HISTÓRIAS E DICAS PARA CRIAR, MONTAR E FAZER … · funcionários da minha clínica, Terezinha e...
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O SHOWHISTÓRIAS E DICAS PARA CRIAR, MONTAR E FAZER MEMORÁVEIS APRESENTAÇÕES
L U I Z N A R C I S O B A R A T I E R I
Um livro fascinante. Daqueles que não dá vontade de parar
de ler e que, ao mesmo tempo, não queremos que acabe.
Um livro que conta parte da trajetória de um dos mais
reconhecidos e famosos professores de Odontologia de
todos os tempos. Um livro que irá ajudá-lo a criar e a fazer
uma memorável apresentação oral, independentemente
da sua área de atuação. Uma daquelas apresentações que
ninguém, nunca, esquece. Um misto de autobiografia,
técnica e romance. Um livro que certamente irá mudar a
sua vida e a vida dos seus filhos, para sempre. O SHOW,
de Luiz Narciso Baratieri, além de ser INSPIRADOR, é
simplesmente um livro IMPERDÍVEL.
B226s Baratieri, Luiz Narciso O Show: histórias e dicas para criar, montar e fazer memoráveis apresentações / Luiz Narciso Baratieri. Florianópolis: Editora Ponto, 2016. 500p.; il.
ISBN: 978-85-60023-17-2
1. Odontologia. 2. Recursos audiovisuais. 3. Apresentação de dados. I. Título. CDU 616.314: 001.8
Catalogação na fonte por: Vera Ingrid Hobold Sovernigo CRB-14/009
TÍTULOO SHOW - Histórias e dicas para criar, montar e fazer memoráveis apresentações
1a Edição, 2016Editora Ponto Ltda.ISBN: 978-85-60023-17-2
AUTORLuiz Narciso Baratieri
DESIGNER GRÁFICOEmmanuel Fontes
REVISORGiovanni Secco
Este livro é uma publicação da Editora Ponto Ltda., Rua Vila Kinczeski, 23, Centro, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, CEP 88020-450.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sem a permissão prévia do editor.
MAIS INFORMAÇÕESeditoraponto@editoraponto.com.brwww.editoraponto.com.brfacebook.com/EditoraPonto@EditoraPonto(55 48) 3223 91500800 704 4018
AUTOR
Luiz Narciso Baratieri
• Professor Titular Doutor da Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis, SC
• Conferencista internacional com mais de mil apresentações em cerca de 60 países
• Autor de 22 livros, alguns deles traduzidos para vários idiomas, como inglês, russo, coreano, espanhol,
italiano, mandarim e alemão
• Autor de dezenas de capítulos em livros organizados por outros autores
• Autor de mais de 100 artigos científicos publicados em vários idiomas
• Orientador de dezenas de dissertações de mestrado e de teses de doutoramento
• Coordenador do Curso de Mestrado em Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina por
quinze anos – Florianópolis, SC
• Editor-chefe da revista Clínica – International Journal of Brazilian Dentistry
facebook.com/ProfessorBaratieri
instagram.com/lnbaratieri
COAUTORES
Sylvio Monteiro Júnior• Professor Titular de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)• Mestre em Odontopediatria pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)• Mestre em Dentística e PhD em Odontologia Preventiva pela Universidade de Indiana (EUA)
Renata Gondo Machado• Especialista em Dentística - Faculdade de Odontologia de Bauru/USP (FOB/USP)• Especialista em Periodontia - Associação Brasileira de Odontologia de Mato Grosso do Sul (ABO/MS)• Especialista em Dentística - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)• Mestre e Doutora em Dentística - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)• Professora da Disciplina de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Jussara Karina Bernardon• Mestre e Doutora em Dentística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)• Professora Adjunto IV de Dentística Restauradora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)• Professora de Pós-Graduação em Odondologia, Área de Concentração Dentística Restauradora, da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Fábio Andretti• Mestre em Odontologia, Área de Concentração Materiais Dentários• Doutor e Pós-Doutor em Odontologia, Área de Concentração Dentística• Revisor de Inglês da Revista Clínica - International Journal of Brazilian Dentistry• Peer-Reviewer e Proof Reader - The Journal of Adhesive Dentistry• Diretor da DT Consultoria - Tradução, Inovação e Tecnologia
Emmanuel Fontes• Graduado em Desenho Industrial - Habilitação em Programação Visual e Projeto de Produto na
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)• Pós-Graduado em Design Gráfico pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
PrefácioPara o prefácio do livro, em vez de convidar um professor famoso, um amigo
ou um especialista no assunto, selecionei uma pequena carta que recebi de um
profissional no dia 27 de maio de 2000, logo após ter feito uma apresentação
em Curitiba, PR, missiva que acabei guardando durante todos esses anos. Cada
vez que a via, entre alguns papéis que recebo durante os cursos que ministro e
que costumo guardar, parecia que estava lá esperando por algo. Quinze anos de
espera. Talvez tenha sido esta carta, involuntariamente, a maior responsável por
eu ter acreditado que deveria, e que seria possível, escrever este livro.
