EXPERIÊNCIAS E PRÁTICAS AFRORREFERENCIADAS NO CHÃO … · O breve contexto histórico nos serve...
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EXPERIÊNCIAS E PRÁTICAS AFRORREFERENCIADAS
NO CHÃO DA ESCOLA: HERANÇAS E RAÍZES DA CULTURA
AFRICANA
Resumo
Este trabalho tem o envolvimento de estudantes, pais, gestores e corpo docente da
Escola Francisca Alves do Amaral, situada em Caucaia-Ce e que buscou a
implementação da Lei 10.639/03 através do desenvolvimento do projeto “Viemos
Todos da Mãe África” e executado em uma de suas atividades a gincana afro cultural. O
evento acontecido na fase laborial e de execução nos meses de outubro, novembro e
dezembro de 2018, alusiva a Consciência negra. A Metodologia desenvolvida partiu da
orientação dos professores com suas respectivas turmas de forma construtivista,
valorizando a ancestralidade, a coletividade, o Comunitarismo e a oralidade, dentre
outras referências africanas. Para isso OS trabalhos na prática a teoria de Paulo Freire
(1986) e Sandra Petit (2015) e Geranilde Costa com a Pretagogia, uma Pedagogia para
índios, negros e brancos com os saberes e na História famíliar que cada um trás, a
afrodescendência de Henrique Cunha (2011), às pesquisas e trabalhos na escola SILVA
& OLIVEIRA (2018). Os elementos da natureza com (Bâ) (1992), que destacou o uso
das ervas e a pesquisa com o ofício das rezadeiras e a horta da escola, também foi
trabalhado músicas afro, culinárias, moda, belezas, literaturas e oraturas. Na elaboração
houve resistências, contudo o coletivo conseguiu desenvolver não só belos trabalhos,
mas a afirmação e pertencimento da grande maioria dos discentes e docentes, o trabalho
coletivo e a valorização às nossas ancestralidades frutificaram o sentimento de
afirmação em muitos alunos e professores/as.
Palavras chaves: Superação, transformadores, dinâmico, cidadãos, idealizador.
Introdução
Diante da Orientação dos professores com suas respectivas turmas de forma
construtivas, valorizando a ancestralidade, a coletividade, o comunitarismo e a
oralidade, dentre outras referências africanas. A pesquisa obteve influências diretas das
teorias e práticas de Paulo Freire (1996) e Sandra Petit (2015) e Geranilde Costa (2018).
Propagando a Pretagogia, uma Pedagogia para índios, negros e brancos com os saberes
e na história familiar que cada um traz, a afrodescendência de Henrique Cunha (2011),
ás pesquisas e trabalhos na escola dispuseram ainda das afirmações de Oliveira; Silva
& Lima (2018). Voltados aos conhecimentos dos elementos da natureza que segundo
(Bâ) (1992) destacou o uso das ervas e a pesquisa com o ofício das rezadeiras e suporte
teóricos para a construção da horta da escola
Busca-se proporcionar reflexões nas metodologias repassadas pelos professores
e adequação dos sujeitos enquanto receptores destes conhecimentos. Ao longo desta
trajetória histórica observaremos alternativas para ajudar os docentes de forma coletiva
a transformar o ambiente tradicional em dinâmico com o intuito de organizar espaços
que amplie a criatividade, criticidade dos alunos de forma objetiva pela luta dos seus
direito e o cumprimento dos seus deveres enquanto cidadãos.
Construção Histórica do tempo
Sobre a análise é preciso entender um pouco de sua linha histórica. Pensando
assim, iniciaremos o resgate desta viagem, de luta e reconhecimento das raízes
africanas. Sócrates se destacou pela Maiêutica que de forma didática lapida seus alunos
aprimorando seus conhecimentos e experiências diante de suas vivências nos diferentes
campos de atuação (arte, cultura, esporte, conhecimentos teóricos e práticos). Diante das
ponderações das (Org). SILVA; LOPES & MONTEIRO (2017). Compreendemos que:
[c}idadão crítico é aquele que abrirá espaço para a existência de um
maior número de mobilizações que levem em consideração os interesses
e direitos de minorias no cenário brasileiro, na medida em que se faz necessário estar atento para os objetivos almejados nesse processo, para
que possam agir contra a manutenção da ordem social existente a partir
das manifestações em que protestem a favor das reais necessidades e
condições dos diferentes setores da sociedade. (p. 148 e 149).
A Filosofia inspirou através de suas metodologias como indagar e levar os
educandos a participar de aulas, mostrar suas inquietudes e buscar melhorias através de
formular seus próprios conceitos, registros e referências evidenciando as pesquisas que
na Escola Peripatética1, atitudes de docência já eram encaminhadas na época e hoje
continuam preservadas através do sociointeracionismo.
