Fala e Mecanismo de Fechamento Velofaringeo

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FALA E MECANISMO DE FECHAMENTO VELOFARINGEO..... Fga. Nidia Patricia Cedeño O . Esp. Motricidade Oral e Terapia Miofuncional O fala se define como a faculdade de articular sons em palavras com conteúdo semântico e voz como o som produzido pela vibração das cordas vocais ao acercar-se entre si como conseqüência do passo de ar através da laringe. Um dos componentes é a ressonância, definida como "modificação do som produzido desde as cordas vocais" e é quem oferece as qualidades ao som que é percebido no fala. A ressonância é determinada por: 1 . Tamanho e forma das cavidades de ressonância (partes fixas - duras e celulares - macias). As consoantes são sons resonanciales e se produzem ao mudar de posição as estruturas da cavidade oral (língua, lábios, etc). Desde o ponto de vista da análise acústica, uma cavidade resonancial pequena traz como resultado uma maior freqüência/tom de formantes e uma cavidade resonancial maior traz como resultado uma menor freqüência/tom de formantes (Kummer 2004) 2 . Mecanismo de fechamento Velofaringeo. O mecanismo de fechamento velofaringeo é um ato neurofisiológico que atua como válvula para separar a cavidade nasal e oral em atividades de fala e deglución (Thompson e Hixon 1979). Também é descrito como um articulador que deve operar conforme a regras de programação neuromotora e cuja atividade está sincronizada com as ações de outros articuladores para atingir um fala perceptualmente aceitável (Lua e Kuehn 1996). E Cupello 2007 explica que para ativar os músculos do fala se produzem 140 mil eventos neuromusculares/seg . O fechamento velofaringeo consiste num movimento velar ao pôr-se em contato com as paredes laterais e posteriores da faringe. Estudos realizados por Kuehn e Morris em 1980 estabelecem padrões de atividade muscular em paredes faríngeas ao momento da formação do anel de Passavant. Depois, as estruturas ativas intervinientes são: 1. Véu do paladar: Move-se numa direção superior e posterior, tem um tipo de ação de "cotovelo", move-se para a parede posterior da faringe (*1), por ação dos músculos elevador e tensor do paladar, palatofaringeo, palatogloso, da úvula e constrictor superior da faringe 2 . Parede posterior da faringe: move-se anteriormente para o véu. Passavant, em 1862, descobriu o abultamiento que se forma

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FALA E MECANISMO DE FECHAMENTO VELOFARINGEO.....

Fga. Nidia Patricia Cedeño O. Esp. Motricidade Oral e Terapia Miofuncional

O fala se define como a faculdade de articular sons em palavras com conteúdo semântico e

voz como o som produzido pela vibração das cordas vocais ao acercar-se entre si como

conseqüência do passo de ar através da laringe. Um dos componentes é a ressonância,

definida como "modificação do som produzido desde as cordas vocais" e é quem oferece as

qualidades ao som que é percebido no fala.

A ressonância é determinada por:

1 . Tamanho e forma das cavidades de ressonância (partes fixas - duras e celulares -

macias). As consoantes são sons resonanciales e se produzem ao mudar de posição as

estruturas da cavidade oral (língua, lábios, etc). Desde o ponto de vista da análise acústica,

uma cavidade resonancial pequena traz como resultado uma maior freqüência/tom de

formantes e uma cavidade resonancial maior traz como resultado uma menor freqüência/tom

de formantes (Kummer 2004)

2 . Mecanismo de fechamento Velofaringeo. O mecanismo de fechamento velofaringeo é um

ato neurofisiológico que atua como válvula para separar a cavidade nasal e oral em

atividades de fala e deglución (Thompson e Hixon 1979). Também é descrito como um

articulador que deve operar conforme a regras de programação neuromotora e cuja atividade

está sincronizada com as ações de outros articuladores para atingir um fala perceptualmente

aceitável (Lua e Kuehn 1996). E Cupello 2007 explica que para ativar os músculos do fala se

produzem 140 mil eventos neuromusculares/seg .

