Gone to World Assembly 2015
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Eria nimoditatia voluptatas aut la nimint
molore velenda. debissitio
IFES World Assembly 2015
Uma perspectiva pessoal sobre a Assembleia
Mundial da IFES no México!
Joel Oliveira
Indíce
Gone to World Assembly 20152
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IFES, GBU, e os movimentos estudantis
Muitas conversas, muita expectativa, e
uma abertura em grande!
A todo o vapor!
Velocidade máxima!
Sempre a subir!
Domingo, de volta a Filipos.
“Xochicalco” y
“Yo soy un militante!”
Penúltimo dia, e já há alguma
nostalgia no ar!
Acaba hoje…
Viagem de volta!
3Gone to World Assembly 2015
IFES, GBU, e os movimentos estudantis
Na última metade de Julho, tivemos o enorme privilégio de poder estar
presentes numa conferência organizada de 4 em 4 anos pela
International Fellowship of Evangelical Students, uma organização global
que agrega movimentos estudantis evangélicos.
E durante os 10 dias que durou a IFES World Assembly 2015, foi como se experienciássemos uma
dimensão diferente, uma realidade completamente fora do nosso mundo. De facto, creio que acontecimentos
como este, em que estiveram reunidas, com o mesmo propósito, mais de 1000 pessoas de mais de 160
países (podem ver aqui o desfile das nações!), são os que mais se aproximam da realidade celestial de que
poderemos desfrutar na eternidade. Uma eternidade que partilharemos juntos, na presença do nosso Deus.
Nesses 10 dias, eu, a Cátia e o Sami,
pudemos partilhar com mais de outras
1000 pessoas, coisas absolutamente
inesquecíveis, que também queremos
partilhar convosco. Vocês são, afinal,
aqueles que conferem sentido à nossa
presença no México (mais
concretamente, no estado de Morelos,
cidade de Oaxtepec). Estivemos lá por
vocês! E quem são vocês?
Vocês são o movimento estudantil em
Portugal, aquilo a que costumamos
chamar GBU, o Grupo Bíblico
Universitário. Apenas um dentre mais
de 160 movimentos espalhados pelo
mundo, em contextos e culturas tão
diversas como a Malásia, o Canadá, a
Guiné Konacri e o Peru - sendo que,
para nós, essas culturas têm agora
rostos, vozes e histórias reais
associadas. Rostos, vozes e histórias
que queremos que também sejam
reais para vós, de forma a todos
termos a percepção do que é
realmente este ministério, esta missão
de viver o Evangelho na Universidade.
Introdução
4
É também importante dizer que o GBU, bem como os
movimentos estudantis análogos doutros países, são uma
realidade complexa e multifacetada.
Sim, vocês são graduados e estudantes, membros da Direcção e
assessores, doadores e guerreiros de oração, Pastores e
profissionais cristãos, famílias e representantes de organizações
parceiras.
Vocês são pessoas apaixonadas por Deus e que percebem
o seu interesse pela obra missionária com os estudantes
universitários - estudantes universitários hoje, mas que amanhã
serão líderes ou profissionais em empresas, organizações e
mesmo nações, como ouvimos várias vezes testemunhar na
primeira pessoa. Queremos-vos unidos e motivados, crendo que
Deus quer fazer em nós e connosco coisas muito especiais,
enquanto permanecemos juntos n'O Caminho, que é Cristo, a
esperança da glória.
Comecemos então, embarquemos nesta viagem, nesta maratona
extremamente intensa, e plena de emoções. Nesta aventura
internacional, cheia de coisas boas e surpreendentes (e não sem
alguns percalços pelo meio).
Gone to World Assembly 2015
5
A World Assembly a partir do Aeroporto
Benito Juarez
A #WA2015 (o Twitter vibrou - -e ainda vibra - durante
todo o evento com partilhas relacionadas), começou com 2 dias
de actividades para estudantes, o Student Gathering. Aqui, a
Cátia e o Sami terão muito que contar, e deixo isso com eles.
Da minha parte, quero dizer que, mal desembarquei no
aeroporto Benito Juarez, da Cidade do México, dei de caras
com dois simpáticos voluntários mexicanos, um deles estudante
de mestrado, o outro, um Professor universitário a completar
um doutoramento. Deixo já uma palavra de apreço para os
voluntários, que demonstraram uma entrega extraordinária!
Aliás, esta simpatia, bem como uma marcada hospitalidade,
alegria, e humildade, foram características constantes que
identificámos no povo mexicano. Sempre dispostos a ajudar
com um sorriso, sempre ansiosos por saber mais de quem
somos e como vivemos (e não estou a falar só dos cristãos,
mas de todas as pessoas com quem nos cruzámos -
funcionários do hotel, guias turísticos, etc).
Já no ponto de encontro da IFES no aeroporto, rapidamente se
juntaram a mim uma família de cristãos marroquinos, bem
como uma pessoa de outro país do Norte de África. Pouco
depois, já na carrinha que nos levaria até Oaxtepec, juntou-se a
nós um irmão indiano e um nigeriano. Assim de repente,
estavam na mesma carrinha pessoas oriundas de 4 continentes
diferentes: Ásia, África, Europa, e América do Sul! E entre
espanhol, francês e inglês, lá fomos comunicando o melhor que
podíamos.
Depois de duas horas, chegámos ao
Club Dorados, um resort gigantesco,
com vários edifícios tipicamente
mexicanos com quartos, bem como
várias salas para convenções, um
enorme pavilhão onde se realizou a
conferência, campos de futebol,
basquetebol, ténis, 7 piscinas, uma
tenda enorme para refeições... e até
uma universidade! (não estou a
brincar!!). Imediatamente, e apesar de
exausto da viagem, tive oportunidade
de conversar com outras pessoas:
alguém do Burkina Faso - com quem
não consegui falar nada de jeito,
porque o meu francês está mesmo
muito enferrujado - alguém do Canadá
(onde há dois movimentos, um no
Quebec, de língua francesa, e outro no
resto do país, de língua inglesa),
alguns voluntários do México e do
Peru, e mesmo alguns portugueses (!),
quando encontrei a Cátia e o Samuel!
