Hagen Quartet - content.gulbenkian.pt...Elegia: Adagio – Serenata: Adagio – Intermezzo: Adagio...
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22 Abril 2016sexta, 19:00hGrande Auditório
Hagen Quartet
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Hagen QuartetLukas Hagen violinoRainer Schmidt violinoIris Hagen-Juda violaClemens Hagen violoncelo
sexta 22 Abril 201619:00h — Grande Auditório
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Duração total prevista: c. 1h 50 min.Intervalo de 20’
Dmitri ChostakovitchQuarteto para Cordas n.º 15, em Mi bemol menor, op. 144
Elegia: Adagio –Serenata: Adagio –Intermezzo: Adagio –Noturno: Adagio –Marcha Fúnebre: Adagio molto –Epílogo: Adagio
intervalo
Franz SchubertQuarteto para Cordas n.º 15, em Sol maior, D. 887
Allegro molto moderatoAndante un poco motoScherzo: Allegro vivaceAllegro assai
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Dmitri Chostakovitchsão petersburgo, 25 de setembro de 1906moscovo, 9 de agosto de 1975
O Quarteto para Cordas n.º 15, op. 144, é o último exemplo da produção de quartetos de Dmitri Chostakovitch, a qual se estende desde a conturbada década de trinta do século XX, durante a qual foi alvo da severa crítica do poder soviético, até pouco antes da sua morte. A obra prossegue a linha estética esboçada a partir da década de 1950, linha essa que revela, por vezes de forma crua e abrupta, os contrastes dramáticos de uma sociedade sujeita a condicionamentos políticos e culturais, ao mesmo tempo que destaca a perceção individual sobre a vida e as emoções humanas. Nos últimos quartetos, em particular no Quarteto op. 144, a reflexão parece concentrar-se neste último plano, mais concretamente no termo da vida humana, com tudo que essa penosa equação implica. Sentimentos de angústia e medo ante o desconhecido, perceção da dor, recordações da vida passada e busca de transcendência são tópicos que se combinam na linguagem dos seis andamentos encadeados, os quais se afastam deliberadamente das complexidades contrapontísticas para cultivarem texturas mais lineares, de natureza tendencialmente introspetiva, nas quais assumem destaque as longas melopeias
expressivas dos instrumentos participantes. O primeiro andamento inaugura o quadro de despojamento idealizado por Chostakovitch: à monodia lúgubre do segundo violino sucede o primeiro violino, depois o violoncelo e finalmente a viola, numa gradação lentade ideias musicais, inspirada na fuga.O segundo andamento começa por fazer suceder patamares sucessivos de declamações monódicas angustiadas, no primeiro violino e depois no violoncelo.Os pizzicati acentuam a imprevisibilidade do discurso musical. O primeiro violino domina a abertura do terceiro andamento, com uma sequência agitada de tercinas, em fortissimo, sobre nota-pedal do violoncelo. A atmosfera torna-se depois mais serena, muito embora subsistam sinais de interrogação e sobressalto. O Noturno que se segue é provido de algum lirismo. A melodia condutora flutua evasivamente sobre a tonalidade de Mi bemol menor, com acompanhamento con sordina. Os traços impetuosos da Marcha Fúnebre relembram a natureza fatalista da composição, antes de ter lugar o andamento conclusivo, o qual encerra a obra no tom despojado e misterioso com que a mesma principiou.
