Hoje Macau 17 JAN 2012 #2532

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 13 MAX 18 HUMIDADE 60-85% CÂMBIOS EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 17 DE JANEIRO DE 2012 ANO XI Nº 2532 PUB Ter para ler TAXA RECORDE DE SUICÍDIOS ALUNOS CHINESES NÃO AGUENTAM FALHAR NA ESCOLA Página 2 LEI DE MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA GOVERNO RETIROU NORMAS DE PROPOSTA SEM AVISO Página 7 DESCIDA DA MOEDA NÃO PÁRA VALOR DO EURO PREOCUPA CHINA E JAPÃO Última Só nós dois é que cabemos Com consenso generalizado sobre número de deputados indirectos a aumentar com a Reforma Eleitoral, resta a dúvida: como decidir quem ocupará os dois apetecidos lugares? A inclinação pende para o sector profissional e é aí que começa a guerra. Médico ou engenheiro? Informático ou arquitecto? Taxista ou professor? PÁGINA 4 Mil profissões querem entrar na Assembleia, mas critério para lugares é uma incógnita

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Edição do Hoje Macau de 17 de Janeiro de 2012 • Ano X • N.º 2532

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 13 MAX 18 HUMIDADE 60-85% • CÂMBIOS EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 17 DE JANEIRO DE 2012 • ANO XI • Nº 2532

PUB

Ter para ler

TAXA RECORDE DE SUICÍDIOS

ALUNOS CHINESESNÃO AGUENTAM FALHAR

NA ESCOLA Página 2

LEI DE MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

GOVERNO RETIROU NORMAS DE PROPOSTA

SEM AVISO Página 7

DESCIDA DA MOEDA NÃO PÁRA

VALOR DO EURO PREOCUPA

CHINA E JAPÃO Última

Só nós doisé que cabemosCom consenso generalizado sobre número de deputados indirectos a aumentar com a Reforma Eleitoral, resta a dúvida: como decidir quem ocupará os dois apetecidos lugares? A inclinação pendepara o sector profissional e é aí que começa a guerra. Médicoou engenheiro? Informático ou arquitecto? Taxista ou professor?

PÁGINA 4

Mil profissões querem entrar na Assembleia,mas critério para lugares é uma incógnita

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

AS taxas de suicídio na China estão entre as mais al-tas do planeta,

segundo os dados da Orga-nização Mundial da Saúde. Em Setembro de 2011, o Centro para Controlo e Prevenção de Doenças, ór-gão governamental chinês, anunciou que 287 mil pes-soas acabam com a própria vida, no país, anualmente, o que equivale a 3,6% das mortes registadas. A faixa etária mais afectada é a dos jovens entre os 15 e os 34 anos.

Os casos que envolvem tentativas de suicídio são re-gistados em todos os níveis da educação chinesa. Um dos mais recentes ocorreu em Novembro de 2011, quando uma estudante de 13 anos morreu após saltar do sexto andar de um prédio. A investigação conduzida pelo departamento de edu-cação de Luoyang, em He-nan, onde a menina morava, concluiu que sofria castigos físicos na escola quando não fazia os trabalhos de casa. A professora de matemática obrigava alguns alunos, entre eles a rapariga, a fazer “agachamentos” (pôr-se de cócoras) que, por vezes, totalizavam 800 repetições.

O caso não é isolado. Três semanas antes, no dia 24 de Outubro, duas alunas toma-ram veneno na sala de aula numa escola da província de Anhui. Antes, deixaram uma mensagem no quadro. “Se morrermos, a culpa é da professora de matemática. Chamem a polícia para que a prendam.” A investigação concluiu que a docente teria troçado das notas baixas atingidas pelas raparigas num teste.

Em Setembro, por muito pouco outra história não teve desfecho igualmente trágico. Uma aluna do 5ª ano e duas do 6ª, deram as mãos e saltaram do segundo andar de um prédio na província de Jiangxi. O motivo do incidente quase fatal foi a incapacidade das raparigas terminarem os trabalhos de casa.

MOTIVOS DIFERENTESCom os estudantes mais velhos , os motivos são di-ferentes. “Para os que têm mais de 18 anos, em geral,

Altas taxas de suicídio na China

Estudantes sucumbem ao fracasso escolar

as mortes são atribuídas a relacionamentos amorosos ou pressões económicas”, explica Michael Phillips, di-rector do Centro de Pesquisa de Métodos de Prevenção de Suicídio de Xangai.

“Com a expansão do ensino superior na década de 1990, o número de jovens com diploma universitário cresceu rapidamente, mas o mercado de trabalho não acompanhou o processo e mostrou-se incapaz de absorver tanta mão de obra qualificada”, declara a pro-fessora de Ciências Sociais da Universidade do Povo Xie Guihua.

Foi justamente por causa da pressão financeira que Hong Qiankun saltou da janela do dormitório após receber o título de mestre pela universidade Tsinghua, a mais prestigiada do país juntamente com a Universi-dade de Pequim, em 2007. O bilhete deixado aos pais era desolador. “O vosso filho é bom. Não consigo encon-

trar emprego. Não quero continuar a ser um peso.” O mesmo ocorreu com Liu Wei, uma estudante de 21 anos da província de Shandong, que acabou com a própria vida em 2009 por não conseguir trabalho para ajudar os pais, camponeses pobres.

A resposta de Pequim foi promover a migração desses novos trabalhadores para o interior do país, fazendo-os deixar os grandes centros urbanos, como Xangai e a capital nacional. “Como pro-fessora, não consigo perceber por que razão os estudantes chineses sofreriam mais pressão aqui do que noutros países”, diz Xie Guihua.

DADOS INQUIETANTESEntre 2005 e 2007, a Uni-versidade de Pequim coor-denou um estudo com 140 mil estudantes do Ensino Médio na China. Segundo o inquérito, 20,4% disseram já ter pensado em suicídio, e 6,5% teriam inclusive planeado o acto - tendo já

comprado medicamentos ou escrito cartas à família. A pressão escolar e solidão seriam as causas principais, mas não as únicas. “É muito simplista pensar que suicí-dios ocorrem só em função da escola” avalia Michael Phillips. “Existe uma sé-rie de factores biológicos, sociais e emocionais que contribuem para a tentati-va de tirar a própria vida.” Desde 2009 que foi imple-mentada uma norma que promete punir universida-des com mais de 10 casos anuais de suicídio com a perda de pontos na avaliação de qualidade de ensino feita pelo órgão governamental a que são filiadas (como o Ministério da Educação ou o governo provincial). É uma forma de fazer com que os centros de estudo estejam atentos ao comportamento dos jovens e também man-tenham uma política de exigência mais razoável. “As universidades estão a dar mais atenção à prevenção do

após a abertura económica. A esta cultura centenária é atribuído o alto nível de exigência das escolas, soma-do ao desenvolvimento do ensino no país.

Hoje, por exemplo, os estudantes são encorajados desde cedo a levarem as li-ções da escola para casa para copiar as aulas inúmeras vezes, com o objectivo de memorizar o conteúdo. Não é raro os alunos terem de declamar em frente da turma o que está a ser ensinado.

Na capital chinesa, se-gundo a OCDE, a carga ho-rária diária é de oito horas e 45% dos alunos passam mais quatro horas semanais em aulas de reforço. As escolas têm o direito de expulsar alu-nos que fracassarem em mais da metade das disciplinas por três bimestres consecu-tivos. “Na Universidade de Pequim, um aluno pode ser ‘convidado a sair’ se chum-bar a cinco disciplinas”, conta a professora Xie Guihua.

O EXEMPLO DE XANGAIJá em Xangai, centro finan-ceiro e económico da China e que possui o melhor nível de educação em termos de compreensão textual, ciên-cias e matemática do mundo, segundo a avaliação trienal do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009, cerca de 90% dos alunos dormem menos de sete horas diárias, menos três do que o recomendado pelo Ministério de Educação do país. Em Novembro, o Gabinete de Educação do Distrito de Xuhui divulgou uma pesquisa com 20 mil estudantes dos ensinos básico e médio da cidade, revelando que 60% dos entrevistados gastam entre duas e quatro horas diárias a fazer os trabalhos de casa.

Anualmente, o país gas-ta 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) com a educação, e 90,4% dos estudantes dos ensinos básico e médio estão matriculados em escolas pú-blicas. Durante os primeiros cinco anos, os estudos são financiados pelo governo a 100%. A partir do 6º ano, as famílias pagam uma anuidade que consome 12,1% dos rendimentos anuais familiares, segundo dados do departamento de estatística chinês.

suicídio e à avaliação geral do desempenho dos alunos”, afirmou Michael Phillips.

As instituições, contudo, não se pronunciam sobre a norma, considerada um reflexo de um aspecto nega-tivo da educação no país, e nem sequer são divulgados números. “A fim de controlar esses números, as universi-dades estabelecem progra-mas de apoio psicológico aos estudantes e designam ‘mentores’ para cada tur-ma”, diz a professora Xie Guihua. Os casos são no entanto mantidos em sigilo pelo governo.

QUESTÃO HISTÓRICAA China tem uma tradição se-cular em sistemas de exames. Desde o século VII que os bu-rocratas mandarins tinham de passar por vários exames de filosofia de Confúcio para conseguirem uma posição na corte imperial. Na fase mais recente do país, a versão na-cional de exames de ingresso voltou a ser implementada

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012

3www.hojemacau.com.moUma reportagem da televisão local MASTV, faz eco do que se comentava há muito: no chamado “Jardim

Triangular”, há anos que estará montado um autêntico mercado de trabalhadores ilegais. O provável, há quem diga, é a existência de outros lugares, na região, para o efeito. Tudo na maior tranquilidade. Helder Fernando, P.15

Virginia [email protected]

O Professor Liu Shih--diing, do Departa-mento de Comunicação da Universidade de

Macau, afirmou após a vitória eleitoral de Ma Ying-jeou que as relações entre Taiwan e Macau foram sempre positivas, apesar de difíceis de descrever. Subli-nhou, no entanto, que o contínuo aumento de actividades cultu-rais entre a juventude dos dois territórios, e o estabelecimento do Centro Económico e Cultural de Taipei em Macau, consolidou

o relacionamento entre as duas regiões. “Desde que Ma Ying-jeou se tornou presidente de Taiwan, os canais comunicação com a China Continental intensificaram-se, o que enfraqueceu um pouco a posição de Macau. No entanto, Ma Ying-jeou, também reforçou a comunicação entre Macau e Taiwan.”

Segundo o professor, as rela-ções entre as duas regiões fazem-se sentir sobretudo em áreas acadé-micas e profissionais e, embora Macau faça parte do território da China e da politica de “um país, dois sistemas”, ainda existe um número considerável de jovens a

querer ingressar nas universidades de Taiwan. “Antigamente havia muita gente de meia idade a querer ir trabalhar para aquela ilha, mas as oportunidades profissionais que entretanto surgiram em Macau, atraem agora muitos jovens de Taiwan ao território da RAEM.”

VISTO DE CÁO presidente da Associação de Educação de Macau, Lei Pui Sam, declarou entretanto que a vitória de Ma Ying-jeou garante estabilidade e beneficia não só os estudantes que queiram prosse-guir os estudos em Taiwan, como aqueles que já se licenciaram. O

sistema de inter-comunicação das habilitações académicas entre os dois territórios será cada vez mais efectivo, segundo Lei Pui Sam.