O Samuel, a propósito, vinha já
acompanhado de um estudante
Moçambicano, o Abel, seu
companheiro de quarto, e cuja
presença alegre e familiar foi uma
constante durante o evento.
5 Gone to World Assembly 2015
6
Mas uma das maiores
surpresas foi a nossa ligação à
delegação húngara,
estabelecida desde os primeiros
dias, com quem fizemos uma
amizade bastante profunda,
construída à medida que os
dias iam passando e nos íamos
encontrando repetidamente. De
facto, o Balasz, o Arón, e a
Fanny (não, não é a da casa
dos segredos, lê-se algo como
Fônnnny, a prolongar o som do
'n' - sim, aprendemos a
uma das maiores
surpresas foi a nossa
ligação à delegação
húngara
pronunciar algumas palavras
em húngaro! VEJAM ESTE
VÍDEO E COMPROVEM-NO!).
Além da química que sentimos
entre nós, descobrimos muitas
semelhanças entre o movimento estudantil húngaro e o nosso: o país tem mais ou menos a mesma
população do nosso, e o movimento é de dimensão semelhante, entre outras curiosidades.
Bem, depois disso, nos primeiros dois dias que se seguiram à nossa chegada, e ao mesmo tempo
que acontecia o Student Gathering, tive oportunidade de conhecer o meu companheiro de quarto, o
Tim Johnson (podem vê-lo na foto, no meio das meninas), um inglês que fala português e que esteve
em Portugal no GBU Lisboa durante um semestre! Não é fantástico? Além disso, deu para
descansar um pouco e desfrutar das piscinas de água bem quentinha, como se vê bem na foto; o
resto da malta teve de esperar pela noite. Também pude ler algumas publicações que nos foram
oferecidas à chegada. Duas delas, marcaram-me particularmente. Uma delas é uma nova publicação
da IFES para ser usada nas realidades locais, sobre envolvimento com as Escrituras, e que serve de
guia de estudo para nos ajudar a perceber o que é importante ter em mente quando estudamos a
Bíblia. Podem fazer o download deste guia em inglês aqui e em espanhol aqui! A outra chama-se
"Influence", e conta histórias na primeira pessoa sobre graduados dos movimentos estudantis, que
estão agora em lugares de destaque em governos de países ou grandes empresas. Esta publicação
mostra-nos a importância de se investir na formação dos estudantes, que, nos movimentos da IFES,
coloca o foco na transmissão da vocação missionária de todos os cristãos - todos os filhos de Deus
são chamados para a vivência e a proclamação do Evangelho, e estes testemunhos dão-nos uma
pequena ideia do que pode ser o fruto do nosso investimento!
Também durante esses dois dias, fui percebendo, com alguma surpresa, como era a interacção com
pessoas na World Assembly: um constante estabelecimento de contacto com gente de países de que
muitas vezes nunca ouvimos falar; qualquer ocasião era um pretexto para se iniciar uma conversa!
Isto surpreendeu-me, porque estava à espera de um evento mais impessoal, em que cada pessoa
seria apenas um no meio da multidão. Mas, de facto, foi precisamente o contrário: sentia-se no ar um
espírito de comunhão, nos olhares, um interesse genuíno por conhecer e dar-se a conhecer, um
sentimento geral de alegria por se estar a viver um momento único.
E foi neste ambiente que, na noite do nosso segundo dia no México, veio o momento tão
esperado: começou a conferência! (mais fotos dos dias anteriores à WA2015 aqui)
Gone to World Assembly 2015
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Gone to World Assembly 2015
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Gone to World Assembly 2015
Muitas conversas, muita
expectativa, e uma
abertura em grande!Durante o dia em que seria realizada a cerimónia de abertura da WA2015,sentia-se a expectativa no ar. Enquanto os estudantes se atarefavam com oStudent Gathering, o staff desdobrava-se de forma a que toda a multidão queia chegando fosse orientada e para que tudo estivesse pronto para o íniciooficial do evento.
A minha expectativa era muita. E enquanto ia conversando com o Aron, o Secretário Geral da Hungria, e
íamos trocando impressões sobre o ministério estudantil e as realidades dos nossos dois países, ou enquanto
almoçávamos e jantávamos entre portugueses – com a companhia de entre outras pessoas, Toto Bermudez, o
Secretário Geral do movimento Uruguaio, que nos falou de um projecto guatemalteco de um CD com músicas de
estudantes sobre, imagine-se...Esperança!, como nós fizemos cá no GBU!
Enquanto isso, íamos esperando pela noite, em que oficialmente começaríamos, todos juntos, a celebrar e
a reflectir sobre a nossa missão.
Logo de manhãzinha, ao me dirigir para o pequeno almoço,
conheci o Ibrahima, da Guiné Konacri (sim, era muito normal
conhecermos pessoas no caminho para as refeições), que me
revelou a história do nome “Guiné”, e porque a Guiné Konacri era a
“verdadeira Guiné”. É que no dialecto original, “Guiné” significa
“mulher”, e quando os navegadores chegaram à costa da Guiné
Konacri, perguntaram a uma mulher que avistaram como se
chamava aquela terra.
Ela, não entendendo a língua, e sendo considerada culturalmente
inapta para estabelecer contacto com estrangeiros (deveriam ser
os homens a fazê-lo), disse, no seu dialecto: “sou só uma mulher
(guiné)”, pelo que ficou esse a ser o nome daquelas regiões
africanas! Só uma história engraçada que surgiu das centenas de
conversas que fomos tendo
À noite, começou a cerimónia, e ouvimos várias boas vindas, tanto
da parte do Presidente da Direcção da IFES, Chris Collins, como
da parte do Secretário Geral do movimento mexicano, Blas Lopez
(na foto).
Dia #1 – 22 de Julho
Ainda ouvimos a Sabine Kalthoff, Secretária da IFES para o Envolvimento com as Escrituras a falar-nos deste
projecto que pretende aprofundar e promover o envolvimento com as Escrituras da parte dos movimentos
estudantis espalhados pelo mundo. De facto, sem as Escrituras não temos revelação de Cristo, o que é trágico
para os cristãos! E foi isso que tivemos em mente na introdução que a Sabine nos deu à carta de Paulo aos
Filipenses (ouvir aqui)!
