GESTÃO DE PROJETO DE UM QUADRICICLO URBANO NÃO …
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
SUL-RIO-GRANDENSE
CAMPUS SAPUCAIA DO SUL
CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA MECÂNICA
GESTÃO DE PROJETO DE UM QUADRICICLO URBANO NÃO MOTORIZADO E
ANÁLISE DE VIABILIDADE PRODUTIVA
PABLO ROBERTO DE LIMA GARCIA
Orientador: Prof. Dr. Durval João De Barba Junior
Sapucaia do Sul
2017
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PABLO ROBERTO DE LIMA GARCIA
GESTÃO DE PROJETO DE UM QUADRICICLO URBANO NÃO MOTORIZADO E
ANÁLISE DE VIABILIDADE PRODUTIVA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado no Instituto Federal Sul-Rio-
Grandense, Campus de Sapucaia do Sul,
como parte dos requisitos para obtenção
do Título de Engenheiro Mecânico.
Orientador: Prof. Dr. Durval João De
Barba Junior
Sapucaia do Sul
2017
iii
PABLO ROBERTO DE LIMA GARCIA
GESTÃO DE PROJETO DE UM QUADRICICLO URBANO NÃO MOTORIZADO E
ANÁLISE DE VIABILIDADE PRODUTIVA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado no Instituto Federal Sul-Rio-
Grandense, Campus de Sapucaia do Sul,
como parte dos requisitos para obtenção
do Título de Engenheiro Mecânico.
Aprovado em 23 de junho de 2017.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Prof. Ms. Carlos Alexandre Wurzel - IFSUL
_________________________________________
Prof. Dr. Vinícius Martins - IFSUL
iv
Dedico este trabalho a todos que me
auxiliaram no decorrer desta
caminhada de minha formação,
dedico a Deus, à minha família,
meus avós, meus professores, meus
amigos e à minha noiva, saibam que
todos estão em meu coração.
v
vi
AGRADECIMENTOS
Há um número infinito de pessoas que devem ser citadas e agradecidas aqui, pois parto do
princípio que toda experiência contribui a nossa formação, formação como pessoas, como
profissionais e como indivíduos. Por mais que as vezes desejamos, não há como separar estes
papéis de um mesmo indivíduo.
Então, de todas as experiências que tive nesta vida, as mais antigas que tenho e marcantes
com relação a minha formação, são as que me remetem a minha mãe, que fez todo o esforço
possível para que eu e meu irmão fossemos as aulas, mesmo com chuva, muita chuva, mesmo
com frio pela manhã, muito frio pela manhã. Causando de certa forma uma importância as aulas
muito acima da média observada em nossos coleguinhas da época, este esforço também é
louvável ao meu pai, que por muitas vezes ficou estudando comigo em aulas particulares de
trigonometria, mesmo que cansado do seu trabalho, mesmo sabendo que a escola de ensino
fundamental não cobrava isso, mas ele sabia da importância e da falta que estes conceitos de
geometria espacial fariam a mim no futuro. E como estes conteúdos me apoiaram, inclusive
para eu passa-los adiante.
Então, aqui agradeço a todos os meus alunos, que me trouxeram uma experencia singular
de sentimentos e de importância que temos na vida dos outros, que somos responsáveis por
pessoas que talvez nem imaginamos conhecer. Além de muita satisfação e sabedoria, a
experiência de dar aulas me levou a apresentar de forma segura trabalhos fundamentais para a
formação de engenheiro mecânico, então agradeço a todos os meus alunos.
Agradeço pelo modelo de inteligência que sempre vi em meu irmão e meu pai, pessoas
com o dom da sapiência e que sempre me inspiraram a melhorar minhas competências nas
disciplinas da área de exatas.
Também gostaria de citar e agradecer todas aquelas pessoas as quais faltei por estar focado
em meus estudos, meus amigos que, deixados em segundo plano, nunca deixaram a amizade se
abalar por este fato.
Há um agradecimento muito especial, que deve ser feito por todos os alunos, a essa
instituição, que no meu caso, fez toda a diferença em minha vida, desde o ensino médio,
passando pelo técnico e agora com a graduação em Engenharia, que deu todo o aporte possível
e as vezes até quase impossível, junto a seu corpo diretivo e principalmente aos seus mestres.
Meus mestres, que durante toda a minha passagem somada de 12 anos pelo Instituto Federal,
me inspiraram a ser a pessoa que sou, que me orgulho de ser. Fechando esta passagem com o
vii
professor Orientador Durval que foi fundamental para esta conquista, junto com os professores
da banca.
A minha atual noiva, futura esposa, não pode ficar de fora de qualquer agradecimento que
eu faça, por toda a importância que representa nas conversas motivadoras, no apoio aos meus
estudos e decisões tomadas.
Algumas pessoas distinguem racional de espiritual, eu já gosto de fazer o contrário, juntar
tudo isso para agradecer a tudo e todos que foram colocados em meu caminho por Deus para
que na presente data a minha graduação em Engenharia Mecânica seja atingida, graduação
baseada na lógica e exatidão de cálculos, mas que para mim só são possíveis pelo irracional e
intangível Ser maior. Um objetivo inicialmente egoísta por ser a coroação de somente uma
pessoa, mas tenho plena consciência que devo muito a todos sempre, e que sou eternamente
grato a Deus por todos que ajudam, colocados por Ele, a compor esta história de sucesso.
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RESUMO
Na constante busca por uma melhor qualidade de vida, dentre uma rotina apertada de horários
para a prática de exercícios físicos, e uma constante observância do aumento da poluição de
nosso planeta, eis que se apresenta neste trabalho o projeto prototipado de um quadriciclo
urbano não motorizado, que tem por maior objetivo substituir os automóveis em deslocamentos
urbanos curtos. Sendo esta uma opção viável para o deslocamento com emissão zero e que
possibilita a prática regular de exercícios físicos, já que o quadriciclo é movido por propulsão
humana. O quadriciclo foi projetado fazendo-se uso dos conceitos de Projeto para Excelência
(DfX - DfM e DfA), e teve todo o desenvolvimento pautado dentro dos preceitos de
Gerenciamento de Projeto e Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto (PLM), baseado na
metodologia do Project Management Institute (PMI). As pesquisas com clientes e com o time
de projeto, pessoas que desempenham papéis de executores dentro do projeto, nortearam o
desenho do quadriciclo a um melhor estado, podendo atender vários nichos da sociedade e ser
aplicado em diversos usos, contudo os resultados mais expressivos foram as pessoas que
gostariam de se exercitar durante o seu deslocamento ao seu trabalho e que desejam usar um
veículo menos poluente, dando destaque assim para o uso diário e cotidiano do quadriciclo,
desta forma o seu conforto e leveza ao pedalar foram itens prioritários no seu projeto. Dentre
os usos possíveis identificados pelos testes com o protótipo o seu uso seguro em meio urbano,
dado as suas características de dirigibilidade, foi de grande destaque. Assim, atingindo
plenamente o objetivo para o qual fora projetado.
Palavras-chave: Quadriciclo. Veículo Urbano. Gerenciamento de Projeto. DfX. DfM. DfA.
Gerenciamento do Ciclo de Vida.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Linha do Tempo das Bicicletas (BTTZALEAK, 2011) ............................................ 5
Figura 2 - Gráfico crescimento frota brasileira .......................................................................... 7
Figura 3 - O que é Projeto (PMI, 2015) ...................................................................................... 8
Figura 4 - Gerenciamento do ciclo de vida do Produto e Gerenciamento de Projetos (PLM,
2016) ........................................................................................................................................... 9
Figura 5 - DfX derivações (MASCARENHAS et al., 2009) ................................................... 10
Figura 6 - Representação do fluxo do projeto do quadriciclo urbano (PMI, 2013 e 2017) ...... 15
Figura 7 - Sequência de demonstração dos resultados ............................................................. 23
Figura 8 - Gráfico de Kano com características funcionais do quadriciclo.............................. 33
Figura 9 - Cronograma do Projeto ............................................................................................ 37
Figura 10 - Detalhe encaixe garfo-quadro e cubo de centro-quadro ........................................ 40
Figura 11 - Cubo Flangeado, Mancal e Catraca ....................................................................... 41
Figura 12 - Terminal Rotular .................................................................................................... 42
Figura 13 - Quadriciclo Inteiro ................................................................................................. 54
Figura 14 - Detalhe encaixe garfo-quadro e cubo de centro-quadro ........................................ 54
Figura 15 - Cubo Flangeado, Mancal e Catraca ....................................................................... 55
Figura 16 - Terminal Rotular .................................................................................................... 55
Figura 17 - Quadriciclo em teste .............................................................................................. 56
Figura 18 - Quadriciclo em teste .............................................................................................. 56
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Termo de Abertura .................................................................................................. 24
Tabela 2 - Acordo de Projetos .................................................................................................. 26
Tabela 3 - Itens comprados ....................................................................................................... 35
Tabela 4 - Liberação de Protótipo ............................................................................................ 44
Tabela 5 - Pesquisa Clientes ..................................................................................................... 50
Tabela 6 - ROI com torno ......................................................................................................... 52
Tabela 7 - ROI sem torno ......................................................................................................... 53
xi
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
Anfavea Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
DfA Design for Assembly – Projeto para Montagem
DfE Design for Environmental – Projeto para o Meio Ambiente
DfM Design for Manufacturing – Projeto para Fabricação
DfMA Design for Manufacturing and Assembly – Projeto para Fabricação e Montagem
DfSv Design for Serviceability – Projeto para Manutenção
DfU Design for User – Projeto para o Cliente
DfX Design for X – Projeto para X
EAP Estrutura Analítica de Projeto
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFSUL Instituto Federal Sul-rio-grandense
PLM Product Life-cycle Management – Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto
PMI Project Management Institute – Instituto de Gerenciamento de Projeto
ROI Returno on Investment – Retorno sobre Investimento
xii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... VI
RESUMO ............................................................................................................................. VIII
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ IX
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. X
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ................................................... XI
SUMÁRIO ............................................................................................................................. XII
1 INTRODUÇÃO AO PROJETO DE UM QUADRICICLO URBANO NÃO
MOTORIZADO ....................................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 3
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................... 4
3.1 Veículos Urbanos ............................................................................................................. 4
3.2 Sustentabilidade aplicada a veículos urbanos ............................................................... 6
3.3 Gestão de projetos ........................................................................................................... 8
3.4 DfX (Design for “X”, Projeto para “X”) ....................................................................... 9
3.4.1 DfU (Design for User, Projeto para o Cliente) ............................................................. 10
3.4.2 DfM (Design for Manufacturing, Projeto para a Fabricação) ...................................... 10
3.4.3 DfA (Design for Assembly, Projeto para a Montagem) ............................................... 11
3.4.4 DfSv (Design for Serviceability, Projeto para a Manutenção) ..................................... 11
3.4.5 DfE (Design for Environmental, Projeto para o Meio Ambiente) ................................ 11
4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 13
4.1 PLM – Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto ................................................ 15
4.1.1 Termo de Abertura de Projeto - Intenção do projeto .................................................... 16
4.1.2 Acordo de Projeto ou Plano de Gerenciamento de Projeto .......................................... 16
xiii
4.1.3 Escopo do Projeto - Requisitos Mercadológicos do Projeto ........................................ 17
4.1.4 Requisitos de engenharia após análise mercadológica: Estrutura Analítica do Projeto
(EAP) ......................................................................................................................... 19
4.1.5 Liberação do Protótipo ................................................................................................. 20
4.2 DfX (Design for “X”, Projeto para “X”) ..................................................................... 21
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 23
5.1 Termo de abertura ........................................................................................................ 24
5.2 Acordo de Projeto .......................................................................................................... 25
5.3 Escopo de Projeto .......................................................................................................... 26
5.3.1 Posicionamento de Mercado ......................................................................................... 27
5.3.2 Análise de concorrentes ................................................................................................ 28
5.3.3 Pesquisa com potenciais clientes .................................................................................. 28
5.3.4 Estratégia de Vendas ..................................................................................................... 29
5.3.5 Data de Lançamento ..................................................................................................... 31
5.3.6 Custo máximo de Produção .......................................................................................... 31
5.3.7 Características funcionais do produto ........................................................................... 31
5.3.8 Características de segurança ......................................................................................... 32
5.3.9 Características sustentáveis .......................................................................................... 32
5.3.10 Características organizadas segundo Kano ................................................................... 32
5.4 Requisitos de Engenharia, Estrutura Analítica de Projeto – EAP ........................... 34
5.4.1 Custo máximo de fabricação ........................................................................................ 35
5.4.2 Estudo de retorno Financeiro (ROI) ............................................................................. 35
5.4.3 Cronograma de projeto ................................................................................................. 36
5.4.4 Atendimento aos Requisitos Mercadológicos .............................................................. 38
5.5 DfX, Design for “X”, Projeto para Excelência............................................................ 40
5.5.1 Projeto para Fabricação (DfM) ..................................................................................... 40
xiv
5.5.2 Projeto para Montagem (DfA) ...................................................................................... 41
5.6 Liberação do Protótipo ................................................................................................. 43
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 45
7 LIMITAÇÕES, DIFICULDADES, SUGESTÕES TRABALHOS FUTUROS .......... 46
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 47
APÊNDICE I – PESQUISA COM POTENCIAIS CLIENTES ......................................... 50
APÊNDICE II – ROI COM TORNO ................................................................................... 52
APÊNDICE III – ROI SEM TORNO ................................................................................... 53
APÊNDICE IV – IMAGENS DO PROJETO DO QUADRICICLO ................................ 54
APENDICE V – IMAGEM DO QUADRICICLO EM TESTE ......................................... 56
1
1 INTRODUÇÃO AO PROJETO DE UM QUADRICICLO URBANO NÃO
MOTORIZADO
A sociedade moderna atual é refém de um estilo de vida no qual invariavelmente poluí
o ambiente. Sendo assim, a poluição está ligada a muitas atividades cotidianas, desde uma
embalagem que é jogada no lixo até deslocamentos feitos com veículos automotores.
Segundo Sitecuriosidades (2017) a poluição gerada pelos automóveis, de uma família
que tenha mais de um automóvel, é superior ao somatório de todas as outras emissões destas
pessoas, como o consumo de energia, a produção de resíduos, a contaminação de água entre
outras. Um outro dado relacionado à frota brasileira, revela que em 1992 apenas 14,6% dos
domicílios possuíam carros, e, em 2012, esse percentual já ultrapassava os 50% dos domicílios
e em 2016, segundo o IBGE (2016), o total de veículos somados no país ultrapassam os 84
milhões com a população em mais de 207milhões de habitantes. (G1, 2013; IBGE, 2016).
