FACELI - Disciplina Especial - Didática com Márcia Perini Valle - 06 - Prova Momento Privilegiado...
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VASCO PEDRO MORETTO
• Licenciado em Física pela Universidade de Brasília-UnB. • Especialista em Avaliação Institucional pela Universidade Católica de Brasília-UCB.• Mestre em Didática das Ciências pela Universidade Laval, Québec, Canadá. • Autor de vários livros da área.
Vasco Pedro Moretto
• Mestre em didática das ciências e professor há mais de cinquenta anos.
• Sua preocupação fundamental como educador é com o ensino de conteúdos relevantes, que proporcionem aprendizagens significativas, oportunizando a formação do cidadão competente, autônomo e ético, capaz de aprender novos conteúdos e ressignificá-los continuamente, construindo e reconstruindo, assim, seus conhecimentos.
• O texto desse livro está centrado em dois pontos básicos:– Como operacionalizar uma aula com sucesso
(tema dos oito primeiros capítulos) em que se apresentam os pressupostos da perspectiva construtivista em relação ao ensinar;
– Nos fundamentos para um processo de avaliação da aprendizagem (expostos nos capítulos finais).
1 O SUCESSO NO ENSINAR
Professor
Prepara aulas Ministra aulas Prepara e corrige provas
Pseudossucesso Real Sucesso
• O aluno repete o que o professor ensina.• O aluno obtém boas notas através da decoreba.• O professor fala sem parar o e aluno anota para reproduzir.
• Aprendizagem significativa de conteúdos relevantes.• Desenvolvimento de habilidades e aquisição de conhecimentos.•Desenvolvimento de competências em vários campos do saber.
2 ENSINO PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
Competência
Capacidade do sujeito mobilizar recursos (cognitivos), visando abordar uma situação complexa.
Recursos disponíveis para mobilização ao abordar uma situação complexa
Conteúdos específicos
Administração das emoçõesLinguagem
Habilidades e Procedimentos
Valores Culturais
Professor Competente
Operacionaliza uma aula Avalia a aprendizagem dos alunos
• Conhece o conteúdo específico de sua disciplina.
• Tem habilidade no ensinar.
• Identifica valores culturais ligados ao ensinar.
•Utiliza linguagem pertinente.
• Administra emoções.
• Sabe que a prova é um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas.• Elabora bem as questões das provas (habilidade).• Administra valores culturais ligados à avaliação.• Utiliza linguagem clara e precisa para o comando das questões.• Cria ambiente favorável ao controle das emoções.
3 AULA: REFLEXO DA EPISTEMOLOGIA DO PROFESSOR
A ideia do professor competente em sua ação de ensinar
Forma de pensar a educação
Formação para o magistério
História como aluno
Epistemologia do Professor
Epistemologia do Professor
A concepção deste em relação ao que é conhecimento determinará seu processo de ensino.
Epistemologia Tradicional Perspectiva Construtivista
• Inspirada nas correntes ideológicas do empirismo e do positivismo.• Apoiada na Psicologia Comportamental.
• Rompimento de alguns paradigmas da educação, como a ideia de um universo do conhecimento dado, seja pela bagagem hereditária (apriorismo) ou pelo meio físico e social (empirismo).
Epistemologia do Professor
Epistemologia Tradicional Perspectiva Construtivista• As verdades correspondentes ao conhecimento são aquelas que correspondem à descrição dos objetos como eles são em si.• Os conhecimentos, para o professor são descrições do mundo, por isso em aula ele descreve os objetos independentemente do contexto observado.• O aluno aprende a descrever o que aprendeu, reproduzindo o mundo físico e social.• Aluno: receptor do conhecimento.• Professor: transmissor do conhecimento.
• O conhecimento é uma representação que o sujeito faz do mundo que o rodeia, em função de suas experiências na interação com ele.• O conhecimento é uma construção individual mediada pelo social.• O aluno deixa de ser apenas receptor-repetidor de informações para ser um elaborador de representações.• O professor é o mediador, catalizador do processo de aprendizagem.
4 O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
Como o sujeito se apropria dos conhecimentos?
Diferença entre “interiorizar” e “apropriar-se de” conhecimentos
Interiorizar Apropriar-se de um conhecimento
Indica o fato de alguém ser capaz de repetir uma informação recebida, mesmo sem lhe dar muito significado.
