharam, aliás, vários prémios. E aqui estamos nós, no século XXI a sonhar com um local de trabalho como o que tinha Don Draper, nos anos 60, com uma decoração modernista ‘mid-cen-tury’ (agora chamamos-lhe “retro” ou “vinta-ge”), nas torres mais badaladas de Manhattan, onde os últimos gritos da tecnologia eram a fotocopiadora Xerox 914 e a máquina de es-crever elétrica IBM Selectric, banda sonora permanente nos dedos das secretárias.

Muito mais recentes, os escritórios da série de advogados The Good Wife, com um design entre o tradicional e o contemporâ-neo, são porventura um retrato mais fiel a muitas empresas atuais bem estabelecidas nos centros das nossas cidades. Em comum com Mad Men, o enredo de The Good Wife tem um aspeto: qualquer sócio, diretor, coordenador ou outro tipo de chefia disputa o gabinete do seu superior hierárquico. São espaços sinónimos de poder – quanto mais alto o cargo mais largo e confortável o gabi-nete, com a sua cadeira ergonómica e melhor luz natural ou a vista mais apetitosa. Ainda é assim em 2017. Mas isso está fora de moda.

“Essa cultura antiga em que cada diretor tem o seu próprio gabinete e cada departa-mento está segmentado em termos de espaço dentro da empresa ainda existe. Mas a ten-dência é outra, adaptada a uma nova filosofia de trabalho. Não é só o open space [com as chefias a misturarem-se com os restantes tra-

balhadores]; é a criação de espaços informais colaborativos, multifuncionais, onde se pode relaxar e trabalhar ao mesmo tempo”, explica Paulo Jervell, sócio do Openbook, um atelier de arquitetura português que tem desenhado sedes de grandes multinacionais.

As grandes receções tipo “lounge de ae-roporto” ou “lobby de hotel”, com vários conjuntos de sofás e mesas, onde tanto se pode estar à conversa com os colegas como em reunião com um cliente; os espaços de bar e a copa para as refeições, onde tanto se come como se trabalha; as salas de reuniões de vários tamanhos, apetrechadas com a mais recente tecnologia para comunicar em video-conferência; os espaços verdes e exteriores, como os jardins e os terraços… São estas as grandes tendências atuais dos mundo dos escritórios.

Tudo isto para prolongar os momentos de pausa no local de trabalho? Para se be-berem mais cafés e se fumarem mais cigar-ros? “Espaços dedicados à colaboração e ao trabalho de equipa têm enorme impacto na produtividade. Oferecer aos empregados a possibilidade de escolherem onde e como trabalham dá-lhes uma sensação de controlo e isso contribui para a sua realização profis-

Q

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sional e para o seu comprometimento [face à empresa]”, conclui um estudo da consultora e gestora imobiliária JLL. Chegamos ao pon-to-chave: a produtividade.

FELICIDADE NO TRABALHO“Ainda há muitas empresas deslocadas deste conceito; estão demasiado preocupadas com os custos e nem se apercebem que, com um pequeno investimento no espaço, podem dar um grande incremento na produtividade, com os resultados que isso lhes traz”, afirma Pedro Lancastre, diretor geral da JLL Portugal, que emprega 240 pessoas.

O conceito é o da felicidade, para muitos objetivo último da vida. Cerca de 70% dos trabalhadores consideram que sentirem-se felizes no local de trabalho é a experiência mais importante para a realização profis-sional, conclui o estudo da JLL, intitulado Workplace Powered by Human Experience, e que foi realizado com base em inquéritos junto de mais de 7 300 trabalhadores de empresas como a BP, a Cisco, a Coca-Cola, o Facebook, a Google, o LinkedIn, a Lufthansa, a Samsung ou a Uber.

Mas o que é isso de ser feliz a trabalhar? Sessenta por cento dos inquiridos diz que tem

a ver com o reconhecimento do seu trabalho; e mais de 50% fala em “desenvolvimento e conhecimento pessoal” e em “criatividade”.

E também já lá vai o tempo em que era aceitável ter uma chefia agressiva, a comu-nicar uns decibéis acima do suportável, que humilha os trabalhadores ou os trata como crianças. Apesar de tudo, já estamos bem longe da “alegria no trabalho” apregoada por Salazar. “A dedicação de um trabalhador está diretamente relacionada com a confiança que nele é depositada (conceito apontado como tendo o maior impacto positivo no empe-nho), mas também com a gentileza com que é tratado e a autonomia que lhe é dada para tomar iniciativas”, continua o estudo.

