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Evolução e caracterização de metanálises em Ginecologia e Obstetrícia Introdução à Medicina
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FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
EVOLUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE METANÁLISES
EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Discentes: Tavares, João; Carvalho, João; Porfírio, Jorge; Lage, Jorge; Marçalo, José; Ferreira,
José; Lopes, José; Sousa, Juliana; Botelho, Laura; Barbosa, Leonel Turma 10 2004/2005
Orientador: Dra. Cristina Santos Regente: Prof. Doutor Altamiro da Costa Pereira
ABSTRACT
OBJECTIVO: Caracterizar e estudar a evolução das metanálises realizadas na
especialidade de ginecologia e obstetrícia, segundo vários parâmetros, onde se incluem
critérios de qualidade.
MÉTODOS: Pesquisou-se na MEDLINE, de 1990 até Janeiro de 2005, combinando-se
os termos MeSH: gynecology, obstetrics e meta-analysis. Numa pesquisa paralela, todas
as metanálises publicadas em revistas especializadas, foram encontradas. Artigos não
vinculados à especialidade foram excluídos. Utilizou-se o programa SPSS® em
procedimentos estatísticos e efectuaram-se testes para aferir a validade dos mesmos.
RESULTADOS: Encontraram-se 220 artigos. Nos anos 1990-1992, publicaram-se 19
artigos, 1993-1995, 41 artigos, 1996-1998, 45 artigos, 1999-2001, 57 artigos e de 2002-
2004, 56 artigos. Quanto à distribuição do número de artigos pelos países de indexação:
os EUA contabilizaram 167 artigos (76%), a Inglaterra, 30 (14%) e a Irlanda, 8 (4%).
Os valores da taxa de publicação de metanálises, por país (sobre cada 10.000.000 de
habitantes), registam 20,4 artigos na Irlanda, contra 5,8 dos EUA. As revistas com
maior número de metanálises publicadas são: Obstetrics and Gynecology (67),
American Journal of Obstetrics and Gynecology (54) e Fertility and Sterility (37); as
áreas de “Ginecologia” (41) e “Obstetrícia” (71) registam quase metade dos temas em
discussão. A análise da “Qualidade das metanálises” revela uma evolução
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tendencialmente positiva, o que se traduz pelo número de parâmetros de qualidade que
cada artigo cumpre.
CONCLUSÃO: As metanálises têm sido publicadas em maior quantidade e com maior
qualidade, sendo um meio que visa responder às necessidades de uma comunidade
científica em constante evolução. Neste estudo sugerem-se ideias para pesquisas futuras.
Palavras-Chave: Metanálise; ginecologia; obstetrícia, evolução; parâmetros de qualidade
INTRODUÇÃO
A metanálise é um método quantitativo de combinação de resultados de estudos
independentes, geralmente retirados de literatura publicada, procurando chegar a
sumários e conclusões que poderão ser utilizadas para avaliar sucesso terapêutico,
planear novos estudos, entre outros, sendo aplicado essencialmente nas áreas de
pesquisa e de medicina. [1]
Surgindo no início do século XX, a metanálise só se tornou popular na década de 90. O
primeiro desses estudos foi realizado em 1904, e em 1955 apareceu a primeira
metanálise acerca de um tema clínico. [2] Em 1992 foi fundada a Cochrane
Collaboration© no Reino Unido, que tem como objectivo padronizar a abordagem e a
busca feita aos ensaios clínicos e às bases de dados. Pelo facto de ter surgido
recentemente como auxílio à ciência (não se encontrando o âmbito do conceito de
metanálise ainda plenamente discernível) torna-se imperioso padronizar um método
rigoroso acoplado ao conceito de metanálise, de modo a que o uso desta se torne
objectivo e qualificável.
Actualmente as áreas de Ginecologia e Obstetrícia servem-se, para investigação e
reunião de informação, de uma série de estudos cientificamente tradicionais (estudos de
coorte, de casos e controlos, revisões sistemáticas, etc.). Estes são publicados numa
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série de meios, nomeadamente revistas tais como a American Journal of obstetrics and
gynecology. Neste âmbito a metanálise surgiu como método que conferiu inúmeras
potencialidades às diferentes áreas médicas nomeadamente às especialidades referidas.
Desconhece-se, porém, e ao contrário do que acontece nos restantes tipos de estudos, o
modo como a sua utilização evoluiu espacio-temporalmente. Uma outra incógnita
centra-se no cumprimento ou não dos parâmetros essenciais à realização de uma
metanálise durante esse processo evolutivo.
