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Metodologia e Referencial Teórico
Nesse trabalho, analisaremos os operários das empresas mecânicas (ou
indústrias pequenas devidos ao: número de operários¸ capital e tamanho predial), em
uma realidade econômica e localidade específicas: o município de Ribeirão Preto/ SP,
de 1870 a 1930, e reconstituiremos parte da ação dos operários das empresas mecânicas,
ou melhor, pequenas indústrias de Ribeirão Preto de 1870 até 1930 da seguinte forma:
“ as estratégias de resistência da classe operária delineadas muito mais a partir do
cotidiano dinâmico de cidades de pequeno e médio porte do que a partir de uma
organização sindical ou de uma consciência já delineada de conflito de classe.” [...]”
( FURLANETTO, 2007:189).
E nossa abordagem terá como eixo de análise os principais produtores dessas
empresas mecânicas, os operários, centenas e milhares ( numa amostragem 551
empresas mecânicas), como na efetivação do trabalho de construção dessas empresas,
por isso, enfatizaremos os sujeitos que mais trabalham ( caso dos trabalhadores) e não a
noção de trabalho, através de três categorias complementares: o âmbito econômico,
como na efetivação da defesa ,ou alheamento, de seus interesses e suas estratégias de
sobrevivência: articulação dos trabalhadores através de lutas políticas, associações
operárias, greves, jornais operários e protestos e em sua organização social externa às
oficinas e analisaremos as suas principais origens étnicas: negros, italianos, espanhóis ,
portugueses e brasileiros , suas formas de habitação, e de lazer e de fruição do seu
tempo e ocioso e livre do trabalho.
Na nossa metodologia, levantamos dados documentais e bibliográficos , mas a
nossa análise documental sofreu limitações, lacunas e dificuldades no levantamento de
fontes de pesquisa sobre os trabalhadores mecânicos, por se tratar do estudo de um
contexto de relações de trabalho informais ( com a ausência de muitos documentos para
o registro dessas relações de trabalho , devido tanto às extremas e precárias condições
de trabalho dos trabalhadores, como à não formalização e legalização de seus direitos
trabalhistas, pois antes de 1930 não havia registro e trabalho nem carteira de trabalho do
trabalhador( criada em 1932), por isso, não foi possível levantarmos documentos sobre
vários operários mecânicos, pois em várias empresas, os mesmos não eram
regularizados e registrados e essa prática deplorável era legalizada e avalizada pelo
3
Estado; como por não haver, até algumas décadas atrás, políticas de preservação,
manutenção e restauração de acervos documentais em geral e sobre as classe
trabalhadora em particular, visto que muitos documentos de operários foram jogados
fora, pois:
Depois do golpe [ de 1964] sua sede [ da UGT] foi invadida pela
polícia e os documentos foram levados ou destruídos [ e isso, somado à
outras mudanças] é uma tentativa de apagar os registros da lutas da classe
trabalhadora, das lutas pela organização dos trabalhadores locais, enfim,
apagar a memória do movimento proletário de Ribeirão Preto. (
GERALDO, 1990: 63-65)
Também, muitos documentos se danificaram, esfarelaram com o tempo, ou os
documentos ainda existentes não estão disponíveis ao público de pesquisadores externos
( caso do projeto, não efetivado ainda, de disponibilização de documentos e da memória
sobre a classe trabalhadora de Ribeirão Preto feito pelo coletivo Pau-Brasil, que ocupa
atualmente, 2016, o prédio da antiga sede da UGT).
Para uma pesquisa sobre os trabalhadores das empresas mecânicas de Ribeirão
Preto e região até 1930, verificamos uma lacuna documental substancial: todos os
sindicatos de trabalhadores na indústria foram formalizados e legalizados, no governo
Getúlio Vargas, através das cartas sindicais, nas posteriores décadas de 1930 e de 1940,
ou seja, não podemos contar com os documentos dos sindicatos, e, mesmo assim,
inclusive da década de fundação não existem documentos, como no caso do Sindicato
dos trabalhadores na indústria de construção civil, ladrilhos hidráulicos, produtos
cimentos, mármores e granitos, reconhecido em 1935, mas, no qual, estão disponíveis
documentos apenas a partir da década de 1950, pois os documentos das décadas de 1930
e 1940 foram jogados fora. Neste sentido, teremos fontes documentais escassas, caso de
Estatística Industrial do Estado de São Paulo de 1928, 1929 e 1930.
