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INTRODUÇÃO
I. Desde a queda da raça humana Deus tem traçado um plano para restaurar o homem e
traze-lo de volta. Deus é um arquiteto por excelência e sempre elabora planos perfeitos
que revelam sua sabedoria e organização. Mesmo que tenhamos certo grau de liberdade
para usar da própria criatividade dada por Deus, devemos seguir as instruções deixadas
por Ele.
EXEMPLOS
1. CRIAÇÃO DO UNIVERSO
“Os céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro da sua boca o exército deles... Pois ele
falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir” (cf. Sl 33.6,9)
O relato de Gênesis diz: “e viu Deus que tudo era bom”
2. A ORDEM A NOÉ
Quando Deus ordenou que Noé edificasse uma arca, Ele deu orientações específicas que
deveriam ser seguidas.
O texto diz que “fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara” (cf. Gn 6.22)
3. A INSTRUÇÃO A MOISÉS
As instruções dadas a Moisés na edificação do tabernáculo foram bem detalhadas,
indicando exatamente como a habitação de Deus entre o povo deveria ser feito.
Deus disse: “Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no
monte” (cf. Hb 8.5)
II. Com a edificação da igreja não é diferente (seu corpo e habitação). Ele tem deixado
instruções claras que devem ser seguidas se queremos alcançar os resultados desejados.
Quais seriam alguns destes resultados?
Quantidade de salvos?
Resultados rápidos?
Comportamento e liturgia?
Quais seriam alguns seus resultados desejados?
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III. É verdade que as orientações se referem mais ao conteúdo da mensagem do que ao
método, mas com certeza existem aplicações importantes quanto aos métodos que
utilizamos.
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Algumas orientações e suas aplicações:
MT. 28:18–20
Neste texto existem várias ordens deixadas por Cristo.
Ir e fazer discípulos
Ir a todas as nações
Batizar e ensinar todas as coisas
Quais são algumas aplicações práticas deste texto, pensando no trabalho missionário?
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Nossa tarefa principal não é apenas a evangelização e sim o discipulado.
Nossa tarefa é mundial, incluindo assim as barreiras geográficas, políticas, culturais e lingüísticas.
I CO 15.1–4
Neste texto somos relembrados da simplicidade da mensagem salvadora.
Algumas implicações:
A essência da mensagem não deve, nem pode ser mudada. Qualquer acréscimo ou
mudança na mensagem é inaceitável.
É possível crer em vão – podemos chamar isso de sincretismo?
Atrair pessoas a Cristo através de propagação de milagres, curas, sinais, etc., foge da
essência do evangelho.
GL 1.6–9
Há o perigo, e a possibilidade, de se apresentar um “outro” evangelho.
Qualquer elemento que não seja a pura graça de Deus perverte a mensagem.
Fórmula do outro evangelho:
g + x = outro evangelho
Culturas animistas são totalmente direcionadas pela preocupação de agradar e manipular os
seres espirituais, portanto, todo cuidado deve ser tomado para evitar qualquer crença ou
prática desta natureza.
O evangelho é um prato cheio para um animista, devido ao misticismo e ritualismo.
RM 10.9,10
A salvação é o resultado de um entendimento simples, porém, claro da obra redentora de Cristo, aplicada ao coração e evidenciada pela vida.
A verdadeira fé não é o resultado de um entendimento intelectual, mas sim do coração. A verdadeira fé é aceita pelo intelecto (entendimento) que a confessa em palavras de entendimento.
Graça Qualquer outro elemento
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IV. Conhecendo estas verdades básicas, podemos chegar a algumas conclusões óbvias que devem direcionar nosso esforço missionário. 1. O evangelho deve ser pregado a todas as pessoas em todos os lugares em todas as
línguas e culturas existentes.
2. A essência do evangelho nunca pode ser mudada.
3. A salvação é o resultado de um entendimento intelectual e espiritual. Isso requer uma explicação que:
Preencha as lacunas e vazios do entendimento do ouvinte.
Esclareça diferenças claras entre suas velhas crenças e as Boas Novas.
Crie convicção de uma nova cosmovisão na mente do ouvinte de maneira aplicável à sua própria cultura.
V. O evangelismo não é uma finalidade em si só, mas sim o primeiro de três macro estágios:
Evangelismo ⇒ Discipulado ⇒ Formação de uma Igreja Madura
O objetivo final do empreendimento missionário não se limita ao evangelismo das pessoas, é necessário um trabalho de discipulado e principalmente, estar visando uma igreja madura. O que seria uma igreja madura? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________
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ENTENDENDO O MÉTODO CRONOLÓGICO
I. Existem diversos métodos de evangelização. Não podemos afirmar que um método é o
correto, dando a entender que os demais não são. Naturalmente existem métodos com
melhor aplicabilidade em áreas distintas, porém é evidente que o conteúdo é mais
importante que o método.