Ah, e ainda assistimos a um espectáculo de música e dança mexicana Clica aqui para veres um vídeo com o
resumo do primeiro dia! (também podes ver mais algumas fotos do primeiro dia aqui)!
9Gone to World Assembly 2015
A todo o vapor!
Na manhã do segundo dia, o entusiasmo e a alegria sentiam-se no ar commuita intensidade! Começamos por celebrar a Deus juntos com canto edepois iniciámos a reflexão sobre Filipenses, com o Dr Darrell Johnson.Seguidamente, tivemos o primeiro tempo de pequenos grupos ealmoçámos com as pessoas do nosso grupo! À tarde tivemos um tempodivididos por regiões (a IFES está organizada em 11 regiões – podes sabermais aqui) e assistimos ao comissionamento do novo secretário regionalpara a Europa, Tor Erling! Ainda tivemos tempo de receber 9 novos paísesmembros, na assembleia geral da IFES. À noite, ainda tivemosoportunidade para ouvir o Secretário Geral da IFES, Daniel Bourdanné, apartilhar connosco algo sobre a missão, o chamado e a visão da IFES!
Depois da experiência inesquecível que foi cantar juntamente com mais de mil pessoas de 150 países
diferentes, continuámos com o foco na leitura e reflexão sobre Filipenses, promovida pelo Dr Darrell Johnson
(podes assistir aqui à palestra!), que deu continuidade à introdução da carta, falando-nos do esforço, por
parte de Paulo, não apenas de passar informação aos seus interlocutores, mas de os encorajar a viver o
Evangelho com toda a alegria, apesar do sofrimento (sofrimento que o próprio Paulo estava a sentir na pele,
estando preso). O que estava a acontecer com Paulo era terrível, mas o que aconteceu através de Paulo foi
uma surpresa que serviu para o avanço do Evangelho em toda a guarda pretoriana, a elite da guarda romana
(que não tiveram outra hipótese senão ouvir o Evangelho!
Dia #2 – 23 de Julho
10
Mas tão maravilhoso como o que aconteceu através de Paulo foi o
que aconteceu em Paulo, tendo ele, fruto disso, deixado esta
poderosa frase para nós hoje: “para mim viver é Cristo e o morrer é
ganho!” , É isto o que significa viver o Evangelho!
Mas adiante: depois desta reflexão profundíssima, fomos para o
tempo de pequenos grupos, tendo eu ficado responsável pela
facilitação. Esse tempo foi precioso durante todo o evento! Além de
nos dar a possibilidade de ir processando o que ouvíamos e
trocarmos experiências, possibilitou conhecer intimamente outras
pessoas com quem partilhámos a nossa caminhada. Comemos
juntos nesse dia, e tirámos a foto que vêem ao lado.
À tarde, houve dois momentos emocionantes: o primeiro foi o
tempo em que estivemos separados por regiões, e em que
assistimos ao comissionamento do novo Secretário Regional para
a Europa, o norueguês Tor Erling!
Também assistimos e participámos na primeira sessão da
Assembleia Geral, na qual assistimos à confirmação de adesão de
mais 9 movimentos à IFES! Momentos cheios de emoção, porque
havia movimentos a funcionar há vários anos, e que só este ano
puderam dar o passo de se juntarem à IFES! Entre eles, a Grécia,
nossa companheira na crise, e Macau, um território que foi
português durante séculos! Na cerimónia de acolhimento do
movimento grego, Igor Rautmanis, o Secretário Regional Interino
na Europa disse estas palavras que ficaram na nossa memória:
“enquanto o resto do mundo não sabe o que fazer com a
Grécia, nós sabemos – e acolhemo-la como membro do
movimento IFES!”. (mais sobre os novos membros aqui!)
O dia terminou com o Secretário Geral da IFES global, Daniel
Bourdanné, natural do Chade, a falar-nos de qual é o nosso
chamado como movimento estudantil no mundo: promover a
centralidade de Cristo, como expresso em Colossenses 1:15-20).
Ele é tudo o que precisamos de promover, de destacar, de indicar!
Daniel Bourdanné também disse: “Nós não somos chamados para
ser uma organização, mas para ser adoração!” Ouve mais aqui!
Clica aqui para veres um vídeo com o resumo do segundo dia! E
também há mais fotos aqui!
Gone to World Assembly 2015
11
EM CIMA: nós e os nossos sombreros, acompanhados do Abel Chau, estudante moçambicano e do Martin, assessor na Bielorússia
EM BAIXO: (da direita para a esquerda) Luca, estudante da Itália, Cátia, Samuel Jackson da Irlanda, Sami, e Oliver, da Suécia
12
Gone to World Assembly 2015
Velocidade
máxima!
No terceiro dia estamos a navegar em velocidade de cruzeiro, ecomeçamos a perceber que isto não é brincadeira! As actividadessucedem-se e já temos de fazer um esforço para não nos perdermos noshorários; ouvimos 5 palestras durante o dia! Mas também tivemos tempopara reunir em pequenos grupos, e falar com mais umas dezenas depessoas: entre outras coisas, tive a oportunidade de tomar o pequenoalmoço com uma equipa de missionários no Dubai, e ficar a conhecer combastante pormenor, uma realidade completamente diferente da nossa!
Hoje tiramos aquela que foi provavelmente a
maior selfie da história da IFES O Toto tomou a
iniciativa, e lá estamos nós! Conseguem situar-
nos?
Sim, ouvimos 5 palestras, e foi bastante pesado
intelectualmente, mas quanta riqueza! Reflectimos
com a Kim Cheng Loh, Secretária Geral da
Malásia sobre Daniel 1, e ficamos cheios da
certeza de que Deus nunca está distraído, mesmo
em situações de “exílio”, em que nos vemos em
circunstâncias que não escolhemos, mas nas
quais temos de viver confiando em Deus e
glorificando-o. (ouvir palestra completa aqui).
