Fé crescente
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Fé Crescente
Título original: Growing Faith
Por: Archibald G. Brown (1844-1922)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Fev/2017
3
B877
Brown , Archibald G. – 1785 -1859 Fé crescente / Archibald G. Brown Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2017. 25p.; 14,8 x 21cm Título original: Growing Faith 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230
4
“Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus
por vós, como é justo, porque a vossa fé cresce
muitíssimo, e o amor de cada um de vós
aumenta de uns para com os outros,
De maneira que nós mesmos nos gloriamos de
vós nas igrejas de Deus por causa da vossa
paciência e fé, e em todas as vossas
perseguições e aflições que suportais” ((2
Tessalonicenses 1.3,4)
(Nota do tradutor: Podemos vislumbrar um dos
grandes motivos de a fé dos tessalonicenses ter
crescido muitíssimo, apesar do pouco tempo
que tinham de convertidos, por ocasião da
escrita das duas epístolas que o apóstolo
destinou àquela igreja, foi a provação.
Em ambas ele faz referência às duras
perseguições que os tessalonicenses estavam
enfrentando em razão da sua fé em Jesus Cristo,
como citado no texto em título (verso 4), e na
introdução da primeira epístola:
“Porque o nosso evangelho não foi a vós
somente em palavras, mas também em poder, e
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no Espírito Santo, e em muita certeza, como
bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de
vós. E vós fostes feitos nossos imitadores, e do
Senhor, recebendo a palavra em muita
tribulação, com gozo do Espírito Santo.
De maneira que fostes exemplo para todos os
fiéis na macedônia e Acaia.” (I Tessalonicenses
1.5-7).
Sabemos pela prática e pelo testemunho das
próprias Escrituras que nada contribui mais
para o aumento e o refino da fé do que as
provações suportadas por amor ao Evangelho.
Os tessalonicenses tiveram este privilégio de
terem a sua fé provada em grande extensão, e
desta forma fizeram grande avanço na vida
espiritual, conforme o testemunho que o
apóstolo Paulo dá acerca deles.
Assim, o contraste entre crentes piedosos e
cheios de fé, e crentes mundanos, sempre pôde
ser visto ao longo de toda a história da Igreja
Cristã, pois os primeiros são achados
principalmente em países em que há grande
oposição ao evangelho, e os últimos em
circunstâncias em que a sua fé é pouco ou nada
provada.
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O que parece ser um progresso para o avanço do
evangelho em vidas santificadas – a liberdade
religiosa da qual tanto nos gloriamos – de certa
forma, acaba por se tornar um fator impeditivo
ao progresso na fé em razão das grandes
comodidades que são oferecidas pela vida
moderna, notadamente no chamado mundo
Ocidental.
Agora, ninguém precisa ir à busca de
perseguições para que a sua fé seja aumentada,
pois, uma vez que decidamos nos consagrar de
fato a Deus e à Sua vontade, por um verdadeiro
interesse em guardar a Sua Palavra, amando os
Seus mandamentos, e entregando-se de forma
aplicada ao uso de todos os meios de graça que
são necessários para tal (meditação da Palavra,
vigilância, oração incessante, comunhão com os
santos etc), o reino das trevas se levantará em
paralelo para tentar se opor ao nosso avanço na
fé, e esta será uma das principais causas das
provações que serão permitidas por Deus para
que sejamos aperfeiçoados.
A pessoa que tem em si mesma o testemunho de
estar crucificada para o mundo e o mundo para
ela tem também o testemunho de saber que há
vida eterna no espírito, porque a nova criatura
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vive e cresce na mesma medida em que o velho
homem morre a cada dia.
Evidentemente, por ser este um trabalho que
pode ser efetuado somente por Deus, mediante
a graça que está em Jesus Cristo, e operado pelo
poder do Espírito Santo, podemos saber que não
está em nós mesmos a capacidade para fazer tal
trabalho de deixar de ser atraído pelas coisas
que antes nos dominavam, inclusive as lícitas, e
que agora não exercem mais qualquer tipo de
fascínio sobre nós, uma vez que somos movidos
por desejos mais nobres e elevados, conforme
são inspirados pela presença e ação do Espírito
Santo em nós.
