Ficha formativa 2
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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS IBN MUCANAHistória da Cultura e das Artes – 10ºF – 2011/2012
Ficha formativa 2_________________________________________________________________________________________
Módulo 1 – A Cultura da Ágora
1.1 Descrever o plano de Hipódamo para a cidade de Mileto e santuários.
Hipódamo concebeu uma cidade racional e funcional, segundo um plano em quadrícula
ortogonal que definia três áreas residenciais: as ínsulas, uma grande agora e o teatro,
templos e os santuários.
Era formada por avenidas longitudinais, definindo áreas diferenciadas segundo as suas
funções;
A malha quadriculada era definida a partir de um módulo constituído por quarteirões (as
ínsulas);
Os quarteirões eram formados por duas filas de cinco casas; estas tinham uma planta
geralmente rectangular e organizavam-se à volta de um pátio circundado por colunas (o
peristilo); havia uma sala principal (androceo) e um lugar mais recolhido (o gineceu).
1.2 Caracterizar a arquitetura grega.
Tipologia de edifícios – Religiosa e civil – templos, teatros, estádios;
Elementos decorativos – esculturas, baixos-relevos pintados.
Inicialmente a arquitectura grega utilizou materiais como a madeira, tendo sido substituída pela pedra
calcária (sobretudo o mármore) a partir de finais do séc. VII a.C.;
perfeição, do equilíbrio e da harmonia - Criaram normas e regras construtivas, cânones para a
concretização artística, valores estéticos e modelos duradouros, nos quais todos os detalhes,
os aspectos decorativos e/ou pormenores tinham de se sujeitar à harmonia e ao ritmo do
conjunto
Dividiu-se em três períodos distintos:
» Período Arcaico (séc. VIII ao inicio do séc. V a.C.) - Caracteriza-se pela procura do inteligível, da
ordem, do monumental e da maturidade;
» Período Clássico (segunda metade do séc. V ao séc. IV a.C.) - Período caracterizado pela procura do
equilíbrio, da plenitude, do idealismo e do naturalismo/realismo. É considerado o século de ouro da
arquitectura grega.
» Período Helenístico (séc. III a.C. ao inicio da Era Cristã) - Época de declínio, do gosto pelo concreto e
pelo individual; mistura de culturas;
1.3 Identificar a técnica de construção usada na arquitectura grega.
Utilizava o sistema de construção trilítico definido por pilares verticais unidos por lintéis (arquitrave)
horizontais.
1.4 Descrever a configuração geral de um templo grego (estrutura, planta, materiais).
O templo foi o edifício que despertou maior interesse entre os gregos e a expressão máxima da
arquitectura grega;
Era a morada e abrigo do Deus, local onde se colocava a sua imagem, à qual os fiéis não tinham
acesso, pois os rituais eram realizados ao ar livre, ao redor do templo (Os fiéis apenas subiam ao
templo para entregarem oferendas e realizarem sacrifícios). Também por esse motivo havia uma maior
preocupação com a decoração exterior do que com a interior;
A sua forma e estruturas básicas evoluíram a partir do mégaron micénico, que era formado por uma
sala quadrangular, um vestíbulo ou pórtico suportado por duas colunas e com telhado de duas águas).
Esta estrutura básica tornou-se, a pouco e pouco, mais complexa, de maiores dimensões e rodeada
de colunas;
Na sua estrutura planimétrica (planta) era constituído por três espaços: a pronaos (espécie
de pórtico); a naos ou cella (local onde se encontrava a estátua da divindade) e pelo
opistódomos (câmara do tesouro onde eram guardados os bens preciosos da cidade, assim
com as oferendas ao Deus). Esta estrutura tripartida era rodeada por um peristilo, uma
espécie de corredor coberto e circundante, por onde circulavam os fiéis;
Exteriormente era decorado com majestosas esculturas e pintado com azuis, vermelhos e dourados;
Assenta sobre o estilobato, que se situa numa plataforma construída sobre um estereóbato. Sobre
esta estrutura elevam-se as colunas do peristilo, que suportam o entablamento formado pela
sobreposição de uma arquitrave, um friso e uma cornija. Esta enquadra a parte superior do edifício
(telhado), formando o frontão.
Planta - rectangular e telhado de duas águas (em geral);
Materiais – madeira, mármore e ladrilho.