Ouvimos o Ben Johnston (aqui), a dar-nos outra
perspectiva sobre essa mesma passagem. E
desde logo somos sensibilizados por ver um
estudante neo-zelandês, encarnando a visão da
Dia #3 – 24 de Julho
IFES, de estudantes alcançando estudantes, e a partilhar a Palavra de Deus com mais de mil pessoas de
todo o mundo. A dizer-nos que em circunstâncias desesperadas como a que vivemos no ocidente, em que os
cristãos são vistos como ultrapassados e hipócritas, devemos, como Daniel, olhar para Deus e as suas
promessas, e não para o desespero das situações. “Daniel e os seus amigos escolheram viver
contraculturalmente através das pequenas decisões da vida quotidiana”, disse o Ben. E isso é inspiração e
encorajamento para nós! A par com isso, Deus será fiel a si mesmo e às suas promessas, porque Ele é Rei e
Senhor acima de todos os reis e senhores deste mundo. E foi muito interessante perceber o paralelo entre
Daniel e os seus amigos, sendo forçados a estudar numa cultura contrária à Sua fé, e os grupos de
estudantes do GBU nas universidades, forçados a conviver com ideias absolutamente hostis ao Evangelho. O
fundamental? Permanecer em santidade, como Daniel e os seus amigos, que não se contaminaram com os
elementos aliciantes da cultura, como os manjares do rei. Sempre com Jesus Cristo como fundamento.
13
Depois do Ben (foto ao lado), tivemos o nosso tempo de pequenos
grupos – tanta coisa que tínhamos para mastigar! – e seguidamente,
fomos almoçar, e começou mais uma rica interacção com gente de
múltiplas nacionalidades. Estive a almoçar com o Igors Rautmanis,
natural da Letónia e Secretário Interino da Europa, sobre o nosso
movimento em Portugal, e ouvir dele um pouco sobre o ministério
europeu da IFES, o que foi muito enriquecedor!
À tarde, começou um tempo de reflexão sobre grupos de estudantes
como comunidades de testemunhas de Cristo na universidade. Sarah
Breuel (esposa do René Breuel, que foi orador nos 45 anos do GBU),
falou de uma forma apaixonante sobre o que está a acontecer no
ministério deles em Itália (falaremos mais sobre isto à frente, porque
assisti a um seminário dado pela Sarah, em que ela falou desse
ministério; entretanto, podes ouvir aqui a palestra). Tantas histórias
sobre pessoas que têm dado a sua vida a Cristo! Ele quer-nos a viver
como comunidades de testemunhas, e isso é tudo o que Ele pede de
nós – que encarnemos a mensagem do Evangelho! Muito obrigado,
Sarah!
E muito apropriadamente, no seguimento destas palestras sobre Daniel
Terminamos o dia de palestras com uma voz de África, a ouvir Ahmed D Kora, do Benim, a falar-nos do que é ser
Professor Universitário e mostrar e proclamar Cristo aos estudantes. Histórias práticas, da vida, dificuldades com nome,
rostos, localizações geográficas. A luta dos estudantes num contexto adverso, e a preciosa ajuda que um Professor pode
e deve ser. Missão integral em acção!
Clica aqui para veres um vídeo com o resumo do terceiro dia! E clica aqui para veres mais fotos do terceiro dia!
Gone to World Assembly 2015
que ouvimos da parte da manhã, e da palestra da Sarah, sobre ser comunidade de discípulos, da parte da tarde, ouvimos, à
noite, falar da realidade universitária, a nossa “Babilónia”, o nosso campo missionário. Bob Trube, Director Regional Senior
do ministério de graduados e docentes da Intervarsity (o GBU dos EUA! – sabe mais aqui), falou-nos da realidade
universitária e dos seus desafios no mundo de hoje (ouvir palestra aqui). Por exemplo, sabias que nos EUA, foram
recentemente aprovadas leis de “inclusão” que obrigam os grupos universitários a incluir nas posições de liderança pessoas
que nem sequer partilham da mesma fé? . Abordou quatro áreas de desafio, que são também áreas de oportunidade para a
proclamação do Evangelho: a internacionalização (sabias que, segundo a UNESCO, 3,7 milhões de estudantes estudam
noutros países que não os de origem? Que grande oportunidade para que o Evangelho percorra o mundo!); a tecnologia,
que nos desafia e nos atordoa, mas que é uma ferramenta poderosa se a submetermos a Cristo!; a economia, um tema tão
em voga que não reflectir sobre os desafios que coloca e as oportunidades que representa é viver alheado do mundo –
como podem e devem os cristãos ministrar a um mundo esmagado por forças económicas que retiram à pessoa humana a
sua dignidade; e a secularização, o movimento socio cultural que relega o Evangelho para a periferia – de certeza que,
como eu, já ouviste coisas como “cada um tem a sua fé”, e “não se discute religião”. Como responder a estas forças? Como
viver a nossa fé no meio da pressão que elas exercem? Como proclamar Cristo como a esperança da humanidade?
Grandes questões para reflexão!
14Title of the book
15
O meu dia começou como todos os meus dias na
WA2015: numa pequena capela, num canto deslocado do
Club Dorados, onde aproveito para dedicar a Deus os
meus dias e vivências aqui no México (a vista na foto).
Um tempo essencial para não perder Deus no meio das
actividades.
Tomo o pequeno almoço com o Secretário Geral do
movimento espanhol, Francisco Mira, um colega
Psicólogo, com quem foi um enorme prazer falar
(portuñol, está claro ).
E começámos o dia a louvar a Deus em...Swahili! Árabe!
Hindi! Que enorme prazer celebrar Cristo juntamente com
tanta gente de tantas partes do mundo! Que sentimento
de unidade, de comunhão! Simplesmente indescritível!
(clica nos links e vê como foi!).