MATERIAIS E MÉTODOS
Com o intuito de se executarem os objectivos propostos neste artigo científico,
procedeu-se à elaboração de um protocolo de pesquisa.
Esta directriz foi estabelecida com a finalidade de facilitar toda a metodologia de
trabalho, tornando todo o processo mais rigoroso e consequentemente, a obtenção de
dados mais fidedigno.
Este estudo, possui uma questão de importante interesse científico e pode ser definido
como uma revisão sistemática acerca de metanálises na sua generalidade, bem como da
evolução e caracterização de metanálises publicadas, na área de ginecologia e
obstetrícia.
É importante referir, que este plano de trabalho poderá ser dividido num conjunto
diverso de etapas, nomeadamente cinco fases, que foram sendo adoptadas, de forma
mais ou menos sequencial, ao longo do tempo de duração do estudo.
A primeira etapa consistiu na procura de informação diversa acerca de metanálises tais
como: suas características, seus objectivos, vantagens, desvantagens, entre outras.
Toda a informação recolhida, nesta altura, baseou-se exclusivamente em pesquisas na
Internet, nomeadamente no “site” da Cochrane Collaboration© [3], bem como na
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MEDLINE [4], onde se encontraram alguns artigos de interesse. Em paralelo a estas
pesquisas, foi-se cumprindo a segunda fase do protocolo.
Nesta nova etapa, começou-se por pesquisar os artigos de metanálise. Em primeiro lugar
efectuou-se uma pesquisa mais genérica; para tal incluiu-se na pesquisa os termos
MeSH [5]: “gynecology” e “obstetrics”, sendo esta posteriormente limitada a metanálises
(“Meta-Analysis”), obtendo-se no final um total de 22 artigos.
Contudo este número é pouco significativo, pelo que se planeou uma outra forma de se
encontrar um número mais elevado de metanálises, recorrendo-se para isso a revistas
científicas da especialidade em causa. Tal aconteceu após a consulta dos índices de
impacto das revistas da especialidade de ginecologia e obstetrícia [6].
Após se ter seleccionado as revistas onde pesquisar, tornou-se apenas necessário
proceder-se à pesquisa directa dos artigos nas mesmas, sempre através da base de dados
disponibilizada pela MEDLINE.
É importante ressalvar que no caso específico da revista “Fertility and Sterility”, pelo
facto desta revista não ser exclusivamente sobre ginecologia e obstetrícia, procedeu-se à
exclusão de 3 artigos de metanálise, já que estes simplesmente não estavam ligados à
especialidade em estudo. Após uma série de pesquisas em diversas revistas
seleccionadas para o efeito, verificou-se a existência de 198 artigos de metanálise; um
número que a somar aos 22 iniciais constitui um total de 220 artigos. Destes 220 artigos
foram seleccionados 30 para aplicação de critérios de qualidade a artigos em full text,
realizando-se toda a restante análise (país de origem, data, áreas da medicina, etc.) aos
abstracts. Em primeiro lugar foram obtidos todos os full text (disponíveis) do grupo dos
220 artigos, cujos abstracts se possuía. Deste modo reuniram-se 73 artigos, que foram
organizados por data, obtendo-se para cada grupo uma amostra randomizada de, pelo
menos, 2 artigos. Utilizou-se um método de randomização disponível no programa
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informático SPSS® (Statistical Package for Social Sciences). Como por vezes não
existiam artigos referentes a algumas datas, foram seleccionados mais do que 2 artigos
de datas com maior representatividade numérica, obtendo-se um total de 30 artigos, em
full text.
É importante referir que esta pesquisa foi efectuada até ao dia 10 de Janeiro de 2005,
pelo que é possível que, até à data do término do trabalho, novas metanálises tenham
sido publicadas. Além disso, torna-se importante esclarecer que os artigos alusivos ao
ano de 2005 (apenas dois), não foram incluídos em certas análises estatísticas referentes
a evoluções em escala temporal, quantitativas e qualitativas, já que poderiam reflectir
um cenário não representativo da realidade, uma vez que esses artigos dizem respeito a
publicações em Janeiro de 2005. Para as análises referidas, esses 2 artigos foram
definidos como “valores omissos”.
Uma das etapas deste protocolo metodológico, a terceira etapa, está relacionada com a
escolha das variáveis a analisar.
Decidiu-se que as variáveis relacionadas com os artigos de metanálise, mais
significativas deste estudo seriam: a data de publicação, o país ao qual está indexado, o
idioma utilizado no artigo, a revista onde foi publicado, a área da medicina onde este
melhor se enquadra e por fim alguns parâmetros de qualidade de uma boa metanálise.
