GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE OBRA ESCOLAR NA CIDADE DE MANAUS … · resíduos sólidos, exigidos...
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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE OBRA ESCOLAR NA CIDADE DE
MANAUS – AM
Andréa Corrêa de Souza, Estudante de Engenharia Civil, Centro Universitário
do Norte – UNINORTE, Manaus – AM
Renan Diego Amanajás Lima da Silva, Mestre em Aquicultura, Orientador no
Centro Universitário do Norte – UNINORTE, Manaus – AM
RESUMO
O trabalho desenvolvido tem como tema “Gerenciamento de
Resíduos de Obra Escolar na cidade de Manaus - AM”, tendo como base uma
obra de médio porte, que é a Reforma da Escola Estadual Alda Barata,
Localizada na quadra C, s/n, bairro Alvorada, Manaus – AM. Conforme tema
proposto, é analisado a obra com um tudo, estudado a fase inicial dos 30 dias,
onde ocorre a demolição e remoção de materiais para poder ser executado o
novo projeto. Com isto, é feito o levantamento do resíduo gerado, do quantitativo
deste, e de sua classificação. Para melhor entendimento, é exposto um
levantamento bibliográfico de temas ligados ao assunto abordado, seja sobre
Resíduos da construção civil, sobre as normas Federais, Nacionais, Estaduais e
Municiais. Seja sobre conceitos importantes para o Meio Ambiente,
Sustentabilidade e até economia. Apesar de a obra já ter sido executada, fazer
esta análise e desenvolver um gerenciamento dos resíduos é essencial para
avaliação geral da obra, onde é elencado pontos positivos e negativos da
mesma. O trabalho então apresenta como medida corretiva e preventiva para
outras obras o desenvolvimento do gerenciamento dos resíduos.
Palavras-chaves: Resíduos; Legislação Ambiental; Sustentabilidade; Economia.
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema “Gerenciamento de Resíduos de
Obra Escolar na cidade de Manaus - AM”. Tendo como objetivo o levantamento
e classificação dos resíduos gerados da demolição. Sugerindo melhor
destinação final dos resíduos que possa amenizar a problemática.
Os resíduos gerados nas atividades de construção são responsáveis
por grande parte do total de lixo produzido nas cidades. Se não forem tratados
corretamente, esses materiais podem poluir rios e mananciais responsáveis pelo
abastecimento de água nas cidades, favorecer a reprodução de insetos,
roedores e microrganismos transmissores de doenças e entupir os sistemas de
drenagem de água, causando inundações (VETURINI,2011).
Os resíduos da construção civil correspondem aproximadamente 40%
dos resíduos recebidos diariamente nos equipamentos públicos, situando-se em
torno de 450 Kg /hab./ano (CUNHA,2005).
Uma questão importante que engloba o setor da construção civil é o
déficit habitacional existente no Brasil que ao longo da história fez com que os
governos propusessem políticas voltadas a criação de moradias. Tais medidas
também possuem outro objetivo que é proporcionar o aumento do número de
empregos e renda, pois uma das características da construção civil que a
distingue de outros ramos econômicos é o uso intensivo de mão de obra
(RIBEIRO,2011).
A construção civil é um dos setores brasileiros mais responsáveis
pelos avanços econômicos, com seu diferencial por sua rotatividade de
funcionários e pela vasta contratação direta e indireta (FERRAZ,2006).
Entende-se por Resíduos: quaisquer substancia ou objetos de que o
detentor se desfaz, ou tem intenção ou obrigação de se desfazer
(ARAUJO,2004).
O manejo correto dos resíduos aliado com a sua destinação
adequada nos canteiros compõe um conjunto de ações, que quando são
executadas amplamente por empresas do setor, promovem a minimização dos
impactos ambientais e contribuem para evitar a necessidade de soluções
emergenciais (LORDÊLO,2006).
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Durante muito tempo a degradação do meio ambiente foi título de
conflitos entre a necessidade de se produzir e o consumismo do que deveria
realmente se produzir.
O gerenciamento de resíduos da construção civil tem se tornado uma
área importante para melhorar o desempenho da Indústria, destacando aspectos
relacionados à qualidade, economia e sustentabilidade (KULATUNGA,2006).
Atualmente, a gestão adequada de resíduos é um grande desafio para
a sociedade.
A preocupação maior das empresas construtoras em reduzir a
quantidade de resíduos é diminuir os desperdícios com materiais, reduzindo
seus gastos na obra. Essas empresas não colocam a questão ambiental como
uma prioridade e sim uma consequência, pois reduzindo os resíduos, os
benefícios ambientais são obtidos (NOBREGA, 2007).
A prática de não geração de resíduos é vista como a arma para a
conquista de mercado no mundo empresarial. Além de ter apelo ambiental, a
não geração de resíduos diminui os custos de produção. Ainda por cima, pode-
se ir em busca de certificações internacionais (ISO 14000) para agregar ainda
mais valor aos produtos. Pode-se fazer uso do marketing verde aliado com um
melhor preço de mercado, para assim impulsionar as vendas. É a soma perfeita
para o mundo dos negócios (ABOUT,2013).