Tem o sentido de interiorizar uma informação, estabelecer relações significativas com outros conhecimentos já elaborados pelo sujeito, ampliando e transformando sua estrutura conceitual, permitindo que estabeleça novas relações à medida que faça novas experiências.
O processo de construção/apropriação do conhecimento no contexto da sala de aula é
mediado pelo professor.
O professor deve buscar as “concepções prévias” dos alunos para ancorar o processo de ensino.
5 COMO AGE O MEDIADOR
O professor busca o sucesso em sua atividade de mediador
Para isso, é necessário que tenha uma visão epistemológica construtivista/sociointeracionista
• Conhecendo psicossocial e cognitivamente seus alunos.• Definindo com clareza os objetivos de ensino.• Definindo com precisão os objetivos para a avaliação da aprendizagem.• Escolhendo estratégias adequadas na intervenção pedagógica.• Sabendo perguntar.• Sabendo ouvir, para identificar o “repertório discursivo” do aluno (linguagem).• Atuando na “Zona de Desenvolvimento Proximal” do aluno.
Aprender é construir significados, e ensinar é oportunizar essa construção.
6 O PAPEL DA LINGUAGEM
A função da linguagem é ligar contextos
Contexto do Aluno Contexto do Professor O aluno traz consigo experiências vividas que lhe permitiram construir muitas representações e uma linguagem própria para comunicar-se com os outros e consigo mesmo.
O professor viveu um mundo de experiências, apropriou-se de conhecimentos e estabeleceu relações significativas num domínio específico do conhecimento humano.
Contexto para a aprendizagem de um novo assunto a ser proposto.
É nesse contexto que serão ancorados os novos conhecimentos a serem construídos.
Elaboração de relações significativas em determinado universo de símbolos.
Método Dialético
Teses Antítese Síntese• Concepções prévias do aluno.• Verdade aceita por um indivíduo ou um grupo de indivíduos.
• O professor mostra que a tese está baseada no senso comum e que ela apresenta contradições com o conhecimento elaborado pelas ciências.• Verdade que se opõe total ou parcialmente à primeira.
• Os interlocutores apresentam argumentos buscando diminuir as controvérsias e chegar a uma síntese.• Resultado do processo de negociação da tese e antítese.
A ressignificação de conceitos que o aluno fará deverá ocorrer por intermédio da linguagem do professor, que levará em conta as representações já feitas pelo aluno. Estas servirão de âncoras para a construção de novas representações.
É preciso levar em conta que o que dá sentido ao texto de uma linguagem é o
contexto em que ela é utilizada.
7 UMA FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
Papel do Professor Ensinar
Função da Escola
• Preparar cidadãos para sua inserção na sociedade, na qual ele viverá como cidadão e como profissional de alguma área da atividade humana.• Buscar preparar atores transformadores da sociedade.
Função Social da Escola: Ajudar a formar gerentes de informações, e não meros
acumuladores de dados.
Função Social
Socialização Primária Socialização Secundária
Educação em família O indivíduo se conscientiza da complexidade cada vez maior da realidade social na qual está inserido e aprende a analisá-la para compreender seu contexto social.
Escola como instituição cuja finalidade é a socialização.
Função do Professor:Catalisador do processo de aprendizagem.
Construtivismo
Método Dialético
Usando o Método Dialético, o professor funciona como um questionador, um provocador (no bom sentido), buscando
a negociação para a elaboração da síntese.
Método Dialético
8 O PAPEL DOS CONTEÚDOS
CONTEÚDO
Escola Tradicional Expontaneísmo
Excessiva ênfase ao ensino dos conteúdos pelos conteúdos.
Falso entendimento do Construtivismo.Minimiza a importância dos conteúdos priorizando o “fazer” dos alunos.
A Educação para o Desenvolvimento de Competências busca a síntese nessa controvérsia.
Educação para o Desenvolvimento de Competências
O objetivo é desenvolver a capacidade do sujeito de abordar situações complexas.
O conteúdo é um recurso necessário para isso.
CONTEÚDOS SEGUNDO SUA TIPOLOGIA
Conteúdos factuais e conceituais
Conteúdos Procedimentais
Conteúdos Atitudinais
Conhecimentos relativos a fatos, acontecimentos, situações, fenômenos socialmente construídos e diretamente observáveis.
