Estudo sobre Avaliação do projecto de campos de férias · Em Agosto de 2012, devido à greves...
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Estudo sobre
“Avaliação do projecto de campos de férias”
Consultores: Hamadou Boiro (Coordenação) Zeca Jandi
Inqueridores : Albertino Cabi ; Carlos Humberto B. Có Saico Baldé ; Ivanildo Nancassa
Revisão de texto : João Ribeiro Butiam Có
Outubro - 2013
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Resumo analítico
Em Agosto de 2012, devido à greves dos professores, o UNICEF e seus parceiros
organizaram a iniciativa Campos de Férias destinados aos alunos do ensino básico, a fim de
evitar a perda do ano lectivo em curso. O projecto Campos de Férias, implementado um
pouco por todo o país, representa a primeira experiência interventiva do género na Guiné-
Bissau no sector educativo, em matéria de recuperação dos conteúdos escolares (perdidos)
decorrentes das paralisações cíclicas das aulas. A nível nacional, 310 escolas, num total de
44.492 alunos, entre quais 23,864 (53,6%) do sexo masculino e, 20,628 (46,4%) do sexo
feminino, foram contemplados pelo plano de campos de férias, durante cinco dias úteis. A
implementação foi feita por 18 ONGs nacionais e internacionais.
O presente estudo denominado “Avaliação do projecto de Campos de Férias”, realizado pelo
Centro de Estudo de História e Antropologia do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa
(INEP), visa compreender o impacto e a apropriação dos resultados dos referidos Campos de
Férias pelos alunos, professores, pais e encarregados de educação, animadores das ONGs,
directores das escolas (beneficiárias) e a comunidade em geral, no domínio das competências
disciplinares, sobretudo, nas disciplinas de português, matemática e em conteúdos
considerados transversais. E, por outro lado, produzir melhores recomendações para futuras
implementações. O estudo está estruturado em três partes, segundo os objectivos do mesmo.
A primeira parte refere o contexto e a metodologia aplicada, através da descrição das
circunstâncias e formas de realização do estudo. A segunda refere os resultados, os actores e
instituições que constituem a população-alvo, tendo em conta a idade, os níveis e o género,
através de uma análise comparativa. A terceira, e última parte, sublinha as discussões e,
consequente, recomendações finais.
A metodologia de realização (do estudo) combinou a abordagem quantitativa e qualitativa, de
modo a ter uma visão holística dos impactos. Assim, cinco escolas primárias e uma pré-
escolar foram escolhidas entre as quatro regiões selecionadas (SAB, Biombo, Oio, Gabu).
Para uma análise comparativa das notas de português e matemática, uma amostra de 168
alunos (de 3ª a 6ª classe) foi considerada, sendo 50% para os que terão participado nos
Campos de Férias e 50% para os que não participaram. Por outro lado, os testes de
conhecimentos transversais, em matéria da saúde, foram realizados a 112 alunos de 4ª a 6ª
classe, repartidos de igual modo segundo o volume ou/não de participação. As entrevistas
semiestruturadas foram feitas a 120 pais e encarregados de educação, segundo os dois
critérios (de ter ou/não ter filho(a) participado); 15 directores e professores foram igualmente
contactados para as entrevistas, bem como 6 animadores, entre o universo dos que
participaram na implementação do programa.
No que concerne ao cumprimento dos programas escolares nas disciplinas de português e
matemática, apesar de algumas dificuldades, foi possível cumprir os programas pré-
estabelecidos nas referidas disciplinas. A comparação das notas de matemática e de português
não nos permitiu definir de forma clara as vantagem dos alunos que beneficiaram do
programa, apesar de ter sido testemunhado a recuperação e assimilação dos conteúdos. O que
poderá ter muito a ver com os escassos cinco dias que o programa foi implementado.
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As diferenças foram mais notórias em conteúdos transversais, com maior pendor para os
beneficiários do programa. A maior parte de alunos que participaram no projecto apresentava
melhor competência em responder de forma completa e coerente as questões que lhes foram
colocadas. Em consequência, o impacto da mudança de comportamentos (nestas crianças) foi
naturalmente constado pelos pais e encarregados de educação, em matéria de saúde, higiene e
saneamento,
No domínio de reforço institucional e de capacitação dos directores das escolas beneficiárias,
os materiais didáticos doados aos alunos (rádios gravadores e respectivos CDs) com lições de
matemática e de português, jogaram um importante papel na capacitação dos alunos e dos
professores, como ferramentas recursos das aulas. Embora tenha havido professores que
testemunharam não terem recorrido aos materiais, por não terem recebido a formação
necessária.
De forma geral, todos os actores envolvidos no processo louvaram a iniciativa do projecto de
Campos de Férias. Os pais e encarregados de educação constataram mudanças de
comportamento dos seus educandos, não só na higiéne e saneamento mas, também, na
valorização da escola. Isto, porque, as crianças passaram a estudar em casa, o que não era
habitual. Em descompensação, os pais e encarregados de educação que não tinham filhos nos
beneficiários do programa sublinharam a sua insatisfação, por terem ficado fora do processo.
Para os directores, a iniciativa foi boa, por isso, para o futuro, ela deve envolver mais
professores e criar as condições para que todas as crianças possam beneficiar de igual modo.
Assim, os professores abordaram a necessidade de reforçar a sua formação, sobretudo, a dos
animadores, por estes últimos não terem formação pedagógica (necessária) para transmitir os
conteúdos de disciplinas como a matemática e o português. Por sua vez, os animadores
louvaram a iniciativa, a participação dos envolvidos e sua implicação no aproveitamento
escolar das crianças.
Assim, como recomendação, é importante a consolidação do projecto através de uma
experiência pilota nas regiões mais vulneráveis, onde todos os alunos poderão participar, com
total garantia de formação dos professores e os animadores de modo a maximizar os
resultados.
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Índice geral
Resumo analítico ..................................................................................................................................... 2
Acrónimos ............................................................................................................................................... 8
Índice de gráficos .................................................................................................................................... 9
1. Introdução e enquadramento ............................................................................................................. 13
1.1 - Contexto .................................................................................................................................... 13
1.2 - Justificação ................................................................................................................................ 13
1.3 - Objectivos da avaliação ............................................................................................................ 14
1.3.1 - Objectivo geral ................................................................................................................... 14
1.3.2 - Objectivos específicos ........................................................................................................ 14
1.4 - Resultados esperados ................................................................................................................ 14
2 - Metodologia ..................................................................................................................................... 15
2.1 - População em estudo ................................................................................................................. 15
2.2 - Técnicas e instrumentos de colheita de dados ........................................................................... 15
2.2.1 - A recolha das notas de português e de matemática nas escolas primárias ......................... 15
2.2.2 - Teste de conhecimentos transversais dos alunos sobre saúde e higiene ............................ 15
2.2.3 - As entrevistas semiestruturadas ......................................................................................... 15
2.3 – A amostra ................................................................................................................................. 15
2.4 - Os sítios de estudo ..................................................................................................................... 16
2.5 - Tratamento e análise de dados .................................................................................................. 16
2.6 - Os limites e constrangimentos de estudo .................................................................................. 16
3 – Resultados ....................................................................................................................................... 17
3.1 – Campos de Férias e os conteúdos/programas de português e de matemática ........................... 17
3.1.1 – Apreciação das notas na escola Justado Vieira (Bissau) ................................................... 17
3.1.2 – Apreciação das notas na escola Algodão (Gabu) .............................................................. 18
3.1.3 – Apreciação das notas na escola Benfica (Gabu) ................................................................ 19
3.1.4 – Aapreciação das notas na escola Nhacra (Oio) ................................................................. 20
5
3.1.5 – Apreciação das notas na escola Corca Sow II (Oio).......................................................... 21
3.2 – Impacto dos Campos de Férias nos conhecimentos transversais sobre saúde e higiene .......... 22
3.2.1 – Conhecimentos sobre as vantagens de lavagem das mãos ................................................ 22
3.2.2 - Conhecimentos sobre a contracção da cólera ..................................................................... 24
3.2.3 - Conhecimento sobre o paludismo ...................................................................................... 25
3.2.4 - Conhecimento sobre a tuberculose ..................................................................................... 26
3.3 – Contributos dos Campos de Férias no reforço institucional e competência dos directores ...... 27
3.3.1 - Os directores de escolas beneficiárias ................................................................................ 27
3.3.2 - Os professores das escolas afectadas pela iniciativa .......................................................... 29
3.4 – Apreciação dos pais e encarregados de educação em relação aos Campos de Férias .............. 30
4. Conclusão e recomendações finais .................................................................................................... 32
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Acrónimos
ADPP: Ajuda de Povo para Povo
CD: Compact Disck
CGE: Comité de Gestão Escolar
CCE: Comité de Cantina Escolar
CEHA: Centro de Estudos de Históricos e Antropológicos
EB: Ensino Básico
EBU: Ensino Básico Unificada
INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa
UNICEF: Fundo da Nações Unidas para Infância
ONG: Organização Não Governamental