De manhã, ouvimos uma palestra marcante, proferida por
um cristão palestiniano. A partir de Daniel 3, Munther
Isaac falou-nos da lógica do Império, e como essa lógica
sempre esteve em conflito com o viver da fé no Deus da
Bíblia. Os amigos de Daniel não se curvaram ao poder de
Nabucodonosor, tal como Moisés não se curvou diante do
poderia do Faraó no Egipto. Jesus também não mostrou
qualquer deslumbramento com o poder romano na
pessoa de Pilatos, nem com o poder corrupto das
autoridades judaicas personificado em Herodes. Isto diz-
nos que nós não nos podemos curvar perante os poderes
imperiais instituidos hoje; mas o isolamento também não
é a via. O caminho é o mais difícil: estar no mundo sem
ser do mundo, perseverando no caminho da santificação,
sem comprometer a fé. Os amigos de Daniel escolheram
Gone to World Assembly 2015
Sempre a subir!
Chegamos ao quarto dia, e sentimo-nos tão abençoados por tanta riqueza a quetemos tido a possibilidade de estar expostos! É absolutamente indescrítivel e nãoconsigo fazer justiça ao sentimento através do texto que estou a escrever, o queé um bocadinho frustrante. Mas anima-me a possibilidade de poder passar algo,por pouco que seja; abrir algumas portas, despertar algum interesse naspessoas. E mesmo que não leiam, anima-me a retrospectiva que estou a fazer aocontar estas histórias, e que me está a ajudar a estruturar pensamentos eemoções que resultaram desta enorme experiência.
Dia #4 – 25 de Julho
16
esse caminho, e saiu-lhes caro: foram
lançados na fornalha, ou como nos disse
Munther Isaac: voluntariaram-se para ir para a
fornalha, confiando na soberania de Deus.
Foram recompensados com a companhia do
Cristo pré encarnado. Esta vale mesmo a pena
ouvir: clica aqui!
Seguiu-se o tempo de pequenos grupos,
sempre importante e restaurador. No meu
grupo, tínhamos uma pessoa das Filipinas, a
Arabelle, uma do Canadá, a Sandy, uma da
Guiana (país caribenho no continente sul
americano), a Jevanah, uma da Jamaica, o
Earl, uma da Noruega, o Kjetil, e o Sergeij, de
um país que não pode ser nomeado em
publicações públicas associadas ao
cristianismo. Tanta gente de tantos lugares
diferentes, mas gente com tanto em comum,
tanto de humano. Expectativas, dificuldades,
tentações...um tempo de partilha extremamen-
Clica aqui para veres mais fotos do quarto dia!
Gone to World Assembly 2015
te enriquecedor.
À noite, estivemos juntos a celebrar e ouvimos mais duas palestras: uma do Glenn Smith, Professor de Teologia Missional
em Montréal, no Canadá. O Glenn falou-nosda visão que devemos ter relativamente à missão universitária, começando
por citar Arthut Holmes: “A igreja primitiva defendia que toda a verdade é verdade divina, onde quer que a verdade seja
encontrada...mas o foco último da verdade é Deus.”. “No entanto”, acrescentou o Glenn, “hoje, a fé cristã é vista
demasiadas vezes como algo do foro privado do coração, sem referência a um alcance mais abrangente, que se refere`ao
conhecimento e questões culturais.”. Na verdade, a ideia de missão integral que queremos promover, representa a nossa
oposição a este conceito de fé como algo privado. Acreditamos que a fé deve permear todas as áreas da vida, e estar viva
em todas as áreas da vida. O Glenn fez-nos reflectir sobre isso, sublinhando o papel que a universidade tem como
promotora de ensino, investigação e de extensão (ponte para outras instituições). Todas essas dimensões devem estar
incluídas na nossa missão como ministério universitário! Ouve aqui o desenvolvimento destas ideias!
Num registo muito mais latino, muito mais emocionado e até com lágrimas, Ruth Lopez Turley, uma mexicana que é
Professora de Sociologia nos EUA, falou-nos do seu difícil percurso: vítima de discriminação racial e económica, venceu
barreiras aparentemente intransponíveis, para chegar, pela graça de Deus, a um lugar de extrema influência nas políticas
de educação dos EUA, que lhe permite hoje derrubar essas mesmas barreiras para que outros não sejam vítimas do que
ela foi! Uma história de vida incrível, contada na primeira pessoa, e que podes ouvir aqui!
17
EM CIMA: a Cátia e dois dos nossos amigos belgas, o Sem e o Olivier!
EM BAIXO: na foto da esquerda, o Seraph, um estudante indiano acompanhado de um boliviano vestido a
rigor!; na foto da direita, uma amálgama de pessoas de várias proveniências: em cima, o David do Peru, o
Diego do México, e o Samuel do Reino Unido e em baixo a Cátia rodeada de pessoas cujos nomes eu não
sei ;
18
O dia começou com algum cansaço – nesta fase já se
sente bastante o desgaste – mas com muita alegria e
entusiasmo!
O louvor foi mais uma vez um tempo surpreendente e de
comunhão – cantámos em coreano ! Ouve aqui! Aliás,
a equipa que nos dirigiu fez um trabalho excelente: para
além da música bem tocada, conseguiram fazer o mais
importante: unir 1000 pessoas de mais de 150 países
diferentes no mesmo Espírito e cantando a uma só voz!
Deixo aqui a minha palavra de apreciação pela forma
sensível e dirigida pelo Espírito Santo como louvaram a
Deus.
Gone to World Assembly 2015
Domingo: de volta
a Filipos!
A viagem continua, e depois de alguns dias focados em Daniel, voltamos aFilipenses! Este foi também o primeiro dia de seminários, e pudemos ouvirexperiências muito diversas já que os seminários eram dedicados à missão nauniversidade, e a ideia era inspirar-nos com a partilha do que outros estão a fazernoutras partes do mundo. Mas o melhor do dia (a seguir à comunhão, que paramim ocupa sempre o primeiro lugar) foi a palestra sobre Filipenses dada peloorador do primeiro dia, Darrell Johnson!