Caro Professor Baratieri,
Passam-se os anos e cada vez que o seu nome aparece em algum fôlder de algum curso, em algum
lugar, eu sinto uma imensa satisfação de voltar a ouvi-lo, não apenas para aprender alguma coisa nova, mas
para vibrar com a sua genialidade, e cada vez que isso acontece me vem à cabeça o que o meu pai sempre
fala quando ouve elogios a jogadores como Ronaldo, Romário ou Edmundo… são excelentes jogadores,
mas quem viu Pelé ou Maradona jogar jamais esquecerá o que viu! Eu acho que todo profissional ou aca-
dêmico deveria ter pelo menos uma oportunidade de assisti-lo. Nunca tive a oportunidade de ser seu aluno
regular, mas de tanto assistir a seus cursos quase me sinto como tal.
Baratieri, eu te considero um excepcional dentista, mas como comunicador e mestre você é imbatível…
sou seu fã!
Luciano Cavalheiro Dallacqua
Curitiba 27/05/2000
Em primeiro lugar quero agradecer à minha mulher, Naira, por ter pacientemente me escutado ler em
voz alta, só para ela, cada um dos tópicos deste livro, não apenas uma, mas várias vezes. Haja paciência. Em
segundo lugar quero agradecer também a ela, por ter suportado durante todos esses anos as minhas ausên-
cias em função de tantas viagens para fazer apresentações. Inúmeros fins de semana separados. Em terceiro
lugar é a ela que também quero agradecer, não só por ter me ajudado tanto nessa caminhada, mas especial-
mente por ter me ajudado a melhorar como pessoa ao longo dos anos. Sem a ajuda dela, certamente, tudo
ainda seria um sonho de criança. Também quero agradecer aos meus queridos filhos, Carolina, Gabriel e
Pedro, por terem suportado a minha ausência, especialmente durante a infância. Quero agradecer ainda aos
funcionários da minha clínica, Terezinha e Cristina, por me ajudarem tanto e por manterem, por cerca de 30
anos, a minha agenda de apresentações e atendimentos organizada. Também quero agradecer a todos os
funcionários da Editora Ponto. Um agradecimento especial ao Giovanni Secco pela correção do português e
brilhantes sugestões. A todos os funcionários e professores que trabalharam comigo na Universidade Federal
de Santa Catarina em Florianópolis, especialmente por terem tido a sabedoria de tornar o nosso ambiente
de trabalho um lugar alegre e bom de se viver. Quero agradecer ainda ao meu amigo Rafael Decúrcio por ter
me dado o último empurrão no sentido de, finalmente, publicar o livro. Quero agradecer ao meu querido
amigo Júnio Santos Almeida por ter pacientemente lido o livro e feito várias correções. Quero agradecer aos
meus amigos de Tóquio, Japão, Mosaaki Honda, Yoshimi Nishimura, Motohiro Takai e Kouichi Ishimi pelos
macromodelos dos molares, com os quais pude pintar, com luz, inúmeras vezes. Quero agradecer a todos os
meus ex e atuais alunos pela inspiração e incentivo. Quero agradecer a todos os técnicos em som e projeção
que tive o privilégio de conhecer nessa caminhada, como, por exemplo, o Tyrone, de Florianópolis. Por últi-
mo, e naturalmente não menos importante, quero agradecer às pessoas, meu público, que compareceram
a uma ou mais das minhas apresentações. Muito obrigado a todos.
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Depois de mais de 37 anos de carreira, de ter
publicado 22 livros voltados para a Odontologia,
com alguns deles traduzidos para vários idiomas,
de ter escrito vários capítulos de livros, inúmeros
artigos científicos, de ter orientado muitos estu-
dantes de especialização, mestrado e doutorado,
e de ter feito mais de mil apresentações públicas
em cerca de 60 países, fui estimulado, encoraja-
do e, por que não, desafiado por alguns colegas,
amigos e familiares a escrever este livro. Um livro
de histórias que se passaram comigo. Histórias
que uso nas minhas apresentações e que agora
quero dividir com você. Diferente dos livros que
publiquei, este não é um livro sobre odontologia,
embora você irá encontrar centenas de figuras de
dentes, figuras que amo e uso nas minhas apre-
sentações. O livro, ao contrário de todos os que
escrevi, poderá ser usado por vendedores, traba-
lhadores, estudantes, donas de casa, empresários,
profissionais e professores de todas as áreas do
conhecimento, uma vez que trata, na verdade, da
sistemática que tenho usado ao longo de tantos
anos para a criação e execução das minhas apre-
sentações orais. Todos, independentemente da
área em que atuem, precisam, em algum momen-
to da vida, fazer uma apresentação para poder
disseminar aquilo que gostariam que os outros co-
nheçam, aprendam, acreditem, amem, comprem
ou vendam, enfim...
Sem dúvida alguma este foi o livro que me
deu mais trabalho e também mais medo. É bem
verdade também que este foi o livro que, à medida
que ganhava volume, me deixou mais excitado e
feliz. Isto pelo fato de poder recordar e compartir
com mais pessoas parte da minha história e algu-
mas das minhas experiências como comunicador,
através de apresentações, as quais fiz, por muitos
e muitos anos, na maioria de meus fins de sema-
na, das quais participavam em média 400 pessoas.
Comecei a desenhar este livro ainda menino
e a escrevê-lo nas férias de verão de 2009-2010.