PAM: Programa Alimentar mundial
MEN: Ministério de Educação Nacional
SAB: Sector Autónomo de Bissau
SPSS: Statistical Package for Social Science
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Índice de gráficos
Gráfico n.º 1 - Notas de português dos alunos de 3ª classe da escola Justado Viera segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 19
Gráfico n.º 2 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Algodão segundo participação
ou não nos Campo de Férias. ................................................................................................................. 19
Gráfico n.º 3 - Notas de português dos alunos de 4ª classe da escola Algodão, segundo a participação
ou não nos Campos de Férias. ............................................................................................................... 20
Gráfico n.º4 - Notas em português dos alunos de 3ª classe da escola Benfica, segundo a participação
ou não nos Campos de Férias. ............................................................................................................... 20
Gráfico n.º5 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Benfica segundo a participação
ou não nos Campos de Férias. ............................................................................................................... 21
Gráfico n.º6 - Notas de português dos alunos de 2ª classe da escola Nhacra, segundo a participação ou
não nos Campos de Férias. .................................................................................................................... 21
Gráfico n.º7 - Notas de matemática dos alunos de 2ª classe da escola de Nhacra, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 22
Gráfico n.º8 - Notas de português dos alunos de 3ª classe da escola Corca Sow II segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 22
Gráfico n.º9 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Corca Sow II segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 23
Gráfico n.º10 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos, segundo a participação ou não
nos Campos de Férias dos alunos de 4ª classe. ..................................................................................... 24
Gráfico n.º11 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos segundo as raparigas
participantes ou não nos Campos de Férias. .......................................................................................... 24
Gráfico n.º12 - Conhecimento de como apanhar a cólera segundo a participação ou não no campo de
férias dos alunos de 5ª classe. ................................................................................................................ 25
Gráfico n.º13 - Conhecimento de cólera segundo as meninas participantes ou não nos Campos de
Férias. .................................................................................................................................................... 26
Gráfico n.º14 - Conhecimento sobre como contrair o paludismo segundo a participação ou não nos
Campos de Férias dos alunos de 4ª classe. ............................................................................................ 26
Gráfico n.º15 - Conhecimento do paludismo segundo as raparigas participantes ou não nos Campos de
Férias ..................................................................................................................................................... 27
Gráfico n.º16 - Conhecimento de como contrair a tuberculose segundo a participação ou não nos
Campos de Férias dos alunos de 4ª classe. ............................................................................................ 27
8
Gráfico n.º17 - Conhecimento da tuberculose segundo as raparigas participantes ou não nos Campos
de Férias ................................................................................................................................................ 28
Gráfico n.º18 - Consideração sobre o período de realização dos Campos de Férias ............................. 32
Gráfico n.º19 - Notas de português, dos alunos de 4ª classe da escola Justado Viera segundo a
participação ou não nos Campo de Férias. ............................................................................................ 36
Gráfico n.º20 - Notas de português dos alunos de 5ª classe da escola Justado Viera (Bissau) segundo
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 36
Gráfico n.º21 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Justado Viera (Bissau), segundo
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 36
Gráfico n.º22 - Notas de matemática dos alunos de 5ª classe da escola Justado Viera (Bissau), segundo
a participação ou não nos Campo de Férias. ......................................................................................... 37
Gráfico n.º23 - Notas de português dos alunos de 3ª classe da escola Algodão (Gabu), segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 37
Gráfico n.º24 - Notas de matemática dos alunos de 4ª classe da escola Algodão (Gabu), segundo a
participação ou não no Campos de Férias. ............................................................................................ 37
Gráfico n.º25 - Notas de português dos alunos de 2ª classe da escola Benfica, segundo a participação
ou não nos Campos de Férias. ............................................................................................................... 38
Gráfico n.º26 - Notas em português dos alunos de 4ª classe da escola Benfica, segundo a participação
ou não nos Campos de Férias. ............................................................................................................... 38
Gráfico n.º27 - Notas de português dos alunos de 3ª classe da escola Nhacra segundo participação ou
não nos Campo de Férias. ...................................................................................................................... 38
Gráfico n.º 28 - Notas de português dos alunos de 4ª classe da escola Nhacra segundo a participação
ou não nos Campos de Férias. ............................................................................................................... 39
Gráfico n.º29 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Corca EBU Nhacra, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 39
Gráfico n.º30 - Notas de matemática dos alunos de 4ª classe da escola Corca EBU Nhacra, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 39
Gráfico n.º31 - Notas de português dos alunos de 4ª classe da escola Corca Sow 2 segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 40
Gráfico n.º32 - Notas de português dos alunos de 5ª classe da escola Corca Sow 2 (Mansoa), segundo
a participação ou não nos Campo de Ferias. ......................................................................................... 40
Gráfico n.º33 - Notas em português dos alunos de 6ª classe da escola Corca Sow II segundo
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 40
Gráfico n.º34 - Notas de matemática dos alunos de 4ª classe da escola Corca Sow II (Mansoa),
segundo a participação ou não nos Campos de Férias........................................................................... 41
9
Gráfico n.º35 - Notas de matemática dos alunos de 6ª classe da escola Corca Sow II segundo a
participação ou não nos Campos de Férias. ........................................................................................... 41
Gráfico n.º36 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos, segundo a participação ou não
no campo de férias dos alunos de 5ª classe. .......................................................................................... 41
Gráfico n.º37 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos segundo participação ou não no
campo de ferias dos alunos de 6ª classe. ............................................................................................... 42
Gráfico n.º38 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos segundo os rapazes participantes
ou não nos Campos de Férias. ............................................................................................................... 42
Gráfico n.º39 - Conhecimento em como apanhar a cólera, segundo a participação ou Não nos Campos
de Férias (4ª classe) ............................................................................................................................... 42
Gráfico n.º40 - Conhecimento de como apanhar a cólera segundo a participação ou não nos Campos de
Férias dos alunos de 6ª classe. ............................................................................................................... 43
Gráfico n.º41 - Conhecimento de como contrair o paludismo segundo a participação ou não nos
Campos de Férias dos alunos de 6ª classe. ............................................................................................ 43
Gráfico n.º42 - Conhecimento do paludismo segundo os rapazes participantes ou não nos Campos de
Férias. .................................................................................................................................................... 43
Gráfico n.º43 - Conhecimento de como contrair a tuberculose segundo a participação ou não nos
Campos de Férias dos alunos de 5ª classe. ............................................................................................ 44
Gráfico n.º44 - Conhecimento de como contrair a tuberculose, segundo participação ou não nos
Campos de Férias dos alunos de 6ª classe. ............................................................................................ 44
Gráfico n.º45 - Conhecimento da tuberculose segundo os rapazes participantes ou não nos Campos de
Férias ..................................................................................................................................................... 44
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1. Introdução e enquadramento
1.1 - Contexto
O ano lectivo (2011/2012), à semelhança do que tem sido o sistema educativo guineense, nos
últimos anos, foi sublinhado por constantes greves, rumo a uma consideração técnica de um
ano nulo, devido ao incumprimento dos programas e de metas minimamente preestabelecidos.
Essa situação foi agravada pelo golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, onde o país ficou
sem governo durante 45 dias, tendo como uma das consequências a paralisação das aulas em
quase todo o país, sobretudo, nas instituições públicas. Segundo o levantamento feito pelo
UNICEF e seus parceiros, durante esse período 48,4% das escolas estavam completamente
fechadas1.
Esta verdade levou que o UNICEF e seus parceiros tivessem levado a cabo a iniciativa de
salvar o ano lectivo, recuperando os conteúdos de disciplinas como a matemática e o
português mas, também, reforçando conhecimentos transversais sobre a saúde, a higiene e o
saneamento básico. Por conseguinte, várias medidas foram tomadas tais como: a) a avaliação
rápida do impacto da crise sobre as escolas primárias, em particular, a proporção de escolas
que foram afetadas, o número de horas/aulas perdidas, os conteúdos do currículo não
alcançados; b) uma campanha de sensibilização junto das comunidades, comités de gestão
escolar (CGE), comité de cantina escolar (CCE), professores, autoridades locais e tradicionais
etc; c) a elaboração e distribuição de programas em todas as escolas públicas de forma a
maximizar os 20 dias lectivos que restavam; d) organização e apoio, aos sábados, ao
funcionamento das comissões de estudos criadas a nível regional.