A variável “área da medicina”, uma das variáveis em análise, refere-se à categorização
dos artigos encontrados, ou seja, apesar de todos terem como pano de fundo a área de
ginecologia e obstetrícia, muitos deles não pertencem exclusivamente a esse domínio da
medicina, podendo associar-se a outras especialidades, como por exemplo à oncologia,
endocrinologia, entre outras.
Esta categorização dos artigos pesquisados, revelou-se uma tarefa complexa e por vezes
um pouco ambígua, dada a dificuldade em classificá-los. Como tal, e para auxiliar na
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sua “catalogação”, obteve-se após contacto com a Ordem dos Médicos [7], uma lista das
diversas especialidades da medicina (vide ANEXO I)
È importante realçar que nem sempre se recorreu a uma especialidade da medicina, ou
seja, determinados artigos simplesmente não se enquadravam em nenhuma, mas talvez
num domínio não exclusivamente da medicina como seja a psicologia.
Quanto à variável “Parâmetros de Qualidade” foi efectuada uma pesquisa paralela ao
restante objectivo do trabalho, de modo a ser possível definir os critérios de qualidade a
utilizar. A pesquisa efectuada visou encontrar informação que permitisse definir um
método rigoroso, objectivo e essencialmente passível de ser adoptado por toda a
comunidade científica, para a realização de metanálises em qualquer área do
conhecimento. A partir da análise dos mesmos, seria possível extrair os critérios de
qualidade aplicáveis à análise das metanálises encontradas. Inicialmente procedeu-se à
pesquisa de artigos científicos (de revisão, metanálises, revisões sistemáticas, etc.) que
sejam o registo de estudos efectuados com o intuito de objectivar a criação de
posteriores metanálises. Efectuou-se a pesquisa, na base de dados da MEDLINE,
recorrendo-se aos termos: “Scientific Guidelines”, “Meta-Analysis”e “Method” sendo
que estes últimos foram combinados por recurso à lógica booleana. Devido à
inconsistência dos resultados obtidos, recorreu-se à Cochrane Collaboration©,
organização internacional sem fins lucrativos que procura gerar e disseminar revisões
sistemáticas/metanálises acerca de intervenções em cuidados de saúde, entre outras
funções. [3]
A informação foi obtida num curso on-line de revisão sistemática e metanálise. [2]
Após análise de toda a informação recolhida, foram definidos uma série de parâmetros
aos quais uma metanálise cientificamente aceitável deveria obedecer:
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1 - Protocolo e Desenho de Estudo da Metanálise
Um protocolo deve ser desenvolvido e utilizado na metanálise, devendo pré-específicar
os objectivos, as questões que vão ser respondidas, identificação de trials não
publicados, procura de textos, a revisão das referências dos trials publicados e ainda a
consulta de opiniões especializadas, objectivos secundários também podem ser
propostos.
2 - Combinabilidade dos estudos individuais
Um dos maiores desafios da metanálise é determinar se os resultados de trials separados
têm significado, quando combinados. Quais os critérios utilizados para avaliar as
diferenças e as semelhanças?
A metanálise pode ser vista como uma hibridação de informação vinda de vários centros
individuais em que cada centro pode conter alguma variabilidade na execução do
protocolo e na população estudada. Estes problemas são usualmente muito maiores
quando a metanálise inclui diferentes estudos. Sendo assim o pesquisador deve ter em
conta as diferenças observadas entre os diferentes estudos e discutir como é que elas
afectam as conclusões do estudo.
3- Controlo do viés
A introdução do viés pode ocorrer aquando da inclusão dos estudos na metanálise. Para
evitar o viés da selecção dos estudos que são inconsistentes com os princípios da
metanálise, a selecção do estudo deve ser feita através da observação da secção dos
métodos então da dos resultados do estudo. O viés pode ser também introduzido
aquando da avaliação da qualidade do estudo. Se possível, um grupo de colegas deverá
desenvolver um protocolo de avaliação de qualidade, sendo que os revisores não
deverão conhecer os autores, a instituição e as intervenções.
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4- Análise estatística
A matéria de heterogeneidade estatística está relacionada com o problema da
variabilidade entre os estudos e a apetência de os combinar numa metanálise. Os
estatísticos distinguem entre dois tipo de variabilidade: com e entre estudos de
variabilidade.