Apesar de não estar em nós mesmos o poder
para tal trabalho, todavia ele nunca progredirá
naqueles que são negligentes quanto à sua
consagração a Deus, por nunca terem tomado a
decisão de serem pessoas piedosas, devotadas e
santas. Na verdade, não basta o desejo de ser
assim, mas ter um real empenho em buscar ao
Senhor e as coisas que são relativas ao Reino dos
Céus, pelo carregar diário paciente da cruz e o
exercício da autonegação, para que sejam
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implantadas em nós as virtudes de Cristo, pelo
Espírito.
Um coração cativado por Deus e que recebeu a
obra da mortificação da carne, é um coração
inclinado para o Espírito - ao que Paulo chama
de pendor do Espírito no lugar do pendor da
carne.
Daí o mesmo apóstolo afirmar o seguinte:
“Porque a inclinação da carne é morte; mas a
inclinação do Espírito é vida e paz.” (Rom 8.6).
Em face desta realidade, a consequência terrível
de permanecer vivendo segundo a inclinação da
carne significa morte espiritual, e a
consequência abençoada de se mortificar a
carne por meio do poder do Espírito é vida, a vida
espiritual abundante que está em Jesus Cristo.
“Porque, se viverdes segundo a carne,
morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes
as obras do corpo, vivereis.” (Romanos 8.13).
Até aqui as palavras do tradutor.
O egoísmo é propenso a se misturar não
somente com as nossas orações, mas também
com os nossos louvores. Assim como na oração
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somos propensos a pedir a nosso Senhor
somente aquelas coisas que nos preocupam
mais especialmente, e ignoramos as
necessidades dos outros; assim, em nossos
louvores, somos aptos a cantar apenas sobre
aquelas misericórdias que nós mesmos
recebemos: "Bendizei ao Senhor, oh minha
alma, e tudo o que há dentro de mim bendiga o
seu santo nome", é na maioria das vezes a nossa
canção na linguagem da gratidão, por
misericórdias que caíram em nossa própria
porta.
Mas, o filho de Deus nos seus momentos mais
elevados de comunhão reconhecerá
alegremente a obrigação de louvar as
misericórdias concedidas aos outros. Ele
cantará não somente pelo que o Senhor lhe fez,
mas também pelo que a graça tem realizado nos
corações de seus companheiros.
Agora, nos arriscamos a dizer que um espírito
mais altruísta do que o do apóstolo Paulo nunca
foi encontrado na terra, conforme o exemplo
que nos é dado em nosso texto. Aqui temos dele
muito júbilo, e usando a linguagem mais forte
para expressar essa alegria, não por causa de
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alguma misericórdia particular recebida para
ele mesmo, mas porque o Senhor tinha
abençoado os membros da igreja em
Tessalônica em suas próprias almas.
A alegria de Paulo a esse respeito pode ser
facilmente compreendida. Aquela igreja infantil
em Tessalônica fora plantada por sua
instrumentalidade e a grande maioria de seus
membros tinha sido conquistada por seu
ministério. Ele podia olhar para aqueles jovens
convertidos e dizer: "Eu vos gerei de novo no
Senhor, vós sois a minha alegria e coroa de
regozijo".
A simpatia e o amor que existem entre o
conquistador da alma e a alma ganha, entre o
instrumento de conversão e o convertido - são
tão íntimos e queridos que nunca podem ser
descritos pelos lábios - mas apenas realizados no
coração. O amor de um pai para com seus filhos
não é mais profundo do que o amor que um pai
espiritual sente em relação àqueles que o
Senhor lhe deu; e o interesse de um pai pelo
crescimento e prosperidade de seus filhos não é
maior do que a ansiosa solicitude sentida por
parte daquele que tem sido o meio de levar
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almas a Cristo; e da parte do ministro para selar
o seu ministério.
O crescimento espiritual dos novos convertidos
de Paulo na igreja de Tessalônica foi tal que,
quando ele marcou seu curso, a alegria
transbordou em sua alma, e na linguagem do
texto, sentiu-se ligado por um impulso que era
impossível resistir, de dar graças a Deus em seu
favor. Entre as causas de sua gratidão estava a
seguinte: que ele percebia que a graça da fé
estava crescendo muito neles.
Existem quatro verdades proeminentes
ensinadas no texto. Que o Espírito Santo nos
ajude em nossa meditação sobre elas.
A primeira é esta - que é a vontade divina que a
fé deve crescer.