O fechamento velofaringeo consiste num movimento velar ao pôr-se em contato com as

paredes laterais e posteriores da faringe. Estudos realizados por Kuehn e Morris em 1980

estabelecem padrões de atividade muscular em paredes faríngeas ao momento da formação

do anel de Passavant. Depois, as estruturas ativas intervinientes são:

1. Véu do paladar: Move-se numa direção superior e

posterior, tem um tipo de ação de "cotovelo", move-se

para a parede posterior da faringe (*1), por ação dos

músculos elevador e tensor do paladar,

palatofaringeo, palatogloso, da úvula e constrictor

superior da faringe

2 . Parede posterior da faringe: move-se anteriormente

para o véu. Passavant, em 1862, descobriu o abultamiento que se forma

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na parede posterior da faringe a nível do Atlas, durante a fonación e deglución, ao que se

denominou “Rodete, anel ou protuberância de Passavant”. (*1)

3 . Paredes laterais da faringe: Movem-se medialmente, pelo geral se fecham contra o véu e

as vezes se fechamento em linha média detrás o véu.O mecanismo de fechamento

velofaringeo é ativado na produção de sons orais, gerando-se engramas a uma pressão

sensitiva oral ao momento da emissão do fonema. Existindo então outros fonemas /m, n, ng/

que são emitidos por cavidade nasal, gerando ali também, engramas de uma pressão

sensitiva nasal.

Segundo estudos videonasofibroscópicos, existem diferentes tipos de fechamento

velofaringeo conforme com a aproximação muscular:

1 . Padrão coronal: Fechamento de véu contra parede posterior

2 . Padrão sagital com fechamento das paredes laterais

3 . Padrão circular fechamento de todas as estruturas.

E segundo a apresentação de pressão interna de ar o fechamento pode ser:

1 . Não pneumático: reflexo gag, durante o vómito ou em deglución.

2 . Pneumático: - Com pressão positiva; Soprar, assobiar e falar - Com pressão negativa:

Chupar, beijarE os sensoriais de ação direta X vadio, e IX glosofaringeo. Mas se definiu uma

ação de uma retroalimentação sensorial resultante da modificação através de um grupo de

estruturas que atuam em forma sinérgica e agonista acompanhando os movimentos durante

os processos do fala e a deglución. Isto implica uma coordenação no disparo da seqüência,

variabilidade de rendimento e um aumento da consistência do controle sensoriomotor para

adequar de maneira precisa o véu nos momentos que o fala assim o requeira.

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Aspectos Motores: Os nervos motores que executam a atividade do mecanismo velar são: IX

glosofaringeo, X vadio, XI acessório, V trigémino, VII facial. A programação motora do

movimento para o mecanismo de fechamento velofaringeo quanto a velocidade, casta do

movimento e habilidade para as atividades deglutorias e de fala está sujeito a aspectos como

palasticidade, flexibilidade, resistência, força, entre outros. Pinnet em 1998 assinala que a

maioria das atividades de habilidade funcional motora requerem uma combinação de

diferentes contrações musculares. para conseguir as habilidades para uma função desejada.

A função da válvula velofaríngea então, tem três fatores importantes que influem sobre ela:

1 . Fator anatômico: Relacionado com a

estrutura. E se existe a disfunção

velofaríngea se conhece com o nome de

insuficiência velofaringea (a estrutura é

insuficiente)

2 . Fator fisiológico: Relacionado com o

movimento. A disfunção corresponde a

incompentecia velofaringea ( não pode

ou se lhe dificulta realizar a função)

3 . Fator aprendizagem: Relacionado

com a articulação da palavra. A

disfunção se encontra em acomodações ou aprendizagens velofaringeos, encontrando-se

em inumeráveis ocasiones padrões de estruturas em coarticulación ao mesmo tempo que se

realiza a fonación.