Por conta disso, praticamente não vi aquele reces-
so passar. Mas como dizem que quem ama aquilo
que faz nunca precisa trabalhar, devo confessar
que aquelas foram umas das melhores férias da
minha vida. Um SHOW de férias. Durante as mi-
nhas caminhadas na praia, velhas histórias me vi-
nham à mente, e lá ia eu correndo para casa escre-
vê-las. Houve dias em que, mesmo com a pressão
arterial nas alturas, cheguei a esquecer de cami-
nhar para ficar escrevendo. Também houve noites
que perdi o sono só para escrever. Queria, porque
queria, ver as histórias no papel (melhor dizendo,
no computador) para poder dar continuidade ao
livro. Por isso você irá perceber que, para exem-
plificar muitas das situações descritas no livro, as
quais julgo importantes para qualquer um que
precise e queira fazer uma apresentação públi-
ca, usei histórias que ocorreram comigo. Procurei
usá-las de uma forma simples e objetiva porque é
nisso que acredito. As férias de verão se foram, e
nos dois anos seguintes continuei totalmente en-
volto com o livro, sem contar que paralelamente
tive de ir tocando a vida. Universidade, consultó-
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rio, apresentações, a revista da qual sou editor e,
naturalmente, os amigos e a família. Infelizmente,
por conta de alguns problemas acabei deixando o
livro “dormindo no meu computador” por cerca
de três anos. Agora que vejo o livro pronto me
pergunto: como foi possível? Eu sei. Foi possível
porque foi um SHOW estudar o assunto. Porque
foi um SHOW desenhar a história do livro. Porque
foi um SHOW compartir cada palavra, cada frase,
cada exemplo, cada conceito, cada desenho, cada
figura, cada gráfico, cada slide, tanto com a mi-
nha mulher, Naira, e minha filha, Carolina, quanto
com os meus colegas colaboradores. Foi possível
porque foi um SHOW fazê-lo e poder vê-lo conclu-
ído. Foi possível porque eu não via a hora de poder
compartir isso tudo com você. Dessa forma, espe-
ro que também seja para você um SHOW ler o livro
e desfrutar de tudo aquilo que ele tem de bom,
mesmo que, porventura, ele acabe não sendo um
SHOW de livro para você. Esse é o SHOW da vida.
Para me ajudar nesta árdua e ao mesmo
tempo prazerosa tarefa, contei com a colabora-
ção do meu velho amigo e colega de trabalho, o
Professor Dr. Sylvio Monteiro Júnior, de mais três
jovens e brilhantes professores, a Renata Gondo, a
Jussara Bernardon e o Fábio Andretti, e de um de-
signer gráfico, o Emmanuel Fontes, que trabalha
comigo na revista da qual tenho sido o editor-che-
fe por 10 anos e que conhece bem como eu gos-
to de trabalhar: com design, e não com decora-
ção. Conforme relatei, você poderá prontamente
constatar que utilizei inúmeras figuras de dentes
naturais, que ocuparam, algumas vezes, uma pá-
gina inteira, para reforçar e exemplificar várias das
situações que descrevo. São figuras que costumo
usar nas minhas apresentações e que, ao meu ver,
são extremamente expressivas. Você também irá
encontrar dezenas de figuras como se fossem sli-
des para projeções, especialmente na proporção
de 3:1, a qual mais gosto de usar. Você também
irá encontrar algumas figuras de paisagens e de
gaivotas. Sim, gaivotas. Sou fascinado por elas. Na
verdade sou louco por fotografias e diariamente,
quando vou caminhar, costumo levar comigo mi-
nha câmera fotográfica ou meu celular para regis-
trar algumas imagens, algumas das quais quero
compartir com você. Espero realmente que você
goste do livro e que faça dele bom proveito.
1. Introdução
2. O título do livro
3. Os diferentes tipos de apresentações
4. O objetivo
5. Por onde começo a montagem da minha apresentação?
6. Estruturando a história
7. O bom humor conecta o apresentador ao público
8. Histórias versus tecnologia
9. O Público
10. Falando mal dos outros
11. O local da apresentação e as ferramentas
12. Mudando o “gosto”
13. A noite anterior ao dia da apresentação
14. Softwares de apresentação
15. Os slides
16. Treinando a apresentação
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36
48
52
. 56
60
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72
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88 .
92
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. 110
114
120
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17. O show propriamente dito (fazendo a apresentação)
18. Finalmente o início da apresentação
19. As perguntas e as respostas
20. O final da apresentação
21. Repetindo a apresentação
22. A importância de nunca faltar aos compromissos
23. O fracasso
24. Aquilo que deve ser evitado em uma apresentação
25. O prêmio
26. O preço
27. O álbum
28. Caso clínico
29. Conclusão
30. Leitura recomendada
. 274
. 282
288
294
298
. 326
332
. 336
340
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Eu estava com 10 anos quando assisti a uma
aula de português lá em Capinzal, SC, onde nasci.
A professora tinha 15 anos. Que show de aula. Vol-
tei para casa e disse para a minha mãe que iria ser
professor. Eu não era um bom aluno, pelo menos
como aqueles que só tiram nota máxima, cujos pais
ficam mostrando o boletim por todos os lados. Na
verdade, eu estava repetindo o ano escolar. Era o
único, de nove irmãos, a repetir o ano.