Em segundo lugar - que o crescimento da fé é
obra de Deus.
Em terceiro lugar - que o crescimento da fé é
motivo de regozijo.
Em quarto lugar - que a fé não só deve crescer -
mas crescer excessivamente.
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I. É a vontade divina que a fé cresça. O
crescimento é uma das características da obra
de Deus. Desde o momento em que, na manhã
da criação, ele fez obedecer a seu mandamento,
todas as coisas nasceram em existência madura,
desde então até o presente, sucessivos estágios
de crescimento marcaram sua obra. Todas as
árvores do jardim do Éden foram criadas tendo
"fruto segundo a sua espécie, com sementes
nelas". (Gên 1.11). E assim, durante séculos, as
sementes caíram na terra, brotando, formando
raízes, crescendo e gradualmente tomando o
lugar das florestas que caem diante do
madeireiro.
O carvalho que enfrenta a tempestade e luta
com fúria selvagem com o vendaval - que vive no
furacão, e lança suas raízes ásperas
profundamente para baixo através do solo, até
que finalmente aperta a rocha com a força de
um Sansão - é, afinal de contas, apenas a
consequência da bolota (semente do carvalho),
uma vez carregada no bolso de uma criança, e
jogada com alegria infantil pelo desfiladeiro.
A águia, que olha o sol sem piscar os olhos - que
dirige o seu curso nos dentes da tempestade -
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que ri das montanhas, quando com suas largas
asas voa majestosa sobre elas – foi uma vez a
pequena águia no ninho, que temia abrir as suas
asas.
O Deus da Natureza e o Deus da Graça são um só.
Como em duas pinturas feitas pela mesma mão
- embora os rostos retratados possam ser
dissimilares em quase todos os traços - ainda
assim você percebe que o mesmo lápis esboçou
ambos os semblantes; assim, quando olhamos
para os reinos da Natureza e da Graça, é
evidente que o mesmo Deus reina em ambos.
Amados, as árvores de Deus, as árvores
semeadas por sua mão, não alcançam sua
proporção total em um momento. É verdade,
que no reino da Graça, as velhas cabeças não são
encontradas em ombros jovens. O velho santo
veterano de cabelos prateados, amadurecido
por anos de longa experiência, é apenas a
consequência do pecador, uma vez quase
desesperado que foi regenerado pela graça de
Deus. Aquele homem de Deus, tão poderoso em
sua fé – Elias, que parece quase capaz de abrir ou
fechar o Céu com suas orações, é simplesmente
o resultado do buscador trêmulo, que uma vez
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clamou "Senhor, creio, ajude minha
incredulidade" (Marcos 9.24).
Os santos de Deus, que agora se erguem como
com asas de águia, nem sempre conseguiam
olhar sem piscar o sol. As águias de Deus não
podem, desde o primeiro momento, se erguer
sobre o furacão, nem brincarem na tempestade.
Foram uma vez as minúsculas águias no ninho.
Por muito que acreditem, vocês podem ter
crescido, e por mais elevados que possam ser os
seus alcances espirituais, não se esqueçam de
sua fraqueza original. Isto o levará à humildade
pessoal em sua própria alma e ensiná-lo-á
ternura para com os outros.
E para aqueles de vocês que não conhecem o
Senhor há muito tempo, aqueles de vocês "que
são a nossa coroa de regozijo", diríamos a vocês -
não fiquem muito abatidos pelos fracassos. Não
pense que porque você ainda não alcançou a fé
e alegria de determinados crentes, que não
houve obra de graça genuína em seu coração.
Aquele que iniciou a obra, aperfeiçoará tudo por
etapas sucessivas, pois o crescimento é o
método de trabalho de nosso Senhor.
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Talvez alguns façam a pergunta: "Por quê a fé
deve crescer?" A essas pessoas respondemos,
que deve ser motivo suficiente que isto seja da
vontade de Deus, e acrescentamos na
linguagem de réplica de Paulo: "Ó homem,
quem és tu para contenderes com Deus?"
(Romanos 9.20).
Mas, embora nós mesmos estejamos
perfeitamente satisfeitos com esta resposta -
nos arriscamos a sugerir que o crescimento de
um crente é parte da alegria de Deus. Há um
prazer em observar o crescimento. Apelo para
aqueles de vocês que são pais, se não é assim.
