GUIA DE BEM-ESTAR ANIMAL - RNP 2015
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
O Rodeio Nacional Profissional preza pela integridade física dos animais em
seus eventos, pois os considera parte essencial do esporte. Sendo assim, o
RNP assegura-se que em todos os seus eventos sejam cumpridas as normas
de bem-estar animal, adequadas aos atletas de pulo, bem como
conscientiza seus profissionais a tratar de forma humanitária estes animais,
tendo em vista que é através deles que tiram seu sustento.
Profissionais, sejam eles proprietários de animais, competidores ou de
outras áreas do esporte que não zelam pelo bem-estar dos animais de
rodeio, não são aceitos nos eventos do RNP. Da mesma forma, qualquer
pessoa presente em um evento que não cumpra as normas de bem-estar ou
cause dano aos animais, seja de forma voluntária ou involuntária, está
sujeito as punições previstas no regulamento, que incluem multas,
suspensão temporária e suspensão permanente.
O RNP entende que o esporte rodeio surgiu através do trabalho nas
fazendas, onde peão e animal se respeitam e se completam. Desta forma, o
esporte rodeio é formado pelo conjunto “homem + animal” e jamais pela
luta “homem vs. animal”. O competidor de rodeio depende inteiramente do
animal, por isso deve zelar por sua integridade física para que o mesmo
tenha sempre bons desempenhos e vida longa dentro e fora do esporte.
A temporada 2014 do Rodeio Nacional Profissional contou com mais de 600 montarias e não houve nenhum incidente
que ocasionasse lesão ou ferimento nos touros
REGULAMENTAÇÃO
No Brasil, o Rodeio é esporte reconhecido pela Lei Federal 10.519,
aprovada em 17 de julho de 2002 e que abrange diversas modalidades que
fazem parte do Rodeio, incluindo a Montaria em Touros. Através desta Lei,
os eventos e os profissionais passaram a ter que cumprir uma série de
normas, principalmente no que diz respeito ao bem-estar animal, como o
uso de equipamentos não dolosos, transporte, manejo, acomodações e
alimentação adequadas, e cuidados com a saúde dos mesmos.
A LEI FEDERAL 10.519
REGULAMENTA O RODEIO GARANTINDO
O BEM-ESTAR DOS ANIMAIS
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
CINTA DE LÃ
Esta cinta revestida de lã tem a função de estimular o animal através de cócegas em sua virilha. A Cinta de Lã
não entra em contato direto ou indireto com nenhum órgão do animal e sua pré-regulagem não permite que
ela seja apertada a ponto de causar dor ao mesmo.
Porque ela é usada?
Como já foi comprovado, os animais pulam por instinto. Se o animal não nasce com aptidão, não há como obrigá-lo a pular, uma ou
várias vezes. Outro fato comprovado é que o principal motivo do animal pular é para se livrar de algo que está em suas costas, no caso o
competidor. A virilha é a parte mais sensível a cócegas nestes animais e até mesmo o toque de uma simples pena, faz com que ele reaja,
se movimentando ou “escoiceando”. Sendo assim, a Cinta de Lã é usada para estimular o animal através de cócegas, fazendo com que
ele pule com mais intensidade, o que causa maior dificuldade aos competidores. A Cinta de Lã faz com que o touro pule
ordenadamente. Isso também evita lesões, já que pulando desordenadamente os animais estão expostos a mais riscos de fraturas e
outras lesões.
“A CINTA DE LÃ NÃO TEM NENHUM CONTATO COM OS
ÓRGÃOS GENITAIS DOS TOUROS DE RODEIO.”
A imagem acima demonstra a exata posição onde é colocada a Cinta de Lã, sem tocar nos testículos e na região peniana. O espaço
entre a Cinta de Lã e o couro do animal, também deixa claro que ela não é apertada totalmente
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
Erroneamente, muitos acreditam que a Cinta de Lã aperta os testículos do animal, fazendo assim com que ele
pule devido a dor. Porém, ela não tem contato nenhum com as regiões escrotais e penianas dos touros. Entre as
muitas verdades que derrubam esta informação errada, está o fato de que no rodeio há animais castrados,
portanto, sem testículos. Outro fato importante é que nas modalidades de montarias em cavalos, são usadas
também fêmeas de eqüinos.