Também Chen Chien Ying, Vice-Presidente do Conselho Regional de Macau para a Pro-moção da Reunificação Pacífica da China, acredita nos benefícios para a juventude que advêm desta vitória eleitoral, destacando o de-senvolvimento de oportunidades de âmbito profissional. Acrescen-tou que Macau, sob a politica de “um país, dois sistemas”, poderá aspirar a ter grande autonomia de forma a que “o povo de Macau governe Macau”.

OS líderes britânicos e de Hong Kong afirmaram

que pretendem juntar-se para desenvolver Londres como um centro de comercializa-ção internacional da moeda oficial chinesa, o yuan.

O ministro do Tesouro britânico, George Osborne, afirmou ontem em Hong Kong que a sua visita à Ásia, esta semana, pretende promover o diálogo com as autoridades da China e com os bancos chineses e ingleses, com vista ao “estabeleci-mento de Londres como um novo polo para o mercado

de yuan, complementando Hong Kong”.

O Chefe do Executivo da antiga colónia britânica, Do-nald Tsang, disse que o novo grupo será criado para refor-çar os laços entre Hong Kong e Londres ao nível dos sistemas de pagamento, liquidez de mercado e desenvolvimento de produtos financeiros de-nominados em yuan.

OBSTÁCULOSPequim tem vindo a pro-mover a internacionalização da sua moeda e Hong Kong como um centro de negócios

‘offshore’ em yuan. Contudo, analistas consideram que a missão atribuída à antiga colónia britânica enfrenta “obstáculos”.

Um relatório divulgado recentemente pela Academia Chinesa de Ciências Sociais indica que cerca de dois ter-ços do capital denominado em yuan em Hong Kong é mantido em depósitos a pra-zo, investimentos com uma rendibilidade “extremamente baixa”, situação que demostra que “não existem ferramentas de investimento suficientes na divisa chinesa”.

CHINA YAO MING ENTRA PARA A POLÍTICAYao Ming, o atleta mais popular da China, que anunciou a sua retirada do basquetebol profissional em Julho último, foi nomeado membro do principal órgão consultivo do governo da sua cidade, Xangai. De acordo com a edição de ontem do diário oficial “Shanghai Daily”, Yao será em 2012 um dos sete membros do Comité Permanente da Conferência Consultiva do Povo Chinês de Xangai. Terá como missão prestar assessoria ao presidente da câmara da cidade, Han Zheng, em matéria de desporto e educação. Com 2,29 metros, Yao Ming transformou-se numa estrela na China, após ter conquistado um lugar na NBA em 2002.

CHINA APOIO À MUDANÇA NO MÉDIO ORIENTE O primeiro-ministro da China expressou o apoio do seu governo às mudanças radicais no mundo árabe, numa manifestação de apoio fora do comum, durante uma reunião com o chefe da associação de Estados muçulmanos. Wen Jiabao disse que a China “pede o fim da violência contra civis, apoia o apelo para a mudança nos países em questão, e espera e acredita que os governos e povos da região tenham a capacidade de resolver seus próprios problemas”, informou a agência de notícias estatal Xinhua. Os comentários de Wen Jiabao surgem num momento de aprofundamento da crise na Síria, embora a Xinhua não mencione um país específico.

FILIPINAS DESTITUIÇÃO DO PRESIDENTE DO SUPREMO O senado das Filipinas iniciou ontem o processo de destituição do presidente do Tribunal Supremo, Renato Corona, por presumível parcialidade nos casos de corrupção que impedem sobre a ex-presidente Gloria Macapagal Arroyo, presa por fraude fiscal, informou a imprensa local. Os 23 membros da Câmara Alta filipina receberam o caso aprovado pelo Congresso em Dezembro e julgarão nas próximas semanas Corona, nomeado por Arroyo, apenas dois meses antes de terminar o seu mandato. “Estamos perante um processo para evitar que um magistrado desonesto arruíne uma instituição sagrada como o Tribunal Supremo”, afirmou o actual presidente das Filipinas, Benigno Aquino, que criticou publicamente Corona em diversas ocasiões desde que assumiu o cargo de chefe de estado, a 30 de junho de 2010.

Académicos dizem que reeleição de Ma Ying-jeou traz benefícios

Alunos de Macau a ganhar

LONDRES ESCOLHIDA PARA PROMOVER MOEDA CHINESA

Este é o yuan, majestade

George Osborne

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

A reforma eleitoral deve ser aproveitada para redefinir os métodos de eleição dos deputados pela via indirecta e os representantes dos diferentes sectores. É o que pretendem os representantes das associações de Macau

Joana [email protected]

SEM novidades rela-tivamente ao desejo de que sejam aumen-tados mais assentos

na Assembleia Legislativa (AL) e na Comissão que elege o Chefe do Executivo – de forma a que haja mais representatividade social -, ontem, a 6ª. sessão de debate sobre o desenvolvimento político incidiu sobretudo sobre a necessidade de escla-recer os métodos de escolha. “Devemos clarificar como

REFORMA ELEITORAL É “OPORTUNIDADE PARA REVER CONVERSÃO DE VOTOS”

ASSOCIAÇÕES DEFENDEM OS “CINCO PASSOS” A União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) debateu ontem as orientações da reforma do sistema politico, num fórum com os seus representantes. Ho Ion San, deputado e vice-presidente da UGAMM, defende a manutenção da estrutura da AL, mas afirma que o Governo tem a responsabilidade de ter dados exactos sobre a actual estrutura da população e a sua distribuição profissional, de modo a aperfeiçoar as mudanças a aplicar no actual sistema político. Os participantes do debate organizado pela associação concordaram com o momento de alterar os métodos eleitorais, apoiando o que já tem vindo a ser sugerido pelos políticos do território: o aumento dos assentos na Assembleia Legislativa e na Comissão Eleitoral. Como já vem sendo habitual nas sessões de debate sobre a reforma política, todos se mantêm firmes no que toca à forma como as alterações devem ser feitas. A decisão, dizem, pertence ao Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular e Macau tem de seguir a regra dos “Cinco Passos”. Os “cinco passos” formulados pelo Executivo definem-se na apresentação, pelo Chefe do Executivo a Pequim, de um relatório sobre que reúna os métodos de alteração às eleições, na decisão do Comité Permanente e, caso aceite, na apresentação de uma proposta de resolução aos deputados da AL, após a realização de uma consulta pública. Em caso de aprovação por, pelo menos, 2/3 dos membros do hemiciclo, a proposta regressa ao Comité para eventuais ratificações e, se aceite, procede-se à alteração do sistema político. - V.L.

Assembleia Legislativa | Distribuição de deputados indirectos precisa de regras

Quem é o representante social?

se pode ser eleito para o su-frágio indirecto”, defendeu Leong Man Io, da Associação dos Engenheiros de Macau. “Neste momento, bastam 12 votos para que um deputado seja eleito por essa via, mas há que articular a proporção da associação que esse deputado representa com o número de votos.”

Para Leong Man Io, Ma-cau deveria seguir critérios internacionais neste aspecto, já que o deputado indirecto é uma pessoa colectiva. Con-tudo, esta representação por grupos não obriga a que seja distinguida a quantidade de pessoas para determinar os votos necessários. “Uma associação que tenha dois

mil membros só tem de ter 12 votos, da mesma forma que uma com cem também [só tem de reunir esse número de apoiantes].”

A opinião foi defendida por outros representantes presentes. A distribuição dos sectores pelo hemiciclo deveria ser feita, dizem, de acordo com o grau de repre-sentatividade que esses têm na sociedade.

MEDIR O VALOR SOCIALAs dúvidas que mais se le-vantam na questão do sufrá-gio indirecto é como escolher o sector que ficará com mais deputados. Dois, no caso de o Executivo decidir avançar com a opinião geral até agora manifestada.

Para os representantes das associações ontem pre-sentes no debate sobre a reforma política o pedido é concreto: mais indirectos para o sector profissional. E, se esta pode ser uma área muito geral, há mesmo quem aponte soluções. “Médicos, engenheiros, enfermeiros e

profissionais da assistência social são os que deviam estar mais representados, mas estas áreas deviam estar todas incluídas no sector pro-fissional e, esse, subdividido em categorias”, defendeu Leong Man Io.

Já Kwan Fong, do Con-selho Consultivo dos Bair-ros Antigos, acredita que a distribuição dos sectores no hemiciclo deveria ser feita de forma proporcional “à profissão que tem mais participação na sociedade”.

Ainda assim, a questão mantém-se difícil quando a decisão é escolher quais as profissões mais participati-vas ou, “mais profissiona-lizadas”. Os representantes das associações pediram, por isso, a Florinda Chan – que ontem representou o Executivo – que seja definido um regime mais adequado e com critérios mais claros para a forma de eleição dos deputados indirectos.

“É precisa uma distri-buição dos sectores mais razoável, não só na AL,

como na Comissão Eleitoral para o Chefe do Executivo”, sugeriu um representante da Associação de Informáticos de Macau. “Mas tem de se definir de forma mais cien-tífica o que é o representante e o que ele representa.”

Para os representantes que ontem se reuniram no Instituto Politécnico, esta representação pode ser dúbia. “Como é que se sabe que os deputados que lá estão são os que têm mais representatividade?”, interrogou Lam Pou Iou do Conselho de Protecção Am-biental. “O Governo devia fornecer mais dados sobre esses deputados, para que a população pudesse aceitar a conclusão de que esses são os mais representativos.”

Neste momento, o hemi-ciclo de Macau conta com dez deputados eleitos pela via indirecta: quatro que defen-dem os interesses comercial, industrial e financeiro, dois pelo laboral, dois pelo profis-sional e dois para a educação, cultura e desporto.

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

Ung Choi Kun, deputado eleito por sufrágio directo, esteve presente ontem na sessão de debate político dedicada aos membros associativos. Como membro da Comissão para a Habitação Pública, o legislador falou sobre a reforma nos métodos eleitorais, mas focou-se ainda noutros aspectos. Ung Choi Kun acredita que esta é uma boa oportunidade para rever a distribuição dos mandatos na votação indirecta. Recorde-se que, no território, o hemiciclo não faz a contagem de votos de acordo com o método de Hondt, utilizado em Portugal, que se baseia na atribuição de mandatos de forma a que haja proporcionalidade entre os votos recebido pelas listas candidatas e a composição do órgão legislativo. Na opinião de diversos políticos, esta fórmula de cálculo permite

às minorias ter uma representação razoável.Em Macau, tanto nos sufrágios directos como nos indirectos, a conversão dos votos em mandatos faz-se de acordo com o número de votos obtidos por cada candidatura dividido sucessivamente por 1, 2, 4, 8. Depois de se registar o número de mandatos a distribuir de acordo com os resultados, caso haja quocientes iguais na atribuição do último mandato, este é atribuído à lista que ainda não tenha obtido qualquer mandato ou à candidatura que obtiver maior número de votos. No caso de se constatar empate no número de votos, o mandato é distribuído por sorteio.No território, não é permitido que uma lista tenha mais de dois candidatos, tornando, assim, pouco provável que os grupos mais pequenos tenham representatividade no hemiciclo. - J.F.