Não é a sua maior alegria marcar o crescimento
terno do corpo, e o desenvolvimento gradual da
mente, da pequena luz do lar? Será que aquele
que implantou aquela alegria nos pais, não a
possui? Certamente não é demais dizer que
nosso Pai Celestial tem um interesse infinito e
encontra uma alegria infinita no crescimento
de Seus filhos redimidos.
(Nota do tradutor: Se Deus é santo, e se importa
que sejamos também santos, jamais
poderíamos atender ao propósito da criação
caso não tivéssemos uma fé aumentada, porque
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sem ela não podemos crescer espiritualmente
em santificação.)
No livro de Cantares de Salomão, encontramos
Cristo andando em Seu jardim, para ver como a
mirra, o aloés e as especiarias cresciam, e comer
seus frutos agradáveis. Além disso, é por esse
processo de crescimento gradual que melhor
aprendemos de nosso Senhor. Se
alcançássemos a maturidade ao mesmo tempo,
perderíamos muitas experiências doces;
teríamos pouco conhecimento de sua bondade
amorosa, e saberíamos muito pouco de sua
grande ternura. É melhor, portanto, para o
nosso próprio coração e para a sua glória, que a
santificação seja marcada pelo crescimento.
Vejamos agora, em segundo lugar,
II. Esse crescimento na fé é obra de Deus. Isto
nós recolhemos da forma da expressão usada
em nosso texto, "nós somos obrigados a
agradecer a Deus." Paulo reconheceu o
crescimento da fé na Igreja de Tessalônica,
como sendo obra de Deus. Que é assim - eu acho
que podemos mostrar-lhe em uma única frase:
crescimento depois de tudo é, senão o
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desenvolvimento da vida, e a vida é o sopro de
Deus. O homem nunca foi capaz de colocar essa
coisa secreta em qualquer uma de suas obras
que fará com que cresçam. O escultor pode
cinzelar o bloco de mármore em uma forma de
beleza até que pareça quase respirar, mas não
tem nenhum poder inerente de
desenvolvimento - um século de tempo vai
encontrá-lo, como sua mão o deixou. O artista
pode modelar em cera, flores que enganam a
visão - mas para transmitir esse poder que fará
com que o broto se abra em uma flor está além
de sua habilidade. Da mesma forma, a
prerrogativa de causar crescimento é só de
Deus, e esse crescimento é tanto o seu trabalho
como a primeira implantação do princípio da
vida.
Não é o desejo mais profundo de cada crente
crescer em conformidade com o seu Senhor? E
ainda assim ele não aprendeu por experiência
dolorosa, sua própria incapacidade de fazê-lo?
Ele sabe que é seu Deus que deve trabalhar
dentro de si, o querer e o efetuar segundo a Sua
boa vontade.
"Fé, é uma graça preciosa
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Sempre que é concedida,
Vangloria-se de um nascimento celestial,
E é o dom de Deus.
Senhor, é seu trabalho sozinho,
E que é divinamente livre;
Mande o Espírito do seu Filho
Trabalhar essa fé em mim. "
E, aqui, deixe-me dar a expressão de um
pensamento, peço-lhe que possa ser motivo de
meditação para ser cumprido em sua vida
futura. A santificação vem pelos mesmos meios
que a justificação - com a mesma fé que você
achou que confiou em Cristo para salvá-lo; você
deve confiar para que ele o faça santo, a
linguagem de seu coração deve ser: "Senhor
Jesus, confio em que você pode subjugar os
meus pecados, confio em que você me moldará
à sua imagem, confio em que você soprará seu
Espírito dentro de mim."
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A árvore não cresce por esforços violentos
próprios - mas simplesmente por viver ao sol.
Exatamente assim, os filhos de Deus não
crescem por seus próprios votos e resoluções -
mas morando à luz de Seu semblante, que é o
"Sol da Justiça". É o Sol que melhora, tanto o fruto
da natureza como da graça.
Você pergunta como Deus faz crescer nossa fé?
Eu respondo: de três maneiras.
Primeiro, colocando na própria fé um princípio
que obriga seu crescimento. Como na criança,
assim na fé há aquilo que se desenvolve
naturalmente. Uma fé viva, vivendo porque é
dada por Deus, deve crescer.
Talvez alguns vão objetar. "Se isso é verdade,
como você concilia isto com sua declaração
anterior de que o crescimento na fé é obra de
Deus sozinho?" Esta é uma objeção muito antiga.