5- Sensibilidade da análise
6- Problemas de Aplicabilidade
Assim que a metanálise nos leve a um padrão de efeitos típicos e a intervalos de
confiança, devemos ser capazes de colocar os seus resultados ao serviço de uma
perspectiva clínica. Mas, poderá a metanálise vincular que um agente seja mais efectivo
que outro, ou que os agentes têm efeitos semelhante? Ou teremos sempre de reiterar
uma inconclusividade que remeta permanentemente para estudos futuros?
Uma nova abordagem propõe a utilização de uma metanálise cumulativa que consiste
numa actualização constante da mesma, à medida que novos trabalhos se sucedem, no
intuito de recriar uma continuidade de resultados. Desta forma vão-se comparando
diferentes conclusões, permitindo uma posterior consulta que permitirá munir os
profissionais de saúde de informação acerca dos protocolos terapêuticos emergentes e
seus benefícios comprovados. [8]
Sendo assim, e com base num conjunto de onze critérios disponibilizados pela
Cochrane Collaboration© (vide ANEXO II) avaliou-se cada artigo de metanálise,
individualmente, para que desta forma, se obtivesse um registo final que demonstrasse
de uma forma mais ou menos cabal, a qualidade de cada artigo.
No entanto, fora definido como assumpção a ser cumprida, que estes parâmetros teriam
de ser aplicáveis apenas aos abstracts dos artigos analisados, único meio logisticamente
realizável, tendo em conta o elevado número dos restantes parâmetros de análise a que
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foram sujeitas as já mencionadas metanálises e o número elevado destas, encontrado.
Procedeu-se igualmente à eliminação de dois parâmetros, por se considerarem de difícil
caracterização devido ao facto da análise ter incidido apenas sobre os abstracts,
restando assim outros nove, aplicáveis sem exacerbadas dificuldades.
Esta avaliação torna-se um pouco subjectiva, dado que foi feita por múltiplos revisores,
pelo que os critérios aplicados por cada um, não foram exactamente os mesmos, apesar
de se ter feito um esforço para que houvesse uma uniformização de parâmetros.
Estes critérios foram aplicados isoladamente a todos os abstracts e full text (apenas 30)
dos artigos, estudando-se estatisticamente os dados obtidos relativamente a cada um dos
dois, realizando-se finalmente uma análise comparativa entre a qualidade do abstract e
full text.
A quarta etapa do protocolo de trabalho relacionou-se com a elaboração de uma base
de dados, utilizando-se para o efeito o programa SPSS®.
A quinta e última fase deste trabalho consiste na elaboração de representações gráficas
que facilmente expõem os dados recolhidos e analisados, apresentando-se por vezes
alguns testes que não só reafirmam a validade estatística dos mesmos, como também
redobram a preocupação dos autores em transmitir informação credível.
Mais pormenores acerca do método estatístico utilizado, bem como da sua importância
neste estudo, poderão ser consultados no tópico Resultados e Discussão, para uma
abordagem mais detalhada.
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RESULTADOS
Quanto à análise estatística dos artigos sobre metanálises em Ginecologia e Obstetrícia
verificou-se uma evolução inequívoca do número de artigos em função da data de
publicação, notando-se apenas uma ligeira descida do quarto para o quinto triénio,
valores concordantes até ao ano de 1997, com dados obtidos numa outra revisão
sistemática sobre ginecologia e obstetrícia [8].
O quarto triénio (1999-2001) atingiu um pico máximo de publicação de 57 artigos de
metanálise e nos três anos subsequentes (2002-2004) registou-se um conjunto de 56
artigos publicados. (Fig.1)
É importante ressalvar que neste caso a amostra analisada foi de N=218 artigos (Vide
Materiais e Métodos).
Em relação à distribuição dos artigos de metanálise da amostra em estudo (N=220),
pelos países de origem dos mesmos, registaram-se claras predominâncias: Estados
Unidos da América com 167 artigos (76%), Inglaterra com 30 (14%) e Irlanda 8 (4%).
No entanto, ao observar-se mais atentamente os valores da taxa de publicação de
metanálises, por cada dez milhões de habitantes, de acordo com os seus respectivos
Fig.1 Gráfico representativo da evolução de publicação de artigos de metanálise, ao longo do tempo. Amostra N = 218
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países de origem, registou-se o facto da Irlanda ser o país com o maior valor de taxa
(20,4), ao invés dos EUA que apesar de ser o país com percentagem mais elevada de
artigos publicados, possui apenas uma média de 5,8 artigos publicados por cada dez
milhões de habitantes (Fig.2).
Para a publicação dos artigos, o idioma mais utilizado foi o inglês, em 98% dos casos
analisados, sendo apenas elaborados 2% em outros idiomas.