Após estas medidas, implementou-se a iniciativa Campos de Férias, a nível nacional, em
diferentes escolas com o objectivo de cumprir com o mínimo necessário do conteúdo a fim de
validar o ano escolar. Assim, 310 escolas participaram com um total de 44492 alunos, entre os
quais 23864 (53,6%) são do sexo masculino e, 20628 (42,4%) do sexo feminino. Os Campos
de Férias foram implementados pelas ONGs parceiras da secção de Educação do UNICEF,
com o envolvimento dos directores das escolas seleccionadas.
1.2 - Justificação
O primeiro (programa) Campos de Férias organizado pelo UNICEF e seus parceiros surgiu a
partir de uma necessidade de dar resposta a uma situação de emergência. Porém, apesar dos
impactos positivos, referidos pelos relatórios das ONGs implementadoras, há uma
necessidade de avaliar seu impacto, de modo a confirmar a aprovação e recomendações para
iniciativas futuras. Esta preocupação é legitimada pelos indicadores de instabilidade que o ano
lectivo 2013/2014 já está a testemunhar, através do anúncio, por parte dos sindicatos dos
1 Informação fornecida pele secção de Educação do UNICEF (2013)
11
professores, de uma greve preestabelecida de 90 dias. Por conseguinte, mais do que nunca, há
uma necessidade de tirar ilações e lições (positivas/negativas) da actual experiência do
programa de Campos de Férias implemento em salvaguarda do ano lectivo 2011/2012.
1.3 - Objectivos da avaliação
1.3.1 - Objectivo geral
O objectivo geral do estudo consiste em avaliar o contributo da iniciativa (pilota) dos Campos
de Férias, realizados em Agosto de 2012, através de recomendações operacionais a fim de
melhor contribuir na qualidade de uma educação de base e nos futuros programas a
implementar.
1.3.2 - Objectivos específicos
Identificar o contributo dos Campos de Férias na realização dos conteúdos de
programas escolares, particularmente, nas disciplinas de português e matemática;
Identificar o impacto dos Campos de Férias nos conhecimentos transversais sobre
saúde e higiene;
Identificar o contributo dos Campos de Férias no reforço institucional (das escolas) e
na competência dos directores (destas escolas);
Identificar o nível de apreciação dos pais e encarregados de educação, em relação a
iniciativa Campos de Férias.
1.4 - Resultados esperados
Os objectivos e contributos dos Campos de Férias devem ser bem identificados e
descritos;
As recomendações operacionais de modo a facilitar futuras intervenções devem ser
bem descritas;
2 - Metodologia
12
2.1 - População em estudo
A população em estudo refere todos indivíduos que terão participado na realização da
iniciativa Campos de Férias (sejam beneficiários directos ou indiretos, sejam promotores de
actividades). Assim, temos os alunos, os directores, os animadores das ONG, os professores,
os inspectores e pais e encarregados de educação.
2.2 - Técnicas e instrumentos de colheita de dados
Devido a natureza do estudo, as técnicas quantitativas e qualitativas foram combinadas para
obter o máximo de informações em relação as actividades de Campos de Férias.
2.2.1 - A recolha das notas de português e de matemática nas escolas primárias
As notas de português e de matemática dos alunos das escolas primárias foram recolhidas a
partir dos professores (2ª a 6ªclasse) a fim de as comparar segundo a oportunidade de
participação ou não nos Campos de Férias.
2.2.2 - Teste de conhecimentos transversais dos alunos sobre saúde e higiene
O teste sobre conhecimentos transversais foi realizado aos alunos (de 4ª a 6ª classe) em cada
escola escolhida. Em cada nível de escolaridade os alunos foram divididos segundo a
oportunidade de participação ou não nos Campos de Férias.
2.2.3 - As entrevistas semiestruturadas
As entrevistas semiestruturadas foram administradas junto dos pais e encarregados de
educação, dos directores, dos professores e dos animadores das ONGs implementadoras dos
programas de campos de férias.
2.3 – A amostra
Foram analisadas as notas de 136 alunos (entre quais 68 participaram na iniciativa e 68 não
participaram). O teste de conhecimento foi realizado a 112 alunos (de 4ª a 6ª classe). Os
alunos foram repartidos em dois grupos de 56 alunos cada, segundo a oportunidade de e/ou
não participação. A selecção dos alunos foi feita em duas fases. A primeira foi a identificação
dos alunos segundo os critérios de participação ou não, realçando a questão de género. A
segunda, após identificação, foi uma tiragem aleatória de modo a evitar o enviesamento. Para
13
o teste de conhecimento, em caso de falta, para os alunos escolhidos, a substituição é feita de
forma aleatória, de modo a garantir a transparência do processo.
No que concerne aos pais e encarregados de educação, 120 questionários foi-lhes aplicado,
dos quais 60 referiam aos que seus educandos tinham participado, e outra metade aos que seus
educandos não tinham participado na iniciativa. Em complemento de análise, 5 directores, 15
professores e 6 animadores (de ONGs implicadas) foram contactados através de entrevistas
semiestruturadas.
2.4 - Os sítios de estudo
A avaliação foi feita em 5 escolas distribuídas em 3 principais regiões em estudo. A escola de
ensino básico unificado (EBU) Justado Viera (em Bissau); a EBU Nhacra e EBU Corca Sow
II de Mansoa (Região de Oio); na região de Gabu foram escolhidas as escolas de Algodão
(cidade de Gabu) e escola de Benfica (sector de Pitche). Devido a constrangimento na recolha
de fichas comparativas não foi possível considerar em estudo a escolha inicial da escola de
Quinhamel (Região de Biombo).
2.5 - Tratamento e análise de dados
Os dados quantitativos foram tratados através do programa estatístico para ciências sociais
(SPSS). Os dados qualitativos, resultado de transcrição a partir das línguas tradicionais e
nacional para o português, foram analisados qualitativamente, a partir da comparação das
variáveis, em função dos objectivos da avaliação.
2.6 - Os limites e constrangimentos de estudo
Após a análise, pode-se concluir que os resultados da avaliação não podem ser generalizados
a todos os Campos de Férias, organizados em 2012. Todavia, servem de indicadores sobre o
contributo da iniciativa para os beneficiários a partir das percepções que estes (de forma
directa e indirecta) detêm dos mesmos.
A avaliação deparou com alguns constrangimentos relacionados com a dificuldade de
encontrar os alunos, os activistas e os directores nas escolas. Disso o exemplo da escola de
Quinhamel, onde a equipa de consultores não conseguiu recolher as fichas dos alunos do pré-
escolar, tendo optado por realizar entrevistas que permitiram avaliar as apreciações e
percepções dos pais e encarregados de educação (destes), sobre impactos da iniciativa nos
seus educandos. Razão pela qual, a recolha de dados decorreu, num tempo, mais lato do
inicialmente previsto.
14
3 – Resultados
3.1 – Campos de Férias e os conteúdos/programas de português e de matemática
Do ponto de vista estatistico, não se pode falar em grandes diferenças entre os alunos que
participaram no projecto Campo de Férias e os que Não participaram, na apropriação dos
conteúdos nas disciplinas de português e matemática, embora tenha havido uma ligeira
vantagem para os que participaram, sobretudo, nas apreciações de natureza qualitativa.
Apesar de os gráficos testemunharem grandes diferenças em algumas variáveis, entre os dois
grupos, houve também algumas dificuldades em familiarizar os alunos a novos métodos de
aprendizagem (aulas radiofónicas). Porém, segundo os animadores, apesar dos poucos dias,
foi possível cumprir os programas pré-estabelecidos nas referidas disciplinas.
As vantagens registadas também variam em função das escolas e das disciplinas. Assim
notamos, por exemplo, na escola Justado Vieira, em Bissau, a escola de Nhacra, região de
Oio, os Campistas testemunham melhores notas do que os Não Campistas nas duas disicplinas
(matemática e português). Ao contrário, na escola de Corca Sow II de Mansoa, as notas das
duas disciplinas são equilibradas. Situação similar na escola de Benfica da região de Gabu. O
que deixa espaço para alguns especulações interpretativas em relação a performance dos
actores envolvidos no processo.
