Gestão de Desastres e Catástrofescaroline.brilinger/Módulo 6... · 2016-11-14 · REFERÊNCIAS...
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GESTÃO DE DESASTRES E CATÁSTROFES
Professora Caroline Orlandi Brilinger
CONCEITOS INICIAIS
• DESASTRE: é um fato natural ou provocado pelo homem que
afeta negativamente a vida, o sustento ou
indústria desembocando com frequência em mudanças
permanentes às sociedades humanas, ecossistemas e o meio
ambiente.
• Põem em evidência a vulnerabilidade e abalam o
equilíbrio necessário para sobreviver e prosperar.
CONCEITOS INICIAIS
• CATÁSTROFE OU CALAMIDADE: significa desgraça pública,
flagelo. Situação anormal, provocada por desastres.
• Destrói a maior parte de uma comunidade;
• Impede aos serviços locais fazer seus deveres;
• Provoca uma interrupção na maioria das funções da
comunidade;
• Impede às comunidades adjacentes o envio de ajuda.
DESASTRES E CATÁSTROFES NATURAIS OU ANTROPOGÊNICOS
• Cada vez mais comuns, geram comoção, sofrimento e perdas;
• Alguns com ampla cobertura midiática;
• Outros desastres, com menor extensão ou impacto, vêm
ocorrendo sem que produzam grandes repercussões políticas
ou sociais.
EVENTOS CLIMÁTICOS: BRASIL (2000-2011)XAVIER ET AL. (2014)
CONCEITOS INICIAIS
•Incidente com Múltiplas Vítimas (IMV): eventos súbitos, de
qualquer natureza, que produzem um número de vítimas
elevado em um pequeno lapso de tempo de forma a
comprometer os recursos habitualmente disponibilizados.
• Geram um desequilíbrio entre os recursos médicos
locais disponíveis e as necessidades para se manter
um padrão de atendimento adequado.
GESTÃO DE DESASTRES
• Independentemente da etiologia, as consequências na saúde
pública podem ser impactantes devido ao aumento repentino
da demanda;
• A estruturação adequada prévia é crucial para um bom
atendimento;
• Recomenda-se a adoção de documentos e a educação para
emergência e resposta a todos os riscos.
Prevenção
Mitigação
Preparo
AlertaResposta
Reabilitação
Reconstrução
CICLO DAGESTÃO DE DESASTRES
GESTÃO DE DESASTRES
•Assenta-se sobre a elaboração de Planos de Emergência;
• Documentos que servirão como guia para lidar com os
efeitos decorrentes de determinado cenário,
estabelecendo procedimentos, definindo recursos
materiais e capital humano.
• Objetivo: minimizar o caos e a confusão que se
estabelecem durante este tipo de ocorrência.
CARACTERÍSTICAS DOSPLANOS DE EMERGÊNCIA
•Simplicidade: ser elaborado de forma concisa, evitandoconfusões e erros por parte dos executantes;
•Flexibilidade: permitir adaptação a situações não coincidentescom cenários inicialmente previstos;
•Dinamismo: atualização em função da evolução dos riscos e daquantidade e qualidade dos meios disponíveis;
•Adequação: estar adequado à realidade da instituição e aosmeios existentes;
•Precisão: ser claro na atribuição das responsabilidades.
GESTÃO DE DESASTRES: BRASIL
• Principal fonte de dados sobre desastres/catástrofes:
• Decretos de situação de emergência
• Estado de calamidade pública
Qual a diferença?
GESTÃO DE DESASTRES: BRASIL
• 04 níveis para medir os impactos;
• O critério baseia-se na intensidade dos desastres, na
comparação entre a necessidade e a disponibilidade de
recursos para o restabelecimento da situação de normalidade
do município.
GESTÃO DE DESASTRES: BRASIL
•Desastre grau 1 (IMV): Incidente em área de limites precisos e
abordagem habitual, com a rede Hospitalar a menos de 30
minutos do foco e ambulâncias para o transporte suficientes,
geralmente não necessitam de Posto Médico Avançado (PMA).
• Exemplo: incidentes em locais com agrupamento de
pessoas (deslizamento) ou de veículos coletivos (ônibus).
GESTÃO DE DESASTRES: BRASIL
•Desastre grau 2 (IMV): Incidente em área de limites precisos
com tempo prolongado de chegada à rede hospitalar (> 30
minutos), devido à distância, insuficiência de transporte,
barreiras de trânsito, etc. É relevante um PMA para iniciar o
tratamento das vítimas e o uso de transporte aeromédico.
•Exemplo: situações com evacuação lenta das vítimas.
JOINVILLE: ACIDENTE NA SERRA D. FRANCISCA
•Março/2015, 01 ônibus, 50 mortos;
• 29 viaturas participaram do
resgate, 27 eram ambulâncias;
• Helicópteros Águia e Arcanjo;
•Vítimas encaminhadas para HMSJ,
CHU, HDH, HIJAF.
GESTÃO DE DESASTRES: BRASIL
•Desastre grau 3 – São desastres de grande porte. Eventos com
esta intensidade indicam que o município ou estado tem
condições de resolver a situação com os próprios recursos,
mas necessita de complementação do governo estadual ou
federal, respectivamente. Caracterizam situação de
emergência (SE).
DESASTRE GRAU 3
•Impõe dispersão de equipes médicas próximas aos focos
esparsos.