1. As quatro leis do evangelho.
2. Evangelismo explosivo.
3. Uso de folhetos e filmes.
4. Campanhas evangelísticas (na igreja, na praça, em estádios....)
5. Evangelismo tradicional – corpo a corpo.
6. O testemunho de vida e uso de oportunidades.
7. Cronológico
Qual tem sido sua experiência com o evangelísmo? Abrir para alguns compartilhar experiências
positivas e negativas.
II. O uso da palavra “Método” é determinante em nosso entendimento desta matéria e da
aplicação da mesma.
MÉTODO – UM MANUAL DE EVANGELISMO.
Infelizmente alguns têm entendido este método desta maneira, tornando-o algo quase que
“inspirado”.
Tradução literal do material original.
Limitando-se às lições previamente preparadas.
Achando que o resultado é garantido.
Usando o mesmo método em todas as áreas de ensino.
MÉTODO – UMA FERRAMENTA UTILIZADA DE ACORDO COM A NECESSIDADE.
Liberdade de adaptá-lo para o ambiente.
Liberdade para incluir ou diminuir material às lições.
Valorização de outras maneiras de evangelizar.
III. O método cronológico de ensinar a bíblia foi o resultado de uma busca por um estilo de
evangelismo que fosse mais eficiente no trabalho transcultural em ambientes tribais.
IV. Buscava-se um meio organizado de construir alicerces de entendimento bíblico na mente
de pessoas com cosmovisão animista. O método tradicional de apresentar o evangelho
tende a resultar em bastante sincretismo, pois não fornece uma base sólida sobre
assuntos importantes para a compreensão correta do plano redentor, tais como:
O caráter de Deus - eternidade, soberania, santidade, justiça, graça, etc.
A origem de todas as coisas - espíritos bons e maus, universo, humanidade, pecado,
etc.
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A situação em que a humanidade se encontra - pecado original, existência do inferno,
nossa incapacidade de agradar a Deus.
O plano de Deus através dos séculos - Adão e Eva, sacrifícios, nação de Israel, vinda de
Cristo.
V. Trevor McIlwain, missionário Australiano entre o povo Palawano nas ilhas Filipinas,
desenvolveu e organizou este método de evangelismo e ensino. Naturalmente muitos
outros tem contribuído com sugestões e acréscimos a esta ferramenta. Atualmente
existem diversas publicações de materiais cronológicos.
VI. É necessário entendermos algumas divisões que são usadas na apresentação deste
material.
1. ETAPAS Períodos no trabalho como um todo
As etapas se referem a blocos, ou períodos, específicos no trabalho missionário.
(veremos isso com detalhe no decorrer da matéria).
Pré-evangelismo
Período que antecede à apresentação do evangelho, dando ênfase ao preparo do
missionário e ao desenvolvimento de interesse pelo povo.
Evangelismo
Apresentação ordenada do evangelho começando em Gênesis e indo até a ascensão
de Cristo.
Discipulado
Ensino aos novos convertidos dando-lhes bases sólidas para sua fé e conduta.
Preparando a igreja para continuarem sem a presença do missionário.
Retirada
A saída planejada e progressiva do missionário deixando uma igreja madura com
liderança própria.
2. FASES Sequência de ensino
Fase I Evangelismo
Uma síntese da história da redenção de Gênesis à ascensão.
Fase II Para Novos Convertidos
Recapitulação da fase 1 com temas alterados, preparando para o ensino de Atos a
Apocalipse.
Fase III Para Novos Convertidos
Síntese de Atos, dando ênfase ao desenvolvimento de padrões para a igreja Neo-
Testamentária.
Fase IV Para Novos Convertidos
Uma síntese do restante do Novo Testamento com o propósito de firma-los em sua
nova posição em Cristo, seu andar com Cristo e a função da igreja local.
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Fase V Para Crentes Maduros
Síntese de Gênesis à ascensão com ênfase nos métodos de Deus para a santificação e
amadurecimento de seus filhos.
Fase VI Para Crentes Maduros
Uma análise detalhada de Atos.
Fase VII Para Crentes Maduros
Uma análise detalhada do restante do Novo Testamento.
3. VOLUMES Sequência de materiais usados no ensino
Este material foi dividido em volumes menores para facilitar o uso do mesmo. É
importante saber que os volumes não correspondem necessariamente às fases.
Volume 1 Diretrizes para Evangelismo e Ensino de Crentes
Volume 2 Evangelismo – O Velho Testamento
Pg 1 – 67 = Introdução
Algumas orientações para o Pré-evangelismo
Orientações práticas para principiantes
Obs: Podem se aplicar, ou não a Fase I - Lições 1–42 Criação – Cristo
Volume 3 Evangelismo – O Novo Testamento
Fase I - lições 43 – 68 Nascimento - Asenção
Volume 4 Ensinando novos Crentes (Gênesis – Atos)
Pg 1 – 78 = Orientações para a formação da igreja.
Fase II – lições 1 – 12 Recaptulação do V.T.
Fase III – Lições 1 – 14 Temas específicos de Atos
Volume 5 Ensinando novos Crentes (Romanos e Efésios)
Fase IV
Obs: Os demais Volumes ainda não foram traduzidos para o Português.