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5www.hojemacau.com.mo

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RELAÇÃOENTRE CHINAE TAIWAN AFECTA AEROPORTODE MACAUTem vindo a cair o número de passageiros que passam pelo Aeroporto Internacional de Macau. Desde 2007, os números apontam para uma queda de 26,5%, segundo dados divulgados na página da Sociedade do Aeroporto (CAM). António Rato afirmou à Rádio Macau que estas diminuições se devem às ligações directas entre a China e Taiwan. “Para além das vicissitudes que têm acontecido em termos de crise económica e as inundações na Tailândia, por exemplo, o facto essencial que conduziu a esta quebra foi a abertura dos voos directos entre Taiwan e a China em 2008”, explica o dirigente da CAM. “Tínhamos cerca de dois milhões e meio de passageiros em transferência neste tipo de voos que têm sido diluídos ao longo dos anos.”As cargas e mercadorias também têm denotado algumas quebras, essas justificadas pela forma como Macau é utilizado. António Rato defende que o território é apenas um centro de transferência, útil para a China escoar os seus produtos. “Os aeroportos de Cantão, de Shenzen e o de Hong Kong aumentaram a capacidade e, portanto, ficaram mais bem colocados para a exportação de bens da China do que Macau”, explica aos microfones da Rádio Macau.No ano passado, a diminuição no número de passageiros foi de 1%, mesmo tendo passado pelo aeorporto mais de quatro milhões de passageiros. Mas, para 2012 as previsões apontam para, pelo menos, mais 255 mil passageiros, até porque a CAM quer apostar nas ligações com a índia.

CHUI Sai On deseja que Macau seja cada vez mais competitiva a nível

internacional. O Chefe do Executivo discursou no jantar de Primavera entre o Gabinete de Ligação da China na RAEM e o Governo e deixou claro o objectivo de atingir novos horizontes. “Prevê-se que Macau viva um ano repleto de oportunidades e desafios (...) e continuaremos a promover a optimização da estrutura económica e a diversificação adequada da eco-nomia, mas sem perdermos o nosso espírito pioneiro.”

O Chefe do Executivo garante que a aposta da Administração é o reforço na cooperação regional mas também o intercâmbio internacional.

As alterações na estrutura da Ad-ministração nao ficaram de fora do discurso de Chui Sai On para o novo ano. Recorde-se que Macau está já a remodelar a máquina administrativa, integrando mais funcionários para dar resposta às necessidades da popula-ção. “Faremos o nosso melhor para acompanhar a evolução social e as aspirações da população, procurando encontrar soluções adequadas às ques-tões que mais preocupam.”

Desenvolvimento de infra-es-truturas urbanas, mais dinamismo na economia e desenvolvimento do sistema político estão na lista de Chui Sai On, assim como a competitividade e a aprendizagem sociais. - J.F.

Deputado critica o governo por faltade medidas eficazes sobre terras concedidas

Terrenos abandonadosVirginia [email protected]

O Deputado à assem-bleia Legislativa Chan Meng Kam questionou o governo sobre a

eficácia da recuperação de ter-renos abandonados ou daqueles que foram concedidos, mas que posteriormente deixaram de ter uso. Além disso, recordou a intenção do Executivo de recu-perar terrenos abandonados, para construção de habitação pública, instando-o depois a usar de for-ma apropriada e transparente os valiosos terrenos.

O deputado declarou que, dos 29 casos de terrenos concedidos e

abandonados que o governo pro-meteu resgatar no final de 2011, só vinham más notícias. “Ainda não tivemos qualquer anúncio oficial até agora. Porquê?”

DE QUEM É A CULPA?Chan Meng Kam quis saber de quem era a responsabilidade sobre os terrenos abandonados e porque é que não havia audições e esclarecimentos públicos sobre a matéria, de forma a promover transparência no sistema. “Se não houver progressos nas terras abandonadas, de quem é a respon-sabilidade? Do Governo?”

Criticou ainda o facto de haver terras abandonadas há mais de 20 anos, e de o governo não estar a to-mar medidas certas, nem a aplicar multas a quem pratica estes actos.

Numa altura em que a “Lei das Terras” está a ser revista, Chan Meng Kam inquiriu que medidas estão a ser tomadas para reforçar o seu cumprimento, e o que po-derá o Governo fazer para evitar o aparecimento de mais terrenos abandonados.

CHEFE DO EXECUTIVO QUER RAEMNO PANORAMA INTERNACIONAL

Competitiva e pioneira

NOTAS COMEMORATIVAS DO ANO NOVO PROVOCAM CORRIDA AOS BANCOSA especial e inédita emissão de notas comemorativas do Ano Novo Chinês, que se inicia na segunda-feira sob o signo do Dragão, tem estado na origem de uma corrida aos bancos em Macau. O tiro de partida foi dado na quinta-feira com o lançamento de duas novas notas com valor facial de dez patacas, de cor encarnada, que despertaram o interesse tanto da população em geral como dos coleccionadores em particular. A azáfama é visível um pouco por toda a cidade em frente às dezenas de sucursais, onde centenas de pessoas se concentram à espera que chegue a sua vez para trocarem papéis que valem dinheiro.

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6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Virginia [email protected]

A indústria de cons-trução naval já teve melhores dias, segun-do conta o Ou Mun.

Chow Kwok Cheong, porta-voz da Pak Keong Equipamentos de Motor, disse ao jornal que a área de construção de barcos mudou bastante com o desenvolvimen-to recente da economia. Falando

directamente sobre Macau, afir-ma ser essencial o Governo criar melhores condições para que esta indústria possa continuar a expandir-se, nomeadamente através da criação de espaços para quem tem iates.

Cheong contou que a em-presa que representa criou em Macau a Pak Keong Navio Ltd. no ano passado, à procura de alargar a sua rede de negócios, até porque sentem não haver

muita competição nesta área. No entanto, para que o êxito finan-ceiro da aposta seja real, apela ao apoio do Executivo. A empresa já trabalha em vários projectos que envolvem o Governo, assim como em reparações de iates e de logísticas de apoio.

DESPORTOS AQUÁTICOSO que começa a escassear, diz ainda o porta-voz da Pak Keong, são os clientes, o que

poderia mudar se houvesse mais locais para os barcos aportarem. Por isso deseja que o Governo aprove o pedido para a criação de novos portos de iates, assim como a reserva destes espaços nas zonas dos novos aterros. Uma oportunidade, garante, de se desenvolver também todo o turismo relacio-nado com desportos aquáticos e, claro, seduzir velejadores e donos de iates.

Joana [email protected]

NO terceiro trimestre do ano passado, 46% dos

trabalhadores residentes do território ganharam menos de 10 mil patacas por mês. Mas os números descem ainda mais para 7,4% da população tra-balhadora de Macau, que fixou o salário mensal em menos de 3500 patacas.

Os números foram avan-çados pela Missão para os Trabalhadores Migrantes. Os responsáveis da entidade aproveitaram o último do-mingo para celebrar o dia internacional do trabalhador migrante, mas não foi apenas isso que levantou preocupação à Missão.

Relembrando que o Go-verno de Macau está a fazer os estudos sobre a implementação

do salário mínimo para os traba-lhadores da área da limpeza e da segurança – maioritariamente ocupados por trabalhadores não-residentes -, a entidade do território pede mais. “Devemos unir-nos à população local para que o salário seja para todos, incluindo as empregadas do-mésticas”, frisa a Missão para os Trabalhadores Migrantes num comunicado. A intenção, dizem, é que todos os que trabalham no território possam beneficiar da economia, uma vez que também contribuem para ela.

SALÁRIOS CURTOSAs empregadas domésticas são a classe que menos aufere em Macau, tendo o seu ordenado mensal calculado em menos de três mil patacas. “Mesmo quando o Governo de Macau subsidia com 3200 patacas os residentes que precisam de

assistência de uma doméstica.”A Missão para o Traba-

lhador Migrante congratula o Executivo por estar a rever a Lei de Impedimento, que obriga os trabalhadores não-residentes a saírem de Macau por seis meses, depois de deixarem o empregador aqui no território. Ainda assim, há assuntos que ainda não foram tratados. “Os aspectos mais negativos e mais preocupantes mantêm-se: a regra de sair do território por seis meses se o contrato for terminado por justa causa ou quando o próprio trabalhador decidir abandonar o trabalho sem justa causa”, explica a Missão em comunicado.

A entidade acredita que a revisão da Lei de Impedimento proposta pelo Executivo - ape-nas um ano após a sua imple-mentação – é o resultado da sua oposição firme ao diploma.

TURISMO COM PREÇOS MAIS ALTOSOs visitantes de Macau pagaram mais pelo consumo de bens e serviços turísticos nos últimos quatro meses de 2011. Segundo os Serviços de Estatística e Censos, o Índice de Preços Turísticos (IPT) situou-se nos 128,1, o que representa um aumento de 18,9%. Tais números foram potenciados pelo aumento dos preços de alojamento e dos serviços de restauração. Já a média anual do IPT situa-se nos 117,2, um acréscimo de 15,5% face a 2010. O preço médio dos serviços de alojamento aumentou em 35,7%, enquanto a restauração teve aumentos de 11,7%. Os bens diversos tiveram um acréscimo de 19,8%, enquanto os preços praticados em sectores como a alimentação, bebidas alcoólicas e tabaco também tiveram aumentos, na ordem dos 11,5%. As variações de preços do IPT foram calculadas com base no período entre Outubro de 2009 e Setembro de 2010.

O grupo Nam Kwong comprou a TCM - Sociedade de Transportes

Colectivos de Macau, uma das três companhias de transporte público do território. O anúncio foi feito a semana passada por Xu Kaicheng e avançado ontem pelo jornal Macau Post Daily.

O presidente da empresa não reve-lou o valor pelo qual adquiriu a TCM,

Construtores de barcos de recreio pedem mais espaços

Onde é que ponho o meu iate?

MISSÃO PARA OS TRABALHADORES MIGRANTES PREOCUPADA

Salários muito baixosCOMPANHIA ESTATAL NAM KWONG QUER MAIS LUCROS

TCM foi compradamas assegura que faz parte dos planos da Nam Kwong – uma empresa estatal -, para aumentar os lucros e as receitas em, pelo menos, dois dígitos.

Xu Kaicheng adiantou ainda que o grupo adquiriu outras duas compa-nhias, no ano passado. A Zhuhai Jiu-zhou Travel e a Limbar Gas Company fazem agora parte do leque da Nam Kwong, que cobre sectores como o mercado dos bens de consumo, hotéis, turismo, imobiliário e petróleo.

Desde 1986 que a TCM está instalada no território e só tinha concorrência da Transmac, até Agosto do ano pas-sado, altura em que chegou a francesa Reolian.

A TCM era liderada pelo empresário Ng Fok e, em 2010, teve lucros em cerca de 29 milhões de patacas. Actualmente, opera 13 rotas de um total de 61.

Segundo o Macao Post Daily, o director da TCM mostrou-se confiante que a empresa iria funcionar melhor e assegurou que todos os funcionários actuais se vão manter.

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012

7www.hojemacau.com.mo

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Andreia Sofia [email protected]

ENTRE Julho e Dezembro de 2011, o Governo reti-

rou 18 normas da segunda proposta da Lei de Media-ção Imobiliária, depois do acordo com a comissão da Assembleia Legislativa. Esta quer agora saber porquê e não põe de parte a resolução do caso por via judicial.

Em mais uma reunião que juntou o Executivo com a 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), no âmbito da proposta de Lei da Mediação Imobi-liária, a polémica surgiu. Segundo a deputada Kwan Tsui Hang, o Governo deci-diu retirar, sem discussão prévia,18 artigos do docu-mento interno apresentado à comissão sobre este assun-to, depois da inserção dos mesmos pontos ter ficado decidida.

