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FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA
Luiz Apolonio dos Santos
FOTOGRAFIA URBANA E DE RUA: UMA ANÁLISE SOBRE
POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS DA FOTOGRAFIA
URBANA.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado como requisito final
de avaliação para o curso de Fotojornalismo e Fotografia Profissional, sob
orientação do Professor Dr. Ênio Leite.
Agradecimento especial ao Professor Paulo Gomes que muito me
inspirou com sua paixão e dedicação a fotografia e pela arte de transmitir
conhecimentos.
São Paulo, 2019.
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Resumo
Este trabalho de conclusão de curso pretende ser uma amostra de
aprendizado do conteúdo abordado durante a realização do curso de fotografia
e fotojornalismo na Focus Escola de fotografia, quando foi possível conhecer o
tema em suas diversas áreas e o trabalho de muitos fotógrafos que muito fizeram
e continuam contribuindo para a história recente da fotografia.
Nesse sentido, dentre os temas estudados juntamente com a história da
fotografia o trabalho apresentará uma análise de conteúdo bibliográfico e
histórico sobre a fotografia urbana e sua evolução com o surgimento de novas
tecnologias digitais e meios de comunicação em massa aprofundando os
conhecimentos desenvolvidos no curso por meio da análise da obra de
profissionais de grande destaque no cenário nacional e internacional.
Assim, dentre as áreas, seleciono o campo da fotografia Urbana ou
“StreetPhotograpy” para a realização de um estudo mais aprofundado,
apresentando tal conceito de fotografia com uma ação reflexiva que privilegia os
instintos do artista, suas emoções e subjetividades dentro de aproximadamente
um século de fotografia a partir da obra de grandes nomes como Cartier Bresson,
Winogrand, Arbus, Friendlander e muitos outros adeptos da fotografia urbana.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................4
2. FOTOGRAFIA, ARTE E EXPRESSÃO: Um breve histórico até os dias
atuais. .......................................................................................................9
3. A FOTOGRAFIA URBANA..................................................................12
3.1 Henri Cartier-Bresson........................................................................14
3.2 Robert Frank .....................................................................................16
3.3 Garry Winogrand................................................................................18
3.4 Daiane Arbus..................................................................................... 20
3.5 Lee Friendlander .............................................................................. .22
3.6 Victor Dragonnetti ............................................................................. 25
3.7 Felipe Dana....................................................................................... 28
3.8 Alexandre Urch................................................................................ ..30
3.9 Danny Zappa..................................................................................... 33
3.10 Gustavo Minas..................................................................................35
4. Considerações sobre a fotografia Urbana e mercado...........................38
4.1 Considerações finais..........................................................................40
5.REFERÊNCIAS.................................................................................... 41
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1. INTRODUÇÃO
A fotografia de rua (“street photography”) não consiste em um conceito
novo dentro da fotografia e mesmo possuindo uma face mais contemporânea
esse gênero já existe há mais de um século, quando as câmeras portáteis
começaram a se popularizar. Apesar de ser uma prática de longa data,
supostamente sólida e aclamada, a fotografia urbana continua sendo
incompreensível para muita gente, já que na prática é bastante abrangente.
O conceito de fotografia de rua é basicamente o registro de eventos do cotidiano,
retratando as pessoas em cenas corriqueiras do seu dia a dia. Tal gênero requer
a aplicação de algumas técnicas, como introduzir as pessoas e/ou objetos dentro
das paisagens urbanas e fazer com que ambos se tornem uma coisa só.
Levar em consideração as atenuantes de um trabalho fotográfico em meio
ao caos de uma cidade extremamente movimentada, luz em excesso ou mesmo
a falta de luz, chuva, espaços abertos e ou falta de espaço para fotografar de
forma quase imperceptível em meio a multidões, em corredores de alto trafego
automotivo, embaixo de pontes e viadutos, dentro de mercados, ônibus, trens,
igrejas, considerar tudo isso é imprescindível para um fotografo de rua que deve
optar por uma câmera mais leve e lentes grande-angulares, a 35mm, por
exemplo, é uma boa opção.
Foram analisados os diversos campos de atuação possíveis para o
profissional da fotografia e, em especial, o campo da fotografia urbana. Para
tanto, uma pesquisa de natureza bibliográfica e documental, buscou analisar o
campo da fotografia urbana à luz dos conhecimentos teóricos estudados no curso
de fotografia, de pesquisas bibliográficas relativas ao trabalho de fotógrafos
dedicados a tal conceito fotográfico bem como suas produções fotográficas e
documentos que aproximam e ensinam essa arte, aprofundando nosso
conhecimento sobre fotografia urbana. Para Ilustrar e ampliar a análise sobre a
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fotografia urbana o foco está nas obras de fotógrafos de grande destaque no
cenário nacional e internacional a fim de conhecer o trabalho destes renomados
profissionais bem como seus feitos e contribuições para a história da fotografia.
Quando se trata de fotografia urbana podemos afirmar que muitos
fotógrafos de áreas distintas já transitaram por esse modelo de estudo. É quase
impossível visitar a obra de um grande fotografo no último século e não se
deparar, em algum momento, com imagens individuais ou mesmo séries
completas sobre tal modalidade fotográfica, mesmo que sejam fotógrafos
voltados a outros temas como moda, natureza, design, retratos, etc.
O encanto da fotografia urbana consiste exatamente na possibilidade de
contar histórias dentro de espaços visíveis diariamente por multidões e inserir
justamente nesses espaços o que não se pode enxergar num trânsito comum
dentro do vai-e-vem cotidiano. Nesse contexto, basicamente todo fotografo
profissional ou apenas o curioso apreciador da arte tende a vislumbrar em suas
andanças o que mais lhe agrada e documentar os instantes com seu ponto de
vista destacando aquilo que lhe é familiar ou incompreensível, detalhando ou
denunciando as atrocidades da vida urbana.
Os relatos fotográficos das grandes cidades mostram desde o belo até as
cenas mais desprovidas de humanidade onde podemos nos refletir e moldar uma
sociedade boa, saudável ou doente. Nesse aspecto iniciaremos nossa análise
mergulhando no trabalho fotográfico de uma das maiores referências na
fotografia de rua, o fotojornalista Cartier Bresson, que desde o começo do século
XX proporcionou ao mundo imagens que marcaram época. Desenhar com a luz
é talento para poucos e quem gosta de fotografia sabe a relevância do
francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004) no universo das imagens.
O francês tinha um estilo próprio e original que é facilmente reconhecido
até hoje, e sua narrativa visual continua sendo uma grande influência para os
novos fotógrafos do gênero.
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Seguimos nossa análise “The Americans” de Robert Frank, um Suíço de
Zurik, que atravessa os Estados Unidos documentando o estilo de vida
americano e que provoca uma verdadeira revolução na fotografia urbana,
quando publica o resultado dessa viagem rodoviária pelos Estados Unidos.
Continuamos com um grande fotografo de rua, Garry Winogrand
(1928/1984), americano do Bronx, Nova York, conhecido por retratar a vida nos
EUA e suas questões sociais, em meados do século XX. Embora ele tenha
fotografado na Califórnia, no Texas e em outros lugares, Winogrand era
essencialmente um fotógrafo de Nova York.