Dia #5 – 26 de Julho
De seguida, ouvimos uma reflexão trazida a nós pelo Darrell Johnson - já o tínhamos ouvido no segundo dia, a dar
continuidade à introdução à carta de Paulo aos filipenses, e tinha sido muito enriquecedor. Mas desta vez, trouxe-nos
uma perspectiva nova e fresca do que é o Reino de Deus: a partir da passagem da carta de 1:17 a 2:18,
principalmente o verísculo 1:27, que diz “Somente deveis portar-vos dignamente, conforme o evangelho de Cristo”,
fomos levados a pensar na nossa vocação cristã como cidadania. Já não uma cidadania cosmopolita (como as
pessoas de Filipos, uma grande cidade), mas uma cidadania Cristopolita, com um novo Rei, uma nova cultura, uma no
va cosmovisão! O maior interesse dos cidadãos
desta nova polis (cidade, em grego), é o Reino de
Deus, e o que nós temos de fazer, pela Graça de
Deus, é vivermos de forma digna da nossa cidadania!
O problema, como estava a acontecer na igreja de
Filipos, é que muitas vezes continuamos a conduzir-
nos como se ainda mantivéssemos primariamente a
cidadania cosmopolita, quando essa cidadania passa
a ser apenas periférica na vida dos cidadãos do
Reino de Deus! Ouve a palestra completa aqui!
19
Antes do almoço, ainda mais um tempo para
reunião de pequenos grupos, e ao amoço, tive
a companhia de um assessor australiano, que
me falou da (enorme) realidade do movimento
no seu país! Falou-me, entre outras coisas, do
programa de formação para candidatos a
assessores que eles têm estruturado já há
longos anos! O programa inclui enviar os
interessados para um grupo local, onde têm a
oportunidade de iniciar um trabalho de apoio
aos estudantes, sempre supervisionados e
mentoriados por um assessor mais experiente!
A propósito ainda dos pequenos grupos, quero
frisar mais uma vez que estes tempos foram
cruciais na expressão e processamento da
Gone to World Assembly 2015
quantidade enorme de emoções que iam surgindo ao longo do evento. Os pequenos grupos são ideia de Deus, não podemos
esquecer isto enquanto formos vivendo a nossa realidade nos núcleos e pequenos grupos que integramos no nosso dia a dia!
Ah, e durante o almoço, ainda tivemos a oportunidade de contactar com a realidade mexicana! Órale! (esta é uma expressão
mexicana de admiração que significa “wow”)!
À tarde, foi tempo de seminários! Assisti a um seminário com a Sarah Breuel sobre investir em evangelização através de
estudos bíblicos para pessoas não crentes que estão interessadas em saber mais um pouco sobre a fé. Ao ouvir o
testemunho da Sarah sobre o que está a acontecer em Itália, ficamos com a sensação de que nós muitas vezes fazemos um
bicho de 7 cabeças relativamente a convidar alguém para um estudo bíblico! Muitas vezes, a realidade, é que sabemos que
os contextos em que nos reunimos não iriam ser apropriados para pessoas que nada sabem sobre a Bíblia. São recheados
de evangeliquês, e não muito”seeker-friendly”. Este tipo de reuniões procura ter esta sensibilidade relativamente a pessoas
sem qualquer bagagem teológica, e por isso são compostos mais por descrentes do que por crentes – para que os crentes
não monopolizem a discussão com pormenores doutrinários que distraiam as pessoas do essencial.
À noite, tivemos a oportunidade de ouvir uma palestra sobre
“Enfrentar o sofrimento”, trazida até nós pelo Bispo Hwa Yung,
Presidente Honorário da IFES, e Bispo da Igreja Metodista na
Malásia. A palestra foi seguida por lamentação conjunta e
oração, e foi um momento bastante emotivo, tendo nós
consciência da realidade violenta de muitas das pessoas
presentes, em que se vive no risco de ser preso ou mesmo
morrer pela fé em Cristo. Ouve aqui a palestra completa.
Vê aqui um vídeo com alguns destaques da wa2015 no twitter!
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A diversidade no Corpo de Cristo! Lindo
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Gone to World Assembly 2015
“Xochicalco” y
“Yo soy un militante!”
Hoje foi um dia completamente diferente: dia de excursão! Eu, a Cátia e o Samifomos os três na mesma: Xochicalco, uma localização privilegiada e muito bempreservada com ruínas de uma civilização pré hispânica, os xochicalcas (nuncaadivinhariam o nome ). Foi um passeio a um lugar muito alto e bastante seco,com muito calor, mas depois fomos aos Jardins do México, onde nos podemosrefrescar! À noite, cantámos em español, com um compositor e intérpretemexicano, graduado do Compa, o GBU mexicano!
Dia #6 – 27 de Julho
E cá está uma das músicas que ouvimos, com um cheirinho
inconfundível de América Latina! O compositor e intérprete
mexicano, Joel Sierra conduziu-nos neste tempo de louvor.
Ouve aqui!
O resto foi excursão, onde convivemos bastante com os
nossos congéneres italianos e irlandeses, como as fotos tão
bem o demonstram!
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Gone to World Assembly 2015
Penúltimo dia, e já há
alguma nostalgia no ar!
Voltámos à reflexão, depois da descompressão de um dia de excursão e noite delouvor. Não vamos mentir, estamos extremamente cansados, exaustos até. Mas opensamento de que só temos mais dois dias para desfrutar leva-nos a encontrarforças redobradas para tentarmos queimar bem os últimos cartuchos.
Dia #7 – 28 de Julho
E o dia começou de forma esplêndida, com o
penúltimo tempo matinal. A música de louvor ganha
um sabor especial quando cantamos em russo E
podem ouvir aqui uma das que cantamos, embora
seja uma versão da música que encontrei no
youtube. Mas são cantores excepcionais, vale
mesmo a pena ouvir!
Nessa manhã, ouvimos um orador da IFES Eurasia,
missionário num país onde existe perseguição aos
cristãos, e portanto não é permitido publicar imagens
dele. A palestra foi sobre a comparação que Paulo
faz entre o estilo de vida e propósito de vida dos
cristãos e os dos atletas, em Filipenses 3:1-4:1.
Segundo o nosso orador, podemos pensar em 3 tipos
de atletas: aqueles que preferem correr para apenas
provocar dificuldades aos outros, os que sucumbem
à armadilha do tradicionalismo e rejeitam tudo o que
é novo; o segundo tipo de atletas é constituído por
aqueles que não estão interessados na meta, mas
apenas em correr com pouco esforço e entrega,
pensando apenas em desfrutar do presente.