A Cinta de Lã não causa dor e nenhum outro
prejuízo à saúde dos touros de rodeio
Esta verdade foi comprovada através de um longo e detalhado estudo,
desenvolvido pela UNESP – Universidade Estadual Paulista do campus de
Jaboticabal-SP. O estudo denominado “Avaliação Técnico-Científica da
utilização do sedém em bovinos de rodeio” foi publicado na Revista de
Educação Continuada do Conselho Regional de Medicina Veterinária do
Estado de São Paulo, volume 3, fascículo 2, ano 2000.
Resultados do Estudo
Através deste estudo, comprovou-se que o uso da Cinta de Lã
não causa nenhuma alteração ao organismo ou ao
comportamento do animal. Nos testes, os touros foram
montados normalmente por oito segundos e em seguida,
ainda com a presença da Cinta de Lã presa a sua virilha, foram
expostos a fêmeas no cio. Todos os touros demonstraram
apetite sexual e mesmo com a presença do equipamento
fizeram a “cobertura”. Animais com dor, ou expostos a stress
excessivo tendem a perderem o apetite sexual.
Outra parte do teste comprovou também que mesmo após
serem montados e com a presença da Cinta de Lã, os animais
demonstram disposição para a ingestão de alimentos, o que
não ocorreria se eles estivessem sentindo dor ou com stress
excessivo. O estudo também apresenta resultados a respeito
da fertilidade dos touros testados, que não sofrem nenhuma
alteração, comprovando definitivamente que a Cinta de Lã
não afeta direta ou indiretamente a região escrotal dos
animais.
O único estudo científico
publicado até hoje a
respeito da Cinta de Lã foi
realizado pela Universidade
Estadual Paulista (UNESP)
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
OUTROS EQUIPAMENTOS
Esporas
As esporas usadas na Montaria em Touros são padronizadas e
tem o objetivo de auxiliar no equilíbrio do competidor sobre o
animal. Elas são lisas para não causar nenhum ferimento ao
animal quando entra em contato com o mesmo. Assim como os
outros equipamentos, as esporas são vistoriadas antes da
competição. Caso um atleta esteja com a espora fora do padrão,
ele é impedido de competir. Se após a montaria ficar constatado
lesão a pele do animal devido a espora, o atleta é desclassificado
e estará sujeito as punições previstas no regulamento.
A imagem ao lado mostra a espora regulamentada, sem pontas
e com as espessuras mínimas exigidas, para que não cause
ferimentos em contato com os animais
“O couro bovino tem em média 8mm de espessura, ou seja,
é cerca de sete vezes mais grosso que a pele humana.”
Corda de Montaria
A Corda de Montaria, também conhecida popularmente como Corda Americana segue normas padrões para que não cause dor ou
ferimentos aos animais. Confeccionada em seda, ela deve ter acabamento adequado para que
nada, além da própria corda fique em contato com o animal. O regulamento do Rodeio Nacional
Profissional exigi que a alça da corda tenha no máximo 9cm de altura, não permitindo assim
que ela seja apertada além do necessário. Quanto maior a altura da alça, mais o competidor
pode apertar a corda, sendo assim, o RNP não permite nenhuma corda com a alça maior que
esta medida, que é a medida ideal, aceita pelas regras mundiais.
Além da corda em si, são permitidos apenas outros dois complementos: a alça, onde o
competidor coloca a mão e o sino, usado como contra-peso para que a corda não fique presa ao
animal após o competidor soltá-la. Porém, tanto a alça, como o sino não pode ficar em contato
direto com o animal. Da mesma forma que os demais equipamentos, as cordas são vistoriadas
antes da competição e o atleta deve substituir caso apresente a mesma fora dos padrões
permitidos.
“Os juízes são os encarregados de vistoriar os equipamentos
usados pelos competidores e pelos proprietários dos animais, com
autoridade para vetar os que estiverem irregulares.”
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
TOUROS
O Rodeio Nacional profissional não contrata para seus eventos
nenhuma empresa que tenha antecedentes de maus-tratos aos
animais, seja em suas propriedades ou em recintos de rodeio.