Dez anos depois, em 1973, quando entrei
na universidade para estudar Odontologia, come-
cei a ministrar paralelamente aulas. Fui contratado
temporariamente como “professor-janela” para um
curso noturno para pessoas mais velhas que que-
riam fazer o segundo grau em um único ano. Um
supletivo, um curso para pessoas que trabalhavam
arduamente durante o dia e que, quase “mortas de
cansadas”, ainda encontravam forças para assistir a
aulas até as dez da noite. É bem verdade que muitas
delas acabavam desistindo antes da metade do ca-
minho. Éramos chamados de “professores-janela”
porque não ministrávamos aulas de uma discipli-
na: tínhamos de dar aulas no lugar de professores
mais experientes que, por alguma razão, faltassem.
Química, Biologia, Física, Geografia, essas eram as
matérias que eu lecionava. Lembro ainda como se
fosse hoje a primeira aula que ministrei. Um “meni-
no” tremendo de medo e angústia diante de uma
classe com quarenta pessoas mais velhas, mais ex-
perientes e extremamente cansadas (comerciantes,
pedreiros, donas de casa, domésticas, encanadores,
office boys e por aí vai). Pessoas em busca de uma
nova vida. Em busca de uma vida melhor. Muitas
delas totalmente desmotivadas. Algumas, com fre-
quência, ficavam debruçadas e dormindo sobre a
carteira. Como precisava muito do dinheiro, mesmo
sendo tão pouco, pensei que seria imprescindível
que os alunos não dormissem, que gostassem da
aula e ainda, se possível, que a opinião deles che-
gasse aos ouvidos do dono do curso. Quem sabe
assim eu seria contratado como professor efetivo e
poderia então me preparar melhor e ministrar me-
lhores aulas. Daí talvez apenas aulas de uma única
disciplina, preferencialmente Biologia, que eu sa-
bia mais e gostava tanto de estudar. Trabalhei um
ano como “professor-janela” e toda a vez que era
chamado para cobrir a falta de algum professor o
dono do curso, que acabou ficando meu amigo,
dizia: “Parabéns, já sei que você não deixa os alu-
nos dormirem” – desde muito cedo me preocupei
em não permitir que os alunos dormissem durante
as minhas aulas. “Continue melhorando porque os
alunos estão falando muito bem das suas aulas”.
Aquilo para mim era muito mais que dinheiro (em-
bora precisasse tanto dele); era como alguém me
dizendo: “Vá, que vai dar certo. Vá, que esse é o
seu caminho”. A partir daí eu chegava a rezar para
que algum professor faltasse e eu fosse chamado
para substituí-lo. Um dos professores, estudante
do quarto ano de Medicina, que agora é um reno-
mado cirurgião plástico em Florianópolis, quando
chegava perto da época de provas na universidade,
me contratava, por fora, para substituí-lo nas aulas
de Biologia. No segundo ano eu já contava com es-
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Inicialmente pensei em usar como título do
livro a palavra APRESENTAÇÕES no lugar da pala-
vra SHOW. Certamente ficaria muito mais sóbrio.
Talvez, aparentemente, para algumas pessoas, mais
respeitoso e mais sério, ou, quem sabe, em maior
conexão com o texto (tenho dúvidas, sérias dúvi-
das). Após ter definido o título do livro, e por per-
ceber que havia criado um conflito a respeito dele
entre um dos meus irmãos, que é professor univer-
sitário, e uma das suas filhas, que é jovem e que
trabalha com o público jovem, resolvi fazer uma
pesquisa para defini-lo. Para tanto entrevistei oito-
centos adultos jovens e cento e vinte professores
universitários. O objetivo era encontrar um nome
para o livro. Após uma detalhada explanação sobre
o conteúdo do livro, solicitava a eles que escolhes-
sem, entre uma relação de seis títulos, qual seria o
mais adequado; ou, se preferissem, que indicassem
outro título. Noventa e dois por cento dos jovens
escolheram “O SHOW”. Em contrapartida, para a
minha tristeza, apenas seis por cento dos professo-
res optaram por esse título. Em português a pala-
vra “show” pode ser usada de diferentes maneiras.
Alguns, infelizmente, a utilizam de forma pejorati-
va, para designar algo ou alguém sem consistência
científica, sem formação acadêmica. Alguém que
só se preocupa com a aparência, um exibicionista.
Não obstante, na verdade a palavra show cada vez
mais significa algo profissional, bem feito, gran-
dioso, envolvente, bonito, alegre, estimulante,
emocionante, que gera empregos, dinheiro, novas
oportunidades, algo MEMORÁVEL. E quem de nós
não gostaria de assistir a uma aula (uma apresen-
tação de qualquer natureza) com essas característi-
cas? Ou será que é preferível assistirmos a algo que
nos faça dormir, não lembrarmos do assunto, não
lembrarmos do nome do apresentador, que não
nos emocione e que não nos estimule a nada? Te-
nho certeza absoluta de que todos preferimos um
show. Um MEMORÁVEL show de informações, de
imagens, de educação, de carinho, de organização,
de iluminação, de pontualidade, enfim, um MEMO-
RÁVEL show de respeito ao público. Mesmo que o
público não goste do show.
