Farmacocinetica (PDF Profa.edna)
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1
FARMACOCINÉTICA
Profa. Dra. Edna A. Anjos-Valotta
ABSORÇÃO
DISTRIBUÍÇÃO
METABOLIZAÇÃO
EXCREÇÃO
2
FARMACOCINÉTICA
Profa. Dra. Edna A. Anjos-Valotta
DROGA: Substância ou matéria prima que tenha finalidade medicamentosa ou Sanitária. – o mesmo
que medicamento
MEDICAMENTO CONTROLADO: Substância controlada por leis federais, estaduais e municipais,
porque seu uso abusivo pode levar à dependência.
NOME COMERCIAL DO MEDICAMENTO: É o usado pela indústria farmacêutica que o controla.
MEDICAMENTO GENÉRICO: Medicamento similar a um produto de referência, que se pretende
com esse ser intercambiável. Ele usa o nome genérico, ou seja, o princípio ativo, que não é
protegido pela marca registrada. Ex: Paracetamol ( Tylenol), Dipirona Sódica ( Novalgina ). Tem uma
tarja amarela com a letra G.
MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA: Produto inovador lançado no mercado, registrado no órgão
federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no país, cuja eficácia, segurança, já
foram comprovados cientificamente.
PREPARAÇÃO MAGISTRAL: Medicamento preparado mediante manipulação em farmácia, a partir
de fórmula constante de prescrição médica.
3
Para que possam atuar as substâncias precisam atingir
uma concentração adequada no tecido alvo.
Transferência através do fluxo de massa
●corrente sanguínea
● natureza química não importa
Transferência através do processo de difusão
● molécula por molécula
● lipossolubilidade/hidrossolubilidade
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
4
Velocidade de difusão tamanho da molécula
Características fisico-
químicas
características da membrana plasmática
lipoprotéica
separa o meio intracelular do extracelular Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
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Mecanismos de transporte
1- Difusão direta através dos lipídios
Difusão passiva
Fármacos lipossolúveis de pequeno peso molecular
A favor do gradiente de potencial eletroquímico.
Não saturável.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Ex: THC, cocaína,
Benzodiazepínicos (BDZ)
(midazolam-rivotril®)
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Mecanismos de transporte
2- canais aquosos
Fármacos hidrossolúveis de pequeno tamanho
(íons inorgânicos (Li), metanol).
O fluxo de água arrasta pequenos solutos
O diâmetro destes canais é variável – células epiteliais ≈30Â.
Rins, fígado e cérebro.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
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Mecanismos de transporte
3- transportes especializados
Proteínas transportadoras na farmacocinética.
● Localizam-se nos epitélios (intestinal, renal) e SNC.
● Atuam na absorção e eliminação seletivas de substâncias endógenas e
xenobióticos (incluindo fármacos, ex: sertralina – zolof®).
●Podem atuar como barreiras protetoras (glicoproteína P).
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
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Mecanismos de transporte
3- transportes especializados
Fármacos menos lipossolúveis e de maior peso molecular
apresentam especificidade pelo substrato
São saturáveis
●Processos que não requerem gasto de energia (Difusão)
●Processos que requerem gasto de energia (ATP).
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
9
Fatores que influenciam os transportes de fármacos
pH e ionização
A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas
AH A- H+ +
Ka
ácido fraco :
A-: espécie ionizada (não protonada), menos lipossolúvel
HA: espécie não ionizada (protonada), mais lipossolúvel
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
BH+ B H+ +
Ka
base fraca :
BH+: espécie ionizada (protonada), menos lipossolúvel
B: espécie não ionizada (não protonada), mais lipossolúvel
10
Fatores que influenciam os transportes de fármacos
pH e ionização
A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas
Ka é a constante de dissociação
pKa é o logarítmo da constante de dissociação, tem o mesmo valor do pH no
equilíbrio.
Henderson-Hasselbalch
= pKa - pH log
[forma protonada
[forma não protonada]
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
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Aspirina pKa=3,5
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
pKa = pH + Log 10
AH
A-
estômago: pH=1,5
3,5 – 1,5= 0,5=2
2 AH = 1A-
intestino: pH=6,5
pKa = pH + Log 10
AH
A-
pKa = pH + Log 10
AH
A-
AH
A- =
Log10 AH
A-
= pKa - pH
2
Log10 AH
A-
= pKa - pH
3,5 – 6,5 = -3 = 1/1000
AH
A- =
1/1000
1000A-=1HA
12
Farmacologia clínica da partição do pH.
A alcalinização da urina (bicarbonato de sódio) aumenta a
excreção de ácidos fracos (Fenobarbital – gardenal®) – passam para a
forma polar, hidrossolúvel.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Percentagem de fenobarbital (pKa = 7.3) na forma ionizada em
função do pH do meio
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Absorção, Biodisponibilidade e vias de administração dos Fármacos
Absorção é a transferência do fármaco de seu local de administração para
o compartimento central.
Biodisponibilidade: é a porcentagem da droga administrada que chega
ao seu local de ação.