Desta maneira este trabalho se propõe a apresentar uma solução segura e sustentável,
para frear o contínuo aumento da poluição gerada por automóveis, na configuração de um
quadriciclo movido por pedal. O quadriciclo, movido por propulsão humana, tem emissão zero
e suporta duas ou mais pessoas, sendo utilizado para deslocamentos urbanos curtos, visto que,
em média, os carros, nas grandes metrópoles, rodam aproximadamente 40 km por dia e também
uma grande parcela da população perde mais de uma hora no deslocamento de retorno do
trabalho para o lar (G1, 2013).
O projeto do quadriciclo terá como fim substituir o veículo automotor para
deslocamentos breves, ou, até mesmo, deslocamentos rotineiros, de forma a trazer redução das
emissões de gases nocivos à atmosfera, bem como para o ambiente, e também pode trazer um
bem ao usuário por meio de uma prática de exercícios físicos.
Segundo o Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Mecânica do IFSul:
O aluno do Curso de Engenharia Mecânica do Campus Sapucaia do Sul receberá ao longo de
sua vida acadêmica uma formação generalista, estando habilitado a projetar e implementar
sistemas mecânicos e equipamentos de forma racional e econômica, assim como, terá capacidade
de utilizar os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários à suplantar desafios obedecendo
a padrões de qualidade e produtividade na área de mecânica com atenção as questões ambientais
(IFSUL, 2010).
Assim este trabalho utilizou as seguintes disciplinas: Fundamentos de Projeto, Desenho
Técnico e Computacional, Ciência dos Materiais I e II, Metrologia, Mecanismos, Elementos de
Máquinas, Mecânica dos Sólidos, Soldagem e Usinagem.
2
Isso assegurou a confiabilidade do produto para o usuário, pois o projeto teve como base
os conceitos sólidos da engenharia mecânica.
3
2 OBJETIVOS
O objetivo principal deste trabalho é projetar um quadriciclo urbano com viés sustentável.
De forma que atenda às necessidades cotidianas de deslocamento do público alvo, e de forma
mais ambiciosa propor uma mudança de hábito coletiva em que pessoas reduzam a utilização
do automóvel, o substituindo, em momentos pertinentes, pelo quadriciclo exposto neste
trabalho.
Para atingir este objetivo os seguintes objetivos específicos devem ser alcançados:
1. Determinar a viabilidade produtiva do quadriciclo para a execução do projeto em grande
escala, pois além de ser um produto produzível ele deve ser vendável.
2. Executar o projeto na forma de um protótipo funcional, a fim de testá-lo em campo. E
tirar conclusões de sua usabilidade em meio urbano conforme estipulado pelo projeto.
3. Utilizar metodologia de gerenciamento de projeto do PMI, junto com os conhecimentos
adquiridos na indústria e no curso de Engenharia Mecânica do IFSul no projeto e
construção do quadriciclo.
4
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Um nivelamento de conhecimento sobre os temas que serão abordados neste trabalho faz-
se necessário. A criação de um produto envolve ao mesmo tempo muitas áreas do
conhecimento, e o trabalho irá abordar:
• Veículos urbanos e a sustentabilidade aplicada a veículos urbanos;
• Gestão de projetos;
• DfX (Design for X – Projeto para X).
De forma a trabalhar em conjunto com estas áreas do conhecimento para ter como resultado
um projeto sólido e de qualidade.
3.1 Veículos Urbanos
Veículo automotor “é todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios
meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração
viária de veículos utilizados para transporte de pessoas e coisas” outra definição importante
para este trabalho é a de via urbana, que são “ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares
aberto à circulação pública, situadas na área urbana, caracterizados principalmente por
possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão” (BRASIL, 1997).
Desta forma deve ser considerado veículo urbano o veículo automotor que tem o fim de
circular por vias urbanas.
Carros: “Veículo de rodas para transporte de pessoas ou mercadorias” é uma forma
bastante genérica de descrever o carro, e este significado que mais se aplicará ao propósito do
trabalho (AURÉLIO, 2017).
Bicicleta: É um veículo de propulsão humana com duas rodas de igual diâmetro sendo a
roda traseira a roda de tração acionada por um sistema de correntes, no qual a força motriz é
dada pelo próprio ciclista (AURÉLIO, 2017; BRASIL, 1997).
Mas nem sempre foi assim, a primeira bicicleta conhecida e patenteada foi a do Barão
Alemão Karl von Drais em 1818, que era feita em madeira e propulsionada com os pés. Mas
estes em contato com o solo, o sistema de pedais apareceu somente em 1939, estes ligados a
roda traseira por um sistema de bielas. Os pedais na roda dianteira deixavam a bicicleta mais
harmoniosa, em aspectos de desenho, e menos cansativa de se andar comparando-a com o
modelo primitivo de Drais, desta forma a nova versão foi patenteada pelo Francês Pierre
Lallement em 1866 (ESCOLADEBICICLETA, 2017).
5
Em 1868, na exposição da indústria em Paris, ficou claro a importância dos veículos a
propulsão humana dado ao imenso número de variações que tomara os estandes de
demonstração. Dois anos depois fora patenteada uma bicicleta com a roda dianteira muito maior
que a primeira, com o intuito de se atingir maiores velocidades que suas predecessoras
(ESCOLADEBICICLETA, 2017).
Com uma roda dianteira muito grande e o condutor sobre ela, os acidentes eram constantes,
dado a facilidade do desequilíbrio. Para solucionar este problema a bicicleta foi redesenhada
em 1885 pelo Inglês John Starley sendo chamada de bicicleta de segurança, a qual provinha o
sistema de corrente para pedalar e o condutor ficava entre as rodas, além de seus pés alcançarem
facilmente o chão dada a altura compatível das rodas com a estatura dos usuários.
A Figura 1 mostra uma resumida linha do tempo com a evolução das bicicletas e seus
nomes.
Figura 1 - Linha do Tempo das Bicicletas (BTTZALEAK, 2011)
Com os avanços e a popularização das bicicletas e suas evoluções, antes do aparecimento
dos automóveis, como triciclos e quadriciclos, os acidentes e problemas de trânsito começaram
a aparecer, pois foi um veículo revolucionário que levou as pessoas a um nível de velocidade e
independência das charretes e carroças jamais antes pensado. Então questões de sociabilidade
e segurança começam a ser pensadas na Europa e Estados Unidos.
6
Motocicleta: É um veículo de propulsão própria de duas rodas na qual o piloto se posiciona
montado. Está posição é importante para sua designação, caso a posição não seja montada
existem outros nomes passíveis de serem aplicados, como motoneta. (AURÉLIO, 2017;
BRASIL, 1997).
Quadriciclo: É um veículo de quatro rodas com posição de pilotagem montado,
normalmente utilizado para vias não urbanas, sua comercialização mais comum é no formato
autopropulsionado (ANSI, 2006; MICHAELIS, 2015).
Neste trabalho o quadriciclo apresentado terá propulsão humana e sua posição de pilotagem
será sentada e não montada, contudo a sua classificação como quadriciclo ocorre por ter quatro
rodas e sua semelhança estrutural com uma bicicleta.
Os quadriciclos apareceram com propulsão humana no final do século XIX, de uma forma
mais organizada, dentro de um conceito chamado de sociáveis, por algumas características que
possuíam, como: transporte seguro de uma pessoa ou mais, serem facilmente guardáveis, pouca
manutenção e serem veículos limpos. Sempre se comparando com os veículos disponíveis a
época, como carroças e charretes, que demandavam grandes estacionamentos e insumos para
os cavalos. As sociáveis representaram um marco na evolução dos deslocamentos das pessoas,
trazendo novas percepções de distâncias, velocidades e independência motora para as pessoas.
Os primeiros carros foram feitos sobre os conceitos de triciclos de propulsão humana, em
uma busca constante de evolução dos veículos. A fábrica da Ford que produziu pela primeira
vez um veículo em grande escala, usou os conceitos de grande escala de construção de sociáveis
e aplicou em seus automóveis (ESCOLADEBICICLETA, 2017).
3.2 Sustentabilidade aplicada a veículos urbanos
Em São Paulo são registrados congestionamentos de mais de 200 km de lentidão desde
2010. Em 2007 o Brasil atingiu a marca de 50 milhões de veículos produzidos em 50 anos. A
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) dizia que os
próximos 50 milhões deveriam acontecer em 15 anos, com os devidos incentivos do governo,
isso traz à tona uma visão do crescimento da produção de veículos sem o acompanhamento da
estrutura viária, ambiental e econômica para este fato. Em 2016 a frota brasileira atingiu a marca
de 84 milhões de veículos. Com os dados atuais, pode-se refazer a previsão da Anfavea em
2007, mostrando que o Brasil atingirá os próximos 50 milhões de carros produzidos, sem
acontecer alterações na taxa de crescimento, em 2020, apenas 13 anos após os primeiros 50
milhões. O gráfico da Figura 2 mostra o crescimento da frota brasileira de veículos comparando
7
com a previsão feita em 2007 pela Anfavea e atualizado com números de 2016 do IBGE
(AFFONSO e NAZARENO, 2009; CETSP, 2012; IBGE, 2016).
Aspecto Ambiental: Os automóveis são responsáveis por 90% de toda a poluição do ar
existente na cidade de São Paulo. E com esta poluição são atreladas doenças respiratórias e a
baixa da qualidade de vida, trazendo alterações significativas no microclima da região tendo
como consequência elevadas temperaturas e umidade relativa do ar perigosamente baixa para
os seres humanos (G1, 2011).
Respirar o ar de baixa da qualidade de São Paulo é comparado a fumar dois cigarros ao dia,
o que reduz a capacidade pulmonar (G1, 2011).
Aspecto Econômico: a poluição do ar é diretamente responsável por doenças respiratórias
e, por conseguinte por mortes prematuras. Atrelado a isto, existe um custo inerente com a saúde
da população. Um estudo feito revela que o Brasil gasta em média US$ 1,7 bilhão por ano com
doenças relacionadas à poluição do ar (MIRAGLIA, et al., 2014).
Aspecto Social: “Os automóveis e as motocicletas estão no centro da crise de mobilidade,
figurando entre as principais causas dos congestionamentos, do aumento da poluição e dos
acidentes com mortos e feridos” (AFFONSO, 2009). Uma alternativa para aumentar a média
de pessoas dentro de um carro são faixas exclusivas e de alta velocidade, onde motoristas que
trafegam com mais de um ocupante dentro do carro tem praticamente pista livre, saindo do
congestionamento. Esta prática já é adotada no estado da Califórnia (EUA) e na cidade de São
Paulo. No Brasil existe a prática do rodízio de placas para tentar reduzir o número de carros nas
Figura 2 - Gráfico crescimento frota brasileira
Fonte: Autor
8
ruas, esta prática também é adotada na cidade de São Paulo (CETSP, 2017; CALIFORNIA
DEPARTMENT OF TRANSPORTATION, 2017).
3.3 Gestão de projetos
Fica simples compreender o que é gestão de projeto quando se entende, de antemão, o
significado de projeto. “Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto,
serviço ou resultado único e exclusivo”. E para caracterizar um projeto, ele deve possuir
obrigatoriamente as seguintes fases: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e
Controle e Encerramento (Figura 3)(PROJECT BUILDER, 2015).
Gestão de projeto é o emprego de técnicas e ferramentas que auxiliam que o projeto chegue
ao seu fim com sucesso (PMI, 2015).
Product Lifecycle Management (PLM) é o gerenciamento do ciclo de vida de um produto,
desde seu projeto até a sua retirada do portfólio da empresa. Em se tratando de uma empresa
que tem um produto destinado ao cliente final como seu carro chefe. Um controle total do
gerenciamento do ciclo de vida de um produto é feito por meio de softwares dedicados a isto,
que integram e atualizam o banco de dados de uma especificação técnica conforme o produto
seja melhorado, ao longo de sua vida, mesmo que o seu projeto já tenha sido finalizado. Toda
criação, alteração, melhoria, substituição fica sob o guarda-chuva de um gerenciamento
completo do ciclo de vida de um produto, normalmente tarefa feita por softwares que integram
as diferentes áreas da empresa, de forma a comunicação ficar automatizada. (PLM, 2016)
Dentro do gerenciamento do ciclo de vida de um produto, o seu início é a parte dedicada
ao planejamento do item novo e seu projeto, nesta parte aplicam-se todos os conceitos do
gerenciamento de projeto, afim de que o produto tenha sucesso em seu lançamento. O trabalho
de gerenciamento de um projeto, para uma empresa, que tenha produtos fabricados em série,
Projeto
É
Único e Exclusivo
Temporário
Tem as fases
Iniciação Planejamento Execução Monitoramento e Controle
Encerramento
Figura 3 - O que é Projeto (PMI, 2015)
9
vai até a liberação deste item para a produção. Normalmente este ponto de entrega, mesmo que
dentro do PLM, marca o final do projeto, não significando o fim do produto ou a
descontinuidade do mesmo, mas sim, somente, a entrega de um projeto para o setor produtivo
e de vendas da empresa.
Na Figura 4, entende-se que tudo que está ali é controlado pelo Gerenciamento do Ciclo de
Vida do Produto, mas somente o que está sobre a plataforma cinza é também controlado pelo
gerenciamento de projeto. Retomando o conceito de projeto, no qual todo projeto precisa ter
início e fim, projeto significa entrega de um produto, processo ou serviço exclusivo. Quando
algo entra em ritmo de produção seriada, deixa de ser exclusivo, marcando o fim do projeto e a
saída do controle por uma metodologia de gerenciamento de projeto, ficando somente sob o
controle do gerenciamento do ciclo de vida do produto (PLM, 2016).
Figura 4 - Gerenciamento do ciclo de vida do Produto e Gerenciamento de Projetos (PLM,
2016)
3.4 DfX (Design for “X”, Projeto para “X”)
Esta é uma metodologia de desenvolvimento de projeto de produto que prioriza desejos
dos stakeholders. Esta forma de priorização, antes do início dos desenhos do produto, facilita e
agiliza o trabalho do projetista em momentos de tomada de decisão, pois a característica mais
importante já está predefinida. Este é um método de projeto passível de receber incrementos
10
em acordo o propósito e necessidade do projeto. Figura 5 demonstra as priorizações mais
comuns (MASCARENHAS, et al, 2009).