As políticas públicas para a gestão dos resíduos sólidos estabelecem
diretrizes e procedimentos que visam amenizar as questões ambientais, e
direcionar ações para a viabilização destes rejeitos, sob um prisma cada vez
mais abrangente, e que possa adequar a produtividade com processos que
minimizem os impactos aos ambientes naturais, de modo a garantir seu uso
sustentável (NAGALLI, 2014).
Diante da inadequada disposição dos resíduos e da forma negativa
que o setor da construção civil é visto nessa questão ambiental, as empresas
nesse contexto estão focando mais no cumprimento da legislação, dando ênfase
a sustentabilidade. Umas das alternativas mais utilizadas pelas construtoras é a
reciclagem e reutilização dos resíduos. Com metas que atentam, não apenas
para a questão da redução do volume de resíduos gerados como sugerido, mas
as técnicas que possam viabilizar a reciclagem e a recuperação energética dos
resíduos.
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Para balizar os processos de gestão de resíduos é fundamental o
conhecimento do contexto geral abordados pelas leis, normas e regulamentos
vigentes.
A necessidade da gestão e manejo corretos dos resíduos da
construção civil, de forma a tornar viáveis destinos mais nobres para os resíduos
gerados nesta atividade, resultou no estabelecimento da Resolução nº 307, de 5
de julho de 2002, pelo CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Tendo suas considerações quanto a necessidade de implementação
de diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos
resíduos oriundos da construção civil; Quanto a disposição de resíduos da
construção civil em locais inadequados contribui para a degradação da qualidade
ambiental; Quanto os resíduos da construção civil representam um significativo
percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas; Quanto os
geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos
resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de
estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de
vegetação e escavação de solos; Quanto a viabilidade técnica e econômica de
produção e uso de materiais provenientes da reciclagem de resíduos da
construção civil; E quanto a gestão integrada de resíduos da construção civil
deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e
ambiental.(CONAMA,2002).
Esta Resolução surgiu em 05 de julho de 2002, estabelecendo
diretrizes e critérios para a gestão de resíduos da construção civil e disciplinando
as ações necessárias para minimizar os impactos ambientais causados pelo
RCC. A mesma acrescenta que o objetivo prioritário é a não geração de
resíduos, e quando isso não for possível, que ele seja reduzido, reutilizado e
reciclado, de forma que sua destinação final seja adequada (BRASIL, 2002).
O Decreto Municipal de Manaus Nº 1.349 de 09 de novembro de 2011,
determina em consonância com o que estabelece à Política Nacional de
Resíduos Sólidos a Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010, que a atualização do
Plano deve ser realizada a cada quatro anos. Portanto, os municípios devem
elaborar o plano de gestão integrada de resíduos sólidos, e realizar sua
respectiva atualização no prazo supracitado observando prioritariamente o
período de vigência do Plano Plurianual (PMGIRS,2015).
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Mediante essa nova visão ambiental e outros aspectos sócios
econômicos originou-se a criação do Planejamento de Gestão de Resíduos de
Obras. Dentro deste cenário a gestão de resíduos visa a prevenção ou redução
da produção dos resíduos, normalmente através da reutilização e da alteração
dos processos, assegurando a reciclagem e a eliminação adequada. Abrange
também operações como o tratamento, valorização, transporte, armazenagem e
eliminação.
Em tempos em que se prevê o aumento populacional e a escassez de
água e energia, investir em sustentabilidade é valorizar a vida, a natureza e as
gerações futuras. Tendo em vista que o segmento da construção civil é um dos
que mais geram impacto ambiental, consumindo um grande volume de recursos
naturais, a bandeira da inovação aliada à sustentabilidade é um processo
urgente e irreversível (CASTANHO,2014).
Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas,
direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento
e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição
final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de
resíduos sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010;
(Resolução 448/12).
A partir dessas considerações enfatizamos a importância do PGRS,
tendo como objetivos a redução de geração de resíduos, aplicando um
planejamento de gestão de resíduos visando práticas de hábitos de consumo
sustentável, valorizando campanhas de conscientização, de reutilização e de
reciclagem levando em consideração seus respectivos valores econômicos e a
forma de reaproveitamento de cada material. Além de outros materiais que
podem ser separados e recicláveis gerando renda e lucro para outros setores
econômicos. Lembrando que a responsabilidade pelo destino final dos resíduos
é de quem os produz, sendo obrigatório em todas as empresas independente do
ramo ter PGRS.
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2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A obra tomada como referência para esse estudo, tem como objeto a
Reforma e Ampliação da Escola Estadual Professora Alda Barata, Localizado na
Quadra C, S/N. Bairro Flores. Manaus – AM.
Estando inserida em uma quadra de uso predominantemente
residencial, apesar de que em suas adjacências há diversos usos em
funcionamento, pois a mesma se encontra em um corredor viário de extrema
importância e elevada densidade habitacional onde presta relevante serviços
pedagógicos há diversas comunidades do seu entorno.