Analisando a distribuição do número de artigos publicados pelas revistas seleccionadas,
verificou-se que as 3 revistas com mais artigos publicados são: a Obstetrics and
Gynecology, a American Journal of Obstetrics and Gynecology e a Fertility and
Sterility, em termos globais. Especificamente para cada triénio discriminado, verificou-
se a existência de alguns padrões evolutivos claros. Observou-se igualmente que, de
todas as revistas em estudo, a Obstetrics and Gynecology, é a única que apresenta uma
frequência de publicação elevada e constante (com pequenas oscilações). Além disso
constatou-se que a revista British Journal of Obstetrics and Gynaecology publica
apenas até aos anos 1996-1998, sendo que a partir desses anos, uma nova revista inicia-
se em novas publicações: a BJOG. (Fig.3)
Fig.2 Gráfico representativo dataxa de publicação demetanálises, por cada dezmilhões de habitantes, pelosseus respectivos países deorigem. Amostra N = 220
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Após observação da distribuição dos artigos de metanálise pelas diferentes áreas de
ginecologia e obstetrícia, constatou-se que o predomínio era mantido pelas próprias
áreas de “Ginecologia” e “Obstetrícia”, reunindo cerca de metade das metanálises em
estudo, sendo a restante metade distribuída por diferentes domínios de entre os quais a
Farmacologia Clínica se destaca. É de realçar o aparecimento da Genética Médica a
partir do quarto triénio (inclusive). (Fig.4)
Fig.3 Gráfico representativo do número de artigosde metanálise, referentes às revistas ondeforam publicados, distribuídos por triénios.Amostra N = 218
Fig.4 Gráfico representativo do número de artigosde metanálise, referentes às diferentes áreasda medicina, distribuídos por triénios.Amostra N = 218
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Seguidamente procedeu-se à aplicação de uma das variáveis mais interessantes neste
estudo: os 9 critérios de qualidade de uma boa metanálise. (Vide Anexo II)
A aplicação destes novos critérios, aos 220 artigos de metanálise em estudo, permitiu
que uma série de resultados fossem obtidos quanto à qualidade das metanálises das
áreas supracitadas, desde 1990.
Depois de se quantificar os 9 critérios de qualidade numa só medida global, relacionou-
se este valor com a data de publicação dos artigos, tentando-se estabelecer uma
correlação linear entre as duas variáveis, obtendo-se uma tabela que revelou um
coeficiente de Pearson igual a 0,238. (Fig.5)
De notar que neste caso a amostra em estudo foi N=214, pois nem todos os 220 artigos
em estudo possuíam abstract disponível, pelo que nesses casos os parâmetros de
qualidade não puderam ser aplicados.
Uma análise de elevado interesse passou pela observação da percentagem de artigos,
que em cada ano, cumpria um determinado número de critérios de qualidade.
Esta análise vai permitir a identificação de momentos na história de evolução de
metanálises, em que houve um aumento da qualidade das mesmas, tomando por base o
número de critérios cumpridos. Registou-se uma indubitável melhoria na qualidade das
metanálises nos anos mais recentes, o que se traduz pelo número de critérios de
qualidade que estas cumprem; tendo-se verificado que se tem tornado bastante comum
Fig.5 Tabela de correlação linear. Através do valor do coeficiente de Pearson tentou-se estabelecer uma correlação linear entre a qualidade dos artigos (mediante análise dos abstracts) e a data de publicação dos mesmos.
Correlations
1 ,238**. ,000
214 214,238** 1,000 .214 220
Pearson CorrelationSig. (2-tailed)NPearson CorrelationSig. (2-tailed)N
Qualidade dos artigosmediante análise dos214 abstracts disponíveis
Data de Publicação
Qualidadedos artigosmediante
análise dos214 abstractsdisponíveis
Data dePublicação
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).**.
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as metanálises cumprirem, 6, 7 e 8 critérios, chamando-se a atenção novamente para o
facto da análise ter incidido apenas sobre os abstracts. (Fig.6).