Outra grande fotografa de rua que conseguiu impactar o mundo da
fotografia, a também novaiorquina Daiane Arbus, surpreende no final dos anos
50 quando muda o rumo de seu trabalho para o mundo da fotografia
independente e segue a linha de fotografia de rua. Arbus inicia uma nova etapa
de sua carreira tirando fotos de pessoas que conheceu em circos estranhos,
necrotérios sinistros, hospitais psiquiátricos e outras localidades. Ela se tornou
famosa por suas fotografias excêntricas que retratavam diferentes e incomuns
sujeitos fotográficos como prostitutas, travestis da época.
Outro norte americano, de Washington, o lendário Lee Friendlander, não
poderia deixar de ser analisado aqui. Sua obra fotográfica, das capas de discos
de jazz e uma nova forma de olhar, até um mundo que parece irreconhecível ao
homem comum.
Seguimos para outros tempos e vamos trazer o foco para a fotografia
urbana das últimas décadas, a partir de 1990 quando percebemos que não
existia limite para fotografar o vai-e-vem do dia-a-dia e a sociologia das ruas,
pelos cantos, do alto, de dentro e de fora da cena. A fotografia urbana se mostra
muito mais exagerada, mais pop, mais imediata e mais necessária exatamente
quando a cena urbana vira linguagem nas redes sociais a partir do final da
década de 90, principalmente.
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O surgimento das redes sociais popularizaram de tal forma a fotografia
que ela se tornou umas das artes mais produzidas e consumidas em todo o
planeta e com isso uma nova geração de fotógrafos urbanos surgia com novas
formas e novas ideias para produzir e divulgar sua arte e expressar o que a
urgência das ruas exigia.
Nesse contexto podemos citar uma infinidade de artistas, mas destacamos
cinco dos mais ousados e versáteis fotógrafos atuais a começar por um dos mais
jovens, o paulistano Victor Dragonetti, 28 anos, mais conhecido como Drago. Ele
ficou conhecido internacionalmente por apresentar fotografias que registravam
as manifestações ocorridas em São Paulo, em junho de 2013. O trabalho dele
ganhou o prêmio Fotografia do Ano, com imagem do policial ferido apontando a
arma para os manifestantes na série “Em Processo, 2013”.
Outro brasileiro de grande destaque, o carioca Felipe Dana, 34 anos, um
dos novos nomes da fotojornalismo impactante, já registrou a violência urbana
na América Latina, a epidemia do Zika vírus, as consequências de desastres
naturais e, o mais recente, guerra em Mosul, no Iraque. Seu trabalho recebeu
vários prêmios, incluindo World Press Photo, POY - Fotos do Ano Internacional
e Latam, NPPA, CHIPP - China International Photo Competition, a fotojornalismo
de Atlanta, entre outros.
Seguimos com Alexandre Urch, fotógrafo paulistano, 41anos, atua como
fotógrafo profissional há 15 anos. Vencedor de diversos prêmios de fotografia
nacionais, onde se destacam o primeiro e segundo lugares da XVI Bienal
Nacional de Arte Fotográfica em Cores, Concurso Canon Jornalistas em Foco,
1º lugar na categoria ensaio do 9º Concurso Fotográfico Leica-Fotografe Melhor,
8º Festival Internacional da Imagem Fotográfica em Atibaia, Prêmio Sesc Marc
Ferrez, entre outros e participou de diversas exposições coletivas e individuais
pelo Brasil e no exterior.
Outro destaque dentro da fotografia urbana atual é Danny Zappa, 27 anos,
sueco nascido em Estocolmo, mas com raízes portuguesas, vive no Brasil em
São Paulo, também conhecido no mundo da internet como @dannyzappa.
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Fotógrafo e Criador de conteúdo comercial para marcas e suas mídias sociais dá
dicas em seu Blog sobre fotografia mobile, criação de conteúdo comercial, edição
de imagens com aplicativos, tutoriais e dicas úteis para quem gosta de fotografar
usando apenas o smartphone.
Para fechar nossa viagem analítica dentro do mundo da fotografia urbana
não poderia deixar de citar o fotografo de rua Gustavo Gomes, também
conhecido como Gustavo Minas. Nascido na cidade de Cássia, MG, em 1981,
Gustavo Minas é uma das principais referências em street photography no
mundo e o talento gigantesco já lhe rendeu, inclusive, o 2º lugar no International
Sreet Photography Awards de 2013. Pode-se dizer, sem exageros, que Minas é
um dos melhores fotógrafos do mundo no gênero “street photography”.
Durante a realização do curso de Fotografia, foi possível conhecer suas
diversas áreas, bem como o trabalho de muitos fotógrafos cujos trabalhos são
muito interessantes.
Assim, dentre as áreas, selecionou-se o campo da fotografia Urbana ou
‘StreetPhotography”, para a realização de um estudo mais aprofundado,
apresentado no presente trabalho de conclusão de curso.
Ao final do presente estudo são apresentados todos as referências
bibliográficas e sites consultados para a elaboração deste trabalho, bem como
as fontes das imagens que o ilustram.
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2. FOTOGRAFIA, ARTE E EXPRESSÃO: - Um breve histórico da
fotografia até os dias atuais.
É indiscutível a importância da fotografia na atualidade, porém, se
fizermos uma viagem de volta até à sua invenção, é difícil de imaginar qual o
impacto desta descoberta.
Desde já o primeiro grande nome a se destacar na história da fotografia, é
Aristóteles, conhecido filósofo da Grécia Antiga, que enquanto estava sentado
debaixo de uma árvore observou o reflexo do sol no solo em forma de meia-lua,
durante um eclipse parcial e de tal observação concluiu que quanto menor fosse
a distância entre as folhas penetradas pela luz do sol, mais nítida era a imagem
refletida.
O resultado desta observação, ignorada durante séculos, viria a ser
resgatada no século XIV por pintores que utilizavam essa “ideia”, designada por
“câmara escura”, para produzirem desenhos como material de apoio para as
suas pinturas. Leonardo da Vinci foi um desses pintores, e o primeiro a descrever
o conceito de “câmara escura”, embora esta descrição só tenha sido publicada
em 1797, ou seja, já no do século XVIII. A “câmara escura” tratava-se de um
“objeto” fechado, com um orifício que, segundo o princípio físico da propagação
retilínea da luz (entrada de luz no objeto), permitia um embate dos raios
luminosos na parede paralela ao orifício resultando na imagem real de tal objeto
invertido e quanto menor o orifício, mais nítida era a imagem formada, já que a
entrada de raios luminosos vindos de outras direções era menor dessa forma.
Com o aparecimento da “câmara escura”, muitos se interessaram pelo
aperfeiçoamento desta técnica, até então, essencial para a obtenção da primeira
fotografia, cuja autoria é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce, em 1826.
Ele teria sido o primeiro a conseguir colocar em prática a técnica da “câmara
escura”, expondo, durante oito horas seguidas, à luz solar, uma placa de estanho
coberta por betume, um derivado do petróleo, o que lhe permitiu obter a primeira
fotografia de que consta dos registros. Niépce intitulou a sua técnica de
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heliografia, justamente por e tratar-se de uma imagem conseguida através da
junção do sol e da física.