Conforme as necessidades de infraestrutura verificadas “in loco” na
Escola Estadual Professora Alda Barata, foram definidos como objetivo reforma
e ampliação para solucionar os problemas existente e projetar melhoria que
proporcione inclusão, conforto e praticidade ao corpo técnico da escola, aos
alunos e a comunidade em geral (Figura 1).
Figura 1 – Croqui da localização da obra
Fonte: Google Maps (31 de outubro de 2018)
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3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Propor um plano de gerenciamento de resíduos em escola da rede
pública da cidade de Manaus – AM.
3.2 Objetivos específicos
Identificar os resíduos gerados na obra;
Relatar as etapas de toda a reforma e ampliação da Escola;
Analisar a obra com base na Legislação vigente;
Elaborar um Planejamento de Gestão de Resíduos.
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4 METODOLOGIA
O estudo foi realizado na Escola Estadual Professora Alda Barata,
Localizado na Quadra C, S/N. Bairro Flores. Manaus – AM, durante o período de
reforma e ampliação da mesma. Diante da necessidade de atendimento as
demandas sociais locais, a escola foi escolhida para este estudo devido às
necessidades de infraestrutura verificadas “in loco”, o que culminou no
aproveitamento dos dados sobre a reforma e ampliação da mesma. Assim, para
solucionar os problemas existentes e projetar melhorias que proporcionem
inclusão, conforto e praticidade ao corpo técnico da escola, aos alunos e a
comunidade em geral.
No presente trabalho se descreveu sobre os métodos que se
conduziram para conclusão da investigação, apresentando-se as abordagens
aqui trabalhadas, os objetos apresentados, meios e técnicas desenvolvidas
nesse processo de pesquisa para a obtenção de dados e sua utilização como
recurso para a contextualização desta temática em questão.
O objeto em questão foi uma obra de grande porte que teve um prazo
de execução do serviço de 180 dias. Tendo seus primeiros trinta dias destinados
a limpeza, demolição e remoção de materiais, para ser efetivado o novo projeto
de reforma e ampliação da escola.
Para obtenção de dados foi feito um acompanhamento diário da etapa
de demolição e remoção, coletando dados diários do volume de resíduos
gerados, dados semanais da quantidade de caixas de entulho contratadas,
fazendo levantamento do tipo de material removido e demolido para classifica-lo
e assim conforme a norma fazer a destinação correta dos mesmos. Lógico que
já era observado uma segunda opção de destinação final, uma forma de reutilizar
o material ou destiná-lo para reciclagem correta.
Iremos evidenciar todo esse contexto de execução, levantamento com
base em planilhas, relatórios, medições e imagens de demolições, remoções e
todo resíduos sólidos produzido durante essa etapa da obra, dando opções de
reciclagem, reaproveito e alternativas de descarte correto destes com base na
legislação vigente.
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4.1 RESOLUÇÃO CONAMA 307/02
A regulamentação ambiental de RCC, é baseada em uma política
ambiental de segurança mínima, implementada através de instrumentos de
comando e controle e instrumentos econômicos, inserida em macro políticas
ambientais.
Trata-se da Resolução CONAMA 307, de 5 de julho de 2002, que tem
como objetivo o disciplinamento das ações necessárias para a minimização dos
impactos ambientais do setor da construção civil (Brasil, 2002).
A Resolução CONAMA 307/02 se destaca como a primeira ação
consolidada para a regulamentação do gerenciamento do resíduo sólido da
construção civil, sendo de extrema importância e podendo ser considerada como
o marco regulador da questão dos resíduos da construção civil. Sendo assim, a
responsabilidade pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos
e demolições passa a ser do gerador e, para a efetiva solução da destinação
inadequada desses resíduos, prevê-se a participação de todos os atores
envolvidos: poder público, geradores, transportadores e destinatários
(MARCONDES,2005).
A Resolução apresenta como objetivo principal a não geração de
resíduos e, secundariamente, redução, reutilização, reciclagem e destinação
final, com reservação para uso futuro. A partir de julho de 2004, os resíduos da
construção civil não podem ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares,
áreas de "bota fora", encostas, corpos d`água, lotes vagos e áreas protegidas
por Lei (Brasil, 2002).
O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil (PIGRCC) é o instrumento previsto para a implementação da Resolução e
incorpora o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil (PMGRCC) e Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PGRCC). O PIGRCC é de responsabilidade da municipalidade e do Distrito
Federal, com prazo de elaboração definido para 02/01/04 e para implementação,
02/07/04 (Brasil, 2002).
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4.2 LEI FEDERAL Nº 12.305/10
A Lei nº 12.305/10 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(“PNRS”). Possui uma abordagem atual e importantes instrumentos a fim de
viabilizar os avanços que o país necessita para enfrentar diversos problemas
ambientais, sociais e econômicos derivados do manejo inadequado dos
resíduos sólidos.
A PNRS prevê programas de prevenção e a redução na geração de
resíduos, tendo como principal proposta a prática de hábitos de consumo
sustentável e um conjunto de instrumentos que visam propiciar o aumento da
reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e, ainda, a destinação
ambientalmente adequada dos “rejeitos”.