Por isso, levantamos mais fontes bibliográficas, tanto de obras que abordam os
operários em outros municípios paulistas , em especial da capital de São Paulo, em
especial sobre os aspectos de similaridades entre os operários paulistanos, de outros
municípios do interior paulista e os operários ribeirão-petanos, como em obras que
abordam especificamente os operários ribeirão-pretanos urbanos, em especial, as obras
de Geraldo, a qual tem como fonte principal fontes orais, obtidas através de entrevistas
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feitas com antigos operários e/ou membros da UGT, obra que mostra-se muito basilar, (
GERALDO, 1990) ( ROSA, 1997), Borges, que aborda sobre as marmorarias, de Tuon
e de Bemporad & Figlio recortamos dados sobre os operários italianos, Silva sobre os
operários do Antigo Núcleo Colonial Antônio Prado e Barracão. 1. Sobre os dados
retirados da obra de Furlanetto, acerca das sociedades mutualistas étnicas ,reiteramos
seu argumento de que:
[...] é necessário descortinar a relação de envolvimento das
sociedades de socorro mútuo no desenvolvimento das Ligas Operárias, das
Associações Operárias e da futura criação da União Geral dos
Trabalhadores de Ribeirão Preto, em 1925. Demonstra, sobretudo, a
impossibilidade de se delimitar uma fronteira entre as sociedades mutuais ,
notadamente as étnicas, e o desenvolvimento das estratégias de resistência
da classe operária [...]”( FURLANETTO, 2007:189)
Por isso, dessas sociedades étnicas recortamos apenas dados específicos da organização
dos trabalhadores como classe e não dessas associações como um todo às quais tinham
defendiam os interesses dos imigrantes em gerais, inclusive de empresários mecânicos.
A seguir, desenvolveremos nosso trabalho através da breve análise dos operários
em seus âmbitos econômico, político e social.
O operário na produção econômica e suas condições de trabalho
A exploração do trabalho infantil , presente neste trecho: “A restrição econômica
sofrida pelas firmas marmóreas impedia que as mesmas ampliassem o seu quadro de
aprendizes, principalmente quando se instituir o salário para menores no Governo de
Getúlio Vargas”. ( BORGES, 1991:388), pois aqui percebemos que o trabalho de um
menor de idade ainda inexperiente e sem habilidade para exercer algum trabalho
industrial e mecânico, antes das políticas trabalhistas do governo Vargas, era
considerado não como trabalho, mas sim como aprendizagem, ou seja, o garoto estava
no espaço e no tempo de serviço da empresa apenas para aprender um ofício, e, por isso,
a obrigação do mestre profissional e seu patrão era ensiná-lo uma nova profissão e sem
custos alguns diferente, por exemplo, das Escolas de Comércio do município que
cobravam para ensinar novas profissões, ou seja, esse aprendiz ganhava em
aprendizado, nesse âmbito supostamente extra-produtivo, não sendo necessário que ele
1 A citação dessas fontes estará no decorrer do trabalho e estarão registradas juntas no tópico Fontes na
página 15.
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recebesse um salário, mas apenas pequenas ajudas, como um lanche diário dado
“generosamente” pelo instrutor-patrão.
A partir do Governo de Getúlio Vargas, essa relação é melhor avaliada e vista
como profissional, por isso, o aprendiz torna-se, também, operário, e passa a receber um
salário, no entanto, essa medida desagradou muitas empresas que “ se sentiram
prejudicadas”, pois muitas preferiam continuar não pagando salário, pois era feito isso
inclusive com operários já adultos e não mais aprendizes, como também com crianças
menores de 14 e de 12 anos de idade às quais não recebiam salários frequentes mas sim
pequenas quantias conforme a disposição e vontade do patrão.
Sobre os operários adultos verificamos a existência de duas categorias de
relações de trabalho: trabalhadores regulares e trabalhadores ocasionais, ou contratados
e pagos por trabalho e produto específico.
Levantamos dados de apenas 74 empresas mecânicas com operários regulares,
que, apesar de ser uma amostragem limitada, ( de um total verificado de 551 empresas)
permitiu-nos , inferirmos essas questões. A maioria das empresas ( 63 de 74) possuíam
menos de 20 operários, e perto da metade ( 47) possuíam uma quantidade menor ainda,
de menos de 10 operários. Para ficar mais claro essa constatação, construímos, a seguir,
uma tabela:
Tabela 1- Empresas mecânicas conforme a quantidade de operários
Empresas Mecânicas Quantidade
Com até 09 operários: 47
Com até 19 operários
16
Com mais de 20 operários
11
Total de operários 74
Fontes: Estatística industrial do estado de São Paulo de 1928. Estatística industrial do estado de São Paulo
de 1929. Estatística industrial do estado de São Paulo de 1930.