Posteriormente, Louis Jacques Daguerre, criaria o Daguerreótipo que
consistia numa “câmera escura” com chapas de prata que eram viradas dos dois
lados até que fosse possível com a iluminação adequada, obter uma imagem em
tons de cinza o que exigia que as fotografias fossem previamente iodadas.
Sabe-se, através de documentos históricos, que em 1839, cada chapa
custava em média 25 francos ouro e que geralmente estas fotografias eram
preservadas em estojo como jóias. Ou seja, algo muito caro que era visto como
uma forma única de preservar e perpetuar a memória das pessoas, sendo tratada
como uma verdadeira relíquia.
E se para uns a fotografia era utilizada para se obter retratos, para outros,
a fotografia era essencial para a pintura o que nos mostra que a fotografia no
início do século XIX é profundamente explorada pelos pintores o que daria
origem a uma secundarização da fotografia em relação à pintura onde o pintor
exercia sua maestria usando a fotografia apenas como complemento do seu
trabalho.
A secundarização da fotografia, rapidamente contestada, dá início ao que
pode ser visto como uma revolta artística. Surgem os primeiros fotógrafos que
defendem que a fotografia oferece um realismo muito mais preciso do que a
pintura já a pintura seria algo facilmente manipulável. Além disso, a fotografia
podia ser obtida num curto espaço de tempo, ao contrário da pintura que exigia,
em alguns casos, muitos meses e até anos para ser concluída
Gerada a polêmica e depois de infindáveis discussões e até mesmo
ofensas e entre os apoiantes da fotografia e os que viam a fotografia como um
produto da máquina e não do homem, finalmente reconhece-se a importância da
fotografia para o mundo da arte. Essa importância se torna cada vez mais nítida
inclusive na atualidade quando produzimos e consumimos fotografias a todo
instante e onde facilmente compramos câmaras fotográficas digitais e outros
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aparelhos que nos permitem produzir e publicar imagens em massa
imediatamente após a sua captura, algo que não se imaginava ainda em tempos
recentes quando era necessário todo o processo de revelação fotográfico que
levava algum tempo até o resultado final e a divulgação da fotografia em meios
de comunicação, o que aliás, faz com que século XXI seja considerado o “século
digital”, justamente por não haver necessidade de imprimir uma fotografia para
que esta tenha um valor simbólico e artístico, além disso, permite que qualquer
pessoa possa se transformar em fotógrafo, mesmo que por alguns instantes,
fazendo uso de uma câmera digital de última geração ou mesmo com a câmera
de um telefone móvel ou de um dispositivo produzido para conexão com
computadores e redes sociais. Sempre haverá que distinguir um fotógrafo
amador de um fotógrafo profissional, mas, o poder que a fotografia adquiriu na
sociedade é infinitamente maior do que quase todas as manifestações artísticas,
inclusive a pintura que envolve técnicas muito mais precisas, demoradas e
dispendiosas.
De qualquer forma, continua valendo a máxima de Henri Cartier-Bresson,
um dos mais importantes fotógrafos do século 20: “A fotografia é o único meio
que tem condições de fixar o instante”.
Para ele o instante é preciso e transitório, para sempre o que impõe a
fotografia o poder de contextualizar momentos relevantes da nossa existência
sem nenhuma pretensão de ser relevante, apenas transcende conceitos,
integrando e produzindo imagens que expressem beleza e sentido à existência.
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1. A FOTOGRAFIA URBANA
A fotografia urbana ou de rua, (“street photography”) não consiste em um
conceito novo dentro da fotografia e mesmo possuindo uma face mais
contemporânea, esse gênero já existe há mais de um século, quando as câmeras
portáteis começaram a se popularizar.
Apesar de ser uma prática de longa data, sólida e aclamada, a fotografia
urbana continua sendo incompreensível para muita gente, já que sua definição é
bastante abrangente.
A fotografia Urbana consiste basicamente no registro de eventos do
cotidiano, retratando as pessoas, situações e cenas corriqueiras do dia a dia. Tal
gênero requer a aplicação de algumas técnicas, como introduzir as pessoas e ou
objetos dentro das paisagens urbanas e fazer com que ambos se tornem uma
coisa só.
Trata-se de uma grande área que apresenta diversas funções, atuando
como instrumento de registro e de conhecimento, despertando admiração e,
inclusive, promovendo a mobilização social em torno de questões das mais
diversas importâncias sociais e políticas.
Acompanhamos diariamente o mundo ao nosso redor baseado em
imagens que nos trazem a realidade dos outros em paralelo com a nossa
inclusão dentro do contexto atual. Não seria possível imaginar hoje uma simples
intervenção urbana sem as diversas imagens que permeiam o universo de uma
cidade e dela extarem seu clímax, suas peculiaridades e características que
moldam e são constantemente influenciadas pelas ações de seus públicos.
Algo imprescindível para a vida cultural, social e politica atual, a fotografia
urbana se desprende cada vez mais de uma anatomia pré-definida para uma
produção em constante mutação, seja por influencia dos grandes meios de
comunicação, dos artistas de rua, das diversas camadas que fazem uso de redes
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de comunicação social, as redes socias, ou mesmo da fusão entre os gêneros
que nascem a todo tempo como forma de expressão urbana , a foto arte urbana
(Street-art-photo), necessidade e vontade de interagir e mostrar a efervescência
dos diversos mundos que permeiam e formam uma sociedade.
No entanto, embora a fotografia urbana seja, talvez, uma das categorias
mais populares na atualidade, é um trabalho que requer planejamento, coragem
e ousadia do fotógrafo, pois é necessário considerar atenuantes de um trabalho
fotográfico em meio ao caos de uma cidade extremamente movimentada, luz em
excesso ou mesmo a falta de luz, chuva, espaços abertos e ou falta de espaço
para se mover e fotografar de forma quase imperceptível em meio a multidões,
em corredores de alto trafego automotivo, embaixo de pontes e viadutos, dentro
de mercados, ônibus, trens, igrejas, etc. Considerar tudo isso é imprescindível
para um fotografo de rua que deve optar por uma câmera mais leve e lentes
grande-angulares, a 35mm, por exemplo, é uma boa opção.
Dentro de um mercado cada dia mais competitivo e abrangente o fotógrafo
de rua precisa, antes de mais nada, ter o desejo de produzir o que ninguém
imaginou e tirar dos cenários os mais diversos elementos visuais que despertem
desejo e curiosidade, não só pelo assunto, mas principalmente pela surpresa de
ver algo novo num espaço comum e corriqueiro.
Muitos foram os profissionais que se destacaram e promoveram a
fotografia urbana até aqui e na impossibilidade de citar todos, falaremos um
pouco sobre alguns, dentre os mais importantes e alguns promissores fotógrafos
de fotografia Urbana elencados na sequência;
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3.1 Henri Cartier-Bresson (1908-2004)
Desenhar com a luz é talento para poucos e quem gosta de fotografia
sabe a relevância do francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004), no universo
das imagens.
