Hoje Macau 11 NOV 2011 #2491

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 16 MAX 24 HUMIDADE 40-80% CÂMBIOS EURO 10.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 11 DE NOVEMBRO DE 2011 ANO XI Nº 2491 PUB Ter para ler Inflação | Governo não adianta medidas concretas para resolver o problema Passear como solução h HONGREN BUDISMO CHAN E PINTURA INQUÉRITO SOBRE QUALIDADE DE VIDA POPULAÇÃO COM SATISFAÇÃO MODERADA • PÁGINA 9 Em dia de apresentação da nova página na Internet de Chui Sai On, o Gabinete do Chefe do Executivo também quis anunciar as novas medidas anti-inflação. Muita parra e pouca uva. Para já as medidas são nulas e o Governo apenas se tem comprometido com “viagens de estudo” a várias localidades da China e da Ásia, para que sejam firmados contratos de exportação-importação. Para já, passeios infrutíferos > PÁGINA 5 Carlos Morais José SAÚDE PÚBLICA: UM DOENTE TERMINAL • PÁGINA 21 Jorge Rodrigues Simão A RECESSÃO • PÁGINA 22 Paul Chan Wai Chi FESTA DA COBRA, VEGETAIS, BOLOS, PAMONHA DE ARROZ GLUTINOSO • PÁGINA 23 OPINIÃO REGIME DE GARANTIA DE DEPÓSITOS DEPUTADOS QUEREM RATING DOS BANCOS • PÁGINA 4

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Edição do Hoje Macau de 11 de Novembro de 2011 • Ano X • N.º 2491

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 16 MAX 24 HUMIDADE 40-80% • CÂMBIOS EURO 10.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 11 DE NOVEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2491

PUB

Ter para ler

Inflação | Governo não adianta medidas concretas para resolver o problema

Passear como solução

h• HONGREN

BUDISMO CHAN E PINTURA

INQUÉRITO SOBRE QUALIDADE DE VIDA

POPULAÇÃO COM SATISFAÇÃO MODERADA

• PÁGINA 9

Em dia de apresentação da nova página na Internet de Chui Sai On, o Gabinete do Chefe do Executivo também quis anunciar as novas medidas anti-inflação. Muita parra e pouca uva. Para já as medidas são nulas e o Governo apenas se tem comprometido com “viagens de estudo” a várias localidades da China e da Ásia, para que sejam firmados contratos de exportação-importação. Para já, passeios infrutíferos > PÁGINA 5

Carlos Morais José

SAÚDE PÚBLICA: UM DOENTE TERMINAL• PÁGINA 21

Jorge Rodrigues Simão

A RECESSÃO• PÁGINA 22

Paul Chan Wai Chi

FESTA DA COBRA, VEGETAIS, BOLOS, PAMONHA DE ARROZ GLUTINOSO• PÁGINA 23

OPINIÃO

REGIME DE GARANTIA DE DEPÓSITOS

DEPUTADOS QUEREM RATING DOS BANCOS• PÁGINA 4

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SEXTA-FEIRA 11.11.2011

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Investimento estrangeiro da China agora também é privado

Lição de tai-chi e de negócios CHINA OPÕE-SE A SANÇÕES CONTRA O IRÃOA China opõe-se a sanções contra o Irão, considerando que aquelas não têm a capacidade de resolver o problema do programa nuclear de Teerão, afirmou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “As sanções não podem fundamentalmente resolver o problema” do programa nuclear iraniano, afirmou o porta-voz após a publicação de um relatório da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), que acusa o Irão, de que Pequim é aliado, de procurar construir uma arma atómica.

TRÊS SOLDADOS ABATIDOS PELA POLÍCIA APÓS ROUBAREM ARMATrês soldados do Exército Popular de Libertação da China morreram numa troca de tiros com polícias do nordeste do país, depois dos militares terem roubado uma arma e 800 balas. Segundo o “South China Morning Post”, na troca de tiros um quarto soldado e um polícia ficaram feridos, no que é considerado um confronto raro entre as forças de segurança do país e que aconteceu na localidade de Yingkou, na província de Liaoning. Os soldados, com idades entre os 18 e os 23 anos, roubaram às primeiras horas de quarta-feira uma arma numa base militar da vizinha província de Jilin onde prestavam serviço. Ao ser conhecido o roubo, a polícia da região emitiu um comunicado advertindo a população para a presença de quatro homens armados e apelando a ourivesarias e bancos que tomassem medidas adicionais de prevenção, levando alguns comerciantes a fecharem mesmo as portas.O soldado ferido enfrenta agora a justiça chinesa e pode ser condenado à morte já que na China o roubo de armas é um delito que, em determinados casos, pode ser punido com a pena capital.

O jantar no Hotel Four Seasons de Nova Iorque, que serviu em Abril para apresentar o conglome-

rado chinês Fosun Group a Wall Street, corria igual a qualquer outro evento empresarial de alto nível — até Guo Guangchang, o presidente do conselho da empresa, trocar o terno por um pijama branco de seda para demonstrar a sua maestria no tai chi.

Mark Grier, vice-presidente do conselho da Prudential Financial Inc., um dos convidados, interpretou a demonstração de dez minutos como uma mensagem de que Guo “pre-tende dar uma contribuição à China que vai além do impacto comercial específico de operar seu negócio”. Outro dos presentes achou que foi uma maneira de Guo demonstrar a sua vitalidade como um “líder jovem e vigoroso”.

Qualquer que seja a intenção, a apresentação mostra como Guo, de 44 anos, não é o típico burocrata co-munista no comando de uma empresa estatal chinesa. E a Fosun também não é mais uma desajeitada gigante governamental da China.

A onda inicial de investimento chinês no exterior foi encabeçada pela aquisição de petrolíferas e mi-neradoras por estatais do país. Mas a feição do investimento chinês no exterior está a começar a mudar, com empresas privadas, como a Fosun, a aproveitarem o lucrativo mercado doméstico para obter escala mun-dial. A empresa Hony Capital Ltd. quer aplicar seu capital fora do país, por exemplo. E a matriz da Hainan Airlines Co. está na disputa para comprar os activos aeroportuários da empreiteira alemã Hochtief AG.

Essas empresas “representam a nova geração de investidores chine-ses, ágeis e motivados”, diz David Chin, vice-director de banco de in-vestimentos para a filial do UBS AG na Ásia e Oceânia. A China investiu 68 mil milhões de dólares no estran-geiro no ano passado. Ainda é pouco comparado aos 329 mil milhões dos Estados Unidos, segundo a ONU, mas é mais de cinco vezes o total de 2006.

A maioria dos activos da Fosun está nos sectores chineses de aço, mineração, farmacêutico e imobiliá-rio. Mas a empresa comprou no ano passado uma participação - agora em 10% - do grupo francês de hotelaria Club Mediterranée SA, que está in-teressado no crescente mercado de turismo interno na China. A Fosun

também comprou este ano 10% da Folli Follie Group SA, uma empresa de luxo multinacional com sede na Grécia.

“O nosso investimento no ex-terior vai acelerar e multiplicar-se. Com certeza não vamos parar nesses dois”, disse Guo numa entrevista ao “The Wall Street Journal” no edifício da sede da empresa, uma caixa de concreto na orla ribeirinha de Xangai.

Nem todas as investidas da Fosun foram bem-sucedidas. A empresa ten-tou em vão comprar uma fatia da grife italiana Prada SpA e liderou um con-sórcio que fez uma oferta fracassada pela seguradora asiática da American International Group Inc. Mas a Fosun conseguiu assinar um acordo este ano para administrar 500 milhões de dólares para a Prudential Financial, a divisão de administração de activos da gigante seguradora americana. E no ano passado fechou acordo para criar uma ‘joint-venture’ de 100 milhões de dólares com a Carlyle Group LP para investir em participações na China.

A abordagem da Fosun é diferente da empregada por outras empresas chinesas, que causaram polémica com ofertas vultuosas no exterior, como as tentativas da Huawei Technologies Co. de comprar activos nos EUA ou o esforço da Chinalco para aumentar

a sua participação na mineradora an-glo-australiana Rio Tinto. A Fosun, em contraste, compra fatias minoritárias de empresas estrangeiras conhecidas que estão ansiosas para expandir-se pela China.

“Uma empresa chinesa que tenta assumir o controlo de uma marca americana ou europeia enfrenta um problema de confiança”, diz Lian Xinjun, director-presidente da Fosun. “Quando compro uma marca ameri-cana, quero que os clientes dela achem que nada vai mudar [...] É preciso demonstrar para os accionistas que és um investidor benigno, o sócio deles na China.”

A Fosun foi fundada em 1992 por quatro estudantes da Universidade Fudan, em Xangai: três especialistas em genética e um estudante de filoso-fia, Guo, que decidiu usar o dinheiro que tinha economizado para abrir uma empresa, em vez de ir estudar para os EUA. O capital inicial de 4000 dólares criou uma farmacêutica.

“Estudar filosofia não é um assun-to particularmente especializado”, brinca Guo. “Então como eu não tinha nenhuma habilidade especial, quan-do dividimos as responsabilidades [fi-cou claro] que não podia administrar um departamento técnico, então eles colocaram-me no comando de tudo.”

De farmacêutica, a empresa expandiu-se para o sector imobiliário. No fim dos anos 90, a Fosun já havia se transformado numa companhia chi-nesa importante. Nos anos seguintes, comprou participações significativas em antigas estatais de siderurgia e mineração, e depois numa variedade de empresas, da editora da revista chi-nesa da “Forbes” à dona do complexo de turismo e ‘shopping’ Yu Gardens, em Xangai.

Hoje em dia a Fosun é uma das maiores empresas privadas da Chi-na, com um facturamento de 7000 milhões de dólares, património de 21 mil milhões e dívida de 8600 milhões. Guo, cujo património é calculado em 2800 milhões de dólares, é uma das 20 pessoas mais ricas da China, segundo o ranking da “Forbes”.

A Fosun está longe de ser humilde. Várias vezes a empresa já se colocou como a Carlyle, a Berkshire Hathaway Inc. e a General Electric Co. da China.

É uma abordagem que não tem sido premiada pelos investidores. As acções da Fosun International Ltd., listada em Hong Kong, caíram fortemente da cotação da oferta ini-cial. Como quase 80% da empresa são controlados pelos fundadores, os investidores externos têm pouca influência.

Guo e Liang são os principais res-ponsáveis pela expansão internacional da Fosun. Os dois outros fundadores, Wang Qunbin e Fan Wei, e três outros executivos compõem a directoria. Os fundadores, que têm entre 41 e 44 anos, raramente ficam no mesmo lugar mas conversam pelo menos uma vez por dia.

Os empregados da Fosun colabo-ram semanalmente, às vezes diaria-mente, com os do Club Med, diz Henri Giscard d’Etaing, director-presidente da operadora de resorts. “Comparti-lhamos nossos planos de desenvolvi-mento para a China, pedimos o ponto de vista deles e se eles conhecem as pessoas, ou investidores e operadores que podem nos ajudar a construir um resort no local.” O primeiro hotel do Club Med na China, que já estava a ser construído antes do acordo com a Fosun, vai abrir em Janeiro. O resort de esqui com 18 pistas se anuncia como o maior da China.

A Fosun é conhecida na China pelos contactos políticos. Guo é um dos 66 delegados de Xangai no Con-gresso Nacional Popular, o suposto Parlamento da China, que se reúne uma vez por ano.

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3www.hojemacau.com.mo

Leia mais notícias sobre a China e a Ásia em www.hojemacau.com.mo@

HÁ 15 anos, uma pequena empresa familiar re-comprou os estoques de um velho chá servido

num restaurante de Hong Kong que foi à falência. A partir daí, o va-lor da mercadoria foi multiplicada 10 mil vezes, com a família Lam a colher o êxito de um chá de sabor muito especial.

A bebida, denominada “pu erh”, consiste num chá preto, seco e fermentado, que fica com um sabor mais suave ao envelhecer. A sua história remonta a entre 1000 e 2000 anos e os agricultores da província chinesa de Yunnan (sudoeste) guardam zelosamente o segredo do seu cultivo.

Nos últimos 20 anos, os preços do velho “pu erh” dispararam. A China vem encorajando a redes-coberta da cultura desse chá de luxo, um produto comparado, às vezes, a um grande vinho e que é fonte de orgulho nacional. “É como magia”, declarou à AFP o director da empresa Lam, Sam Lam, ao falar do aumento do preço.

“Pode-se sentir o gosto suave que deixa no paladar”, disse, enquanto preparava a bebida segundo o ritual chinês. A água a ferver é derramada nas folhas num bule minúsculo, e depois em pequenas taças. A primeira água

A China, a segunda maior economia do mundo e

o maior emissor de CO2 do planeta, aprovou na um pla-no para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa até 2015.

A meta é reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em 17%, por unidade do Produto Interno Bruto (PIB) até 2015, noticia a agência Xinhua. O plano foi aprovado durante uma sessão governamental presi-dida pelo primeiro-ministro Wen Jiabao.

Para cumprir as suas me-tas, a China vai promover as energias de baixo carbono e acelerar a criação de um sis-tema de monitorização das emissões de gases com efeito

Chá com história de 2000 anos causa furor entre os ricos chineses

Os milhões do “pu erh”

PEQUIM APROVA PLANO PARA REDUZIR EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA

Um passo pequeno, mas valente

não é aproveitada porque serve para “lavar” as folhas.

O chá é vendido na forma de bolachas compactas, envoltas em papel especial. O pai de Sam Lam, Lam Kie Yuen, lançou-se no comércio do chá quando chegou a Hong Kong, em 1949, ao fugir da China continental assolada pela

guerra. Mas o mercado do “pu erh” de luxo só explodiu nos anos 90. Uma versão mais barata deste chá já existe, mas não é a mesma coisa, explicou.

Os Lam vendem actualmente o chá plantado no período de 1930 a 1950 por um preço que pode chegar aos 200 mil dólares de Hong Kong

o pacote de 345 gramas. Como os preços sobem, as pessoas compram cada vez menos para bebê-lo e cada vez mais como investimento ou peça de colecção.

Na zona de Mong Kok na região vizinha, jovens elegantes ouvem com atenção as palavras da mestre do chá Eliza Liu, numa loja tranqui-

la e refinada. “É como uma droga. Sou totalmente viciado”, confessa Ngan Kan Shing, um estudante de 21 anos. “Ao descobrir o chá, tenho a impressão de ter aprendido muito sobre a China”.

O grupo examina a cor da bebi-da em cada taça, sorvendo-a de um só gole, num silêncio respeitoso, enquanto a professora explica as virtudes do chá ancestral. Cultiva-do antes da chegada dos pesticidas e secado naturalmente - não numa câmara quente como acontece agora - a bebida tem uma cor mais pálida e um gosto mais suave que o do chá “normal”.

“O bom chá deve ser cultivado em grandes alturas e depende do clima”, destaca Eliza Liu. “Em Yunnan, dizem que um arbusto de chá pode conhecer as quatro estações em um só dia”.

Segundo o jornal estatal “Glo-bal Times”, um lote de “pu erh” foi vendido, em 2002, a 250 dólares americanos o grama. Mas para os especialistas, as cifras não espan-tam. “O chá possui uma filosofia centrada na saúde. Tornou-se um produto comercial, mas o mais barato também pode ser tão bom quanto o mais caro”, assegura Yip Man, outro conhecedor da bebida. O acto de bebê-lo traz “harmonia ao reunir as pessoas, além de trans-mitir paz interior”.

Os preços altíssimos do “pu erh” são também explicados pela oferta pequena. Enquanto isto, os novos ricos chineses adoptam modas e começam a apaixonar-se agora pelo “Phoenix Oolong’, outro chá “precioso”.

de estufa, de acordo com um comunicado divulgado após a reunião governamental. Às instituições públicas e associações serão pedidas iniciativas para um estilo de vida mais sustentável.

O desafio é entendido como uma oportunidade para reestruturar a economia e promover uma nova revo-lução industrial, acrescenta o comunicado citado pela Xinhua.

Na segunda-feira, a ministra francesa da Eco-logia, Nathalie Kosciusko-

-Morizet, considerou que os líderes chineses estão muito sensibilizados para as questões do desenvolvi-mento sustentável e das al-terações climáticas. Depois de uma visita de quatro dias à China, a ministra francesa comentou que “os proble-mas não estão resolvidos” mas ficou satisfeita com a meta de 17% de melhoria na eficiência carbónica da economia chinesa.

De 28 de Novembro a 9 de Dezembro, as Nações Unidas reúnem-se em Dur-ban, África do Sul, para debater os esforços futuros para combater as alterações climáticas. De momento, a China depende em 70% do carvão.

O ataque à Língua Portuguesa continua. Todos os dias, a todas as horas. E o que fazem as associações locais de matriz portuguesa, nomeadamente a Casa de Portugal, a APIM, a Associação dos Macaenses e mesmo aquela do desaparecido-em-combate Casimiro Pinto (Força Plural?)? E o que fazem as instituições portuguesas, nomeadamente o consulado, o Conselho das Comunidades e o IPOR? Que se saiba, nada. Carlos Morais José, P. 21

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4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Gonçalo Lobo [email protected]

A primeira reunião da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Le-

gislativa (AL) para discutir a proposta de lei do Regime de Garantia de Depósitos ainda se revestiu de muitas dúvidas. Os deputados pedem esclarecimentos do Governo e acreditam que é “justo” que os bancos do território possam ser nota-dos pelas agências de rating internacionais.

O Regime de Garantia de Depósitos assegura o re-embolso dos depósitos ban-cários até 500 mil patacas, mas já lá vamos. O principal tema discutido ontem pelos deputados da especialidade foi a notação dos bancos. “É preciso credibilizar o sistema bancário de Macau. A lei é omissa nessa situação e talvez seja interessante, até justo, que as agências de ra-ting internacionais possam dar notações ao bancos do território”, atirou o presi-dente da Comissão, Cheang Chi Keong.

