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APRESENTAÇÃO
O objetivo deste Manual é apresentar, a quem se dedica à redação oficial,
orientações e técnicas capazes de conferir aos textos maior eficácia e objetividade.A redação oficial exige do emissor não só o conhecimento das estruturas básicas
da língua e o domínio de um vocabulário amplo, adequado ao nível do receptor, mas
também a busca de novas formas de expressão, a fim de desenvolver um estilo original,
condição indispensável para um desempenho mais eficaz.
Quando vazada em linguagem corriqueira, a redação aborrece o leitor e não
atinge o objetivo esperado - o de comunicar com precisão e objetividade -, daí a
necessidade de buscar novos caminhos e significados precisos, caracterizadores deidéias ou fatos, para favorecer uma comunicação clara e objetiva e não gerar equívocos.
A falta de precisão na linguagem acarreta problemas para o desempenho de
tarefas e gera desentendimentos. Pensar antes de falar e refletir antes de escrever são
regras fundamentais para a comunicação eficaz, lógica e evidente. Idéias obscuras
conduzem a resultados confusos. Escrever com simplicidade é evitar o uso de palavras
rebuscadas, preciosismos e expressões ambíguas, na tentativa de simplificar e
uniformizar a redação de documentos oficiais e contribuir para a dinâmica do processo
de elaboração da correspondência oficial em moldes mais modernos.
“O preciosismo, o neologismo, as elipses, inversões afetadas, aambiguidade, o emprego exagerado de homônimos, a acumulação das oraçõesinterferentes, os períodos demasiadamente longos e a má pontuação são circunstânciasque, pela maior parte, trazem, ao texto, obscuridade”, conforme leciona NapoleãoMendes de Almeida (1963:469).
A redação em todas as suas formas deve ser um espelho das mudanças ocorrentes
na linguagem, de forma que este GUIA PRÁTICO DE REDAÇÃO atende ao novo
acordo ortográfico estabelecido por países em que o português é o idioma oficial, com
regras de acentuação e de hífen, grafia verbal, além das modificações ocorrentes na
moderna prática redacional técnico-oficial.
A Autora
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FICHA TÉCNICA
Guia prático de redação - Ritta de Cássia Haikal, 2009
Editora de arte: Anna Naice
Capa: Anna Naice
Impressão e Acabamento: FESPM
Haikal, Ritta de Cássia
Guia Prático de Redação
Ritta de Cássia Haikal. – 1ª ed. – Manaus
Fundação Escola de Serviço Público Municipal, 2009
http:// fespm.manaus.am.gov.br
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SUMÁRIO
1 REDAÇÃO OFICIAL ...................................................................................................... 5
1.1 Conceito .......................................................................................................................... 5
1.2 Requisitos da Redação Oficial ...................................................................................... 5
1.2.1 Impessoalidade .................................................................................................... 5
1.2.2 Formalidade e padronização ................................................................................ 6
1.2.3 Coesão e Coerência ............................................................................................. 6
1.2.4 Concisão e Clareza .............................................................................................. 9
1.2.5 Problemas e Vícios do Texto ............................................................................... 10
1.3 Incorreções Gramaticais ................................................................................................ 12
1.4 Verbosidade (Verborragia) ........................................................................................... 12
1.5 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais ........................................................ 12
1.6 Normas Gerais de Elaboração ...................................................................................... 13
2 AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS .................................................................................. 19
2.1 Pronomes de Tratamento .............................................................................................. 19
2.1.1 Concordância com os Pronomes de Tratamento ................................................. 19
2.1.2 Emprego dos Pronomes de Tratamento ............................................................... 202.2 Normas Gerais para a Elaboração de Atos, Documentos e Comunicações Oficiais. 23
2.3 Fechos Para Comunicações ........................................................................................... 26
2.4 Identificação do Signatário ............................................................................................ 26
2.5 Preenchimento do Envelope .......................................................................................... 27
3 IDENTIDADE VISUAL ................................................................................................... 29
4 ATOS ADMINISTRATIVOS .......................................................................................... 29
4.1 Ofício ............................................................................................................................... 29
4.1.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 294.1.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 30
4.2 Acórdão ........................................................................................................................... 31
4.2.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 31
4.2.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 31
4.3 Ata .................................................................................................................................... 31
4.3.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 31
4.3.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 31
4.4 Circular ........................................................................................................................... 32
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4.4.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 32
4.4.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 33
4.5 Decreto ............................................................................................................................ 33
4.5.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 33
4.5.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 34
4.6 Despacho ......................................................................................................................... 36
4.6.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 36
4.6.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 36
4.7 Mensagem ....................................................................................................................... 37
4.7.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 37
4.7.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 37
4.8 Parecer ............................................................................................................................ 37
4.8.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 37
4.8.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 37
4.9 Portaria ........................................................................................................................... 39
4.9.1 Definição e Finalidade ......................................................................................... 39
4.9.2 Forma e Estrutura ................................................................................................ 39
4.10 Resolução ...................................................................................................................... 40
4.10.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 40
4.10.2 Forma e Estrutura .............................................................................................. 40
4.11 Memorando ................................................................................................................... 41
4.11.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 41
4.12 Formulário .................................................................................................................... 42
4.12.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 42
4.13 Instrução ....................................................................................................................... 43
4.13.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 43
4.13.2 Espécies ............................................................................................................. 43
4.14 Requerimento ............................................................................................................... 454.14.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 45
4.14.2 Forma e Estrutura .............................................................................................. 46
4.15 Manuais ......................................................................................................................... 47
4.15.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 47
4.16 Telegrama ..................................................................................................................... 50
4.16.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 50
4.16.2 Forma e Estrutura .............................................................................................. 50
4.17 Fax ................................................................................................................................. 50
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4.17.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 50
4.17.2 Forma e Estrutura .............................................................................................. 51
4.18 Correio Eletrônico ........................................................................................................ 51
4.18.1 Definição e Finalidade ....................................................................................... 51
4.18.2 Forma e Estrutura .............................................................................................. 51
5 ORTOGRAFIA ................................................................................................................. 51
5.1 Emprego das letras ......................................................................................................... 51
5.2 Palavras que oferecem dúvidas quanto à grafia .......................................................... 56
5.3 Formas Variantes ou Palavras de Dupla Prosódia ..................................................... 60
5.4 Numeração e Leitura de Artigos ................................................................................... 61
5.5 Abreviaturas Mais Utilizadas ........................................................................................ 62
5.6 Siglas ................................................................................................................................ 70
5.7 A Nova Ortografia da Língua Portuguesa ................................................................... 70
5.8 Mudanças no Alfabeto ................................................................................................... 71
5.9 Emprego do Hífen .......................................................................................................... 75
5.10 Emprego de Iniciais Maiúsculas e Minúsculas .......................................................... 80
5.11 COMO CORRIGIR IMPERFEIÇÕES ..................................................................... 83
6 MORFOLOGIA ................................................................................................................ 87
6.1 Considerações sobre alguns verbos irregulares e defectivos ...................................... 87
7 SINTAXE ........................................................................................................................... 90
7.1 Concordância .................................................................................................................. 90
7.1.1 Concordância Nominal ........................................................................................ 90
7.1.2 Concordância Verbal ........................................................................................... 93
7.2 Regência .......................................................................................................................... 95
7.2.1 Regência Nominal ............................................................................................... 95
7.2.2 Regência Verbal ................................................................................................. 97
7.3 Colocação dos Pronomes ............................................................................................... 105
7.3.1 Próclise ................................................................................................................ 1057.3.2 Mesóclise ............................................................................................................. 106
7.3.3 Ênclise ................................................................................................................. 106
7.4 Pontuação ........................................................................................................................ 107
7.5 Semântica ........................................................................................................................ 109
7.5.1 Parônimos e Homônimos .................................................................................... 109
7.5.2 Expressões de Uso a Ser Evitado e Outras de Uso Recomendável ..................... 112
7.5.3 Problemas gerais da língua culta ......................................................................... 114
7.5.4 Grafia de Estrangeirismos ................................................................................... 119
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7.6 Lugares-Comuns ............................................................................................................ 122
7.7 Termos Jurídicos Comuns ............................................................................................. 123
8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 132
ANEXOS
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5
Capítulo I
As Comunicações Oficiais
1 REDAÇÃO OFICIAL
1.1 Conceito
Maneira de o Poder Público redigir atos normativos e comunicações. Por meio
da redação oficial, procura-se estabelecer relações de serviço na administração pública,
mediante normas de linguagem e padronização no uso de fórmulas e da estética para as
comunicações escritas.
A linguagem é burocrática e, de certa forma, padronizada, razão por que a
redação oficial se reveste de formalidades próprias e disciplina o uso de expressões efórmulas, a fim de alcançar a necessária eficácia e precisão na comunicação.
1.2 Requisitos da Redação Oficial
O artigo 37 da Constituição Federal dispõe: “A administração pública direta,
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência”, de forma que a impessoalidade e a publicidadesão não apenas fundamentais a toda a administração pública, mas também norteadoras
dos atos e comunicações oficiais.
Qualquer ato normativo deve ser redigido de forma clara, transparente e
concisa, a fim de ser entendido por todos os cidadãos.
Desse modo, impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de
linguagem formal aplicam-se às comunicações oficiais, necessariamente uniformes e
passíveis de uma única interpretação.A redação oficial não é infensa à evolução da língua, embora ela deva
obedecer, em decorrência da necessária impessoalidade e clareza, a certos parâmetros e
características fundamentais, tais como:
1.2.1 Impessoalidade
Como a finalidade da língua é comunicar, seja pela fala, seja pela escrita, são
elementos necessários o emissor, o receptor e o objeto da comunicação. No caso da
redação oficial, é o Serviço Público – Secretaria, Departamento, Seção – que comunica
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e o que se comunica é sempre assunto relativo às atribuições do órgão que comunica e
o receptor é o público, ou outro órgão público, dos Poderes da União, dos Estados e
dos Municípios.
A impessoalidade, na redação oficial, decorre,
portanto, da ausência de impressões individuais de quem
comunica e de quem recebe a comunicação, de sorte que
resulta em homogeneidade e uniformidade na elaboração de
comunicações em diferentes setores da Administração.
1.2.2 Formalidade e padronização
As comunicações oficiais obedecem a certa formalidade de tratamento,
vinculada à polidez, à civilidade no enfoque dado ao assunto e à necessáriauniformidade, que devem seguir um mesmo padrão.
1.2.3 Coesão e Coerência
COERÊNCIA E COESÃO – ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS
• Todo texto revela uma intenção, portanto quanto melhor é a exposição das
idéias, tanto melhores serão os resultados. Assim como uma frase não é uma
sequência de palavras, um texto não é apenas uma sucessão de frases. Um texto
bem organizado não admite a ausência de regras nem a liberdade total em
relação aos limites.• Duas são as relações que mantêm interligados os elementos constitutivos da
significação do texto: a coerência e a coesão.
• Um texto apresenta coesão quando há conexão e harmonia entre as partes que o
compõem. São considerados elementos de coesão as palavras ou expressões que
estabelecem a transição de idéias, os elos para criar as relações entre frases e
parágrafos – pronomes, advérbios e conjunções.
Uma redação é
IMPESSOAL quando
isenta da interferência de
quem a elabora.
A clareza da impressão, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo, a formalidade de tratamento
necessária à uniformidade das comunicações e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a
padronização.
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7
• A coesão configura-se como elo entre os elementos superficiais do texto, a
forma como se relacionam, como os elementos se combinam uns com os outros
e estabelecem o nexo de relação de um pensamento com o outro.
• Quando se usa o elemento de coesão inadequado, o enunciado fica prejudicado,
visto que pode não só mudar o sentido pretendido, mas também produzir idéias
absurdas, como se vê nos exemplos a seguir:
• Para se obter um bom texto, não basta apenas ter boas idéias. É preciso também
ordená-las e cuidar da disposição dos termos nas frases, a fim de que a redação
seja um conjunto harmonioso.
• Para a unidade textual, importante é a seleção dos elementos de coesão,
sobretudo das palavras de transição, consoante as relações ideológicas que se
quer buscar, de forma a contribuir para a sintonia das idéias, para a coerência
textual.
• O emissor, ao formular os enunciados do texto, deve ter bem definida a
finalidade da mensagem e estabelecer, assim, relações sintáticas e semânticas
compatíveis entre si e com o todo, a fim de obter a necessária unidade textual.
• O elemento coesivo é, basicamente, um continuador textual porque permite que
se consiga colocar em frase uma variedade de idéias, muitas vezes soltas. O
conhecimento adequado dos elementos coesivos passa a definir as relações
existentes entre as partes, fundamental para a percepção do todo.
• A coerência de um texto também ficará prejudicada se não forem respeitados
dados de cronologia, posicionamento geográfico e acontecimentos históricos,
além da falta de lógica, que pode decorrer tanto desse descuido, quanto do fato
de ignorar as reais influências dos elementos citados.
O candidato foi reprovado, em compensação terá que frequentar novamente o curso que tantodetestava.
Fui ao cinema hoje, mas estou feliz.
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8
ELEMENTOS DE COESÃO
• RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
em virtude de, em razão de, por causa de, em vista de, por motivo de...
porque, porquanto, por isso que, já que, visto que, uma vez que, como...
• RELAÇÃO DE CONSEQUÊNCIA
pois, por isso, por consequência, portanto, por conseguinte, consequentemente,
logo, então, por causa disso, em virtude disso, em vista disso, visto isso, à conta
disso, como resultado, em conclusão, em suma, em resumo, enfim...
• RELAÇÃO DE OPOSIÇÃO
apesar de, a despeito de, não obstante, pelo contrário, de encontro a, em
contraste com, contra, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto,
senão, embora, apesar de que, se bem que, ainda que, posto que, conquanto que,
em que pese, muito embora, mesmo que...
• ELEMENTOS DE REALCE, INCLUSÃO, ADIÇÃO
além disso, ainda, demais, ademais, também, vale lembrar, pois, agora, de modogeral, por iguais razões, inclusive, até, é certo...
• ELEMENTOS DE NEGAÇÃO, OPOSIÇÃO
embora, não obstante isso, ao contrário disso, por outro lado, de outra parte, de
outro lato, diversamente disso...
• ELEMENTOS DE AFETO, AFIRMAÇÃO, IGUALDADE felizmente, infelizmente, ainda bem, em realidade, de igual forma, do mesmo
modo que, interessante se faz...
• ELEMENTOS DE EXCLUSÃO
sequer, exceto, só, somente, apenas, tão somente...
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9
• ELEMENTOS DE ENUMERAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, CONTINUAÇÃO
em primeiro plano, a princípio, em seguida, depois, em linhas gerais, neste
momento, desde logo, por sua vez, a par disso, antes de tudo...
O BOM TEXTO CONSEGUE EXPRESSAR O PENSAMENTO DE MODO QUE OINTERLOCUTOR ENTENDA EXATAMENTE O CONTEÚDO DE TUDO QUANTO
SE DESEJA COMUNICAR.
1.2.4 Concisão e Clareza
Qualidade do texto oficial, inerente à objetividade no redigir, concisão é a
transmissão de um máximo de informações com um mínimo de palavras, uma vez que
a linguagem direta, sem rebuscamentos e excesso de adjetivações, comunica melhor.Para alcançar a necessária concisão, é preciso, além de conhecimento do assunto sobre
o qual se escreve, o tempo para revisar o texto depois de pronto e, assim, evitar
redundâncias e repetições desnecessárias de idéias, embora não se devam eliminar
passagens substanciais na tentativa de reduzir-lhe o tamanho.
A prolixidade – vício que se opõe à concisão – torna o estilo moroso e maçante
e vai de encontro às qualidades da boa linguagem, visto que “a repetição, quer de
idéias, quer de formas, gera a monotonia e leva o leitor a desinteressar-se da leitura.”
1
A frase longa é um labirinto de idéias várias e expõe o pensamento de forma
desordenada. Nasce da necessidade de enfatizar alguma idéia ou fato do texto.
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, a fim de possibilitar
imediata compreensão pelo leitor. Caracteriza-se pela simplicidade da forma, opõe-se à
obscuridade e evidencia-se na exteriorização cristalina do pensamento.
__________________
1 Edmundo Dantes Nascimento (1992:238), apud Eduardo de Moraes Sabbag, Redação Forense eElementos da Gramática, 2 ed. São Paulo: Premier Maxima, 2006, pág. 48.2 Victor Gabriel de Oliveira Rodrigues (2000:4), apud Eduardo de Moraes Sabbag, Redação Forense eElementos da Gramática, 2 ed. São Paulo: Premier Maxima, 2006, pág. 49.
“Escrever bem é escrever com clareza, ordem e método, sem precisar delongar-seem idéias de pouca relevância para o resultado final da demanda.”2
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10
A clareza está associada à concisão, com a elaboração de períodos curtos,
ordem direta e adequação do nível de linguagem ao destinatário. Desse modo,
escrever bem é escrever com clareza, ordem e método, sem excessos.
A escolha adequada, a disposição dos vocábulos, a construção de períodos não
muito longos e a ausência dos vícios de linguagem constituem o componente, o
pressuposto de uma boa frase e tornam a leitura prazerosa e amena.
Para a clareza, concorrem:
a) a impessoalidade, que evita dupla interpretação em decorrência de um tratamento
personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto da linguagem, em princípio, de entendimento geral, avesso avocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, responsáveis pela imprescindível uniformidade
dos textos;
d) a concisão, responsável pelo desaparecimento dos excessos linguísticos, que nada
acrescentam ao texto.
A RELEITURA DE TODO TEXTO REDIGIDO TORNA POSSÍVEL UMA CORRETA OBSERVAÇÃODESSAS CARACTERÍSTICAS, EVITA TRECHOS OBSCUROS E COM ERROS GRAMATICAIS E
PERMITE A AVALIAÇÃO DE SER OU NÃO COMPREENDIDO PELO DESTINATÁRIO.
1.2.5 Problemas e Vícios do Texto
1.2.5.1 Falta de clareza
● ambiguidade
A ambiguidade pode ser ocasionada pelo uso inadequado de:
►preposição
A Faculdade retirou disciplinas importantes no desenvolvimento dos discentes.
►pronomes relativos
Passarei a palavra ao Sr. Secretário onde dará mais explicações sobre o plano.
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11
► pronomes possessivos
Meu amigo disse a ela que encontrara sua caneta.
►conjunções
Controlar o país é dar a impressão de haver democracia. Portanto, se o povo participa,
é logo reprimido.
►gerúndio
A moça viu o amigo entrando no Tribunal.
1.2.5.2 Falta de sequência lógica
Toda mensagem deve apresentar sequencia lógica de enunciados, de modo a
ressaltar a linha coerente de raciocínio do autor. Esse entendimento é imprescindível seo redator deseja ver sua idéia acatada e compreendida.
Leia o texto abaixo e veja o problema de compreensão acarretado por um texto
sem lógica.
“As exigências cada vez maiores das escolas levarão as escolas para um curso
dado de forma mais tradicional; seria uma das soluções que gradualmente voltaria.”
1.2.5.3 Inadequação vocabular
1.2.5.3.1 Jargão técnico fora do contexto
Maneira específica e característica de determinado grupo comunicar-se.
Advogados, economistas, médicos, analistas de sistema e outros têm linguagem própria.
Toda linguagem de um grupo fechado deve sofrer adequação quando o grupo de
destinatários se amplia. A linguagem técnica e os jargões devem ser usados apenas em
situações que os exijam.
1.2.5.3.2 Palavras colocadas em contexto inadequado
“... agora o Sr. Secretário irá falar sobre as tabelas onde acontecerão
novidades.”
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1.2.5.3.3 Falta de precisão dos termos e das palavras utilizadas no texto
Deve-se encontrar sempre a palavra mais adequada para o contexto, porque,
muitas vezes – por comodidade – usam-se termos de sentido genérico, incapazes de
repassar ao leitor a noção exata do assunto a ser transmitido: “O redator pôs os artigos
no jornal.”
1.3 Incorreções Gramaticais
Um dos problemas frequentes em texto é o desrespeito às regras norteadoras da
forma culta de expressão. Esse tipo de erro demonstra falta de conhecimento das normas
por parte do autor ou falta de consideração para com o leitor.
1.4 Verbosidade (Verborragia)
● Maneira de dizer de forma rebuscada e prolixa o que pode ser dito de modo mais
simples. Essa tendência tem razões históricas, mas deve ser suprimida do contexto atual,
visto que, hoje, se exige informação de mais rápido entendimento, para maior agilidade
de resposta.
1.5 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
O caráter público dos atos e expedientes oficiais, bem como sua finalidade
levam ao emprego de determinado nível de linguagem, a fim de informar com clareza e
objetividade.
Os textos oficiais, por seu caráter impessoal e por sua finalidade de informarcom o máximo de clareza e concisão, requerem o uso do padrão culto da língua, em
Esse vício redacional deixa ao leitor a impressão de que entrou em um labirinto. Eleprocura o fim da frase ou da ideia e não encontra. Só encontra mais frases.
A BOA REDAÇÃO DEVE APRESENTAR IDEIAS ORIGINAIS, DIFERENTES, CRIATIVAS.CONVÉM EVITAR CHAVÕES E CLICHÊS, INDÍCIOS DE FALTA DE IMAGINAÇÃO E DE
VOCABULÁRIO, PORQUE NADA INFORMAM, ALÉM DE, ÀS VEZES, TEREMCONOTAÇÕES NEGATIVAS.
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que se observam as regras da gramática formal e se emprega um vocabulário comum ao
conjunto de usuários do idioma.
Importante destacar que a linguagem técnica não deve ser empregada de forma
indiscriminada, mas, tão somente, quando a situação o exigir.
1.6 Normas Gerais de Elaboração
As seguintes normas devem ser observadas na correspondência oficial:
1.6.1 Margem e Espaço
● Margem – espaço em branco a cada lado do papel;
● Margem Superior – distância entre a primeira linha do corpo do texto e a borda
superior do papel.
● Margem Inferior – distância entre a última linha do corpo do texto e a borda inferior
do papel.
● Margem Esquerda – distância entre o início das linhas do corpo do texto e a borda
direita do papel.
● Margem Direita – distância entre o fim das linhas do corpo do texto e a borda
esquerda do papel.
● Margem Horizontal – intervalo entre as palavras ou letras.
● Margem Vertical – intervalo entre as linhas e os parágrafos.
► A margem vertical pode ser:
a) Simples – espaço 1, utilizado nos atos publicados no Diário Oficial do
Município.
b) Duplo – espaço 2, utilizado nos expedientes oficiais.
c) Triplo – espaço 3, utilizado com maior frequência em minutas de textos ediscursos.
É importante ressaltar que a obrigatoriedade do padrão culto na redação oficial decorre do fato de
que ela está acima das diferenças lexicais, morfológicas e sintáticas regionais, dos modismos
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas e permite, por essa razão, a necessária compreensão
por todos os cidadãos.
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14
► A largura das margens varia conforme o tipo de papel a ser utilizado e o
estabelecimento de suas medidas fica a cargo do digitador.
► Sugere-se:
a) A margem esquerda deve ter cerca de 2,5 a 4cm, em virtude de o documento
receber perfuração nesse local, quando arquivado;
b) A margem direita não deve ser inferior a 1,5cm;
c) A margem superior deve equivaler à esquerda, entre 2,5 a 4cm;
d) A margem inferior deve ter cerca de 2cm.
► Em se tratando de papel timbrado, a margem superior deve ter 1,5cm; a esquerda,2,5cm; a direita, 0,5cm e a inferior, 0,5cm.
A DISPOSIÇÃO DO TEXTO NA PÁGINA CONTRIBUI PARA MAIOR EFICÁCIA E
COMPREENSÃO DA MENSAGEM TRANSMITIDA.
As seguintes regras devem ser observadas na elaboração de uma correspondênciaoficial:
1 Utilizar as espécies documentais em consonância com os modelos oficiais;
2 Utilizar fonte TIMES NEW ROMAN e 12 no texto em geral, 11 nas citações e
10 nas notas de rodapé;
3 Utilizar os pronomes de tratamento, os vocativos, os nomes dos destinatários
e os endereçamentos corretamente;
4 Para símbolos inexistentes na fonte TIMES NEW ROMAN , utilizar as fontesSYMBOL ou WINGDINS;
5 Deve constar o número da página a partir da segunda página;
6 A referência ao ano do documento deve ser feita após a espécie e o número
do expediente, seguido da sigla do órgão expedidor.
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15
► AO ESCREVER, DEVE-SE OBSERVAR, PORTANTO:
1 REPETIÇÃO DE PALAVRASA solução está em substituir uma palavra por outra de sentido equivalente e
evitar recorrer, a todo momento, aos verbos auxiliares para não tornar monótona e
cansativa a redação.