Finalmente, o terceiro grupo é composto pelos que
dão tudo para correr pelo prémio, que não se
importam de sofrer pelo Evangelho. Muito
interessante pensar em como é fácil para qualquer
um de nós fazer parte do primeiro ou segundo
grupos, e em como é difícil mantermo-nos no
terceiro, como é difícil viver em entrega total e
sacrificarmos tudo por Cristo. Esta é a ênfase de
Paulo em Filipenses.
À noite ouvimos o Sam McCook falar-nos de
Filipenses 4:2-9, a fantástica passagem da carta em
que Paulo encoraja a alegria, independentemente do
sofrimento que estejamos a passar:
“Alegrem-se n’Ele. Outra vez vos digo: alegrem-se!”
Como isto nos encoraja, saber que é possível estar
preso como Paulo, mesmo injustamente, e ter alegria,
uma alegria que transcende todas as circunstâncias! Já
agora, o Sam é Presidente da Direcção do movimento
da Jamaica, e podem ouvi-lo falar de Alegria aqui!
Fizemos também, algo incrível: celebrámos juntos a
Ceia do Senhor! Mais de 1000 cristãos de todo o
mundo a celebrar a morte de Jesus por nós! Que
experiência inesquecível!
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Durante a tarde assisti a dois seminários
(seguidos! :P ) e ouvi primeiro o Secretário
Geral do Gana (olha ele a tirar a selfie!) a falar
sobre dois graves problemas da sociedade
ocidental e não só (em África constitui também
um grande handicap civilizacional: o
consumismo e o secularismo). Na primeira
destas duas filosofias, faz-se dos bens ídolos e
atribui-se valor ao ser humano de acordo com
aquilo que possui; na segunda, relega-se a fé
para o espaço privado, o que tira todo o
sentido à missão cristã (que consiste em
proclamar e viver o Evangelho o mais
publicamente possível). Deixo-vos na próxima
página alguns slides do seminário, com
algumas frases muito interessantes.
Gone to World Assembly 2015
À tarde, foi tempo de seminários! Assisti a um seminário com a Sarah Breuel sobre investir em evangelização através de
estudos bíblicos para pessoas não crentes que estão interessadas em saber mais um pouco sobre a fé. Ao ouvir o
testemunho da Sarah sobre o que está a acontecer em Itália, ficamos com a sensação de que nós muitas vezes fazemos um
bicho de 7 cabeças relativamente a convidar alguém para um estudo bíblico! Muitas vezes, a realidade, é que sabemos que
os contextos em que nos reunimos não iriam ser apropriados para pessoas que nada sabem sobre a Bíblia. São recheados
de evangeliquês, e não muito”seeker-friendly”. Este tipo de reuniões procura ter esta sensibilidade relativamente a pessoas
sem qualquer bagagem teológica, e por isso são compostos mais por descrentes do que por crentes – para que os crentes
não monopolizem a discussão com pormenores doutrinários que distraiam as pessoas do essencial.
À tarde foi ainda tempo de Assembleia geral da IFES global, onde se discutiram algumas alterações aos estatutos. Uma
delas, sobre a colaboração com organizações não evangélicas deu-nos bastante que reflectir; depois da sessão da noite,
trocamos ideias com gente de várias partes do mundo (Dinamarca, Itália, Dubai, Hungria, Espanha, Austrália) e reflectimos
sobre até que ponto devemos estabelecer parcerias com organizações que não subscrevem as nossas bases doutrinárias.
Pode parecer simples para alguns, mas a verdade é que este tema levanta questões bastante complexas sobre
ecumenismo e teologia de missões.
Estive ainda no seminário do Secretário Geral da IFES, Daniel Bourdanné, sobre a visão da IFES, a visão das Pedras Vivas,
inspirada na passagem de I Pedro 2:4,5, que lê assim:
“4E, chegando-vos para ele — pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,
5Vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais,
agradáveis a Deus por Jesus Cristo.”. A visão da IFES assim exposta, prende-se com a ideia de estudantes sendo pedras
vivas, alcançando outros estudantes para Cristo, o que constitui uma parte fundamental do nosso ministério.
E ainda tivemos tempo para ouvir a Carmen Castillo, Secretária
Geral do movimento no Chile a falar sobre a mesma passagem de
Filipenses que já tínhamos abordado de manhã: o cristão como
atleta de Cristo e como há tantos cristãos que se esquecem que
servir a Deus exige não apenas umas corridas ao fim de semana,
mas um sacrifício vivo de todas as dimensões da vida. Ouve aqui
a palestra!
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De cima para baixo, da esquerda para a direita: Bob Botelho do Brasil, Samuel Yeoh Zheng Yi da Malásia e Samuel Yung, do
Reino Unido. Ah, e Samuel Ferreira e Cátia Almeida, de Portugal. PS: usei outras camisas durante o evento.
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Gone to World Assembly 2015
Acaba hoje…
Acaba hoje a IFES World Assembly 2015. Sentimos que ficou muito por conversarcom gente que conhecemos, muita gente que não conhecemos e gostaríamos deconhecer, e muito que aprender que não conseguimos assimilar. Mas maior do queesse sentimento, é o sentimento de que aproveitamos o melhor possível, e estamosmuito motivados e cheios de vontade de ser uma bênção no nosso ministério emPortugal!
Dia #8 – 29 de Julho
Começo pelo fim: o ponto alto não só deste dia, mas de toda a
World Assembly foi ouvir este senhor a falar de Filipenses 2:19-
30. Partindo da amizade de Paulo com Timóteo e Epafrodito,
bem como o amor que Paulo demonstra pela comunidade em
Filipos, Samuel Escobar falou-nos apenas de…carinho. “O
ministério cristão deve ser levado a cabo com carinho.”. Tão
óbvio…tão esquecido por nós, no meio de tantos programas,
tantas actividades, tanto planeamento, tanta teoria.