Pedro Lancastre tem um conselho para os empregadores que ainda não compreenderam a nova realidade. “É melhor que se adaptem. Apesar do desemprego que ainda há, as pessoas que vão trabalhar para as empresas têm algum poder de decisão. Querem ir para sítios onde se sintam bem e se revejam com a liderança e com o local de trabalho. Qualquer empregador quer sempre atrair os melhores talentos, os líderes querem estar bem rodea-dos e têm de pôr à disposição das pessoas as melhores condições para trabalhar, mesmo

Si aut explabo. Nemque del et ut odi sam, iuntibus natqui

inisciati conemol orporisi autas

moluptur, simperrovit a est eium audis

expedit aut lab idebit doluptatem erferum

corem fugit eos autestrum fugit dipit,

ius quibust aut

Deloitte Lisboa

A sede alfacinha desta consultora

internacional segue as novas tendências dos

escritórios: um grande lobby de entrada,

um jardim vertical, vários espaços de convívio e serviços como massagens, alfaiate, pedicure ou nutricionista,

disponíveis para os funcionários

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que não possam dar o melhor salário. Se não o fizerem arriscam-se a que as pessoas mu-dem para outra empresa. A vida evolui com os bons exemplos”.

‘ERA UMA MASSAGEM, SE FAZ FAVOR’E vamos de novo ao encontro das últimas tendências de locais de trabalho. A primeira coisa a ter em conta faz parte do senso co-mum: espaços luminosos, modernos, onde se respira bem dão logo outro ânimo ao invés de caves sombrias de ar abafado ou de aparta-mentos de habitação com o chão de madeira a ranger, transformados em escritórios ou em consultórios médicos, como ainda acontece muito em Lisboa.

Na capital, aliás, tivemos há uns anos a deslocação de muitas empresas (sobretudo aquelas com grande número de trabalhadores) para os concelhos limítrofes, onde encon-travam mais espaço para oferecer condições condignas aos seus empregados. Um dos exemplos foi a instalação de grandes empresas no Lagoas Park, em Oeiras.

No centro da cidade mantiveram-se ativi-dades como as das consultoras ou os escri-tórios de advogados, empresas que recebem muitas visitas de clientes e devem manter-se em locais centrais, de prestígio e bem visíveis. Mas dentro da cidade, o eixo Avenida da Li-berdade/Baixa deixou de ser obrigatório para uma empresa de topo. Até porque há edifícios de escritórios aqui a serem transformados em habitação (sobretudo para turismo), uma vez que é esta utilização que os torna mais valiosos.

“A EDP deu o primeiro passo, mudando-

UBERLisboa

Inaugurados este ano, os escritórios

da Uber em Lisboa já incorporam muitas

das novas tendências. Como estas

cabinas para fazer videochamadas com

total privacidade

UniplacesLisboa

Numa das mais bem sucedidas

startups portuguesas trabalha-se com toda a informalidade. Esta

rede suspensa entre o primeiro andar e o rés

do chão é a imagem de marca da sede, no

Rossio

FarfetchLisboa

Este “unicórnio” luso--britânico inaugurou há poucos meses os seus escritórios na

capital portuguesa. No Porto presenteou os

trabalhadores com um escorrega; em Lisboa

tem uma piscina de bolas e este piano

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FONTE JLL Portugal

BAIXA

€11CAMPANHÃ

€9,5

SALDANHA/ENTRE CAMPOS/AMOREIRAS

€13,6

AV. 24 JULHO

€13,5

A5 LISBOA-CASCAIS

€10,3

2.ª CIRCULAR/CAMPO GRANDE

€14,3

€17,1

AV. DA LIBERDADE/SALDANHA

QUANTO CUSTA ARRENDAR UM ESCRITÓRIO

LISBOA PORTO

A zona prime de Lisboa, como se diz no meio imobiliário, ca entre a Avenida da Liberdade e a Praça do Saldanha. No Porto é a Boavista. Mas há novos bairros a despontar

PREÇOS EM EUROS DAS RENDAS MÉDIAS POR M²

Em Lisboa, a zona ribeirinha (Avenida 24 de Julho até Santa Apolónia) está a captar as atenções do tecido empresarial

No mercado dos escritórios, o arrendamento é o grande negócio. A compra dos espaços não é tão comum

Os proprietários de edifícios no centro de Lisboa estão a virar-se para a habitação (dedicada ao turismo), mais rentável do que os escritórios. Daí a deslocação destes para outros bairros