Uma outra vantagem a sublinhar dos alunos que beneficiaram da iniciativa, em detrimento
dos que Não beneficiaram, refere a maior iniciativa e prontidão demonstrada na realização de
várias tarefas, e uma predisposição em responder as questões que lhes foram colocadas no
decorrer da avaliação da equipa de consultores. Segundo os pais e encarregados de educação,
as crianças agora tomam iniciativas de fazer trabalhos de casa (em casa) –, o que antes não se
faziam. O cantar as musicas em português contribuiu muito nas notas, sobretudo de
português, o que pode testemunhar uma predisposição positiva consequente dos benefícios da
inciativa Campos de Férias. Sendo, assim, um convite para a continuidade da iniciativa e
aumento de mais de dias de trabalho, de modo a consolidar os objectivos.
3.1.1 – Apreciação das notas na escola Justado Vieira (Bissau)
Segundo a análise do gráfico n.º1, alunos de 3ªano, os Não Campistas tiveram a frequência de
100% nas notas com valores entre 6-10, e os Campistas apenas em notas com valores entre
11-13. Assim, admitindo que as notas de 6-10 são medíocres, não se verifica a frequência dos
Campistas nesta categoria, apenas em notas de 11-13 valores. Todavia, essa tendência de
distinção não se verifica nas notas de 14-17, onde os Não Campistas representam 100%. O
que poderá testemunhar alguma ambiguidade na comparação entre os dois grupos na escola
Justado Vieira, nas duas disciplinas (português e matemática). De sublinhar que essa
ambiguidade também se verifica nos outros níveis de escolaridade da mesma escola (como
testemunham os gráficos dos Anexos).
15
Gráfico n.º 1 - Notas de português dos alunos de 3ª classe da escola Justado Viera
segundo a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
3.1.2 – Apreciação das notas na escola Algodão (Gabu)
Gráfico n.º 2 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Algodão segundo
participação ou não nos Campo de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
A semelhança do que aconteceu na escola Justado Vieira em Bissau, também a escola de
Algodão, em Gabu, apresenta equilíbrio de notas entre os dois grupos (Campistas e Não
Campistas), seja em matemática, seja em português. No entanto, as variações dependem das
categorias de notas (como testemunha o gráfico n.º2, e n.º3), não permitindo uma leitura final
das mesmas.
0% 0%
100%
0% 0%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português SAB
(Justado Vieira) de 3ª Classe 0 a 5, 0
100%
0%
100%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português SAB
(Justado Vieira) de 3ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 3ª
classe 0 a 5, 0
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 3ª
classe 6 a 10, 0
67%
40%
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 3ª classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 3ª
classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 3ª
classe 6 a 10, 0
33%
60%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 3ª classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
16
Gráfico n.º 3 - Notas de português dos alunos de 4ª classe da escola Algodão, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
3.1.3 – Apreciação das notas na escola Benfica (Gabu)
Gráfico n.º4 - Notas em português dos alunos de 3ª classe da escola Benfica, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Para a Escola de Ensino Básico Elementar de Benfica, segundo os dados recolhidos, sobre as
notas de alunos de 3ª classe, existe um equilíbrio no aproveitamento da disciplina de
Português. Todos alunos destes níveis tiveram percentagens iguais, quer os Campistas, quer
os Não Campistas (50% por ambos, como testemunha o gráfico n.º4). Com uma pequena
curiosidade, de serem notas com médias bastante altas (entre 18-20). O mesmo equilíbrio
regista-se na disciplina de matemática mas, já nas categorias das médias de 14-17 (cf. Gráfico
n.º 5).
Fez campo Férias, Notas em Português
Escola Algodão (Gabú) de 4ª Classe
0 a 5, 0
50%
40%
100%
Fez campo Férias, Notas em Português
Escola Algodão (Gabú) de 4ª Classe
18 a 20, 0
100%
60%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Algodão (Gabú) de 4ª Classe 14 a 17, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Algodão (Gabú) de 4ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 0 a 5, 0
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 6 a 10, 0
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 11 a 13, 0
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 14 a 17, 0
50%
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 0 a 5, 0
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 6 a 10, 0
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 11 a 13, 0
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 14 a 17, 0
50%
Não Participante CampoFérias
Participante no Campo Férias
17
Gráfico n.º5 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Benfica segundo a
participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
3.1.4 – Aapreciação das notas na escola Nhacra (Oio)
Já na escola de Nhacra, a tendência de equilíbrio parece não se resistir. Os alunos Campistas
de 2ª Ano tiveram melhor aproveitamento em relação aos Não Campistas. As notas de 0-5
representam 100%, para os Não Campistas e, 33% para os Campistas, contra 67% para os
Não Campistas, no que se refere as notas de 6-10; e 50% para ambos em notas de 14-17. Por
último, numa boa apreciação, as notas de médias entre 18-20 foram 100% atribuídas aos
Campistas (gráfico n.º6).
Gráfico n.º6 - Notas de português dos alunos de 2ª classe da escola Nhacra, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Porém, o equilíbrio volta a ser testemunhado entre os dois grupos na disciplina de
matemática, como testemunha (o gráfico n.º7), sendo as duas primeiras categorias de médias
Participante no Campo Férias, Notas em Matemática da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 0 a 5, 0
Participante no Campo Férias, Notas em Matemática da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 6 a 10, 0
Participante no Campo Férias, Notas em Matemática da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 11 a 13, 0
50%
Participante no Campo Férias, Notas em Matemática da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 18 a 20, 0
Não Participante Campo Férias, Notas em Matemática da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 0 a 5, 0
Não Participante Campo Férias, Notas em Matemática da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 6 a 10, 0
Não Participante Campo Férias, Notas em Matemática da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 11 a 13, 0
50%
Não Participante Campo Férias, Notas em Matemática da Escola de Benfica
em Gabu (3ª Classe) 18 a 20, 0
Não Participante CampoFérias
Participante no Campo Férias
33%Fez campo Férias,
Notas em Português Escola Nhacra (Oio) de 2ª Classe 11 a 13,
0
67%
100%100%
67%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 2ª Classe 11 a 13, 0
33% Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 2ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
18
(6-10, e 11-13) a apresentarem 50% cada; sendo desequilibrados nas duas últimas categorias.
De sublinhar que essa ondulação entre os dois grupos é notória nos outros gráficos (cf.
Anexo), independentemente da disciplina.
Gráfico n.º7 - Notas de matemática dos alunos de 2ª classe da escola de Nhacra, segundo
a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
3.1.5 – Apreciação das notas na escola Corca Sow II (Oio)
Gráfico n.º8 - Notas de português dos alunos de 3ª classe da escola Corca Sow II segundo
a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Em relação aos alunos da escola Corca Sow II, as ondulações das percentagens continuam a
dar equilíbrios aos dois grupos. Os alunos Campistas de 3ª classe tiveram a menor
percentagem (25%) nas notas medíocres (6-10), contra 75% dos Não Campistas. Para as notas
de 14-17 os alunos Campistas tiveram 100% das frequências, tendência inversa nas notas de
100%
50% 50%
100%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 2ª classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 3ª Classe 0 a 5, 0
25% Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 3ª Classe 11 a 13, 0
100%
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 3ª Classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de 3ª Classe 0 a 5, 0
75%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de 3ª Classe 11 a 13, 0
0%
100%
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
19
18-20, com os Não Campistas a testemunharem também a frequência de 100% (cf. Gráfico
n.º8). Essa tendência, de equilíbrio, se mantém para o aproveitamento das disciplinas de
matemática como testemunha o gráfico n.º9.
Gráfico n.º9 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Corca Sow II
segundo a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
3.2 – Impacto dos Campos de Férias nos conhecimentos transversais sobre saúde e
higiene
O impacto dos Campos de Férias sobre comportamento dos alunos, em matéria de saúde e
higiene, foi constado pelos pais dos que participaram na iniciativa. As crianças que
participaram chamavam atenção sempre aos pais em como manter a higiene necessária e
evitar doenças vulgares. De facto, os Campos de Férias contribuíram muito na consolidação
de conhecimentos ligados à higiene mas também de conhecimentos ligados a prevenções da
cólera, do paludismo e da tuberculose.
3.2.1 – Conhecimentos sobre as vantagens de lavagem das mãos
Na nossa observação, durante o trabalho de campo, foi notório que maior parte dos alunos que
participaram no projecto Campo de Férias apresentava mais competência e coerência em
responder as questões que lhes foram colocadas, embora tenha havido alguns alunos que não
participaram, mas que conseguiram responder algumas questões. Este facto é considerado,
pela equipa dos consultores, consequência de saber decorrente das suas experiências de vida,
uma vez que as questões em causa não faziam parte dos programas curriculares e nem dos
conteúdos disciplinares.