Nosso regulamento oficial trás um capítulo inteiro a respeito
do bem-estar animal e das normas que todos os profissionais
devem seguir. Os animais contratados devem ser
transportados em veículos apropriados, sem superlotação e é
obrigatório que sejam descarregados e descansados, quando a
viajem exceder o mínimo de tempo recomendado. Durante os
eventos, os animais são acomodados em pastos apropriados e
com disposição de água e alimentação. Só são levados ao
recinto os animais que irão se apresentar naquela determinada
noite. Os demais permanecem no pasto. Tanto dentro como
fora do recinto, é exigido um trabalho de manejo pautado no
bem-estar dos animais, evitando stress, sofrimento, ferimentos
e cansaço, além de ser expressamente proibido o uso de
qualquer aparelho ou equipamento, como expressa a Lei
Federal 10.519. Os currais (fundo de bretes) são montados com
planejamento para que haja espaço suficiente para todos os
animais e a possibilidade de um trabalho de manejo correto.
“Cada touro pode pular apenas uma vez por dia e no máximo duas vezes a cada evento.”
Animais Adequados
São permitidos apenas touros com tamanho e peso adequado a sua raça. Touros adoentados ou que sofram qualquer tipo de lesão,
ficam impedidos de competir até que estejam totalmente recuperados. Devido a seus instintos, os touros podem ferir uns aos outros
durante o transporte, manejo ou descanso. Assim, todos os dias antes de começar a competição, os animais são vistoriados e é feita a
substituição daqueles que não estiverem em condições adequadas.
Cuidados Especiais
Os proprietários dos animais são seus principais defensores. Eles geralmente são pecuaristas ou pessoas com grande experiência no
mundo rural. Em outras palavras, os touros de rodeio pertencem a quem de fato entende sobre a espécie bovina e por conseqüência a
ama e a respeita.
Atletas de pulo, os touros de rodeio precisam ter cuidados especiais quando estão fora das arenas e não podem, nem devem ser
tratados como animais comuns. Entre estes cuidados estão alimentação balanceada e exercícios físicos como caminhada, trote e até
exercícios dentro da água. Os cuidados com a saúde também incluem todas as vacinações adequadas, procedimento de cuidados com
os chifres e cascos.
Devido a estes cuidados de atletas, os touros de rodeio apresentam uma
longevidade maior que os bovinos utilizados para outros fins na pecuária. Um
touro é levado ao rodeio profissional por volta dos quatro anos de idade, quando
já é considerado como adulto e totalmente formado. Em média, os touros pulam
profissionalmente entre quatro e seis anos. Depois deste período, eles não são
sacrificados e mesmo não participando mais dos rodeios, ficam nas propriedades
recebendo os mesmos cuidados de antes, onde geralmente morrem de causas
naturais, acima dos 15 anos, idade considerada avançada para a espécie.
Na imagem ao lado, um touro de rodeio passa pelo procedimento de tratamento dos
cascos ou ‘casqueamento’. Os cascos dos touros equivalem as unhas nos seres humanos e
tanto lesões como doenças podem ocasionar stress, perca de peso e indisposição.
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
PERGUNTAS FREQUENTES
EXISTE ALGUMA LEI QUE REGULAMENTA O RODEIO?
Sim. A Lei Federal 10.519, de 17 de julho de 2002 regulamentou o rodeio como esporte, incluindo diversas modalidades que o compõem,
como por exemplo, a montaria em touros.
QUAL A IMPORTÂNCIA DESTA LEI?
Esta Lei Federal regulamenta os equipamentos usados pelos profissionais e o bem-estar dos animais antes, durante e depois das
competições, em todas as modalidades do rodeio.
AS NORMAS DE BEM-ESTAR ANIMAL NO RODEIO SÃO SEGUIDAS APENAS PARA CUMPRIR A LEI?
Não. O bem-estar animal no rodeio serve para a preservação dos animais, que são essenciais para o esporte. Os profissionais de rodeio
são pessoas ligadas ao ambiente rural e desde que são crianças aprendem a amar e respeitar os animais.
QUALQUER TOURO PODE SER UM TOURO DE RODEIO?
Não. Os touros pulam por uma aptidão genética. Sem esta aptidão, não há nada que possa fazer um touro pular. Não há como pegar um
touro comum, sem a aptidão e fazê-lo pular como um touro de rodeio.