Uma das maiores referências na fotografia de rua, o fotojornalista Cartier-
Bresson, que desde o começo do século XX proporcionou ao mundo imagens
que marcaram época, tem um estilo próprio e original que é facilmente
reconhecido até hoje, e sua narrativa visual continua sendo uma grande
influência para os novos fotógrafos do gênero.
Cartier-Bresson era filho de classe média (industriais têxteis),
relativamente abastada. Quando criança, ganhou uma câmera fotográfica Box
Brownie, com a qual produziu inúmeros instantâneos. Sua obsessão pelas
imagens levou-o a testar uma câmera de filme 35mm. Além disso, Bresson
também pintava e foi para Paris estudar artes em um estúdio. Em 1931, aos 22
anos, Cartier-Bresson viajou pela África, onde passou um ano como caçador.
Porém, uma doença tropical obrigou-o a retornar a França. Foi neste período,
durante uma viagem a Marselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia,
inspirado pela fotografia Três Rapazes no Lago Tanganica do húngaro Martin
Munkácsi, publicada na revista Photographies (1931), mostrando três rapazes
negros a correr em direção ao Lago Tanganic:
Três meninos no lago – Martin Munkácsi 1930 Primeira câmera Leica de Heri Cartir-Bresso
https://criacria.com/2011/08/22/tres-meninos-no-lago-tanganyika/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Cartier-Bresson#/media/Ficheiro:Cartier-Bresson's_first_Leica.jpg
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Em 1947, Cartier-Bresson fundou a agência fotográfica Magnum junto
com Bill Vandivert, Robert Capa, George Rodger e David Seymour "Chim".
Começou também o período de desenvolvimento sofisticado de seu trabalho.
Revistas como a Life, Vogue e Harper's Bazaar contrataram-no para viajar pelo
mundo e registrar imagens únicas. Europa, Estados Unidos, Índia ,China, em
todos os cantos Bresson dava o seu ponto de vista especialíssimo e tornava-se
o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registrar a vida na União Soviética de
maneira livre. Fotografou os últimos dias de Gandhi e
os eunucos imperiais chineses, logo após a Revolução Cultural. Na década de
1950, vários livros com seus trabalhos foram lançados, sendo o mais importante
deles "Images à la Sauvette", publicado em inglês sob o título "The Decisive
Moment" (1952). Em 1960, uma megaexposição com quatrocentos trabalhos
rodou os Estados Unidos em uma homenagem ao nome forte da fotografia.
Henri Cartier-Bresson – Fonte https://pt.wikipedia.org/w/index.php?curid=5812203
Henri Cartier-Bresson é, até hoje, uma das maiores referências para o
mundo da fotografia independente do estilo do fotografo.
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3.2 Robert Frank - 1924
Robert Frank (Zurik,09 novembro de 1924) é um suíço-
americano, fotógrafo e documentarista . Sua obra mais notável, o livro de 1958
intitulado “Os americanos” documenta o estilo de vida americano e provoca uma
verdadeira revolução na fotografia urbana, quando publica o resultado dessa
viagem rodoviária atravessando os Estados Unidos Unidos mostrando nuances
da sociedade americana. Ao longo do tempo e através da sua inspiração de
artistas posteriores, “os americanos” tornara-se um trabalho seminal na
fotografia e história da arte , e é o trabalho com o qual Frank é mais claramente
identificado. Critic Sean O'Hagan, escrevendo no The Guardian em 2014, disse
que "é impossível imaginar passado recente da fotografia e do presente
esmagadoramente confuso sem a sua presença demoradamente generalizada."
e que a obra de Frank, “os americanos , mudou a natureza da fotografia, o que
poderia dizer e como poderia dizê-lo. [...] continua a ser talvez o livro de fotografia
mais influente do século 20".
Em 1961, Frank recebeu sua primeira exposição individual,
intitulada Robert Frank: Fotógrafo , no Instituto de Arte de Chicago . Ele também
foi homenageado no Museu de Arte Moderna em Nova York em 1962 e outras
tantas Homenagens surgiriam nos próximos anos e até hoje o seu livro “The
Americans” gera grandes debates e grandes exposições ao redor do mundo
eternizando a revolução causada na fotografia urbana após o seu surgimento.
Fonte: https://petapixel.com/2018/12/07/robert-frank-on-shooting-his-seminal-photo-book-the-americans/
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Robert Frank e sua paixão pela fotografia, cinema criou uma obra que
acolhe dezenas de filmes, livros e estudos críticos que referencia a arte da
fotografia e do cinema para todas as gerações de fotógrafos do último século.
Suas obras continuam entre as mais acessadas, pesquisadas e expostas pelo
mundo e trazem sempre novas propostas para se pensar, fazer e consumir arte
visual;
Robert FRANK aos 91 anos .
Fonte:https://pt-br.facebook.com/RobertFrankFans/photos/robert-frankat-age-91-robert-frank-zurich-1924-is-perhaps-the-most-influential- p/1110984905603130/
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3.3 Garry Winogrand (1928/1984),
americano do Bronx, Nova York, conhecido por retratar a vida nos EUA e
suas questões sociais, em meados do século XX. Embora ele tenha fotografado
na Califórnia, no Texas e em outros lugares, Winogrand era essencialmente um
fotógrafo de Nova York.
Winogrand trabalhou como fotojornalista freelancer e fotógrafo publicitário
nos anos 1950 e 1960. Entre 1952 e 1954, foi freelancer na agência PIX
Publishing , em Manhattan, com uma introdução de Ed Feingersh e de 1954 na
Brackman Associates.
Duas das fotografias de Winogrand apareceram na exposição The Family
of Man, de 1955, no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova York. Sua
primeira exposição individual foi realizada na Galeria de Imagens em Nova York
em 1959. Sua primeira exposição notável foi em Five Unrelated
Photographers em 1963, também no MoMA em Nova York, juntamente
com Minor White , George Krause e Jerome Liebling. e Ken Heyman.
Na década de 1960, ele fotografou em Nova York, ao mesmo tempo que
os contemporâneos Lee Friedlander e Diane Arbus .
Em 1964, Winogrand recebeu uma bolsa Guggenheim da John Simon
Guggenheim Memorial Foundation para viajar "para estudos fotográficos da vida
americana"
Sua vida complicada com mulheres se torna polêmica, quando ele produz
e publica, em meio ao ápice da revolução feminista, o “Women Are Beautiful “,
um livro fotográfico muito vasculhado que explorou seu fascínio pela forma
feminina. "A maioria das fotos de Winogrand são tiradas de mulheres em
posições classificadas com vulgares ou pelo menos questionáveis e parecem ser
desconhecidas para elas", diz um crítico. "Essa abordagem sincera adiciona um
elemento de desconexão entre o espectador e o visualizado, o que cria
estranheza nas próprias imagens."
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Fontes ; https://www.manhattanrarebooks.com/pages/books/198/garry-winogrand/women-are-beautiful/?soldItem=true :https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/f/fd/Garry_Winogrand-crop.jpg
Polêmico mas também produtivo, o que comprova o acervo Garry
Winogrand, no Centro de Fotografia Criativa (CCP), que inclui mais de 20.000
impressões digitais, 20.000 folhas de contato, 100.000 negativos e 30.500 slides
coloridos de 35 mm, bem como um pequeno número de impressões Polaroid e
vários filmes amadores e independentes filmes. Alguns de seus trabalhos não
desenvolvidos foram expostos postumamente e publicados pelo MoMA na visão
geral de seu trabalho Winogrand, Figments from the Real World (2003).
