Exploração das potencialidades da biosfera
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Exploração das
potencialidades da Biosfera
Segundo estimativas, prevê-se que a população mundial duplique
nos próximos 50 anos. Por isso, é necessário que a produção animal
acompanhe este aumento, de modo a que as necessidades de
alimentação da população mundial sejam satisfeitas.
Estes aumentos de
produção alimentar têm vindo
a ser conseguidos, em grande
parte, graças à contínua
progressão da tecnologia e aos
incentivos a utilizar as
inovações da Biotecnologia
disponíveis no mercado para
aumentar a eficácia produtiva
dos animais.
Uma das mais antigas técnicas utilizadas para a produção animal é
a reprodução selectiva:
é uma técnica, utilizada há
vários séculos, que tem como
objectivo obter animais com
características vantajosas;
baseia-se numa selecção
artificial, que em cada geração são
promovidos os cruzamentos entre
os indivíduos com as características
desejadas.
A selecção artificial veio permitir obter
melhores produtos de qualidade, como a
carne, o leite, ovos ou até mesmo peles.
Com a reprodução selectiva houve uma
melhoria da capacidade de reprodução, o
que veio permite obter maior descendência,
conseguindo obter animais, em alguns casos,
mais resistentes a doenças.
A reprodução selectiva para os
animais tornou-se bastante facilitada
devido ao desenvolvimento das
técnicas de inseminação artificial (em
que o sémen do macho com
características vantajosas pode ser
utilizado para inseminar um grande
numero de fêmeas) e de fertilização
in vitro.
As desvantagens associadas a este tipo de reprodução são:
• é um processo lento;
• apenas permite combinar características de indivíduos da mesma
espécie ou de espécies relacionadas;
• as variedades resultantes
perdem eficácia num período de
tempo curto devido a pragas e
doenças.
Actualmente a criação de animais é feita em espaços confinados e
densamente ocupados, como é exemplo dos aviários; estes espaços
vieram permitir ao Homem produzir grandes quantidades de carne em
pouco tempo, mas apresentam certas desvantagens como a fácil
propagação de doenças.
Assim, podemos definir a
Biotecnologia Animal como sendo um
conjunto de tecnologias que exploram
o potencial das células animais com o
objectivo de serem utilizadas na
melhoria da produção animal, em que
a qualidade dos produtos, o bem-estar
animal e ambiental são condições
básicas essenciais.
Ao nível dos sistemas de produção animal deve-se compreender que a
Biotecnologia contribui para a melhoria produtiva da unidade animal de
modo a possibilitar uma produção alimentar, sem prejuízo quer para o
animal quer para os sistemas de exploração.
Isto é, o produto final deverá apresentar
condições de elevados padrões
alimentares, com benefícios nutricionais e
alimentares para o consumidor final, de
acordo com os protocolos de bioética animal.
Alguns exemplos do uso das técnicas de Biotecnologia na produção animal:
Animais Biorreatores: são animais
geneticamente modificados capazes
de produzir substâncias utilizáveis na
indústria farmacêutica, como matéria
prima na produção de alguns
produtos;
Fornecimento de órgãos para seres
humanos (xenotransplantes) com
novas características genéticas.
Alguns exemplos do uso das técnicas de Biotecnologia na produção animal:
Utilização de animais transgénicos para estudar mecanismos moleculares
que contribuam para a patologia de doenças humanas, assim como para
testar agentes terapêuticos que evitem o combate a determinadas
doenças;
Manipulação de células animais:
laboratórios em todo o mundo manipulam
as células de animais, modificando desta
forma as suas características genéticas,
criando novos genótipos.
Organismos geneticamente
modificados (OGM) são todos os
organismos cujo material genético foi
alterado de modo a favorecer alguma
característica desejada.
Os OGM podem ser produzidos por aplicações
da biotecnologia, por técnicas da engenharia
genética. Um dos processos é a clonagem.
Começaram a ser comercializados em1980.
Exemplo de organismos geneticamente modificados por aplicação da
biotecnologia:
• Salmões geneticamente
modificados com genes para aumentar
a sua taxa de crescimento;
• Ovelhas que produzem lã com
melhor qualidade e em maiores
quantidades;
Exemplo de organismos geneticamente modificados por aplicação da
biotecnologia:
• Vacas cujo leite contém maior teor de
lípidos e proteínas, tornando-o mais saudável
para o consumo humano e que produzem
anticorpos que podem ser facilmente extraídos
para a produção de vacinas;
• Porcos que excretam menos fósforo nas
fezes, diminuindo a poluição dos cursos de
água.
1. Especificidade
2. Velocidade
3. Economia
4. Modelos de enfermidade
5. Melhora de ganho
1. Saúde animal
2. Disseminação
Os animais geneticamente modificados podem oferecer novos e
melhores processos para a compreensão, prevenção e tratamento de
doenças humanas.