“A 11 de Julho de 2011 o Executivo ouviu as opi-niões da comissão e aceitou acrescentar as normas que já estavam previstas nos regu-lamentos administrativos. A 15 de Dezembro recebemos

PROPOSTA DA LEI DE MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA

Governo retirou18 normas sem avisar

uma nova versão e essas normas tinham sido elimina-das.” Segundo a deputada, “esta versão nem se compara com a original”, e a comissão da AL quer saber os porquês de tal mudança.

Para encontrar as respos-tas, os deputados esperam chegar a um acordo com o Executivo nos próximos me-ses. Caso não se verifique, a questão poderá ser levada ao Tribunal de Última Instância (TUI). “Se calhar teremos de seguir por via judicial, mas espero que consigamos chegar a uma uniformização de entendimento”, apontou Kwan Tsui Hang.

A RAZÃO DO EXECUTIVOUma das matérias retiradas desta proposta de lei, que prevê uma mediação do sector imobiliário em Macau, prende-se com as multas aplicadas aos agentes do sector. Enquanto a comissão defende que estes preâmbu-los devem constar no novo diploma, o Governo entende o contrário. Como frisou Kwan Tsui Hang, o Execu-tivo “entende que estas são matérias dos regulamentos

administrativos”, tais como o código comercial ou o código dos regulamentos ad-ministrativos. “As matérias devem ser reguladas em lei, mas o Executivo queria fazê--lo através dos regulamentos administrativos. Após uma análise a Administração achou desnecessária a repo-sição das normas na lei como antes tinha sido discutido em comissão.”

Outro dos pontos que ainda está pendente prende--se com a definição de competências da parte do Instituto da Habitação (IH) e da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

Este impasse acaba por constituir, na opinião dos deputados, um “problema jurídico e político”, o que leva a que não se avance na nova Lei da Mediação Imobiliária. “Não havendo uma clara divisão de compe-tências não se pode avançar com a proposta de lei”, disse Kwan Tsui Hang. “Há que existir uma uniformização da interpretação para evitar que no futuro surjam novas questões.”

ANÚNCIO [N.º 16/2012]

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares seleccionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

N.º do boletim de candidatura Nome N.º do boletim

de candidatura Nome

75506 KU HENG MEI 74443 SAM IN KEONG76335 NG LAI LENG 111439 LONG SAO FONG77999 WONG CHI SAN 83024 WONG SIO IN86395 FOK IONG CHAN 73865 CHAN YEE TAT

127546 PEREIRA ALBERTINA 103608 LEI KENG FONG94965 NG SIO PANG 116808 CHAO KUAI LIN82209 CHUCK HOU IN 89173 SIT IENG

68361 TANG CHI FONG 127593 DA LUZ LEONG LUCIANO

111253 MUI IOK FAN 77718 SAM SAI KIT114217 CHEANG TAI HONG 72884 LEONG IOK IENG87495 CHEANG MAN WAI 77928 CHEONG KUOK IENG

60156 CHAN WENG CHEONG 85360 KONG IN

90242 CHEONG VENG NGA 110887 HO SAI KAM94112 LOU KA WAI 116302 CHAN HOK KIN87633 NG LAI SAN 116820 LEONG CHAO KENG

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Habitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 7 de Fevereiro de 2012, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T1 na zona de Macau.

Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresentar os documentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos da candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existirem mudança da composição dos agregados familiares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedimento da escolha de habitação económica:

1. Documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica.

2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo.)

3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica devidamente preenchidos e assinados.

De acordo com os termos do n.º 2 do artigo 13.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, implica a perda do direito de escolha e passagem automática para o último lugar da lista geral; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares seleccionados serão excluídos na lista geral.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais conhecimentos sobre as informações das fracções de habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebidos os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente.

O Presidente,

Tam Kuong Man

16 de Janeiro de 2012

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012

8www.hojemacau.com.mo vida

AS emissões de dióxido de carbono (CO2) causadas pela acção do homem terão o efeito de retardar

o início da próxima Era Glacial, segundo afirma um novo estudo.

A última Era Glacial terminou há 11.500 anos, e os cientistas têm vindo a discutir quando começará a próxi-ma. Os pesquisadores usaram dados da órbita da Terra e outros itens para encontrar o período interglacial mais parecido com o actual.

Num artigo publicado na revista Nature Geoscience, lê-se que a pró-xima Era Glacial poderia começar daqui a 1500 anos, mas que isso não acontecerá por causa do alto nível de emissões. “Nos actuais níveis de CO2, mesmo se as emissões paras-sem agora teríamos provavelmente uma longa duração interglacial de-terminada por quaisquer processos de longo prazo que poderiam come-çar para reduzir o CO2 atmosférico”, afirma o coordenador da pesquisa, Luke Skinner, da Universidade de Cambridge.

O grupo de Skinner, que também inclui cientistas da University Col-lege London, da Universidade da Flórida e da Universidade de Bergen,

Clickecológico

REPOVOAR• Um grupo de pessoas lançou uma campanha no Facebook com vista à união de esforços para a repovoação do Lince Ibérico em Portugal. Até ao momento mais de 15 mil pessoas assinaram o manifesto.

Emissões de CO2 atrasam nova Era Glacial, diz estudo

Nem parando tudona Noruega, calcula que a concen-tração atmosférica de CO2 deveria cair para menos de 240 partes por milhão (ppm) para que a glaciação pudesse começar.

O actual nível de CO2 é de cerca de 390 ppm, e outros grupos de pesquisadores já mostraram que mesmo que as emissões parassem instantaneamente, as concentrações se manteriam elevadas por pelo menos mil anos, o suficiente para que o calor armazenado nos ocea-nos provocasse potencialmente um significativo derretimento do gelo polar e o aumento do nível do mar.

CICLOS DE MILANKOVITCHA causa básica das transições entre as Eras Glaciais e os períodos inter-glaciais são as variações subtis na órbita terrestre conhecidas como ciclos de Milankovitch, descritas pelo cientista sérvio Milutin Milankovitch

há quase um século. Essas variações ocorrem em períodos de dezenas de milhares de anos.

A maneira precisa como mudam o clima da Terra entre os períodos interglaciais, mais quentes, e as Eras Glaciais a cada 100 mil anos mais ou menos não é conhecida. Por si só, as variações não são capazes de levar a uma diferença de temperaturas de cerca de 10 graus Celsius entre a Era Glacial e o período interglacial.

As pequenas variações iniciais são amplificadas por vários factores incluindo o lançamento de dióxido de carbono na atmosfera quando o aquecimento começa e a absorção do gás pelos oceanos quando o gelo se forma novamente.

Também está claro que cada transição é diferente das anteriores, porque a combinação que precisa de factores orbitais não se repete exactamente - apesar de condições

muito semelhantes acontecerem a cada 400 mil anos.

As diferenças de um ciclo para o seguinte seriam a razão de os perío-dos interglaciais não terem sempre a mesma duração.

Usando análises de dados da órbita terrestre, além de amostras de rochas retiradas do fundo do oceano, a equipa de Skinner identificou um episódio chamado Estágio Marinho Isótopo 19c (ou MIS19c), há 780 mil anos, que mais se parece com o presente.

Segundo esta equipa, a transição para a Era Glacial foi sinalizada por um período quando o arrefecimento e o aquecimento se revezaram entre os hemisférios norte e sul, provoca-dos por interrupções na circulação global de correntes oceânicas.

Se a analogia ao MIS19c for correcta, essa transição deveria co-meçar daqui a 1500 anos, segundo os pesquisadores, se as concentra-ções de CO2 estivessem em níveis “naturais”.

ENDOSSOAs conclusões mais amplas dos in-vestigadores foram endossadas por Lawrence Mysak, professor de ciências atmosféricas e oceânicas na Universi-dade McGill, em Montreal, no Canadá, que também investigou as transições entre as Eras Glaciais e os períodos interglaciais. “A questão-chave é que estão a estudar 800 mil anos para trás, o que é duas vezes o ciclo de 400 mil anos, então estão a ver o período correcto em termos do que poderia ocorrer sob a ausência de forças antropogénicas”, disse ele à BBC.

Mysak sugeriu que o nível de 240 ppm de CO2 para provocar a próxima glaciação poderia ser muito baixo. Outros estudos sugeriram que esse nível poderia ser 20 ou até 30 ppm mais alto. “Mas em todo caso, o problema é como chegamos a 240, 250 ou o que quer que seja? A absor-ção pelos oceanos leva milhares ou dezenas de milhares de anos, então não acho que seja realista pensar que veremos a próxima glaciação na escala natural.”

OPOSIÇÃOGrupos que se opõem à limitação das emissões de gases do efeito estufa já citam o estudo como uma razão para apoiar a manutenção das emissões humanas de CO2.

O grupo britânico Global War-ming Policy Foundation, por exem-

plo, cita um ensaio de 1999 dos astrónomos Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe. “A volta das condições da Era Glacial deixaria grandes fracções das maiores áreas produtoras de alimentos do mundo inoperantes, e levaria inevitavelmen-te à extinção da maioria da população humana presente. Precisamos de encontrar um efeito estufa susten-tado para manter o presente clima

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012

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OS projectos de reflorestamen-to de florestas só terão um

impacto limitado no aquecimento global. O alerta parte de um estudo publicado na revista científica “Na-ture Geoscience”. Os pesquisadores Vivek Arora, da Universidade de Victoria, no Canadá, e Alvaro Montenegro, da Universidade de St. Francis Xavier também no Canadá, examinaram os efeitos de reflorestamento no solo, na água e no ar, se a temperatura da superfície terrestre aumentasse 3º C em 2100.

O resultado demonstra que, mesmo se todas as terras cultivadas do mundo forem reflorestadas, isto só bastaria para reduzir o aqueci-mento global em 0,45º C no período 2081-2100. Isto porque se exige décadas para que os bosques sejam suficientemente velhos para captar o CO2 que fica estancado durante séculos na atmosfera.

Um reflorestamento de 50% das terras cultivadas só limitaria a elevação da temperatura em 0,25º C.

OS visitantes que seguiam a bordo de um cruzeiro na An-

tárctica, numa visita organizada pela National Geographic, nem queriam acreditar no que viam. Junto a uma das ilhas Shetland do Sul, encontrava-se um pinguim de cor branca, uma espécie rara. A descoberta foi anunciada pelo naturalista David Stephens atra-vés do seu blogue. O responsável pertence à empresa de cruzeiros

Sabia que...

REFLORESTAR NÃO RESOLVERÁ AQUECIMENTO GLOBAL, AFIRMA ESTUDO

Percurso longo para a solução

Reflorestar as regiões tropicais é três vezes mais eficaz para “evitar o aquecimento” do que fazê-lo em latitudes mais elevadas ou em regiões temperadas.

Os bosques são mais escuros do

que as terras cultivadas e, portanto, absorvem mais calor.

O abate de árvores, sobretudo nas selvas tropicais, é causador de 10% a 20% das emissões de gases--estufa do planeta.

DOENÇA PROVOCA ALTERAÇÕES NOS PIGMENTOS DAS PENAS

Pinguim “isabelino”encontrado na Antárctica

Lindblad Expeditions, que realiza estas viagens em conjunto com a National Geographic.

Encarado à primeira vista como sendo um pinguim “albino”, esta espécie sofre, na verdade, de uma doença genética, como referiu a especialista P. Dee Boersma, da Uni-versidade de Washington, em Seattle. Essa doença chama-se “isabelinismo” e, segundo um artigo do jornal Marine Ornithology, provoca uma mudança

de cor do animal, através da diluição nos pigmentos das penas. Desta for-ma, o pinguim apresenta cores que variam entre o amarelo acinzentado ou o castanho claro.