TOUROS COM A APTIDÃO DE PULAR SÃO FACILMENTE ENCONTRADOS?
Não. Para saber se um touro tem a aptidão de pulos é preciso testá-los, ou seja, montá-los. Em média, apenas 10% dos touros testados
demonstram aptidão para pulos e um número menor ainda se torna de fato um animal com carreira no rodeio. Portanto, se houvesse
um artifício capaz de fazer qualquer touro pular, 100% dos touros testados estariam no rodeio.
EXISTE ALGUM ESTUDO CIENTIFICO QUE COMPROVE QUE A CINTA DE LÃ NÃO CAUSA DANOS AO ANIMAL?
Sim. A UNESP – Universidade Estadual Paulista do campus de Jaboticabal-SP realizou testes com touros de rodeio e o resultado
encontra-se no estudo denominado “Avaliação Técnico-Científica da utilização do sedém em bovinos de rodeio”, publicado na Revista
de Educação Continuada do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, volume 3, fascículo 2, ano 2000.
DE QUE FORMA O ESTUDO COMPROVOU QUE A CINTA DE LÃ NÃO CAUSA SOFRIMENTO AO ANIMAL?
Nos testes os touros foram montados normalmente e depois, mesmo com a presença da Cinta de Lã tiveram apetite sexual e apetite
para ingestão de comida e água, o que não ocorre quando o animal está com dor ou com stress excessivo.
EXISTE ALGUM ESTUDO QUE COMPROVE QUE A CINTA DE LÃ CAUSE SOFRIMENTO OU LESÕES AOS ANIMAIS?
Não. Estas alegações são feitas com base em opiniões pessoais e são facilmente contestáveis. O único estudo válido feito a este
respeito no Brasil, comprovou exatamente o contrário, que o uso da Cinta de Lã não causa danos aos animais.
ALGUMAS ENTIDADES DE PROTEÇÃO ANIMAL ALEGAM TER EM MÃOS UM ESTUDO QUE COMPROVA OS DANOS CAUSADOS PELA
CINTA DE LÃ. ESTES ESTUDOS SÃO VÁLIDOS?
O único estudo já feito sobre a Cinta de Lã no Brasil é o “Avaliação Técnico-Científica da utilização do sedém em bovinos de rodeio”
realizado pela UNESP – Universidade Estadual Paulista do campus de Jaboticabal-SP, que comprovou que não há danos aos animais. Os
resultados citados por entidades e/ou profissionais contra rodeio, são totalmente contestáveis, pois não se tratam de estudo cientifico,
não foram realizados por entidades públicas e jamais foram publicadas em nenhuma revista cientifica da área.
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
PORQUE A CINTA DE LÃ É USADA?
Ela causa cócegas e faz com que o animal pule com mais intensidade.
A CINTA DE LÃ CAUSA DOR AO ANIMAL?
Não. Ela tem uma pré-regulagem, que não permite que ela seja apertada a ponto de comprimir os órgãos internos do animal. Esta pré-
regulagem faz com que ela fique folgada, permitindo que o animal se mova normalmente, sentindo apenas cócegas.
PORQUE OS TOUROS DE RODEIO PULAM?
Os touros agem por instinto e pulam primeiramente para se livrar do que está em suas costas, no caso o competidor. A maioria dos
touros para de pular ao derrubar o competidor, mesmo com a Cinta de Lã ainda em contato com sua virilha.
OS TOUROS PULAM SOMENTE DEVIDO A CINTA DE LÃ QUE É PASSADA EM SUA VIRILHA?
Não. A Cinta de Lã por si só não faz o touro pular. Este fato se comprova quando notamos touros andando pela arena normalmente,
mesmo com a presença da Cinta de Lã.
A CINTA DE LÃ PODE CAUSAR FERIMENTOS AO ANIMAL?
Não. Ela é confeccionada em lã e não pode conter nenhum outro objetivo que possa causar ferimento aos animais.
A ALEGAÇÃO DE QUE OS TESTÍCULOS DOS ANIMAIS SÃO APERTADOS PARA QUE ELES PULEM É VERDADEIRA?
Não. A Cinta de Lã é passada na virilha do animal e não tem contato nenhum com a região dos testículos e a região peniana. Existem nos
rodeios touros castrados, ou seja, sem testículos, bem como na modalidade de montaria em cavalos, são utilizadas fêmeas de eqüinos.