A mesma estratégia também deve ser usada
para você criar o nome da sua apresentação, da sua
aula, do seu show, ou seja lá a forma como você
goste e prefira chamar a história que irá contar. O
nome da apresentação, preferencialmente, deve ser
curto, atrativo e, é óbvio, estar em completa cone-
xão com o assunto do dia. Por incrível que possa
parecer, já vi várias apresentações em que, de acor-
do com o título, eu pensava que iria assistir a de-
terminado assunto e acabava assistindo outro, to-
talmente inesperado. Esse é um erro frequente que
alguns apresentadores cometem e que contribui
para que eles percam o respeito do público. Com
relação ao tamanho do título, outro dia fui assistir a
uma apresentação de uma tese de doutoramento e
levei um baita susto. Coloca “baita” nisso. O título
era tão extenso que, quando eu estava na leitura da
metade dele, já havia me esquecido do início. Pare-
cia até que toda a investigação estava nele contida.
O pior é que durante a arguição presenciei vários
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Algumas pessoas acreditam que quem faz
graça em público não é sério. Acreditam inclusive
que, por exemplo, ciência e humor são coisas in-
compatíveis, tal qual política e humor. Algo como
“quanto mais sério for o apresentador, mais sério
for o político, mais sério for o cientista, mais sé-
rio for o professor, mais responsável e competente
ele será”. Para mim e para muitos estudiosos esse é
um grande engano. O bom humor (fazer graça), na
hora certa e na dose certa, é provavelmente um dos
elementos mais poderosos para manter a conexão
entre o apresentador e o público, independente-
mente de quão sério e profundo seja o assunto que
está em pauta. A conexão entre o apresentador e
o público é indispensável para a transferência de
emoções. O uso do bom humor não tira a respon-
sabilidade de ninguém, não diminui o conhecimen-
to do apresentador, não torna vulgar algo sério.
Não obstante, o mau uso, isso sim, poderá destruir
o apresentador e a apresentação. Tal qual o mau
uso do computador, o mau uso do vocabulário, o
mau uso das informações a serem compartidas, o
mau uso de uma música, das luzes, da voz, dos
exemplos, do quadro-negro, das palavras, enfim, o
mau uso de qualquer uma das ferramentas dispo-
níveis poderá prejudicar a apresentação. Mas que
a vida com humor é muito melhor, quanto a isso,
não há dúvida.
fig_3
2
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Nunca fale mal dos outros durante as suas
apresentações. Se possível, nunca fale mal dos ou-
tros em qualquer situação. Não perca o seu tem-
po com isso. É energia boa sendo gasta com coisa
ruim.
Você provavelmente deverá estar pensando
que sou louco por abordar esse assunto em um “li-
vro técnico”. Posso parecer, mas juro que não sou.
Na verdade, não conheço ninguém que tenha se
transformado em uma boa referência, em qualquer
área, falando mal dos outros. Publicamente então,
nem pensar. Soa como falta de respeito, inveja, má-
goa e por aí vai. Parece “roupa suja” sendo lavada
em público. O público nunca vai a uma apresenta-
ção para escutar esse tipo de coisa. Muito menos
em uma apresentação científica. Ele não perdoa
quando isso ocorre. Infelizmente também já cometi
esse pecado, da mesma forma que já tive a opor-
tunidade de ver algumas apresentações em que o
apresentador passou a maior parte do tempo ten-
tando desqualificar outros apresentadores, citando
nomes e usando palavras chulas ao se referir a eles.
Também já vi vendedores tentando desmerecer os
produtos da empresa concorrente. A venda que
parece certa, quando isso ocorre, se desfaz. Não
confunda discordar dos estudos de alguém, ou da
forma como alguém explica alguma coisa ou vende
algo, com a pessoa em si. Para demonstrarmos que
não concordamos com algumas das ideias de ou-
tras pessoas ou que temos produtos melhores, não
precisamos atacar nem as ideias nem os produtos,
e muito menos as pessoas. Basta sermos compe-
tentes mostrando os nossos produtos e as nossas
ideias. Se elas forem diferentes, o público saberá
perceber as diferenças. Se elas forem melhores, o
público também saberá perceber isso com o tem-
po. Ao contrário de falar mal dos outros, se possí-
vel, aproveite a sua apresentação para elogiar ou-
tros posicionamentos, especialmente algumas das
ideias que você realmente julga excelentes. Tenho a
certeza de que isso irá lhe fazer bem e que também
fará bem ao público. Há uma história que ocorreu
comigo em um congresso em Foz do Iguaçu que
me faz com muita frequência lembrar desse assun-
to.
Eu estava no banheiro alguns minutos antes
de iniciar a minha apresentação quando reconheci
a voz de um profissional falando mal de mim para
outro profissional. Por conta da adrenalina e das
cólicas sempre vou ao banheiro nessa hora. Eles,
naturalmente, não sabiam que eu estava lá “me-
ditando”, suando frio. Escutei calado uma porção
de mentiras e infâmias. Nada sobre coisas que re-
comendo ou defendo. Tudo sobre coisas pessoais.