Evite: Estava propensa a cooperar na elaboração do documento.
Prefira: Resolvera cooperar na elaboração do documento.
2
EXPRESSÕES VAGASDecorrente da pressa e da falta de reflexão, o emprego de palavras vagas e
imprecisas constitui um dos elementos prejudiciais no processo de comunicação.
Deve-se evitar, portanto:
• emprego das palavras coisa, algo, negócio (tudo tem um nome);
• definitivamente, eventualmente, casualmente, certamente, efetivamente,
oportunamente;
• a dizer a verdade;
• ensejo;
• então;
• além disso.
3 PROLIXIDADE
Palavras longas e prolixas devem ser substituídas por outras mais concisas e
precisas.
4 PLEONASMOS E EXAGEROS
O motivo da comunicação deve ser introduzido no primeiro parágrafo, seguido do
desenvolvimento – detalhamento – e conclusão. Se houver mais de uma idéia, deve-
-se tratar diferentes assuntos em parágrafos distintos.
UM BOM TEXTO NÃO DISPENSA A CORREÇÃO FILOLÓGICA, DE FORMA QUE ÉFUNDAMENTAL A CONSULTA AOS DICIONÁRIOS, ÀS GRAMÁTICAS, AOS
MESTRES, PORQUE NÃO HÁ BOA CORRESPONDÊNCIA VAZADA EMLINGUAGEM RUIM.
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16
• Reiterar outra vez
• Vimos através deste
• Visa a (o) presente
• Usamos deste meio
• Sua prezada ordem
• A seu inteiro dispor
• Aproveitando o ensejo para colocar-nos a seu inteiro dispor
• Protestos da mais elevada estima e distinguida consideração
• Temos especial prazer...
5 CONSTRUÇÕES A SEREM EVITADAS:
• Seguem em anexo
• E etc.
• A respeito (a esse respeito)
6 FALTA DE ORIGINALIDADE
Determinadas expressões não devem ser empregadas, visto representarem
clichês, frases feitas, estereótipos, razão por que se deve procurar fugir ao comum, ao
banal, ao prosaico.
• Escrevo-lhe pela simples razão...
• Esta carta (este documento) tem a finalidade de...
• Pelo presente, queremos comunicar que...
• Tenho a subida honra de participar-lhe...
• Reporto-me ao seu ofício em referência...
• Assunto em epígrafe...
7 PRECIOSISMO
Artificialismo e falta de sobriedade devem ser evitados e preferir o emprego de
palavras simples e precisas, capazes de expressar o pensamento de forma correta e
espontânea, sem rebuscamento.
Evite-se:
• Utilizando os preciosos préstimos de V. S.ª;
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• Atendendo ao zeloso pedido externado por V. S.ª;
• Estamos assaz convictos de que conseguimos atender a todos os anelos de V. S.ª
dentro da máxima presteza.
8 PREFIRA-SE A VOZ ATIVA
Deve-se, ainda, observar a concordância verbal na voz passiva:
Intimem-se as partes e não intime-se as partes.
9 PARA INDICAR A AÇÃO, DEVE-SE PREFERIR O VERBO AO
SUBSTANTIVO
É proibido retirar os autos do cartório está melhor do que é proibida a retiradados autos do cartório.
10 DEVE-SE ATENTAR PARA O EMPREGO DOS PREFIXOS
O –in indica privação que não se confunde com negação.
-improvido significa sem provimento, mas não não provido.
● Não devem ser aceitas formas como incorrer, inconhecido.
● A forma descaber é inaceitável, pois cabe ou não cabe.* A construção isso não pertine não existe na língua.
Evite-se a utilização do neologismo inobstante, que circula nos meios forenses,
a par de outras expressões esdrúxulas, como “fragilizar”, em vez de enfraquecer ;
“heliponto”, em vez de heliporto; ou “reverter uma situação”, em vez de mudar a
situação. Com relação à expressão “inobstante”, basta substituí-la pelas formas
vernáculas já consagradas, quais sejam: “não obstante” ou “nada obstante”.
Da mesma forma, deve-se rechaçar o uso inadequado de invencionices, como“inacolher o pedido” ou “verbas impagas”. Com efeito, “in-” é prefixo latino de valor
negativo que se deve ligar a advérbio (inadvertidamente), a adjetivo (inapto) e a
substantivo (inexatidão). Assim, a combinação do prefixo com verbos é condenável.
São, portanto, exemplos de erronias: “inadmitir”, “inocorrer”, “impagar” ou “inaplicar”.
Todavia, há exceções, designativas de verbos dotados de vernaculidade, como
incapacitar, inutilizar, inexistir, entre outros. (Sabbag, Eduardo de Moraes. Redação
Forense e elementos da gramática. 2. ed. São Paulo: Premier Maxima, 2006)
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11 CUIDADO COM O EMPREGO DOS ADJETIVOS
Não existe crime ecológico, mas contra o meio ambiente.
Os honorários não são advocatícios e, sim, de advogado.
12 NAS REFERÊNCIAS A LEI, USA-SE A FORMA ASCENDENTE OU
DESCENDENTE
da alínea para o artigo:
(...) com base na alínea c do inciso II do § 4.o do art. 15 da Lei n. 2.623/55; ou
do artigo para a alínea:
(...) com base no art. 15, §4.o, c, da Lei n. 2.623/55.
Observem-se as vírgulas: não existem na forma ascendente, mas estão
presentes na descendente.
13 NÃO SÃO CORRETAS AS LOCUÇÕES VEZ QUE, FACE A, DÊS QUE,
EIS QUE
Certo: uma vez que, em face de, desde que.
Evite-se eis que.
14 MESMOÉ empregado quando acompanha substantivo.
O mesmo assunto foi estudado anteriormente.
No exemplo:
O aluno não participou do debate porque o mesmo esteve ausente, a palavra
mesmo está empregada de modo inadequado e deve-se substituí-la por ele ou
fundamentá-la.
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
1 Evitar ao máx. a utiliz. excess. de abrev.
2 É desnecessário o emprego de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal
prática advém de esmero excessivo que caracteriza exibicionismo.
3 Não esquecer as maiúsculas no início das frases.
4 Evitar lugares-comuns.
5 O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário. Trocar por
travessão.
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19
6 Evitar o emprego de gírias e estrangeirismos.
7 Não generalizar: generalizar é um erro em todas as situações.
8 Evitar a repetição da palavra, porque isso desqualifica o texto.
9 Não abusar de citações e transcrições.
10 Frases incompletas podem cansar.
11 Não ser redundante. Basta mencionar cada argumento uma só
vez, portanto não se deve repetir a mesma idéia várias vezes.
12 Frases com apenas uma palavra? Jamais!
13 A voz passiva deve ser evitada.
14 Não usar siglas desconhecidas.
15 Exagerar é pior do que a moderação.
16 Evitar mesóclises. Repetir sempre: “Mesóclises, evitá-las-ei!”17 Não abusar das exclamações! O texto fica horrível!
18 Cuidado com a ortografia!
19 Ser incisivo e coerente!
20 Não usar o gerúndio: o texto fica pobre e passível de ambiguidades.
21 Evitar regionalismos!
Capítulo IIAs Comunicações Oficiais
2 AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
2.1 Pronomes de Tratamento
2.1.1 Concordância com os Pronomes de Tratamento
O emprego dos Pronomes de Tratamento deve obedecer aos seguintesprincípios:
a) a pessoa verbal será sempre a terceira, do singular ou do plural, visto que o
verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo
sintático;
b) os pronomes referentes a tratamento são sempre da terceira pessoa, tanto os
pessoais oblíquos – se, si, o, os, a, as, lhe, lhes – quanto os possessivos – seu,
sua, seus, suas.
Deve-se sempreesclarecer: vício é hábito
e adquiriu caráternegativo porque se tornoupadrão. Vários
procedimentos adotadosao longo do tempo
tornaram-se hábito e,hoje, ao invés de
ajudarem na transmissãoda mensagem, fazem
dela um texto pesado eultrapassado, sem força e
eficácia para atingir odestinatário.
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c) ao falar com a autoridade, emprega-se Vossa, como: Vossa Excelência pode
atender-me agora? – e
d) ao falar da autoridade ou sobre a autoridade com alguém, emprega-se Sua,
como: Será que Sua Excelência voltará ainda hoje?
2.1.2 Emprego dos Pronomes de Tratamento
Os Pronomes de Tratamento são de uso consagrado e seu emprego assim se
normatiza:
Vossa Excelência – V. Ex.ª – em comunicações dirigidas às seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo:
Presidente da República;Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Secretário-Geral da Presidência da República;
Consultor-Geral da República;
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;
Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
Secretários da Presidência da República;Procurador-Geral da República;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretário Executivo e Secretário Nacional dos Ministérios;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo:
Presidente, Vice-Presidente e Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União;
Presidente e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidente e Membros das Assembléias Legislativas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Municipais.
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c) do Poder Judiciário:
Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal;
Presidente e Membros do Superior Tribunal de Justiça;
Presidente e Membros do Superior Tribunal Militar;
Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral;
Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho;
Presidente e Membros dos Tribunais de Justiça;
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais;
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho;
Juízes e Desembargadores;
Auditores da Justiça Militar.
Vossa Senhoria – V. S.ª – empregado para:
Diretores de Divisões de Departamentos ou Seções das Secretarias de Estado;
Oficiais até o posto de Coronel;
Presidentes das Câmaras Comerciais;
Presidentes dos Conselhos Consultivos;
Presidentes de Autarquias, Entidades Estatais e Fundações;
Vereadores.
Vossa Alteza – V. A. – empregado para:
Príncipes e Princesas;
Duques e Duquesas;
Condes e Condessas.
Vossa Majestade – V. M. – empregado para:Reis e Rainhas;
Imperadores e Imperadoras.
Vossa Santidade – V. S. – empregado para o Papa.
Obs.: Embora exista a abreviatura V. S. para o Papa, por questão de respeito, não se
deve usá-la.
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Vossa Eminência – V. Em.ª – empregado para:
Cardeais.
Vossa Reverência – V. Rev.ª – empregado para:
Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos.
Vossa Excelência Reverendíssima – V. Ex.ª Rev.ma – empregado para:
Bispos e Arcebispos.
Vossa Reverendíssima – V. Rev.ma – empregado para:
Monsenhores, Cônegos e demais superiores religiosos.
Vossa Magnificência – V. Mag.ª – empregado para:
Reitores de Universidades.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é
Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
• Excelentíssimo Senhor Presidente da República
• Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo
respectivo:
Senhor Senador
Senhor Juiz
• Embora o pronome de tratamento Vossa Excelência (por extenso) seja deferido
apenas ao Senhor Presidente da República, por uma questão de respeito,estende-se às demais autoridades acima referidas.31
Fica abolido o uso do tratamento Digníssimo às autoridades acima arroladas, visto
que a dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público e
desnecessária, portanto, a sua repetida evocação.
3 Instrução Normativa n. 4, de 6 de março de 1992, que regulamentou o Manual de Redação daPresidência da República, 1991.
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Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para os particulares. O
vocativo adequado é Senhor seguido do cargo do destinatário.
Fica dispensado o emprego do tratamento Ilustríssimo para as autoridades que
recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares, sendo suficiente o uso
do pronome de tratamento Senhor.
Doutor não é forma de tratamento e, sim, título acadêmico. Não deve ser usado
indiscriminadamente. Seu emprego deve restringir-se às pessoas que tenham tal
grau por haverem concluído curso universitário de doutorado.
2.2 Normas Gerais para a Elaboração de Atos, Documentos e Comunicações
Oficiais
Na redação oficial, procura-se estabelecer relações de serviço na administraçãopública, bem como traçar normas de linguagem e padronização no uso de fórmulas,
estética datilográfica e digitação para as comunicações escritas.
O objetivo da redação oficial é racionalizar o trabalho, disciplinar o uso de
expressões e fórmulas e aconselhar determinados fechos em lugar de outros
demasiadamente prolixos e melosos. A preocupação principal deve ser uma linguagem
sóbria e clara, isenta de pleonasmos, juízos de valor, repetições, chavões, clichês, frases
forçadas e sem proveito, a fim de conferir aos textos eficácia, objetividade, precisão,clareza e concisão.
A Instrução Normativa n. 4, de 6 de março de 1992, estabelece que, na
redação dos atos e comunicações oficiais, devem ser evitados:
1 repetições de palavras e utilização de palavras cognatas, como:
• designação, designado;
• compete, competente.
2 uso de palavra ou expressão de sentido duplo;
3 uso de expressões locais ou regionais;
4 uso de palavras ou expressões estrangeiras, exceto se indispensáveis (em razão
do uso consagrado, ou que não tenham exata tradução). Nesses casos, as
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palavras ou expressões devem ser grafadas em itálico ou negrito ou entre aspas.
Exemplos:
• ad referendum, ad referendum, “ad referendum”;
• royalties, royalties, “royalties”.
Se for necessário fazer remissão a texto legal, deve-se observar que a referência
seja completa, com número da lei, data não abreviada. Exemplo:
Lei n. 6.515, de 26 de dezembro de 1977.
Nas referências posteriores, indicam-se apenas o número e o ano:
Lei n. 6.515, de 1977, ou Lei n. 6.515/77.
A Instrução Normativa n. 4 estabelece, ainda, na redação dos atos normativos:
a) Os artigos devem ser designados pela forma abreviada ‘Art.’, seguida de algarismo
arábico e do símbolo de número ordinal até o de número 9, (Art. 1.º, Art. 2.º...); a
partir do número 10, usa-se o algarismo arábico correspondente, seguido de ponto
(Art. 10). A indicação do artigo será separada do texto por um espaço em branco,sem traços ou outros sinais, portanto. O texto de um artigo inicia sempre por
maiúscula e termina por ponto, salvo nos casos em que contiver incisos, quando
deverá terminar por dois pontos;
b) Os incisos dos artigos devem ser designados por algarismos romanos seguidos de
hífen e iniciados por letra minúscula, a menos que a primeira palavra seja nome
próprio; ao final, são pontuados com ponto-e-vírgula, exceto o último, que seencerra em ponto, e aquele que contiver desdobramento em alíneas encerra-se por
dois pontos;
c) Quando um artigo contiver mais de um parágrafo, estes serão designados pelo
símbolo §, seguido de algarismo arábico correspondente e do símbolo do numeral
ordinal até o nono parágrafo. Do número 10 em diante, a designação deve ser feita
pelo símbolo § seguido do algarismo arábico correspondente e do ponto - §10. / §11.
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Nas referências a parágrafo único, parágrafo seguinte e parágrafo anterior e
semelhantes, a grafia é por extenso. O texto dos parágrafos inicia-se com maiúscula
e encerra-se com ponto, exceto se for desdobrado em alíneas, caso em que deverá
findar por dois pontos;
d) As alíneas ou letras de um inciso ou parágrafo deverão ser grafadas com a letra
minúscula correspondente, seguida de parênteses: a), b)...
e) Os números que correspondem ao desdobramento de alínea deverão ser grafados em
algarismos arábicos seguidos de ponto (1., 2., ...). O texto dos números inicia-se por
minúscula e termina em ponto e vírgula, salvo o último, que deve encerrar por
ponto;
f) Os numerais devem ser escritos por extenso quando constituírem uma única palavra
(quinze, trezentos, mil...). Quando constituírem mais de uma palavra, deverão ser
grafados em algarismos (25, 322, 1050...). Os numerais que indiquem porcentagem
seguem a mesma regra: a expressão por cento será grafada por extenso se o numeral
constituir uma única palavra (quinze por cento, cem por cento...), e na forma
numérica seguida do símbolo % se o numeral constituir mais de uma palavra.
Não se usará indicação em algarismos, acompanhada de sua grafia por extenso – por
exemplo: 25% (vinte e cinco por cento);
g) As datas devem ser escritas por extenso, sem que o algarismo indicativo do dia do
mês seja precedido de zero, devendo-se evitar, portanto, 02 de maio de 2008. O
primeiro dia do mês será indicado pelo algarismo ordinal (1.º de maio de 2008);
h)
A indicação do ano, ao contrário da indicação do número das leis, não deve conterponto entre a casa do milhar e a da centena: 1991, 1999, 2008, e não 2.008.”
PRINCÍPIOS DA REDAÇÃO OFICIAL
1 Adoção de formatos padronizados.
2 Uso de datilografia ou digitação.
3 Emprego da ortografia oficial.
4 Clareza, precisão e sobriedade de linguagem.5 Imparcialidade e cortesia.
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6 Concisão na elucidação do assunto.
7 Transcrição dos dispositivos da legislação citados.
8 Espaço interlinear duplo para o texto.
9 Espaço simples (um) para citações ou transcrições.
10 Espaço duplo entre parágrafos.
11 Cabeçalho ou timbre são os dizeres impressos na folha a ser usada para a
datilografia ou digitação da correspondência.
12 Uso da diplomacia, mas sem chegar ao servilismo.
13 Toda referência a elementos constantes de outros documentos deve ser feita
mediante a citação da folha ou página onde se encontra.
14 Evite-se o emprego de expressões como:
• Para os devidos fins.
• De ordem superior.
• Chamo a atenção de V. Ex.ª...
• Reporto-me ao seu ofício em referência.
• O assunto em epígrafe.
2.3 Fechos Para ComunicaçõesO fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de marcar
o fim do texto, a de saudar o destinatário. A Instrução Normativa n. 4 estabelece o
emprego de somente dois fechos para todas as modalidades de comunicação oficial: 42
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente.
b) para autoridades da mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente.
2.4 Identificação do Signatário
As comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as
expede, abaixo do local da assinatura, como se seguir se exemplifica:
4 Instrução Normativa n. 4, de 6 de março de 1992, que regulamentou o Manual de Redação daPresidência da República, 1991.
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......................................(espaço para assinatura)
NomeCargo
Obs.: A fim de evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página
isolada do expediente. Deve-se transferir para essa página pelo menos a última frase
anterior ao fecho.
2.5 Preenchimento do Envelope
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades
tratadas por Vossa Excelência obedecerá à seguinte forma:
Excelentíssimo Senhor
José Dias
Juiz de Direito da 10.ª Vara Cível
Não se escreve NESTA na correspondência.
►SEMPRE É BOM LEMBRAR:
Ao escrever, deve-se proceder da seguinte maneira:
1 Verificar a pontuação. Cuidado para não colocar vírgula entre o sujeito e o verbo, o
verbo e seus complementos, o nome e o adjunto adnominal.
2 Estar muito atento à grafia das palavras. Se hesitar, substitua por palavra equivalente.
3 Não repetir palavras desnecessariamente. Troque por sinônimos.
4 Prestar atenção à crase!
5 Verificar se os pronomes átonos estão bem colocados.
6 Escrever as palavras de origem estrangeira – se necessário – com forma portuguesa.Assim: maquilagem e não maquillage. / pingue-pongue e não ping-pong.
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7 Não usar, nas redações, a palavra ETC.
8 Não usar repetidamente pois, mas, apesar de. Substituir por porquanto, já que, uma
vez que, por isso que, pois que, porque...
9 Fazer o possível para evitar a gíria, assim como palavras vulgares. (a mil, barato,
legal, galera, detonar, grana, bacana, deitar e rolar, flagrar, besta)
10 Em qualquer ocasião, preferir a palavra mais simples:
votar é sempre melhor que sufragar;
pretender é sempre melhor que objetivar;
tribunal é sempre melhor que corte;
passageiro é sempre melhor que usuário;
eleição é sempre melhor que pleito.
11 Procurar banir do texto os modismos e os lugares-comuns. Pode-se sempre
encontrar uma forma elegante e criativa de referir-se ao mesmo tópico, sem incorrer nas
fórmulas desgastadas pelo uso excessivo. Vejam-se algumas:
a nível de, deixar a desejar, chegar a um denominador comum
12 Dispensar os preciosismos e as palavras e formas rebuscadas: causídico, soldado
do fogo, data natalícia, primeiro mandatário, casa de leis, rentabilizar,
embasamento, precioso líquido, aeronave, transacionar.
13 Nunca escrever o que não se diria. Assim, alguém rejeita (e não declina de) um
convite, protela ou adia (e não procrastina) uma decisão, critica violentamente (e não
usa a diatribe).
14 Ser rigoroso na escolha das palavras do texto. Desconfiar dos sinônimos perfeitos ou
situação.
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Capítulo III
Identidade Visual
3 IDENTIDADE VISUAL
Papéis de expedientes, convites e publicações oficiais devem ter a logomarca53
A padronização da identidade visual da Prefeitura de Manaus tem finalidades
legais e práticas.
da Prefeitura de Manaus, conforme dispõem os Decretos 7.855, de 13 de abril de 2005,
que aprova o Manual de Identidade Visual da Prefeitura de Manaus, e 7.856, da mesma
data, que institui o sistema Integrado de Comunicação Social do Poder Executivo.
Dentre as finalidades legais, destaca-se a proibição do personalismo na
comunicação institucional, que vincula símbolos e ações na comunicação institucionalao nome do prefeito.
As finalidades práticas da padronização da identidade visual dizem respeito ao
princípio da eficácia e da economia, porque possibilitam uma visível redução de custos
na produção de variados materiais, como placas, uniformes, veículos e impressos em
geral. Destaca-se, ainda, o resgate do brasão do Município, importante e histórico
símbolo da Cidade.
Capítulo IV
Atos Administrativos
4 ATOS ADMINISTRATIVOS
Os atos emanados dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para cuja
veiculação se utiliza a linguagem escrita, são oficiais e conhecidos como atos
administrativos. Entre eles, citam-se:
4.1 Ofício
4.1.1 Definição e Finalidade
Ofício é o instrumento utilizado para correspondência escrita entre as
autoridades e servidores equivalentes, titulares de cargos de coordenadoria e gerência na
Prefeitura de Manaus.
5 Logomarca é a marca que reúne graficamente letras do nome de uma instituição e elementos formais,puros ou abstratos, representativos da identidade visual também de uma instituição.
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30
Documento emanado de uma autoridade, ofício é, portanto, o escrito por meio
do qual se faz a comunicação sobre qualquer assunto de ordem administrativa, ou se
baixa uma ordem. De caráter público, o ofício só deve ser expedido por órgão público.
4.1.2 Forma e Estrutura
Na elaboração de um ofício, deve-se observar:
• Emissor: autoridades (documento de trânsito externo, entre órgãos
públicos e particulares)
• Receptor: autoridades
• Finalidade: informações, solicitações, encaminhamentos e
esclarecimentos.
• Características:
Acima: na margem esquerda, escreve-se a palavra Ofício, seguida de número,
ano (opcional) e da sigla do órgão emissor – número de ordem do documento;
Abaixo: à direita, o local e a data de envio do ofício, com o nome do mês escrito
por extenso.
Vocativo: a três linhas do assunto, escreve-se o tratamento e cargo da autoridadedestinatária. Modernamente, a vírgula deve ser evitada.
A seguir, abaixo do vocativo, começa o texto do ofício.
Fecho: Atenciosamente (hierarquia igual ou inferior à do emissor), ou
Respeitosamente (se de hierarquia superior).
Assinatura: nome civil do emissor e sua respectiva unidade administrativa.
À esquerda, a identificação do destinatário.
Se o ofício tiver mais de uma página, o destinatário aparece somente na primeirapágina.
A numeração do ofício recomeça a cada ano.
Endereço: para ofícios extensos, o endereço do receptor será colocado logo
abaixo do vocativo, do nome civil e da respectiva unidade administrativa.
Para os ofícios enviados à Administração Direta ou Indireta da Prefeitura de
Manaus, não há necessidade de se colocar endereço.
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4.2 Acórdão
4.2.1 Definição e Finalidade
Por meio do ACÓRDÃO, são emitidas decisões em grau de recurso e
emanadas de Órgãos colegiados.
4.2.2 Forma e Estrutura
O Acórdão é composto de:
a) brasão: impresso no papel a ser utilizado;
b) denominação: o nome ACÓRDÃO será escrito em letras maiúsculas no alto e no
centro da folha;
c) numeração: será inserida adiante da denominação e seguirá a sequência danumeração já existente, seguida do número da Câmara da Junta que expede o
acórdão;
d) dados complementares: números do recurso e do processo, nomes do recorrente
e do relator;
e) assunto ou ementa: será sintetizado abaixo dos dados complementares;
f) texto: conteúdo substantivo ou matéria decidida.
Obs.: Fazem parte do Acórdão: o relatório, o fundamento e a conclusão.g) assinaturas: o acórdão deve ser assinado pelo presidente e pelo relator.