Nos centros das cidades começa a ser difícil encontrar espaços que correspondam à procura por áreas modernas e de grande dimensão por piso (open space)

ZONA EMPRESARIAL

€10,5PARQUE DAS NAÇÕES

€13,8

€13

AV. DA BOAVISTA

Second HomeLisboa

Não se trata da sede de nenhuma empresa, mas sim de uma zona

de co-work, onde qualquer pessoa pode

alugar um espaço para trabalhar. Fica no piso superior do Mercado da Ribeira,

tem mais de 2 mil plantas e espaço para

250 pessoas

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-se para a Avenida 24 de Julho e há muitas empresas a irem para lá, até de setores mais tradicionais. Por exemplo, os escritórios da Vieira de Almeida vão para junto ao Mercado da Ribeira; a Abreu Advogados foi para Santa Apolónia… A zona ribeirinha começa a atrair muitos espaços de escritórios e existe a ex-pectativa de que esse eixo se prolongue por Marvila, Beato, até fazer a ligação ao Parque das Nações. Há espaço e existem muitos edi-fícios abandonados para recuperar”, explica Paulo Jervell.

A sede da Deloitte Portugal, na Aveni-da Duarte Pacheco, foi desenhada pelo seu atelier e as novas tendências estão todas lá – sobretudo aquele enorme lobby de entra-da, que mais parece pertencer a um hotel de cinco estrelas, com os seus sofás modernos e os jardins verticais a escalarem as paredes.

Em Lisboa, esta consultora internacional disponibiliza aos seus trabalhadores servi-ços de manicure, massagens, nutricionista, alfaiate e parafarmácia. A sede da Google em Mountain View, na Califórnia, (que serviu de inspiração à sede da empresa ficcional Hoo-li, da série de televisão Silicon Valley), é um complexo com largos jardins, onde os empre-gados andam de bicicleta e têm acesso a uma série de campos de jogos. Sauna, massagens, cabeleireiro, ginásio, lavandaria, snacks à bor-la são outros dos serviços disponibilizados, algo muito valorizado pelos trabalhadores. A Google, como a Virgin, são das raras em-presas no mundo que criaram o cargo de um Chief Hapiness Officer, um diretor que se dedica, a tempo inteiro e em exclusivo, à promoção do bem-estar no local de trabalho.

TRABALHAR EM TODA A PARTEMas atenção. “Não basta pôr uns jogos no escritório. É importante apostar na forma-ção das pessoas”, avisa Pedro Lancastre. Os Millennials, a geração nascida entre 1980 e 1996, que as empresas tanto querem atrair, já não são crianças. E os seus horizontes não estão limitados por uma fronteira. Tecnoló-gicos e globais, têm o mundo inteiro à sua frente e, dizem os estudos, já não estão para passar a vida no trabalho. A conciliação com a vida pessoal é um valor para estes jovens.

Então para que servem todos estes espaços de trabalho, criados para atrair o trabalhador a passar ali a maior parte das horas do seu dia, se os jovens procuram é flexibilidade e a possibilidade de trabalharem tanto no escri-tório como em casa (ou nos transportes, ou na praia, ou nos jardins públicos)?

“As pessoas querem ter flexibilidade, mas agora não vai toda a gente para casa a tem-po inteiro em teletrabalho. Aliás, em certas tarefas, o trabalho em grupo é bem mais produtivo. Está provado que um mais um

GoogleplexCalifórnia

Não é apenas a sede do maior motor de busca: é um

complexo de edifícios espalhados por

mais de 19 hectares de terreno onde

trabalham mais de 12 mil funcionários.

Beneficiam, de forma gratuita, de uma

série de serviços, desde refeições a

massagens

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KingEstocolmo

Para os poucos que nunca jogaram

Candy Crash, a King é a empresa que desenvolveu

aquele que é um dos jogos mais famosos

para telemóvel. Os escritórios de

Estocolmo, onde foi fundada, reconstituem uma autêntica floresta

sueca

Apple ParkCalifórnia

A nova sede da Apple, com a forma do famoso botão do

iPhone, abrange uma área de 71 hectares, com 80% por centro do espaço ocupado por zonas verdes.

É ainda um dos sonhos do falecido

“patrão” da empresa, Steve Jobs

SquarespaceNova Iorque

Ao contrário das tecnológicas

norte-americanas, a Squarespace não foi para a Califórnia.