Figura 5 - DfX derivações (MASCARENHAS et al., 2009)
3.4.1 DfU (Design for User, Projeto para o Cliente)
O projeto quando é voltado para a usabilidade do cliente leva em consideração pontos
importantes para o mesmo, de forma que as prioridades do produto devem seguir a seguinte
linha (MASCARENHAS, et al, 2009):
• Facilidade de uso;
• Facilidade de aprendizado de uso;
• Ergonomia;
• Segurança em uso impróprio
• Beleza;
• Toxidade;
• Normas, de acordo com o produto e a legislação do ambiente.
3.4.2 DfM (Design for Manufacturing, Projeto para a Fabricação)
Um projeto voltado para a fabricação deve visar o melhor produto para a manufatura, de
tal forma a ser o mais barato possível para fabricar, simples de produzir em processos de
transformação, como injeção, conformação, sopro, etc. Neste tipo de priorização são feitas as
DfX
Projeto para Fabricação
Projeto para Montagem
Projeto para Manutenção
Projeto para Segurança
Projeto para Cliente
Projeto para Ambiente
Projeto para Lançamento
rápido
Projeto para Qualidade
Projeto para Confiabilidade
11
reduções de custos voltadas para os processos de transformação dentro da indústria.
(MASCARENHAS, et al, 2009).
3.4.3 DfA (Design for Assembly, Projeto para a Montagem)
Esta linha de priorização de projeto é semelhante ao Projeto para a Fabricação. Contudo,
neste caso não há transformação de matéria prima, somente montagens, transportes, tudo que
não envolve a finalização de um produto sem precisar transformar qualquer de seus
componentes. Alguns itens a serem considerados para um bom projeto voltado a montagem
seguem alguns preceitos (MASCARENHAS, et al, 2009):
• Redução do número de peças;
• Conceito modular de projeto;
• Usar peças padrões;
• Desenho de peças para múltiplos uso;
• Evitar uso de parafusos;
• Montagem em somente uma direção;
• Usar guias e a gravidade para as montagens;
• Reduzir movimentações das mãos.
3.4.4 DfSv (Design for Serviceability, Projeto para a Manutenção)
A característica mais importante neste método é a preocupação com a manutenção do bem
a ser projetado. Tanto para que ele tenha um tempo entre falhas o maior possível quanto para
quando precisar da intervenção de um manutentor que o equipamento seja o mais acessível e
seguro para o mecânico. Com estudos de ergonomia e tamanhos de acesso com ferramentas
para possíveis intervenções (MASCARENHAS, et al, 2009).
3.4.5 DfE (Design for Environmental, Projeto para o Meio Ambiente)
Este método de priorização de projeto também é conhecido como EcoDesign e é baseado
basicamente em 4 princípios (DARTMOUNTH COLLEGE US, 2017):
• Fácil separação ou desmontagem do produto e seleção de suas matérias primas;
• Usar o mínimo de recursos produtivos para o item, o que nem sempre significa
menos matéria prima no produto final;
• Estudo de Matérias primas para recicláveis, de fontes renováveis ou
biodegradáveis;
12
• Partes reutilizáveis.
13
4 METODOLOGIA
Para este projeto de produto faz-se necessário à adoção de duas metodologias distintas,
uma para o gerenciamento do projeto como um todo, com o controle das entradas,
acompanhamentos e saídas do projeto, a outra metodologia será aplicada no projeto aplicado
do produto, que norteará os desenhos com: especificações técnicas, desenhos e instruções de
construção.
Fez-se uso da metodologia de gerenciamento de projeto difundida pelo Project
Management Institute (PMI) para o gerenciamento do projeto. “O PMI é a maior associação
sem fins lucrativos do mundo para profissionais de gerenciamento de projetos, com mais de
meio milhão de associados e de Profissionais Certificados em 185 países.” (PMI, 2017).
Esta metodologia de gerenciamento de produto tem por objetivo garantir o sucesso do
projeto, sendo que o sucesso é o atendimento dos objetivos estabelecidos pelos stakeholders
dentro do prazo acordado entre as partes.
Este trabalho se dedicou a gestão de projeto de um quadriciclo urbano não motorizado,
obedecendo às entradas do projeto com os preceitos do PMI, contudo foi utilizada a
metodologia PMI para gerenciamento de projeto somente até a etapa execução, posicionada na
metodologia conforme descrito na Figura 3 - O que é Projeto, segundo as etapas (PMI, 2013):
• Início;
• Planejamento;
• Execução;
• Monitoramento e Controle
• Encerramento
A etapa de Monitoramento e Controle acontece paralela à etapa de execução e, neste
trabalho, o controle foi feito pelo acompanhamento de um cronograma, sendo marcadas etapas
feitas e com seus respectivos atendimentos.
A etapa de encerramento não foi descrita nos resultados, pois ela precisou de dados
mercadológicos para aferição do sucesso do projeto. Como este trabalho não tem a intenção de
mensurar a penetração atingida do produto no mercado, o sucesso se dará nos atendimentos dos
requisitos definidos no início do projeto para o protótipo do quadriciclo.
Entretanto, a metodologia de gerenciamento de projeto do PMI, não define uma
metodologia para o projeto do produto. Neste trabalho utilizou-se a metodologia para projeto
de produto chamada Design for Excellence (DfX). Que consiste em priorizar algumas entradas
14
do desenho em acordo com os todos os stakeholders. As entradas estão descritas e norteadas
nos itens do PLM, e construiu-se o projeto sob as decisões tomadas com base no DfX.
A Figura 6 representa o fluxo do processo de projeto e construção do quadriciclo urbano
utilizado neste trabalho. As duas colunas de retângulos da esquerda representam as etapas de
um projeto e sua cronologia, já as setas a direita dos retângulos representam as etapas do PLM,
segundo o PMI, que foram usadas neste trabalho. Estas etapas estão com as suas respectivas
atribuições resumidas nos retângulos mais à direita.
Dentro do gerenciamento de projeto estão colocados os conceitos do Design for “X” na
execução dos desenhos do produto. Desta forma põe-se uma metodologia dentro da outra para
se fazer o gerenciamento do projeto e sua execução como produto.
Desta forma criou-se uma metodologia híbrida para a criação deste produto, unido duas
técnicas e metodologias com funções diferenciadas, a de gerenciamento de projeto e a de
projeto de produto, desta forma o trabalho está amparado por preceitos de garantia de sucesso
tanto no âmbito organizacional e de vida do produto quanto da qualidade do seu projeto e
atendimento as expectativas dos clientes.
As setas a direita da Figura 6 mostram os passos recomendados pelo PMI para uma
metodologia de gerenciamento de projeto, contudo ainda nestas setas é possível perceber um
passo dedicado ao DfX, metodologia usada para o projeto do produto, que foi insertada no
passo-a-passo do gerenciamento de forma a tornar a construção do protótipo do quadriciclo
urbano viável e executável.
15
Figura 6 - Representação do fluxo do projeto do quadriciclo urbano (PMI, 2013 e 2017)
4.1 PLM – Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto
O trabalho ficou sob os preceitos de uma metodologia de Gerenciamento do Ciclo de Vida
do Produto, somente enquanto o produto era um projeto. Sendo assim, o projeto terá todos os
pontos que envolvem o desenvolvimento de um produto dentro do PLM, em acordo com o PMI.
Termo de Abertura
•Finalidade •Resumo Orçamento
•Objetivo •Requsitos de Aprovação
•Requisitos •Gerente do Projeto
•Resumo Cronograma •Autorização Patrocinador
Acordo de projeto
•Recursos Humanos
•Recursos Estruturais
•Recursos Financeiros
•Time de Projeto
Requisitos -Escopo
•Posicionamento mercado •Data Lançamento
•Análise concorrentes •Custo Produtivo
•Pesquisa Clientes •Caracteristicas Produto
•Estratégia Venda
Requisitos Eng- EAP
•Custo Fabricação
•ROI (retorno Investimento)
•Cronograma de entregas
•Atendimentos Requisitos Mercadológicos
Projeto do Produto - DfX
•DFM - Desenho para a Fabricação
•DFA - Desenho para a Montagem
Protótipo
•Testes de campo
•Aspecto Visual
•Usabilidade
Entrega
•Conferência Cronograma
•Fechamento Projeto
•Lições Aprendidas
Iníciação
Planejamento
Execução
Encerramento
Monitoramento e controle
16
4.1.1 Termo de Abertura de Projeto - Intenção do projeto
A intenção do projeto é o primeiro acordo formal feito entre o patrocinador do projeto e o
executor do mesmo. Dentro de uma organização pode ser o acordo entre a direção e a área de
engenharia, por exemplo. Neste momento é firmado um acordo que tem os desejos mais básicos
dos patrocinadores, para com o projeto. Podendo variar desde intenções financeiras e de
crescimento de mercado a um simples complemento de portfólio. Neste momento, as intenções
não requerem precisão. O PMI chama este primeiro documento como Termo de Abertura do
Projeto. Neste documento devem ter as seguintes combinações (PMI, 2013):
• Finalidade ou justificativa do projeto;
• Objetivos mensuráveis e critérios de sucesso relacionados;
• Requisitos de alto nível, restrições e premissas;
• Descrição do projeto em alto nível e seus limites;
• Resumo do cronograma;
• Resumo do orçamento;
• Requisitos para aprovação do projeto;
• Gerente do projeto, responsabilidade e nível de autoridade;
• Data do documento e
• Autorização do patrocinador.
Neste termo de abertura do projeto deve estar escrito o principal objetivo do projeto,
contudo não precisam estarem especificados os meios para que isto ocorra, com a ressalva de
que este documento pode mudar ao longo da execução do projeto, mas sempre com o
consentimento dos patrocinadores. (SOTILE, 2016).
4.1.2 Acordo de Projeto ou Plano de Gerenciamento de Projeto
Desenvolver o acordo de projeto é o processo de definir, preparar e coordenar todos os
planos auxiliares e integrá-los a um plano de gerenciamento de projeto abrangente. Aqui são
definidas partes importantes do projeto, como recursos humanos, estruturais e financeiros
precisos para o início do projeto, lembrando que o recurso financeiro ainda não é o recurso total
do projeto, pois este é definido em 4.1.4 - Requisitos de engenharia após análise mercadológica:
Estrutura Analítica do Projeto (EAP). O item mais relevante definido no Acordo de Projeto é o
time de projeto. São pessoas que ficarão diretamente envolvidas com todo o desenvolvimento,
este envolvimento pode ser parcial, sem ocupá-la em toda a jornada de trabalho. (SOTILE,
2016; PMI, 2015).
17
4.1.3 Escopo do Projeto - Requisitos Mercadológicos do Projeto
Neste momento do projeto o gerente de projeto tem a missão de coletar todas as entradas
necessárias para o sucesso do trabalho, essas entradas são os requisitos mercadológicos que
foram descritos em nível não detalhado na intenção do projeto, porém neste documento o
escopo do projeto deve estar bem definido quanto aos subtítulos descritos (PM@SIEMENS,
2015; SOTILE, 2016):
Posicionamento de Mercado: É uma análise da posição atual de mercado da empresa com
o portfólio atual e a sua projeção no mercado, após a finalização do projeto, podendo ser um
indicador do sucesso, ou não, do projeto.
Este posicionamento mercadológico foi feito levando em consideração a capacidade
produtiva da empresa em questão de produzir o quadriciclo, na podere de investimento do
patrocinador e no tamanho do mercado.
Os levantamentos de dados precisam ser feitos em campo e na internet, com empresas que
trabalham no mesmo ramo ou em área de atuação semelhante, de forma genérica, estes dados
são levantados em entidades de classe ou órgãos de pesquisa (PM@SIEMENS, 2015).
Análise de concorrentes: Esta avaliação dos concorrentes é utilizada para tornar tangíveis
os desejos colocados no Termo de Abertura do Projeto. Ponderar preços praticados pelos
concorrentes, formas de demonstração e entrega do produto devem ser levantadas neste ponto,
afim do projeto ter alguma vantagem competitiva perante o mercado pesquisado
(PM@SIEMENS, 2015).
Para o projeto do quadriciclo urbano executou-se a análise de preço com produtos
semelhantes, dado ao caráter pioneiro de aplicação neste projeto.
Pesquisa com clientes em potencial: A pesquisa com um potencial mercado pode ser feita
por entrevista direta, enquanto não há protótipo funcional, utilizando-se um questionário mais
lúdico de forma a trabalhar com questões hipotéticas. Após a confecção de um protótipo as
questões podem ser diretas e claras, sobre os requisitos de projeto, quanto à dirigibilidade do
quadriciclo, por exemplo.
O sigilo do projeto deve ser mantido na pesquisa com clientes em potencial, caso clientes
externos ao projeto não possam testar para comprovar as pesquisas, o time de projetos deve
testar o produto na posição de consumidor (PM@SIEMENS, 2015).
Estratégia de Vendas: Uma estratégia de vendas deve ser pensada antes do início do
desenho do produto, pois este requisito pode influenciar na embalagem, cor, manual de
18
instrução, design, quantidades produtivas para o lançamento, margem de lucro, datas do
cronograma entre outros itens (PM@SIEMENS, 2015).
Data de Lançamento: Esta data de lançamento deve ser um desejo dos especialistas em
vendas, principalmente se for um produto de venda sazonal, como ovos de Páscoa. Esta data
deve ser factível com todas as outras decisões e em concordância com o time de projetos
(PM@SIEMENS, 2015).
Custo máximo de produção: Após a análise do preço de mercado e de uma análise da
margem desejada no produto, é definido o custo máximo de produção, isso permite ao
patrocinador do projeto fazer promoções de lançamento com preços atrativos sem trabalhar com
margem negativa (PM@SIEMENS, 2015).
Características funcionais do produto: O documento completo do escopo deve conter
requisitos detalhados de características funcionais do produto. Estas entradas devem ser
oriundas das pesquisas com os clientes, análise da concorrência e todos os insights necessários
para definir o produto mais adequado dentro dos objetivos do projeto. Aqui são definidos
requisitos que afetam diretamente o cliente e que são argumentos de venda. Este também é o
lugar para se colocar as restrições e os limites do produto, enquanto características de qualidade
(PM@SIEMENS, 2015).