Para o deputado tudo é ainda uma névoa de incertezas. A primeira reunião foi pródiga a criar interrogações nos depu-tados e, neste particular, os legisladores querem ouvir a posição firme do Governo. “Pensamos que é importante mas queremos saber o que é que o Gover-no vai fazer quanto a esta situação. Vai promover o rating? Vai dar a Autori-dade Monetária de Macau (AMCM) essa tarefa? O resultado da avaliação vai ser público?”, questiona Cheang Chi Keong.

A CONTRIBUIÇÃO BANCÁRIAA questão do rating bancário é levantada quando falamos da percentagem de partici-pação dos bancos no Fundo de Garantia de Depósitos. O sistema bancário, de acordo com o novo articulado, terá de garantir cerca de 200 milhões de patacas e, agora, todos os bancos dão o mes-mo valor para esse fundo o que “não é justo” para os deputados. “O rating servirá para distinguir os bancos. Se um banco for notado com

Imagine uma Moody’s ou uma Standard & Poor’s a notarem os bancos de Macau. É isso que os deputados pretendem para o novo Regime de Garantia de Depósitos. Os bancos têm de ser “devidamente e justamente” avaliados por forma a que a sua contribuição para o Fundo de Garantia de Depósitos seja feita conforme o risco de salvaguarda dos depósitos

Deputados querem agências de rating a classificar bancos

Equidade a quanto obrigas

avaliações negativas o risco de empréstimo é maior, por isso esse banco terá de ter uma maior taxa de partici-pação do Fundo de Garantia de Depósitos”, explicou o deputado.

Ao fim ao cabo, tudo passa pelo risco. É como al-guém que pede um emprés-timo e depois o seu proces-so tem de ser devidamente analisado. Se a pessoa tiver bens e bons rendimentos, o risco é menor, logo o banco dará melhores condições de pagamento. Se a pes-soa tiver menos posses, o risco de incumprimento é maior logo as taxas de juro também serão maiores. A grosso modo é isto que se passará com as “dádivas” dos bancos para o Fundo

de Garantia de Depósitos.A proposta de lei ao

ser aprovada obrigará a que todos os bancos com sede em Macau ou sucur-sais de bancos com sede no exterior, que exerçam actividade no território, contribuam para o Fundo de Garantia de Depósitos, que funciona como fonte de eventuais reembolsos. De fora, ficam os três bancos offshore a funcionarem em Macau.

A contribuição das en-tidades bancárias foi con-tabilizada tendo em conta a base de depósitos actuais dos bancos de Macau e representa 0,05% do total desses depósitos numa pri-meira fase e depois obriga-rá os bancos a contribuírem

com 0,03% desses mesmos depósitos.

O GOVERNO TAMBÉM AJUDAPara além das 200 milhões de patacas dadas pelos ban-cos, o Fundo de Garantia de Depósitos também terá uma participação do Governo – cerca de 150 milhões.

A principal preocupação do Governo e, aparente-mente, dos deputados é a salvaguarda dos depósitos bancários dos residentes. “Concordamos com a po-sição do Governo. Este articulado tem de estar especialmente dirigido aos depositantes do território”, disse Cheang Chi Keong.

Contudo quando se fala da liquidação dos bancos há

que ter em conta outros pres-supostos. “Depois de garantir os depósitos os bancos têm que ter a palavra do Governo de que podem continuar as suas operações. Se, em pri-meiro lugar, o depositante é que tem de sair a ganhar desta nova lei, por outro lado não podemos esquecer os bancos. Não podemos garantir o bem jurídico só para o lado dos depositantes e isso tem de ser devidamente reflectido e acautelado”, acrescentou o deputado.

FMI, PERSONAGEM DO ENREDODesde 2008, com a crise económico-financeira, que o Governo garante a totalida-de dos depósitos bancários. A proposta de lei em análise

vem apenas regulamentar o sistema de garantia que já existe. “O sucesso de pro-tecção depende apenas do Fundo e isso é fundamental”, lembrou Cheang Chi Keong.

O Fundo de Garantia de Depósitos está a ser criado tendo em conta as recentes recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), prescritas pelo rela-tório de avaliação de centros financeiros offshore.

A recomendação preten-de que Macau consiga cobrir entre 80 a 90% dos depósitos. O presidente da AMCM, Anselmo Teng, garantiu na altura que, em Macau, 95% dos clientes estão seguros até ao limite máximo de 500 mil patacas por banco – o que significa que, caso tenham depósitos em três contas diferentes, o cliente estará seguro em 1,500,000 patacas.

O QUE É UMA EMERGÊNCIA?No geral os deputados, que achavam o documento de apreciação simples – o que não veio a suceder, concor-dam com o que consta do articulado. Pedem agora ao Governo mais detalhes sobre como será fiscalizada a actividade das entidades bancárias, de forma a garantir aos cidadãos que não sejam convencidos a investir em produtos, que não tenham de ficar salvaguardados pela garantia de depósito. “Há, na-turalmente, lugar a melhorar alguns aspectos do articulado. Distinguir o que pode ser regulamento e o que é lei”, referiu o presidente da 3.ª Comissão Permanente da AL.

“Outra questão que nos deixou com dúvidas é o que está consagrado no n.º 2 do artigo 4.º. O Governo fala que é possível alterar o limite de reembolso em situações de emergência e apenas por despacho do Chefe do Executivo. O que é o Exe-cutivo vê como situações de emergência? Queremos esclarecimentos e o Governo não se pode esquecer que um articulado não pode criar situações de conflitualidade de poderes entre o Governo e a AL”, finalizou o deputado.

O documento continuará a ser analisado em sede de especialidade e não se prevê quando poderá seguir nova-mente para o plenário.

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Vanessa [email protected]

O pedido já é antigo e o Governo diz que está a fazer os possíveis para resolver o problema

da importação de produtos ali-mentares. Ontem, o porta-voz do Executivo, Alexis Tam, o director dos Serviços de Economia, Sou Tim Peng, e o presidente do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Raymond Tam, anunciaram publicamente a sua grande medida conjunta para conter a inflação: diversificar a origem dos alimentos e pôr mais empresas locais a importar.

Segundo o responsável do IACM, o Executivo tem apoia-do “viagens de estudo” de companhias de Macau a várias localidades da China, para que sejam firmados contratos de exportação-importação. Os pas-seios ainda não se mostraram frutíferos, mas as autoridades dizem que irão mantê-los e até incrementá-los. “Estivemos, por exemplo, na província de Hebei e foram assinadas seis cartas de intenção. Por agora, foi possível iniciar a importação de óleo e cereais”, explicou Sou Tim Peng.

O trio, porém, deixou cla-ro que Macau tem de andar a reboque da inflação da China. Esta semana, Pequim anunciou uma ligeira descida do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em Outubro, com a taxa a fixar-se nos 5,5%. Alexis Tam frisou que essa é uma boa notícia para Macau, já que à medida que os produtos chineses ficam mais baratos é ex-pectável o consumidor da RAEM pagar menos.

A taxa de inflação em Macau atingiu os 5,11% nos últimos 12 meses terminados em Setembro, face aos 12 meses imediatamente anteriores. O IPC, porém, subiu 6,51% em relação ao mesmo mês de 2010, impulsionado principal-mente pelo aumento dos preços das refeições adquiridas fora de casa e da gasolina.

VACAS E PORCOSEM CONFLITOSem fim à vista parece o mono-pólio no sector das carnes. Nesta fase, a importação está concentra-da num único grupo distribuidor, que é responsável por todo o abas-tecimento de Macau. O presidente do conselho de administração do IACM recusou-se porém a assu-mir que exista um monopólio e referiu, em conversa com o Hoje Macau à margem da conferência

Governo compromete-se a explorar mais canais de importação

Em tempos de inflação, passeia-se

de imprensa, que “não há limites para importação”. “É nosso desejo ampliar os canais de importação, dando oportunidade para mais empresários locais e também para diversificar a origem dos produtos. Neste momento, por exemplo, já importamos carne de vaca e de frango do Brasil a um bom preço”, referiu.

Raymond Tam acredita que o preço dos alimentos em Macau, especialmente os frescos, como legumes, peixes e carnes, deve manter-se “um pouco mais es-tável” nos próximos tempos. As hortaliças e frutas são, na sua grande maioria, provenientes da província de Guangdong e como a produção está normalizada, “não deverá haver aumentos que se reflictam no consumidor”.

A cidade de Nanshan, próxima de Cantão, começou recentemen-te a exportar marisco congelado

para Macau e, segundo as au-toridades locais, já foi possível sentir uma redução nos preços gerais desse género alimentar. A próxima visita deverá ser à ilha de Hainão (sul da China), onde se espera criar laços para trazer legumes, peixe e marisco ao território.

O responsável pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE), que tutela os alimentos conside-rados secundários - como o arroz, o óleo e os cereais -, sublinhou mais de uma vez que “irão ser intensificados os trabalhos para estabilizar os preços”. No entanto, quando ele e os colegas foram questionados que medidas con-cretas têm nas mãos, nenhum sou-be responder de forma clara. “O aumento dos preços não é apenas culpa da inflação, mas também da taxa de câmbio. A China está a progredir no controlo da taxa,

o que nos poderá beneficiar”, argumentou Alexis Tam.

MAIS ORGANISMOS DE INSPECÇÃOUm forte entrave à entrada de ali-mentos em Macau é o factor sanitá-rio. Raymond Tam garantiu que foi já enviado um ofício às autoridades do Interior da China a solicitar que haja um leque maior de organismos no lado de lá da fronteira que façam a inspecção sanitária. “Também pedimos para que se avance com as respostas aos pedidos de empresas de Macau que queiram importar alimentos”, avançou.

Para o deputado José Pereira Coutinho, ouvido pelo Hoje Macau a seguir à apresentação na Sede do Governo, Macau está perante um conluio de difícil resolução. E quem sofre é o povo. “As inspecções sa-nitárias são feitas unicamente no mercado abastecedor de Macau. Isso significa que se um empresário não tem um espaço arrendado lá, não pode importar, porque não tem como submeter as carnes e os legumes à inspecção. A fila de espera vai até ao inferno”, explicou o também presidente da Associa-ção dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM).

O legislador garante que os pro-

dutos têm autorização para deixar a China, mas não para entrar em Macau. “O problema está na RAEM e não no lado de lá da fronteira. Se o Governo quiser mesmo fazer algo para aliviar a inflação no bolso dos residentes, tem de apresentar medidas concretas. Parar de falar e agir. Até agora, estamos perante uma grande farsa.”

O Gabinete do Chefe do Executivo convocou ontem a imprensa para anunciar as novas medidas anti-inflação. Mas o tiro saiu pela culatra: não há nada em concreto para travar a escalada de preços. José Pereira Coutinho classifica acção de “farsa”

850 SOCIEDADES CRIADAS EM MACAU NO TERCEIRO TRIMESTRE. Um total de 850 sociedades foi constituído em Macau no terceiro trimestre com um capital social de 479 milhões de patacas, mais 8,7% e 132%, respectivamente, face a 2010. De acordo com os dados dos Serviços de Estatística e Censos de Macau ontem divulgados, 451 milhões de patacas do capital social das sociedades constituídas era proveniente do território. Destas, 341 são do sector do comércio por grosso e a retalho, 144 dos ramos de alugueres e serviços prestados a empresas e 96 relativas à construção. No período em análise, a maior parte das sociedades situava-se no escalão inferior às 50 mil patacas, totalizando 15 milhões patacas, o que representa 3,2% do valor do capital social global. No escalão igual ou superior a um milhão de patacas totalizaram 426 milhões de patacas, 89%.

CONSELHO DE CONSUMIDORES SÓ VÊPara já, vão manter-se inalteradas as funções do Conselho de Consumidores. O organismo vai manter-se a fazer pesquisas de preços nos supermercados para comparar os números. Alexis Tam referiu que o alargamento das funções do Conselho tem ainda de ser ponderado pela tutela. No futuro, apenas prevê-se que o organismo inclua mais produtos no seu cabaz de pesquisa.

ARROZ SEM ALTERAÇÕESDe acordo com Sou Tim Peng, o arroz não deve sofrer grandes alterações de preço apesar de grande parte do produto ser importado da Tailândia, país que está a viver inundações históricas e cuja agricultura está a ser fortemente afectada. O responsável da DSE referiu que Macau estabeleceu um acordo com o Vietname há alguns anos e que, caso a Tailândia esmoreça, o abastecimento não será interrompido. Informações obtidas junto dos importadores apontam que o arroz que está agora a ser vendido no território foi comprado bastante antes das inundações e que, por isso, não houve oscilações nos preços. “Mas vamos manter a atenção”, disse Sou.

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PUB.SEXTA-FEIRA 11.11.2011

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Por Despacho do Chefe Executivo de 12 de Março de 2008, foi autorizado ao FDCT para promover na RAEM da recomendação dos Prémios Nacionais na áreas de Ciências e Tecnologia, ficando assim, notificados os interessados de que poderão candidatar-se através da seguinte forma:

(1.) Objectivo O Conselho de Estado da República Popular da China institui o Prémio Nacional das Ciências e da Tecnologia, tendo como objectivo: (i) Incentivar cidadãos, organizações que dão contribuições notáveis às actividades do progresso das ciências e da tecnologia; (ii) Mobilizar a iniciativa e criatividade dos trabalhadores nas áreas das ciências e da tecnologia; (iii) Acelerar o desenvolvimento das ciências e da tecnologia; Aumentar a capacidade integrada do Estado.

(2.) Categoria O Prémio Nacional das Ciências e da Tecnologia consta de cinco prémios: (i) Prémio Supremo Nacional das Ciências e da Tecnologia; (ii) Prémio Nacional das Ciências Naturais; (iii) Prémio Nacional da Invenção da Tecnologia; (iv) Prémio Nacional do Progresso das Ciências e da Tecnologia; (v) Prémio Internacional da Cooperação das Ciências e da Tecnologia. Compete ao Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia a coordenação dos trabalhos de recomendação dos cincos prémios acima referidos. As recomendações serão entregues ao Gabinete para os Trabalhos de Incentivo às Cièncias e Tecnologia do Departamento das Ciências e da Tecnologia para efectuar a avaliação.

Qualificação da candidatura (i) Deformarelevante,contribuirparaadescobertacientífica,invençãotecnológica ou promoção do progresso das ciências e da tecnologia; (ii) Os cidadãos chineses que sejam residentes da RAEM e correspondam às condições estabelecidas no «Regulamento da Premiação Nacional das Ciências e da Tecnologia» (incluíndo os residentes permanentes e indivíduos que tinham adquiridos o direito de residência na RAEM, mas não têm o direito de residência permanente), ou outros indivíduos de nacinalidade chinesa que estejam em

exercíciodainvestigaçãocientíficaedodesenvolvimentotecnológiconaRAEM. (iii) Os candidatos para o Prémio Internacional da Cooperação das Ciências e da Tecnologia, devem ser estrangeiros ou organizações estrangeiras que prestam serviço na RAEM ou terem feito contribuição para as actividades do progresso das ciências e da tecnologia. AscondiçõesespecíficasdecadaprémiopodemserconsultadasnapáginadoFundopara o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia. (www.fdct.gov.mo/tc/national_ award.asp)

(4.) Forma da candidatura (i) As pessoas interessadas em candidatar-se ao Prémio Nacional das Ciências e da Tecnologia, podem descarregar a apresentação de recomendação e os detalhes dos prémios respectivos na página do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, e preencher devidamente o requerimento de candidatura e anexos ; (ii) ApósaavaliaçãofeitapelaUnidade,competeàUnidadeaseleccinaraqualse destaca, para recomendar ao Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, não se aceita o requeimento individual; (iii) OnúmerodecadacategoriadepremiaçãorecomendadoporcadaUnidadenão pode ser superior a dois.

(5.) Data do requerimento A partir de 10 de Outubro de 2011 até 30 de Novembro de 2011.

(6) Consulta

Endereço: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 411-417, edifício Dynasty Plaza, 9.º andar. Telefone:28788777;Fax:28722681Correioelectrónico:[email protected]

O Presidente do Conselho de Administração do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia Tong Chi Kin 10 de Outubro de 2011

AvisoPrémio Nacional das Ciências e da Tecnologia para 2012 – Selecção na RAEM

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Gabinete de Chui Sai On lança página interactiva na Internet

Quer reclamar? O Chefe escutaVanessa [email protected]

ESTE é um momen-to de grande sig-nificado”, disse com entusiasmo

Alexis Tam, porta-voz do Exe-cutivo, no lançamento da página oficial do líder do Governo na Internet. Desde a tarde de ontem, qualquer pessoa pode enviar uma mensagem a Chui Sai On, através da plataforma disponi-bilizada em www.gce.gov.mo.

Os comentários, sejam eles sugestões ou queixumes, fi-cam disponíveis para outros utilizadores verem, mas não há garantias de que haja uma resposta do outro lado. “O Chefe do Executivo é uma pes-soa ocupada e não pode estar a responder pergunta a pergunta. Em qualquer lugar do mundo é assim. Mas as opiniões são

importantes e podem ser leva-das em conta para as próximas Linhas de Acção Governativa”, afirmou o porta-voz.

Os textos enviados pelos ci-dadãos não ficam imediatamen-te disponíveis para visualização, já que será necessário passar por “um filtro” para evitar “asneiras”, como frisou Tam. “Não vamos permitir asneiras. O Executivo respeita a liberdade de expressão, mas quando tivermos uma opinião verdadeira e quem a escreveu quiser que os outros vejam, assim será.”