Cada infiel tem tocado sobre esta corda, e
declarado que tudo é regido por leis eternas -
mas quem fez as leis, e quem deu à fé o princípio
de crescer?
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Este princípio de crescimento na fé proíbe que a
fé permaneça a mesma. Mas, o crescimento
requer nutrição - e pelo alimento Deus aumenta
a fé. A criança cresce pela comida; e a árvore não
cresce a não ser que tire seu alimento da terra e
do sol. O autor de nossa fé, deseja que a fé tenha
um banquete contínuo. Quero me referir às
promessas. Estou me dirigindo a alguém que
tenha uma fé fraca e tímida? Então, que se
deleite com uma promessa como esta: "Minha
graça é suficiente para você." (2 Cor 12.9). Existe
alguém em perigo sobre o futuro olhando para a
frente com apreensão para os próximos dias?
Então, que a sua fé se fortaleça com esta
promessa: "Como os vossos dias, assim será a
vossa força". (Deuteronômio 33,25). Em todo o
seu abençoado Livro, o Senhor providenciou
aquilo em que nossa fé pode e deve crescer mais
forte. A fé vive na atmosfera das promessas da
Palavra de Deus.
Agora, uma criança não crescerá sozinha; ela
precisa de exercício. O crescimento no volume
não é sempre crescimento na força. O próprio
esforço que traz cansaço e faz com que o
pequenino pare para descansar, traz consigo
também força. Não é sentado na mesa de jantar,
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mas correr ao ar livre em exercício saudável que
faz a criança crescer.
A árvore cresce não só através do sol e suaves
brisas de verão, mas pelos ventos invernais. É a
tempestade que lhe dá estabilidade, e ela suga
sua força do peito da tempestade. Uma semana
de campanha no campo de batalha fará um
soldado melhor do que em um ano de aulas
teóricas. Apenas assim, Deus faz a fé de seus
filhos crescer forte - pelo exercício. Para a fé de
Abraão, ele dá um Monte Moriá; para a fé de
Jacó, a perda de um Benjamim. Para a fé de
Daniel, uma cova de leões; e à fé de Jó, uma
sucessão de mensageiros do mal.
E não pense, crente, que você será uma exceção.
Sua fé terá que crescer sendo forçada e provada.
Seu braço de fé como o ferreiro, terá seus
músculos fortes, empunhando muitos
martelos. Assim, tentamos mostrar que a fé
cresce por. . .
Um princípio interno,
Alimentação adequada,
E exercício diário.
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III. Este versículo nos ensina que o crescimento
na fé é motivo de regozijo. "Somos obrigados a
agradecer a Deus, irmãos, porque a vossa fé
cresce muito." Por que você acha que o Apóstolo
Paulo se alegrou com o crescimento da fé deles?
Penso principalmente por duas razões.
Primeiro, porque ele sabia que, à medida que
sua fé crescia - assim também seria sua
felicidade. Fé e felicidade sempre andam de
mãos dadas. Pouca fé é da mesma natureza que
a grande fé, e salva certamente; mas pouca fé
está sempre chorando e enxugando os olhos -
enquanto a grande fé ocupa o dia inteiro em
louvar. A pouca fé diz: "Tenho certeza de que não
sei se sou Seu, Senhor, espero que eu seja." E se
consegue superar esta dificuldade, ela só cai em
outra, e quando entra no fluxo de problemas
começa a gritar "Um abismo chama outro
abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as
tuas ondas e as tuas vagas têm passado sobre
mim." (Salmo 42.7).
Mas, a fé forte é gloriosamente consciente de
seu interesse salvador em Cristo, e com voz
alegre diz: "Eu sei em quem tenho crido, e estou
convencido de que ele é capaz de guardar o que
lhe tenho confiado até aquele dia". Quando no
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meio do fluxo sua cabeça está acima da água, e
vê a terra seca à frente, enquanto ouve em
antecipação o Salvador lhe dando as boas-
vindas, "Vinde benditos de meu Pai". (Mateus
25.34). Ambos caminham pela mesma estrada, e
certamente chegarão ao mesmo lugar – mas,
suas experiências na viagem são muito
diferentes. Não preciso me deter muito nesse
ponto, pois seu coração lhe diz que quando sua
fé é mais forte, sua alegria é maior.