4.3 Ata
4.3.1 Definição e Finalidade
Documento em que são registrados de modo resumido, mas claro, fatos e
ocorrências de uma reunião, sessão pública ou privada, para fins de comprovação,
inclusive legal, das discussões e resoluções havidas.4.3.2 Forma e Estrutura
A ata poderá ser transcrita em livro próprio, em se tratando de reunião de
caráter formal. Possui forma fixa: não admite abertura de parágrafo senão na primeira
linha e é assinada logo após a última linha, a fim de evitar falsificação.
A ata deve compor-se de:
a) brasão: impresso no próprio papel a ser utilizado;
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b) denominação: o nome ATA deve ser escrito em letras maiúsculas, no alto e no
centro do documento, seguido ou não de sua característica – ordinária ou
extraordinária;
c) abertura: dia, mês e ano por extenso e local onde se realizou a reunião;
d) participantes: indicação nominal dos participantes, devidamente qualificados, e
citação do nome do presidente e do secretário ou da secretária;
e) aprovação da ata anterior: na hipótese de a ata da reunião anterior não ter sido
lida e aprovada no ato, pode-se fazer a leitura dela para discussão e aprovação;
f) texto: texto substantivo ou matéria abordada, sem rasuras, linhas em branco,
emendas ou entrelinhas. A linguagem deve ser simples, clara e concisa,
subdividida em itens, se for o caso, grafados em algarismos romanos. Em
assuntos que exijam votação, a ata deve registrar os quesitos, a forma de votaçãoe o resultado;
Na hipótese de haver qualquer engano no momento da redação, deve-se
imediatamente retificá-lo, mediante o emprego da palavra “digo”. Do mesmo
modo, no caso de qualquer omissão ou erro depois de lavrada a ata, faz-se a
ressalva “em tempo”;
g) fecho;
h) local e data;
i) assinaturas do presidente, secretário, coordenadores e participantes da reunião
ou sessão.
4.4 Circular
4.4.1 Definição e FinalidadeA CIRCULAR caracteriza toda comunicação reproduzida em vias, cópias ou
exemplares de igual teor, expedida a diferentes pessoas, órgãos ou entidades.
Constitui mensagem endereçada a diversos destinatários simultaneamente e
cuja finalidade é transmitir avisos, ordens ou instruções.
Trata-se de uma correspondência multidirecional, visto que, por meio dela, as
autoridades transmitem determinações uniformes a toda uma classe de servidores a elas
subordinados.
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4.4.2 Forma e Estrutura
A Circular deve conter:
a) brasão: impresso no próprio papel a ser utilizado;
b) denominação: o nome CIRCULAR será escrito em letras maiúsculas;
c) emitente: a sigla do órgão emitente será escrita adiante da denominação e antes
da numeração;
d) numeração: será inserida adiante da numeração e sigla do órgão emitente e
seguirá a sequência dos números, seguida do ano;
e) assunto ou ementa: é facultativo e constitui o resumo da matéria da circular. É
digitado em espaço simples a partir do meio em direção à direita do papel;
f) fundamentação: quando for o caso, constitui a citação da legislação básica em
que a autoridade apoia sua decisão;g) texto: desenvolvimento do assunto tratado. Quando extenso, o texto pode ter
os parágrafos numerados, a partir do segundo, que receberá o número 2;
h) local e data;
i) fecho: fórmula de cortesia. Não é numerado e é facultativo;
j) assinatura: para o nome da autoridade, seguido do cargo que ocupa ou função
que exerce. São escritas em maiúsculas apenas as letras iniciais.
4.5 Decreto
4.5.1 Definição e Finalidade
Ato administrativo de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinado
a provar situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de modo expresso ou
implícito, na lei.64
Os decretos podem conter regras singulares ou concretas, como decretos denomeação, de aposentadoria, de abertura de crédito, de desapropriação e outros.
Destina-se a assegurar ou promover a boa ordem política, social ou
administrativa, bem como determinar a observância de regras gerais.
Os decretos regulamentares expressam regras gerais e abstratas especiais, de
caráter impessoal. São chamados simplesmente Decretos quando expressam regras
jurídicas especiais e concretas, de caráter especial.
6 Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo, 16 ed. São Paulo, p. 155, apud Manual de Redação da
Presidência da República, 1991, p. 247.
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O Decreto não pode contrariar uma lei, deve ser numerado em ordem
cronológica e utilizado usualmente para os seguintes casos:
a) Regulamentação de lei;
b) Criação ou extinção de gratificação quando autorizadas em lei;
c) Abertura de créditos especiais e suplementares;
d) Declaração de utilidade pública ou interesse social para efeito de
desapropriação ou serviço administrativo;
e) Aprovação de regulamentos e regimento dos órgãos da administração direta;
f) Aprovação dos estatutos dos órgãos da administração descentralizada;
g) Fixação e alteração dos preços dos serviços prestados pelo Município e
aprovação dos preços dos serviços concedidos ou autorizados;
h) Permissão para uso de bens municipais;
i) Criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos administrados,
não privativos de lei; abertura de concurso público;
j) Estabelecimento de normas de efeitos externos quando não privativos de lei.
4.5.2 Forma e Estrutura
O Decreto deve conter:
a) brasão: impresso no próprio papel a ser utilizado;
b) denominação: o nome DECRETO será escrito em letras maiúsculas no alto e
no centro da linha;
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c) numeração e data: será escrita adiante da denominação, em sequência à
numeração já existente para os decretos, seguida do dia, mês e ano de
expedição;
d) assunto ou ementa: resumo da matéria do decreto, digitado em espaço simples.A partir do meio, em direção à direita do papel;
e) título ou preâmbulo: denominação completa em caracteres maiúsculos – de
preferência – da autoridade executiva que expede o ato;
f) fundamentação: citação do dispositivo legal em que se apoia a decisão, seguida
da palavra DECRETA, grafada em caracteres maiúsculos e isolada do texto.
Em decretos de ordem funcional, a forma DECRETA é substituída por
RESOLVE, seguida do verbo que indique, especificamente, a matéria do ato:
tornar sem efeito, designar, declarar e outros.
Em muitos decretos numerados, após a citação do dispositivo legal em que se
fundamentam, aparece a enunciação do considerando ou dos considerandos, cuja
finalidade é justificar a expedição do ato respectivo.
g) contexto: exposição do conteúdo do decreto. É constituído de artigos e pode
subdividir-se em parágrafos, incisos, alíneas e números;
h) artigo: unidade básica do contexto, a que se subordinam incisos, alíneas e
números.
i) agrupamento:
• os artigos agrupados constituirão seções;
• as seções agrupadas constituirão capítulos;
• os capítulos agrupados constituirão títulos;
• os títulos agrupados constituirão livros;
• os livros agrupados constituirão partes, subdivididas em geral e especial;
Obs.: A seção, os capítulos, os títulos e os livros são numerados com algarismos
romanos.
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• disposições complementares e suplementares: os decretos poderão conter
disposições preliminares (1), gerais (2) e transitórias (3).
1 As disposições preliminares representam esclarecimentos prévios,apontam os objetivos, definem os termos por elas adotados e enunciamos princípios jurídicos e os de aplicação que encerram;
2 As disposições gerais representam uma continuação do texto,englobam, no final, artigos que contenham assuntos de caráter geral,diretamente dependentes ou relacionados com todo o texto;
3 As disposições finais constituem as medidas restantes, de caráter gerale referentes a todo o texto, vistas em seu conjunto.
4.6 Despacho
4.6.1 Definição e Finalidade
Emissão de decisão pela autoridade administrativa, dá andamento ou solução a
um pedido. Constitui ato deliberativo e consubstancia decisão emanada de agente
público.
A decisão proferida pode ser favorável ou desfavorável à pretensão ou às
proposições formuladas.
Tem caráter:
a) decisório quando põe termo à questão;
b) interlocutório quando não resolve definitivamente a questão; e
c) ordenatório ou de expediente quando concerne à marcha do processo.
Um despacho pode ser prolatado em poucas palavras: Aprovo. Defiro em
termos. De acordo – e outras formas, mas pode alongar-se em muitas frases.
4.6.2 Forma e Estrutura
O despacho deverá conter:
a) número do processo a que se refere o despacho;
b) título: denominação do documento;
c) texto: teor da decisão;
d) data: dia, mês e ano, precedidos do local e/ou sigla do órgão;
e) assinatura: nome e cargo da autoridade que exara o despacho.
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4.7 Mensagem
4.7.1 Definição e Finalidade
A Mensagem é de competência exclusiva do Prefeito de Manaus. Por meio
dela, encaminha-se Projeto de Lei para análise e deliberação do Poder Legislativo.
4.7.2 Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
a) indicação de seu número no início da margem esquerda:
Mensagem n. / ano
b) o vocativo: no início da margem esquerda;
c) o texto: inicia a 2cm do vocativo;
d) o local e a data: verticalmente a 2cm do final do texto, centralizado;e) nome e assinatura do Prefeito de Manaus centralizado.
4.8 Parecer
4.8.1 Definição e Finalidade
Ato enunciativo ou esclarecedor emitido por órgãos técnicos sobre assuntos
submetidos à sua consideração, efetivados em razão de sua demanda formal. “Tem
caráter meramente opinativo, não vincula a Administração ou os particulares à suamotivação ou conclusões, salvo se aprovado por ato subsequente.”75
O Parecer é uma informação de caráter oficial em que uma comissão ou um
técnico, especialista ou funcionário emitem um juízo sobre uma questão, pedido ou
processo. Deve vir fundamentado em razões e amparado, sempre que possível, por
opiniões de outros especialistas sobre o assunto.
Deve ser digitado em papel timbrado do Órgão expedidor e conter número de
ordem, epígrafe com o assunto apresentado sinteticamente, data e assinatura doresponsável. O texto propriamente dito deve situar o assunto, expor as razões pró e
contra, fundamentá-las com dados técnicos e exarar um juízo.
4.8.2 Forma e Estrutura
O Parecer deve conter:
a) brasão: impresso no próprio papel a ser utilizado;
7 Meirelles, Hely Lopes, in Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1997, p. 172.
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b) denominação: o nome PARECER será escrito em letras maiúsculas
no alto e à esquerda da linha, seguido da identificação do emitente, número de
ordem e ano;
c) assunto ou ementa: resumo da matéria do parecer – indicação do
demandante e do documento que formalizou a situação;
d) requerente/processo: nome da unidade requerente e número do
respectivo processo, ao alto, esquerda do papel;
e) texto: constará de relatório, fundamentação, análise do fato e
conclusão;
f) fecho: encerra o documento e compreende:
local e/ou sigla do órgão e data, escritos ao final do
conteúdo e antes da assinatura;
assinatura: colocada sobre o nome do emitente do parecer.
Será colocada abaixo do nome, obrigatoriamente, a
qualificação do técnico ou profissional, se for o caso.
Abaixo dessa qualificação, ainda se indicará o cargo
ocupado pelo emitente.
g) disposição no papel: bloco inteiro, todas as linhas – designação,
denominação, assunto ou ementa, texto e fecho – começam na margem
esquerda e, como não há entradas, os parágrafos são marcados por espaço
duplo.
► A referência a elementos constantes no processo ou em seus anexos será feita coma indicação da folha que os contiver. O texto será dividido em itens numerados comalgarismos arábicos, exceto o primeiro, que pode ser desdobrado em alíneas, se
necessário.
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4.9 Portaria
4.9.1 Definição e Finalidade
Portaria é ato administrativo interno, ordinatório, de natureza deliberativa ou
informativa, cujo objetivo é expedir determinações gerais ou especiais a seus
subordinados e, por meio delas, a Administração faz funcionar o mecanismo
burocrático, quer ao estabelecer providências de ordem administrativa, quer ao definir
situações funcionais e outras relacionadas aos servidores públicos.
A Portaria é utilizada nos seguintes casos:
a) criação de comissões e designação de seus membros;
b) delegação de competências;
c) instituição e extinção de grupos de trabalho;d) lotação e relotação dos quadros de pessoal;
e) abertura de sindicância e processo administrativo pela Corregedoria-Geral do
Município;
f) aplicação de penalidade;
g) outros atos que, por sua natureza e finalidade, não sejam objeto de lei, decreto,
instrução normativa ou de serviço.
4.9.2 Forma e Estrutura
A Portaria deve conter:
a) brasão: impresso no próprio papel a ser utilizado;
b) denominação: o nome PORTARIA será escrito em letras maiúsculas no alto e no
centro da linha;
c) emitente: a sigla do órgão emitente será aposta adiante da denominação e antes
da numeração;
As portarias não atingem nem obrigam os particulares, visto que os cidadãos nãoestão sujeitos ao poder hierárquico da Administração Pública, embora, algumas vezes, seuraio de ação alcance o público em geral, como acontece com as portarias que fixam preçosde gêneros alimentícios ou, em situações normais ou especiais, disciplinam o trânsito. Aportaria vigora até que outra portaria lhe desfaça os efeitos, embora a eficácia do ato não seextinga pelo simples desaparecimento do órgão que lhe deu origem.
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d) numeração e ano de expedição: a numeração será inserida adiante da
denominação e da sigla do órgão emitente e seguirá a sequência dos números
naturais a partir de 1, seguida do ano de expedição. As portarias do Senhor Prefeito
seguirão a sequência de numeração já existente;
e) assunto ou ementa: resumo da matéria da portaria. É facultativo, mas deve ser
digitado em espaço simples, a partir do meio em direção à direita do papel;
f) título (preâmbulo): denominação completa – em caracteres minúsculos, de
preferência – da autoridade que expede o ato;
g) fundamentação: citação das legislações básicas em que a autoridade apoia a
decisão, seguida da palavra RESOLVE, grafada em caracteres maiúsculos, em
entrada de parágrafo e isolada no texto;
h) texto: desenvolvimento do assunto. Há portarias mais extensas, cujo texto podeser dividido em:
artigos numerados: o texto pode ser constituído de tantos artigos quantos forem
necessários;
parágrafos: os parágrafos podem subdividir-se em alíneas e incisos;
parágrafo único: essa expressão, se ocorrer, deve ser grafada por extenso;
parágrafos numerados: usa-se o símbolo próprio - §.
i) cláusula da vigência e referência a revogações, quando for o caso; j) assinatura: nome inteiro civil da autoridade que expede o ato e indicação do
cargo.
4.10 Resolução
4.10.1 Definição e Finalidade
Ato administrativo de natureza deliberativo-normativa e informativa, emanado
de órgão colegiado, para disciplinar matéria de sua competência específica. Ato inferiorao regulamento e ao regimento, não pode inová-los ou contrariá-los, mas apenas
complementá-los e explicá-los.
4.10.2 Forma e Estrutura
A Resolução deve conter:
a) brasão: impresso no próprio papel a ser utilizado;
b) denominação: o nome RESOLUÇÃO será escrito em letras maiúsculas no alto e
no centro da linha;
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c) emitente: a sigla do órgão emitente será aposta adiante da denominação e antes
da numeração;
d) numeração e data: a numeração será inserida adiante da denominação e da sigla
do órgão emitente e seguirá a sequência dos números naturais a partir de 1, seguida
do ano de expedição;
e) assunto ou ementa: resumo da matéria da Resolução. É facultativo, mas deve ser
digitado em espaço simples, a partir do meio em direção à direita do papel.
f) título: denominação completa – em caracteres maiúsculos, de preferência – do
g) órgão que expede o ato;
h) fundamentação: citação das legislações básicas em que a autoridade apoia a
decisão, seguida da palavra RESOLVE, grafada em caracteres maiúsculos, com
entrada de parágrafo e isolada no texto.
4.11 Memorando
4.11.1 Definição e Finalidade
O memorando é uma forma de comunicação entre unidades administrativas de
um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente no mesmo nível ou em nível
diferente, de forma que é uma comunicação de caráter eminentemente interno.
O memorando é empregado tanto para comunicações de caráter eminentemente
administrativo, quanto para exposições de projetos, ideias, diretrizes e outros, a serem
adotadas por determinado órgão.
A característica principal desta forma de comunicação oficial é a agilidade e
cuja tramitação em qualquer órgão público deve pautar-se pela rapidez e pela
simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar a proliferação de
comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e,
no caso de falta de espaço, em folha de continuação, a fim de assegurar maior
transparência ao processo de tomada de decisões e facilitar a formação de histórico do
andamento da matéria nele tratada.
Em certas Resoluções, aparece, entre a fundamentação e a palavra RESOLVE, a
enunciação do(s) considerando(s), cuja finalidade é justificar a expedição do atorespectivo e que deverá ser reduzida ao indispensável.
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emissor: autoridade ou servidor;
receptor: autoridade ou servidor;
objetivo: informar, expor, encaminhar, esclarecer e solicitar – instrumento de
comunicação escrita.
Características:
• designação: nome do documento à esquerda, acima, seguido do número
de ordem e da sigla do órgão emissor;
• data no alto, à direita;
• identificação do destinatário à esquerda, abaixo da numeração do
memorando;
• no memorando, não há vocativo;
• assunto: iniciais em caixa alta;
• texto: escrito em linguagem correta, concisa, objetiva e formal;
• não há fecho formal obrigatório;
• se desejar, escrever Atenciosamente ou Respeitosamente, conforme
couber;
• assinatura do signatário, seguida do nome e cargo.
4.12 Formulário
4.12.1 Definição e Finalidade
Instrumento de informação destinado a receber, transmitir e preservar informes
por meio de disposição gráfica racional, o formulário pode apresentar-se nas formas
plana, contínua e eletrônica. Tem por objetivo transformar dados em informações para
inúmeras finalidades, como:
a. fonte de consultas para o processo de tomada de decisão;
b. arquivo de informações gerenciais e gerais.
c. fonte para agrupamento de dados e informações;
d. gerador e disseminador de dados e informações;
e. coletânea, agrupamento e reagrupamento, interpretação com análise e síntese.
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4.13 Instrução
4.13.1 Definição e Finalidade
Documento que, mediante aprovação de autoridade competente, fixa diretrizes,
requisitos e procedimentos para determinada atividade, ou conjunto de atividades de
caráter administrativo, técnico ou operacional, e pode alcançar abrangência genérica ou
específica.
A Instrução não pode contrariar lei ou decreto em vigor.
Pode ser de uso geral ou específico, conforme discriminado abaixo:
Uso geral: extensiva a um conjunto de unidades administrativas da
Administração Direta.
Uso específico: de caráter restrito às unidades diretamente envolvidas no
sistema.
4.13.2 Espécies
4.13.2.1 Instrução Normativa
Ato administrativo, cuja finalidade é normatizar e regulamentar um processo,
subsistema e sistema, constitui normas gerais de atuação relativamente a determinados
serviços ou grupos de serviços e visa a orientar os servidores quanto à observância denormas, políticas e procedimentos.
4.13.2.2 Instrução de Serviço
4.13.2.2.1 Definição e Finalidade
Instrução de Serviço são ordens escritas a respeito de execução de determinado
serviço, expedidas pelo superior hierárquico com o escopo de orientar os subordinados
no desempenho das atribuições que lhes são afetas. Constituem procedimentos
específicos a determinadas unidades administrativas.
4.13.2.2.2 Forma e Estrutura
A Instrução de Serviço deve ser composta de:
a) ementa: resumo da matéria da instrução. É digitada em espaço simples, a
partir do meio em direção à direita do papel;b) título ou preâmbulo: denominação completa da autoridade que expede o ato;
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c) fundamentação: citação da legislação básica em que a autoridade apoia sua
decisão, seguida da palavra RESOLVE, com entrada de parágrafo, grafada em letras
maiúsculas e isolada no texto;
►Por tratar -se de documento de caráter interno, a criação de dispositivos legais
pode ser substituída pela expressão “no uso de suas atribuições”, ou similar.
►Pode aparecer entre a fundamentação e a palavra RESOLVE, a enunciação
do(s) considerando(s), que deverá (ão) ser reduzidos ao indispensável e cuja finalidade é
justificar a expedição do ato respectivo.
d) texto: o texto da Instrução deve conter a sua abrangência, indicar não só as
áreas às quais ela se aplica, conceituações e procedimentos administrativos, mas
também como são executados os trabalhos dentro do sistema administrativo;
Em Instruções mais extensas, o texto pode ser dividido em artigos ou parágrafos,
devidamente numerados e subdivididos, quando necessário, em itens ou alíneas.
e) cláusula de vigência: define a data a partir da qual o ato passa a vigorar e
faz referência à revogação de outro ato, se for o caso, além da menção,
preferencialmente, ao ato específico ou ao número da instrução revogada;f) assinatura: nome inteiro civil da autoridade que expede o ato, seguido do
cargo que ocupa ou função que exerce. Se a Instrução for assinada por substituto, essa
situação deve ser indicada;
g) anexos: formulários, tabelas, quadros e outros, se necessário.
A Instrução Normativa deve apresentar os seguintes itens:1 Finalidade: identificar a finalidade de Instrução e não do objeto tratado;
2 Fundamentos legais, que se subdividem em:
2.1 Gerais: indicam a legislação básica geral pertinente ao objeto da Instrução;
2.2 Específicos: indicam a legislação específica referente ao objeto da Instrução.
3 Abrangência: indicar os órgãos ou unidades administrativas que deverão
obedecer à normatização estabelecida.
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4 Princípios básicos, norteadores e necessários à compreensão do procedimento,
como:
4.1 Conceituação: indicar termos básicos necessários à compreensão da
Instrução.
4.2 Diretrizes básicas: indicar as diretrizes norteadoras do assunto ou objeto.
4.3 Documentação necessária: discriminar a documentação necessária para a
solicitação ou execução do serviço.
5 Competência: estabelecer as atribuições específicas de cada unidade envolvida
no processo e direcionadas ao assunto tratado, que não poderá contrariar lei ou decretoem vigor.
6 Procedimentos: descrever cada passo para a execução do serviço. Cabe à
Gerência de Modernização Administrativa a formatação final na forma de fluxograma.
7 Modelos: formulários, tabelas, quadros e outros documentos que comporão a
Instrução Normativa, se necessário.
8 Cláusula de vigência: define a data a partir da qual o ato passa a vigorar, bem
como referência à revogação de outro ato, se for o caso, e faz menção, com preferência,
ao ato específico ou ao número da instrução revogada.
9 Assinatura: aposta sobre o nome civil e cargo da autoridade que expede o ato.
4.14 Requerimento
4.14.1 Definição e Finalidade
Requerimento é o instrumento por meio do qual o signatário faz uma
solicitação particular a uma autoridade pública ou a instituição de ensino particular.
Pode ser utilizado por qualquer pessoa, servidor público ou não.
Com exceção do caso de instituições de ensino particulares, não se envia
requerimento a entidades particulares. A elas, deve-se enviar os pedidos por meio decarta.
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4.14.2 Forma e Estrutura
O requerimento pode ser manuscrito, datilografado ou digitado.
A pessoa gramatical deve ser a terceira e não a primeira, de forma que é
aconselhável evitar:EU, .........................., porque o emprego da primeira pessoa verbal
configura ao texto um caráter de rispidez.
Expressões como mui respeitosamente, vem à presença de, para que se digne
também não são aconselháveis.
4.14.2.1 Partes do Requerimento
Vocativo - título do destinatário, o cargo ocupado pela pessoa a quem é
dirigido o requerimento.
• Não se menciona o nome civil da pessoa.
• Depois do vocativo, não se emprega forma alguma de saudação.
Preâmbulo - nome do requerente, de preferência, todo ele em
maiúsculas, e seus dados pessoais, que variam de acordo com a finalidade e a destinação
do requerimento
Texto - o pedido deve ser simples, com termos simples, claros e
concisos.
● podem-se citar leis, decretos;
● pode-se indicar a finalidade do pedido (para fins de)
● o texto deve ser elaborado em um só parágrafo.
Fecho - As formas mais utilizadas são:
Termos em que pede deferimento.
Nestes termos,
pede deferimento.
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ou, simplesmente,
Pede deferimento.
Local e data.
Assinatura do requerente
Espaços
● margem esquerda – 4cm, aproximadamente.
● margem direita – 2cm, aproximadamente.
● espaço de sete linhas, no mínimo, entre vocativo e preâmbulo.
● parágrafo: oito a quinze espaços.
4.15 Manuais
4.15.1 Definição e Finalidade
Manual é o conjunto sistemático de normas, procedimentos, funções, atividades,
políticas, diretrizes, objetivos, instruções e orientações, a serem cumpridos pelos
servidores da Prefeitura de Manaus e pelos indivíduos que mantêm relações de trabalho
com a Instituição.
Os manuais subdividem-se em:
a) Manual de Organização;
b) Manual de Procedimentos;
c) Manual de Integração ou do Servidor;
d) Outros.