Alexis Tam, munido de um iPad, um iPhone e um microfone sem fio enquanto apresentava a nova coqueluche da casa, diz que é preciso acompanhar os tempos e que o Governo não quer ficar para trás no que toca às novas tecnologias. Mas há limites.

Em Hong Kong, por exem-plo, o líder do Governo abriu

uma página na rede social Facebook, onde mantém regu-larmente contacto com a popu-lação. O porta-voz de Macau acredita que é preciso dar um passo de cada vez e frisa que a criação do website é uma boa ferramenta para fazer a ponte da transparência. “Há pessoas que acham que o Facebook é uma boa plataforma, mas outras não. Será que a função dessa rede é benéfica? Este nosso site é interactivo. Vamos analisar como é que as coisas correm para depois pensarmos no Fa-cebook”, argumentou.

No portal do Gabinete do Chefe do Executivo, é possível ver os currículos dos seus mem-bros, acompanhar as andanças do líder do Governo e ler as últimas notícias oficiais. Alexis Tam apontou que é uma página mais completa que as outras do Governo e é uma nova forma

de aproximar os residentes e o Executivo.

“Podem também ficar a conhecer o Palácio do Governo por dentro, perceber como se colocam as bandeiras da China e de Macau”, acrescentou o porta-voz. A maior parte dos conteúdos pode ser directamen-te partilhada no Twitter e no Facebook e há ainda uma versão ‘mobile’ para os ‘smartphones’.

Disponível em português e chinês tradicional e simplifica-do, a nova página inclui também informação sobre o organo-grama do Governo, Conselho Executivo ou dos serviços na dependência do líder do Gover-no. “É uma base de dados, de informações sobre a actividade do Chefe do Executivo e é mais um passo na construção de um Governo transparente que põe em prática os princípios da acção governativa.”

ACTUALIZAÇÃO DE SALÁRIOS PARA SEGURANÇAS E PESSOAL DAS LIMPEZASO sistema de salário mínimo para o pessoal que trabalha para o Governo em “outsource” nos serviços de limpeza e segurança tem estado a ser utilizado desde 2007. O problema é que há muito tempo que esses salários não sofrem reajustes, estando a perder terreno para a inflação, criticou o deputado da Assembleia Legislativa (AL) Lam Heong Sang, que apresentou uma interpelação escrita sobre o tema. A implementação de sistemas de salário mínimo para serviços concessionados pode vir a assumir-se como uma experiência piloto para que Macau venha mais tarde a aplicar de forma mais exaustiva o conceito de salário mínimo, considera Lam Heong Sang, pelo que é importante garantir que o sistema resulte no nível mais baixo de empregados que prestam serviços a departamentos públicos. Actualmente, numa altura em que a inflação come directamente do bolso dos cidadãos, torna-se crucial aumentar os salários em conformidade devendo ser tomadas as devidas medidas para garantir que os aumentos sejam praticados de forma abrangente. Na sua interpelação, Lam Heong Sang questiona quantos departamentos públicos estão a utilizar serviços em “outsource” para limpeza e segurança e quantos são os trabalhadores envolvidos; e ainda que funcionários já tiveram aumentos salariais e quantos estão ainda à espera; quando será instituído o salário mínimo; e se o Governo tem medidas para garantir a implementação generalizada. – V.L.

INSTALAÇÕES PÚBLICAS PROVISÓRIAS SÃO DEFINITIVAS?Algumas instalações públicas provisórias já estão a ser utilizadas há anos nessas condições e sem que haja sinais do arranque de obras para a sua substituição por instalações definitivas. A crítica foi lançada na Assembleia Legislativa (AL) pelo deputado Chan Meng Kam, que apresentou uma interpelação escrita para pressionar o Governo a fazer de uma vez um ponto da situação sobre a matéria. Nessa interpelação, o deputado questiona o Executivo sobre a existência ou não de qualquer planeamento claro para os recintos definitivos de todo o tipo de instalações públicas. As razões que levam a optar pela construção de instalações públicas provisórias são várias, observou Chan Meng Kam, mas mesmo que algumas tenham bem sublinhado o seu carácter “temporário”, o facto é que em muitos casos a construção das instalações definitivas acaba por nunca acontecer. O deputado encosta o Governo à parede e quer saber qual a sua definição de “provisório” no que diz respeito a instalações públicas e se existem projectos a decorrer; e chama também atenção para as instalações públicas que já estão a sofrer com os problemas decorrentes da idade da construção, perguntando se o Governo conta com algum mecanismo de avaliação científica. Chan Meng Kam vai ainda mais longe e observa que o adiamento da construção das instalações definitivas, que não deixa alternativa senão construir umas substitutas temporárias para satisfazer as necessidades, revela toda a falta de visão a longo prazo do Governo quando faz o planeamento geral das instalações públicas. O parlamentar questiona o Governo sobre se tem qualquer avaliação e espaço de revisão sobre esses problemas. – V.L.

VALORES E PRINCÍPIOS PROMOVIDOS ATRAVÉS DE ACTIVIDADES LÚDICASPara divulgar os conceitos de integridade e honestidade junto dos jovens e incutir nos mesmos valores correctos, o Comissariado contra a Corrupção vai este sábado levar a cabo uma actividade de sensibilização e um espectáculo de variedades ao ar livre, sob o tema Nova Era de “Integridade”. O evento terá lugar no Jardim Municipal do Mercado Iao Hon. O programa conta com um concerto de música de jazz moderna, as interpretações dos cantores Tat Dik, Long Sai Kit e Ma Man Lei, e uma peça de teatro sob o mesmo tema, apresentada pela Little Mountain Arts Association. A par disso, haverá ainda jogos de perguntas e respostas intercalados com o espectáculo.

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Virginia [email protected]

É a lei da selva. O trânsito em Macau está cada vez mais perigoso, com os

condutores cada vez mais a se entregarem a um jogo de cada um por si com conse-quências por vezes trágicas. Os números não enganam e confirmam o que já se pen-sava: o número de acidentes tem aumentado, provavel-mente devido à também crescente imprudência dos condutores, confirmada numa outra tendência de subida: a das infracções ao código da estrada.

De acordo com as esta-tísticas do Departamento de Trânsito do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), de Janeiro a Outubro houve mais 8% de acidentes de trânsito, comparativamente ao período homólogo do ano transacto. Em 17%, terá sido

Maior imprudência dos condutores pode explicar aumento de acidentes

O trânsito selvagem de Macauconfirmada a infracção às regras de trânsito como causa do sinistro, constituindo o desrespeito da luz de semá-foro vermelha a falta mais recorrente: 90%. Mas o CPSP revelou ainda um número que confirma uma tendência preocupante: um total de 396 340 casos de desrespeito às regras do código da estrada, mais 56 789 (ou 15%) do que no ano anterior.

A maior parte dessas infracções foi constituída por estacionamento irre-gular, mas ainda assim os números indicam que os condutores em geral estão a assumir uma postura cada vez menos cívica e altruísta quando se sentam ao volan-te. Infracções de alto risco, como cruzar a luz vermelha ou não dar prioridade aos peões no atravessamento da via, revelaram também um grande aumento, tota-lizando 1681 e 489 casos,

respectivamente. Se tiver-mos em conta que estes foram apenas os casos que a polícia registou e que a grande maioria dos episó-dios do género ocorre fora do alcance das estatísticas, a situação dá que pensar.

DESRESPEITO CRESCENTEDesde que entrou em vigor a actual “Lei do Trânsito Rodoviário” (a 1 de Outubro de 2007), as autoridades têm aplicado maior rigidez sobre a condução sob efeito do álcool, cruzamento da luz vermelha e excesso de velocidade, observou Ma Chio Hong, do CPSP. Mas com as suas ruas estreitas (algumas delas com trân-sito condicionado devido a obras) e o crescente excesso de veículos, Macau tem um trânsito naturalmente caótico e condutores cada vez mais enervados. Os

peões até mostram dispo-nibilidade para atravessar a rua nas passadeiras, para uma maior segurança, mas a maioria dos condutores parece considerar ter priori-dade nas passadeiras sobre quem anda a pé.

Na sequência de vários acidentes recentes e das estatísticas que confirmam o aumento de sinistros, os deputados da Assembleia Legislativa (AL) Ho Ion San e Angela Leong vieram pressionar o Governo a tomar medidas para au-mentar a consciência e pro-mover a condução segura, sugerindo a importação de um “sistema de redução” por pontos (aplicado em regiões vizinhas) para am-pliar o nível de dissuasão e a segurança dos utentes da via. Ho Ion San apelou ao Governo para que reforce as acções de melhoramento da consciência tanto de

condutores como de pedes-tres, tendo em conta que, como parecem apontar os dados mais recentes, esta parece estar a decrescer, com a disseminação de maus hábitos que põem em risco a segurança de todos.

Para tal, os departamen-tos competentes devem reforçar os trabalhos de promoção da segurança no trânsito – não basta orga-nizar o Mês da Segurança no Trânsito, afirmou Ho Ion San. O trabalho relevante, explicou o deputado, deve ser de longo prazo e com metas definidas. As cam-panhas devem ser voltadas para os habitantes locais, mas os turistas também devem ser incluídos. Mas, dada a situação actual, não basta confiar na disciplina de condutores e peões – é preciso que a polícia esteja também mais atenta e ac-tuante, defende.

Os dois deputados de-fenderam a implementação de um sistema já aplicado nalgumas regiões vizinhas e que se resume à atribuição de pontos aos condutores, consoante as faltas come-tidas. Os infractores que acumulem um determina-do número limite de pontos têm automaticamente a carta suspensa, de forma temporária ou definiti-va. A ideia é aumentar o efeito dissuasor sobre os condutores, incitando-os a conduzir de forma mais cautelosa.

Angela Leong sugeriu ainda a introdução de cur-sos de “reciclagem” sobre as normas de trânsito para os condutores que não res-peitem o código. O Gover-no, explicou, poderia obri-gar os maus condutores a frequentarem e concluírem esses cursos durante o perí-odo de suspensão da carta, apenas havendo lugar à devolução da carta ao seu titular após a aprovação em exames. A instalação de câmaras “olho de pássaro” para vigilância do trânsito foi outra das medidas de-fendidas pela deputada.

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Apenas 53% da população aplaude o trabalho do Governo

Não aquece nem arrefeceGonçalo Lobo [email protected]

A população quer um Governo melhor. É essa uma das principais con-clusões de um relatório

levado a cabo pela revista “Macau Business”, em parceria com a Uni-versidade de São José, a avaliar a qualidade de vida da população no terceiro trimestre deste ano. Depois de dois anos de hiato, o estudo vol-tou a ser realizado, estando a cargo de uma equipa de especialistas da instituição de ensino, que entrevis-tou a população aleatoriamente durante o mês de Setembro.

Os resultados são muito re-nhidos. A maioria dos inquiridos acredita, claramente, que “há uma margem significativa para a me-lhoria” e como tal dá uma nota de suficiente (53,3%) ao trabalho que o Governo da RAEM têm feito para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população.

Os resultados do relatório também são claros quanto aos problemas que mais apoquentam os residentes de Macau. Habi-tação (27,2%), inflação (19,2%) e transportes públicos (18,8%) são as grandes dores de cabeça. A saúde (com 6%), apesar de estar a passar por um momento menos positivo, não foi apontado como um problema pelos habitantes inquiridos pela USJ.

MAIS E MELHOR HABITAÇÃOO relatório veio, nada mais nada menos, confirmar tudo o que se vem dito em relação às neces-sidades e anseios da população do território. Em relação aos problemas relacionados com a habitação, a população recomenda que “o Governo aumente a dispo-nibilidade de habitação social”, ao mesmo tempo que pede um basta à especulação do mercado imobiliário.

A crença geral é de que, pouco a pouco, o Executivo liderado por Fernando Chui Sai On possa reduzir a quantidade de terra dis-ponibilizada para o jogo e para os empreendimentos residenciais de

TRÂNSITO CONDICIONADO NA PRÓXIMA SEMANA DEVIDO AO GRANDE PRÉMIOA Comissão do Grande Prémio de Macau apresentou ontem medidas provisórias para garantir a fluidez do trânsito o evento. Para tal, algumas obras de repavimentação do circuito vão decorrer durante os fins-de-semana e à noite. Foram instalados cerca de 100 portões de barreira metálica nos acessos às vias públicas, e em zonas cruciais passam de oito para dez metros. A plataforma destinada aos fotógrafos será amovível. Não foram esquecidos os espectadores com necessidades especiais, nomeadamente em cadeira de rodas, assim este ano serão reforçadas rampas nas zona da assistência. A Avenida de Horta e Costa será ainda aberta provisoriamente ao trânsito a partir de domingo, mas apenas no sentido da Avenida Conselheiro Ferreira.

Metade da população aprecia o trabalho do Governo, outra nem por isso. As maiores preocupações dos inquiridos do estudo promovido pela revista “Macau Business” é a habitação, a inflação e os transportes públicos. Nem contente, nem infeliz. A satisfação da população apresenta-se moderada e os mais sucedidos revelaram estar de bem com a vida, contrariamente aos mais pobres e com menos instrução

luxo. A acessibilidade à habitação é, portanto, uma preocupação bem real.

BENEFÍCIOS SOCIAIS PARA OS MAIS POBRESA maior parte dos inquiridos pede ao Governo que “aumente os be-nefícios sociais e os subsídios para famílias de baixo rendimento”. Um aumento generalizado de salários pode fazer frente ao aumento do fosso entre ricos e pobres, que tem crescido nos últimos anos.

Embora não divulgado o valor concreto, o relatório aponta que

uma “interessante” fatia da popu-lação de Macau inquirida pela USJ quer que a pataca seja indexada ao yuan, em vez da actual situa-ção de dependência do dólar de Hong Kong, e consequentemente do dólar norte-americano. Esta é uma opinião que vai contra às constantes pretensões do Gover-no e da Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

MONOPÓLIO? SÓ DE BRINCADEIRAOs monopólios são para acabar. A maioria dos inquiridos pela USJ re-comenda a redução do número de

monopólios e, consequentemente, um aumento do número de canais para a importação de bens, em es-pecial os que vêm da China. Sem sombra de dúvidas, monopólio em Macau só mesmo para jogar ao fim da noite entre amigos.

Aumento dos lugares para estacionamento é também um dos anseios da população, bem como a redução do número de obras nas vias públicas, ou pelo menos que não aconteçam todas ao mesmo tempo. Considerando os proble-mas relacionados com transportes, os entrevistados pedem mais e

melhores ofertas, especialmente ao nível dos autocarros e dos táxis, que tanto têm estado em voga pelos piores motivos. “Redução do nú-mero de veículos particulares nas estradas do território”, é a principal conclusão apontada neste aspecto.

A saúde não foi levantada como problema para os inquiridos da USJ. A maioria das respostas apontam para o aumento do nú-mero de hospitais e de centros de saúde, como para a melhoria dos já existentes. O problema não é novo e a população está atenta: “Os inquiridos acham que o sistema de saúde pública carece de médicos”. Mais e melhor atenção à saúde dos mais velhos necessita-se.

COMO PASSA SENHOR CONTENTE? COMO VAI SENHOR FELIZ?Nem uma coisa nem outra. A população de Macau está mode-radamente satisfeita com a sua condição de vida. Através do me-didor internacional de satisfação – o Índice de Bem-estar Pessoal -, os indicadores de contentamento estão “ligeiramente mais baixos” do que em anos anteriores, ainda assim não fogem ao que é consi-derado como padrão satisfatório.

De um modo geral, as pessoas estão satisfeitas com as suas rela-ções pessoais, com a segurança e com a saúde. Os inquiridos revela-ram que as conquistas profissionais e o futuro da comunidade não são questões que preocupem.

O trabalho do Governo e a poluição são as áreas apontadas como mais negativas e barómetros da insatisfação geral. Em contra-ponto, a segurança, a economia e os negócios são as questões que deixam os residentes dormirem descansados.

O estudo aponta ainda que o sector da sociedade com níveis mais elevados de escolaridade e melhores rendimentos são aqueles que demonstram estar de bem com a vida. Mais crítica é a massa populacional inquirida que está no lado oposto da barricada.

Quais devem ser as prioridades do Governo?

Habitação 27,2%Inflação 19,2%Transportes públicos 18,8%Saúde 6%Educação 5,8%Ambiente 5,2%

O que mais afecta o índice de bem-estar geral

Segurança 66,5%Economia 63,7%Negócios 58,9%Regalias sociais 57,9%Ambiente 53,9%Trabalho do Governo 53,5%

O que mais afecta o índice de bem-estar pessoal

Relações pessoais 70,4%Segurança 66,8%Saúde 66%Padrão de vida 62,8%Vida em comunidade 61,6%Futuro garantido e seguro 61,3%Conquistas profissionais 57,6%

GONÇ

ALO

LOBO

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SOCIEDADEPUB

Horário de encerramento das barreiras do Grande Prémio

O 58º Grande Prémio de Macau realiza-se entre os dias 17 e 20 do corrente mês. Este evento dedicado ao desporto motor-izado atrai anualmente milhares de visitantes, sendo particularmente importante para promover e desenvolver a indústria do turismo local, bem como para elevar a imagem de Macau como cidade internacional. Em grande parte, o sucesso do Grande Prémio deve-se ao apoio e colaboração da população de Macau.

Para minimizar os inconvenientes ao trânsito devido ao encerramento de algumas vias, a organização aumentou este ano o número de portões ao longo do circuito, para um total de 99. Contudo, devido a certos constrangimentos, algumas vias vão manter-se encerradas durante todo o evento. A Comissão do Grande Prémio solicita a melhor compreensão dos condutores e apela à atenção ao horário de encerramento das barreiras, bem como ao respeito pela sinalização provisória e às instruções da Brigada de Trânsito.