4. MATERIAIS
Com o passar do tempo, outros materiais foram elaborados seguindo o mesmo
método de estudo, mas visando grupos diferentes.
Construindo Sobre Alicerces Firmes
Material original do método cronológico elaborado por Trevor McIlwain, visando o
evangelismo e discipulado de povos tribais. São 7 volumes, sendo que 5 foram
traduzidos para o Português.
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Alicerces Firmes – Da Criação a Cristo
Material preparado para uso de evangelismo e ensino na igreja. Este material visa dar
um guia para estudos evangelísticos, com não índios, bem como estudos bíblicos com
salvos.
As primeiras 62 páginas contém o mesmo material que o volume 1 de
“Construindo Sobre Alicerces Firmes”.
As Páginas 63–93 são instruções para Pastores e professores de Escola Bíblica
Domincal, adaptado para o contexto de igreja.
São 50 Lições que vão da Criação à ascensão de Cristo.
Alicerces Firmes – Manual do Professor e Caderno do Aluno
Outros Materiais
Para crianças, DVD das lições, Figuras e Mapas, etc
Ainda outros materiais originaram com o mesmo método, tais como: Deus Revelado
no Contexto; O Estranho no Caminho de Emaús; Evangelismo Cronológico.
5. OBSERVAÇÕES
O “Cronológico” não é um comentário bíblico. O objetivo deste material não é
fornecer um comentário verso por verso das Escrituras. Este material é dividido em
lições, sendo que cada uma tem um objetivo e constrói sobre a que a antecede.
O cronológico traça uma linha da obra redentora de Cristo através dos acontecimentos
principais do V.T., porém não incluindo toda a história vetero testamentária.
Deve-se entender claramente que esta ferramenta é apenas um método e não a
“forma divina” de evangelizar.
6. VANTAGENS E CUIDADOS AO ENSINAR CRONOLOGICAMENTE
Vantagens do Método
Diminui o risco de Sincretismo.
É mais semelhante ao método de ensino usado por culturas ágrafas (verbal,
baseado em narrações históricas com aplicação)
Dá ao missionário um plano sequencial de lições.
Proporciona um meio para construir conhecimento de vários aspectos importantes
nos ouvintes.
A aplicação correta do ensino pode corrigir falsas crenças (animismo) na mente do
receptor de forma mais natural.
Ao se converter as pessoas já terão um bom entendimento das verdades
fundamentais da Bíblia.
Os método tradicionais de estudar doutrinas tendem a separá-las do ensinamento
global das escrituras. Este método coloca-as dentro do seu contexto histórico na
revelação divina.
7. Cuidados que devemos tomar ao usar o método cronológico
Extremismo – pode ser visto como o único meio de se evangelizar alguém.
Pensar que os resultados sempre serão os esperados.
Usar o método de forma mecânica sem dependência do Espírito Santo.
Seguir as lições da maneira em que foram elaboradas, sem contextualizá-las para a
nossa realidade.
Não usar outros métodos e ensinos para preencher lacunas.
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VISÃO LINEAR DO TRABALHO MISSIONÁRIO
ÁREAS DO PROGRAMA
TRIBAL
PRÉ-EVANGELISMO
EVANGELISMO
CULTURA
Iniciar o LA
Estudos Preliminares
Cultura Material
Cultura Econômica
Cultura Social
Cultura Política
Mapeamento; Aldeia
Parentesco; Moradores
Iniciar/Colher
Textos Culturais
Cosmovisão
Arte, etc
Dar continuidade ao LA; colhendo e
arquivando o conhecimento Cultural
Cultura Política – liderança tribal
Cosmovisão
Arte
Mapeamento das Informações
Início de comparações das lições
LINGÜÍSTICA
Fonologia
Preliminar
Ortografia
Preliminar
Início do
Dicionário
Início da
Análise
Gramatical
Início da
Análise
de
Discurso
Ortografia
APROVADA
Continuidade da
coleção de textos
APRENDIZAGEM
Etapa I
Expressões úteis
Lições com
diálogo
Etapa II
Lições com
diálogos
básicos
Etapa III
Lições com
textos simples
Etapa III nível Alto
Continuação: lições
com textos.
Familiarizar-se com
análise de texto
Etapa IV
Trabalhar com textos
complicados
Expressões
idiomáticas
Piadas
Iniciar Gramática
Pedagógica
Vocab. espiritual selecionado Vocabulário espiritual - extensivo
EDUCAÇÃO
INDÍGENA
Atividades
Pré-
Alfabetiza-
ção
Cartilhas
Enício do
ensino
para testar
as
Cartilhas
(Ortografia
preliminar)
1a Edição
das
Cartilhas
Avaliação
da
Alfabetiz.