Uma expressão que Samuel usou, e que nunca
esquecerei foi “a infra estrutura afectiva do
ministério cristão”. Para um latino-americano, disse
Samuel, esta dimensão é central, porque os
afectos são centrais na cultura latino americana.
Samuel citou esta passagem de João 13: “1 Assim,
pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus
que havia chegado o tempo de Deus, em que
partiria deste mundo e iria para o Pai, tendo amado
os seus que estavam no mundo, amou-os até o
fim.”
O amor é central na Bíblia, no ministério de Cristo,
nas cartas teológicas de Paulo. “Ainda que… [seja
o que for que façamos] se não houver amor
[sacrifício , carinho, caridade, afecto], tudo o que
fizermos não passará de ruído sem sentido”
(paráfrase minha de I Coríntios 13). Não é por
acaso que – continua Samuel – a tradução da
Bíblia mais usada na América Latina diz, em
Filipenses 2:5, “haja em vós o mesmo
sentimento/sentir que houve em Cristo Jesus”, ao
passo que noutras traduções anglo saxónicas
falam do mesmo pensar/mente que houve em
Cristo. A palavra grega descreve uma combinação
integrada entre mente e intelecto, implicando todas
as dimensões humanas envolvidas na assimilação
do modelo de Cristo. Tudo é importante, mas a
ênfase, o MAIS importante é o Amor. Podemos
passar sem profundidade intelectual, mas nunca
sem o Amor de Deus. É esta base que queremos
construir no movimento em Portugal. POR FAVOR,
OUÇAM ISTO, CRISTÃOS!
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Gone to World Assembly 2015
À tarde, foi tempo de seminários! Assisti a um seminário com a Sarah Breuel sobre investir em evangelização através de
estudos bíblicos para pessoas não crentes que estão interessadas em saber mais um pouco sobre a fé. Ao ouvir o
testemunho da Sarah sobre o que está a acontecer em Itália, ficamos com a sensação de que nós muitas vezes fazemos um
bicho de 7 cabeças relativamente a convidar alguém para um estudo bíblico! Muitas vezes, a realidade, é que sabemos que
os contextos em que nos reunimos não iriam ser apropriados para pessoas que nada sabem sobre a Bíblia. São recheados
de evangeliquês, e não muito”seeker-friendly”. Este tipo de reuniões procura ter esta sensibilidade relativamente a pessoas
sem qualquer bagagem teológica, e por isso são compostos mais por descrentes do que por crentes – para que os crentes
não monopolizem a discussão com pormenores doutrinários que distraiam as pessoas do essencial.
tanto, trocamos tantas ideias…o que vamos agora fazer com isso? Essa foi a pergunta que ficou no fim da wa2015, e é uma
pergunta que não queremos deixar sem resposta. Ouçam aqui a última palestra da wa2015!
À noite, depois de todas as palestras, lembramos em festa algumas das músicas que cantamos juntos durante todos estes dias
em que nos tornamos mais do que apenas uma quantidade de grupos dispersos pelo mundo, e ganhamos uma consciência
viva uns dos outros, passamos a associar caras às siglas. Mudámos, fomos transformados, e saímos daqui com uma
revelação viva do que é o Corpo de Cristo.E pensando já que a próxima World Assembly, daqui a 4 anos, é na África do Sul!
Vê aqui a passagem do testemunho!
Neste último dia ainda pude tomar o
pequeno almoço com o Secretário Geral
do movimento moçambicano, o Adilson
(na foto do lado) - uma das raras
refeições em que falei português
Trocamos ideias e falamos da realidade
dos nossos movimentos, culturalmente
muito diferentes, mas unidos pela mesma
língua e uma história comum. Saibam
mais aqui sobre o movimento
moçambicano, o Abemo!
À noite foi tempo de ouvir o já referido
Samuel Escobar e também de ouvir a
palavra final e de encerramento, da parte
do Daniel Bourdanné, que nos trouxe
uma reflexão sobre Filipenses 4:10-23.
Fomos encorajados a pensar em formas
de passar à prática, depois de um tempo
em que aprendemos tanto, reflectimos
Até às 3 da manhã, tomámos banho na piscina de escorregas, cantámos músicas em coro ao som de guitarras, conhecemos
mais gente, e começámos a pensar seriamente em voltar a casa, e espalhar à nossa volta aquilo que recebemos.
Já de seguida, a viagem de volta.
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Sim, ainda consegui perder um avião…
Chego ao balcão do aeroporto, e…tinha confundido as 12 horas – meio
dia – com as 12 horas meia noite, e cheguei ao aeroporto 12 horas
atrasado. Boa, campeão!!
4700 pesos depois, estava eu a entrar no mesmo avião do Sami, o anjo que Deus enviou para me
emprestar dinheiro e para me ajudar em Madrid. Sim, tive de perceber a melhor maneira de voltar a
Portugal, já que tanto os autocarros como os aviões, como os comboios estavam completamente esgotados
para aquele dia…já tinha comprado uma passagem do blablacar.es (ia demorar 8 horas de carro a chegar a
casa, mas graças a Deus, alguém desistiu da sua viagem de Madrid para o Porto, e consegui chegar a
Portugal depois de 1 hora de avião. Rever a minha família, de quem senti tanta falta, e dar um abraço ao
meu Guilherme e à minha Cecília…um alívio e uma alegria enorme. Graças a Deus. Ficam aqui algumas
fotos dos últimos momentos na wa2015. Muito obrigado aos corajosos que leram isto, e a todos os que têm
apoiado o GBU não só em palavras e orações, mas com a vossa generosidade financeira, para que
pudéssemos representar o nosso movimento neste evento, com todas as despesas que isso acarretou. Para
vocês vai a nossa especial e sentida gratidão.
A viagem de volta
30NO AEROPORTO: Foto de cima: o Agelos, do movimento grego (acho que é assim que se escreve o
nome dele), e o nosso amigo Abel Chau!
Foto de baixo: em cima, o Joel da Suécia, o Agelos, dois amigos da Eslováquia, o Balajz da Hungria;
em baixo, a Fonny da Hungria e o Abel de Moçambique!
31
Chegada a
Portugal!!
32Title of the book