Quarteto para Cordas n.º 15,em Mi bemol menor, op. 144
composição: 1974estreia: leninegrado, 15 de novembro de 1974duração: c. 36’
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Franz Schubertviena, 31 de janeiro de 1797viena, 19 de novembro de 1828
Último quarteto do legado de Franz Schubert, o Quarteto para Cordas n.º 15, D. 887, composto em apenas dez dias, confere continuidade a vários tópicos já esboçados no Quarteto para Cordas em Ré menor, A Morte e a Donzela, de 1824. O tema da morte, a instabilidade de sentimentos e o tom angustiado ante as tristezas da vida são elos comuns às duas obras de Schubert, oriundas de um período em que se acentuavam os sintomas da sífilis que lhe viria a provocar a morte. A alternância entre o desânimo e a esperança perpassa o andamento inicial, baseado num molde de sonata extremamente alargado. Após os compassos enérgicos da introdução, o tema principal é enunciado pelo primeiro violino, sobre uma teia de tremolos tecida pelas restantes cordas. Um segundo tema vem a ser exposto na tonalidade de Ré maior, pianissimo, mas depressa inflete no modo menor, como que a sugerir apreensão. A secção de desenvolvimento é de cariz plenamente romântico, recorrendo a progressões temáticas e harmónicas da exposição, mas alargando bastante o seu potencial dramático. Na recapitulação, Schubert segue a mesma tendência para o desenvolvimento do material musical da exposição, desta vez em termos contrapontísticos, sem deixar
de introduzir alguns elementos motívicos novos. Os compassos finais, oscilando entre os modos maior e menor, reiteram a essência estética do andamento. O segundo andamento, em Mi menor, sugere uma atmosfera mais serena, apesar de subsistirem indícios de instabilidade que apontam para um pathos trágico subjacente. A este propósito, são bastante vincados os desenhos rítmicos vigorosos do primeiro andamento, que aqui ressurgem. No Scherzo, em Si menor, a textura agita-se, mercê do turbilhão de figurações repetidas, escalas rápidas e outros expedientes que acentuam a demanda obsessiva que nele tem lugar. O violoncelo e o primeiro violino assumem o protagonismo do trio central, secção que regressa à tonalidade principal do quarteto para enunciar como que uma prece repleta de esperança, sobranceira a todas as contrariedades. Para o Allegro assai conclusivo, Schubert escolheu uma forma de sonata-rondó, cujo refrão emula o perfil rítmico do Finaledo anterior Quarteto A Morte e a Donzela.No seio de uma textura prodigiosa, repleta de palpitações e sobressaltos, o compositor quis explorar o mesmo conceito de inexorabilidade do destino.
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Quarteto para Cordas n.º 15, em Sol maior, D. 887
composição: 1826duração: c. 45’
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Após o início da sua atividade, em 1981, o Hagen Quartet rapidamente se afirmou internacionalmente, vencendo vários concursos de música de câmara na Europa e na América do Norte. Desde essa altura, abordou um vasto repertório que combina em cativantes e eclécticos programas de concerto e gravações. Em 2011, por ocasião do seu 30.º aniversário, recebeu o Echo Klassik Ensemble of the Year 2011. Em 2012 foi nomeado Membro Honorário do Konzerthaus de Viena.A colaboração com personalidades artísticas como Nikolaus Harnoncourt e György Kurtág tem sido tão importante como as apresentações em concerto com artistas como Maurizio Pollini, Mitsuko Uchida, Krystian Zimerman, Heinrich Schiff ou Jörg Widmann. O Hagen Quartet mantém também os seus laços com os compositores da sua geração, quer revivendo as suas obras, quer através de encomendas e estreias absolutas.Para os novos quartetos de cordas, o Hagen
Hagen Quartet
Quartet é um modelo de qualidade sonora, pluralidade estilística, trabalho de conjuntoe de grande dedicação às obras e compositores interpretados. Os seus membros são tambémreconhecidos como professores no Mozarteumde Salzburgo e no Conservatório de Basileia, bem como em concorridos cursos de aperfeiçoamento onde transmitem o seu conhecimento e experiência. O Hagen Quartet tem estado também presente com regularidade no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo actuado com Heinrich Schiff em Janeiro de 2010 e regressando no ano do seu 30.º aniversário. Desde 2013, o Hagen Quartet toca em instrumentos construídos por Antonio Stradivari, conhecidos como quarteto “Paganini”, por generoso empréstimo da Nippon Music Foundation.No presente recital, Iris Hagen-Juda substitui Veronika Hagen, a habitual violetista do Hagen quartet.
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Satélite: Shakespeare.Abr /Mai2016
Colaboram Gonçalo Frota,Catarina Homem Marques,Jorge Mourinha,José Carlos Fernandese Cristina Carvalhal.
Já disponível em musica.gulbenkian.pt
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28 + 29 Abrilquinta, 21:00h / sexta, 19:00h — M/6
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21:30h — Grande Auditório / Entrada livre
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sexta, 18:00h — Auditório 3 / Entrada livre
Conhecer uma obra — Guia de audiçãoMozart — Vesperae solennes de confessore / Missa da Coroaçãopor Rui Vieira nery
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6 Maiosexta, 21:00h — M/6
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tiragem200 exemplarespreço2Lisboa, Abril 2016
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