Início da
Alfabet.
num
ambiente
de
Escola
Treinar
Autores
indígenas
Iniciar
ensino
em
Português
(oral)
Editar
Litera-
tura
Indígena
ESCRITURA EM USO
Literatura útil
visualizada
Posters
variados
Fitas
Calendários
Livrinhos para
Colorir
Versículos
Para
Memorização
“Como os
Judeus
Vivem”
Parte 1
Estudos
simples para
Escola
Dominical
TRADUÇÃO
BÍBLICA
Início da Tradução
Histórias do VT e NT
Lições do Cronológico Fase I (68 lições)
Livro de Gênisis (Opcional)
ENSINO BÍBLICO
E PLANTAÇÃO DE
IGREJA
Início do Evangelismo Cronológico
DESENVOLVI-
MENTO DE
PROJETOS
Treinamento
de autores
indígenas
Treinamento
de Ajudantes
na análise e
Tradução
Treinamento
de
professores
indígenas
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PRÉ-EVANGELISMO
I. DEFINIÇÃO
A. O período de pré-evangelismo é o tempo que o missionário tem desde a sua chegada
ao trabalho até que esteja preparado para iniciar o estudo bíblico (evangelismo) em
grupo ou individual.
B. Durante este período a equipe missionária deve ter alvos específicos que os levem a
um bom preparo para a fase seguinte (visto no gráfico – pg. 11)
C. De modo geral o pré-evangelismo tem duas finalidades principais:
Preparar o missionário
Preparar o povo
D. As atividades realizadas durante este período devem ser planejadas e executadas
tendo em mente o objetivo final do trabalho – deixar uma igreja indígena forte e
madura.
E. Imagine uma família residindo em um barraco num morro. Eles buscavam um lugar
para construir sua casa, porém sem recursos para comprar um lote e construir uma
boa casa.
F. Participam de uma invasão, mesmo sabendo dos perigos e da ilegalidade do
movimento. Constroem uma casa na beira de um barranco, sem alicerces e usando
material de qualidade ruim.
G. Agora imagine um fiscal da prefeitura chegando nesta casa para fazer uma vistoria. O
fiscal sabe que a casa foi construida de forma ilegal, numa propriedade sem
documentação usando materiais de qualidade ruim. A tarefa do fiscal é convencer os
moradores disso e lavá-los a mudar-se para outra casa.
Essa será uma tarefa fácil?
Quais são alguns pré-requisitos para que este fiscal tenha êxito em sua missão?
Ele precisa estar convencido de que esta situação deve e pode ser mudada.
Ele precisa convencer os moradores do perigo eminente que correm em continuar residindo ali.
Ele precisa ter uma proposta sólida para oferecer a estes moradores.
H. Usando esta analogia, o trabalho missionário não é o de edificar um prédio em um
terreno baldio. O terreno onde vamos construir é um lote usado com uma “moradia”
(na realidade uma armadilha) de satanás. Esta fortaleza tem sido ocupada por muito
tempo pelo diabo e suas hostes para aprisionar os moradores ( II Cor. 10:4).
II. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A. Boa parte do “sucesso” de nosso trabalho evangelístico se deve ao grau de preparo
que obtemos no período de pré-evangelismo.
B. Nosso “desejo” de pregar o evangelho e conduzir pessoas a Cristo pode ser um
tropeço se isso nos levar a negligenciar alguns elementos importantes no preparo para
o evangelismo.
C. O período de pré-evangelismo não é definido por um “prazo” e sim por objetivos
alcançados. O maior peso recai sobre o missionário e sua diligência em definir e
alcançar estes objetivos. Deve-se ter um equilíbrio entre a “pressa” (desejo de alcançar
o povo) e a persistência em estar preparado para tal tarefa.
III. PREPARO DO MISSIONÁRIO
A. Se pudéssemos fazer uma distribuição percentual da participação de cada integrante
no trabalho missionário e nos seus resultados, possivelmente teríamos algo assim:
25% dependente do missionário (preparo, planejamento, estudo).
25% dependente do povo (interesse, frequência nos estudos, etc).
50% operação de Deus na mente e coração do povo.
B. Nota-se (se estes números podem ser atribuidos desta maneira) que o misionário só
tem participação em 25% do trabalho. O restante está fora de seu controle. Isso pode
ser visto como algo desmotivador. Na realidade isso deve nos motivar pois na
realidade ainda somos responsáveis por 1005 daquilo que está em nosso alcance,
porém devemos nos esforçar diligentemente por fazer tudo que podemos da melhor
maneira que sabemos!!!!
Preparo Pessoal
a. Cultura
Durante este período o missionário deve aplicar boa parte de seu tempo e
esforços no estudo da cultura. O estudo da cultura tem diversas finalidades e
está diretamente ligada aos resultados do trabalho.
Conhecer o povo com quem escolhemos viver e nos relacionar. Saber como
eles agem, pensam e acreditam.
Direcionar a conduta do missionário a fim de saber como deve agir na vida
diária sem ofender as pessoas com quem convive.
Estimular bons relacionamentos com as pessoas. Queremos minimizar tanto
quanto possível abismo cultural entre nós e o povo.
Conhecer a cosmovisão (crenças, valores, medos, etc.) do povo a fim de
aplicarmos o ensino de forma direcionada às suas necessidades.
b. Língua
Atingir fluência na língua (nível 3 alto) possibilitando-nos a comunicar com
clareza a mensagem bíblica.