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O fato de não termos levantado dados sobre operários na maioria das empresas
mecânicas ( 477 de um total de 551) e termos construído essa categoria de empresas
mecânicas com operários ocasionais, contratados por serviço pontual ou empreita, se
deve tanto à informalização , precarização e flexibilização das relações de trabalho, as
quais delegava ao patrão a efetivação da relação ou não , patente através do pagamento
de um salário justo para mínima manutenção vital do operário; como ao fato de a
maioria das empresas mecânicas serem de fato muito pequenas e por algumas não terem
capital e faturamento suficientes para poderem manter um ou mais operários frequentes;
e acreditamos que não levantamos dados assim “ empresa com 00 trabalhadores”,
porque os anuários e almanaques só divulgavam empresas com um operário, pelo
menos, senão nem divulgavam, no entanto, mesmo as empresas mecânicas sem
operários diretos, em um certo momento de aumento de demanda por mais produção ,
ela precisaria de contratar algum operário por tarefa ou serviço específico.
A quantidade de trabalhadores ocasionais em Ribeirão Preto deveria ser menor
que a quantidade de operários regulares, pois, a despeito da não existência de políticas e
relações formais de trabalho, como o livro de registro , carteira de trabalho profissional,
havia, uma quantidade de milhares de operários trabalhando em todas 551 empresas
mecânicas durante todo o contexto de 1870 a 1930, e, se focarmos apenas um ano
específico, por exemplo, 1920, havia aproximadamente 300 empresas e pelo menos
1000 operários trabalhando nelas e a maioria de forma frequente ,pois a produção
mecânica crescia constantemente até 1930, devido à produção pelo menos constante até
mesmo crescente dos trabalhadores.
Apesar da suposta liberdade que o trabalhador ocasional gozava, do ponto de
vista jurídico, para oferecer e negociar sua força de trabalho, conforme a ideologia
liberal tão hegemônica nesse contexto, pois não tinha patrão e ele tinha oportunidades e
capacidade de se sobressair financeiramente, dentro da concorrência do mercado de
trabalho e de trabalhadores ao superar outros concorrentes, e conseguir manter o seu
emprego, por ser eficiente e produtivo,e, por isso, ele sempre conseguiria novos e
permanentes trabalhos e empreitas.
No entanto, é preciso entender a peculiaridade da estrutura econômica da época,
que abria possibilidades, dava chances para alguns indivíduos e não para todos, pois não
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só por estarmos falando de um setor econômico coadjuvante ( em termos de acumulação
e circulação de capital, de renda e de riqueza) de um município , caso de Ribeirão
Preto, no qual os setores hegemônicos, foram a produção cafeeira de exportação e
depois o comércio, pois mesmo nesses setores hegemônicos em que “rolava mais
grana”, o montante total de dinheiro e capital circulante não era dividido de forma
equitativa, pois havia muito dinheiro aqui e nas poucas famílias em que sobravam
dinheiro , e faltavam na maioria das famílias de trabalhadores em gerais e de operários
em particular, pois o total matemático da riqueza da produção era um só.
Por isso, devido à momentos de sazonalidade na obtenção de trabalhos e
empreitas pelo operário, ele não possuía uma renda para sua subsistência e de sua
família, e passava por privações de ordem financeira e tinha condições de vida
miseráveis, e não tinha acesso aos direitos humanos elementares de alimentação, saúde,
habitação e lazer, educação nem cito, pois era algo longínquo dos operários na Velha
República dos coronéis e dos poucos e privilegiados estudantes bacharéis e, devido à
esse aspecto fragilizado, ele estava suscetível a sucumbir à elementos de poder que o
contratante de seus serviços possuía.
As condições de trabalho degradantes, tais como: insalubridade, falta de
ventilação, barulho excessivo de ferramentas e máquinas, a ocorrência frequente de
acidentes, estes pouco ou nada documentados devido à inexistência de políticas de
assistência para os trabalhadores na República Velha, o extremo esforço físico e
muscular pelos operários, visto que as empresas mecânicas de Ribeirão Preto usavam
equipamentos e ferramentas simples que exigiam mais da energia e trabalho humano
dos operários que usavam poucas máquinas elétricas e mecânicas, o recebimento ( às
vezes com atraso) de baixos salários e longas jornadas de trabalho ( acima de 12 horas
diárias, em média), as horas extras de trabalho feitas para ajudar o patrão a acabar a
produção e não pagas foram alguns dos fatores para a eclosão de lutas e resistências dos
operários visando garantir melhores condições de trabalho e de vida para a classe
trabalhadora, a seguir descritas.