A comparação da qualidade dos artigos por análise do abstract e da qualidade dos
mesmos por incidência sobre os full text é um interessante dado que permitirá
determinar até que nível esses abstracts estão estruturados de modo a reflectir a
qualidade da própria metanálise, tendo-se associado essas 2 variáveis anteriormente,
através da realização de um teste de Wilcoxon Signed Ranks. Os resultados desse teste
são bastante claros, revelando um valor de P=0,08, permitindo antever uma análise
sobre os abstracts, suficientemente poderosa e fiável. (Fig.7)
Fig.6
Esta representação gráfica permite efectuar um estudo importante acerca da história de evolução dos artigos de metanálise, permitindo observar para cada ano de publicação, a percentagem de artigos que apresenta uma determinada classificação de qualidade, ou seja, a presença de um determinado número de critérios de qualidade cumpridos. Amostra N = 214
Fig.7 Teste de Wilcoxon Signed Ranks. O valor demonstrado na última linha da tabela deste teste, corresponde à probabilidade P. Amostra N = 30
Test Statisticsb
-2,646a
,008ZAsymp. Sig. (2-tailed)
Qualidadedos artigosmediante
análise dos30 abstracts- Qualidadedos artigosmediante
análise dos30 full text
Based on positive ranks.a.
Wilcoxon Signed Ranks Testb.
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DISCUSSÃO
Quanto à análise estatística dos resultados, concluiu-se que o número de publicações de
metanálises em Ginecologia e Obstetrícia foi aumentando ao longo do tempo, o que
reflecte a crescente necessidade de organizar estatisticamente informação que no
contexto de uma comunidade científica extremamente activa e por vezes sobejamente
focada em determinados assuntos, se tornou dispersa e por vezes discordante. Outro
facto a ser considerado é a criação da Cochrane Collaboration©, fundação esta
considerada um centro promotor e organizador de metanálises.
Observou-se também que as metanálises estudadas foram publicadas principalmente em
países de língua oficial inglesa (E.U.A., Inglaterra e Irlanda), o que justifica que o
idioma utilizado seja maioritariamente o inglês. Para além disto, note-se que o inglês é a
língua mais falada em todo o mundo, revelando um carácter internacional permitindo
uma globalização da informação. Refira-se, no entanto, que existe a possibilidade de
metanálises realizadas em alguns países não terem sido traduzidas com esta designação,
o que implica o seu não registo neste tipo de estudo. Por exemplo, devido à evidente
diferença entre os idiomas ocidental e oriental (como a japonesa), é provável que
existam metanálises realizadas nos países de Oriente e que não sendo classificados pelos
seus autores como tal, não o serão igualmente pelos “classificadores” ocidentais.
É importante ressalvar que, no que diz respeito à variável “país de origem”, para que
não fosse retirada nenhuma conclusão errada aquando da comparação dos números de
metanálises publicadas em diferentes países, pelo facto destes apresentarem um
diferente número de investigadores (o que em parte depende do número de indivíduos
da população total), estes dados foram apresentados segundo uma taxa, que indica o
número de metanálises por dez milhões de habitantes, relativamente a cada país. Este
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método demonstra, por exemplo, o facto curioso dos EUA, apesar de terem uma
percentagem muito elevada de publicação (76%), estes publicam apenas em média 5,8
artigos por cada 10 milhões de habitantes, contra os 20,4 da Irlanda, cujas publicações
representam apenas 4%.
O facto dos domínios médicos mais presentes nas metanálises analisadas, nas áreas de
ginecologia e obstetrícia, serem de “ginecologia” e “obstetrícia”, reflectem o facto
esperado destas especialidades, centrarem exactamente sobre aquilo que lhes diz
respeito, apesar de uma clara interdisciplinaridade estar presente.
Além disso constatou-se que as publicações iniciam a abordagem da “genética médica”
apenas a partir do triénio 1999-2001, revelando um crescente interesse sobre a
informação genética à qual se dá cada vez mais valor, pensando-se que poderá ser a
chave para o entendimento, e assim tratamento, das várias doenças que afectam o ser
humano. Quanto às outras áreas da medicina não se conseguiu estabelecer um padrão de
evolução claro.
Quanto às revistas ligadas à publicação de artigos de metanálise na área de ginecologia
e obstetrícia, nomeadamente a Obstetrics and Gynecology, verificou-se que esta tem
uma frequência de publicação elevada e bastante constante ao longo do tempo, o que
nos permite realçar esforço efectuado por esta revista em manter a metanálise como
meio que tenta responder às necessidades científicas actuais, no que diz respeito à
organização do conhecimento, com uma hibridez bem característica.