Observações dos cientistas mos-tram que a maior parte dos casos desta mutação genética foram encontrados numa espécie que vive na península da Antárctica. Já a menor incidência de casos regista-se nos animais que vivem nas costas da América do Sul.

... para descobrir se o seu autoclismo perde água, basta pôr umas gotas de corante no depósito? Se vir água com corante na sanita, sem ninguém ter puxado o autoclismo é porque há uma fuga.

METEOROLOGISTAS PREVÊEM 2012 ENTRE OS 10 ANOS MAIS QUENTES O ano de 2012 pode-se tornar um dos dez mais quentes desde 1850, afirmou o Met Office - Departamento de Meteorologia do Reino Unido. O ano de 2011 foi o 11º ano mais quente já registado, com 0,36 grau Celsius acima da média de 1960 e 1990, que foi de 14 graus. Os meteorologistas prevêem que em 2012 o desvio acima da média será de 0,48 graus. Em 2011, o mundo assistiu a um fortíssimo La Niña - fenómeno climático caracterizado pelo arrefecimento das águas no Pacífico equatorial -, que pode arrefecer temporariamente as temperaturas globais.

mundial vantajoso. Isso implica a habilidade de injectar efectivamente gases de efeito de estufa na atmosfe-ra, o oposto do que os ambientalistas estão erroneamente a defender.”

Luke Skinner e sua equipa já antecipavam esse tipo de reacção. “É uma discussão filosófica interes-sante. Poderíamos estar melhor num mundo mais quente do que numa glaciação? Provavelmente sim. Mas

estaríamos a perder o ponto central da discussão, porque a direcção em que estamos a ir não é manter o nosso clima quente actual, mas um aquecimento ainda maior, e adicio-nar CO2 a um clima quente é muito diferente de adicionar a um clima frio (...) O ritmo de mudança com o CO2 é basicamente sem precedentes, e há enormes consequências se não pudemos lidar com isso.”

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11www.hojemacau.com.moCULTURA

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Gonçalo Lobo [email protected]

ESTÁ oficialmente aberta a festa do Ano Novo Lunar, dedicado ao Dragão. A secretaria para a Adminis-

tração e Justiça, Florinda Chan, e a equipa do Instituto para os Assun-tos Cívicos e Municipais (IACM) desejou a todos os que se desloca-ram ao Largo do Senado um “feliz ano novo, com muita felicidade e fortuna sob o signo do Dragão”.

Com toda a pompa e circuns-tância, Florinda Chan discursou aos presentes referindo que Macau “engalanou-se” para mostrar aos turistas como se vive “a maior de todas as festas chinesas”.

Raymond Tam, presidente do IACM, referiu que este ano o Go-verno decidiu investir em 73 zonas iluminadas e dedicadas às come-morações do Ano do Dragão. “Em Macau, na Taipa e em Coloane. O território está repleto de alegorias que mostram a importante entrada no ano do Dragão”, enfatizou Tam.

De acordo com a Astrologia, no ano do Dragão – mascote e símbolo do povo chinês, que ocupa a quinta posição do zodíaco -, “as fortunas, assim como os desastres, virão em

PETER Jackson realizou os três filmes de “O Senhor dos Anéis”

e agora está a trabalhar na adapta-ção ao livro de J.R.R. Tolkien, “O Hobbit”. Se há alguém que conhece bem o universo de Tolkien e sabe as diferenças entre as personagens da “terra média” é Peter Jackson.

“‘O Hobbit’ é um livro para crianças e o ‘Senhor dos Anéis’ é outra coisa diferente. Não foi escrito para crianças. Eu percebi que as per-sonalidades dos dwarfs são muito diferentes. A energia e o desleixo pelo politicamente correcto dão um certo espírito de divertimento ao ‘Hobbit’”, confessou Jackson, citado pelo Reelz.

O realizador acrescentou ainda: “A minha preocupação era fazer com que 13 dwarfs barbudos fos-sem diferentes uns dos outros e fosse possível distingui-los. Neste filme, com Bilbo e Gandalf, no total são 15 personagens, mas até agora está a correr bem. Os dwarfs trazem uma qualidade de comédia que é diferente de ‘O Senhor dos Anéis’”.

“O Hobbit” vai ser gravado em alguns dos mesmos locais de “O Senhor dos Anéis”. Por exemplo, o cenário de Hobbiton é o mesmo. Peter Jackson fez questão que assim fosse para manter o visual e a mesma aparência da “terra média”. “Quero que pareça que estamos a voltar à ‘terra média’. Que este dois filmes pertencem ao inicio da história contada na trilogia ‘Senhor dos Anéis’.”

O elenco é formado por Mar-tin Freeman (o jovem Bilbo) e Ian Holm vai repetir o seu papel de “O Senhor dos Anéis” como o velho Bilbo. Cate Blanchett (Galadriel), Elijah Wood (Frodo), Andy Serkis (Gollum/Smeagol), Ian McKellen (Gandalf), Christo-pher Lee (Saruman) e Orlando Bloom (Legolas) também estarão presentes na tela.

“O Hobbit: Uma Jornada Ines-perada” chega aos cinemas a 14 de Dezembro deste ano. A segunda parte do filme estreia em 13 de Dezembro de 2013.

Florinda Chan desejou Kung Hei Fat Choi

De felicidade e fortuna

PETER JACKSON MOSTRA AS DIFERENÇAS

COM OS DOIS LIVROS DE TOLKIEN

“O Hobbit” é diferente

ondas maciças”. Por norma, é um ano marcado por muitas surpresas e actos violentos da natureza. Uma pessoa de signo Dragão é “cheia de vitalidade e força”, mas ao mesmo tempo é “egoísta, dogmático e pou-co razoável”. O nativo de Dragão também pode ser “orgulhoso e aristocrático” e exige para a sua vida – e para quem o acompanha - elevados padrões de perfeição.

COM ÁLCOOL A MAISNa senda das celebrações, o Institu-to Cultural (IC) organiza, no Museu de Macau, a exposição “Uma Dança Arrojada – O Festival do Dragão Embriagado de Macau”. A mostra ficará patente de 19 de Janeiro a 15 de Abril e mostra a fundo “as práticas deste festival”, através de objectos cerimoniais, fotografias históricas, vídeos e relíquias culturais.

Reza a história que Macau per-tenceu ao município de Xiangshan, o berço da lenda do Dragão Embria-gado. O festival faz parte da história e costumes do território e, hoje em dia, é muito mais que um simples culto ou entretenimento. Aliás, é mesmo uma festividade celebrada regularmente pelos membros da Associação dos Comerciantes de Peixe Fresco de Macau.

O Festival do Dragão Em-briagado foi inscrito, em 2009, na Lista do Património Cultural Imaterial de Macau, e, em Maio de 2011, na Lista do Património Cultural Imaterial Nacional.

A cerimónia de inauguração da exposição terá lugar no próxi-mo dia 18 de Janeiro, quarta-feira, pelas 17h.

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

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OPEN DA AUSTRÁLIA MARIA JOÃO KOEHLERELIMINADA POR CLJSTERSMaria João Koehler foi eliminada do Open da Austrália, depois de ter perdido com a campeã em título Cljsters, por parciais de 7-5 e 6-1. A tenista portuguesa, 223 classificada no raking WTA, ainda deu luta no primeiro ‘set’ e ameaçou várias quebras de serviço, mas não conseguiu superar a adversário belga. No torneio masculino, Rafael Nadal e Roger Federer não tiveram problemas em superar a 1.ª eliminatória, com vitórias claras por 3-0. O tenista espanhol eliminou o norte-americano Alex Kuznetsov, com parciais de 6-4, 6-1 e 6-1, enquanto Fedex levou a melhor sobre o russo Alexandr Kudryavtsev (7-5, 6-2 e 6-2). No primeiro dia do Open da Austrália houve, contudo, várias surpresas no torneio masculino, uma vez que tenistas como Verdasco, Alberto Montanes, Ljubicic, Juan Monaco, Jurgen Melzer e Davydenko foram eliminados por adversário teoricamente inferiores, logo na primeira ronda.

MARADONA OPERADO PARA REMOVER PEDRAS NOS RINSO ex-futebolista argentino Diego Maradona foi submetido a uma cirurgia para remoção das pedras nos rins e deverá ter alta nas próximas horas. A informação foi avançada pelo porta-voz do Canadian Specialist Hospital, no Dubai. Maradona, que actualmente treina o Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, deverá ter alta nas próximas horas. Maradona foi admitido no hospital no domingo, com queixas de fortes dores abdominais. O técnico de 51 anos, que orientou a Argentina no Mundial 2010, tem passado por vários problemas de saúde, tendo mesmo passado dez dias nos cuidados intensivos, em 2004, com problemas respiratórios. Depois de deixar o futebol, na década de 1990, Maradona debateu-se com problemas de toxicodependência, obesidade e alcoolismo. Em 2005 foi sujeito a uma operação para lhe ser colocada uma banda gástrica, e dois anos depois voltou ao hospital com hepatite.

DAKAR HÉLDER RODRIGUES PEDE MAIS APOIOSHélder Rodrigues (Yamaha) foi o português mais bem classificado na edição deste ano do Dakar, ao terminar a prova no terceiro lugar da geral nas motas, atrás de Cyril Despres e Marc Coma, ambos KTM, igualando assim o resultado do último ano. Em declarações à Antena 1, o motard português mostrou-se muito satisfeito com a classificação obtida, mas sublinhou que “agora as coisas têm de evoluir mais um bocadinho”. “Uma equipa mais forte, uma ajuda maior da parte de todos os patrocinadores, e muito trabalho”; para Hélder Rodrigues, são estes os elementos que faltam para que possa melhorar o 3º lugar conquistado na classificação geral, resultado obtido também no último ano. No entanto, o piloto da Yamaha foi este ano mais consistente e alcançou a terceiro posição bastante cedo, ao contrário do que aconteceu na edição de 2011, em que subiu ao pódio só na última especial. Apesar de considerar que é possível chegar mais alto, Hélder Rodrigues mostrou-se muito satisfeito com o resultado obtido. “É muito bom estar na elite, com os melhores do Mundo. Estão ali dois pilotos à minha frente, que já venceram, entre eles, sete edições do Dakar, por isso não é fácil batê-los”, lembrou o português mais bem classificado de sempre na prova rainha de todo-o-terreno.

Marco [email protected]

DOIS atacantes, dois defesas, uma bola branca de oito centímetros,

um relvado bem tratado e uma simbiose perfeita entre a perícia do cavaleiro e a ligeireza do cavalo. Até há pouco mais de um ano, falar de desportos de montaria em Macau era falar impre-terivelmente das iniciativas organizadas pelo Jockey Club, mas a persistência de três entusiastas das artes equestres bastou para que o nome da RAEM come-çasse a despontar fora de portas por outros motivos que não corridas e apostas. Rodrigo Mendia de Castro, Pedro Bettencourt e Gonçalo Cabral fundaram em Março a primeira associação de pólo equestre do território para ajudar a divulgar uma modalidade sem historial em Macau, mas que conta com um número crescente de praticantes um pouco por toda a Ásia.

Países como a Tailândia e a Malásia têm enorme tradição nas lides do pólo equestre e é na Tailândia que se disputa até ao próxi-mo fim-de-semana um dos principais torneios asiáticos da modalidade. A edição de

Macau Polo Club disputa torneio na Tailândia

Golos a galope

2012 do BMW-B Grimm Thai Polo Open reúne em Pattaya um total de nove formações, oriundas de países como a Malásia, Singapura ou a República Popular da China.