14 de Novembro (Segunda-feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

10:00Av. da Amizade Saída das garagens do Edf. Seng Vo até Edf. Jubilee Court (Approx. 110m)

(Ambos os lados de Mobil)

Acesso fechado

Est. de Cacilhas Saída das garagens do Baguio Court até à garagem do Cheng Pak Kok(Approx.90m)

15:00

Av. da AmizadeEntrada do Casino Macau Palace (Antigo)Entrada e Saída do Ed. World Trade Center

Est. de CacilhasDepósito de Pólvora

Saída da garagem do Edf. Seaview GardenEst. D. Maria II Saída da garagem do Correios de Macau

Rua dos PescadoresLocal da obra em cursoSaída da Macau Water

Paragem de autocarro em frente do Edf. Marbela

14 de Novembro (Segunda-feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

15:00

Av. da Amizade

Esquina junto ao Casino Oceanus(Av. da Amizade - Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues)

Acesso condicionado

Saída do Casino Macau Palace (Antigo)Saída da garagem do Hotel Grand Lapa

Novo cruzamento para acesso à Praceta de Miramar(junto à passagem de peões subterrânea)

Saída de ShellEntrada de Mobil

Est. de S. FranciscoEsquina junto ao Edf. Millionaire Garden

(Est. de S. Francisco - Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues)Saída da garagem do Edf. Millionaire Garden

Est. de CacilhasSaída da garagem do Edf. Chong Tou San Chong

Saída da garagem do Edf. Cheng Pak KokViaduto da Est. do Reservatório até ao Edf. Hoi Fu Garden

Av. Ramal dos Mouros Est. de Fereira do Amaral(calçada atrás da Escola Hou Kong)

Est. D. Maria II Saída da garagem do Museu das Comunicações

15 de Novembro (Terça-feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

10:00

Av. de Lopo Sarmento de Carvalho

Cruzamento em frente ao restaurante 456 (no meio da Av. de Lopo Sarmento de Carvalho)

Acesso condicionado

Est. de S. FranciscoSaída da garagem de Quartel-General do Secretário para a

Segurança(incluíndo a paragem de autocarros)

Acesso fechado

15:00

Est. dos Parses Saída da garagem do Autoridade Monetária de Macau

Av. da Amizade

Ponte da Amizade – saída para a Av. de Amizade (120m)Rua de Nagasaki

(Xin Wa)Acesso

condicionadoEsquina junto ao Hotel Landmark Plaza

(Av. da Amizade- Alameda Dr. Carlos d’Assumpção)

20:00

Est. dos ParsesSaída da Escola Leng Nam

Entrada do Cemitério dos Parses

Est. D. Maria IIEstabelecimento de automóveis

(no topo da calçada atrás da Escola Hou Kong)Acesso fechado

Porta principal do Museu das Comunicações

16 de Novembro (Quarta-feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

15:00Av. Ramal dos

MourosSaída do viaduto na Estrada do Reservatório junto ao Baguio

CourtAcesso

condicionadoAv. da Amizade Entrada principal do Hotel Grand Lapa

Acesso fechado19:00 Est. D. Maria II Porta principal de Edf. CEM

20:00 Est. de Cacilhas Cruzamento para acesso à Seaview Garden

17 de Novembro (Quinta-feira)Hora Arruamentos Local Acesso00:00 Est. de Cacilhas Entrada da garagem do Baguio Court e Cheng Pak Kok

Acesso fechado03:00 Av. de Lopo Sarmento de Carvalho Porta principal de Restaurante 456

Av. Ramal dos Mouros Junto à Edf. Industrial Cheong Long (escapatória)

Horário e Locais de fecho dos portões de barreiras metálicas entre os dias 17 e 20 de Novembro: 1. Os portões de barreiras metálicas colocados nos acessos a todos os edifícios residenciais, hotéis ou outras entidades serãoencerradosapartirdas00h00,permanecendofechadosatéaofinaldascorridasdecadadia. 2. Os portões de barreiras metálicas colocados nos acessos a vias públicas serão encerrados a partir das 03h00, permanecendofechadosatéaofinaldascorridasdecadadia.

A Comissão do Grande Prémio solicita a todos os condutores a melhor compreensão por eventuais transtornos causados, bem como o respeito pela sinalização provisória instalada e pelas instruções da Brigada de Trânsito. Para informações, é favor de ligar para o número de telefone: 28-728482

Virginia [email protected]

O nível inferior da Praça de Sai Van deverá ser

transformado num merca-do nocturno temático de características locais, com comércio de “souvenirs” e restauração. Trata-se de um projecto piloto de interesse turístico, que será em breve apresentado a consulta pú-blica. Gerido pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), o

projecto vai obedecer o princípio dos concursos públicos para a execução das instalações.

O processo de consulta irá abrir em breve, conforme revelou Raymond Tam Vai Man, presidente do con-selho de administração do IACM. O plano preliminar irá incidir sobre os acessos circundantes e trânsito lo-cal, prevendo parques de estacionamento, instalações para transportes públicos e interfaces com futuras pa-

ragens do metro ligeiro de superfície.

O projecto do Mercado Nocturno de Sai Van foi organizado através da coope-ração entre departamentos e já obteve propostas e concep-ções preliminares, afirmou o responsável, explicando tratar-se de um plano de de-senvolvimento sustentável, que além de incluir a zona de tendas dos vendedores, irá contar ainda com um espaço para espectáculos e outras zonas de lazer.

EM três vezes, Macau passou a ter mais 2000 habitantes, com a população agora

a roçar as 560.100 pessoas. Segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos ontem divulgados, nasceram mais crianças, mas também morreu mais gente – especialmente vítima de cancro.

No terceiro trimestre deste ano, nasceram 1473 bebés, o que representa um aumento de 8,9% em relação ao segundo trimestre. Os rapazes foram maioria, já que a taxa de masculinidade à nascença é agora de 107,2. No lado oposto, registaram-me mais mor-tes – 471 no total, ou mais 15,7%. Tumores e doenças circulatórias encabeçam a lista de causas.

Mais pessoas também casaram-se. Entre Julho e Setembro, 847 residentes disseram “sim”, o que significa um acréscimo de 8,7% em relação ao período anterior.

Os trabalhadores não residentes conti-nuam a chegar com força. Em três meses, floresceram 4623 “importados”, fazendo a cifra total chegar aos 89.896 estrangeiros com ‘blue-card’. Mais 1719 chineses con-seguiram ainda um salvo-conduto para o território, um número superior em 185 aos registos anteriores. Mais de 850 pessoas conseguira uma autorização de residência, enquanto que outras 382 foram expulsas devido a não terem permissão para cá estar. – V.A.

PROJECTO DE INTERESSE TURÍSTICO VAI A CONSULTA EM BREVE

Mercado à noite em Sai Van

MACAU ENGORDA 2000 PESSOAS EM TRÊS MESES

E REGISTA AUMENTO DE ÓBITOS POR CANCRO

Mais gente, mais mortes e mais cancro

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SOCIEDADE

PUB

Lia [email protected]

DEPOIS de 25 anos com o mesmo tarifário de electricidade, o Gover-no da RAEM vai lançar

a consulta pública duas propostas sobre o sistema de tarifário de electricidade e fixação dos preços. Arnaldo Santos, coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético (GDSE), apre-sentou ontem os dois programas que a população vai poder escolher. São dois meses, entre 21 deste mês e 20 de Janeiro do próximo ano, que a população se pode fazer ouvir.

“Com a entrada em vigor do novo contrato de concessão da electricidade em 2010, a ocasião foi considera agora oportuna”, esclareceu o responsável. A revisão pretende reduzir os encargos das famílias e os custos e as despesas das pequenas e médias empresas (PMEs). Arnaldo Santos afirmou que para chegarem aos valores, que agora vão agora estar sob

O gás natural deverá estar disponível em Macau

para consumo doméstico até 2013, segundo previsão do Governo que espera assinar o contrato de distribuição até ao início de 2012 e ter infra--estruturas um ano depois. “Esperamos assinar o contrato [de distribuição] no mais curto espaço de tempo possível”, afirmou e o coordenador do Gabinete para o Desenvolvi-mento do Sector Energético.

Após a assinatura do contrato com a empresa Nam Kwong Natural Gas Com-pany - à qual foi adjudicada a concessão do serviço público de distribuição de gás natural em Macau - segue-se a cons-trução das infra-estruturas necessárias num processo que deve demorar um ano, na estimativa de Arnaldo Santos.

A disponibilização do gás natural para consumo domés-tico em Macau chegou a estar prevista para o final de 2009 ou início de 2010, mas “questões técnicas” e “negociações” com a empresa atrasaram o processo.

ANTEPROJECTO DOS NOVO ATERROS VISTO POR 3000 PESSOASA exposição do anteprojecto do Plano Director das Novas Zonas Urbanas, no Centro de Ciência, já foi visitada por mais 3000 pessoas e mais de 20 entidades e associações que fizeram marcação prévia. O grupo de trabalho introduziu um dispositivo publicitário denominado “caixa do futuro” para ser objecto de exposição em vários locais, na expectativa de atrair a atenção da população, através de um meio publicitário diferente, tomando a iniciativa para ficar a conhecer o conteúdo da auscultação pública. Para aumentar o conhecimento dos cidadãos sobre o anteprojecto, está a decorrer a exposição no Centro de Ciência dividida por várias áreas com interacção multimédia e ainda espaço para sugestões.

Preço da electricidade vai a consulta pública já este mês

Quanto quer pagar de luz?

DISTRIBUIÇÃO DE GÁS NATURAL PARA CONSUMO

DOMÉSTICO DEVE ARRANCAR EM DOIS ANOS

Dar gás até 2013

A construção das neces-sárias infra-estruturas é da responsabilidade da conces-sionária que, segundo Arnal-do Santos, deve ainda “esta-belecer pacotes de incentivos” para que se possam adaptar, por exemplo, os fogões ou esquentadores ao gás natural.

Neste âmbito, o coorde-nador do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético indicou agên-cia à Lusa que “o Governo anunciará medidas em altura oportuna” e que as tarifas do gás natural também vão ser alvo de “consulta pública”.

A Sinosky Energy, em-presa responsável pela intro-dução do gás natural, detém uma concessão de 15 anos para o fornecimento de gás natural e é resultado de uma ‘joint-venture’ entre a China Petroleum and Chemical Corporation (Sinopec) e a China Energy.

A Sinosky fornece a Macau 180 milhões de metros cúbicos de gás natural por ano, vo-lume que deverá sofrer um aumento gradual, de modo a atingir os 520 milhões de metros cúbicos em 2015, à luz dos planos iniciais.

O fornecimento de gás natural a Macau está, no entanto, suspenso há cerca de seis meses por causa dos trabalhos de dinamitação para as obras da Ilha da Montanha - adjacente ao território - que afectaram a zona por onde passa o gasoduto subterrâneo. De acordo o coordenador do Gabinete para o Desenvolvi-mento do Sector Energético, a retoma do fornecimento de gás natural deve acontecer até ao final do ano.

análise dos residentes, “foram feitas comparações com tarifários de regiões vizinhas e de outros países”, esclareceu.

Em época de LAG, o Governo quer então saber o que pensa a população. O intuito dos novos valores é incutir na sociedade a necessidade de reduzir o consu-mo energético. Arnaldo Santos explicou o conteúdo de cada um dos programas. “O um é mais sim-ples e há uma redução no geral de 5%.” Este abrange 220 mil clientes residenciais e pequenas e médias empresas, que representam 99% do número total de utentes. O progra-ma dois, com tarifas progressivas de três níveis, acarreta uma redu-ção de acordo com o consumo de energia. “Este tem como objectivo reduzir os consumos, porque se

as pessoas consumirem menos, pagam menos”, referiu ainda. Para o Grupo A, esta segunda proposta contempla a isenção do encargo de potência da maior parte dos utentes domésticos. Os grupos B, C e D dizem respeito aos utentes comerciais e industriais.

A diferença de preço vai ainda para as horas cheias e as horas de vazio, para que a utilização a hora de ponta seja reduzida. Contudo, os maiores consumidores, nome-adamente os casinos, é nas horas de vazio que mais consomem, e no qual os preços são mais baixos.

O preço da electricidade é constituído pelo encargo base da electricidade e pelo factor de ajus-tamento da tarifa. Esta revisão diz somente respeito ao encargo base, não incluindo o ajustamento.

Grupo de utentes

Residências e PMEs Grupo A

Estrutura Tarifária

Mantém a estrutura tarifária vigente

Amplitude de alteração das tarifas

Descem em 5%

Programa 2

Itens dos encargos

Grupo de utentes

Residências e PMEs

Grupo A

Encargo de potência Encargo de energia

Nível(kVA)

até 3.4

acima de 3.4 a 6.9

acima de 6.9

Preço

0

0

3.372\KVA

Nível(kwh)

0-120

121-400

401 e acima

Patacas\kWh

0.772

0.940

0.963

Programa 1

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SEXTA-FEIRA 11.11.2011

12www.hojemacau.com.mo ENTREVISTA

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

OFICA nesta entrevista algum percurso pela obra deste escritor, ho-mem de leis, fazendeiro

no Brasil, cronista de rádio e jornais, ex-sindicalista, ex--deputado em Macau, político com todas as independências, sobretudo o homem de raizes na terra, donde lhe nasceram fortalezas, guias e faróis, nobre-zas calejadas e a profundidade da poesia.De advogado a empresário, de bancário a poeta, de romancista a deputado em Macau, de sindicalista a conselheiro de um governador, de cronista de rádio e jornais, a homem que gosta de mexer na terra, o coração continua balançando?Vai balançando ao ritmo dos afectos e na fidelidade às raízes e às memórias de todos os passos andados. Percorri muitos caminhos, é certo, mas fui assumindo que o meu tempo nunca teve presente porque cada efémero instante é sempre mais passado e menos futuro. Nada pedi (nem peço) à vida, mas estou permanentemente disponível para desempenhar com total entrega tudo o mais que ela queira que eu faça. Não, não sei dizer não, nem nunca, mas o meu desejo é passar anónimo no meio das multidões, a rezar um verso, ou um salmítico versículo, tanto faz! A mesma dedicação entusiasta como advogado?Quem me conhece, sabe bem que fiz da advocacia um verdadeiro sacerdócio, pugnando pela justiça e não pelos réditos, e que fui um gestor rigoroso e probo. Na comunicação social e na política, se mais não fiz, foi porque nada mais me foi pedido. Não tenho partido político, não sou membro da maçonaria nem do opus dei. Por isso, só devo obediência à minha consciência e ela diz-me que este é o momento de viver a alegria da fecundação da terra na orgia da flor! Em suma: o tempo da plenitude

Macau nada me deve e sou eu que a Macau devo tudo: o ter-me ensinado a tolerar e a respeitar o que é diferente e proporcionado bases para outros voos mas, sobretudo, um melhor entendimento das virtudes e das fraquezas da raça humana, face ao caleidoscópio étnico aqui representado

António Correia, poeta, advogado, gestor

“Macau ensinou-me a tolerar e a respeitar o que é diferente, as virtudes e as fraquezas”

da poesia que ressoa em mim como eco de uma outra dimensão do ser e do sentir e que nem sempre terei conseguido verter adequadamente nos meus escritos!Fiquemos, então, na escrita lembrando o “Abrindo o Caminho”, livro de poemas e contos, com primeira edição em 1976, e depois ampliado em posterior edição já em Macau, foi o início da escrita com conhecimento público. Recordo que o título do conto de abertura é “Rebeldia” e as cenas passam-se em Anreade, concelho de Resende, distrito de Viseu. Foi o inicio literário... É tão bom que alguém me recorde o começo! A 1ª edição

foi feita pelo carinho de um grande homem; Arnaldo Rodrigues, amante de livros e então gerente da tipografia “A Planeta” que não resistiu à voracidade do tempo. Ele ultrapassou a fasquia dos 90 anos, colecionou e encadernou religiosamente todos os meus livros ao longo da vida e, antes de falecer, há escassos meses, fez muita questão de me doar a sua biblioteca pessoal que foi juntar-se aos milhares de volumes que moram na Casa da Poesia, precisamente em Resende, berço ruim, resgatado para a sinfonia de uma vida nova pela força motivadora da pintora Teresa Portela, que não se cansou de insistir com o poeta para a reconciliação com as raízes!

Reconheço, com gáudio, que ela tinha razão e que a vida não me perdoaria se perdesse os inefáveis momentos de exaltação da ternura, por exemplo, nos olhares divinizados da Sissi e do Goody, canídeos que comigo falam muito melhor que gente! O seu rio é o Douro, até lhe dedicou um livro:

“Memórias do Meu Rio”...Pois é… Só que o meu Douro não sei bem se é a quietude deste rio amordaçado na quietude do imenso lago que me separa do amigo Eça que repousa, mesmo em frente, no cemitério de Santa Cruz, ao lado da sua quinta de Tormes, imortalizada n´A Cidade e as Serras, se o bravo rio que desafiava penedias e que

descrevo nas “Memórias” e que alvoroçou, com muito maior mestria, o estro criador de Miguel Torga, que também escreveu numa casa que fica a escassas centenas de metros do meu Sítio do Arrais, Casa da Poesia…Espaço de eleição a sua “Casa da Poesia”, nas margens do Douro...É… Passou a ser o espaço de eleição, porque tenho lá o símbolo das cinzas do pai por quem chorei durante cerca de meio século…Quem ler o meu livro “Bom Dia, Pai”, facilmente entenderá. Acresce que é um local paradisíaco, vértice do referido triângulo literário de que sou inútil braço. Demais, moram lá os meus cães e a minha biblioteca!

