LOGISTICA NOS NEGÓCIOS INTERNACIONAIS (Parte I e II) PROF. PAULO ROBERTO LEITE [email protected] .
Gente que fez história História viva - mackenzie.br · nior se lembra com saudade... Da São...
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Mackenzie 13
pais reforçou em mim algo em quesempre acreditei: a verdadeira união deduas pessoas não é apenas uma questãode assinar papéis. É algo que deve serencarado com a máxima seriedade.
Há muitas coisas de que Luiz Jú-nior se lembra com saudade...
Da São Paulo de antigamente, quetinha, no máximo, 500.000 a 600.000habitantes.E onde tudo era perto, fácilde alcançar. “Lembro-me da primeiravez que fui a um cinema, em 1914, ali,no Anhangabaú. Meu pai me levoupara ver um filme com a história deum mascarado... Nunca esqueci. Sóque dormi no fim do filme e nuncafiquei sabendo quem era o tal do mas-carado. Que pena!”
Com 18, 19 anos, os interesses deLuiz Júnior eram outros. Não apenas li-gados aos estudos e às atividades es-portivas no Mackenzie. Claro, isso erabem importante.“Mas,naquele tempo,ofutebol tinha conquistado grande des-taque. Um dos primeiros jogos de fute-bol foi o realizado em 1912 no Macken-zie contra o Germania, que hoje é oClube Pinheiros. Mais tarde, muitos denós fazíamos parte do Clube Paulistano,onde havia diversos jogadores amado-res também mackenzistas.O Arakem Pa-tusca jogava pelo Mackenzie, o enge-nheiro Arnaldo Motta também.
“O ambiente da escola era maravi-lhoso – aliás, o Mackenzie sempre sesolidarizou com a prática de esportescomo maneira de formar e comple-mentar o caráter e a educação. Em 3de junho de 1930, a equipe doMackenzie disputou um jogo contra o
Palestra Itália, que hoje é o Palmeiras,na Ponte Grande, perto do Rio Tietê.Terminou empatado em 4 x 4. E comoo adversário era time famoso, houvecobrança de ingressos. No final, o Pa-lestra Itália dividiu conosco o valorarrecadado. De comum acordo, todosos jogadores pegaram esse dinheiro efizeram doação ao Mackenzie, paraque a escola terminasse a construçãodo ginásio coberto,uma obra que esta-va parada há algum tempo.”
Outro grande interesse de LuizJúnior foram as alunas do Mackenzie.“Como hoje, elas, antigamente, erammuito bonitas! E nós queriamos na-morar. Mas namoro era coisa séria, res-peitosa.Era importante estar junto,con-versar, andar de mãos dadas. A gentemandava bilhetinhos,se encontrava aosdomingos para ir ao cinema e quandohavia alguma festa as mães acompa-nhavam. Beijo tinha que ser conquista-do.” Luiz dá um sorriso maroto quandose lembra do que aprontou um dia, emplena aula. Conta que se curvou para afrente em sua carteira e chamou pelonome a linda loira que ele tanto admi-rava, sentada na carteira seguinte.Quando ela voltou-se ele,rápido,de sur-presa, beijou-lhe a face!
O que também ficou muito marca-do na vida de Luiz Júnior foram osprofessores, que muito contribuírampara a formação do seu caráter, e asamizades que perdurariam ao longode toda a vida.“Colegas e amigos co-mo o engenheiro Fernando Gasparian,os arquitetos Kneese de Melo e WalterSaraiva, além de Américo da Graça
Martins – que, mais tarde, se tornouum grande professor, além de ser umengenheiro de capacidade excepcio-nal – são nomes que marcaram a mi-nha juventude.Minha primeira profes-sora foi dona Lucila.”
O que dizer aos mackenzistas de-pois de conversar com essa históriaviva de Mackenzie? Ele mesmo fala:
“Quero dizer antes de mais nadaque considero todos os mackenzistasum pouco meus netos.Fico feliz em sa-ber que tantas famílias tenham recorri-do a essa instituição para encaminharseus filhos na vereda da vida. O Mac-kenzie sempre foi uma instituição emque o progresso,a boa formação,a con-fiança, a educação e o melhor ensinoconstituíram marca registrada. Que vo-cês, alunos, saibam aproveitar a dádivade estarem entre essas paredes, respei-tem seus professores, recorram a elescom confiança e sem titubeios sempreque precisarem,porque eles saberão in-dicar-lhes o melhor caminho.”