4.15.1.1 Manual de Organização
4.15.1.1.1 Definição e Finalidade
Por meio deste documento, conhecido também como Regimento Interno, uma
Instituição não só transmite aos seus servidores sua filosofia de ação, políticas, estrutura
organizacional e delimitações de autoridade, como também indica, de maneira clara, as
fronteiras, inter-relacionamentos das unidades, limite de responsabilidade e autoridade.
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4.15.1.1.2 Forma e Estrutura
O Manual de Organização deve conter:
a) brasão: impresso na parte superior esquerda da capa e das páginas, bem como na
parte superior da lombada.b) denominação: a denominação “Manual de Organização” será impressa na capa e
na lombada, se for o caso;
c) emitente: a identificação do emitente ocorrerá na apresentação do Manual.
d) índice numérico ou sumário;
e) apresentação: indicação dos objetivos e área de abrangência;
f) instrução para uso;
g) histórico;
h) políticas gerais;
i) conteúdo básico: a matéria abordada será dividida em capítulos grafados em
algarismos romanos e esses, por sua vez, serão subdivididos em áreas gerais e estas em
assuntos ou unidades específicas.
► No capítulo referente à estrutura organizacional, deverão ser observadas as
disposições a seguir indicadas:
● organograma;
● nome do órgão;
● sigla;
● subordinação;
● composição;
● descrição das competências;
● responsabilidades gerais;
● glossário;
● anexo;
● apêndice.
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4.15.1.2 Manual de Procedimento
4.15.1.2.1 Definição e Finalidade
Trata-se de conjunto sistemático de normas que define as políticas em vigor na
Prefeitura de Manaus e a descrição detalhada dos procedimentos que envolvem as
diversas unidades administrativas da Instituição e, entre cujas finalidades, destacam-se:
a) Proporcionar métodos que possibilitem a execução uniforme dos serviços;
b) Possibilitar treinamento dos novos servidores das unidades envolvidas.
4.15.1.2.2 Forma e Estrutura
O Manual de Procedimento compõe-se fundamentalmente de:
a) sumário;
b) apresentação com:
● objetivo;
● abrangência/aplicação;
● diretrizes/disposições gerais.
c) normas;
d) procedimentos;
e) formulário: deverá seguir a padronização da Prefeitura de Manaus,
acompanhado da instrução de preenchimento, se necessário;
f) glossário;
g) anexos;
h) apêndices.
4.15.1.3 Manual de Integração ou do Servidor
4.15.1.3.1 Definição e Finalidade
Instrumento formal, cujo objetivo é transmitir aos servidores seus deveres e
direitos perante a Prefeitura de Manaus.
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4.16 Telegrama
4.16.1 Definição e Finalidade
O telegrama, forma de comunicação rápida e eficaz e utilizada em ocasiões
especiais e para correspondências urgentes do Chefe do Executivo, deve pautar-se pela
concisão.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos, seu uso
deve ser restrito apenas às ocasiões em que a urgência justifique sua utilização, ou em
casos de dificuldade de expedir-se a comunicação por via postal ou malote.
4.16.2 Forma e Estrutura
Do telegrama, devem constar:a) Destinatário: quando se tratar de uma pessoa, esta deve ser indicada pelo
cargo que ocupa;
b) Endereço: deve ser preenchido no caso de a comunicação ser expedida por
meio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;
c) Identificação da origem e do número do telegrama;
d) Assunto: descrição sucinta do teor da mensagem;
e)
Texto: todos os parágrafos devem ser numerados e deve-se evitar o uso deabreviaturas, como PT, em lugar do ponto; VG, em lugar da vírgula –
abreviaturas que dificultam a leitura do expediente, quando não
impossibilitam a compreensão;
f) Fecho: Respeitosamente ou Atenciosamente, conforme o caso;
g) Nome e cargo do signatário.
4.17 Fax4.17.1 Definição e Finalidade
Trata-se de recurso tecnológico de comunicação, adotado no Serviço Público e,
por ser menos oneroso e mais veloz que outras formas de comunicação, tem substituído,
em muitos casos, outras correspondências.
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4.17.2 Forma e Estrutura
O fax deve ser utilizado na transmissão de mensagens urgentes e envio
antecipado de documentos de cujo conhecimento há urgência. Em determinados casos,
por questões legais, poderá ser necessário o encaminhamento dos originais. A folha de
rosto deverá sempre preceder o encaminhamento dos demais documentos enviados.
4.18 Correio Eletrônico
4.18.1 Definição e Finalidade
O e-mail institucional, por sua agilidade e praticidade, fica reconhecido como
instrumento de correspondência entre servidores e unidades administrativas da
Prefeitura de Manaus, observada a especificidade do assunto e a finalidade da
correspondência, embora para assuntos de maior formalidade se deva utilizar o ofício.
4.18.2 Forma e Estrutura
O emissor torna-se responsável pela qualidade e fidelidade da mensagem
transmitida e deve estar atento à confirmação de que o destinatário recebeu a
mensagem.
Capítulo V
Orientações Ortográficas
5 ORTOGRAFIA
5.1 Emprego das letras
A experiência e o contato diário com a Língua Portuguesa proporcionam ao redator
escrever com correção, visto que, ressalte-se, a grafia incorreta de um vocábulo podecomprometer o conteúdo da mensagem, além de demonstrar falta de cuidado do redator
ao produzir o texto. O hábito de consultar o dicionário e a gramática melhora o
desempenho linguístico e confere ao falante maior segurança ao escrever e escrever
SEM MUITA DÚVIDA.
• A palavra ortografia é formada por elementos gregos: orto = correto, certo e
graphia = escrita, ato de escrever. Em suma, ortografia é a forma correta de se
escrever.
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• O modo de escrever as palavras em Português não depende apenas da maneira de
pronunciá-las. Existe também uma preocupação etimológica, uma preocupação
com a origem e a história da palavra e, em razão disso, existem letras diferentes que
representam o mesmo som (chapéu e xícara), ou sons diferentes representados pela
mesma letra (exame e xícara).
• As orientações ortográficas resolvem poucos problemas, pois a melhor forma de
aprender ortografia é a prática da escrita. A cada texto estudado, devem-se elucidar
as dúvidas ocorrentes, visto a maneira de escrever ser o resultado de uma
convenção e, em consequência, o conhecimento de qualquer falante será sempre
incompleto porque ninguém é capaz de conhecer as convenções de todas as
palavras da língua.
• O falante não deve acomodar-se e, sempre diante de uma dúvida, resolvê-la.
CONSULTE-SE O DICIONÁRIO. Lenta e gradualmente, o conhecimento
ortográfico aumentará.
• O domínio ortográfico é exercitado ao longo da vida do falante, mediante exercício
e treino constantes, complementados pela leitura de livros de autores de
reconhecida capacidade. Dúvidas haverá sempre, de modo que se deve recorrer ao
auxílio do dicionário (não é demais repetir), com o fim de incorporar novos
vocábulos ao inventário vocabular do falante.
5.1.1 Escrevem-se com -ês / -esa os adjetivos derivados de substantivos que indicamorigem, títulos de nobreza, nacionalidade:
monte - montês / burgo - burguês - burguesa / corte - cortês / princesa / duquesa / marquês - marquesa / baronesa
inglês - inglesa / português - portuguesa
5.1.2 Escrevem-se com -ez - eza os substantivos abstratos derivados de adjetivos:
sólido - solidezbelo - beleza
Regras capazes de esgotar o assunto não há. Existem, apenas, algumas orientações,capazes de conferir maior segurança ao ato de escrever.
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pobre - pobrezalíquido - liquideznobre - nobrezarico - riqueza
5.1.3 Escreve-se com s o sufixo -isa dos substantivos femininos:
profetisa - poetisa - papisa - pitonisa
5.1.4 Grafam-se com s as terminações -ase / -ese / -ise / -ose
anáfase, gênese, diurese, análise, catálise, metamorfose, meiose
5.1.5 Escrevem-se com -isar os verbos derivados de nomes cujos radicais terminam ems:
análise - analisarparalisia - paralisarpesquisa - pesquisar
liso - alisar / deslisar
Mas: catequese - catequizarhipnose - hipnotizarsíntese - sintetizarprofetisa - profetizar
5.1.6 Emprega-se -izar nos verbos derivados de nomes cujos radicais não terminam ems:
deslize - deslizarcanal - canalizarameno - amenizarfértil - fertilizarcivil - civilizarconcreto - concretizar
5.1.7 Escrevem-se com s as formas dos verbos pôr e derivados e querer, mas grafam-se com z as formas do verbo trazer e outros verbos escritos com z:
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quis - quiser - pus - compuseste - repusera - traz - trazendo - faz
5.1.8 Escreve-se com s o fonema /zê/ depois de ditongos:
causa - maisena - náusea - Sousa - Neusa - Creusa - gêiser -lousa
5.1.9 Escrevem-se com s os nomes próprios:
Teresa, Luís, Luísa, Teresinha, Meneses, Queirós, Resende, Isabel, Teresina
5.1.10 Palavras derivadas de radicais com -nd / -rg / -rt grafam-se com s:
compreender - compreensão pretender - pretensão
imergir - imersão aspergir - aspersão inverter - inversão divertir - diversão
5.1.11 Palavras derivadas dos radicais -ced, -gred, -prim, -mitir são escritas com ss:
conceder - concessão exceder - excesso aceder - acesso
regredir - regressão imprimir - impressão permitir – permissão
5.1.12 Palavras terminadas em to geram outras em c e ç:
atento - atencioso - atenção perfeito - perfeição projeto - projeção distinto - distinçãoexceto - exceção
5.1.13 Depois de ditongo, o som /cê/ é grafado com c ou ç e nunca com ss.
foice coice touceira refeição
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louça beiço feição arcabouço
5.1.14 Nas palavras de origem árabe, indiana ou africana, o som /cê/ é grafado ç:
açafrão açucena almoço açaí paçoca
5.1.15 Depois de ditongo, o fonema /chê/ é escrito com x:
caixa frouxo faixa ameixa trouxa
• Mas: caucho - cauchal - recauchutagem - recauchutar
5.1.16 Depois de me e en- iniciais, o som /chê/ é grafado com x:
mexilhão - mexerico - mexer - mexerico - mexidaMéxico - enxada - enxurrada - enxuto - enxaqueca
Atenção: mecha
• Mas: encharcar (charco)
encher (cheio)enchumaçar (chumaço)enchouriçar (chouriço)enchiqueirar (chiqueiro)
anchova ou enchova (exceção)
5.1.17 Escreve-se com x o som /chê/ das palavras de origem árabe, indígena,africana, inglesa ou caipira:
xadrez - araxá - macaxeira - xavante - almoxarife caxambu -xangô - xampu - xerife - xingar - abacaxi - matrinxã
5.1.18 Os substantivos em -gem são sempre grafados com g:
selvagem - ferrugem - fuligem - malandragem - penugem - garagemvertigem - aragem - vagem - ramagem - viagem (subst.)
• Mas: pajem, lambujem, lajem (variante de laje), que eles viajem(verbo)
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5.1.19 Sempre com g as terminações: -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.
estágio - pedágio - privilégio - egrégioprestígio - relógio - ref úgio - vestígio
5.1.20 Sempre com j o som /jê/ das palavras de origem árabe, tupi ou africana:
pa jé - jibóia - jenipapo - jerimumcan jica - acara jé - cafa jeste - berin jela
Observe: multissecular - biossocial - biorritmo - entressafra
microrregião - macrossistema - minirrelatóriocardiorrespiratório - minirreforma - psicossocialmesorregião - minirrodízio - plussignificativo
Não esquecer:
Apenas a prática não o (a) deixará errar – procure ler e escrever sempre.
5.2 Palavras que oferecem dúvida quanto à grafia
Abscesso
Abscissa
Acreano
Ádvena
Aeroclube
Agroindústria
Água-de-coco
Aguarrás
Alcaçuz
Álcoois
Aldeamento
Alisar (verbo)
Alizar (substantivo)
Almaço
Altissonante
Consciencioso
Conta corrente (VOLP e
Houaiss)
Conta-giros
Conta-gotas
Conto do vigário
Convalescer
Corresponsável
Cossaco
Creolina
Criado-mudo
Cris
Crisol
Crochê
Cupincha
Inextricável
Ingurgitar
Inumano
Irisar
Isolda /ow/
Jângal
Jeca-tatu
Jerimum
Jetom
Jia
Jiu-jítsu (com acento;
VOIP 2009)
João-de-barro
Jus
Jusante
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Alvirrubro
Ambidestro
Ambrosia /zí/
Ameseandar-se
Amigo-oculto (sorteio)
Aneizinhos (sem acento)
Ano-luz (plural: Anos-luz)
Apascentar
Apostasia
Aquiescência
Ária (canto)
ArquidioceseArrasar
Arroz-doce
Arte-final
Asa-delta
Ascensorista
Asceta
AscetismoAssessor
Assessoria
Assis
Atarraxar
Azaléia (ou azálea)
Azeviche
ÁzimoAzorrague
Azougue (mercúrio)
Azuizinhos
Baboseira
Baixo-relevo
Balão-sonda
Banana-da-terra
Banana-maçã
Data-base
Decreto-lei
Dedo-durar
Dedo-duro
Degenerescência
Dervixe
Desídia /zí/
Despautério
Devesa
Dissecação
Dissecar
Dólmã (veste)Efervescência
Elixir
Elucubração
Empuxo
Enfarte (ou Infarto)
Enfisema
EnrubescerEntabular
Entressafra
Enviesar
Enxúndia
Erisipela
Escorraçar
EsgazeadoEsquistossomose
Estase (Estagnação)
Estêncil
Estorricado
Estorricar
Estreme (Puro)
Estripulia
Estroina
Lambujem
Laxante
Lengalenga
Lhaneza
Lixívia
Lóbulo
Lua de mel
Má vontade
Má-criação
Madressilva
Maisena
ManteigueiraMau gosto
Mau humor
Maxissaia
Mestre de obras
Miçanga
Mimeografar
Misto-quenteMixórdia
Mocassim
Moto próprio
Motosserra
Mozarela (ou Muçarela)
Multissecular
NabucodonosorNegus /us/
Oceania
Opróbrio
Pachorra
Padre-nosso (ou Pai-nosso)
Paisinho (de país)
Paizinho (de pai)
Pão de ló
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Banana-ouro
Banana-prata
Banguê (engenho)
Banho-maria
Bate-boca
Bate-estaca
Bêbado (ou Bêbedo)
Bege (cor)
Beisebol
Beribéri (doença)
Bicho-da-seda
BilboquêBiorritmo
Bisonho
Bissetriz
Bissexto
Blá-blá-blá
Blasonar
Boa-vidaBola-de-neve
Bororo
Bota-fora
Broncopneumonia
Buganvília
Bugio
BuldogueBulevar
Bumba meu boi
Busca-pé
Busílis
Butique
Caça-níqueis
Cadafalso
Cadarço
Exangue
Excentricidade
Excipiente
Excrescência
Execração
Execrar
Fácies
Fac-símile
Factótum
Feiura
Fim de semana
Fita métricaFlamboaiã
Fleuma
Fleumático
Fora de série
Fora da lei
Frenesi (m.) /zí/
FrisanteFuxicar
Fuxico
Ganha-pão
Garnisé
Gaze (tecido)
Gasoso
Gelosia /zí/ Genufletir (ou genuflectir)
Genuflexo / Genuflexório
Gnu
Gozoso
Granizo
Guelra
Guidom
Guta-percha
Pão-duro
Para-brisa
Para-choque
Paralelepípedo
Paraquedas
Para-raios
Parênteses
Pau-brasil
Pauis /ui/
Pecha
Penico (urinol)
Piaçaba (ou Piaçava)Pintassilgo
Piquenique
Pixaim
Poncã (tangerina)
Porta-luvas
Porta-malas
PretensiosoProfligar
Prostrar
Proxeneta
Psitacismo
Pusilânime
Pústula
Quadro-negroQuadrúmano
Quíchua
Quinquenal
Quinquênio
Quinta-essência
Radio táxi
Ranzinza
Rechaçar
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Caixa-alta
Caixeiro-viajante
Calcanhar de aquiles
Cana-de-açúcar
Capuchinho
Caranguejo
Carne de sol
Carne-seca
Carochinha
Carro-bomba
Carro-forte
CassaçãoCassiterita
Catequese
Catequizar
Cátodo
Catrapus
Cê-cedilha
CentroavanteCessar-fogo
Chacoalhar
Chá-mate
Chilique
Chinchila
Chinfrim
ChuléCidade-satélite
Cidra (fruta)
Cissiparidade
Coautor
Cochicho
Cochinchina
Cocuruto
Co-herdeiro
Haicai
Halo
Hangar
Haraquiri
Harpia
Haste
Hausto
Hebdomadário
Heureca
Hibisco
Hidravião (ou Hidroavião)
Hieróglifo (Hieroglifo)Hiléia
Himeneu
Hiperacidez
Hiper-humano
Hipersensível
Hipotenusa
HirsutoHirto
Hombridade
Homília (ou Homilia)
Homizio
Hortifrutigranjeiro
Hortigranjeiro
HulhaHúmus
Hurra
Iate
Idiossincrasia
Iídiche
Imarcescível
Imbróglio
Impetigo
Rechonchudo
Recrudescer
Regurgitar
Reminiscência
Réprobo
Rês (gado)
Rés (rente)
Rés do chão
Reses (plural de rês)
Revés
Retesar
RicocheteRissole
Sacrossanto
Salva-vidas
Sanguessuga
Sassafrás
Secessão
SeiscentosSem-sal
Sem-vergonha
Sobreloja
Supetão
Terebintina
Tiziu
TonitruanteTrasanteontem
Tresandar
Triz
Vaivém
Vaselina
Vesano
Vira-lata
Volibol ou voleibol
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Coirmão
Comezinho
Comiserar
Complacência
Complacente
Conchavo
Condescendência
Condescendente
Conjectura (ou Conjetura)
Impigem
Impingir
Impudico
Incognoscível
Inconsútil
Incrustação
Incrustar
Indefeso
Indo-europeu
Inexpugnável
Xilindró
Xisto (Rocha)
Xixi
Xodó
Xucro
Zás-trás
Zigue-zague
Ziguezaguear
Zíper
Zunzum
5.3 Formas Variantes ou Palavras de Dupla Prosódia
Abdômen ou Abdome
Acróbata ou Acrobata
Adjutório ou Ajutório
Albúmen ou Albume
Aluguel ou Aluguer
Ambrósia ou AmbrosiaApostila ou Apostilha
Assoalho ou Soalho
Assoviar ou Assobiar
Autópsia ou Autopsia
Azálea ou Azaléia
Babadouro ou Babadoiro
Bêbado ou BêbedoBílis ou Bile
Biópsia ou Biopsia
Biótipo ou Biotipo
Bujão ou Botijão (de gás)
Cafetina ou Caftina
Camioneta /ê/ ou Caminhoneta /ê/
Carroçaria ou Carroceria
Catorze ou Quatorze
Homília ou Homilia
Húmus ou Humo
Interseção ou Intersecção
Intrincado ou Intricado
Ípsilon ou Ipsilão
Laje ou LajemLouro ou Loiro
Madagascar ou Madagáscar
Maquiador ou Maquilador
Maquiagem ou Maquilagem
Maquilar ou Maquiar
Marimbondo ou Maribondo
Nefelíbata ou NefelibataOceânia ou Oceania
Ortoépia ou Ortoepia
Parêntese ou Parêntesis
Percentagem ou Porcentagem
Piaçaba ou Piaçava
Projétil ou Projetil
Rastro ou Rasto
Réptil ou Reptil
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Chimpanzé ou Chipanzé
Cociente ou Quociente
Contato ou Contacto
Cota ou Quota
Cotidiano ou Quotidiano
Elucubração ou Lucubração
Engambelar ou Engabelar
Espuma ou Escuma
Flecha ou Frecha
Flocos ou Frocos
Hieróglifo ou Hieroglifo
Respectivo ou Respetivo
Seção ou Secção
Septuagenário ou Setuagenário
Sóror ou Sóror
Tireoide ou Tiroide
Toucinho ou Toicinho
Transpassar ou Traspassar ou Trespassar
TV a cabo ou TV por cabo
Verruga ou Berruga
Xérox ou Xerox
Zangão ou Zângão
5.4 Numeração e Leitura de Artigos
O Decreto 2.954/1999, que regulamentou a Lei Complementar 95, de 16 de
fevereiro de 1998, ditou normas gerais e estabeleceu padrões para “a elaboração,
redação, alteração e consolidação das leis”, de modo que é necessário adotar a seguinte
regra para a numeração e leitura de artigos, leis, decretos e portarias:
1 Até o número nove, utilizam-se os numerais ordinais:
Art. 5.º [quinto];
Art. 3.º [terceiro];
§ 2.º [segundo].
2 Do número dez em diante, utilizam-se os numerais cardinais:
Art. 10 [dez];
Art. 22 [vinte e dois];
Inciso 20 [vinte].
3 Embora não haja na Lei menção a incisos, entende-se, a despeito da omissão do
legislador, que vale a mesma regra:
Inciso VIII [oitavo].
Inciso XXII [vinte e dois].
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4 Na designação do primeiro dia do mês, utiliza-se, de preferência, o numeral
ordinal:
→ Dia 1.º de agosto de 2008.
5 Na designação de séculos, reis, papas e partes indicativas de obras, usam-se
numerais ordinais até décimo e cardinais de onze em diante.
Século XXI [vinte e um], Século XV [quinze], Capítulo VIII [oitavo], Capítulo
XII [doze], Rei Luís XIV [quatorze], Papa João Paulo II [segundo], Papa João XXIII
[vinte e três].
5.1 Se o numeral anteceder o substantivo, emprega-se, porém, o ordinal:
Vigésimo primeiro século, Terceiro Ato, Sexto Capítulo, Trigésimo Congresso.
6 Na numeração de páginas e de folhas de um livro, assim como de
casas, apartamentos, poltronas de cinemas, entre outras hipóteses, empregam-se os
numerais cardinais, em virtude de haver concordância com a palavra número,
subentendida.
Página 22 [vinte e dois], Folha 31 [tinta e um], Casa 202 [duzentos e dois]
5.5 Abreviaturas Mais Utilizadas
Aa = assinado (a). Outras possibilidades: a. – (a)
A. = aceite
A. = autor
aa = assinados (as). Outras possibilidades: aa. – (aa) – (aa.)
AA. = autores
abr = abrilabr. = abreviatura
abrev. = abreviação
a.C. = antes de Cristo
a /c = aos cuidados. Outra possibilidade: A / C
adv. = advogado
ago = agosto
Al = Alagoas
alm. = almirante
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63
a.m. = antes do meio-dia
AM = Amazonas
apud = citado por
art. = artigo
at. = atenção
at. = atenciosamente
Av. = avenida
B
BA = Bahia
Bel. = Bacharel
bim. = bimensalbol. = boletim
br. = brasileiro. Outras possibilidades: bras.; Brasil.
brig. = brigadeiro
C
C = código
c = capítuloc / = com
c / = conta (comercial)
cap. = capítulo. Outra possibilidade: c
caps. = capítulos
c.c. = confere. Outra possibilidade: cf. c.c. = conforme
c/c = conta corrente
C.C. = Código CivilC.Com. = Código Comercial
CEP = Código de Endereçamento Postal
cf. = confronte
cfr. = confira
Cia. = companhia
cit. = citação
CLPS = Consolidação das Leis da Previdência Social
CLT = Consolidação das Leis do Trabalho
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com. = comandante
com. = comendador
C.P. = Caixa Postal
ctv. = centavo
ctvs. = centavos
cx. = caixa. Outras possibilidades: Cx-cx-Cx.
D
d. = depois
d. = dona. Outras possibilidades: D. – D.ª
D. = digno
D. = Distritod.C. = depois de Cristo
DD. = Digníssimo
dec. = decreto. Outra possibilidade: decr.
dep. = departamento
deps. = departamentos
desemb. = desembargador
dez. = dezembroDr. = doutor
Drs. = doutores
dz. = dúzia(s)
E
E. = editor
E. = Estadoe.c.f. = é cópia fiel
ed. = edição
ed. = edifício
E.D. = espera deferimento
e.g. = por exemplo
E.M. = em mão
emb. = embaixador
eng. = engenheiro
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et. al. (et alii) = e outros (as)
etc. = etecétera
ex. = exemplo
F
f. = folha. Outras possibilidades: fl. – fol.
fev. = fevereiro
ff. = folhas. Outras possibilidades: fls. – fols. – fs.