Ainda com a Cinta de Lã presa a sua virilha, o animal permanece calmo comprovando
que não há nenhum equipamento capaz de fazer com que um animal pule
Na imagem ao lado, o
touro parou de pular
por instinto após
derrubar o competidor
que estava sobre suas
costas
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
É VERDADE QUE OS TOUROS SÃO PROVOCADOS ANTES DE SEREM MONTADOS, PARA FICAREM MAIS FURIOSOS?
Não. Deixar um animal furioso não significa que irá fazê-lo pular melhor. Assim como outros fatores, a fúria não fará com que um animal
que não tem aptidão pule.
PORQUE ALGUNS TOUROS FICAM FURIOSOS DENTRO DA ARENA E ATACAM OS PROFISSIONAIS?
Assim como os seres humanos, cada animal tem sua índole. Uns são mansos e outros bravios. Um animal manso no pasto, é um animal
manso dentro da arena, da mesma forma que os animais furiosos dentro da arena, demonstram a mesma fúria quando estão no pasto.
Touros com essa índole, seriam bravios mesmo que não fossem touros de rodeio.
O rodeio não torna o touro dócil ou bravio. Seu temperamento depende
de vários fatores como a raça, genética, entre outros
Na imagem acima, o proprietário remove a Cinta de Lã ainda dentro da arena após mais uma montaria, demonstrando a docilidade do
animal mesmo após ser montado por oito segundos
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AS ESPORAS USADAS PELOS COMPETIDORES PODEM FERIR O ANIMAL?
Não. Elas não possuem pontas, são padronizadas e previamente aprovadas para a competição. Os competidores com esporas fora do
padrão são impedidos de competir. O couro bovino é cerca de sete ou oito vezes mais grosso que a pele humana, portanto os animais
não sentem o contato com as esporas. Mesmo assim, qualquer lesão causada pelas esporas durante a montaria também ocasionam
desclassificação do competidor.
PORQUE AS ESPORAS SÃO USADAS?
Elas servem como um ponto de equilíbrio para o competidor e dão mais aderência aos pés dos competidores.
PESSOAS E ENTIDADES CONTRA RODEIO APRESENTAM FOTOS DE ESPORAS PONTIAGUDAS, ALEGANDO SER DE RODEIO. ESTAS
IMAGENS SÃO REAIS?
Estas imagens certamente não são de rodeio. Todos os rodeios profissionais seguem a regra de utilizar a espora padrão e em nenhum
será encontrado esporas pontiagudas ou similares.
OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA MONTARIA EM TOUROS SEGUEM UM PADRÃO?
Sim. Todos os equipamentos utilizados pelos competidores e proprietários de animais devem estar em conformidade com as regras,
para não causar ferimentos ou outros danos aos mesmos.
COMO É FEITO O TRANSPORTE DOS ANIMAIS?
Os animais de rodeio são transportados em veículos apropriados, com espaço equivalente a quantidade e em segurança. Em viagens
longas é obrigatório descarregá-los para descanso periodicamente.
ONDE OS ANIMAIS SÃO ACOMODADOS DURANTE OS DIAS DO EVENTO?
Os animais são acomodados em pastos próprios com disponibilidade de alimentação e água. O regulamento do Rodeio Nacional
Profissional não permite que os animais pernoitem dentro do recinto.
COMO É FEITO O TRABALHO DE MANEJO DESTES ANIMAIS?
O manejo é feito por pessoas com experiência e com técnicas para evitar stress, ferimentos, sofrimento e cansaço nos animais, seja
dentro ou fora do recinto.
EXISTE UM LIMITE DE TRABALHO PARA CADA TOURO DURANTE OS EVENTOS?
Sim. Cada touro pode se apresentar apenas uma vez por dia e no máximo duas vezes a cada evento. Geralmente é feito um rodízio entre
os touros e a maioria deles não vai a arena dois dias consecutivos, reservando um espaço de pelo menos 48 horas entre uma montaria e
outra.
EXISTEM RESTRIÇÕES FÍSICAS SOBRE O TAMANHO E O PESO DOS TOUROS?
Sim. Os touros devem ter tamanho e peso adequado a sua idade e raça.