Ter conhecimento gramatical suficiente para preparar material de
alfabetização, lições bíblicas, etc.
Conhecer terminologia espiritual suficiente para dar o ensino sem produzir
falhas de entendimento.
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c. Espiritual
O início do ensino marca um momento histórico na vida desta etnia. Pela
primeira vez a Palavra de Deus está sendo propagada em território até
então dominado por Satanás. Certamente haverá inúmeras tentativas do
inimigo para não permitir que isso aconteça.
Relacionamento da equipe – parece ser uma área que o inimigo tem usado
para frustrar o trabalho. Portanto a equipe deve estar bem unida em oração
e propósito para não ser surpreendida.
Preparo de Material
a. Textos Bíblicos e Lições traduzidas.
Uma vez que iniciamos o ensino teremos que seguir um rítimo e manter os
ouvintes interessados. Se tivermos que parar por não ter material preparado
isso causará frustração na mente deles.
É importante ter bastante material (lições e porções bíblicas) já preparado
para podermos ir até o final.
b. Materiais Visuais e Didáticos
Pessoas que não tem como hábito ouvir um monólogo, terão dificuldade em
se concentrar e ouvir um estudo prolongado se não tiver algo que prenda sua
atenção.
Preparo Estratégico
a. Provavelmente a cultura do povo com quem estamos trabalhando irá determinar
grandemente alguns aspectos quanto à forma que usaremos para ensinar.
b. Devem-se buscar os meios que terão melhor aceitação por eles e ser criativo para
alcançar o maior número de pessoas possível.
c. Local
Precisamos lembrar que no início estamos evangelizando, mesmo que num
ambiente de reunião (não é um culto), portanto não devemos estimular a
construção de uma “igreja”.
A definição do local deve seguir alguns princípios básicos:
Vamos dar o ensino a um grupo, pessoas de diferentes núcleos familiares,
sexo e idade, ou a famílias?
Existem inimizades entre o grupo que causariam o constrangimento de
alguém se reunir com outros.
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Existem clãs entre eles que restrigeria um grupo de se reunir com outro, ou
no “território” do outro grupo?
Existem lugares “sagrados” que poderiam afetar a compreensão deles
quanto aos motivos de estarem reunidos ali?
d. Horário
É bem provável que as pessoas com quem vamos trabalhar não sejam
orientadas pelo relógio e sim por períodos de tempo ou atividades.
Somente com uma boa compreensão disso é que poderemos nos adaptar
melhor ao seu sistema. Neste ponto deve haver um equilíbrio, pois
pracisamos ser sensíveis à cultura e ao mesmo tempo certificar que vamos
iniciar o estudo e dar sequência ao mesmo.
e. Frequência
Basicamente a frequência dos estudos será determinada por dois fatores:
1. O interesse daqueles que estão assistindo.
2. O estilo de vida do grupo:
Se forem caçadores poderão sair para caçar por períodos.
Se forem agricultores terão períodos de planta e colheita.
f. Inclusão
g. Precisamos lembrar que nosso objetivo é a Plantação de uma Igreja e queremos
que ela seja representada por pessoas de idade, sexo e status variados. Queremos
alcançar a todos, inclusive os marginalizados, portanto vamos buscar meios para
incluir a todos.
h. Em algumas culturas somente os homens participam de reuniões onde assuntos
importantes são tratados.
Em casos semelhantes a este vamos ter de buscar alternativas, tais como:
Repetir o ensino em outros ambientes.
As mulheres darem o estudo para mulheres e crianças
Dar o estudo para o grupo (que pode assistir) e ir de casa em casa conversando
sobre o ensino posteriormente.
i. Estas são apenas algumas possibilidades, mas cada um terá de buscar os melhores
meios na cultura que está trabalhando.
IV. PREPARO DO POVO
a. Outro fator fundamental que deve acontecer durante este período de pré-
evangelismo é o “preparo” do povo. É evidente que isso não ocorre de maneira
controlada (como que em sala de aulas), mas sim no decorrer da vida diária. O
missionário deve ter um planejamento e alvos específicos, mesmo que as pessoas com
quem ele está vivendo não saibam disso.
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b. Buscando Aceitação
O pré-evangelismo é iniciado no momento em que o missionário pisa na aldeia. A
maneira de viver e se relacionar com o povo vai influenciar nossa aceitação por
eles.
Pode ocorrer a rejeição de um povo pelo missionário. O quanto antes começarmos
a ter noção dos princípios básicos da cultura e as formas do comportamento
adotadas, menor a chance de haver rejeição.
Existem alguns princípios básicos que poderão nos ajudar em qualquer cultura:
Alegria – Um sorriso e um rosto alegre são sempre apreciados.
Amizade genuina e aceitação podem transender diferenças culturais.
Carinho com crianças, respeito com todos e atenção aos idosos são sempre
bem-vindos.
Valorização às pessoas e sua maneira de ser – comida, ser atencioso,
elogiar, etc.
c. Buscando Interesse
Nós temos uma mensagem a anunciar e esta mensagem precisa ser ouvida. Isso
implica em que as pessoas precisam ter o desejo de ouvir.