G
g = grama (s)
g. = grau (s)G = general. Outra possibilidade: Gen.
gr = grosa (s)
H
h = hora
hab. = habitante
I
Ib = ibidem
ibid = no mesmo lugar
id. = idem, o mesmo
i.e. (id est) = isto é
in loc. = nesse mesmo lugar (in loco)
J
jan. = janeiro
Jr. = Júnior
jul. = julho
jun. = junho
K
kg = quilograma (s)
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kl = quilolitro (s)
km = quilômetro
km/h = quilômetro por hora
L
l = litro(s)
lb = libra
lég. = légua
légs. = léguas
log. = logaritmo
Ltda. = Limitada Outras possibilidades: Ltd. – ltda.
Mm = metro(s)
m = minuto(s) Outra possibilidade: min
MA = Maranhão
maj. = major
mar. = março
M.D. = muito digno
memo = memorandoMG = Minas Gerais
mil. = milênio
mil. = milha
Min. = ministro(s)
MM. = Meritíssimo
Mons. = monsenhor
MS = Mato Grosso do SulMT = Mato Grosso
N
n. = número
n/ = nosso(s) /nossa(s)
n/ c = nossa carta
n/ c = nossa conta
n/ ch = nosso cheque
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n/ o = nossa ordem
nov. = novembro
O
o/ = ordem
obs. = observação
of. = ofício
out. = outubro
P
p. = página. Outra possibilidade: pág.
p / = parap / = por
PA = Pará
PB = Paraíba
p / c = por conta
P.D. = pede deferimento
PE = Pernambuco
P.E.F. = por especial favorP.E.. = por especial obséquio
p. ext. = por extensão
pg. = pago
PI = Piauí
pol. = polegada
p.p. = por procuração
p.p. = próximo passadoPR = Paraná
Pres. = presidente
proc. = processo
proc. = procuração
prof. = professor
profs. = professores
pt. = ponto
pts. = pontos
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Q
Q.G. = quartel-general
q.v. = queira ver, veja isso
R
R. = rua
rad. = radiograma
rel. = relatório
RJ = Rio de Janeiro
RN = Rio Grande do Norte
RO = RondôniaRR = Roraima
RS = Rio Grande do Sul
R.S.V.P. = Repondez s`il vous plâit (Responder, por favor)
S
s. = seguinte
s = segundoS. = são, santo, santa
s/ = sem
s/ = seu, sua (s)
S.A. = Sociedade Anônima
s/a = seu aceite
sarg. = sargento
SC = Santa Catarinas/c = sua carta
s/c = sua conta
S/C = Sociedade Civil
s.d. = sem data
SE = Sergipe
seg. = seguinte
segs. = seguintes
set. = setembro
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s/l = sobreloja
s.m.j. = salvo melhor juízo
s/o = sua ordem
SP = São Paulo
ss. = seguintes
T
t = tonelada
t. = termo (s). Outra possibilidade: T
t. = tomo
T. = tempo
T. = travessa. Outra possibilidade: Trav.tel. = telefone
tel. = telegrama
TO = Tocantins
trim. = trimestre
ts. = tomos
TT. = termos
U
u.e. = uso externo
u.i. = uso interno
ult. = último
un. = unidade
urb. = urbano
us. = usado
V
v. = volume
v. = veja. Outra possibilidade: V
v. = você
V. = visto(s), vista(s)
v.g. = por exemplo
Vig. = vigário
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vol. = volume
vols. = volumes
W
W = Watt
Wh = Watt-hora
Ws = Watt-segundo
Y
yd = jardas(s)
5.6 Siglas
Sigla é um tipo especial de abreviatura, em que se reduzem locuções substantivas
próprias. A sigla forma-se:
a) com a representação das letras iniciais maiúsculas dos elementos formadores do
nome.
Ex.: PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO – PGM
b) com a representação das sílabas iniciais de cada um dos elementos formadores do
nome.
Ex.: Secretaria Municipal de Comunicação – Semcom
Obs.: O uso moderno elimina os pontos entre as letras.86
5.7 A Nova Ortografia da Língua Portuguesa
UNIFICAÇÃO ORTOGRÁFICA
Várias têm sido as propostas de reforma ortográfica levadas a cabo por Portugal e
pelo Brasil, ao longo dos anos, isoladamente ou pelo esforço comum dos dois países.
Como tais esforços não tinham alcançado bons resultados para uma unanimidade, em
8 Faraco e Moura (1990:74/75)
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1943, o Brasil adotou um sistema proposto pela Academia Brasileira de Letras; já
Portugal, em 1945, adotou um sistema proposto pela Academia das Ciências de Lisboa.
O Brasil, em 1971, aboliu grande parte dos acentos diferenciais e isso aproximou
ainda mais as grafias oficiais dos dois países. Recentemente, as duas Academias
reuniram-se para chegar a uma unificação ortográfica, como já ocorre para o francês, o
italiano e o espanhol, falados oficialmente em vários países e cujas palavras são escritas
de uma só forma.
A unificação ortográfica não interfere no modo como as pessoas dos diversos países
falam, mas diz respeito só à grafia das palavras, que continuam a ser pronunciadas de
acordo com cada região.
O esforço de unificação ortográfica do Português traz muitas vantagens: facilita a
difusão da língua e dos seus textos escritos pelo mundo, auxilia o ensino e aaprendizagem do idioma, melhora o comércio dos livros editados em português e,
portanto, é um fator de difusão da cultura dos países que têm como oficial o nosso
idioma.
A seguir, indicam-se as alterações do sistema ortográfico brasileiro vigente, embora
elas não afetem aspecto algum da língua falada, como também não eliminem todas as
diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma
oficial.
5.8 Mudanças no alfabetoO alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto
completo passa a ser:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
As letras k, w e y, que, na verdade, não tinham desaparecido da maioria dos
dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita dos símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg
(quilograma), W (watt);
b) na escrita das palavras e nomes estrangeiros e seus derivados: show, playboy,
playground, windsurf, yin, Kafka, kafkiano.
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5.8.1 Trema
Não se usa mais o trema nas palavras portuguesas ou aportuguesadas (ü), sinal
colocado sobre a letra u para indicar que ela devia ser pronunciada nos grupos gue, gui,
que, qui.
Escreve-se agora: linguística, cinquenta, tranquilo, consequência, pinguim,
quinquênio.
É usado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros escritos com trema:
Müller, mülleriano.
Nos países de língua portuguesa oficial, a ortografia de palavras com consoantes
“mudas” passa a respeitar as diferentes pronúncias cultas da língua e ocasiona, às vezes,
aumento da quantidade de palavras com dupla grafia:
fato e facto (dupla pronúncia e dupla grafia)
aspeto e aspecto (dupla pronúncia e dupla grafia)
5.8.2 Mudanças nas regras de acentuação
5.8.2.1 Não se usa mais o acento dos ditongos éi e ói das palavras paroxítonas:
alcaloide - alcateia - androide - apoia (verbo apoiar) – apoio (verbo apoiar) – asteroide –bóia-celuloide - claraboia - colmeia - debiloide - epopeia - estoico - estreia -
estreio (v.) - geleia - heroico - ideia - jiboia - joia - odisseia - paranoia - plateia
- tramoia
Atenção: Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a
ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis, bem como são
ressalvados os casos em que a palavra se inclui em regras de acentuação tônica:
papéis – heróis – troféu – chapéu – gêiser – destróier - Méier
5.8.2.2 Nas palavras paroxítonas, não mais se usa o acento no i e no u tônicos quando
vierem depois de um ditongo:
baiuca - bocaiuva - feiura - maoista - boiuna
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Atenção: Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição átona final ou
seguidos de s, o acento permanece: baú, Itajaí, Itaú, tuiuiús, Piauí, Esaú, bem como
saída, saúde, saíste, balaústre.
5.8.2.3 Não se usa mais o acento das palavras terminadas em eem e oo(s).
abençoo - creem - deem - doo - enjoo - leem - magoo - povoo - veem - voo
5.8.2.4 Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s),
pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Escreve-se agora:
Ele para o carro. Ele gosta de jogar polo.
Comi uma pera.
Atenção:
5.8.2.5 Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas tu arguis, ele argui,
eles arguem, ele redargui do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
5.8.2.6 Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir,
como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e outros.
Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo,
do presente do subjuntivo e também do imperativo.
Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbopoder (pretérito perfeito do indicativo), na 3.ª pessoa do singular. Pode é a forma dopresente do indicativo, na 3.ª pessoa do singular.
Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir,
assim como de seus derivados - manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir,provir e outros – eles têm, eles vêm, eles detêm, eles convêm.
É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras fôrma/forma.Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara: Qual é a forma da fôrmado bolo?
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Atenção:
5.8.2.6.1 Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxaguamos, enxaguais, enxáguam.
• verbo delinquir: delínquo, delínquas, delínqua, delínque, delínques, delínquem.
5.8.2.6.2 Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.
Exemplos: A vogal sublinhada é tônica e deve ser pronunciada mais fortemente que as
outras:
• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas,
• verbo delinquir: delinque, delinquam.
5.8.2.7 Facultativamente, assinalam-se com acento agudo formas verbais como:
amámos (pretérito perfeito do indicativo)
louvámos (pretérito perfeito do indicativo)
démos (pretérito perfeito do indicativo)
amamos (presente do indicativo)louvamos (presente do indicativo)
demos (presente do indicativo)
5.8.2.8 As palavras oxítonas cuja vogal tônica, nas pronúncias cultas da língua, possui
variantes (é, ê, ó, ô) admitem dupla grafia, conforme a pronúncia:
matinê ou matiné
bebê ou bebé
5.8.2.9 As palavras paroxítonas cuja vogal tônica, seguida das consoantes nasais
grafadas m e n, apresenta oscilação de timbre (é, ê, ó, ô) nas pronúncias cultas da
língua admitem dupla grafia: fêmur ou fémur / ônix ou ónix / pônei ou pónei /
Vênus ou Vénus
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5.8.2.10 Na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras
em que há um hífen ou mais, se a partição coincide com o final de um dos elementos ou
membro, deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no início da linha imediata:
vice-
-diretor
avisá-
-lo-ei
ex-
-amigos
5.8.2.11 São acentuadas:
5.8.2.11.1 as proparoxítonas: pêssego - médico - tecnológico
5.8.2.11.2 as paroxítonas terminadas em: r, l, n, x, i(s), ã(s), ão(s), um, uns, ps, us,
on(s), ditongo.
imóvel - repórter - ônix - vírus - Nélson - vício - ímã - bíceps - jóquei
Atenção: Não se acentuam as paroxítonas terminadas em ens: hifens, polens, germens
5.8.2.11.3 as oxítonas terminadas em: a(s), e(s), o(s), em, ens.
alguém - parabéns - bisavô - Pará - você - também - quiproquó
5.8.2.11.4 os monossílabos tônicos terminados em: a(s), e(s), o(s).
pás - cós - rês - mês - três - nós - pós
5.9 Emprego do Hífen
5.9.1 Nos compostos
Emprega-se o hífen nos compostos sem elementos de ligação quando o 1.º
termo, por extenso ou reduzido, está representado por forma substantiva, adjetiva,
numeral ou verbal:
ano-luz decreto-lei porta-aviões vaga-lume mesa-redonda
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Serão escritos com hífen elementos repetidos, com ou sem alternância vocálica,ou consonântica do tipo blá-blá-blá, reco-reco, zum-zum, zigue-zague, tico-tico
Emprega-se o hífen nos compostos sem elemento de ligação quando o 1.º
elemento está representado pelas formas além, aquém, recém, bem e sem:
além-mar aquém-mar bem-aventurado bem-criado bem-estar
bem-humorado recém-casado sem-cerimônia sem-vergonha
Emprega-se o hífen nos compostos sem elemento de ligação quanto o 1.º
elemento está representado pela forma mal e o 2.º elemento começa por vogal, h
ou l:
mal-estar mal-humorado mal-educado mal-informado mal-limpo
Emprega-se o hífen nos nomes geográficos compostos pelas formas grã, grão, ou
por forma verbal, ou, ainda, naqueles ligados por artigo:
Baía-de-Todos-os-Santos Grã-Bretanha Grão-Pará Trás-os-Montes
Obs.: Com o passar do tempo, alguns compostos perderam, em certa medida, anoção de composição. Passaram a ser escritos aglutinadamente: girassol,madressilva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo, mandachuva.
Obs.: Serão escritos com hífen os compostos entre cujos elementos há oemprego do apóstrofo: mestre-d’armas, mãe-d’água, olho-d’água.
Obs.: Quando mal se aplica à doença, grafa-se com hífen: mal-francês (sífilis)
Obs.: 1 Os outros nomes geográficos compostos escrevem-se com os elementosseparados, sem o hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde. Otopônimo Guiné-Bissau é, contudo, uma exceção consagrada pelo uso.
2 Os gentílicos derivados de topônimos compostos grafados ou não com
elementos de ligação serão escritos com hífen: belo-horizontino, mato-grossense--do-sul.
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Emprega-se o hífen nos compostos que designam espécies botânicas, zoológicas
e afins, estejam ou não ligados por preposição ou qualquer outro elemento:
bem-me-quer couve-flor erva-doce erva-do-chá ervilha-de-cheiro
5.9.2 Nas locuções
Não se emprega o hífen nas locuções, sejam elas substantivas, adjetivas,
pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, salvo algumas exceções
já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colônia, arco-da-velha, cor-
de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).
Escrevem-se sem hífen as seguintes locuções: cão de guarda, fim de semana,
sala de jantar, burro de carga, arco e flecha, comum de dois, cor de vinho, à
toa, quem quer que seja, a fim de, por baixo de, a fim de que e outras.
5.9.3 Na formação com prefixos
Emprega-se o hífen quando o 1.º elemento termina por vogal igual à que inicia o
2.º elemento:
anti-ibérico arqui-inteligente auto-observação eletro-ótica semi-interno
Obs.: Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglutinado ao segundo
elemento, quer este tenha ou não vida à parte: benfazejo, benfeito,benquerer, benquerença, benfazer, benquisto.
Obs.: Expressões como deus nos acuda, salve-se quem puder, um disse medisse, um maria vai com as outras, bumba meu boi, tomara que caia, à toa(adjetivo e advérbio), dia a dia (substantivo e advérbio), arco e flecha,calcanhar de aquiles, tão somente, ponto e vírgula também são escritas semhífen.
Obs.: Incluem-se nesse princípio geral os prefixos e elementos terminados porvogal, como euro-, agro-, albi-, alfa-, ante-, anti-, arqui-, auto-, bi-, beto-,bio-, infra-, poli-pseudo-, antero-, infero-, intera-, postero-, supero-,neuro-, orto-.
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Se o 1.º elemento termina por vogal diferente daquela que inicia o 2.º elemento,
escreve-se junto, sem hífen:
aeroespacial agroindustrial anteaurora antiaéreo
Nas formações com os prefixos co-, pro-, pre- e re-, estes se aglutinam, emgeral, com o segundo elemento, mesmo quando iniciado por o ou por e: coautor,
coedição, procônsul, reeleição, preeleito, coabitar, coerdeiro.
Quando o 1.º elemento termina por consoante igual à que inicia o 2.º elemento,
emprega-se o hífen: ad-digital, hiper-requintado.
Quando o 1.º elemento termina por –m ou –n e o 2.º elemento começa por vogal,
h, m, n: circum-escolar, pan-africano, pan-mágico, pan-negritude, circum-
navegação. Quando o 1.º elemento termina acentuado graficamente – pós-, pré-, pró-
pós-graduação, pré-escolar, pré-história, pró-ativo, pró-europeu
Quando o 1.º elemento é um dos prefixos ex-, soto-, sota, vice-, vizo: vice-
diretor, soto-capitão, ex-almirante, vice-reitor
Quando o 1.º elemento termina por vogal, sob-, sub- e prefixos terminados em –r
(hiper, super, inter) e o 2.º elemento inicia por h-:
bio-histórico, deca-hidratado, poli-hidrite
Não se emprega o hífen com prefixos des- e in- quando o 2.º elemento perde o h
inicial: desumano, desumidificar, inábil, inumano.
Não se emprega o hífen com a palavra não com função prefixal: não agressão,
não alinhado, não beligerante, não participação, não violência.
Quando o 1.º elemento termina por b- (ab-, ob-, sub-, sob-), d- (ad-) e o 2.º
elemento começa por b ou r, emprega-se o hífen:
ad-referendar, sub-reitor, sub-bar, sub-reptício, sub-bélico, sub-base, sub-
rogar, sub-bosque, ad-rogar.
Obs.: Nos casos em que não houver perda do som da vogal final do 1.º elemento eo elemento seguinte começar com h, serão usadas as duas formas gráficas:carbo-hidrato e carboidrato, zoo-hematita e zooematita. Quando houverperda do som da vogal do 1.º elemento, considera-se que a grafia consagrada deveser mantida: cloroidrato, clorídico, xilarmônico. Devem ficar como estão aspalavras que já são de uso consagrado, como reidratar, reumanizar, reabituar,reabitar, reabilitar e reaver.
Obs.: adrenalina, adrenalite e afins são exceções consagradas pelo uso.Ab-rupto é preferível a abrupto.
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Quando o 1.º elemento termina por vogal e o 2.º elemento começa por r ou s,
devem estas consoantes duplicar-se, prática já generalizada em palavras deste
tipo pertencentes aos domínios científico e técnico.
antessala antirreligioso contrarregra cosseno minissaia maxissaia
5.9.4 Nas formações com sufixos
Emprega-se o hífen apenas nos vocábulos terminados pelos sufixos de origem
tupi-guarani –açu, -guaçu, mirim quando o 1.º elemento termina por vogal
acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois
elementos:
amoré-guaçu, capim-mirim, capim-açu, andá-açu, sabiá-guaçu, Guajará-Mirim
OUTROS USOS DO HÍFEN
1 Para dividir sílabas: or-to-gra-fi-a gra-má-ti-ca trans-for-mar
sub-li-nhar sub-le-var prai-a
2 Com pronomes enclíticos e mesoclíticos: estudá-lo dar-lhe-ei estudamo-lo
3 Antes dos sufixos –(GU)AÇU, -MIRIM, -MOR:
capim-açu, araçá-guaçu, guarda-mor
4 Em compostos em que o primeiro elemento é forma apocopada (BEL-, GRÃ-,
GRÃO) ou verbal: bel-prazer, grã-fina, grão-duque, para-lama, beija-flor
5 Em nomes próprios compostos que se tornaram comuns: dom-joão, santo-
antônio, palma-de-santa-rita
6 Em nomes gentílicos ou pátrios: sul-africano, porto-alegrense, mato-grossense
7 Em compostos em que o primeiro elemento é numeral: primeiro-ministro,
segunda-feira, primeira-dama
8 Em compostos homogêneos (dois adjetivos, dois verbos): técnico-científico,
quebra-quebra, corre-corre
9 Em compostos de dois substantivos em que o segundo faz papel de adjetivo:
carro-bomba, manga-rosa, laranja-lima, caminhão-pipa, homem-aranha
10 Em composto em que os elementos, com sua estrutura e acento, perdem a
sua significação original e formam uma nova unidade semântica: copo-de-leite,
pé-de-moleque, tenente-coronel, unha-de-fome
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5.10 Emprego de Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
O emprego de iniciais maiúsculas e o de minúsculas sempre foram objeto de
dificuldades e dúvidas e ensejam a apresentação de algumas considerações a esse
respeito.
Observe-se:
MAIÚSCULAS
Empregam-se letras maiúsculas nos seguintes casos:
a. Nomes próprios (de pessoas, cidades, países, acidentes geográficos, logradouros
públicos, títulos de obras, fatos históricos ou comemorativos, nomes de ciências,
nomes de agremiações ou repartições...)Exemplos:
Berenice, Xavier, Tocantins, av. Silas Alves, Praça da Alfândega, “Incidente em
Antares”, Correio do Povo, Pontifícia Universidade Católica, Associação Atlética do
Banco do Brasil, Física, História da Linguística, Português, Semana da Pátria, Dia
das Mães, Natal.
b. Nomes que expressam conceitos políticos ou religiosos
Exemplos:
Estado, Igreja, Nação, entre outros.
c. Começo de citações (discurso direto)
Exemplo:
O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, inicia assim: “Na planície
avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes.”
d. No começo dos versos (uso não obrigatório)
Exemplo:
“Meu canto de morte,
Guerreiros ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendoDa tribo tupi.” (Gonçalves Dias – “I – Juca-Pirama”)
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e. Nomes que designam altos postos
Exemplos:
Presidente da República, Governador do Estado, Secretário Municipal de Finanças,
Ministro da Saúde, entre outros.
f. Nomes de pontos cardeais (quando caracterizados regionalmente)
Exemplos:
Durante o período da Guerra Fria, uma aproximação entre o Oriente e o Ocidente
era algo remoto.
Os estados do Norte são maiores e menos populosos que os do Sul.
g. Expressões de tratamento e formas a elas relacionadasExemplos:
Meritíssimo Senhor Juiz, MM., Vossa Reverendíssima, V. Rev.ma, Excelentíssimo
Senhor Presidente da República.
h. Atos das autoridades em documentos oficiais
Exemplo:
Portaria n. 21.Decreto-Lei n.150.
i. Palavras que, em cartas, são dirigidas a pessoas a quem se quer distinguir.
Exemplos:
Caro Colega, ao Mestre.
j. Nas expressões Fulano, Beltrano e Sicrano
Exemplo:
Na festa, o Fulano portou-se mal.
MINÚSCULAS
Empregam-se letras minúsculas nos seguintes casos:
a. Nomes de meses
Exemplos:
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maio, setembro, agosto
b. Nomes de dias da semana
Exemplos:
domingo, quarta-feira, sexta-feira.
c. Nomes das estações
Exemplos:
primavera, inverno, verão.
d.
Nomes gentílicos ou pátrios Exemplos:
gaúchos, brasileiros, argentinos, amazonenses.
e. Nomes de línguas
Exemplos:
alemão, espanhol, inglês, português.
f. Nomes de festas populares ou pagãs
Exemplo:
Iremos a vários bailes de carnaval.
g. Nomes de pontos cardeais
Exemplo:
Percorreu os Estados Unidos de sul a norte.
h. Partículas monossilábicas e átonas no meio de nomes próprios
Exemplos:
Incidente em Antares
Cruz e Sousa
Machado de Assis
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i. Enumeração, exemplificação, complementação e conclusão após dois pontos
Exemplos:
Tinha duas virtudes: a bondade e a humildade.
Quando viu o envelope, ficou nervosa: o resultado do exame poderia não ser o
esperado.
Só te faço um pedido: estuda bastante e não desperdices teu tempo.
5.11 Como corrigir imperfeições
O falante deverá, ao expressar-se, pronunciar corretamente as palavras e frases,
segundo os padrões da língua culta, evitar problemas ortofônicos, problemas
linguísticos gerados por uma inadequada pronúncia dos vocábulos. As alteraçõesverificadas, muitas vezes, dependem de quem fala, de seu grau de instrução ou da região
em que vive.
Relativamente à pronúncia das palavras, deve-se não só observar a correta emissão
das vogais e articulação das consoantes, como também evitar, dentre outras ocorrências:
5.11.1 SUPRIMIR AS VOGAIS DAS PALAVRAS, conforme se ilustra a seguir:
abóbora, adivinhar, alei jar, anúncio, barreira, peixe, edifício, etimologia,
estoura, estrangeiro, louco, ouro, manteiga, paciência, polícia, pouco, roubou,
salário, entre outras, pronunciadas incorretamente, de modo a culminar em
grosseiros erros na grafia. Ouve-se e lê-se com incidência preocupante: abobra,
advinhar, alejar, anunço, barrrera, pexe, edifiço, etmologia, estora, estrangero,
loco, oro, mantega, paciênça, poliça, poco, robô, salaro.
5.11.2 TROCAR AS VOGAIS NAS PALAVRAS:
• abóbada pronuncia-se incorretamente abóboda
• anteontem antiontem
• bússola bússula
• creolina criolina
• dignitário dignatário
• disenteria desinteria
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• empecilho impecilho
• intitular entitular
• irrequieto irriquieto
• meritíssimo meretíssimo
• privilégio previlégio
• seja (v.) seje
• sequer siquer
• supetão sopetão
• umbigo imbigo
5.11.3 TROCAR A POSIÇÃO DAS VOGAIS
AEROPLANO POR AREOPLANO
AEROPORTO POR AREOPORTO
ESPONTANEIDADE POR ESPONTANIEDADE
METEOROLOGIA POR METEREOLOGIA
5.11.4 NASALIZAR INDEVIDAMENTE VOGAIS
PRONUNCIAR BUGINGANGA OU BUNGIGANGA,
INDIOSSINCRASIA, MENDINGO, MORTANDELA, REINVINDICAR,
SOMBRANCELHA em vez de BUGIGANGA, IDIOSSINCRASIA, MENDIGO,
MORTADELA, REIVINDICAR, SOBRANCELHA.