•A rede hospitalar pode ter dificuldade de acesso ou estrutura
comprometida;
• Pode-se ser necessária a montagem de PMAs ou Hospitais de
Campanha (HCAMP), devido à necessidade de um período de
atuação mais prolongado junto às populações ilhadas.
DESASTRE GRAU 3
• Exemplo: enchentes e deslizamentos atingindo diversos
núcleos urbanos, simultaneamente, gerando insuficiência de
recursos gerais a populações (desde alimentação,
comunicação e energia).
SANTA CATARINA:
•Ciclone/Furacão Catarina
• Março de 2004;
• 03 pessoas morreram;
• 75 feridos;
• 02 mil pessoas desabrigadas.
SANTA CATARINA: TORNADO• Xanxerê, Ponte Serrada, Abril/2015
• 95 feridos;
• “Não dava para caminhar no hospital. Era gente por todo lado,
pelos corredores” (Ademir Gasparini, prefeito de Xanxerê);
• Hospital São Paulo (Xanxerê)
• Hospital Regional do Oeste (Chapecó)
• Hospital da Criança (Chapecó)
GESTÃO DE DESASTRES: BRASIL
• Desastre grau 4 – Evento de muito grande porte que
descaracteriza o município/estado e que só será superado com
o auxílios externos. É o estado de calamidade pública (ECP).
• Gera vítimas em massa e compromete da rede Hospitalar,
por dano estrutural ou por excessiva demanda.
• Criação de HCAMP.
SANTA CATARINA: ENCHENTES
Nov./2008
• 70 cidades (1,5 milhões hab.);
• 135 mortes;
• 9.390 desalojados
• 5.617 desabrigados.
Set./ 2011;
• 83 cidades (930 mil hab.);
• 06 mortes;
• 26 mil desalojados.
• 1.926 desabrigados.
EN
CH
EN
TE
S E
M 2
013
GESTÃO DE DESASTRES: BRASIL
•Foca na organização e na resposta às situações cuja instalação
normalmente pode ser previsível (chuvas, enchentes) ou
aquelas biológicas e epidemiológicas.
• Força Nacional do SUS (Decreto Presidencial 7.616, de
17/11/2011, e Portaria Ministerial GM/MS 2.952, de
14/12/2011).
FORÇA NACIONAL DO SUS (FN-SUS)
• Poderá ser convocada pelo MS nas seguintes hipóteses:
• Declaração de Emergência em Saúde Pública de
Importância Nacional – ESPIN;
• Integração de ações humanitárias;
• Resposta internacional coordenada;
• Operacionalizada em articulação com as 03 esferas nos
aspectos de RH, da logística e dos recursos materiais.
FORÇA NACIONAL DO SUS (FN-SUS)
• NÍVEIS DE RESPOSTA
• Missão Exploratória: avaliação dos danos e diagnóstico da
situação em articulação loco-regional com a finalidade de
estabelecer à magnitude do evento, danos causados físicos e
humanos além de subsidiar o gabinete de crise da esfera
federal a tomada de decisões e necessidades de resposta da
FN-SUS assistencial.
FORÇA NACIONAL DO SUS (FN-SUS)
• Nível I: monitoramento, orientação técnica à distância e
encaminhamento de insumos básicos necessários;
• Nível II: monitoramento, orientação técnica, operação local de
suporte básico e avançado, envio de profissionais GR/FN-SUS;
• Nível III: nível II + Hospital de Campanha (HCAMP) adaptado à
necessidade (UTI e Sala de Procedimentos Avançados);
Vídeo
GESTÃO DE DESASTRES E CATÁSTROFES: BRASIL
• Não contemplada a operacionalização das instituições de
saúde, aos eventos de massa ou eventos súbitos com
produção rápida de grande número de vítimas:
• Ex.: Eventos com grande concentração de pessoas,
acidentes químicos, desmoronamentos, furacões e
terremotos.
SISTEMA START(SIMPLE TRIAGE AND RAPID TREATMENT)
•Método foi desenvolvido para o atendimento de
ocorrências com múltiplas vítimas;
•Permite triar uma vítima em menos de um
minuto.
• Código de Cores
SISTEMA START
Primeira prioridade: vítimasque apresentam sinais esintomas que demonstram umestado crítico e necessitamtratamento e transporteimediato.
Segunda prioridade: vítimasque apresentam sinais esintomas que permitem adiar aatenção e podem aguardarpelo transporte.
Terceira prioridade: vítimasque apresentam lesõesmenores ou sinais e sintomasque não requerem atençãoimediata.
Sem prioridade (morteclínica): vítimas queapresentam lesõesobviamente mortais ou paraidentificação de cadáveres.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Sérgio B. Administração de desastres: conceitos e tecnologias. 3. ed. Rio de Janeiro: Sygma, 2012.
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Organização da atenção à saúde no âmbito pré- hospitalar e hospitalar para enfrentamento de situações de múltiplas vítimas, desastres e catástrofes no Estado de Minas Gerais: legislação, estrutura física, e capacitação de profissionais. Brasília: CONASS, 2013.
ESTADO DE SÃO PAULO. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. Desastres e Incidentes com Múltiplas Vítimas Plano de Atendimento - Preparação Hospitalar. São Paulo, 2012.
XAVIER, Diego Ricardo et al. Organização, disponibilização e possibilidades de análise de dados sobre desastres de origem climática e seus impactos sobre a saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 9, p. 3657-3668, 2014