Este é um dos objetivos principais do pré-evangelizmo. Despertar o interesse pelo
povo por ouvir aquilo que temos a anunciar. Isso requer:
1. Que divulguemos a eles que estamos ali, pois temos algo importante para lhes
anunciar;
2. Que nossa vida transmita para eles um senso de urgência em nos preparar
para transmitir-lhes a mensagem.
Há uma lista de perguntas sugeridas no volume 2, pag. 5,6 e 7 que levam as
pessoas a pensar sobre assuntos importantes. Estas perguntas podem ser feitas de
maneira natural no convívio diário.
V. ALGUMAS SUGESTÕES:
A. Neste período de pré-evangelismo evite corrigir qualquer resposta ou informação
errada. Isso pode constranger as pessoas e levá-las a evitar oferecer outras
informações. Também queremos estimular a liberdade de falarem aquilo que
realmente está no seu coração e não aquilo que sabem que queremos ouvir.
Não coloque pressão para que respondam suas perguntas. Mesmo não
respondendo provavelmente eles pensarão sobre a pergunta e poderão
desenvolver um desejo de ter maior compreensão.
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É preferível não citar ou ler passagens bíblicas para responder suas perguntas
neste ponto. As respostas serão dadas fora de contexto bíblico e trarão um
entendimento parcial. Devemos, portanto dizer-lhes que temos uma mensagem
importante que irá respoder todas as suas perguntas mas precisamos aprender
bem a sua língua e entender as suas histórias antes de começar a ensinar-lhes.
Lembre-se que este é um período para estimular o interesse, não satisfaça suas
curiosidades.
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EVANGELISMO
I. INTRODUÇÃO
A. O início desta fase num trabalho transcultural está bem ligado àquilo que realizamos
no pre-évangelismo. Uma dificuldade que muitos de nós temos (especialmente
aqueles que não tem facilidade em evangelizar) é saber como iniciar uma conversa ou
estudo da Palavra de Deus.
B. O pré-evangelismo é algo bem informal que usa conversas e eventos do dia-a-dia para
estimular o interesse das pessoas pelo conhecimento da mensagem. O ideal é que haja
uma expectativa do povo por receber esta mensagem e isso fornecerá uma abertura
“natural” para o evangelismo.
C. O evangelismo só deve ser iniciado de forma estruturada depois que o missionário
esteja bem preparado em diversas áreas, tais como:
Conhecimento da cultural
Entendimento da vida do povo, seus interesses, expectativas, etc.
Entendimento de sua cosmovisão, crenças, divindades, rituais, etc.
Aplicação da mensagem de deus neste ambiente.
Conhecimento Linguístico
Fluência na língua do povo
Conhecimento de discurso usado na língua
Definição de terminologia bíblica e espiritual
Preparo de material
Tradução das porções bíblicas que serão usadas na fase 1.
Preparo das lições (o que for pedido pela Consultoria).
II. CONTEXTUALIZAÇÃO
A. Definição:
“Comunicar a mensagem, trabalho, Palavra e desejo de Deus de forma fiel
à Sua Revelação e de maneira significativa e aplicável nos distintos
contextos, sejam culturais ou existenciais. Comunicar o Evangelho de
forma teológicamente fiel e ao mesmo tempo humanamente inteligível e
relevante”. (Hesselgrave)
Poderíamos dizer que a contextualização é a ponte que liga a verdade bíblica ao
contexto humano. Neste processo tem de se tomar cuidado para não alterar a
veracidade bíblica e também não exigir mudanças desnecessárias por parte de quem
recebe a mensagem.
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B. O que deve (pode) ser Contextualizado
A Forma de Transmissão
Local, e outros aspectos físicos.
Mesmo sem querer podemos comunicar algo questionável na escolha do local de
reuniões, dando a entender que consideramos o local sagrado, que é bem comum
em religiões animistas.
Nosso gosto e tradição não deve influenciar esta escolha; um salão com bancos,
pessoas assentadas em fileiras olhando para o pregador, etc.
Provavelmente teremos de nos acostumar com cheiros, barulhos e interrupções
diferentes daquelas comuns a nós.
Liturgia
Grande parte de nós não fazemos uma distinção clara entre liturgia e teologia.
Para nós há uma conexão muito forte entre o local de adoração e nosso
comportamento.
Possivelmente teríamos dificuldade em nos sentir bem prestando culto a Deus em
meio a cachorros mau nutridos, crianças sujas, cheiro de xixi e com fumaça
ardendo nos olhos. (Nem todos os trabalhos são assim)
Quais são alguns comportamentos característicos de uma reunião de crentes? E
como são expressos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Reverência – silêncio, olhar sereno, não uso de chapeu, etc.
Alegria – Cantar, bater palma
Qual a ligação entre a liturgia e a teologia?
__________________________________________________________________
O que deve definir se uma prática usada pelo povo deve ou não ser adotada na
igreja?
__________________________________________________________________
Quando e por quem estas definições devem ser feitas?