A dificuldade da construção do movimento operário em Ribeirão Preto, imposta
pela ojeriza das ideologias liberais e conservadoras sobre a sua existência, patente nesse
depoimento: “o pessoal daqui vai pensar que eu sou baderneiro, vagabundo. É isso que
8
eles pensam dos comunistas.” ( Depoimento de Gustavo João Eugênio a GERALDO,
1990: 52-53), sobre a necessidade de sua eliminação completa por parte dos setores
econômicos hegemônicos e pela violência policial iminente e diretamente física, pois “
O fato de as primeiras manifestações operárias terem sido organizadas de modo
relativamente pacífico, não é nenhum indicativo da ausência de choques com a polícia
[e] ocorreram prisões de vários trabalhadores” (FURLANETTO, 2007:185 ), por isso,
faremos uma pequena separação em tópicos como forma de costurar esses retalhos e
preencher com novos panos e estopas as várias lacunas e furos no tecido teórico.
A diferenciação, concreta e objetiva, entre as classes operárias e as classes
patronais, foi materializada no plano político e social , através de várias formas de
organização coletiva da classe operária às quais dividimos em duas frentes: política:
abordada no tópico Organizações políticas operárias de Ribeirão Preto até 1930 e
social: abordada nos tópico Formas de Organização Social dos Operários
ribeirãopretanos e ambas tiveram três características em relação aos patrões:
indiferença: presente, por exemplo, na postura individualista de alguns operários como
uma das causas de sua dificuldade para associar ou sindicalizar-se em grupos das
classes laboriosas; a cooptação: presente, por exemplo, em certas relações do operário
com o empresário, tais como : relações afetivas, patente na ideia de que “ meu patrão é
meu amigo” , relações vicinais e próximas: o operário e o patrão eram vizinhos, amigos,
e “ De acordo com o depoimento de um operário de sua fábrica ,Pedro Tonhatti “
executava os mesmos serviços que os [...] os demais empregados; que daí surgiu
verdadeira amizade entre eles e Pedro Tonhatti , que não tinha relações de empregado e
empregador, mas de amigos, como companheiros de serviço. ( BARBOSA, 2006: 112) .
E a ideia de suposta união de classes, devido, entre outros motivos, à “ uma
vulnerabilidade dos trabalhadores, isto é, a continuada atitude deles de inconsciência da
própria dependência” ( DEAN, 1971: 168) e em se reconhecer como membro de uma
classe social e , principalmente econômica, específica e diferente de seu patrão.
E de luta, pois “Quando, porém, os próprios operários já não acreditam na
benevolência dos empregadores [...] desmascaram a pretensa beneficência dos
empregadores. Foi o que aconteceu em todas as maiores cidades de São Paulo, em parte
porque se importou, com os mesmos trabalhadores, a tradição europeia de militança
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trabalhista” ( DEAN, 1971: 168- 169), e ocorre , como consequência, a ação e ideia de
enfrentamento, a seguir melhor descrita através de sua materialização em greves,
protestos, escritos da imprensa operária e organização formal operária em associações
políticas, pois:
A cidade de Ribeirão Preto vivia, assim, no início do século XX,
todos os conflitos e contradições de uma região que se desejava desenvolvida
, como algumas cidades europeias, mas que ao mesmo tempo, tinha que
conviver com as mazelas da pobreza gerada pela exploração dos
trabalhadores. A região experimentou [...] a organização dos trabalhadores
de diversas categorias [...] Era a origem das lutas da classe trabalhadora
brasileira por melhores salários, 8 horas diárias de trabalho, liberdade de
expressão e melhores condições de vida. ( apud TUON, 2010:41)
Organizações políticas operárias de Ribeirão Preto até 1930
Uma das primeiras experiências da classe operária em Ribeirão Preto na luta
pela defesa de seus interesses foi assim relatada: “Os primeiros movimentos grevistas e
a formação da primeira associação sindical de Ribeirão Preto só aconteceram depois da
realização do I Congresso Operário Brasileiro,de 1906, com a participação de
socialistas, líderes trabalhistas e anarquistas. [...]” ( apud TUON, 2010:41). Com a
participação da “ União Operária de Ribeirão Preto” ( DIAS, 1962: 254).