Rodrigo Castro, Pedro Bettencourt e Gonçalo Ca-bral disputam a prova pelo segundo ano consecutivo, mas o certame pauta a es-treia oficial do Macau Polo Club em grandes torneios internacionais. Coube, de resto, à formação do territó-rio abrir a competição, num braço-de-ferro equilibrado frente aos malaios do Ra-nhill. A competir perante um adversário mais experiente, o quatro de Macau não se deixou intimidar e abriu o marcador no início do primeiro dos sete períodos do encontro (denominados

de chukka na gíria da mo-dalidade), antes de permitir o empate ao adversário. Bem disputado, o desafio terminou com a derrota da formação capitaneada por Rodrigo Mendia de Castro pelo parcial de 7 - 5 1/2.

No domingo, o quatro do território voltou a esgrimir argumentos contra um ad-versário oriundo da Malásia, acabando por repetir o teor e a amplitude do resultado. A derrota frente ao La Sarita afastou o Macau Polo Club da luta pelas quatro pri-meiras posições no torneio tailandês, mas os represen-tantes da RAEM ainda estão a tempo de alcançar o que consideram ser uma presta-ção de excelência na prova: “Não conseguimos alcançar o grupo das equipas que vão

disputar os quatro primeiros lugares, mas também não tínhamos ilusões. Éramos claramente a equipa menos forte em prova e ainda assim conseguimos sair de cabeça erguida de ambos os encon-tros, ao perdermos por um parcial muito equilibrado. Vamos tentar o nosso melhor nos encontros que temos pela frente. Se conseguís-semos terminar o Open em sexto lugar seria excelente”, confidencia Rodrigo Mendia de Castro.

O Macau Polo Club volta a entrar em campo já esta tar-de, num desafio difícil frente aos chineses da Team Axus. Na segunda fase da prova, o quatro do território terá que esgrimir argumentos com as outras quatro formações que não conseguiram um lugar no grupo de elite da edição de 2012 do Open de Pólo da Tailândia. Para além da Team Axus, o conjunto da RAEM vai ainda esgrimir argumentos com as forma-ções do EFG Bank, do Ra-nhill e com os anfitriões do Thai Polo. Troika, La Sarita, Royal Pahang e BRDB-IBIL vão lutar entre si pelos dois lugares em aberto no encon-tro decisivo da competição, um desafio que se disputa no próximo sábado.

Sem poder contar com estruturas adequadas à prática da modalidade na RAEM, os dinamizadores do Macau Polo Club têm como quartel-general o Thai Polo and Equestrian Club, organismo responsável pela organização do Open tailan-dês da modalidade.

Para além da Tailândia, o pólo equestre é hoje um desporto com raízes firma-das em países e territórios como a Malásia, Singapura ou as Filipinas. Na República Popular da China, a mo-dalidade começa também a encontrar o seu próprio espaço, como parece indicar o aparecimento de clubes e associações em cidades como Xangai ou Tianjin, onde se pratica a variante de pólo na neve.

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 15/AI/2012-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora GANBAT SUVDERDENE que, na sequência do Autos de Notícia n.º 1/DI-AI/2011, de 01.01.2011, levantado pela DST, por prestação ilegal de alojamento da fracção autónoma situada na Rua de Cantão, Edifício I San Kok, 20° andar A, bem como por despacho do signatário de 12.01.2012, exarado no Relatório n.º 16/DI/2012, de 09.01.2012, foi determinado a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas), e ordenado a cessação imediata da prestação ilegal de alojamento no prédio ou da fracção autónoma em causa, nos termos do n.˚1 do artigo 10.º e n.˚1 do artigo 15.°, todos da Lei n.º 3/2010. -----------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o n.° 1 do artigo 16.° dos Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo, a interpor no prazo de 60 dias, conforme estipulado na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro e no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------Haverá lugar à execução imediata de decisão caso esta não seja impugnada. -------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.ºs 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18° andar, Macau. ------------------Direcção dos Serviços de Turismo, em Macau, aos 12 de Janeiro de 2012.

O Director dos Serviços,João Manuel Costa Antunes

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TDM 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO16:35 Liga Sagres: Braga - Sporting (Repetição)18:00 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)18:30 TDM Desporto (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Grande Entrevista com António Arnaut e António Reis22:00 Passione23:00 TDM News23:30 A Verde e as Cores00:00 Telejornal (Repetição)00:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Alta Pressão15:00 Ingrediente Secreto – Café15:30 Grande Reportagem-SIC16:00 Bom Dia Portugal 17:00 O Elo Mais Fraco17:45 Resistirei18:30 A Hora de Baco19:00 Himalaias – A Viagem dos Jesuítas Portugueses20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Nativos Digitais22:45 Portugal no Coração

ESPN 3012:30 (Delay) Innsbruck Winter Yog 2012 Daily H/L13:30 2011 World Cup Of Trick Shots14:30 Asean Basketball League 2012 Philippine Patriots vs. Bangkok Cobras16:30 Winter X Games Classix17:30 Len European Short Course Swimming Championships19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 The Football Review20:30 Emotional Celebration 21:00 Winter X Games Classix22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 The Football Review23:00 Emotional Celebration23:30 Innsbruck Winter Yog 2012 Daily H/L

STAR SPORTS 3108:00 (LIVE) Australian Open 201220:00 Max Power 2012/1321:00 Game21:30 (LIVE) Score Tonight 201222:00 FA Cup 2011/12 Highlights22:30 (Delay) Australian Open 2012 Day #2 Highlights23:30 Australian Open 2012 Men’s / Women’s 1st Round

FOX MOVIES 4012:40 Vantage Point14:15 The One15:45 Bewitched17:30 One Fine Day19:20 500 Days Of Summer21:00 Date Night22:45 The Switch00:30 Post Grad

HBO 4112:00 You Don’T Know Jack14:15 The Score16:30 Mother18:15 Leap Of Faith20:00 It’s Complicated22:00 Temple Grandin23:50 Van Helsing

CINEMAX 4212:45 Weird Science14:15 The Beast16:00 Agent For H.A.R.M.17:30 Funeral In Berlin19:15 The Making Of Funny People19:35 Hollywood Buzz20:10 Boardwalk Empire22:00 Frankenfish23:25 Scarface

[f]utilidadesTERÇA-FEIRA 17.1.2012www.hojemacau.com.mo

13

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Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Fruto do abacateiro. Nome de mulher. 2-O m. q. balar. Diz-se da batalha entre navios. 3-Folhas de certas palmeiras em que se escrevia. Prurido. 4-Botequim. Balsa da lagarada. 5-Indivíduo de grande valor e notoriedade. Unguento preparado com a parte mucilaginosa da raiz de alteia. 6-Discurso laudatório. Nome de homem. 7-Inclinado (o navio). Deus-Sol, no antigo Egipto. 8-Isola como em ilha (Fig.). Transita. 9-Causara a morte. Contemplam. 10-Suprimi, anulei. Insígnia eclesiástica que os bispos, arcebispos e cardeais poem na cabeça. 11-Multidão. Caçar com o furão.

VERTICAIS: 1-Superfície côncava. Oceano. 2-Projécteis. Contrariedade, ravia (Interj.). 3-Que serve de asa. Lentura. 4-Partícula empregada nos nomes geográficos, e que significa para cá ou aquém. Relativo ao dorso. 5-Postura. Emissão de urinas azuladas. 6-Para (Red.). Anda! 7-Enganada (Fig.). Serra do Algarve. 8-Vento do Sul, suão. Dirigir-se para cá. 9-Adverti. Proibição, recusa. 10-Flutuai. Puxara com o rodo. 11-Para o lado de onde sopra o vento (Náut.). Prender com açaime.

[ ] CinemaCineteatro | PUB

SALA 1THE AWAKENING [C]Um filme de: Nick MurphyCom: Rebecca Hall, Dominic Wes14.30, 19.30, 21.30

FROM UP ON POPPY HILL [A]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Gora Miyazaki16.30

SALA 2THE DARKEST HOUR 3D [B]Um filme de: Chris GorakCom: Emile Hirsch, Olivia Thirlby14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3NEW YEAR’S EVE [B]Um filme de: Garry MarshallCom: Halle Berry, Jessica Biel, JonBon Jovi14.30, 16.45, 19.15

LAUGHING GORTURNING POINT 2 [C]FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊSUm filme de: Herman YauCom: Michael Tse, Francies Ng, Chapman To21.30

PONTO ÓMEGA • Don DeLilloNo deserto do Arizona. Um jovem realizador obcecado com uma ideia para um filme: um único plano-sequência, uma única personagem. Frente à câmara e encostado à parede («como num assalto ou num fuzilamento»), está Richard Elster, um intelectual que, ao serviço do Pentágono, traçou a cartografia conceptual da Guerra do Iraque («eu queria uma guerra em haiku… uma guerra em três versos»). Quando a filha de Elster entra em cena, o fio da conversa filosófica dos dois homens é abruptamente cortado e a dinâmica da história conhece uma dramática inflexão.

JORNAL DE LETRAS, ARTES E IDEIASJornal quinzenal de informação especializada que aborda de forma ligeira e opinativa as diversas áreas da cultura (literatura, teatro, cinema, música, etc.). Assuntos actuais do mundo da cultura; Avaliação dos principais acontecimentos nas várias artes (novos livros, exposições, espetáculos, etc.); Antevisão crítica dos vários acontecimentos nas diversas áreas da cultura; Entrevistas a personalidades das várias áreas culturais; Destaque de livros, discos, cinema. Disponibilidade garantida mediante assinatura.

HORIZONTAIS: 1-ABACATE. ANA. 2-BALIR. NAVAL. 3-OLAS. PRUIDO. 4-BAR. CROSSA. 5-AS. DIALTEIA. 6-D. LOA. ARI. Ç. 7-ADERNADO. RA. 8-INSULA. VAI. 9-MATARA. VEEM. 10-ABOLI. MITRA. 11-ROR. AFUROAR.VERTICAIS: 1-ABOBADA. MAR. 2-BALAS. DIABO. 3-ALAR. LENTOR. 4-CIS. DORSAL. 5-AR. CIANURIA. 6-T. PRA. ALA. F. 7-ENROLADA. MU. 8-AUSTRO. VIR. 9-AVISEI. VETO. 10-NADAI. RAERA. 11-ALO. AÇAIMAR.

ZEROS A PERDER DE VISTASteve Wynn é um homem de visão - foi ele que transformou Las Vegas na cidade onde o jogo se tornou sinónimo de espectáculo, opulência e grandes hotéis. E está, como se sabe, também presente em Macau, onde a sua maneira de encarar o negócio fez escola.Esta semana, surgiu uma notícia dizendo que um dos sócios dele, Kazuo Okada, estava a processá-lo por não poder consultar os registos financeiros da empresa. Um dos pontos de discórdia foi um alegado donativo de 135 milhões de dólares, feito pela empresa de Wynn ao Fundo de Desenvolvimento da Universidade de Macau.Bom, para lá de qualquer discussão, até um gato vê o óbvio: uma doação e pêras. Ora ainda estava eu meio zonzo com esta história quando aparece outra de eriçar o pêlo. Segundo o dirigente da ANIMA - associação protectora de animais aqui no território -, Wynn passou um cheque de dois milhões de patacas (!) a esta instituição.Longe de mim querer pôr em causa tanta amizade pelos animais, mas lá diz o ditado que quando a esmola é muita o gato desconfia. A curiosidade, porém, toma muito mais conta de mim do que a desconfiança, pelo que fui investigar melhor a coisa. Um dado chamou-me a atenção: Steve Wynn vê mal.Atingido por uma doença degenerativa da retina, o multimilionário tem um episódio famoso: há uns anos, espetou o cotovelo num Picasso que tinha em casa, por calcular mal a distância a que se encontrava do quadro. Fez-lhe um furo com o gesto, enquanto os amigos presentes engoliam em seco. Azar dos azares, já tinha a venda assegurada da obra, por 139 milhões de dólares (comprara-o por menos de 50 milhões), e o negócio foi à vida.Wynn acabou por ficar com o quadro e descreveu a história como o seu “momento Closeau”. Este Closeau, detective trapalhão interpretado por Peter Sellers, descobria pouca coisa. Eu, na posse de toda esta informação, prefiro o Sherlock Holmes para vos dar a solução do caso. Para mim, todas estas doações de muitos milhões são apenas erros de percepção - quando Wynn preenche os cheques, só vê metade dos zeros...