Características de segurança: englobam as legislações em vigor para o produto, e estas,
como as características funcionais, também servem como argumento de venda e devem ser
inspecionadas por um controle de qualidade fora do time de projeto, o que garante a idoneidade
da decisão. (PM@SIEMENS, 2015)
Características sustentáveis do produto: Como o objetivo do projeto é um transporte
urbano com viés sustentável, este item foi incluído no documento de escopo de forma a garantir
o requisito de emissão zero e a menor emissão durante a manufatura do quadriciclo.
Características organizadas segundo Kano:
A organização de características de um produto utilizando-se da metodologia de Kano
melhora o desempenho em desenvolvimento e melhoria de produtos tornando o produto mais
assertivo perante os olhos do consumidor, pois a organização baseia-se na caracterização das
necessidades dos clientes. (INFOESCOLA, 2017)
Kano et al. (1984), e Berger et al. (1993), sugerem que os atributos podem ser identificados
perguntando aos consumidores sobre sua reação ou satisfação, quando os atributos têm desempenho
superior (questão positiva) e inferior (questão negativa). Dependendo das respostas para a questão
“positiva” e “negativa”, o atributo pode ser identificado como atrativo, obrigatório, unidimensional,
neutro ou reverso (ROOS et al., 2009).
19
A pesquisa de Kano tem um formato com perguntas funcionais e disfuncionais com
possíveis consumidores ou patrocinadores para avaliação de características. Desta forma
norteia-se um projeto com os requisitos que se apresentem mais importantes segundo o cliente
ou o patrocinador. Classificando-as como (INFOESCOLA, 2017;
ENGENHEIRODEPRODUCAO, 2013):
• Requisitos esperados ou obrigatórios – é aquilo que o cliente espera encontrar no
produto, dificilmente melhoram a satisfação do cliente por conter a característica,
mas se não a apresentar pode ter um efeito devastador na satisfação do consumidor.
• Requisitos explícitos ou de desempenho – são os que o cliente manifesta querer no
produto e quanto mais o produto tem, mais aumenta a sua satisfação.
• Requisitos inesperados ou de encantamento – é o que o cliente não espera, talvez
nem saiba que o produto ofereça, mas o surpreende positivamente.
4.1.4 Requisitos de engenharia após análise mercadológica: Estrutura Analítica do
Projeto (EAP)
A importância da análise dos requisitos mercadológicos pelo corpo técnico é dar subsídio
suficiente aos patrocinadores para que eles tomem a decisão quanto a continuidade ou não do
projeto. Este é o ponto em que os requisitos mercadológicos são estudados ao nível de prever
se são factíveis ou não. Nesta etapa do projeto existe um estudo de viabilidade técnica de todos
os requisitos colocados no escopo, sempre levando em consideração as variáveis de tempo
limite para a entrega do projeto e verba máxima disponível (PMI, 2013; SOTILE, 2016).
Os limites mínimos e máximos aceitáveis dos requisitos colocados no escopo são
negociados nesta fase de detalhamento e resposta ao escopo. “Criar a EAP é o processo de
subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente
gerenciáveis. ” A subdivisão de tarefas é feita nesta fase também, junto com o cronograma
detalhado de tempo e de investimentos (SOTILE, 2016).
Este ponto de tomada de decisão deve ser acompanhado por todos os envolvidos no projeto,
inclusive o patrocinador, pois dificilmente todos os requisitos serão atendidos em sua plenitude
dentro dos objetivos de tempo e de capital investido. Ocorre então, uma negociação entre o
corpo técnico, time que redige a EAP e os patrocinadores. Após o acordo redigido e firmado as
ações são estruturadas de forma concreta e assertiva. Esta Estrutura Analítica de Projeto não
pode ser alterada sem prévia autorização dos patrocinadores e toda alteração feita deve ser
justificada e documentada (PLM, 2013; SOTILE, 2016).
20
As etapas do item Requisitos de projeto e EAP, são descritas a seguir (PM@SIEMENS,
2015; PLM 2013)
Custo máximo de fabricação: compõe um dos principais itens a ser analisados do escopo.
Deve ser feito o estudo do custo máximo de fabricação, utilizando técnicas de modelamento em
CAD, orçamento de materiais, simulações de montagem e estimativas de tempo de montagem.
A fim de atender os limites requeridos no escopo. Requisitos financeiros, técnicos e
cronológicos.
Estudo de Retorno Financeiro (ROI): O estudo do retorno financeiro é o primeiro item
a ser analisado pelos stakeholders. Aqui eles veem a resposta do tempo e do valor do lucro do
investimento. Este estudo baseou-se na projeção de vendas anual do quadriciclo e na projeção
da margem de lucro.
Cronograma de Projetos e Entregas: Neste momento construiu-se um cronograma
detalhado, levando em considerações todas as etapas do projeto. Neste cronograma é possível
verificar: se a data requerida no escopo e no termo de abertura é possível de ser atingida, quais
etapas são críticas ou gargalo para a entrega com sucesso do projeto, e quanto é preciso ajustar
a data de entrega do projeto ou a data de lançamento do produto.
Segundo o PMI (2013) é importante fazer um cronograma pessimista, levando-se em
consideração todos os riscos de atraso possíveis, e um otimista, no qual todos os prazos e
realizações estão com seus menores tempos e sem qualquer retrabalho ou atraso.
Atendimento aos Requisitos Mercadológicos: O documento da EAP deve responder a
todos os requerimentos do escopo. As respostas podem ser positivas ou negativas. Caso o ponto
requerido no escopo tenha uma resposta positiva na EAP, deve-se apresentar a metodologia de
como a solicitação será atendida. Por outro lado, quando não há uma maneira factível de atender
ao requisito do escopo, deve-se dar uma alternativa viável ao ponto mercadológico solicitado.
4.1.5 Liberação do Protótipo
A liberação e confecção do protótipo podem variar de posição dentro de fluxograma de
projeto com relação ao início da execução dos primeiros desenhos, pode vir antes ou depois do
início desta execução. No caso da construção do quadriciclo urbano, desenvolveu-se primeiro
o projeto e após o protótipo do produto. Pois o quadriciclo possui vários itens commodities e já
com funcionamento garantido pelo mercado, isto reduz o risco de fracasso de um projeto sem
protótipo dos seus sistemas. E a vantagem de postergar a confecção do protótipo para depois da
execução dos desenhos é a redução do retrabalho, neste protótipo e consequentemente redução
dos custos (PM@SIEMENS, 2015)
21
Quando não há know-how no que se projeta, faz-se necessário a confecção de protótipos
antes mesmo da execução dos desenhos finais do produto, desta maneira garante-se
funcionamentos de sistemas ou dispositivos não comuns para a área de atuação do time de
projetos. (PM@SIEMENS, 2015)
O protótipo do quadriciclo urbano foi manufaturado de forma a ser funcionalmente igual
ao produto final, sendo construído usando-se os materiais finais do projeto e com os itens
commodities conforme especificados nos desenhos, sem substituições.
Testes de campo: Os testes de campo no protótipo foram feitos pelo time de projeto para
verificação dos requisitos do Escopo e EAP.
Colocou-se o protótipo em situações reais para o qual foi idealizado, substituindo o
automóvel em trechos urbanos de curto deslocamento, e avaliando-o sob diversos critérios
apontados nos documentos de Escopo e Estrutura Analítica de Projeto.
Aspecto Visual: Avaliou-se o aspecto visual perante terceiros, de forma que o quadriciclo
ficasse visível a outros automóveis em trânsito normal, levando em conta suas sinalizações e
robustez perante os outros automóveis. Possuir linhas agradáveis aos olhos do público também
contribui ao atingimento do planejamento otimista de vendas.
Usabilidade: Este teste respondeu o quão fácil é manusear o quadriciclo dentro de um
ambiente residencial, como guardar ele em uma garagem ou em um quarto, por exemplo.
Percebendo-se, também, como condições climáticas podem dificultar ou tornar desconfortável
o seu uso no trânsito.
4.2 DfX (Design for “X”, Projeto para “X”)
A finalidade de um projeto de produto baseado na metodologia DfX é aproximar a área de
projetos de uma empresa de seu mercado consumidor, de forma que o projetista, ou idealizador
do produto, se coloque no lugar de seus clientes, sejam eles internos ou externos a organização.
(MASCARENHAS et al., 2009).
DfU - Projeto para o Cliente: usando esta prática de desenho, coletou-se dados por meio
de pesquisa e análise dos concorrentes para entender o mercado e os desejos dos clientes. A
pesquisa de Kano também trouxe subsídio, afim de, determinar quais são as características mais
valorizadas pelo mercado potencial.
DfM – Projeto para a Fabricação: com os olhos voltados para a manufatura, atentou-se
para os recursos escassos do processo, para itens prontos de mercado e poucos itens fabricados.
Projetou-se a estrutura de forma a não precisar de tolerâncias muito fechadas, dada a capacidade
produtiva.
22
DfA – Projeto para a Montagem: quando se pensa em montagem, devem ser observadas
as ferramentas disponíveis aos executores desta etapa. Posicionamentos pouco ergonômicos,
também, dificultam, ou podem até inviabilizar, o processo de montagem. Configurações muito
complexas também elevam o risco do erro durante a montagem causando o retrabalho e
desperdiçando o tempo.
DfSv – Projeto para a Manutenção: como o quadriciclo utiliza itens comuns a bicicletas,
pensou-se o projeto de forma que qualquer oficina de bicicletas pudesse arrumar o quadriciclo,
caso alguma manutenção seja requerida. Peças que apresentarão desgaste ao longo do tempo,
também, devem ser facilmente encontradas em lojas especializadas em bicicletas. A facilidade
de manutenção e baixa complexidade de desmontagem podem ser vistas como uma vantagem
de venda. O objetivo do projeto foi para que o cliente final possa fazer a manutenção em sua
própria casa.
DfE – Projeto para o Meio Ambiente: Este é um produto que tem como grande objetivo
reduzir o impacto dos automóveis a combustão ao ambiente, para tanto o projeto deve ser
sustentável em toda a sua essência. Para isso, utilizou-se de insumos com baixo impacto
ambiental para a manufatura do quadriciclo. Sua desmontagem e separação de materiais para a
reciclagem, após sua vida útil devem ser facilitadas.
23
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados serão dispostos em acordo com a metodologia apresentada. Seguindo a
sequência do PLM descrita na Figura 7. Todos os resultados serão apresentados em formato de
relatórios e/ou tabelas explicativas do que se requere em cada etapa do projeto.
Termo de Abertura
• 5.1
Acordo de projeto
• 5.2
Requisitos -Escopo
• 5.3
Requisitos Eng- EAP
• 5.4
Projeto do Produto - DfX
• 5.5
Protótipo
• 5.6
Entrega
• 6
Iníciação
Planejamento
Execução
Encerramento
Monitoramento e controle
Figura 7 - Sequência de demonstração dos resultados
24
5.1 Termo de abertura
O termo de abertura fora escrito após um acordo entre o patrocinador, professor orientador
e o montador/soldador do projeto, e com a concordância destes existe uma grande possibilidade
do projeto atingir seus objetivos dentro dos prazos e custos estimados.
No termo de abertura, que está detalhado na Tabela 1, é explicitada a descrição geral do
projeto e seus objetivos mensuráveis: produzir e testar pelo menos um protótipo e ter a pesquisa
aprovada pelo Professor Orientador (PM@SIEMENS, 2015).
Tabela 1 - Termo de Abertura
Termo de Abertura
Nome do Projeto Quadriciclo Urbano Não Motorizado
Gerente do projeto Pablo Garcia
Equipe designada Consultor (Professor Orientador); Projetista; 2 Montadores;
Soldador; Comprador.
Finalidade ou Justificativa do Projeto (Por que fazer?)
Para garantir que o Quadriciclo urbano não motorizado atenda as expectativas do
patrocinador, tanto funcional quanto economicamente.
Descrição do Projeto em Alto nível (O que deve ser feito?)
- Estudo e desenvolvimento de um protótipo funcional;
- Pesquisa de penetração de mercado.
Objetivos específicos mensuráveis do projeto (Indicadores e Metas)
- Produzir e testar 1 protótipo;
- Ter a pesquisa aprovada pelo Professor Orientador;
Orçamento Cronograma (Prazos ou Marcos)
R$ 2,000,00 Início – 07/04/2017
Fim – 09/06/2017
Requisitos de aprovação pelo cliente
Para aprovação do patrocinador o projeto e o produto devem ser facilmente contrutível,
barato e vendável.
O projeto e deve também ser aprovado pela banca avaliadora do TCC do IFSul.
Documento aprovado por
Nome do Patrocinador Cargo Data
Pablo Garcia Sócio 07/04/2017
25
5.2 Acordo de Projeto
O trabalho do gerente de projeto já se iniciou após o Termo de Abertura estar consolidado,
a etapa que segue é a busca por recursos, sejam eles estruturais, logísticos, humanos ou
financeiros. O detalhamento das necessidades para a continuidade do projeto é dada no Acordo
de Projeto (Tabela 2), pois todas as áreas que serão envolvidas devem estar em compromisso
com o projeto e isto fica evidenciado a partir deste firmamento.
O item mais relevante neste documento é a ciência das pessoas que irão trabalhar neste
ideal, elas devem estar em acordo e ter a sua carga horária requerida especificada no documento,
de forma que ninguém se torne um gargalo preocupante por estar subdimensionado neste
acordo. Estas pessoas envolvidas diretamente no trabalho formam o time de projeto, e são as
executoras das tarefas designadas pelo gerente do projeto. O time será detentor de informações
confidenciais e sigilosas, além de necessitar dedicar-se a tarefa do projeto, mesmo que esta não
seja classificada como urgente em seu cotidiano, pois a não execução de uma tarefa em fila
acarretará um gargalo e um possível atraso (PM@SIEMENS, 2015).