Fiquei em dúvida entre sair, argumentar, brigar e
continuar fazendo as minhas “necessidades fisio-
lógicas”. Tremia de raiva. A cólica parecia que au-
mentava à medida que eles iam falando. Resolvi
deixar eles saírem e evitar o bate-boca. Então fui
para o auditório fazer a apresentação. Assim que
comecei, quase como uma mágica, fiquei frente a
frente com um dos profissionais do banheiro. Com
o meu sangue italiano fervendo e quase saindo
pelos poros, eu só pensava em pegá-lo pelo pes-
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Slides devem ser usados como ferramenta e ja-
mais como método. Por melhor que sejam, slides não
ensinam. Slides não convencem ninguém. Slides não
vendem nada. Slides não emocionam fora de con-
texto. Por mais bonitos que possam ser, slides não
fazem apresentações; é o apresentador quem as faz.
Porém, quando bem feitos e bem usados, podem au-
xiliar o apresentador a tornar as apresentações mais
prazerosas para ambos, apresentador e público, mais
didáticas e, especialmente, mais impactantes. Bons e
bonitos slides podem ser feitos, por você ou por uma
empresa especializada, utilizando programas como
PowerPoint, Keynote, Prezi, LibreOffice, Apresenta-
ções Google (online), Office Web Apps (online), Open
Office, Acrobat Presentations (online), Haiku Deck,
Slideshare e muitos outros. Vários desses softwares
podem ser usados “nas nuvens”, ou seja, as apresen-
tações podem ser totalmente criadas e armazenadas
online (ou, se preferir, baixadas), para ser acessadas
pública ou privadamente, a qualquer momento.
Outros deles ainda disponibilizam acesso gratuito a
várias ferramentas, porém se paga para alguns dos
seus recursos. Faça uma rápida pesquisa no Google
com as palavras-chave “alternativas” e “powerpoint”
e você verá a infinidade de opções.
Nem de longe tenho a intenção de com este li-
vro definir um manual de uso desses programas, mas
apenas compartir algumas normas, por sinal bem
simples, que aplico na execução dos slides que eu
mesmo costumo fazer. Para iniciar o desenvolvimen-
to dos slides sugiro, após você ter estudado profun-
damente o assunto que irá apresentar, que primeiro
você crie uma pasta para armazenar a apresentação
a ser montada, nomeando-a e datando-a adequada-
mente. Nessa mesma pasta, procure também colo-
car todos os elementos que você irá usar nos slides,
como, por exemplo, as fotografias. Em seguida, abra
o programa da sua preferência (PowerPoint, Keynote
ou outro), dê um nome à sua apresentação e salve-a.
Você irá perceber que nesse momento ela terá ape-
nas um slide, numa proporção padrão (normalmente
1024x768 pixels), o que pode variar entre programas.
Você poderá montar a sua sequência de slides nes-
sa proporção ou poderá escolher outra. O que ainda
não é possível é você ter duas diferentes proporções
de slides em uma mesma apresentação.
O meu fascínio pelo uso do computador para
a execução de slides vem de muito tempo e beira à
“insanidade”. Veja duas histórias dessa “insanidade”.
Em 1987, quando adquiri o meu primeiro computa-
dor para esse fim, recebi na nossa casa (na verdade,
no nosso apartamento) um professor, amigo, de Por-
to Alegre, que veio de lá (de carro 0 Km), só para me
ensinar a fazer os slides. Foram dois dias mergulha-
dos na produção e geração das imagens. Parecíamos
crianças com brinquedos novos. Naquela época foto-
grafávamos a tela de uma TV conectada ao computa-
dor (você pode imaginar a qualidade!), mas mesmo
assim estávamos fascinados pelas novas possibilida-
des de produção de slides. Tão fascinados que, ao
deixar o nosso edifício, o meu amigo bateu na rampa
da garagem o carro novo e nem por isso ficou triste.
Saiu dizendo “Os slides ficaram um arraso”. Até hoje,
quando o encontro pessoalmente ou quando conver-
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samos por uma rede social, essa história vem à baila e
acabamos rindo um bom bocado.
Em 1988, quando estava finalizando o meu
primeiro livro, o qual veio a se tornar um grande best
seller, “contratei” um amigo dentista de Curitiba, PR,
para me ensinar a usar um novo computador e para
desenvolvermos os desenhos do livro. Ele se hospe-
dou na nossa casa ,digo apartamento, por uma se-
mana. Eu trabalhava pela manhã como dentista, à
tarde como professor e, então, os “doidos” varavam
a noite estudando os recursos da nova máquina. Esse
meu amigo fumava como uma verdadeira “Maria-fu-
maça” (naquele tempo era permitido fumar dentro
de casa), então você pode imaginar como eu me
sentia no dia seguinte. Pode? Apesar de todos esses
anos, esse meu amigo é a pessoa com quem convivi
que mais entende de computadores. Aliás, foram o
Flávio, o Marcelo e a minha mulher, Naira, que sem-
pre me estimulou, os responsáveis por esse meu fascí-
nio pelo uso dessa ferramenta. Ou teria sido a lúdica
e maravilhosa imagem do quadro-negro que sempre
carreguei comigo? Não importa, o importante é des-
frutarmos daquilo que fazemos.