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em Mansoa (Oio) 3ª
classe 0 a 5, 0
33%
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em Mansoa (Oio) 3ª
classe 11 a 13, 50
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em Mansoa (Oio) 3ª
classe 14 a 17, 50
100%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em Mansoa (Oio) 3ª
classe 0 a 5, 0
67%
50% 50%Não Fez Campo
Férias, Notas em Matemática escola
Corca Sow II em Mansoa (Oio) 3ª classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
20
59% 62,50%
46% 43%
67%
41% 37,50%
54% 57%
33%
Fez Campo Férias Não Fez Campo Férias
Gráfico n.º10 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias dos alunos de 4ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
O gráfico n.º10 monstra que os conhecimentos sobre momentos critérios de lavagem das
mãos, no que concerne os alunos de 4ª classe, variam segundo os momentos críticos. A curva
dos que participaram nos Campos de Férias é acima dos que Não participaram, em todos os
momentos, com excepção dos momentos de preparação da comida. Assim, referente a
lavagem das mãos, podemos constatar que, os que participaram conhecem melhor os
momentos críticos de lavagem das mãos. Este resultado corrobora a mudanças de
comportamentos que os pais dos alunos que participantes constataram. (cf. Anexos).
Gráfico n.º11 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos segundo as
raparigas participantes ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Segundo o gráfico n.º11, as raparigas que participaram nos Campos de Férias lideram as
percentagens, salvos em dois momentos críticos. Nos outros três momentos a percentagem
das participantes é superior que das Não participantes, sobretudo, em momentos antes de
comer (59% contra 41%), depois de usar latrinas (62,5% contra 37,5%). Esta tendência
verifica-se se considerarmos os momentos de usar fraldas das crianças (67% contra 33%).
21
Fez Campo Férias, Como se apamha a
Cólera 5ªClasse Falta de higiene, 50
Fez Campo Férias, Como se apamha a
Cólera 5ªClasse Mau Vento, 0
Fez Campo Férias, Como se apamha a
Cólera 5ªClasse Cerimónias não
feitas, 0
Fez Campo Férias, Como se apamha a
Cólera 5ªClasse Feiticeirias, 0
Fez Campo Férias, Como se apamha a
Cólera 5ªClasse Outras formas, 50
Fez Campo Férias, Como se apamha a Cólera 5ªClasse Não
tem ideia, 0
Não Fez Campo Férias, Como se
apamha a Cólera 5ªClasse Falta de
higiene, 50 Não Fez Campo Férias, Como se
apamha a Cólera 5ªClasse Mau
Vento, 0
Não Fez Campo Férias, Como se
apamha a Cólera 5ªClasse Cerimónias
não feitas, 0
Não Fez Campo Férias, Como se
apamha a Cólera 5ªClasse Feiticeirias,
0
Não Fez Campo Férias, Como se
apamha a Cólera 5ªClasse Outras
formas, 50
Não Fez Campo Férias, Como se
apamha a Cólera 5ªClasse Não tem
ideia, 100
Não Fez Campo Férias
Fez Campo Férias
O que, com estes dados, testemunha o impacto positivo dos Campos de Férias na aquisição
de conhecimentos dos alunos.
3.2.2 - Conhecimentos sobre a contracção da cólera
O gráfico n.º12 monstra que os dois grupos sabem que a cólera não se apanha através de mau
vento ou de cerimónias rituais não feitas, como indicam as percentagens. Isto pode ser
importante porque, tradicionalmente, em alguns locais rurais, o mau vento e/ou feiticeria
foram sempre associados a propagação da cólera. Referente a falta de higiene como factor de
contrair a cólera, os Não participantes apresentam uma ligeira subida em relação aos
participantes (50% e 50% respectivamente). Este equilíbrio é notório para os alunos 4ª classe
e 6ª classe respectivamente (como testemunham os gráficos em Anexos). O que poderá
associar-se a penetração de várias campanhas e sensibilizações realizadas sobre a cólera no
país nos últimos anos apoaidas pelo próprio UNICEF.
Gráfico n.º12 - Conhecimento de como apanhar a cólera segundo a participação ou não
no campo de férias dos alunos de 5ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
A análise de conhecimentos entre os sexos testemunha que a raparigas que participaram nos
Campos de Férias conhecem melhor os conhecimentos sobre a colera e suas formar de
contração, que os rapazes (gráfico n.º 13), verdade testemunhada em tantos outros gráficos
(cf. Gráficos em Anexo).
22
52%
71%
40%48%
29%
60%
Fez Campo Férias Não Fez Campo Férias
Gráfico n.º13 - Conhecimento de cólera segundo as meninas participantes ou não nos
Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
3.2.3 - Conhecimento sobre o paludismo
A curva dos alunos de 4ª ano que participaram nos Campos de Férias, apresenta melhores
percentagens, em todas as escolas de análise, do que os que Não participaram. Até em outras
formas de apanhar o paludismo. A curva dos que Não participaram apenas aparece com
percentagem significante na variável não ter ideia de como se contrai o paludismo (ou seja
80%), o que pode testemunhar o facto de estes não terem adquiridos conhecimentos e
competências por não terem participado nos Campos de Férias. Esta verdade é demonstrada
entre os dois grupos, quanto ao excesso de palhas em casa como umas das causas do
paludismo (100% contra 0%) (cf. Gráfico n.º14).
Gráfico n.º14 - Conhecimento sobre como contrair o paludismo segundo a participação
ou não nos Campos de Férias dos alunos de 4ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
23
69% 80%
Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo "Sexo
Feminino" Excesso das palhas em …
80%
33%
Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo "Sexo
Feminino" Não tem ideia, 0
31% 20%
Não Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo "Sexo
Feminino" Excesso das palhas em …
20%
67%
100%
Fez Campo Férias Não Fez Campo Férias
Gráfico n.º15 - Conhecimento do paludismo segundo as raparigas participantes ou não
nos Campos de Férias
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Como os rapazes (cf. Também os gráficos em anexo), as raparigas que frequentaram os
Campos de Férias conhecem melhor as formas de contrair o paludismo, como testemunha o
gráfico n.º15. O que é também testemunhado na percentagem de dúvidas (não tem ideia) para
os que Não participaram. Uma preocupação a ter em conta é o facto de o gráfico mostrar que
todas as raparigas dos dois grupos não consideram o excesso de palhas como um factor de
risco na propagação de paludismo (talvez seja uma questão de não prioridade) –
contrariamente aos rapazes que consideram 100% excesso de palha como factor de risco (cf.
anexo). Porém, a falta de higiene é considerada como um factor de risco pela 80% das
raparigas que participaram.
3.2.4 - Conhecimento sobre a tuberculose
Gráfico n.º16 - Conhecimento de como contrair a tuberculose segundo a participação ou
não nos Campos de Férias dos alunos de 4ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
O gráfico n.º16, referente aos alunos de 4ª classe, monstra que os que participaram nos
Campos de Férias conhecem melhor como contrair a tuberculose do que os que Não
24
participaram, em quase todas as variáveis em análise. De referir que, apesar desta diferença,
há um equilíbrio em não ter ideia (52% contra 48%). O que poderá testemunhar que ainda há
trabalhos de sensibilização a fazer neste sentido.
Gráfico n.º17 - Conhecimento da tuberculose segundo as raparigas participantes ou não
nos Campos de Férias
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Nos grupos de raparigas a percentagem de formas de contrair a tuberculose é mais
significativa para o grupo das que fizeram Campos de Férias, sobretudo, nos indicadores falar
face a face com doente de TB (55% contra 45%), fumar muito (100% contra 0%). Porém,
ainda existem alguns equívocos, caso de fazer trabalhos pesados e uso de objectos comuns,
como testemunha o gráfico n.º17.
3.3 – Contributos dos Campos de Férias no reforço institucional e competência dos
directores
3.3.1 - Os directores de escolas beneficiárias
No domínio de reforço institucional e de capacidades dos directores das escolas beneficiárias,
os materiais didácticos (rádios gravadores e respectivos CDs), destinados ao uso, jogaram um
importante papel na capacitação não só dos alunos mas também dos professores que
recorreriam a esses recursos para suporte das aulas, em particular o português e a matemática.
Todos os directores das escolas contempladas beneficiaram de uma formação no domínio da
administração das aulas radiofónicas.
De acordo com os directores das escolas os Campos de Férias tiveram um impacto positivo
sobre os seus alunos. Segundo os mesmos, a experiência foi tão boa que o proveito não só foi
para os alunos como para a capacitação de todas as instituições participantes. Assim, para os
directores de escolas, há que criar condições que garantam que todos possam participar no
25
futuro, evitando a discriminação e frustração de alguns pais e encarregados de educação cujos
filhos não tiveram a oportunidade de participar.