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SEXTA-FEIRA 11.11.2011

13www.hojemacau.com.mo

com Helder Fernando

António Correia, poeta, advogado, gestor

“Macau ensinou-me a tolerar e a respeitar o que é diferente, as virtudes e as fraquezas”E a Macau onde viveu ininterruptamente por duas décadas, inspirou-lhe várias iniciativas editoriais em forma de romance, conto e poesia. Como está entre nós com frequência, pergunto-lhe se esta terra continua a inspirá-lo literariamente.Pensando bem, somo já mais de 30 anos de profunda ligação a esta terra que continuo a amar com a intensidade de um amor que nunca conheceu o fel amargo da traição! Macau nada me deve e sou eu que a Macau devo tudo: o ter-me ensinado a tolerar e a respeitar o que é diferente e proporcionado bases para outros voos mas, sobretudo, um melhor entendimento das virtudes e das fraquezas da raça humana, face ao caleidoscópio étnico aqui representado… De tudo resulta que nunca seria o homem e o poeta e escritor que me tornei, se não fosse a bênção divina de Macau se ter atravessado no meu destino…Claro que Macau me inspira e, mais do que isso, é bem visível que transpira na minha obra literária.Quanto a sentimentos, já muito fica dito em 1992, no “Amagao, Meu Amor”, livro de sonetos, recordo-me, com dedicatória dirigida a Teresa Portela, sua mulher: “porque em ti não há lugar para a indiferença e porque em Macau (re)nascemos para os valores do espírito, este livro pertence-te”....E voltaria a subscrever a dedicatória, com renovado vigor, tantos anos passados! É a prova provada do que acabei de dizer e da importância de Macau na obra de uma pintora de sucesso (que foi discípula do grande mestre Nuno Barreto) e na do poeta e escritor que teima em percorrer o seu caminho, indiferente a todas as indiferenças…“Contos de Ou-Mun”, outro livro inspirado em imagens e pulsares do dia a dia

macaense de há algumas décadas...É um livro que me enternece e que em boa verdade espelha imagens de Macau de há 30 anos! Macau foi pintado, fotografado, filmado, contado, cantado, vezes sem conta, seguramente com mais méritos, mas seja-me perdoado que reclame para os “Contos de Ou Mun” um lugar de destaque para a autenticidade poética de um tempo em que os valores espirituais se sobrepunham ao vil materialismo do tempo presente. Seja-me permitido referir que é pena que a comunidade chinesa de Macau não conheça esta obra, que também lhe pertence, como aliás conhece o livro “Fragmentos”. Acontece que a Teresa Fu Barreto que o traduziu, fez igualmente, de forma graciosa, a versão dos “Contos de Ou Mun” para a língua chinesa que continua a aguardar oportunidade de publicação… Outra obra, porém, merece que se recorde, até porque foi o livro mais divulgado e vendido em Portugal. Trata-se do “Rua Sem Nome” recentemente mencionado, para enorme surpresa minha, nas páginas da “Tribuna” por Maria Lourenço…Para além de advogada, a Teresa Portela é pintora com várias exposições internacionais e com trabalho no campo das artes plásticas também desenvolvido no Brasil. Será que se inspiram mutuamente?Há muitos anos que a Teresa renunciou à advocacia por amor à pintura. Foi assim que teve a oportunidade de profissionalizar-se desenvolvendo os dotes naturais e os conhecimentos teóricos, primeiramente adquiridos na então Academia de Artes Visuais de Macau e complementados na Saint Martin´s College of Art and Design, em Londres . A sua qualidade estética mede-se por um barómetro

eficaz: tem vendido tudo o que expõe. Paralelamente, a sua nobreza de alma leva-a apoiar causas sociais, nomeadamente, ensinando graciosamente no Brasil adolescentes em situação de risco, no âmbito de um programa de educação e recuperação pela arte. Com vivências artísticas partilhadas, são óbvias as influências mútuas!Quando há 15 anos iniciou algumas actividades também no Brasil, no belo Ceará,

adivinhava acumular mais uma paixão?As paixões artísticas já foram connosco. Demais, a ideia da busca do Brasil não era a do negócio, mas a de um espaço de paz e tranquilidade para as podermos desenvolver… Só que, no meu caso específico, o destino trocou-me as voltas e…lá está, porque não sou capaz de dizer não, tornei-me fazendeiro e empresário na área das energias eólicas. Num gesto de grande carinho, ousou o “sotaque”

brasileiro no livro “Contos Cearenses”, editado em 2002. No Prelúdio, confessava-se “Cearense, sim, pela benção do afeto dos amigos que me adoptaram e pela alegria do povo anónimo sempre disponível para partilhar a riqueza da sua simpatia”. Como foi viver essa experiência literária? Sou um homem de afectos e de emoções. No Ceará, vi-me no meio de artistas plásticos, de poetas e de escritores, um deles poeta maior, Dimas

Macedo de seu nome, professor de direito e crítico literário, que me brinda com a sua amizade pessoal tendo até prefaciado o meu livro “Flores do Bem”. A par disso, mergulhei no sertão, percorri areais, deixei-me embalar pelo linguajar doce da gente humilde. O que a pele respirou, o coração o sentiu, o cérebro o ditou, a mão o escreveu… Não foi um fenómeno novo, de resto, porque já me acontecera dezenas de anos antes com o “N’Gola” que acolheu expressões angolanas.No ano passado, editou uma densa prosa memorialista, na área do romance, ao mesmo tempo uma homenagem a um homem para si inesquecível. Refiro-me ao livro “Bom Dia, Pai!”. Sempre disse que o conteúdo obedecia à verdade e que o escrevera “com as lágrimas atrofiando-lhe a mão”.Não sei se é um livro denso, mas é seguramente intenso, porque sofrido nas memórias das raízes e nas vivências do sangue, dos tempos e dos lugares. Saga familiar, parte de mim, do que fui e do que sou, parcial autobiografia autêntica, na nudez da catarse que me libertou das lágrimas.Sei que na escrita é incansável, já tive a felicidade de assistir. Qual é a próxima iniciativa editorial?Não sei. Sinceramente não sei. Os dois últimos livros “”Bom Dia, Pai” e “Minha Raiz” colocaram-me numa espécie de Nirvana literário. Sinto que já disse tudo o que tinha a dizer e que tudo o mais que possa escrever nenhuma valia trará à minha obra que é tão vasta… Interrogo-me constantemente se não será tempo de dizer: basta…Mas, mais uma vez, como não sei dizer não, aceitarei certamente encomendas.Oferece aos leitores deste jornal um poema inédito?Porque chove em Ou-Mun, deixo este poema escrito precisamente hoje:

InstantâneoSustenido da brisa na fímbria da chuvacomo um rumor de tempo de naufrágiose a nostalgia vem com uma luvaafagar meu rosto e cobrar os ágiosda ternura

É a horaem que o passado insisteem lembrar que passoua juventude a fé de futuroe que agorasó validamente existea memória da ventura

Macau, 8.11.2011António Correia

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14www.hojemacau.com.mo CULTURA

Lia [email protected]

QUANDO se derem as três pancadas e o pano subir, tudo se vai passar num palco onde impera a cor negra. Um cenário

que combina com o sentimento das quatro personagens. É tempo de guerra, onde soldados “mor-tos” vagueiam por um buraco preto, envolvidos em memórias de sofrimento e de uma dor que corrói a sociedade. Hoje, amanhã e domingo o Armazém do Boi recebe a produção de Lee-chun Yao, sob a direcção de Molin Wang, ambos do panorama artístico de Taiwan. “Black Hole 3”, uma reprodução renovada de “Black Hole”, foi feita e produzida para Macau, com um actor local a juntar-se ao elenco.

O Armazém do Boi queria tra-zer um pedaço de arte que se faz em Taiwan. “Fosse dança ou teatro, eles queria apresentar algo da ilha”, conta Lee-chun Yao. O produtor pensou então em transformar alguns conceitos na peça e fazer dela algo mais. “Quis fazer uma nova versão, mas os problemas so-ciais continuam a ser o argumento principal.”

O Hoje Macau deixou-se cair no buraco com os dois criadores e quis saber o que esconde e o que se sente em tempos de cólera. Em plena preparação do espectáculo, o produtor falou do que trazem a

SE os rapazes da provín-cia chinesa de Hunan já

tinham dificuldade em perce-ber as miúdas, isso virou uma missão impossível quando as raparigas inventaram uma espécie de mulherês – um idioma com o qual comu-nicam entre si e que mais ninguém percebe. O dialecto chama-se nushu e há um novo filme que irá mostrar como tudo aconteceu.

Já faz cerca de uma década que a autora sino--americana Lisa See leu um artigo que falava do nushu, a primeira e única língua escri-ta mundial só para mulheres. De acordo com o artigo, o nushu tinha origens algo turvas, mas não deixava de

Teatro de Taiwan apresenta “Black Hole 3” inspirado em Macau

O buraco do sofrimento

FILME MOSTRA COMO ADOLESCENTES CHINESAS INVENTAM IDIOMA QUE SÓ ELAS PERCEBEM

Nushu é que elas se entendemrevelar toda uma cultura de relações entre as mulheres, o que despertou na escritora a faísca que viria a resultar no romance “Snow Flower and the Secret Fan” (Flor de Neve e a Admiradora Secreta), em que se baseia o filme, co-produzido por Wendi Deng (mulher de Rupert Murdoch), e que agora estreia.

Duas meninas do conda-do de Jiangyong, em Hunan, tornam-se muito amigas por volta dos sete anos, mas

encontram-se condenadas a uma vida dentro de por-tas – primeiro na “camarata feminina” das suas próprias casas e mais tarde nas casas das famílias dos futuros maridos. Para combater o isolamento e ajudar a tra-zer algum ânimo para as suas vidas, as raparigas da mesma aldeia faziam pactos de fidelidade com as suas melhores amigas tornando--se “irmãs de juramento”, mantendo essa relação até ao dia dos seus casamentos.

Mas uma união ainda mais forte, quase equivalente a um matrimónio e devendo durar para toda a vida, podia ser organizada entre duas ra-parigas por uma casamentei-ra, com um contrato formal, caso ambas partilhassem suficientes características (terem nascido no mesmo dia, por exemplo). “Uma relação ‘laotong’ é feita por escolha própria das envol-vidas e com o propósito de companheirismo emocional e fidelidade eterna. Um casa-

mento não é feito por escolha e tem um único propósito – ter filhos”, explica See, no seu livro.

As mulheres usavam o nushu – uma escrita exclusi-va da região – para comuni-carem com as suas “laoton-gs” depois que se casavam e eram levadas para diferentes aldeias. Ainda assim, até 1960 poucas pessoas fora da província sabiam desse código secreto e não havia homem que fosse capaz de o ler. “Em meados dos anos

60, uma mulher desmaiou numa estação”, conta See. “A polícia revistou os seus pertences para a identifi-car quando descobriu um pedaço de papel com o que parecia ser um código, pelo que ela foi detida por sus-peita de espionagem”. Em meio à revolução cultural, os especialistas que decifravam o código acabariam por ser mandados para campos de trabalhos forçados, ficando o estudo da língua adiado até aos anos 80.

Macau – uma mesma história, um mesmo diálogo, uma mudança de contexto, que se inspira no espaço em que se apresenta. “Trazemos uma versão renovada, com nova cara”, afirma Lee-chun Yao.

“Black Hole” fala de conflitos armados, dá ao público a imagem

de destruição e conta a história de pessoas em horas de aflição. O terceiro, uma espécie de sequela, é já o submundo dos fantasmas que povoam as memórias de alguém com temores e traumas. Foi esta concepção do drama que o produ-tor quis trazer ao território.

As almas vão vaguear pelo vazio que têm dentro de si, viven-do as reminiscências de armas a disparar, violência e hostilidades. Os quatro homens em palco falam de um passado sombrio e procu-ram um caminho sem volta. “Eles vivem nas trevas e é disso que

falam, é nessa sombra que vivem”, explica Yao.

Toda a inspiração para a constru-ção do cenário nasce e é concebida no momento, como conta Molin Wang. “Vejo o espaço onde vamos actuar e só nessa altura penso onde se vai passar a acção”, explica. Para a estreia da peça do primeiro Black Hole, em Hong Kong, o cenário escolhido foi um dormitório de soldados. Na apresentação em Taipé as cenas foram vividos numa esqua-dra da polícia militar, ocupada por japoneses. Em Macau, inspirou-se em toda a envolvência da área do Armazém do Boi. Wang explicou: uma casa velha, em estilo colonial e com uma atmosfera de abandono remete a lembranças e fantasmas. Um canil em frente, onde à noite cães latem, torna ainda mais idílico a concepção de morte e de assom-bramento. “Aqui diz-se que quando os cães latem é sinal que os espíritos andam por aí”, comenta o director.

Para estes dois artistas o espaço é importante, “porque é neles que os corpos dos actores se movi-mentam e se expõem”, esclarece Lee-chun Yao.” Black Hole 3” vem à região num tom mais espiritual.

Assim se vai desenvolvendo a peça. Mudam-se os cenários, as re-presentações físicas e a atmosfera. Igual continua a demonstração das mágoas e das aflições humanas e isso mostra-se nos diálogos, que não se alteram, independentemen-te do tempo e do espaço.

Esta participação de um actor local marca a primeira vez que a arte de Taiwan faz uma parceria com Macau. Depois da terceira sequela, o futuro é preparar mais uma tournée. O produtor confessa que o próximo local onde se gos-taria de apresentar era Portugal.

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Gonçalo Lobo [email protected]

ESTÁ a cargo da Casa de Portugal e chama--se Lvsitanvs. É o novo espaço dedica-

do à promoção de Portugal e ao convívio da comunidade portuguesa junto às Ruínas de São Paulo. “É um local com várias facetas. É natural-mente um espaço de encontro e convívio da comunidade portuguesa do território, mas espera-se que possua também uma componente turística que mostre Portugal e seja uma mais-valia para Macau”, explicou a presidente da Casa

EDDIE MURPHY DESISTE DA APRESENTAÇÃO DOS ÓSCARESOs Óscares do próximo ano estão oficialmente sem apresentador. Eddie Murphy deixou o lugar vago, um dia depois de Brett Ratner ter sido afastado da produção da cerimónia por declarações que incomodaram o resto da equipa. Como tinha sido o produtor a convidá-lo, o comediante decidiu abandonar o projecto. Conhecido por títulos como Dragão Vermelho (que realizou em 2002) ou a série de televisão Prison Break (que produziu), Brett Ratner causou algum mal-estar na Academia por ter dado uma resposta brejeira de pendor homofóbico durante uma das apresentações do seu novo filme, Alta Golpada, no passado fim-de-semana.

Casa de Portugal cria espaço “bem português” no coração da cidade

O orgulho de ser lusitano

de Portugal, Amélia António.Inaugurado oficialmente pelo Governo em Setembro, mas encerrado entretanto para finalizar as obras, o Lvsitanvs é um local de afirmação da multiculturalidade de Macau. No sítio, o visitante pode ver, provar ou comprar produtos portugueses de qualidade. “Temos vinhos, azeites, fu-

meiro, queijos, conservas, compotas e muitas outras coisas. Estamos aberto a tra-zer para Macau tudo o que é de qualidade em Portugal”, referiu Amélia António ao Hoje Macau.

Contudo, nisto dos ne-gócios há sempre um senão. A Casa de Portugal não é importadora e tudo o que

chega ao território tem de ser por entreposta pessoa. “A importação não fica a nosso cargo. Paralelamente não te-mos capacidade para arriscar muito, por isso não podemos pagar antes que os produtos se vendam. A nossa ideia é criar parcerias com quem tem interesse de se representar em Macau”, referiu.

A cultura e a presença portuguesa são uma mais--valia para o território. Essa é uma pedra de toque que Amélia António não abdica. O Governo de Macau cedeu o local que é “privilegiado pela sua localização” – nos números de 2 a 6 da Travessa

de São Paulo. “Temos tudo reunido para que este projecto seja um sucesso. Essas são, pelo menos, as expectativas da direcção da Casa de Portu-gal. A gama de produtos que se pretende ter no espaço é aquela que normalmente não se encontra com facilidade”, afirmou a responsável.

JANTAR À LUZ DE GUITARRA PORTUGUESANão sendo um restaurante per si, o visitante pode expe-rimentar os diversos petiscos que o Lvsitanvs oferece. “Tipi-camente portugueses, como é de esperar”, garantiu Amélia António. A “tasquinha” fun-

cionará durante o dia e, nas noites de sábado, o espaço oferece um prato ao jantar com música à mistura. Paulo Valentim mostrará os seus dotes de guitarra portuguesa, enquanto o visitante se poderá deliciar com a iguaria promo-vida, no dia, pelo cozinheiro do espaço. “Vamos ver como corre. Por agora ainda estamos a ver o que é que o nossos visi-tantes mais querem. Mediante a procura assim se moverá o nosso negócio”, esclareceu.

O Lvsitanvs, que conta com sete trabalhadores efecti-vos e cuja criação da imagem esteve a cargo do designer Vitor Marreiros, estará aber-to todos os dias das 10 às 19 horas – ainda a ponderar está a possibilidade de ficar até às 20 horas, e ao sábado abrirá às 10 e encerrará às 24 horas. Brevemente o espaço também terá um site, em www.lvsitan-vsmacau.com.

QUADRO DE ROY LICHTENSTEIN É O QUADRO MAIS CARO COMPRADO EM LEILÃO

Lista dominada por pinturasA época de leilões aproxima-se

do fim e as contas já começam a ser feitas. No primeiro semestre de 2011, de Janeiro a Junho, a venda de obras de arte em leilão superou os 2000 milhões de euros e com a época das vendas de Outono a acabar, os valores estão perto de se multiplica-rem e as leiloeiras poderão bater os recordes de anos anteriores.