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Linguagem
Um problema comum entre missionários é a dificuldade que alguns tem de baixar
seu vocabulário ao nível do povo com quem trabalham.
A verdadeira comunicação intercultural é mais que simplesmente lançar ao ar o
evangelho e depois culpar os ouvintes se não o receberam. A verdadeira
comunicação não é o que dizemos, é o que o povo ouve.
Culturas em que o ensino formal é bem desenvolvido geralmente valorizam as
técnicas de comunicação (habilidades de oratória, terminologias científicas e
específicas para o assunto sendo apresentado), portanto os oradores se
aperfeiçoam em algumas técnicas (vestuário, tom de vóz, entonação de vóz, etc).
Em culturas ágrafas (ou mesmo já alfabetizadas, mas em grau menor) existem
técnicas, mas provavelmente serão diferentes. Nosso desafio é conhecer estas
técnicas e usá-las.
Ex.:
1. Waiãpi – Quando há um assunto sério o orador vira as costas para a pessoa
com quem está falando.
2. Yanomami – Uso de cantorias para passar informação e avisos. Para ensinar é
necessária a participação de um segundo orador, é este que as pessoas vão
escutar.
Cultura
Poderíamos dizer que 50% de nossa comunicação são determinados pelo uso
devido de aspectos culturais. A cultura é um veículo de comunicação. Aquilo que
comunicamos vem “embrulhado” em um pacote cultural.
A transmissão do evangelho em um ambiente tribal passa na verdade por três
filtros culturais.
Judaica/Bíblico ⇒ Missionário
Missionário ⇒ Povo Receptor
Desta forma são três culturas envolvidas possibilitando assim interpretações
bem diversificadas.
Em nossa comunicação diária utilizamos de muitos recursos culturais para
transmitir aquilo que queremos aos nossos ouvintes, tais como:
Forma de discurso.
Tonalidade de vós
Gesticulação
Piadas
Histórias e Estórias
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Língua
Outros 50% de nossa comunicação é composto pelo uso correto da língua. Inclue-
se aqui não só o conhecimento lingüístico e gramatical de um idioma, mas sim o
uso da mesma nas rodinhas de bate-papo.
Conhecer bem a gramática portuqueza não assegura uma boa comunicação com
os canavieiros nordestinos, nem com o gaucho tradicional do Rio Grande.
Ex.:
Beijinho, beijinho tchau tchau! = Cheirinho, cheirinho, té inté.
“Entrei no paió e passei a mão no busal, que estava do lado do persuelo. Desci até o
colchete e entrei no potreiro para pegar a potranca baia. Depois de colocá o
baixeiro joguei os arreio no lombo e apertei bem a chincha. Pulei no lombo da égua
e carquei as espora e sai em direção à canhada. Chegando a um banhado dei meia
volta e fui em direção ao vau, onde atravessamos para o outro lado do rio.”
Nossa comunicação precisa ser feita de tal maneira que transmita a verdade, mas
de forma que alcance o coração do ouvinte.
Algumas considerações:
1. Quais as regras gramaticais para um discurso? (uso de pronomes, tamanho de
parágrafos, de quanto em quanto tempo precisa relembrar os ouvintes quem é
o personagem, etc.);
2. Uso de expressões idiomáticas;
3. Uso de gírias e piadas;
4. Tom de vós, papel do orador e do ouvinte.
C. Princípios de Contextualização no Ensino Bíblico
1. Entender que a Palavra de Deus é supra cultural e atemporal.
A Palavra de Deus é imutável e jamais muda. Ela sempre foi e sempre será a
autoridade final em todos os assuntos. A Bíblia não envelehece e sua
mensagem, conselhos e ensinamentos sempre serão atuais, em todas as
épocas.
A mensagem bíblica não deve ser mudada para satisfazer as necessidades
sentidas de um povo, mesmo que isso possa ocorrer pelo conhecimento da
mesma.
Importante – A Bíblia é a mensagem de Deus ao homem (todos os homens) e
não as respostas de Deus aos desejos e anseios do homen. É Deus quem diz
quais são as nossas verdadeiras necessidades.
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2. Contextualizar não é mudar o conteúdo, mas transmití-lo de maneira relevante
para o público.
A mensagem do evangelho nunca mudará como também a necessidade
essencial do ser humano. É relevante, porém que esta mensagem seja
apresentada de maneira relevante para os ouvintes.
Esta mensagem deve ser entendida como algo real para a vida das pessoas em
sua realidade existencial.
3. O fim da contextualização é Cristo e não a satisfação dos interesses dos ouvintes.
4. Critérios de Contextualização ( Livro “Contextualização” pg 14)
Debater estes critérios em aula:
III. ÊNFASES DA FASE I
A. A fase I do estudo cronológico é composta de 68 lições (livros 2 e 3), indo da criação até a ascenção de Cristo. Este material visa fornecer um alicerce fundamental para a fé em Cristo.
B. As lições não cobrem todo o V.T., mas sim as porções históricas que traçam a pessoa de Cristo desde a eternidade passada até sua morte e ressurreição (Sua divindade, existência eterna, promessa de sua vinda, tipos e figuras de sua obra, etc).