Ao analisar o número de publicações na British Journal of Obstetrics and Gynaecology,
observou-se que este vai aumentando até a um pico em 1996-1998, triénio a partir do
qual a revista deixa de ser publicada. Na verdade, até 1998 esta revista era editada pela
Elsevier, passando a partir daí a ser publicada pela Royal College of Obstetrics and
Gynaecologists sob o nome de BJOG – An International Journal of Obstetrics and
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Gynaecology. Esta última revista aparece em 1999-2001, aumentando o seu número de
publicações em 2002-2004. Porém, este número é muito inferior ao publicado na revista
original (British Journal of Obstetrics and Gynaecology) facto que se pode dever à
mudança de editora, que poderá ser mais restrita quanto à qualidade dos artigos
publicados ou poderá mesmo ser menos procurada pelos autores que publicam.
Ao analisar a American Journal of Obstetrics and Gynecology, observou-se que o seu
número de publicações é muito inconstante, aumentando e depois diminuindo ao longo
dos triénios, pelo que não se conseguiu estabelecer um padrão de evolução quantitativo.
Os resultados referentes à qualidade dos artigos constituem novos e interessantes dados
para compreender o modo como as metanálises têm vindo a ser encaradas nas áreas de
ginecologia e obstetrícia. Várias são as fontes que permitem concluir que tem havido
uma crescente preocupação em tornar mais científicas possíveis estas poderosas
ferramentas de análise e síntese de conhecimento. A análise qualidade (sobre os
abstracts), indica uma evidente evolução na aplicação de critérios de qualidade às
mesmas, o que é reforçado pelo valor do coeficiente de Pearson (0,238) relacionando-se
as variáveis “qualidade” e “data de publicação”.
Uma análise dos parâmetros de qualidade na amostra de artigos em estudo é possível e
pode ser perfeitamente aplicada aos abstracts, tendo o teste de Wilcoxon Signed Ranks
revelado isso mesmo. Optou-se pela aplicação deste teste, uma vez que o teste
paramétrico correspondente, teste t-student emparelhado, não cumpre todas as
assumpções necessárias. Constatou-se que ao nível da amostra em estudo, existia uma
diferença entre as médias dos critérios de qualidade (0,2=6,8-6,6), deduzidos tanto com
base nos abstracts ( х = 6,6 ) como nos full text ( x = 6,8 ), dos 30 artigos em teste.
Decidiu-se então propor uma hipótese nula (H0), para verificar se aquela diferença se
devia a erros aleatórios do processo de amostragem ou se existia mesmo na população
¯ ¯
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(número total de artigos publicados da especialidade de ginecologia e obstetrícia). [9]
Sendo assim, definiu-se que a H0 seria: “a média dos parâmetros de qualidade
decorrentes da análise dos abstracts dos artigos é igual à média dos parâmetros de
qualidade decorrentes da análise dos full text dos artigos, na população, ou seja não
existe uma diferença entre as duas médias referidas, na população de artigos”.
No entanto constatou-se que a probabilidade obtida no teste foi de P=0,08, pelo que
podemos apurar que não existe evidência estatística suficiente para rejeitar esta hipótese
nula, logo teremos de a aceitar e concluir assim, que a qualidade dos artigos inferida a
partir dos abstracts é suficientemente poderosa e credível, transmitindo a real qualidade
dos mesmos. Portanto o nosso objectivo enquanto autores deste trabalho foi testar
estatisticamente a possibilidade de se efectuar uma análise dos parâmetros de qualidade,
através dos abstracts, excluindo assim qualquer hipótese de leviandade da nossa parte.
Observou-se também que a maior parte dos artigos não apresenta uma auto-avaliação
sistemática e imparcial, o que revela que a maioria dos autores dos artigos em estudo,
não se preocupou em criticar o seu trabalho no intuito de o melhorar. Por outro lado,
vários artigos apresentam dados do trabalho ou testes de homogeneidade, essenciais à
compreensão do estudo em questão, tal como concluem se o tratamento estudado,
quando existe, é benéfico, ambíguo ou prejudicial, ponto fundamental para a ciência
biomédica que permite aos profissionais de saúde retirar informações que poderão
utilizar no seu quotidiano.
CONCLUSÃO
Deste estudo retiraram-se várias ideias para pesquisas futuras. Seria interessante por
exemplo, se se fizesse uma análise da relação entre a quantidade versus qualidade de
artigos e o índice de impacto das revistas em que foram publicados; poder-se-á também
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analisar com maior pormenor quando certos critérios de qualidade foram introduzidos
na execução das metanálises.
Em suma, as metanálises têm vindo a aparecer em maior quantidade e com maior
qualidade, o que revela a sua capacidade de eliminar controvérsias em literatura médica
e de aumentar o valor estatístico dos dados de diferentes estudos, factor importante na
comunidade científico-médica actual.