Em tempos de crise, a aposta na arte parece ser uma opção para quem quer investir. A história tem mostrado que as obras de arte têm tendência a valorizarem-se ao longo do tempo e, por isso, a aposta dos licitadores vai para os nomes seguros. Entre as dez obras de arte mais caras – por sinal, só quadros – vendidos até agora em

leilão, o nome de Pablo Picasso aparece duas vezes, assim como o do pai da pop art, Andy Warhol. Uma realidade ainda distante da portuguesa, que este ano já regis-tou, apesar de tudo, dois recordes. Acima das expectativas, o quadro “Saint-Fargeau” (1965), da pintora nascida em Portugal e de nacionali-dade francesa Maria Helena Vieira

da Silva (1908-1992), foi vendido em Outubro, num leilão em França, por 1,54 milhões de euros, o valor mais alto pago por um quadro de um artista português. Também Paula Rego registou uma nova marca pessoal em Junho com o quadro “Looking Back” (1987), ao ser arrematado por 769 mil libras (cerca de 861 mil euros euros).

Segue-se a lista dos dez mais caros do mundo.

1.º “I CAN SEE THE WHOLE ROOM!... AND THERE’S NOBODY IN IT!” (1961)De Roy Lichtenstein (EUA)Vendido esta terça-feira por 43,2 milhões de dólares (31,3 milhões de euros) pela Christie’s, em Nova Iorque. Um recorde para o artista.

2.º “VIEW OF THE RIALTO BRIDGE” (1760)De Francesco Guardi (ITA)Vendido em Julho pela Sotheby’s de Londres por 26,7 milhões de libras (cerca de 31,2 milhões de euros). O preço estabeleceu um novo recorde de vendas do artista e também um recorde para uma vista de Veneza.

3.º “LA LECTURE” (1932)Pablo Picasso (ESP) Um quadro que retrata a sua jovem amante Marie-Therese Walter foi arrematado em Fevereiro por 25,2 milhões de libras – quase 30 milhões de euros num leilão da Sotheby’s.

4.º “LITZLBERG AM ATTERSEE” (1915)Gustav Klimt (AUST)Arrematado no início de Novembro por 40 milhões de dólares (aproximadamente 29 milhões de euros) num leilão da Sotheby’s de Nova Iorque.

5.º “HÄUSER MIT BUNTER WÄSCHE – VORSTADR II” (1914)Egon Schiele (AUST)Leiloado pela Sotheby’s em Junho por 27,5 milhões de euros – uma quantia que quase duplica o valor mais elevado alguma vez conseguido pelo pintor.

6.º “SELF-PORTRAIT” (1963-1964)Andy Warhol (EUA) Vendido em Maio em 38,4 milhões de dólares (cerca de 26,7 milhões de euros), o valor alcançado é o mais elevado de sempre em leilão por um auto-retrato do artista pop.

7.º “GIMCRACK ON NEWMARKET HEATH, WITH A TRAINER, A JOCKEY AND A STABLE LAD” (1765)George Stubbs (ING)Vendido em Julho pela Christie’s de Londres por 26 milhões de euros. O quadro é considerado um dos mais significantes do mundo das artes sobre corridas de cavalos.

8.º “STUDY FOR A PORTRAIT” (1953)Francis Bacon (ING)Arrematado num leilão da Christie’s em Junho por 20,98 milhões de euros.

9.º “LIZ #5” (1963)Andy Warhol (EUA) Um retrato da icónica actriz Elizabeth Taylor foi vendido Phillips de Pury & Company por 19 milhões de euros, um valor um pouco abaixo das expectativas.

10.º “L’AUBADE” (1942)Pablo Picasso (ESP)Pintura a óleo arrematada este mês por 16,6 milhões de euros num leilão da Sothevy’s.

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16www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Atletas de Macau desiludem no Mundial de Halterofilismo

Pouca fibra, pouco músculoMarco [email protected]

QUATRO medalhas de ouro, três de prata e outras três de bronze. Ao fim de cinco dias de competição, a China é

quem mais ordena na 79ª edição do Campeonato do Mundo de Halte-rofilismo. A prova, que se disputa até ao próximo domingo em Paris, já se revelou terreno fértil em novos recordes mundiais, mas o predomí-nio chinês é, até ao momento, a nota dominante do certame.

Os atletas chineses dominaram por completo os três eventos do calendário masculino já realizados. Na categoria para atletas com peso inferior a 56 quilos, Wu Jingbiao e Zhao Chaojun não deram hipóte-ses à concorrência, conquistando o ouro e a prata em todas as três incidências da categoria: na prova de arranque, Wu ergueu um total de 133 quilos, superiorizando-se ao compatriota por um total de cinco

quilos. A dupla chinesa não teve dificuldade para manter o ascen-dente sobre os adversários também nas manobras do arremesso, com Wu Jingbiao a levantar 159 quilos e Zhao Chaojun a ficar-se pelo 156. Contas feitas, Wu conquistou o ouro depois de ter erguido um total combinado de 292 quilos. Zhao chamou a si o segundo lu-gar do pódio e a prata que lhe é inerente ao levantar 284 quilos. O azeri Valentin Hristov fechou as contas do pódio, depois de ter con-seguido erguer 274 quilos nas duas modalidades de levantamento. O atleta do Azerbeijão não conseguiu levantar mais do que 120 quilos na variante de arranque, mas acabou por emendar a performance no arremesso, ao erguer a dois tempos um total de 154 quilos.

CHINA VS COREIAZhang Jie, na categoria de atletas até 62 quilos, não teve vida fácil para conseguir a segunda medalha de ouro para a República Popular

da China, mas um desempenho inexcedível na prova de arremes-so acabou por abrir portas a uma vitória tangencial (por apenas um quilograma) sobre Kim Un-guk. Na variante de arranque, o atleta norte-coreano bateu Zhang Jie por cinco quilos, obrigando o represen-tante chinês a mostrar atributos no arremesso. Obrigado a levantar mais seis quilos que o adversário para poder aspirar ao ouro, Zhang Jie não desiludiu, relegando Kim Un-guk para a segunda posição da tabela de medalhas. O atleta da República Popular da China levantou um total combinado de 321 quilos, ao passo que o rival norte-coreano se quedou pelos 320.

TANG FORTENão sem dificuldades, Tang Deshang completou a trindade dourada do halterofilismo mascu-lino chinês, com o triunfo na cate-goria de atletas até aos 69 quilos. Depois de ter perdido para o turco Mete Binay e para o russo Oleg

Chen no arranque, Tang concen-trou forças num bom desempenho na prova de arremesso e acabou por surpreender a concorrência ao levantar com aparente facilidade um total de 186 quilogramas.

MULHERES COM RESULTADOS MODESTOSMenos eficazes, as halterofilistas chinesas contribuíram com uma medalha de ouro, uma de prata e duas de bronze para a vantagem avassaladora de que a China dispõe na liderança da tabela das meda-lhas. Tian Yuan foi a atleta que mais se destacou, ao conquistar o ouro na categoria feminina para atletas até aos 48 quilos. A jovem, de apenas 18 anos, levou a melhor sobre a tailandesa Panida Khamsri e sobre a turca Nurdan Karagoz na corrida pela lugar cimeiro do pódio.

MACAU MUITO LONGE DO TOPOApesar de partilharem uma mesma língua e uma mesma concepção técnica da modalidade, as repre-

sentantes de Macau na 79ª edição do Campeonato do Mundo de Halterofilismo não partilham o mesmo grau de sucesso que as atletas chinesas. A RAEM está re-presentada no evento por apenas duas atletas.

Nascidas no Continente, Liu Xia e Zhang Shaoling pouco mais fizeram na competição do que assegurar a presença das cores do território. Frente à elite mundial do levantamento de pesos, as duas atletas não conseguiram escapar ao derradeiro lugar da tabela nas categorias em que competiram.

Liu Xia foi a primeira a entrar em acção, na prova feminina até aos 63 quilos, não conseguindo erguer mais do que 125 quilos (60 no arranque e 65 no arremesso). A prova foi ganha pela russa Svetlana Tsarukaeva, que levantou mais do que o dobro do peso erguido por Liu Xia.

Ontem, Zhang Shaoling repetiu a prestação na categoria para atletas com menos de 75 quilogramas. Com um levantamento de 75 qui-los nas lides do arranque e outro de 90 no arremesso, Zhang não conseguiu escapar ao último posto da classificação, a mais de oitenta quilos de distância da vencedora da série B da prova, a nigeriana Hadiza Zakari.

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SEXTA-FEIRA 11.11.2011

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Lia [email protected]

MAÍRA E ANTÓNIO | ARTISTAS

Num espaço de encantar

PERFIL

Um grupo de teatro sem casa própria. Uma riqueza cultural distinta como poucas, mas dispersa, Macau tem relíquias que o tornam único. Única é também a falta de abertura a essas tantas culturas espalhadas e a limitação a grupos socioeconómicos. Argumentos e razões mais que suficientes para levar ao imaginário de António Herrera e Maíra Belati a criação de uma área onde todos se podem juntar e onde brincar é o lema para um crescimento saudável. Um casal – ele é espanhol e ela brasileira - com formação em teatro e entretenimento, vieram para Macau seguindo a religião, mas é também o amor à arte que os move. Viram em Macau um território sem vida cultural própria e onde ser artista é pouco estimulado. E assim, há pouco mais de um mês nasceu o Roots, ou em português falando, Raízes. Roots, chegou com o intuito de colmatar a falta de um espaço para realizar mais do que performances teatrais e de locais que dão qualidade e muito menos a oportunidade à cultura. “Quisemos construir algo que oferecesse um espaço de partilha entre pais e filhos e que estimulasse nos jovens – menores de 18 anos – o gosto e a necessidade de actividades artísticas”, conta Maíra. O casal defende, que a arte, não pode ser considerada a irmã pobre das

outras disciplinas, bem pelo contrário. “As actividades com arte podem ajudar noutras áreas, porque fomentam a criatividade e o raciocínio”. À porta o nome dado ao espaço está escrito em três línguas – inglês, chinês e português. Roots, quer congregar na pequena sala familiar a diversidade de nações, que dão forma ao território. Na opinião dos dois artistas, a educação demasiado doutrinada, descura a importância e o direito de uma criança ser criança. “Não se dá valor aos tempos livres, as crianças não sabem brincar. E a brincadeira é uma das bases da educação e ajuda a crescimento saudável, cria a pessoa”, refere o espanhol.Brincar, jogar, ler e fazer teatro é o mundo que Roots oferece. Com um ambiente bem típico de meninice, as cores apelam a ser de novo pequeno e a descobrir o universo. “Quisemos criar um conceito de um espaço teatral, romântico, com alma, com comodidade. É um espaço rústico”, descreve Maira. Os objectos, desde jogos, bolas a fantoches transportam-nos ao querer saber o que é a arte. E a arte não é fútil, a arte une – numa sociedade que não se mistura – e invoca criação e pensamento lógico. “Aqui as crianças e os pais podem comunicar da forma mais

simples e ter contacto com outras culturas”, afirma Maira Belati. Na sala do Roots, os pais interagem com outros pais, crianças portuguesas contam em chinês enquanto saltam à corda e os pequenos chineses contam e fazem histórias em inglês. Aqui a língua que se usa não é importante, porque a linguagem infantil é exprimida por um simples olhar ou toque. “Quisemos construir um espaço de descontração para pais e crianças. Os pais podem conviver. Os miúdos encontram-se e interagem”, explica António Herrera. Roots ajuda a aprofundar um pedaço de todo o crescimento, seja criança, seja adulto. À porta deixa-se a rigidez das escolas e a separação em grupos - simplesmente se aprende e se aceita. Qualquer história tem início, meio e fim. As de encantar têm finais felizes. Esta começa com duas personagens com dificuldades em trazer à vida o imaginário. Uma fada madrinha que aparece, chamada Clube de Amigos do Riquexó, ajudou a encontrar a quimera. “A única associação que nos ajudou foi o Riquexó”, lembra o casal. A partilha é para eles a base de uma verdadeira arte e é isto que falta aqui e isto que é o propósito do que se cria naquele espaço encantado. “Aqui falha a cooperação entre as várias instituições

ligadas à cultura. E isso é muito importante nesta área. O clube Riquexó também está a ver que a mistura é saudável, porque eles próprios são fruto dessa mistura”, comenta o espanhol. As actividades promovidas são encaradas pelo casal como um serviço que prestam. A par de aulas de teatro de fantoches, inglês, de arte dramática e de ballet, há sempre um monitor a acompanhar as crianças na sala de recriação. “Temos seis estudantes locais a trabalhar connosco”, explicam. Um história ainda longe do final, com muitas linhas ainda para contar, mas com perspectivas de um “to be continued...”. O destino a ser escrito é inventar um espaço mais aberto às escolas, com mais oferta e uma programação teatral mais regular, a mostrar o que produzem os pequenos artistas. “Queremos falar com associações, instituições e escolas para atingir diferentes grupos sociais de Macau. O que pretendemos é levar a arte a quem não tem possibilidades”, exemplifica António Herrera. Roots, ou Raízes procura dar a conhecer outra forma de educar, o que considera essencial em Macau. O casal deixa ainda um alerta – numa sociedade como esta é preciso ter em atenção ao futuro crianças que agora se estão a formar.

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1858º Grande Prémio de Macau - Concurso de

Fotografia do Super CarroOrganizado pela Comissão do Grande Prémio

de Macau com a co-organização de:Associação Fotográfica de Macau

Associação de Salão de Fotografia de MacauFoto Nice

Foto Princesa(a ordem é aleatória)

Regulamento

1. Objectivos: Promoção as actividades do Grande Prémio de Macau dirigidas ao público durante 58º Grande Prémio de Macau, a fim de criar estabilidade e alegria da comunidade. Todas as obras seleccionadas e premiadas, para além de serem exibidas publicamente, poderão ser ainda utilizadas na promoção do Grande Prémio.

2. Local: Praça Tap Seac 3. Data e hora: 15:00 a 17:00, 12 de Novembro de 2011 12:00 a 15:00, 13 de Novembro de 20114. Formato: Fotografias a cores de 5R a 8R que terão de ser entregues conjuntamente

com um CDR de alta resolução ou em filme.5. Requisitos dos candidatos: Todos os residentes de Macau, com interesse em fotografia.6. Número de obras: No máximo, 10 fotografias cada candidato.7. Identificação da obra: Os candidatos devem inscrever no verso da obra, todos os dados inerentes à mesma. (Ver verso do boletim de inscrição) 8. Local de entrega: As fotografias devem ser entregues, pessoalmente, nos locais seguintes. Não são aceites envio por correios: • Comissão do Grande Prémio de Macau N.º 207, Av da Amizade, Edif. do Grande Prémio de Macau • Associação Fotográfica de Macau Rua Almirante Costa Cabral, N.º 36, Edif. Veng Cheong, “C” • Associação de Salão de Fotografia de Macau Avenida da Praia Grande 702, 2.º andar • Foto Nice Avenida da Praia Grande n.º 616, Edf. Milionário, Macau • Foto Princesa Avenida Infante D.Henrique, N.os 55-59 9. Data para entrega dos trabalhos: 21 de Novembro a 11 de Dezembro de 2011.10. Data de selecção dos trabalhos: a anunciar. 11. Júri: Comissão do Grande Prémio de Macau e representantes das entidades co- organizadoras.12. Prémios: 1.º classificado : Prémio Monetário de MOP6.000,00 e taça 2.º classificado : Prémio Monetário de MOP4.000,00 e taça 3.º classificado : Prémio Monetário de MOP2.000,00 e taça 4 menções honrosas: Placa e Prémio monetário no valor de MOP1.000,00 Prémios de consolações: Prémio monetário no valor de MOP600,0013. Publicação dos resultados do concurso: a anunciar 14. Data da Exposição e atribuição dos prémios: a anunciar 15. Outras disposições regulamentares:

a - Tendo como objectivo atrair o máximo de concorrentes, está regulamentado que a um único participante não podem ser atribuídos os 1º, 2º e 3º prémios, sendo apenas permitida a atribuição de um máximo de duas menções. Em relação a outras classificações não existe nenhuma limitação.b - Os participantes obrigam-se a aceitar o presente Regulamento e as decisões do Júri.c - Se as obras não corresponderem ao exigido pelo Regulamento, a entidade organizadora tem o direito de desqualificar o participante.d - A organização terá o direito de usar as obras seleccionadas para fins de publicação, introdução na página electrónica e promoção, não sendo necessária a autorização do participante, nem havendo pela utilização referida, direito a qualquer pagamento de compensação pecuniária.e - Em caso de omissão do presente Regulamento, compete à entidade organizadora a sua interpretação e decisão. f - Todos os problemas relacionados com direitos de autor, de imagem e ao bom nome são da inteira responsabilidade do autor da obra.g- Os trabalhos concorridos vão ficar em arquivo da Comissão do Grande Prémio de Macau. E a Comissão do Grande Prémio de Macau tem o direito de pôr em exposição ou outros fins esses trabalhos em qualquer local ou tempo, mas é necessário a publicação dos nomes dos classificados.h - Os trabalhos não classifcados, não são devolvidos.

* Todo o pessoal da Comissão do Grande Prémio de Macau e dos serviços envolventes está interdito de participar no concurso.** Os dados dentro do formulário são apenas para o concurso. O prazo de arquivo desses dados é de 2 anos.