Instituiu a responsabilidade compartilhada dos geradores de
resíduos, dos importadores, distribuidores, comerciantes, fabricantes, o
cidadão e aqueles que possuem serviços de manejo de resíduos sólidos
urbanos dos resíduos e embalagens, na logística reversa, pré e pós-consumo.
A PNRS acaba por criar metas importantes que visam contribuir à
eficaz eliminação dos chamados “lixões” e institui ferramentas de planejamento
nos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e metropolitano e
municipal, além de determinar que Planos de Gerenciamento de Resíduos
4.3 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
O Decreto Municipal de Manaus Nº 1.349 de 09 de novembro de 2011,
determina em consonância com o que estabelece à Política Nacional de
Resíduos Sólidos a Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010, que a atualização do
Plano deve ser realizada a cada quatro anos. Portanto, os municípios devem
elaborar o plano de gestão integrada de resíduos sólidos, e realizar sua
respectiva atualização no prazo supracitado observando prioritariamente o
período de vigência do Plano Plurianual. A sustentabilidade é vista de forma
abrangente, envolvendo as dimensões ambiental, social, cultural, econômica,
política e institucional, conforme indicações da Agenda 21(MMA, 2000).
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4.4 PLANEJAMENTO DA DEMOLIÇÃO
Da mesma forma que na construção, na demolição devem ser
elaborados o planejamento para cada tipo de edificação e os procedimentos por
atividade, observando as Normas Reguladoras da Portaria 3.214.
Outro item necessário é o laudo de vistoria cautelar, ferramenta
gerencial que evidencia as características dos imóveis vizinhos, atestando o
estado de uso e conservação das edificações, interferências urbanas e
circulação de veículos, minimizando reclamações que ocorrem durante e após
as obras.
No planejamento estão listados os riscos ditos ocultos, tais como
contaminações de vários tipos, presentes devida a atividade industrial
desenvolvida anteriormente no local.
É necessário verificar o passivo ambiental, exigindo rigor na
manipulação de materiais e no uso adequado de EPI’s.
Outro item importante é ter a certeza do desligamento da energia e
neutralização de substâncias tóxicas, que potencializam riscos.
Na demolição manual os riscos são semelhantes aos da construção.
E o uso de EPI’s é imprescindível.
Na demolição mecanizada, os riscos são menores, porém é
importante o treinamento dos operadores dessas máquinas.
A definição dos procedimentos de demolição deve ser feita em
conjunto pelo engenheiro da obra e de segurança, analisando os riscos
envolvidos.
No entanto, não há 100% de segurança. Mas é fundamental minimizar
os riscos, principalmente se vislumbrada a possibilidade de ocorrência de
incidente ou acidente, o que se torna um diferencial.
Com as novas tecnologias, a tendência é criar uma norma específica
para demolições. A NR18 não aborda, de forma objetiva, a elaboração do
planejamento e o projeto de demolição, com a especificação da ordem de serviço
dos procedimentos, riscos e medidas de controle.
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5 CRONOGRAMA DE DEMOLIÇÃO E REMOÇÕES NA OBRA
A demolição deverá ser realizada de forma manual. Durante a
execução deste serviço, a área perigosa deverá ser sinalizada de forma
adequada, como também deverá ter o seu acesso restrito, permitindo apenas
pessoas com uso dos EPI's cabíveis para tal.
Os materiais e equipamentos a serem utilizados na execução dos
serviços de demolições e remoções atenderão às especificações do projeto, bem
como às prescrições da NBR 5682.
As orientações para uma sinalização de segurança eficiente são
descritas na Norma Regulamentadora no18 (NR-18), que trata das condições e
do meio ambiente de trabalho na indústria da construção.
Para melhor entendimento, exponho na Quadro 1 os locais e seus
determinados serviços a serem executados, conforme está estabelecido no
cronograma da obra.
LOCAL DESCRIÇÃO DA REFORMA
Muro frontal
O muro frontal terá parte de sua
alvenaria demolida para colocação de
grades metálicas.
Pátio frontal
Lado esquerdo onde tem uma mureta
e uma grade metálica será demolido
uma parte para a construção de um
portão metálico.
Parede da secretaria
Parte da parede da secretaria será
demolida em três partes para
construção de três guichês de
atendimento ao público.
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Cantina
Será demolida pois futuramente no
local haverá uma rampa e uma
escada que darão acesso a quadra de
esporte.
Banheiro feminino/masculino Todas as paredes dos boxes serão
demolidas assim como os vasos e
pias.
Salas de aulas
As salas de aulas dos blocos 1 e 2
terão seus pisos cerâmicos demolidos
e nivelado ao nível dPas novas
circulações
Cozinha
Todas as meias paredes da cozinha e
parte da parede de fora e as paredes
de divisórias serão demolidas assim
como os balcões e pias.
Deposito de merenda
A parede que divide a deposito de
merenda do deposito de materiais e a
parede que divide o deposito de
merenda da sala do diretor serão
demolidas.
Bebedouro área externa
Toda a alvenaria e cobertura do
bebedouro e tanque na área externa
da escola serão demolidos.