E essas foram as consequências : [ e isso] agravou o conflito entre patrões e
empregados. Esse fato gerou muitas outras greves, acompanhadas de prisões de
lideranças e participantes, fazendo –se necessária a interferência do Cônsul Italiano. (
apud TUON, 2010:41)
A efetivação das primeiras greves foram assim relatadas:
[ Em 1907no Diário da Manhã e no jornal A Cidade] foi
encontrada a publicação de uma greve operária em Ribeirão Preto. [...]
Uma prova de que já no início do século, os movimentos ocorridos em São
Paulo repercutiam em Ribeirão Preto com muita rapidez.[...] greve [...] por
melhores salários e por diminuição na jornada de trabalho [ para 8 horas]
[...] os operários locais realizaram uma reunião no início de maio [no
edifício do Centro Operário de Ribeirão Preto na rua Saldanha Marinho,
segundo A Cidade] com a presença de 300 trabalhadores. [ ou 150
operários de todas as profissões segundo A Cidade] Foi formada uma
comissão que levaria as reivindicações aos patrões. Uma nova reunião foi
marcada para o dia 15 de maio na Sociedade União Italiana, a fim de
decidirem os rumos do movimento.[...] no dia 16 de maio os operários de
Ribeirão Preto entraram em greve. ( GERALDO, 1990: 79; apud
FURLANETTO, 2007:182 ).
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E “ Em 1º de maio de 1907 Em Ribeirão Preto realizam-se comício
comemorativo da data e de apoio ao proletariado de São Paulo em greve, que se bate
pela conquista da duração das 8 horas de trabalho diário.” ( DIAS, 1962: 264-265).
E a citação seguinte fala sobre a dúvida inicial dos operários das oficinas ( de
serraria e fundição) Diederichsen em pararem o trabalho em um dia, provavelmente
para não enfrentar diretamente o patrão e o encarregado da empresa, no entanto, mostra
que boa parte desses operários aderem à greve em parte daquele dia , não voltando a
trabalhar depois do almoço, e:
Os operários circunscreveram o movimento ontem pela manhã e
passearam pelas ruas [...] grande números deles dirigiu-se [...] as oficinas
dos senhores Diederichsen a dissuadirem os seus companheiros daquela
oficina de continuarem a trabalhar. [...] Não obtendo aqui a essência dos
trabalhadores do Sr. Diederichsen retiraram-se os promotores da greve.
Dada a hora do almoço os operários daquelas oficinas retiraram-se voltando
as onze horas, quase todos declarando muitos que hoje não voltaria ao
trabalho. (A cidade de 17 de maio de 1907 apud FURLANETTO,
2007:182- 183).
E “ Em 26 de maio de 1907 [...] em Ribeirão Preto continua a greve
parcial,exercida com entusiasmo e firmeza pela massa trabalhadora agrupada em suas
Ligas. [Em] 15 de junho – Termina, em São Paulo, a greve geral pró 8 horas com a
vitória parcial dos trabalhadores. Com exceção de pequenos reveses dos tecelões e
costureiras [...] todas as demais corporações conseguiram as 8 horas de trabalho diário.
O mesmo se deu nas cidades [ uma delas] de Ribeirão Preto.” ( DIAS, 1962: 266- 267).
Buscando melhorar as condições de sobrevivência, em 1909, os operários
fizeram greve. Em 1911, foi a vez dos cocheiros e dos pedreiros [...] Com a Primeira
Guerra Mundial, o aumentos dos preços dos gêneros alimentíceos, aliada à queda na
qualidade de vida da população, aumentou consideravelmente o número de greves. Os
jornais locais, que sempre se referiam aos imigrantes, em especial, aos imigrantes
italianos, como a “ laboriosa colônia italiana”, passaram a repetir o discurso dos
fazendeiros, afirmando que os colonos viviam bem e que não tinham motivo para fazer
greve. [...] Durante a greve pelas oito horas naquela cidade, também expõe a violência
da polícia que fechou a Sociedade Italiana , onde os operários se reuniam ( La Battaglia,
n. 220, 27-06-1906). ( TUON, 2009: 38-39).
11
E em outras ações, como protestos, e
[...] em 1907, ano de protestos, os artistas-artesãos das
marmorarias de Ribeirão Preto [...] conseguiram diminuir sua jornada de
trabalho para oito horas. Em 1918, eles reivindicaram, entre outras coisas,
melhores salários, sendo a única classe trabalhadora a chegar a acordos
satisfatórios. ( CARONE apud BORGES, 1991: 66).