26
Tabela 2 - Acordo de Projetos
Acordo de Projeto
Nome do Projeto Quadriciclo urbano não motorizado
Gerente do Projeto Pablo Garcia
Time de Projeto - Recursos Humanos
Função Nome Envolvimento Assinatura
Comprador 1 Pablo Garcia 4h semanais na etapa execução
Comprador 2 Paulo Garcia 4h semanais na etapa execução
Consultor
(Orientador)
Durval De
Barba Junior
2h semanais
Fresador Paulo Garcia 24h
Montador 1 Paulo Garcia 44h na etapa execução
Montador 2 Pablo Garcia 44h na etapa execução
Projetista 1 Pablo Garcia 2h semanais até a etapa de
execução, após 44h semanais
Projetista 2 Paulo Garcia 2h semanais até a etapa de
execução, após 40h
Soldador Paulo Garcia 44h na etapa execução
Torneiro Mecânico 1 Paulo Garcia 80h
Torneiro Mecânico 2 Pablo Garcia 80h
Recursos Estruturais
Recurso Origem Envolvimento
Espaço de 25m² Residência de Paulo Garcia Tempo integral a partir da etapa de
execução
Máquina de solda Emprestada ou alugada 2h por dia
Ferramentas manuais Própria do patrocinador Tempo integral a partir da etapa de
execução Transporte produto Próprio do patrocinador Disponibilidade em tempo integral
Recursos Financeiros
Destino Montante máximo (R$) Origem
Itens para o protótipo 2.000,00 Patrocinador
Pagamento mão de obra 0 Voluntariado e pública
Itens para produção A ser definido Patrocinador e financiamentos
Documento aprovado por
Nome do Patrocinador Cargo Data
Pablo Garcia Sócio 20/04/2017
5.3 Escopo de Projeto
O escopo de projeto é basicamente a materialização dos desejos do patrocinador, aliado a
um trabalho fundamentado em pesquisa e conhecimentos técnicos. Esses anseios do
27
patrocinador são pautados no escopo de projeto e checados suas possibilidades de execução nos
Requisitos de Engenharia, Estrutura Analítica de Projeto – EAP.
O escopo de projeto é dividido em várias áreas de conhecimento, pois deve ambicionar
abranger todo o planejamento para o produto. (PM@SIEMENS, 2015)
5.3.1 Posicionamento de Mercado
Após busca por bicicletas customizadas com três ou quatro rodas, em empresas
especializadas em montagens de bicicletas da região vale dos sinos, foi constato que:
• Existem modelos de bicicletas com três rodas em lojas de venda de bicicletas, sendo
a marca encontrada South Bike fabricante de bicicletas com um grande portfólio,
mas não possui customização e nenhum quadriciclo em seu leque de opções.
• Dentre as lojas visitadas algumas indicam pessoas com conhecimento para
construir veículos customizados com base em peças de bicicletas, mas não existe
uma linha de produtos clara com ênfase na comercialização para a mobilidade
urbana.
• Outro setor de mobilidade que tem crescido, segundo os proprietários das lojas
visitadas, é o ramo de Food Bikes, bicicletas adaptadas para transporte e
comercialização de comidas e bebidas, em eventos ou pontos itinerantes, seguindo
a tendência dos Food Trucks.
Dado ao atual poder produtivo da empresa, levando em consideração as suas instalações e
pessoas disponíveis, não é possível uma produção do tamanho da demanda. Pesquisas em sites
de vendas de triciclos (mercadolivre e olx) indicam saídas da ordem de 30 itens mensais.
A capacidade produtiva mensal atual é de:
• 2 quadriciclos de linha, com o projeto já pronto e
• 1 quadriciclo com projeto especial.
Esta estimativa é baseada no tempo de construção e projeto do protótipo, que somou um
total de 3 semanas, adicionando a isto 2 semanas de meio turno, de usinagem pelo mesmo
capital humano disponível para montagem, projeto e compras.
Com a utilização de serviços de usinagem terceirizados, dado a melhor qualidade e a não
acumulo de tarefas, o cronograma de execução tem a montagem e a usinagem como itens
paralelos, ou até mesmo, peças usinadas viram itens de estoque, o que reduziu o tempo total de
entrega do produto.
28
5.3.2 Análise de concorrentes
Por este ser um produto que ainda não está estabelecido no mercado brasileiro não existem
concorrentes formais com produtos similares. É esperado, que após o lançamento do quadriciclo
não motorizado um enfrentamento por concorrentes autopropulsionados. Então, acredita-se que
esta deve ser a linha de evolução do portfólio, veículos urbanos autopropulsionados com energia
limpa. Mesmo que este seja um segmento que irá atingir um público com maior poder aquisitivo
e perderá o atrativo do cliente exercitar-se ao se deslocar, é uma evolução quase que natural
para o portfólio.
Outra possibilidade de concorrência, levantada em pesquisa com potenciais clientes na fase
de projeto, são os quadriciclos para passeios em parques, com fim recreativo, como exemplo os
que estão disponíveis para locação no gasômetro aos finais de semana. Levando em conta esta
possibilidade, algumas características diferencias devem estar presentes no projeto do
quadriciclo alvo deste trabalho:
• Leveza ao pedalar;
• Fácil dirigibilidade;
• Freios eficientes;
• Velocidade de deslocamento compatível com o trânsito urbano;
• Acessórios de que auxiliem a dirigibilidade: velocímetro e luzes de identificação;
• Posição ergonomicamente correta.
Em uma pesquisa por possíveis concorrentes, foi encontrada a empresa holandesa BERG
que vende um produto com características semelhantes ao pensado neste projeto, contudo não
é um concorrente em potencial dado ao valor do produto, fixado em US$ 5.000,00 e por não o
vender no mercado brasileiro. (HAMMACHER, 2017).
5.3.3 Pesquisa com potenciais clientes
Foi feita uma pesquisa utilizando a ferramenta Google Formulários, afim de identificar um
possível nicho de mercado para o quadriciclo urbano, dentro de seu propósito, de atender curtos
trechos de deslocamento, substituindo veículos movidos a combustão e proporcionando a
prática segura de exercícios em meio ao trânsito.
Após a análise dos dados é possível concluir que existe um mercado possível do produto
ser inserido, foram retirados da pesquisa, Tabela 5 - Pesquisa Clientes (em Apêndice I –
Pesquisa com potenciais clientes), os dados que seguem:
• 47,6% dos respondentes vão para seus empregos de carro;
29
• 30,8% se deslocam até de 5km para chegar ao seu trabalho;
• 55,3% dos entrevistados se deslocam menos de 11km para chegar ao seu trabalho.
• 75,6% das pessoas afirmam que gostariam de praticar exercícios durante sua ida e
volta ao trabalho.
• 82,5% das respostas demonstram um desejo das pessoas de utilizar veículos menos
poluentes em seus deslocamentos diários.
Este comportamento mostra a inclinação do mercado à prática de exercícios físicos, além
dos dados também indicarem uma proximidade das pessoas ao seu destino diário e o seu
deslocamento com veículos autopropulsionados.
A não poluição do ambiente pelo quadriciclo também será um atrativo a sua penetração no
mercado, já que a imensa maioria dos respondentes demonstram seu desejo de poluir menos
durante o seu caminho até o trabalho.
Então, após a pesquisa, resumidamente, existem os desejos de poluir menos e se exercitar
nas pessoas, além de existir a oportunidade de praticar isso nos entrevistados que tem um trecho
de deslocamento diário curto.
A pesquisa completa pode ser encontrada no Apêndice I – Pesquisa com potenciais clientes
que contém a Tabela 5.
5.3.4 Estratégia de Vendas
A estratégia de vendas será pautada em sustentabilidade, com o foco na não utilização e
consequente economia de combustíveis fósseis, e na saúde proveniente da prática de exercícios
físicos.
Mas o principal desafio da venda do quadriciclo urbano não motorizado será a inserção de
um novo veículo dentro do contexto atual de trânsito, onde 75% dos acidentes tem como causa
raiz o condutor do próprio veículo, dado a sua imprudência e desrespeito às leis de trânsito,
principalmente limites de velocidade (TRANSITOBR, 2017).
Com a atual condição de trânsito que se enfrenta no país, onde em 2013 morreram 120
pessoas por dia e mais de 500 ficaram feridas diariamente, é comum a segurança no tráfego ser
um fator importante perante uma decisão de compra. Contudo, como já constatado neste
trabalho, a imensa maioria dos acidentes é dado pelo comportamento ou imprudência dos
motoristas. Em uma situação hipotética, na qual o carro fosse uma exceção no trânsito e os
quadriciclos autopropulsionados a maioria, é provável que estes números trágicos caíssem
30
drasticamente, dada redução de velocidade imposta pelo próprio veículo de propulsão humana
(TRANSITOBR, 2017).
O argumento de saúde, pode se estender ao uso do quadriciclo por pessoas com deficiências
assistidas por tutores. Uma possibilidade de uso é a estimulação dos movimentos de portadores
de Síndrome de Down pelo exemplo do movimento do tutor, já que para andar no quadriciclo
não é necessário o aprendizado do equilíbrio sobre rodas.
Pessoas com certas dificuldades motoras, que precisam ser estimuladas, podem ter, neste
tipo de veículo, um estímulo para a sua melhora ou simplesmente um divertimento. Como a
utilização do quadriciclo por pessoas idosas.
Ainda dentro da estratégia de vendas, é preciso de um nome mais atrativo para o
Quadriciclo Urbano Não Motorizado. E em rápida pesquisa com as pessoas envolvidas no
projeto (devido ao sigilo do assunto só pessoas envolvidas foram consultadas) o nome acordado
que foi mais atrativo é o de Bicicletão. Este nome remete a uma bicicleta, produto de
conhecimento do senso comum e o fato da palavra estar no aumentativo remete a robustez. E
por trás do conceito de robustez pode-se admitir mais alguns adjetivos, como segurança, rigidez,
proteção, entre outros. Além de chamar um quadriciclo de bicicletão remeter a um sentimento
de intimidade e proximidade com o veículo, dispensando assim nomes em inglês ou termos de
difícil pronúncia.
O portfólio da empresa contará com este modelo feito no protótipo como seu modelo de
entrada e entrega em duas semanas, mas modificações serão permitidas e tratadas como projetos
especiais com prazos e valores sob estudo. Já o modelo prototipado será entregue duas semanas
após ao fechamento da venda e seu valor poderá ser parcelado por operadoras de cartões de
crédito.
A estratégia de relacionamento com o cliente, para a venda do quadriciclo, dar-se-á por
meio da internet, utilizando-se do site Facebook para relacionamentos e postagens mais
frequentes, além de um site com domínio próprio, o que agrega credibilidade a marca. Uma loja
física para demonstrações também é fator de grande valia para a venda, pois os testes no
protótipo demonstraram grande satisfação dos usuários. Deste modo, é interessante que seja
feito um estudo afim de utilizar salas alugadas para empresas modelos starups em universidades
da região. Os quadriciclos devem ser fabricados em uma metalúrgica a ser instalada em local
ainda não definido.
31
5.3.5 Data de Lançamento
É interessante que o quadriciclo já esteja com seu conceito difundido nas redes, até o início
do verão, no máximo no mês de outubro de 2017 ele já deve ter uma página no Facebook
bastante movimentada e algumas unidades já vendidas, para a garantia de uma boa venda no
verão, estação ótima e costumeira para a prática de exercícios. Para aproveitar o aumento de
dinheiro em circulação no mercado no final do ano, dado ao décimo terceiro pago as pessoas,
o desejo de ter um quadriciclo ou o bicicletão já deve estar despertado nas pessoas. Para isto o
lançamento do produto foi no mês de julho/17 no Facebook e divulgação e participação em
movimentos ciclísticos, afim de movimentar a página. Atividades em asilos também foram
desenvolvidas neste período de lançamento que durou de julho a dezembro de 2017. As
primeiras unidades entregues também foram em julho de 2017.
5.3.6 Custo máximo de Produção
Foi estipulado um limite máximo produtivo com base em um preço final de venda e um
lucro mínimo para que se mantenha a empresa saudável. O custo máximo inicial de produção
foi locado somente quanto aos itens comprados, já que a mão de obra para fabricação seria
própria. Custos como energia e alimentação foram retirados para fins de facilitar o apontamento
inicial. Após o protótipo entrar em ritmo de produção deverá ser feito um novo estudo de custo
para se precisar melhor o lucro líquido da venda sobre o produto.
Então para um protótipo funcional foi estipulado um limite de R$2.000,00 para se gastar,
com compras de peças de bicicletas e materiais de construção.
5.3.7 Características funcionais do produto
Como característica mais importe este produto deve manter a posição de dirigibilidade de
um carro popular, com o objetivo de não o tornar um veículo no qual o seu condutor fique com
uma posição de visão prejudicada no trânsito. Estas posições devem ser próximas na altura dos
olhos e no acento, a posição do mecanismo de direção também deve aproximar a posição do
volante de um carro.
O quadriciclo deve ser leve, e principalmente, parecer leve ao usuário enquanto ele dirige,
pedala e movimenta o volante. Em pesquisa de campo, com ciclistas, foi notória a preocupação
de todos com o peso, inclusive esta era quase sempre a primeira pergunta: quanto pesa? Por
isso a característica peso deve ser levada tanto a sério. Em pesquisas de campo também foram
verificadas bicicletas com peso entre 7,5kg e 15kg, desta forma é lógico pensar que uma
32
bicicleta para 2 pessoas possa ter no máximo 30kg, mesmo que quadriciclo vendidos fora do
brasil sejam mais pesados, aproximadamente 100kg conforme a fabricante holandesa Berg.
O produto também deve passar confiança por utilizar um sistema de freios
reconhecidamente bom pelo senso comum, a qualidade deve estar presente em todos os itens
do quadriciclo. De maneira a demonstrar um alto valor agregado ao projeto.
Sistemas de controle como velocímetro também agregam valor ao produto, e devem ser
considerados no protótipo.
Para o transporte do quadriciclo ele deve contar com um adaptador para ser rebocado por
um carro comum com engate de reboques padrão de 50 mm.
5.3.8 Características de segurança
O sistema de freios deve ser altamente confiável, partindo do princípio que ele deve parar
um conjunto bastante pesado de peças e mais duas pessoas, com possível bagagem, os freios a
disco usados nas bicicletas atuais são bastante confiáveis além de terem uma característica de
impacto visual quando apresentado ao cliente.
Um sistema de iluminação também deve estar disposto no veículo, para facilitar o seu
tráfego noturno e sua fácil visualização durante o dia, pois não é um veículo comumente visto
no trânsito.
5.3.9 Características sustentáveis
O quadriciclo deve ter como base, em sua concepção, características sustentáveis, pois isto
deve fazer parte de seu projeto mais íntimo, dada a sustentabilidade ser o seu maior argumento
de venda junto com sua potencialidade para a prática de exercícios regulares.
Seguindo esta linha de pensamento, o primeiro quadriciclo não deve ter qualquer tipo de
motor, deve contar somente com propulsão humana.