Piso do bloco administrativo e
serviços
Todos os ambientes do bloco
administrativo e serviços terão seus
pisos cerâmicos demolidos.
Quadro 1 – Indicativo de serviços e seus respectivos locais de execução
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Durante a execução deste serviço, a área perigosa deverá ser
sinalizada de forma adequada, como também deverá ter o seu acesso restrito,
permitindo apenas pessoas com uso dos EPI's cabíveis para tal execução. Os
materiais e equipamentos a serem utilizados na execução dos serviços de
demolições e remoções atenderão às especificações do projeto, bem como às
prescrições da NBR 5682 e NR-18.
A partir dessas informações poderemos ter conhecimento dos
resíduos gerados em cada serviço executado e ter ideia de como realmente foi
realizado, conforme Quadro 2.
Demolição de alvenaria de tijolos
furados sem reaproveitamento.
Para a correta realização dos serviços
deve-se promover a demolição, sem
aproveitamento, que possui
espessura média de 0,15 m e é
composta por tijolos cerâmicos
furados e seu revestimento.
Remoção de esquadrias de madeira
inclusive batente.
Deverá ser feita a retirada de batentes
de madeira, com auxílio de marreta e
talhadeira, sem reaproveitamento dos
materiais retirados, usando da mais
perfeita técnica e tomando os devidos
cuidados de forma a se evitar danos a
terceiros.
Retirada de bancada de granito com
cubas.
O serviço consiste na Retirada de
bancada de granito com cubas. O
serviço deverá ser feito utilizando
ferramentas e equipamentos
adequados, de modo cuidadoso para
não danificar partes da edificação.
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Demolição de piso cerâmico, inclusive
retirada da camada de regularização
sobre lastro de concreto.
Deverá ser feita a demolição de piso
cerâmico sobre inclusive retirada da
camada de regularização sobre lastro
de concreto, com auxílio de marreta e
talhadeira, sem reaproveitamento dos
materiais retirados.
Remoção de esquadrias metálicas
com ou sem reaproveitamento.
Deverá ser feita a retirada de
esquadrias metálicas e seus
respectivos batentes, com auxílio de
chaves, parafusadeira, marreta e
talhadeira, sem reaproveitamento dos
materiais retirados.
Remoção de azulejos e substrato de
aderência em argamassa.
Os azulejos deverão ser retirados
cuidadosamente com a utilização de
ponteiros de modo a não danificar o
reboco, nem a estrutura da edificação.
Sendo feito com auxílio de marreta e
talhadeira, sem reaproveitamento dos
materiais retirados.
Demolição de concreto simples.
Para a correta realização dos serviços
deve-se promover a demolição de
concreto simples, sem
aproveitamento.
Demolição de piso de alta resistência.
Para a correta realização dos serviços
deve-se promover a demolição piso
de alta resistência, sem
aproveitamento.
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Demolição de Cobertura construída
com telhas de fibrocimento ou
alumínio.
Este serviço consiste na retirada de
telhas de fibrocimento ou alumínio
conforme indicado em projeto. O
serviço deverá ser feito utilizando
ferramentas e equipamentos
adequados.
Retirada de grade metálica.
Este serviço consiste na demolição e
retirada de grade metálica, O serviço
deverá ser feito utilizando ferramentas
e equipamentos adequados, de modo
cuidadoso para não danificar partes
da edificação.
Retirada de divisórias em chapas de
madeira, com montantes metálicos.
Serviço consiste na demolição de
divisórias em chapas de madeira,
serviço deverá ser feito utilizando
ferramentas e equipamentos
adequados, de modo cuidadoso para
não danificar partes da edificação
onde não houver intervenção
estrutural.
Quadro 2 – Levantamento dos resíduos regados em seus respectivos serviços.
6 RESULTADOS E DISCURSÃO
Para realização deste trabalho, foi necessário efetivar o levantamento
dos dados com base no projeto, cronograma, especificações técnicas e
memorial descritivo da obra, material este disponibilizado pelo órgão
responsável pela elaboração dos projetos para licitações.
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6.1 ANALISANDO DADOS
Apôs levantamento e análise de dados chegamos a volumetria
individual de cada resíduo gerado e consequentemente temos o volume total de
resíduos gerados nesta obra a partir dos serviços de demolição e remoção.
Com base nesses dados teremos o quantitativo em percentagem de
cada resíduo na volumetria total gerado, conforme a Tabela 1.
Tabela 1 – Descrição de serviços de demolições e remoções
Fonte: Autor Andréa Souza. 2019
18
Com base na Tabela 1 temos um quantitativo total de 2.817,75 m² de
resíduos gerados. Sendo um total de 2.711,10 m2 gerados por demolição e
106,65 m2 gerados por remoção.
Apôs analise do histórico de despesas da obra identificou-se que foi
utilizado no total 19 caçambas de entulho de 5 m³ cada, para transporte dos
resíduos gerados nesta fase da obra. E para melhor compreensão é exibido no
gráfico 1 a porcentagem de resíduos gerados de cada tipo citado.