15.1. PROPORÇÃO LARGURA-ALTURA DO SLIDE
(RESOLUÇÃO DO SLIDE)
O formato (proporção largura-altura) do slide,
também referido como tamanho ou resolução do
slide, é um dos elementos mais interessantes de um
slide, especialmente na determinação da resolução
das imagens a serem inseridas nele e ao adequado
preenchimento da tela onde ele deverá ser projeta-
do. A norma mais adequada a ser seguida é que o
slide preencha completamente a tela de projeção, seja
ela uma TV, uma tela ou painel de LED, uma parede
branca ou uma tela especialmente desenvolvida para
projeções. Assim, antes de iniciar o desenvolvimen-
to dos slides, é muito importante que o apresenta-
dor disponha de informações sobre as proporções
da tela ou área onde deverá fazer a projeção. Tanto
no programa PowerPoint como no Keynote, a pro-
porção do slide poderá ser facilmente determinada
pelo usuário (personalizada), ou ele poderá optar por
uma proporção predefinida por esses programas. Por
exemplo, no Keynote os usuários irão encontrar dis-
ponibilizados os seguintes tamanhos (resoluções) de
slides: 800x600, 1024x768, 1280x720, 1680x1050 e
1920x1080. Com muita frequência tenho fugido dos
tamanhos predefinidos pelos programas e personali-
zado os meus slides na proporção 3:1 (2400x800 ou
1500x500). Porém, insisto que o mais importante é o
apresentador conhecer, previamente à elaboração dos
slides, o tamanho da tela onde eles serão projetados,
para que possa fazê-los de maneira que haja perfeita
adaptação entre eles e a tela. Infelizmente, cada vez
é mais comum apresentadores projetarem slides no
formato 3 por 1 em telas, por exemplo, quadradas.
Nesses casos, haverá sempre uma considerável porção
da tela que não será preenchida pelo slide, prejudi-
cando de forma marcante a projeção. Quanto menor
for o tamanho da tela, independentemente do tama-
nho da sala, mais importante será o slide preenchê-la
perfeitamente. Nada de tela sobrando. Nada de tela
faltando.
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As figuras 56 a 87 , referentes a uma mesma paisagem fotografada em dias e horas diferentes, dão uma pequena demosntração daquilo que costumo chamar de o “princípio da janela”. Slides na proporção 3:1. Costumo, sempre que possível, aplicar esse mesmo principio para observar, por exemplo, os meus pacientes e os dentes deles. É, na minha opinião, possível vermos beleza em todas as situações. Essas imagens foram obtidas com um iPhone.
fig_5
6fig
_57
fig_5
8fig
_59
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Figuras 149-151. As cores do fundo das figuras 149-151 foram retiradas, com a “varinha da cor”, das figuras que foram neles inseridas. A moldura das figuras, por ser do tipo esfumaceada, cria a sensação que as figuras e os fundos se fundem.
fig_149
fig_150
fig_151
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Se algum dia você fizer uma apresentação
e sentir que não conseguiu alcançar os objetivos,
afinal, que fracassou naquilo que havia planejado,
não se desespere. Dói, eu sei que dói. Mas errar,
como diz o ditado, é humano. Fracassar também.
Aproveite para refletir sobre os porquês dos erros
e do fracasso. Procure ver uma maneira para não
repeti-los em outra oportunidade. Sei que é clichê,
mas, se errar é humano, repetir os mesmos erros
é, com o perdão da palavra, burrice. Admito que
também já fui “burro”, várias vezes.
Já fracassei muitas vezes fazendo apresenta-
ções, mas em uma delas quase morri de tristeza.
Em 2008, organizamos em Florianópolis um con-
gresso internacional para cerca de mil participan-
tes. Trabalhamos cerca de dois anos organizando o
evento. Convidamos como apresentadores alguns
dos nomes mais importantes da área. Vieram apre-
sentadores dos Estados Unidos, Suíça, Alemanha,
Espanha, Itália, entre outros países, além de alguns
dos melhores do Brasil. Além de ser um dos orga-
nizadores, também era um dos apresentadores (o
meu primeiro erro). Passei quase dois anos estu-
dando o assunto que iria apresentar e montando a
apresentação. Trabalhei como um louco para criar
uma “linda” (o meu segundo erro) apresentação.
Nessa época havia aprendido algumas coisas novas
com o PowerPoint e fiquei totalmente apaixonado,
praticamente cego, ao fazer os meus slides (o meu
terceiro erro). Estava tão fascinado com aquilo que
conseguia fazer com o computador que acabei es-
quecendo do mais importante, o público (o meu
quarto e maior erro). Naquela apresentação, exage-
rei no tempo da música que escolhi para o clipe ini-
cial (embora eu ame tanto aquela música), exagerei
nos efeitos que criei com o computador (embora
eu continue achando que tenham ficados lindos),
exagerei na quantidade de informações que com-
parti (embora eu siga achando a maioria delas im-
portantes), exagerei no número de slides com texto
(não apliquei o princípio do menos é mais) e exage-
rei também no número total de slides que mostrei.
Por conta disso tive de correr como um louco para
mostrar aquilo que havia planejado e praticamente
não expliquei nada direito (algo como se a histó-
ria estivesse sendo contada em grego para quem
só sabia português). Parecia uma metralhadora
desgovernada. Perdi o foco. Para piorar, encerrei a
apresentação com outro clipe, longo, repetitivo e
sem propósito. O oposto daquilo que sempre havia
usado e que funcionava tão bem. Enfim, quando
terminei, senti que havia ido mal. Ninguém preci-
sou me falar. Mesmo tendo amado tanto ter mon-
tado aquela apresentação (eu a vi inúmeras vezes
antes do grande dia), percebi no olhar de várias
pessoas, que já havia encontrado em outras das
minhas apresentações, que tinha fracassado. Não
tinha atingido o objetivo. Não tinha escutado, nem
uma vez, o ahhhhh! do grande objetivo alcançado.