Preferiu comprar três andares num antigo prédio do bairro do

Soho e transformá-los num dos mais bonitos escritórios da cidade, com vista privilegiada

para a Big Apple

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é mais do que dois. O importante é que as empresas sejam ágeis e deem flexibilidade quando é preciso. E também depende muito da função. Se um broker [agente imobiliário] passa muito tempo no escritório à secretária, isso é mau sinal”, diz Pedro Lancastre.

Por vezes as melhores ideias nascem numa pausa para um café ou para um cigarro (aliás, também por causa do tabaco, as empresas já não dispensam a existência de um espaço exterior no escritório, nem que seja apenas um pequeno terraço). Com um computador portátil e um smartphone, trabalha-se até na copa. E os micro-ondas são figuras centrais num escritório por causa da marmita. Esta “moda”, que nasceu durante a crise por ra-zões económicas, veio para ficar – as pessoas perceberam que a comida que trazem de casa é mais saudável.

Depois há salas de reuniões enormes, salas para quatro pessoas, salas para duas apenas (chamadas one to one), espaço onde se pode reunir sem incomodar as pessoas no open space. E recuperaram-se também as quase extintas cabinas telefónicas, para as video-chamadas mais privadas.

“O escritório deixou de ser um local de trabalho onde se está das 9h00 às 17h00 e passou a ser um espaço de estar e reunir, onde as pessoas se encontram. No futuro talvez se vá ao escritório duas vezes por se-mana, reunir e trocar informações com os colegas, pois pode-se trabalhar em qualquer lugar”, refere Carlos Cardoso, da empresa de arquitetura Tetris. Este arquiteto sublinha o grande crescimento dos espaços de convívio (copas, cafetarias, lounge), que ocupam agora para cima de 50% das áreas do escritório.

Com tanto espaço social onde se pode tra-balhar, não deixa de ser irónico que dois gran-des bancos ingleses – o Barclays e o Lloyds – tenham sido “apanhados” a instalar sensores debaixo das mesas dos seus trabalhadores. São dispositivos que monitorizam quanto tempo os funcionários passam sentados à secretária. A revelação causou a maior das polémicas, mas o Barclays garante que “os sensores não monitorizam pessoas nem a produtividade, avaliam o uso do espaço dos escritórios. Este tipo de análise ajuda-nos a reduzir custos, por exemplo, administrando o consumo de energia ou identificando oportunidades para flexibilizar mais os ambientes de trabalho.”

A explicação não convenceu todos e os sindicatos garantem estar de olho nesta “vigilância tipo Big Brother”. Afinal, o que separa os escritórios do futuro e as relações de trabalho do passado é um presente onde ainda cabe tudo. Das massagens na sede da Google, na Califórnia, às caves irrespiráveis do Bangladesh, onde ainda se encontram crianças a trabalhar para as grandes marcas da roupa que vestimos. acorreiavisao.impresa.pt

SERVIÇOSGinásio, massagens, creche,

cabeleireiro, lavandaria, farmácia... Há empresas que disponibilizam uma série de serviços aos trabalhadores,

facilitando-lhes a vida. Junto com a oferta de seguro de

saúde, são uma forma de atrair os melhores talentos

6 TENDÊNCIAS PARA TER O ESCRITÓRIO IDEAL Trabalha-se mais e melhor num espaço agradável, com efeitos na produtividade. Não é só senso comum; os estudos comprovam-no

OPEN SPACEOs diretores deixam de ter

gabinete e misturam-se com os funcionários, num espaço

aberto. Ao mesmo tempo, criam-se espaços mais

reservados: salas de reunião pequenas, a quatro ou a dois,

e cabinas telefónicas para maior privacidade

JARDIMNão se dispensam

os exteriores, sejam jardins ou

terraços. Nem que seja só para fumar

um cigarro

AMBIENTELuz natural e

vistas largas fazem bem à saúde e ao trabalho. Há mais preocupação com o ar que se respira

COPAA moda da marmita

veio para ficar. Já não é símbolo da

crise; é sinónimo de uma refeição caseira

e mais saudável

ESPAÇOS DE CONVÍVIO Eram poucos e pequenos nos

escritórios antigos, mas assumem agora o papel principal. Espaços

sociais como a copa, a cafetaria ou o lounge ocupam mais de 50% das

áreas. Valoriza-se o trabalho em equipa e vê-se a troca de impressões

(e de informações) entre os funcionários como algo essencial

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D.R.

60 Escritórios do futuroO local de trabalho está a evoluir para um espaço informal e confortável. Alguns até têm ginásio, salão de beleza ou serviços de babysitting. Conheça alguns destes escritórios em Portugal

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