“ 1º de maio de 1913 [...] Em Ribeirão Preto [ e outras] cidades do Estado de
São Paulo,realizam-se comemorações nas sedes dos Sindicatos e desfiles pelas ruas.” e
“ 1º de Junho Comícios em [...] Ribeirão Preto” . ( DIAS, 1962: 281- 282- 283 ).
“10 de julho de 1917 – As notícias que chegam de [... ]Ribeirão Preto [...]
indicam que nas cidades do interior do Estado lavra grande descontentamento e se
preparam os trabalhadores para secundar o movimento que eclodiu em São Paulo.” (
DIAS, 1962: 294 ).
“10 de fevereiro de 1923 – As corporações gráficas de Santos, Campinas ,
Ribeirão Preto declaram-se solidárias com os companheiros de São Paulo, enviando
adesão de apoio à U.T.G.” ( DIAS, 1962: 311).
Outras formas de luta e de reivindicação, foram veiculadas através dos jornais e
periódicos editados com conteúdo voltado à classe trabalhadora, caso de, entre outros: O
Operário, de 1896, e “ Alfredo Farina anarquista responsável pela publicação dos
jornais Il Messageiro e Lo Scudisio” ( FURLANETTO, 2007:185), e “O jornal A
Lanterna- anarquista- aparentemente surgiu dentro do contexto da organização da
Associação das classes laboriosas e tinha como uma de suas funções divulgar as ações
dos trabalhadores que iam desde espetáculos voltados ao lazer do trabalhador até a
realização de conferências para a conscientização do trabalhador” ( FURLANETTO,
2007:188), pois:
[...] os jornais passaram a ser a principal voz dos imigrantes na
luta contra as injustiças que sofriam. [...] Assim, sem apoio local na justiça e
na imprensa, os imigrantes tiveram que publicar seus próprios jornais [...]
Estes periódicos, de tendência anarquista e socialista denunciavam os maus
tratos, a falta de pagamento [...] Em Ribeirão Preto, esses jornais italianos,
como em outros lugares, tiveram pouca duração. Em razão disso, acabavam
sendo publicados alguns exemplares e logo em seguida eram fechados. (
TUON, 2009: 39)
12
A organização política dos trabalhadores ocorre, tanto em partes de algumas
associações, como no Centro Operário São Benedito fundado em 1912 e nas várias
sociedades mutualistas étnicas(Sociedade União Italiana, Dante Alighieri, Fratelanza e
Sociedade de Socorros Mútuos) como em novas e autônomas associações operárias, em
especial da UGT, os membros do PCB em Ribeirão Preto, e da Liga Operária que:
Desde a eclosão das greves de 1906, um ano antes do movimentos
mais generalizados , na Companhia Paulista de Estradas de Ferro (
Campinas- Jundiaí) outros movimentos ganharam corpo.No caso de
Ribeirão Preto, os eventos ocorreram sob a liderança da Liga Operária
,sediada na Sociedade Unione Italiana. As repercussões da greve dos
ferroviários e de outras manifestações incentivaram a organização de
estratégias por parte do operariado na cidade – daí a compreensão da
importância circunstancial do fortalecimento da Liga Operária de Ribeirão
Preto, assim como de sua união com uma sociedade mutualista étnica. (
FURLANETTO, 2007:184).
“o Partido Comunista do Brasil, apesar da clandestinidade em que era forçado a
viver devido às medidas de severa interdição policial, criou um órgão de arregimentação
eleitoral e luta política – o Bloco Operário e Camponês – [...] criadas seções [...] em
todas as principais industrializadas [ como] Ribeirão Preto[...]” ( DIAS, 1962: 155).
