Ficha 16
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Ano Letivo 2011/2012
GEOGRAFIA A
Ficha 16 – A diferenciação funcional
1.1 - No CBD, existe a tendência para a diferenciação espacial na organização das
atividades, que se faz quer em altura (zonamento vertical) quer no que respeita às
ruas (zonamento horizontal). De um modo geral, as funções menos nobres, ou
que requerem menos contacto com o público, ocupam os andares mais altos e as
ruas secundárias. Em oposição, os estabelecimentos de maior prestígio e os
serviços que necessitam de maior contacto com o público ocupam o piso térreo e
as ruas principais. Situam-se nas melhores posições as atividades e funções que
retiram mais vantagens dessa proximidade e, simultaneamente, podem pagar
rendas mais elevadas, pois são essas as localizações mais caras.
1.2 - No CBD, as atividades e funções vão-se sucedendo. Primeiro, deu-se a
substituição das funções industrial e residencial pelo comércio e por outras
atividades terciárias. Mais recentemente, verifica-se a descentralização dessas
mesmas funções, dando origem a novos «centros» na cidade, onde é maior a
disponibilidade de espaço, com rendas mais competitivas e melhor acessibilidade.
1.3 - Nas grandes cidades, muitas áreas centrais debatem-se com problemas de
congestionamento e redução da acessibilidade, o que conduz à perda da sua
influência e capacidade para atrair população e atividades e à consequente
desvitalização desses centros.
1.4 - Entre as soluções podem ser referidas a adoção de medidas que conduzam à
reorganização do trânsito e do estacionamento automóvel, melhoria dos
transportes públicos, ruas pedonais com atividades de animação, recuperação de
edifícios, etc.
2.1 - As áreas residenciais predominam no espaço urbano. A diversidade de formas e
aspetos acabam por refletir o nível socioeconómico dos seus residentes. Ao
analisarmos a sua distribuição, apercebemo-nos, dos profundos contrastes
existentes ao nível da construção e localização dos edifícios, da acessibilidade e
da qualidade e existência, ou não, dos equipamentos. Esta diversidade é, na sua
essência, o reflexo do nível económico e social dos seus habitantes. Podemos,
assim, constatar a existência de uma profunda segregação espacial, onde se
evidencia uma organização em áreas com alguma homogeneidade interna (os
bairros), registando-se, contudo, profundas desigualdades de área para área. A
variação do preço do solo urbano é o fator que mais contribui para esta
segregação espacial. As áreas residenciais dividem-se, assim, em:
- áreas residenciais para classes com rendimentos elevados;
- áreas residenciais para classes com rendimentos médios;
- áreas residenciais para classes com rendimentos baixos.
2.2 - As áreas residenciais dividem-se em:
- áreas residenciais para classes com rendimentos elevados;
- áreas residenciais para classes com rendimentos médios;
- áreas residenciais para classes com rendimentos baixos.
2.3 - Áreas residenciais para classes com rendimentos médios (ver características
dos restantes) – São os bairros da classe média que ocupam a maior parte do
solo urbano. Estes bairros surgem em áreas periféricas (devido ao
desenvolvimento dos transportes) e assume a forma de autênticos blocos de
cimento, ou seja, edifícios plurifamiliares, com um elevado número de pisos e de
andares por piso, onde a densidade de construção é elevadíssima e a harmonia e
a qualidade ficam aquém das áreas de habitação de luxo.
O aumento da distância ao centro da cidade, e, consequentemente, a diminuição
do preço do solo, o desenvolvimento dos transportes e o desejo de aquisição de
casa própria têm contribuído para o crescimento destes bairros nas periferias da
cidade.
3.1 - A resposta deverá acentuar a importância dos elevados custos do solo e das
rendas dentro da cidade, relacionando com as exigências de espaço que,
normalmente, caracterizam as indústrias. Deverá acrescentar os efeitos
poluidores de muitas indústrias, os problemas de congestionamento de trânsito e
de estacionamento no interior das cidades e a segmentação do processo
produtivo como outros fatores da deslocação das indústrias para a periferia.
3.2 - Alguns ramos industriais permanecem no interior da cidade. São, em geral,
unidades de pequena dimensão, requerendo pouco espaço, utilizam matérias-
primas leves e pouco volumosas e reduzidas quantidades de energia. Trabalham,
em geral, por encomenda, associadas a estabelecimentos comerciais e requerem
o contacto frequente com o cliente, como a confeção de alta-costura, a joalharia,
panificação, etc.
3.3 - A criação de parques industriais surge como resposta à necessidade de
relocalização das atividades industriais pois estas áreas disponibilizam espaços
licenciados e devidamente infraestruturados, com boa acessibilidade e, em muitos
casos, com um conjunto de serviços de apoio que permitem a obtenção de
economias de escala. A proximidade de outras indústrias e atividades económicas
constitui também uma vantagem destes espaços.