Evangelho Capítulo XXIV - Não por a candeia debaixo do alqueire
Estudos do evangelho " Não julgardes para não serem julgados"
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Estudos do EvangelhoO Evangelho Segundo o Espiritismo
por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires
Leonardo Pereira
11 – Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros,
sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão
também a vós. (Mateus, VII: 1-2).
O significado de Julgar:
v.t. Decidir um litígio na qualidade de juiz ou árbitro: julgar um processo.
Pensar, supor: julgou necessário protestar.
Avaliar, emitir opinião, formular um juízo: julgar uma pessoa pela aparência.
Reputar, considerar: julgo-o bastante competente.
V.pr. Ter-se por, considerar-se.6
As folhas do outono juncavam o chão.Terminadas estavam as festividadesdos Tabernáculos, ou Festa das Tendas,considerada pelo povo de Israel a maisespetacular de todas as festas.
Para a celebrar, cada família deviaconstruir nos arredores de Jerusalémuma cabana de folhagens, na qualresidiria por uma semana. As cabanasdeviam relembrar aos filhos de Israelque Iavé os fizera morar nelas, quandosaíram do Egito e peregrinavam pelodeserto.
Dos rituais, fazia parte toda manhã,uma procissão de sacerdotes quedescia o monte Moriá até a fonte deSiloé, acompanhada pelo povo, quelevava palmas, ao som do shofar (longo chifre
de carneiro que serve de trombeta).
Colhida a água em vaso de ouro,tornava a multidão a subir a colina dotemplo, onde os sacerdotesderramavam o líquido, misturado comvinho, no altar dos holocaustos.
Jesus viera a Jerusalém para participarda Festa e permanecera, concluídas asfestividades, pregando.Naquele dia, "Ele estava próximo àporta Nicanor, do lado leste doTemplo, chegando pelo caminho doMonte das Oliveiras, acompanhadodos discípulos." (1)
...e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi
agora mesmo apanhada em adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a
estas tais. Qual é a vossa opinião sobre isto?
Diga-se que, entre o povo de Israel, adefinição de adultério não era a mesmapara o homem e a mulher. O homemsomente era acusado de adultério setivesse relações com uma mulhercasada ou noiva, porque, entendia-se,agredia outro homem. A mulher,adulterando, agredia o matrimônio.
Suspeita de adultério, era submetida àprova da água amarga. Devia beber umamonstruosa bebida à base de póapanhado no Templo. Se vomitasse ouficasse doente, era consideradaculpada. Surpreendida em flagrante, apena era a morte, que igualmente eraaplicada à mulher que fosse violadadentro dos muros da cidade, poissupunha a Lei que, dentro da cidade, seela tivesse gritado por socorro, teria sidoouvida e socorrida.
Diziam pois os judeus, tentando-o, para o poderem
acusar. Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever
com o dedo na terra...
Enquanto a indagação dos fariseus aguarda uma resposta do Rabi, sobre a
pecadora, Ele se inclinou e traçou na areia do pavimento caracteres
misteriosos.
Que escreveria Ele? O nome do cúmplice que se evadira? O nome do marido que,
ferido no orgulho, permitia fosse sua esposa tão vilmente tratada?
...E como eles perseveraram em fazer-lhes perguntas, ergueu-se Jesus e
disse-lhes: Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire-lhe a
primeira pedra. E tornando a
abaixar-se, escrevia na terra.
...Ele grafava a marca moral do erro de cada um. Curiosos, os que ali esperavam a sentença de morte, para se extasiarem no espetáculo de sangue e impiedade,
podiam ler: ladrão, adúltero, caluniador... Em síntese, as suas próprias
mazelas morais.
E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé. Então,
erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te
condenou?
Quando o silêncio se fez, Ele se levantou. Ali estava a mulher à espera do seu castigo. Se todos os demais haviam
partido, ela devia esperar da parte dEle a sentença e a execução. O Divino Pastor
considerou a fragilidade do ser humano e, compadecido com suas misérias morais, lhe disse: "Mulher, onde estão aqueles
que te acusavam? Ninguém te condenou?"
Respondeu ela: Ninguém, Senhor.