REFERÊNCIAS
[1] MeSH Browser [base de dados na Internet]. Bethesda (MD): National Library of
Medicine (EUA); 1993 [citado 2005 Fev. 12]. Meta-analysis; ID único: D015201;
[cerca de 4 p.]. Disponível em: http://www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser.html
Ficheiros actualizados todas as semanas.
[2] Castro AA, Saconato H, Guidugli F, Clark OAC. Curso de revisão sistemática e
metanálise [curso na Internet]. São Paulo: LED-DIS/UNIFESP; 2002 [citado 2005 Fev.
12].; Disponível em: http://www.virtual.epm.br/cursos/metanalise
[3] Cochrane Collaboration [sítio na Internet]; Cochrane Library; 2003 [citado Fev. 20].
© Cochrane Collaboration; Disponível em: http://www.cochrane.org/index0.htm
[4] Pubmed [sítio na Internet]. Medline Library; 2005 [citado 2005 Mar. 5]. National
Library of Medicine; Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/
[5] MeSH Browser [sítio na Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine
(EUA); 1993 [última actualização 2004 Set.; citado 2004 Dez. 18]. Disponível em:
http://www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser.html
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[6] ISI Web of Knowledge Service for UK Education [sítio na Internet]. © The
Thomson Corporation; 2005 [citado 2004 Dez. 18]. Disponível em:
http://isi01.isiknowledge.com/portal.cgi/
[7] Ordem dos Médicos [sítio na Internet]; © VISUALWORK; [citado 2005 Fev. 10].
Legislação e Documentação; [cerca de 3 telas]. Disponível em:
http://www.ordemdosmedicos.pt/ie/institucional/CNE/legislacao.htm
[8] Peipert JF; Bracken MB; Systematic Reviews of Medical Evidence: The Use of
Meta-Analysis in Obstetrics and Ginecology. Obstet Gynecol. 1997 Abril; 89(4):628-33.
[9] MedStatWeb [sítio na Internet]. Serviço de Bioestatística e Informática Médica da
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 2000 [citado Abril 17].
Disponível em:
http://stat2.med.up.pt/cursop/main.php3?capitulo=testet&numero=1&titulo=Testes%2B
de%2BHip%F3tese%2BTeste%2BT
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de agradecer ao Prof. Dr. Altamiro da Costa Pereira, pelas suas valiosas
críticas e todo o aconselhamento à volta deste artigo de revisão.
Estamos igualmente gratos à nossa orientadora Dra. Cristina Santos pelo apoio prestado.
Queríamos igualmente agradecer a gentileza e disponibilidade do Prof. Dr. Peipert, que
nos disponibilizou material e dados importantíssimos para este trabalho.
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Anexos ANEXO I ESPECIALIDADES EM MEDICINA Especialidade de Anatomia Patológica Especialidade de Anestesiologia Especialidade de Angiologia e Cirurgia Vascular Especialidade de Cardiologia Especialidade de Cardiologia Pediátrica Especialidade de Cirurgia Cárdio-Torácica Especialidade de Cirurgia Geral Especialidade de Cirurgia Maxilo-Facial Especialidade de Cirurgia Pediátrica Especialidade de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética Especialidade de Dermato-Venereologia Especialidade de Doenças Infecciosas Especialidade de Endocrinologia Especialidade de Estomatologia Especialidade de Farmacologia Clínica Especialidade de Gastrenterologia Especialidade de Genética Médica Especialidade de Ginecologia-Obstetrícia Especialidade de Hematologia Clínica Especialidade de Imuno-Alergologia Especialidade de Imuno-Hemoterapia Especialidade de Medicina Desportiva Especialidade de Medicina Fisica e Reabilitação Especialidade de Medicina Geral e Familiar Especialidade de Medicina Interna Especialidade de Medicina Legal Especialidade de Medicina Nuclear Especialidade de Medicina do Trabalho Especialidade de Medicina Tropical Especialidade de Nefrologia Especialidade de Neuro-Cirurgia Especialidade de Neurologia Especialidade de Neuro-Radiologia Especialidade de Oftalmologia Especialidade de Oncologia Medica Especialidade de Ortopedia Especialidade de Otorrinolaringologia Especialidade de Patologia Clínica Especialidade de Pediatria Especialidade de Pneumologia Especialidade de Psiquiatria Especialidade de Psiquiatria Infância Adolescência Especialidade de Radiodiagnóstico Especialidade de Radioterapia Especialidade de Reumatologia Especialidade de Saúde Pública Especialidade de Urologia Cedido gentilmente pela Ordem dos Médicos