Gráfico 1 – Demonstrativo dos resíduos gerados em percentagem
No caso foi contratado um transportador, que foi uma empresa para
fazer o transporte dos resíduos entre a fonte geradora e a área de destinação
final que foi um aterro, confinando os resíduos no menor volume possível, sem
causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo
órgão ambiental competente conforme disposto no art. 10 desta Resolução 307
do CONAMA.
95%
5%
DEMOLIÇÃO REMOCÃO
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6.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
Conforme parágrafos V e XI do Art. 2º da resolução 307 do CONAMA,
será feito a explanação correta do Gerenciamento dos resíduos gerados nessa
etapa da obra. Esse planejamento indica a quantidade de materiais descartados
e a melhor maneira de dar um destino correto aos resíduos.
Primeiramente para melhor compreensão será exposto por meio da
Quadro 4 um resumo das classes dos resíduos e subsequente será embutido
nas classes seus respectivos resíduos gerados.
CLASSE A
Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como
agregados, tais como: argamassa e concreto, pré-
moldadas em concreto (blocos, tubos, meios fios
etc.)
CLASSE B
Resíduos recicláveis para outras destinações, tais
como plásticos, papel, papelão, metais, vidros,
madeiras e outros.
CLASSE C
Resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis
que permitam a sua reciclagem e recuperação, tais
como os produtos oriundos do gesso
CLASSE D
Resíduos perigosos oriundos do processo de
construção, tais como tintas, solventes, óleos e
outros, ou aqueles contaminados oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros.
Quadro 4 – Classificação dos resíduos.
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Com base na classificação dos resíduos da NBR 15113 embasada na
Resolução 307 de 05 de julho de 2002 do CONAMA, agora vamos elencar os
tipos de resíduos gerados e sua respectiva classificação (Quadro 5).
DESCRIÇÃO DO SERVIÇO
CLASSIFICAÇÃO
DEMOLIÇÃO DE ALVENARIA DE TIJOLOS
FURADOS SEM REAPROVEITAMENTO
CLASSE A
REMOÇÃO DE ESQUADRIAS DE MADEIRA
INCLUSIVE BATENTE
CLASSE B
REMOÇÃO DE BANCADA DE GRANITO COM
CUBAS
CLASSE A
DEMOLIÇÃO DE PISO CERÂMICO, INCLUSIVE
RETIRADA DA CAMADA DE REGULARIZAÇÃO
SOBRE LASTRO DE CONCRETO
CLASSE A
REMOÇÃO DE ESQUADRIAS METÁLICAS COM OU
SEM REAPROVEITAMENTO
CLASSE B
REMOÇÃO DE AZULEJO E SUBSTRATO DE
ADERÊNCIA EM ARGAMASSA
CLASSE A
DEMOLIÇÃO DE CONCRETO SIMPLES
CLASSE A
DEMOLIÇÃO DE PISO DE ALTA RESISTÊNCIA
CLASSE A
DEMOLIÇÃO DE COBERTURA CONSTRUÍDA COM
TELHAS DE FIBROCIMENTO OU ALUMÍNIO
CLASSE B
REMOÇÃO DE GRADE METÁLICA
CLASSE B
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Quadro 5 – Descrição de serviços e classificação.
Conforme gráfico 2, identifica-se que 47,7% dos resíduos gerados
pertence a CLASSE A e 52,3% são de CLASSE B.
Gráfico 2 – Demonstrativo da classificação dos resíduos.
6.3 SOLUÇÃO COM GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS
Segundo informações da Abrecon, cerca de 70% do lixo sólido
gerados pelo setor da construção civil poderiam ser reciclados ou reutilizados.
Cerca de R$8 bilhões são desperdiçados por ano. Isso significa que as
construtoras estão desperdiçando recursos financeiros como lixo e poderiam
reaproveitar materiais e gerar mais rentabilidade e sustentabilidade, amenizando
47,7%
52,3%
CLASSE A
CLASSE B
45,0% 46,0% 47,0% 48,0% 49,0% 50,0% 51,0% 52,0% 53,0%
Classificação dos resíduos gerados
REMOÇÃO DE DIVISÓRIAS EM CHAPAS DE
MADEIRA, COM MONTANTES METÁLICOS
CLASSE B
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o impacto que pode ser gerado ao meio ambiente, sociedade e a própria
construtora.
Estabelecer um plano de gerenciamento de resíduos também pode
ser uma saída para economizar e poupar o meio ambiente.
Agora será demonstrado na Quadro 6 os serviços executados com
opções na pratica do que fazer com cada Resíduos gerado.
DESCRICAO DO SERVIÇO
OPCAO NA OBRA
DEMOLIÇÃO DE ALVENARIA DE TIJOLOS
FURADOS S/REAPROVEITAMENTO
Triturar esse material com ajuda
de uma britadeira para reutiliza-lo
como agregado no concreto ou
até mesmo como aterro ou base
para confecção de piso e etc.
REMOÇÃO DE ESQUADRIAS DE
MADEIRA INCLUSIVE BATENTE
Utilizar esse material para fôrmas
para estruturas de concreto e
como material de apoio ou
auxiliar.