Então Jesus lhe disse: Nem eu tampouco te condenarei;
vai, e não peques mais. (João, VIII: 3-11).
"Ninguém, Senhor" - ousou responder à meia-voz. Então, em vez do sibilar mortífero das pedras, ela ouviu as
palavras do perdão e da vida: "Nem eu tão pouco te condeno: vai e não tornes a
pecar!"
13 – “Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira
pedra”, disse Jesus. Esta máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não
necessite para si mesmo.
Ensina que não devemos julgar os outros mais
severamente do que nos julgamos a nós mesmos,
nem condenar nos outros os que nos desculpamos em
nós.
Antes de reprovar uma falta de alguém,
consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.
A censura de conduta alheia pode ter dois motivos:
reprimir o mal,ou desacreditar a pessoa
cujos atos criticamos.
O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, pois dele pode
resultar um bem, e porque sem ele o mal jamais será reprimido
na sociedade.
Não se deve, pois, tomar no sentido absoluto este princípio: “Não
julgueis para não serdes julgados”, porque a letra mata e o espírito
vivifica.
Jesus não podia proibir de se reprovar o mal, pois ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez
em termos enérgicos.
Tornar-se culpável daquilo que se condena nos outros é abdicar
dessa autoridade, e mais ainda, arrogar-se arbitrariamente o
direito de repressão.
Ou como poderás dizer a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro
do teu olho, quando tens a trave no teu?” (Mateus 7:1-5)
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A consciência íntima, de resto, recusa qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de
algum poder, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. A única autoridade legítima,
aos olhos de Deus, é a que se apoia no bom exemplo. É o que resulta
evidentemente das palavras de Jesus.
Se estiverdes em dúvida, fazei sempre o bem: os erros do Espírito pesam menos na balança de Deus que os
erros do coração.Autor: Allan Kardec
Fonte: Revista Espírita, fevereiro de 1862 – Resposta à mensagem de Ano Novo dos espíritas lioneses.
Bibliografia!
01.FRANCO, Divaldo Pereira. Atire a primeira pedra. In:___. Luz do mundo. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1971. cap. 13.02.______. Encontro de reparação. In:___. Pelos caminhos de Jesus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1988. cap. 15.03.______. A consciência de culpa. In:___. Trigo de Deus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1993. cap. 13.04.ROHDEN, Huberto. A adúltera. In:___. Jesus nazareno. 6. ed. São Paulo: UNIÃO CULTURAL. v. 2, cap. 92.05.ROPS, Daniel. Família, "Meus ossos e minha carne". In:___. A vida cotidiana na Palestina no tempo de Jesus. Livros do Brasil. pt. 2, cap. 2, item VII.06. SAULNIER, Christiane e ROLLAND, Bernard. As instituições religiosas. In:___. A Palestina no tempo de Jesus. 2. ed. São Paulo: PAULINAS, 1983. item As festas.07.VAN DER OSTEN, A . Adultério. In:___. Dicionário enciclo-pédico da bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.Federação Espírita do Paraná – matéria publicada no Jornal Mundo Espírita – Fev.2004
Bibliografia!
01.FRANCO, Divaldo Pereira. Atire a primeira pedra. In:___. Luz do mundo. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1971. cap. 13.02.______. Encontro de reparação. In:___. Pelos caminhos de Jesus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1988. cap. 15.03.______. A consciência de culpa. In:___. Trigo de Deus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1993. cap. 13.04.ROHDEN, Huberto. A adúltera. In:___. Jesus nazareno. 6. ed. São Paulo: UNIÃO CULTURAL. v. 2, cap. 92.05.ROPS, Daniel. Família, "Meus ossos e minha carne". In:___. A vida cotidiana na Palestina no tempo de Jesus. Livros do Brasil. pt. 2, cap. 2, item VII.06. SAULNIER, Christiane e ROLLAND, Bernard. As instituições religiosas. In:___. A Palestina no tempo de Jesus. 2. ed. São Paulo: PAULINAS, 1983. item As festas.07.VAN DER OSTEN, A . Adultério. In:___. Dicionário enciclo-pédico da bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.Federação Espírita do Paraná – matéria publicada no Jornal Mundo Espírita – Fev.2004