No entanto, surgiram problemas de logística, especialmente nas escolas rurais. “Foi bom por
ser uma experiência nova, mas deparamos com algumas dificuldades, por ter sido realizado
na época das chuvas. Outra inconveniência do projecto foi a insuficiência dos meios
logísticos para manter os alunos nas escolas durante as aulas. Porque só nos trouxeram 25kg
de papa e 50kg de arroz, para mais de cem alunos durante cinco dias (…); sem óleo, nem
dinheiro para comprar peixe, nem subsídio para o director que ajudou a ministrar os
conteúdos transversais, e para as três cozinheiras e o responsável de comité de gestão, que
nos apoiaram durante esses cinco dias. Eu tirava o dinheiro do meu bolso para comprar
peixe para algumas refeições dos alunos. (DBem)”. Dificuldades de logística criaram
suspeições entre ONGs e gestores das escolas, no que refere ao stock destinados aos campos
de férias.
Os resultados das entrevistas mostram que não houve critérios reais de selecção. Os directores
escolheram os alunos de forma circunstancial. Assim, os alunos participantes foram
seleccionados por ordem de chegada, isolando desta forma os que vivem distantes das escolas.
“Nós não sabíamos se a nossa escola participaria no projecto de Campos de Férias de 2012
(….), fomos informados apenas um dia antes da realização da iniciativa. Portanto, não houve
critérios pré-estabelecidos que nos pudessem orientar na referida selecção. Apesar de ter
havido muita afluência dos alunos, sobretudo, depois de terem tido informações de que
estavam a ser oferecidos matérias escolares. Por conseguinte, fomos obrigados a proceder a
selecção, observando o critério dos primeiros a chegar. Facto que achamos incorrecto,
porque, na nossa perspectiva, deveria ser privilegiado os alunos com menor rendimento
durante o ano lectivo. (Director Algodão Gabu)”.
Quanto à participação dos gestores na escolha dos conteúdos curriculares de Matemática e
Português surgem duas tendências. Muitos não foram previamente consultados para as
escolhas “Eu não tenho conhecimento, porque não fomos consultados e nem fizemos parte da
equipa que seleccionou os conteúdos. Eu participei em Gabu, numa formação sobre as aulas
radiofónicas e os conteúdos eram sobre as disciplinas de matemática e português (Director
Benfica)”. “É bem possível que tenham baseado nas informações que terão recebido das
direcções regionais (…) é a fonte de informação, sobretudo, quando se aproxima do fim do
ano lectivo, mas não tenho a certeza” (Director Corca Sow Mansoa) ”.
De forma geral, as principais recomendações dos directores são os seguintes:
Assegurar que, os campos de férias possam ser beneficiados por todos os estudantes,
evitando possibilidades de discriminação;
Envolver os professores no processo de campos de férias para que possam utilizar as
rádios, CD e outros materiais pedagógicos;
Melhor envolvimento dos directores e professores na selecção de conteúdo do
programa.
26
3.3.2 - Os professores das escolas afectadas pela iniciativa
Os professores não participaram directamente nas actividades dos Campos de Férias. Os
conteúdos dos programas de Matemática e Português foram ministrados pelos animadores das
ONGs implicadas, através de uma rádio e de outros suportes pedagógicos. No entanto,
consideram a iniciativa positiva porque contribuiu na salvaguarda do ano lectivo que estava
praticamente perdido.
As notas das entrevistas realizadas com professores testemunham impactos positivos na
aprendizagem das crianças que participaram nos Campos de Férias, através de absorção de
conteúdos e mudança de comportamento. Porém, criticam a sua exclusão do processo,
fazendo recomendações para futuros Campos de Férias. “O campo contribuiu muito na
mudança da mentalidade das crianças e nas suas formas de assimilar as matérias. Por outro
lado, ajudou os professores pedagogicamente (em como fazer passar a mensagem).
(Inq.2/F/59 Mansoa ”.
Assim, as diferenças entre os alunos que participaram e os que não participaram nos Campos
de Férias foram percebidas pelos professores. Aqueles que participaram demonstram uma
melhor propensão em assimilar o conteúdo do curso do ano lectivo seguinte. “A diferença é
que em alguns conteúdos, por exemplo, os conteúdos que foram ministrados nos Campos de
Férias, os alunos que participaram aprendem mais rápido em relação aos que Não
participaram. (N-2-M-46 anos Nha)”. “A primeira diferencia que notei, tem a ver com a
forma de escrever e ler e, também, a forma de comportar com as pessoas. (Inq.1/M/38
Mansoa)”.
Devido a importância de formação, sobre uso de rádios, os professores criticavam o facto de
não beneficiarem da formação. Por isso em algumas escolas, as rádios não são usadas pelos
professores que alegam não conhecer este (novo) método de ensinar. Uma das falhas a evitar
nos próximos Campos. Segundo os mesmos, as disciplinas como matemática e português
devem ser ensinadas pelos professores. Os animadores das ONGs podem ocupar-se dos
conhecimentos transversais, do desporto e das actividades de lazer (diversão). Assim, com a
participação activa dos professores no processo teria havido mais continuidade e melhor
aproveitamento dos materiais didácticos dispensados para os Campos de Férias.
Em sua tese, os professores devem fazer parte do processo de modo a garantir a formação
continua e posterior dos Não participantes, bem como tirar proveito dos materiais didácticos
durante o ano lectivo. “O projecto foi bom. Mas, como director, eu acho que não deveria
excluir a maior parte dos alunos. E deveriam ter uma componente de capacitação dos
professores para facilitar a disseminação dos conhecimentos transmitidos para os alunos que
não tiveram a oportunidade de participar. (DAG).”
Os professores denunciaram o facto de não terem recebido estágios prévios afim de melhor
implementar os Campos de Férias. Segundo os mesmos, os directores de escolas e animadores
27
de ONGs, neste tipo de intervenção, não deviam ter sido privilegiados em detrimento dos
professores, uma vez que, não são acompanhantes dos alunos durante todo o ano lectivo.
Além disso, para os professores, os animadores não têm preparação pedagógica necessária
para transmitir o saber, sobretudo, na matemática e no português.
3.4 – Apreciação dos pais e encarregados de educação em relação aos Campos de Férias
A avaliação dos Campos de Férias, por parte dos pais e encarregado de educação, varia
segundo a oportunidade de participação ou não dos filhos. Assim, os pais cujos filhos não
tiveram oportunidade de participar criticam de forma (muito) dura o método de selecção dos
alunos beneficiários. Porém, os pais cujos filhos participaram sublinham que os Campos de
Férias devem ser organizados em períodos de férias escolares, com uma duração de pelo
menos 15 dias, de modo a garantir melhor assimilação e consequente preparação do próximo
ano lectivo.
Os resultados da pesquisa mostram que, todos os pais e encarregados de educação afirmam
que o projecto de Campos de Férias é uma boa iniciativa “Penso que é bom para as crianças,
porque esta formação vai aumentar-lhes o conhecimento e, por outro lado, elas (crianças)
recebem roupas, materiais de escola, e têm refeições garantidas durante todo o dia. Estes
suplementos ajudam na compreensão e assimilação das matérias. (Inq.5/F/57) (Benfica)”.
Para além dos materiais escolares e alimentação, segundo os pais cujos filhos foram
Campistas, houve mudança de comportamento dos seus filhos em diversas áreas “Muita coisa
mudou nela, agora estuda muito e vejo-a a fazer exercícios e a desenhar. (Inq.8/F/52
Benfica)”. As mesmas observações foram feitas pelos pais de alunos em outros locais. Além
disso, os pais observaram que as crianças se tornaram mais atentas apormenores de higiene,
como a lavagem das mãos, a colecta de lixo e ao uso de latrinas. Disso, a experiência de
Mansoa onde uma jovem-mãe nos disse “A prova que eu tenho do meu filho é que depois dos
Campos de Férias tomava banho duas ou três vezes por dia e falava sempre aos (seus)
colegas que deviam lavar as mãos antes de comer e depois do uso da casa de banho (….), só
que após três meses começou a esquecer da prática que tanto defendia. (Inq.7/F/25
Mansoa)”.
Na mesma linha, alguns pais consideram que filhos se tornaram não só mais sociáveis em
casa (por cantar e dançar) como realizam, com maior frequência, os exercícios escolares de
matemática e português “Aprenderam muita coisa que faltava nas aulas normais como a
Matemática e, canções como devem comportar-se com os mais velhos. (Inq.3/M/61 Bissau)”.