1.5 Definir o conceito de ordem arquitetónica.
As colunas e o entablamento eram construídos segundo estilos arquitectónicos ou ordens
(processo de articulação métrica dos diversos elementos de um todo, em função da sua harmonia
final. Essa articulação, a partir da base, da coluna e do friso, regula as dimensões do templo em
números, características e relações mútuas):
1.6 Distinguir as três ordens arquitetónicas.
Dórica – Nasceu na Grécia Continental por volta de em 600 a.C.; possui formas geométricas e a sua
decoração é quase inexistente; não tem qualquer tipo de base, assenta directamente no estilóbato
(último degrau, superior, onde assenta o edifício); apresenta um aspecto sóbrio, pesado e maciço,
traduzindo assim a forma do homem; o fuste é robusto e com caneluras em aresta viva e capitel
formado pelo ábaco e equino ou coxim, extremamente simples e geométrico, com forma de almofada.
Simboliza a imponência e a solidez;
Jónica - Nasceu na Jónia no séc. VI a.C.; difere da ordem anterior nas proporções de todos os
elementos e na decoração mais abundante da coluna e do entablamento e pela coluna assentar numa
base; pelas suas dimensões e formas mais esbeltas, traduz a forma da mulher; possui um fuste mais
longo e delgado, com caneluras semicilíndricas, sem arestas vivas, e em maior número que na ordem
dórica; o capitel possuía um ábaco simples e o equino em forma de volutas enroladas em espiral;
Coríntia - Apenas apareceu no final do séc. V a.C. e é uma derivação da ordem jónica, resultado do seu
enriquecimento decorativo; possuía um capitel com forma de sino invertido, decorado com folhas de
acanto, coroadas por volutas jónicas; a sua base era mais trabalhada e o fuste mais adelgado; simboliza
a ambição, a riqueza, o poder, o luxo e a ostentação; Em alguns templos, a função icónica das colunas
adquire antropomorfismo num dos pórticos, através da sua substituição por estátuas de figuras
femininas - cariátides - ou masculinas - atlantes
1.7 Fazer a legenda dos vários elementos arquitectónicos utilizados nos templos gregos. (consultar folha
entregue)
Em alçado era formado por uma base ou envasamento (plataforma que servia para nivelamento do
terreno), por colunas (sistema de elevação e suporte do tecto), pelo entablamento (elemento
superior e de remate, constítuido pela arquitrave, pelo friso e pela cornija, encimada pelo frontão
triangular). O tecto de duas águas era coberto por telhas em barro;
2.1 Caracterizar o Parténon e apontar aspectos inovadores.
Situa-se na acrópole de Atenas; construído entre 447 e 436 a.c.;
Inserido no plano de reconstrução da Acrópole, logo após a vitória da Batalha de
Salamina, foi construído para celebrar a vitória contra os persas. Assinala o apogeu da
arquitetura grega
Templo dórico periptero; octástilo (8 colunas); dedicado à deusa Atena Pallas; autores foram
Ictino e Calicrates;
Constituído por Naos, pronaos e opistódomos
Na parte superior da parede exterior da cella, situa-se o friso das Panateneias;
Templo com telhado de duas águas, com frontão triangular que apresenta relevos;
Colunas de mármore constituídas por cilindros com uma entasis pouco visível;
Decoração: pintado com cores vivas – vermelho, azul e dourado;
No friso interior, jónico, está representada a procissão das Grandes Panateneias,
homenageando a deusa protectora (400 figuras e 200 animais);
No friso exterior, dórico, estão representadas quatro lendas bélicas que simbolizam a vitória da
ordem e da civilização contra a barbárie ou o caos, isto é, da Grécia contra a Ásia.
Inovação : por razões estéticas, foram produzidas correcções ópticas. O entablamento e o
estilóbato são ligeiramente curvados (o centro está mais alto que os lados), as colunas
alongam-se e estão inclinadas para o interior
2.2 Descrever a constituição, características gerais do templo de Atena Niké. Situa-se à entrada da Acrópole; construído entre 437 e 425 a.c.
A sua construção foi iniciada já no final da governação de Péricles e foi terminada depois da sua
morte, já depois do início da Guerra do Peloponeso
Templo com colunas jónicas;
É um templo anfipróstilo, com 4 colunas na fachada principal e posterior;
Contem apenas a cella;
Friso decorado, contínuo, com os deuses do Olimpo observando as lutas entre soldados
(hoplitas) gregos e persas;
Frontões com decoração esculpida, representando gigantes e amazonas.
3.1 Identificar e caracterizar cada um dos períodos de evolução da escultura grega: influencias, materiais,
expressividade, cânones, autores e obras.