Condições de absorção
Metabolização pré sistêmica
Outros fatores (anatômicos, fisiológicos e patológicos).
A escolha da via de administração de um fármaco deve basear-se no
conhecimento dessas condições.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
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Vias de administração
A- Via oral:
principal via de administração
-seguro, conveniente e econômico.
absorção no intestino delgado (maior área superfície 200m2).
Fatores que afetam a absorção gastrointestinal:
taxa de dissolução = estado físico do fármaco (sólido, liquido)
lipossolubilidade e concentração do fármaco no local da absorção
fluxo sanguíneo.
fatores que afetam a absorção gastrointestinal
motilidade intestinal
doenças (Ex:neuropatia diabética), presença de alimentos - diminuem
medicamentos - ex: clorpromazina (antipsicótico) – diminui;
metoclopramida (agonista D2) – aumenta Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
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Vias de administração
fatores que afetam a absorção gastrointestinal
Condições hormonais
-estrogênio influencia o esvaziamento gástrico
Mulheres na pré menopausa ou em reposição estrogênica – lentificação
no esvaziamento gástrico.
Destruição do fármaco pelas enzimas digestivas e ou pelo pH gástrico
-Preparações com revestimento entérico (podem dificultar a dissolução no
ingtestino).
Efeito de primeira passagem (metabolização pré sistêmica)
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Circulação entero hepática
A malha circulatória do trato digestório é
diretamente ligada a veia porta hepática.
16 Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Vias de administração
B- sublingual
pequena área de absorção – altamente vascularizada
respostas rápidas.
A drenagem venosa bucal dirige- se à veia cava superior.
fármacos instáveis em pH gástrico ou muito sensíveis a
metabolização hepática. Ex: trinitrato de glicerina; clonazepam
(rivotril®).
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C - retal
50% do fluxo venoso retal tem acesso à circulação porta
- Amplitude de metabolização menor que a da via oral.
Absorção é irregular e incompleta
irritação da mucosa
pacientes desacordados, vômitos, dificuldade em estabelecer acesso
venoso agitados ( Ex: diazepam – valium®).
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Vias de administração
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D – injetáveis – via parenteral.
intravenosa, intramuscular e subcutânea
-Absorção por difusão simples: i.m e s.c
-Taxa de absorção limitada pela área das membranas capilares
absortivas e pela solubilidade da substancia no líquido intersticial.
-Difusão independe da lipofilicidade – canais aquosos amplos.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Vias de administração
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D - injetáveis
D.1 - intravenosa: via mais rápida de administração.
forma de bolus: produz concentração elevada da substância no
coração, pulmões e tecidos – ocorrência de reações indesejáveis.
forma de infusão intravenosa: impede concentrações muito elevadas
nos tecidos e promove distribuição mais homogênea.
Exige monitorizarão cuidadosa.
Grande potencial aditivo – drogas de abuso - ex:*heroína
Ex: ansiolíticos BZD – midazolam – dormonid®
Uso mais restrito: crises tônico-clônicas generalizadas contínuas,
mal epiléptico.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Vias de administração
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D.2 - intramuscular:
produz efeitos mais rápidos que a administração oral
Psicofármacos: emergências, pacientes agitados, pacientes que se
recusam a engolir comprimentos (formas de liberação lenta ou de
“depósito”) no âmbito hospitalar, paciente
a velocidade de absorção depende:
●local da injeção (diferença na porcentagem de gordura)
●fluxo sanguíneo
Ex: BZD (midazolam, diazepam); haloperidol(haldol®), clorpromazina
(amplictil®).
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Vias de administração
21 Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Vias de administração
D.3 – subcutânea
Substâncias não irritantes – risco de dor intensa e necrose.
Taxa de absorção lenta – efeitos prolongados
- Muito utilizada para administração de hormônios.
E - inalação
grande área de superfície e vascularização – absorção instantânea.
sem metabolização hepática
medicamentos que agem sobre o próprio pulmão - aerossóis – (ex:
antiinflamatórios esteroídes + agonistas β2).
drogas de abuso (maconha, crack, cocaína)
22 Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Distribuição dos Fármacos no organismo
Fármaco
administração
Circulação
sistêmica
distribuição
Tecidos
susceptíveis
Orgão alvo
Tecidos ativos
Metabolização
Excreção
Tecidos
indiferentes
reservatórios
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DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS NO CORPO
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
A –proteínas plasmáticas
- albumina (50-60%)
Concentrações
plasmáticas
forma ligada às proteínas
plasmáticas
inativa farmacologicamente
Forma não- ligada às
proteínas plasmáticas
ativa farmacologicamente
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B - partição (seqüestro) no tecido adiposo
compartimento não-polar
fatores que determinam o acúmulo das substâncias no tecido adiposo:
coeficiente de partição gordura/água
Ex: morfina = 0,4; tiopental =10
baixo suprimento sanguíneo
DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS NO CORPO
25
DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS NO CORPO
C- Barreira hematoencefálica – formada pelas células endoteliais dos
vasos sanguíneos cerebrais e das células gliais periapilares.