Seu legado inclui filmes, publicações e um imenso acervo que muito
contribui para construir a história da fotografia e certamente por isso lhe rendeu
críticas como a do Washington Post, quando Frank Van Riper o descreveu como
"um dos maiores fotógrafos de documentários de sua época", mas acrescentou
que ele era "um nativo nova-iorquino de bom tom, que tinha a voz de um taxista
do Bronx e a intensidade de um caça trufas "
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3.4 Daiane Arbus - 1923 -1971
Seu interesse por fotografia surgiu no início da vida adulta, ao lado de seu
marido, com o qual começou uma agência de fotografia profissional cujos
trabalhos estamparam diversas edições de moda da época, as quais
interessavam-se pela abordagem crua do casal. Arbus, no entanto, revelou para
um amigo que tinha medo de que fosse conhecida simplesmente como “a
fotógrafa de aberrações”
Novaiorquina, ficou conhecida pelas suas fotografias quadradas em preto-
e-branco de pessoas comuns e de pessoas marginalizadas em suas vidas
cotidianas conseguiu impactar o mundo da fotografia no final dos anos 50
mudando completamente o rumo de seu trabalho para o mundo da fotografia
independente assumindo uma fotografia de rua, Arbus inicia uma nova etapa de
sua carreira tirando fotos de pessoas que conheceu em circos estranhos,
necrotérios sinistros, hospitais psiquiátricos e outras localidades. Se tornou
famosa por suas fotografias excêntricas que retratavam diferentes e incomuns
sujeitos fotográficos como prostitutas, travestis da época.
Fonte:https://br.pinterest.com/clamichelin/diane-arbus-fotos-incr%C3%ADveis-e-seus-fot%C3%B3grafos/
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Daiane Arbus trazia a realidade dos marginalizados provocando uma
inclusão social quando ainda nada se fazia ou falava sobre respeito as
diversidades. Sua fotografia urbana não carecia de legendas e a sua
preocupação social estava registrado a cada click, em cada personagem, em
cada imagem dos guetos e submundo por onde transitava a sua inspiração.
Sua contribuição para a história da fotografia teve um alcance além da
técnica e despertou a atenção da fotografia para um mundo, até então, esquecido
pelos grandes fotógrafos que ainda estavam presos, em sua maioria, a padrões
de beleza os que meios sociais e de comunicação exploravam até aquele
momento.
Em 1971, após uma série de crises depressivas, Arbus suicidou-se. Sua
obra essencialmente provocativa gerou e ainda gera discussões por todo o
mundo fotográfico e a tornou cada vez mais popular sendo a primeira norte-
americana a ter fotografias expostas na Bienal de Veneza. Milhões de pessoas
viram sua obra em exposições móveis entre 1972 e 1979. Entre 2003 e 2006,
Arbus e a sua obra foram o tema de outra grande exposição móvel, Diane Arbus
Revelations.
Uma grande fotografa que deixou um questionamento perene sobre o
papel da fotografia na vida cotidiana das pessoas marginalizadas.
Retrato de Diane Arbus por Roz Kelly, 1968
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Diane_Arbus
22
3.5 Lee Friendlander 1934
Outro norte americano, de Washington, o lendário Lee Friendlander, não
poderia deixar de ser analisado aqui. Sua obra fotográfica, vai das capas de
discos de jazz e uma nova forma de olhar, até um mundo que parece
irreconhecível ao homem comum. Friedlander desenvolveu uma linguagem
visual influente, uma espécie de “paisagem social", com muitas das suas
fotografias, incluindo fragmentos de reflexões loja de frente, estruturas
emolduradas por cercas, cartazes e placas de rua.
Friedlander nasceu em Aberdeen, Washington, e estudou fotografia no Art
Center College of Design em Pasadena, Califórnia. Em 1956, ele se mudou para
Nova York, onde fotografou jazz músicos para capas de discos. Seus primeiros
trabalhos foram influenciados por Eugène Atget , Robert Frank , e Walker
Evans . Em 1960 Friedlander foi premiado com uma bolsa da Fundação
Guggenheim para se concentrar em sua arte, e novamente premiado com bolsas
subsequentes em 1962 e 1977. Algumas de suas fotografias mais famosas
apareceram na playboy, edição de Setembro de 1985 que trazia fotos nuas em
preto e branco de Madonna do final dos anos 1970. Uma estudante na época,
ela recebeu apenas US $ 25. Em 2009, uma das imagens foi vendida por US $
37.500 em um leilão.
Madonna - por Lee Friedlander
Fonte:https://br.pinterest.com/pin/96897829452887683/?lp=true
23
Trabalhando principalmente com a Leica de mão de 35 mm e filme preto-
e-branco , o estilo de Friedlander sempre esteve focado na "paisagem social"
que emoldurava um olhar de vida moderna que somente ele foi capaz de captar.
Em 1963 o museu internacional de fotografia monta sua primeira
exposição individual e a partir de então, se torna uma figura obrigatória para
exposições em diversos museus, inclusive na exposição sob a curadoria de John
Szarkowski 1967, no Museu de Arte Moderna em Nova York junto com Garry
Winogrand e Diane Arbus . Em 1973, seu trabalho foi homenageado
no Rencontres d'Arles festival na França com a exibição "Soirée américaine:
Judy Dater, Jack Welpott, Jerry Uelsmann, Lee Friedlander", apresentado por
Jean-Claude Lemagny. Em 1990, a Fundação MacArthur premia Friedlander
e em 2005, o Museu de Arte Moderna apresentou uma grande retrospectiva da
carreira de Friedlander, incluindo cerca de 400 fotografias da década de 1950
até o presente; foi apresentado novamente em 2008 no Museu San Francisco de
Arte Moderna .
Fonte: https://fraenkelgallery.com/artists/lee-friedlander
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Sua obra tem grande influência neste século de história da fotografia
influenciado grandes nomes da fotografia e dos cinemas internacionais que se
inspiraram e ainda se inspiram numa linguagem social característica e
fortemente retratada em seu trabalho ao longo de toda sua vida.
Lee Friedlander – auto-retrato
Fonte: https://pleasurephoto.wordpress.com/2012/01/07/lee-friedlander-self-portrait-60s
25
3.6 Victor Dragonetti, 28 anos
Victor Dragonetti, 28 anos, mais conhecido como Drago. Ele ficou
internacionalmente conhecido por apresentar fotografias que registravam as
manifestações ocorridas em São Paulo, em junho de 2013. O trabalho dele
ganhou o prêmio Fotografia do Ano, com imagem do policial ferido apontando a
arma para os manifestantes na série “Em Processo, 2013”.
Inserido no contexto social de uma nova safra de fotógrafos que têm a sua
disposição aparatos digitais sofisticados a sua fotografia mostra claramente uma
linguagem de urgência que somente poderia ser vivenciada numa sociedade
limítrofe.