Após a construção do protótipo, foram verificados os custos de produção com energia e
houve uma busca pela redução destes, com estudos entre gastos com soldas e uso de parafusos.
5.3.10 Características organizadas segundo Kano
As características de um produto organizadas segundo Kano possibilitam a caracterização
de medidas e tomadas de decisões no desenvolvimento e melhoria de produtos. Este método
nascido no Japão de organização veio a facilitar o diálogo entre clientes e fornecedores.
(INFOESCOLA, 2017).
33
Figura 8 - Gráfico de Kano com características funcionais do quadriciclo
Contudo, na contramão desde método Kahney (2008) destaca algumas lições de Steve Jobs:
Quando perguntado como faz as pesquisas de desenvolvimento de produto com seus clientes
ele responde que não faz pesquisas com clientes, pois “as pessoas não sabem o que querem até
você mostrar a elas” e ainda faz uma analogia dizendo: “Se Henry Ford tivesse perguntado ao
mercado o que eles queriam antes de inventar o modelo de carro Ford T, ele teria a resposta de
que o mercado queria uma carroça com mais cavalos” (Kahney; 2008).
Aliando estas duas metodologias de trabalho, foram organizadas na Figura 8 as
características mais relevantes do quadriciclo, que surgiram em conversas informais com
pessoas do meio ciclístico, junto com os aspectos relevantes para os idealizadores do projeto.
Desta forma será mesclado tanto o pensamento conservador de Kano quanto a ideia menos
ortodoxa de Jobs. Assim foi criado um método de análise híbrido para a este produto.
Retomando os pontos da classificação dos aspectos de produto segundo Kano, tem-se
(ROOS, 2009):
i. Requisitos esperados ou obrigatórios – A característica mais expressiva dos
requisitos obrigatórios (2 e 3) é a não agregação de satisfação do cliente em frente
ao produto, contudo o seu não atingimento, caso esteja à esquerda da linha de
satisfação do cliente, causará, certamente, insatisfação do cliente e desistência de
compra.
No trabalho apresentado, o quadriciclo deve ter sensação de baixo peso ao pedalar e ser
fácil de dirigir, estes são requisitos diretos para aprovação do protótipo. Leveza ao pedalar e
34
boa dirigibilidade são as funções básicas a serem atendidas pelo produto, sem isto ele não deve
ser qualificado como aprovado.
ii. Requisitos explícitos ou de desempenho – Habitam a parte central do gráfico, entre
as linhas verde e marrom (1, 6, 7 e 9), e possuem um comportamento linear, sendo
a satisfação do cliente proporcional a quantidade do item encontrado.
As características com comportamento linear são, normalmente fatores de desempate, ou
comparação entre um produto e outro, mas dificilmente são, sozinhas, responsáveis pela
satisfação total do cliente perante o produto. Os pontos acima da linha horizontal do gráfico,
que representa o preenchimento das funcionalidades ou grau de realização dela perante a
percepção do cliente (1 e 9), são pontos que dificilmente ocasionarão uma insatisfação ao
cliente, no caso analisado. Por outro lado, os pontos abaixo desta linha (6 e 7) podem ser
responsáveis por insatisfação do cliente caso o produto não atenda de forma melhor estas
características.
iii. Requisitos inesperados ou de encantamento – Características como, facilidade de
armazenamento (4), facilidade de transportar (5) e design (8) não são
preponderantes para a funcionalidade que o produto se propõe, e o cliente talvez
nem espere que elas estejam presentes em seu processo de compra, contudo podem
ser preponderantes para a decisão de compra quando há comparação com um
produto similar.
Se os itens de encantamento quando não estão em sua funcionalidade plena não são
responsáveis por alguma insatisfação que o cliente tenha. Entretanto os atributos de
encantamento migram ao longo do tempo para requisitos de desempenhos e posteriormente para
requisitos obrigatórios. Exemplificando esta migração existe o case das câmeras fotográficas
dos celulares que quando esta foi lançada no primeiro celular era uma característica de
encantamento. Após todos os celulares compartilharem deste recurso, a câmera passou a ser um
requisito de desempenho: quanto mais definição, melhor. E atualmente as câmeras de alta
qualidade em celulares já são itens obrigatórios: caso o celular não possua uma câmera de alta
resolução é motivo de insatisfação do cliente.
5.4 Requisitos de Engenharia, Estrutura Analítica de Projeto – EAP
Os requisitos de engenharia são a tradução dos desejos do patrocinador e das entradas de
mercado, feitas no Escopo do Projeto, para itens palpáveis e mensuráveis. Desta forma, cria-se
a Estrutura Analítica de Projetos (EAP), que é a espinhal dorsal a qual deve ser seguida pelo
corpo de projetistas e construtores do produto, todo requisito do Escopo de Projeto foi
35
respondido no Requisito de Engenharia, deixando clara a forma como o requisito será atendido
e as razões pelas quais outros não serão atendidos. Quando o problema de atendimento a um
desejo é o conflito de atendimento a outro, deve-se ter uma revisão dos desejos de forma aos
dois passos entrarem em acordo, por exemplo: é desejável que se gaste um valor máximo no
projeto, contudo o projeto deve ter a mais alta tecnologia existente. Normalmente estes são dois
itens que não coexistem, limite de gasto e tecnologia de ponta, nestes casos devem ser
estabelecidos quais são os requisitos que podem ser flexíveis, se o gasto ou o emprego de
tecnologia (PMI, 2013; SOTILE, 2016).
5.4.1 Custo máximo de fabricação
O custo máximo de fabricação do protótipo está descrito na Tabela 3, contudo o protótipo
ainda requer melhorias de projeto e alteração em alguns processos de fabricação antes de se
definir como o preço final de produção.
Tabela 3 - Itens comprados
Itens comprados Valor
Peças de bicicletas R$ 1494,80
Material metalúrgico R$ 337,30
Peças de máquinas R$ 147,33
Acentos e periféricos R$ 276,59
Total comprados R$ 2256,02
Após a entrega deste primeiro protótipo, o próximo projeto deve sofrer uma alteração
drástica no valor, pois pretende-se usar perfis de alumínio, já que a redução no peso do quadro
seria da ordem de 60%.
Assim ocasionar-se-á uma necessidade de revisão dos custos da manufatura.
5.4.2 Estudo de retorno Financeiro (ROI)
Para o estudo do Retorno Financeiro (ROI) foram montados cenários que levam em
consideração a aquisição de um torno mecânico e sem a aquisição do mesmo maquinário,
também foram feitas projeções considerando-se variações no volume de vendas, onde o
máximo fora fixado no teto da capacidade produtiva da empresa.
Desta forma denominam-se os 4 cenários montados para o estudo:
36
1. ROI com torno pessimista;
2. ROI com torno otimista;
3. ROI sem torno pessimista;
4. ROI sem torno otimista.
Feita a análise dos resultados das previsões determina-se que o caminho mais vantajoso a
se seguir é onde não se investe em um torno, mesmo que isto faça com que a margem caia, dado
ao aumento dos custos. Considerando-se que o ponto de equilíbrio, ponto no qual as entradas
se igualam as saídas e a partir deste momento começa-se a ter lucro, acontece antes nos cenários
pessimistas e otimistas, comparativamente aos cenários que incluem a compra do torno.
Ponto de equilíbrio nos 4 cenários:
1. ROI com torno pessimista – Ponto Equilíbrio no início 4º ano;
2. ROI com torno otimista – Ponto Equilíbrio no meio 3º ano;
3. ROI sem torno pessimista – Ponto Equilíbrio no início 2º ano;
4. ROI sem torno otimista – Ponto Equilíbrio no final 1º ano.
No entanto, o impacto na margem do produto é visível sem a aquisição de um torno
mecânico:
1. ROI com torno pessimista – margem igual a 17,5%;
2. ROI com torno otimista – margem igual a 15%;
3. ROI sem torno pessimista – margem igual a 12,5%;
4. ROI sem torno otimista – margem igual a 10%.
Nos Apêndices II e III encontram-se as Tabela 6 - ROI com torno e a Tabela 7 - ROI sem
torno com os dados completos e suas respectivas projeções.
5.4.3 Cronograma de projeto
O projeto está descrito em pontos macros neste cronograma na Figura 8 com suas
respectivas datas programadas e de execução até o momento da entrega do trabalho.
O cronograma é um documento vivo do projeto, que pode ser alterado em qualquer
momento durante sua execução, além de suas datas serem também completadas conforme o
andamento das fases. Para fins de organização o PMBOK recomenda que o cronograma seja
um documento controlado com suas revisões, contudo não exige isto, já que os marcos
principais do projeto estão descritos no Termo de Abertura (PLM, 2012).
A Figura 9 - Cronograma do Projeto mostra o cronograma de projeto em sua visão por
tópicos e fases do PLM, tendo as duas colunas de caixas à esquerda as fases de um projeto,
conforme definição pelo PMI e as setas no centro indicam, com suas caixas de diálogo
37
anexadas, as fases do projeto seguidas por este trabalho conforme definições do PMI e a
inclusão da metodologia DfX para o projeto do quadriciclo. Desta maneira os prazos estão
descritos na sequência hibrida da metodologia com a data programada e a data em que a real
execução da tarefa aconteceu em as datas limites de para acontecer.
Figura 9 - Cronograma do Projeto
Iniciação
Planejamento
Execução
Encerramento
Monitoramento e controle
Termo de Abertura
•programado - 13/04
•feito - 07/04
Acordo de projeto
•programado - 13/04
•feito - 20/04
Requisitos -Escopo
•programado - 20/04
•feito - 12/05
Requisitos Eng- EAP
•programado - 28/04
•feito - 19/05
Projeto do Produto - DfX
•programado - 12/05
•feito - 26/05
Protótipo
•programado - 26/05
•feito - 02/06
Entrega
•programado - 12/06
•feito - 16/06
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5.4.4 Atendimento aos Requisitos Mercadológicos
Junto com a explicitação dos requisitos apresentados no documento Escopo de Projeto,
estão descritas as providências do projeto de engenharia para atender às características
esperadas.
• Leveza ao pedalar – o projeto contemplou um sistema de marchas, semelhante ao usado
tradicionalmente em bicicletas. Outro mecanismo que reduz a força aplicada nos pedais é
um sistema de cubo com rolamentos, o que aumenta o aproveitamento da força nos pedais
por ser um sistema com menor atrito do que os tradicionalmente usados com colar de
esfera. E a posição sentada, ao invés de montada, como em uma bicicleta comum, traz mais
conforto à pedalada.
• Fácil dirigibilidade – a dirigibilidade será conferida por um sistema de alavancas que
permitirá, com um movimento de aproximadamente 45° para cada lado do guidão, executar
facilmente as manobras das rodas dianteiras. Esse jogo de alavancas deve ser construído
em material leve com uniões de precisão, utilizando-se de terminais rotulares de primeira
linha com folgas imperceptíveis. Uma inclinação no guidão também tornará a sensação de
dirigir mais fácil, já que o ângulo de rotação é o mesmo de um carro popular.
• Freios eficientes – no protótipo foram instalados freios a disco de alta performance nas
duas rodas dianteiras, dado a eficiência de parada ser maior quando a frenagem é feita pelas
rodas dianteiras, devido ao fenômeno de transferência dinâmica de peso. Como o tempo
hábil para a apresentação do protótipo foi curto, não foi feito um divisor de freio para as
quatro rodas, já que foram instaladas somente duas alavancas de acionamento, logo estas
alavancas são as responsáveis somente pela frenagem frontal, sendo uma em cada roda
dianteira. Os freios a disco foram projetados nas quatro rodas nos produtos de linha.
• Velocidade de deslocamento compatível com o trânsito – Segundo o código de trânsito
Brasileiro, vias locais e vias coletoras tem seus limites de velocidades fixados em 30km/h
e 40km/h, respectivamente. Segundo o vereador Sgarbossa (2013) de Porto Alegre, a
velocidade média no trânsito da capital gaúcha é 25 km/h. Já um estudo feito com ônibus
de transporte de passageiros mostrou que a média de velocidade de seus deslocamento era
de 18,3km/h, em 2015 na cidade de São Paulo, mesmo em suas vias exclusivas. Então uma
velocidade média de 20km/h do quadriciclo atende aos requisitos mínimos de tráfego em
vias coletoras e mantém 80% da média de deslocamento urbano em Porto Alegre. Para que
o quadriciclo atinja, e se mantenha em tal velocidade, será colocado nele transmissões com
marchas especiais para alta velocidade, rodas de tração com aro de 26 polegadas, maiores
39
que as encontradas nos quadriciclos pesquisados, e pneus com desenho para velocidade,
conhecidos como pneu slick (SPTRANS, 2015; SGARBOSSA, 2013).
• Acessórios de que auxiliem a dirigibilidade – serão dispostos duas lanternas próprias
para bicicletas na frente do veículo, retrovisores, pisca indicador de conversão, luzes de
acionamento freio, sinaleira traseira e buzina.
• Posição ergonomicamente correta – este quadriciclo terá sua posição de pedais e bancos
projetados conforme bicicletas ergométricas horizontais, posição de guidão conforme
posição de volante de carros populares e freios e trocadores posicionados conforme em
bicicletas tradicionais, próximos a mão.
• Data de lançamento de julho de 2017 – para o atendimento a esta data de lançamento, o
produto deverá contar com materiais de mais fácil acesso e construção, como solda em aço
por eletrodos. Caso o tempo fosse maior poderia se usar alumínio, que reduziria o peso
total do quadriciclo.
• Peso máximo de 30kg – este requisito de peso máximo não será atingido, se for necessário
manter o custo de produção máximo de R$2.000,00 em materiais comprados e atender o
tempo de lançamento até julho de 2017. Para uma otimização do peso será usado um quadro
de tubo retangular de aço com a menor espessura de parede possível dentro dos limites de
resistência mecânica e possibilidades de solda, o peso deverá ficar muito próximo dos
70kg.
• Sistema de reboque – será projetado um sistema de reboque para adaptar no quadriciclo
e poder transportá-lo de forma segura e confortável.
• Sistemas de controle – será instalado um velocímetro que permite ter acesso a velocidade
instantânea, média e máximas do trecho.
• Carregamento de bagagem – o veículo será projetado de forma a ter um cesto bastante
espaçoso para bagagens a serem carregadas na parte de traseira do veículo.