Segundo Lira (2018), A Idade Média foi marcada por um retrocesso cultural,
onde junto aos mosteiros o ensino se limitava à mera transcrição de textos sem
contribuições de pensamento ou mudança para a transformação de seres ativos e
1 Escola Peripatética- Relativo ao pensamento do filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C).
atuantes. O período ficou conhecido por Escolástica2 iniciando-se assim, as primeiras
universidades com foco nos ensinamentos filosóficos e teológicos por sua vez o público
era eclesiástico. E nem todos tinham o acesso a educação e os saberes estes vistos como
essenciais ao clero, a nobreza e a burguesia.
No Século XI, foi destaque o estudo das línguas pela interação entre várias
culturas os Eruditos, Árabes, Judeus e Cristãos. Recebendo a menção de Translátio
Studiorum que significa a transcrição de saberes de Árabes e Judeus bastantes ligados às
fontes Gregas (LIRA, 2018, p.22). Porém percebemos o desrespeito conforme (Org).
Petit (2015), apresenta.
Penso que o primeiro passo é conhecer o que seja tradicional na fonte,
pois é patente o desconhecimento de nós afrodiaspóricos, acerca das
nossas origens africanas, apesar das inúmeras manifestações dessa tradição nos mais diversos eventos e espaços culturais. No Brasil ainda
são pouco conhecidos os trabalhos que relacionam a tradição oral
africana com as manifestações culturais brasileiras, identificando quais as características comuns às africanidades. Sobretudo, vem-se pensando
e praticando pouco a tradição oral africana e que possa servir de matriz
para os currículos escolares e universitários. (p. 111)
O breve contexto histórico nos serve de análise para percebermos que desde
surgimento da educação “o estudo da história humana e das línguas sempre foi
negligenciado, voltando-se mais para as necessidades sociais dos professores, médicos,
teólogos e advogados” LIRA (2018, p.22 e 23). Tendo como indicação teórica de Santo
Agostinho e o Grupo Patrística, como também, pensamentos “educacionais” de Santo
Tomás de Aquino.
Analisando a teoria e método de investigação psicológica do Behaviorismo de
caráter comportamentalista de Skinner percebemos que a mesma trabalha o aluno como
sujeito condicionado através dos estímulos proposto. Sendo estes expressos de forma
positiva ou negativa diante dos estímulos e respostas com o treino repetitivo os
discentes passam a serem vistos como “um robô”. Impossibilitado de construir e refletir.
Nesta Teoria o aluno não tem seus conhecimentos evidenciados o mesmo é visto como
2 Escolástica-Pensamento cristão da Idade Média, baseado na tentativa de conciliação entre um ideal de racionalidade, corporificado específico na tradição grega platonismo e aristotelismo, e a experiência de contato direto com a verdade revelada, tal como a concebe a fé cristã; escolasticismo.
uma tábua rasa. Segundo as (Org.) SILVA; LOPES & MONTEIRO (2017)
complementam.
Portanto, com a promulgação da Constituição de 1988, a partir de
grandes lutas de uma série de movimentos sociais de várias esferas da
sociedade, e com os movimentos surgidos posteriormente, compreendemos que os movimentos sociais são determinantes no
desejo e realização do viver em uma sociedade democrática, de direito
e que esteja condizente com as reais condições da sociedade como um
todo, e inclusive das minorias que compõem. (p. 150).
Segundo Lira 2016, compreender os métodos estabelecidos pela Epistemologia
Genética3 implica na interação das relações entre os sujeitos com o objeto. Através de
suas diferenciações onde é possível experimentar de dois movimentos que se
complementam um em relação agregação das vivências do sujeito e a outra em relação a
sua acomodação. Porém, temos que entender que a assimilação e acomodação se
subdividem de forma distinta. Onde era apropriada para fixar o objeto teórico
caracteriza assimilar e no processo da acomodação o indivíduo consegue compreender
melhor as estruturas cognitivas. Ao falarmos de ambas as teorias juntas podemos ainda
contemplar as ações dinâmicas do contexto escolar. Dentro das tendências pedagógicas
recebe-se o nome de construtivismo que dá origem às transformações diárias
enriquecem as relações entre o ser e o lugar a qual o mesmo habita.