Fontehttp://www.ung.br/noticias/7-fotografos-da-atualidade-que-voce-precisa-conhec
Garoto problema nas escolas por onde passou e foi expulso
simultaneamente por 6 ou 7 vezes, Drago começou a fotografar por curiosidade
quando encontrou uma câmera de sua mãe que lhe deu algumas explicações
rápidas sobre o funcionamento da Zeniti com fotômetro quebrado e bem antiga.
Considerado por muitos como o futuro da fotojornalismo, Drago passou
por um período ao lado do experiente jornalista Gilberto Dimenstein, no entanto,
a rua era mais forte e seduzia cada vez mais esse aluno problema. os estudos
formais foram abandonados no primeiro colegial. O garoto, que alguns anos
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depois viria a receber o prêmio ExxonMobil de fotografia, a principal premiação
nacional de fotojornalismo, não se adaptou ao nosso sistema de ensino.
O Dimenstein fez um artigo na Folha de São Paulo falando sobre a
primeira exposição e sobre a realização do sonho desse adolescente de 17 anos,
aproveitando a parada para dar uma bela cutucada nas educadoras que haviam
chamado o garoto de retardado.
Os trabalhos com o experiente jornalista começaram a não ser um grande
motivo para a fotografia; além disso, as ruas passaram a seduzir cada vez mais.
Essa virada para a fotografia de rua é o que dá início à formação do coletivo de
fotografia de rua SelvaSP. Trata-se de um grupo de jovens fotógrafos que
tomariam de assalto a fotografia documental durante as jornadas de junho.
Depois disso, drago mostraria seu trabalho para o mundo e sua paixão
pela fotografia de rua viria a ganhar o prêmio de fotografia do ano com a imagem
do policial ferido apontando uma arma para manifestantes durante os protestos
de 2013 na cidade de São Paulo;
O POLICIAL WANDERLEI VIGNOLLI APONTANDO A ARMA PARA O FOTÓGRAFO VICTOR DRANETTI. FOTO: DRAGO/SELVASP FONTE: https://www.vice.com/pt_br/article/4xgm8m/drago-e-a-selva-de-sp
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3.7 Felipe Dana, 34 anos
Outro brasileiro de grande destaque, o carioca Felipe Dana, 34 anos, um
dos novos nomes da fotojornalismo impactante, já registrou a violência urbana
na América Latina, a epidemia do Zika vírus, as consequências de desastres
naturais e, o mais recente, guerra em Mosul, no Iraque. Seu trabalho recebeu
vários prêmios, incluindo World Press Photo, POY - Fotos do Ano Internacional
e Latam, NPPA, CHIPP - China International Photo Competition, o fotojornalismo
de Atlanta, entre outros.
Fonte : http://www.joaquimnabuco.edu.br/noticias/conheca-7-incriveis-fotografos-da-atualidade
Seu trabalho de cobertura numa região tão perigosa quanto Mosul foi um
desafio. "Primeiro, é preciso ter muito cuidado com a própria segurança, não há
porque colocar sua vida em risco", diz ele. "Segundo, o acesso é muito difícil.
Somos muito limitados pelas forças armadas. Muitas vezes, mesmo quando nos
é dado acesso, se a operação não está correndo como esperado, eles vão te
tirar dali rapidamente."
Mas, mesmo com as limitações, Felipe produziu uma ampla e sensível
documentação da ofensiva. Seu foco foi sempre nas pessoas, em vez da guerra.
Apesar das imagens de carros destruídos, de nuvens de fumaça e de edifícios
no chão serem impactantes, são as mulheres fugindo do fogo ou as crianças
surgindo de escombros que contam a história mais profunda. "Ainda que os
danos na cidade sejam chocantes, acho que, no fim, é sobre as pessoas que
vivem na cidade", diz Felipe. "É isso o que mais me interessa."
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O sofrimento das crianças de Mosul é tema ao qual Felipe retorna com
frequência. A imagem sombria do garoto em uma bicicleta entre ruínas de casas
e carros ou a menina de rosa brincando em um balanço são visões surreais no
contexto de uma zona de guerra. Felipe disse que as cenas são
surpreendentemente comuns e revelam a capacidade das crianças de "seguir
em frente". No entanto, ele acrescenta, são muitos os momentos que eles nunca
mais esquecerão.
São histórias que mostram que a queda do bastião do Estado Islâmico não
foi uma vitória fácil. "Trata-se de uma liberação do Isis, e concordo que muitos
civis estavam extremamente descontentes de viver sob o seu controle", disse
Felipe. "Mas foi uma batalha muito, muito complicada, que deixou milhares de
mortos, muitas crianças sem pais e muitos pais sem suas crianças. Nem todo
mundo tem motivos para celebrar."
Fonte: https://www.nationalgeographicbrasil.com/fotografia/2017/09/fotografo-brasileiro-revela-ruinas-da-guerra-em-mosul-no-iraque
Depois disso tudo Felipe quer focar nas histórias depois da guerra. "Vou
observar a reconstrução, pessoas voltando às suas vidas, como é a vida depois
do Isis", ele disse. "Vou focar nas consequências da guerra."
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3.8 Alexandre Urch, 41 anos
Paulistano, nascido em abril de 1977, trabalha como fotógrafo desde 2000.
Vencedor de diversos prêmios de fotografia, onde se destacam o primeiro e
segundo lugares da XVI Bienal Nacional de Arte Fotográfica em Cores, Concurso
Canon Jornalistas em Foco, 1º lugar na categoria ensaio do 9º Concurso
Fotográfico Leica-Fotografe Melhor, 8º Festival Internacional da Imagem
Fotográfica em Atibaia, entre outros e participou de diversas exposições coletivas
e individuais pelo Brasil e no exterior. Teve seu trabalho representado pelas
galerias de arte: Galeria Lume de 2011 a 2014, Galeria Porão de 2014 a 2016 e
da Galeria Fotospot durante o ano de 2017.
Seu trabalho é totalmente focado na fotografia autoral e documental, onde
se destaca a apropriação e exploração de imagens do cotidiano que buscam
tornar o invisível e ordinário visível para todos utilizando as mais diversas
técnicas e equipamentos fotográficos.
Além do seu conhecido e premiado trabalho autoral ele também produz
trabalhos publicitários e já trabalhou para marcas e empresas como Citröen, LG,
Asus, Bem Mais Seguros, Air France, Reserva, BNP Paribas, Under Armour,
Comitê Paralímpico Brasileiro entre outras.
Altamente produtivo também se destaca nas redes sociais com uma
fotografia urbana e impositiva.
Fonte: https://www.alexandreurch.com.br/
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Urch atua na fotografia com todas as ferramentas possíveis. Desde
smartphone até fotografia analógica.