A relação entre a UGT e o PCB era muito substancial visto que foram criadas no
mesmo ano , 1922, ainda sem sede fixa, a maioria dos membros da UGT eram
comunistas e “Os comunistas tiveram importante papel no momento que antecedeu a
organização dos sindicatos em Ribeirão Preto, através das discussões mantidas na UGT
com as diversas categorias.[...]”.( GERALDO, 1990: 56), em 1925 sua primeira sede
provisória, alugada? na rua de Duque, de Caxias, 193 Os trabalhadores só conseguiram
iniciar a construção da sede própria da UGT em 1933, quando um grupo de operários
lançou a pedra fundamental na rua José Bonifácio[...] , e o trecho a seguir explica
melhor a relação entre UGT e PCB:
Em Ribeirão Preto [...] O passo mais importante, tanto para a
consolidação local do Partido [ PCB], quanto para a consolidação da
organização dos trabalhadores locais, foi a fundação da UGT ( União Geral
dos Trabalhadores). A UGT foi fundada ‘ por volta de 1.922, 23, na casa do
Guilherme Milani. [...] reuniam-se trabalhadores de todas as categorias
profissionais. Também, o PCB, na ilegalidade, fazia ali suas reuniões
políticas, promovia eventos para angariar fundos e reuniões com o objetivo
13
de organizar os trabalhadores em sindicato [...] Os trabalhadores só
conseguiram iniciar a construção da sede própria da UGT em 1933, quando
um grupo de operários lançou a pedra fundamental na rua José
Bonifácio[...] onde permanece até hoje [ 1989/1990 e, também, 2016]
(GERALDO, 1990: 52-53)
Formas de Organização Social dos Operários ribeirãopretanos
A origem étnica heterogênea foi a seguinte, com um grande contingente de
operários imigrantes: “No início da primeira década [ do século XX] , somavam-se 163
estabelecimentos industriais na cidade. Dos 642 operários que neles trabalhavam, 82, 71
por cento eram estrangeiros”( BEMPORAD, L & Figlio, 1906: 683-684), italianos,
espanhóis, alemães e portugueses.
Apesar dessa citação de Dean referir-se à São Paulo capital, essa situação
ocorreu em Ribeirão Preto: “A classe operária [...] se constituía na maior parte, de
imigrantes, compondo-se de homens que haviam tentado tratar de [saírem dos] cafezais
mas não se haviam dado bem nessa ocupação, e de imigrantes subsidiados que, se bem
nunca houvessem assinado contratos, tinham conseguido permanecer nas cidades. O
número deles fora aumentado por imigrantes com experiência industrial, contratados em
cidades italianas por industriais paulistas [ ou europeus]” ( DEAN, 1971: 59).
Os operários de nacionalidade brasileira eram paulistas, mineiros e
fluminenses.A primeira associação que agregou os trabalhadores negros em geral, e
operários, em particular, foi o Centro Operário São Benedito fundado em 1912, fundado
antes da principal organização operária de Ribeirão Preto, a UGT, criada em 1922. E
havia, como em São Paulo capital, “ escravos libertos que, na melhor das hipóteses,
eram jornaleiros não especializados e , na pior delas, formavam um miserável
lumpenprolétariat” ( DEAN, 1971: 59).
Na citação “O desenvolvimento econômico acarretou uma reciclagem da mão-
de-obra e o elemento negro começou a ser substituído pelo imigrante assalariado” (
BORGES, 1991: 14), Borges usa mais a ideia de transformação e de mudança, não de
lixo, mas dá a entender que houve um progresso e evolução com a chegada dos
14
imigrantes como novos operários, de alguma forma sim, pois no caso específico dos
marmoristas italianos , a criação e o desenvolvimento desse setor em Ribeirão Preto só
foi possível graças aos italianos, mas, algumas funções e profissões foram exercidas
pela primeira vez em Ribeirão Preto por imigrantes europeus de profissões rurais, mas
que tiveram incentivo e estímulo para exercerem novas profissões mecânicas e
industriais, que ele só foi exercer no Brasil porque havia um voluntário favorecimento
de operários de etnia branca e de origem europeia perante o trabalhador negro, ex-
escravo ou descendente de escravos o qual não tinha os mesmos incentivos nem as
mesmas possibilidades de conseguir trabalho em alguma pequena indústria, e, a
despeito de poder haver uma minoria de operários negros trabalhando em alguma
empresa mecânica , fato que supomos pois não podemos comprovar pois não
levantamos documentos, a maioria dos operários não eram negros mas sim brancos e
mestiços, brasileiros e estrangeiros.
A maioria dos operários ribeirãopretanos moravam em bairros pobres, com
pouca infra-estrutura pois “a partir de 1893 , com a anexação do território do Núcleo
Colonial Antônio Prado à cidade,houve um incremento do setor industrial da cidade, o
que levou seus moradores a buscarem trabalho neste ramo produtivo que a eles se
apresentava”. ( SILVA, 2006: 100) e de bairros surgidos de seu desmembramento, caso
dos Campos Elíseos e do Ipiranga e em casas pobres, individuais e pequenas ou em
vilas operárias, caso da Fábrica de Curtume a Vapor Stefani e Companhia e “ [...] Le
officine [...], vicino alla quale si trovano purê le case di abitazione dei proprietarî , del
capo fabbrica e di tutti gli operai che vengono a trovarsi così permanentemente sul
luogo del lavoro 2(BEMPORAD, L & Figlio, 1906: 683) , e seus operários moravam em
casas de vila anexas ao curtume.