Uma vez ocorre a disfunção velo faríngea, costumam ocorrer não só processo de hiper ou

soluço nasalidad, senão a aparição de Emissão Nasal de Ar (ENA) importante detectar já

que este fator pode levar nossa terapêutica a uma falha ou manejo terapêutico prolongado

pouco eficiente ou com os mesmos resultados.

Emissão Nasal de Ar (ENA): Produz-se nas

consoantes de alta pressão, consoantes

surdas particularmente. São Perdas de ar

através da válvula e pode ocorrer ou não

hipernasalidad. As alterações mais comuns

são: Emissão nasal, turbulência nasal e

distorção, a qual depende do tamanho da

pressão de abertura e resultante.

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1 . ENA COM GRANDE APAERTURA: Não impedância ao fluxo de ar, som de intensidade

suave e baixo. Pode causar: a) Consoantes débeis ou se omitem. b) Enunciados de curta

duração. c) Ocasionalmente uma careta nasal (rugas nasales acompanhadas de dilatação

das asas do nariz). d) Produções articulatorias compensatórias: Explosivas faríngeas,

fricativas velares, fricativas e africadas faringeas, fricativas nasales posteriores, golpe glótico

com coarticulación (ver figura adjunta).

Além destas, pode incluir:

- Inalação nasal (Snort nasal): Emissão repentina, força de pressão de ar. Pode ver-se bem

como oirse, particularmente se produz com combinações com o fonema /s/. Pode ser

funcional devido à aprendizagem inapropriada.

- Verificação nasal: Produz-se como uma substituição para sibilantes, particularmente/s /,

normalmente se produz em posição final.As produções articulatorias compensatórias darão

como resultado uma válvula aberta velopharyngeal e emissão nasal. Estas produções não

mudam com a cirurgia mas ao corrigir a estrutura, a terapia do fala se faz eficiente.

2 . ENA COM PEQUENA ABERTURA: Ar forçado através

de fricção por uma pequena abertura, o que causa e

propaga as secreciones. Dá como resultado um som forte,

apresentando turbulência nasal. Não tem nenhum efeito

nas consoantes ou na longitude de enunciado e se produz

de forma inconsistente. Ao ocorrer um gap pequeno o

paciente geralmente pode fechar com esforço, abertura

com aumento de esforço motor e fadiga, pode-se trabalhar

em terapia mas o paciente não é capaz de sustentá-lo

ainda fora da mesma e requer correção cirúrgica, mais

terapia

As síndromes craneofaciales, não só podem apresentar alterações no mecanismo de

fechamento velofaringeo, senão acompanhar-se de um transtorno da voz caracterizado por

disfonia, estratégias compensatórias para ressonância e articulação, intensidade baixa,

Emissão Nasal de Ar (Ruscello 2006)

O mecanismo de fechamento velofaríngeo se acomoda como uma concha acústica, um alto-

falante, para facilitar a projeção da voz quanto a pressão e fluxo de ar necessários para

produzir os sons com uma ressonância nasal justa para o fala. A disfunção neste mecanismo

requererá terapia mais ainda se requereu um manejo quirurgico.

Referências:

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*1 . Fga.Nidia Patricia Cedeño Ou. Diretora Centro de Fala e Voz. Pereira - Risaralda

ColômbiE-mail: [email protected]

Kummer, A, & Lee, L (1996). Evaluation and treatment of resonance disorders. Language,

Speech, and Hearing Services in Schools. 27, 271-281.

Kuehn, D. (1997) The Development of a New Technique for TreatingHypernasality:

CPAP.American Journal of Speech-Language Pathology. 6(4) 5-8

Kuehn, D et al. (2002). Efficacy of Continuous Positive Airway Pressure for Treatment of

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Pamplona, M, Ysunza, A, & Espinosa, J (1999). A comparative trial of two modalitiesof

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Ruscello, D (2008).An examination of nonspeechoral motor exercises for children with

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