- “Para mim, ser fotógrafo não é uma profissão, é um estilo de vida. Minha
alegria é atrás da câmera, tocando meus projetos, vendendo meus trabalhos e
minhas fotos”;
Com um trabalho focado na fotografia autoral, com destaque para imagens
do cotidiano, ele explora as mais diversas ferramentas, desde a tradicional reflex,
passando pelo smartphone, até experiências ousadas, como uma Mavica, para
gerar arquivos minúsculos em disquetes, tudo fica claramente perceptível no
resultado de seu trabalho que encanta e aguça a curiosidade de que o
acompanha;
Fonte:https://fhox.com.br/entrevistas/saiba-mais-sobre-o-fotografo-paulistano-alexandre-urch/
Alexandre Urch, (instagram.com/aurch), vem se destacando como um dos
maiores nomes na fotografia nacional. Urch é um fotógrafo compulsivo das
ruas e, diferente da maioria dos fotógrafos profissionais, basta olhar como ousa
e usa seu celular para montar suas composições criativas para projetos pessoais
e comerciais. Com seu olhar apurado, ele consegue realizar composições
interessantes, utilizando muitas cores na captura do cotidiano.
Procura utilizar muito pouco os filtros porque gosta de trabalhar com o
contraste natural das imagens, fotografando em horários onde o sol está bem
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alto e isso já ressalta bastante as cores e sombras. Ele costuma trabalhar o
contraste e saturação no aplicativo do Instagram.
Seus retratos são fortes e impactantes, seu esforço é para que sejam reais
e naturais. A autenticidade ao abordar alguém para fotografar, identificação com
o fotografado, conversa boa e sorrisos antes de apertar o botão é a parte que
mais facilita do processo, diz ele. Urch acredita que a fotografia é uma troca de
energia entre fotógrafo e fotografado, mesmo sem um saber da existência do
outro na hora da foto.
Alexandre Urch
Fonte:http://www.comites.com.br/noticias-ler/jurados-de-fotografia
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3.9 Danny Zappa, 27 anos
Outro destaque dentro da fotografia urbana atual é Danny Zappa, 27 anos,
sueco nascido em Estocolmo, mas com raízes portuguesas, vive no Brasil, em
São Paulo, também conhecido no mundo da internet como @dannyzappa.
Fotógrafo e Criador de conteúdo comercial para marcas e suas mídias sociais
costuma dar dicas em seu Blog sobre fotografia mobile, criação de conteúdo
comercial, edição de imagens com aplicativos, tutoriais e dicas úteis para quem
gosta de fotografar usando apenas o smartphone.
Danny Zappa
Fonte:https://dannyzappa.blog/2016/08/29/entrevista-para-melancia-mag/
Durante quase 10 anos, Zappa trabalha na área como designer gráfico e
digital no mercado de agências de publicidade, escritórios de design e
consultorias de marca. Aprendeu na prática e com gente muito boa.
Seu trabalho mostra exatamente o que percebemos em sua formação de
design.
Um fotografo que usa e abusa do design em todos os cantos, abusa e usa de
tecnologia e parece não se repetir nunca. Suas fotos são sempre novas fotos
com seus traços e não seus traços em novas fotos.
As novas gerações de fotógrafos vêm com ideias e tecnologias que podem
se integrar e produzir belíssimas imagens!
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No caso de Danny Zappa, basta um olhar no seu trabalho pra querer ver
o outro design da outra foto e isso sem se afastar da imagem em primeiro plano.
Um artista complementando o outro, assim é o trabalho do fotografo e
design ou design e fotografo.
A fotografia já estava presente mesmo antes do designer surgir. O pai de
Danny Zappa tinha uma câmara escura em casa onde revelava seus filmes e”
pendurava tudo num varal pra seca”, como ele mesmo diz numa entrevista.
O fato é que seu trabalho encanta milhares de pessoas todos os dias e
sua criação é a resposta pra tantos seguidores e admiradores espalhados pelo
planeta.
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Sem dúvida é uma fase de muita convergência de talentos dentro do
mundo da fotografia e em especial na fotografia urbana que tem tantas
descobertas imediatas quanto queira o olho.
Fonte:http://www.ideafixa.com/oldbutgold/dannyzappa
35
3.10 Gustavo Minas, 38 anos
Gustavo Gomes, também conhecido como Gustavo Minas é mineiro da
cidade de Cássia, MG; Gustavo Minas é uma das principais referências em street
photography no mundo e o talento gigantesco já lhe rendeu, inclusive, o 2º lugar
no International Sreet Photography Awards de 2013.Pode-se dizer, sem
exageros, que o cara é um dos melhores fotógrafos do mundo no gênero “street
photography”.
Formado em jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, estudou
linguagem e história da fotografia com Carlos Moreira. Desde 2009, fotografa o
cotidiano das cidades onde vive. Atualmente, trabalha como jornalista e fotógrafo
freelancer em Brasília. Em 2017, sua série ‘Rodoviária’ venceu o prêmio POY
LATAM na categoria “O Futuro das Cidades”.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=tfMdNYGTxwo
As fotos de Gustavo são dotadas de composições sofisticadas, com alto
grau de complexidade, que exploram visualmente os inúmeros reflexos da
arquitetura cotidiana e, assim, traçam um paralelo com a multifacetada
identidade do povo brasileiro, cuja pluralidade se expressa nas janelas,
fragmentos de espelhos e reflexos que circundam as imagens. Permitem um
mergulho nas particularidades existenciais do cidadão comum. As fotografias vão
muito além do padrão estético que estamos acostumados a absorver no
36
bombardeio imagético lançado pela indústria cultural de massa e rompem com a
trivialidade da composição.
Seu primeiro livro 'Maximum Shadow, Minimal Light', onde reúne um
conjunto de poderosa excelência fotográfica sobre a vida do cidadão comum nos
centros urbanos brasileiros, lançado recentemente já é considerando um dos
principais livros de fotografia nacionais e está conquistando muita gente pelo
mundo a fora.
Livro: MAXIMUM SHADOW MINIMAL LIGHT -Gustavo Minas
Fonte:https://edition.lammerhuber.at/en/books/maximum-shadow-minimal-light
Gustavo Minas é um operário incansável da imagem, aproveita cada
entardecer como uma oportunidade única para explorar novos lugares e cantos
escondidos da cidade banhados pelo amarelo solar.
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Se os absurdos que cercam a realidade brasileira parecem torná-la um
filme de ficção, as imagens de Gustavo nos aterram neste processo exaustivo de
compreensão do país e nos oferecem um novo olhar para o cidadão comum com
excelência verdade.
Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/26/album/1561502741_390322.html#foto_gal_8
A rua é um chamado fotográfico, um convite a transitar pela realidade para
documentar as transformações do nosso tempo. Uma boa fotografia, como a
produzida por Gustavo, é consequência de um trabalho árduo e dedicado.
A busca da luz perfeita para suas composições no início do dia ou finais
de tarde traçam os reflexos que são característicos de suas rebuscadas
composições;
Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/26/album/1561502741_390322.html#foto_gal_8
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4. Considerações sobre a fotografia Urbana e mercado.