G e n t e q u e f e z h i s t ó r i a
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com a profissão escolhida porque na-quela época era comum as pessoasdarem continuidade aos negócios dafamília.Como a atividade paterna era ocomércio, nada mais natural que seespecializasse nesse segmento.
Em dezembro de 1939, Luiz Júniorcasou-se com Nice Ana Rosa de Franco.“Quem fez o pedido de casamento foiminha mãe. Explico: guardo ainda hoje,com profunda tristeza, uma fatalidadeque aconteceu em minha vida – o divór-cio dos meus pais.Nunca me conformeicom aquilo pois acredito que a pre-sença do pai e da mãe no dia-a-dia dosfilhos é a experiência mais importante emarcante na vida do futuro adulto.”
“A cerimônia foi na igreja de SãoBento, pois meu sogro era professor deviolino lá e os dois cunhados estudavamno São Bento.Devido a essa ligação como lugar, minha mulher pediu que a ceri-mônia fosse lá, onde hoje não se fazemmais casamentos.”Luiz lembra com pro-funda emoção a nova vida que começounaquele momento:não só a festa na casado sogro,na Alameda Lorena,mas sobre-tudo a responsabilidade assumida a par-tir daquele instante,os filhos nascidos daunião,os netos vindos mais tarde,a com-panheira que hoje já não está com ele...
“Ter vivido a separação dos meus
O mackenzista posa ao lado da pedra
fundamental do Prédio 1, onde há duas
inscrições no cimento: As Sciências Divinas
e Humanas e Anno Domini - 1894 – o do
início da construção. Entre as homenagens
recebidas, a do Centro Acadêmico Horácio
Lane é o seu nome dado a uma das salas
(no alto). Em 13 de março de 2002,
recebeu o título de Benemérito outorgado
pelo Conselho Universitário da UPM.
Quem vive o dia-a-dia do Ins-tituto Presbiteriano Macken-zie, em São Paulo, com cer-
teza conhece Luiz Poças Leitão Júnior,personagem incansável que freqüentadiariamente as vielas internas do cam-pus, é amigo dos mais antigos colabo-radores da instituição e conhecidodos novos alunos ou funcionários.
A história desse personagem é bas-tante curiosa. Ele nasceu em Liver-pool, Grã-Bretanha, em 20 de setem-bro de 1911, segundo Poças Leitãopor acaso. “Meus pais se casaram naSuíça”, conta,“e pouco tempo depoisforam para a Inglaterra porque meupai era representante de uma marcade automóveis.” O pai, Luiz Felipe Po-ças Leitão, português – filho de um mi-nistro do rei de Portugal –, foi para Lau-sane,Suíça,cursar a Universidade de Co-mércio, onde conheceu Luiza Frida Re-nould, com quem se casou.
A família mudou-se para o Brasilem 1913 e, em São Paulo, abriu umaempresa de comércio e importaçãode produtos de palha e vime. Em1915, Luiza lecionou etiqueta, boasmaneiras, dança de salão e ginástica.Foi ela quem matriculou o filho noMackenzie. Segundo Luiz, uma dasrazões pelas quais sua mãe procurouo Mackenzie era o profundo respeitoque a escola tinha, já naquela época.
Luiza era presbiteriana e o marido,católico.O segundo filho do casal,PauloJuliano, nascido em 1919, também foimatriculado no Mackenzie onde, a par-tir de então, todos os descendentes – fi-lhos e netos da família – estudaram.
Luiz Júnior formou-se em Conta-bilidade, em 1930. Diz-se satisfeito
“Isto é Mackenzie!”, seu grito de guerra ecoa sempre pelo campus Itambé.
Um punhado de anos atrás, esbanjando
vitalidade, o alegre Poças Leitão ensaia
passos de frevo, dançando com a
desembaraçada morena.
Em sua classe, no 4º ano
do curso Comercial, só
havia três colegas do
sexo feminino. Sentada,
no meio da foto, está a
“linda loira” por quem
Poças (o quinto da
esquerda para a direita
na fileira do meio)
morria de amores.
História viva