REMOÇÃO DE BANCADA DE GRANITO
COM CUBAS
Triturar esse material com ajuda
de uma britadeira para reutiliza-lo
como agregado no concreto ou
até mesmo como aterro ou base
para confecção de piso e etc.
DEMOLIÇÃO DE PISO CERÂMICO,
INCLUSIVE RETIRADA DA CAMADA DE
REGULARIZAÇÃO SOBRE LASTRO DE
CONCRETO
Triturar esse material com ajuda
de uma britadeira para reutiliza-lo
como agregado no concreto ou
até mesmo como aterro ou base
para confecção de piso e etc.
REMOÇÃO DE ESQUADRIAS METÁLICAS
COM OU SEM REAPROVEITAMENTO
Ser doado para empresa
especializada em reciclagem de
metal
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REMOÇÃO DE AZULEJO E SUBSTRATO
DE ADERENCIA EM ARGAMASSA
Triturar esse material com ajuda
de uma britadeira para reutiliza-lo
como agregado no concreto ou
até mesmo como aterro ou base
para confecção de piso e etc.
DEMOLIÇÃO DE CONCRETO SIMPLES
Triturar esse material com ajuda
de uma britadeira para reutiliza-lo
como agregado no concreto ou
até mesmo como aterro ou base
para confecção de piso e etc.
DEMOLIÇÃO DE PISO DE ALTA
RESISTENCIA
Triturar esse material com ajuda
de uma britadeira para reutiliza-lo
como agregado no concreto ou
até mesmo como aterro ou base
para confecção de piso e etc.
DEMOLIÇÃO DE COBERTURA
CONSTRUÍDA COM TELHAS DE
FIBROCIMENTO OU ALUMINIO
Telhas de fibrocimento podem ser
trituradas com ajuda de britadeira
para reutiliza-lo como agregado
no concreto e o alumínio ser
doado para empresa
especializada em reciclagem
REMOÇÃO DE GRADE METÁLICA
Ser doado para empresa
especializada em reciclagem
REMOÇÃO DE DIVISORIAS EM CHAPAS
DE MADEIRA, COM MONTANTES
METALICOS
Utilizar a madeira para
confeccionar fôrmas para
estruturas de concreto e como
material de apoio ou auxiliar e os
montantes metálicos serem
doados para empresa
especializada em reciclagem
Quadro 6 – Opções de reciclagem dos resíduos gerados.
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6.4 ECONOMIA FINANCEIRA DA OBRA
Identificamos uma significativa economia financeira caso tivesse sido
empregado o Gerenciamento de Resíduos exposto neste.
Com o volume de resíduos gerados que foram descartados através
de terceirização de uma empresa responsável por esse tipo de serviço, foi gasto
um valor aproximado de R$ 4.750,00, pois no caso foi necessário a utilização de
19 caixas de entulho para transporte do resíduo total gerado (Tabela 2).
Caso o gerenciamento de resíduos tivesse sido efetivado, teríamos
outros valores bem menores e uma economia expressiva. Pois apenas os
resíduos oriundos da remoção seriam transportados pela empresa terceirizada.
Para o volume de 106,65 m² seriam necessários apenas 5 caixas de entulho
para o transporte, resumindo no valor total de R$ 1.250.00.
Todo os 95% dos resíduos gerados provenientes da demolição seriam
reutilizados na própria obra, podendo ser utilizado principalmente como
agregados miúdos após serem devidamente triturados, seja esse processo
mecânico ou manual.
O volume maior dos resíduos gerados é proveniente de demolição e
podem ser facilmente reutilizados como agregados na própria obra. Mesmo
porque, no início de tudo, ao ler-se o projeto e analisar a obra com um todo,
Tabela 2 - Demonstrativo de economia
DESCRIÇÃO DO RESÍDUO CAIXAS DE
ENTULHO (UNIDADE) VALOR
DEMOLIÇÃO - 95% 14 R$ 3.500,00
REMOCÃO - 5% 5 R$ 1.250,00
Total R$ 4.750,00
Fonte: Autor Andréa Souza. 2019
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identifica-se que em outra fase da obra, será necessário aterro e serviços
preliminares de terraplanagem. O próprio resíduo já triturado poderá ser utilizado
em concreto como agregado miúdo para construção de pisos e calçadas,
substituindo a própria brita.
Entende-se não apenas pela economia financeira, mais por uma obra
limpa, rentável e também pela boa ação que se é feito ao meio ambiente.
É fato a economia de pelo menos R$ 3.500.00, que poderia ser
investido na própria empresa. O próprio planejamento de resíduos é um dos
tópicos em destaque na fase de planejamento da obra, tanto que nos projetos
dos contratantes eles deixam bem claro que todos os destinos finais dos
resíduos gerados são de responsabilidade do contratado. Porém, o contrato é
livre na opção da destinação desse resíduo. A empresa bem estruturada e com
uma visão ampla, pensa logo na economia. E a melhor forma de economia é a
reutilização destes resíduos, identificando as classes e os empregando em
outras fases da obra conforme a necessidade aparente.