O ahhhh! do “é isso aí”, mesmo tendo usado os
melhores slides que já havia feito em toda a minha
vida, os melhores casos, o melhor computador e
o melhor projetor de slides. Mesmo tendo dado o
melhor de mim, tinha fracassado. Depois da apre-
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O livro já estava pronto, diagramado e as pá-
ginas devidamente definidas e numeradas quando,
de repente, durante uma viagem recente que fiz a
Lisboa, Portugal, por conta de um problema que,
mais uma vez, tive com o computador, resolvi criar
esse tópico, o qual poderia ser chamado de arquivo
fotográfico, pasta de imagens ou como você prefe-
rir. Particularmente sou louco pela palavra álbum,
talvez por ela me remeter a minha infância e ado-
lescência lá em Capinzal e as lindas imagens, junto
com alguns dos meus melhores amigos, as quais
guardo, com carinho e muito cuidado em um dos
meus álbums de fotografias. Em fato, tomei essa
decisão ao rever durante uma procura emergencial,
algumas das minhas apresentações e alguns dos
meus arquivos de fotografias. Lembro que, a me-
dida que encontrava as imagens elas pareciam me
dizer: “eu quero estar no próximo livro”. Então, de
lá mesmo, liguei para o Fontes e lhe disse que o
livro ainda não estava pronto, que teriamos mais
trabalho, afinal, que ainda faltava algo. Ele levou
um susto. Durante a tal da procura, ao ver tantas
imagens que comumente uso nas minhas apresen-
tações e outras, a imensa maioria, que nunca usei
e que gosto tanto, achei pertinente a “soliciatação”
das mesmas e resolvi, durante as 10 horas do voo
de volta ao Brasil, organizá-las e coloca-lás no li-
vro. Pela primeira vez não vi uma viagem tão longa
passar. Quando percebi estava aterrisando em São
Paulo e as imagens estavam devidamente diagra-
madas. Agora, ao ver o livro, finalmente pronto,
confesso que não me arrependo. Valeu cada se-
gundo. Acredito que elas contêm muitas e impor-
tantes informações, e nisso me rendo ao ditado:
“uma imagem vale mais do que mil palavras”. Al-
gumas procurei colocá-las como se estivessem em
um velho album de fotografia, aqueles que gosta-
vamos tanto de folhear (na verdade eu ainda gosto
muito de fazer isso), enquanto outras, as coloquei
na forma de slides na proporção que mais gosto
de usar, a de 3:1. Algumas delas, você irá perceber,
forman uma sequência lógica, enquanto outras pa-
recem soltas, mas esteja certo, só arecem. Se você
não é da área odontológica, então poderá aprovei-
tar as informações referentes a qualidade das ima-
gens, a disposição das mesmas no “slide”, as cores,
os espaços vazios, as sequências, a harmonia entre
os “slides”e por ai vai. Essas informações são, na
minha opinião, importantes para qualquer apre-
sentador, independente da área de atuação. Assim
eu sugiro que você corra seu olhar com calma e
atentatamente em cada uma das imagens e tente
perceber as sutilezas que nelas existem. São mui-
tas. Por outro lado, se você é dentista ou estudante
de odontologia, pronta e rapidamente irá perceber
que as informações advindas das figuras irão saltar
aos seus olhos. Insisto, muitas e importantes infor-
mações. Outro detalhe é que talvez você estranhe
o fato de termos optado em não colocar legendas
individuais em todas as figuras, por isso gostaria
de, mais uma vez, deixar claro que esse não é um
livro sobre odontologia e sim sobre apresentações
orais. Também gostaria que você, independente da
área de atuação, perceba que raramente uso “sli-
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2. ADVANCED PRESENTATIONS BY DESIGN: Creating communication that drives action. Andrew Abela. 1a ed. Pfeiffer: San Francisco, CA. Sept. 2008. 224 p.
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4. BEYOND BULLET POINTS: Using Microsoft Powerpoint to create presentations that inform, motivate, and inspire. Cliff Atkinson. 1a ed. Microsoft Press: Redmond, WA. Mar. 2005. 240 p.
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26. *PRESENTATION ZEN: Simple ideas on presentation design and delivery. Garr Reynolds. New Riders: Berkeley, CA. Dec. 2011. 312 p.
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31. *SAY IT WITH PRESENTATIONS: How to design and deliver successful business presentations. Gene Zelazny. 2a ed. McGraw-Hill: New York, NY. May 2006. 160 p.
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36. *GUIDE GIVING CONFIDENT PRESENTATIONS: The easy step by step. Brian Lomas. Rowmark: Havant, Hampshire, UK. Dec. 2006. 74 p.
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38. THE ESSENTIAL PRINCIPLES OF GRAPHIC DESIGN. Debbie Millman. HOW Books. July 2008. 256 p.
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41. THE WEB DESIGNER’S IDEA BOOK: The ultimate guide to themes, trends & styles in website design. Patrick McNeil. HOW Books. Oct. 2008. 256 p.
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