• Facilidade de guardar – por não ser um veículo pequeno como uma bicicleta, será
provável que se requeira um maior espaço para o seu estacionamento. Para projetos futuros
deverá ser estudo uma forma de desmontagem rápida para sua redução no espaço de
armazenamento.
• Conforto – serão utilizadas cadeiras estofadas para os acentos, além da posição requerida
para se pedalar é igual a posição de bicicletas ergométricas horizontais, que são mais
ergonômicas do que bicicletas de posição montadas ou verticais. A altura dos olhos também
40
deverá ser aproximada a de uma pessoa em um carro popular, assim tornará a visibilidade
semelhante a estes.
5.5 DfX, Design for “X”, Projeto para Excelência
Dentre todas as possibilidades que uma metodologia de desenho com priorização por DfX,
o projeto do quadriciclo urbano não motorizado, presente neste trabalho, aplicou as
metodologias de Projeto para a Fabricação (Design for Manufacturing – DfM) e Projeto para
Montagem (Design for Assembly - DfA).
A motivação para o uso destes dois norteadores de projetos no desenho do quadriciclo
foram os escassos recursos fabris para a confecção do protótipo e uma posterior produção de
modelos para os primeiros clientes.
5.5.1 Projeto para Fabricação (DfM)
O projeto conceitual do quadriciclo visou uma maximização da utilização de itens comuns
as bicicletas de mercado, que são facilmente encontrados em lojas do ramo, e um número
reduzido de itens usinados, assim o tempo de manufatura e a possibilidade de erros com
tolerâncias ou encaixes não comuns as bicicletas, diminuíram.
O quadro do quadriciclo foi projetado de forma a manter os encaixes usados nos quadros
de bicicletas comercias para os sistemas de direção e de pedais. Desta forma possibilitou o uso
de garfos e pé de vela comuns a qualquer outra bicicleta do mercado, veja na Figura 10 o
detalhamento destes encaixes.
Figura 10 - Detalhe encaixe garfo-quadro e cubo de centro-quadro
41
A estratégia de projeto para o sistema de tração nas rodas traseiras, foi desenvolver um
encaixe de fácil fabricação. Sendo assim, uma solução adequada foi a utilização de cubos
comprados preparados para freios a discos, já que este tipo de cubo possui uma furação especial
para encaixe do disco, que foi facilmente adaptada para um eixo motor através de um flange
usinado. O sistema todo de tração conta com peças de baixa complexidade para usinagem e
peças compradas.
O sistema de apoio do eixo traseiro também é um item padrão de máquinas facilmente
encontrado em lojas de rolamento, pois são mancais padrões para máquinas especiais.
Para o engaste da catraca traseira ao eixo de tração também foi necessária uma peça usinada
sob medida, desta forma a mesma foi projetada com baixa complexidade, afim de facilitar a sua
fabricação e consequente redução de custo.
Todo o sistema de tração é mostrado em corte na Figura 11.
Figura 11 - Cubo Flangeado, Mancal e Catraca
5.5.2 Projeto para Montagem (DfA)
A união dos conceitos de Projeto para Fabricação e Projeto para Montagem (Design for
Manufacturing and Assembly - DfMA) resulta em um produto menos dispendioso para fabricar
e montar, quanto a recursos financeiros e de tempo (EDWARDS, 2002).
Sendo a aplicação destes conceitos bastante pertinentes ao trabalho em questão, que visa
desenvolver, projetar e construir um veículo de propulsão humana em poucas semanas, com
42
escassos recursos financeiros e pouco acesso a máquinas operatrizes para a usinagem de peças
especiais.
O norteamento do projeto para auxilio da montagem final, fez com que algumas decisões
se sobrepuseram perante outras. Logo, deu-se preferência a furações de engaste através de
parafusos entre flange e eixo, suporte da catraca e eixo todas já com os itens montados, o que
reduz o risco erro em desencontro de furos de forma monos dispendiosa. Estes furos feitos entre
essas peças estão demonstrados na Figura 11.
O projeto também definiu itens comprados de fácil montagem, como os mancais com
rolamentos esféricos com base também esférica, que não precisam de ferramentas especiais
para a sua montagem e são de fácil alinhamento de eixo. Este tipo de mancal também possui a
sua base fixada através de furos oblongos, permitindo assim uma maior tolerância na furação
da base de fixação. Por sua vez o projeto definiu bases soldadas diretamente na estrutura sem a
necessidade de usinagem posterior, contando com este recurso de fácil fixação dos mancais.
O sistema de direção, projetado com terminais rotulares, também dá liberdade a montagem,
uma vez que torna o sistema de regulagem de paralelismo das rodas dianteira simples,
utilizando-se da rosca M10 dos próprios terminais rotulares e contra porcas para travar o
movimento, a Figura 16 ilustra este sistema.
Figura 12 - Terminal Rotular
43
5.6 Liberação do Protótipo
A liberação do protótipo para aprovação do projeto ocorre após testes funcionais do
produto pelo time de projeto, nas situações de aclive, declive, somente piloto e piloto e
passageiro.
Desta forma foram testados: freios, conforto, segurança, dirigibilidade e beleza.
A Tabela 4 mostra, em formato de documento formal, as avaliações durante os testes. É
neste documento onde ocorre a decisão sobre continuidade do projeto com possíveis melhoras
ou a decisão de reformulação de desenhos e novo protótipo. Esta decisão deve ser observada
onde constam os campos de: Aprovado, Reprovado e Aprovado com Condição.
Quando ocorre a aprovação, entende-se que o protótipo atendeu todas as expectativas dos
interessados no produto, e pode ser produzido sem qualquer alteração dos sistemas avaliados.
Por outro lado, tem-se a aprovação com condição, que significa que o projeto como um todo
atendeu as expectativas, porém deve ter pontos de melhorias em sistemas identificados como
não apropriados no protótipo. Já a reprovação significa que o projeto deve ser reavaliado, ou
até mesmo refeito, dependendo da quantidade e gravidade dos sistemas reprovados. Esta
avaliação é perante o projeto funcional, desenhos e seus sistemas. Uma reprovação que
impediria a continuidade do projeto como um todo, com desistência de interessados no produto,
deve partir da análise dos Requisitos de Engenharia ou Estrutura Analítica de Projetos, pois é
neste ponto que existe uma análise técnica dos requisitos e a sua resposta de possíveis
atingimentos ou negativas das possibilidades construtivas.
Uma aprovação com condição, implica em uma liberação do protótipo possibilidades de
início de produção e deve conter os pontos a serem melhorados. A aprovação com condicional,
remete a um estado de confiança no projeto e confiança no produto, contudo apareceram
objeções relevantes que porventura foram constatadas somente com o protótipo pronto, uma
necessidade de robustez em uma região específica, é um exemplo de melhoria após aprovação.
Neste projeto o quadriciclo foi aprovado com condição e teve os pontos de melhoria relatados
no mesmo documento que explicita a aprovação condicional, os pontos levantados são de alta
relevância para o cliente, na opinião dos testadores, por isto a aprovação não foi livre de
ressalvas.
44
Tabela 4 - Liberação de Protótipo
Termo de Liberação de Protótipo
Nome do Projeto Quadriciclo urbano não motorizado
Gerente do Projeto Pablo Garcia
Aprovado X Aprovado c/ Condição Reprovado
Condição para aprovação:
• O produto deve ter maior segurança nos freios. Incluir freios traseiros.
• Deve ter mais estabilidade no guidão. Talvez um sistema de molas de retorno.
• Não são necessárias marchas dianteiras, mas deve-se usar uma coroa com a mesma quantidade
de dentes da menor coroa instalada no protótipo.
• Diminuir o peso total.
• Colocar bancos com regulagem de posição.
• Pintar.
• Aumentar a resistência mecânica na região de apoio dos garfos, pois estão se demonstrando
frágeis em curvas.
• Algum lugar central como porta objetos para pequenos itens, como carteira e celular.
Freios:
Atenderam o propósito de parar de forma segura, inclusive quando solicitados em declives.
Entretanto é interessante que se utilizem freios nas rodas traseiras, a fim de diminuir o esforço sobre as
rodas dianteiras, principalmente em frenagens em curvas. Além do argumento de marketing de freio a
disco nas 4 rodas e da melhora na estético do quadriciclo.
Conforto:
O quadriciclo é confortável para pedalar e ficou bastante leve em lugares planos e pequenos aclives.
Contudo, em aclives acentuados, acima de 40°, é necessário bastante esforço para que o protótipo suba.
Também se notou a necessidade de regulagem de proximidade dos bancos aos pedais e guidão.
Segurança:
O protótipo com o eixo traseiro desvinculado trouxe a impressão de maior segurança quanto a sua
dirigibilidade e estabilidade. Além de não apresentar perdas significativas para o produto quanto à tração.
É possível acrescentar um conjunto de cintos de segurança ao produto, contudo os bancos também
devem ser apropriados para isto.
Dirigibilidade:
O produto ficou bastante fácil e intuitivo de dirigir, não há necessidade de instruções para uso.
Inclusive pessoas que nunca andaram de bicicletas testaram e aprovaram, de forma geral o quadriciclo.
Beleza:
Na fase de testes foi uma unanimidade que o quadriciclo não ficou bonito. O protótipo foi
apresentado ao público sem a pintura final. Contudo, seu quadro quadrado foi destaque nos comentários
que foram tecidos sobre o aspecto do produto, ele demonstra robustez, mas não beleza.
Por outro lado, as rodas foram bastante elogiadas, tanto por serem bonitas como por agregarem uma
sensação de qualidade. Este fato também foi ajudado pelos freios a disco, que foram notados por todos
os testadores como peças bonitas e de alto desempenho.
Documento aprovado por
Nome do Patrocinador Cargo Data
Pablo Garcia Sócio 02/06/2017
45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo atingido o objetivo principal deste trabalho, o projeto de um veículo alternativo aos
carros, que tenha emissão zero e ainda possibilite a prática segura de exercícios físicos durante
o cotidiano das pessoas, faz-se o fechamento do projeto com sucesso.
O protótipo funcional fora projetado dentro dos procedimentos de DfM e DfA, conforme
explicitado na metodologia, o que conferiu e possibilitou a construção do quadriciclo urbano
não motorizado dentro dos prazos máximos estipulados e dentro das tolerâncias de custos. O
uso de requisitos de projeto e pesquisas com clientes, obedecendo aos processos de
gerenciamento de projeto do PMI, direcionou o projeto ao atingimento das expectativas de
todos os interessados no produto, uma vez que seus desejos estavam claros em forma de
requisitos funcionais, garantindo a satisfação e o prazer de guiar o quadriciclo.
A metodologia do PMI, que foi seguida por este trabalho, proporcionou uma garantia de
atendimento de requisitos comuns a potenciais clientes e o preenchimento de uma lacuna em
um mercado que está sem fortes representações atualmente, constatações feitas por pesquisas
de campo e comprovadas durante a confecção deste trabalho. Isto pode ser comprovado com o
fato de, mesmo com pouca divulgação e o protótipo ainda em testes, já foram solicitados dois
orçamentos para a construção de veículos como o protótipo.
Para quem segue a metodologia de gerenciamento de projeto do PMI, o gerenciamento de
custos é fator fundamental para análise de sucesso ou insucesso do projeto, esta análise
financeira dá uma previsão do retorno monetário do investimento, que aplicada ao presente
projeto ficou clara a possibilidade de retorno financeiro para este produto.
Ainda dentro dos objetivos deste trabalho, existe um desejo de melhora da qualidade de
vida da população, sendo esta dada pela prática de exercícios físicos regularmente, e com
segurança, e pela redução da poluição causada pelos carros. Com isto o quadriciclo urbano não
motorizado, chamado de Bicicletão, tem um objetivo nobre e sustentável de melhorar a vida
das pessoas, o que pode acontecer com o seu uso cotidiano pela população.
46
7 LIMITAÇÕES, DIFICULDADES, SUGESTÕES TRABALHOS FUTUROS
As limitações do trabalho ficaram pautadas na área de construção do protótipo, pois o
projeto deveria usar, por uma questão estética e estrutural, tubos redondos dobrados. Contudo,
o protótipo não pode contar com este recurso.
Outra dificuldade encontrada foi a falta de experiência em operação de tornos pelos
integrantes do time de projeto, isto ocasionou retrabalho e desperdício de tempo. Além de uma
das peças acopladas a catraca ter sua rosca danificada em uso, devido à má usinagem. Além do
agravante da rosca da catraca utilizar padrão de medidas em polegadas e o conhecimento do
operador do torno era limitado a fabricação de roscas milimétricas.
Encerrando este trabalho, ficam os desejos de atender aos requisitos mercadológicos
completamente, principalmente quanto ao peso máximo requerido de 30kg para o quadriciclo,
que ficou com aproximadamente 70kg de peso. Desta maneira, sugiro que trabalhos futuros,
partam do mesmo projeto e o continuem com materiais mais leves para o quadro, como
alumínio por exemplo.
Outro anseio de clientes, que apareceu nos requisitos de Kano como requisito atrativo mas
pode, ao longo do tempo se tornar de desempenho, é a facilidade de guardar o quadriciclo dado
ao seu tamanho, talvez linhas de pesquisas trabalhem em modelos menores ou desmontáveis.
47
REFERÊNCIAS
Livros:
Project Management Institute (PMI), Inc. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de
Projetos (Guia PMBOK) Brasil : Saraiva, 2013.
SOTILE, M. Capacitação em Gerenciamento de Projetos Brasil : PM tech, 2016.
KAHNEY, L. A cabeça de Steve Jobs Brasil : Agir, 2009
Artigos
EDWARDS, K. L. Towards more strategic product design for manufacture and assembly:
priorities for concurrent engineering. School of Computing & Technology, University of
Derby, Kedleston Road, Derby, DE22 1GB, UK, 2002
Artigos com mais de 3 autores
MASCARENHAS, L.A.B. et al. Product Development Process Assited By Dfx – Design For
Excellence Tools. 20th International Congress of Mechanical Engineering November 15-
20, 2009, Gramado, RS, Brazil
ROOS, C.; Sartori, S.; Godoy, L. Modelo de Kano para a identificação de Atributos capazes de
supercar as expectativas do cliente. Revista Produção on Line, Associação Brasileira de
Produção – ABEPRO, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, 2009, Brasil.