Assim, são unânimes em considerar importante que seja garantida a participação de todas as
crianças nos futuros Campos de Férias de modo a evitar a discriminação e conflitos entre
directores de escolas e pais cujos filhos não são seleccionados. Alguns até consideram que os
pais e encarregados de educação (dos alunos) devem ser envolvidos na gestão dos Campos de
Férias de forma a garantir a transparência do processo. “Para mim o responsável deve ser o
28
professor em associação dos pais e encarregados de educação, porque o professor é o
segundo pai e conhece muito bem esta matéria do Campo de Férias. (Inq.1/M/35)”. Alguns
pais criticaram a falta de transparência na gestão dos fundos. Assim, um diz “O responsável
deve ser a própria comunidade, pela sua transparência na gestão das coisas, porque se fosse
outra pessoa não se importaria se ocorreu bem ou mal, não se importaria. (Inq.5/M/45)”.
Pois, em algumas escolas os pais suspeitam de desvio de alimentos por parte dos animadores
e consideram que estes últimos vivem em conivências com os professores.
A maior discussão dos pais consiste nos critérios de selecção dos alunos beneficiários.
Segundo a maior parte, particularmente para os pais cujos filhos não participou nos Campos
de Férias, as escolhas foram consideradas discriminatórias. A grande maioria foi seleccionada
por critérios de afinidade com os directores das escolas. Assim, podemos encontrar casas com
cinco (5) ou mais participantes, e outras com mesma dimensão familiar mas, sem nenhum
participante. “Não foi nada bom, porque só escolheram as crianças da zona onde eles
(directores) moram, sabendo que nós (os outros) temos maior número de crianças na
tabanca. Só na nossa morança temos 12 crianças mas nenhuma delas foi seleccionada,
distribuíram os materiais de escola entre eles e, as nossas crianças (que não conseguiram)
vão todos os dias espreitar as janelas da escola para ver se as deixam assistir, mas, não as
deixam. (Inq.19/F/22)”.
As críticas também tiveram peso de interpretação cultural e étnica. Os resultados das
entrevistas mostram que ambos os sexos são considerados de forma igual no processo de
selecção. Porém, há preocupações que tentam desfavorecer as raparigas “Todos eles merecem
mas os rapazes merecem mais porque as raparigas se casam muito cedo não continuam a
estudar depois de se casarem. (Inq.5/F/57 Benfica)”. Assim, há que ter em consideração e
preferência aos rapazes, por ser uma vergonha (para um homem) quando uma mulher é
melhor instruída. Mais consensual é o período de realizado de Campos de Férias (como
testemunha o gráfico n.º18).
Gráfico n.º18 - Consideração sobre o período de realização dos Campos de Férias
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
O gráfico n.º 18 mostra que 80% dos pais e encarregados entrevistados acham que o período
de organização de Campos de Férias é adequado. Segundo os pais, devido a importância,
mesmo que tivesse sido em época das chuvas teriam enviado os seus filhos a particiapr na
Frequency, sim, 91, 80%
Frequency, não, 23, 20%
29
iniciativa. Apenas lamentam o tempo duração de cinco dias. Para a minoria que considera o
período de Campos de Férias inadequado, a justificação foi por razões de trabalho de
campesinato, assim, solicitam um aviso prévio de modo a melhor organizarem a participação
dos filhos.
4. Conclusão e recomendações finais
Após a análise dos resultados da avaliação conclui-se que existe a apreciação (positiva) de
todos os actores a vários níveis. A primeira refere aos pais e encarregados de educação cujos
filhos participaram no projecto Campo de Férias. Segundo esses, o impacto foi positivo, por
permitir a recuperação dos conteúdos perdidos pelos alunos e, por ter permitido que estes
trocassem experiências entre si, tendo sido preparados para o ano lectivo 2012/2013. Por
outro lado, os Campos de Férias contribuíram na mudança de comportamento dos seus
educandos, não só na valorização da escola mas, também, em matéria dos conhecimentos
sobre formas de evitar algumas doenças. De sublinhar que pais e encarregados da educação
cujos filhos não participaram nos Campos de Férias, mostraram um certo descontentamento
pela forma discriminatória na selecção dos alunos para Campo de Férias.
A segunda é a dos directores de escolas que consideram a iniciativa muito boa, tendo em
conta a sua finalidade. Todavia, criticaram a limitação da mesma, por ter excluído a maior
parte dos alunos. Por outro lado, sublinharam a inclusão de todos os professores na
componente formação e capacitação de forma a facilitar a disseminação dos conhecimentos a
transmitir.
A terceira é a dos Inspectores, que também consideram a iniciativa muito boa, devido aos
objectivos previstos a atingir. No entanto, sublinharam que um dos aspectos negativos do
projecto de Campos de Férias foi a grande descriminação no processo de selecção dos alunos.
Disso, o exemplo de, em muitas escolas, num universo de várias centenas ou de mil e poucos
alunos, apenas 100 alunos foram selecionados para participarem no projecto. Assim, segundo
os mesmos, em vez de ajudar, só criam problemas entre os actores e no sistema educativo.
De forma geral, a equipa de consultores constatou que houve alguns constrangimentos no
processo de execução de Campos de Férias, tais como:
A não existência de critérios claros para selecção de alunos, de escolas e, o facto de
não ter havido o envolvimento directo das equipas técnicas regionais da educação;
O tempo de duração foi muita curto, por consequência, algumas escolas não tiveram
preparação necessária para acolher a iniciativa;
Os critérios de escolha dos animadores não foram claros e, por outro lado, a
capacidade pedagógica dos mesmos foi alvo de crítica por parte dos directores e dos
professores.
30
Em algumas zonas, existem animadores que não falam a língua local e, muito dos
alunos não falam português, criando problemas de comunicação.
Para que os próximos Campos de Férias possam continuar a ser bem-sucedidos, seria sempre
bom tomar em conta na sua preparação os seguintes aspectos:
Criar uma comissão nacional multidisciplinar de seguimento e avaliação de trabalhos
de Campo de Férias, coordenado por um técnico de reconhecida competência na área
da educação;
Envolver sempre, no processo de auscultação e monitorização, as equipas técnicas
regionais, neste caso concreto, as direcções regionais e inspectores de educação;
Fazer um diagnóstico e recolha de conteúdos perdidos a partir das direcções de
escolas, envolvendo os professores das disciplinas;
Dar prioridade, no processo de selecção, aos animadores e técnicos do sistema
educativo;
Seleccionar algumas regiões e escolas modelos, onde se possa envolver todos alunos,
com objectivo de experimentar e testar o projecto em função dos resultados;
Envolver os pais e encarregados da educação na responsabilização de gestão e
organização dos projectos de Campos de Férias;
Garantir previamente e colocado no local os meios logísticos necessários para o
normal funcionamento das actividades.