A sua utilização em biomédica
pode contribuir para a melhoria de
vida dos seres humanos, produzindo
novos e melhores medicamentos.
Na indústria farmacêutica podem se utilizados com vários
propósitos, como:
• Constituir modelos para doenças humanas ;
• Testes da identidade e da pureza de
proteínas humanas utilizadas como
medicamentos ;
• Produzir proteínas.
Também na área da medicina este animais tem várias
aplicações, como, a produção de órgãos para transplante.
• Constituir modelos para doenças humanas;
• Testes da identidade e da pureza de
proteínas humanas utilizadas como
medicamentos;
• Produzir proteínas.
As primeiras dúvidas quanto ao seu uso
surgiram em 1974 quando Paul Berg
apresentou preocupações em relação às
consequências que poderiam resultar da
introdução no meio ambiente de
microrganismos geneticamente modificados.
Actualmente, o público em geral manifesta mais apreensões no que diz
respeito a questões éticas, relativas à manipulação descontrolada, por
exemplo, do material genético humano.
a. Terá o homem o direito de manipular geneticamente os outros
seres vivos?
b. Devem ou não os animais geneticamente modificados
reproduzirem-se?
c. Quem poderá garantir que os alimentos que consumimos não foram
modificados com um gene humano?
Surgem ainda preocupações em relação à segurança do consumo
de alimentos que resultam de animais geneticamente modificados, sobre o
qual não há grande informação.
Clonagem é a produção de indivíduos geneticamente iguais.
É um processo de reprodução assexuada que resulta na obtenção
de cópias geneticamente iguais do mesmo ser vivo.
Os clones não chamaram muita à
atenção durante anos, pois a clonagem
restringia-se, principalmente, a plantas e
protozoários.
Porém, em 1996, o escocês Ian Wilmut
conseguiu mostrar que era possível, a partir
de uma célula somática diferenciada, clonar
um mamífero, tratava-se de uma ovelha da
raça Finn Dorset chamada de Dolly.
Apesar do sucesso da clonagem, a
técnica apresentou alguns erros:
• A ovelha Dolly não era totalmente
idêntica ao doador do núcleo;
• Apresentava as extremidades dos
cromossomas diminuídas, gerando
envelhecimento celular precoce.
Actualmente, os antibióticos são usados em doses reduzidas na
alimentação dos animais criados para consumo humano e considera-se
que:
• promovem o seu rápido crescimento;
• melhoram a qualidade da carne, com
menor percentagem de gordura, e dos
produtos derivados da produção animal ;
• aumentam o conteúdo proteico da
carne, dado que os animais adultos
passam a ser capazes de digerirem mais
facilmente os alimentos que ingerem.
Segundo dados do Instituto de Saúde
Animal dos EUA, o não uso de antibióticos
implicaria a perda de cerca de 450 milhões
de frangos, 23 milhões de vacas e 12
milhões de porcos.
No entanto, os humanos podem ser
afectados de uma forma directa pelos
resíduos de antibióticos na carne!
Diversos estudos científicos têm
demonstrado os problemas causados pelo uso
excessivo e descontrolado destes
fármacos, nomeadamente:
o aparecimento de estirpes bacterianas que
lhe são resistentes, o que implica o uso de
doses superiores ou de antibióticos mais
fortes nos animais;
o uso de antibióticos que também são usados
para o tratamento de infecções que afectam o
homem, dificultando o tratamento hospitalar
das infecções causadas por algumas estirpes
resistentes, que nos podem infectar;
a presença de resíduos de antibióticos na
carne e nos produtos derivados dos animais,
com consequências, ainda pouco claras para a
saúde humana;
a contaminação de rios, águas subterrâneas e
solos, com riscos elevados para a saúde
humana e para o ambiente.
1. O uso de antibióticos pode gerar pressões selectivas nos organismos patogénicos, com o
aparecimento de estirpes resistentes, que podem provocar problemas de saúde ao
Homem, pois deixam de ser sensíveis aos antibióticos administrados para o combate a
infecções.
2. O uso de enzimas, como complemento digestivo, aumentaria a eficiência ao nível do
aproveitamento dos alimentos e o melhoramento das condições sanitárias, reduzindo as
contaminações por agentes patogénicos, com menor necessidade de antibióticos, o que
poderá reflectir-se no menor aparecimento de estirpes resistentes.
3. O fornecimento de enzimas permitiria uma melhor degradação dos
alimentos, favorecendo um aumento da absorção intestinal, o que se reflectiria ao nível da
produtividade, em termos de aumento da massa dos animais, bem como numa melhoria na
qualidade da carne e dos produtos derivados da produção animal (ex.: leite).
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