5.11.5 ACRESCENTAR FONEMAS CONSONANTAIS
Em lugar das formas corretas ASTERISCO, CARAMANCHÃO,
EXACERBAR, FACÍNORA, ouvem-se, costumeiramente, ASTERÍSTICO,
CARRAMANCHÃO, EXARCEBAR, FASCÍNORA.
5.11.6 TROCAR A POSIÇÃO DE FONEMAS CONSONANTAIS
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São costumeiras as pronúncias BICABORNATO, CARDENETA,
DENTRIFÍCIO, DEPREDAR, ESTRUPO, LARGATA, MULÇUMANO,
PERPRETAR, quando, na verdade, deve-se dizer BICARBONATO, CADERNETA,
DENTIFRÍCIO, DEPEDRAR, ESTUPRO, LAGARTA, MUÇULMANO,
PERPETRAR.
5.11.7 TROCAR FONEMAS CONSONANTAIS
ATERRISSAR, CABEÇALHO, CONFLAGRAÇÃO, DESCARRILAR,
DESTRINÇAR, PANTOMIMA, SALSICHA, TÓXICO (KS) são as grafias corretas,
de modo que não se pode referendar qualquer outra variação advinda da invenção
popular e, portanto, própria da linguagem chula e descuidada. Inadmissível dizer ouescrever ATERRIZAR, CABEÇÁRIO, DESCARRILHAR, DESTRINCHAR,
PANTOMINA, SALCHICHA, TÓCHICO.
►ESTRAMBÓLICO OU ESTRAMBÓTICO?
Na língua culta, deve-se dizer estrambótico (esquisito, extravagante, ridículo).
A palavra deriva de “estramboto” ou “estrambote”, verso que os poetas
italianos acrescentavam ao soneto e, em consequência, esquisito, pois passava a ter maisde quatorze versos.
►História, história, estória
“História” (com “H” maiúsculo) é a ciência.
Exemplo: História do Brasil.
“história” (com “h” minúsculo) é uma narração, um conto, uma exposição
romanceada.O termo “estória”, proposto por João Ribeiro e divulgado entre os folcloristas,
não deve ser usado porque não há na língua como justificar.
►MANICURE OU MANICURA?
PEDICURE OU PEDICURA?
CABINE OU CABINA?
VITRINE OU VITRINA?
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As palavras portuguesas são “manicura”, “pedicura”, “cabina”, “vitrina”, pois
a norma é formar o feminino com a e não com e.
O termo “manicure”, “pedicure”, “vitrine”, “cabine” (com “e”) são franceses,
de modo que se deve dar preferência à forma aportuguesada.
►POR ISSO, DE REPENTE, A PARTIR DE
Tais expressões, por serem compostas por vocábulos independentes, são
grafadas separadamente .
A expressão “por isso” sempre deve ser grafada em duas palavras: por isso.
Também acontece com “por isto” e “por aquilo”, que têm, praticamente, o
mesmo sentido e ninguém hesita em escrever separado.
►PREVENIDO OU PREVINIDO? IRREQUIETO OU IRRIQUIETO?
PROVENIENTE OU PROVINIENTE?
O certo é “prevenido” , “irrequieto”, “proveniente”.
“Prevenir”, “prevenido”, “desprevenido”, “proveniente” escrevem-se com e,
pois derivam do verbo latino “venire”.
Por associação com o verbo “V I R”, há quem diga (ou escreva) “proviniente”,que é inaceitável.
►QUEDÊ, CADÊ ou QUEDE?
As expressões acima são errôneas sob a perspectiva da língua culta.
Corrija-se para “que é de”, ou seja, “que é feito de”?
EXEMPLOS:
Que é de sua coragem?(Que é feito de sua coragem?)
Que é do livro que você me prometeu?
(Que é feito do livro que você me prometeu?)
Que é da paciência que o caracterizava?
(Que é feito da paciência que o caracterizava?)
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Cadê: A expressão "cadê", a par de "quede", afeta à linguagem familiar, é
forma variante de "quedê?", no sentido de "que é (feito) de?" ou redução de "que é
dele?".
Exemplos: Quedê meu livro? Quede aquele homem? Cadê os rascunhos dos
ofícios?
Todavia, a expressão vernácula é "que é de?" e deve ser usada em
qualquer situação.
► DE SOPETÃO OU DE SUPETÃO?
O certo é “de supetão” (com “u”).
“Supetão” é da mesma família de “súbito” (com “u”). A propósito, “de
supetão” significa “de súbito”, isto é, “de repente”, “inesperadamente”.
6 MORFOLOGIA
6.1 Considerações sobre alguns verbos irregulares e defectivos
Flexionar e empregar corretamente verbos será sempre uma tarefa importante
para a capacidade expressiva do falante e fundamental para a estrutura da frase
apresentar-se sem imperfeições.Não faz tantos anos assim, mas época houve em que os alunos eram
condicionados a estudar verbos num exercício mnemônico dos mais "saudáveis" e (por
que não dizer?) saudosos.
Era ímpar a ansiedade que antecedia a hora da SABATINA (que não se
processava, necessariamente, num sábado, ocorrendo aí o fenômeno da CATACRESE),
quando já se visualizavam os estalados e doloridos "bolos" da honorável palmatória.
Com exceção do desgaste emocional, o resultado da atividade era semprepositivo, visto que habilitava os alunos quanto à conjugação dos mais diferentes verbos
e ao seu emprego de forma correta e desejável, de modo a evitar as aberrações hoje
verificadas no falar da maioria dos brasileiros.
É importante destacar o fato de que, pela força do uso constante das formas
incorretas, soam falsas aos nossos ouvidos as flexões corretas, deixam dúvidas e levam
outros a corrigir a quem se expressa correta e adequadamente.
Apresentam-se, a seguir, algumas considerações sobre flexão verbal, no intuito
de motivar o falante relativamente ao bem falar, a fim de buscar a expressão mais
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correta, prova inquestionável do interesse a ser dispensado ao idioma, "à última flor do
Lácio, inculta e bela", muito bela mesmo.
VEJA-SE:
• O verbo explodir não possui (na opinião da maioria dos gramáticos) a primeira
pessoa do singular do presente do indicativo e, consequentemente, não será
conjugado no presente do modo subjuntivo e no imperativo negativo.
• As formas - eu EXPLODO ou eu EXPLUDO, ou, ainda, eu quero que ele
EXPLODA - são inaceitáveis porque inexistentes, devendo-se empregar, no caso, eu
ESTOURO ou eu quero que ele ESTOURE, no lugar das formas citadas acima.
• O verbo precaver-se, defectivo da segunda conjugação e quase sempre empregado
pronominalmente, só possui a primeira e a segunda pessoas do plural do presente do
modo indicativo. Não é conjugado, em decorrência, no presente do subjuntivo e no
modo imperativo negativo.
As formas que lhe faltam são substituídas pelos verbos ACAUTELAR-SE,
PREVENIR-SE, PRECATAR-SE, ou por expressões equivalentes: TOMAR
CAUTELA, TOMAR CUIDADO.
• Eu me PRECAVENHO ou eu me PRECAVEJO, ou, ainda, que ele sePRECAVENHA ou PRECAVEJA são formas inexistentes e cujo emprego constitui
barbarismo.
• Os derivados do verbo PÔR - COMPOR, PROPOR, ANTEPOR, DISPOR, REPOR,
entre outros - sobretudo no pretérito perfeito e nos tempos dele derivados (pretérito
mais-que-perfeito do indicativo e pretérito imperfeito e futuro do subjuntivo),
sofrem graves alterações, devendo-se buscar a forma correta e, por isso mesmo,
desejável, como: ele PROPUSERA, tu COMPUSESTE, eles DISPUSERAM.• Curioso é observar que nem todos os verbos podem ser empregados no modo
imperativo por uma questão de lógica e de semântica.
Tal fenômeno ocorre com os verbos QUERER, CABER, PODER e
ACONTECER, entre outros, pois não se pode mandar alguém caber ou deixar
de caber em algum lugar, e assim sucessivamente.
Ao verbo COMPUTAR, faltam, por uma questão de bom gosto, as trêsprimeiras pessoas do singular do presente do indicativo e a segunda do singular
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do imperativo afirmativo. Portanto, não se diz ou escreve eu COMPUTO, tu
COMPUTAS, ele COMPUTA, substituem-se tais formas pelo verbo
CALCULAR.
Singular é o verbo FEDER, cujo emprego deve ser evitado por uma questão de
seleção vocabular, mas, se empregado, não é conjugado na primeira pessoa do
singular do presente do modo indicativo, talvez por questão de amor próprio, no
entender dos gramáticos, pois difícil será alguém declarar eu FEDO. Na
verdade, quando estritamente necessário, substituir o verbo FEDER por
CHEIRAR MAL.
PARIR, embora pouco empregado, merece referência porque recebe um "i" em
certas formas, talvez para diferençar do verbo PARAR. Emprega-se eu
PAIRO, que ela PAIRA. O verbo PARIR não pode ser conjugado no masculino, razão por que é
considerado defectivo.
O verbo PENTEAR, popularmente, sofre alterações no seu emprego, sobretudo
em relação ao presente do indicativo e do subjuntivo, sendo comum ouvir eu
PENTIO, ela PENTIA, que tu PENTIES, no lugar de eu PENTEIO, ela
PENTEIA, que tu PENTEIES.
O verbo ENTRETER-SE, à semelhança dos verbos derivados de TER, é objetode graves alterações e são quase unânimes construções como:
• Eu me ENTERTO vendo televisão.
• As crianças ENTERTERAM-SE na festa com o palhaço.
• Eu me ENTERTI lendo e o tempo passou rapidamente. Tu te ENTERTES também?
Inúmeras são as construções aberrantes, tão comuns, a ponto de adquiriremforça de norma, com, muitas vezes, ocorrências de correção dos tão desejáveis
empregos:
• Eu me ENTRETENHO vendo televisão.
• As crianças ENTRETIVERAM-SE na festa com o palhaço.
• Eu me ENTRETIVE lendo e o tempo passou rapidamente. Tu te ENTRETÉNS
também?
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Por extensão, os derivados MANTER, RETER, DETER, CONTER, ABSTER,
ATER-SE, entre outros, sofrem as mesmas "modificações".
O verbo VER e seus derivados - REVER, PREVER, ANTEVER - são objeto
também de flexões inadequadas, sobretudo quando empregados no futuro do
modo subjuntivo.
Se tu VERES, se tu REVERES, se ele PREVER ou quando nós
ANTEVERMOS constituem exemplos corriqueiros do flagrante desleixo ou
desconhecimento do usuário do idioma relativamente à flexão desses verbos.
Em relação ao verbo VIR e seus derivados INTERVIR, CONVIR, ADVIR,
entre outros, as construções mais corriqueiras e indesejáveis dizem respeito ao
emprego da primeira pessoa do plural do presente do modo indicativo.
• Nós VIMOS aqui para parabenizar-te.
• Nós CONVIMOS que é o melhor para todos.
• Inaceitável é nós VIEMOS aqui ou CONVIEMOS, em se tratando do presente do
modo indicativo.
Outro emprego comum, mas incorreto, incide no pretérito perfeito desses
mesmos verbos, sendo "antológicas" as flexões:Ele INTERVIU, ele CONVIU, eu INTERVI, evidentes exemplos do
desprestígio por que passa a nossa língua.
Ele INTERVEIO, ele CONVEIO, eu INTERVIM são as formas corretas.
7 SINTAXE
7.1 Concordância
7.1.1 Concordância Nominal
CASOS PARTICULARES
Quando o falante, por descuido ou desconhecimento, efetua uma concordância
defeituosa, comete infração à norma linguística e incide em VÍCIO DE LINGUAGEM.
Pesquisa, leitura, cuidado, zelo, interesse, atenção – palavras importantes paraquem deseja expressar-se bem, em consonância com a língua padrão.
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Observe-se:
7.1.1.1 MUITO OBRIGADA - EU MESMA - EU PRÓPRIA
A mulher deve dizer muito obrigada, eu mesma, eu própria. Obrigada é um
adjetivo sinônimo de grata, reconhecida, penhorada e concorda com o nome
(masculino ou feminino) a que se refere. – Os pronomes de reforço mesmo, próprio
também concordam com o gênero da pessoa que substituem.
Muito obrigada, disse a professora, comovida.
Ela mesma preparou a festa cuidadosamente.
7.1.1.2 SÓ - SÓS
No sentido de sozinho, será adjetivo e, portanto, variável: só, sós:Eles estão sós. – Ele está só. – Eles ficaram sós.
Quando só tiver o sentido de somente, apenas, unicamente, será
advérbio e, assim, ficará invariável.
Só José faltou à aula.
Há, ainda, a locução adverbial a sós, invariável, que significa sem mais
companhia.
Em certos momentos, todos gostam de ficar a sós.
7.1.1.3 QUITE - QUITES
Quite, adjetivo, significa livre, desobrigado e deve concordar com o número
do nome a que se refere.
Estou quite com minhas obrigações.
Eles não estão quites com a entrega dos trabalhos.
7.1.1.4 ANEXO(S) - ANEXA(S)
Anexo, incluso, apenso, adjetivos, devem variar.
Remeto-lhe, anexa, a conta. – Anexa segue a foto. – Os documentos apensosdevem ser arquivados. A lista de material inclusa foi aprovada ontem pelo gerente.
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► A expressão em anexo é invariável e, atualmente, está em franco desuso.
7.1.1.5 MEIO
Como adjetivo ou numeral fracionário, modificador de substantivo,
meio se flexiona e significa METADE: meio-dia, meia-noite.
A mim basta meia porção. Não gosto de meias palavras.
Como advérbio, modificador de adjetivo, meio fica invariável e
significa UM POUCO:
Sua cabeça, meio pendida para trás, lembrava um boneco de molas.
7.1.1.6 ENTRADA É PROIBIDO - A ENTRADA É PROIBIDA
Quando o sujeito do verbo ser é tomado em sua generalidade, sem
qualquer determinante, o adjetivo que está na função de predicativo
permanece neutro (forma masculina).
Pimenta é bom para tempero. – Entrada é proibido. – Paciência é necessário.
Entretanto, se o substantivo, na função de sujeito, vier determinado,
a concordância do predicativo será regular.
Esta pimenta não é boa. – A entrada é proibida. – Aquela passagem é
permitida?
7.1.1.7 LESO – PSEUDO - ALERTA
O adjetivo leso deve concordar em gênero e número com o
substantivo a que se anexa.
Foi um crime de lesa-pátria.
Seu vestido era um crime de leso-gosto.
Pseudo, prefixo, é invariável.
Os pseudomédicos são facilmente descobertos.
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Alerta é advérbio e, portanto, invariável.
Os soldados estavam alerta.
Os bombeiros ficam sempre alerta.
7.1.2 Concordância Verbal
7.1.2.1 VERBOS IMPESSOAIS
É importante observar como se empregam, com frequência, os verbos HAVER
e FAZER flexionados em determinadas construções, apesar de o emprego desses verbos
exigir, por serem IMPESSOAIS, sempre a terceira pessoa do singular.
Cumpre, porém, inicialmente, esclarecer quando um verbo é empregado
IMPESSOALMENTE.
Entende-se por IMPESSOAL:
a) o verbo empregado sempre na terceira pessoa do singular;
b) o verbo que não flexiona nas demais pessoas; e
c) o verbo que não possui sujeito, de forma que constitui uma oração sem
sujeito.
Casos haverá, porém, em que os verbos HAVER e FAZER flexionarãonormalmente.
O verbo HAVER é considerado IMPESSOAL quando significar:
a) EXISTIR
Havia muitas pessoas na conferência.
b) ACONTECER, SUCEDERApesar da chuva e dos transtornos por ela causados, não houve interrupção na
obra.
c) PASSAR-SE, TER OCORRIDO, DECORRER, FAZER
Havia muitos anos que isso acontecera.
d) REALIZAR-SE
Haverá festas e comemorações pela passagem do Dia da Pátria.
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e) SER POSSÍVEL
Não houve demovê-lo de sua idéia.
Também é importante observar o fato de que o verbo haver, ao formar uma locução
verbal, transmitirá ao verbo auxiliar sua impessoalidade, de forma que este também
deverá ser empregado, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Vai haver festas cívicas no próximo mês.
Está havendo muitas oportunidades de trabalho com a expansão do mercado.
Tem havido muitos pronunciamentos favoráveis sobre o assunto.
Tal como o verbo haver, o verbo fazer também será impessoal
quando indicar tempo – cronológico ou meteorológico – e, quando
for verbo principal numa locução verbal, tornará o verbo auxiliar
também impessoal:
Fez dias quentes nesta semana.Presume-se que irá fazer dias ainda mais quentes no próximo mês.
Fazia muitos anos que não viajávamos.
Haverá casos, porém, em que o verbo haver será pessoal, flexionará
normalmente e apresentará sujeito, quando significar:
a) TER, POSSUIRPediu-lhes que houvessem mais zelo no desempenho das atividades.
b) OBTER, CONSEGUIR, ALCANÇAR
Os funcionários houveram ampliação do prazo para apresentação dos
trabalhos.
c) PORTAR-SE, DESINCUMBIR-SE
Como nós nos haveremos diante de tão difícil missão?
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d) CONSIDERAR, ENTENDER, JULGAR
Como haverão eles tão estranho comportamento?
e) ENTENDER-SE, AJUSTAR CONTAS
Eles se haverão com o chefe se não observarem o prazo.
Com as expressões bem haja (ser feliz, ter êxito) e mal haja (ser infeliz, ser
mal-sucedido), o verbo haver é pessoal.
Bem hajam os que amam seu próximo e mal hajam os que procedem
diversamente.
A expressão haja vista apresenta como peculiaridade o fato de ser pessoal e,
sobretudo, por ser a palavra vista, na expressão, invariável.
Haja vista os pedidos de mudança. (por exemplo)
Haja vista aos pedidos de mudança. (lançar a vista)
Hajam vista os pedidos de mudança. (ter vista)
7.2 Regência
REGÊNCIA NOMINAL é a maneira como o nome – substantivo, adjetivo ou
advérbio - se relaciona com os seus complementos.
Há nomes que admitem mais de uma preposição, sem que o sentido seja alterado.
Estou habituado a esse tipo de atividade.
Estou habituado com esse tipo de atividade.
Está apto ao serviço.
Está apto para o serviço.
7.2.1 Regência Nominal
Acessível a, para, por
Acostumado a, com
Adaptado a
Diferente com, de, em, entre,
por
Difícil a, de, em, para
Natural a, de, em
Necessário a, em, para
Negligente em
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Afável a, para, para com
Aflito com, por
Agradável a, de, para
Alheio a, de
Alienado deAlusão a
Amante de
Análogo a
Ansioso de, para, por
Apto a, para
Assíduo a, em
Atento a, em, para
Ausente a, de, emAversão a, em, para, por
Avesso a
Ávido de, por
Bacharel em, por
Benéfico a, para
Capaz de, para
Certo com, de, em, para
Compatível com
Compreensível a, para
Comum a, com, em, entre,
para, de
Confiança em
Constante de, em
Contemporâneo a, de
Contíguo a
Contrário a, de, de, em, por
Curioso a, de, por
Desatento a
Descontente com, de
Desejoso de
Desfavorável a, para
Devoto a, de
Digno de
Entendido em, por
Equivalente a, de
Erudito em
Escasso de
Essencial a, de, em, paraEstranho a, de
Fácil a, de, em, para
Favorável a
Fiel a, em, para com
Firme em
Generoso com, para, para
com
Grato a, para, porHábil a, em
Habituado a, com, em
Hostil a, contra, para com
Horror a, de, diante de, por
Idêntico a, em
Impossível a, para, de
Impróprio a, de, para
Imune a, de
Inclinação a, para, por
Incompatível com
Inconseqüente com, em
Indeciso em, entre, quanto a,
sobre
Independente de
Indiferente a, com, diante de,
em, para
Indigno de
Inerente a, em
Irascível de
Junto a, com, de
Leal a, com, em, para com
Lento de, em
Liberal com, de, em, para
com
Medo a, de
Nocivo a
Ojeriza a, com, contra, por
Paralelo a, com, de, entre
Parco com, de, emPassível de
Perito em
Permissível a
Perpendicular a
Pertinaz em
Possível a, de
Possuído de, por
Posterior aPreferível a
Prejudicial a
Presente a
Prestes a, em, para
Propenso a, para
Propício a, para
Próximo a, de
Relacionado com
Residente em
Responsável a, de, por
Rico de, em
Seguro com, para, por, de, em
Semelhante a, em
Sensível a, para
Sito em, entre
Situado a, em, entre
Suspeito a, de
Transversal a
Útil a, em, para
Vinculado a
Versado em
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97
7.2.2 Regência Verbal
7.2.2.1 ABDICAR
Intransitivo - Os reis abdicam.
Transitivo direto - Ele abdicou o governo.
Transitivo indireto – regido pelas preposições em / de
“D. João de Bragança abdicaria no filho.”
“D. Inês abdicou da sua coroa de orgulho.”
7.2.2.2 ABRAÇAR
Transitivo direto - 1 apertar entre os braços, adotar, seguir, escolher
O rio abraça a cidade em toda a volta.
Eu abraço-o pelo seu aniversário.
O aluno abraçou a carreira da medicina.
2 abraçar-se a alguém, a alguma coisa, com alguém, em
alguém, contra alguma coisa.
Quando melhorou, abraçou-se à mãe.
A criança abraçava-se no tio.
“...corríamos a abraçar-nos com ela.” (Herculano)
7.2.2.3 ACERTAR
Transitivo direto - Não acertei sua intenção.
Transitivo indireto – acertar de
Uma vez que discutiam sobre o assunto, acertaram de debater.
Intransitivo – acertar em / com
O tiro acertou no alvo.
Nem sempre acerto com o que quero.
7.2.2.4 ACONSELHAR
Transitivo direto – dar conselhos
Minha mãe aconselhou-o muito.
Transitivo direto e indireto – aconselhar alguma coisa a alguém / alguém dealguma coisa / aconselhar-se com alguém
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Aconselhou-nos prudência.
Aconselhou-o sobre o modo de viver.
Aconselhou-se com os pais.
7.2.2.5 ACORDAR
Transitivo direto – Acordou as crianças.
Transitivo direto e indireto
1 acordar a alguém alguma coisa
Esta leitura acordou-me a lembrança da infância.
2 acordar em alguma coisa
Acordaram em estudar.
3 acordar alguma coisa com outra
É preciso acordar o descanso com o estudo.
4 acordar-se
Acordaram-se os inimigos.
7.2.2.6 AGRADAR
Transitivo direto - acariciar, contentar, satisfazer
A avó agrada a neta.
A inocência das crianças agradava-os.
Transitivo indireto
a) agradar a = ser agradável, parecer bom
O orador agradou ao público.
A resposta não lhe agradou.
b) agradar-se com alguém, de alguém, em alguémMostrou que se agradou do novo programa.
7.2.2.7 AGRADECER
Transitivo direto – agradecer alguma coisa
Agradeci o elogio.
Transitivo indireto – agradecer a alguém
Agradeci-lhe.
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Transitivo direto e indireto – agradecer alguma coisa a alguém.
Agradeci-lhe o elogio.
7.2.2.8 ASPIRAR
Transitivo direto – sorver, absorver, exalar
Em São Paulo, aspira-se um ar poluído.
Transitivo indireto – regido pela preposição a – desejar, alcançar, pretender
Aspiramos a uma vida de sossego.
Nota: Não se diz aspiro-lhe, e sim aspiro a ela.
• Assim como aspirar, também respeitam o pronome lhe os seguintes verbos:
assistir, aludir, comparecer, consentir, proceder, anuir, aceder.
7.2.2.9 ASSISTIR
Transitivo indireto - assistir a, ser espectador de, presenciar, comparecer,
competir, caber (no sentido de ter direito, razão).
• Nesses sentidos, é regido pela preposição a.
• No sentido de competir, caber - ter direito / razão, pode-se empregar a forma
pronominal lhe.
O espetáculo a que assistimos foi excelente.
Não assiste ao candidato esse direito.
• Nota: No sentido de competir, caber (direito, razão), tem cabimento a forma
pronominal lhe.
“...nem lhe assistiam tais razões.”
Transitivo direto – ajudar, proteger alguém, dar socorro, tratá-lo ou confortá-lo
moralmente.
Assistia o secretário como diretor.
• Na acepção de socorrer, dar assistência, usa-se indistintamente objeto direto ou
objeto indireto.
• A substituição do complemento faz-se pelas formas o, a, lhe(s).