C. Estas lições visam fornecer uma boa base de entendimento para a apresentação do evangelho, lançando princípios fundamentais de compreensão:
Ao ensinar as lições devemos enfatizar a Pessoa de Deus, seu caráter, natureza e
atributos. Deve ficar bem claro na mente das pessoas que Deus é superior, criador
e controlador de todos os seres, espíritos e deuses existentes. Devemos enfatizar
atributos como a soberania, santidade e justiça de Deus.
Deus tem se revelado ao homem de maneira progressiva e histórica. As narrativas
bíblicas devem ser apresentadas como confirmação do plano eterno de Deus e de
seus atributos, e não como a história de pessoas do passado.
A lei deve ser destacada, pois nos planos de Deus ela foi dada com finalidades
específicas:
o Pela lei o homem tem pleno conhecimento do pecado. (cf. Rm 3.20)
o A lei nos conduz a Cristo. (cf. Gl 3.24)
O conhecimento da lei, nossa incapacidade de guardá-la, o papel da mesma nos
planos de Deus contribuem para um entendimento correto da graça de Deus,
evitando assim o sincretismo, cristianismo nominal e legalismo.
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D. Durante o processo de evangelismo os ouvintes devem ser ensinados sobre a história e
cultura de Israel, pois a partir do conhecimento correto disso é que poderão entender
a História Messiânica do Velho Testamento. O cumprimento de profecias, tipos, a
posição de Cristo como filho de Davi, rei de Israel e seu futuro reino Messiânico
baseiam-se nestas informações.
IV. TEMAS DOUTRINÁRIOS ESSENCIAIS
A. A fase I do Ensino Cronológico não visa doutrinar e sim evangelizar, porém devemos enfatizar algumas doutrinas que serão fundamentais para o endendimento do evangelho por pessoas que não possuem nenhum conceito bíblico e que são animistas.
1. A Pessoa e o Caráter de Deus.
Religiões animistas conhecem vários deuses que poderão ser comparados ao Deus
apresentado por nós. Necessitamos enfatizar o fato que Deus é infinitamente maior
e seus atributos incomparáveis a qualquer outro.
Alguns atributos principais:
Soberania de Deus
Pré-existência, independência, único criador e dono de tudo. Esta doutrina é
fundamental para todo o restante do ensino. Deus não pode ser comparado ou
confundido a mais nada. Se isso acontecer, a autoridade da mensagem está
comprometida.
Esse tipo de divindade é estranho ao animista que passa a vida toda tentando
ludibriar, manipular e subornar suas divindades.
Onipresença e Onisciência
Deus não está distante e nem ausente de nossas vidas. Ele está aqui e em todo
lugar. Sabe de tudo, vê ouve todas as coisas, conhece as nossas mentes e
pensamentos e vê o intento dos corações.
Deus é Santo e Justo
Deus criou todas as coisas em perfeição e tudo era bom. Deus não aceita o
pecado, tornando impossível o retorno do homem a Ele por meio de qualquer
esforço do mesmo. Deus julga o pecado e o pecador, só tendo uma possibilidade,
a separação. (Ez 18.4)
Deus se comunica com o homem
Deus criou os anjos e o homem para ter comunhão e desde o início se comunicava
com eles. Após a queda houve uma barreira, mas Deus continuou se comunicando
pelos profetas, sacerdotes, mas principalmente pela Palavra.
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Deus é amor e graça
O animista está acostumado a fazer ofertas e rituais na tentativa de fazer seu deus
mudar de sentimento, ou então buscar socorro num deus superior. Deus não
muda de Severo p/ Amoroso, ou de Justo p/ Gracioso. Ele é todos os atributos ao
mesmo tempo. Eles são a essência de Deus e agem em perfeita harmonia.
Deus é Fiel e Imutável
Deus cumprirá o que ele prometeu e Ele sempre será o mesmo.
2. O Homem
Foi Criado de forma especial com propósito de desfrutar da comunhão com
Deus;
Foi separado de Deus pelo pecado e é incapaz de salvar-se;
É Deus quem estabelece os meios pelos quais o homem pode chegar à sua
presença;
Fé sempre foi o meio pelo qual o homem se chegou a Deus;
3. Satanás
Sua criação e queda;
Ele é inimigo de Deus e luta contra Deus, sendo mentiroso, enganador e
inimigo do homem;
Ele é uma criatura e, portanto, inferior a Deus em poder e limitado por Deus
em ação;
A existência de poderes espirituais e sua ação no mundo.
4. Soteriologia
Destacar a pecaminosidade do homem em todas as épocas;
Relembrar sempre da consequência do pecado – morte;
Traçar a exigência de Deus – substituto perfeito e sangue;
A incapacidade do homem de chegar a Deus por seus próprios méritos;
A necessidade e significado de arrependimento.
5. Jesus Cristo (apenas no Novo Testamento)
Sua divindade;
Sua humanidade;
Seus atributos divinos (santidade e justiça);
Cumprimento de todas as promessas, figuras e tipos;
Sua obra.