PERIODO ARCAICO:
Influências – egípcia nos Kouroi (representações heróicas, são semideuses) e nas Koré (jovens
virgens, graciosas e encantadoras, com longas túnicas pregueadas): ombros largos, braços
esticados ao longo do corpo; perna esquerda adiantada, punhos cerrados; barba e cabelo
simplificados e convencionais; rosto esquemático, com sorriso enigmático
Materiais – pedra e mármore;
Expressividade – as Koré apresentam uma expressão serena, sorridente (são ex-votos);
Cânones - são as primeiras estátuas em tamanho natural, de pé e sem apoio.
A escultura do período arcaico é sóbria, maçica e rígida (figuras rígidas, de ombros hirtos e
punhos cerrados)
O relevo estava sujeito às formas e dimensões dos espaços arquitetónicos a ele destinados:
nos tímpanos: colocação de diversas figuras, em variadas posições, de acordo com o espaço
a ocupar; a dimensão e a posição das figuras tinha a ver com a sua importância
Nas métopas colocavam-se cenas míticas com 2 ou 3 personagens, com histórias de heróis,
gigantes, centauros, …
No friso jónico o artista tinha maior liberdade criativa, desenvolvendo uma ação sequenciada,
numa sucessão narrativa sem interrupção. Os temas mais utilizados eram as procissões, os
desfiles, as corridas de cavalos, …
PERIODO SEVERO:
material – bronze;
esculturas ainda apresentam rigidez e imobilidade: severidade e sobriedade no tratamento dos
corpos e rostos (congelamento da ação em um momento )
maior rigor anatómico: abandono da rigidez e atitude estática do corpo (maior naturalismo e um
estudo bem mais detalhado da anatomia)
PERIODO CLÁSSICO:
Materiais – mármore e bronze.
Expressividade - introdução da ideia de movimento (Discóbolo); beleza da pose; elegância do
corpo; maior naturalismo na representação e serenidade (realismo idealista); Escopas (século IV
a.c.) valoriza a expressão patética e a exteriorização das emoções (o pathos);
Cânones – domínio técnico que permite maior liberdade criativa; aplicação do contrapposto;
Doriforo de Policleto - altura do corpo 7 vezes a da cabeça; Lisipo diminuiu o tamanho da cabeça
+ altura do corpo 8 vezes a da cabeça + rutura com a frontalidade; Praxíteles - curva praxitiliana
+ aparecimento do nu feminino;
Autores e obras: Fídias (Discóbolo); Policleto (Dorífero e Diadumeno); Praxíteles (Sátiro em
descanso; Hermes e Dionísio); Escopas (friso do mausoléu de Halicarnasso); Lisipo
(Apoxiomeno);
Quanto à escultura clássica apresenta figuras com mais serenidade, magestade e naturalismo,
sempre dominando as proporções de corpo humano e com um carácter idealista. Escopas, autor
de "Rémade", Praxíteles, autor de "Hermes e Dionisio" e Lisipo, autor de Apoxiomeno, foram os
principais escultores clássicos, cada um com o seu estilo.
PERIODO HELENÍSTICO:
Materiais – mármore e bronze.
Expressividade – valorização da expressão patética (o pathos); realismo expressivo, dramático
(abandonam a serenidade e passam a representar sofrimento e paixão); representações com
grande dinamismo. Desenvolve-se o gosto pelo retrato.
Cânones – gosto por grupos escultóricos; valorização do pathos sobre o ethos; corpos
contorcidos e rostos dramáticos
Obras: Vénus de Milo; Vitória de Samotrácia; relevo do Altar de Pérgamo; Gaulês moribundo;
A arte helenística caracteriza-se, sobretudo, por se aproximar muito mais do real e por seguir os
gostos, por vezes, refinados das cortes principescas e dos respectivos monarcas, como forma de
evidenciar o seu prestígio.
4.1 Identificar/caracterizar os estilos da cerâmica grega: materiais, tipologia, temáticas, períodos, decoração ESTILO GEOMÉTRICO:
Materiais - terracota
Tipologia – Ânforas e urnas funerárias;
Temáticas – motivos geométricos e introdução de figuras esquematizadas a negro
representando cenas funerárias;
Decoração – motivos geométricos ou figurativos a negro sobre fundo de cor natural.
ESTILO ARCAICO: 2 fases – fase orientalizante e fase arcaica recente
Fase orientalizante:
Materiais - terracota
Tipologia – Ânforas, vasos de diversos tamanhos;
Temáticas – figurativa; mitológica.
Decoração – aparecem animais lendários, esfinges, grifos (misto de leão e águia); elementos
decorativos vegetalistas e naturalistas (lotus e palmetas).
Fase arcaica:
Materiais - argila
Tipologia – Ânforas, vasos de diversos tamanhos e funções (domestica, comercial, pessoal,
armazenamento, rituais, religiosos);
Temáticas – cenas da vida familiar; quotidiano (jogos, desporto, banquetes); mitológica, cenas
de guerra.