ANÚNCIO

[N.º 75/2011 ]

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares seleccionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

N.º do boletimde candidatura Nome N.º do boletim

de candidatura Nome72274 MAN UN CHEONG 56890 LAM KUENG PAN67503 LEONG WAI MAN 59166 DO HOI IAN71150 LAO NOI FUN 405 LAO MEI IONG

2918 CHEONG CHOI LAN 3145 WAI MEI HOU

65440 WONG SI CHAN 263 CHEONG CHONG TAI ALIAS CHANG TSUNG TI

1444 CHAN KIN IENG 1468 CHAN WAI MAN

2408 LAM LAI CHI 3802 LOK SEONG ALIAS LOCK SAU WAH

9278 CHAN HO TONG 16307 CHEANG KAM22280 HUI IOK MENG 27525 LEI PIT27994 LEONG KAM LENG 28473 CHEONG FOK MENG

29071 CHOI SAM PO ALIAS C. SENG PHO ALIAS MAUNG SEIN PHO 32725 VONG MAN

32763 CHAN IOK FAN 59044 WONG IOK CHIO59717 CHAN TAK LAM 2524 KU SOI KUN8025 LEI TAI TAI 2347 LEI LAI WA

64459 NG CHE HING 1920 CHEONG MIO FUN29876 SIO KA CHONG 833 CHAO WENG KEI16541 CHE SENG CHEONG 8927 CHEONG MEI WUN34978 CHAN CHON LAI 57642 NG MEI IAN48245 CHOI UN FAN 2604 WONG SUI CHEUNG3397 LOK I SOI 3673 WONG CHI I9107 LEI SIO FONG 13439 FONG IOK KUN22114 CHEONG MEI WAN 33226 LEONG I MAN33682 O IO HOU 57344 CINTIA CHAN

30 CHAN PEI IENG 771 UN WAI CHENG1405 JULIANO DE SEQUEIRA 2606 CHU SONG CHON9244 LEI MEI SIM 9292 LEONG KAM LAN13315 LEONG IONG TAI 14751 LEONG WUN SAN

22140 LEONG MEI KENG ALIAS LIANG MEE KHING 27842 LIO UT IENG

28689 CHEONG TAI SAN 31668 TANG WA KONG ALIAS DANG TY

32797 U CHI KUONG 34742 CHOW KWOK SHAN DESDEMONA

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Habitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 30 de Novembro de 2011, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T1 na zona de Macau.

Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresentar os docu-mentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos da candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existirem mudança da composição dos agregados famili-ares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedimento da escolha de habitação económica:

1. Documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica.2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo.) 3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica de vidamente preenchidos e assinados.

De acordo com os termos do n.º 2 do artigo 13.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, implica a perda do direito de escolha e passagem automática para o último lugar da lista geral; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares seleccionados serão excluídos na lista geral.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais conhecimentos sobre as informações das fracções de habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebidos os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente.

O Presidente,

Tam Kuong Man 8 de Novembro de 2011

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[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesSEXTA-FEIRA 11.11.2011www.hojemacau.com.mo

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[Tele]visãoTDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO18:30 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Amanhecer20:35 Telejornal21:00 Ásia Global21:30 Desperate Housewives (Donas de Casa Desesperadas)22:15 Passione23:00 TDM News23:30 The Talent Mr. Ripley (O Talentoso Mr. Ripley)01:45 Telejornal (Repetição)02:15 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Com Ciência15:00 Documentário – Teima Monteiro16:00 Bom Dia Portugal17:00 Velhos Amigos18:00 Gala Motivos de Orgulho20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 O Humor e a Cidade23:00 Portugal no Coração

ESPN 3009:00 (LIVE) Emirates Australian Open Day 2 14:00 Stihl Timbersports Series14:30 Len European Diving Championships16:30 World Cup Italy - Mens17:30 Rugby World Cup 2011 Samoa vs. Namibia19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Football Asia 2011/12 20:30 Global Football 2011 21:00 (Delay) Emirates Australian Open - Highlights Day 222:00 Sportscenter Asia 22:30 Emirates Australian Open Day 2

STAR SPORTS 3112:30 (LIVE) Golf Focus Special - Barclays Singapore Open 2011 13:00 (LIVE) Barclays Singapore Open Day 218:00 Commonwealth Bank Tournament Of Champions 2011 19:30 Inside Grand Prix 2011 20:00 MotoGP World Championship 2011 - Highlights GP De La Comunitat Valenciana21:00 FA Cup 2011/12 Preview Show 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 England U-21 Internationals 2011/12 England vs. Iceland

STAR MOVIES 4012:20 101 Dalmatians14:10 Street Fighter: The Legend Of Chun-Li15:50 Bad Boys17:50 Fantastic Mr. Fox19:20 Charlie’S Angels21:05 The Walking Dead22:55 Pulse 300:35 Pirates

HBO 4113:00 Harry Potter And The Sorcerer’S Stone15:30 Spaceballs17:10 Imagine That19:00 Superstar20:20 The Running Man22:00 Repo Men23:50 Gattaca

CINEMAX 4212:15 Ronin14:15 Terminator Salvation16:00 Ace High18:00 Land Raiders19:45 Hollywood Buzz20:15 S.W.A.T: Firefight21:45 Epad On Max22:00 Robocop23:40 Robocop 2

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

SALA 1THE KILLER WHO NEVER KILLS [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês)Um filme de: Fengbo Lee, Jimmy WanCom: Jam Hsiao, Chrissie Chow, Eric Tsang14.315 16.00, 17.45

YOU ARE THE APPLE OF MY EYE [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês/inglês)Um filme de: Giddens KoCom: Zhendong Ke, Yanxi Chen, Siu-Man Fok19.45, 21.45

SALA 2THE THREE MUSKETEERS 3D[B] Um filme de: Paul W.S. AndersonCom: Logan Lerman, Milla Jovovich14.30, 16.30, 19.30, 21.30SALA 3TOWER HEIST [B] Um filme de: Brett RatnerCom: Ben Stiller, Eddie Murphy, Matthew Broderick14.15, 16.00, 17.45, 19.45

THE KILLER WHO NEVER KILLS [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês)Um filme de: Fengbo Lee, Jimmy WanCom: Jam Hsiao, Chrissie Chow, Eric Tsang21.45

Aqui há gato

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

HORIZONTAIS: 1-Língua dos Lapões, o lapão. Género de insectos coleópteros pentâmeros. 2-Deus de Amor. Ruival. 3-Colocíntida. 4-Protagonista ou principal personagem de uma obra literária. Depois. 5-Imóvel. Som imitativo da voz do corvo. 6-Leonardo... Vinci, pintor e inventor. Encaminhar, dirigir. 7-Pequeno molusco brasileiro. Género de insectos coleópteros. 8-Género de plantas sinantéreas. Matricula de Israel. 9-Nome da letra f. Pequena taça para libações, que se usava nos sacrifícios romanos. 10-Mulheres com altura. De outro modo. 11-Admoestação, com o fim de moralizar ou tornar virtuoso. Suco vegetal concreta.VERTICAIS: 1-Lecitídeas. 2-Subúrbios de cidade. Cola muito forte. 3-Frango. Elemento de origem grega que significa uretra. 4-Tribo de plantas da família das licopodiáceas. Símbolo químico de amerício. 5-Elemento de origem grega que significa tempo. Serra de Portugal. 6-Planta indiana, painço. Espécie de cipó com que se enrolam as folhas de tabaco. 7-Tumefacção das unhas. 8-Fora, em inglês. Rataplão. 9-Que se reproduz por meio de ovos. Gritos de dor. 10-Pequenos cubos. Tecido de cascas de árvore e seda, fabricado na Índia. 11-Masculino de elas. Pequeno pássaro dentirrostro.

HORIZONTAIS: 1-LAPICO. OODE. 2-EROS. ROUVAL. 3-COLOCINTIDE. 4-T. HEROI. POS. 5-IMOTO. CRAS. 6-DA. ENTOAR. F. 7-ARUA. AFTONO. 8-CURSONIA. IL. 9-EFE. SIMPULO. 10-ALTAS. ALIAS. 11-SERMAO. ASSA.VERTICAIS: 1-LECTIDACEAS. 2-ARO. MARUFLE. 3-POLHO. URETR. 4-ISOETEAS. AM. 5-C. CRON. OSSA. 6-ORIO. TANI. O. 7-ONICOFIMA. 8-OUT. RATAPLA. 9-OVIPARO. UIS. 10-DADOS. NILAS. 11-ELES. FOLOSA.

LEVAS-ME A ALGUM LADO MESMO QUE EU TE PAGUE?O Governo quer, mas os taxistas não. O Executivo muito tem frisado ultimamente o seu desejo de transformar Macau numa cidade internacional de entretenimento e turismo, mas os taxistas continuam a fazer ouvidos moucos. Como é possível fazer deste território qualquer coisa de melhor quando os motoristas de um serviço público andam pelas ruas a escolher os passageiros? A cultura “taxista” em Macau é algo complicado de entender. Quando um taxista olha para mim, vê-me a fazer o sinal e finge que não estou ali, aparecem-me quatro hipóteses na cabeça para compreender a situação: não precisam de dinheiro, já trabalharam o suficiente, sou feio, ou cheiro mal. Há pouco mais de 900 táxis licenciados a circular em Macau. Além dos nossos 560 mil habitantes, levamos todos os meses – e graças a Deus – com outros dois milhões de turistas. Não é preciso ser um expert em matemática para perceber que não há táxis suficientes para ninguém. E se a isso somarmos o facto de que muitos taxistas alugam os seus carros para levar visitantes de um lado para o outro durante o dia inteiro e quase todos decidem fazer a troca de turno a mesma hora, a situação é trágica. Entre as 17h e as 19h30, apanhar um táxi é procurar uma agulha no palheiro. Quando chove, pufff, é melhor nem comentar. Pior ainda é quando estás na fila há meia hora e chega alguém, não se sabe de onde, e passa-te à frente. Arghhh...Por que é o Governo, que faz lei disto e daquilo, não se mexe para impor disciplina aos táxis? Por que é que não há mais licenças, seja para os pretos ou para os amarelos? Eu quero lá saber da cor. Eu quero é apanhar um táxi!A subida da inflação tem sido o cavalo de Tróia dos taxistas. Por causa do aumento generalizado dos preços, os taxistas querem entrar na onda e também não vêem a hora de tirar vantagem da situação. Querem mais dinheiro. Querem subir a bandeirada. Mas não querem melhorar em nada. Alguma vez se perguntou o que é que os residentes acham dos serviços de táxi? Os deputados eleitos directamente para a Assembleia Legislativa já questionaram vezes sem conta quando é que vão haver mais licenças. Ainda sonho que um dia vai chegar a hora de sermos nós a olharmos para os taxistas e dizermos: “Cheiras mal. Não quero o teu táxi...”

Pu-Yi

UMA HISTÓRIA DA LEITURA • Alberto ManguelUma notável e fascinante viagem pela evolução do leitor e da leitura numa obra que vem colmatar uma lacuna na história da literatura inter-nacional. Um sucesso editorial surpreendente da autoria de um nome que se tem destacado nas áreas do romance, da tradução e da edição.

LIBERDADE - CONTOS QUE CELEBRAM A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM • vários autoresLiberdade apresenta-nos um conjunto de contos de alguns dos melho-res autores internacionais de ficção da actualidade. No ano em que se comemoram os cinquenta anos da Amnistia Internacional e os trinta anos da secção portuguesa desta instituição, cada um dos trinta e seis textos é inspirado num artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma antologia cujos direitos de autor revertem a favor da Amnistia Internacional.

CONSTRUIR O INIMIGO E OUTROS ESCRITOS OCASIONAIS • Umberto Eco A principal virtude de um escrito ocasional reside do facto de o autor, desafiado pelo convite para participar numa série de palestras ou ensaios temáticos, se ocupar de um assunto sobre o qual não pensara debruçar-se, sendo sido assim induzido a reflectir sobre algo que, de outro modo, teria transcurado. Eis então aqui uma série de variações, ora empenhadas ora divertidas, sobre temas como o Absoluto, o Fogo, o porquê de chorarmos a sorte de Anna Karenina, as astronomias imaginárias, os tesouros das catedrais, as Ilhas Perdidas, Victor Hugo e seus excessos, o mecanismo do reconhecimento no folhetim, a ventura ou desventura de Joyce na época fascista, entre outros.

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ed i to r ia lCarlos Morais José

A imensidão temporal que os doentes têm de atravessar para conseguirem uma consulta nos Serviços de Saúde da RAEM assemelha-se a uma verdadeira odisseia. E, para o governo de Chui Sai On isto deveria ser uma vergonha porque, na verdade, trata-se de uma prova da incompetência do actual Chefe do Executivo que foi durante dez anos o responsável directo por esta área.

Mas, pelos vistos, não é. Quando o nosso Ulisses chega finalmente à consulta do hospi-tal público é para verificar que a sua Penélope já o traiu com um dos pretendentes, de seu nome Kiang Wu. A política de esvaziamento das capacidades de atendimento do hospital público acabou, finalmente, por ter as suas consequências. Elas aí estão: segunda uma reportagem ontem publicada neste jornal, mesmo pessoas com problemas cardíacos vêem-se sujeitas a mais de meio ano de es-pera, algo que o coração poderá facilmente não aguentar. Nestes casos, quem espera, não desespera: morre, pura e simplesmente.

Já o governo parece aguentar facilmen-te esta situação tão esquisita. E esquisita porque estes governantes dão a entender que não sabem como gerir a saúde públi-ca, o que é ainda mais estranho quando verificamos que Chui Sai On até tem nesta área uma licenciatura, um mestrado e um doutoramento. Estes graus académicos, aparentemente, não servem para nada: a sua gestão enquanto Secretário respon-sável pela área caracterizou-se por uma depreciação constante e concertada do hos-pital público, levando paulatinamente à actual situação. Ao que me dizem, não está

O que não se compreende é a inacção, o crescimento descontrolado das filas de espera nas consultas, a prestação cada vez pior de serviços médicos ao povo. Para quem governa o governo? Não será para o povo? Então que altos interesses populares estão aqui a ser defendidos?

Saúde pública: um doente terminal

ainda pior devido ao profissionalismo de médicos e enfermeiras que corajosamente não abdicam do seu espírito de missão.

A que conclusões poderemos chegar? Vejamos as premissas:

1. Temos um Chefe do Executivo formado em Gestão de Saúde Pública.

2. Vivemos numa região riquíssima, com um dos mais elevados PIB per capita do mundo.

Perante estes dois factos, o que nos dita a lógica? Que o governo não está interessado na Saúde Pública; pelo contrário, tudo faz para a destruir, no sentido de favorecer o floresci-mento da medicina privada, nomeadamente do Hopsital Kiang Wu. Por quê?, pergunta o cidadão acabrunhado e triste por este desin-teresse governativo. Pois não sabemos, mas seria interessante perguntar ao governo, na expectativa de obter uma daquelas respostas enigmático-positivas e talvez de ver aumentar o valor expresso nos cheques da compartici-pação financeira.

Quanto a mim, o que acho mais estranho no meio disto tudo é o facto de Chui Sai On ter feito um mestrado e um doutoramento em “Public Health”, na Universidade de Oklahoma, ou seja, num país conhecido por ter uma das piores saúdes públicas no mundo

civilizado. Certamente que o nosso Chefe do Executivo não gosta dos documentários de Michael Moore, nomeadamente do famoso “Sicko”, no qual são descascados os malefícios dos sistema de saúde norte-americano. Ora como é que ele vai escolher justamente os Estados Unidos para fazer um curso destes? É como estudar fissão nuclear no Togo ou nos Camarões.

O que também se torna relativamente desesperante por aqui é que não existe uma indicação clara de qual é realmente a política do governo para a Saúde. Não é elucidada uma ideia, uma perspectiva, uma estratégia. Quem o confessa é o pró-prio director dos Serviços de Saúde que, com uma ingenuidade lamentável, vem afirmar que não estava previsto o cresci-mento de Macau depois da liberalização do jogo. São desculpas esfarrapadas atrás de desculpas desenvergonhadas. E outras se seguirão, de maior ou menor calibre.

O que não se compreende é a inacção, o crescimento descontrolado das filas de espera nas consultas, a prestação cada vez pior de serviços médicos ao povo. Para quem governa o governo? Não será para o povo? Então que altos interesses populares estão aqui a ser defendidos? Admito, na

minha aldeã ignorância, que estejam mas eu não consigo vislumbrá-los. Já outros...

*

O ataque à Língua Portuguesa continua. To-dos os dias, a todas as horas. E o que fazem as associações locais de matriz portuguesa, nomeadamente a Casa de Portugal, a APIM, a Associação dos Macaenses e mesmo aquela do desaparecido-em-combate Casimiro Pinto (Força Plural?)? E o que fazem as instituições portuguesas, nomeadamente o consulado, o Conselho das Comunidades e o IPOR? Que se saiba, nada. Portanto, é fartar vilanagem. Este-jam à vontade que os 450 anos de História que nos unem desaparecem num instante como me prometeu uma noite dessas um americano embriagado: “You know, in 20 years people won’t even remember the Portuguese were here...”. Pelos vistos, ele tem alguma razão.

*

Mas não toda. E não a tem toda porque os portugueses em Macau, como em quase todo o lado do mundo, não dependem de governos ou da língua ou de nada em especial. Feliz-mente, somos bichos capazes de sobreviver em qualquer ambiente, por mais hostil que pareça. Por seu lado, os americanos são outro tipo de animal. A sua história dixit. E nós, já provamos, a nossa presença em Macau é, aliás, prova mais que suficiente. Os americanos quando saem de algum lado deixam ódio, nós deixamos filhos com o nosso nome. Não há muito mais a dizer.

OPINIÃO SEXTA-FEIRA 11.11.2011

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perspect ivasJorge Rodrigues Simão

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OPINIÃO

“The emergence of a “brave new world economy” not only begins with radical changes at home, but also requires a major reform of the world monetary system in order to restore confidence among investors and entrepreneurs.”