Todo médico assiste seu doente ou Todo médico assiste a seu doente.
Intransitivo – morar, residir - regido pela preposição em.
A graça do Espírito Santo assiste no coração dos bons.
7.2.2.10 ATENDER
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Transitivo direto ou indireto – deferir
O diretor não atendeu o (ao) pedido.
Transitivo indireto – atender a, concentrar a atenção em, tomar em consideração.
As recepcionistas faziam prodígios, atendendo aos interessados.
• Se o complemento for um pronome pessoal referente à pessoa, só se empregam as
formas objetivas diretas – o(s), a(s).
O diretor atendeu-os.
7.2.2.11 CHAMAR
Intransitivo – invocar
Chamo e ninguém atende.
Transitivo direto – fazer vir alguém, dizendo-lhe o nome, ou, por meio de
sinais, solicitar a presença.
Mandou chamar os deuses do mar.
Transitivo indireto – “...disse a Capitu que a filha chamava por ela.”
Transitivo direto ou indireto e predicativo do objeto – apelidar, dar nome de
Chamou-o mentiroso. (POD)
Chamou-o de mentiroso. (POD)
Chamou-lhe mentiroso. (POI)
Chamou-lhe de mentiroso. (POI)
7.2.2.12 CHEGAR / IR / DIRIGIR-SE
Intransitivos – chegar a, ir a, dirigir-se a
Eles chegaram a casa finalmente.
Os bandeirantes foram ao sertão.
Os convidados dirigiram-se ao salão.
• CHEGAR
Transitivo direto e indireto
1 chegar uma coisa à outra
Chegou a brasa à sua sardinha.
2 chegar-se, chegar-se de, chegar-se aChegou-se a mim.
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• Nota: Em cheguei na hora exata, a preposição em está usada corretamente
porque indica tempo e não lugar.
7.2.2.13 CUSTAR ● ser custoso, ser difícil
Com esse sentido, tem por sujeito uma oração reduzida de infinitivo, que pode ser
precedida pela preposição expletiva a ou ter por sujeito aquilo que é difícil.
Essa maneira de construir o verbo custar, ainda que possa contrariar os rigorosos
preceitos da gramática, já está consagrada pelo uso constante de renomados
escritores.
Com este significado, só pode ser empregado na terceira pessoa do singular.
“Custou-me (a) deixar meu pai.” (Camilo)
• Transitivo direto – ter o valor de
Este livro custou cinquenta e dois reais.
• Transitivo direto e indireto – ser adquirido pelo preço de, causar, acarretar
consequência.
“Esta obrigação custou-lhe lágrimas, mas não hesitou um instante.”
(Camilo Castelo Branco)
7.2.2.14 ESQUECER / LEMBRAR
• A estes verbos, quando usados com a significação própria de olvidar (não
olvidar), sair (não sair) da lembrança, oferecem-se três construções:
Transitivos diretos - Esqueci o compromisso.
Lembrei o dia de seu aniversário.
Transitivos indiretos – acompanhados de pronome reflexivos, têm complementos
introduzidos pela preposição de:
Naquele dia, esquecera-se das preocupações.
Não me lembrei do compromisso.
• Numa terceira construção, de uso literário, há uma curiosa particularidade:
o objeto vai figurar como sujeito.
Esqueceu-me o compromisso.
Intransitivos – Esquecer é próprio dos idosos e lembrar, dos mais jovens.
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7.2.2.15 GOSTAR
Transitivo direto – provar, experimentar
Gostei o vinho e achei-o azedo.
Transitivo indireto – achar bom gosto ou sabor, ter afeição, aprovar idéias.
Gostaram da palestra proferida pelo orador.
7.2.2.16 HABITAR, MORAR, RESIDIR
Intransitivos – habitar, morar, residir em.
Tu habitas num bairro distante.
Moramos na rua Maceió.
7.2.2.17 INFORMAR
Transitivo direto e indireto – informar alguém de ou sobre alguma coisa
informar alguma coisa a alguém
Informaram os alunos sobre o dia da prova.
Informaram aos alunos o dia da prova.
Transitivo direto
1 informar um requerimento, um processo, dar informação ou parecer, esclarecer.
Peço informar o presente processo.
2 inteirar-se, pôr-se a par de alguma coisa. Vem acompanhado de pronome reflexivo e
seguido de complemento introduzido pelas preposições de ou com:
Informou-se com o atendente.
7.2.2.18 INTERESSAR
Transitivo direto – ofender, ferir, despertar a atenção de, dizer respeito a.
A facada interessou o pulmão direito.
Este assunto interessa diretamente os alunos.
Interessei-o nesta empresa.
Transitivo indireto – regido pela preposição a no sentido de ser proveitoso,
ser do interesse de alguém.
Este assunto interessa a todos.
“Resta-me dizer-lhe se em alguma coisa lhe possa interessar minha vida.”(Machado de Assis)
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• Nota: Com o sentido de empenhar-se, tomar interesse por, vem acompanhado
do pronome reflexivo e seguido de complemento com as preposições em e por.
José interessava-se nos estudos.
7.2.2.19 OBEDECER / DESOBEDECER
Intransitivos - O ministro assegurou que não obedeceria.
Transitivos indiretos – regidos pela preposição a e, conquanto sejam transitivos indiretos,
admitem a construção passiva:
Devemos obedecer aos mandamentos da Lei de Deus.
Não se deve desobedecer aos sinais de trânsito.
A lei foi obedecida.
7.2.2.20 PAGAR / PERDOAR
Transitivos diretos – pagar uma dívida, expiar, pagar alguma coisa
perdoar alguma coisa.
Escolheu algumas flores e pagou-as.
“Não perdoava cegueiras de amor porque não amara nunca.”
(Camilo Castelo Branco)Transitivos indiretos – pagar a alguém, por alguém / perdoar a alguém
Deus padeceu e pagou por ti.
Pagamos à professora.
“Perdoa a mísero, como perdoaste aos algozes que te crucificaram.”
(Herculano)
Transitivos diretos e indiretos – pagar / perdoar alguma coisa a alguém
Perdoa ao ofensor a calúnia.
“...sendo forçoso pagar a visita a Luís Garcia.” (Machado de Assis)
7.2.2.21 PENSAR
Intransitivo – combinar idéias, raciocinar
“Penso, logo existo.” (Descartes)
Transitivo indireto – pensar em, tencionar, meditar, lembrar-se
Ele pensa em sua carreira.
Transitivo direto – julgar, supor, imaginar, aplicar curativo a
A enfermeira pensava os feridos.
O fazendeiro pensava os cavalos.
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7.2.2.22 PRECISAR
Transitivo direto - indicar com exatidão.
A testemunha precisou bem o lugar e a data.
Transitivo indireto – carecer, ter necessidade (regido pela preposição de)
O País precisa de bons estudantes.
• Nota: Alguns autores consideram este verbo como VTD ou VTI no sentido de ter
necessidade: Precisa-se de operários ou precisam-se operários.
7.2.2.23 PREFERIR
Transitivo direto – dar primazia, querer antes
Ele preferia os lugares que o pai preferia.
Transitivo indireto – preferir a alguém
Preferir a todos nos concursos.
Transitivo direto e indireto – preferir uma coisa à outra.
Ele disse que preferia o nome popular ao nome oficial.
Nota: Não se admite com este verbo o emprego de mais, menos, muito mais, muito
menos, antes, mil vezes, um milhão de vezes, uma coisa que, ou do que.
7.2.2.24 QUERER
Transitivo direto - desejar, ter intenção ou vontade
Quero tua felicidade.
Transitivo indireto – ter afeto a alguém, amar alguém ou alguma coisa
A professora quer muito aos alunos.
7.2.2.25 RESPONDER
Intransitivo – “Deus, ó Deus, onde estás, que não respondes?” (Castro Alves)
Transitivo direto – dizer ou escrever uma resposta
Não respondeu senão termos agradecidos.
Transitivo indireto – replicar, dizer ou escrever alguma coisa em resposta da
pessoa ou coisa a que se responde.
“Capitu começara a escrever-me cartas, a que respondi com brevidade e sequidão.”
(Machado de Assis)
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7.2.2.26 SUCEDER
Intransitivo – acontecer
Um importante evento sucederá.
Transitivo indireto – vir depois, substituir, ser sucessor
D. Pedro sucedeu a D. João VI.
7.2.2.27 VISAR
Transitivo direto – dar visto, mirar, apontar arma
Os arqueiros visavam o alvo.
O diretor visou todos os boletins.
Transitivo indireto – aspirar, pretender, ter como objetivo (prep. a)
Estas lições visam ao estudo da língua.
O ensino visa ao progresso social.
7.3 Colocação dos Pronomes
Os pronomes pessoais oblíquos átonos – me, te, se, lhe (s), o (s), a (s), nos, vos - em
relação ao verbo, podem aparecer em três posições:
● antes do verbo (próclise);● no meio do verbo (mesóclise);
● depois do verbo (ênclise).
7.3.1 Próclise
A próclise ocorre quando há palavras atrativas, que trazem o pronome para antes do verbo,
como:
• os advérbios de maneira geral.Aqui se vive bem.
Obs.: Se o advérbio vier marcado por pausa – sinal de pontuação – ocorre a ênclise.
Aqui, vive-se bem.
• as palavras negativas – não, nem
Nem nos viu.
• os pronomes indefinidos e demonstrativos. [tudo, nada, ninguém, algum, cada, todos, isso,
isto, essa, aquele...]Ninguém o viu aqui.
Isso me deixa alegre.
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• os pronomes relativos [que, quem, o/a qual, os/as quais, cujo, cuja (s), onde, quanto,
quanto (s)]
Este é um lugar onde me sinto bem.
• as conjunções subordinativas. [todas]Não sei se o verei ainda hoje.
• a preposição em seguida de gerúndio.
Em se fazendo tarde, todos se retiraram.
• em frases exclamativas e interrogativas, iniciadas por palavras ou expressões exclamativas
e interrogativas.
Como te comportaste mal durante a reunião!
Por que o chamas?
• em frases optativas (expressam desejos, previsões).
O anjo da guarda te ilumine.
A vida lhe seja calma.
• com o infinitivo pessoal (flexionado):
Já é tempo de eles se dedicarem mais às pesquisas.
7.3.2 Mesóclise
A mesóclise ocorre somente com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito,
desde que não se justifique a próclise.
Procurar-te-ei quando necessário.
Dar-me-ias o apoio de que necessito?
• A mesóclise só ocorrerá se não houver um dos casos que justifique a próclise.
Tudo lhe contarei, pois não há segredos entre nós.
• Com estes tempos verbais – futuro do presente e futuro do pretérito – não ocorre a ênclise.
Enviar-nos-á o pacote e, jamais, - Enviará-nos.
7.3.3 Ênclise
A ênclise ocorre:
• em frase iniciada por verbo desde que não esteja no futuro.
Ouço-o cantar e reconheço a música do sertão.
• nas orações reduzidas de infinitivo.
Convém dizer-lhe a verdade.
• com o gerúndio, desde que não venha antecedido da preposição em.
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O guarda apitou, avisando-lhe que era proibido estacionar.
• nas frases imperativas afirmativas.
Pai, ajude-me!
• Não ocorre ênclise com verbo no particípio: Tenho-lhe dado ajuda e nãoTenho dado-lhe ajuda.
7.4 Pontuação
EMPREGO DA VÍRGULA
Emprega-se a vírgula para separar:
a) termos da mesma função sintática, não ligados por conjunção.
Ele comprou livros, cadernos, lápis, canetas.
b) adjuntos adverbiais, desde que um não modifique o outro.
Às pressas, ele esteve na cidade ontem.
c) termos pleonásticos
O processo, já o despachei.
d) vocativos
“Não chores, meu filho, não chores.”
e) orações intercaladasNão tremas, dizia ele, enfrenta a situação.
f) orações reduzidas
Chegando a casa, começou a preparar-se para a viagem.
Terminada a aula, todos se retiraram.
g) orações coordenadas assindéticas
Ele viajou, passará três meses em Campinas, voltará em setembro.
h) intercalação de certas conjunções, tais como: contudo, porém, entretanto, logo, poisEstudava muito para os exames, todavia, não alcançava bom resultado.
i) os apostos
Manaus, minha cidade, passa por grandes transformações.
j) Emprega-se a vírgula, ainda, para indicar a elipse do verbo
Ela estuda Física e ele, Matemática.
OBS.: Não se emprega vírgula entre:
a) sujeito e predicado: Eu, não desisti do negócio. (errado)b) predicado e complemento: Eu não desisti, do negócio. (errado)
c) nome e adjunto adnominal: Eu não desisti do, negócio. (errado)
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PONTO E VÍRGULA
É recomendável o emprego do ponto e vírgula nos seguintes casos:
a) Na separação dos diversos itens de uma enumeração ou dos considerandos de uma lei,
decreto.
b) Na separação de idéias que resumem fato anteriormente expresso.
Os investimentos em educação são importantes; permitirão, assim, o acesso de
maior número de pessoas aos bancos escolares.
PONTO
a)
O uso do ponto parágrafo justifica-se:● para dar relevo às conclusões;
Exemplos:
A instalação de computadores na rede escolar permitirá aos alunos maior acesso a
informações e possibilidade de atualização. Dessa forma, cabe aos professores incentivar os
alunos à prática da pesquisa e análise crítica dos dados coletados.
● Nas datas, recomenda-se o emprego do ponto depois do ano.
Manaus, 22 de julho de 2008.
● Não se separam por ponto as letras que compõem siglas.
PMM, EBCT, AM, SEMSA
● Nas abreviaturas que indicam MEDIDA, não se coloca ponto.
25kg 13m 3t 500g 2,5m 5km
● Nos títulos e subtítulos de um parecer ou de um relatório.
● No endereçamento de qualquer correspondência.
DOIS PONTOS
É recomendável o uso de dois pontos nos seguintes casos:
● Na introdução de enumerações;
● Na introdução de declarações textuais atribuídas a determinadas pessoas;
● Na introdução de esclarecimento, explicação, síntese ou consequência do que foi
anunciado.
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ASPAS
Recomenda-se o emprego de aspas nos seguintes casos:
● nas citações, como forma de auxiliar o leitor a separar pessoa que fala de pessoa de
quem se fala.● nos estrangeirismos, neologismos ou expressões técnicas limitadas a determinadas
categorias profissionais.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
● Não cabe ponto de interrogação em títulos, subtítulos ou outras estruturas
interrogativas indiretas.
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
● Por revestir-se de caráter impessoal, não se justifica na redação oficial a utilização do
ponto de exclamação.
TRAVESSÃO
►Travessões simples ou duplos devem ser utilizados:► para enfatizar termo ou expressão considerada importante no contexto.
► para ligar palavras ou grupos de palavras encadeadas na frase.
7.5 Semântica
7.5.1 Parônimos e Homônimos
Parônimos: palavras com sentido diferente, mas semelhantes na escrita e na pronúncia.
ratificar (confirmar) - retificar (corrigir)comprimento (extensão) - cumprimento (saudação)
Homônimos: palavras com sentido diferente, mas com a mesma pronúncia ou com a
mesma escrita.
● perfeitos: mesma pronúncia e mesma escrita.
A manga é uma fruta gostosa.
A manga do vestido ficou bufante.
● imperfeitos:
● homônimos homógrafos ou heterofônicos: escrita igual, pronúncia diferente.
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A sede do clube fechou.
Estou com sede.
● homônimos homófonos ou heterográficos: escrita diferente, pronúncia igual.
Ele viajou na sexta-feira.
Coloque as maçãs na cesta.
Parônimos e Homônimos
Absolver – inocentar Absorver – esgotar, consumir
Acender – pôr fogo em Ascender – elevar-se
Acerto – ajuste Asserto – proposição afirmativa (assertiva)
Amoral – sem o senso da moral Imoral – contrário à moral
Caçar – perseguir Cassar – anular
Cavaleiro – que anda a cavalo Cavalheiro – educado
Censo – recenseamento Senso – juízo, raciocínio
Cessão – ato de ceder Sessão – tempo que dura uma reunião
Seção (ou secção) – departamento, divisão
Comprimento – extensão Cumprimento – saudação; ato de cumprir
Concerto – harmonia; sessão musical Conserto – reparo
Costear – navegar junto à costa; passar ao lado de Custear – arcar com as despesas de
Deferir – conceder, atender (deferimento) Diferir – ser diferente, adiar (diferimento)
Descrição – ato de escrever Discrição – qualidade de discreto
Delatar – denunciar Dilatar – alargar
Descriminar – inocentar, descriminar Discriminar – separar, distinguir, discernir
Despensa – lugar onde se guarda alimento Dispensa – ato de dispensar, licença
Despercebido – sem ser notado Desapercebido – desprevenidoDessecar – secar completamente, enxugar Dissecar – analisar minuciosamente
Destratar – insultar Distratar – desfazer um trato
Docente – professor; relativo ao professor Discente – estudante; relativo ao estudante
Elidir – eliminar Ilidir – refutar
Emergir – vir à tona, sair Imergir – mergulhar
Emérito – insigne Imérito – não merecido
Eminente – importante, destacado Iminente – prestes a ocorrer
Estância – fazenda de criação; lugar de repouso;
estrofe
Instância – insistência; jurisdição
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Empossar – dar posse Empoçar – formar poça
Extreme – genuíno, puro Extremo – distante
Evocar – lembrar Avocar – chamar, atrair
Florescente – que floresce, próspero Fluorescente – que tem fluorescência
Flagrante – evidente Fragrante – aromático
Incipiente – que está no início Insipiente – ignorante
Incontinente – imoderado, descontrolado “Incontinenti” (latim, pelo VOLP) – imediatamente
Indefeso – sem demora, desarmado Indefesso – incansável, laborioso
Infligir – aplicar pena ou castigo Infringir – transgredir, violar
Intemerato – puro Intimorato – corajoso
Incerto – duvidoso Inserto – inserido
Intercessão – ato de interceder Intersecção – ato de cortar
Mandado – ordem judicial Mandato – procuração, legislatura
Óptico – deriva de “óptica”, considerado relativo
ao olho ou parte da Física
Ótico – relativo ao ouvido, podendo ser vocábulo variante
de “óptico”
Pleito – disputa Preito – homenagem
Preeminente – nobre, distinto Proeminente – saliente
Preceder – vir antes Proceder – agir; originar-se
Prescrever – receitar; expirar prazo Proscrever – afastar, expulsarRatificar – confirmar Retificar – corrigir
Remição – resgate Remissão – perdão, menção a
Retaliar – revidar, exercer represália Retalhar – cortar em pedaços
Reincidir – tornar a cair, repetir Rescindir – tornar sem efeito, dissolver
Sobrescrever – endereçar, escrever sobre Subscrever – assinar; escrever embaixo de
Soar – produzir som Suar – transpirar
Subvenção – ajuda, contribuição Subversão – revolta, insubordinação
Tráfego – movimento – trânsito Tráfico – comércio
Usuário – aquele que usa Usurário – avaro; agiota
Viagem – jornada Viajem – flexão de viajar
Tacha – tipo de prego, mácula Taxa – tributo
Tachar – desaprovar, censurar, embebedar-se Taxar – determinar “taxa” de “tributo”
Vultoso – grande, volumoso Vultuoso – atacado de vultuosidade - (vermelho e
inchado - congestionamento facial)
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7.5.2 Expressões de Uso a Ser Evitado e Outras de Uso Recomendável
O sentido das palavras liga-se intimamente à tradição e ao contexto de seu uso, de forma
que existem vocábulos e expressões, cujo continuado emprego com determinado sentido os
transforma em expressões de uso consagrado. As expressões consideradas de uso a ser evitado
ou de uso recomendável atendem, sobretudo, ao princípio da clareza e à transparência,
imprescindível na elaboração de todo texto oficial, cuja linguagem deve sempre se pautar pelo
padrão culto formal da língua.
Não devem constar, portanto, nos textos oficiais, coloquialismos ou expressões de uso
restrito a determinados grupos, a fim de não tornar seu conhecimento restrito. A repetição
excessiva de uma mesma palavra, quando não há outra para substituí-la sem prejuízo ou
alteração do sentido, deve ser evitada, assim como as expressões formadoras de cacófatos, “oencontro de sílabas, formando um novo termo com sentido torpe ou ridículo”.
Apresenta-se, a seguir, lista de expressões cujo emprego deve ser evitado, com indicação
paralela de alternativas vocabulares, a fim de eliminar dos expedientes oficiais o uso
frequente e indeterminado de determinadas construções.7
9
1 à medida que/na medida em que
à medida que, com o mesmo sentido que à proporção que, ao passo
que, conforme.
Os preços começaram a baixar à medida que o novo plano econômico passou a vigorar.
na medida em que, com o mesmo sentido de pelo fato que, uma vez
que.
Na medida em que os recursos forem sendo liberados, o projeto terá andamento.
Evitem-se: à medida em que, na medida que...
2 a partir de
A partir de deve ser empregado, preferencialmente, no sentido temporal.
Esta Portaria passa a vigorar a partir da data de sua publicação.
Evite-se empregar a expressão a partir de com o sentido de com base em.
9 Manual de Redação da Presidência da República, 1991.
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3 ambos/todos os dois
Ambos significa os dois, ambos ou um e outro.
Evitem-se expressões pleonásticas, como ambos dois, ambos os dois, ambos de dois,
ambos a dois.
Quando for o caso de enfatizar a dualidade, deve-se empregar todos os
dois.
Todos os dois Secretários apuseram suas assinaturas no Projeto.
4 informar
Deve ser alternado com avisar, comunicar, inteirar, dar conhecimento.
5 nem
Conjunção aditiva que significa e não, tampouco. Dispensa, portanto, a conjunção e.
Não estuda nem trabalha.
Evite-se a dupla negação: não nem, nem tampouco.
6 no sentido de
Deve ser alternado com as expressões com vistas a, a fim de, com a finalidade de.
7 viger
Significa vigorar, ter vigor, funcionar.
Este verbo, defectivo, não tem forma para a primeira pessoa do singular do presente do
indicativo, nem para qualquer pessoa do presente do subjuntivo.
Escreva-se: A portaria vige.
O decreto irá viger a partir de...
A forma vigir não existe.
8 ondeComo pronome relativo, significa em que lugar.
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O lugar onde trabalho.
A cidade onde moramos.
Devem ser evitadas construções como:
A lei onde foi fixada a pena. (ou) A reunião onde o assunto foi tratado.
Em tais casos, deve-se substituir onde por em que, no qual e flexões.
• Evite-se o uso indiscriminado do vocábulo “onde”, que equivale a em que
e refere-se a lugar físico. Deve ser usado apenas para “local” e não para
outras situações.
A estrada onde ocorreu o acidente.
O prédio onde ele trabalha.
Existe uma praxe condenável de se usar “onde” em excesso nos textos escritos. Costuma-se
denominar o fenômeno de ondismo. Como pronome relativo, “onde” deve conter sempre um
antecedente que se refira a lugar e possa ser substituído por “em que” ou “no qual”.
7.5.3 Problemas gerais da língua culta
7.5.3.1 Pleonasmos viciosos, tautologias ou perissologias
Acabamento final
Elo de ligação
Reincidir de novo
Tornar a praticar
Aumentar ainda mais
Fazer o mais absoluto silêncio
Anexar junto
Plebiscito popular
Vereador municipal
Ultimato final
Protagonista principal
Monopólio exclusivo
Brisa matinal da manhãConclusão final
Previsão do futuro
Melhorar mais
Ganhar de graça
Dar de graça
Adiar para depois
Sugiro conjecturalmente
Superávit positivo
Frequentar constantemente
Completamente vazio
Inflação galopante
Habitat natural
Erário público
Descer para baixoIntroduzir você dentro da peça
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115
Número exato
De sua livre escolha
Multidão de pessoas
Surpresa inesperadaGritar bem alto
Expulsar para fora
Colocar as coisas em seus respectivos
lugares
Conviver junto
Encarar de frente
Subir para cima
Canja de galinha
Novidade inédita
Horário individual para cada um
Milênios de anos
Minha opinião pessoal
Viúva do falecido
Templo sagrado
Vontade geral de todos
Acrescentar mais um detalhe
Demente mental
Todos foram unânimesUnanimidade geral
Repetir de novo
Infiltrar dentro
Fato verídico
Consenso geral
Certeza absoluta
Interrompeu de uma vez
A seu critério pessoal
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Planejar antecipadamente
Vítima fatal (o acidente é que é mortal,fatal ou letal)“Já” não há “mais” presidentes como
antigamente
7.5.3.2 Estada e Estadia
Os termos referem-se à permanência, de alguém ou algo, em algum lugar. Para
pessoas que permanecem em cidades a turismo, a passeio ou a negócios, deve-se utilizar
estada. Por outro lado, quando se tratar de navios (em portos), aviões (em aeroportos), ou
veículos (em garagens ou estacionamentos), deve-se usar estadia.