A partir de uma análise mais aprofundada alguns aspectos da fotografia
Urbana saltam aos olhos de qualquer um que se interesse pelos detalhes e no
caso presente foi possível conhecer a riqueza de possibilidades que essa área
da fotografia permite. Pode-se dizer que em geral, cada fotógrafo possui seu
estilo e técnica que os diferencia entre si e torna único cada trabalho, mas que
tanto em outros tempos anteriores a chegada da fotografia digital quanto no
momento atual quando somos bombardeados pela informação visual em todos
os cantos, em ambos os momentos da fotografia urbana podemos perceber nos
detalhes criativos o interesse dos fotógrafos pela interação homem versus
ambiente sempre sinalizando uma tendência, uma tragédia, ou mudança
comportamental. Tanto em Cartier-Bresson, quanto em Gustavo Minas, nos
detalhes criativos e na busca da luz, mesmo com tantas gerações entre eles,
ainda assim podemos perceber essa idéia de relatar a influência ou a interação
do homem com seu espaço de abrangência sem pretensão de compor uma
ordem ou uma regra, mas sim de explorar a desordem causada por esta
interação, por este convívio.
É, portanto, um espaço profissional que exige muito mais do que apenas
técnica do fotografo, mas também uma formação sólida que o insira na realidade
das multicamadas sociais, que o apresente como um potencial participante da
cena com a qual compõe sua história e com a qual inspira o observador que
busca a integração dos fatos com a imagem. Não por acaso este mercado está
permeado de profissionais da fotografia que acumulam formações distintas com
o estudo da fotografia, seja de áreas visuais, sociais ou analíticas, cada um dos
profissionais abordados sempre carrega em seus registros fotográficos uma
identidade daquilo que vivem ou vive ao logo de suas trajetória profissionai e
pessoal e isso é algo que parece primordial para o profissional da fotografia
urbana ter o devido destaque de seus trabalhos, a diferenciação por vivencia e
não apenas ou simplesmente a condição de uso de tecnologia ou técnicas
rebuscadas para a edição e composição de material que apresentem apenas o
que se vê como beleza de cores e traços finos.
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Talvez seja a área com maior exigência de fatos e experiências para a
consolidação de um profissional de fotografia, mas há cada vez mais criatividade
e espaço para novas linguagens e novas descobertas para os apaixonados pela
vida em movimento.
Revistas, sites, jornais e canais de transmissão via streaming e internet
formam o mercado mais emergente para geração de conteúdo proveniente
destes profissionais e há sempre um espaço para quem quer desenvolver algum
trabalho criativo que mostre o novo dentro dos aspectos da fotografia urbana que
por vezes é repetitiva.
Há ainda um mercado que parece cada vez mais explorado na fotografia
urbana que está vinculado as causas sociais. Cada vez mais, como mostrou o
estudo dos profissionais aqui citados, a fotografia urbana se insere no contexto
social. A fotojornalismo está em alta e a movimentação das grandes metrópoles
e da vida politica e social das populações é um grande foco para boa parte dos
profissionais que atuam e sobrevivem da fotografia nos dias atuais.
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4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de um mergulho na história da fotografia através de tantos artistas
geniais, os citados e os não citados aqui, há de se entender que um grande
fotografo pode ser muito famoso, mas nem sempre um famoso na área é um
grande fotografo!
Os geniais são desbravadores e apaixonados pela arte de fotografar e se
atiram até o fundo na história e na criação de novos olhares dentro da fotografia.
Não seria possível elencar a quantidade de fotógrafos geniais que temos
atualmente e grande parte deles não está nas revistas e nem nos meios de
comunicações tradicionais, não têm studios maravilhosos e tampouco grande
exposições pelo mundo a fora, há muitos que estão exercitando sua paixão de
forma anônima ou em pequenos nichos fotográficos e redes sociais.
Considerando a história de alguns grandes gênios da fotografia pudemos
perceber que nem sempre são artistas ou fotógrafos que surgiram rapidamente
em um ou outro local, mas basicamente todos tiveram longas jornadas de
estudos e pesquisas aprofundadas em temas e áreas especificas da fotografia
para mostrar com técnica o que já traziam no olhar, na alma.
Observando os geniais fotógrafos que compõem esse trabalho de
conclusão do curso de Fotojornalismo da Escola de Fotografia Focus, e outros
tantos, que não estiveram citados aqui pude perceber que estou somente no
início da jornada e que há ainda muito a percorrer para sentir o que de fato vive
um fotografo, mas sinto que fui bem encaminhado até aqui.
41
REFERÊNCIAS
Livros:
SMITH, Haydan - Breve história da fotografia: Um guia para os principais
gêneros, obras, temas e técnicas Editora GG
LEITE, E. Fotografia Digital – Aprendendo a Fotografar com Qualidade. Editora Viena, 2017. VASCONCELOS, Cássio – Aéreas Coleção Fotógrafo Viajantes -2 - Ed. Terra Virgem – 2010 RANMALHO, José – Fotografia Digital – Ed. Campus.
Sites consultados:
Busca google.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Cartier-Bresson
https://en.wikipedia.org/wiki/File:The_Americans_(2nd_printing).jpg
https://pt.qwerty.wiki/wiki/The_Americans_(photography)
https://petapixel.com/2018/12/07/robert-frank-on-shooting-his-seminal-photo-
book-the-americans/
https://www.manhattanrarebooks.com/pages/books/198/garry-
winogrand/women-are-beautiful/?soldItem=true
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/f/fd/Garry_Winogrand-crop.jpg
https://br.pinterest.com/clamichelin/diane-arbus-fotos-incr%C3%ADveis-e-seus-
fot%C3%B3grafos/
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fot%C3%B3grafos/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diane_Arbus
https://pt.qwerty.wiki/wiki/Lee_Friedlander
https://br.pinterest.com/pin/96897829452887683/?lp=true
https://www.vice.com/pt_br/article/4xgm8m/drago-e-a-selva-de-sp
https://www.nationalgeographicbrasil.com/fotografia/2017/09/fotografo-
brasileiro-revela-ruinas-da-guerra-em-mosul-no-iraque
http://www.joaquimnabuco.edu.br/noticias/conheca-7-incriveis-fotografos-da-
atualidade
https://www.alexandreurch.com.br/info/
https://fhox.com.br/entrevistas/saiba-mais-sobre-o-fotografo-paulistano-
alexandre-urch/
http://cursodefotografia.org/fotografos/fotografos-famosos-brasileiros/
https://focusfoto.com.br
http://www.resumofotografico.com/2016/01/top-10-melhores-fotografos-
depaisagem-do-mundo.html
https://www.blogdaale.com.br/foto-celular-e-redes-sociais-faca-cliques-incriveis-com-o-
fotografo-alexandre-urch
42
http://www.comites.com.br/noticias-ler/jurados-se-reunirao-no-proximo-domingo-para-a-
selecao-das-fotos-do-workshop-de-fotografia
http://docfoto.com.br/site/fotografo/gustavo-minas/
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/25/opinion/1561481927_145033.html?id_externo_rsoc=
FB_BR_CM&hootPostID=4abc559c8131a41fc4d768d592cf3472&fbclid=IwAR3aHpY8KaA5Q6
a7C-0Nulr_NJ_OsMfoiGdBEo4rlrj0gKYhTdH-BQWlw4Y
https://edition.lammerhuber.at/en/books/maximum-shadow-minimal-light
https://www.gustavominas.com/Sobre-About-Contact-Press
https://www.youtube.com/watch?v=tfMdNYGTxwo