-Apresentam junções de oclusões contínuas – transporte é transcelular.
-A lipofilicidade é fundamental para absorção.
-Transportadores de captação específica – Ex: transportadores de
monoaminas – Norepinefrina , Serotonina.
-Transportadores carredores de efluxo – removem fármacos diversos do
SNC. Ex: Glicoproteína-P e o polipeptídeo transportador de íons
orgânicos (PTAO).
-Limitam o acesso de fármacos aos tecidos que os expressam.
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DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS NO CORPO
Parâmetros farmacocinéticos - conceitos
Volume de distribuição (Vd): a medida do espaço (aparente)
disponível no organismo para conter a droga.
Vd
Quantidade da droga no corpo
C (plasma)
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Estimativa da extensão do tecido extravascular que faz a captação do
medicamento
Vd
Dose
C (plasma)
na prática
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DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS NO CORPO
Parâmetros farmacocinéticos - conceitos
Volume de distribuição (Vd):
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
O volume de distribuição é o volume no qual o fármaco deve dissolver-se
para que suas concentrações no corpo todo e no plasma sejam
equivalentes. (Domingues, 1934)
Imipramina -Trofanil® vd = 21L/kg
Clomipramina - Anafranil® = 17L/kg
Adulto jovem = 70 kg – volume de sangue 7% = 5,0L
vd- trofanil® = 1470 L; vd- anafril® = 357L
Significado Clínico:
Substâncias concentram se muito mais nos espaços extravasculares (tecidos).
Emergência (intoxicação) – diálise é ineficaz.
Ex: Antidepressivos tricíclicos – inibidores da recaptação de noradrenalina e
serotonina.
METABOLISMO DOS FÁRMACOS
28 Edna Alves dos Anjos Valotta
fármacos
lipofílicos
metabólitos
Hidrofílicos
sistemas enzimáticos
de fase 1 e de fase 2 metabólitos
Pouco lipofílico e
pesados
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metabolismo dos fármacos
Transformação enzimática de uma entidade química em outra com o
objetivo de transformá-las em produtos mais fáceis de serem eliminados
do organismo.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Eliminação dos Fármacos
Intestino:
Ex: aminas simpaticomiméticas (monoaminooxidases (MAO) no
intestino).
estômago :
ácido gástrico - Ex: penicilinas
enzimas digestivas - Ex: insulina
fígado – a maioria das substâncias
citocromo P 450 (CYP)
♦ polimorfismo
♦ indução e inibição
30 Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Reações de metabolização
reações de fase I (catabólicas)
oxidação, redução ou hidrólise
frequentemente, seus produtos são mais reativos que a
substância original.
pró fármacos – tornam-se ativos após a metabolização.
Ex: imipramina – trofanil® desipramina*
clomipramina – anafril nortriptilina*
tóxico
31 Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Reações de metabolização
reações de fase I (catabólicas)
P450 – enzimas metabolizadoras
Inibição das P450
Acúmulo plasmático das substâncias que seriam metabolizadas
pelas enzimas, com consequente aumento no seu efeito.
Ex: dissulfiram vs etanol e fenitoína
suco de pomelo (furanocumarínicos) vs midazolam –dormonid ®
BDZ.
Indução das P450
Redução nas concentrações plasmáticas das substâncias
metabolizadas pela enzima, com consequente redução do seu efeito.
Ex: fenobarbital – gardenal® vs cloranfenicol, fenitoína,
anticoncepcionais orais, digoxina.
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Reações de metabolização:
reações de fase II – sintéticas (anabólicas)
reações de conjugação – resultam, geralmente, em produtos
inativos.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
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Excreção dos fármacos e seus metabólitos
● Rins
filtração glomerular (20%) – moléculas com peso molecular inferior a
20.000.
* substâncias que se ligam fortemente a proteínas plasmática
depuração por filtração reduzida (apenas a fração livre é filtrada).
secreção tubular (80%)
- sistemas de carreadores podem colaborar.
difusão através dos túbulos (formas não ionizadas dos ácidos e bases)
● Sistema hepatobiliar
sistema de transporte – glicoproteína P (da circulação para o lúmem
intestinal).
● Pulmões – fármacos gasosos. Ex: anestésicos gerais.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
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CL =
CuVu
Cp
●Depuração: volume de plasma que contem a quantidade de substância
que é removida pelo rim na unidade de tempo.
Profa.Dra. Edna A Anjos-Valotta
Cu – concentração da substância
na urina
Vu – velocidade de fluxo da urina
Cp – concentração plamática
●Meia vida (t1/2): Tempo necessário para que as concentrações
plasmáticas ou a quantidade do fármaco presente no organismo sejam
reduzidas em 50%.
Ex: Benzodiazepínicos (ansiolíticos) – são classificados de acordo com
sua T1/2.
midazolam - dormonid® - t1/2 1,9 h = processos de curta duração, ex:
hipnose para endoscopia.
Clonazepam – Rivotril® - T1/2 24h = ansiolítico.