Pu Yi

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OPINIÃOTERÇA-FEIRA 17.1.2012

14www.hojemacau.com.mo

caderno d iá r i oPedro Correia

TERÇA, 10 “Uma pequena história narrada numa escala épica.” A definição é de Barry Norman, um dos mais prestigiados críticos de cinema britânicos, e parece a que melhor capta a essência deste filme desmesurado, que transcende todos os padrões do cinema conhecido no final da década de 30, e de algum modo antecipou tendências: “E Tudo o Vento Levou” funciona como raiz ancestral de todas as ficções telenovelescas que se tornaram uma maçadora banalidade dos nossos dias. A receita não voltou a pegar: reveja-se “O Gigante” (George Stevens, 1956), por exemplo: não há comparação possível.

A diferença reside no carácter pioneiro desta ficção que pretende celebrar os “valores” sulistas dos EUA totalmente ao arrepio da torrente da história na América progressista de Franklin Roosevelt: há um certo charme neste assumido anacronismo. E é também uma questão de escala: tudo foi concebido em grande pelo produtor do filme, David O. Selznick - megalómano, ególatra, dotado de uma tenacidade quase lendária, produtor ímpar da era de ouro do cinema norte-americano.

Selznick só sabia pensar em grande. Para ele, mais era sempre sinónimo de melhor: nunca se contentou em ficar a meio caminho. Reuniu a maior equipa técnica, o maior naipe de figurantes, o maior número de estrelas. Conseguiu o maior número de nomeações (onze, obtendo um total de oito estatuetas) para os Oscars de Hollywood. E sobretudo alcançou a maior receita de bilheteira: se actualizarmos o valor da inflação, “E Tudo o Vento Levou” foi provavelmente o maior campeão de bilheteira de todos os tempos.

O génio empresarial de Selznick ficou logo patente nessa brilhante jogada publicitária que foi a escolha do elenco para o filme, estreado no cinema Fox, em Atlanta, a 15 de Dezembro de 1939. Todas as actrizes conceituadas da época e muitas aspirantes ao estrelato, de uma forma ou outra, manifestaram interesse em conseguir o papel principal, o de Scarlett O’ Hara. Um megaconcurso de testes cinematográficos que acabou por servir de rampa de lançamento para a fama de uma britânica de 25 anos, em início de carreira. Chamava-se Vivien Leigh.

Sem ela, “E Tudo o Vento Levou” não seria o que foi. Não seria o que é. Se compararmos o cinema às grandes criações literárias, a Scarlett de celulóide equivale a uma das grandes personagens romanescas de que há memória. Com a sua força de carácter, a sua vivacidade, o seu apego tenaz aos valores familiares, à herança do sangue, aos vínculos afectivos à terra-mãe. Numa das cenas mais marcantes do filme, o pai de Scarlett, Gerald O’ Hara (grande interpretação de Thomas Mitchell, um dos secundários mais talentosos de Hollywood), diz-lhe: “A terra é a única coisa do mundo por que vale a pena lutar ou morrer.”

Ela faz desta frase um lema de vida. E remete tudo o resto a um plano inferior, fiel ao juramento que fará mais tarde: “Deus é testemunha que não deixarei ninguém derrotar-me.” Indiferente aos ventos da história, que sopram implacáveis contra o orgulhoso Sul tão bem descrito pelo capitão Rhett Butler (Clark Gable) em vésperas da eclosão da guerra civil norte-americana. “Os sulistas”, sublinha ele, “só têm palavras, escravos e arrogância.”

Guerra e amor, os dois maiores condimentos do cinema clássico, estão presentes em “Gone With the Wind”. Mas o que mais prende a atenção do espectador, num filme que tem largas dezenas de personagens, é o destino de um quarteto: Scarlett, Rhett, Melanie (Olivia de Havilland) e Ashley. Personagens convictas, cada qual a seu modo, de que aquela guerra significaria “o fim do nosso mundo”, como um angustiado Ashley (Leslie Howard) diz à sua apaixonada Scarlett em vésperas da mobilização geral no Sul. Ironias do destino: no momento em que o filme estreou, também na vida real se travava uma guerra que mudaria para sempre a face do mundo. E o britânico Leslie Howard estaria envolvido nela, como agente de Churchill, acabando por ser abatido em 1943, num voo entre Lisboa e Bristol, no Reino Unido, pela aviação nazi.

“E Tudo o Vento Levou” é uma película cheia de momentos memoráveis. Momentos visuais e também auditivos: as primeiras quatro notas do Tema de Tara, composto por Max Steiner, são ainda hoje reconhecíveis em todo o mundo. Como esquecer as cenas do baile (que serviu de inspiração a outros filmes que deixaram rasto, como “O Padrinho” e “O Caçador”), o incêndio de Atlanta, as imagens do fim da guerra e da subsequente devastação que atingiu o sul dos EUA, a morte da criança e a vasta escadaria

na mansão da família O’ Hara que serve de excelente metáfora das relações sentimentais - os degraus parecem poucos quando o amor predomina e dir-se-iam intermináveis quando o ódio prevalece?

Qual o segredo de Selznick para que este filme de 1939 parecesse muito à frente da sua época e ainda hoje permaneça no imaginário dos espectadores? O segredo de sempre: soube rodear-se dos melhores. Entre a equipa de argumentistas, por exemplo, figurou um tal Scott Fitzgerald. Capaz, como outros, de reduzir as 1037 páginas do romance de Margaret Mitchell, galardoada com o Pulitzer, para cerca de um terço. Por uma vez sem exemplo, less was more.

Comecei por falar em Selznick, acabo o texto também a invocá-lo. Porque nenhum outro grande protagonista do cinema como ele perturbou tanto a “política de autores” teorizada na década de 50 por alguns críticos franceses, que centravam as suas análises no realizador, apontando-o como o verdadeiro autor de um filme. Selznick era uma carta fora do baralho: é dele que se fala ainda hoje, quando se fala de “Gone With the Wind”. O filme chegou a ter quatro realizadores:

Victor Fleming, único que figurou nos créditos finais, George Cukor (responsável por algumas cenas marcantes, como a da discussão inicial entre Scarlett e Mammy), Sam Wood e o fotógrafo William Cameron Menzies. Mas é um filme de Selznick, sem sombra de dúvida. Num tempo em que o produtor concebia a obra de arte e o realizador era apenas o seu artífice. Outros tempos, outros costumes. Numa cena capital, Rhett diz para Scarlett: “É um momento histórico. Pode dizer aos seus netos como viu o Sul desaparecer numa noite.”

A última frase do filme, proferida por uma Vivien Leigh em estado de graça, é uma das mais célebres de sempre na Sétima Arte: “Amanhã será outro dia.” Verdade histórica, verdade cinematográfica. O facto é que o cinema não voltaria a ser o mesmo. QUARTA, 11 Nos últimos meses tenho vindo a coleccionar as últimas frases de figuras célebres, portuguesas e estrangeiras. Várias delas apócrifas, naturalmente.

É uma tarefa que pareceria macabra mas acaba afinal por tornar-se divertida.

A última frase de Humphrey Bogart, por exemplo, é genial: “I should never have switched from scotch to martinis.” Outra das melhores últimas frases de sempre foi de outro actor norte-americano, Douglas Fairbanks, em 1939: «Nunca me senti tão bem.”

Há, por exemplo, uma história espantosa sobre a última declaração atribuída ao presidente-rei Sidónio Pais momentos antes de expirar, vítima de uma bala assassina, na estação ferroviária do Rossio, perto da meia-noite de 14 de Dezembro de 1918: “Sei que morro! Salvem a pátria...”

Esta frase resultou da pura invenção de um jornalista: o célebre Repórter X, que nessa noite chegou atrasado à estação do Rossio e procurou compensar o atraso empolgando a história dando-lhe contornos ainda mais dramáticos. O certo é que a lenda se tornou verdade. Como no filme do John Ford: “When lhe legend becomes fact, print the legend.”

Uma das mais célebres frases apócrifas de todos os tempos é a do general Custer, em Little Big Horn: “Rapazes, vamos dar cabo daqueles índios!”

Acontece também por vezes na política: os “índios” afinal são bastante mais do que parecem. Enfrentá-los em batalha aberta é puro suicídio.

Aprende-se sempre alguma coisa nestas pesquisas, onde a história se entrelaça com a ficção. QUINTA, 12 Princípio básico: há que resistir à tentação de disparar sobre o mensageiro quando surgem as más notícias. SEXTA, 13 A frase da semana: “Numa época de universalização da mentira, dizer a verdade é um acto revolucionário.” (George Orwell)

Há, por exemplo, uma história espantosa sobre a última declaração atribuída ao presidente-rei Sidónio Pais momentos antes de expirar, vítima de uma bala assassina, na estação ferroviária do Rossio, perto da meia-noite de 14 de Dezembro de 1918: “Sei que morro! Salvem a pátria...”

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012

15www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Andreia Sofia Silva; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; José C. Mendes; Nuno G. Pereira; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros; Vanessa Amaro Colunistas Arnaldo Gonçalves; Carlos M. Cordeiro; Boi Luxo; Correia Marques; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

à f l o r da pe leHelder Fernando

As motorizadas de Macau ficariam bem melhores no fundo daquele aterro em frente à Ponte da Amizade, bem cobertas de areia, do que estacionadas nos passeios etc.Por Fernando

Ciclone

IManifesta falta de agentes policiais para combater vários tipos de crimes como agio-tagem, sequestros e outros relacionados com o crescimentos astronómico da indústria do jogo. Sector imobiliário é alvo constante de duras críticas, nomeadamente pelos preços, também astronómicos, com que coloca no mercado habitações para vender e alugar. Tráfico de droga, logo a partir do aeroporto, também cresce, principalmente em número de casos de transporte de droga no interior de corpo humano. É o próprio director da PJ, admitindo o aumento da criminalidade, a afirmar que “a RAEM é um ponto de pas-sagem para o tráfico”. Qualquer dos leitores pode acrescentar: não apenas de droga. E continua como bom assunto de conversa a utilização de tecnologia avançada em muitos crimes de burla.