Teses, Dissertações e TCCs
BARBOSA, G.F. Prof. Desenvolvimento de um modelo de análise para a implantação de
automação na manufatura aeronáutica, orientado pelos requisitos das metodologias de
Projeto para Excelência (DFX – Design for Exceleence) e Produção Enxuta (Lean
Manufacturing). 2012. 332f. Tese (Doutourado em Engenharia Mecânica) – Escola de
Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP), São Carlos, São Paulo.
Site
Jornal Nacional
Adultos investem em aulas para aprender a andar de bicicleta. Jornal Nacional, São Paulo, 20
out. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/adultos-
investem-em-aulas-para-aprender-andar-de-bicicleta.html >. Acesso em: 21/03/17
Site Curiosidades
11 curiosidades sobre carros e poluição. Site curiosidades. Disponível em:
<http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/11-curiosidades-sobre-carros-e-
poluicao.html>. Acesso em: 21/03/17
48
G1
Quase 20% levam mais de uma hora para chegar ao trabalho, diz Ipea. G1, Brasília, 24 out.
2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/10/nas-grandes-cidades-186-
levam-mais-de-1h-para-chegar-ao-trabalho.html>. Acesso em: 21/03/17
IPEA
AFFONSO, N. S. Automóveis e sustentabilidade. Desafios do Desenvolvimento, Brasil,
Edição 53, ano 6, 3 ago. 2009. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1049:cat
id=28&Itemid=23> Acesso em: 21/03/17
G1
Carros são responsáveis por 90% da poluição do ar em São Paulo. Jornal Nacional, São Paulo,
04 abr. 2011. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/04/carros-sao-
responsaveis-por-90-da-poluicao-do-ar-em-sao-paulo.html> Acesso em: 21/03/17
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What's an HOV lane. California department of transportation, Califórnia-USA. Disponível
em: <http://www.dot.ca.gov/hq/paffairs/faq/faq79.htm>. Acessado em: 21/03/2017
CETSP
Rodízio municipal como funciona. Companhia de Engenharia de Transporte de São Paulo,
São Paulo. Disponível em: <http://www.cetsp.com.br/consultas/rodizio-municipal/como-
funciona.aspx>. Acessado em: 25/03/2017
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Gestão de Projeto – O que é e para que serve?. Project Builder, Rio de Janeiro, 25 set. 2014.
Disponível em: <http://www.projectbuilder.com.br/blog-home/entry/conhecimentos/o-que-e-
gestao-de-projetos-e-para-que-serve>. Acessado em: 18/05/2017
Instituto de Gerenciamento de Projeto
Sobre o PMI. Project Management Institute (PMI), Brasil. Disponível em:
<https://brasil.pmi.org/brazil/AboutUS.aspx>. Acessado em: 18/05/2017
49
Ciclo de Vida do Produto
Product Life Cycle Management | What is PLM?. Product Life-cycle Management (PLM),
USA, 2016. Disponível em: <http://www.product-lifecycle-management.info/>. Acessado em:
18/05/2017.
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Acidentes – causas. Portal do Trânsito Brasileiro, Brasil. Disponível em:
<http://transitobr.com.br/index2.php?id_conteudo=8>. Acessado em: 09/06/2017
Hammacher Schlemmer
The Touring Quadracycle. Hammacher Schlemmer, New York. Disponível em:
<http://www.hammacher.com/Product/11968?promo=search&cmp=cel&trigger=ac&query=q
uad>. Acessado em: 09/06/2017
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FARIA, C. Diagrama de Kano. Info Escola, Brasil. Disponível em: <
http://www.infoescola.com/administracao_/diagrama-de-kano/>. Acessado em: 16/06/2017
Coisas de Engenheiro
Freios – Fundamentos de Funcionamento e Leis Físicas. Coisas de Engenheiro, Brasil, 25 nov.
2010. Disponível em: < https://coisasdeengenheiro.wordpress.com/category/dinamica-da-
frenagem/>. Acessado em: 16/06/2017
IBGE
Infográficos: frota municipal de veículos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
Brasil, 2016. Disponível em: < http://cidades.ibge.gov.br/painel/frota.php >. Acessado em
07/07/2017.
Escola de Bicicleta
A história da bicicleta no mundo. Escola de Bicicleta, Brasil, 2017. Disponível em: <
http://www.escoladebicicleta.com.br/historiadabicicleta.html >. Acessado em 10/07/2017.
50
APÊNDICE I – PESQUISA COM POTENCIAIS CLIENTES
Tabela 5 - Pesquisa Clientes
1 - Como você normalmente se desloca para o trabalho?
Total de respostas 170
Carro (próprio ou táxi ou Uber) 81 47,6%
Ônibus 54 31,8%
Motocicleta 6 3,5%
Trem 14 8,2%
A pé 10 5,9%
Bicicleta 5 2,9%
2 - Qual a distância entre a sua casa e seu trabalho
Total de respostas 159
Entre 1 e 5km 49 30,8%
Entre 6 e 10km 39 24,5%
Entre 11 e 15km 25 15,7%
Maior que 16km 46 28,9%
3 - Quanto tempo este deslocamento normalmente dura?
Total de respostas 160
Menos de 15min 63 39,4%
Entre 16 e 30min 44 27,5%
Entre 31 e 45min 26 16,3%
Mais de 45min 27 16,9%
4 - Você gostaria de usar um transporte menos poluente neste deslocamento?
Total de respostas 160
Não gostaria 9 5,6%
Gostaria 79 49,4%
Gostaria muito 53 33,1%
Tanto faz 19 11,9%
5 - Atualmente você pratica exercícios físicos regularmente (mais de uma vez por semana)?
Total de respostas 159
Sim 65 40,9%
Não 94 59,1%
51
6 - Você gostaria de poder praticar exercícios físicos de forma segura e confortável aproveitando o seu tempo de
deslocamento para o trabalho?
Total de respostas 160
Sim 121 75,6%
Não 14 8,8%
Talvez 25 15,6%
7 - Atualmente você tem alguma atitude que contribui para a redução da poluição no planeta?
Total de respostas 159
Sim 90 56,6%
Não 43 27,0%
Talvez 26 16,4%
8 - Você sabe andar de bicicletas?
Total de respostas 159
Sim 144 90,6%
Não 8 5,0%
Um pouco 7 4,4%
52
Ano → 1 2 3 4 5
Crescimento 30% 10% 10% 10%
Vendas (Un) 24 31 34 38 42
Investimento R$
Máquinas solda 3.000,00R$
Pavilhão 10.000,00R$
Ferramentas 1.000,00R$
Furadeira Bancada 300,00R$
Torno 50.000,00R$
Total: 64.300,00R$
2017 2018 2019 2020 2021
Inflação 4,4% 3,8% 4,5% 5,0% 5,0%
Valor produto (+) 4.000,00R$
Custo fabricação (-) 2.300,00R$
Custos fixos (-) 1.000,00R$
Lucro (R$) 700,00R$
Lucro (%) 17,50%
Ano → 1 2 3 4 5
ROI (R$) 45.410,00-R$ 23.598,78-R$ 1.436,88-R$ 20.684,43R$ 42.691,89R$
ROI (%) -70,62% -37% -2,2% 32,2% 66,4%
Ano → 1 2 3 4 5
Crescimento 30% 10% 10% 10%
Vendas (Un) 36 47 51 57 62
Investimento R$
Máquinas solda 3.000,00R$
Pavilhão 10.000,00R$
Ferramentas 1.000,00R$
Furadeira Bancada 300,00R$
Torno 50.000,00R$
Total: 64.300,00R$
2017 2018 2019 2020 2021
Inflação 4,4% 3,8% 4,5% 5,0% 5,0%
Valor produto (+) 4.000,00R$
Custo fabricação (-) 2.300,00R$
Custos fixos (-) 1.100,00R$
Lucro (R$) 600,00R$
Lucro (%) 15,00%
Ano → 1 2 3 4 5
ROI (R$) 40.821,20-R$ 13.445,60-R$ 14.287,97R$ 41.922,88R$ 69.451,76R$
ROI (%) -63,49% -21% 22,2% 65,2% 108,0%
Ano → 1 2 3 4 5
Crescimento 30% 10% 10% 10%
Vendas (Un) 24 31 34 38 42
Investimento R$
Máquinas solda 3.000,00R$
Pavilhão 10.000,00R$
Ferramentas 1.000,00R$
Furadeira Bancada 300,00R$
Torno -
Total: 14.300,00R$
2017 2018 2019 2020 2021
Inflação 4,4% 3,8% 4,5% 5,0% 5,0%
Valor produto (+) 4.000,00R$
Custo fabricação (-) 2.600,00R$
Custos fixos (-) 900,00R$
Lucro (R$) 500,00R$
Lucro (%) 12,50%
Ano → 1 2 3 4 5
ROI (R$) 2.198,80-R$ 12.231,64R$ 26.752,61R$ 41.164,60R$ 55.564,71R$
ROI (%) -15,38% 86% 187,1% 287,9% 388,6%
Ano → 1 2 3 4 5
Crescimento 30% 10% 10% 10%
Vendas (Un) 36 47 51 57 62
Investimento R$
Máquinas solda 3.000,00R$
Pavilhão 10.000,00R$
Ferramentas 1.000,00R$
Furadeira Bancada 300,00R$
Torno -
Total: 14.300,00R$
2017 2018 2019 2020 2021
Inflação 4,4% 3,8% 4,5% 5,0% 5,0%
Valor produto (+) 4.000,00R$
Custo fabricação (-) 2.600,00R$
Custos fixos (-) 1.000,00R$
Lucro (R$) 400,00R$
Lucro (%) 10,00%
Ano → 1 2 3 4 5
ROI (R$) 95,60R$ 17.308,23R$ 34.615,04R$ 51.783,82R$ 68.944,65R$
ROI (%) 0,67% 121% 242,1% 362,1% 482,1%
1 - ROI com torno pessimista
2 - ROI com torno otimista
3 - ROI sem torno pessimista
4 - ROI sem torno otimista
Fonte: Portal Brasil
Fonte: Portal Brasil
Fonte: Portal Brasil
Fonte: Portal Brasil
Tabela 6 - ROI com torno
APÊNDICE II – ROI COM TORNO
53
Ano → 1 2 3 4 5
Crescimento 30% 10% 10% 10%
Vendas (Un) 24 31 34 38 42
Investimento R$
Máquinas solda 3.000,00R$
Pavilhão 10.000,00R$
Ferramentas 1.000,00R$
Furadeira Bancada 300,00R$
Torno 50.000,00R$
Total: 64.300,00R$
2017 2018 2019 2020 2021
Inflação 4,4% 3,8% 4,5% 5,0% 5,0%
Valor produto (+) 4.000,00R$
Custo fabricação (-) 2.300,00R$
Custos fixos (-) 1.000,00R$
Lucro (R$) 700,00R$
Lucro (%) 17,50%
Ano → 1 2 3 4 5
ROI (R$) 45.410,00-R$ 23.598,78-R$ 1.436,88-R$ 20.684,43R$ 42.691,89R$
ROI (%) -70,62% -37% -2,2% 32,2% 66,4%
Ano → 1 2 3 4 5
Crescimento 30% 10% 10% 10%
Vendas (Un) 36 47 51 57 62
Investimento R$
Máquinas solda 3.000,00R$
Pavilhão 10.000,00R$
Ferramentas 1.000,00R$
Furadeira Bancada 300,00R$
Torno 50.000,00R$
Total: 64.300,00R$
2017 2018 2019 2020 2021
Inflação 4,4% 3,8% 4,5% 5,0% 5,0%
Valor produto (+) 4.000,00R$
Custo fabricação (-) 2.300,00R$
Custos fixos (-) 1.100,00R$
Lucro (R$) 600,00R$
Lucro (%) 15,00%
Ano → 1 2 3 4 5
ROI (R$) 40.821,20-R$ 13.445,60-R$ 14.287,97R$ 41.922,88R$ 69.451,76R$
ROI (%) -63,49% -21% 22,2% 65,2% 108,0%
Ano → 1 2 3 4 5
Crescimento 30% 10% 10% 10%
Vendas (Un) 24 31 34 38 42
Investimento R$
Máquinas solda 3.000,00R$
Pavilhão 10.000,00R$
Ferramentas 1.000,00R$
Furadeira Bancada 300,00R$
Torno -
Total: 14.300,00R$
2017 2018 2019 2020 2021
Inflação 4,4% 3,8% 4,5% 5,0% 5,0%
Valor produto (+) 4.000,00R$
Custo fabricação (-) 2.600,00R$
Custos fixos (-) 900,00R$
Lucro (R$) 500,00R$
Lucro (%) 12,50%
Ano → 1 2 3 4 5
ROI (R$) 2.198,80-R$ 12.231,64R$ 26.752,61R$ 41.164,60R$ 55.564,71R$
ROI (%) -15,38% 86% 187,1% 287,9% 388,6%
Ano → 1 2 3 4 5
Crescimento 30% 10% 10% 10%
Vendas (Un) 36 47 51 57 62
Investimento R$
Máquinas solda 3.000,00R$
Pavilhão 10.000,00R$
Ferramentas 1.000,00R$
Furadeira Bancada 300,00R$
Torno -
Total: 14.300,00R$
2017 2018 2019 2020 2021
Inflação 4,4% 3,8% 4,5% 5,0% 5,0%
Valor produto (+) 4.000,00R$
Custo fabricação (-) 2.600,00R$
Custos fixos (-) 1.000,00R$
Lucro (R$) 400,00R$
Lucro (%) 10,00%
Ano → 1 2 3 4 5
ROI (R$) 95,60R$ 17.308,23R$ 34.615,04R$ 51.783,82R$ 68.944,65R$
ROI (%) 0,67% 121% 242,1% 362,1% 482,1%
1 - ROI com torno pessimista
2 - ROI com torno otimista
3 - ROI sem torno pessimista
4 - ROI sem torno otimista
Fonte: Portal Brasil
Fonte: Portal Brasil
Fonte: Portal Brasil
Fonte: Portal Brasil
Tabela 7 - ROI sem torno
APÊNDICE III – ROI SEM TORNO
54
APÊNDICE IV – IMAGENS DO PROJETO DO QUADRICICLO
Figura 14 - Detalhe encaixe garfo-quadro e cubo de centro-quadro
Figura 13 - Quadriciclo Inteiro
55
Figura 15 - Cubo Flangeado, Mancal e Catraca
Figura 16 - Terminal Rotular
56
APENDICE V – IMAGEM DO QUADRICICLO EM TESTE
Figura 17 - Quadriciclo em teste
Figura 18 - Quadriciclo em teste