O QUE ACONTECE QUANDO É CONSTATADO QUE UM TOURO ESTÁ FERIDO OU DOENTE?
Ele é imediatamente substituído por um dos touros reservas. Nenhum animal ferido ou doente, seja qual for a gravidade, será montado
no Rodeio Nacional Profissional.
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Guia de Bem-estar Animal Rodeio Nacional Profissional
É COMUM UM TOURO SE FERIR DEVIDO AS SUAS ATIVIDADES NAS ARENAS?
Como todo atleta e como todo animal que faz atividades, os touros de rodeio estão expostos a riscos, porém o índice de lesões, sejam
pequenas ou grandes, ocasionadas pela atividade do animal são extremamente baixas. Na temporada 2014 do Rodeio Nacional
Profissional ocorreram mais de 600 montarias e nenhum touro sofreu lesão, antes, durante ou depois de sua apresentação.
QUANDO NÃO ESTÃO NOS EVENTOS, OS TOUROS DE RODEIO SÃO TRATADOS COMO TOUROS COMUNS?
Não. Eles são tratados como animais atletas em período integral, recebendo todos os cuidados especiais como alimentação balanceada
e adequada, medicamentos e exercícios periódicos.
COM QUAL IDADE UM TOURO PODE SER MONTADO NO RODEIO PROFISSIONAL?
Em média quatro anos de idade, que é quando já é considerado um animal adulto.
QUANTO DURA A CARREIRA DE UM TOURO DE RODEIO?
Em média os touros de rodeio tem uma carreira que dura entre quatro e seis anos, variando conforme vários fatores. Todos os animais
podem ter uma carreira ainda maior, porém seus proprietários geralmente os tiram de atividade por volta dos nove ou 10 anos de
idade.
O QUE ACONTECE COM UM TOURO APÓS ELE ENCERRAR SUA CARREIRA PROFISSIONAL?
Eles continuam recebendo os mesmo cuidados de antes, como alimentação, medicamentos, exercícios. Nunca houve relatos de
proprietários que abandonaram seus animais quando eles encerraram suas carreiras nas arenas. Eles ficam nas propriedades
descansando até morrerem de causas naturais em idades já avançadas.
Na imagem ao
lado, três touros
atletas que estão
no auge de suas
carreiras e exibem
saúde em perfeito
estado
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Bem-Estar Animal vs. Direitos dos Animais
Uma distinção importante a fazer quando se trata de questões animais é a diferença
entre bem-estar animal e direitos dos animais. Depois de aprender a diferença entre as
duas filosofias, é mais fácil fazer a distinção entre organizações que ajudam diretamente
aos animais e aqueles que desejam acabar com o uso de animais.
Bem-Estar Animal: baseado em princípios de cuidado humano e uso. Organizações que
apoiam os princípios de proteção dos animais procuram melhorar o tratamento e o bem-
estar dos animais. Apoiar o bem-estar animal significa acreditar que os seres humanos tem
o direito de usar os animais para diversos fins, mas junto com esse direito vem a
responsabilidade de prestar cuidados e tratamento adequado e humano.
Direitos dos animais: organizações que apoiam filosofias dos direitos dos animais
procuram acabar com o uso e posse de animais. Organizações de direitos dos animais
procuram abolir por lei a criação de animais para alimentação e vestuário, rodeios,
zoológicos, caça, pesca, o uso de animais em pesquisas para salvar vidas, o uso de animais
no ensino e na criação de animais de estimação.
Guia de Bem-estar Animal do Rodeio Nacional Profissional - 2015
Este guia é um manual sem fins lucrativos, elaborado pelo Rodeio Nacional Profissional como material didático
dirigido a imprensa e outros meios, com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre o bem-estar dos animais de rodeio. É proibida a cópia total ou parcial sem autorização do RNP e sem a vinculação da marca.
Produção: PrimeComm Comunicação & Marketing – Direção: Abner Henrique Therézio
Supervisão: Alexandre Bolfer / Bolfer Eventos Colaboração: Prof. Dr. Orivaldo Tenório de Vasconcelos / Dra. Thais Gianotti
Fotos: Rodolfo Lesse / Fernando César Nox / Hugo Lemes Cia. de Rodeio Máfia do Boi / Cia. de Rodeio Bulls 21x