Decorações: figuras negras sobre a cor natural do vaso; figuras vermelhas sobre fundo negro;
ESTILO CLÁSSICO: período do apogeu técnico e estético da cerâmica grega.
Materiais – argila
Criação de cânones escultóricos para a cerâmica – descoberta do escorço, aplicação
da perspectiva; aplicação das sombras e do claro-escuro.
Tipologia – vasos de diversos tamanhos e funções(taças, potes, ânforas);
Temáticas – cenas da vida familiar; quotidiano; mitológica.
Decorações: figuras negras e vermelhas sobre fundo negro ou sobre fundos amarelos,
brancos; sobreposição de figuras; grande rigor anatómico, maior perspectiva,
dinamismo, realismo, naturalismo e expressividade; aparecimento de artistas que
assinam as suas peças.
FASE HELENISTICA: a cerâmica perdeu prestígio e qualidade artística.
5.1 Explica a função cívica e religiosa dos Jogos Olímpicos.
Os estádios eram, entre os Gregos, construções dedicadas à prática de jogos. A formação escolar não
se limitava à prática de escrever, ler e contar, mas também actividades como a música e a dança e,
logicamente, o exercício físico. Os atletas não eram profissionais e deviam estar em consciência com os
deuses e com os homens. Os vencedores recebiam uma coroa de loureiro ou de oliveira e eram
imortalizados pelos poetas nos seus cantos de vitória e pelos escultores de estátuas.
5.2 Descreve as funções do teatro grego.
formação cívica e religiosa dos espectadores;
reflectir sobre o sentido da existência humana, o destino do Homem, o poder dos deuses e a
vingança destes sobre quem os desafiasse.
ensinar as virtudes aos cidadãos (ética, humanismo, pacifismo, sabedoria, coragem, entre outras),
reflectir sobre os vícios dos homens (adultério, ambição, maldade, desrespeito pelas leis e pela
religião)
5.3 Refere o modo como se realizavam as Dionisíacas.
Os concursos estavam a cargo de um grupo de altos magistrados e cidadãos ricos (coregia), que
escolhia as peças, nomeava os actores e financiavam o espectáculo
As representações duravam quatro dias seguidos, sem entreactos ou intervalos; tinham sempre uma
assistência muito concorrida, atenta e participativa.
Os actores ou hipócritas eram sempre homens e interpretavam na mesma peça vários papéis,
inclusive papéis femininos; usavam uma grande variedade de trajes e máscaras que os ajudavam a
caracterizar a personagem.
Existia também o coro, que dançava e cantava ao som do oboé, pois a poesia, dança e música
estavam sempre interligados
5.4 Distingue tragédia de comédia
A tragédia era escrita em verso e o seu conteúdo estava quase sempre ligado ás antigas histórias
religiosas, representando a vida dos deuses e a loucura e insensatez do Homem, numa luta
constante entre as forças humanas e as forças divinas e do destino que, devido ao fatalismo e à
maldição, se impõe; o enredo, descrito em tensão crescente, prende o espectador que vai
pressentindo a iminência da catástrofe
O conteúdo das comédias estava principalmente ligado aos assuntos do quotidiano e da vida
terrena, ridicularizando com um grande espírito crítico e liberdade os vícios, hábitos, modas e
atitudes dos políticos, filósofos, escritores e até dos deuses.
5.5 Descreve o espaço cénico.
Edifício ao ar livre, numa encosta, composto por:
1. Koilon: auditório semicircular
2. Orquestra: onde o chefe do coro dá explicações e onde os elementos do coro dançam e cantam
3. Proscenium: actual palco
4. Cena: bastidores
5. Párodos: entradas
5.6 Descreve o tema da tragédia “Os Persas”.
“Os Persas” retrata o castigo dos deuses pela soberba e arrogância humanas, aqui personificadas por
Xerxes, rei dos Persas. Descreve o modo como a notícia da derrota da Batalha de Salamina chegou a
Susa, capital do reino persa, e como Xerxes se acaba por culpabilizar, dirigindo-se ao Coro.
5.7 Menciona a intenção de Ésquilo ao escrever “Os Persas”.
Nesta peça, Ésquilo mostrou compaixão pelos vencidos e valorizou a vitória dos gregos. Também quis ensinar a
moderação,a ética, o humanismo e o pacifismo, levando as personagens e o público a interrogarem-se sobre o sentido
da existência e do destino do Homem, o poder dos deuses sobre a vontade e a liberdade humanas e a atitude de
vingança dos deuses sobre quem tenta fugir ao seu destino.