Até 1930, os operários em Ribeirão Preto, o tempo livre do trabalho regular do
operário era efetivada em várias práticas de diversão, lazer e ócio: no esporte , era
praticado e brincado futebol nos campos de canindé (terra batida) e terreno baldios,
como em associações e clubes esportivos, com ou sem construções específicas,
frequentado pelos proletários: Círculo Operário dos Trabalhadores Cristãos, Clube Ítalo
2 A oficina vizinha da qual se encontram a casa de habitação do proprietário, do chefe da fábrica e de
todos os operários que vem a tornar-se coisa permanentemente seu lugar de trabalho. ( Tradução Nossa )
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Brasileiro, Sociedade Esportiva Palmeiras do Ipiranga, Operário Futebol Clube, União
Paulista, Palestra Itália Esporte Clube e União Tiberense e em outros esportes, caso da
malha, boccia ou bocha, que “ Para os imigrantes pobres, que não podiam adquirir
equipamentos para a prática de outros esportes , era apenas uma forma de se divertir e
preservar os costumes da terra natal.” ( TUON, 2010: 52)
O Botafogo Futebol Clube foi criado em 1917 por moradores do bairro operário
da Vila Tibério ( antes de 1930 considerado como subúrbio e afastado do Centro) por
operários trabalhadores de várias empresas, entre elas, a Antarctica e as oficinas de
Trem da Mogiana, ambos no mesmo bairro da Vila Tibério, e essa origem operária e
pobre foi o motivo para a recusa sistemática do outro time da cidade, o elitista
Comercial Futebol Clube, em jogar no campo do Botafogo do outro lado da Porteira da
Mogiana, por esse não ter supostamente condições adequadas para receber o afamado
team comercialino. Um dos hábitos de lazer dos operários era assistir no estádio Luis
Pereira na Vila Tibério aos jogos do Botafogo e no estádio da rua Tibiriçá, nos Altos da
Cidade ( Centro), atual Sociedade Recreativa de Esportes os jogos do Comercial, pois
não havia cobrança de ingressos antes da profissionalização do futebol brasileiro,
ocorrida na posterior década de 1930.
As diversões noturnas acessíveis financeiramente aos operários, como ir à zona
e prostíbulos, tomar junto com amigos ou com amigos de balcão, pinga e cerveja nos
bares e botecos nas ruas da cidade e nas vendas localizadas em caminhos de terra entre
as fazendas na zona rural e as ruas finais dos bairros suburbanos, fumar cigarro e
charuto e prosear ao mesmo tempo, assistir filmes nas salas de cinema de bairro, como o
cine Avenida, na avenida Jerônimo Gonçalves, frequentado pelos operários da vizinha
Vila Tibério, de ingressos mais baratos, e “ O Carlos Gomes era dos “granfa” e o
Avenida do povão”. É assim que Humberto Bologna, o primeiro operador do cinema, se
lembra do cine Avenida.” ( CIONE, 1997, p. 54-55), tocar moda de viola e violão em
dupla ou em grupo, pescar nos ainda piscosos rios do município, nadar nesse córregos ,
rios, lagos e em lagoas, caçar animais selvagens e passarinhos nas matas do município.
Os operários eram muito religiosos e iam às missas, quermesses e bingos, por motivos
religiosos e sociais , na Catedral e nas paróquias do Centro e dos bairros , passear aos
domingos na praça Coração de Maria, da Vila Tibério e alguns na central Praça XV de
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Novembro, pois nesta os operários pobretões não podiam ir lá e passear de carroça pelo
município.
Conclusão
Esse trabalho nos permitiu constatar que um município não é apenas constituído
por fábricas, oficinas, lojas, prédios, ruas, avenidas e praças mas sim por agentes
econômicos que ajudaram a sua construção, tanto nos aspectos econômicos quanto nas
relações sociais de produção , de reprodução e de apreensão que possibilita a vivência
coletiva e a contribuição tanto nos momentos de trabalho regular quanto em momentos
de ócio, de lazer, como forma de suspensão do dias de trabalho, mas que trazem
contribuições para compreensão social desses trabalhadores que para além de sua ação
mecânica como engrenagem da produção capitalista agiram de forma mecanicamente
humana, ideia mecânica essa de movimento à qual construiu e fez parte do processo
histórico também desse município de Ribeirão Preto.
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