ANEXOS
31
Gráfico n.º19 - Notas de português, dos alunos de 4ª classe da escola Justado Viera
segundo a participação ou não nos Campo de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º20 - Notas de português dos alunos de 5ª classe da escola Justado Viera
(Bissau) segundo participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º21 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Justado Viera
(Bissau), segundo participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Fez campo Férias, Notas em Português SAB (Justado Vieira) de 4ª Classe 0 a 5, 0
100%
33%
Fez campo Férias, Notas em Português SAB (Justado Vieira)
de 4ª Classe 14 a 17, 50
Fez campo Férias, Notas em Português SAB (Justado Vieira)
de 4ª Classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português SAB
(Justado Vieira) de 4ª Classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português SAB
(Justado Vieira) de 4ª Classe 6 a 10, 0
67%
50%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português SAB
(Justado Vieira) de 4ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em Português SAB (Justado Vieira) de 5ª Classe 0 a 5, 0
Fez campo Férias, Notas em Português SAB (Justado Vieira) de 5ª Classe 6 a 10,
0
60%
Fez campo Férias, Notas em Português SAB (Justado Vieira)
de 5ª Classe 14 a 17, 0
Fez campo Férias, Notas em Português SAB (Justado Vieira)
de 5ª Classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português SAB
(Justado Vieira) de 5ª Classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português SAB
(Justado Vieira) de 5ª Classe 6 a 10, 0
40%
100%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português SAB
(Justado Vieira) de 5ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 3ª classe 0 …
33%
100%
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 3ª classe 14 …
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 3ª classe 18 …
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 3ª classe 0 …
67%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 3ª classe 11 …
50%Não Fez Campo
Férias, Notas em Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 3ª classe 18 …
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
32
Gráfico n.º22 - Notas de matemática dos alunos de 5ª classe da escola Justado Viera
(Bissau), segundo a participação ou não nos Campo de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º23 - Notas de português dos alunos de 3ª classe da escola Algodão (Gabu),
segundo a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º24 - Notas de matemática dos alunos de 4ª classe da escola Algodão (Gabu),
segundo a participação ou não no Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 5ª classe 0 …
50%
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 5ª classe 14 …
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 5ª classe 18 …
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 5ª classe 0 …
50%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 5ª classe 14 …
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Justado Vieira de
Bissau 5ª classe 18 …
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias
Fez campo Férias, Notas em
Português Escola Algodão (Gabú) de 3ª Classe 0 a 5, 0
Fez campo Férias, Notas em
Português Escola Algodão (Gabú) de 3ª Classe 6 a 10, 0
50%
33%
100%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Algodão (Gabú) de 3ª Classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Algodão (Gabú) de 3ª Classe 6 a 10, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Algodão (Gabú) de 3ª Classe 11 a 13, …
67%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Algodão (Gabú) de 3ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 4ª
classe 0 a 5, 0
100%
33%
67%
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 4ª classe 18 a 20, 0
100%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Algodão (Gabú) 4ª
classe 6 a 10, 0
67%
33%Não Fez Campo
Férias, Notas em Matemática escola Algodão (Gabú) 4ª classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
33
Gráfico n.º25 - Notas de português dos alunos de 2ª classe da escola Benfica, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º26 - Notas em português dos alunos de 4ª classe da escola Benfica, segundo a
participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º27 - Notas de português dos alunos de 3ª classe da escola Nhacra segundo
participação ou não nos Campo de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (2ª Classe) 0 a 5, 0
50% 50%
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (2ª Classe) 14 a 17, 0
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (2ª Classe) 18 a 20, 0
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (2ª Classe) 0 a 5, 0
50% 50%
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (2ª Classe) 14 a 17, 0
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (2ª Classe) 18 a 20, 0
Não Participante CampoFérias
Participante no Campo Férias
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (4ª …
75%
25%Participante no
Campo Férias, Notas em Português da Escola de Benfica
em Gabu (4ª …
Participante no Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (4ª …
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (4ª …
25%
75%
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (4ª …
Não Participante Campo Férias, Notas
em Português da Escola de Benfica
em Gabu (4ª …
Participante no Campo Férias
Não Participante CampoFérias
100%
25%
Fez campo Férias, Notas em
Português Escola Nhacra (Oio) de 3ª Classe 14 a 17, 50
Fez campo Férias, Notas em
Português Escola Nhacra (Oio) de 3ª Classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 3ª Classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 3ª Classe 6 a 10, 0
75%
50%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 3ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
34
Gráfico n.º 28 - Notas de português dos alunos de 4ª classe da escola Nhacra segundo a
participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º29 - Notas de matemática dos alunos de 3ª classe da escola Corca EBU
Nhacra, segundo a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º30 - Notas de matemática dos alunos de 4ª classe da escola Corca EBU
Nhacra, segundo a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Nhacra (Oio) de 4ª Classe 6 a 10,
0
100%
40%
50%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 4ª Classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 4ª Classe 6 a 10, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 4ª Classe 11 a 13, 0
60%Não Fez Campo
Férias, Notas em Português Escola
Nhacra (Oio) de 4ª Classe 18 a 20, 50
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 3ª classe 0 a 5, 0
100%
33% 33% Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 3ª classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 3ª classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 3ª classe 6 a 10, 0
67% 67%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 3ª classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 4ª classe 0 a 5, 0
100%
67%
25%Fez campo Férias,
Notas em Matemática escola
Nhacra (Oio) 4ª classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 4ª classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 4ª classe 6 a 10, 0
33%
75%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Nhacra (Oio) 4ª classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
35
Gráfico n.º31 - Notas de português dos alunos de 4ª classe da escola Corca Sow 2
segundo a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º32 - Notas de português dos alunos de 5ª classe da escola Corca Sow 2
(Mansoa), segundo a participação ou não nos Campo de Ferias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º33 - Notas em português dos alunos de 6ª classe da escola Corca Sow II
segundo participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 4ª Classe 0 a 5, 0
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 4ª Classe 6 a 10, 0
50%
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 4ª Classe 14 a 17, 0
100%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de 4ª Classe 0 a 5, 0
100%
50%
100%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de 4ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 5ª Classe 0 a 5, 0
100%
67%
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 5ª Classe 14 a 17, 0
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 5ª Classe 18 a 20, …
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de …
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de …
33%
100%
50%
Pe
rce
nta
gem
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 6ª Classe 0 a 5, 0
100%
40%50%
Fez campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II
em Mansoa (Oio) de 6ª Classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de 6ª Classe 0 a 5, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de 6ª Classe 6 a 10, 0
60%
Não Fez Campo Férias, Notas em Português Escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) de 6ª Classe 18 a 20, 0
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
36
42% 43% 40% 40%
Fez Campo Férias, Momentos
obrigatórios de lavar as mãos 5ªClasse Ao
usar fraldas das …
58% 57% 60% 60%
Não Fez Campo Férias, Momentos
obrigatórios de lavar as mãos 5ªClasse Ao
usar fraldas das …
Fez Campo Férias
Não Fez Campo Férias
Gráfico n.º34 - Notas de matemática dos alunos de 4ª classe da escola Corca Sow II
(Mansoa), segundo a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º35 - Notas de matemática dos alunos de 6ª classe da escola Corca Sow II
segundo a participação ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º36 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos, segundo a
participação ou não no campo de férias dos alunos de 5ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) 4ª …
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) 4ª …
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) 4ª …
67% 67%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) 4ª …
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em
Mansoa (Oio) 4ª …
100%
33% 33%
Fez campo Férias
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em Mansoa (Oio) 6ª
classe 0 a 5, 0
50% 50% 50% Fez campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em Mansoa (Oio) 6ª classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em Mansoa (Oio) 6ª
classe 0 a 5, 0
50% 50% 50%
Não Fez Campo Férias, Notas em
Matemática escola Corca Sow II em Mansoa (Oio) 6ª classe 18 a 20, 0
Não Fez Campo Férias
Fez campo Férias
37
56% 71%
80%
100%
Fez Campo Férias, Momentos
obrigatórios de lavar as mãos
6ªClasse Ao usar fraldas das …
44%
29% 20%
0%
Não Fez Campo Férias, Momentos
obrigatórios de lavar as mãos
6ªClasse Ao usar fraldas das …
Fez Campo Férias
Não Fez Campo Férias
Gráfico n.º37 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos segundo
participação ou não no campo de ferias dos alunos de 6ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º38 - Conhecimento de momentos críticos de lavar as mãos segundo os rapazes
participantes ou não nos Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º39 - Conhecimento em como apanhar a cólera, segundo a participação ou Não
nos Campos de Férias (4ª classe)
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
38
43%
50%46%
57%Não Fez Campo
Férias, Forma de se contrair a Cólera "Sexo Masculino" Outras formas, 50
54%
Fez Campo Férias
Não Fez Campo Férias
100%
33% Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo 6ªClasse Excesso das palhas
em casa, 0
100% 100%
Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo 6ªClasse
Não tem ideia, 0
Não Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo 6ªClasse
Picada de mosquitos, 0
67%
Não Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo 6ªClasse Excesso das palhas
em casa, 0
Não Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo 6ªClasse Falta da higiene, 0
Não Fez Campo Férias, Forma de se
contrair o Paludismo 6ªClasse
Outras formas, 0
100%
Fez Campo Férias Não Fez Campo Férias
Gráfico n.º40 - Conhecimento de como apanhar a cólera segundo a participação ou não
nos Campos de Férias dos alunos de 6ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º41 - Conhecimento de como contrair o paludismo segundo a participação ou
não nos Campos de Férias dos alunos de 6ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º42 - Conhecimento do paludismo segundo os rapazes participantes ou não nos
Campos de Férias.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
39
Fez Campo Férias, Forma de se
contrair a Tuberculose
5ªClasse Uso de …
100% 100%
40%
25%
43% 50%
Não Fez Campo Férias, Forma de se
contrair a Tuberculose
5ªClasse Fumar …
Não Fez Campo Férias, Forma de se
contrair a Tuberculose
5ªClasse Fazer …
60%
75% 57%
Fez Campo Férias Não Fez Campo Férias
Gráfico n.º43 - Conhecimento de como contrair a tuberculose segundo a participação ou
não nos Campos de Férias dos alunos de 5ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º44 - Conhecimento de como contrair a tuberculose, segundo participação ou
não nos Campos de Férias dos alunos de 6ª classe.
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).
Gráfico n.º45 - Conhecimento da tuberculose segundo os rapazes participantes ou não
nos Campos de Férias
Fonte : elaborado pelo autor do estudo (2013).