Figura1. Alunos da Escola Francisca Alves do Amaral Gincana -2018. 1º Dia
3 Epistemologia Genética – teoria desenvolvida por Jean Piaget e consiste numa síntese das teorias então existentes, o apriorismo e o empirismo Piaget não acredita que o conhecimento seja inerente ao próprio sujeito, como postula o apriorismo, nem que o conhecimento provenha totalmente das observações do meio que o cerca na visão empirismo Para Piaget o conhecimento é desenvolvido por fases.
Fonte: Cedida pela Instituição
Observamos que, dentro da linha construtivista que mesmo nas relações sujeito e
objeto e um desafio trabalhar Lei 10.639/03, de forma autônoma transformando-as com
base nas suas relações e experiências as matrizes africanas. Muitas vezes a escola
pretende divulgar o seu ensino e acaba tornando antagônicos os princípios da cultura
negra. O momento nos permite traçar um paralelo com base na visão de Vygotsky e sua
relação sociointeracionista diferente de Piaget o teórico contempla que as relações são
feitas de forma associadas entre sujeito e objeto de “maneira conjunta”. Onde, todos
fazem parte do ambiente de ensino, oferecem suas contribuições, mesmo de forma
negativa. Para Sodré (2012. p.49) apud Petit (2015, p.110).”é muito difícil sair da
própria pele, ou seja, da cultura própria que atribui uma posição hierarquicamente
excelsa na pirâmide mundial dos sistemas de saber”. Porém, através dos desequilíbrios
percebemos os conhecimentos e os significados, estes potencializados, pelos processos
vivenciados.
Ao observar as influências da reforma do Ensino Brasileiro desde meados de
1990 onde se iniciam estudos para composição do Plano Decenal de Educação Para
Todos, em 1993. Já se discute que os estados e municípios que compõe as federações,
busquem a qualidade ao invés da quantidade no que diz respeito aos direitos da
aprendizagem significativa.
Sabemos que desde 1906 ocorreram os primeiros ensejos de mediação na
educação do Brasil conforme Freitas (2007) desde a década de 30, mesmo sem foco as
discussões já eram realizadas sobre as metodologias de ensino e as exposições por parte
dos resultados almejados pelos alunos de forma tradicional, sem a possibilidade de
questionar. No entanto (Org). PETIT (2015), afirma que:
Por motivos históricos de desvalorização do ser negro/a, elas não são
ensinadas na escola formal no Brasil. Seus valores são repassados
explicitamente ou não, de modo mais comum na família, nas práticas
religiosas, nas práticas de solidariedade, entre grupos comunitários, em práticas de artes tradicionais (diversas artesanias), nas festas populares e
em toda a sorte de brincadeiras que envolvem o coletivo. Nesse
contexto, como trazer a tradição oral para dentro dos espaços
educacionais formais? (p. 110 e 111).
Respondendo Petit, percebemos que na tentativa de uma melhor qualidade na
educação, os movimentos operários e contemporâneos se unem contra o domínio da
burguesia dando origem ao movimento marxismo4 que tem seus pressupostos divididos
em quatro momentos básicos humanismo, historicismo concreto, razão dialética e práxis
política revolucionária.
4 Movimento Marxismo- foram traçados entre 1840 e 1850 pelo filosofo social alemão Karl Marx e o revolucionário alemão Friedrich Engels, sendo o sistema mais tarde completado e modificado por eles e por seus discípulos, entre eles, Trotsky, Lenine e Stalin. Como um sistema ideológico que critica radicalmente o capitalismo e proclama a emancipação da humanidade numa sociedade sem classes e igualitária.
Para Jimenez e Furtado Org. (2001), indagam a maneira de como o humanismo
trabalha o homem junto à natureza, onde transforma a realidade e o seu ser social desde
o seu surgimento até o desenvolvimento da espécie humana.
O historicismo aborda a busca e o aperfeiçoamento da sua autocriação, muitas
vezes, as respostas são contraditórias por fazer parte de uma realidade com diferentes
opiniões e visões. Porém, estes desequilíbrios contribuem também para o seu
crescimento de forma total e parcial.
Segundo as autoras ao descrever a razão dialética observa-se um duplo sentido
entre o desenvolvimento real e suas contraditoriedades e as subjetividades dentro dos
“saberes empíricos” que ao citar Marx, fundamenta seus conceitos na realidade, na
essência positiva e negativa vivida pelos sujeitos. Porém suas definições se adequam a
todos? O mesmo é questionados diante de suas visões? E onde percebemos a igualdade
de direitos e respeito com as etnias? Na sociedade, percebemos que não!
Por fim, o quarto momento marxista marca a ruptura com todas as filosofias da
história. Onde foca o objetivo na transformação do ser social em função da quebra de
paradigmas, do capitalismo rumo uma sociedade sem classes, ou seja, a práxis política
revolucionária, nesse aspecto, é uma mediação necessária para a extinção da dominação
do homem pelo homem (poder político) JIMENEZ e FURTADO (org. 2001, p.20 e 21).