7.5.3.3 A priori e a posteriori
Essas palavras latinas têm sido empregadas de modo equivocado em inúmeras
situações, sobretudo nos ambientes forenses. Na verdade, há uma banalização das duas
expressões como se fossem sinônimas de “antes” e “depois”.
A priori significa “anterior à experiência”, “anterior à verificação experimental”,
“apresentado como hipótese”, “preconcebido sem fundamento”, “de antemão”. Nesse
contexto, a expressão “a priori” representa o método que conclui pelas causas e princípios.
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Faz parte de uma expressão de maior extensão, a priori ratione quam experientia,
que significa “por um raciocínio anterior à experiência”. Serve para indicar, por exemplo, um
princípio que se faz valer antes de mais nada, como se exemplifica abaixo:
►Não posso conceber , a priori, que alguém seja impedido de manifestar seu entendimento
nesta reunião.
Também pode designar um raciocínio que se baseia em pressupostos e
não leva em consideração o que a experiência posterior possa trazer e
julgar uma pessoa a priori é fazer uma opinião de alguém antes de
realmente conhecê-lo.
O raciocínio a priori opõe-se ao raciocínio a posteriori. Na Filosofia e na Lógica, as
duas expressões são usadas com significados bem definidos e especializados.
A priori tem como antônima a expressão latina a posteriori, que significa
conhecimento, afirmação e verdade provenientes da experiência, ou que dela dependem.
Julgar a posteriori é julgar pela experiência. Argumentar a posteriori é passar do efeito à
causa.
7.5.3.4. De vez que ou vez que
Evite-se o emprego da locução “de vez que” (ou “vez que”), muito comum em
despachos, pareceres, relatórios e na prática forense em geral. ‘De vez que tal fato se passou,
cumpram-se as exigências da justiça’. Todas as locuções preposicionais ou adverbiais
compostas da palavra vez devem ter antepostos artigo ou palavra: de uma vez, de vez em
quando, muitas vezes, fazer as vezes de.
Edmundo Dantes Nascimento (1992:132) afirma que “modernamente, está
surgindo no linguajar de rádio e televisão e sendo aceita por muita gente a construção vez
que, ao lado de face a, frente a e outras locuções mutiladas”.
Não obstante o largo uso no meio jornalístico e na literatura moderna, as expressões
frente a e face a – neologismos derivados do francês e, portanto, francesismos – devem ser
evitadas. Logo, as locuções frente a, face a e ante a devem ser substituídas por em frente de,
em face de e ante (sem o “a”) .
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7.5.3.5 Eis que
Deve-se repudiar a locução condenável eis que, visto que nenhum gramático ou
dicionário autoriza seu uso na função de conjunção causal.
Com efeito, “eis que” é vício de linguagem, que deve ser substituído no texto por
expressões como porquanto, uma vez que, já que e outras semelhantes.
Observe-se a errônea construção:
• Eles fazem jus a melhores salários, eis que executam trabalhos de grande
responsabilidade.
• Troque por: Eles fazem jus a melhores salários porque executam trabalhos pesados.
7.5.3.6 Asterisco (Pronuncie –risco e não -rístico)
Asterisco deriva do grego asteriskos, significa estrelinha. É sinal gráfico em forma
de uma pequena estrela (*), usado para remissões. Não existe a forma "asterísTICO" –
produto da invencionice popular.
7.5.3.7 A nível de/ Em nível de/ Ao nível de
Evite-se esse modismo linguístico no falar e redigir. Traduz-se em expressão inútil
que deve ser abolida, uma vez que se apresenta como um peso desnecessário na exposição da
idéia. Exemplos:
“Decisão a nível de diretoria”. – Optar por Decisão da diretoria, mais simples e
objetivo.
“O preço do produto vai subir, tanto a nível de atacado quanto de varejo”. – Optar
por vai subir no atacado e no varejo.
Se optar valer-se de uma expressão semelhante, pode-se usar “em nível de” ou “ao
nível de”, igualmente antissonoras, porém gramaticalmente aceitas. Observe:
Fortaleza fica ao nível do mar.
A mesquinharia rebaixa o homem ao nível dos bichos.
“Nas casas ao nível do chão o vento não é tão importante assim”.
7.5.3.8 Através
Evite-se a expressão ATRAVÉS DE usada de forma inadequada. Essa locução
prepositiva significa “de um lado para o outro”, na acepção de transpor obstáculos, passar por,
de lado a lado. Não deve ser empregada em situações relacionadas com pessoal, “porque
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constitui emprego desconhecido na boa linguagem.” (Edmundo Dantes Nascimento,
1992:144)
O uso da expressão para indicar instrumento, meio ou veículo não é correto.
Deve-se empregar por meio de, por intermédio de, mediante, graças a.A locução ATRAVÉS DE somente deve ser usada para travessia ou atravessar.
Exemplos: Através dos tempos, os conceitos mudam.
Conservou a fé através do tempo. (= no decurso do tempo)
7.5.3.9 Grosso modo (e não “a grosso modo”)
A expressão latina “grosso modo”, que significa de modo impreciso,
aproximadamente, grosseiramente, deve ser grafada entre aspas ou em itálico, por representar
expressão alienígena. A pronúncia é latina, isto é “grosso (ó) modo (ó)”, além de se repudiar a
forma “a grosso modo”, com a partícula “a”. Portanto, aprecie as frases:
Os investidores colocaram à disposição da empresa, ‘grosso modo’, dois milhões de
reais.
A avaliação preliminar revelou, ‘grosso modo’, o lucro superior a 100 mil dólares.
7.5.3.10 A fim de e Afim
A fim de - Trata-se de locução prepositiva sinônima de “para”, “com o propósito
de”, “com a intenção de”.
Veio a fim de assistir ao filme. Saiu a fim de procurar a Escola da Prefeitura.
Ressalte-se que a forma “a fim de que” é locução conjuncional, indica
finalidade e é sinônima de “para que”.
Estudou arduamente, a fim de que conseguisse aprovação no concurso.
Por outro lado, a expressão “estar a fim”, no Brasil, é sinônima de “estar com
vontade de” (= disposto a, interessado em), mas deve restringir-se à linguagem coloquial.
O estagiário está a fim de sair do escritório.
A expressão Estar a fim de (alguém) – é brasileirismo que traduz a intenção de querer
namorar uma determinada pessoa.
Meu primo está afim de Rosa.
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► Não se pode confundir com o termo “afim” (do latim affinis “vizinho”) – termo que
pode assumir a feição de substantivo ou adjetivo.
a) Como substantivo, tem a acepção de parente por afinidade (comumente usado no
plural):
Não podem casar os afins em linha reta.
b) Como adjetivo, designa aquele (1) que tem parentesco ou que está ligado a alguém por
afinidade (Parentes afins); (2) aquele que tem característica em comum com outro elemento,
apresentando semelhança (O português e o espanhol são línguas afins); ou (3) algo próximo
ou limítrofe ( Manacapuru e Itacoatiara são cidades afins).
7.5.4 Grafia de Estrangeirismos
shampoo ou xampu?
camionete ou camioneta?
manicure ou manicura?
O uso de estrangeirismos – palavras e construções próprias de línguas estrangeiras –
deve ser contido, porque, em vez de demonstrar erudição, pode traduzir esnobismo e falta de
praticidade.
Os estrangeirismos, quando não aportuguesados, devem ser evitados e só usados sefor imprescindível fazê-lo. Por serem considerados vícios de linguagem, constituem desvios
da língua culta padrão. Quando aportuguesados, obedecem às normas de nossa língua.
Em determinadas situações, porém, seu uso é necessário, como é o caso da palavra
sursis, comum na linguagem jurídica. Em tais casos, deve-se dar destaque gráfico - itálico ou
negrito ou pôr aspas. O comedimento no emprego de tais palavras é necessário, porque “os
estrangeirismos ainda não assimilados ou pouco conhecidos, sem feição vernácula, devem ser
usados com muita parcimônia. É prática reprovável permear um texto com palavras eexpressões exóticas, cujo sentido o leitor não tem obrigação de conhecer.”108
10
Assim, não há por que empregar performance, se existe desempenho;
enquete, se temos pesquisa; menu, em vez de cardápio; complô, em lugar de conspiração;
outdoor, em lugar de painel.
10 Domingos Paschoal Cegalla. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa. 2. ed. rev. e ampl. Rio deJaneiro: Nova Fronteira, 1999, pág. 155.
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Alguns exemplos de estrangeirismos:
LATINISMOS
alibi de cujus habitat mutatis mutandis sine diealter ego deficit honoris causa opus sine qua non
a posteriori forum in memoriam pari passu sui generis
a priori grosso modo ipsis litteris quantum superavit
data venia habeas corpus modus vivendi quorum ad argumentandum
Como se pode observar, essas palavras não são acentuadas graficamente.
ANGLICISMOSapartheid globe-trotter living rock-and-roll stand
best-seller handicap long-play rush standard
bye-bye hot dog marketing sex appeal weekend
cheeseburguer iceberg milkshake short
cow-boy ice-cream office-boy show
establishment impeachment play-ground slogan
footing know-how pedigree smoking
gentleman lady performance speaker
Aqui também as palavras não são acentuadas.
GALICISMOS
ampere bureau fondue mignon soirée
atelier démarche laissez-faire mousse tête-à-tête
avant-première élan maitre-d’hôtel nouveau-riche tournée
ballet flamboyant menu ouverture savoir-faire
ALGUMAS FORMAS JÁ APORTUGUESADAS
abajur beisebol manchete boate bulevar
bangalô bibelô manicura boné buquê
batom bife mantô boxe cabarébege bijuteria matinê buldogue cabina
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carnê drinque maqueta picles cachê
carrossel escore maquilagem pierrô camelô
cartum esnobe memorando pingue-pongue camioneta
cassete espaguete metrô ponche sinucacavanhaque esporte mezanino pistão suéter
chalé esqui nhoque pivô surfe
champanha estoque nocaute placar tanque
chantagem filé omeleta plissê tênis
chassi filme ônus purê tílburi
chique flerte patê pônei time
chofer folclore jóquei pôquer tíquetechope futebol jiu-jítsu prima-dona toalete
chute garagem jipe pufe tobogã
conhaque garçom [garção] sutiã pulôver trailer
clube gim biquíni piquenique tricô
comitê glacê blecaute quepe truste
complô gol maiô quermesse turfe
confete grátis maionese quimono turistacoquetel gueixa maçom quitinete uísque
crachá gueto blefe raquete vade-mécum
craque guichê lanche ravióli vagão
creche guidom [guidão] lasanha recorde vedete
cupom ianque leiaute sinuca vermute
dândi iate líder ringue vitrina
debênture iogurte limusine rondó vôlei
detetive jérsei lorde rosbife volibol
escrete médium sanduíche xampu
PALAVRAS DERIVADAS DE NOMES ESTRANGEIROS
As palavras derivadas de nomes estrangeiros conservam a grafia de origem, a elas
acrescidos sufixos da língua portuguesa: pasteurizar – freudiano - kantismo
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Muitas dessas palavras apresentadas, ainda que incorporadas ao léxico, deverão ter
emprego restrito e usá-las apenas se não houver, no idioma, palavra para substituir a forma
estrangeira. Isso significa dizer que estrangeirismos só em casos especialíssimos. Okay?
7.6 Lugares-Comuns
Expressões de impacto “adornam” e prejudicam o texto, razão por que
devem ser evitados, por faltar a eles objetividade, na linguagem escrita,
afeta ao rigor das normas cultas. Tais modismos veiculam a trivialidade
da idéia já demasiado conhecida e repisada e cujo caráter efêmero lhe
retira a força de expressão.
Apresenta-se, abaixo, uma lista de lugares-comuns a serem evitados:119
A cada dia que passa Acertar os ponteiros Deu o tiro de misericórdia
A sete chaves Antes de mais nada Ao apagar das luzes
Abrir com chave de ouro Ataque fulminante Aparar as arestas
Alto e bom som Cair como uma luva De mão beijada
Arregaçar as mangas Colocar um ponto final Divisor de águas
Chover no molhado Ele dispensa comentários Em ponto de bala
Erro gritante Efeito dominó Encostar contra a parede
Em sã consciência Faca de dois gumes Fazer das tripas coração
Estar no páreo Fez por merecer Lavar a alma
Fazer vistas grossas Hora da verdade Luz no fim do túnel
Gerar polêmica Lugar ao sol No fundo do poçoLeque de opções Na ordem do dia Pelo andar da carruagem
Menina-dos-olhos Isto é óbvio e ululante Saravaida de golpes
Ovelha negra Requinte de crueldade Voltar à estaca zero
Em petição de miséria Separar o joio do trigo A escalada da violência
Sentir na pele Via de regra Apostar todas as fichas
Parece que foi ontem A nível de Página virada
Tecer comentários Agradar a gregos e troianos Botar a boca no trombone
10 Damião, Regina Toledo, Henriques, Antônio. Curso de Português Jurídico. São Paulo: Atlas, 2000.
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123
Reverter a situação Passar em brancas nuvens Tirar o cavalo da chuva
A duras penas A olho nu Trazer à tona
A todo vapor A toque de caixa Fugir da raia
7.7 Termos Jurídicos Comuns
Aberratio delicti Erro na execução do crime.
Aberratio ictus Erro de alvo, de golpe, de tino.
Aberratio rei Erro de coisa.
Ab initio Desde o começo, a princípio.
Ab intestato Sem testamento
Ab irato No ímpeto da ira.
Abolitio criminis Abolição do crime.
Accessorium sequitur principale O acessório segue o principal.
Accipiens Credor de boa fé de prestação que não lhe é
devida.
Acidente in itinere Aquele ocorrido no trajeto que o empregado
utiliza para ir ao trabalho e voltar.
A contrario sensu Pela razão contrária, em sentido contrário.
Actio in personam Ação pessoal ou sobre pessoa.
Actio in rem Ação real ou sobre a coisa.
Actio quanti minoris Ação de diminuição de preço.
Actor probat actionem O autor prova a ação.
Ad argumentandum tantum Apenas para argumentar.
Ad causam Para a causa.
Ad cautelam Por cautela
Ad corpus Por inteiro.
Ad hoc Substituição temporária para o caso
específico.
Ad judicia Para o foro em geral, para fins judiciais.
Ad litem Para o litígio; para o processo; procuraçãoou mandato para determinado processo.
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Ad mensuram Por medida ou preço.
Ad negotia Para os negócios. Diz-se de procuração
outorgada para a efetivação de negócio ou
extrajudicial.
Ad perpetuam rei memoriam Diligências requeridas e promovidas com
caráter perpétuo, quando haja receio de que
a prova possa desaparecer; para a perpétua
memória da coisa.
Ad quem Juiz ou Tribunal de instância superior para
onde se encaminha o processo.
Ad quo Juiz ou Tribunal de onde se encaminha oprocesso.
Ad referendum Na dependência de aprovação de autoridade
competente.
Ad rem Afirmativa diretamente à coisa.
Ad valorem Segundo o valor.
Animus abutendi Intenção de abusar.
Animus adjuvandi Intenção de ajudar.
Animus dolandi Intenção dolosa, de prejudicar.
Animus furtandi Intenção de furtar.
Animus jocandi Intenção de brincar, gracejar.
Animus laedendi Intenção de ferir.
Animus lucrandi Intenção de lucrar.
Animus manendi Intenção de fixar residência definitiva, de
permanecer.
Animus necandi Intenção de matar.
Animus nocendi Intenção de prejudicar; ser nocivo a
(substituir uma obrigação por outra).
Animus possidendi Intenção de possuir.
Animus simulandi Intenção de simular.
Animus solvendi Intenção de pagar.
Animus violandi Intenção de violar.
Apud acta Nos autos, junto aos autos.
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A quo Juiz ou Tribunal de instância inferior de
onde provém o processo; dia ou termo
inicial de um prazo.
Bens pro diviso Bens divisíveis.
Bens pro indiviso Bens indivisíveis.
Bis in idem Incidência de duas vezes sobre a mesma
coisa; bitributação.
Caput Cabeça.
Caso sub judice Caso sob julgamento.
Caução de damno infecto Caução de dano temido.
Causa cógnita Causa conhecida.
Causa debendi Causa da dívida.
Causa detentionis Causa da detenção.
Causa petendi Causa de pedir.
Citra petita Aquém do pedido.
Clausula ad judicia Mandato outorgado para foro em geral.
Competência ratione loci Aquela que se determina em razão da
residência ou domicílio ou do lugar da
coisa.
Competência ratione materiae Aquela que se determina em razão da
ordem, da categoria ou da natureza da
jurisdição.
Competência ratione valori Aquela que se determina em função do
valor da causa.
Contra legem Contra a lei.
Corpus delicti Corpo de delito.
Corpus iuris civilis Trabalhos legislativos elaborados durante o
reinado do imperador romano Justiniano.
Culpa in comitendo Culpa em cometer.
Culpa in custodiendo Culpa em guardar.
Culpa in eligendo Culpa em escolher.
Culpa in ommitendo Culpa em omitir.
Culpa in vigilando Culpa em vigiar.
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Dano ex delicto Dano causado por ilícito penal com
repercussão na área cível.
Data venia Com o devido consentimento.
Debitum conjugale Débito conjugal. De cujus Falecido, morto.
De lege ferenda Da lei a ser criada.
De lege lata Da lei criada.
Dolo res ipsa Dolo presumido.
Dolus bônus Dolo bom.
Dolus malus Dolo mau.
Erga omnes Contra todos.
Error facit Erro de fato.
Error in objecto Erro sobre o objeto.
Error in persona Erro sobre a pessoa.
Error iuris Erro de direito.
Ex abrupto De súbito.
Ex adverso Do lado contrário.
Ex iure Conforme o direito.
Ex lege De acordo com a lei, por lei.
Ex locato Locução que se usa para exprimir relação
locativa, existente entre locador e locatário,
por força de contrato.
Exequatur Execute-se;cumpra-se; utorização dada pelo
STF para que atos processuais requisitados
por autoridades estrangeiras sejamcumpridas no país.
Ex more De acordo com o costume, conforme o
costume.
Ex nunc Que não retroage.
Ex officio De ofício.
Extra petita Fora do pedido, além do pedido.
Ex tunc Que retroage.
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Ex vi Por força; por determinação de; em
decorrência do que preceitua a lei.
Ex vi legis Por efeito da lei.
Exceptio rei iudicato Exceção de coisa julgada.
Fac símile Reprodução fiel de um original.
Facultas agendi Faculdade de agir.
Forum rei sitae Foro da situação da coisa.
Fumus boni iuris Fumaça do bom direito.
Gratia argumentandi Para argumentar.
Habeas corpus Remédio jurídico para assegurar liberdade
de locomoção ou movimentar o corpo semconstrangimento jurídico.
Habeas data Concede-se para obter informações
atinentes à pessoa junto aos bancos de
dados e para retificação destes.
Hic et nunc Aqui e agora, imediatamente.
Honoris causa Para honra; denominação honorífica
universitária conferida a título dehomenagem.
Ilegitimidade ad causam Ilegitimidade para causa.
Ilegitimidade ad processum Ilegitimidade para o processo.
Impotentia coendi Impotência de conceber.
Impotentia generandi Impotência de fecundar.
In dubio pro reo Em dúvida, a favor do réu.
In fine No fim. In initio litis No início da lide.
In limine No começo.
In limine litis No começo da lide.
Interpretatio cessat in claris A interpretação cessa quando a lei é clara.
Inter vivos Entre vivos.
Intuitu personae Em consideração à pessoa.
In verbis Nestes termos.
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Ipsis litteris Textualmente, com as mesmas letras.
Ipsis verbis Sem tirar nem pôr, com as mesmas
palavras; com as próprias palavras.
Ipso facto Só pelo mesmo fato; pelo mesmo fato; por
isso mesmo; consequentemente.
Ius in re Direito real.
Iuris tantum De direito, o que decorre do próprio direito.
Iuris et de iure De direito e por direito.
Iura in re alínea Direitos sobre coisa alheia.
Iter criminis Itinerário do crime.
Ipso iure Pelo mesmo direito.
Ius Direito.
Ius civile Direito civil.
Ius fruendi Direito de gozar.
Ius genitum Direito das gentes.
Ius naturale Direito natural.
Ius non scriptum Direito não escrito.
Ius persequendi Direito de perseguir.
Ius possessionis Direito de posse.
Ius possidendi Direito de possuir.
Ius postulandi Direito de postular.
Ius privatum Direito privado.
Ius publicum Direito público.
Ius puniendi Direito de punir. Ius sanguinis Direito do sangue.
Ius scriptum Direito escrito.
Ius soli Direito de solo.
Lato sensu Sentido irrestrito.
Legitimatio ad causam Legitimação ou legitimidade para a causa.
Legitimatio ad processum Legitimação ou legitimidade para o
processo.
Lex Lei.
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Libertas Quae Será Tamen Liberdade, ainda que tardia.
Mens legis Espírito da lei.
Meritum causae Mérito da causa.
Modus acquirendi Modo de adquirir.
Modus faciendi Modo de fazer.
Modus operandi Modo de trabalhar.
Modus probandi Modo de provar.
Modus vivendi Modo de viver.
Mora accipiendi Mora do credor.
Mora debitoris Mora do devedor.
Mora solvendi Mora do credor.
More uxório Concubinato.
Mutatis mutandis Muda-se o que deve ser mudado.
Neminem laedere A ninguém ofender.
Nemo iudex sine lege Não há juiz sem lei.
Nihil obstat Nada obsta.
Nomen iuris Denominação legal.
Non bis in idem Não incidência duas vezes sobre a mesmacoisa.
Norma agendi Norma de agir.
Notitia criminis Notícia do crime.
Nula poena sine lege Não há pena sem lei.
Nullum crime sine lege Não há crime sem lei.
Numerus clausus Número restrito.
Obligatio dandi Obrigação de dar.
Obligatio faciendi Obrigação de fazer.
Obligatio in solidum Obrigação solidária.
Obligatio propter rem Obrigação acessória real.
Onus probandi Ônus da prova.
Opus citatum (Op. cit.) Obra citada.
Pacta sunt servanda Cumpram-se os contratos.
Pari passu No mesmo passo.
Patria potestas Pátrio poder.
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Per capita Por cabeça.
Persecutio criminis Persecução do crime.
Persona Pessoa.
Pleno iure Pleno direito. Posse ad interdicta Aquela que se exerce por interditos
possessórios.
Posse ad usucapionem Aquela que se exerce por usucapião.
Post scriptum (P.S.) Depois do escrito.
Praeter legem Fora da lei.
Presunção iuris et de iure Presunção absoluta, não admite prova em
contrário.
Presunção iuris tantum Presunção relativa, que admite prova em
contrário.
Procuração apud acta Procuração judicial, transladada nos
próprios autos.
Pro forma Por formalidade.
Pro labore Pelo trabalho.
Pro rata Em proporção.
Pro soluto Para pagamento.
Pro solvendo Para pagar.
Pro tempore Temporariamente.
Ratione contractus Em razão do contrato.
Ratione materiae Em razão da matéria.
Ratione personae Em razão da pessoa.
Ratione valori Em razão do valor.
Rebus sic stantibus Mesmo estado de coisas.
Reformatio in melius Reforma para melhor.
Reformatio in pejus Reforma para pior.
Rei sitae Onde a coisa se encontra.
Rejeição in limine Rejeição liminar.
Res Coisa.
Res aliena Coisa alheia.
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Res communis Coisa comum.
Res derelictae Coisa abandonada.
Res extra commercium Coisa fora do comércio.
Res furtiva Coisa furtada.
Res iudicata Coisa julgada.
Res publicae Coisa pública.
Secundum legem Segundo a lei.
Sine die Sem data.
Sine iure Sem direito.
Sine qua non Sem a qual não.
Si vis pacem para bellum Se queres a paz, prepara-te para a guerra.
Status quo Estado em que se encontra.
Stricto sensu Entendimento estrito.
Sub iudice Pendente ao juiz.
Sui generis Especial.
Sursis Suspensão condicional da pena.
Suum cuique tribuere Dar a cada um o que é seu.
Testis unus, testis nullus Testemunha única, testemunha nula; uma só
testemunha, nenhuma testemunha.
Vacatio legis Vacância da lei.
Venda ad corpus Venda pela totalidade da coisa.
Venda ad mensuram Venda pela medida da coisa.
Verbi gratia (v. g.) Por exemplo, a saber.
Vox populi, vox Dei. A voz do povo é a voz de Deus.
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