Negócios diferenciados com trabalha-dores ilegais têm historial longo em Macau. Uma reportagem da televisão local MASTV, faz eco do que se comentava há muito: no chamado “Jardim Triangular”, há anos que estará montado um autêntico mercado de trabalhadores ilegais. O provável, há quem diga, é a existência de outros lugares, na região, para o efeito. Tudo na maior tran-quilidade, assim como o comportamento inacreditável de alguns “profissionais” dos táxis que continuam descontraidamente a utilizar espaços não destinados a paragens oficialmente reconhecidas e identificadas, para levarem à prática duvidosas operações de exploração de incautos - entre outras ati-tudes intoleráveis para o cidadão comum, mas aparentemente toleradas pelas autori-dades. Como compensação, estão a chegar aumentos nos preços. As malhas que a região vai deixando tecer.

Apesar dos 28 milhões de visitantes em 2010, mais os quase 600 mil cidadãos residentes, tudo isto em apenas 30 quiló-metros quadrados, a situação bem podia ser melhor. Valores que aumentam todos os dias. São as presentes concepções de desenvolvimento social.

IILogo à partida, dá imensa vontade de rir aquela faceta ingénua do principal treinador da selecção de futebol de Macau no estranho caso do voto para o melhor jogador de futebol

As mAlhAs que A região tecedo mundo, bem como o melhor treinador. O seleccionador local, recebido o formulário da FIFA, das mãos da Associação de Fute-bol, votou por ele e pelo capitão da nossa selecção. Um dois em um nada desportivo. Sem fazer ideia, garante o sujeito, de como funcionam as coisas, uma vez que a Asso-ciação nunca lhe explicou. Interessante, este bastidor do futebol de Macau. Vale mesmo

é o entusiasmo posto pelas equipas dentro das quatro linhas.

IIIDesde sempre seguidas com a maior atenção por Pequim, as mais recentes eleições em Taiwan, no fim-de-semana passado, deram nova vitória a Ma Ying-jeou, assim reeleito chefe de Estado. Satisfação dos dirigentes

chineses, uma vez que o principal adversá-rio do presidente taiwanês, uma adversária com peso relativo, era a independentista Tsai Ing-wen que, naturalmente, fartou-se de defender a independência formal da ilha face à RPC.

Aqui e ali, com a discrição posta nestes assuntos, as autoridades chinesas deixam escapar alguma satisfação pelos resultados eleitorais na chamada “ilha rebelde”. Preten-de-se estabilidade, passados que são 63 anos desde a vitória militar dita comunista, com a respectiva implantação da RPC e a fuga dos ditos nacionalistas para Taiwan. Para já, Ma é a figura que de momento melhor personifica a intenção política desse desejo de paz e estabilidade.

Como se sabe, este 2012 é um ano impor-tante para a China. Por diferentes razões. Duas delas: a renovação da sua cúpula diri-gente (dentro de 10 meses), e a confirmação da China como uma das nações com maior crescimento económico do mundo (e não somente económico).

IVPronto, já não se fala tanto do Natal, não se corre aos presentes, não se fala em paz, amor e doçarias, não se massacram os ouvidos com os jingle bells repetitivamente enjoativos. Tudo regressou rapidamente à normalidade, para o ano há mais.

Por este Oriente é a época do Kung Hei Fat Choi, o tradicional desejo de bom ano, também repleto de sentimentos maravilho-sos e alguma barulheira rebentando pelo ar - muitíssimo menos do que há uns bons anos, pelo menos em Macau. Até os pan-chões se tornaram enjoativos, quase saindo da longa moda. Se calhar a lei anti-tabaco (com alguns disparates no seu conteúdo) ajudou a termos muito menos fumarada estrondosa, embora não abranja a fumarada dos foguetórios.

VO gosto da palavra escrita e dita. O movimen-to por vezes hierático da nossa língua - cada vez mais bela, cada vez mais rica em expres-sões e em fonéticas. Há palavras inevitáveis, como há momentos da vida que também o são. Vida e palavra, constroem-nos, não podemos passar ao lado de nenhuma delas. Não existimos se o fizermos.

O seleccionador local, recebido o formulário da FIFA, das mãos da Associação de Futebol, votou por ele e pelo capitão da nossa selecção. Um dois em um nada desportivo. Sem fazer ideia, garante o sujeito, de como funcionam as coisas, uma vez que a Associação nunca lhe explicou. Interessante, este bastidor do futebol de Macau.

?

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TERÇA-FEIRA 17.1.2012www.hojemacau.com.mo

H5N1 MACAU SOSSEGA CIDADÃOS SOBRE GRIPEA Associação de Laboratórios Tecnológicos de Macau recordou informações para evitar preocupações dos residentes após os recentes casos de H5N1 revelados em Hong Kong. A associação sublinhou que, segundo a Organização Mundial de Saúde, não existem provas de que as aves cozinhadas e os seus ovos possam ser veículos de transmissão do H5N1. O contacto directo com os animais é a única via conhecida de transmissão do vírus.

GLOBOS A DAMA DE FERRO E O ARTISTAO filme francês “O Artista” e o drama “Os Descendentes” repartiram a glória na 69.ª edição dos Globos de Ouro, com três e dois galardões cada um, respectivamente. “O Artista”, de Michel Hazanavicius, ganhou como melhor comédia ou musical, melhor actor nesse domínio (Jean Dujardin) e melhor banda sonora original (Ludovic Bource). “Os Descendentes” venceu nas categorias de melhor drama e melhor actor de drama (George Clooney). Meryl Streep arrecadou o Globo de Ouro para melhor actriz de drama pelo desempenho em “A Dama de Ferro”, enquanto Michelle Williams ganhou o prémio de melhor actriz em comédia pelo seu desempenho de Marilyn Monroe no filme “Uma Semana com Marilyn”.

GUANGZHOU FEIRA ORIGINA QUATRO PROTOCOLOSTerminou dia 15 a primeira edição da “Feira de Produtos Famosos de Macau-Guangzhou 2012”. Os três dias do evento, segundo a organização, revelaram-se um “sucesso” na promoção de artigos oriundos das duas regiões. No total, foram assinados quatro protocolos de cooperação, na área dos produtos culturais e criativos. Realizaram-se ainda 698 bolsas de contacto e 135 mil pessoas passaram pelo evento.

TAILÂNDIA POLÍCIA ENCONTRA MATERIAL PARA BOMBASA polícia da Tailândia encontrou ontem material utilizado para o fabrico de bombas num armazém perto de Banguecoque, trazido por um alegado terrorista líbio detido na quinta-feira, informou a imprensa local. Atris Hussein, o alegado terrorista membro do grupo xiita Hezbollah, foi escoltado pelos agentes até ao armazém onde foram detectados, em várias caixas, fertilizante de ureia e nitrato de amónio líquido, componentes químicos com os quais se podem fabricar explosivos.

Naufrágio do Costa Concórdia sobe para seis mortos

Comandante visto a beber

car toon por Steff ABANDONAR O NAVIO

A lista de vítimas do aciden-te ocorrido com o navio cruzeiro Costa Concórdia já subiu para seis mor-

tos. Ontem foram encontrados os corpos de dois idosos que ficaram presos junto à popa do navio. Até ao momento, encontram-se desa-parecidas 15 pessoas.

Neste momento, as buscas a eventuais vítimas e desaparecidos encontra-se suspensa, devido ao facto do navio se ter movido e se encontrar apoiada em três pontos de uma rocha, perto de uma falha com 70 metros de profundidade.

A presença do Costa Concór-dia junto à ilha de Giglio poderá originar danos ambientais “muito elevados”, sendo necessária uma “intervenção urgente”, segundo Corrado Clini, ministro do am-biente italiano. Isto porque a em-barcação contém 2390 toneladas de combustível no seu interior, mas até

Virginia [email protected]

O jornal Ou Mun diz que a população acha que a reeleição de Ma Ying-jeou irá provocar uma maior

aproximação entre a China e Taiwan. No entanto, as reacções por parte da área de logística local não são tão entusiastas, declarando que as três ligações entre China, Macau e Taiwan já existem há muito tempo e o volume de cargas tem vindo a diminuir de forma

contínua. Responsáveis daquela indústria afirmaram que o sector tem de acelerar se quer acompanhar o desenvolvimento na plataforma asiática, acrescentando que continuar o desenvolvimento às cegas só poderá causar mais problemas ambientais. Embora o sector veja no horizonte surgirem novas oportunidades de grandes projectos, ainda é cedo para avançar com estimativas.

No entanto, segundo indicações desta indústria, Macau pode vir a desempenhar um papel importante na zona do sudeste asiático.

ÁSIA PREOCUPADA COM QUEDA DO EUROO euro atingiu ontem o

valor mais baixo em quase uma década face à moeda chinesa, ao descer para 8,0104 yuan, indicam as cotações do Banco Cen-tral da China. Foi a terceira descida do euro em duas semanas e atingiu a sua pior cotação face ao yuan desde Setembro de 2002. Há uma semana um euro valia 8,0221 yuan, menos 0,0556 que três dias antes.

Pelas cotações do Banco Central Europeu, que são ligeiramente superiores às do Banco Central da China, no dia 17 de setembro de 2002, um euro valia apenas 7,9865 yuan. Em Dezembro de 2004, pelo contrário, um euro che-gou a valer 11,284 yuan.

Desde então, e sobretudo nos últimos três anos e meio, o euro desvalorizou-se cerca de 30% face à moeda chinesa. O yuan ainda não é inteira-mente convertível, mas a sua cotação pode variar 0,5 pon-tos por dia face a um pacote de moedas internacionais que inclui o dólar norte--americano, o yen japonês, o euro e a libra britânica.

Quando a moeda única europeia começou a circular, em Janeiro de 2002, um euro valia 7,4808 yuan e um mês depois desceu para 7,1447. Mas em Junho de 2002 a cotação do euro passou a barreira dos oito yuan e, apesar de algumas flutua-ções pontuais, desde Março de 2003 esteve quase sempre acima dos nove yuan.

JAPÃO APREENSIVOO ministro das Finanças japonês, Jun Azumi, de-monstrou a sua preocupação pela “rápida” queda do euro registada nos mercados de divisas, que o levou a atin-gir novos mínimos em 11 anos frente ao iene, na zona da Ásia-Pacífico.”O movi-mento é um pouco rápido e preocupa-nos”, disse em declarações recolhidas pela agência local Kyodo.

A moeda europeia re-gistou um novo mínimo de 97,04 ienes em Tóquio, pouco depois de ter atingido os 97,17 ienes na Oceânia.

O ministro japonês evi-tou dar a sua opinião sobre o corte do “rating” na sexta--feira pela Standard & Poor a nove dos 17 países da zona euro, incluindo a França, que perdeu a classificação AAA.

SECTOR PROCURA DIVERSIFICAR-SE

Oportunidades na área da logística

ao momento não houve nenhuma fuga para o mar.

ERRO HUMANOAs últimas declarações proferidas pe-las autoridades às agências notícias apontam para a responsabilidade do comandante, Francesco Schettino.

Tanto o ministro da defesa de Itália como o presidente da Costa Cruises (proprietária do navio) falam da exis-tência de “erro humano”. O tempo gasto entre o embate e a chamada de alarme para a capitania terá sido de, aproximadamente, uma hora, o que levou o responsável pela inves-tigação a questionar “porque é que o comandante esperou tanto tempo”.

Declarações de passageiros aos jornais ingleses mostram que Francesco Schettino esteve a beber no bar do navio antes de pegar no leme. “O que mais me escandalizou foi ver o capitão a estar horas no bar a beber agarrado a uma mulher, antes de embater na rocha”, contou ao The Sunday Telegraph Monique Maurek, uma holandesa de 41 anos.

A Carnival Corporation, dona da proprietária do navio, já disse num comunicado que a empresa deverá estar fora de serviço até ao final do ano.