É preciso saber conhecer, os elementos norteadores que envolvam os alunos a
exercitar mecanismos de organizações teóricas e práticas em sua trajetória escolar e o
respeito cultural. Com base, na educação transformadora e nos princípios éticos
expostos por Freire (1996) diante de uma linha holística de tempo, nos deparamos com
realidades bem diferentes dentro do mesmo século. De um lado, encontramos
professores que não contemplam a aquisição de práticas tecnológicas, em contrapartida
existem alunos que dispõe de conhecimentos expressivos nesta área. De que formas
podem atrelar essas metodologias para a construção de aulas dinâmicas e prazerosas
dentro dos conteúdos previstos para o ano em curso. Oportunizando espaços dentro do
currículo diversificado para o ensino da Africanidades.
A diversidade do conhecimento e da prática dialética devem romper barreiras. O
educador é convidado a experimentar junto ao seu educando os procedimentos flexíveis
a suas práticas no contexto escolar. Porém, o processo de ensino deve transcrever de
forma clara, adequando às reais necessidades do aluno de forma total, individual e
coletiva, dentro da comunidade escolar, na qual se caracteriza a aprendizagem de forma
dinâmica. Através dos sons dos tambores, de experimentar a iguarias indígenas e
africanas, que muitos não sabem de suas origens, da dança e do “remelexo” que encanta
e tem seus significados, da cura através da fé das rezadeiras e das conquistas de uma
saúde natural e transformadora, com produtos retirados da mãe terra.
Os professores precisam adaptar os planejamentos aos conhecimentos do aluno
sem restringi-los apenas na programação dos conteúdos teóricos, sem o uso de práticas
concretas. Pelo Estatuto da igualdade Racial (Lei n. 12.288/10) e a Lei de Diretrizes e
bases da Educação Nacional, sobre o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e o
Decreto Legislativo n.6.040/2007. Devemos estar atentos às mudanças socioculturais e
trabalhar dentro de uma visão de prioridades. Onde a flexibilidade deve fazer parte das
vivências a qual se aplica.
Aos ambientes pedagógicos e os novos saberes sócio educacionais da
atualidade, permite-se adentrar, além dos paradigmas sociais nas visões de quem atua de
forma pragmática. Os personagens ativos devem compreender a educação e suas
práticas como um sistema dinâmico.
Para Libâneo (1994, p.153) o professor e o aluno tem importante
posicionamento nas estratégias de ensino aprendizagem, precisam ser norteado
contemplando um ao outro. “Os métodos não têm vida independentemente dos
objetivos e conteúdos, assim como a assimilação dos conteúdos depende tanto dos
métodos de ensino como dos de aprendizagem.” Para isto a leitura de mundo e a escrita
das Leis, são ferramentas fundamentais no desenvolver das habilidades do professor e
do aluno enquanto agentes do conhecimento e divulgador da especificidades.
Nesta visão, permite-se uma investigação por parte da gestão pedagógica em
parceria com o educador de analisar se as habilidades não adquiridas que correspondem
às dificuldades de aprendizagens, ao perfil social, econômico e as questões familiares ou
sistemáticas.
No processo capitalista as relações interpessoais, são fragmentadas e isto difere,
na individualização dos sujeitos. Pois sem conhecer as especificidades de cada aluno, os
docentes não conseguem compreender as características pertinentes nas necessidades
sociais de gênero explicita na BNCC e nos PCN’S5- Parâmetros Curriculares Nacionais.
Dentro da realidade e respeito às diferenças durante a aquisição dos conceitos e
habilidades no ensino aprendizagem.
A batalha da educação só será vencida quando as autoridades
governamentais - entre outras medidas- restabelecerem a autoridade do professor, dando lhe condições mínimas de trabalho e segurança;
quando os professores estiverem aptos a enfrentar, com sucesso, as
desafiadoras situações que enfrentam hoje - entre as quais indisciplina, desinteresse e desrespeito são apenas três, entre tantas. Esta é o meu
juízo, a base mínima para que se propicie cidadania a quem cidadão não
é, porque não compreende o que ocorre a sua volta, já que não lê ou, se
lê, não compreende o que leu (ZAGURY 2018, p.14).