Para uma construção limpa, a primeira atitude é a sustentabilidade, e
a economia é consequência. Tudo se inicia no bom planejamento da obra,
elencando o ciclo de vida de todo o projeto, utilizando ferramentas eficientes para
cumprimento de todo prazo estipulado no cronograma da obra a ser executada.
Esta obra serviu de exemplo, pois a partir dela podemos ter uma
noção da economia que foi desperdiçada, e as atitudes seriam mínimas. Além
se ter tido uma economia no tempo da obra.
26
7 CONCLUSÃO
A ideia principal é redução de custos e ela é alcançada com êxito ao
se ter um planejamento de resíduos. Claro que haverá pequenos investimentos
com profissionais habilitados a fazer treinamentos e conscientização dos
colaboradores, mais o valor do investimento com certeza não ultrapassa o valor
economizado.
Nos conscientizamos que o Planejamento de resíduos tem como
objetivo a redução, reciclando esses resíduos sempre que possível, e fazendo o
descarte e disposição correta no caso dos rejeitos, ou seja, os resíduos não
recicláveis.
Enfatizamos que o cumprimento das legislações vigentes vai muito
além de seguir à risca o plano de descarte de resíduos adequado. Além de evitar
multas, um plano bem executado pode agregar diversos valores à empresa: a
propagação de um marketing positivo, o ganho de prêmios e reconhecimentos,
a redução de custos e, até mesmo, a redução de impostos.
As vantagens do gerenciamento de resíduos são inúmeras,
economia, sustentabilidade, cumprimento de prazo da obra, conscientização
ambiental, empregabilidade e rotação da economia.
Além de garantir o cumprimento da legislação, um bom Planejamento
de resíduos garante diversos incentivos fiscais para a empresa, como a isenção
do imposto de renda e o abatimento de parte do ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços), gerando economia na produção e o aumento do
lucro.
A implantação desse e de outros tipos de gestão podem são benéficos
a empresa, tendo seu reconhecimento de independência ambiental e tendo
destaque perante a concorrência. Também poderá possuir as tão sonhadas
certificações de qualidade: ISSO-9001, PBQP-H, etc.
Percebemos que as vantagens são bem maiores, que uma empresa
de consciência limpa e com destaque por questões ambientais se destaca mais
no mercado. Consequência de tudo isso é uma empresa organizada, limpa, com
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profissionais satisfeitos, uma empresa que investe e aposta no bem-estar dos
funcionários e dos clientes.
Porém é visível a deficiência de conscientização de empresas e
funcionários. Trabalhar com pessoas é complicado. Muitas empresas não veem
o planejamento de resíduos como uma economia, como um investimento. Hoje
temos que focar bem mais na conscientização ambiental e utilizar o
planejamento como instrumento, podendo assim alcançar dois objetivos ao
mesmo tempo.
Uma forma também de conseguir certos objetivos é com as
fiscalizações, pois o órgão responsável tem o poder de identificar crimes
ambientais, mesmo que seja o de descarte incorreto de resíduos. Assim, com a
aplicação de multas e de até condenações ambientais, os empresários são
forçados a de conscientizar e colocar em prática formas bem mais econômicas
de cuidar do meio ambiente, tendo como uma opção a implantação do
Planejamento de Resíduos.
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8 REFERÊNCIAS
Portal pensamento verde. Disponível em <<www.pensamentoverde.com.br>>
Acesso em: 23.03.2019.
Decreto Municipal de Manaus Nº 1.349 de 09 de novembro de 2011. Disponível
em: Diário Oficial de Manaus – DOM 2805 – 10.11.2011.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Manaus (PMGIRS)
– 2015. Disponível em <http://semulsp.manaus.am.gov.br>. Acesso em:
10.01.2019.
LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm.>
Acesso em: 15.01.2019.
BRASIL. Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília. DF. 2012.
ABNT. NBR 10004: Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004. 71
p.
CUNHA, N. B. J. (coord). Cartilha de gerenciamento de resíduos sólidos para a
construção civil. Sinduscon-MG, Belo Horizonte, 2005. 37 p.
MIRANDA, L. F. R.; ANGULO, S. C.; CARELI, E. D. A reciclagem de resíduos de
construção e demolição no Brasil: 1986-2008. In: Ambiente Construído, Porto
Alegre, v. 9, n. 1, p. 57-71, jan./mar. 2009. ANTAC. ISSN: 1678-8621.
PINTO, T. P. Gestão ambiental de resíduos da construção civil – A experiência
do SINDUSCON-SP. São Paulo: Obra Limpa; Instituto e Técnicas em
Construção Civil; SINDUSCON-SP, 2005. 48 p.
PINTO, T. P. Metodologia para gestão diferenciada de resíduos sólidos da
construção urbana. 1999. Tese (Doutorado em Engenharia)-Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
Artigo sobre vantagens do Planejamento de resíduos. Disponivel em:
<<https://ambiensys.com.br/9-motivos-para-sua-empresa-ter-um-pgrs-em-
2014/>>. Acesso em 25.03.2019