Brave New World Economy: Global Finance Threatens Our Future

Wilhelm Hankel and Robert Isaak

ue tipo de recessão vive o mundo? A “Grande Depres-são” americana de 1933 a 1937

provocou um tufão de intensidade máxi-ma, com consequências catastróficas no desemprego e inexistência de crescimento económico na maior parte do mundo. A partir desse período que feriu a economia mundial de forma violenta, começaram a empregar-se conceitos que iniciavam pela maléfica letra “R” como são os de recessão e de recuperação, que sempre implicaram profundas reformas estruturais.

A recessão que o mundo vive é um acontecimento que reveste características especiais e que cedo se começou a desenhar como algo que levaria um longo tempo em termos de reanimação da economia mundial, dado os dois lados do “Atlântico Norte” se encontrarem numa situação de profundo endividamento. Um conjunto de indícios suportam tal ideia, que vão desde taxas de desemprego de 9 por cento nos Estados Unidos até 22,6 por cento na Espanha, sendo mais do dobro da média da União Europeia (UE) que é de 10,2 por cento, afectando, essencialmente a popu-lação activa na faixa etária entre os vinte e cinco e trinta anos de idade, acrescentado de outros indicativos como a produção, o consumo das famílias e o PIB, que têm vindo a decrescer nos países ocidentais.

O mesmo acontece com as taxas de juro, enquanto a relação da dívida pública/PIB faz tremer os Ministérios das Finanças ou equivalentes (Estados Unidos, o Departa-mento do Tesouro criado pelo Congresso em 1789), que administram o tesouro pú-blico de metade dos países a nível mundial. Não nos questionamos apenas acerca do tipo de recessão ou do seu aprofundamento iniciada no final de 2007, mas também qual a principal ameaça à economia mundial? Como enfrentar a situação; se pela dimi-nuição do deficit a níveis aceitáveis, dada a impossibilidade de o eliminar; se pela criação de postos de trabalho? Será que solucionados tais problemas, terminará a recessão e assegurar-se-á o desenvolvi-mento sustentável no futuro? Que tipo de políticas são necessárias? Disciplina fiscal ou desenvolvimento económico?

É de crer que talvez não seja necessário continuar com cortes nas despesas públicas e investimentos e/ou aumentar a carga fiscal. Os governos estão a falhar pela falta de aplicação das medidas mais acertadas, com o consequente e elevado custo político e social que acarreta. Os mercados muitas das vezes não exigem ortodoxias, mas sim diligências capazes de descobrir as verdadeiras reclamações dos cidadãos e a sua causa, seguidas de decisões efectivas e atempadas no sentido de as solucionar.

A recessão

Q

É de crer que talvez não seja necessário continuar com cortes nas despesas públicas e investimentos e/ou aumentar a carga fis-cal. Os governos estão a falhar pela falta de aplicação das medidas mais acertadas, com o consequente e elevado custo político e social que acarreta. Os mercados muitas das vezes não exigem ortodoxias, mas sim diligências capazes de descobrir as verdadeiras reclama-ções dos cidadãos e a sua causa, seguidas de decisões efectivas e atempadas no sentido de as solucionar. Tem-se utilizado nos últimos quarenta anos como principal vector de implementação de políticas e cumprimento de funções na governação o mau princípio sanitário de “caring without curing”.

Os políticos no poder nos diversos países ocidentais, continuam a revelar uma forte impreparação técnica e política pela incapa-cidade demonstrada de inverter a recessão, continuando empenhados em discussões político-ideológicas sobre quais são as fun-ções na governação, ao invés de as exercer e por outro lado grupos de pressão, aproveitam a oportunidade dos espaços vazios no exer-cício das ditas funções para tentar impor ou influenciar o seguimento de determinados pensamentos ou ideias às sociedades nacio-

nais de cada país, que tem por fim reduzir o peso do sector público, diminuir as despesas e privatizar ou a continuar a constante venda de activos, desbaratando-os.

Uma sondagem efectuada recentemente, pelo jornal “The New York Times” e pela ca-deia de televisão “CBS” dos Estados Unidos, mostrou que os americanos não encaram como questão prioritária a resolução do gi-gantesco deficit federal ou um sector público bem alimentado. Igualmente, não acreditam que cortar nas despesas sociais ou precipitar--se em desregulamentações imprudentes na linha defendida pelo “Movimento Tea Party” criado em 2009, de orientação político-social conservadora e de ultra direita, que conta com o apoio de cerca de 30 por cento dos americanos, tenham a capacidade de resolver o problema principal, que é o desemprego.

As sondagens revelam ainda, que oito em cada dez respostas, são no sentido de apoiar políticas de aumento da despesa pública com a construção de mais estradas, pontes, escolas e hospitais como forma de criar emprego, e reduzir os impostos que recaiam sobre os rendimentos salariais dos trabalhadores, que prejudica o consumo das famílias.

Opinam que não é a altura certa para

reagir duramente e tentar corrigir de forma abrupta quase quatro decénios de erros pra-ticados pelo governo, empresários e acadé-micos. A finalidade é reactivar o crescimento económico, abstendo de recorrer a medidas que pratiquem a austeridade e disciplinem as duas metas fundamentais a atingir a médio e longo prazo.

Carecem de razão o recurso à aplicação nos Estados Unidos de medidas usadas pelo “Fundo Monetário Internacional”, pelo “Banco Central Europeu (BCE)” ou pelo “Eu-rogrupo”, e implementar os mesmos planos de austeridade, que têm criado violência social na Grécia, Reino Unido, Espanha e Itália, em que o primeiro e último dos Estados-membros da UE, vêm deteriorar a sua situação, o primeiro pela demissão do actual primeiro-ministro afim de facilitar a transição e a constituição de um governo de unidade nacional, sendo substituído pelo ex-vice-presidente do BCE de 2002 a 2010.

O último, dado o governo ter perdido a maioria absoluta na “Câmara dos Deputa-dos”, fazendo que o actual primeiro-ministro apresente a sua demissão, logo que sejam aprovados os cortes orçamentais e as refor-mas exigidas pela UE para fazer face a crise de dívida pública e conhecido por “Plano de Austeridade”.

Os grandes problemas que consistem em reduzir o deficit por cortes orçamentais, criar postos de trabalhar e condições para a reali-zação do crescimento económico não é uma situação capaz de ser realizada com sucesso nos próximos três anos, mas que levará alguns decénios, exigindo a criação de um plano a longo prazo, difícil de criar, em virtude da existência de um contexto político marcado por eleições de quatro, cinco ou sete anos.

O fracasso de fazer face ao deficit da dívida pública nessas múltiplas situações, favoreceu a acção de três “agências de rating” que são a “Standard & Poor’s”, a “Moody’s Investors Service” e a “Fitch Ratings”, que actuam em conjunto com um grupo de grandes bancos privados dos Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Japão e Hong Kong. Apesar desta situação os governos dos países detentores das principais economias mundiais, há mais de duas dezenas de anos que se referem aos seus deficits da dívida pública, sem grande vontade política de a resolver.

Actualmente, uma deterioração a mais ou a menos só influenciará o mercado fi-nanceiro, ou seja os especuladores treinados neste tipo de jogo em relvado escorregadio. Os devedores soberanos como a França, por exemplo, ou os bancos privados (sendo de realçar os vinte e quatro bancos italianos atacados) não estão muito distantes do seu histórico de cotas.

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um gr i to no dese r toPaul Chan Wai Chi*

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OPINIÃO

Ciclone

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

que têm em comum cobra, vege-tais, bolos e pamonha de arroz? Todos esses pitéus podem ser apre

ciados em eventos organizados por associa-ções para conquistar o apoio dos eleitores para determinados grupos que participam em eleições, com incentivos materiais oferecidos nessas actividades. Por exemplo, a festa da cobra, festa vegetariana, distribuição de doces e pamonha de arroz. Quando não há menção directa e explícita aos grupos ou partidos em disputa pelas eleições, ou instruções para o voto num determinado sentido, é difícil considerar essas práticas como criminosas. Durante as últimas eleições para a Assem-bleia Legislativa de Macau, houve pessoas a organizar essas actividades sob todo o tipo de pretextos. Se essas festas foram efectivas a atrair mais votos, só os envolvidos e o Comissariado contra a Corrupção saberão.

No domingo passado, Hong Kong viu as suas eleições locais transformarem-se numa derrota esmagadora da ala pró-democracia. Algumas pessoas puseram as culpas do duro desaire nas divisões internas da ala, outros acreditam no sucesso do contra-ataque massivo do People Power a recuperar votos perdidos, enquanto alguns outros culparam a estratégia do bem-estar social da ala pró--Pequim, em que se inseriram a festa da cobra, festa vegetariana e a distribuição grátis de bolos e pamonha de arroz glutinoso, que terão sido bem sucedidas em ganhar o apoio de eleitores, resultando num incentivo à afluência às urnas dos apoiantes da ala “pró-establishment”, com o efeito contrário nos simpatizantes da democracia.

Em jeito de balanço dos resultados de vencedores e derrotados das eleições para os conselhos distritais, alguns jornais de Hong Kong fizeram uma análise aprofundada, enquanto os líderes de cada partido político participante fizeram incontáveis discursos e deram as suas opiniões relativamente aos resultados. Na análise final, a derrota da ala pró-democrata acabou por confirmar as pre-visões, embora não se esperasse que a derrota fosse tão esmagadora. A vitória da corrente conservadora também era previsível. O que não se esperava era que tivesse uma vitória tão arrebatadora, para surpresa daqueles que

A vitória contundente da ala pró-Pequim nestas eleições dos conselheiros distritais de Hong Kong pode ser um caso exemplar para ilustrar uma colaboração bem sucedida entre os governos local e central. De facto, os programas eleitorais, trabalho de coordenação, distribuição de tarefas e captação de votos alcançaram os resultados antecipados, sob a liderança integrada do Governo Central

Festa da cobra, vegetais, bolos, pamonha de arroz glutinoso...

deram o seu apoio ao campo pró-democracia. Se as alas participantes tivessem imaginado tais resultados eleitorais, as pessoas da ala pró--establishment teriam dado alguma margem de manobra para a corrente pró-democrata. Estive em Hong Kong no domingo em pes-soa para testemunhar a forma como a ala pró-democrata foi cercada durante todo o caminho desde Yuen Long, nos territórios até ao Distrito Oeste da Ilha de Hong Kong.

A vitória contundente da ala pró-Pequim nestas eleições dos conselheiros distritais de Hong Kong pode ser um caso exemplar para ilustrar uma colaboração bem sucedida entre os governos local e central. De facto, os pro-gramas eleitorais, trabalho de coordenação, distribuição de tarefas e captação de votos alcançaram os resultados antecipados, sob a liderança integrada do Governo Central. Isto foi obviamente observável na maneira como as estrelas políticas da ala pró-democrata que queriam lutar por lugares nos conselhos dis-tritais foram postas de parte. É indiscutível que a corrente pró-establishment tinha uma nítida vantagem sobre os outros em termos de recursos disponíveis. A festa da cobra, festa vegetariana, a distribuição grátis de bolos e pamonhas de arroz glutinoso podiam ter sido um pouco úteis, mas certamente não a essência do que determinou os resultados eleitorais. Imagine-se aquelas pessoas da

classe média que vivem no Distrito Central, do Distrito do Pico e no distrito do Disco-very Park de Tsuen Wan – pensam que elas se deixam levar por essas festas e brindes? Os membros da ala pró-democrata deviam rever a sua situação para encontrar as causas dessa derrota esmagadora, em vez de pôr toda a culpa nos outros, o que não faz nada bem tendo em vista as próximas eleições.

As duas outras eleições na calha são a do Chefe do Executivo e a do Conselho Legis-lativo de Hong Kong (Legco). Na primeira, a ala pró-democrata apenas tem a hipótese de concorrer ao lado de outros candidatos, enquanto na outra terá uma oportunidade para ressurgir. Como a ala pró-democrata não granjeou muita popularidade na prepa-ração para as eleições Legislativas, poderá aprender a lição desta derrota pesada nas eleições para os Conselhos Distritais para encontrar a chave para o sucesso. Falhan-ços não trazem necessariamente desgraças,

pelo contrário, podem trazer boa sorte. Essa é a razão pela qual digo que o campo pró-Pequim não desejaria, na verdade, ver a corrente pró-democrata ter uma derrota esmagadora tão precoce.

Como Macau é um lugar único, a ala dita pró-democrata é fraca em militância e em apoiantes. Com uma escassez de recursos humanos e financeiros, a ala enfrenta difi-culdades na luta eleitoral e pode repetir os resultados da eleição para os conselheiros distritais de Hong Kong se não tiver cuidado com cada passo que dá.

Festas da cobra, festas vegetarianas, distri-buições grátis de bolos e pamonhas de arroz glutinoso podem ser usadas para encher o estômago de uma pessoa, mas não devem substituir a capacidade intuitiva de uma pessoa em saber o que é certo e o que é errado.

*Deputado e presidenteda Associação Novo Macau Democrático

O

Quanto mais gente tem Macau, mais vazio se torna. Por Fernando

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SEXTA-FEIRA 11.11.2011www.hojemacau.com.mocar toon

por Steff

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UE BARROSO QUER REFORÇO DA COESÃO O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, tem defendido a necessidade de coesão da União Europeia (UE), principalmente nos últimos tempos, devido às “ameaças no horizonte”. As declarações foram proferidas pela sua porta-voz, Pia Ahrenkilde-Hansen, numa altura em que se debate a criação de uma Europa a duas velocidades – uma zona euro integrada ou uma mais pequena que a actual, apenas com países mais próximos da Alemanha em termos estruturais.

GRÉCIA PAPADEMOS É O NOVO PRIMEIRO-MINISTRODepois de quatro dias de negociações, parece estar encontrado o novo primeiro-ministro grego: o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Lucas Papademos, foi nomeado para liderar o Governo de unidade nacional na Grécia, substituindo George Papandreou. Papademos, deverá conduzir o governo e aplicar o plano de ajustamento económico do país, para que a Grécia possa receber o plano de resgate europeu, até às eleições que serão, em princípio, a 19 de Fevereiro.

EUA SAMUEL L. JACKSON NO GUINNESSO actor norte-americano Samuel L. Jackson entrou para o livro dos recordes do Guiness.Porquê? Por ser o que mais receitas de bilheteira gerou pelos filmes em que participou, num total de cinco mil milhões de euros. A notícia é avançada pela publicação norte-americana The Hollywood Reporter, que lembra que Samuel L. Jackson, de 63 anos, já participou em mais de 100 filmes, desde que se estreou no grande ecrã em 1991 sob a direcção de Spike Lee, em The Jungle Fever - A Febre da Selva. O actor fez parte do elenco de películas como Parque Jurássico, Pulp Fiction, O Negociador, Tempo de Matar e alguns dos filmes da saga Guerra das Estrelas.

PORTUGAL ORÇAMENTO “PREPARA RECUPERAÇÃO ECONÓMICA DO PAÍS”O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho defendeu ontem que “o Orçamento do Estado para 2012 prepara a estabilização da economia portuguesa e a recuperação económica do país”. Na abertura do debate na generalidade da proposta de OE no parlamento, o primeiro-ministro sublinhou que este é um orçamento que “começa a estancar decisivamente o endividamento nacional, e é o primeiro passo para libertar recursos necessários para o sector produtivo”.

BRASIL PRESO TRAFICANTE MAIS PROCURADO DO RIOO cerco aos narcotraficantes da favela da Rocinha entrou na sua fase crucial. Depois da detenção do braço direito do líder, conhecido por ‘Coelho’, foi a vez do próprio António Francisco Bonfim Gomes – o ‘Nem da Rocinha’ – ser preso pela Polícia Militar (PM). O narcotraficante mais cobiçado pela polícia carioca, aquele que impunha a sua vontade e caprichos à favela mais populosa do Rio de Janeiro, foi encontrado no porta-bagagens de um veículo diplomático pertencente ao consulado do Congo. Apesar de encarcerado, é provável que continue a comandar a liderança da sua rede criminosa – ADA (Amigos dos Amigos) – a partir da prisão.

“Onde está o Wally?” vai chegar aos cinemas

Mais fácil de encontrar

O MUNDO NÃO TEM RECURSOS

PARA VER ITALIA FALHAR

JÁ não é a primeira vez que se fala que a famosa personagem dos livros Onde Está o Wally? poderia chegar aos grandes ecrãs mas um impasse entre os grandes estúdios de Hollywood tem vindo a adiar o projecto. Mas agora é certo: a MGM comprou

os direitos de Wally e vai realizar o filme.Depois de em 2009 a Universal ter anunciado o início

da produção em parceria com a Nickelodeon e de uma súbita interrupção, o projecto vai agora ganhar forma através de um filme live-action pelas mãos dos estú-dios MGM e da Classic Media, detentora dos direitos do livro. “Estamos muito contentes por trazer a busca

pelo Wally para o grande ecrã. Com os nossos parceiros

da Classic Media, esta-mos ansiosos por fazer esta aventura mundial que vai despertar os fãs de todas as idades Onde está o Wally?”, escreveu em comuni-

cado o presidente da MGM, Jonathan

Glickman, sem adiantar muitos pormenores.

Criado por Martin Han-dford e publi-cado pela pri-meira vez em 1987, Onde está o Wally? tornou--se num ícone da cultura pop e uma personagem reco-nhecida univer-salmente. Um fe-nómeno nos livros com mais de 55 milhões de exem-plares vendidos em todo o mundo, disponíveis em mais de 38 países e traduzidos em mais de 30 línguas.

Espera-se agora que o sucesso do homem de óculos e com a camisola às riscas, que tem por há-bito camuflar-se em grandes multidões, chegue aos cinemas, ainda sem uma data definida de estreia.