Os professores por sua vez, devem ser os motivadores do colegial e procurar
despertar suas intenções de participar, reagir, criar e de questionar a maneira crítica e
consciente, a fim de promover tais mudanças e deliberações no âmbito das experiências
e permanências de pesquisas no desenvolver das capacidades. Para os
(Org.)Nascimento; Fernández; Passos; Cloux & Oliveira (2019). Compreendem
[c]onhecer as reais possibilidades e assumir o que é se autorrealizar,
chegar inteiro, despertar, é o que mais se deseja com tal proposta. Para tanto, faz-se necessário, no caso das obìnrin dúdú, livrar-se da
idealização e perseguição da brancura, imposta há tempo como modelo
de identificação normativo de humanidade e de beleza. Buscar nas referências ancestrais inspiração, respeito e dignidade e ter a
possibilidade de sair do estigma e do estereótipo impostos,
incansavelmente, a tais mulheres, caminhar em direção à estima, ao
aceitar-se e, mais do que que isso, gostar-se, descobrindo a boniteza de ser como é, eis o dignificante do texto. Quebrar o esquema que tanto as
persegue: ser (negro) sem quere ser X querer ser (branco) sem poder ou
conseguir ser (VALENTE,1994). Substitui a branquitude pela
negritude, eís um dos meus desejos com este trabalho . (p.318 e 319).
5 PCN’S – Parâmetros Curriculares Nacionais são diretrizes elaboradas para orientar os educadores por meio da normatização de alguns aspectos fundamentais concernentes a cada disciplina. Professores, coordenadores e diretores, que podem adaptá-los às peculiaridades locais.
Assim, a qualidade na educação não deve ser medida somente pelos resultados
dos educandos em testes de aprendizagem, mas também pela maneira como se dá o
processo educativo dentro da escola, tais como: formação de opinião, atividades que
auxiliem a constituição para o exercício da cidadania. Veremos alguns aspectos
importantes que devem nortear a relação professor aluno e a construção dos saberes.
Figura2. Alunos da Escola Francisca Alves do Amaral Gincana -2018. 2º Dia.
Fonte: Cedida pela Instituição.
O sinal mais indicativo da responsabilidade profissional do professor é
seu permanente empenho na instrução e educação dos seus alunos, dirigindo o ensino e as atividades de estudo de modo que estes
dominem os conhecimentos básicos e as habilidades, e desenvolvam
suas forças, capacidades físicas e intelectuais, tendo em vista equipá-los
para enfrentar os desafios da vida prática no trabalho e nas lutas sociais
pela democratização da sociedade (LIBÂNEO, 1994 p.47).
As prioridades das ações discentes e docentes na dinâmica da educação. Prever
que o ambiente deve ser preparado e organizado nas relações permanentes dentro de um
planejamento individualizado pelo professor, ou nos contextos sociais e coletivos diante
das relações de troca de experiências entre os colegas de profissão.
Resultados e Discussão
Percebemos a aproximação dos segmentos do conselho escolar através do
trabalho de músicas afro, culinárias, moda, belezas, literaturas e oraturas. Na elaboração
houve resistência por parte de algumas famílias em virtude dos seus conceitos
religiosos, contudo o coletivo conseguiu desenvolver não só belos trabalhos, mas a
afirmação e pertencimento da grande maioria dos discentes e docentes o trabalho
coletivo e a valorização às nossas ancestralidades frutificaram o sentimento de
afirmação em muitos alunos e professores.
Conclusão
O estímulo a aprendizagem deve acontecer nos diferentes contextos sociais,
políticos e econômicos. Dentro dos elementos adaptados às relações de poder, nos
gerenciamento das ideias a curto e longo prazo e nas sistematizações do planejamento.
A partir do conhecimento das turmas e séries trabalhadas por cada educador,
cabe o mesmo escolher as ferramentas e instrumentos adequados aos objetivos fixados
em seu plano (anual, unidade ou diário) dentro da BNCC. Buscando-se assim,
identificar principais problemas que interferem na obtenção de resultados despertando
os interesses do foco do planejamento que o aluno.
[...] A hipótese fundamental em jogo é a de que a coordenação de
diferentes esquemas das ações individuais (inclusive e sobretudo
as ações que se fazem na linguagem e pela linguagem) constitui a
fonte da construção social dos sistemas convencionalizados. É
claro que a ênfase em uma atividade social, em um trabalho
coletivo e conjunto, não excluem, nem na prática, nem na teoria, o
trabalho individual e seu contínuo acompanhamento. Franchi
(2012, p.21 e 22)
A complexidade entre os alunos que querem se destaca dentro das dinâmicas
desenvolvidas no ambiente escolar, também são apresentadas, entre os docentes que
almejam prioridades de popularidade entre suas classes ou buscam um olhar
diferenciado frente à comunidade, não apresentam resultados coesos aos quais buscam a
gestão.
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