Regras, técnicas, métodos, destrezas ou habilidades, estratégias, procedimentos: conjunto de ações ordenadas e com um fim.
Formação para valores e atitudes, isto é, predisposição do sujeito para atuar de certa maneira.
CONTEÚDOS SEGUNDO SUA TIPOLOGIA
Conteúdos factuais e conceituais
Conteúdos Procedimentais
Conteúdos Atitudinais
Fundamentais no processo de construção de representações significativas pelos alunos, desde que sejam contextualizados e sua relevância identificada tanto por quem ensina como por quem aprende.
Os procedimentos (processo) é tão importante quanto os resultados.
Esses conteúdos devem ser trabalhados no contexto de outros vistos no processo de ensino.
PCN: temas transversais como elementos que objetivam a formação para a cidadania.
Compete ao professor a seleção desses conteúdos, com precisão de seus significados nos contextos em que são apresentados.
9 AVALIAR COM EFICÁCIA E EFICIÊNCIA
Avaliação da Aprendizagem
Visão Tradicional Perspectiva Construtivista
A avaliação da aprendizagem é um momento privilegiado de estudo e não um acerto de contas.
A avaliação é parte do ensino e da aprendizagem.
A avaliação é encarada como um processo em que o aluno devolve ao professor o que dele recebeu.
Eficácia e Eficiência na Avaliação da Aprendizagem
Eficaz Eficiente
Quando o objetivo proposto é alcançado.
Está relacionado ao objetivo e ao processo desenvolvido para alcança-lo.
Características da prova
Visão Tradicional Perspectiva Construtivista
• Contextualização.• Parametrização.• Exploração da capacidade de leitura e escrita do aluno.• Proposição de questões “operatórias” e não apenas “transcritórias”.
• Exploração exagerada da memorização.• Falta de parâmetro para correção.• Utilização de palavras de comando sem precisão de sentido no contexto.
10 A PROVA OPERATÓRIA: RESSIGNIFICANDO A TAXIONOMIA DE BLOOM
Prova Operatória
Elaboração de prova
Requer o uso de operações mentais para abordar situações complexas.
Requer estabelecer um objetivo para cada questão, isto é, a indicação clara e precisa do que se quer avaliar após o ensino de determinada unidade.
Taxionomia de Bloom
Classificação que tem como critério a complexidade das operações mentais necessárias para alcançar
determinados objetivos.
Taxionomia de Objetivos Educacionais
(Re)conhecimento Compreensão Aplicação Análise Síntese Julgamento(Avaliação)
A habilidade mental é a identificação das propriedades fundamentais dos objetos de conhecimento.
Além da identificação, há indicação de elementos que dão significado ao objeto de conhecimento: sua composição, sua finalidade, suas características, etc.
Transposição da compreensão de um objeto de conhecimento.
Operação mental que parte de um todo para a compreensão de suas partes.
Operação mental que relaciona diversas partes para estabelecer as características de um “todo”.
Nível maior de complexidade.Emissão de juízo de valor após análises e/ou sínteses efetuadas.
Palavras-chave:Identifique, nomeie, assinale, cite, complete a lacuna, relacione as colunas.
Palavras-chave:Explique, descreva, apresente características, dê o significado.
Palavras-chave:Resolva, determine, calcule, aplique, com base no texto.
Palavras-chave:Analise, faça uma análise, examine os fatos, decomponha a sentença.
Palavras-chave:Faça uma síntese, generalize, apresente uma frase síntese.
Palavras-chave:Julgue, justifique a sua resposta, apresente argumentos a favor (ou contra).
Taxionomia de BloomOs objetivos, visando a construção do conhecimento, são propostos em diferentes níveis de complexidade.
Elaboração de questões operatórias
O processo de avaliação da aprendizagem precisa ser coerente com o processo de ensino.
Recomendações com vistas à preparação do instrumento de avaliação, sobretudo a
prova escrita.
Passos para elaboração de questões de prova.
Considerações Finais
• Esse livro mostra que o caminho da mudança passa por uma transformação do processo de avaliação, tornando-o uma oportunidade para o aluno ler, refletir, relacionar, operar mentalmente e demonstrar que tem recursos para abordar situações complexas. Em síntese, o aluno deverá demonstrar ter adquirido competência como estudante.
Referências
MORETTO, Vasco Pedro. Prova: um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.