Creio que também Paulo se alegrou porque
sabia que à medida que a fé dos tessalonicenses
aumentava, sua capacidade de trabalho também
aumentaria. Um grande trabalho é demais para
as mãos da fé fraca - e um fardo pesado
quebraria suas costas. A fé fraca anda na
retaguarda do exército - a fé forte caminha na
vanguarda. Não dizemos que não há trabalho
que a fé fraca não possa realizar; ela pode dar o
copo de água fria para os feridos no campo de
batalha, e fazer mil pequenos atos de bondade
para seus companheiros soldados. Mas é
somente a fé forte que pode fazer um avanço na
falta de esperança, e agir contra as fortalezas do
inferno, rasgando para baixo a bandeira preta do
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Inimigo, e hasteando em seu lugar a bandeira
vermelha de seu Capitão.
Pouca fé pode fazer um trabalho útil em molhar
as plantas do jardim; mas somente a fé forte é
qualificada para sair como um pioneiro na selva
do pecado, e com vigor destruir a floresta.
A espada do espírito é muito pesada para que a
fé fraca a segure com eficácia; mas coloque a
mesma espada nas mãos de uma fé forte, e verá
como ela faz balançar com a velocidade do
relâmpago, fazendo baixas nas fileiras do
inimigo a cada golpe. Sim, amigos, os obreiros
de Deus devem ter fé forte, ou logo terão o
coração partido e estarão prontos vinte vezes ao
dia para deporem as suas armas e gritar
"desisto".
IV. A fé não só deve crescer - mas crescer
excessivamente. Não creio que o Apóstolo Paulo
agradeça muito a Deus neste texto pelo
crescimento da fé na Igreja de Tessalônica,
assim como pelo fato de ter crescido muito. Não
foi um pequeno aumento de fé que ele viu neles.
Infelizmente! Com que pequeno aumento
ficamos satisfeitos; e se às vezes conseguimos
confiar em nosso Deus um pouco mais do que o
normal, quão propensos somos para
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crescermos autojustos sobre isso! Temo que a
raça dos gigantes na fé tenha degenerado.
Houve uma vez uma geração de homens que
parecia como se eles poderiam confiar em seu
Deus para qualquer coisa em tudo. Neste grupo
encontramos os nomes de Abraão, Daniel, Davi,
Lutero, Knox e outros. A Igreja de Deus perdeu a
sua fé, mais do que qualquer outra coisa. Sião
requer uma fé que ande de modo inabalável e
que não seja afetada por probabilidades, e que
não dependa das circunstâncias.
Bonaparte disse uma vez: "Outros homens são
feitos pelas circunstâncias. O que ele disse
vangloriosamente - a fé pode dizer
triunfalmente. Queremos fé que nos faça fazer o
que o mundo chamará de coisas chocantes. Fé
que chocará os nervos da descrença prudente.
Fé que só leva em consideração que seu Deus é
"o mesmo ontem, hoje e eternamente" (Hebreus
13.8) e que todas as suas promessas são "Sim, e
Amém em Cristo Jesus". (2 Cor 1.20). Não se
contente com uma mera fé de canoa, apenas
para o bom tempo; mas ore por uma fé leviatã
que se diverte nas profundezas quando
amarrada na fúria mais selvagem. Busque uma
fé como a de Elias, com a mão forte o suficiente
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para virar a fechadura do Céu e trazer os
chuveiros para baixo.
E agora, pobre buscador, uma palavra para você
é, "deixe sua fé crescer".
Você acredita que Cristo é capaz de salvá-lo. Vá
um passo adiante, e acredite que ele está
disposto. Você está dizendo agora: "Senhor, eu
quase acho que posso confiar em você para
minha salvação", vá mais longe e diga: "Senhor,
eu confio em você". Tome-o como a sua única
esperança, com a mão da fé segure-o, e diga:
"afundando ou nadando, ganhando ou
perdendo, a partir deste momento confio em
você."
E então, quando ouvir a sua voz amorosa dizer-
lhe que "a sua fé lhe salvou", então ore para que
esta fé cresça diariamente. O Senhor conceda
que se possa dizer sobre todos os seus filhos
neste tabernáculo esta manhã: "A vossa fé
cresce muitíssimo!"
Senhor, aumenta nossa fé, por amor de Jesus.
Amém.